Capa Revista TV Escola 22

Transcrição

Capa Revista TV Escola 22
PUBLICAÇÃO FINANCIADA COM RECURSOS DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO ADMINISTRADOS PELO FNDE
Nº 22 MARÇO/ABRIL 2001
DESTAQUES
DA PROGRAMAÇÃO
TURMA
DA TABUADA
DESEMBARCA
NO ENSINO
FUNDAMENTA
EXPERIÊNCIAS
CONVERSAS
delicadas
Escolas
Escolas do
do Rio
Rio Grande
Grande do
do Norte
Norte
ee de
de São
São Paulo
Paulo adotam
adotam
novos
novos conceitos
conceitos no
no trabalho
trabalho
de
Orientação
Sexual.
de Orientação Sexual.
Maria Lúcia e seus alunos, na
Escola Estadual Carlos Molteni,
de Suzano, São Paulo
Ministério da Educação
SECRETARIA
SECRETARIA DE
DE EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO A
A DISTÂNCIA
DISTÂNCIA
CARTA DO EDITOR
Presidente da República Federativa do Brasil
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Executivo
Luciano Oliva Patrício
Secretário de Educação a Distância
Pedro Paulo Poppovic
PROGRAMA TV ESCOLA
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
Conselho editorial
Avelino Romero Simões Pereira
Carmen Moreira de Castro Neves
Cícero Silva Júnior
Claudia Rosenberg Aratangy
Iara Glória Areias Prado
José Roberto Sadek
Lilian Oswaldo Cruz
Pedro Paulo Poppovic
Rogério de Oliveira Soares
Tania Maia Magalhães Castro
Vera Lucia Atsuko Suguri
Coordenador editorial
Cícero Silva Júnior
Edição
ESTAÇÃO DAS MÍDIAS
[email protected]
Editor
Claudio Pucci
Produtora
Márcia Maykot
Colaboradores
Bianca Antunes, Claudia Piccazio,
Doris Fleury, Rachel Dantas
Fotógrafos
Michele Mifano,
Paulo Pepe, Vera Jursys
Projeto gráfico
Elifas Andreato
Edição de arte e produção gráfica
Casa Paulistana de Comunicação
Editoração
Maria Aparecida Alves da Silva,
Narjara Salomão Lara Teixeira
Digitalização de imagens
Paulo Ladeira
Revisão
Gisele Esteves Prado
Fotolito e impressão
Posigraf
A REVISTA TV ESCOLA É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC
Caixa postal 9659
CEP 70001-970, Brasília, DF
fax
(0_ _61) 410.9178
e-mail
[email protected]
[email protected]
site
www.mec.gov.br/seed/tvescola
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 300 MIL EXEMPLARES
COM DELICADEZA
É
difícil lidar com questões ligadas à sexualidade na
escola. Pode ser terrível lidar com manifestações
de sexualidade associadas à agressividade, se não
à violência – fato comum em escolas de todo o
País. É grande, ao mesmo tempo, o risco do
conservadorismo que, ao tentar reprimir essas
manifestações, reprime a própria sexualidade. Não é menor o
risco da omissão, justificada pela impossibilidade de sequer
tocar no assunto, afinal tão delicado. Mas é grande o número
de casos de gravidez precoce e de doenças sexualmente
transmissíveis (as DST), sem falar no perigo permanente da
Aids. O que fazer?
O problema não é só da escola, mas cabe à escola oferecer
orientação sexual – não à toa definida como um dos temas
transversais dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN,
por sua importância e urgência. E é nos PCN que escola e
professores podem encontrar a melhor orientação para refletir
e trabalhar, articulando sua ação com a prática pedagógica.
Leia, por exemplo, o que se diz, na página 301 dos
PCN/Temas Transversais – Orientação Sexual, sobre as
manifestações de sexualidade associadas à agressividade:
“São indicadores da necessidade (dos alunos) de discutir
abertamente um assunto que causa ansiedade, desperta
dúvidas e expressa uma nova vivência para eles: a do
relacionamento sexual.” Ou, na página 311, sobre as
capacidades a serem desenvolvidas nos alunos: entre outras,
“compreender a busca de prazer como um direito e uma
dimensão da sexualidade humana”, “conhecer e adotar
práticas de sexo protegido” ou “proteger-se de
relacionamentos sexuais coercitivos ou exploradores”. E segue.
Não é fácil. Mas muitas escolas estão enfrentando essas
questões, com franqueza e sensibilidade, como relata a
repórter Dóris Fleury na seção Experiências.
O trabalho é desenvolvido por diversos meios: dinâmicas
corporais, programas da TV Escola e, principalmente,
muitas conversas, delicadas.
Claudio Pucci
Neste
número
Nº22
MARÇO
ABRIL
39
SLOGAN
40
E TEM MAIS
2001
5
8
CARTAS
Em Tocantins, a revista
TV E SCOLA é usada para elaborar
sugestões de trabalho com
vídeos; no Rio Grande do Norte, a
programação ajuda a construir
um projeto de intercâmbio.
22
Escolhido o slogan da TV
Escola. Foi sugerido por um
professor de Educação
Física e surfista de
Imbituba, SC. A TV Escola
é, a partir de agora,
“o canal da educação”.
EXPERIÊNCIAS
Orientação Sexual em Dr.
Severiano, interior do Rio
Grande do Norte, e Suzano,
na Grande São Paulo.
Seed lança o novo
Guia de programas da
TV Escola; primeira turma
de professores do
Proformação recebe
diploma; o Salto para o
futuro conquista mais
audiência. E tem mais.
DESTAQUES DA
PROGRAMAÇÃO
São muitas as atrações, como
as séries Quando o mundo
falava árabe, Expresso Brasil e
a divertida Turma da tabuada,
na qual as operações básicas
são ensinadas para alunos do
1º ciclo do ensino fundamental.
FOTO DA CAPA: MICHELE MIFANO
35
ENTREVISTA
A professora Maria Elizabeth
de Almeida explica o que são
projetos e como
trabalhar com eles.
PÁGINA
4 2 ÚLTIMA
Professora deixa a
escola, mas continua
alfabetizando.
Orgulho de ser
conterrâneo
Oi gente! Sou coordenadora na
Escola Profa. Aldenora Alves Correia e
aluna do 3º ano de Pedagogia na Universidade Federal de Tocantins –
Unitins.
Venho por meio desta grande revista parabenizar toda a equipe da TV
Escola pela força que está dando a
todas as escolas do Brasil. Quero também congratular os profissionais e alunos do Centro de Ensino Médio Ary
Ribeiro Valadão Filho, o Arizinho, da
cidade de Gurupi, TO (reportagem
Computador e TV agora juntos, edição
20, de agosto/setembro de 2000).
Parabéns a todos que lutaram com
fé, dignidade e união para instalar as
salas que dão aos alunos mais estímulo ao estudo. A este povo, o nosso
orgulho de sermos conterrâneos. À
equipe da revista TV ESCOLA, o nosso
sincero abraço por nos ter coberto de
alegrias pelo destaque dado a nosso
Estado.
Maria do Carmo Ribeiro dos Santos
EE Prof a. Aldenora Alves Correia,
Tocantinópolis, TO
Não tem reprise
dos filmes nacionais?
Uma salva de palmas: é isso que
merece a iniciativa de passar nossos
bons filmes nacionais. Aproveito a
oportunidade para pedir uma informação: os filmes que passam no domingo são reprisados em algum outro dia?
Estava buscando esta informação no
calendário da programação, mas não
a encontrei.
Os filmes da série a Redescoberta
do cinema nacional são de Escola
Aberta, a programação de fim de semana da TV Escola dirigida à escola e comunidade e não são reprisados durante
a semana.
Queremos língua
estrangeira
Gostaria em primeiro lugar de parabenizá-los pelos excelentes programas exibidos no corrente ano. No entanto, pude perceber que não há programas dedicados à Língua Estrangeira (Inglês) para o ensino fundamental. Os professores da escola onde leciono sentem dificuldade em trabalhar
tal disciplina sem um material de
apoio.
Conceição Celeste de
Almeida Stellet
Auxiliar de biblioteca e videoteca
EE Professora Ruth França,
Magé, RJ
Que bom que você está gostando da
programação. Pena que, por enquanto,
a TV Escola não tenha programação de
Língua Estrangeira.
Dêem mais
ênfase ao uso da
TV Escola
Gostaria que as pequenas cidades, principalmente Caicó, dessem
mais ênfase ao uso da TV Escola; que
alguns problemas técnicos, como falha nos equipamentos, fossem consertados mais rapidamente e que um
professor fosse liberado apenas para
este fim.
Fernando Bueno
Marcos Medeiros
por e-mail
[email protected]
Caicó, RN
[email protected]
Caicó e todas as pequenas ou grandes cidades do País podem contar com
o apoio da Seed, por meio dos programas transmitidos às escolas, da revista
TV ESCOLA, das grades, cartazes, cadernos e livros, dos encontros e oficinas realizados periodicamente nos Estados e,
agora, do curso A TV na Escola e os Desafios de Hoje, que começa a ampliar o
atendimento à demanda dos professores por capacitação.
Com estes recursos e ações, trabalhamos para estimular e orientar as escolas a usar cada vez mais a TV Escola.
Não podemos, infelizmente, reparar
equipamentos – cabe à escola fazer
isso, recorrendo a técnico autorizado,
de preferência da empresa da qual foram comprados os kits. Não podemos
também determinar que um professor
seja liberado para trabalhar só com a
TV – isto depende da escola e da política de recursos humanos dos Estados
e municípios.
As secretarias de Educação podem
ajudar. As estaduais têm, inclusive, profissionais que cumprem a função de coordenadores de educação a distância, a
maioria atuando também como coordenadores da TV Escola. Eles têm feito um
bom trabalho em favor do programa e
das escolas.
Você conhece o coordenador do Rio
Grande do Norte? Fale com ele. É o professor Ivanildo Quirino do Nascimento.
Telefone: (084) 232.1438 ou 232.1436.
E-mail: [email protected].
E leia reportagem, na seção Experiências, sobre o trabalho de uma escola de
Dr. Severiano, em seu Estado.
Questão de minutos
Consultando a grade de programação mensal da TV Escola, constatei que V. Sas. estão usando símbo-
los errados para explicitar a duração
dos eventos. Na realidade, V.Sas. estão utilizando o símbolo para minuto
de arco (‘) e para segundo de arco (“)
de uma circunferência. O símbolo
para minutos e segundos de tempo
deve ser escrito de outra forma; por
exemplo, 60min00s e não 60’00”.
Como tanto a revista quanto a TV Escola estão voltadas para a educação
de milhares de pessoas, achei oportuno fazer este comentário com o intuito de colaborar.
Luiz Carlos Gomes
professor de Física
Colégio Militar e Colégio Anchieta
Porto Alegre, RS
por e-mail
[email protected]
A forma como grafamos o tempo de
duração dos programas é correta, professor. Os sinais usados não integravam,
originalmente, o Sistema Internacional
de Unidades – SI. Mas, consagrados
pelo uso, passaram a ser aceitos desde
a Conferência Geral de Pesos e Medidas de 1969.
Consideramos, além disso, mais simples de ler e anotar, por exemplo, 7’20”,
do que 7min20s.
Programas
disponíveis
em outros canais
Gostaria de pedir que a concorrência fosse deixada de lado e o canal
da TV Escola fosse disponibilizado
também para outras redes de TV por
assinatura, como a Direct TV. Sou
professor universitário e gostaria de
ver certos programas da TV Escola,
pois há muita coisa do ensino médio
COMENTÁRIOS, CRÍTICAS,
DÚVIDAS, SUGESTÕES,
RELA
TOS DE EXPERIÊNCIAS,
RELAT
PROPOST
AS DE
PROPOSTAS
INTERCÂMBIO COM
SEUS COLEGAS
que também é interesse do ensino
universitário. A didática do ensino é
fundamental ao desempenho docente em qualquer nível.
Jairo R. Ferracioli
por e-mail
[email protected]
A TV Escola só é transmitida por satélite banda C, em sinal não codificado e
captado por antenas parabólicas.
Estamos estudando a ampliação da
transmissão de nosso sinal para outros
sistemas, incluindo cabo e DTH (parabólica digital). No momento não estamos autorizados a ceder nosso sinal
para qualquer empresa de televisão por
assinatura.
Temos, no entanto, um convênio de
permuta, firmado com sete emissoras,
que as autoriza a transmitir programas
produzidos pela TV Escola: TV Cultura de
São Paulo, TVE/Brasil, TV Minas, TV Senac, TV Futura, TV Senado, MultiRio,
Sest/Senat e NBR (Radiobrás).
Depois de tanta
expectativa,
me decepcionei
Depois de ter enviado relato da experiência que tive com alunos de 6ª e
7ª séries do ensino fundamental, fui
informado por correspondência que
minha mensagem seria enviada para
a redação da revista TV ESCOLA.
Passados alguns meses recebi
telefonema da repórter Dóris Fleury,
informando que o material iria ser publicado na edição nº 20, faltando
MINHA EXPERIÊNCIA
Criei minhas
próprias receitas
Sou professora da rede pública
estadual do Estado de Tocantins e
atualmente trabalho na videoteca da
Escola Estadual Novo Horizonte.
Acompanho a programação da TV
Escola todos os dias e leio as revistas e cadernos que chegam a nossa escola. São todos de um valor inigualável. Ao tomar conhecimento
das muitas experiências de vários
colegas que estão espalhados por
este nosso imenso país, resolvi enviar também o relato de minha experiência, que desenvolvi juntamente com os professores e coordenadores pedagógicos.
Eu tinha muitos problemas quando
os professores usavam o vídeo com
seus alunos, pois muitos achavam que
ele poderia substituí-los em sala de aula.
Para resolver a questão, comecei a montar sugestões de trabalho a partir da revista TV ESCOLA. E mais: passei a criar
minhas próprias sugestões. Gravei “receitas de bolo” da programação e desenvolvi algumas idéias de como trabalhar a interdisciplinaridade a partir delas.
Tenho também sugestões de como trabalhar com músicas e propagandas. Foi
desta forma que conseguimos aumentar e melhorar muito o uso dos programas, do vídeo e a qualidade do ensino.
ESCREVA
SUA P
ALA
VRA
PALA
ALAVRA
É IMPOR
TANTE
IMPORT
Alaídes Pinheiro da Silva
Escola Estadual Novo Horizonte,
Palmas, TO
POR CORREIO
Caixa Postal 9659,
CEP 70001-970, Brasília, DF
POR FAX
(0_ _61) 410.9178
POR E-MAIL
[email protected]
.br
[email protected]
apenas os originais das fotos, que
foram enviadas com urgência e satisfação. Após algum tempo de expectativa, na certeza de encontrar
um bom artigo na revista, decepcionei-me ao constatar que foi editada
uma resumida carta que, inclusive,
omite dados importantes como o que
se refere a 300 fotografias tiradas
pelos alunos e 40 faixas educativas
espalhadas pela cidade.
Marcos Alves de Andrade
Colégio Sá Nunes,
Vitória da Conquista, BA
Perdoe, Marcos, se o decepcionamos. Houve certamente um mal-entendido na conversa com nossa repórter.
Nem tudo que é enviado pelos leitores à
Redação é publicado, e o que é pode ter
maior ou menor destaque.
Montamos estudos
das experiências
Sou coordenadora e diretora de uma
escola de educação infantil e ensino
fundamental até a 4ª série. Por meio da
revista TV ESCOLA montamos um roteiro
de estudos das experiências relatadas.
Nós nos reunimos, escolhemos um relato ou outro assunto, lemos e abrimos
para comentários e discussões. É uma
análise das práticas apresentadas,
onde podemos discutir erros, acertos,
novos encaminhamentos etc. Paralelo
à leitura, assistimos aos vídeos e com
eles desenvolvemos o mesmo processo de discussão em grupo.
Professores estão
mais capacitados
com o Salto
Nosso colégio, situado no centro
da cidade de Divinópolis do Tocantins,
TO, é a maior escola de ensino fundamental e médio do município. No início de 1998, começamos a gravar os
programas e hoje contamos com um
acervo considerável de fitas. A maior
parte dos professores tem integrado o
uso da TV Escola em seus projetos.
Com o apoio e o esforço conjunto
de direção, coordenação e professores,
a TV Escola vem crescendo em audiência. Buscamos a participação tanto dos
alunos quanto da comunidade local, que
tem a oportunidade de usar os vídeos.
Alunos e professores do colégio João Dias.
No mês de agosto de 1999 foi implantado o Teleposto, possibilitando
mais capacitação e aprendizagem aos
professores e alunos do Magistério, por
meio do programa Salto para o Futuro.
Outro aspecto é a troca de experiência entre escolas. Na revista nº 17, de
maio/junho de 1997, observamos a experiência da Escola de Sobradinho, em
São Thomé das Letras, no sul de Minas.
Ficamos tão encantadas com o trabalho que resolvemos entrar em contato
para um intercâmbio. Eles, prontamente, se dispuseram a nos receber. Viajamos em junho de 2000, com as turmas
de 4a série envolvidas num projeto de
história e cultura da nossa cidade. Foi
uma experiência inesquecível.
Marta Christina Motta Macedo Carvalho
Escola Municipal de Lacerdina,
Carangola, MG
Desde o início do ano
2000, toda a comunidade
escolar mobilizou-se em
torno de projetos interdisciplinares. Dois merecem
destaque: o Retrospectiva
Brasil 500 Anos, que estudou formas de governo,
economia, cultura e literatura brasileiras de 1500 a
2000; e o projeto Água
Limpa, desenvolvido pelas
professoras da 3ª série do
ensino fundamental, juntamente com seus alunos, para a semana do Meio Ambiente.
DÊ SEU NOME COMPLETO, NOME DA ESCOLA, ENDEREÇO, TELEFONE, SÉRIE E
ÁREA DISCIPLINAR. SE NÃO ESTIVER DANDO AULA OU NÃO FOR PROFESSOR, INDIQUE
FUNÇÃO E LOCAL DE TRABALHO, COM NOMES E ENDEREÇOS COMPLETOS TAMBÉM.
Maria José de Araújo Custódio
Orientadora de aprendizagem
Colégio João Dias Sobrinho,
Divinópolis do Tocantins, TO
,
SE PREFERIR
LIGUE PARA
Cartas com telefone ou fax podem ter resposta mais rápida,
SIL
O FALA BRA
independente de publicação na revista.
1
0800.61.616
Visite o site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
ÉTICA
ÍNDIA: REPÚBLICA
DAS CRIANÇAS
Programa selecionado, na Grade
da programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 22 de março
Realização: Point du Jour. França,1999
Direção: J. Klotz
Duração: 25’08”
Colorido
Áreas conexas: Pluralidade Cultural,
Geografia
Indicada para atividades com alunos de 3ª
a 8ª séries
RESUMO
O
NG indiana mobiliza crianças para
reivindicar seus direitos e lutar
contra o trabalho infantil. Elas administram a entidade e são preparadas para,
no futuro, mudar a realidade de seu país.
