CIGA-Informando 57 - Ciga-Brasil

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CIGA-Informando 57 - Ciga-Brasil
Ano 11 - Número 57 - MARçO 2009 - Tiragem: 1700 exemplares
Binningerstrasse 19
4103 Bottmingen
Tel. +41 (0)61 423 03 47
Fax +41 (0)61 423 03 46
[email protected]
www.cigabrasil.ch
Foto: Patrícia Brooking Negrão
Minha tristeza não tem pedigree, já a minha vontade de alegria, sua raiz vai ao meu mil avô...
Mulher é desdobrável. Eu sou. (Adélia Prado)
Caras amigas e amigos,
Mesmo com um pouco de atraso ainda
queremos dar os Parabéns às mulheres pela
passagem do Dia Internacional da Mulher,
comemorado no 8 de março. Como bem diz
Adélia Prado: “mulher é desdobravável”, e
precisa mesmo, para poder desempenhar no
cotidiano vários papéis: mulher, filha, mãe,
irmã, esposa, amiga, dona-de-casa e tantos
outros.
Esta edição, sem querer, acabou dando
bastante espaço às mulheres. Na página 14
vocês vão conhecer a história da Lívia, que
acaba de abrir sua lanchonete em Berna com
salgados brasileiros e até serviço a domicílio.
Vão saber também um pouco sobre a vida de
Lúcia Amélia Brüllhardt, que chegou na Suíça
como dançarina e hoje trabalha na prevenção
e combate do tráfico de mulheres para
o país (P.15). Foram também mulheres
que contribuíram com o texto sobre os
brasileirinhos que participaram ativamente
no Fasnacht, o famoso carnaval de Basel (P. 10)
e que nos mandaram algumas infor-
mações úteis e curiosidades para enriquecer a
edição.
Mas nem só de mulher vive o mundo!
Numa entrevista especial para o CIGAInformando Walter Lima conta sua trajetória
de bem-sucedido agente da Bolsa de Valores
de São Paulo a companheiro de jovens e
homens que buscavam num centro de ajuda
uma forma de se reintegrar na sociedade. Na
página 8. você descobre os detalhes dessa
história.
Na página de Saúde (P. 23), as dicas da Iza
são para cuidados caseiros fáceis de aplicar
para proteger a pele no inverno e suavizar as
linhas de expressão. A coluna de Psicologia (P.
16), por sua vez, aborda um estudo sobre o
acesso de crianças imigrantes à saúde mental.
Voltamos a divulgar o Blog da Swissinfo:
Coisas da Suíça, que relata histórias interessantes sobre e para os brasileiros que vivem na
Suíça. Também na página 3 veja os detalhes do
único programa de rádio em português da
região de Basel. O “Beleza” vai ao ar todas as
Continua página 3 ➙
quartas-feiras, das 21 às
CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
➙ Continuação da página 1 22 horas, na Rádio X.
Confira o contato da rádio e prestigie o trabalho
dessa equipe animada.
Veja também nas Utilidades (P. 12) como
conseguir o material para prestar os exames do
Supletivo de 1. e 2. Graus na Suíça e aulas de arte
gratuitas para quem gosta de desenhar ou pintar o sete. E se o seu negócio é escrever, não
deixe de participar do Concurso Literário de
Contos, Crônicas e Poesias, promovido pela
Associação Raízes, de Genebra. Detalhes na
página 20.
Na coluna Rápidas (P.19) um dos assuntos é a
escolha das cidades-sede para a Copa de 2014. E
no “Falando com o Consulado” (P. 4), dois temas
relevantes: a importância de fazer o Registro
Consular, que é uma proteção para você mesmo
(veja na mesma página a nota sobre o desaparecimento de brasileiros), e a candidatura do Brasil
para sediar as Olimpíadas em 2016. Vamos torcer
juntos!
Não esqueçam também de anotar na agenda
as datas de alguns eventos importantes:
- A partir do final de abril começa a passar nos
cinemas da Suíça alemã o filme “Birdwatchers”,
uma produção do ítalo-orgentino Marco
Bechis sobre os índios brasileiros do Mato
Grosso do Sul. O filme obteve um prêmio da
ONU no Festival de Veneza (P. 18)
- Dia 14 de maio tem Noite de Cinema do CIGABrasil (P. 13);
- Dia 21 de junho acontece a tradicional Festa
Junina do CIGA-Brasil. Veja na página 13 como
participar da Quadrilha e ou como colocar um
estande para vender especialidades culinárias.
- Dia 31 de outubro vai ser realizado em Berna
IV Encontro Brasileiro na Suíça (www.encontrobrasil.ch), organizado pelo Conselho Brasileiro
na Suíça www.conselho-brasileiro.ch)
Reserve essas datas, convide seus amigos e a
gente se encontra por lá. Confira também na
Agenda Online do CIGA-Brasil essas e outras
atividades realizadas por brasileiros na Suíça
(www.cigabrasil.ch/agenda). Boa leitura!
Homologações
Blog para brasileiros na Suíça
Um abraço das equipes do CIGA-Brasil
A redação de língua portuguesa do Swissinfo acaba de
lançar um Blog "Coisas da Suíça", que deverá abordar temas inte­ressantes para nós brasileiros que
moramos na Suíça. Confiram e participem:
http://coisasdasuica.swissinfo.ch. Se vocês tiverem
interesse em ver algum tema publicado ou alguma
sugestão de tema ou reportagem, escrevam:
[email protected]
Homologação de sentenças estrangeiras no Brasil
junto ao Superior Tribunal de Justiça, consultoria
jurídica, transcrições, além de outros serviços
advocatícios e notariais.
