A visão da Indústria Brasileira sobre a Gestão de Resíduos

Transcrição

A visão da Indústria Brasileira sobre a Gestão de Resíduos
A visão da Indústria Brasileira
sobre a Gestão de
Resíduos Sólidos
Raquel Naves Blumenschein
Conteúdo
Introdução/Premissas
Contexto Internacional
Contexto Nacional
GRS – conceitos importantes
Desafios e tendências
“Nada é mais forte do que uma
idéia cujo tempo chegou”
Victor Hugo
http://euterpe.blog.br/wpcontent/uploads/2013/05/VictorHugo.jpg
http://cn2012.files.wordpress.com/2011/12/lixo-no-planeta.jpg
Remoção de
recursos
naturais
Processamento
Descarte
EXAUSTÃO DOS RN
POLUIÇÃO
DESPERDÍCIO
Lógica Linear
Mudar é preciso
Design
PP
Recursos
Naturais
PP
RR
Lógica Circular
INOVAÇÃO
Novos materiais
Processos produtivos
Novos negócios
http://radiojornal.ne10.uol.com.br/wpcontent/uploads/2014/05/foto-canal-do-arruda.jpg
http://centro.niteroi.rj.gov.br/img/homebox/sustentabilidade-2.jpg
“É preciso definitivamente estimular a mudança no processo linear de
remoção de recursos naturais para processamento e descarte, que exaure
reservas finitas de materiais e gera um problema global de rápido
crescimento na forma dos resíduos sólidos, para uma lógica circular, na qual
os materiais são constantemente reciclados e reutilizados. O raciocínio
circular abre grandes perspectivas para novos materiais, processos
produtivos e consequentemente novos negócios.
A busca por uma solução de longo prazo para estas questões passa
necessariamente por investimentos em educação, pesquisa e
desenvolvimento. É cada vez mais necessário que os produtos e sistemas
produtivos sejam projetados dentro de uma lógica de eficiência e
reaproveitamento de recursos escassos, desde a “prancheta até o
relacionamento com o consumidor final”. E nestas novas abordagens,
nos aguardam oportunidades sem par de desenvolvimentos e inovação.
Além da conscientização de todos os envolvidos no processo da
responsabilidade individual de cidadãos e organizações , há o processo de
assegurar que resíduos sejam valorizados como matéria prima” (CNI, 2014).
GRS = ƒ da integração de agentes + ações + instrumentos
Blumenschein, 2014
Conteúdo
Introdução/Premissas
Contexto Internacional
Contexto Nacional
GRS – conceitos importantes
Desafios e tendências
Segundo o What a
Waste do Banco
Mundial, espera-se
que a população
urbana supere em
2050 a população
mundial total do ano
2000.
http://www.lucromundial.net/wp-content/uploads/2012/10/populacao-mundial-150x150.jpg
1. O rápido crescimento
econômico
2. A expansão da sociedade de
consumo
3. A emergência de novas classes
médias nos países em
desenvolvimento
http://www.ecodebate.com.br/foto/131004.png
What a Waste, Apud. CNI, 2014
“Tendências globais analisadas pelo Banco
Mundial indicam que a geração de
resíduos no mundo aumenta mais rápido
que as taxas de urbanização ou de
crescimento do PIB global.
Os custos totais relacionados à gestão de
resíduos vão crescer de cerca de US$205,4
bilhões para cerca de US$375,5 bilhões
em 2025” (CNI, 2014).
1,3 bilhões de toneladas por ano
2003
0,64 kg /dia
2013
1,2 kg /dia
2025
1,42 kg /dia
ALGUMAS QUESTÕES IMPORTANTES
1. Falta de dados;
2. Não há series históricas, principalmente referentes à resíduos
de construção e demolição;
3. A atuação do PNUD - Parceria Global para Gestão de
Resíduos; gerenciamento de resíduos perigosos ; parcerias para
a gestão de resíduos agrícolas, eletrônicos, radioativos, e com
risco para a camada de ozônio;
4. A falta de preparo técnico dos municípios;
5. O alto custo da gestão para os municípios;
6. O risco dos resíduos de mineração.
A ILHA DE RESÍDUOS NO PACÍFICO
“Materiais não biodegradáveis
fragmentam-se em partículas, e
grande parte está em tamanho
muito pequeno que constituem
a mancha de resíduos não
podem ser vistos ao olho nu”
CNI, 2014.
De quem é a
responsabilidade?
Conteúdo
Introdução/Premissas
Contexto Internacional
Contexto Nacional
GRS – conceitos importantes
Desafios e tendências
RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO BRASIL
Abrelpe, 2014
PARTICIPAÇÃO DAS REGIÕES NO TOTAL DE RSU COLETADO
COLETA SELETIVA NO BRASIL
Segundo estimativas do
SNIS, 20% dos municípios
registram serviço de
coleta seletiva, 35% não
apresentam qualquer
iniciativa, e inexistem
dados sobre 45% dos
municípios.