O documentário mostra problemas da
sociedade indiana, como o casamento
precoce das meninas, discutidos pelas
próprias crianças.
DICAS
T
rabalhar com este programa pode
ser uma boa oportunidade para você
explorar conteúdos do tema transversal
Ética em aulas de História ou Geografia
– especialmente o conteúdo justiça,
como está proposto nos PCN de 1ª a 4ª
(Apresentação dos Temas Transversais
e Ética, pág. 102) e de 5ª a 8ª (Temas
Transversais , pág. 95)
Índia: República das Crianças mostra
a vida de uma população infantil e adolescente que tem grandes dificuldades
de sobrevivência, mas que movimentase, em luta coletiva, para transformar
sua realidade. Mais importante ainda, o
programa possibilita o debate sobre a
8
questão do trabalho infantil – tão familiar, muitas vezes, aos alunos, sem que
seja abordada em sala de aula.
Uma forma de aproximação com a realidade apresentada pelo vídeo é fazer com
os alunos diversas leituras de mapas e
textos. Neste momento, podem entrar em
cena alguns recursos auxiliares, dependendo da série e de seus objetivos:
• Mapa político da Índia para localizar o Rajastão — região indiana onde
aconteceu o Congresso das Crianças
apresentado no programa.
• Mapa-múndi para verificar a distância entre a Índia e o Brasil, e outros países conhecidos pela turma.
• Informações sobre densidade demográfica, índices de natalidade e mortalidade infantil dos dois países. Os dados
podem ser comparados, estabelecendo
semelhanças e diferenças entre as realidades dos dois países.
• Filmes que ampliem o conhecimento
sobre as realidades indiana e brasileira
(Ghandi e Central do Brasil, por exemplo).
• Trechos do Estatuto da Criança e do
Adolescente, para que sejam lidos e compreendidos pelos alunos.
(Se você tem computador e acesso à
Internet, visite sites como o da Unicef para
obter mais rápido o texto do Estatuto:
www.unicef.org/brazil/eca01.htm)
• Trechos da Declaração dos Direitos
da Criança, da ONU.
(Se voce você tem computador e acesso à Internet, visite sites como o da Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da
USP: www.direitoshumanos.usp.br/
principal.html)
Índia: república das crianças
• Entrevista com professores, supervisores, funcionários, pais e diretoria da
escola para coleta de dados sobre o trabalho escolar. Assim, pode-se discutir
os trabalhos diferenciados de alunos e
professores;
• Pesquisas e enquetes com pessoas ligadas a ONGs, igrejas e Conselhos
Tutelares das comunidades, visando levantar dados sobre a situação dos direitos de crianças e adolescentes e, eventualmente, criar projetos solidários para
resolver problemas desta população.
A partir dos dados obtidos neste primeiro momento, o professor poderá lançar uma série de questionamentos aos
alunos para provocar um debate. É importante que eles pensem nas questões
éticas relativas ao trabalho infantil – na
questão da justiça, especialmente –,
porém, sem cair em juízos de valor
apressados e compreendendo plenamente as causas políticas e econômicas deste problema.
No caso deste vídeo, o professor deve
lembrar que esta ONG fez uma escolha
bastante controvertida. As crianças que
ela atende não estão livres do trabalho
infantil. Optou-se por educá-las e conscientizá-las, para que possam lutar pelos
direitos da próxima geração. Será essa
uma escolha correta? Que outras alternativas poderiam ser levantadas?
No programa, muitas crianças trabalham ajudando suas famílias, que, de
outra forma, teriam sérias dificuldades
para sobreviver. Em que este trabalho
infantil é diferente do que acontece, por
exemplo, numa tecelagem? As famílias
devem ser punidas por
utilizar o trabalho de
seus filhos? E o dono da
tecelagem? E os adultos
que, aqui no Brasil, exploram a mendicância
das crianças? E os pais
que colocam seus filhos
para trabalhar na lavoura desde pequenos – às
vezes em trabalhos difíceis e perigosos? Quem
é culpado pela situação
dessas crianças?
TVE SCOLA
DEBA
TE
DEBATE
Dependendo do desdobramento do
trabalho e do envolvimento dos alunos,
os professores poderão organizar um
amplo debate na escola sobre a importância da Educação, com autoridades e
representantes de entidades.
Caso precise de mais informações, entre em contato com o escritório central da
Unicef em Brasília (SEPN 510, Bloco A,
Edifício Inan, 2o andar, Brasília, DF, CEP
70750-530, tel. (061) 348-1900, ou com
a Agência Nacional dos Direitos da Infância (SDS, Edifício Boulevard Center, Bloco A, sala 101, Brasília, DF, CEP 70391900, tel. (061) 322-6508.
Veja também:
Índia no Século 20, exibido na programação
da TV Escola deste bimestre (leia Outras
atrações).
PCN/Temas Transversais – Ética, já transmitido anteriormente.
Leia também:
Trabalho em debate (vários autores, organização de Márcia Kupstas, Editora Moderna, São
Paulo, 1997) da coleção Debate na escola.
ESCOLA EDUCAÇÃO
EDUNET
Série selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 16 de abril
Realização: TV Ontário,Ontário. Canadá, 1997
Direção: David Moore
Duração: 4 programas de cerca de 11’
Colorido
Indicada para atividades de capacitação de
professores de todas as séries do ensino
fundamental
RESUMO
A
Internet, seus recursos e atividades que podem ser desenvolvidas
as partir dela.
TVE SCOLA
São quatro programas:
1. Apresentando a Internet – Mostra
como, e em que momentos, os alunos
podem procurar informações na rede.
2. Passeios virtuais na Internet –
Apresenta estratégias de busca e alguns
sites, como os que permitem dissecar
sapos virtualmente ou fazer um passeio
por um museu.
3. Pesquisando na Internet – Mostra
programas educativos que podem ser
baixados no computador da escola e explica como funcionam os sites de busca.
4. Comunique-se via Internet – Expõe um dos aspectos mais atrativos da
rede: a comunicação a distância por meio
de textos e fotos.
DICAS
O
s programas desta série podem
ser exibidos em reuniões de capacitação de professores, como pretexto
para uma discussão sobre o significado
das tecnologias na tarefa docente.
Após a exibição de cada vídeo, pode-se
fazer uma parada para algumas indagações
importantes sobre o papel do computador
e da Internet na escola: Como incluir o computador e a Internet nos projetos de trabalho? O que muda no papel do professor,
com a presença dos meios tecnológicos?
Como lidar com a autonomia do aluno que,
literalmente, dá as costas ao professor enquanto navega na Internet? Como manter
a prática construtivista na nova situação?
O objetivo da aula de capacitação é
discutir as possibilidades que podem ser
exploradas no processo de ensino-aprendizagem – até para diminuir os receios
do professor em relação à tecnologia.
Assim, os professores podem se apropriar de ferramentas para enriquecer seu
trabalho em sala de aula. Entretanto, é
importante também que eles tenham
consciência da tarefa do educador, que
é a de formar pensadores e construir
uma história com seus alunos – o que
não se faz apenas com as máquinas.
ALUNO SUJEITO
No uso da Internet, cada aluno deve se
colocar como sujeito do processo – se é
que é preciso estimulá-los a isso. A rede
pode então se tornar um instrumento com
Edunet
o qual se busquem informações para ampliar o seu conhecimento da realidade, registrando no computador produções próprias que sistematizem o que aprenderam.
Ao final de uma ou mais reuniões, cada
professor pode ir ao computador e registrar
numa frase o que se aprendeu no encontro. Estas frases poderão ser o início de um
texto coletivo sobre o assunto, trabalhado
no Word e, quem sabe, socializados pela
Internet, com colegas de outras escolas.
CIÊNCIAS
O MACACOHOMEM!
Programa selecionado, na Grade
da programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 19 de março
Realização: La Sept / Ar te, França,
1998.Ar te. França, 1998
Direção: Nathalie Borgers
Duração: 40’
Colorido
Áreas conexas: Ética
Indicado para atividades com alunos de 7ª
a 8 ª séries do ensino fundamental
RESUMO
A
s pesquisas mais recentes sobre
a inteligência dos macacos, particularmente os chimpanzés.
A partir da década de 60, estas pesquisas demonstraram que várias habili-
9
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
dades antes consideradas exclusivamente humanas podem ser aprendidas por
estes animais. Chimpanzés treinados
aprenderam a linguagem dos surdo-mudos, inclusive comunicando-se entre si.
Em experiências posteriores, foram capazes de assimilar um alfabeto de mil
sinais. Também demonstraram ser capazes de raciocínio, inventando soluções
originais para problemas, sem passar
pelo processo de tentativa e erro.
DICAS
Pesquisas recentes na mesma área
abordadas pelo vídeo mostram que os
chimpanzés e outras espécies de macacos muitas vezes vivem em sociedades
sofisticadas, com intrincados códigos de
convivência entre famílias, tribos etc.
Este é um campo novo e fascinante da
Ciência, que dificilmente deixará de interessar os alunos.
Leia também:
Macacos,Macacos (Dráuzio Varella, São Paulo, Coleção Folha de São Paulo, 2000).
DICAS
O
documentário pode ser exibido e
trabalhado por professores de Ciências. É uma chance de introduzir alguns referenciais de Biologia, especialmente na 8a série, para ampliar a visão
científica dos alunos e estimulá-los à continuidade dos estudos.
De acordo com os PCNs, o último ano
do ensino fundamental é um bom momento para que os alunos ampliem sua compreensão da história da vida no planeta e
de sua relação com a Teoria da Evolução.
O documentário também possibilita
aos professores discutir os métodos da
pesquisa científica.
E
ARTE
O S JARDINS DO
PARAÍSO
Programa da série Palhetas,
selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
OUTROS ANIMAIS
Depois da exibição do documentário,
os alunos podem fazer observações e
registros do comportamento de outros
animais; estudos sobre o cérebro humano e seu desenvolvimento; discussões e
leituras da sexualidade animal e humana
(similaridades e diferenças, importância
do vínculo afetivo, função de manutenção
das espécies); importância da comunicação e da linguagem na vida humana.
Transmissão: 23 de abril
Realização: La Sept Ar te. França, / Ar te,
França, 1997 e 1997 / 1990
Direção: Alain Jauber t
Duração: 29’38’’
Áreas conexas: História
Indicado também para atividades com o
ensino médio. alunos de 2ª e 7ª séries do
ensino fundamental
RESUMO
A
O macaco-homem!
10
Os jardins do paraíso
ar te das miniaturas persas: ilustrações de margens, capas e corpo do texto de livros produzidos no Irã
medieval. Nas páginas desses manuscritos, são utilizadas diversas formas
de expressão artística, da caligrafia ao
desenho.
A série Palhetas, à qual per tence
este documentário, aborda diversos
momentos da História da Arte, apresentando produções significativas de
cada período.
ste vídeo é especialmente indicado
para dois momentos do ensino fundamental: a 2a e a 7a série. Ele deve ser
exibido aos poucos, para que o contexto
histórico e os conceitos artísticos que
apresenta sejam discutidos com os alunos. Neste sentido, o professor de História pode planejar um trabalho conjunto
de pesquisa com a 7a, localizando e contextualizando o momento histórico em
que esta forma de arte começa a ser produzida na Pérsia (atual Irã).
Em Ar te, o trabalho pode começar
com uma discussão sobre o olhar estético. Por que o homem tem necessidade
de ornamentar, de tornar belos até os
mais corriqueiros objetos da vida cotidiana? Em seguida, pode-se propor e negociar com a classe a produção de livros
ilustrados.
O objetivo é fazer com que o aluno
perceba a possibilidade de se relacionar
com o livro, não apenas como leitor, mas
também como produtor. Mas o trabalho
tem contornos diferentes, conforme a
série.
INTERESSE VISUAL
Na 2a série, os alunos acabaram de
ser alfabetizados. Quando começam a
escrever, a caligrafia funciona quase
como ilustração de seus desenhos e pinturas. Em crianças dessa idade, o interesse pela parte visual dos livros é muito grande; para eles, são as ilustrações
que narram a história.
Levando isto em conta, pode-se propor que os alunos da 2a série construam livros ilustrados com textos acessórios. As ilustrações poderão combinar
TVE SCOLA
diversos recursos, como colagem, caligrafia, pintura, desenhos etc.
O mesmo tipo de livro pode ser construído pela 7a, tendo como público-alvo os
alunos do 1o e 2o ciclos, e utilizando recursos ainda mais sofisticados. Assim,
eles ganham uma oportunidade de voltar
a este momento da sua aprendizagem.
MEIO AMBIENTE
NEBLINA –
ESTRANHAS ILHAS
NO CÉU
Programa selecionado, na Grade
da programação, para o ensino
fundamental e ensino médio
Transmissão: 8 de março
Realização: Tele Images, França,
1999.Images. França, 1999
Direção: Antoine de Maximy e Henri Herré
Duração: 51’45”
Colorido
Áreas conexas: Ciências, Geografia
Indicado para atividades com alunos de 3ª
e 6ª séries do ensino fundamental
água. O documentário mostra também os
cuidados da equipe científica para não
perturbar, com suas pesquisas, o delicado equilíbrio ecológico da região.
DICAS
O
documentário se adapta melhor ao
trabalho com 3a e 6a série do ensino fundamental – dois momentos onde
o aluno toma contato com o conceito de
cadeia ecológica. Na 6a série, pode-se
também introduzir as noções de simbiose, parasitismo e outras formas de associação entre seres vivos.
Uma boa idéia é levar os alunos a construir – dentro de vasos, aquários etc, –
pequenos ecossistemas com diversas
espécies de plantas e animais, como minhocas ou besouros. Esses hábitats poderão ser observados diariamente pelas
crianças, que registrarão, por exemplo, o
desaparecimento de uma espécie, ou a
predominância de outra sobre as restantes, testando hipóteses para descobrir por
que tudo isso está acontecendo.
Trabalhando em conjunto com a área
temática de Ciências, o professor de Geografia pode levar os alunos a localizar, conhecer e identificar outros ecossistemas
no mundo que apresentem características
interessantes do ponto de vista evolutivo;
ou locais onde existam espécies que pararam de evoluir há muito tempo (uma boa
sugestão é procurar na Oceania).
EQUILÍBRIO ECOLÓGICO
RESUMO
E
xpedição científica franco-americana
visita região da selva amazônica, localizada entre os rios Amazonas e Orenoco. Neste local – isolado há milhões
de anos por suas condições geológicas –
vivem estranhas plantas e animais, cujas inter-relações (simbiose, parasitismo
etc) são muito mais estreitas que as de
outros ecossistemas. Ali é possível
achar, por exemplo, um minúsculo sapo
de três centímetros, com chifres e “mãozinhas”, que salta o estágio de girino e
já nasce pronto. Ou uma espécie que
parece um coleóptero, mas tem guelras
e é capaz de respirar dentro ou fora da
TVE SCOLA
Seria interessante, também, discutir
a postura dos cientistas, que se preocupam o tempo todo em não perturbar o
equilíbrio ecológico da região que estão
visitando. Assim, os alunos serão encorajados a adotar posturas semelhantes
em suas vidas.
Por exemplo, eles podem pesquisar sobre a filosofia do turismo ecológico e levantar locais no Brasil onde ele seja praticado.
Quais são as normas para as visitas dos
turistas nestes locais? Os alunos poderão
levantar um conjunto de regras básicas, a
serem consultadas na próxima vez que fizerem um passeio a uma reserva natural.
Outro aspecto interessante do vídeo é
o trabalho dos cientistas que vão a campo
para colher dados. Esta é uma boa oportunidade para falar da pesquisa científica, tão
necessária e tão pouco valorizada como
opção de carreira. Uma boa idéia é trazer
um pesquisador da área de ciências biológicas (que atue numa universidade, por
exemplo) para conversar com os alunos e
explicar como é o seu trabalho.
Importante
LEIA A GRADE
Escolha os programas que quer usar.
GRAVE OS PROGRAMAS
E guarde as fitas na videoteca para posterior utilização. Para catalogar, você
pode usar como referência o
Guia de programas da TV Escola.
USE EM CAPACITAÇÃO
Todos os programas podem ser usados
como recurso de capacitação e aperfeiçoamento dos professores.
USE COM OS ALUNOS
Nas dicas de atividades com alunos
apresentadas nesta seção, levam-se em
conta objetivos e conteúdos curriculares de cada série do ensino fundamental (ou médio). A maioria dos vídeos
pode, no entanto, ser usada em outras
séries, com diferentes abordagens.
OS PROGRAMAS SÃO
REPRISADOS NAS FÉRIAS
Acompanhe a Grade de férias.
Neblina – estranhas ilhas no céu
11
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
março / abril
SALTO PARA O FUTURO
CIÊNCIAS
Série
Dia
Leitura
Leituras do Brasil
Arte na Escola
Arte na Escola
Educação Infantil
Educação Infantil
Educação Ambiental
Educação Ambiental
Escola e Produção Cultural
Escola e Produção Cultural
Práticas Escolares
Práticas Escolares
Ensino Médio
Ensino Médio: Escola Jovem
5 mar – 9 mar
12 mar – 16 mar
19 mar – 23 mar
19 mar – 23 mar
2 abr – 6 abr
2 abr – 6 abr
9 abr – 12 abr
9 abr – 12 abr
16 abr – 20 abr
16 abr – 20 abr
23 abr – 27 abr
23 abr – 27 abr
30 abr – 4 mai
30 abr – 4 mai
NAVEGANDO PARA
O SUL
Documentário da série Rumo ao
gelo, selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 2 de abril
Realização: New Street
Production,Production. Inglaterra, 2000.
Direção: Haydn Price
Duração: 26’30’’
Colorido
Áreas conexas: Goegrafia,Geografia,
História, Língua Por tuguesa
Indicado para atividades com alunos de
5ª a 8ª séries do ensino fundamental
RESUMO
Leitura
Escola e produção cultural
Reflexão sobre as representações
e práticas de leitura.
O que é produção cultural? Este
programa aborda a cultura em suas
diversas áreas e sua relação com o
cotidiano escolar.
Leituras do Brasil
Uma leitura do País a partir das
narrativas de texto e imagem dos
livros de literatura para crianças e
jovens.
Arte na escola
Discussão sobre a presença da
Arte como área/disciplina no ensino
fundamental, que é garantida pela
Lei de Diretrizes e Bases – LDB.
Práticas escolares
Esta série aborda questões relativas ao cotidiano escolar.
Ensino médio:
Escola jovem
A questão da formação dos profissionais da educação no âmbito da
Reforma do Ensino Médio.
Educação Infantil
O referencial curricular específico para a educação infantil. Os princípios que poderão nortear o trabalho com crianças de zero a 6 anos.
Educação Ambiental
Temas relacionados às possibilidades e aos caminhos para efetivar
a Educação Ambiental nas escolas.
12
◆ O Salto para o futuro é transmitido ao vivo, de segunda a sexta,
das 19 h às 20 h.
