Em aniversário da tomada de Bagdá, Iraque faz - Sindppd-RS

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Em aniversário da tomada de Bagdá, Iraque faz - Sindppd-RS
Mundo afora - Em aniversário da tomada
de Bagdá, Iraque faz protestos anti-EUA
O Iraque relembra, nesta segunda-feira (9/4), o quarto aniversário da tomada de Bagdá pelas forças
da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos em 2003, em meio a grandes protestos
contra a ocupação americana no país árabe. Na cidade sagrada de Najaf, no sul, milhares de
iraquianos atenderam a um chamado do clérigo radical xiita Moqtada al Sadr para protestar hoje.
Manifestante em Najaf balança a bandeira do Iraque
“Não à ocupação, não à América”, gritavam os milhares de manifestantes, a maioria homens e
meninos com bandeiras iraquianas. Em Bagdá, todos os veículos civis foram banidos das ruas da
cidade por 24 horas a partir das 5h desta segunda-feira (22h de Brasília) para prevenir ataques.
Al Sadr, um dos personagens mais influentes na política iraquiana, culpa a invasão americana pela
violência que não dá tréguas no Iraque. Ele emitiu um comunicado neste domingo pedindo aos
iraquianos que protestassem contra a presença das tropas dos EUA no país.
Testemunhas relataram ontem que a polícia tentou impedir os xiitas de chegarem até Najaf para
atender ao apelo do clérigo, mas hoje a cidade amanheceu tomada pelos manifestantes. Iraquianos
queimaram bandeiras americanas e pintaram os slogans “que a América caia” e “Bush é um cão” no
chão.
Milhares de xiitas marcharam a partir da região vizinha Kufa, enquanto outros congestionaram as
estradas vindo em carros e ônibus de Bagdá e outras cidades xiitas no sul.
Moqtada
O poderoso líder xiita liderou duas revoltas contra forças americanas em 2004, mas desde então se
voltou para a política. Seu movimento político detém um quarto das cadeiras da dominante Aliança
Xiita, do premiê Nouri al Maliki.
Acredita-se que Al Sadr esteja atualmente refugiado no Irã. Seus assistentes negam e afirmam que
ele continua no Iraque.
O presidente dos EUA, George W. Bush, vem insistindo que as tropas americanas não sairão do
Iraque até que os iraquianos possam tomar a responsabilidade pela segurança do país. Ele
repetidamente rejeitou fixar um cronograma para a retirada das tropas, desencadeando grandes
confrontos com o Congresso dos EUA, dominado pela oposição democrata.
A milícia xiita leal a Al Sadr, o Exército de Mahdi, enfrentou grandes confrontos com forças
americanas e iraquianas nos últimos dias na cidade de Diwaniyah, no sul. Ontem, o clérigo pediu o
fim dos conflitos. Segundo soldados americanos, os combates arrefeceram depois disso.
Aniversário
Quatro anos atrás, o mundo assistiu iraquianos e soldados americanos derrubarem uma estátua do
ditador Saddam Hussein na praça Firdous, no centro de Bagdá. O dia ficou marcado como a data
oficial da queda do regime de Saddam.
Em 2003, as forças da coalizão internacional encontraram pouca resistência na tomada de Bagdá. À
época, o saldo de mortos era de 96 americanos, 30 britânicos e um número não especificado de
iraquianos (que deve chegar aos milhares).
Hoje, os números subiram para mais de 3.270 americanos, 140 britânicos, 124 soldados da coalizão
internacional de outras nacionalidades e dezenas de milhares de iraquianos.
Ontem, a violência elevou ainda mais a taxa de mortos. O Exército dos EUA informou que quatro
soldados americanos morreram em ataques ao sul de Bagdá neste domingo, enquanto dois outros
soldados morreram devido aos ferimentos que receberam durante operações no norte da capital.
Para a população civil, o saldo foi ainda pior. Ao menos 17 pessoas morreram e 24 ficaram feridas
em uma explosão em Mahmudiya, que foi o último da série de ataques fora da capital iraquiana
desde que o novo plano de segurança americano aumentou a presença do Exército em Bagdá.
O prefeito de Mahmudiya, Muaid al Amiri, afirmou que a explosão ocorreu quando um carro-bomba
que tinha como alvo fábricas da região foi detonado. Um prédio de três andares próximo ao local da
explosão ficou completamente destruído, além de muitas lojas e veículos estacionados ao redor.
Relatos separados afirmaram que a explosão ocorreu após a queda de mísseis Katiusha em fábricas
da cidade. Ao todo, mais de 20 pessoas em episódio de violência por todo o país.
Fonte e foto: Folha On-line com agências internacionais

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