Contato:
Mônica Moura, advogada (OAB-DF 20.030),
ou Burkard Wolf, advogado suíço:
Escritório de advocacia Wolf
Radgasse /Konradstrasse 9, Caixa postal 1115
8021 Zürich, Tel. 043 366 66 36, email: [email protected]
O escritório é especializado em problemas jurídicos
suíço-brasileiros e ambos os profissionais atendem
também em português.
O único programa de rádio em
português de Basel e região.
Todas as quartas-feiras das 21 às 22 h.
Radio X - 94.5
Contato: [email protected]
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no centro da cidade.
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para pequenas festinhas de aniversário.
Endereço do Studio:
Marktgasse 8, 4051 Basel (Schifflände).
Contato: Clarice dos Santos – 079 516 39 22
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Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Matrícula Consular
É muito importante que você se matricule no
Consulado Geral do Brasil!
Os seus dados servirão apenas para que o Consulado
possa contatá-lo, ou aos seus familiares, em caso de
necessidade e não serão divulgados a ninguém, seja pessoa ou instituição brasileira ou estrangeira.
fotografia e cópia do seu passaporte ou qualquer documento brasileiro e envie tudo por correio para:
Consulado Geral do Brasil
Stampfenbachstrasse 138
8006 Zürich
A matrícula consular é gratuita.
Entre no site www.consuladobrasil.ch (Formulários),
preencha o Formulário de Matrícula Consular, junte uma
Brasil é candidato às Olimpíadas de 2016
O Rio de Janeiro passou, pela primeira vez após
duas tentativas anteriores (para 2002 e 2012), à segunda fase da disputa para sediar as Olimpíadas e
Paraolimpíadas de 2016.
Em termos de realizações esportivas, o Brasil está
percorrendo trajetória virtuosa marcada pela organização dos Jogos Pan-Americanos de 2007, dos Jogos
Militares de 2011 e da Copa do Mundo de 2014. Tal
trajetória será coroada pela oportunidade de sediar as
Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016.
Chicago, Tóquio e Madri são as concorrentes da
cidade brasileira na indicação.A cidade vencedora será
proclamada em 2 de outubro próximo, em Copenhague.
O CIGA-Brasil informa o contato
de médicos que fazem consultas
em português:
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Em 5 anos, 1.150 brasileiros somem no exterior
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) registrou 1.150 casos de brasileiros desaparecidos no exterior nos últimos cinco anos. Mas o próprio órgão
reconhece que esse não é o número exato, uma vez que
muitos parentes não relatam os sumiços e outros não
avisam quando as pessoas são encontradas. Há também pessoas que não estão desaparecidas - simplesmente não querem contato com os familiares.
Os países que têm as maiores comunidades de
brasileiros no exterior são também aqueles que concentram a maior parte dos desaparecimentos. De
acordo com uma estimativa de 2008 do Ministério das
Relações Exteriores, até 1,5 milhão de brasileiros
podem estar vivendo atualmente nos Estados Unidos os dados não são precisos, pois muitos estão ilegais. A
segunda maior colônia está no Paraguai, com cerca de
500 mil. Depois, vem o Japão, com 300 mil.
Em relação aos desaparecidos, no entanto, o Japão
lidera em números de casos. O MRE registrou 45 casos
de sumiços de brasileiros no país em 2008. Os Estados
Unidos são o segundo país em número de desapareci-
mentos de brasileiros: 25 casos no ano passado. No
Paraguai, a violência é apontada como a principal cau­
sa de desaparecimentos. De acordo com a Polícia Fede­
ral, muitos sumiços acontecem na fronteira entre os
dois países, em confrontos envolvendo "brasiguaios".
Para os familiares, a busca de um parente desaparecido é difícil. Entre os obstáculos enfrentados estão a
distância, o alto custo para seguir as investigações de
perto, o idioma e a burocracia. Por isso, o MRE recomenda que os desaparecimentos sejam comunicados
ao órgão, mesmo sendo um caminho mais burocrático
e lento. A partir do registro, os funcionários do corpo
diplomático acionam as embaixadas e consulados
brasileiros no país onde estava a pessoa. Esses comunicam o sumiço ao Ministério das Relações Exteriores
do país, que transfere o caso para o Ministério do
Interior - no caso do Brasil, o responsável seria o
Ministério da Justiça -, que alerta a polícia local.
(Fonte: O Estado de S. Paulo, divulgado em
[email protected])
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Bem-estar
e beleza
para ela e ele
ESCRITÓRIO DE
TRADUÇÕES BABEL
Tradução, redação e correção de textos
em Português, Francês, Alemão, Espanhol
e Italiano.
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CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Sobre a Vírgula
dialeto caipira. O tempo acabou por impor o
português, mas o dialeto puro resiste.
Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).
• Vírgula pode ser uma pausa... ou não:
Não, espere. / Não espere.
• Ela pode sumir com seu dinheiro:
23,4 / 2,34.
• Pode ser autoritária: Aceito, obrigado. /
Aceito obrigado.
• Pode criar heróis: Isso só, ele resolve. / Isso só ele resolve.