Com relação ao volume
de resíduos, o SNIS
estima que apenas 3,1%
do total de Resíduos
Sólidos Urbanos são
coletados de maneira
seletiva.
Abrelpe, 2014
Média Nacional de coleta – 90,17% dos resíduos
62% dos municípios apresenta alguma
iniciativa de coleta seletiva
RESÍDUOS DE SAÚDE
44% destes resíduos foram incinerados, 20,5% foram para autoclave,
2,4% para micro ondas, e 33,1% para outras destinações.
Abrelpe, 2014
CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO - COLETADOS PELO PODER PUBLICO
117 mil toneladas diárias de RCD em 2013, um aumento de 4,6% em relação a
2012.
Abrelpe, 2014
RESÍDUOS SÓLIDOS DO SETOR AGROSSILVOPASTORIL
Em 2010, mais de 30 mil toneladas de embalagens foram retiradas do campo
com destinação adequada por meio da reciclagem e/ou incineração, o que
representa que: i) 95% das embalagens primárias – aquelas que entram em
contato direto com o produto – são retiradas do campo e enviadas à destinação
ambientalmente correta; ii) 94% das embalagens plásticas são destinadas; e iii)
80% do total das embalagens comercializadas são destinadas.
IPEA, 2013
Lei 12.305 no dia 2 de Agosto de 2010, o Brasil
instituiu sua primeira Política Nacional de
Resíduos Sólidos
A nova legislação instituiu princípios, diretrizes, objetivos e
responsabilidades na gestão e gerenciamento
de resíduos para os setores públicos e privados.
O poluidor-pagador
O protetor-recebedor
A cooperação entre os diferentes níveis de governo,
agentes do setor privado e outros segmentos da
sociedade
O respeito à diversidade regional
O controle social
A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos.
LOGÍSTICA REVERSA
RESPONSABILIDADE COMPARTILHADA
LOGÍSTICA REVERSA
“Os diálogos e acordos setoriais
para estabelecimento de
sistemas que permitam às
empresas receber e reprocessar
produtos e embalagens
descartados no pós consumo.
Muitos desses produtos já são
objeto da logística reversa como
as embalagens de agrotóxicos,
pneus, pilhas e baterias, óleos
lubrificantes usados e suas
embalagens, além do sistema
tradicional de coleta de
recicláveis da fração seca do lixo
doméstico”(CNI, 2014).
“De acordo com o CEMPRE, atualmente
apenas 13% dos resíduos urbanos são
reciclados, e segundo estudo do IPEA, o país
perde anualmente R$8 bilhões enterrando
materiais recicláveis. O diagnóstico
publicado pelo Sistema Nacional de
Informação sobre Saneamento (SNIS), estima
que apenas 3,1% dos resíduos sólidos
urbanos são recolhidos por coleta seletiva”
(CNI, 2014).
Região
Sudeste
Estado
Rio Grande do
Sul
Nordeste Ceará
Nº Lei
9921
Santa Catarina 13.557
Sudeste
São Paulo
Nordeste Bahia
27/06/1993
13.103 24/01/2001
Sul
Nordeste Pernambuco
Data
2005
12300 16/03/2006
14.
236
13/12/2010
12.932 07/01/2014
Sul
Rio Grande do
14.528 16/04/2014
Sul
Sudeste
Rio de Janeiro
Sul
Paraná
6805
18/06/2014
Projet
o de
Lei 218
2014
Disposição
Dispõe sobre a gestão dos
resíduos sólidos, nos termos do
artigo 247, parágrafo 3º da
Constituição do Estado e dá
outras providências.
Institui a Política Estadual de
Resíduos Sólidos, e dá outras
providências
Lei institui a Política Estadual de
Resíduos Sólidos
Institui a Política Estadual de
Resíduos Sólidos e define
princípios e diretrizes
Dispõe sobre a Política Estadual
de Resíduos Sólidos, e dá outras
providências
Institui a Política Estadual de
Resíduos Sólidos, e dá outras
providências
Institui a Política Estadual de
Resíduos Sólidos e dá outras
providências.
Inclui artigos na Lei nº 4.191, de
30 de setembro de 2003 Política Estadual de Resíduos
Sólidos, instituindo a obrigação
da implementação de sistemas
de logística reversa para
resíduos eletroeletrônicos,
agrotóxicos, pneus e óleos
lubrificantes.
Dispõe sobre o tratamento e
destinação final diferenciada de
resíduos especiais que
especifica e dá outras
providências
Plano de
Sistema de Mecanismos Coleta
Gestão de
informação de logística seletiva
resíduos (setor
reversa
publico e
produtivo)
X
Acordos
setoriais
Instrumentos
econômicos/fi
nanceiros
X
X
X
X
X
X
X
X
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X
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X
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X
X
X
X
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X
X
X
X
X
X
X
A simbiose industrial no Brasil
A utilização dos resíduos e subprodutos de um setor industrial
como insumo para outras cadeias produtivas alinha incentivos
econômicos com ambientais.