◆ Os programas ao vivo são reprisados no dia seguinte, das 11 h às
12 h e das 15 h às 16 h.
◆ Para ter mais informações, consulte na Internet a página
www.tvebrasil.com.br/salto
E
ste primeiro episódio da série Rumo
ao gelo narra a descoberta da Antártida pelo navegador inglês James Cook,
no Século 18, e as diversas expedições
que se seguiram, científicas e comerciais. Desde o início, a Antártida atraiu a
atenção dos europeus, fascinados pelas
imensidões geladas da região. As grandes expedições rumo ao Pólo Sul, já no
século 20, provaram que um dos principais produtos do continente era, na verdade, as suas histórias.
DICAS
O
estudo da Antártida mostra como
uma região aparentemente inóspita pode abrigar espécies muito bem adaptadas ao seu meio-ambiente, como focas,
pingüins, baleias e leões-marinhos. Cada
um destes animais, com seus hábitos migratórios, de caça ou de reprodução, merece ser estudado mais a fundo.
Esta também é uma boa ocasião para
falar de dois fenômenos de degradação
ecológica: o buraco da camada de ozô-
TVE SCOLA
nio e o aquecimento global. Ambos devem afetar profundamente o ambiente na
Antártida. Pode-se sugerir aos alunos
que pesquisem, em jornais e revistas,
artigos recentes sobre estes assuntos.
Em Geografia, eles também podem
procurar dados sobre a presença brasileira no continente, em bases e participando de expedições científicas.
MAP
A DA ANTÁR
TIDA
MAPA
ANTÁRTIDA
A partir destes dados, os alunos podem construir um mapa da Antártida com
trilhas coloridas que indiquem a presença brasileira no local, mostrando o roteiro das expedições já feitas, suas datas
de partida e chegada, escalas etc.
Outro mapa pode ser construído com
o professor de História, mostrando as
famosas expedições para atingir o Pólo –
principalmente as de Roald Amundsen,
Robert Scott e Ernest Shackleton. E um
terceiro ainda pode mostrar a viagem do
explorador brasileiro Amyr Klink, que recentemente navegou 28.800 km em torno do continente.
Estas aventuras são sempre fascinantes – às vezes trágicas. O professor de
Língua Portuguesa pode pesquisar alguns
livros que narrem estas histórias (veja
indicações abaixo) e ler trechos para a
sala. A partir daí, os alunos podem ser
solicitados a escrever a história de suas
próprias aventuras no Pólo Sul.
Leia também:
A pior viagem do mundo – A última expedição de Scott à Antártida, Apsley CherryGarrard, Companhia das Letras, 1999
Endurance, Caroline Alexander, Companhia
das Letras, 1999
Mar sem fim, Amyr Klink, São Paulo, Companhia das Letras, 2000
Veja também:
As Aventuras de Igor na Antártida, programa
já transmitido pela TV Escola (veja outros
títulos no Guia de programas)
DICAS
O
SAÚDE
HEANTOS – UMA
SAÍDA DO INFERNO
Documentário selecionado, na
Grade da programação, para o
ensino fundamental
Transmissão: 17 de abril
Realização: DR TV,TV. Dinamarca, 1999 / 2000
Direção: Jakob Fog
Duração: 42’54”
Colorido
Áreas conexas: Ciências, Ética,
Meio Ambiente, Pluralidade Cultural
Indicado para capacitação de professores
do ensino fundamental
RESUMO
N
Navegando para o sul
TVE SCOLA
Heantos – uma saída do inferno
o Vietnã, organismos internacionais
acompanham o trabalho do cientista que desenvolveu um remédio para curar o vício de ópio e heroína. O filme mostra a desintoxicação de alguns dependentes tratados com esta medicação – o
Heantos. Ela é inteiramente natural, à base
de ervas utilizadas na medicina vietnamita tradicional. Normalmente, os remédios
usados no processo de desintoxicação são
substitutivos da heroína; o Heantos, pelo
contrário, procura limpar o organismo da
droga. Atualmente este remédio constitui
uma grande esperança de cura.
vídeo é especialmente indicado para
a capacitação de professores. Estes
deverão discutir, mais tarde, qual será sua
atuação junto à classe na questão das drogas. Deve-se intervir apenas para alertar
contra os perigos do abuso de substância?
Será preciso discutir também a questão do
prazer proporcionado pelas drogas?
Outras discussões poderão ser abordadas com o grupo de professores: o que
acontece com as pessoas que, como os
personagens do vídeo, se viciam em drogas? Talvez seja interessante pesquisar os
métodos de recuperação de vários tipos de
dependentes – inclusive o alcoólicos.
Outro enfoque é o da biodiversidade. O
Heantos – que pode ser a cura do vício em
heroína – é feito à base de 13 ervas usadas na medicina tradicional vietnamita. E a
patente do remédio já está sendo protegida pela ONU, para que as indústrias farmacêuticas não se apoderem dela.
Os professores podem pesquisar ervas
brasileiras que já são usadas com finalidades medicinais. Além disso, cabe aqui fazer um paralelo com a situação da Amazônia, onde existem tantas espécies que ainda não foram estudadas pela Ciência. Algumas delas talvez possam ser utilizadas,
por exemplo, no combate ao câncer e à
Aids. Mas se forem extintas pelo atual desmatamento da região, nunca poderão ser
usadas. Provoque um debate sobre o assunto, a partir de alguns questionamentos:
• Medicações da importância do Heantos devem ser utilizadas comercialmente por grandes empresas farmacêuticas?
• De quem devem ser as patentes dos
remédios que forem eventualmente encontrados na Amazônia?
13
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
ESPECIAL
nal de um território: o extrativismo, a
mineração e a agropecuária; os povos
que constituem a população amazonense; a formação histórica da região.
Contexto
CIÊNCIAS
OLHO DO
CICLOPE
Série selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 19 de março
Realização: BioMedia
Associates & Castle Builders
Enter tainment, Enter tainment. Estados
Unidos, 1999
Direção: Eric & Bruce Russell
Duração: 12 filmes entre 4’38’’ e
programas de 4’38’’ a 5’30’’
Colorido
Áreas conexas: Meio Ambiente
Indicado para atividades com alunos de 5ª
e 6ª séries do ensino fundamental
RESUMO
S
érie de animação que mostra a viagem da nave Ciclope – conduzida
por uma minúscula tripulação – através
de um lago e, posteriormente, de um jardim. Durante seu percurso, os viajantes
da Ciclope observam o mundo de pequenos seres como plânctons, insetos e
até micróbios.
DICAS
C
om uma pequena quantidade de
água coletada num rio ou lago, ou
mesmo numa poça d’água, já é possível observar ao microscópio muitos dos
seres que são vistos nesta série. Os
alunos de 5a e 6a série do ensino fundamental podem ser chamados a identificar estes organismos.
Os vídeos, que são curtos, também
podem ser utilizados como abertura ou
fechamento de aulas que abordem os
mesmos assuntos.
14
PLURALIDADE CULTURAL
O AMAZONAS DE
MÁRCIO SOUZA
Documentário da série Expresso Brasil, selecionada, na Grade da programação, para o ensino fundamental
Transmissão: 11 de abril
Realização: Pólo de Imagens. Brasil,
1997
Direção geral: Ulisses Andrade
Duração: 28’52’’
Colorido
Áreas conexas: Geografia e História
Indicado para atividades com alunos de
7ª série do ensino fundamental
Objetivos
1. Ampliar o conhecimento sobre o
território brasileiro, focando a realidade da Amazônia, em sua diversidade
natural e sócio-cultural.
2. Discutir e construir com os alunos o respeito às diferentes culturas.
3. Comparar a geografia da Amazônia. Ou as geografias de duas regiões amazônicas, se viverem na
Amazônia.
4. Estabelecer conexões entre os
conceitos de espaço, tempo e relações
sociais, utilizando conhecimentos de
História e Geografia.
5. Desenvolver pesquisas utilizando imagens, registros escritos e diferentes documentos para compreender
a dinâmica da natureza e as transformações nela produzidas pelo homem.
Conteúdos
O urbano e o rural – diferenças entre progresso e exploração; as relações de trabalho e a ocupação irracio-
O estudo de determinadas paisagens naturais e culturais possibilita desenvolver com os alunos maior consciência crítica da realidade. Além disto, amplia a possibilidade de se trabalhar a inserção de cada um, professor
ou aluno, como ser que também pode
atuar e transformar cotidianamente
seu espaço.
A partir da análise das diferentes culturas que compõem a classe, pode-se
discutir a diversidade cultural da Amazônia e do País. O vídeo pode servir também como propostas de trabalho para a
Geografia e a História.
O programa
A Amazônia, reserva natural do planeta, que tem preocupado estudiosos
do mundo inteiro. O documentário introduz conceitos como os de nomadismo,
extrativismo, migração, reserva natural
etc. A partir das imagens da floresta e
de seus habitantes, dos rios e de seus
pescadores, da cidade de Manaus e de
sua arquitetura, e o escritor Márcio Souza, que apresenta o programa, insere
sua análise da História que ali se desenvolve. Aborda a instabilidade política e econômica, a economia baseada
no extrativismo, na pesca e na pecuária e ressalta a transformação histórica e cultural de Manaus, o que possibilita elucidar vários conceitos, como o
da Zona Franca.
Antes da exibição
Antes da exibição do vídeo, o professor de História deverá explicar os motivos ou objetivos pelos quais este programa foi escolhido
Apontar alguns focos de observação
estimula o envolvimento do grupo com a
atividade. O professor poderá registrar
na lousa algumas indagações que organizam esta tarefa, tais como:
TVE SCOLA
• Quais as referências à história da
Amazônia que mais lhe chamam a
atenção?
• Que imagens da população amazônica ficam mais marcantes?
• Quais são as informações mais importantes sobre esta população?
• Qual é o tipo de atividade econômica que mais lhe chamou a atenção?
• Como o meio-ambiente condiciona
a vida dos amazonenses?
• Que tipos de habitações são utilizadas pelas populações ribeirinhas?
• Que informação sobre o rio Amazonas parece novidade?
O Amazonas de Márcio Souza
• O que você destacaria sobre a arquitetura da cidade de Manaus?
• O que você destacaria sobre os meios
de transporte que aparecem no vídeo?
• Dentre as atividades culturais e
de lazer, qual é a que mais lhe chama
a atenção?
• Registre uma manifestação cultural
da população amazônica que seja bem
diferenciada da sua vivência e uma que
seja similar.
Durante a exibição
O professor fará algumas paradas
estratégicas que possibilitem o registro
das observações dos alunos, dúvidas e
ou outras intervenções orais. Deve, também, perguntar o que chama a atenção
no programa.
Após a exibição
Depois do vídeo, o professor pode
aprofundar na história da formação política, cultural e étnica da Amazônia, que
TVE SCOLA
teve vários pontos divergentes do resto
do País. Fazer uma rápida exposição sobre o assunto e professor poderá perguntar à turma onde foi possível perceber
esta diferença no vídeo.
Esta discussão permite que se aborde alguns aspectos da Pluralidade Cultural como Tema Transversal dos PCN,
valorizando a contribuição das diversas
heranças etnoculturais para o País.
Outra questão importante é discutir
com os alunos até que ponto a adaptação ao meio ambiente da Amazônia condicionou as características de sua sociedade. A compreensão das diferentes
formas de relação com o espaço, vividas
por diferentes grupos humanos e as soluções que estes criam para suas vidas
é essencial para que a realidade da Amazônia seja entendida.
Depois disso, o professor poderá dividir a turma em grupos de quatro ou
cinco alunos. Eles deverão, a par tir de
suas anotações do vídeo e da discussão, construir um registro comum, que
será socializado por um relator. Cada
grupo deverá usar papel kraft ou cartolina para expor o seu registro. Estas
observaçoes podem ser copiadas pelos outros alunos.
A outra tarefa será realizada individualmente. Cada aluno deverá reler as observações do caderno e estabelecer relações entre: a realidade da região Amazônica e a de seu próprio ambiente de
vida; as atividades culturais da população amazônica e as suas, as atividades
econômicas do amazonense e as da população do seu entorno etc.
Complementando
Receitas e confecção de comidas típicas, pesquisa e análise de letras de
músicas e poesias sobre o tema; construção e leitura de grandes mapas ilustrados com paisagens do Norte brasileiro; exposição de fotos ou gravuras
das etnias que integram a região.
Rachel Dantas
Assessora pedagógica
Veja também, da programação da TV
Escola, as séries:
PCN / Temas Transversais – Pluralidade Cultural
PCN na escola / Projetos
Lugar e pessoas
e os programas:
Aldeia indígena – Marabá, PA (série Paisagens brasileiras)
Minha escola na Amazônia (série Minha escola),
Yanomamis (série Expedições),
É o pau que rola,
Jaú, um talismã
Festa de Parintins
No Rio das Amazonas
Leia também
PCN, Temas Transversais, Pluralidade Cultural na Formação do Brasil (páginas
152 a 155)
O espaço do cidadão, Milton Santos (Editora Nobel, 1987)
Resultados
A partir dos registros dos alunos, o
professor poderá ter uma avaliação do
envolvimento da classe com o conteúdo, além de perceber seus interesses
e principais dúvidas. Como tarefa de
casa poderá solicitar recortes, de jornais ou revistas, imagens e textos sobre a Amazônia, que serão lidos, discutidos e integrados ao mural com os registros dos grupos.
O Amazonas de Márcio Souza
15
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
HISTÓRIA
QUANDO O
MUNDO FALA
VA
ALAV
ÁRABE
Série selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 26, 27 e 28 de março
Realização: M5,M5. França,
1999.
Direção: Philippe Calderon
Duração: 12 x 26’
Colorido
Áreas conexas: Geografia, Ar te, Língua
Por tuguesa, Ética, Ciências
Indicado para atividades com alunos do
ensino fundamental de 6 ª e 7ª séries
RESUMO
S
érie que mostra, com riqueza de detalhes e imagens, o apogeu do mundo
árabe, do século 9 ao 12, e sua profunda
influência na cultura européia nos séculos
seguintes – inclusive no Renascimento.
DICAS
A
série compreende vários vídeos,
mas merece ser vista em sua íntegra – mesmo que seja em vários momentos ao longo do ano. Ela é especialmente
recomendada para as 6as e/ou 7as séries
do ensino fundamental, que já dominam
o conceito de Idade Média. Quando o mundo falava árabe ajuda a estudar este período por outro ângulo, afastando-se também da noção de que “nada aconteceu”
nesta época – na verdade, uma das mais
movimentadas da História.
O trabalho conjunto de História e Geografia permitirá traçar mapas do império
árabe (em seu auge, este império estendia-se da Península Ibérica à Índia). Os alunos poderão confeccionar três tipos de
16
mapas: do domínio árabe através dos tempos; da distribuição atual dos povos árabes pelo mundo; e, para finalizar, um
mapa da imigração destes povos para o
Brasil. Neste último trabalho, a idéia será
localizar os países de onde vieram os árabes, e sua distribuição geográfica no país
de destino.
P AIS E AVÓS
Neste ponto do trabalho, se algum aluno tiver pais ou avós árabes, poderá convidá-los para uma visita à classe, na qual
possam falar da sua vida no país de origem, da imigração e da sua história no
Brasil. Depois da aula, os alunos poderão
produzir textos sobre o que eles conhecem
da presença árabe no país.
Esta é uma boa ocasião para que o
professor de História sensibilize seus
alunos para o conceito das Cruzadas –
talvez o mais desastroso evento da história das relações entre o mundo árabe
e o ocidental. Vale também introduzir a
idéia de que a História pode ser contada
sob diversos ângulos. O ponto-de-vista
sob o qual estudamos as Cruzadas, por
exemplo, ou a própria Idade Média, é o
da Europa Ocidental. A própria visão que
temos do Oriente foi, na verdade, construída pelo Ocidente. O vídeo, combinado com textos de historiadores árabes
do mesmo período, pode ajudar a construir uma visão alternativa deste momento histórico.
Leia também:
Edward Said, Orientalismo – O Oriente como
invenção do Ocidente, São Paulo, Companhia das Letras, 1990.
Quando o mundo falava árabe
SAÚDE
ESPREIT
ANDO NA
SPREITANDO
ESCURIDÃO
Documentário selecionado, na
Grade da programação, para o
ensino fundamental
Transmissão: 17 de abril
Realização: SFRS, Foundation Nicolas
Hulot,Hulot. Canadá, 1998
Direção: Marcel Lecaudey
Duração: 26’55”
Colorido
Áreas conexas: Geografia, Ciências, História
Indicado para atividades com alunos de
2ª a 8ª séries do ensino fundamental
RESUMO
A
devastação da natureza abre caminho para o recrudescimento de velhas endemias dos países latino-americanos, como a doença de Chagas, que mata
50 mil pessoas por ano nessa região.
Hoje, casos de Chagas já podem ser encontrados, por exemplo, nas regiões andinas do Peru, ou na Guiana Francesa.
DICAS
E
xibido aos poucos, com paradas
para discutir e fixar novos conceitos,
este vídeo pode ser trabalhado em todas as classes
do ensino fundamental a
partir da 2a série. Para abrir
caminho à discussão sobre
a saúde pública, pode-se
utilizar como material de
apoio o programa da TV
Escola Doença de Chagas,
da série Viva legal.
Um bom começo para o
trabalho é pedir aos alunos
que levantem outras doenças evitáveis que vitimam
TVE SCOLA
milhões de brasileiros, todos os anos: malária, leishmaniose, hanseníase, verminoses etc. Divididos em grupos, os alunos
poderão pesquisar os principais dados
destas doenças: agente transmissor, sintomas, tratamento, formas de prevenção
e principais regiões afetadas pelo problema. Em Geografia, pode-se inclusive construir um mapa das endemias.
O grupo terá também a tarefa de explicar como a miséria e a ignorância – e,
mais recentemente, o problema ecológico – ajudam a propagar a doença.
TUBERCOLOSE
Como informação suplementar, o professor poderá trazer para a classe dados
sobre o ressurgimento da tuberculose –
moléstia que tinha sido quase erradicada, mas que está ressurgindo no rastro
da epidemia de Aids e da pobreza.
Estas pandemias poderiam ser facilmente combatidas com a educação da
população, medidas de profilaxia estimuladas pela rede pública de saúde e aten-
CARTILHAS
Para fechar o trabalho, os alunos poderão fazer cartilhas de prevenção das
doenças. Este trabalho pode conter também algumas informações – pesquisadas junto a órgãos como o SUS (Sistema Unificado de Saúde) e a Sucen (Superintendência de Controle de Endemias)
– sobre o que está sendo feito para combater as endemias na região em que vivem os alunos. Este também pode ser
um bom ponto de partida para começar
um trabalho de prevenção às DSTs/Aids
com seus alunos. Para conseguir material sobre o assunto, você pode procurar
a Coordenação Nacional de DST/Aids, no
endereço: Ministério da Saúde, Esplanada dos Ministérios, Bloco G, sobreloja,
CEP 70058-900, Brasília, DF, tel. (061)
315-2257 ou 315-2426.