• E vilões: Esse, juiz, é corrupto. /
Esse juiz é corrupto.
• Ela pode ser a solução: Vamos perder,
nada foi resolvido. / Vamos perder nada,
foi resolvido.
• A vírgula muda uma opinião:
Não queremos saber. / Não, queremos
saber.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.
(Colaboração de Danielle Tacchi Jeanrenaud)
Sotaque vem do nheengatu,
a língua brasileira
Caipira é aquele que fala o dialeto
caipira. É português, mas com palavras tupi e
sotaque da língua brasileira. A língua brasileira é o nheengatu, que existiu no Brasil
até ser proibida por Portugal, no século 18.
Seu nome parece coisa de índio, e é. O
nheengatu incorpora a fala dos índios tupi,
que ocupavam o litoral brasileiro. Na verdade, até hoje, quem se refere ao Ibirapuera,
fica jururu, come abacaxi ou se pendura num
cipó está se expressando nessa língua.
Há algum tempo, quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso usou a
expressão "chega de nhémnhémnhém",
estava falando puro nheengatu. No Brasil
Colônia, era falada fluentemente em uma
grande área do País, que ia de Santa Catarina
ao Pará. A elite também se expressava por
meio dela, embora não em todos os setores.
Durante os processos, o juiz dispunha de um
intérprete.
fundador de São Paulo era linguista. Para se
entender com os nativos, classificou o tupi e
criou uma gramática da língua geral. Ou
seja, o nheengatu. "Uma língua de travessia,
não é português, nem índio, eram ambas",
diz Martins. O português, nesse caso, era o
que hoje chamamos arcaico. Convidava-se
uma dona para uma função, em vez de uma
senhora para um baile. E dizia-se coisas como
agardece (agradece), alevantá e inorância.
Os índios tinham dificuldade em falar
palavras portuguesas como os verbos no
infinitivo. E também palavras com consoantes
dobradas (rr) ou terminadas em consoante.
Além disso, colocavam vogal entre consoantes. Mulher, colher e orelha viraram
muié, cuié e oreia. De sua dificuldade com o
"erre", vem o "pooorta", reflexivo, com a
língua tocando o céu da boca. Martins
esclarece que "o dialeto caipira não é um
erro, é uma língua dialetal". Mais do que
isso: "É uma invenção lingüística musical e
social."
"Tivemos uma língua brasileira até o
século 18", diz o professor José de Souza
Martins, do Departamento de Sociologia da
Faculdade de Filosofia da USP. "Só os portugueses, que eram estrangeiros, falavam português."
Os brasileiros viviam muito bem com ela,
até que, no reinado de D. José I (1750 a
1771), Portugal a proibiu. O veto veio em um
decreto do primeiro-ministro, o Marquês de
Pombal. Bania o ensino do nheengatu das
escolas. A decisão foi acatada nas salas de
aula, mas o povo continuou falando no
A língua foi criada no século 16 pelos
jesuítas, destacando-se o Padre Anchieta. O
6
ca. "Quando o novo aparece, o caipira inventa, a partir da matriz da palavra, algo que
tem sentido para ele." Há certo tempo,
Martins e um grupo de estudantes apresentaram questões a algumas pessoas. Pergun­
taram a um homem: "Você concorda ou não
concorda?" O homem não entendeu.
Ainda é falado em alguns pontos da
fronteira com o Paraguai. E, em São Gabriel
da Cachoeira, no Amazonas, a 860 quilôme­
tros de Manaus, uma lei de 2002 tornou o
nheengatu língua co-oficial do município.
Na contramão do decreto do marquês, determina que seja incentivado seu ensino nas
escolas, e o uso nos meios de comunicação (o
tucano e o baniva também se tornaram línguas co-oficiais).
E ficou o "caipirês" da roça. Por essas
bandas, ensina Martins, a língua se multipli-
A pergunta foi sendo repetida, sem
sucesso, até que um dos estudantes mudou a
forma: "Você concorda ou disconcorda?"
Deu certo.
(por Valdir Sanches. Colaboração de
Jorge Eduardo França Mosquera)
Línguas em extinção
O Brasil é o terceiro país do mundo com o maior número de línguas ameaçadas de extinção. O
kaixána, por exemplo, é falado por apenas 1 pessoa em Japurá, no Amazonas, e o mawayana,
preservado por somente 10 indígenas, na fronteira com a Guiana.
Os dados constam na nova edição do
Atlas Interativo de Línguas em Perigo no
Mundo, apresentado na sede da Unesco, em
Paris. O Atlas, acessível no site da Unesco,
reúne 2,5 mil línguas ameaçadas no mundo,
que podem desaparecer até o final deste
século.
O Atlas indica ainda que as regiões da
América do Norte, América Latina e Ásia
concentram o maior número de idiomas em
perigo. A Índia lidera o ranking, com 196
línguas ameaçadas, seguida pelos Estados
Unidos, Brasil, Indonésia, México e China. "O
perigo é maior nas regiões onde há maior
diversidade", explica Françoise Rivière, subdiretora geral da Unesco para a cultura.
Segundo o levantamento, feito por 25
linguistas, 190 línguas indígenas correm risco
de desaparecer no Brasil, sendo que 45 delas
foram classificadas na categoria de risco mais
elevado. Dois exemplos são o kaixána, falado
por apenas 1 pessoa em Japurá, no Amazonas,
e o mawayana, preservado por somente 10
indígenas, na fronteira com a Guiana. O
Atlas também contabiliza 12 línguas mortas
no Brasil, quase todas situadas na região da
Amazônia.
