fernando miranda de vargas junior consumo, digestibilidade

Transcrição

fernando miranda de vargas junior consumo, digestibilidade
FERNANDO MIRANDA DE VARGAS JUNIOR
CONSUMO, DIGESTIBILIDADE, DESEMPENHO E
PARÂMETROS RUMINAIS EM TERNEIROS
ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO GRÃO
DE MILHO INTEIRO, MOÍDO OU TRATADO COM
URÉIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Santa Maria, RS - BRASIL
- 2000 -
CONSUMO, DIGESTIBILIDADE, DESEMPENHO E PARÂMETROS
RUMINAIS EM TERNEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO
GRÃO DE MILHO INTEIRO, MOÍDO OU TRATADO COM URÉIA
por
Fernando Miranda de Vargas Junior
Dissertação apresentada ao Curso
de Pós-Graduação em Zootecnia Área de concentração Produção
Animal / Nutrição de Ruminantes,
da Universidade Federal de Santa
Maria, RS, como requisito parcial
para obtenção do grau de
MESTRE EM ZOOTECNIA.
Santa Maria, RS - Brasil
2000
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
A COMISSÃO EXAMINADORA, ABAIXO ASSINADA, APROVA A
DISSERTAÇÃO
CONSUMO, DIGESTIBILIDADE, DESEMPENHO E PARÂMETROS
RUMINAIS EM TERNEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO
GRÃO DE MILHO INTEIRO, MOÍDO OU TRATADO COM URÉIA
ELABORADA POR
FERNANDO MIRANDA DE VARGAS JUNIOR
COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM ZOOTECNIA
COMISSÃO EXAMINADORA :
_______________________________________________
Prof. PhD. Luis Maria Bonnecarrère Sanchez - Orientador
___________________________________________
Prof. Dr. Peter Johann Bürger - UDESC
___________________________________________
Prof. PhD. João Restle - UFSM
Santa Maria, 19 de janeiro de 2000.
iii
AGRADECIMENTOS
Ao
Prof. Tit. Dr. Luis Maria Bonnecarrère Sanchez pela orientação,
dedicação e por sempre ter acreditado e apoiado meu trabalho.
Ao Prof. Leonir Luis Pascoal que me ajudou nos passos iniciais desses dois
anos de mestrado, como grande amigo e incentivador.
Ao Prof. José Herinque pela generosidade, atenção em todos os momentos
que necessitei de ajuda estatística.
Aos alunos e amigos desta instituição que me ajudaram de forma decisiva na
condução dos experimentos. Entre eles estão o Alexandre Weber, Carolina Wunsch,
Daniel Montagner, Deise C. da Silva, Juciléia Morais, Karina P. D'angelo, Ivonir T.
Bolzan, Liliane Cerdótes, Luciano Stefani, Paulo Afonso Carvalho, Raquel F.de
Lima, Rodrigo Dutra, Rodrigo Pizzeta e Wagner Paris.
Aos amigos laboratoristas Clóvis D. Senger, Lueci dos Santos e João
Humberto Machado, bem como os demais funcionários do Departamento de
Zootecnia que colaboraram para a execução dessa dissertação.
Ao pessoal do Hospital Veterinário na pessoa do Prof. Marcelo Ceccin que
auxiliaram desde as cirurgia dos animais até os problemas pós-cirurgia, sempre
prestativos.
A minha namorada Waldmaryan Bianchini que como amiga e estagiária
esteve sempre ao meu lado, com carinho e paciência me ajudou a concluir esta etapa
de meus estudos.
A minha mãe Ruth, meu pai Fernando e meu irmão Rodrigo que não mediram
esforços me apoiando em todos os momentos.
A todos que contribuíram de forma direta ou indireta na conclusão desta
dissertação.
Meu muito obrigado.
iv
ÍNDICE
Página
RESUMO ................................................................................................................ v
ABSTRACT ............................................................................................................ vii
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................
1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 4
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 29
4. CAPÍTULO 1
CONSUMO, DESEMPENHO E DIGESTIBILIDADE APARENTE, EM
TERNEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO GRÃOS DE
MILHO SUBMETIDOS A DIFERENTES PROCESSAMENTOS .................. 39
RESUMO ................................................................................................................
ABSTRACT ............................................................................................................
1. Introdução ...........................................................................................................
2. Material e Métodos.............................................................................................
3. Resultados e Discussão .......................................................................................
4. Conclusões ...........................................................................................................
5. Referências Bibliográficas .................................................................................
39
41
42
44
49
55
55
5. CAPÍTULO 2
DEGRADABILIDADE RUMINAL IN SITU DA FIBRA E PARÂMETROS
RUMINAIS
EM TERNEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS
CONTENDO GRÃOS DE MILHO SUBMETIDOS A DIFERENTES
PROCESSAMENTOS ........................................................................................... 59
RESUMO ................................................................................................................
ABSTRACT ............................................................................................................
1. Introdução ...........................................................................................................
2. Material e Métodos ............................................................................................
3. Resultados e Discussão........................................................................................
4. Conclusões ...........................................................................................................
5. Referências Bibliográficas .................................................................................
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60
61
64
68
80
80
6. CONCLUSÕES .................................................................................................. 86
APÊNDICES ........................................................................................................... 87
APÊNDICE A ......................................................................................................... 88
APÊNDICE B ......................................................................................................... 96
v
RESUMO
CONSUMO, DIGESTIBILIDADE, DESEMPENHO E PARÂMETROS
RUMINAIS EM TERNEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO
GRÃO DE MILHO INTEIRO, MOÍDO OU TRATADO COM URÉIA
Autor: Fernando Miranda de Vargas Junior
Orientador: Prof. Tit. Dr. Luis Maria Bonnecarrère Sanchez
A granulometria
e o tratamento do grão de milho com uréia foram
estudados através de quatro ensaios experimentais. As dietas testadas foram: Grão
de Milho Moído (GMM); Grão de Milho Inteiro (GMI); e Grão de Milho Inteiro
tratado com Uréia (GMIU). A relação volumoso: concentrado utilizada foi de 40:60,
sendo o volumoso silagem de sorgo e as três formas de fornecimento do grão de
milho representando 40,6% no primeiro ensaio e 42,6% no segundo, terceiro e
quarto ensaio do total de matéria seca fornecida. No primeiro ensaio avaliou-se o
desempenho animal através do consumo e ganho de peso diário. No segundo ensaio
determinou-se a digestibilidade in vivo da matéria seca (MS), matéria orgânica
(MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN) e
ácido (FDA), celulose (CEL), digestibilidade da energia (DE); do amido (AM) e
pH das fezes. No terceiro ensaio avaliou-se a degradabilidade ruminal in situ da
fibra (silagem de sorgo utilizada na dieta) através dos parâmetros MS, FDA e CEL.
No quarto ensaio avaliou-se os parâmetros ruminais, N-amoniacal, pH e atividade
bateriana no fluído ruminal. Foram utilizados no primeiro ensaio 15 terneiros, sendo
três da raça Jersey e 12 da raça Holandesa. Nos demais ensaios utilizou-se seis
terneiros fístulados no rúmen, um da raça Jersey e cinco da raça Holandesa. Os
parâmetros avaliados no primeiro ensaio não diferiram significativamente entre os
tratamentos, somente para consumo de MS em relação ao peso metabólico
(CMSPM) houve diferença significativa. O GMD, CMS e CA na média entre os
tratamentos foi de 1,357 kg/an/dia; 6,87 kg MS/an/dia; e 5,101 kg MS/kg ganho,
respectivamente. Não houve diferença nos parâmetros de consumo
e
vi
digestibilidade, somente para a digestibilidade da MS, com a melhor digestibilidade
para o GMIU. O pH das fezes diferiu (P<0,05) entre os tratamentos com o pH mais
baixo para o GMM. Nenhum dos parâmetros da degradabilidade in situ da fibra
diferiram significativamente, somente para o tempo de incubação de 72 horas para o
desaparecimento de FDA, com um maior desaparecimento (P<0,05) para o GMIU.
Nos parâmetros ruminais N-amoniacal e pH não detectou-se nenhum efeito das
dietas experimentais. Já na atividade bacteriana houve diferença (P<0,05) entre as
dietas nos tempos 5,5 e 8,5 horas após a alimentação, com uma melhor atividade
bacteriana para GMIU e uma pior atividade para o GMM. Conclui-se que não há
diferença no desempenho animal em terneiros, peso vivo médio 200 kg, quando
alimentados com GMM, GMI ou GMIU. O GMIU apresentou uma maior
digestibilidade da MS. Os tratamentos não influenciaram nos parâmetros de
degradabilidade da fibra estudados. O pH das fezes não foi um bom indicador para a
digestibilidade do amido.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA
Autor: Fernando Miranda de Vargas Junior
Orientador: Prof. Dr. Luis Maria Bonnecarrère Sanchez
Título: Consumo, digestibilidade, desempenho e parâmetros ruminais em terneiros
alimentados com dietas contendo grãos de milho inteiro, moído ou tratado com
uréia.
Dissertação de Mestrado em Zootecnia
Santa Maria, 19 de janeiro de 2000.
vii
ABSTRAT
FOOD INTAKE, DIGESTIBILITY, DAILY GAIN AND RUMINAL
PARAMETERS ON CALVES FED ON DIETS CONTAINING WHOLE,
GROUND OR UREA TREATED CORN GRAINS
Author: Fernando Miranda de Vargas Junior
Adviser: Prof. Tit. Dr. Luis Maria Bonnecarrère Sanchez
Four trials were conducted to study de effect of feeding diets based on whole
(WCG), ground (GCG) or urea treated corn grain (UWCG). Sorghun silage was
included in all diets at the proportion of 40% of the dry matter; corn grain made up
40,6% of the concentrate dry matter on trial one and 42,6% on trial two three and
four. In the first trial animal performance was compared by measuring food intake
and average daily gain. The second trial consisted of an in vivo experiment in which
digestibility of dry matter (DM), organic matter (OM), crude protein (CP), ether
extract (EE), neutral detergent fiber (NDF), acid detergent fiber (ADF), cellulose
(CEL) and starch (STA) were measured, as well as faecal pH. At the this the trial
ruminal degradability of DM, ADF and CEL of sorghun silage was measured by the
in situ nylon bag technique. At the fourth trial pH, ammonia-N concentration and
bacterial activity of the rumen fluid were measured. Fifteen calves, twelve Holstein
and three Jersey, were used in trial one; for trials two to four, six calves, one Jersey
and five Holstein, fitted with rumen canulas were used. In trial one they were
significant differences between treatments only for dry matter intake in relation to
metabolic body weight. The average
daily gain, dry matter intake and feed
conversion rate, mean for all treatment, were 1,357 kg/an/day; 6,87 kg DM/an/day
and 5,101 kg DM/kg gain, respectively. In trial two they were no significant
differences between treatment for intake or digestibility values except for dry matter
digestibility which was higher for UWCG. Faecal pH was lower (P< 0,05) for the
GCG treatment. They were no significant differences between diets for in situ
degradability measurement, except for ADF at 72 hours of incubation, which was
greater for UWCG. Treatments did not affect ruminal pH or ammonia-N
viii
concentration; bacterial activity was higher for UWCG and lower for GCG. It was
concluded that treatments of the corn gain did not affect animal performance of
calves of up to 200 kg of body weight; neither affect rumen degradability of silage.
Faeces pH was not a good indicator of starch digestibility.
FEDERAL UNIVERSITY OF SANTA MARIA
COURSE OF POST GRADUATION IN ZOOTECNIA
Author: Fernando Miranda de Vargas Junior
Advisor: Prof. PhD. Luís Maria Bonnecarrère Sanchez
Title: Food intake, digestibility, daily gain and ruminal parameters on calves fed on
diets containing whole, ground or urea treated corn grains.
Dissertation of Master's degree in Zootecnia
Santa Maria, January 19, 2000.
1
1. INTRODUÇÃO
A energia para ruminantes vem basicamente da alimentação de forragens,
ou seja, da digestão microbiana de seus carboidratos estruturais, principalmente
celulose e hemicelulose (ARMSTRONG e BEEVER, 1969). As células microbianas
que desenvolvem-se no rúmen e a produção dos ácidos graxos voláteis oriundos da
fermentação microbiana são absorvidas pelos ruminantes perfazendo estes
compostos a maior parte da proteína e energia requeridas (WALDO, 1973).
Mas certas categorias animais, como em crescimento e lactação ou em
terminação, possuem exigência
alta de energia e/ou proteína
que somente a
proteína microbiana e a energia oriunda dos ácidos graxos voláteis da fermentação
de forragens não é o suficiente para suprir as exigências nutricionais dos mesmos. A
alternativa é o fornecimento de alimentos concentrados, basicamente cereais, que
segundo HALE e THEURER (1974) possuem um baixo custo relativo e são de fácil
manejo, em comparação a produção de forragens e especialmente em explorações de
alta escala comercial, altamente mecanizadas. Em conseqüência, existe um marcante
interesse em alcançar um rendimento máximo dos grãos de cereais, através de
métodos para preparação e tratamentos.
O amido é um dos primeiros nutrientes na dieta dos ruminantes usados para
promover altos níveis de produção. A principal origem do amido na dieta são os
grãos de cereais, mais comumente trigo, milho e sorgo (McDONALD et al., 1966).
Assim, a ótima utilização do amido é fundamental para melhorar a eficiência da
produção animal. A utilização acentuada do amido através de grãos processados é
altamente dependente dos métodos de processamento, espécie de ruminante e tipo de
grão (THEURER, 1986).
Quando deseja-se obter altos níveis de produção animal é necessário
aumentar a concentração nutritiva da dieta incluindo maiores quantidades de
2
concentrados ricos em carboidratos não estruturais. Com isso, pode ocorrer uma
diminuição do pH ruminal, pelo menos durante alguns períodos do dia, o que por
sua vez pode acarretar uma diminuição da digestibilidade da parede celular, já que
esta diminui com pH baixo, podendo cessar quando este atinge valores próximos ou
inferiores a 6 (VAN SOEST, 1994; OWENS e GOETSCH, 1993). A menor
digestibilidade da fibra pode promover menor consumo, de forma que a melhora no
desempenho não seja proporcional ao aumento do conteúdo de energia da dieta.
O processamento pode melhorar significativamente o valor nutritivo dos
grãos de cereais para bovinos de corte (NRC, 1996). A principal função é o
incremento na exposição do amido dos grãos e melhora na sua suscetibilidade à
degradação enzimática. A intensidade desse processamento pode influenciar,
portanto, na rapidez com que são fermentados os grãos.
É comum fornecer os grãos na forma moída, pois é o processamento mais
simples e prático, aplicado para a redução do tamanho das partículas (ALCALDE,
1997), o que provavelmente
não é o mais eficiente por propiciar uma rápida
fermentação do amido e grande variações no pH ruminal. Já o fornecimento de grãos
inteiros, além de diminuir a velocidade de produção de ácidos, promove uma maior
mastigação e ruminação, aumentando a produção de saliva e com um conseqüente
efeito tampão. Mas quando bovinos são alimentados com cereais inteiros, grande
parte do cereal
pode passar pelo trato digestivo sem ser degrado (FAHEY e
BERGER, 1993). Nos cereais inteiros a envoltura dura dos grãos, o pericarpo, limita
o acesso ao amido interno (OWENS e GOETSCH, 1993). Assim, além de
preocupar-se que ingrediente usar em uma ração e o seu teor em nutrientes, deve
também ser levado em conta o tipo de processamento a ser utilizado, pois este irá
afetar desde a ingestão até o aproveitamento pelo animal e, consequentemente, o seu
desempenho.
Os efeitos e/ou benefícios dos diferentes tipos de processamento dos grãos,
como a redução no tamanho da partícula e adição de umidade, dependem da
qualidade do alimento processado e, principalmente, do animal que será alimentado.
A forma de mastigar e ruminar, o tamanho do orifício retículo-omasal e a dieta,
acompanhados de outros fatores afetam a resposta ao processamento (ORSKOV,
1986).
3
Os processamentos como floculação à vapor, extrusão, entre outros, com os
quais o amido fica mais disponível para digestão, implicam em custos adicionais de
processamento, ficando apenas viável aos países desenvolvidos, devido à elevada
disponibilidade de grãos e o alto custo do volumoso (ALCALDE, 1997).
A utilização do grão de milho para bovinos, inteiro ou nas suas diferentes
formas de processamento, tem-se mostrado contraditória. Sendo que, desde a década
de 60, diversos trabalhos vêm sendo realizados, mas a grande maioria dos autores
preocupou-se somente em medir a influência do processamento na digestibilidade do
amido. Esquecendo de toda a interação que existe entre os níveis de nutrientes
disponíveis aos microorganismos e o ambiente ruminal em relação a digestibilidade
total da dieta e principalmente da fibra.
Atualmente já está estabelecido que a avaliação de uma dieta deve incluir
além das já tradicionais determinações, também a determinação do padrão de
fermentação ruminal correspondente, para se ter indicação de seu real potencial em
promover melhoria no desempenho animal (LAVEZZO et al., 1998). Isto fica mais
destacado quando se avalia o processamento de grãos, pois o tipo de tratamento
poderá influenciar diretamente no ambiente ruminal e nos conseqüentes efeitos
associativos entre a digestão dos nutrientes a nível de rúmen.
Em vista disso, o presente trabalho objetivou avaliar o efeito da moagem
do grão de milho ou do tratamento do grão de milho
inteiro com uréia na
alimentação de terneiros visando determinar possíveis efeitos destes processos no
desempenho, digestibilidade e parâmetros ruminais.
Esta dissertação foi dividida em dois artigos, constituídos por dois ensaios
cada um e editados com base nos critérios da Revista Ciência Rural, com algumas
adaptações às normas para elaboração de tese (UNIVERSIDADE...., 1995).
4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Utilização do milho na alimentação animal
Dentre os grãos de cereais, o milho é aquele mais largamente empregado na
alimentação dos animais como fonte de amido e consequentemente como alimento
energético (ANDRIGUETTO et al., 1982; OLIVEIRA et al., 1993). Segundo NRC
(1996) o milho apresenta a nível de mantença 90% de nutrientes digestíveis totais
(NDT), 3,92 e 3,25 Mcal/kg de energia digestível (ED) e energia metabolizável
(EM), respectivamente. Seu conteúdo de proteína bruta (PB) varia de 8 a 10% e
aproximadamente 65% de amido (CONE et al., 1989).
O milho é o cereal mais produzido no mundo. O comércio mundial
movimenta mais de 65 milhões de toneladas de milho (13 % da produção total). A
produção mundial do grão supera meio bilhão de toneladas, quase cinco vezes a
produção de soja. O Brasil é o terceiro maior produtor mundial, respondendo por 5 a
6 % do volume total. O mercado do cereal é diretamente condicionado pelo uso em
rações para alimentação de animais, e consequentemente, pelo consumo de carnes e
laticínios (AGRIANUAL, 1999). O principal destino da produção brasileira de
milho é a criação de aves e suínos.
A produtividade média brasileira é de pouco mais de 2300 kg/ha,
extremamente baixa em relação aos EUA e França (7500 kg/ha), a China (5000
kg/ha) e a Argentina (4500 kg/ha), nosso principal fornecedor (AGRIANUAL,
1999).
2.2. Processamento dos grãos
A eficiência de utilização do milho pelos bovinos, através de trabalhos, temse mostrado contraditória em função da forma como deve ser fornecido. Sendo
5
assim, desde a década de 60, principalmente nos E.U.A., tem sido estudado vários
processamentos para aumentar a eficiência da utilização do milho, assim como de
outros grãos, principalmente a digestibilidade do amido.
Os métodos de processamento dos grãos podem ser classificados
basicamente em secos ou úmidos, segundo uma revisão completa realizada por
HALE (1973). Dentre os classificados como processamento seco estão o grão
inteiro, moído, laminado ou quebrado, extrusado, micronizado, peletizado, e entre
os processamentos úmidos estão o grão inteiro reconstituído com umidade, laminado
a vapor, floculado a vapor, cozido a pressão, expandido, entre outros. Dentre os
processamentos dos grãos, a laminação e a moagem são os mais comuns e seu
efeito é basicamente expor os grânulos de amido a digestão (BEAUCHEMIN et al.,
1994).
No Brasil, a moagem dos grãos é o processamento mais utilizado por ser
prático e eficiente tornando mais facilmente disponível à digestão do amido; outros
métodos de processamentos envolvem custos adicionais que podem inviabilizar o
seu uso em pequena escala.
A utilização do grão de milho moído parece ser mais um aspecto cultural do
que realmente necessária em muitos casos. Os produtores manifestam preocupação
ao encontrarem grãos inteiros nas fezes e isto tem limitado o uso do milho nesta
forma, devido primeiramente ao aspecto visual e em segundo a falta de informação.