Em relação à área temática de História, vale conhecer o trabalho de epidemiologistas brasileiros como Oswaldo Cruz e o próprio Carlos Chagas. Uma
boa fonte de informação sobre a epidemiologia nacional, passada e presente,
é o site www.fiocruz.br, da Fundação
Oswaldo Cruz.
Veja também:
A revolta da vacina, transmitido pela TV Escola Escola (consulte o Guia de programas)
Espreitando na escuridão
dimento médico rápido e eficiente. O vídeo é uma boa oportunidade para debater a questão da saúde pública com os
alunos, e como ela depende de políticas
em larga escala, promovidas pelo Estado. Pode-se demonstrar, por exemplo, que
a prevenção de doenças evitáveis custa
mais barato aos cofres públicos do que o
tratamento destas doenças.
O trabalho comunitário na área de
saúde também pode fazer muito para
resolver este problema. Os alunos podem pesquisar quais são as entidades,
na região, que se dedicam a este tipo
de trabalho. Elas também atuam em educação sanitária? Como? O que pode ser
feito para ajudá-las?
TVE SCOLA
O R I E N TA Ç AO S E X U A L
VOCÊ EM ESPECIAL
Documentário da série Crescendo,
selecionada, na Grade da
programação , para o ensino
fundamental
Transmissão: 12 de março
Realização:. NFB of Canada / Pacific
Production, Canadá, 1989
Direção: Moira Simpson
Duração: 3 filmes entrede 16’52” e a 19’45”
Colorido
Áreas conexas: Ética
Indicado para atividades com alunos de
4ª e 5ª séries do ensino fundamental
RESUMO
E
ste vídeo faz parte de uma série canadense Crescendo, que aborda a
questão da sexualidade, discutindo conceitos como afetividade, amizades e respeito ao outro. Através de dramatizações,
O QUE DIZEM OS
PARÂMETROS
“A função docente exige do professor uma série de condutas que o farão
reconhecido como alguém que utiliza o
seu saber e o seu poder como um recurso para o bem da coletividade com quem
trabalha, fazendo bem o que lhe compete. Exige, além disso, determinadas
virtudes, qualidades que poderão auxiliá-lo no dia-a-dia, como a humildade, a
curiosidade, a coragem, a capacidade de
decidir e de colocar limites, comprometendo-se na busca dos objetivos que se
propõe.
“(...) O professor e os adultos que
convivem com o aluno na escola precisam estar atentos, especialmente para
os aspectos que envolvem as relações
pessoais no interior do processo de ensino e aprendizagem. A atenção, a afeição, a amizade, o distanciamento, a
omissão, contribuem para a formação de
atitudes desejáveis ou não. Ao longo de
sua vivência na escola o aluno desenvolve uma série de idéias sobre o papel dos
adultos, posicionando-se frente a esse
papel de acordo com as respostas que
recebe nas diversas situações. O comportamento dos adultos funciona, muitas
vezes, como modelo, afirmado ou negado pelos alunos. (...)”
Parâmetros Curriculares Nacionais,
5ª a 8ª séries – Temas Transversais –
Ética, págs. 77-78
17
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
QUEBRA DE ROTINA
Você em especial
Você em especial trata da pressão do ambiente e dos amigos para adotar determinados comportamentos – por exemplo, isolar um colega. Este é um problema que começa na infância e tem reflexos decisivos na adolescência.
DICAS
O
filme pode ser trabalhado na 4a
ou 5a série – uma fase particularmente difícil para o relacionamento entre as crianças. Brigas constantes, formação de grupos fechados e isolamento de certos alunos são problemas sérios nesta época.
O problema afeta a dinâmica da classe, e pode ter reflexos ruins na vida das
crianças. Por exemplo, o hábito de fazer
determinadas coisas apenas por pressão
do grupo pode impedir o adolescente,
mais tarde, de fazer escolhas próprias.
O procedimento correto é que este
programa seja visto primeiramente numa
reunião para capacitação de professores,
que poderão discutir o que está acontecendo nesta área em suas classes. O
professor deve se conscientizar que faz
parte do seu trabalho conversar e procurar intervir nestas difíceis situações da
pré-adolescência.
O trabalho em classe pode começar
com a discussão de determinadas questões. Meninos e meninas podem brincar
juntos? Como é brincar com meninas? E
com um colega que não é tão popular?
Por que adquirimos preconceitos em relação a determinadas pessoas?
Ter um “melhor amigo” é muito bom.
Mas será que não posso ter amizade
também com outras pessoas? Não dá
para conviver com diversos indivíduos,
em diversos momentos?
18
Depois de discutir essas questões, o
professor pode fazer várias dinâmicas
para quebrar a rotina da classe. Por
exemplo, mudar o cenário da sala de
aula. Num dia qualquer, cada aluno sentará de acordo com um bilhete numerado que receberá na porta – como se faz
no teatro. Isso possibilita quebrar hábitos e conhecer novas pessoas.
Outra proposta com a mesma finalidade é o jogo do mico. No tradicional
jogo de car tas, retira-se o mico e distribui-se as cartas pela classe. Conforme
a carta recebida, o aluno deverá procurar o seu “par”, com o qual deve se
sentar naquela aula.
Com a mesma finalidade, a classe
também pode se sentar com as cadeiras em círculo. Também é possível organizar uma aula ao ar livre ou um piquenique, quebrando a rotina das relações do dia-a-dia. Tudo isso serve para
desenferrujar o grupo; são atividades
que podem levar à quebra de preconceitos, à desestruturação das panelinhas,
e até a novas amizades.
RESUMO
S
érie de pequenos filmes de animação de argila, que acontece a bordo de um barco. Ali, a tripulação tem
como tarefa cuidar dos passageiros, que
são animais de várias espécies. Através
de situações da história – e até de recursos como a dança e o malabarismo –
A turma da tabuada introduz conceitos
matemáticos como a utilidade dos números, a soma, a subtração, a multiplicação, a propriedade comutativa e até as
incógnitas.
Turma da tabuada
DICAS
M AT E M Á T I C A
TURMA DA
TABUADA
Série selecionada, na Grade da
programação, para o ensino
fundamental
Transmissão: 5, 6 e 7 de março
Realização:. Channel 4 Learning.
Inglaterra,1998.
Direção: Susie Nott-Bower e Alison
Stewar t
Duração: 30 episódios entre 7’10” e 8’45”
Colorido
Indicado para atividades com alunos da 1ª
série do ensino fundamental e também da
educação infantil
A
criança somente se apropria dos
conceitos necessários à construção do conhecimento, se estes estão vinculados a situações concretas e ao contexto geral do seu dia-a-dia. Daí a necessidade da professora desenvolver em
sala de aula propostas conectadas com
as coisas, idéias, eventos e relações da
vida diária das crianças.
A turma da tabuada – que poderá ser
usada tanto na educação infantil quanto
na 1a série do ensino fundamental – pode
auxiliar o processo.
Neste sentido, a partir de 4 anos de
idade, a professora pode dividir responsabilidades com os alunos nas atividades de organização da classe que demandem alguma distribuição ou guarda
de material. Por exemplo, distribuir folhas
de desenho, lanches, copos, canetas
TVE SCOLA
coloridas, giz de cera, argila, massinha,
materiais de sucata etc, recolhê-los e
guardá-los em locais apropriados. Nesses momentos, pode-se começar a trabalhar quantidades.
RESUMO
E
DESAFIOS
Algumas solicitações mais complexas
podem ser feitas às crianças, transformando-as em desafios importantes. Por
exemplo: pedir que tragam o número
suficiente de copos ou outros materiais
para distribuir a todos na classe; ou pedir que tragam dois ou três materiais
específicos para cada um dos colegas.
Os desafios podem ser aumentados gradualmente, de acordo com as necessidades do trabalho da classe. Ao mesmo
tempo, deve-se estimular as crianças a
se envolverem e a construírem diversas
formas de contar, distribuir, arquivar, organizar. Assim, elas poderão expor suas
idéias próprias sobre a Matemática e trocá-las com os demais colegas.
Na vida diária da sala de aula, há muitas situações que favorecem este trabalho. Por exemplo, registros em cartazes,
coletas de dinheiro ou outras tarefas, tais
como arrumações da sala; votações, formação de subgrupos de alunos para trabalhos ou jogos; contagem do grupo que
irá a uma excursão etc. Sempre que surgir uma situação destas, as crianças poderão se responsabilizar pela contagem,
com a ajuda da professora.
Atividades lúdicas como o jogo de
bolinhas de gude ou de boliche podem
ser propostas para se trabalhar quantidades e registros de números. Pode-se
criar jogos para esconder determinadas
quantidades de objetos ou descobrir erros nas figuras.
BRINCADEIRAS
O vídeo traz também algumas brincadeiras que podem ser exibidas para as
crianças, estimulando-as a viver propostas similares em sala de aula. A professora poderá, por exemplo, construir um
barco de caixa de papelão, para iniciar
uma viagem imaginária com as crianças;
a cada porto, somente poderá descer ou
subir no barco um determinado número
de passageiros.
TVE SCOLA
Turma da tabuada
As crianças também podem construir
um caminho de trilha com várias “casas”
em torno da escola. Depois, brincam com
quantidades simples de casas para avançar ou voltar. Enfim, o professor pode
trabalhar com tudo o que favoreça a imaginação e o desenvolvimento da estrutura do pensamento matemático.
Como os programas são cur tos, é
possível utilizar várias inserções do vídeo em determinados momentos do processo de trabalho. Nos vídeos, a introdução de quantidades maiores e operações mais sofisticadas é gradual, favorecendo inclusive a sistematização no
final da aula.
m Moçambique, Celso Magumbe,
um jovem surdo-mudo que se mobiliza para ajudar outras pessoas como ele.
Na escola, Celso passou por muitas dificuldades. Isso porque o sistema de ensino obrigava os surdos-mudos a aprenderem a falar. Hoje, Celso luta pelos direitos dessas crianças, para que elas
possam aprender a linguagem de sinais
e par tir para uma aprendizagem mais
rápida e eficiente.
Da série Os sonhadores, sobre jovens
de vários países que fazem trabalho social voluntário.
Importantee
Important
LEIA A GRADE
Escolha os programas que quer usar.
GRAVE OS PROGRAMAS
E guarde as fitas na videoteca para posterior utilização. Para catalogar, você
pode usar como referência o Guia de
programas da TV Escola.
USE EM CAPACITAÇÃO
Todos os programas podem ser usados
como recurso de capacitação e aperfeiçoamento dos professores.
USE COM OS ALUNOS
ÉTICA
OS SONHADORES /
MOÇAMBIQUE
Documentário da série Os
sonhadores, selecionada, na
Grade da programação , para o
ensino fundamental
Transmissão: 20 de março
Realização:. The Multimedia Group of
Canada. Canadá, 1997
Direção: Luc Côté e Robbie Har t
Duração: 30’
Colorido
Áreas conexas: Geografia, Pluralidade
Cultural, Educação Especial
Nas dicas de atividades com alunos
apresentadas nesta seção, levam-se em
conta objetivos e conteúdos curriculares de cada série do ensino fundamental (ou médio).
A maioria dos vídeos pode, no entanto, ser usada em outras séries, com
diferentes abordagens.
OS PROGRAMAS
SÃO REPRISADOS
NAS FÉRIAS
Acompanhe a Grade de férias.
A TV ESCOLA NÃO
DISTRIBUI FITAS
Indicado para capacitação e atividades
com alunos de todo o ensino fundamental
19
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
DICAS
V
ale a pena ver o vídeo em aulas
de capacitação de professores,
com alunos de qualquer série do ensino
fundamental e também médio. Assim,
este público poderá tomar contato com
uma realidade que poucos conhecem de
perto – a dos surdos-mudos.
Durante a exibição, seria fundamental fazer algumas paradas para que os
alunos comentem o que estão sentindo.
Eles já viveram algo parecido? Têm algum conhecido, amigo ou parente com
dificuldades similares? Já conhecem a
linguagem dos sinais?
O professor pode chamar um especialista em Educação Especial para ensinar algumas noções básicas dessa
linguagem. A professora poderá propor
desafios de comunicação cada vez
mais difíceis nesta linguagem. Pode desenvolver também atividades que envolvam criação de sinais próprios, mímicas etc.
SEM SOM
Uma boa idéia seria retirar o som do
filme e exibir algumas partes dele, nas
quais o protagonista se expressa com
sinais. A partir daí, os alunos tentarão
entender o que Celso está dizendo.
Juntamente com o especialista em
Educação Especial, pode-se levar os alunos a discutir as melhores formas de
trabalhar a questão dos surdos-mudos
na escola. Eles devem estudar junto
com outros alunos? Aprender a lingua-
Os sonhadores / Moçambique
20
OUTRAS AT
ÉTICA
HERDEIROS DO
VODU
Os sonhadores / Moçambique
gem falada, ou a linguagem dos sinais?
Indo um pouco mais longe nessa discussão, pode-se questionar o que representa melhor a integração dos surdosmudos à sociedade: o respeito às suas
diferenças individuais (os sons não significam nada para os surdos), ou a comunicação a qualquer custo com as
pessoas que escutam normalmente?
Qual é o lugar que a sociedade reserva
a essas pessoas?
Pode-se ressaltar, também, a inadequação da escola de Celso, que em vez
de trabalhar a partir das necessidades
dos alunos surdos, e de enfrentar junto com eles os seus problemas, afasta-se desses alunos; conseqüentemente, não consegue envolvê-los no processo de aprendizagem. É importante
ressaltar que, hoje em dia, a política
adotada no sistema educacional brasileiro favorece a inclusão dos alunos
especiais, como surdos-mudos. A idéia
é que estas crianças e adolescentes
não sejam isoladas em escolas especiais, e sim que a escola se adapte para
recebê-los.
Este é um bom
momento para que o
professor de Geografia chame a atenção
para a língua falada
em Moçambique: o
português. Ele pode
levantar outros países do mundo onde
nossa língua também
é falada, dando aos
alunos uma noção da
comunidade lingüística portuguesa.
Transmissão: 22 de março
Áreas conexas: História, Geografia
Assim como o candomblé e a umbanda brasileiros, o vodu é uma religião
de origem africana que veio para as
Américas com os escravos. É impossível
entender a cultura haitiana sem conhecer o vodu.
Sua riqueza cultural contrasta fortemente com a miséria do Haiti, um dos
países mais pobres do mundo.
DICAS
O programa pode ser explorado em
História para traçar um breve panorama
da evolução do Caribe. As razões da pobreza de países como o Haiti ou a Jamaica podem ser encontradas na sua história
colonial. Estas ilhas foram ocupadas pelos europeus para serem apenas entrepostos da agricultura e do comércio colonial,
povoados principalmente por escravos.
Vale a pena traçar um paralelo com
a economia colonial brasileira, que teve
importantes semelhanças e diferenças
com a do Haiti.
Herdeiros do vodu
TVE SCOLA
RAÇÕES
Índios no Brasil
Este também é um bom momento para
tratar do tema transversal Pluralidade Cultural, falando das religiões afro-brasileiras,
seguidas por uma importante parcela da
população do País, de diversas origens étnicas. Que idéias têm os alunos sobre essas religiões? Quais são seus rituais? Como
elas se desenvolveram no Brasil?
Duas graves questões de ética são colocadas por estes documentários. Primeiro: é
justo que alguém seja manipulado a partir
de sua crença religiosa? Segundo: religiões
de origem africana recebem no Brasil o mesmo respeito que outras, de origem branca?
Nestes debates, o professor deve ser cuidadoso para não colocar em discussão as crenças religiosas de cada aluno; ao contrário,
deve orientar a conversa para valores como
respeito ao próximo e tolerância.
PLURALIDADE CULTURAL
ÍNDIOS NO BRASIL
Série, 10 programas
Transmissão: 18, 19 e 20 de abril
Áreas conexas: História, Geografia,
Língua Portuguesa, Arte
RESUMO
Quem são, como vivem e o que pensam os índios do Brasil, representados por
nove povos de diferentes regiões. A série
é apresentada e comentada por Aílton
Krenak, e tem depoimentos de outros líderes indígenas como ele. Seu enfoque
privilegia a diversidade cultural dos índios, freqüentemente vistos pelos brancos
como um único povo.
TVE SCOLA
DICAS
Esta série pode ser utilizada em trabalhos de capacitação de professores, e
servir para um trabalho em classe com as
mais diversas áreas temáticas: História,
Arte, Geografia, Língua Portuguesa. Além
disso, ela permite lidar com os temas
transversais Pluralidade Cultural, Ética e
Meio Ambiente.
Em História, pode-se promover um estudo dos diversos momentos em que o índio foi vítima de genocídio – relacionandoos com a economia da época. Por exemplo,
a matança dos índios do litoral para dar
espaço aos brancos, na época do Descobrimento; ou a caça aos povos do interior, um
pouco mais tarde, para transformá-los em
escravos; ou, ainda, os assassinatos de índios nas áreas de garimpo.época. Esta é
uma boa ocasião para discutir a questão
do progresso econômico, quando este entra em conflito até com a sobrevivência de
uma determinada etnia.
Que tribos desapareceram nestas épocas, ou ainda estão desaparecendo? Quais
eram seus costumes e sua identidade cultural? Ainda guardamos traços da sua
existência em nossa cultura? E como vemos o índio, hoje em dia? Seria interessante, antes de assistir o vídeo, cultura?
levantar algumas idéias que os alunos
possuam deste segmento do povo brasileiro, e confrontá-las com a realidade mostrada em Índios no Brasil.
Em Geografia, pode-se promover um
levantamento e estudo das terras às quais
o índio tem direito e explicar porque povos nômades precisam de mais espaço que
os sedentários.
Em Arte, é possível estudar a cerâmica marajoara, e fazer trabalhos a partir
dessa inspiração.
Em Língua Portuguesa, pode-se preparar uma
coletânea, com textos dos
próprios alunos recontando as principais lendas indígenas.
Uma idéia interessante é levantar os mitos de
criação do mundo encontrados em diversas culturas indígenas, e comparálos com os mesmos mitos
presentes na cultura dos
negros e dos europeus
que também povoaram o
Brasil.
Veja e grave ainda:
VIAGEM AO
PLANET
A TERRA
PLANETA
Os programas desta série lidam com
a questão do desenvolvimento sustentável e do meio ambiente, e colocam uma
importante pergunta: até onde poderemos contar com os recursos naturais da
Terra, se mantivermos os padrões de consumo de hoje? Para responder a essa pergunta, Planeta Terra discute problemas
como o gasto desordenado de energia e
de água e a explosão populacional.
REVIST
A LITERÁRIA
EVISTA
Revista literária é um espaço aberto
a escritores brasileiros, para que eles falem de sua própria obra, e da literatura
em geral. Quatro edições deste programa,
cada qual com uma dupla de autores, serão exibidas neste bimestre. Os alunos poderão conhecer Carlito Azevedo e Afonso Henriques Neto; Aguinaldo Silva e Filipe Miguez; Ivanir Calado e Gérson LoddiRibeiro; e Carlos Nejar e Marco Lucchesi.