Todas as informações podem ser consultadas de maneira interativa no site da
Unesco. Os internautas podem fazer pesquisas por país, categoria de risco ou nome da
língua. As línguas são classificadas segundo 5
categorias de risco: vulneráveis, em perigo,
seriamente em perigo, em situação crítica e
línguas mortas.
Das cerca de 6,7 mil línguas faladas no
mundo, 200 já desapareceram completamente nas últimas três gerações, 538 estão
na categoria de risco crítico e 199 são faladas
por menos de 10 pessoas, segundo a
Unesco.
Diversidade x preservação
"O êxodo rural e a instalação de grandes
empresas e multinacionais na região
amazônica e nos Andes são os principais
fatores externos que contribuem para o
desaparecimento das línguas indígenas",
afirma Marleen Haboud, especialista em línguas andinas.
(Fonte: G1, divulgado em
www.ambientebrasil.com.br) 7
CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Saindo da corda bamba
Foto: Rita Fischer-Rohr
Uma época virou moda no Brasil o “salto livre” de algum lugar alto, preso apenas por uma
corda elástica (o “Bungee Jump”). Para muita gente esse esporte radical é um desafio, uma
forma de testar seus limites. Para Walter Malcon Veloso Lima esse “salto” aconteceu de forma
inesperada e mudou sua vida radicalmente. O negociador da Bolsa de Valores de São Paulo,
que vivia num meio rico e para quem o dinheiro era tudo, fez alguns negócios que deram
errado e de um momento para o outro perdeu tudo. Junto com o fim da vida luxuosa, também
a esposa e a filha saíram de casa. Sobrou o quarto vazio e o whisky. Por algum tempo Walter
viveu assim, como que pendurado numa corda elástica e balançando no vazio. Até encontrar
um amigo que lhe indicou um centro de ajuda a dependentes de álcool e drogas, a “tábua de
salvação” que o fez colocar de novo os pés no chão e reconstruir sua vida.
A história parece roteiro de livro ou filme,
mas aconteceu na realidade e Walter pretende registrá-la num livro, para alertar e
auxiliar quem está passando por fases difíceis
como ele também viveu. Em conversa com o
CIGA-Informando, ele definiu o tema do livro
como sendo “a alegria de poder superar rótulos, dificuldades e recuperar sua vida com
autoridade”.
Walter lembra bem como vivia antes da
bebida. Na juventude, era o grupo onde
tocava violão e guitarra, hobbies que cultiva
até hoje. Depois o trabalho na Bolsa de
Valores, que lhe rendeu muito dinheiro e o
casamento com uma moça rica, com quem
teve sua única filha. “Conheci muitos homens
ricos, mas via o vazio por trás deles. Por
me­lhor que eu estivesse financeiramente, sentia que precisava entender o que estava
fazendo aqui. Fui atrás do dinheiro seguindo
minha intuição de buscar a verdade, mas não
a encontrei”, relata.
Quando o sonho da riqueza se desfez e a
família se foi, Walter fechou-se num quarto e
começou a beber. No início foi whisky e
quando esse acabou, era cachaça mesmo.
“Como eu não comia nada, o efeito do álcool
era duplo”, lembra. Com drogas ele nunca se
envolveu, pois “já sou acelerado por natureza”, brinca. Nesse tempo ele se deu conta do
vazio espiritual que sentia. Um amigo que o
conhecida “dos bons tempos”, sugeriu que
ele procurasse a Instituição Padre Haroldo
(www.padreharoldo.org.br), em Campinas,
uma associação não-governamental que
visa “proporcionar ao ser humano, oportunidades para viver com dignidade, livre
dos transtornos decorrentes do uso e
abuso das drogas lícitas e ilícitas, através da
prevenção primária, secundária e terciária”,
8
conforme descrito na homepage da institui­
ção.
Depois de relutar um pouco e viver algumas aventuras amorosas, Walter pensou que
“não tinha mais nada a perder“ e resolveu
tentar.
Chegou
na
APOT-Associação
Promocional Oração e Trabalho, que tem
como nome fantasia Instituição Padre Haroldo,
seu fundador e mentor até hoje, e foi confrontado com uma série de regras às quais
não estava acostumado. A filosofia da institui­
ção exige 33% de trabalho (nas casas de
acolhimento ou no campo), 33% de consicentização (participação nas palestras), 33% de
espiritualidade e 1% de boa vontade. “Passei
um dia rompendo as regras do lugar, acho
que sou meio subversivo, e depois de uma
semana não aguentava mais e disse à responsável que eu estava indo embora”, conta.
Antes disso porém, queria falar diretamente com o Padre Haroldo. Quando ficou
sabendo que o padre estaria no campo, arrancou a janela e foi atrás dele. Mesmo fraco, foi
subindo pelo campo e de repente avistou um
homem. “Ele perguntou quem eu era e me
mandou repetir o que ele dizia (palavras de
ioga cristã). Deu-me as boas-vindas e um sorriso. Eu senti que tinha descoberto a verdade
e grudei nele”, lembra, emocionado. A partir
daí, Walter passou a escutar com atenção os
ensinamentos do Padre, dados de forma simples e acessível a todos.