Os próprios pesquisadores ainda não chegaram a um consenso de quando utilizar ou
não o milho inteiro e quando se faz necessário seu processamento. McALLISTER et
al. (1990) afirmam que a mastigação de ingestão não tem sido estudada com
detalhes, embora seja conhecido que os grãos inteiros quando não danificados
durante a mastigação, haverá limitações para sua digestão. A utilização do milho
inteiro evitaria o processo de moagem que segundo BEAUCHEMIN et al. (1994)
trabalhando com vacas leiteiras não seria necessário, pois a mastigação realiza
eficientemente este efeito, além de aumentar a ruminação e salivação ajudando a
manter o ambiente ruminal mais estável, não justificando o custo a mais da moagem.
O processo de digestão microbiana começa de dentro para fora, da matriz
protéica, como os grão de amido circundado pelo endosperma, este forma uma
barreira efetiva para digestão do amido (McALLISTER et.al., 1990). Assim cada
grão possui uma taxa de digestão diferente, pois cada um possui uma estrutura,
6
podendo tornar mais fácil ou mais difícil o ataque dos microorganismos ruminais;
por exemplo a cevada é digerida mais rapidamente que o milho (McALLISTER
et.al., 1993). Certas características intrínsecas dos grãos como no exemplo anterior
afetam a taxa e a extensão da digestão do amido e pode reduzir os benefícios do
processamento (NRC, 1996).
Segundo ORSKOV (1990) a conveniência ou não do tratamento dos grãos
depende do tipo de grão e do animal. Este autor afirma que para ruminantes
pequenos como ovinos, caprinos e bovinos de até 100 a 150 kg de peso vivo, é
vantajoso que os grãos sejam fornecidos inteiros. Já para bovinos adultos deve-se
proceder um tratamento mínimo para evitar que o excesso de grãos não digeridos
sejam eliminados nas fezes. Um exemplo é com bovinos jovens que podem digerir os
grãos sem processar melhor que os adultos, segundo MORGAN e CAMPLING
(1978), assim o processamento dos grãos é mais benéfico para novilhos do que para
terneiros de um ano.
No rúmen é digerido cerca de 90% do amido da cevada quando consumida
inteira por bovinos. Quando ovelhas recebem cevada inteira, é digerido 95 % do
amido no rúmen. Isto sugere que as ovelhas trituram melhor a cevada inteira durante
a mastigação que os bovinos. O amido do sorgo e milho em grão tende a escapar em
maiores proporções a fermentação ruminal quando inteiros e menor quando tenham
sofrido tratamento a vapor e floculados. Já o amido do trigo é semelhante ao da
cevada, é fermentado rapidamente no rúmen exceto quando é ingerido inteiro por
bovinos (FAHEY e BERGER, 1993).
O sorgo em grão é utilizado deficientemente quando é consumido inteiro
por bovinos e responde muito bem ao processamento (McNEILL et al., 1971;
FRANKS et al., 1972; HINMAN e JOHNSON, 1974; GALYEAN et al., 1981). A
quantidade de amido do sorgo fermentada no rúmen de bovinos duplica quando é
consumido em forma de flocos a vapor do que quando é moído (CROKA e
WAGNER, 1975). A moagem ou laminação a seco são considerados como os
tratamentos mais rápidos, consistindo no rompimento do envoltório das sementes e
redução do tamanho das partículas. Enquanto que a formação de flocos a vapor,
aumenta umidade, reduz o tamanho das partículas e gelatiniza muitos grãos de
amido, determinando também que sejam muito mais suscetíveis ao ataque
enzimático (CHEN et al., 1994). Mas este processo é mais trabalhoso e seu custo
7
muito maior. O efeito da floculação à vapor, laminado a seco ou a vapor nos grãos
de milho e sorgo foram testados por CHEN et al. (1994) e CHEN et al. (1995).
Estes autores encontraram um aumento das digestibilidades totais dos
grãos
floculados na matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), amido
(AM), fibra em detergente ácido (FDA) e fibra em detergente neutro (FDN).
Até 40% da MO de dietas baseadas em milho moído ou laminado e seco se
digere pós-rúmen. Isto é conseqüência de uma digestão menos intensa no rúmen do
amido do milho em comparação ao da cevada (MERCHEN, 1993). WALDO (1973)
indica que o amido procedente do milho é mais resistente à degradação ruminal que
o da cevada ou do trigo. O tratamento de cereais como a cevada influi pouco sobre a
quantidade a ser digerida a nível ruminal, no entanto, ao reduzir mediante trituração
o tamanho das partículas de milho inteiro determina-se um aumento substancial na
proporção de amido a ser digerido (GALYEAN et al., 1979). Esta resposta deve-se
provavelmente a um aumento na superfície disponível para o ataque microbiano. A
gelatinização do amido, particularmente do milho, resultante do tratamento com
vapor aumenta também a proporção de AM e MO digeridos no estômago.
WALDO (1973) resumindo 51 experimentos, relatou que 94 + 2,4% do
amido da cevada era digerido antes do abomaso ou duodeno. As variações nestes
dados eram pequenas usando diversas partidas de cevada, alimentando bovinos e
ovinos, usando diversos métodos de tratamento ou fornecendo aos animais
diferentes quantidades de amido bem como variando sua percentagem na dieta ou no
consumo de matéria seca. Já o amido do milho que escapa a digestão ruminal foi
muito maior que o da cevada. O amido do milho digerido antes do abomaso ou
duodeno era de 78 + 12,5 %. Sendo maior a variação da percentagem média de
amido que passa ao duodeno, sendo que isto indica que a digestão do amido é
sensível aos métodos experimentais utilizados. Os resultados alcançados dependem
em particular do lote do milho empregado, de seu tipo genético, da espécie de
ruminante estudada, do tratamento aplicado, do tamanho das partículas e da
percentagem de milho contido na dieta. Já o amido do sorgo é provável o mais
resistente a digestão ruminal de todas as fontes de amido comumente utilizadas na
alimentação de bovinos, no rúmen é digerido 76 + 22,4 % . Esta variação na
digestão ruminal e total dos grãos processados se deve pela diferença entre
variedades, que no caso do sorgo parecem ser maiores que nas variedades de milho.
8
Segundo HALE (1973) o milho é o único dentre os grãos de cereais que
não precisa necessariamente sofrer um tratamento prévio para o fornecimento a
bovinos. Já o grão de sorgo deve ser tratado obrigatoriamente. Os grãos inteiros de
cevada, trigo e o milho são eficientemente destruídos no processo de mastigação,
não compensando nenhum
processamento que resulte em um substancial
decréscimo nos custos (BEAUCHEMIN et al.,1994).
A resposta ao processamento dos grãos dependerá dos níveis de forragem
da dieta (VANCE et al., 1972). Em dietas com níveis intermediário ou alto de
volumoso (>25%), o milho é usualmente moído, o que pode diminuir a
digestibilidade da fibra (MOE e TYRRELL, 1977, 1979); moagem fina do milho
pode ser prejudicial para utilização de forragem (MOE et al., 1973).
A utilização de nitrogênio não protéico (NNP), como uréia, no tratamento
de grãos de cereais também é uma alternativa de processamento, simples e prática
(BOTHAST et al., 1972; ORSKOV, 1990). Ao se utilizar o tratamento com uréia
pode ter-se 3 objetivos:
a) A conservação do grão quando este é colhido com umidade excessiva, evitando o
gasto com secagem (ORSKOV,1990) e também a contaminação com aflatoxinas
produzidas por fungos, que podem ser nocivos a certas concentrações aos animais
(LYNCH et al., 1973);
b) No caso de grãos como o milho a amônia liberada ajuda a formar fissuras na
película que envolve o grão, facilitando o ataque microbiano a nível ruminal;
c) Elevar o teor de proteína bruta do grão, e além disso, parte da amônia penetra no
interior do grão ficando junto com o amido e sendo liberada somente quando este é
atacado pelos microorganismos ruminais; sendo para a produção de proteína
microbiana, isto é, muito importante pois o microorganismo tem disponível, ao
mesmo tempo, energia e cadeia carbonada oriunda do amido do grão e amônia
internamente ao mesmo, fontes essenciais para produção de proteína microbiana
(ORSKOV e MEHREZ, 1974).
Vários pesquisadores têm avaliado o uso de NNP no tratamento de grãos de
cereais. Como BOTHAST et al. (1972) que trataram o grão de milho com 2% e
0,5% de NH3 na MS contendo o grão tratado 26% e 12% de umidade,
respectivamente. Eles concluíram que a amônia já a 0,5% foi excelente fungicida e
a 2% tiveram dificuldades no consumo ao testarem com ratos. Já ORSKOV et
9
al.(1980) testou o efeito da aplicação de NaOH na digestibilidade em terneiros com
grãos inteiros da cevada, aveia, trigo e milho. No trigo, aveia e milho aplicou 1, 15,
30 ou 45g/kg de matéria seca e na cevada 15, 25, 35 ou 45g/kg. Ocorreu um
aumento da digestibilidade da fibra, MS e MO com a aplicação da solução de
NaOH 32%.
Assim os processamentos dos grãos de cereais são vários, com diferentes
metodologias e objetivos, com isso pode-se esperar diferentes efeitos e respostas ao
fornecer aos animais. A seguir serão relatados alguns parâmetros que o
processamento dos grão podem influenciar.
2.2.1. pH ruminal
O pH é um dos fatores ambientais do rúmen mais variáveis e que pode
influenciar profundamente sobre a população microbiana (YOKOYAMA e
JOHNSON, 1993). Experimentos demonstraram que o crescimento efetivo das
bactérias predominantes no rúmen variam consideravelmente de acordo com o pH
(THERION et al. , 1982). O pH do rúmen pode oscilar de 5,5 a 7,2 , com valores
inferiores de pH pouco depois de ingerir uma refeição rica em concentrados. As
bactérias celulolíticas e metanogênicas são afetadas uma vez que o pH do rúmen
diminua abaixo de 6,0 (VAN SOEST, 1994). Também são afetados os protozoários
do rúmen pela diminuição do pH determinado por um consumo alto de carboidratos
rapidamente fermentáveis (YOKOYAMA e JOHNSON,1993).
A absorção dos ácidos graxos voláteis estabilizam o pH do rúmen (BATH e
ROOK, 1965). Quando o pH do rúmen é inferior a 5,5 , tornam-se anormais tanto as
funções do rúmen como do animal e como conseqüência pode ocorrer acidose,
sendo responsável por este efeito principalmente o ácido láctico.
A atividade proteolítica não é afetada intensamente pelo pH da dieta, mas
a maioria das enzimas proteolíticas atuam melhor com um pH aproximadamente de
6,5. Conseqüentemente, a intensidade da degradação ruminal da proteína diminui
quando diminui o pH. O pH influi sobre a solubilidade das proteínas de origem
vegetal muito mais que nas de origem animal, assim, a resposta pode variar segundo
a origem da proteína. A proteína do grão de milho, por exemplo, alcança sua maior
solubilidade com pH próximo de 5,0 e diminuí acima deste ponto. Um pH superior
10
pode aumentar também a exposição da proteína dos alimentos as enzimas digestivas
ao incrementar a degradação da fibra. Se a fibra funciona como uma barreira para o
ataque proteolítico ou a solubilização, um pH mais elevado pode aumentar a
exposição e a quantidade da proteólise (OWENS e ZINN, 1993).
GRANT (1994) testou a influencia do amido do sorgo e do milho na
cinética in vitro da digestão da fibra da forragem. O autor controlou o pH em três
pontos 6,8 ; 6,2 e 5,5 e acrescentaram diferentes fontes de amido e duas forrageiras,
encontrando uma interação altamente significativa entre pH e tipo de amido. Quando
o pH
encontrava-se em 5,5 a digestibilidade potencial da FDN apresentou-se
sempre significativamente menor que os outros pHs independente da fonte de amido
ou forragem. Confirmando que com o pH abaixo de 6,2 a digestibilidade da fibra
senão cessa, diminui dramaticamente.
GOETSCH et al. (1987) comparando o grão de milho inteiro e o moído
encontraram diferença significativa no pH ruminal, com o pH mais baixo para o
milho moído, mas isto não afetou a digestibilidade da FDA e da dieta total.
HINMAN e JOHNSON (1974), COLE et al. (1976a), ALDRICH et al.
(1993), LUDDEN e CECAVA (1995) e LAVEZZO et al. (1998) não encontraram
efeito das diferentes dietas que testaram e diferentes níveis de concentrado sobre o
pH ruminal.
2.2.2. Tamanho da partícula
O tamanho das partículas pode ser reduzido em distintos momentos. Muitos
alimentos são tratados antes de sua distribuição para reduzir o tamanho das
partículas. A mastigação reduz mais o tamanho das partículas tanto ao ingerir como
ao ruminar os alimentos (GALYEAN et al., 1979). O efeito da mastigação altera a
cinética ruminal e a digestão de grãos sem processar (BEAUCHEMIN et al.,
1994).Geralmente, os animais jovens mastigam melhor seus alimentos que os velhos
(OWENS e GOETSCH, 1993). Assim a necessidade de beneficiamento através de
trituração dos alimentos são maiores para bovinos adultos que para jovens, e para
bovinos no geral mais importante do que para a maioria das espécies de ruminantes,
os quais mastigam seus alimentos de forma mais completa (KIMBERLEY, 1976).
11
No geral, os bovinos são menos capazes do que outras espécies de
ruminantes na habilidade de mastigar grão de milho inteiro (THEURER, 1986). E
durante o processo de ruminação do milho são regurgitados poucos grãos inteiros
para que voltem a ser mastigados, devido ao elevado peso específico deste (HALE e
THEURER, 1974), sugerindo importância da mastigação de ingestão.
Há uma substancial diferença entre animais na eficiência de mastigação do
grão de milho inteiro. Bovinos alimentados com grãos inteiros de cevada ou trigo
passam mais tempo ruminando do que com milho, particularmente porque este é
mais eficientemente mastigado durante o processo de ingestão. BEAUCHEMIN et
al. (1994) testaram o efeito da mastigação dos cereais inteiros milho, cevada e trigo,
em vacas adultas; destacaram que o milho foi substancialmente destruído após a
ingestão e mastigação, e a maior parte do pericarpo encontrava-se quebrado em
pequenos pedaços. Enquanto que a cevada e o trigo ainda apresentavam muitos
grãos ainda com o pericarpo intacto. Quando o grão inteiro de milho sem o efeito da
mastigação foi incubado no rúmen por 96 horas, menos de 30 % da MS desapareceu.
E com o efeito da mastigação desapareceu 53, 69 e 66% de MS para a cevada, milho
e trigo, respectivamente. Quando milho foi fornecido inteiro, 50% do total
encontrado nas fezes apresentava-se intacto, enquanto que a proporção de grão de
trigo e cevada encontrada foi de 75% .
EWING et al. (1986) testaram diferentes graus de moagem do grão de
milho desde 8,00 mm até o grau de farinha. Estes verificaram que a medida que
diminuiu o tamanho da partícula aumentou significativamente a velocidade de
passagem
de 1,9 a 4,6%/hora. Mas quando compararam as moagens mais
grosseiras, tamanho médio, com o grão inteiro não encontraram diferenças. O
tamanho da partícula do milho no rúmen, a redução de seu tamanho pela ruminação
e digestão afetam a taxa de passagem. Sendo as informações sobre a taxa de
passagem ruminal das partículas do milho são reduzidas e merecem mais pesquisas,
concluem os autores.
Está evidenciado que o tamanho da partícula afeta o local e a extensão da
digestão do amido segundo vários autores (WILSON et al., 1973; GALYEAN et al.,
1979; e TURGEON et al., 1983). A velocidade de passagem das partículas do milho
no rúmen é aproximadamente de 2,0 a 5,0 %/hora, dependendo do tamanho da
12
partícula e sua concentração na dieta total, da forma como se apresenta, da relação
volumoso:concentrado e do consumo de matéria seca (GOETSCH et al., 1987).
Em dietas a base de forragem, BEAUCHEMIN (1992) observou que com
aumento na duração da mastigação houve um incremento na degradação ruminal
pelo aumento da fração potencialmente digestível da matéria seca e das frações da
fibra e pelo decréscimo do lag time para digestão da fibra, mas não pela alteração da
taxa de passagem. Em dietas com grão inteiro, a importância da mastigação para
digestão não está bem clara, necessitando maiores conhecimentos da influência
efetiva na destruição deste, durante a mastigação, e se este fator não esta limitando a
digestão do grão (ORSKOV et al., 1978; McALLISTER et al., 1990 ).
O conteúdo do rúmen não flui homogeneamente. Determinadas
proporções que não são suficientemente densas ou cujas partículas não alcançaram
um tamanho suficientemente pequeno são retidas de forma preferencial no rúmen.
Para que as partículas abandonem o rúmen devem chegar ao orifício retículoomasal a um tamanho mínimo aceitável, o que varia com tamanho deste orifício e
este em relação ao tamanho do animal. As partículas grandes que mesmo assim
conseguem sair são retidas nas lâminas do omaso e retornam ao rúmen. Assim as
partículas de maior tamanho são retidas por maior tempo no rúmen para que sejam
ruminadas e/ou degradas pelos microorganismos até o tamanho que possibilite sua
saída (OWENS e GOETSCH, 1993).
Os materiais densos como os grão inteiros de cereais tendem a descer para
o
saco ventral, e a menos que sejam mastigados, não flutuam e se movem
gradualmente para o retículo através das contrações ruminais. Mas também a
densidade das partículas possui um papel importante, entre a densidade 1,0 e 2,0
abandonam o rúmen com maior rapidez. Os materiais densos como grãos inteiros de
cereais tendem a ficar acumulados no saco ventral e a menos que sejam mastigados,
não flutuam, movendo-se gradualmente na direção do retículo através das contrações
ruminais. A qualidade dos grãos para bovinos de corte está possivelmente associada
com a densidade do grão ou com o conteúdo de fibra da dieta, como mostraram
MATHISON et.al. (1991) e ENGSTRON et al. (1992). A presença de milho inteiro
no rúmen supõe um estímulo para ruminação. Partículas muito pequenas, com
tamanhos inferiores a 100 micra, se dispersam e são facilmente varridos do rúmen
com os fluídos (OWENS e GOETSCH, 1993).
13
Os cereais em grãos podem ser deglutidos facilmente mesmo que não
retidos na boca tanto tempo como as forragens para sua ensalivação. A distribuição
dos cereais inteiros em lugar de triturados pode aumentar o tempo destinado a
mastigação durante o consumo e ruminação. Não se determinou com clareza a
importância relativa da mastigação
e a ação microbiana no rúmen para a
desintegração das partículas em diferentes tipos de dietas. A habilidade dos
microorganismos ruminais de digerirem grãos depende do tamanho da partícula
(GALYEAN et al., 1981). Um tratamento mais intenso do alimento ou uma maior
ruptura celular durante a mastigação aumenta a quantidade de nutrientes disponíveis
para degradação microbiana. As bactérias penetram inicialmente nas membranas
celulares através dos estômatos e nas fissuras criadas através do processamento ou
da mastigação. A eficiência do crescimento microbiano deve ser maior em dietas
com milho inteiro que com milho tratado, apesar de um menor rendimento
microbiano total (OWENS e GOETSCH, 1993).
2.2.3. Atividade Bacteriana
A dieta é provavelmente o fator mais importante entre os que influenciam
no número e nas proporções relativas das distintas espécies de microorganismos que
povoam o rúmen (YOKOYMA e JOHNSON, 1993).
Provavelmente as variações mais acentuadas que acontecem com a
população de microorganismos no rúmen bem como na fermentação, são resultantes
de uma troca de dieta com grandes quantidades de carboidratos que fermentam com
facilidade, por exemplo, dietas ricas em concentrados. O consumo destes tipos de
dietas determinam uma sucessão de variações na população microbiana do rúmen
durante o período de adaptação, de forma específica nas bactérias que produzem e
utilizam o lactato (HOBSON e STEWART, 1997).
O crescimento bacteriano depende do tipo de carboidrato que chega ao
rúmen para suprir o ATP necessário para síntese microbiana (NOCEK e RUSSELL,
1988). Para uma atividade ótima de crescimento, a taxa de produção de ATP
(carboidratos fermentados) deve ser proporcional ao NH3 disponível às bactérias,
para uma máxima síntese de proteína microbiana.
14
A determinação da atividade bacteriana através da redução ao azul de
metileno tem se mostrado, nos últimos anos, uma das provas mais confiáveis para se
determinar, com rapidez e segurança, a atividade da microflora ruminal (DIRKSEN,
1981; ROSENBERGER, 1993).