ÍNDIA NO
SÉCULO 20
A complexa realidade da Índia é o
tema deste documentário, que mostra a
origem e o desenvolvimento do sistema
político indiano. O programa analisa o fim
do domínio inglês sobre o país, e discute
alguns dos seus problemas estruturais: o
sistema de castas, a rivalidade com o Paquistão, e as divisões religiosas.
Índia no Século 20
21
ORIENTAÇÃO
SEXUAL,
com delicadeza
Escola de Dr. Severiano, no interior do Rio Grande do Norte, cria o
programa Viva Melhor para enfrentar problemas relacionados à
sexualidade de seus alunos. Usa programas da TV Escola, dinâmicas
corporais e muitas conversas, em que predominam questões como
auto-estima, afetividade e respeito ao outro.
Reportagem: Dóris Fleury
Fotos: Vera Jursys
elliane, 13 anos, dá a notícia ao namorado:
– Antônio, estou grávida... O que a gente vai fazer?
Assustado, Antônio, da mesma idade,
rebate:
– Grávida? Mas como vou saber se esse
é meu?
Ora, eu só transei com você!
É nada, você saiu com outros!
Mentira!
Saiu com muitos, um monte, não tem nem soma!
K
filho
–
–
–
–
O bate-boca prossegue por alguns minutos, testemunhado pelos alunos da 7a série matutina da Escola
Estadual Cristóvão Colombo de Queiroz, em Dr. Severiano, Rio Grande do Norte. Mas ninguém se alarma.
Kelliane Grace Fernandes e Antônio Wellington estão
fazendo uma dramatização, depois de ver o programa
da TV Escola Gravidez na adolescência, da série Viva
legal, e participar de um debate sobre o assunto.
Outras situações parecidas são encenadas na classe
e, depois de muita discussão, a professora de Ciências,
Orlandy Bento, encerra a dinâmica com duas observa-
22
ções. Primeiro: cada um tem o direito de decidir quando está preparado para ter relações sexuais, sem precisar ceder, por exemplo, à pressão dos amigos. Segundo: as pessoas têm o direito de determinar se querem ou não ter filhos e quando. Daí a importância de
conhecer os métodos anticoncepcionais.
As dinâmicas fazem parte do programa de orientação sexual Viva Melhor, que começou no início de
2000, aqui na Cristóvão Colombo. O Viva Melhor não
se limita a assuntos como gravidez na adolescência,
prevenção de doenças sexualmente transmissíveis,
Aids ou abuso de drogas. O plano das irmãs Maria
Dalvaci Bento e Maria Leci Bento Gonçalves, professoras da TV Escola (leia quadro), é discutir também
questões como auto-estima, afetividade, respeito ao
outro, amizade, família... e, é claro, o machismo de
gente como o “futuro pai” Antônio.
INSPIRAÇÃO NO SALTO
Em Dr. Severiano, como em todo o País, não são
raros os casos de iniciação sexual e gravidez precoces, doenças sexualmente transmissíveis e abuso de
TVE SCOLA
O Programa Viva
Melhor
trouxe muitas
novidades
para o cotidiano da
Escola Cristóvão
Colombo.
Agora, as
dramatizações
sobre assuntos
como sexualidade,
DST ou drogas se
integraram à rotina,
como parte do
trabalho de
Orientação Sexual.
Nesta dinâmica
(à direita), uma aluna
faz o papel de mãe
adolescente.
As dramatizações
contam com um
público entusiasmado.
Durante as
apresentações,
os alunos participam
ativamente, assistindo
e até dando
palpites na história
encenada pelos colegas.
TVE SCOLA
23
ORIENTAÇÃO
SEXUAL
com delicadeza
Oficinas de
conhecimento do
corpo no trabalho
de Orientação
Sexual.
drogas. As famílias têm dificuldade para
enfrentar estas questões. Ou não sabem,
simplesmente, o que fazer.
Um programa de orientação sexual é
necessário e urgente, concluíram as professoras. “Percebemos que não tínhamos nenhum programa de prevenção e não podíamos esperar que chegasse um prontinho
por aqui”, conta Dalvaci que, desde 1992,
faz capacitação com o Salto para o Futuro.
Para fazer uma proposta ela consultou material sobre as séries do Salto. Leu
também textos sobre o tema transversal
Orientação Sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais e pesquisou apostilas
do Curso de Formação para Professores
em Exercício – Proformação.
No começo de 2000, as professoras da
TV Escola exibiram a seus colegas cinco
programas da série Saúde: prevenir é sempre melhor, do Salto: Escola e comunidade, Gravidez e adolescência, Prevenção ao
abuso de drogas, Gênero e prevenção, Violência e cidadania. Da discussão provocada pela série, nasceu então o programa
Viva Melhor.
PROFESSOR
DA TV ESCOLA
No Rio Grande do Norte, a Educação conta com um profissional muito importante: o professor orientador da telessala, hoje
chamado nas escolas estaduais de “professor da TV Escola”.
Esta função, instituída por portaria em 1997, garante o melhor
aproveitamento do programa. “Assim, impedimos que a TV Escola caia nas mãos de burocratas”, diz o coordenador de Desenvolvimento Escolar da Secretaria da Educação, Cultura e Desportos do Rio Grande do Norte, José de Castro.
Professores como Dalvaci e Leci ficam totalmente dedicados ao programa TV Escola. Fazem gravações, organizam o acervo e criam roteiros para a utilização dos vídeos.
A portaria prevê que as escolas que tenham de 100 a 500
alunos devem ter um docente dedicado à função; de 501 a 1.500
alunos, dois professores; e, a partir de 1.500 alunos, um professor por turno (manhã, tarde e noite).
“Mas isso ainda é pouco, porque nas escolas com menos de
1.500 alunos um turno sempre fica descoberto”, diz o coorde-
24
As irmãs Leci e Dalvaci planejam o trabalho com a TV Escola
desde o primeiro dia do ano letivo.
nador de Educação a Distância e da TV Escola do Rio Grande
do Norte, Ivanildo Quirino do Nascimento. “Queremos mudar
esta portaria para garantir um professor por turno.”
TVE SCOLA
ORIENTAÇÃO
SEXUAL
com delicadeza
SALTO É
TRADIÇÃO
CAIXA DE PERGUNTAS
Na primeira parte do Viva Melhor, intitulada O adolescente e a sexualidade: uma
abordagem inicial, havia uma “caixinha de
perguntas”, onde os alunos, anonimamente, depositavam papeizinhos com suas
dúvidas sobre o tema. As respostas, mais
tarde, iam sendo trabalhadas pelos professores, em diversas áreas temáticas.
Enquanto os professores de Ciências
se encarregavam da parte mais informativa do projeto, os de Arte faziam dinâmicas que trabalhavam a auto-estima, a imagem corporal e ensinavam os alunos a
conhecer seu próprio corpo.
“Depois que eles ficaram conhecendo
o nome correto de certas partes do corpo, pararam de dizer tantos palavrões”,
observa a professora Núbia Maria Abrantes Rodrigues, de Língua Portuguesa.
Temas como amizade, respeito mútuo
e família também foram discutidos. Os
professores se empenharam em desenvolver as habilidades de comunicação dos
alunos. Por meio de diversas dinâmicas e
técnicas, como a mímica, eles aprenderam a ouvir os colegas e a respeitar opiniões diferentes das suas.
Em História, os alunos estudaram a
evolução da instituição familiar, como forma de compreender e valorizar as famílias
diferentes do modelo tradicional, nas quais
muitos alunos vivem.
“
O Rio Grande do Norte é um dos Estados
onde o Salto para o Futuro (incorporado à TV
Escola em 1996) deixou marcas expressivas. “O
programa foi fundamental para inúmeros municípios”, diz José de Castro, coordenador de
Desenvolvimento Escolar. “Ele deu a fundamentação teórica e metodológica para que os
professores trabalhassem com educação a distância” e facilitou a implantação do Programa
TV Escola.
O Estado tem tradição em educação a distância. Já no final da década de 60, surgiu no
Rio Grande do Norte o projeto Saci, de alfabetização pela TV. O projeto levava a televisão à
praça pública, com bateria mesmo, porque as
cidades do interior muitas vezes não possuíam
energia elétrica.
Hoje, o programa da TV Escola está bem
implantado no Estado, diz o secretário de Estado da Educação, Cultura e Desportos, Luiz
Eduardo Carneiro Costa. “Visito muitas escolas estaduais e nelas vejo que a TV Escola tem
funcionado regularmente, influindo na melhoria da qualidade de ensino”.
As escolas potiguares têm muito apego à
TV, especialmente à TV Escola, diz o professor
Ivanildo Quirino do Nascimento, coordenador
do programa no Estado. E conta um caso:
“Houve uma escola em Parelhas que recebeu o kit de equipamentos da TV Escola por
engano – nem possuía energia elétrica. Pois
bem: a comunidade se organizou, instalou
energia, arrumou uma sala e até colocou barras de ferro nas janelas, para impedir o roubo.
Quando chegamos para retirar o material, encontramos todo mundo na frente da escola,
pronto para defender o kit!” Naturalmente, o
kit ficou.
A professora
Núbia (em
primeiro plano)
diz que, com o
Programa Viva
Melhor, os
alunos estão
usando menos
palavrões.
SOU CRIA DO
SALTO PARA O FUTURO
Maria Dalvaci Bento
TVE SCOLA
”
Ivanildo do
Nascimento,
coordenador da TV
Escola no Rio
Grande do Norte.
25
ORIENTAÇÃO
SEXUAL
com delicadeza
“
CONTINUAMOS A
TRABALHAR PORQUE
QUEREMOS MUDAR
AS COISAS.
”
“Nesta fase inicial, todos os professores interviram no programa”, diz Dalvaci.
“Assim, ele andou mais rápido”. O Viva
Melhor teve ritmos diferentes de acordo
com as séries. Agora, no quarto bimestre
de 2000 (quando foi realizada esta reportagem), muitas classes já estão entrando
no tema Gravidez e adolescência. Vídeos
da TV Escola como Uma vezinha só, Laços de menina e Métodos anticoncepcionais (da série Viva Legal) estão sendo exibidos para discussão. A última parte do
Viva Melhor tratará da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids.
PESADELO DA
INDISCIPLINA
TEM FIM
Nas reuniões do início do terceiro bimestre, foi lançada outra idéia na Escola
Cristóvão Colombo: o programa Disciplina na Escola, fundamentado em vídeos
da série Disciplina da escola, do programa Salto para o Futuro. Alguns dos 563
alunos da Cristóvão Colombo – que atende da 5a série do ensino fundamental ao
26
Risoleide, uma das
professoras envolvidas no
trabalho com a TV Escola.
3o ano do ensino médio – estavam apresentando problemas de comportamento.
Brigas e palavrões dentro da sala; indisciplina generalizada durante as aulas; depredação do material escolar; desenhos
obscenos nas paredes; gente que pulava
o muro, à noite, para ter relações sexuais
dentro da escola...
Durante cinco dias, o corpo docente
assistiu, junto com as professoras da TV
Escola, aos vídeos da série Disciplina da
escola, do programa Salto: Disciplina, um
pesadelo?, Infância: o que querem e o que
podem as crianças?, Adolescência e juventude: que sabemos de suas vidas?, Os tempos e os espaços da escola, Rituais disciplinares ou educativos?
O programa envolveu os alunos. Na
aula de Língua Portuguesa do 3o ano noturno do ensino médio, por exemplo, a
atração é o vídeo Artigo 2º, da TV Escola,
sobre os direitos humanos e a violência.
Depois de assistir ao programa, a classe
debate a violência do dia-a-dia: desrespeito com os colegas e com os seus valores; discriminação da mulher e do negro;
miséria... “Essa violência que se mostra
no vídeo não mata, mas vai destruindo,
corroendo a sociedade aos poucos”, opina uma das alunas.
O programa Disciplina na Escola já
provocou algumas mudanças e mostrou
que a indisciplina pode deixar de ser um
pesadelo. As professoras dizem, por
TVE SCOLA
ORIENTAÇÃO
SEXUAL
com delicadeza
TRABALHO
PLANEJADO
A TV Escola já está incorporada ao dia-adia da Escola Cristóvão Colombo. E sua utilização é planejada, a partir da Grade da programação e também da revista TV ESCOLA.
“No começo do período letivo, na Semana
Pedagógica, já fico por dentro do programa de
cada área temática. Escolho, então, os vídeos mais
apropriados. E sempre tenho novas idéias”, conta Maria Dalvaci Bento, professora da TV Escola
(leia quadro). Para isso ela consulta a seção Destaques da revista. ”Leio e já crio umas quatro idéias para a professora utilizar determinado vídeo.”
“Também leio a revista e tiro idéias das reportagens de experiências que são publicadas”,
conta a professora Maria Lucimar da Silva Almeida, que trabalha em História, Arte, Literatura e
Ensino Religioso, no ensino médio, e vive uma
situação comum na Cristóvão Colombo, onde
muitas vezes os professores acumulam aulas de
diversas áreas temáticas para ganhar melhores
salários (de R$ 380,00, por 30 horas semanais, a
cerca de R$ 900,00, por 60 horas semanais).
Lucimar utiliza a TV Escola em todas as suas
áreas. Lembra com entusiasmo de dois trabalhos: os projetos de interpretação de músicas,
pesquisa de música regional e biografias de
cantores desenvolvidos em Arte, depois de assistir a vídeos como Paraíba do forró – Santa
Rita e Feira de Caruaru – Pernambuco, da série
Som da rua, e a caravela de papelão que os
alunos construíram e apresentaram em abril,
pesquisando com a série Brasil 500 anos: Um
TVE SCOLA
Lucimar utiliza a
TV Escola para
explorar conteúdos
de História, Arte,
Literatura e Ensino
Religioso.
novo mundo na TV. “Em História, se você só
discute o conteúdo a partir dos textos, acaba
ficando monótono”, diz Lucimar.
Para avaliar os resultados do trabalho com
a TV Escola, os professores estão sempre discutindo com Dalvaci e Leci, nas Semanas Pedagógicas ou nas reuniões periódicas de planejamento.
COMUNIDADE PRESENTE
Maria Eridan
Santos está contente
com o ensino
que suas
filhas recebem na
Cristóvão Colombo.
A videoteca, com cerca de 600 fitas gravadas com programas da TV Escola, contrasta com
a pobreza geral da Escola Cristóvão Colombo.
Falta papel para as provas, livros didáticos e,
nos últimos tempos, até fitas para gravar.
Os problemas vão sendo solucionados, em
parte, pela presença da comunidade. Ela participa de bingos e sorteios, providencia pequenos consertos, faz apresentações artísticas,
ensina trabalhos manuais aos alunos... Até
porque todos reconhecem a qualidade do ensino da Cristóvão Colombo, cujos alunos freqüentemente são aprovados em vestibulares
e concursos públicos.
“Eles estão sempre buscando melhorar e
têm bons recursos humanos, apesar da falta de
dinheiro”, avalia Maria Eridan da Silva Santos,
supervisora de outra escola na cidade, mãe de
Paula Daniele dos Santos, 16 anos, do 2o ano do
ensino médio e de Naiane Erilu dos Santos, 11
anos, da 5a série do ensino fundamental.
O comércio local faz fiado para a escola, nas
compras mais urgentes. No final do ano, a verba da Caixa Escolar (R$ 3.900,00) ainda não
chegou, mas já está quase totalmente empenhada em dívidas.
A luta constante, de vez em quando, desanima as responsáveis pela escola: “Às vezes me
pergunto: por que estou fazendo isso, se ninguém está me vendo e valorizando?”, suspira
a coordenadora pedagógica Sezione Maria de
Lima Neri. “Mas continuamos a trabalhar porque temos muita vontade de mudar as coisas”,
diz a diretora Maria Solange de Aquino.
27
ORIENTAÇÃO
SEXUAL
com delicadeza
“BEBIDA DEIXA
AS PESSOAS
CHATAS”
Além do trabalho na
escola, Dalvaci está
fazendo especialização
em Lingüística.
exemplo, que os alunos estão mais respeitosos um com o outro. A depredação
do ambiente escolar diminuiu. E os alunos, divididos em turnos, estão até ajudando na limpeza das salas.
RESPONSABILIDADES
Em outro momento do programa Disciplina na Escola, os alunos da 5 a série B
conversam sobre vandalismo e responsabilidades. Lembram que muita gente,
quando sente raiva, acaba descontando
em objetos de uso comum, prejudicando os outros. É o caso, por exemplo, de
pessoas que estragam os cadernos dos
colegas ou até o bebedouro da escola. E
ser objeto do vandalismo – lembram os
alunos – não tem graça nenhuma.
“Lá em casa, alguém destruiu a horta da
minha madrasta”, lembra Amanda Raquel
Castro de Queirós, de 12 anos. “Ela teve
que plantar tudo de novo e ficamos sem
verdura”. “E o pessoal que joga pedra nas
placas da estrada?”, lembra Daniel Geraldo
Rego, de 14 anos. “Se eles destroem tudo,
como os motoristas vão saber o caminho?”
No final, a classe conclui que existem alguns caminhos para não transformar a raiva
em vandalismo: pensar nas conseqüências,
por exemplo, ou colocar-se no lugar das
pessoas que são vítimas da depredação.
28
São nove horas da manhã, e a 6 a série da Cristóvão Colombo vai ter uma aula
sobre alcoolismo – mais uma proposta
da escola para mudar atitudes e comportamentos.
Embora outras drogas estejam presentes em Dr. Severiano, o álcool ainda
é o problema mais freqüente entre os
adolescentes.
“A aula vai começar com uma dramatização”, anuncia a professora Risoleide
Alves de Oliveira, de Ciências. Mais um
segundo e entra na sala uma figurinha
lamentável: tonta, desorientada, com uma
garrafa vazia na mão, as roupas em desordem e até os sapatos trocados. “Hoje
eu não tô levando desaforo pra casa!”,
anuncia. “Gente, vocês não sabem como
é gostoso tomar uma pituzada (cachaça)!”,
diz, às gargalhadas. A moça perambula
por mais uns minutos na classe, fazendo
Mônica Jácome Leite é a estrela da dramatização sobre alcoolismo,
na aula de Ciências da 6 a série.
TVE SCOLA
ORIENTAÇÃO
SEXUAL
com delicadeza
PROFISSÃO:
INDEPENDÊNCIA
Desde criança, Maria Leci Bento Gonçalves
sonhava em lecionar. “Minha madrinha era
professora e eu queria ganhar dinheiro e ser
independente, como ela”, lembra hoje, aos 41
anos de idade e 22 de magistério. “Ela passava com os livros a caminho da escola e eu, lavando roupa, ficava sonhando com o futuro”.