Através das palestras e conversas com o
Padre, Walter aprendeu que “Deus não quer
ver as pessoas tristes” e “não precisariam
existir instituições de ajuda se as pessoas
en­xergassem a verdadeira liberdade e assu­
missem sua própria vida”. Segundo ele, quem
precisa estar o tempo todo se rotulando e
dizendo “eu sou…”, está se destruindo, pois é
importante ter coragem para assumir quem
realmente é e agir com sobriedade, dizendo a
verdade.
Haroldo o chamou e disse que sabia que ele
estava escrevendo o livro e que talvez fosse
melhor ele sair de lá e vir para a Suíça (onde
mora sua irmã) para escrever.
Tudo começou como um diário, com relatos da vida cotidiana na instituição e das
experiências dos outros companheiros, que
Walter carinhosamente chama de „meninos“,
por serem, em sua maioria, mais jovens que
ele. Os textos falam dele mesmo e dos outros,
pois “a troca de experiências é inevitável
nesse meio”, reconhece. Enquanto seus companheiros recebiam cartas, sua irmã da Suíça,
Rita, era a única pessoa com quem ele ainda
mantinha contato. Ele sentia muita solidão,
apesar da companhia dos meninos da fazenda. Isso tudo aparece nas partes do livro que
já estão escritas, com passagens maravilhosas
e outras mais tristes.
Nesse meio tempo, Walter conheceu um
jornalista mineiro, que o ajudou a dar mais
leveza a alguns textos do manuscrito. Em
compensação, o jornalista escreveu uma
reportagem sobre ele com um título que
começava com “Ex-viciado….”. Walter sentiuse usado e mais solitário que nunca. Foi daí
que aprendeu mais uma lição com o Padre: „o
que não se pode negociar é a paz de espírito“.
Lembrou-se de várias passagens de sua vida,
das promessas não cumpridas a pessoas que
amava e com quem se sentia bem e foi
tentando conquistar sua paz interior.
Ele conta que sofreu muito na vida e sentiu muito abandono, até do próprio pai, que
não o compreendia. Na convivência com Padre
Haroldo, Walter passou a acreditar que a
família de Deus é a verdadeira família, pois é
muito mais forte do que os laços de sangue.
Aprendeu também como é importante ver
“além das aparências”. Segundo ele “perdemos muito tempo com ninharias e
bobagens”. Convivendo com os meninos na
fazenda da APOT, Walter se tornou uma nova
pessoa e isso ele quer transmitir em seu livro,
se possível de forma também engraçada.
Ainda na fazenda, escreveu de improviso
uma homenagem para o „Dia das Mães“ e
conseguiu fazer daquele momento de come­
moração uma festa. A partir daí os meninos lhe
pediam para escrever cartas e outras coisas. A
idéia de realmente con- Continua página 10 ➙
Início do livro
Impressionado com o que estava vivendo,
Walter começou a escrever seu livro, fora dos
horários de trabalho. “As tarefas escritas que
tinha de entregar, eu colava dos outros e os
meninos me ajudavam assim a escrever o
livro”, revela. Depois de dois meses Padre
9
CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
➙ Continuação da página 9 tinuar o livro foi
tomando corpo. Em julho do ano passado
mandou por E-mail a primeira página para
Rita, na Suíça, que a encaminhou ao Paulo
Coelho. “Ele disse que chorou ao ler o texto,
que me achou parecido com ele e que queria
me ajudar”, conta Walter. A ajuda prometida
por Paulo Coelho, segundo Walter, inclui a
assinatura do Prefácio do livro, o que já abre
certamente algumas portas.
“Meu objetivo é encontrar algum dia um
pai ou uma mãe na rua que me diga que seu
filho leu o livro, atravessou aquela ponte e se
salvou“, simplifica o autor. Para ele, o livro
deve ser algo para guardar no coração e não
nas estandes. “Quero que as pessoas depois
de lerem, doem seus livros ou deixem numa
biblioteca, para que outros também possam
ler e para que ele atinja quem precisa”,
enfatiza.
Padre Haroldo também confia no sucesso
da obra e incentiva seu pupilo, assim como a
irmã e sua família, que receberam Walter em
sua casa na Suíça e procuram dar condições
para ele trabalhar tranquilo. A capa do livro já
foi prometida pelo artista plástico Romero
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Brito, que já tem algumas idéias de como
poderia ser. Mesmo com tanto apoio, Walter
reconhece que o caminho não é tão fácil:
“escrever é algo novo para mim, mas tudo
tem uma primeira vez.”
Além do projeto do livro, Walter pretende
continuar apoiando a obra do Padre Haroldo,
que tem planos de construir um centro de
apoio a mães solteiras, e desta forma contribuir para a reintegração das pessoas. “Antes
eu tinha muito dinheiro e não sabia o que
fazer com ele. Agora sei que o dinheiro precisa girar, não pode ficar com você. Por isso
quero voltar a ser um grande empresário,
para poder gerar vida com meu dinheiro, com
inteligência, competência e vitória“, resume
seus planos para o futuro. Definindo-se como
“rebelde nato”, Walter revela que no início
não acreditava que podia escrever o livro,
“agora quero que um dia vire filme!”, conclui.