As variações qualitativas e quantitativas da população dos microorganismos
são conseqüência da alimentação. A ingestão dos alimentos influencia aumentando
em algumas horas a carga e a atividade microbiana no rúmen, enquanto o jejum
exerce uma função desfavorável. Alimentos de fácil digestão, ou seja, alimentos
com um valor nutritivo alto (ricos em açúcares, amido e proteínas), aumentam o
número total de bactérias e também a quantidade de espécies, aumentando os
processos microbianos-bioquímicos de degradação e síntese (KAUFMANN e
SAELZER, 1976; DIRKSEN, 1981).
2.2.4. N-amoniacal (NH3) no fluído ruminal
No rúmen são produzidas quantidades importantes de NH3 proveniente da
degradação microbiana da proteína da dieta, da hidrólise de compostos que contêm
nitrogênio não protéico dietético e/ou endógeno
e da degradação de células
microbianas. O NH3 produzido entra em uma reserva dinâmica e pode ser utilizado
como fonte de nitrogênio para a biosíntese de aminoácidos pelos microorganismos
do rúmen (MERCHEN, 1993).
O NH3 é absorvido através da parede do rúmen estritamente mediante
difusão passiva e a quantidade absorvida de NH3 está relacionada positivamente
com sua concentração no rúmen e com o pH ruminal.
Em animais que consomem farelos, as concentrações de NH3 são máximas
1 a 2 horas aproximadamente após o consumo, já com dietas com proteínas de
origem de alimentos forrageiros, somente 3 a 5 horas ocorrerá o pico de
concentração. A quantidade de proteína microbiana que pode ser sintetizada no
rúmen está limitada pela quantidade de energia disponível, quantidade de ATP ou
de matéria orgânica, para os microorganismos e pela eficiência com que estes
empregam esta energia. Poucas são as bactérias que multiplicam-se sem uma fonte
de carboidratos para fornecer energia (OWENS e ZINN, 1993).
O nível de carboidratos não estruturais tem um grande efeito na utilização,
pelos microorganismos, do NH3 que surge da degradação ruminal das proteínas na
15
ração. O nível ótimo de carboidratos não estruturais para incluir em uma ração é
influenciado pela : 1) Taxa de degradação da fração de carboidratos não estruturais
da ração; 2) Fonte de carboidratos não estruturais que é afetada pela taxa de
degradação (da mais rápida a mais lenta: trigo>cevada>aveia>milho>sorgo); e 3)
Tratamentos físicos (moído, laminado) dos grãos de cereais (DAVIS, 1993).
HUNTINGTON e PRIOR (1983) demonstraram ser alta a taxa de absorção
de amônia pelo rúmen, o que sugere que a energia não pode ser um fator limitante,
assim como o sincronismo entre a sua disponibilidade e as fontes de nitrogênio, o
que pode limitar o uso de nitrogênio disponível pelos microorganismo ruminais. Isto
por sua vez limita a eficiência da utilização do nitrogênio da dieta para fins
produtivos. A energia prontamente disponível da fermentação do amido aumenta o
fluxo de proteína microbiana em resposta ao aumento da digestibilidade do amido
no rúmen. HOOVER e STOKES (1991) sumarizaram diversos estudos in vitro e
concluíram que com o aumento de carboidratos não estruturais na dieta elevou a
concentração de amônia no rúmen.
Diversos autores têm publicado concentrações de NH3 ruminal para uma
máxima eficiência bacteriana ou para o desaparecimento da fibra. MEHREZ et al.
(1977) pesquisaram o máximo
desaparecimento da matéria seca da fibra com
diversos níveis de inclusão de uréia na dieta e encontraram o valor entorno de 23
mg NH3/100 ml fluído ruminal. ORTEGA et al. (1979) não encontraram diferenças
significativas no desaparecimento da matéria seca da fibra com o incremento da NH3
ruminal de 6,3 para 27,5 mg NH3/100 ml fluído ruminal, mas encontraram um
máximo desaparecimento entre 8,7 e 16,5 mg NH3/100 ml fluído ruminal .
FARIA e HUBER (1984) não encontraram interação entre dietas com três
níveis de proteína bruta (8,1; 11,3; e 13,3 % PB) e três níveis de inclusão do grão de
milho na dieta (0 , 30, 60 % milho na MS) no desaparecimento ruminal da MS da
fibra in situ.
2.2.5. Digestibilidade e consumo
A natureza física e química da dieta influi de forma primordial sobre a
velocidade e amplitude da digestão, assim como sobre a síntese de diferentes
produtos. A digestibilidade pode diminuir quando aumenta-se a velocidade de
16
passagem da digesta ou quando descende a digestão da fibra, como acontece com
dietas ricas em amido (FERRELL,1993).
Cereais como o milho, sorgo, aveia, trigo e outros apresentam como maior
componente o amido, perfazendo cerca de 60 a 80 % da matéria seca destes. No caso
do milho, cerca de 30% ou mais do amido escapa da fermentação ruminal, sendo
que esta porção pode ser digerida no intestino delgado ou fermentada no intestino
grosso, podendo variar de 47 a 88 % (ORSKOV, 1986).
O nível de consumo deve ser considerado quando comparam-se diferentes
processamentos de grãos. MOE e TYRELL (1979) relataram que a energia
metabolizável do grão de milho para vacas leiteiras reduziu de 3,58 Mcal/kg com os
animais em mantença para 2,92 Mcal/kg com 2,5 vezes a mantença. Já BINES et al.
(1988) concluíram que o efeito do consumo sobre a digestibilidade é confuso em
dietas contendo grãos processados, podendo ser significativo para terneiros jovens,
mas não para vacas leiteiras. O efeito da digestibilidade atribuído ao nível de
consumo na prática é pequeno, principalmente quando este é baixo ou é restringindo
na alimentação para novilhos (NRC, 1996).
ZINN e OWENS (1983) relataram que o nível de ingestão afeta a
digestibilidade de rações altamente concentradas (80%), demonstrando que com
aumento da ingestão de 1,2% para 2,1% do peso vivo, houve um decréscimo linear
da digestibilidade de matéria orgânica e da fibra, sendo que a digestibilidade ruminal
da fibra passou de 32,5 % para zero. E o aumento da digestibilidade do amido foi
pequeno, não sendo proporcional ao aumento de sua concentração.
O controle do consumo de matéria seca é determinado pela demanda
fisiológica necessária para manutenção e seu potencial de produção, além da
limitação gastrointestinal. Geralmente o consumo reduz quando os grãos são
processados e há um aumento na digestibilidade. O ponto ótimo de processamento
não está bem definido, o que se sabe é que ocorre alterações na digestibilidade e na
utilização da energia digestível influenciadas pelo processamento e pela variação da
idade, tipo e variedade do grão (NRC, 1987). O ARC (1980) faz um resumo de seis
publicações separadas e inter-relaciona as mesmas com a concentração de energia da
dieta e o nível de processamento e concluiu que quanto maior o nível de energia
menor é o efeito do processamento.
17
A forma como é fornecido o grão de milho não pode ser considerada como
um fator único da eficiência energética de uma dieta, uma vez que a proporção e o
tipo de volumoso utilizado para compor a mesma, podem apresentar interações nos
resultados de digestão, degradação ou desempenho. Dietas com menos de 20% de
volumosos, as diferenças na energia digestível e a energia líquida do milho inteiro
ou lâminado, moído grosso ou fino, são usualmente pequenos (VANCE et al., 1972;
PRESTON, 1975). Enquanto que CROKA e WAGNER (1975) encontraram uma
maior eficiência de utilização do grão de sorgo micronizado comparado como o grão
lâminado a seco, além de uma maior digestibilidade da matéria seca (81,4 vs.
73,9%).
As taxas de digestão dos diversos componentes dos alimentos
separadamente, a associação dos vários componentes, tais como amido ou proteína
com as membranas celulares ou com partículas grandes, podem limitar a taxa de
digestão ao dificultar fisicamente a exposição de seus componentes ao ataque pelos
microorganismos (OWENS e GOETSCH, 1993).
Nos ruminantes, o amido pode ser fermentado no rúmen ou no intestino
grosso, ou digerido enzimaticamente no intestino delgado. Sendo que a primeira
parte da digestão do amido ocorre no rúmen, onde a microflora fermenta este
(KOTARSKI et al., 1992). A digestão microbiana do amido no rúmen resulta na
produção de ácidos graxos voláteis (AGV), que fazem parte da maior fonte de
energia dos ruminantes. A quantidade de energia extraída dos grãos de amido é
dependente principalmente da taxa e grau de digestão no rúmen. O amido no rúmen
apresenta diferentes taxas de fermentação, sendo esta influenciada pelo tipo de grão,
método de processamento do cereal, dieta e espécie de ruminante (WALDO, 1973;
THEURER, 1986).
A taxa e a extensão da digestão de amido no rúmen influenciam a
composição dos ácidos produzidos pela fermentação microbiana, o pH ruminal, a
quantidade de amido disponível para a digestão no intestino delgado e a forma física
e química em que o amido é apresentado para digestão pós-ruminal (SIMAS, 1997).
A composição do endosperma da célula da matriz e a extensão com que os
grânulos de amido estão dispostos, influenciam a taxa de digestão (KOTARSKI et
al., 1992). A taxa e a extensão da digestão do amido no rúmen pode influenciar na
fermentação ruminal e com isso na composição dos ácidos produzidos, no pH, e
18
também quanto deste amido irá chegar para digestão pós-ruminal; o que depende da
composição química e forma com que o amido está disposto (com relação a matriz
da planta) (THEURER, 1986; OWENS et al., 1986; ORSKOV, 1986; WALDO,
1973). Estes fatores afetam a eficiência de utilização do amido e a conversão
alimentar do ruminante.
O processamento das fontes de amido alteram o local de digestão do
mesmo no trato digestivo dos ruminantes. Os tratamentos que provocam alterações
químicas no amido aumentam substancialmente a utilização destes grãos pelos
animais comparados, aos processamentos mecânicos, devido principalmente ao
aumento da digestibilidade do amido no rúmen e no trato total (THEURER, 1986).
Nos cereais o pericarpo envolve o embrião ou o gérmen bem como o
endosperma, que contém a maior parte do amido (KOTARSKI et al., 1992). Os grão
inteiros, com o pericarpo intacto, são resistentes a digestão pelos ruminantes
(McALLISTER et al., 1990). EVANS e COLBURN (1967) verificaram que o
desaparecimento da matéria seca do grão de milho quebrado resultou em um
incremento da digestibilidade comparado ao grão inteiro.
O amido é um polissacarídeo heterogêneo composto por dois polímeros, a
amilose e a amilopectina (KOTARSKI et al., 1992).
A amilose possue unidades
de d-glicose em ligações lineares do tipo α 1-4, enquanto amilopectina consiste
também de cadeias lineares de glicose, mas com pontos de ramificação a cada 20-25
unidades de glicose na forma de ligações α 1-6. A amilopectina corresponde a cerca
de 70 a 80 % da maioria dos amidos. Os grãos de amido estão na forma de pseudocritais possuindo uma região cristalina (amilose) e uma amorfa (amilopectina). A
região amorfa é primeiramente atacada pelas amilases, enquanto a hidrólise da
região cristalina ocorre mais vagarosamente (ROONEY e PFLUGFELDER, 1986).
Assim a relação amilose : amilopectina influencia a velocidade de degradação do
amido.
A quantidade de nutriente digestível que é digerida no rúmen por unidade
de tempo depende de dois fatores, a taxa fracional de digestão e a digestibilidade
potencial do material. Sendo que qualquer um pode variar. O tratamento com alcális
ou com outros compostos químicos aumenta geralmente a quantia potencial de
digestão dos polímeros. Quando se alteram as condições de rúmen, e com isso os
tipos de bactérias, o tratamento mecânico podem alterar a taxa fracional de digestão
19
do grão. O tratamento dos alimentos para aumentar a superfície de ataque só
aumenta a velocidade de degradação, mas não a quantidade potencial de digestão.
As partículas saem normalmente do rúmen antes que ocorra completamente sua
digestão, ocasionando um acréscimo na quantidade digerida, aumentando a taxa
fracional de digestão (OWENS e GOETSCH, 1993).
O efeito de uma moagem grosseira é semelhante ao processo de laminação,
onde o grão é comprimido e quebrado quando passa no meio de dois rolos de
superfície sulcada, sendo que a tolerância entre os rolos é inferior ao tamanho do
grão (SIMAS, 1997).
Cerca de 59 % do amido do milho quanto fornecido inteiro é utilizado no
rúmen, o moído 78 % e o ensilado fica ao redor de 86% (OWENS et al., 1986).
WALDO (1973) considera que a redução da fermentação do milho terá como
conseqüência uma menor produção de proteína microbiana, da ordem de 8,2 a 23,3
g/100g de amido que escapa do rúmen; isto seria importante dependendo da
categoria animal, degradabilidade e qualidade da proteína da dieta. Além das perdas
de milho nas fezes, a capacidade de digestão enzimática no intestino delgado pode
ser outro fator de redução do aproveitamento do milho pelo animal.
REMILLARD et al. (1990) relataram que para rações com 60% de milho
quebrado e 30% de silagem de milho, resultados médios de digestibilidade do amido
foram de 63,4 % no rúmen e de 25,4% no intestino do total ingerido. A digestão
média foi de 69,3 % do amido que entrou no intestino concluindo que a amilase e o
pH da digesta não foram os principais fatores limitantes na digestão do amido no
intestino delgado de novilhos.
Os grãos processados podem aumentar a possibilidade de acidoses em
dietas com alto nível de concentrado na terminação de bovinos ou deprimir a
digestão da celulose de dietas com forragens (ORSKOV et al., 1977).
O estudo dos componentes da parede celular é de grande importância
quando se quer verificar o efeito do processamento de grãos em dietas com nível de
concentrado de 30 a 70%. Cada componente possui uma característica diferente
quanto à sua velocidade de degradação e à sua influência na digestibilidade total. A
seguir serão relatadas essas características e sua interação com
a dieta. A
hemicelulose é o componente mais rapidamente digerido no rúmen comparada a
celulose, e a lignina é indigestível. Assim a relação entre estes carboidratos
20
estruturais nas plantas afeta a fermentação ruminal. Sendo que a fibra detergente
neutra
consiste no total da parede celular, é altamente correlacionada com a
densidade volumétrica do alimento, e portanto, está altamente correlacionada com o
enchimento ruminal e o consumo de matéria seca . Já a digestibilidade de um
alimento está mais relacionada com a fibra detergente ácida (FDA), pois a fração de
fibra indigestível, a lignina, representa uma maior proporção desta. A celulose é de
grande importância como principal componente do alimento para ruminantes tendo
sido conduzido inúmeras investigações sobre o seu valor nutritivo (VAN SOEST,
1994). De um modo em geral constitui 75% da matéria seca das forragens e
consequentemente é a principal fonte de energia para os ruminantes (SILVA e
LEÃO, 1979;VAN SOEST, 1994).
O nível de amido nas rações é tido como fator principal da depressão da
digestão da fibra, principalmente em dietas mistas acima de 40% de concentrado.
MERTENS e LOFTEN (1980) citaram Burrougs et al. (1949) que observaram um
decréscimo de 22% na digestibilidade da matéria seca da espiga do milho e de 2 a
5% do feno de alfafa, adicionando 40% de amido nas rações e , quando aumentaram
para 60% de amido a redução da digestão para a alfafa foi de 5 a 12%. Estas
reduções foram atribuídas à depressão na digestibilidade da fibra.
SHAIBLY e WING (1974) não encontraram diferença no desaparecimento
da celulose quando testaram diferentes volumosos, bem como FIGROID et al. (1972)
que testaram diferentes níveis de grãos na dieta, também não encontrando diferença.
Enquanto que FARIA e HUBER (1984) encontraram efeito do nível de inclusão de
grão de milho no desaparecimento da MS do volumoso e interação entre tempo de
incubação e dieta.
Em um estudo
in vitro da cinética da digestão da fibra de fenos com
diferentes níveis de adição de amido (0 ; 40; 60 ou 80%) MERTENS e LOFTEN
(1980) encontraram um aumento linear (1,13; 2,68; 3,07 e 3,22 horas,
respectivamente) no lag time da digestão da fibra a medida que foi adicionado o
amido, mas a taxa de digestão não foi afetada (7,42%/hora). A digestão potencial
diminuiu com o aumento do amido (67,8;64,7;64,6 e 61,4%). Estes concluíram que
os dados não podem explicar a grande depressão que ocorre na digestão da fibra
somente de adição de amido, visto que o pH foi controlado in vitro. Enquanto que
GRANT (1994) pesquisando o efeito do pH e fontes de amido in vitro, relatou que
21
encontrou diferenças no lag time e na taxa de degradação da fibra em detergente
neutro, quando o pH foi de 6,8 a 5,5.
ALCADE e ANDRADE (1997) não encontraram efeito no nível de
concentrado de 30 para 60% na digestibilidade da fibra, somente quanto compararam
com os processamentos do grão de milho moído fino, grosso ou inteiro, observaram
diminuição (P<0,05) da digestibilidade da fibra para o milho moído. Enquanto que
COLE et al. (1976 a) e COLE et al. (1976 b) observaram que aparentemente o
processamento do grão de milho não influenciou na digestão da fibra.
OLIVEIRA et al. (1993) comparou em ensaio de digestibilidade o milho
laminado à vapor, sorgo floculado à vapor, sorgo laminado a seco e 50:50 dos dois
sorgos, sendo que estes constituíam 42% da matéria seca da dieta de vacas de leite.
A digestibilidade da matéria orgânica foi maior para o sorgo floculado e da proteína
bruta e fibra detergente neutra foi melhor para o sorgo seco laminado. A
digestibilidade do amido foi maior (92%) para o sorgo floculado, menor para o
sorgo laminado (70%) e intermediária para o milho laminado à vapor.
O efeito da granulometria do milho na digestibilidade aparente foi avaliado
por ALCALDE e ANDRADE (1997) em rações utilizando três granulometrias, dois
níveis de concentrado (30 ou 60%) e duas fontes de proteína (levedura ou farelo de
soja) para bovinos. A granulometria utilizada foi milho inteiro (MIS), moído grosso
(MMG) com peneira de 19 mm e moído fino (MMF) com peneira de 2,5 mm. O
tratamento com MMF diminui (P<0,05) a digestibilidade da fibra bruta e da fibra
detergente neutra comparado ao MMG e MIS , enquanto que para os extrativos não
nitrogenados (ENN), energia bruta (EB) e nutrientes digestíveis totais (NDT)
aumentou a digestibilidade deste nutrientes(P<0,05). A digestibilidade do amido foi
crescente com a diminuição da granulometria. Os autores concluíram que a moagem
fina do milho, o nível de 60% de concentrado e o uso de levedura favoreceram a
melhor utilização das rações com silagem de milho.
A comparação de diferentes formas de tratamento físico do grão de aveia
branca (Avena sativa) na alimentação de bovinos foi realizada por GOI et al.(1998)
testando os seguintes tratamentos: grão de aveia inteiro seco, moído, machacado e
inteiro umedecido. Não foram encontradas diferenças para os parâmetros analisados
no ensaio de digestibilidade entre os 4 tratamentos para os valores de digestibilidade
da matéria seca (59,47%), matéria orgânica (59,39%), proteína bruta (72,08%),
22
extrato etéreo (79,66%), fibra bruta (50,81%), extrativos não nitrogenados (62,79%)
e nutrientes digestíveis totais (64,12%).
BERGER et al. (1981) testaram diversos níveis (0, 2, 4 e 6 %) de
tratamento com NaOH em grãos de cereais e comparando com grãos inteiros secos,
umidecidos ou moídos na digestão in situ dos grão de milho, sorgo, aveia, cevada e
trigo. O tratamento com o umidecimento melhorou a digestibilidade, enquanto que
com NaOH melhorou para todos os tratamentos e principalmente com o grão de
milho com 6% de NaOH.
A avaliação do desaparecimento da matéria seca e proteína em sacos
incubados no rúmen de grãos em diferentes formas físicas foram realizadas por
EVANS e COLBURN (1967), comparando as formas de do grão de milho inteiro,
quebrado ou moído resultando em 7,0%; 53,0% e 65,9% para matéria seca e 3 , 29 e
42% para a proteína bruta. E quando foi estudado o ponto de colheita do milho sobre
a degradação da matéria seca do grão inteiro, apresentaram-se os seguintes valores
de 7,0; 17,2; 32,9 e 43,1%, respectivamente para o milho colhido no ponto seco,
farináceo, pastoso e, pastoso submetido à ensilagem. Estes autores fazem uma
observação importante dizendo a uréia favoreceu os resultados da degradação in
situ.
O grau de moagem parece estar associado a velocidade de digestão do
amido no rúmen. GALYEAN et al. (1979) trabalharam com novilhos canulados no
rúmen e avaliaram o local e a extensão da digestão do amido do milho em diferentes
tamanhos de partículas. O milho inteiro ou moído através de peneiras com crivos de
3,18; 4,76 ou 7,94 mm, na proporção de 72 % das rações, resultou nas seguintes
digestibilidades da MS no rúmen: 44,9; 62,3; 63,6 e 60,8 %, respectivamente.