Ao completar 17 anos, Leci já começou a
ensinar, sem concurso mesmo. “Trabalhava na
escola para ajudar a pagar os estudos das minhas irmãs e ainda ajudava meus pais na roça”,
lembra com orgulho. Mais tarde, fez faculdade
de Letras na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Pau dos Ferros. Hoje, além de
lecionar, Leci, que é casada com o comerciante
Lenildo, cuida de dois filhos: Bruno, de 7 anos
e João Lennon, de 3 anos.
Numa cidade pobre como Dr. Severiano, a
carreira de professora é uma das poucas opções das mulheres para garantir sua independência. Talvez por isso quatro das irmãs de Leci
seguiram o seu caminho. Três delas hoje fazem
parte do quadro docente da Escola Estadual
Cristóvão Colombo de Queiroz: Dalvaci, de 35
anos, Orlandi, de 31 e Goreti, de 29.
Dalvaci queria ser jornalista ou psicóloga.
Mas o pai, plantador de algodão com mais 12
besteiras e arrancando risadas dos alunos. Por fim, cai
numa ressaca deprimente:
“Fico me lembrando de todos os companheiros que
estão enterrados no cemitério, por causa desta moléstia...”, choraminga, brandindo a garrafa.
A dramatização está encerrada. A aluna Mônica
Maria Jácome Leite, 14 anos,
responsável pela performance, recebe os cumprimentos, modesta: “É, eu
sempre entro nessas dramatizações”, diz ela. “Meu avô
era muito poeta e puxei este
dom a ele; gosto de fazer
presepada...”
TVE SCOLA
Leci na sala da TV
Escola: o sonho do
magistério começou
na infância, com a
madrinha professora.
filhos, não tinha condições de mandá-la estudar fora. Por isso, ela acabou também entrando na faculdade de Letras de Pau dos Ferros.
Desde então, não parou de aprender. Participou do programa Salto para o Futuro, que até
hoje considera como um momento fundamental da sua carreira:
“Eu tinha que ler muito, para me fundamentar”, lembra ela. “Aprendi a trabalhar com
oficinas e dinâmicas, a lidar com a diversidade
textual do aluno, a colocar os textos dentro da
realidade dele e a ser polivalente.”
Atualmente, Dalvaci faz especialização em
Lingüística. Solteira, dedicada aos estudos e
à profissão em tempo integral, ela mora com
um irmão e uma irmã; nos fins-de-semana, a
diversão da família é se reunir no sítio dos
pais. Para o futuro, o sonho da professora é
fazer um mestrado.
Alunos da Cristóvão Colombo em aula sobre o abuso do álcool.
29
ORIENTAÇÃO
SEXUAL
com delicadeza
“
AQUI NA CLASSE, TODO
MUNDO JÁ TOMOU UNS
TRAGOS.
QUE PORRE!
A classe se encaminha para a sala de
vídeo, onde vão assistir ao programa Que
porre! Assim que acaba a exibição, começa um debate acalorado. “Quem já bebeu
nesta classe?”, pergunta Risoleide. Ninguém se manifesta. Mas por que as pessoas bebem, afinal? Por incentivo dos
amigos – respondem os alunos.
É nessa altura que Antônio Isócrates
de Arruda Moraes, de 13 anos, solta uma
bomba no meio da classe: “Aqui não tem
nenhum santinho que nunca bebeu não!”,
diz ele, desafiador. “Todo mundo já tomou uns tragos”. A professora repete a
pergunta do início: “Quem já bebeu aqui?”
Animados pelo debate, dessa vez quase
todos os alunos levantam a mão.
Mas quais são as conseqüências da bebida? “As pessoas ficam chatas!”, respondem alguns. “Fazem escândalo, tiram até
a roupa no meio da rua”. Mônica lembra
a história hilariante do homem que, bêbado, saiu para caçar com seu cachorro,
atirou num tatu e matou o cachorro.
De volta à classe, a professora Risoleide coloca na lousa uma “bula do álcool”:
composição, posologia, efeitos colaterais...
Em seguida, passa uma “caixinha de tarefas”, com indicações de dramatizações
sobre o álcool que os alunos vão fazendo de improviso.
“Não beba mais, vá procurar um dia
de serviço!”, aconselham os alunos aos
“alcoólatras”. Na próxima aula, a classe
será dividida em grupos para fazer paródias, poesias, recortes e colagens sobre o
alcoolismo.
30
”
QUE LUGAR É ESSE
POR QUE COLOMBO
Em seu livro Nomes da terra, o historiador e
folclorista potiguar Luís da Camara Cascudo escreve que o primeiro explorador a acampar na
região de Dr. Severiano foi Domingos Lopes Barbalho, em 1737. Mas o povoado de Mundo Novo
(como era chamada a cidade antigamente) só
surgiu no final do século XVIII. Um dos primeiros
proprietários de terras do lugar foi Cristóvão Colombo de Queiroz – que deu nome à escola.
DR. SEVERIANO, NÃO
Em 1953, o povoado de Novo Mundo foi
elevado à categoria de vila. Em 1963, tornouse município, já com o nome de Dr. Severiano.
Mas a maioria da população nunca aceitou bem
essa mudança. Até porque o Dr. Francisco Severiano Sobrinho, advogado e constituinte de
1935 que deu nome à cidade, não residia ali, e
sim no município vizinho, São Miguel.
Os jegues são um dos meios de transporte da região.
TVE SCOLA
ORIENTAÇÃO
SEXUAL
com delicadeza
NA TROMBA DO ELEFANTE
Dr. Severiano fica a 490 km de Natal. São
sete horas de viagem, numa estrada com alguns perigos, como os “cangaceiros do asfalto”, que assaltam viajantes, ou jegues que se
postam, tranqüilamente, no meio da pista.
O município fica na Serra do Camará, a 390 m
de altitude, no extremo oeste do Estado. No
mapa do Rio Grande do Norte, que lembra um
elefante, Dr. Severiano fica exatamente na
tromba.
CAATINGA
A vegetação típica é a caatinga hiperxerófita, com abundância de plantas como a jurema-preta, a mufumba ou o faveleiro. A região
é muito seca. A temperatura média anual em
Dr. Severiano é de 26o C.
TERREMOTO
Dr. Severiano não tem
saneamento básico,
nem sistema
telefônico.
Além das grandes secas de 1970 e 1982, o
acontecimento que mais marcou a vida de Dr.
Severiano foi um abalo sísmico, em 1968. Na
ocasião, muitos moradores da cidade abandonaram a região para nunca mais voltar.
FESTAS
Embora não haja padre no local, a cidade
tem uma comunidade católica muito atuante.
São os leigos que organizam festas como a
Coroação de Nossa Senhora (31 de março), a
de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho) e de
Santa Luzia, padroeira da cidade. Esta última,
que é a mais importante do ano, vai de 1o de
novembro até 13 de dezembro.
Diz a lenda que Virgulino Ferreira, o Lampião, chegou às portas de Dr. Severiano com o
seu bando; mas, ao saber que a padroeira da
cidade era Santa Luzia, não quis invadi-la.
POPULAÇÃO
De acordo com o Censo de 2000 do IBGE, a
população da cidade é 6.548 pessoas, sendo
que 2.262 moram na área urbana e 4.286 na
rural. A região foi povoada por descendentes
de portugueses, africanos e índios.
QUALIDADE DE VIDA
O município está na fila de atendimento
para o programa IDH-14, que pretende elevar
a qualidade de vida nos municípios potiguares onde é pior o Índice de Desenvolvimento
Humano – formado por indicadores como saneamento básico e mortalidade infantil.
Dr. Severiano não tem saneamento básico
– o esgoto corre a céu aberto. Não há sistema
telefônico, só dois postos de serviço. A agricultura é de subsistência (arroz, feijão e mandioca, principalmente).
Muita gente migra, principalmente para
São Paulo.
CONTROLE DA EVASÃO
As escolas se preocupam, não apenas em
ensinar, mas também em manter o aluno na
escola. A vice-diretora da Escola Cristóvão Colombo, Maria Oliveira Marques, a Nenê, conta
que, em 2000, fez um acompanhamento de alguns alunos que faltavam às aulas. Foi visitar
os pais e contou o que estava se passando. A
iniciativa deu certo. Hoje, quando Nenê encon-
TVE SCOLA
tra esses pais, eles sempre perguntam se os
meninos continuam faltando. A resposta vem
rápida e cheia de satisfação: “Ave Maria, não
tem quem veja seu filho fora da classe!”
Preparação da festa da
padroeira, Santa Luzia.
DICIONÁRIO
DA TERRA
Uniforme escolar – Farda
Matar aula – Gazear aula
Arranjar encrenca – Botar
boneco
Namoro, relação sexual –
Esquema
Sim, claro, de acordo –
Pronto
31
BEIJO
engravida?
Uma aluna de Maria Alice
pergunta. A turma quer saber
mais, a professora responde. A
conversa faz parte das atividades
de Orientação Sexual do
programa Prevenção também se
ensina, adotado em escolas de
Suzano, São Paulo.
Fotos: Michele Mifano
s programas Julieta e Romeu
e Uma “vezinha só”, da TV
Escola, são alguns dos recursos utilizados para provocar
o debate sobre questões relacionadas à sexualidade, na
Escola Estadual Carlos Molteni, de Suzano, São Paulo. Há um ano, a
escola entrou no programa Prevenção
também se ensina, uma parceria das secretarias de Saúde e Educação do Estado
de São Paulo.
Nas discussões da 5ª série do ensino
fundamental, os alunos são estimulados
a expressar com liberdade todas as suas
dúvidas, conta a professora de Ciências
Maria Lúcia Noronha. “E ficam aliviados
quando constatam que seus colegas têm
as mesmas perplexidades e incertezas.” As
meninas querem saber: Qual a idade certa para começar a transar? Beijo engravida? Só o homem sente prazer no sexo?
Por que eu não tenho ainda menstrua-
O
32
A professora de
Ciências Maria Lúcia
(segunda à esq.)
com seus alunos.
ção? Os meninos questionam: É normal
não ter pelos ainda? Será que meu pênis
é muito pequeno?
Para não haver constrangimento, os alunos fazem suas perguntas sem se identificar. As questões são escritas em balões lançados pela sala de aula, que se misturam e
são depois recolhidos pela professora.
Os alunos se preocupam também em
saber que imagem passam para os outros,
se têm um corpo bonito, se não estão fora
dos padrões estéticos valorizados pelas
revistas ou pela TV.
Maria Lúcia aproveita então para conversar sobre o que é o “melhor corpo”,
sobre como cuidar da saúde, da higiene
e da auto-estima.
A aula é de Ciências, mas Maria Lúcia
já envolveu seus colegas nesse trabalho
de orientação sexual. Em Matemática, por
exemplo, os professores preparam os alunos para fazerem pesquisas na comunidade sobre gravidez precoce ou Aids, utilizando métodos estatísticos. Em Língua
Portuguesa, produzem gibis que falam de
prevenção. Em História, montam linhas de
tempo para estudar a evolução do uso
de drogas – outra questão tratada pelo
programa, que é desenvolvido em escolas de todo o Estado.
CAPACITAÇÃO
“Desde 1996, eu e outras professoras
aqui da região vínhamos sendo capacitadas pela Fundação
para o Desenvolvimento da Educação –
FDE (órgão ligado à
Secretaria da Educação) para multiplicar o
trabalho de orientação
sexual”, conta Shirley
Gonçalves Silva, assistente técnico-pedagógica da área de Ciências da Diretoria Regional de Ensino - DRE
de Suzano.
Em 1999, a tarefa
de capacitação foi passada para a DRE. A
primeira preocupação
TVE SCOLA
No Fórum de
Prevenção
realizado
no fim de 2000 na
Carlos Molteni,
os alunos
mostraram,
com seus
trabalhos,
o que aprenderam
durante o ano
(foto acima
e ao lado).
O programa de
Orientação Sexual
da escola discute a
sexualidade
dentro do contexto
em que vive
o adolescente.
TVE SCOLA
33
BEIJO
?
engravida?
O QUE DIZEM OS
PARÂMETROS
Cartaz feito por
Vanessa Codo,
da Carlos
Molteni,
para divulgar
o Fórum de
Prevenção.
da assistente foi fazer oficinas de capacitação com docentes das demais áreas,
além de Ciências, integrando o trabalho
no projeto pedagógico das escolas.
Outra iniciativa do Prevenção também
se ensina é capacitar alunos multiplicadores, que contribuem na divulgação de informações sobre prevenção para seus
colegas. Atualmente, a DRE está capacitando dois alunos por escola.
Na Carlos Molteni, o primeiro ano do
programa foi encerrado, em novembro de
2000, com o Fórum de Prevenção. O evento teve exposição de trabalhos artísticos
e apresentações de teatro, produzidos pelos alunos a partir das atividades do programa. Palestras sobre gravidez na adolescência, drogas, planejamento familiar
e outros complementaram a programação.
“Estamos só começando o programa”,
diz a professora Maria Lúcia. “Em 2001,
queremos voltar com força total.”
34
“A finalidade do trabalho de Orientação
Sexual é contribuir para que os alunos possam
desenvolver e exercer sua sexualidade com
prazer e responsabilidade. Este tema vinculase ao exercício da cidadania, na medida em que
propõe o desenvolvimento do respeito a si e
ao outro e contribui para garantir direitos básicos a todos, como a saúde, a informação e o
conhecimento, elementos fundamentais para
a formação de cidadãos responsáveis e conscientes de suas capacidades.
“Assim, a escola deve se organizar para que
os alunos, ao fim do ensino fundamental, sejam capazes de:
• respeitar a diversidade de valores, crenças e
comportamentos relativos à sexualidade, reconhecendo e respeitando as diferentes formas de atração sexual e seu direito à expressão, garantida a dignidade do ser humano;
• compreender a busca de prazer como um direito e uma dimensão da sexualidade humana;
• conhecer seu corpo, valorizar e cuidar de sua
saúde como condição necessária para usufruir
prazer sexual;
Alunos observam
•
identificar e repensar tabus e preconceitos reos trabalhos de
ferentes à sexualidade, evitando comportaseus colegas
mentos discriminatórios e intolerantes analidurante o Fórum,
sando criticamente os estereótipos;
realizado em
novembro de 2000. • reconhecer como construções culturais as características socialmente atribuídas ao masculino e ao feminino, posicionando-se contra
discriminações a elas associadas;
• identificar e expressar seus sentimentos e desejos, respeitando os sentimentos e desejos
do outro;
• proteger-se de relacionamentos sexuais coercitivos ou exploradores;
• agir de modo solidário em relação aos portadores do HIV e de modo propositivo em ações
públicas voltadas para prevenção e tratamento das doenças sexualmente transmissíveis/
Aids;
• conhecer e adotar práticas de sexo protegido, desde o início do relacionamnto sexual,
evitando contrair ou transmitir doenças sexualmente transmissíveis, inclusive o vírus
da Aids;
• evitar uma gravidez indesejada, procurando
orientação e fazendo uso de métodos contraceptivos;
• ter consciência crítica e tomar decisões responsáveis a respeito de sua sexualidade.”
Parâmetros Curriculares Nacionais –
Temas Transversais, Orientação Sexual,
Objetivos gerais, págs. 311-312.
TVE SCOLA
ENTREVISTA: MARIA ELIZABETH DE ALMEIDA
Como se
trabalha com
PROJETOS
“P
rojeto é um
design, um esboço
de algo que desejo
atingir. Está sempre
comprometido com
ações, mas é algo
aberto e flexível ao
novo. A todo momento você pode
rever a descrição inicialmente
prevista para poder levar avante
sua execução e reformulá-la de
acordo com as necessidades e
interesses dos sujeitos envolvidos,
bem como da realidade
enfrentada”, define Maria
Elizabeth de Almeida, professora
da Faculdade de Educação da
PUC-SP, ex-professora de
Matemática do ensino
fundamental e médio,
especializada, desde 1995, na
TVE SCOLA
FOTOS: PAULO PEPE
É preciso, antes de tudo, não confundir atividade temática
com projeto. Deve-se também negociar e conquistar os alunos
para o tema do trabalho. Eles são sujeitos da aprendizagem.
Os professsores, seus parceiros.
Elizabeth: desenvolver competências.
capacitação de professores para
o uso de computador em
educação. Ela trata aqui de alguns
conceitos essenciais para o
trabalho por projetos, no qual se
considera o aluno sujeito da
aprendizagem – ativo e autônomo
para criar, para construir e
representar o conhecimento.
Aponta competências
desenvolvidas nesta prática, que
tende à interdisciplinaridade. Mas
avisa: “Se fizermos do projeto uma
camisa de força para todas as
atividades escolares, estaremos
mais uma vez engessando a
prática pedagógica.” A entrevista,
concedida a nosso editor,
Claudio Pucci, foi realizada a
distância, em troca de mensagens
pela Internet.
35
ENTREVISTA
TV ESCOLA
ESCOLA: Os PCN dizem que o professor deve saber do interesse dos alunos em
pesquisar determinado tema e estabelecer
com eles uma espécie de contrato sobre o
que será feito. E se eles não quiserem pesquisar, por exemplo, a questão dos animais
em extinção? Está certo, os alunos precisam ser ativos, desenvolver autonomia, mas
a professora não pode deixar de dar esse
conteúdo, tem que se ater ao currículo.
Como ela faz?
Professora da Faculdade de
Educação da PUC-SP e professora
convidada da Universidade
Mackenzie, formou-se em
Matemática pela Unesp de Bauru,
SP, onde nasceu. Sua mãe também
era professora. Fez toda a escola
básica em escolas públicas.
Trabalhou sempre em sala de aula,
no ensino fundamental, médio ou
superior. É professora desde os 18
anos, quando deu aula em classes
de alfabetização de uma escola da
periferia de Bauru.
Após concluir a graduação,
especializou-se em Informática. Deu
aulas na Unimep, de Piracicaba, SP,
na área de Matemática Aplicada à
Informática e na Universidade
Federal de Alagoas, onde começou
a trabalhar com formação de
professores para o uso
do computador.
No Nordeste, conviveu com uma
realidade totalmente diferente da que
conhecia. “A proximidade com
pessoas que viviam em condições
muito precárias, e mesmo assim
conservavam a alegria e a confiança
em dias melhores, mudou minha
visão de vida, de Brasil e de
educação”, diz a professora.
Em novembro de 2000, ela doutorouse com a tese O computador na
escola: contextualizando a formação
de professores.
36
Maria Elizabeth de Almeida: Propomos
que ela possa negociar com os alunos,
tentar conquistá-los para o tema ou, então, desistir mesmo, porque corre-se o risco de não ocorrer aprendizagem alguma.
Temos exemplos de práticas bem-sucedidas nesse sentido e também de outras
cuja pressão do professor por um tema
fez com que os alunos perdessem o interesse. Imagine um projeto definido no final
de 1997 para ser desenvolvido no segundo bimestre de 1998, com x aulas sobre a
Copa do Mundo. É evidente que essa atividade não era efetivamente projeto e sim
atividade temática, porque os alunos tinham um roteiro a seguir e tudo estava
definido previamente. Aí, no meio do suposto projeto, o Brasil perdeu a Copa.