Irene Zwetsch
Para mais informações sobre o trabalho desenvolvido pela Instituição Padre Haroldo, entre
no site: http://www.padreharoldo.org.br"
Garotos brasileiros participam do maior
carnaval suíço
O carnaval de Basileia, o Fasnacht, deste ano começou segunda-feira, dia 2 de março, pontualmente às 4 horas – a chamada Morgenstreich. A festa durou 72 horas, terminando às 4 horas
de quinta-feira.
Foto: Arquivo
Este carnaval organizado tem atraído
brasileiros que convivem com a cultura suíça.
Cassiel Hilbe, de 9 anos, e Werles Machado,
de 11, participam de cliques e adoram tocar
tambor.
É um momento mágico. Todas as luzes se
apagam. Todos os grupos tocam juntos a
mesma melodia. Vêm de diferentes cantos
da cidade e caminham no mesmo passo, com
suas lanternas coloridas acompanham a
música – um tipo de marcha. Nesse dia só
participam da festa os grupos de flauta e
tambor – na segunda à tarde, outras bandas
percorrem Basileia com outros tipos de música.
Até mesmo a formalidade do idioma é
quebrada: as pessoas não se tratam por se-
Alex ensaia com Cassiel
10
nhor ou senhora, mas por você. No alemão,
é o informal “du” em vez do “Sie”. Durante
a madrugada, todos os bares e restaurantes
transformam-se em ambientes decorados
para o Fasnacht, onde pode-se provar a
Mehlsuppe – tradicional sopa de farinha que
aquece os notívagos.
O pai, Alex, é músico. Toca saxofone e
vez ou outra ensaia em casa com o filho.
"Como músico, gostaria que ele aprendesse
outro instrumento. Mas nós aceitamos a
escolha dele e acho que está ganhando
co­nhecimento musical com o tambor", diz.
Passo a passo
Nos grupos de Fasnacht nada é impro­
visado. Aprendem com partituras e a segurar
de um modo especial as baquetas. É preciso
tempo para poder desfilar sem atravessar a
bateria e comandar a massa – o tambor dá o
ritmo da marcha. "Tem de andar de um jeito
certo para acompanhar o grupo", explica
Werles Machado. Ele também tem raízes no
samba: filho de cariocas, mora em Basileia há
apenas 3 anos, com a mãe e o padrasto.
Entrou para o grupo Basler Dibly e somente
em 2010 irá tocar na Morgestreich. Este ano
ele saiu numa espécie de comissão de frente,
distribuindo folhetos sobre o tema de sua
clique – mas nada de andar com o gingado
de sambista.
Werles também tem todo o apoio da
família. Acabou de ganhar baquetas lindas e
novas do padastro, que toca violão no
Schnitzelbang – apresentações em restaurantes com humor crítico sobre diferentes
temas.
Tocar um instrumento
Mas não é nada fácil entrar para esta
turma. Antes de se apresentar para valer no
Fasnacht é preciso aprender a tocar bem um
instrumento – com muito ensaio e aulas. Há
dois anos Cassiel dedica-se ao aprendizado
do tambor em sua clique – os Naarabachi.
Em geral, os garotos da idade dele ensaiam
três anos para tocar na mais tradicional e
cobiçada madrugada de Basileia. Cassiel foi
mais rápido. E tem escola – de outro tambor,
que fica do lado debaixo do Equador.
Aos três anos o garoto acompanhou os
pais no carnaval da Bahia: tocou no
Pelourinho. A percussão e o futebol são seus
hobbies. Mas ele tem uma explicação simples
para esta ligação com o tambor. "Nasci
assim. Gosto de tocar", diz. No dia 2 ele
completou 9 anos – em grande estilo, na
Morgestreich, a apoteose de Basileia. Ele
tem talento, mas a música está na sua rotina.
Participação
Para estar no Fasnacht, não basta per­
tencer a um grupo, tem de participar. Não há
a mordomia de comprar fantasias ou abadás:
cada integrante tem de fazer sua máscara e
sua roupa. "Sempre ajudo a costurar a fantasia e gosto que ele participe do carnaval",
explica Emeli, mãe de Werles. Ela não toca
nenhum instrumento, mas dá o suporte à
família carnavalesca.
Apoio musical
A mãe, Ana Baldini, é professora de
Pilates, mas foi produtora musical de grupos
de carnaval de sua terra: só a Bahia. Hoje ela
acompanha o filho aos ensaios, ajuda na
preparação da fantasia e adaptou-se ao
cortejo da clique – nada de dançar ou se
movimentar muito. O carnaval de Basileia
não é do povo. Nessa noite de tambor e
flauta ou quando se acompanha um grupo
– o chamado cortejo – o público não pode
dançar – só ver a banda passar.
"Na Bahia, Cassiel curte o nosso carnaval,
que é alegria, dança e tudo para fora.
Quando ele está aqui, se diverte com esta
festa: mais introvertida, organizada e técnica", diz Ana. "Ele transita nesses dois mundos e é feliz nos dois, com o nosso apoio, é
claro".
Assim como o carnaval brasileiro, o de
Basiléia é preparado com muita antecedência. Cassiel e Werles têm em casa um tambor
silencioso – o Böckli. Ensaiam o ano inteiro
– mas em silêncio. É a batucada basilense.
Do site www.swissinfo.org,
por Lourdes Sola, Basileia
11
CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Festa Junina
Reservem a data de 21 de junho
de 2009 para participar da nossa
tradicional Festa Junina. Se você
quiser colocar um estande de
comidas típicas, fale com a Mara
(062) 876 30 10 ou (079) 533 80 83.