Enquanto que a digestibilidade da MS da dieta foi em média 76,3%, não havendo
diferenças com relação as aos tamanhos de partículas. A digestibilidade do amido no
rúmen, foi de 70,8% com milho inteiro e de 91,7% em média com os moídos, sendo
a digestibilidade no trato digestivo total de 88,2 % e 94 %, respectivamente.
A individualidade do animal na sua eficiência na mastigação do grão inteiro
é um ponto importante e bastante destacado por vários autores (ORSKOV, 1986;
McALLISTER, 1990). Outro fator a considerar é a espécie e categoria animal, pois
para ovinos e caprinos o processamento do grão é desnecessário. Mas
BEAUCHEMIN et al. (1994) destaca que a variação da digestibilidade que ocorre
23
com os grãos é principalmente em relação às diferenças na taxa de ingestão entre os
animais e sendo que observou que mais grãos ficaram intactos quando o consumo
foi rápido. Considerando ainda que a restrição de ração como um fator de redução de
digestibilidade do grão inteiro, conduz a uma rápida ingestão ocasionando uma
menor intensidade de mastigação.
A dieta é um fator determinante na quantidade e tipo de microorganismos
no rúmen e, conseqüentemente, da taxa de degradação dos nutrientes (NOCEK,
1988). FARIA e HUBER (1984) avaliaram a degradação da matéria seca da silagem
de milho, do feno de alfafa e de um feno de gramíneas, submetidos à incubação em
animais recebendo dietas com três níveis de proteína ou com três níveis de milho,
sendo que os resultados encontrados foram semelhantes tanto para níveis de proteína
bem como para níveis de milho.
CONE et al. (1989) testaram in vitro o efeito de diferentes dietas (feno ou
feno + concentrado) na alimentação de animais doadores de líquido ruminal na
degradação do amido de diversos grãos processados ou não. A alimentação dos
animais doadores influenciou na degradação do amido, mantendo-se sempre maior
para os animais alimentados com feno + concentrado, invertendo-se esta relação
após 14 horas da alimentação dos animais doadores. Os grãos processados
apresentaram uma alta degradação do amido em comparação aos grãos não
processados, mostrando a influência do tamanho da partícula na degradação. A
medida que passou o tempo após alimentação dos animais para a retirada de líquido
ruminal, observaram uma diminuição na digestibilidade e uma menor diferença entre
os alimentados com feno ou feno + concentrado. A medida que diminuiu o pH a
degradabilidade média dos grãos diminuiu linearmente.
2.2.6. pH das fezes
A presença de grandes quantidades de amido pode produzir uma
fermentação rápida e originar um descenso do pH e aumentar a quantidade no
intestino grosso de ácido láctico. O consumo excessivo de cereais pode criar um
estado de acidose láctica no intestino grosso, muito similar com a que acontece no
rúmen (ALLISON et al., 1977).
O aparecimento de milho nas fezes, seja fornecido inteiro ou moído, é
inevitável. Sendo assim, dependendo do grau de moagem, a taxa de passagem pode
24
ser acelerada, diminuindo o tempo de permanência no trato digestivo e
consequentemente resultando em uma menor digestibilidade. TURGEON et al.
(1983) avaliaram o milho inteiro, a mistura inteiro:quebrado (50:50) e do quebrado,
participando 85% da ração, e observaram uma perda média de 20,7% de matéria
seca do milho nas fezes; valor também encontrado por BEAUCHEMIN et al. (1994)
fornecendo somente milho inteiro como único ingrediente.
O ceco proporciona um ambiente ideal para manter uma elevada população
de bactérias e dispõem de um fornecimento relativamente constante de substratos,
temperatura e pH constantes. Os substratos disponíveis incluem alimentos não
digeridos previamente, células procedentes da descamação e secreções digestivas
(YOKOYAMA e JOHNSON,1993).
Em cordeiros submetidos a distintas condições de alimentação
observram-se flutuações de pH no ceco. Os cordeiros alimentados com alfafa
apresentaram valores de pH cecal que oscilaram de 6,6 a 7,8 ; e cordeiros que
receberam dietas a base de cereais tiveram valores de pH cecal entre 5,7 e 7,2
(Ulyatt et al., 1975; citado YOKOYAMA e JOHNSON, 1993).
OLIVEIRA et al. (1993) demonstraram que vacas alimentadas com sorgo
laminado tinham mais amido e proteína bruta, e um menor pH
nas fezes
comparadas com vacas alimentadas com sorgo floculado. E sugeriram que uma
quantidade significante de amido fermentou no intestino grosso, sendo que a
fermentação de grandes quantidades de amido no intestino grosso é indesejável.
GOETSCH et al. (1987) não encontraram diferença significativa no pH das
fezes comparando animais alimentados com grão de milho inteiro ou moído, mas a
digestibilidade do amido foi maior significativamente para o milho moído,
demonstrando que talvez estes parâmetros não se correlacionem.
2.2.7. Desempenho animal
Os grãos de cereais são os mais usados para complementar ou implementar
a produção animal (KOTARSKI et al., 1992). Sendo que o desempenho animal está
diretamente relacionado com o consumo e digestibilidade da dieta, e estes dois
fatores influenciados pelos efeitos associativos da dieta e categoria animal estudada.
25
Em nossas condições, os volumosos tem participado de 40 a 70% da
matéria seca das rações, na fase de acabamento dos animais, já que as oscilações da
economia e o dispêndio de recursos financeiros de curto prazo tem limitado a
elevação do nível de concentrado (ALCADE, 1997). Assim quanto mais eficiente
for a utilização do concentrado melhor será a resposta da interação animal, dieta e
custos.
A fonte de carboidratos não estruturais e o processamento dos grãos afeta a
taxa de fermentação ruminal do amido e podem, portanto, influenciar na
performance animal (POORE et al., 1993). Segundo GOETCH et al. (1987) o
milho,
para participar de rações de bovinos em terminação, requer pouco ou
nenhum processamento, uma vez que há minimização dos custos, redução de mão de
obra e de equipamentos. A proporção de milho que participa da ração é um dos
fatores determinantes da necessidade de processar ou não o grão, podendo este
interferir sensivelmente no ganho de peso e conversão alimentar.
RUSH et. al. (1988) em dois experimentos compararam rações contendo
milho em grão nas formas inteiro e amassado (machacado) nos níveis de 15 e 30%
de participação na dieta e umidade de 14 e 12% do grão de milho. A dieta incluiu
também feno de alfafa e silagem de milho oferecidos à vontade aos animais uma vez
ao dia. No experimento 1, onde a umidade era de 14% e a participação do grão era
de 15%, o ganho médio diário (GMD) foi de 0,86kg para o grão inteiro e 0,88kg
para o machacado. Com a participação de 30% o GMD foi de 1,02 kg para o grão
inteiro e 1,04kg para o grão machacado. No experimento 2, quando a umidade foi de
12% e a participação do grão era de 15% o GMD foi de 0,83kg para o grão inteiro e
0,99kg para o grão machacado. Com a participação de 30% o GMD foi de 0,99kg
para o grão inteiro e 1,070kg para o grão machacado. Com umidade menor, a
performance dos novilhos melhorou apresentando diferença significativa entre as
duas formas de processamento do grão. Já KERCHER e ROMSA. (1986) em outro
experimento com 106 novilhos de 333kg, onde testaram os grãos de cevada e milho
inteiros, moídos e umedecidos, o desempenho dos novilhos alimentados com milho
não diferiu estatisticamente nas três formas de tratamento dos grãos (GMD de 1,32
kg). Mas a umidade era bem superior ao experimento anterior, continham 71,3 e
73,2 % de MS para milho e cevada, respectivamente. Na cevada o grão moído
(GMD de 1,15 kg) apresentou melhor desempenho (P<0,05) comparado ao grão
26
inteiro seco (GMD de 0,99 kg) e semelhante ao umedecido (GMD de 1,08kg). Os
novilhos alimentados com grãos inteiros
consumiram mais MS do que os
alimentados com grãos com elevada umidade e foram menos eficientes. Os novilhos
alimentados com grãos moídos foram intermediários em ingestão de MS e eficiência
alimentar.
A inclusão do milho moído em dietas para terminação de bovinos foi
avaliada por JESSE et al. (1976) nas relações milho : silagem de milho 30:70;
50:50; 70:30 ou 80:20. A ração com maior nível de silagem resultou em um menor
ganho de peso médio (0,90 kg/dia), enquanto que o desempenho com as outras
rações foram semelhantes (1,06; 1,13 e 1,11 kg/dia, respectivamente). Concluíram
que o fornecimento de milho acima de 70% não é vantajoso.
TURGEON et al. (1983) e ZINN (1992) concluíram que o fornecimento do
grão inteiro não difere do quebrado ou laminado seco, quando a proporção de
volumoso na ração for menor que 20 %. Nos estudos de TURGEON et al. (1983)
foi detectado em rações com 5 a 15 % de volumoso com mistura de milho inteiro
mais quebrado (1:1), melhor conversão alimentar (5,66) do que o milho fornecido
nas formas inteiro, quebrado, moído ou inteiro mais moído (1:1), que apresentaram
em média 5,87% a mais de consumo de matéria seca para o mesmo desempenho.
Avaliação da utilização do milho com diferentes graus de moagem na
alimentação de 30 novilhos da raça Guzerá foi estuda por ALVES et al. (1993) ,
tendo como volumoso a silagem de milho. Foram utilizados os seguintes
tratamentos: milho moído (fubá), milho quebrado (moagem grosseira) e milho
inteiro. Os ganhos de peso foram 1,17, 1,14 e 1,10 kg/dia/animal, respectivamente.
O consumo de matéria seca (MS) e a conversão alimentar foram 8,80 e 7,33; 8,97 e
8,14; 8,99 e 8,00, para milho moído, milho quebrado e milho inteiro,
respectivamente. Não apresentando diferença significativa entre os tratamentos.
Num experimento semelhante ALCADE et al. (1997) utilizaram 30
novilhos cruzados
(1/2 zebu x 1/2 holandês)
na avaliação do efeito da
granulometria do milho no desempenho de bovinos em confinamento. Os
tratamentos foram milho inteiro, milho moído grosso e milho moído fino,
combinados com 30% de concentrado. Além do milho os animais receberam uréia e
silagem de milho. Os ganhos de peso médio diário e a conversão alimentar foram de
27
1,11kg e 9,43 ; 1,16 kg e 9,28 kg; 1,09kg e 9,43kg, para milho inteiro, milho moído
grosso e milho moído fino.
GOI et al. (1998) comparou diferentes formas de tratamento físico do grão
de aveia branca (Avena sativa) na alimentação de bovinos. Onde testou os seguintes
tratamentos grão de aveia inteiro seco, moído, machacado e inteiro umedecido,
utilizando 24 novilhos da raça Hereford com idade média de 13 meses e peso médio
de 260 kg, em confinamento. O ganho médio diário (1,07 kg/dia), o consumo de
matéria seca (7,21 kg MS/dia)e a conversão alimentar (7,02) não apresentaram
diferenças significativas para os quatro tratamentos testados.
A avaliação do grão de milho moído, inteiro com umidecimento prévio de
24 horas e
inteiro seco foi estuda por
SILVA et al. (1998), em sistema de
confinamento. Onde utilizaram dois grupos genéticos, dois pesos iniciais e idades
diferentes; foram 24 novilhos (F1 Pardo Suíço x Nelore), com 19 meses e 293kg; e
24 novilhos nelore com 32 meses e 380kg de peso médio inicial. A alimentação foi
constituída de silagem de milho a vontade e 1% do peso vivo de concentrado
(76,75% milho, 18,66% farelo de soja, 1,76% uréia, 0,31% sulfato de amônio,
1,23% mistura mineral, 1,23% calcário calcítico e 0,04% de ionóforo). Houve
tendência de menor consumo de matéria seca (MS) e melhor conversão alimentar
(CA) para os animais que receberam o grão de milho moído (consumo 10,9 e 11,0kg
MS/dia/animal e CA de 5,06 e 7,61, para o grupo dos cruzados e Nelore ,
respectivamente) em relação ao inteiro umidificado e seco. No ganho de peso não
houve diferença entre os animais cruzados (1,685 kg/dia/animal). Já os animais
puros Nelore a trituração do milho (1,460 kg/dia/animal) resultou em um maior
ganho de peso em relação ao milho grão inteiro seco (1,286 kg/dia/animal) e milho
grão inteiro úmido (1,317 kg/dia/animal).
O milho inteiro ou o milho esmagado com silagem de milho foram testados
por VANCE et al. (1972) nas proporções de 0; 12,6; 23,1; 37,5; 48,0 ou 59,0 % na
matéria seca em dietas para novilhos em crescimento e acabamento. Os ganhos de
peso e as conversões alimentares foram melhores nos tratamentos com milho inteiro
quando a silagem participou em até 23,1 % na dieta total, enquanto que com o milho
esmagado os ganhos foram aumentando até o nível de 37,5% de silagem. O milho
inteiro comparado ao esmagado quando consumido exclusivamente apresentou
melhor ganho de peso e conversão alimentar.
28
PAZIANI et al. (1998) avaliaram o desempenho de bovinos em terminação
suplementados em pastagem no período de seca com milho moído ou inteiro
combinados com farelo de soja ou soja integral, respectivamente, onde 75% do
suplemento foi constituído de milho e 25% farelo de soja
ou soja integral.
Utilizaram 50 garrotes em dois períodos de 28 dias. O consumo médio de
suplemento foi de 7,20 kg/dia/animal. Houve diferença significativa no ganho de
peso com 1,214 kg/dia/animal para o milho moído e 0,999 kg/dia/animal para os
grãos inteiros. Estes concluíram que a suplementação com milho moído e farelo de
soja proporciona elevados ganhos de peso em animais em pastagem de Brachiaria
brizantha cv. Marandu, desde que haja alta disponibilidade de forragem.
29
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39
CAPÍTULO 1
CONSUMO, DESEMPENHO E DIGESTIBILIDADE APARENTE, EM
TERNEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO GRÃOS DE
MILHO SUBMETIDOS A DIFERENTES PROCESSAMENTOS
Resumo
A granulometria
e o tratamento do grão de milho com uréia foram
estudados através de dois ensaios, um de desempenho animal
e outro de
digestibilidade. As dietas testadas foram: Grão de Milho Moído (GMM); Grão de
Milho Inteiro (GMI); e Grão de Milho Inteiro tratado com Uréia (GMIU). A relação
volumoso: concentrado utilizada foi de 40:60, sendo o volumoso silagem de sorgo.
Os parâmetros avaliados no primeiro ensaio de desempenho animal foram: ganho
médio de peso diário (GMD), consumo médio diário de matéria seca (CMS),
consumo de matéria seca em relação ao peso vivo (CMSPV) e em relação ao peso
metabólico (CMSPM) e conversão alimentar (CA). Enquanto que no segundo ensaio
de digestibilidade foram: digestibilidade in vivo da matéria seca (MS), matéria
orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro
(FDN) e ácido (FDA), celulose (CEL), digestibilidade da energia (DE) e amido
(AM); pH das fezes e também CMS, CMSPV e CMSPM. No primeiro ensaio foram
utilizados 15 terneiros, machos inteiros, com sete meses de idade e peso vivo inicial
de 159,29kg e no segundo ensaio foram utilizados seis terneiros fístulados no rúmen,
um da raça Jersey e cinco da raça Holandesa. Os parâmetros avaliados no primeiro
ensaio não diferiram significativamente entre os tratamentos. Somente para o
CMSPM houve diferença significativa, sendo que o GMM apresentou maior
consumo (136,47g MS/kg PV0,75) diferindo do GMI (119,66g MS/kg PV0,75) mas
não do GMIU (129,05g MS/kg PV0,75). O GMD, CMS, CMSPV e CA na média
entre os tratamentos foram de 1,357kg/an/dia; 6,87kg MS/an/dia; 3,41kg MS/100kg
PV e 5,101kg MS/kg ganho, respectivamente. Já no segundo ensaio os consumos
de MS, MS em relação ao peso vivo e em relação peso metabólico não foram
influenciados pelas dietas experimentais, sendo observado os valores médios de 5,68
kg/dia/na; 2,57kg/100kg PV e 99,03g/PV0,75 , respectivamente. Não houve diferença
40
para os parâmetros de digestibilidade, somente para a digestibilidade da MS, com a
melhor digestibilidade para o GMIU (64,73%). O pH das fezes diferiu (P<0,05)
entre os tratamentos com o pH mais baixo para o GMM. O GMIU influenciou numa
maior digestibilidade da MS. Conclui-se que para terneiros até 200 kg de peso vivo
o tratamento do grão de milho não afeta o desempenho; o GMIU apresentou uma
maior
digestibilidade da MS; o pH das fezes não foi um bom indicador da
digestibilidade amido.
Palavras chaves: Grão milho, desempenho, digestibilidade, pH fezes, terneiros.
41
FOOD INTAKE, DIGESTIBILITY AND PERFORMANCE OF CALVES
FEED ON DIETS CORN GRAIN UNDER DIFFERENT TREATMENTS
Abstract
The effect of grinding or treating corn grain with urea was studied in two
trials. The first to measure animal performance and the second to evaluate
digestibility of nutrients. The experimental diets were based on ground corn grain
(GCG), whole corn grain (WCG) or whole corn grain treated with urea (UWCG).
Sorghum silage was used in all diets at the proportion of 40% of the dry matter. In
trial one animal performance was evaluated through the parameters average daily
gain (ADG), dry matter intake expressed in kg/day (DMI), in relation to body weight
( DMIBW) and in relation to metabolic body weight (DMIMW); feed conversion
rate (FCR) was also measured. In trial two the digestibility of dry matter (DM),
organic matter (OM), crude protein (CP), ether extract (EE), neutral detergent fiber
(NDF), acid detergent fiber (ADF), cellulose (CEL), starch (STA), and energy (ED),
were measured; faecal pH, DMI, DMIBW and DMIMW were also measured. The
animal uses were 15 males calves, 12 Holstein and 3 Jersey in trial one. The animal
were seven months old and with mean body weight of 159,2 kg at the beginning of
the experiment. For trial two, six calves, one Jersey and five Holstein, fitted with
rumen canulas were used. Only for DMIMW were significant differences, GCG had
higher intake (136,47 g DM/kg BW
0,75
). For digestibility values they were no
significant differences between treatments, except for DM which was higher for
UWCG (64,73 %). Treatments affected faecal pH (P<0.05) which was lower for
GCG. It was concluded
that treatments of corn grain do not affect animal
performance of calves up to 200kg of body weight in spite of affecting dry matter
digestibility. Faecal pH is not a good indicator of starch digestibility.
Key words: Corn grain, performance, digestibility, faecal pH, calves.
42
1.Introdução
O desempenho animal está diretamente relacionado com o consumo de
nutrientes, este por sua vez é função da digestibilidade da dieta e do consumo de
matéria seca, estando este dois fatores inter-relacionados. A natureza física e
química da dieta influencia de forma primordial sobre a velocidade e amplitude da
digestão, assim como na síntese e local de digestão de seus diferentes produtos
(WALDO, 1973; ORSKOV, 1986; FERRELL, 1993).
Quando deseja-se obter altos níveis de produção animal é necessário
aumentar a concentração nutritiva da dieta incluindo maiores quantidades de
concentrados ricos em carboidratos solúveis. Com isso, pode ocorrer uma
diminuição do pH ruminal, pelo menos durante alguns períodos do dia, o que por
sua vez pode acarretar uma diminuição da digestibilidade da parede celular, já que
esta diminui com pH inferior a 6,2 , podendo cessar quando este atinge valores
próximos ou inferiores a 6 (VAN SOEST, 1994; OWENS e GOETSCH, 1993). A
menor digestibilidade da fibra pode promover menor consumo, de forma que a
melhoria no desempenho não seja proporcional ao aumento do conteúdo de energia
da dieta.
O amido é um dos primeiros nutrientes na dieta dos ruminantes usados para
promover altos níveis de produção. A principal origem do amido na dieta são os
grãos
de cereais, mais comumente a cevada, milho e sorgo. Assim, a ótima
utilização do amido é fundamental para melhorar a eficiência da produção animal. A
utilização acentuada do amido através de grãos processados é altamente dependente
dos métodos de processamentos, espécie de ruminante e o tipo de grão (THEURER,
1986).
O processamento dos grãos como o milho servem basicamente para expor
os grânulos de amido a digestão (BEAUCHEMIN et al., 1994), formando fissuras,
43
quebrando, ou expandindo o amido, de forma de eliminar a barreira física que a
película externa, pericarpo, representa dificultando o ataque microbiano ou
enzimático (ROONEY e PFLUGFELDER, 1986; KOTARSKI et al., 1992;
THEURER, 1986).