Como ficou o interesse dos alunos? Foi
um ótimo momento para o professor repensar a sua prática e tomar consciência
de que não estava trabalhando com projeto. Que precisaria ter ouvido seus alunos
para saber o que realmente era significativo para eles e permitir inclusive mudanças
de rumo no decorrer do trabalho.
TV ESCOLA
ESCOLA: Em um dos programas da série PCN na Escola / Projetos, um arquiteto,
acho, diz que projeto é a receita de um bolo
mais a fotografia desse bolo. Como você
define projeto, professora? E o que é projeto em Educação?
Elizabeth: Vejo projeto mais como um design, um esboço de algo que desejo atingir. O projeto está sempre comprometido
com ações, mas é algo aberto e flexível ao
novo. A todo momento você pode rever a
descrição inicialmente prevista para poder
levar avante sua execução e reformulá-la
de acordo com as necessidades e interesses dos sujeitos envolvidos, bem como da
realidade enfrentada.
TV ESCOLA
ESCOLA: Isso certamente exige um bom
jogo de cintura do professor. E uma boa dose
de criatividade. Mas ele precisa ser também
organizado e capaz de uma disciplina que
sustente esse vaivém de planejar, replanejar, não é?
Elizabeth: O professor precisa ter clareza
de sua intencionalidade e também do que o
aluno está se propondo a desenvolver. Sua
intencionalidade sustenta esse vaivém que
se realiza por meio da reflexão sobre os caminhos que estão sendo percorridos e pela
comparação entre os resultados obtidos e
os previstos inicialmente, de modo a identificar se há necessidade de replanejar e o
que está sendo descoberto nesse processo, que conceitos novos emergiram etc.
TV ESCOLA: A metodologia de projetos
não foi inventada agora. O que há de
novo? Mudaram só os princípios, a ideologia pedagógica?
Elizabeth: A idéia de projeto é a mesma e
traz implícitos os conceitos de cidadania e
democracia. Quando se trabalha com projetos, usando o computador para representar o conhecimento em construção, tem-se
um novo potencial devido à possibilidade
de poder registrar e acompanhar todo o
processo de desenvolvimento. A qualquer
momento esse processo pode ser revisto,
reelaborado, estudado, modificado. Com
isso o professor tem maiores evidências sobre o desenvolvimento do aluno, suas difi-
“
O PROFESSOR
PRECISA TER
CLAREZA DO
QUE O ALUNO
SE PROPÕE A
DESENVOLVER
TVE SCOLA
culdades e descobertas, podendo intervir
para favorecer maior aprendizagem, fornecer informações significativas para o trabalho em execução, questionar o aluno de
modo a desestabilizar as certezas inadequadas, propor desafios etc.
TV ESCOLA
ESCOLA: Você está vinculando o computador, estreitamente, à questão da democracia e da cidadania. E quem não tem computador? Fala também do computador
como recurso eficaz para o professor controlar o que acontece. Como conciliar democracia e controle? E como controlar,
quando os computadores estão nas mãos
dos alunos?
Elizabeth: Os conceitos de cidadania e
democracia são inerentes ao trabalho com
projetos, quer esteja-se utilizando ou não
o computador. Não estamos falando em
controle, mas em acompanhamento do
processo de aprendizagem do aluno e na
promoção de desafios que possam ajudar
o aluno a aprender. Não dá para controlar
o aluno quando ele é o sujeito da aprendizagem e tem liberdade para criar, representar e construir conhecimento. A idéia
de controle é incompatível com a de
aprendizagem por projetos, em que os
alunos são sujeitos da aprendizagem e os
professores são parceiros dos alunos.
TV ESCOLA
ESCOLA: Qual a vantagem de se trabalhar por projeto? O conhecimento não pode
ser construído sem projeto?
Elizabeth: Trabalhar com projetos tem sentido porque parte das questões de
investigação. O aluno vai desenvolver estudos, pesquisar em diferentes fontes, buscar, selecionar e articular informações com
conhecimentos que já possui para compreender melhor essas questões, tentar resolvê-las ou chegar a novas questões. Esse
processo implica o desenvolvimento de
competências para desenvolver a autonomia e a tomada de decisões, as quais são
essenciais para a atuação na sociedade
atual, caracterizada por incertezas, verdades provisórias e mudanças abruptas.
TV ESCOLA
ESCOLA: Você não acha temeroso construir um ideário pedagógico com base em
incertezas e verdades provisórias? A Educação pode viver ao sabor do momento?
TVE SCOLA
Deve-se investir numa espécie de pedagogia da vertigem, que faz as pessoas se sentirem pequenas, frágeis, insuficientes, em
meio a tantas mudanças?
Elizabeth: A vida e a ciência são permeadas de incertezas e verdades provisórias.
Aprender a trabalhar com isso na escola
significa aprender a conviver e não apenas
sobreviver. Mas realmente não podemos
ficar ao sabor do momento, precisamos
do conhecimento acumulado ao longo da
evolução da nossa civilização, vamos em
busca dele para compreender o presente
e propor alternativas para a melhoria de
qualidade de vida e a construção de uma
sociedade mais justa e igualitária. É o conhecimento que a humanidade já possui
que nos ajuda a dar esse salto, mas ele
não pode ser transmitido aos alunos de
forma descontextualizada, porque o aluno
não consegue atribuir-lhe significado. Então, a partir de situações problemáticas do
presente, o aluno é desafiado a buscar informações e a articulá-las com conhecimentos que já possui, para compreender
essa problemática e propor situações que
possam resolvê-la. É evidente que existem
múltiplas soluções para tais problemas, o
que leva o aluno a lidar com diferentes
pontos de vista – favorecendo-lhe a compreensão sobre a relatividade e complexidade das situações da vida e da ciência –
bem como a aceitar a idéia de que as mudanças são inerentes à própria vida.
TV ESCOLA
ESCOLA: O projeto deve, necessariamente, integrar conteúdos de mais de uma
área temática? Ou: o projeto é sempre inter
ou multidisciplinar? Dê, por favor, um exemplo, professora.
Elizabeth: Um projeto pode partir de uma
questão relacionada com uma única área
de conhecimento e, em seu desenvolvimento, ir se abrindo e articulando conceitos de outras áreas. Pode também ocorrer
o inverso. Iniciar com uma questão abrangente e pouco a pouco ir afunilando em
um determinado conceito. Certa vez observei um trabalho de uma professora de
Português que tinha a intenção de desenvolver estudos sobre o tema Linguagem
Publicitária. No dia anterior ao início desse
assunto em suas aulas, ocorreu uma grande enchente na cidade de São Paulo que
“
O PROJETO
PODE SER
MODIFICADO A
QUALQUER
MOMENTO, DE
ACORDO COM
A NECESSIDADE
”
afetou sobremaneira a vida das pessoas.
Então, a professora teve o saber de identificar no contexto a emergência de um
tema de interesse para seus alunos. Ela
propôs então a eles desenvolver um projeto de criação de um produto útil para a situação de enchente e fazer a respectiva
campanha publicitária. Ora, essa professora, soube propor um tema que era do
interesse de todos naquele momento, os
alunos se apropriaram da idéia e se
aventuraram no desenvolvimento do projeto com a maior empolgação. O computador foi usado na campanha publicitária
dos produtos hipoteticamente criados.
TV ESCOLA
ESCOLA: Você está considerando Língua Portuguesa e Linguagem Publicitária
como duas áreas temáticas? Se está, nesse exemplo a professora parte de duas áreas e continua nas duas. Não há afunilamento nem abertura e articulação, no sentido da
inter ou multidisciplinaridade.
Elizabeth: Esse projeto iniciou-se em uma
área – Língua Portuguesa, cuja intenção
da professora era trabalhar com o tema
Linguagem Publicitária – e se expandiu
para outras áreas, envolvendo professores
de diferentes disciplinas. Os alunos fizeram levantamentos históricos e estatísticos
a respeito das enchentes da cidade de
São Paulo ao longo dos anos e descobriram que esse fato é recorrente e sem uma
ação mais abrangente por parte das auto-
37
ridades. Alguém comparou-a com a seca
do Nordeste. Também foram orientados
pelo professor de Artes na criação de maquetes de seus produtos. Enfim, tendo
como ponto de partida um fato do contexto, houve um estudo que permitiu compreender a existência de enchentes na cidade
de São Paulo, levou à proposição e respectiva publicidade de produtos para uso
nessas emergências, favorecendo a representação de idéias em uma nova linguagem para os alunos. No final, cabe ao professor, retomar os conceitos implícitos
nessa representação, de modo a permitir
a compreensão sobre esse tipo de linguagem, aprofundando o conhecimento do
tema que originou o projeto. A interdisciplinaridade se deu na ação de trabalhar com
um conhecimento tal qual ele ocorre no
cotidiano, articulando as disciplinas que
emergiram no desenvolvimento do trabalho, para ampliar a compreensão sobre a
enchente e criar soluções alternativas para
o problema.
TV ESCOLA
ESCOLA: Como os projetos podem ajudar a enfrentar e superar o bicho-papão da
Matemática? E como o computador pode
favorecer essa superação?
ENTREVISTA
Elizabeth: O exemplo que acabei de dar
foi explorado pelo professor de Matemática para trabalhar com vários conceitos
matemáticos. Ora, a Matemática não surgiu isolada da vida. Ela foi isolada ao longo
de sua evolução, o que favoreceu uma série de elaborações e novos conceitos. Só
que, nesse processo de aprofundamento
no interior da disciplina, perdeu-se o significado dos conceitos, o que hoje precisa
ser recuperado no processo educacional.
Para isso basta articular Matemática e realidade. Parece simples, porém não o é,
porque os professores também não foram
preparados para tal.
TV ESCOLA
ESCOLA: O professor pode dar conta dos
conteúdos previstos no currículo trabalhando só por projeto?
Elizabeth: Será que é possível cobrir todas
as áreas e conteúdos do currículo por
projetos? Se fizermos do projeto uma camisa de força para todas as atividades escolares, estaremos mais uma vez engessando a prática pedagógica. A metodolo-
38
tado da presença física e torna essa
idéia de tempo do encontro presencial
como um momento significativo, mas
não único. Meus alunos do curso de Pedagogia estão trabalhando com problemas por meio de interações a distância
e afirmam que esta prática os força a
aprofundar mais os estudos e a permanecer a semana toda trocando informações e elaborando suas produções. O
espaço semanal de nossa aula presencial é para realimentar o virtual.
TV ESCOLA
ESCOLA: Como se usam os vários recursos disponíveis num projeto? Livros, TV,
computador...
gia de projetos traz um grande potencial
para se romper com o isolamento das disciplinas, mas isso não significa que tudo
tenha que ser somente com projetos. Há
momentos em que o professor precisa dar
uma aula interativa, fornecer informações
ao aluno, mas o que importa é que isso se
faça com vistas à aprendizagem significativa para o aluno.
Elizabeth: De acordo com o objetivo pedagógico e a potencialidade de cada recurso. Num mesmo projeto podem ser articulados vários recursos, da entrevista
pela Internet ao livro e TV. Posso entrevistar um especialista em situação real,
mas se isso não for possível utilizo a Internet para nossa interação. Um vídeo pode
ser um excelente recurso em um dado
momento, desde que seu uso esteja contextualizado na atividade. Da mesma forma, o computador é muito útil quando
usado para pesquisa, comunicação e principalmente para representação do conhecimento e troca de informações.
TV ESCOLA
ESCOLA: O projeto não é sempre mais
demorado?
TV ESCOLA
ESCOLA: O que você considera representação do conhecimento?
Elizabeth: Essa idéia é equivocada. Tentase colocar o projeto como algo sempre
grandioso e que envolve a escola como
um todo. Neste ano tivemos vários temas
que foram escolhidos sem a participação
de professores e alunos para que eles
executassem como se fosse um projeto:
Brasil 500 anos, Olimpíadas etc. Será que
os professores e os alunos foram sujeitos
de aprendizagem desde a concepção desses projetos ou foram executores de algo
definido a priori?
Elizabeth: Significa descrever explicitamente o significado de um conceito, as
articulações entre informações, quer sejam palavras, gráficos, imagens, animações, enfim qualquer mídia que mostre o
que a pessoa pensa sobre determinado
conceito, fato, acontecimento etc. Um
programa de computador, um texto, um
site ou uma home page traz descrito o
pensamento de quem o elaborou. Por
isso é importante permitir que o aluno represente o seu conhecimento, de modo
que ele possa identificar o que sabe e o
que precisa buscar para aprofundar esse
conhecimento. Do mesmo modo, o professor pode identificar as dificuldades e
descobertas do aluno e intervir em seu
processo para provocar o desenvolvimento. Aí reside a maior potencialidade
do uso do computador em educação.
Elizabeth: clareza nas intenções.
TV ESCOLA
ESCOLA: É possível o projeto de uma
única aula?
Elizabeth: O projeto implica em romper
com o tempo e o espaço da sala de
aula. A tecnologia permite a expansão
da sala de aula para além do tempo limi-
TVE SCOLA
SLOGAN
O canal da
educação
Este é o slogan da TV Escola,
sugerido por professor de
Educação Física e surfista das
praias de Imbituba, SC
A
DIVERSIFICAÇÃO
“Adoro participar de concursos, e
aproveitei para mandar minha sugestão”, diz o professor. Na escola, ele
está sempre preocupado em criar novidades para suas aulas, oferecendo
diversas opções de prática esportiva
para os alunos. “Procuro diversificar
o máximo possível. Tirar daquela
coisa de ter só futebol. Afinal, são trinta alunos por sala, com preferências
TVE SCOLA
FOTO: ARQUIVO PESSOAL
revista TV E SCOLA lançou o desafio, os professores aceitaram.
O concurso que escolheu um
slogan para a TV Escola recebeu
610 sugestões de todo o País. A
melhor, de acordo com votação
realizada na Secretaria de Educação a Distância - Seed e na Redação da
revista, veio de Imbituba, Santa Catarina.
TV Escola, o canal da educação. A idéia é
do professor de Educação Física Nilo Pittigliani
de Carvalho, que trabalha na Escola Básica
Municipal José Wanderley Maia.
As outras duas sugestões mais votadas foram “TV Escola – a educação está no ar, é só
sintonizar”, de Raissa Pereira Chiericato, de Barroso, MT; e “TV Escola, de mãos dadas com a
educação”, frase enviada por Geraldo Afonso
de Souza, de Belo Horizonte, MG, e
Tânia Maria Cardoso de Barros, de
Aracaju, SE.
Nilo: “adoro concursos”.
diferentes”, explica o professor, que está cursando a Faculdade de Pedagogia na Universidade do Sul de Santa Catarina.
A escola José Wanderley Maia atende crianças da 1 a a 6a séries, e o grande desafio do
professor é interessar os alunos a partir da 5 a.
“Até ali, eles são muito ativos, participam de
mil brincadeiras. Mas nessa idade começa a
surgir uma certa timidez”, observa.
Nilo procura envolver na aula até mesmo
aqueles alunos que não participam, por
exemplo, por estarem machucados. “Eles
podem me ajudar como meus assistentes ou
apitando o jogo.”
Quando isso não é possível, o professor
apela para jogos de tabuleiro, como damas ou
xadrez, feitos na escola mesmo. “Junto com os
alunos, transformamos velhas tampas de carteiras em tabuleiros.”
Atividades como essa são facilitadas pelo fato
de a escola ficar dentro de um Caic – Centro
de Atendimento Integrado à Criança. O centro
dispõe de ginásio (com chuveiros), confeitaria,
marcenaria, padaria... Tudo para que as crianças tenham alternativas de lazer dentro da própria escola.
SURFE
Além das aulas de Educação Física, Nilo se
envolve em diversas atividades, como a troca de
correspondência com outras escolas, em colaboração com o professor de Língua Portuguesa. Ou
a horta da escola, que ele plantou junto com os
alunos, aproveitando para passar conceitos de nutrição e saúde. “Nossa horta foi escolhida pela
Prefeitura como Melhor Horta Escolar duas vezes, em 1995 e 1996”, conta Nilo, orgulhoso.
Fora da escola, o cotidiano do professor também é agitado. Sua grande paixão é o
surfe. E ele mora no lugar certo para
quem gosta disso. Localizada no litoral
catarinense, a 104 km de Florianópolis, Imbituba tem ondas consideradas
ótimas para esse esporte, e foi descoberta pelos surfistas na década de 70.
Nilo faz também o programa de
rádio Topwave, especializado nesse
esporte, e é juiz da Associação de
Surfe da cidade. Além, é claro, de assessorar os alunos que querem pegar onda. “Sempre dou dicas para
eles”, diz o professor.
39
++++++++++++++++++++++
Quatro mil
programas
em 5 anos de
TV Escola
J
á está pronto e será em breve distribuído às escolas o
novo Guia de programas da TV Escola, publicado pela
Secretaria de Educação a Distância do MEC. A obra tem
quase 4 mil programas transmitidos no período 1996-2000,
correspondente aos 5 anos de existência da TV Escola.
O Guia traz outras novidades, a começar pela inclusão de
Filosofia nas seções temáticas destinadas ao ensino
fundamental, organizadas, como nas edições anteriores, em
ordem alfabética, de Arte a Saúde.
Um segundo bloco, de seções especiais, reflete a ampliação e
enriquecimento da grade da programação. São apresentadas
pela primeira vez, nesse bloco, as atrações da programação
de sexta-feira: o Vendo e aprendendo, dirigido ao ensino
fundamental. A programação do ensino médio tem três
seções, referentes aos programas exibidos na grade: Como
Fazer, Ensino Legal e Acervo.
Completam o bloco de seções especiais a série Ver Ciência,
também do ensino médio, as séries do tradicional curso de
capacitação Salto para o Futuro e a Produção da TV Escola –
espaço em que são listadas todas as séries e programas
produzidos especialmente para a TV Escola em 5 anos
de trabalho.
O projeto gráfico, que fez tanto sucesso nas duas edições
anteriores, permanece o mesmo. As fichas técnicas foram
revisadas e complementadas. Os textos dos resumos de séries e
programas transmitidos até 1999 foram totalmente reescritos.
O Guia está, portanto, mais completo e com melhor qualidade
de informação. Permite aos professores uma consulta
sistemática de tudo que foi transmitido. E pode servir de
referência para a organização e catalogação das videotecas das
escolas, facilitando o acesso aos programas e sua utilização, no
trabalho com os alunos e na capacitação de professores.
Próximas
atrações
A BELEZA DOS NÚMEROS
Nova série da programação da
TV Escola tem a proposta de
juntar Arte e Matemática,
mostrando a beleza que pode
resultar dessa associação.
Projeto Arte e Matemática foi
produzido pela Fundação
Padre Anchieta/TV Cultura, em
parceria com a TV Escola. São
13 programas, com 30 minutos
cada. O programa O belo, por
exemplo, tenta provar que,
por trás das equações e dos
números existe beleza que
pode ser apreciada como se
aprecia um quadro.