Para participar da Quadrilha
ligue para a Sueli (061) 311 41 59
ou (076) 589 12 22.
Haverá música ao vivo e
brincadeiras para as crianças.
A entrada é grátis!!!
Neste ano contamos com o
patrocínio da Swiss Transfers
e da Bem Brasil e da LCC.
Vem aí o IV Encontro Brasileiro na Suíça
Reserve desde já a data de 31 de outubro de 2009 para participar em
Bern do IV Encontro Brasileiro na Suíça. O tema desta vez será
“Integração e Emancipação”, tendo como sub-tema: “Assumindo seu
próprio caminho!”
Combine com seus amigos, reserve a data e venha conviver conosco!
IV Encontro Brasileiro na Suíça – Bern – 31.10.2009
www.encontro-brasil.ch
Uma realização do Conselho Brasileiro na Suíça
www.conselho-brasileiro.ch
U T I L I D A D E S
Supletivo 2009
É possível se preparar para as provas de conclusão do Ensino Fundamental e/ou Ensino
Médio e realizar as provas em Zurique/ Suíça em 2009.
Local para Inscrição: Via Internet: www.exame.pr.gov.br
Material: Entre na página: www.exame.pr.gov.br e “pegue” seu material gratuitamente.
Caso você não tenha impressora em casa e gostaria de obter as 11 apostilas para estudos
encadernadas, favor entrar em contato comigo. O candidato/a pode estudar sozinho em
casa. Se quiser pode estudar com a ajuda de um professor. Entre em contato por esse
en­dereço de E-Mail, avisando em qual cidade você mora, pois trabalho com professores
autônomos em diversas cidades da Suíça e da Europa. Se você prefere se preparar para as
provas sozinha/o adquira o material e estude em casa.
Quer saber mais? Entre em contato Danielle Tacchi J.: [email protected]
Encontro com arte
Para imigrantes que gostam de desenhar, pintar, escrever ou fotografar.
Participação gratuita, toda segunda-feira às 18:30h.
Inscrições pelo telefone: 079 423 09 60 ou 043 317 16 27.
Atelier: Bachstrasse 9, em Zurique, Tram 7 „Post Wollishofen“.
Mais ofertas de cultura e lazer? http://www.maps-agenda.ch
Peça já para receber seu exemplar grátis pelo correio: 044 445 67 72
E-mail: [email protected]. (Colaboração de Danielle Tacchi Jeanreanud)
12
AGENDA
Noite de cinema:
“Caixa Dois”
Sinopse: Luiz Fernando, rico banqueiro, consegue um ganho extra de
cinqüenta milhões de reais numa transação de investimentos em Pre­
catórios. Como o doleiro encarregado de descontar o cheque e enviar os
dólares para sua conta em Zurique entra em coma, o banqueiro decide
usar sua linda secretária, de quem é amante, como "laranja". Mas a
situação se complica quando, ao fazer o depósito, um dígito errado faz
com que os cinqüenta milhões caiam na conta de uma mulher hones­
ta e trabalhadora cujo marido acaba de ser demitido por medidas de
economia no processo de automação do banco de Luiz Fernando. E ela
promete endurecer o jogo, recusando-se a fazer o estorno e gerando
complicações hilariantes. Censura 10 anos.
Direção: Bruno Barreto
Elenco: Fúlvio Stefanini, Giovana Antonelli, Zezé Polessa,
Cássio Gabus Mendes.
Contribuição: CHF 5,- Haverá também uma pequena Cafeteria.
Data: 16 de maio de 2009
Hora: 19h30
LOCAL: Gemeindestube, Therwilerstrasse 16/18, em Bottmingen (próximo à estação de Bottmingen)
Como chegar: com o ônibus 34 ou o Tram 10 até Bottmingen. Atravessar
a rua no semáforo para pedestres e seguir pelo caminho ao lado da linha
do bonde até o estacionamento (à esquerda). Atravessar o estaciona­
mento e o prédio fica logo à direita.
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CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Licia's Take-away, a nova
Lanchonete Brasileira em Berna
Lúcia Amélia Brüllhardt
e o tráfico de mulheres
(por Deborah Biermann, Berna)
Foto: Divulgação
O nome é em homenagem à filhinha, o logotipo do
anjo à possibilidade de voar e fazer realizar seu sonho
alimentar. Livia Kuru, uma simpática amazonense, é a
proprietária da nova lanchonete de Berna, da Licia's
Take-Away, localizada no Ostring 30a.
Morando na Suíça já há mais de 6 anos, Livia
enfrentava o mesmo dilema de toda mãe, migrante
qualificada e esposa: a dificuldade de conciliar as tarefas do lar, de esposa e mãe com uma atividade profissional.
Depois de colaborar por um curto período de
tempo com uma cunhada que abrira um take-away
com especialidades turcas, Livia tirou uma longa
licença-maternidade e curtiu sua família e a chegada
da esperada filha Licia.
O dia-a-dia caseiro, entretanto, não preenchia nem
completava Livia, que sempre teve muito espírito inovativo e dinâmico e grande paixão pela cozinha.
Aceitando a proposta do sogro, que recém adquirira
um imóvel na região leste de Berna, Lívia resolveu
montar seu próprio negócio, criando uma lanchonete
aconchegante e bem decorada, onde suíços, turcos e
brasileiros podem encontrar boa comida e ambiente
agradável.