A FIEMG (desde 2009) por meio do Programa Mineiro de Simbiose
Industrial, conecta empresas e cria oportunidades para aumento de
eficiência no uso de recursos naturais. Nestes 5 anos a iniciativa
reporta uma redução de 139.793 toneladas de resíduos dispostos
em aterros, 194.815 toneladas de recursos naturais economizados,
87.476 toneladas de emissões de carbono evitadas, reutilização de
13.650.000 metros cúbicos de água e redução de custos de
R$8.768.683,00 para as empresas participantes.
Conteúdo
Introdução/Premissas
Contexto Internacional
Contexto Nacional
GRS – conceitos importantes
Desafios e tendências
PQ a GRS é tão importante neste momento?
Importante entender os fatores que
propulsionam a gestão de resíduos sólidos
(Marshall e Farahbakhsh, 2013):
Saúde pública
Meio ambiente
Escassez de recursos
Conscientização pública
Valor dos resíduos
Estão diretamente
ligados aos
modelos de
consumo e de
produção.
ASPECTOS DA GRS
Os aspectos da
gestão de
resíduos, tanto
técnicos como
não técnicos,
devem ser
considerados
Capacidade técnica de
gestores
Reconhecimento do papel
fundamental da comunidade
Influencia de ecossistemas
locais e globais
Cadeia de valor dos resíduos.
A hierarquia da gestão de resíduos, segundo a OCDE (2007), é:
• Prevenir a produção de resíduos, ou reduzir a quantidade
gerada;
• Reduzir a toxicidade ou impactos negativos do resíduo que é
gerado;
• Reutilizar os materiais recuperados;
• Reciclar, compostar, ou recuperar materiais para uso como
matérias primas e insumos de novos produtos;
• Recuperar a energia por incineração, biodigestão, ou processos
similares;
• Reduzir o volume dos resíduos antes da disposição final;
• Dispor dos resíduos sólidos de maneira ambientalmente
adequada, geralmente em aterros sanitários.
CNI, 2014
Conteúdo
Introdução/Premissas
Contexto Internacional
Contexto Nacional
GRS – conceitos importantes
Desafios e tendências
Ferrari, 2011
“A gestão de resíduos sólidos é uma das estratégias para a busca
da sustentabilidade no meio industrial. Os seus desafios vão
muito além do controle dos processos produtivos, uso de
matérias primas e insumos de qualidade e emprego de
tecnologia avançada. Ela exige um repensar geral sobre as
atividades da empresa, seus objetivos e metas. No mundo atual
do avanço científico e da busca incessante pela inovação, as
indústrias devem se preocupar com os impactos gerados por
seus produtos e serviços disponibilizados no mercado. Uma
indústria competitiva que busca um caminho para ser sustentável
deve usar a gestão de seus resíduos como forma de antever
problemas, demonstrar sua responsabilidade ambiental e como
instrumento de inovação para produtos e processos” (CNI, 2014).
CONSUMO X SUSTENTABILIDADE
A produção mais limpa já conta com algumas iniciativas
consistentes, o que não se verifica na esfera do consumo.
Os avanços da produção não foram suficientes para solucionar
os dilemas da sustentabilidade, e então os marcos referenciais
para o consumo sustentável começam a ser estabelecidos.
FGV, SP, 2012.
COMPRAS SUSTENTÁVEIS JÁ FAZEM PARTE DAS AGENDAS!
Economia circular: um sistema
industrial que é restorado pelo
design
RECURSOS
NATURAIS
MPP
TRANSFORM
AÇÃO DE RS MMP
RESÍDUOS
SÓLIDOS
FABRICAÇÃO
CONSUMO
HUMANO
1. Projetar sem geração de
resíduos
2. Construir resiliência por meio
da diversidade - A
modularidade, versatilidade e
adaptabilidade são
características que precisam
ser priorizadas em um mundo
incerto e em rápida evolução.
3. Depender de energia
proveniente de fontes
renováveis
4. Visão Sistêmica
5. Resíduos é alimento –é recurso
Ellen Macarthur Foundation
http://www.fortlink.com.br/wp-content/uploads/2013/01/foto-12.jpg
http://www.engenhariae.com.br/wpcontent/uploads/2013/01/Impressora-3D-Makerbot-Replicator2.jpg
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China: Casa é
feita em
impressora 3D em
apenas 1 dia
Territorial
Política
Econômica
Social
Cultural
Ambiental
Individuo
Sustentabilidade = f (INDIVÍDUO)
Mudança = f (INDIVÍDUO)
A mudança econômica está nas mãos das instituições (que são comandadas
por indivíduos). É moldada de acordo com as percepções dos atores sobre as
consequências de suas ações. As percepções são oriundas das crenças dos
atores – as teorias que tem sobre as consequências de suas ações – crenças
são mescladas com a suas preferências.
(North, Douglass C.; Understanding The Process of Economic Change;
Princeton economic history of the Western World, 2005)
Obrigada!
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