O tratamento físico dos grãos de cereais pode ter um efeito marcante no
padrão de fermentação ruminal, no pH e na utilização da fibra. Na prática, é comum
fornecer os grãos na forma moída, o que provavelmente não é o mais eficiente por
propiciar uma rápida fermentação do amido e grandes variações no pH ruminal. O
fornecimento de grãos inteiros além de diminuir a velocidade de produção de ácidos,
promove uma maior mastigação e ruminação, aumentando a produção de saliva e
causando um conseqüente efeito tampão. Assim, além de preocupar-se que
ingrediente usar em uma ração e o seu teor em nutrientes, deve também ser levado
em conta o tipo de processamento a ser utilizado, pois este irá afetar desde a
ingestão até o aproveitamento pelo animal e, consequentemente, o seu desempenho.
Os efeitos e/ou benefícios dos diferentes tipos de processamento dos grãos,
como a redução no tamanho da partícula e adição de umidade, dependem da
qualidade do alimento processado e, principalmente, do animal que será alimentado.
Pois a forma de mastigar e ruminar, o tamanho do orifício retículo-omasal e a dieta,
acompanhados de outros fatores podem afetar a resposta ao processamento.
Segundo ORSKOV (1990) a conveniência ou não do tratamento dos grãos
depende do tipo de grão e do animal. Este autor afirma que para ruminantes
pequenos como ovinos, caprinos e bovinos de até 100 a 150 kg de peso vivo, é
vantajoso que os grãos sejam fornecidos inteiros. Já para bovinos adultos deve-se
proceder um tratamento mínimo para evitar que o excesso de grão não digerido seja
eliminado nas fezes.
A utilização do grão de milho inteiro ou não depende da eficiência de
mastigação do animal e esta depende da espécie e categoria de ruminante que está
sendo alimentada. BEAUCHEMIN et al.(1994) não encontraram benefícios que
compensassem o custo da moagem na alimentação de vacas em lactação.
O ponto ótimo de processamento não está bem definido, o que se sabe é que
ocorrem alterações na digestibilidade e na utilização da energia digestível
influenciada pelo tipo de processamento, estádio de maturidade, tipo e variedade do
grão (NRC, 1987).
44
Diversos são os processamentos existentes (HALE e THEURER, 1974),
mas nem todos são acessíveis econômica e tecnologicamente, estando estes longe da
realidade do produtor brasileiro. Assim surge a idéia de além de fornecer o grão de
milho inteiro, evitando a moagem, tratar este com uréia como uma alternativa, pois
a amônia liberada na hidrólise desta ataca o pericarpo do milho, formando fissuras
na película e facilitando assim o ataque microbiano (ORSKOV, 1986); e ao mesmo
tempo funciona como um conservante (BOTHAST et al., 1972 e RUSSELL et al.,
1988), evitando a necessidade da realização da secagem do milho, quando este está
com uma umidade entre 14 a 34%, eliminando dois processos ao mesmo tempo.
O nível de consumo deve ser um ponto importante a ser considerado
quando compara-se diferentes processamentos de grãos. MOE e TYRELL (1979)
relataram que a energia metabolizável do grão de milho para vacas leiteiras reduziu
de 3,58 Mcal/kg com os animais em mantença para 2,92 Mcal/kg com 2,5 vezes a
mantença. Já BINES et al. (1988) concluíram que o efeito do consumo sobre a
digestibilidade é confuso em dietas contendo grãos processados, podendo ser
significativo para terneiros jovens, mas não para vacas leiteiras.
Assim o objetivo deste experimento foi avaliar a granulometria e o tratamento
com uréia do grão de milho no desempenho, consumo e digestibilidade em terneiros.
2.Material e Métodos
O experimento foi realizado no Setor de Nutrição Animal e Laboratório de
Nutrição Animal do Departamento de Zootecnia, do Centro de Ciências Rurais da
Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria, situada na Depressão Central
do Rio Grande do Sul.
Os dados meteorológicos referentes ao
período em que foram
desenvolvidos os experimentos foram fornecidos pela estação de meteorologia do
departamento de fitotecnia da UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
(1999) (Apêndice 1 B).
Ensaio 1: Desempenho animal.
O experimento foi realizado no período de março a maio de 1999. Foram
utilizados 15 terneiros, sendo três da raça Jersey e 12 da raça Holandesa, puros por
45
cruza, machos inteiros, com 7 meses de idade e peso médio inicial de 159,29 kg.
Estes foram alojados em 15 piquetes de 8 m2 cada, equipados com bebedouros,
cochos cobertos e piso cimentado em sua área coberta. A duração do experimento
foi de 84 dias, sendo 21 dias de adaptação e 63 dias de coleta de dados.
Os tratamento testados foram: Grão Milho Moído (GMM); Grão Milho
Inteiro (GMI); e o Grão Milho Inteiro Tratado com Uréia (GMIU). A relação
volumoso:concentrado foi de 40:60, na base da MS. Utilizou-se silagem de sorgo
forrageiro (híbrido AG 2002) como volumoso, e no concentrado farelo de soja,
uréia , sal comum e calcário calcítico, variando as diferentes formas de fornecimento
do milho. Na Tabela 1 encontra-se as proporções por ingrediente ofertado na matéria
seca para cada dieta experimental.
Tabela 1 - Composição das dietas experimentais, Grão de Milho Moído (GMM),
Grão de Milho Inteiro (GMI) e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia
(GMIU) no ensaio 1- Desempenho animal.
Ingredientes
Silagem Sorgo
Milho Tratado
Milho
Farelo Soja
Uréia
Sal comum
Calcário Calcítico
GMM
40
40,6
17,6
0,6
0,6
0,6
GMI
40
40,6
17,6
0,6
0,6
0,6
GMIU
40
41,2
17,6
0,6
0,6
As dietas foram isonitrogenadas e isoenergéticas, seguindo as recomendações
NRC (1996). A diferença de proteína bruta entre o milho tratado com uréia e o não
tratado foi ajustado com acréscimo de uréia no concentrado, sendo que os outros
ingredientes foram constantes para os três tratamentos.
Para a moagem do grão de milho utilizou-se um moinho de martelo sem
peneira. Já para o tratamento GMIU, o milho recebeu uma solução de uréia diluída
em água a 40%, onde esta representou 2% do total de matéria seca do milho a ser
tratado; o milho foi misturado com a solução de uréia em um misturador horizontal;
após este milho foi armazenado em um galpão e coberto com lona plástica de forma
que não permitia a volatilização da amônia, ficando vedado por 4 semanas.
46
A alimentação foi fornecida em duas refeições/dia, as oito e as dezessete
horas, em partes iguais. Os concentrados do GMI e o GMIU foram pesados e
misturados manualmente na hora da alimentação ao seus respectivos grãos de milho,
devido ao peso específico destes serem maiores que as partículas do concentrado,
com isto o grão de milho poderia se separar se a mistura fosse realizada em um
misturador. Diariamente, pela manhã, as sobras de alimento foram retiradas, pesadas
e amostradas para controle e ajuste do consumo de matéria seca.
Os animais foram pesados antes da adaptação às dietas e instalações, no
início da fase experimental e posteriormente, de 21 em 21 dias, até 63 dias,
perfazendo 3 períodos e 4 pesagens (Apêndice 2 B). Antes das pesagens os animais
foram precedidos de um jejum de sólidos e líquidos de 12 - 14 horas.
Foram analisadas matéria seca e proteína bruta de todas as partidas dos
ingredientes que compõem o concentrado (AOAC, 1984). Das sobras foram feitas
amostras compostas semanalmente para a análise da matéria seca. A silagem
coletada diariamente foi amostrada formando uma amostra composta semanal e
congelada para posteriores análises de matéria seca e proteína bruta.
Os parâmetros avaliados foram ganho de peso médio diário (GMD),
conversão alimentar (CA), consumo voluntário da matéria seca (CMS), consumo de
matéria seca em relação ao peso vivo (CMSPV) e em relação ao peso metabólico
(CMSPM).
O delineamento experimental foi de blocos inteiramente casualizados, onde
ao bloqueamento foi a raça, e cada unidade experimental foi composta por um
animal, totalizando 5 repetições.
Os dados de cada parâmetro avaliado foram analisados por análise de
variância através do programa estatístico SAS (1990) e as diferenças entre as médias
foram analisadas pelo teste de Tukey em nível de 5% .
Ensaio 2 : Digestibilidade
O período de realização do experimento foi de 10 janeiro a 10 de dezembro
de 1999. Foram utilizados 6 terneiros, sendo 1 da raça Jersey e 5 da raça Holandesa,
machos, castrados, com idade média de 9 meses e peso vivo médio de 219 kg, no
início do experimento.
47
Os animais foram identificados com brincos numerados, vacinados contra
endo e ectoparasitas e alojados em um prédio de alvenaria em baias individuais de
digestibilidade, providas de bebedouros automáticos e comedouros. As baias foram
lavadas diariamente.
Os tratamentos foram os mesmos realizados no Ensaio 1, sendo que as
proporções, na MS, dos ingredientes das dietas testadas variaram, pois foi realizado
um novo tratamento do grão de milho com uréia, nas mesmas condições, mas o
conteúdo de nitrogênio retido no grão de milho foi maior, e também foi adquirido um
novo lote de farelo de soja. Assim a diferença de proteína bruta entre o milho
tratado com uréia e o não tratado
foi ajustado com acréscimo de uréia no
concentrado, sendo que os outros ingredientes foram constantes para os três
tratamentos, modificando assim em pequenas proporções a inclusão da uréia, grão de
milho e farelo de soja. As proporções da granulometria do milho moído foram
medidas e apresenta - se no Apêndice 6 B (HARRIS, 1970). Na Tabela 2 apresentase as proporções de cada ingrediente para cada dieta experimental.
Tabela 2 - Composição das dietas experimentais, em percentual da matéria seca,
Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de
Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Ingredientes
Silagem Sorgo
Milho tratado
Milho
Farelo Soja
Uréia
Sal comum
Calcáreo Calcítico
GMM
40
42,6
15,5
0,75
0,6
0,6
GMI
40
42,6
15,5
0,75
0,6
0,6
GMIU
40
43,3
15,5
0,6
0,6
A duração total do experimento foi de 63 dias, dividido em três períodos de
21 dias, sendo 10 dias de adaptação às dietas, quatro dias de avaliação de consumo
médio voluntário e sete dias de coleta de amostras
para a determinação da
digestibilidade.
A alimentação era fornecida em duas refeições/dia às oito e às dezessete
horas, em partes iguais e
misturadas manualmente. Durante os períodos de
adaptação e de determinação de consumo a alimentação foi ad libitum, sendo
48
permitido sobras de 10%; para a determinação da digestibilidade o consumo foi
restrito a 90 % do registrado anteriormente. Os animais tiveram acesso livre à água,
sendo pesados no início e no final de cada período experimental (Apêndice 4 B).
Coletaram-se amostras da silagem e dos ingredientes dos concentrados,
compostos por período e das sobras, compostas por animal e período,
acondicionadas após moídas em moinho tipo Willey com peneira de 1 mm em
recipientes de vidro. No caso da silagem e das sobras foram secas antes da moagem
em estufa de ar forçado a 65ºC por 72 horas.
A digestibilidade aparente dos componentes de cada tratamento foi
determinada pelo método direto, através da diferença do total consumido e o total
eliminado nas fezes. Esta avaliação ocorreu do 15o ao 20o dia, sendo do 16o ao 20o
dia foram recolhidas, pesadas e amostradas as fezes produzidas. Estes dados foram
usados para o cálculo das digestibilidade da matéria seca (MS), proteína bruta (PB),
extrato etéreo (EE), energia bruta (EB), amido (AM), fibra em detergente neutra
(FDN) e ácido (FDA) e celulose (CEL).
Nas amostras dos ingredientes que compõem o concentrado, da silagem,
sobras e fezes analisou-se MS, EE e PB, de acordo com a AOAC (1984); FDN,
FDA e lignina em detergente ácido (LDA) conforme GOERING E VAN SOEST
(1970). O AM foi determinado segundo a técnica modificada de KOZLOSKI et
al.(1999) e EB segundo HARRIS (1970).
O pH das fezes foi determinado nos cinco dias da
coleta total das fezes,
onde amostrou-se nove gramas de fezes, diluiu-se esta em 60 ml de água e após 30
minutos mediu-se o pH através de um potenciômetro digital.
O delineamento experimental foi constituído por um quadrado latino 3 × 3
repetido duas vezes, onde as colunas representaram os animais (seis animais) e as
linhas representaram os períodos (três períodos), perfazendo 6 repetições por
tratamento.
Foi avaliado o efeito dos tratamentos sobre os fatores estudados consumo,
digestibilidade aparente e pH das fezes
através de análise de variância e teste de
comparação de médias empregando-se o Programa Estatístico S.A.S. (1990).
49
3.Resultados e discussão
Ensaio 1 : Desempenho animal.
Os parâmetros avaliados PVI, PVF, GMD, CMS, CMSPV e CA não
diferiram significativamente entre os tratamentos, somente para o CMSPM houve
diferença significativa, Tabela 3. Os dados individuais por animal utilizados para a
análise estatística e para o cálculo deste parâmetros encontram-se nos apêndices "2
B" e "3 B ".As análises de variância e teste de Tukey encontram-se nos apêndices
"1 A" a "7 A".
Tabela 3 - Parâmetros avaliados no desempenho animal para os tratamentos Grão de
Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho
Inteiro tratado c/ uréia (GMIU) para
peso inicial (PVI), peso final
(PVF), ganho de peso médio diário (GMD), consumo voluntário de
matéria seca (CMS), conversão alimentar (CA), consumo de matéria
seca em relação ao peso vivo (CMSPM) e em relação ao peso
metabólico (CMSPM).
Tratamentos
GMM
GMI
GMIU
Média
PVI
158,12
157,24
162,52
159,29
PVF GMD
248,40 1,43
239,80 1,31
246,20 1,33
244,80 1,36
CMS
7,33
6,31
6,97
6,87
CA
5,20
4,85
5,25
5,10
CMSPV
3,62
3,20
3,42
3,41
CMSPM
136,47 a
119,66 b
129,05 ab
128,40
a e b
letras diferentes na mesma coluna diferem significativamente (P<0,05) pelo
teste de Tukey.
O GMD, CMS e CA na média entre os tratamentos foi de 1,36kg/an/dia;
6,87kg MS/an/dia; e
5,10kg MS/kg ganho; respectivamente. VARGAS JR et
al.(1998) encontrou ganhos superiores (1,50kg/an/dia) e conversão alimentar
(4,63kg MS/kg ganho) melhor com categoria animal e nível de concentrado (50:50)
semelhantes, já o CMS (6,83 kg/an/dia) foi próximo ao encontrado pelo autor.
Segundo o NRC (1996) para esta categoria com peso vivo médio de 202 kg
e com este ganho obtido de 1,36 kg/dia o consumo estimado esta entorno de 1,00 kg
de MS a menos do que o obtido (6,87 kg MS/dia).
50
SILVA et al.(1998) também não encontrou diferença entre os diferentes
tratamentos testados milho moído, inteiro e úmido; com a categoria novilho de 19
meses, mas para novilhos de 32 meses encontrou diferença com vantagem para o
milho moído, confirmando a teoria (ORSKOV, 1990) que com animais jovens talvez
a moagem do grão de milho não seja necessária.
Com um mesmo nível de inclusão do grão inteiro de milho ou moído, mas
animais com peso vivo superior (360 kg), VANCE et al. (1972) , ALCALDE (1997)
e ALVES et al. (1993) não obtiveram diferença no ganho de peso e conversão
alimentar, sendo estes inferiores aos encontrados.
O GMM foi mais consumido, obteve o maior ganho, mas a conversão
alimentar não acompanhou, ficando semelhante ao GMIU, enquanto que o GMI
aconteceu o inverso, obteve o menor consumo e um ganho semelhante GMIU,
resultando em uma melhor conversão alimentar, o que fez com que os tratamentos
apresentassem um desempenho animal semelhante (P>0,05). Apesar de não ter sido
detectado diferença o GMM apresentou um ganho 8% superior ao GMI e GMIU,
mas para isto consumiu 14% a mais que o GMI e 4,5% a mais que o GMIU. Isto
justifica a diferença (P<0,05) encontrada para o CMSPM, ocorrendo que ao ajustar
para o peso metabólico, este retirou o efeito que o tamanho do animal estava
influenciando, equiparando melhor os pesos dos animais em relação ao consumo de
MS, permitindo demonstrar uma diferença.
TURGEON et al. (1983) obteve desempenho semelhante mas com um nível
de concentrado de 85 a 95% e categoria com peso superior (390 kg), não obtendo
diferença (P>0,05) do fornecimento do
milho inteiro para
o milho moído,
observando a mesma diferença de 8% no ganho de peso e de 6% no consumo de
MS.
Ensaio 2 : Digestibilidade
Na Tabela 4 encontra-se as composições bromatológicas médias de cada
ingrediente e da dieta; e no apêndice "4 B" a composição bromatológica da silagem
de sorgo para cada período experimental.
No apêndice "6 B" encontra-se as distribuições granulométricas do grão de
milho moído. Onde observou-se que 85% do milho moído ficou retido entre as
peneiras de 3,36 a 0,71 mm, com uma granulometria média de 1,69 mm, podendo
51
classificar esta granulometria como uma
moagem grosseira. Valores estes
semelhantes ao milho moído grosso (peneira com crivos de 19 mm) realizado por
ALCALDE (1997), onde 85,94 % do milho ficou retido nas peneiras de 2,38 a
0,84mm.
Os pesos vivos iniciais, finais e médios para cada animal e período
experimental encontram-se no apêndice "4 B".
Tabela 4 - Valores percentuais de matéria seca (MS), cinzas (CZ), proteína bruta
(PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em
detergente ácido(FDA), hemicelulose (HEM), celulose (CEL), lignina
(LIG) e energia bruta em kcal/kg (EB) na MS dos ingredientes e das
dietas experimentais, Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho
Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Intens
Sil.Sorgo
MS %
CZ %
PB %
EE %
FDN %
FDA %
HEM %
CEL %
LIG %
AM %
EB
31,34
4,82
5,15
3,26
61,76
37,66
24,10
26,70
9,10
11,39
4182,09
F.soja
Milho
Milho
Tratamentos
Trat.
GMM
GMI
GMIU
88,01
88,56
86,79
65,78
65,78
64,98
7,15
2,62
6,13
6,04
6,04
6,91
43,74
7,77
12,45
14,60
14,60
14,89
2,03
4,03
4,22
3,30
3,30
3,40
13,71
11,96
14,29
31,97
31,97
33,00
8,88
2,91
3,36
17,81
17,81
18,01
4,83
9,04
10,93
13,31
13,31
14,99
6,66
2,63
2,68
12,92
12,92
12,36
2,60
0,95
1,71
4,49
4,49
4,81
9,77
70,25
63,83
34,80
34,80
32,57
4571,50 4402,31 4284,33 4264,76 4264,76 4242,56
Na Tabela 5 encontram-se os dados de consumo de MS, MS em relação
ao peso vivo e em relação peso metabólico. Estes não foram influenciados pelas
dietas experimentais, sendo observado os valores médios de 5,68 kg/an/dia; 2,57
kg/100 kg PV e 99,03 g/PV0,75 , respectivamente. O consumo MS em kg/dia esta de
acordo com o recomendado pelo NRC (1996), para novilhos com 226 kg de peso
vivo médio com ganho estimado de 1,250 kg/dia e consumo de 5,6 kg MS/dia.
O tratamento menos (P>0,05) consumido foi o GMIU com 6% a menos que a
média do
GMM e GMI, com valores bem semelhantes principalmente quando
compara-se o CMSPV e CMSPM, onde aumenta a diferença em relação ao GMIU
para 8%. Os consumos foram bastantes inferiores aos registrados no Ensaio 1 (6,87;
52
3,41; 128,40 para CMS, CMSPV e CMPM, respectivamente), mas o que pode-se
destacar (P>0,05) é que o GMM foi sempre o mais consumido. RUSSELL et al.
(1988) também não encontraram diferença para o consumo de matéria seca
utilizando tratamentos muito semelhantes, mas com 80% de concentrado na dieta
total. Enquanto que SAENGER et al. (1982) verificaram um maior consumo do
milho tratado com uréia comparado com o milho moído+uréia. O efeito do
processamento de grão pode ser também menos pronunciado quando a energia
disponível do grão sem processar é relativamente alta
ou quando
o nível de
consumo é baixo (NRC, 1996).