À SOMBRA DAS MANGUEIRAS
Os encantos de Belém do Pará,
vistos pelos olhos de uma
atriz paraense são o tema do
vídeo O Pará de Dira Paes, da
série Expresso Brasil. O
programa percorre os car tõespostais da cidade – as
mangueiras centenárias, o
Teatro da Paz e o Mercado Vero-Peso. Fala também de
problemas locais como a
degradação urbana, a sujeira
A REVIST
A TV ESCOLA ESTÁ NA INTERNET
REVISTA
INTERNET::
www
.mec.gov
.br/seed/tvescola
www.mec.gov
.mec.gov.br/seed/tvescola
40
TVE SCOLA
++++++++++++++++++++++
e a depredação. Mostra ainda a
Ilha de Marajó e sua cerâmica,
as danças e lendas da região.
GENÉTICA DO DIA-A-DIA
O genoma humano relaciona a
genética ao dia-a-dia, mostrando
casos reais de problemas
hereditários – como a história de
uma família em que uma
deformação na mão passa de pai
para filho. Utilizando recursos
de computação gráfica, o vídeo
mostra em detalhes a estrutura
genética. Assim, é possível
compreender, por exemplo, a
duplicação dos genes desde a
concepção do feto.
OS ROBÔS DO AMANHÃ
O programa Os Humanóides
mostra uma nova e estranha
espécie que sai das pranchetas
dos cientistas: robôs cada vez
mais sofisticados, com
expressões faciais humanas e
inteligência (como os robôscachorros japoneses).
OLHAR
GEOGRÁFICO
Um olhar detalhado sobre a
geografia física e humana de
vários locais no mundo. Usando
instrumentos como fotografias
aéreas, a série francesa
Paisagens volta no próximo
bimestre à TV Escola, exibindo
uma complicada e fascinante
relação entre o homem e o
ambiente. Na Ilha da Reunião,
por exemplo (próxima a
Madagascar, na costa sudeste
africana), a câmera de
TVE SCOLA
CRESCE AUDIÊNCIA
DO SAL
TO
ALT
Paisagens mostra como a
principal atividade econômica
da ilha se deslocou, ao longo
da História, de seu centro
geográfico para as áreas
próximas do litoral. Em outro
filme, discute-se o abandono
da agricultura na fértil região
de Portel, no Alentejo, em
Portugal.
Orto & grafia
A série que utiliza fantoches
para ensinar fonética e grafia
ganhou uma continuação.
Desta vez, além de enfocar as
regras ortográficas, as
histórias mostrarão exemplos
de concordância e de
conjugação verbal, com verbos
como medir e caber.
GEOMETRIA
NA PRÁTICA
Onde estão os sólidos
geométricos? Eles estão na
rua, na classe, na natureza e
nas construções humanas –
não apenas desenhados com
giz na lousa da escola. É isso
que a série Mão na forma
mostra, dando exemplos da
presença e da importância
desses sólidos no dia-a-dia. A
série também ensina a montar
os sólidos com papel, varetas
ou esferas. Um dos programas,
O barato de Pitágoras, explica
a origem do Teorema de
Pitágoras.
Os telefonemas, fax e e-mails
recebidos durante e após cada
programa do Salto para o Futuro
demonstram: a audiência aumentou.
Só no primeiro semestre de 2000,
entraram em contato com o
programa 1.160 pessoas, contra
1.102 durante todo o ano de 1999.
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DIPLOMADA A PRIMEIRA
TURMA DO PROFORMAÇÃO
A primeira turma do Programa de Formação de Professores
em Exercício – Proformação – já
conquistou seu diploma. São
987 formandos de 81 municipios do Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, que encerraram
o curso em dezembro de 2000.
O Proformação é um programa da Secretaria de Educação a Distância do MEC em
parceria com o Fundescola,
Estados e municípios. Visa garantir habilitação mínima ao
Magistério, a partir de 2002,
como prevê a lei 9.424.
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LANÇADO
SITE DE INTERCÂMBIO
COM A FRANÇA
Brasileiros e franceses têm um site
para troca de experiências. Foi
construído em parceria dos
Ministérios da Educação do Brasil e
da França. É bilíngüe e traz
informações sobre o uso de novas
tecnologias em educação, links para
bibliotecas e universidades virtuais.
http://www.webeduc.mec.gov.br
41
seja onde for
A professora Kiyoko deixou a escola.
Mas continua dando aula, agora voluntária,
para o faxineiro do prédio onde mora.
A
professora paulistana Kiyoko Nishikawa encerrou uma etapa da vida ao despedir-se, em 2000, de suas classes
especiais. Decidiu parar, depois de alfabetizar, por 30 anos, crianças portadoras de deficiência mental, em escolas da rede estadual de São Paulo.
Pouco tempo depois, no entanto, estava de
volta ao trabalho – agora voluntário e com outro
tipo de aluno. Ficou sabendo que Bastião, o faxineiro do prédio onde mora, não sabia ler nem
escrever. Por isso, não poderia tomar conta da
portaria. Remexeu nas gavetas, pegou alguns
textos. Depois, conseguiu autorização da síndica para alfabetizar o rapaz durante o expediente
em aulas diárias de cerca de uma hora.
“Quando eu perguntei se o Bastião queria
aprender a ler e a escrever, o olho dele brilhou”,
conta Kiyoko. “E brilha todos os dias, quando
ele chega para ter aula.”
O faxineiro Bastião Jesus dos Santos, 21
anos, casado, ficou meio envergonhado, mas não
recusou o convite. “Eu sempre tive vontade de
aprender, mas ficava encabulado e não conseguia chegar perto de uma escola. Agora já estou
soletrando”, conta o rapaz.
A história de Bastião é parecida com a de
Kiyoko e seu
tantos jovens analfabetos. Ele nasceu num síaluno Bastião.
tio, na cidade baiana de Santa Teresinha, e com
nove anos começou a trabalhar na roça. “A escola ficava um pouco longe, mas eu queria estudar. Minha mãe era a favor; meu pai, não.”
Depois, a madrinha de Bastião foi trazendo
os sete irmãos, um a um, para São Paulo. As
meninas, já alfabetizadas
na Bahia, vieram primeiro.
Nome: Kiyoko Nishikawa
À medida que conseguiam
Idade: 59 anos
emprego, mandavam busProfissão: professora com
car os irmãos. Bastião foi
um dos últimos a vir, sem
especialização em Educação Especial
nunca ter pisado numa esCidade: São Paulo, SP
cola. Era analfabeto e analAtividade preferida: alfabetizar
fabeto ficou.
AUTO-ESTIMA
Kiyoko acredita no carinho como fator importante no processo de aprendizagem. Carinho foi
indispensável quando a professora alfabetizava os
alunos de suas classes especiais. “As crianças
precisam ser amadas, valorizadas. Resgatar a
auto-estima é fundamental para que elas se desenvolvam. No primeiro dia de aula eu nunca passava lição. Sempre conversava com as crianças,
procurava saber quem elas eram. Devagarzinho,
ia conquistando sua confiança e amizade.”
Quando os alunos já estavam alfabetizados
e sabiam fazer as quatro operações, passavam
a freqüentar as classes regulares. Este era o
momento mais esperado por todos, porque, segundo a professora, eles queriam perder o estigma de deficientes.
Por causa de diagnósticos incorretos, crianças normais também eram enviadas para a sala
de Kiyoko. “Eram alunos com problemas emocionais, sociais e psicológicos; vinham de favelas, tinham pais separados, famílias desajustadas. Consegui passar muitos deles para as classes regulares”, lembra-se a professora que, pelo
jeito, nunca vai parar de ensinar.
FOTO: PAULO PEPE
ALFABETIZAR,
Hoje Bastião é um aluno aplicado e caprichoso. Todos os dias, ele exibe as lições de casa,
feitas depois do expediente. “Eu chego, tomo um
banho, janto e vou estudar”, conta o faxineiro.
O método de Kiyoko é simples: trabalhar com
o universo do próprio aluno. “Ele está aprendendo
a preencher fichas e reconhecer extratos bancários e correspondências, para que possa tomar conta da portaria se necessário.”
“Vou ler jornal no metrô! Eu sempre vejo as
pessoas que lêem e fico curioso para saber o
que está escrito”, diz Bastião.
Quando estiver mais adiantado, ele vai se
matricular em uma escola de adultos.
No Dia do Professor, deu a Kiyoko um vaso
de violetas e um bonito cartão com letra miúda.
COMO USAR A TV ESCOLA
Como cuidar do videocassete
ATUALIZE SUAS INFORMAÇÕES
SOBRE A TV ESCOLA
O que é a TV Escola
• É um programa da Secretaria de Educação a Distância do MEC
para a melhoria da qualidade do ensino público. Com este objetivo,
transmite programação às escolas de ensino fundamental e médio,
dirigida à capacitação e aperfeiçoamento do professor, e também
ao seu trabalho em sala de aula.
• Transmitida a todo o País, a programação é captada por antena
parabólica. Os programas (inclusive os do Salto para o futuro, transmitidos ao vivo) devem ser gravados em fitas de
videocassete para utilização pelo professor.
• Os equipamentos para captação e gravação compõem o
kit tecnológico, adquirido pela escola, por intermédio da
Secretaria de Educação do Estado ou pelo município, com
recursos do salário-educação administrados pelo FNDE/MEC.
Como obter o kit
• As escolas das redes estaduais devem dirigir-se às secretarias de educação, e as escolas das redes municipais à prefeitura, para solicitar sua inclusão no projeto de aquisição
do kit, a ser encaminhado ao FNDE.
• Tem direito ao kit toda escola pública servida por energia
elétrica, com mais de cem alunos no ensino fundamental
(de acordo com o Censo Escolar do ano anterior à solicitação) e que ainda não tenha sido contemplada.
• A Secretaria de Educação Média e Tecnológica – Semtec
está realizando estudos para equipar as escolas de ensino médio.
O que compõe o kit
Antena parabólica
• Vazada, do tipo Focal Point, com 2,85 m de diâmetro, no
mínimo (esta medida pode variar conforme a localização
da escola).
• A antena deve ter LNB (Low Noise Block Down Converter) de 25º Kelvin, no máximo, e ganho de 38,3 ± 0.3 dBi
em 4.0 Ghz.
• Acompanha a antena receptor de satélite manual, com filtro de 18 MHz.
Televisor
• Em cores, bivolt (110V e 220V), com controle remoto, tela
de no mínimo 20 polegadas e suporte de parede para televisor, videocassete e receptor.
Videocassete
• 4 cabeças, bivolt, com controle remoto, sistema NTSC/PALM.
Estabilizador de voltagem
• 2 KVA, no mínimo.
Fitas
• VHS, de 120 minutos.
Como montar o kit
• A instalação dos equipamentos deve ser feita por técnico
autorizado pelo fornecedor. Um mau posicionamento da
antena, por exemplo, pode comprometer a qualidade do
sinal recebido do satélite.
• É necessário verificar se todos os equipamentos têm manuais
de uso e conferir prazos de garantia.
• Desligue o vídeo da tomada sempre que estiver chovendo
muito forte ou em caso de corte de energia. Descargas elétricas
provocadas por raios ou o retorno da energia podem queimar o equipamento.
• Evite avançar (FF) ou voltar (REW) com a imagem na tela.
O excesso de atrito entre a cabeça do videocassete e a fita
causa estragos. Pare (STOP) antes de adiantar ou voltar a fita.
• Evite congelar a imagem (PAUSE) por muito tempo. Isso também produz atrito entre a fita e a cabeça de gravação.
• Chuviscos na imagem podem indicar que o cabeçote de gravação está gasto, sujo, ou o vídeo danificado. Podem indicar também falta de ajuste do vídeo. Neste caso, acione o
botão TRACKING.
Como cuidar das fitas
• Guarde-as na posição vertical, em local protegido de sol,
umidade e poeira, distante de campos magnetizados, como
motores ou transformadores.
• Rever as fitas periodicamente ajuda a evitar fungos.
• Rebobine (volte ao início) a fita toda após usá-la.
Como sintonizar a TV Escola
• Antes de ligar a televisão e o vídeo, verifique se estão na
voltagem certa.
• O receptor do satélite deve ser colocado em polarização
horizontal.
• Alguns receptores têm ajuste com o número do transponder (canal do satélite). Nos modelos com opções de 1 a 24,
deve ser escolhido o nº 3.
• Em outros receptores a sintonia é feita pela freqüência de
recepção direta do satélite, de 3.700 a 4.200 MHz. Devese escolher 3.770 MHz.
• Outra possibilidade de sintonia é a freqüência intermediária em receptores digitais. Deve-se escolher 1.380 MHz.
• No vídeo, é sintonizado o canal 3 ou 4, ou o que estiver
livre na sua cidade.
Problemas de recepção
• Confirmar se os equipamentos estão de acordo com as especificações indicadas por este manual.
• Se houver problemas na recepção, deve-se insistir com o técnico
autorizado para que verifique o posicionamento da antena e
a sintonia correta do receptor e dos outros aparelhos do kit.
• Persistindo a má recepção do sinal, deve-se pedir orientação
ao coordenador da TV Escola na Secretaria de Educação do
Estado, ou ligar para o Programa Fala Brasil: 0800-61.6161.
Como conhecer a programação
• Os programas da TV Escola de cada mês estão em um cartaz
com a Grade da programação, distribuído às escolas – dois
cartazes por bimestre, referentes a dois meses de programação.
• Os cartazes devem ser afixados em local de fácil acesso a
todos os professores e alunos.
• As Grades são reproduzidas em encarte solto na revista
TV ESCOLA e estão também disponíveis no site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola.
• A programação de reprise está na Grade de férias, distribuída às escolas em cartaz especial.
Como é organizada a programação
• Os programas da TV Escola são transmitidos em quatro faixas:
Ensino fundamental, Ensino médio e Salto para o futuro, de
segunda a sexta-feira; e Escola aberta, aos sábados.
CONTINUA NA PÁGINA 43
COMO USAR A TV ESCOLA
• A programação dirigida ao ensino fundamental é organizada em áreas temáticas ou programas (Vendo e aprendendo)
sobre determinado tema.
• A programação dirigida ao ensino médio é organizada em
programas que integram mais de uma área temática, favorecendo a interdisciplinaridade (Como fazer?), ou programas com debates e documentários (Ensino legal e Acervo).
• Entre Ensino fundamental e Ensino médio, a TV Escola transmite
Salto para o futuro, com programas ao vivo sobre temas dos
dois níveis de ensino, produzidos especialmente para professores e dirigentes das escolas.
• Escola aberta, com transmissão aos sábados, tem programação especial para a escola e a comunidade.
• A Grade da programação está organizada por dia de transmissão, horário, faixa, área temática e programas; resume
a programação de cada dia e dá os tempos de duração dos
programas.
Quando gravar
• A programação da TV Escola é transmitida de segunda a
sexta-feira. Para facilitar as gravações, é repetida em quatro horários para o ensino fundamental, três para o ensino
médio, três para o Salto para o futuro. Aos sábados, Escola
aberta tem transmissão em quatro horários.
• Para conhecer todos os horários, consulte a Grade da programação .
• Nas férias, é reprisada a programação do semestre anterior:
a cada horário de transmissão corresponde um dia da programação.
• Se você perdeu um programa transmitido durante o ano letivo,
procure-o na Grade de férias.
Como gravar os programas
• No horário escolhido, ligue os equipamentos; sintonize TV
e vídeo.
• Coloque a fita no início e o contador (COUNTER) no zero.
• Aperte REC e PLAY ao mesmo tempo. Esse procedimento
vale para a maioria dos equipamentos.
• Para programar a gravação, consulte o manual de uso do vídeo.
Como organizar o uso das fitas
• Volte a fita ao início e zere o contador.
• Assista desde o começo, anotando em que número do
contador começa cada programa gravado.
• No início de cada programa há uma claquete com dados
para catalogação.
• Faça uma etiqueta e cole na lombada da fita, para sua
identificação.
• Faça fichas por assunto, tema, número da fita ou do modo
mais útil para organizar a videoteca. Evite organizar apenas por data de gravação.
•A classificação adotada pela Grade da programação e pelo
Guia de programas é uma referência possível para a organização da videoteca (ver Como consultar os programas).
Como usar os programas
• Os programas da TV Escola podem ser usados – a critério
do professor, orientador, coordenador ou diretor – como
recurso para capacitação e aperfeiçoamento, como instrumento de apoio às aulas e em atividades de recuperação e aceleração de estudos.
DIRETORA: NÃO FIQUE SEM
A TV ESCOLA. FAÇA SEGURO
DOS EQUIPAMENTOS.
Como consultar os programas
• A TV Escola tem um Guia de programas, já em segunda edição,
que está sendo distribuído às escolas, para facilitar a consulta e o uso dos programas transmitidos e gravados.
• O Guia é também uma referência para as escolas organizarem suas videotecas (ver Como organizar o uso das fitas)
• O novo Guia contém programas transmitidos de 1996 a 1999,
resumidos e organizados em 15 áreas temáticas.
ATENÇÃO: O MEC NÃO DISTRIBUI FITAS
Como aprofundar os temas tratados
• Algumas séries de programas produzidas pela TV Escola são
acompanhadas pelos Cadernos da TV Escola, que complementam e aprofundam os temas tratados nas séries.
Como acompanhar o trabalho
de outros professores
• A revista TV ESCOLA publica reportagens sobre experiências
de professores com a TV Escola, dá sugestões de atividades para o trabalho com os programas e trata de outros assuntos
de interesse do professor.
• A revista acompanha e registra também o trabalho de professores que participam do Programa Nacional de Informática
na Educação – ProInfo, do Programa de Formação de Professores em Exercício – Proformação, ou que estão envolvidos na Reforma do Ensino Médio.
• A Secretaria de Educação a Distância – Seed distribui a revista
TV ESCOLA a todas as escolas participantes do Programa TV
Escola; cada escola recebe de 2 a 12 exemplares, proporcionalmente ao número de alunos.
• É muito importante que a revista circule entre todos os
professores.
• Escolas que não estiverem recebendo a revista devem pedir cadastramento à Seed, por carta, fax ou e-mail (ver
endereços em Como se manifestar e tirar dúvidas)
• A cada dois meses, as escolas recebem, junto com as grades da programação, um cartaz de divulgação que resume a revista do bimestre e deve ser afixado em local bem
visível para todos os professores.
Como ampliar o conhecimento
de alguns assuntos
• Os livros da Série de estudos / Educação a distância completam a linha editorial de apoio dos programas desenvolvidos pela Secretaria de Educação a Distância do MEC, com
textos de estudos na área da educação a distância e novas
tecnologias para a educação.
COMO SE MANIFESTAR E TIRAR DÚVIDAS
Escreva para a TV Escola
Ministério da Educação / Secretaria de Educação a Distância
caixa postal 9659 – CEP 70001-970, Brasília, DF
fax: (0xx61) 410.9178
e-mail: [email protected]
site: www.mec.gov.br/seed/tvescola
Ou ligue para o
Programa Fala
Brasil:
0800.61.6161
(ligação gratui
ta)

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