Tabela 5 - Médias dos consumos de matéria seca (MS), em quilograma por dia
(CMS), em percentagem do peso vivo (CMSPV) e em gramas por
unidade de tamanho metabólico (CMSPM) em função das dietas
experimentais, Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro
(GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Parâmetros
CMS
CMSPV
CMSPM
GMM
5,97
2,67
103,10
GMI
5,62
2,63
100,15
GMIU
5,46
2,43
93,84
Média
5,68
2,57
99,03
As digestibilidades das frações estudadas não diferiram (P>0,05) entre as
dietas experimentais, sendo apresentadas na Tabela 6. A exceção para a
digestibilidade da MS, onde o GMIU apresentou maior digestibilidade,
não
diferindo do GMM mas diferiu (P<0,05) do GMI. A melhor digestibilidade da MS
para o GMIU pode estar ligado ao seu menor consumo, como comentado acima, o
que pode ter influenciado em uma menor taxa de passagem e conseqüente maior
tempo de permanência desta dieta para fermentação e ataque enzimático. Valores
estes bastantes inferiores aos encontrados por VANCE et al. (1972), TURGEON et
al. (1983) e CLARK et al.(1973) onde não encontraram diferença entre os
processamentos testados para a digestibilidade da MS. RUSSEL et al. (1988)
encontraram um aumento na digestibilidade in vitro da matéria seca após 48 horas
de incubação do grão de milho inteiro+uréia comparado com o grão de milho
inteiro tratado com uréia. SAENGER et al. (1982) também encontraram diferenças
mas entre o milho tratado com uréia comparado com o milho moído+uréia na
53
digestibilidade da matéria seca. Embora não tenha sido encontradas diferenças entre
as dietas experimentais, notou-se que o GMM apresentou digestibilidade inferior
em comparação com a média do GMI e GMIU nos parâmetros FDN, FDA e CEL
na ordem de 6%, 19% e 19% , respectivamente.
CHEN et al.(1994) trabalhando com vacas leiteiras e com milho floculado
a vapor ou laminado a vapor também não encontraram diferenças significativas para
os parâmetros analisados e encontraram valores bem semelhantes, a exceção para a
digestibilidade do amido que foi maior para o milho floculado a vapor com 95,9%
em comparação ao milho laminado a vapor com 91,8%. COLE et al. (1976) também
encontraram valores
superiores para a digestibilidade do amido, todos acima de
90%.
A DE e a digestibilidade do EE mantiveram uma correlação alta de 71,28%
(P<0,01), mesmo não havendo diferença significativa entre os tratamentos para estes
parâmetros o GMIU foi o que apresentou melhor digestibilidade, seguido do GMI e
o GMM.
Tabela 6 - Percentagens médias da digestibilidade aparente total da matéria seca
(MS), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente
neutro (FDN), fibra em detergente ácido (FDA), celulose (CEL), amido
(AM), pH das fezes (pHfezes) e energia bruta (ED), em função das
dietas experimentais, Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho
Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Parâmetros
MS
PB
EE
FDN
FDA
CEL
AM
pHfezes
ED
aeb
GMM
63,90 ab
72,95
59,29
38,49
36,50
44,92
86,91
6,54 b
61,98
GMI
61,92 b
72,27
64,53
41,20
45,97
56,19
85,49
7,08 a
63,14
GMIU
64,73 a
75,61
68,72
40,87
44,42
54,56
86,82
7,03 a
65,37
Média
63,51
73,61
63,83
40,93
42,29
51,25
86,41
6,88
63,50
letras diferentes na mesma linha diferem significativamente (P<0,05) pelo teste
Lsmeans.
54
A DE e a digestibilidade da FDN mantiveram uma correlação significativa
(Tabela 7) com a digestibilidade do amido (positiva) e a percentagem de amido nas
fezes (negativa), demonstrando que quanto maior a digestibilidde do amido maior a
energia digestível e a digestibilidade da FDN e o inverso ocorre com a percentagem
de amido nas fezes.
O pH das fezes não apresentou correlação significativa com a
digestibilidade do amido e a percentagem de amido nas fezes, apresentando
correlação significativa negativa com o CMS e positiva com a energia digestível.
Esta correlação negativa do pH das fezes com o CMS pode estar indicando que com
maior consumo, maior a velocidade de passagem e menor o tempo permanência no
trato gastrointestinal, mas também ao mesmo tempo chegando mais nutrientes
fermentáveis a nível de intestino grosso. Isto promoveria uma maior fermentação
intestinal e conseqüente diminuição do pH das fezes. ALLISON et al. (1977) e
YOKOYAMA e JOHNSON (1993) relataram essa possibilidade, dependendo do
substrato que chega a nível de intestino grosso
e a dieta que o animal está
submetido. TURGEON et al. (1983) encontrou também uma correlação positiva do
amido fecal e negativa com o pH fecal com o CMS.
Tabela 7 - Coeficientes de correlação entre a o pH das fezes, percentagem de
digestibilidade do amido (DAM) e do amido das fezes (% AM fezes)
em relação a digestibilidade da fibra em detergente neutro (DFDN),
digestibilidade da celulose (DCEL), digestibilidade da energia (DE),
consumo de matéria seca (CMS), bem como entre eles .
DFDN
DCEL
DE
CMS
pH fezes
P>F
0,42 1
0,1089
0,46
0,0605
0,59
0,0101
DAM
P>F
0,50
0,0495
0,18
0,4795
%AM fezes
P>F
-0,51
0,0435
-0,15
0,5634
1
Coeficiente de correlação.
-0,70
0,0011
pH
fezes
1,00
0,0
DAM
0,35
0,1557
%AM
fezes
-0,34
0,1717
0,71
0,0010
-0,40
0,1016
0,35
0,1557
1,00
0,0
-0,93
0,0001
-0,68
0,0020
0,34
0,1613
-0,34
0,1717
-0,93
0,0001
1,00
0,0
55
4. Conclusões
- Para terneiros até 200 kg de peso vivo o tratamento do grão de milho não
afeta o desempenho animal e consequentemente o fornecimento do grão
de milho inteiro pode ser uma alternativa econômica e prática.
- O pH das fezes não foi um bom indicador da digestibilidade do amido.
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59
CAPÍTULO 2
DEGRADABILIDADE RUMINAL IN SITU DA FIBRA E PARÂMETROS
RUMINAIS EM TERNEIROS ALIMENTADOS COM DIETAS CONTENDO
GRÃOS DE MILHO SUBMETIDOS A DIFERENTES PROCESSAMENTOS
Resumo
A granulometria
e o tratamento do grão de milho com uréia foram
estudados através de dois ensaios experimentais. As dietas testadas foram: Grão de
Milho Moído (GMM); Grão de Milho Inteiro (GMI); e Grão de Milho Inteiro
tratado com Uréia (GMIU). A relação volumoso: concentrado utilizada foi de 40:60,
sendo o volumoso silagem de sorgo. Utilizou-se seis terneiros fístulados no rúmen,
um da raça Jersey e 5 da raça Holandesa. Avaliou-se degradabilidade ruminal in situ
da fibra (silagem de sorgo utilizada na dieta) através dos parâmetros MS, FDA e
CEL; e os parâmetros ruminais, N-amoniacal, pH e atividade bateriana no fluído
ruminal. Nenhum dos parâmetros da degradabilidade in situ da fibra diferiram
significativamente, somente
para o tempo de incubação de 72 horas para o
desaparecimento de FDA, com um maior desaparecimento para o GMIU. Para os
parâmetros ruminais N-amoniacal e pH não detectou-se nenhum efeito das dietas
experimentais. Já na atividade bacteriana houve diferença (P<0,05) entre as dietas
nos tempos 5,5 e 8,5 horas após a alimentação, com uma maior atividade bacteriana
para GMIU e uma menor atividade para o GMM. Conclui-se que os tratamentos não
influenciaram nos parâmetros de degradabilidade da fibra utilizados, no pH e o Namoniacal . A atividade bacteriana medida através do tempo de redução ao azul de
metileno mostrou diferenças somente nos tempos mais distantes após a alimentação.
Palavras chaves: Grão de milho, degradabilidade da fibra, N-amoniacal, pH
ruminal, atividade bacteriana, terneiros.
60
IN SITU FIBER DEGRADABILITY AND RUMINAL PARAMETERS IN
CALVES FEED ON DIETS CONTAINING CORN GRAIN UNDER
DIFFERENT TREATMENTS
Abstract
The effect of grinding or treating corn grain with urea was studied in two
trials. The experimental diets were based on ground corn grain (GCG), whole corn
grain (WCG) or whole corn grain treated with urea (UWCG). Sorghum silage was
used in all diets at the proportion of 40% of the dry matter. For both trials, six
calves, one Jersey and five Holstein, fitted with rumen canulas were used. Rumen in
situ degradability of dry matter, acid detergent fiber and cellulose, and ruminal
parameters, ammonia-N concentration, pH e bacterial activity of the rumen fluid was
evaluated. There were not differences between treatments for degradability values
except for acid detergent fiber at 72 hour of incubation which was greater for the
UWCG diet. The experimental diets did not affect ammonia-N concentration or
rumen pH; but there were differences for bacterial activity of the rumen fluid at 5,5
and 8,5 hour after feeding which was higher for UWCG and lower for GCG. It was
concluded the treatment of corn grain did not affect ruminal degradability of fiber,
pH or ammonia-N concentration. Only bacterial activity may be affected several
hours after feeding.
Key words: Corn grain, fiber degradability, ammonia-N, ruminal pH, bacterial
activity, calves.
61
1.Introdução
O processamento do milho para bovinos alimentados com alta quantidade de
grãos melhora a utilização do amido in vitro, in situ e in vivo (THEURER, 1986).
Esta ênfase na digestibilidade do amido tem sido dada por diversos autores
(HINMAN e JOHNSON, 1974; ORSKOV, 1986; GRANT, 1994; FREDERICK et
al., 1973; HERRERA-SALDANA e HUBER, 1989; HERRERA-SALDANA et al.,
1990) mas os efeitos associativos do aumento da digestibilidade do amido na
digestibilidade total da dieta e principalmente na digestibilidade da fibra não tem
sido levado em consideração.
Dentro dos efeitos associativos negativos, os grãos de cereais podem
reduzir a digestibilidade da fibra em dietas a base de forragens. Isto pode ser devido
a uma digestão preferencial dos carboidratos solúveis por parte das bactérias do
rúmen ou então um descenso tanto da quantidade, como da velocidade da digestão
da fibra das forragens com um menor pH no rúmen. Os carboidratos solúveis como
o amido ou açúcares podem impedir a digestão da celulose devido a fatores tais
como um menor pH, competição entre bactérias celulolíticas e não celulolíticas por
nutrientes essenciais distintos de energia ou o emprego de fontes alternativas de
energia por algumas bactérias celulolíticas (OWENS e GOETSCH, 1993).
As bactérias celulolíticas e metanogênicas são afetadas intensamente uma
vez que o pH do rúmen diminua de 6,0 (FAHEY e BERGER, 1993). Como a
celulose é o principal componente da parede celular, em geral constitui 75% da
matéria seca das forragens e conseqüentemente a principal fonte de energia para os
ruminantes (SILVA e LEÃO, 1979), o estudo de seu desaparecimento e a interação
com a dieta são muito importantes.
Contraditoriamente o efeito da dieta no desaparecimento matéria de seca do
volumoso através da digestibilidade in situ tem sido pouco pesquisada, FARIA e
62
HUBER (1984) já destacavam a falta de pesquisa nesta área e até hoje continua
deficitária. A técnica de degradabilidade ruminal in situ através de sacos móveis,
tem sido desenvolvida como um dos métodos mais rápidos e simples para avaliar a
qualidade dos alimentos contidos nesses sacos em função de seu tempo de incubação
ruminal (ORSKOV et al. , 1980).
A qualidade de uma forragem pode ser expressa em termos de três
características próprias: 1) a extensão da digestão potencial (determina a quantidade
de material indigestível, o qual ocupa espaço no rúmen); 2) a taxa de fermentação
(influência o tempo em que a fração digestível ocupa espaço no rúmen); e 3) a taxa
de redução do tamanho de partícula (influencia ambos, a taxa de passagem da fração
indigestível e a taxa de fermentação da fração digestível) (ORSKOV, 1986). Estas
três características estão todas envolvidas no controle do consumo voluntário e, pelo
menos as duas primeiras podem ser estimadas usando-se a técnica do saco de náilon
móvel no rúmen (THIAGO, 1994).
O A.R.C. (1980) relata que existe
variação na degradabilidade dos
alimentos em função da dieta que estes estão recebendo. Mudanças na relação
volumoso:concentrado ou na energia da dieta podem influenciar na degradabilidade
do alimento no rúmen (A.F.R.C., 1993). No caso da forrageiras, seu tempo médio de
retenção no rúmen depende da taxa desta digestão da fibra, esta dependente da
atividade das bactérias celulolíticas, as quais são dependentes das condições
ambientais do rúmen, como pH e disponibilidade de nutrientes .
Assim, se o processamento do grão de milho pode influenciar na digestão
da fibra, a determinação deste efeito do processamento pela técnica in situ do saco
móvel é uma boa técnica para determinar esta relação.
Os parâmetros ruminais podem serem utilizados como uma ferramenta de
grande auxílio aos nutricionistas para explicar as interações que ocorrem no rúmen,
em relação aos fatores animal, dieta, microorganismos e nutrientes disponíveis.
O processamento dos grãos tem sido usado basicamente para expor os
grânulos de amido à digestão microbiana. Assim dependendo do processamento,
maior ou menor será a velocidade de degradação e conseqüente as concentrações dos
produtos da fermentação no rúmen, fazendo com que isto influencie em todo o
processo digestivo dos outros nutrientes a nível ruminal. A atividade dos
microorganismos no rúmen e a utilização da dieta são influenciados pela quantidade,
63
degradabilidade e qualidade dos carboidratos e do
nitrogênio que a compõem
(ROONEY e PFLUGFELDER, 1986; THEURER, 1986). A utilização dos
carboidratos e do nitrogênio pelos microorganismos do rúmen podem variar de
acordo com o grão e pelo processamento deste (HALE, 1973; POTTER, 1971).
Uma maior proporção de carboidratos prontamente fermentáveis na dieta
tende a diminuir o pH ruminal, aumentando a concentração de amônia no rúmen e
favorecendo as bactérias menos sensíveis a um menor pH (aminolíticas, sacarolíticas
e outras); o que faz com que aumente a utilização da amônia por elas, diminuindo,
conseqüentemente a concentração amoniacal no rúmen. Além disso, aumenta o
número e a atividade das bactérias ureolíticas aderidas à parede do rúmen
(HUNTINGTON, 1989).
A absorção da amônia aumenta com a concentração e com o aumento do
pH ruminal (CHALMERS et al., 1971; SMITH, 1979) e parece diminuir com o
aumento da proporção de concentrados ou de carboidratos
prontamente
fermentáveis na dieta (SATTER e SLYTER, 1974; HUNTINGTON, 1989;
HUNTINGTON e REYNOLDS, 1986).
A amônia absorvida é função da degradação microbiana de compostos
nitrogenados em proporção e velocidade que supera a capacidade destes
microorganismos em utilizá-la (LAUGHREN e YOUNG, 1979). Normalmente, a
concentração de amônia no rúmen alcança taxas máximas entre 1 a 4 horas após a
refeição, atingindo picos maiores e mais rápidos com uréia ou com fontes de
proteínas mais solúveis (SILVA e LEÃO, 1979; OWENS e ZINN, 1988;
BRODERICK et al., 1988; HOOVER e STOKES, 1991).
O pH ruminal reflete o balanço entre as taxas de produção de ácidos graxos
voláteis, a entrada de tampões por meio de saliva e a presença ou liberação de
tampões ou gases da fermentação ruminal (HOBSON e STEWARD, 1997). O pH é
o fator mais importante que contribui na velocidade de absorção de ácidos graxos
voláteis; em valores entre 5,6 e 5,8 verifica-se absorção maior que em valores mais
elevados, entre 7,0 e 7,5 (SILVA e LEÃO, 1979).
ALLEN (1997) relata que dietas devem ser balanceadas para a manutenção
do pH ruminal adequado, estando sua variação relacionada à freqüência de
alimentação e a adaptação à dieta; o decréscimo do pH ruminal provoca depressão
64
do apetite, da motilidade ruminal, do crescimento microbiano e da digestão da fibra,
podendo ocasionar laminites, ulcerações ruminais, abcessos hepáticos e até morte.
Um pH mais baixo ocorre, principalmente, após a ingestão rápida de
alimento, no caso de grãos de cereais moídos, por secreção salivar insuficiente para
a manutenção do pH entre 6 e 7 e a inadequada estrutura física para estimular a
motilidade ruminal e a ruminação (ORSKOV, 1986). A digestibilidade da fibra
diminui pouco quando mantêm-se um pH neutro, indicando a importância deste
critério para a digestão da fibra no rúmen.
A redução ao azul de metileno tem se mostrado, nos últimos anos, uma das
provas mais confiáveis para se determinar, com rapidez e segurança, a atividade da
microflora ruminal (DIRKSEN, 1981; ROSENBERGER, 1993).
As variações qualitativas e quantitativas da população dos microorganismos
são conseqüência da alimentação. A ingestão dos alimentos influência no aumento
em algumas horas na carga e atividade microbiana no rúmen, enquanto o jejum
exerce uma função desfavorável. Alimentos de fácil digestão, ou seja, alimentos
com um valor nutritivo alto, ricos em açúcares, amido e proteínas, aumentam o
número total de bactérias e também a quantidade de espécies, aumentando os
processos microbianos-bioquímicos de degradação e síntese (KAUFMANN e
SAELZER, 1976; DIRKSEN, 1981).
Assim o objetivo deste experimento foi avaliar a granulometria e o tratamento
com uréia do grão de milho na degradabilidade da fibra e nos parâmetros ruminais
em terneiros.
2. Material e métodos
A descrição do local encontra-se no Capítulo 1, enquanto que o período de
duração,
os animais, o manejo, as instalações e as dietas experimentais estão
descritas no Ensaio 2 deste capítulo. As condições climáticas durante o período
experimental encontram-se no APÊNDICE 1 B.
Os ensaios descritos neste capítulo foram realizados simultaneamente com
o Ensaio 2 descrito no Capítulo 1. Onde seis animais foram distribuídos em dois
quadrados latinos incluindo três períodos experimentais de 21 dias nos quais a
digestibilidade foi medida entre os dias 15º ao 20º dia. Entre os dias 15º ao 18º foi
65
realizado o ensaio de degradabilidade ruminal da fibra, descrito na continuação,
Ensaio 3. No 21º dia foram determinados os parâmetros ruminais descritos no Ensaio
4. As determinações de pH ruminal e N-amoniacal foram repetidas seguindo o
mesmo desenho experimental composto de três períodos, mas com duração de 10
dias; duplicando o número de observações para estes parâmetros.
Ensaio 3 - Degradabilidade ruminal da fibra
A técnica
utilizada para o estudo do desaparecimento ruminal foi feita
através da técnica de degradabilidade in situ, seguindo os procedimentos adotados
por HERNANDEZ (1995).
Os períodos experimentais foram constituído de três períodos de 21 dias,
sendo no 15° dia de cada período foram introduzidos no rúmen de cada animal para
cada tempo de incubação dois sacos de poliéster de 5 × 10 cm com porosidade de 48
micras, identificados com tinta insolúvel, contendo 15 mg/cm2 de matéria seca (MS)
de silagem sorgo, a mesma utilizada na dieta, previamente seca em estufa de ar
forçado à 65 ºC por 72 horas e moída em moinho tipo willey com peneira de 4mm.
Os saquinhos foram fechados a quente em uma seladora automática.
Os procedimentos de incubação seguiram as normas do A.F.R.C. (1993),
sendo que o método utilizado foi o de incubação seqüencial, ou seja, com colocação
inicial dos saquinhos de maior tempo de permanecimento no rúmen, retirando-se
assim todos eles ao mesmo momento, no tempo zero. Os saquinhos foram colocados
dentro de um outro saco de poliamida, tamanho de 12,5 × 21 cm, com malha grossa
de 1mm, sendo fixado a uma ancora, constituída por pesos de chumbo, e com peso
médio total de 250,00 gramas. Esta ancora era presa a um fio de náilon, com cerca de
50 cm de comprimento, garantindo assim uma imediata imersão, movimentação do
saco no conteúdo ruminal e facilidade de retirada, sendo a ponta do fio fixa a tampa
da cânula. Os tempos de incubação seguindo a ordem de colocação dos saquinhos
no rúmen foram de 96, 72, 48, 24, 12, 8, 0 horas.
Após a remoção conjunta, os saquinhos foram lavados por turbilhamento até
que a água ficasse completamente limpa. Os saquinhos do tempo zero não foram
incubados no rúmen, sendo as estimativas de desaparecimento obtidas somente
através da lavagem junto com os outros saquinhos, como descrito acima. Realizada a
66
lavagem estes foram colocados em estufa à 65 º C por 72 horas para posteriores
análises.
Foi analisado a silagem de sorgo antes e após os tempos de incubação, sendo
que os saquinhos foram abertos e no resíduo determinado a MS segundo A.O.A.C.
(1984), fibra em detergente ácido (FDA), lignina em detergente ácido (LDA) e
celulose (CEL), segundo GOERING E VAN SOEST (1970),
Os dados de desaparecimento da MS, FDA e CEL foram obtidos para cada
tempo, do seguinte modo:
a) Desaparecimento ruminal da MS = [(g MS incubada - g MS residual após
incubação)/ g MS incubada] × 100;
b) Desaparecimento ruminal da FDA = [(g FDA incubada - g FDA residual após
incubação)/ g MS incubada] × 100;
c)Desaparecimento ruminal da CEL = [(g CEL incubada - g CEL residual após
incubação)/ g CEL incubada] × 100;
Os dados foram colocados nos modelos Dg = a + b (1 - exp- ct) descrito por
ORSKOV e McDONALD (1979), onde a é a fração solúvel degradada no tempo
zero, b é a degradabilidade potencial em função do tempo e c é a taxa fracional de
degradação de b por unidade de tempo;
determinando assim a curva de
degradabilidade em função do tempo de incubação. A degradabilidade efetiva dos
nutrientes (Dge) para os diferentes
velocidades de passagem do alimento pelo
rúmen (k) foi estimada segundo o modelo descrito por McDONALD (1981),
Dge = a + (b c) / c + k .
O desenho experimental utilizado foi de um quadrado latino 3 × 3 repetido
duas vezes, onde as colunas representaram os animais (seis animais) e as linhas
representaram os períodos (três períodos), perfazendo 6 repetições por tratamento.
Foi avaliado o efeito dos tratamentos sobre os fatores determinados,
degradabilidade ruminal da MS, FDA e CEL, e degradabilidade efetivas por meio
análises de variância e teste de comparação de médias LSMEANS empregando-se o
Programa Estatístico S.A.S. (1990).
Ensaio 4 - Parâmetros ruminais
O período experimental foi o mesmo do ensaio 2, sendo efetuadas as coletas
de líquido ruminal para as dosagens de N-amoniacal, pH e atividade bacteriana, no
67
21° dia de cada período. Utilizou-se para coleta de líquido ruminal uma bomba à
vácuo, retirando-se 50 ml, o qual foi filtrado em tecido de algodão, sendo mantido o
líquido aquecido em torno de 39 ºC, assim como o material que entrava em contato
com o líquido.
Os tempos de coleta foram hora zero realizada antes da alimentação, os
animais eram alimentados e após 1,5 horas, tempo este para que os animais já
estivessem satisfeitos, retirava-se toda a alimentação permitindo somente acesso a
água, assim realizou-se os tempos de coleta 1,5; 2,5; 3,5; 5,5; e 8,5 horas após o
início da alimentação.
A atividade bacteriana foi medida através da redução ao azul de metileno,
realizada logo após a filtragem seguindo os procedimentos descritos por DIRKSEN
(1981). Foram pipetados 19 ml de líquido ruminal com temperatura controlada em
um tubo de ensaio e adicionado 1 ml de azul de metileno a 0,03% e homogeneizado a
amostra. O tempo de redução foi verificado utilizando-se de outro tubo de ensaio
com 20 ml de fluído ruminal como padrão para comparação, marcava-se o tempo
logo após a homogeneização do líquido ruminal com o azul de metileno, tendo no
momento que os tubos ficavam semelhantes tinha-se quantos segundos para redução;
assim repercutindo em flora muito ativa, de atividade moderada, e atividade
diminuída para os tempos de redução de até 180 segundos; de 180 a 360 segundos e
acima de 360 segundos, respectivamente.
O pH do líquido ruminal foi determinado logo após a filtragem através de um
potenciômetro digital.
A concentração do N-amoniacal foi determinada também após a filtragem,
retirando-se 10 ml de líquido, centrífugados à 5000 rotações por 15 minutos, e
realizada a determinação através da técnica adaptada de Fenner (1965), descrita por
KOZLOSKI (1995).
O desenho experimental utilizado foi de um quadrado latino 3 × 3 repetido
quatro vezes (12 repetições) para pH e N-amoniacal e duas vezes para atividade
bacteriana (três repetições), onde as colunas representaram os animais (três
animais/quadrado) e as linhas representaram os períodos (três períodos).
Foi avaliado o efeito dos tratamentos sobre os fatores determinados, atividade
bacteriana, pH e N-amoniacal por meio análises de variância e teste de comparação
de médias LSMEANS empregando-se o Programa Estatístico S.A.S. (1990).
68
3. Resultados e Discussão
Ensaio 3 - Degradabilidade ruminal da fibra
O ajuste das equações para os dados de desaparacimento da MS, FDA e CEL
primeiramente foi realizado através do programa estatístico SAS (1990), utilizando
as equações propostas, mas para nenhum parâmetro ajustou-se uma equação com um
coeficiente de determinação aceitável. Assim utilizou-se o programa de
McDONALD (1981), o qual permite inserir um valor somente para cada tempo de
incubação e por este motivo foi utilizado os dados médios (seis repetições) para cada
tempo (Apêndice 7 B ao 9 B). Este programa também não apresenta o coeficiente de
determinação para a equação estimada. Somente se ajustou as seguintes equações
para o desaparecimento da MS por tratamento:
YGMM = 18,64 + 46,55 [1 – EXP(- 0,0397 t)]
YGMI = 22,93 + 44,42 [1 – EXP(- 0,0311 t)]
YGMIU = 22,08 + 43,15 [1 – EXP(- 0,0329 t)]
Nas Figuras 1, 2 e 3 são apresentadas estimativas dos percentuais médios de
desaparecimento da MS, FDA e CEL, em função dos tempos de incubação, para a
silagem de sorgo em relação a cada dieta experimental. A degradabilidade ruminal da
silagem de sorgo incrementou ao aumentar o tempo de incubação, estabilizando a
partir de 72 horas para todos os parâmetros analisados.
Tabela 1- Estimativas dos coeficientes a, b e c das equações ajustadas para os
desaparecimentos potenciais da matéria seca (MS), degradação potencial
(a+b), degradabilidades efetivas para velocidades de passagem 2, 5 e 8
%/hora em função das dietas experimentais, Grão de Milho Moído
(GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/
uréia (GMIU).
Tratamentos
GMM
GMI
GMIU
Média
C.V. %
a
b
c
a+b
19,98
19,98
19,98
19,98
-
45,62
47,51
45,75
47,11
6,35
0,0412
0,0329
0,0352
0,0351
29,77
65,60
67,49
65,73
67,08
4,46
Degr. Ef. nas veloc. Passagem
2%
5%
8%
49,36
39,26
34,11
48,05
40,12
35,45
49,02
39,40
35,00
49,19
39,54
34,79
4,35
5,87
6,33
69
Figura 1
70
Figura 2
71
Figura 3
72
Os valores de desaparecimento da MS quando comparados os tratamentos
dentro de cada tempo foram bastantes semelhantes não diferindo em nenhum dos
tempos. Enquanto que para o desaparecimento da FDA e CEL estes valores não
foram tão homogêneos, mesmo assim não diferiram entre as dietas experimentais, a
exceção para o tempo de 72 horas de incubação para FDA onde o GMIU apresentou
um maior desaparecimento, mas sendo compensado esta diferença no tempo de 96
horas (P>0,05). HERNANDEZ (1995) trabalhando com capim milheto e elefante
encontrou valores semelhantes para o desaparecimento da MS, principalmente para
os tempos de incubação maiores.
As estimativas dos coeficientes a, fração solúvel; b, fração insolúvel
potencialmente degradável; c, taxa de degradação da fração b, das equações
ajustadas para a degradação potencial (a+b); Lag Time e a degradação efetiva para
as diferentes velocidades de passagem (2%, 5% e 8%), da degradação ruminal in
situ de MS, FDA e CEL para a silagem de sorgo, encontram-se nas Tabelas 1,2 e 3.
A estimativa destes dados foi realizada através do
programa de McDONALD
(1981), resultando uma equação para cada para cada repetição (seis) e os parâmetros
destas foram analisados através de análise de variância e teste de comparação de
médias, sendo que estes dados representam a média obtida desta análise.
A fração a, b, a taxa de degradação c, a+b, Lag time e as diferentes
degradações efetivas não diferiram para nenhum dos parâmetros analisados.
BEAUCHEMIN et al. (1994) com um mesmo nível de concentrado (base cevada
amassada) e OLIVEIRA (1999) com um mesmo nível de milho moído na dieta e
concentrado observaram valores de a, b e degradabilidades efetivas semelhantes
para MS. BÜRGER (1998) com um mesmo nível de concentrado e milho moído na
dieta e mas com feno de capim coast-cross encontrou todos os parâmetros testados
para a cinética ruminal da MS valores inferiores, demonstrando a influência da
característica do volumoso.
A fração a estimada para a degradabilidade da FDA e CEL, que esperava-se
ser nula pois nenhuma destas frações é teoricamente solúvel em água, apresentou
valores relativamente altos. Se os valores encontrados fossem baixos poderia ser erro
de determinação em algum ponto da técnica. PETIT (1994) também relatou valores
positivos para o desaparecimento de FDA, para feno de aproximadamente 8% e para
silagem de milho em torno de 15%.
73
Tabela 2- Estimativas dos coeficientes a, b e c das equações ajustadas para os
desaparecimentos potenciais da fibra em detergente ácido (FDA),
degradação potencial (a+b), tempo estimado para o início da degradação
(Lag Time - horas) e degradabilidades efetivas para velocidades de
passagem 2, 5 e 8 %/hora em função das dietas experimentais, Grão de
Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho
Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Tratamentos
GMM
GMI
GMIU
Média
C.V. %
a
b
c
a+b
Lag
Time
9,19
9,19
9,19
9,19
-
55,14
49,41
45,42
48,94
18,78
0,0263
0,0237
0,0224
0,0249
39,61
65,60
67,49
65,73
67,08
4,46
4,21
2,18
3,11
3,35
94,74
Degr. Ef. nas veloc.
Passagem
2%
5%
8%
32,20
21,88
17,82
33,33
22,97
18,67
30,33
20,38
16,40
32,26
21,89
17,66
12,36
16,93
19,42
O lag time foi estimado somente para FDA e CEL pois para MS não
aconteceu. O coeficiente de variação deste parâmetro foi bastante alto (Apêndice 21
A e 22 A) pois em algumas das 6 repetições por tratamento não aconteceu e o valor
utilizado foi zero. Os valores estimados para o lag time foram bastante altos para o
parâmetro CEL com uma média de 9,02 horas, estes também encontrados para a
cinética da digestão para a fibra detergente neutra por GRANT et al. (1994) quando
controlaram in vitro o pH em 5,5 e observaram diminuição até valores entorno de 2
horas a medida que o pH aproximou-se de 6,8. MERTENS e LOFTEN (1980)
encontraram um aumento linear no lag time em relação a degradação da fibra com a
adição de níveis crescentes de amido in vitro, mas não observaram efeito na taxa de
degradação, somente um decréscimo no potencial de degradação com o acréscimo do
amido. Este mesmo efeito poderia ter acontecido neste experimento, não pelo
aumento da quantidade de amido, mas pelas possíveis diferenças nas velocidades de
degradação do amido do milho que representava entorno de 77% do amido total nas
dietas testadas.
74
Tabela 3- Estimativas dos coeficientes a, b e c das equações ajustadas para os
desaparecimentos potenciais da celulose (CEL), degradação potencial
(a+b), tempo estimado para o início da degradação (Lag Time - horas) e
degradabilidades efetivas para velocidades de passagem 2, 5 e 8 %/hora
em função das dietas experimentais, Grão de Milho Moído (GMM), Grão
de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Tratamentos
GMM
GMI
GMIU
Média
C.V. %
a
b
c
a+b
Lag
Time
11,01
11,01
11,01
11,01
-
49,89
51,07
43,02
47,86
22,04
0,0320
0,0294
0,0303
0,0308
36,13
60,91
62,19
58,03
58,91
17,85
7,36
8,08
10,46
9,02
49,94
Degr. Ef. nas veloc.
Passagem
2%
5%
8%
34,78
23,26
18,55
35,02
22,87
18,05
32,93
22,03
17,70
34,41
22,79
18,12
11,90
16,74
19,16
Para terneiros a velocidade de passagem que o AFRC (1993) propõem é de
5%/h, sendo assim, a degradabilidade efetiva média estimada para a matéria seca
seria de 39,54 % e o volumoso representando 40% da MS da dieta, este estaria
fazendo parte de 15,82 % (39,54 x 0,40) do total de MS digerido, considerando
somente que os desaparecimento da MS do volumoso ocorra somente no rúmen. No
Ensaio 2 na determinação da digestibilidade in vivo da matéria seca total, foi de
63,51%, permitindo dizer que o concentrado representou 47,69 % do total digerido
(63,51- 15,82), ou seja, o concentrado obteve uma digestibilidade total da MS de
75,09 % (47,69/0,6351). COLE et al. (1976) encontraram valor semelhante de 42%
de digestibilidade da MS do volumoso e também não encontraram influência do
processamento do grão de milho na digestibilidade do volumoso.
Ensaio 4 - Parâmetros ruminais
Nas Figuras 4, 5 e 6 são apresentadas os dados médios das determinações de
pH, N-amoniacal e atividade bacteriana para os diferentes tempos de coleta. Não foi
possível ajustar uma equação de regressão para estes parâmetros.
O pH entre as dietas experimentais não
diferiram entre si. O GMI
apresentou um valor de pH superior aos demais tratamentos, chegando no tempo de
coleta 5,5 horas a 0,21 unidade de pH superior ao GMM. Todos os tratamentos
75
partiram de um pH acima de 6,8 e a medida que passou de 1,5 horas após a
alimentação tiveram seu menor valor, a exceção para o GMM que ocorreu somente
5,5 horas após a alimentação. O GMIU apresentou um menor pH até em torno de
3,1 horas e somente após que o GMM apresentou-se inferior. GALYEAN et al.
(1976) encontraram diferença para o pH ruminal influenciado pela forma de
fornecimento do grão de milho, mas na média do pH foi bastante baixo (6,2)
influenciado talvez pelo alto nível de concentrado (85%). Enquanto que GALYEAN
et al. (1979) quando compararam o milho inteiro com três granulometrias do milho
moído, não obtiveram efeito no pH ruminal.
O comportamento das curvas do pH para GMI e o GMM em relação ao
pequeno pico que ocorreu no tempo 2,5 horas, quando o que se esperava era uma
queda constante e após nova elevação (semelhante a curva do GMIU), pode ter
ocorrido talvez devido a ação da uréia que era incluída diretamente no concentrado,
ao contrário do GMIU onde esta tinha sido absorvida no momento da armazenagem
pelo grão de milho, como resposta esta uréia "livre" elevou o pH dando este
pequeno pique e talvez já detectado no tempo 1,5 horas quando ocorreu o pico de
NH3 no fluído ruminal. MURPHY et al. (1994) verificaram imediatamente após a
alimentação um pH ruminal mais baixo para o milho inteiro (5,95) do que os
novilhos alimentados com milho lâminado (6,26), isto ocorrendo até as primeiras
duas horas (valor mais baixo) e isto invertendo-se significativamente até nove horas
após a alimentação. Enquanto que o processamento não afetou o nível de NH3 a
nível de rúmen, com um pico após 1 hora da alimentação (5mg N/100ml).
COOMBE et al. (1979) não verificaram influência da dieta no pH ruminal, já para
NH3 este foi influenciado pelo tratamento com alcali do volumoso que resultou em
um baixo nível deste (0,7-1,3 mgN/100ml).
Os níveis de NH3 obtidos para cada curva por tratamento foram bastante
semelhantes (P>0,05), partindo de 12,17 mg N/100ml para o tempo zero e chegando
a um pico já a 1,5 horas
com 24,42 mg N/100ml após o fornecimento da
alimentação e depois decrescendo até 9,91 mg n/100ml no tempo 8,5 horas. O GMI
apresentou sempre os menores (P>0,05) níveis de NH3 em relação aos outros
tratamentos. Segundo MEHREZ et al.(1977)
e EDWARDS e BARTLEY (1979)
estes níveis de NH3 são ótimos para a digestão no rúmen ou segundo SATTER e
SLYTER (1974) para um máximo crescimento microbiano (todos citados pelo
76
primeiro autor, por KANG-MEZNARICH e BRODERICK (1981) e MURPHY et
al.(1994). KANG-MEZNARICH e BRODERICK (1981) com 3,3 a 8,50
mgN/100ml não obtiveram diferença na digestão ruminal da MS, na taxa de digestão
e no máximo crescimento microbiano em dietas contendo 74 % de grão de milho.
LUDDEN e CECAVA (1995) também verificaram esta tendência ao analisarem
NH3 e o pH ruminal frente a diferentes fontes protéicas e com base o milho
quebrado, não verificando efeito sobre o pH e
NH3 (3,46 mg N/100ml)
influenciados pela dieta.
A atividade bacterina medida através do tempo a redução ao azul de metileno
mostrou-se bastante sensível, não observando-se nenhuma diferença nas primeiras
horas após a alimentação, apresentado diferença nos dois últimos tempos de coleta
com uma atividade menor para GMM, mas ainda considerada no tempo 5,5 horas
como atividade muito ativa, somente no tempo 8,5 horas passou a atividade
moderada enquanto o GMI e o GMIU apresentaram todo o tempo atividade
bacteriana muito ativa.
O GMM em todos os tempos de coleta apresentou-se com uma atividade
bacteriana inferior aos outros tratamentos. Na média os picos de máxima atividade
bacteriana coincidiram com os menores valores de pH, mostrando que nesses tempos
de coleta tinha-se os maiores níveis de concentração dos produtos da fermentação
devido a maior atividade bacteriana e ao mesmo tempo um menor pH. Isto ocorreu
também com o nível de NH3 , onde o pico máximo coincidiu com primeiro pico de
máxima atividade bacteriana e com a primeira queda do pH logo após a alimentação.
Demostrando que a grande quantidade de substrato
que chegou ao rúmen foi
fermentada rapidamente, principalmente as fontes de nitrogênio mas também uma
boa quantidade de carboidratos, resultado de uma alta atividade bacteriana, em
conseqüência de uma alta concentração de produtos da fermentação (ácidos) que
diminuiram o pH.
Um fator que deve ser levado em consideração é que não foi estudado o
comportamento de ingestão dos animais. Assim, o primeiro pico que ocorreu no pH
pode ter ocorrido devido a uma primeira ruminação logo após a retirada da
alimentação, onde considerou-se um tempo médio que todos os animais já estavam
saciados.
77
Figura 4
78
Figura 5
79
Figura 6
80
3.Conclusões
- Os GMM, GMI e GMIU não influenciaram na degradabilidade da fibra.
- A medida que aumentou o tempo de incubação houve um aumento da
degradação da fibra até 72 horas e após praticamente estabilizou.
- O alto Lag Time pode ser resposta ao alto nível de concentrado.
- Os parâmetros ruminais pH e o NH3 não foram influenciados pelas formas
de fornecimento do milho.
- A atividade bacteriana medida através do tempo de redução ao azul de
metileno mostrou diferenças somente nos tempos mais distantes após a alimentação.
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86
6.Conclusões
- Para terneiros até 200 kg de peso vivo a moagem do grão de milho não afeta
o desempenho e conseqüentemente o fornecimento do grão de milho inteiro pode ser
uma alternativa econômica e prática.
- O pH das fezes não foi um bom indicador da digestibilidade do amido.
- As formas de fornecimento do grão de milho não influenciaram na
degradabilidade da fibra.
- Os parâmetros ruminais pH e o NH3 não foram influenciados pelas formas de
fornecimento do milho.
- A atividade bacteriana medida através do tempo de redução ao azul de
metileno mostrou diferenças somente nos tempos mais distantes após a alimentação.
87
APÊNCICES
87
APÊNDICE A
APÊNDICE 1 A - Análise de variância correspondente ao peso vivo inicial (kg) no
ENSAIO 1 dos tratamentos Grão de Milho Moído (GMM), Grão de
Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia
(GMIU).
Fonte
Bloco
Tratamento
Erro
Total
Grau de
liberdade
1
2
11
14
Quadrado
Médio
1732,36
40,01
Teste F
Pr>
6,08
0,14
0,0313
0,8704
Coeficiente
de Variação
10,59
APÊNDICE 2 A - Análise de variância correspondente ao peso vivo final (kg) no
ENSAIO 1 dos tratamentos Grão de Milho Moído (GMM), Grão de
Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia
(GMIU).
Fonte
Bloco
Tratamento
Erro
Total
Grau de
liberdade
1
2
11
14
Quadrado
Médio
5841,07
99,80
Teste F
Pr>
16,67
0,28
0,0018
0,7575
Coeficiente
de Variação
7,64
APÊNDICE 3 A - Análise de variância correspondente ao ganho de peso médio diário
(kg/dia) no ENSAIO 1 dos tratamentos Grão de Milho Moído
(GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro
tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Bloco
Tratamento
Erro
Total
Grau de
liberdade
1
2
11
14
Quadrado
Médio
0,31
0,02
Teste F
Pr>
21,40
1,53
0,0007
0,2587
Coeficiente
de Variação
8,81
88
APÊNDICE 4 A - Análise de variância correspondente ao consumo de matéria seca
(kg MS/an./dia) no ENSAIO 1 dos tratamentos Grão de Milho
Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho
Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Bloco
Tratamento
Erro
Total
Grau de
liberdade
1
2
11
14
Quadrado
Médio
1,89
1,32
Teste F
Pr>
4,29
3,00
0,0627
0,0915
Coeficiente
de Variação
9,67
APÊNDICE 5 A - Análise de variância correspondente a conversão alimentar (kg CMS/
kg ganho PV) no ENSAIO 1 dos tratamentos Grão de Milho Moído
(GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro
tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Bloco
Tratamento
Erro
Total
Grau de
liberdade
1
2
11
14
Quadrado
Médio
1,61
0,23
Teste F
Pr>
11,10
1,61
0,0067
0,2435
Coeficiente
de Variação
7,47
APÊNDICE 6 A - Análise de variância correspondente ao consumo de matéria seca em
relação ao peso vivo (kg CMS/100 kg PV) no ENSAIO 1 dos
tratamentos Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro
(GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Bloco
Tratamento
Erro
Total
Grau de
liberdade
1
2
11
14
Quadrado
Médio
0,12
0,23
Teste F
Pr>
1,75
3,13
0,2125
0,0837
Coeficiente
de Variação
89
APÊNDICE 7 A - Análise de variância correspondente ao consumo de matéria seca em
relação ao peso vivo metabólico (g CMS/ kg PV0,75) no ENSAIO 1
dos tratamentos Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho
Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Bloco
Tratamento
Erro
Total
Grau de
liberdade
1
2
11
14
Quadrado
Médio
10,63
354,92
Teste F
Pr>
0,11
3,77
0,7430
0,0565
Coeficiente
de Variação
7,55
APÊNDICE 8 A - Análise de variância correspondente ao consumo de matéria seca
(kg MS/dia) no ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de Milho Moído
(GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro
tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
11
17
Quadrado
Médio
0,52
0,41
1,16
Teste F
Pr>
0,95
0,75
2,11
0,4166
0,4938
0,1672
Coeficiente
de Variação
13,04
APÊNDICE 9 A - Análise de variância correspondente ao consumo de matéria seca em
relação ao peso vivo (kg CMS/100 kg PV) no ENSAIO 2 dos
tratamentos Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro
(GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
11
17
Quadrado
Médio
0,28
0,10
0,34
Teste F
Pr>
1,31
0,46
1,57
0,3084
0,6427
0,2504
Coeficiente
de Variação
18,12
90
APÊNDICE 10 A - Análise de variância correspondente ao consumo de matéria seca
em relação ao peso vivo metabólico (g CMS/ kg PV0,75) no
ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de Milho Moído (GMM), Grão de
Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia
(GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
11
17
Quadrado
Médio
336,12
134,01
462,76
Teste F
Pr>
1,50
0,60
2,06
0,2656
0,5670
0,1733
Coeficiente
de Variação
15,12
APÊNDICE 11 A - Análise de variância correspondente a digestibilidade da matéria
seca (%) no ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de Milho Moído
(GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro
tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
11
17
Quadrado
Médio
41,12
12,51
57,09
Teste F
Pr>
8,36
2,54
11,60
0,0062
0,1237
0,0020
Coeficiente
de Variação
3,49
APÊNDICE 12 A - Análise de variância correspondente a digestibilidade da proteína
bruta (%) no ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de Milho Moído
(GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro
tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
11
17
Quadrado
Médio
29,81
18,68
75,35
Teste F
Pr>
1,66
1,04
4,20
0,2345
0,3858
0,0443
Coeficiente
de Variação
5,76
91
APÊNDICE 13 A - Análise de variância correspondente a digestibilidade da energia
(%) no ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de Milho Moído (GMM),
Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/
uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
11
17
Quadrado
Médio
62,95
17,73
74,94
Teste F
Pr>
2,63
0,74
3,13
0,1167
0,4993
0,0840
Coeficiente
de Variação
7,71
APÊNDICE 14 A - Análise de variância correspondente a digestibilidade da fibra em
detergente neutra (%) no ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de
Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de
Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
9
15
Quadrado
Médio
6,52
8,80
264,51
Teste F
Pr>
0,04
0,05
1,52
0,9633
0,9509
0,2693
Coeficiente
de Variação
32,19
APÊNDICE 15 A - Análise de variância correspondente a digestibilidade da fibra em
detergente ácido (%) determinado no ENSAIO 2 dos tratamentos
Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e
Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
9
15
Quadrado
Médio
12,06
108,28
94,87
Teste F
Pr>
0,10
0,85
0,75
0,9101
0,4572
0,5002
Coeficiente
de Variação
26,61
92
APÊNDICE 16 A - Análise de variância correspondente a digestibilidade da celulose
(%) determinado no ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de Milho
Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho
Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
10
16
Quadrado
Médio
29,62
203,40
132,08
Teste F
Pr>
0,29
1,99
1,29
0,7549
0,1877
0,3174
Coeficiente
de Variação
19,74
APÊNDICE 17 A - Análise de variância correspondente a digestibilidade do extrato
etéreo (%) determinado no ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de
Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de
Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
10
16
Quadrado
Médio
143,89
136,53
292,22
Teste F
Pr>
1,66
1,58
3,38
0,2377
0,2535
0,0756
Coeficiente
de Variação
14,57
APÊNDICE 18 A - Análise de variância correspondente a digestibilidade do amido (%)
no ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de Milho Moído (GMM),
Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/
uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
11
17
Quadrado
Médio
106,65
3,79
114,35
Teste F
Pr>
8,07
0,29
8,65
0,0070
0,7561
0,0055
Coeficiente
de Variação
4,21
93
APÊNDICE 19 A - Análise de variância correspondente a digestibilidade da pH da
fezes (%) no ENSAIO 2 dos tratamentos Grão de Milho Moído
(GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro
tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
11
17
Quadrado
Médio
0,50
0,54
0,35
Teste F
Pr>
4,89
5,28
3,39
0,0303
0,0246
0,0713
Coeficiente
de Variação
4,64
APÊNDICE 20 A - Análise de variância correspondente a estimativa do
desaparecimento da fibra em detergente ácido 72 horas de
incubação, no ENSAIO 3 dos tratamentos Grão de Milho Moído
(GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro
tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
8
14
Quadrado
Médio
798,85
197,88
134,17
Teste F
Pr>
32,78
8,12
5,51
0,0001
0,0119
0,0314
Coeficiente
de Variação
11,22
APÊNDICE 21 A - Análise de variância correspondente a estimativa do Lag Time para
a fibra em detergente, no ENSAIO 3 dos tratamentos Grão de
Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de
Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
8
14
Quadrado
Médio
3,31
4,97
3,90
Teste F
Pr>
0,33
0,49
0,39
0,7285
0,6272
0,6903
Coeficiente
de Variação
94,74
94
APÊNDICE 22 A - Análise de variância correspondente a estimativa do Lag Time para
a celulose, no ENSAIO 3 dos tratamentos Grão de Milho Moído
(GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro
tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
8
14
Quadrado
Médio
3,61
12,32
27,02
Teste F
Pr>
0,18
0,61
1,33
0,8401
0,5682
0,3168
Coeficiente
de Variação
49,94
APÊNDICE 23 A - Análise de variância correspondente a estimativa do tempo
(segundos) para a redução ao azul de metileno - Atividade
bacteriana - após 5,5 horas da alimentação, no ENSAIO 4 dos
tratamentos Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro
(GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
9
15
Quadrado
Médio
3836,72
7886,05
2208,39
Teste F
Pr>
3,75
7,71
2,16
0,0572
0,0081
0,1617
Coeficiente
de Variação
31,26
APÊNDICE 24 A - Análise de variância correspondente a estimativa do tempo
(segundos) para a redução ao azul de metileno - Atividade
Bacteriana - após 8,5 horas da alimentação, no ENSAIO 4 dos
tratamentos Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro
(GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Fonte
Período
Tratamento
Coluna
Erro
Total
Grau de
liberdade
2
2
2
9
15
Quadrado
Médio
36687,05
63143,72
9392,05
Teste F
Pr>
2,36
4,06
0,60
0,1406
0,0479
0,5641
Coeficiente
de Variação
82,20
95
APÊNDICE B
APÊNDICE 1 B - Dados meteorológicos referentes ao período em que fora
desenvolvidos os ensaios.
Período
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
P P (m m)
UR %
Vento (Km/h)
110,7
141,9
82,4
191,4
222,1
131,1
200,5
51,7
118,0
208,6
69
78
75
81
80
84
84
71
76
74
2,0
1,9
1,8
1,3
1,3
1,6
1,7
2,8
2,1
2,5
TEMPERATURA ºC
Mínima
Máxima
Média
26,1
31,5
28,8
24,4
29,9
27,1
25,8
31,5
28,6
18,9
23,7
21,3
15,6
20,4
18,0
13,7
18,3
16,0
13,9
17,7
15,8
16,4
22,4
19,4
17,6
22,9
20,2
18,4
23,0
20,7
Fonte: Estação de Meteorologia, Dept º Fitotecnia, Universidade Federal de Santa
Maria, 1999.
96
APÊNDICE 2 B - Peso inicial (PI), pesos aos 21 dias (P.21 dias), aos 42 dias (P.
42dias), peso final (PF) e ganho médios diários (GMD21, GMD42 e
GMDTotal) até cada período de pessagem por animal e por tratamento,
Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro (GMI), e Grão de
Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
AN.
23
9
4
73
26
Média
Trat.
GMM
GMM
GMM
GMM
GMM
-
P I P.21 dias GMD21 P.42 dias GMD42
135,4
155,0
0,98
181,0
1,09
185,0
212,0
1,35
249,0
1,52
158,2
196,0
1,89
236,0
1,85
153,6
183,6
1,50
220,0
1,58
158,4
190,0
1,58
223,0
1,54
158,1
187,3
1,46
221,8
1,52
PF
201,0
272,0
270,0
245,0
254,0
248,4
GMDTotal
1,04
1,38
1,77
1,45
1,52
1,43
21
24
12
8
2
Média
GMI
GMI
GMI
GMI
GMI
-
181,0
128,6
166,0
166,6
144,0
157,2
200,0
161,0
184,0
194,0
164,0
180,6
0,95
1,62
0,90
1,37
1,00
1,17
249,0
192,0
228,0
216,0
192,0
215,4
1,62
1,51
1,48
1,18
1,14
1,38
275,0
213,0
253,0
247,0
211,0
239,8
1,49
1,34
1,38
1,28
1,06
1,31
18
15
22
289
1
Média
GMIU
GMIU
GMIU
GMIU
GMIU
-
153,0
163,2
169,4
193,0
134,0
162,5
174,0
189,0
197,0
222,4
152,0
186,88
1,05
1,29
1,38
1,47
0,90
1,22
210,0
224,0
231,0
261,0
181,0
221,4
1,36
1,45
1,47
1,62
1,12
1,40
235,0
248,0
264,0
280,0
204,0
246,2
1,30
1,35
1,50
1,38
1,11
1,33
97
APÊNDICE 3 B - Peso vivo inicial (PVI), pesos vivo final (PVF), ganho de peso médio
diário (GMD), consumo de matéria seca (CMS), conversão alimentar
(CA), ganho de peso no período (GP), peso médio (PM), peso metabólico
(W0,75), consumo de matéria seca em relação ao peso metabólico
(CMSW0,75) e consumo de matéria seca em relação ao peso vivo (CMSPV)
por animal e por tratamento, Grão de Milho Moído (GMM), Grão de
Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU) .
Animal
23
9
4
73
26
Média
Tratamento
GMM
GMM
GMM
GMM
GMM
-
PVI
kg
135,4
185,0
158,2
153,6
158,4
158,1
PVF GMD CMS CA GP
kg
kg/dia kg/dia
kg
201,0 1,04
6,62 6,36 65,6
272,0 1,38
7,41 5,37 87,0
270,0 1,77
8,62 4,86 111,8
245,0 1,45
7,03 4,85 91,4
254,0 1,52
6,95 4,58 95,6
248,4 1,43
7,33 5,20 90,3
PM W0,75 CMS CMS
W0,75 PV %
kg
168,2 46,71 141,8 3,94
228,5 58,77 126,1 3,24
214,1 55,97 154,1 4,03
199,3 53,04 132,6 3,53
206,2 54,41 127,7 3,37
203,3 53,78 136,5 3,62
21
24
12
8
2
Média
GMI
GMI
GMI
GMI
GMI
-
181,0
128,6
166,0
166,6
144,0
157,2
275,0
213,0
253,0
247,0
211,0
239,8
1,49
1,34
1,38
1,28
1,06
1,31
228,0 58,67 117,3 3,02
170,8 47,25 121,7 3,37
209,5 55,07 127,6 3,35
206,8 54,53 109,5 2,89
177,5 48,63 122,3 3,35
198,5 52,83 119,7 3,19
18
15
22
289
1
Média
GMIU
GMIU
GMIU
GMIU
GMIU
-
153,0
163,2
169,4
193,0
134,0
162,5
235,0
248,0
264,0
280,0
204,0
246,2
1,30
1,35
1,50
1,38
1,11
1,33
6,88
5,75
7,02
5,97
5,95
6,31
6,30
7,30
8,04
7,34
5,91
6,97
4,61
4,29
5,09
4,68
5,59
4,85
4,84
5,40
5,35
5,32
5,32
5,25
94,0
84,4
87,0
80,4
67,0
82,6
82,0
84,8
94,6
87,0
70,0
83,7
194,0
205,6
216,7
236,5
169,0
204,4
51,98
54,30
56,48
60,31
46,87
53,99
121,1
133,9
142,3
121,7
126,1
129,0
3,94
3,24
4,03
3,53
3,37
3,62
98
APÊNDICE 4 B - Pesos iniciais, pesos finais e pesos médios dos animais nos três
períodos experimentais.
Animais
Peso inicial (kg)
2º
3º
1
252
267
277
210
176
184
247
258
280
192
150
166
201
200
226
224
239
253
º
11
20
10
25
14
06
Peso Final (kg)
1
2º
3º
246
245
266
216
209
210
249
261
280
181
180
206
196
203
232
216
231
262
º
Peso médio (kg)
1
2º
3º
249
256
272
213
193
197
248
260
280
187
165
186
199
202
229
220
235
256
º
APÊNCICE 5 B - Matéria seca (MS), cinzas (CZ), proteína bruta (PB), extrato etéreo
(EE), fibra em detergente neutro (FDN), fibra em detergente
(FDA), hemicelulose (HEM), celulose (CEL), lignina (LIG), amido
(AM) e energia bruta (EB) na MS da silagem de sorgo nos três
períodos experimentais.
Nutrientes
MS%
CZ%
PB%
EE%
FDN%
FDA%
HEM%
CEL%
LIG %
AMIDO %
EB kcal/g
PH
1º Período
30,75
4,88
5,06
3,44
60,85
38,83
22,02
26,07
10,86
12,95
4182,64
3,76
2º Período
30,34
4,72
5,15
2,85
63,44
37,35
26,09
27,43
8,20
10,61
4128,38
4,02
3º Período
32,94
4,85
5,23
3,48
61,00
36,79
24,20
26,59
8,27
10,62
4235,24
3,85
Média
31,34
4,82
5,15
3,26
61,76
37,66
24,10
26,70
9,11
11,39
4182,09
3,88
99
APÊNDICE 6 B - Distribuição granulométrica do milho moído (g) utilizado na composição
da dieta com Grão de Milho Moído (GMM).
Peneiras
(mm)
4,76
3,36
1,68
0,71
0,297
0,125
Fundo
Total
1
1,3
15,7
45,3
23,7
8,1
3,7
1,6
99,4
Repetições
2
1,3
14,7
47,3
23,6
7,9
3,9
0,8
99,5
Média
3
1,3
13,6
45,1
25,5
9,0
4,4
0,6
99,5
1,3
14,7
45,9
24,3
8,3
4,0
1,0
99,5
APÊNDICE 7 B - Valores médios de desaparecimento da matéria seca (MS) da silagem
de sorgo para os diferentes tempos de incubação em função das dietas
experimentais, Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro
(GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Tratamentos
GMM
GMI
GMIU
Média
C.V. %
Desaparecimento da MS para os tempos de incubação no rúmen
0
8
12
24
48
72
96
19,98
31,54
36,26
46,59
58,86
63,02
63,52
19,98
32,02
37,74
46,24
56,55
63,66
64,68
19,98
32,03
36,26
45,49
56,12
61,80
63,01
19,98
31,75
36,60
45,84
57,33
63,38
64,16
7,05
6,90
8,81
6,10
4,82
4,43
100
APÊNDICE 8 B - Valores médios de desaparecimento da fibra em detergente ácido
(FDA) da silagem de sorgo para os diferentes tempos de incubação em
função das dietas experimentais, Grão de Milho Moído (GMM), Grão
de Milho Inteiro (GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia
(GMIU).
Tratamentos
GMM
GMI
GMIU
Média
C.V. %
aeb
Desaparecimento da FDA para os tempos de incubação no rúmen
0
8
12
24
48
72
96
ab
9,19
13,32
17,39
26,15
38,49
40,09
47,81
9,19
13,99
22,71
24,52
41,34
32,97 b
49,37
a
44,84
9,19
10,85
16,84
23,77
35,70
45,22
9,19
12,35
19,08
25,08
39,13
44,01
47,66
43,30
37,40
17,44
24,80
11,22
9,15
letras diferentes na mesma coluna diferem significativamente (P<0,05).
APÊNDICE 9 B - Valores médios de desaparecimento da celulose (CEL) da silagem de
sorgo para os diferentes tempos de incubação em função das dietas
experimentais, Grão de Milho Moído (GMM), Grão de Milho Inteiro
(GMI), e Grão de Milho Inteiro tratado c/ uréia (GMIU).
Tratamentos
GMM
GMI
GMIU
Média
C.V. %
Desaparecimento da CEL para os tempos de incubação no rúmen
0
8
12
24
48
72
96
11,01
11,57
15,80
28,21
43,41
42,53
51,22
11,01
10,48
18,64
25,95
42,64
37,62
53,07
11,01
9,56
15,23
26,33
39,22
48,51
47,57
11,01
10,27
16,24
26,90
42,10
48,39
50,74
54,15
52,22
18,95
24,92
17,27
8,93
101
APÊNDICE 10 B - Níveis de N-amoniacal (mg/100 ml líquido ruminal) nos diferentes
tempos de coleta após o fornecimento da alimentação em função das
dietas experimentais.
Tempos Coleta
(horas)
0
1,5
2,5
3,5
5,5
8,5
Milho Moído
Milho Inteiro
Milho Tratado
Média
14,62
26,27
22,15
17,80
10,42
9,66
14,41
25,41
22,30
18,24
13,84
12,99
9,23
21,32
17,88
14,13
10,23
7,99
12,17
24,42
20,93
16,96
11,53
9,91
APÊNDICE 11 B - pH ruminal nos diferentes tempos de coleta após o fornecimento da
alimentação em função das dietas experimentais.
Tempos Coleta (horas)
0
1,5
2,5
3,5
5,5
8,5
Milho Moído
6,81
6,61
6,67
6,57
6,48
6,64
Milho Inteiro
6,90
6,74
6,77
6,70
6,69
6,78
Milho Tratado
6,82
6,52
6,57
6,61
6,57
6,76
Média
6,84
6,62
6,67
6,63
6,58
6,73
APÊNDICE 12 B - Atividade bacteriana (tempo de redução ao azul de metileno em
segundos) nos diferentes tempos de coleta após o fornecimento da
alimentação em função das dietas experimentais.
Tempos Coleta (horas)
0
1,5
2,5
3,5
5,5
8,5
aeb
Milho Moído
261
146
215
207
142 a
268 a
Milho Inteiro
194
94
134
120
93 b
113 b
Milho Tratado
153
113
126
148
71 b
74 b
Média
191
118
158
158
102
152
letras diferentes na mesma linha diferem significativamente (P<0,05).
Interpretação da atividade bacteriana à redução ao azul de metileno (DIRKKSEN,
1981):
Muito ativa - até 3 minutos (<180 s)
Atividade moderada - de 3 a 6 minutos (180 s à 360 s)
Atividade diminuída - acima de 6 minutos (>360 s)