A idéia de vender salgadinhos e pastéis na região
de Berna é antiga e chegou a tempo, pois não existe no
pedaço nenhum ambiente semelhante que ofereça
aquele guaraná geladinho, aquela coxinha quentinha e
um grande sorriso da simpatia e paciência de Livia.
Ainda cozinhando praticamente sozinha, Livia tem
grandes planos: "a idéia é de criarmos um sábado
temático por mês, conforme a aceitação e fomentarmos o surgimento de uma espécie de encontro entre os
brasileiros. Para fevereiro, agendamos o sábado da feijoada, que foi sucesso absoluto de vendas. Foram 5 kg
de feijoada bem apreciados durante todo o dia 28".
se interarem. A clientela local é curiosa, pergunta muito
sobre os salgadinhos brasileiros e aceita bem os sucos
de polpa de frutas tropicais".
A franquia dos sucos Frutinha é outra idéia, talvez
menos original, mas de grande impacto, que arremata
o local. 'Explicar à clientela suíça o que são as polpas,
qual seu valor nutritivo e seu sabor inigualável é um
grande desafio, que enfrentamos dia-a-dia, mas que
nos motiva a continuar oferecendo o produto'.
O local merece ser visitado. Livia e Murat ajeitaram
a loja com carinho e recebem todos os clientes com
muita paciência e sempre muita atenção. Quem já lá
esteve, certamente volta com frequência. Quem está
por vir, não sabe o que está perdendo!
Licia's Take-Away
Ostring 30a , 3006 Berna
Telefone 031 311 28 28
[email protected]
www.licias.ch
Horário de funcionamento:
De 2a. à 5a. das 9 às 21 horas
Sábados das 9 às 21 horas
O marido, Murat, turco de nascimento, suíço de
passaporte e brasileiro de coração e estômago, endossou logo a idéia dando todo o suporte técnico, criando
a homepage e organizando a administração necessária,
aproveitando para diminuir seu horário de trabalho e
auxiliar a esposa no novo negócio. "Queremos criar um
ambiente em que haja espaço para brasileiros e suíços
Entrega a domicílio: Telefone 031 311 28 28
2a. à 6a. das 11h30–14 horas,
18 –21 horas
Sábados das 11h30–21 horas
Entregas a domicílio: até CHF 40.00 – custo:
CHF 4.00
Entrega grátis acima de CHF 40.–
14
Ela chegou como dançarina de cabaré,
ainda muito jovem, bonita, iludida com as
falsas promessas, tentou o suicídio 7 vezes e
hoje, Lúcia Brüllhardt, cantora, autora e
compositora, luta arduamente contra o tráfico de mulheres na CH, atuando com o
Projeto Resgate e o Exército da Salvação.
Com o patrocínio do Jornal Perfil (www.
jornal-perfil.ch), da empresa Brasil Express
de remessa de dinheiro (www.brasilexpress.
ch) e do Projeto Resgate (www.projetoresgatebrasil.org) bem como com o apoio do
Estado dos Emigrantes www.estadodoemigrante.org), do Portal Virtual Brasil Infos
www.brasilianisch.ch) e do Exército da
Salvação (www.heilsarmee.ch/solothurn),
Lúcia Amélia discorreu no último dia
05.03.2009 no Fórum aberto Polit Forum
Käfigturm em Berna sobre a trajetória das
vítimas do tráfico de mulheres perante um
público de aproximadamente 30 interessados e interessadas.
Com sua política de emissão de permissão de trabalho legal para estas dançarinas, a Suíça convive silenciosamente com a
prostituição que surge paralelamente ao
emprego das mulheres. O resultado é o que
ocorre com estas vítimas: exploração sexual,
humilhação, medo, coação, abuso e muito
mais. Lúcia diz ter vindo fazer a palestra com
o intuito de abrir os olhos dos presentes! Ela
não tem a ilusão de que venhamos a extinguir o tráfico, nem de que a sensibilização
comunitária seja alcançada. "Se conseguirmos sensibilizar uma pessoa, se conseguirmos resgatar uma vítima, já podemos falar
de vitória", afirma.
Lúcia fala com vigor, discursa quase apregoando contra a escandalosa situação em
que estas vítimas se encontram. "O alto consumo de álcool, ao qual são submetidas as
mulheres ocasiona sérios problemas de
saúde, por vezes, irreversíveis. As vítimas são
humilhadas, abusadas, desrespeitadas. O
mundo da prostituição é o mundo das dro-
Foto: D. Biermann
(por Deborah Biermann, Berna)
Licia's ofereceu o aperitivo
gas, de muito dinheiro e de muita criminalidade", relata.
A situação sócio-econômica de muitas
vítimas é o que faz delas uma "presa fácil e
vulnerável". Iludidas com informações mentirosas ainda em seus países de origem, acha­
ndo ter um contrato legal, recebendo uma
permissão de estadia e trabalho como "artista", as mulheres deixam suas cidades em
busca de melhores salários e das promessas
de um bom emprego. São mulheres de todo
canto, por vezes ainda garotas, muito so­nhadoras...
O projeto Resgate oferece chances reais
de retorno e reintegração social no Brasil. Ele
financia a viagem de volta, a estadia durante
cerca 10 dias no aeroporto de Guarulhos em
São Paulo e o encaminhamento para um
centro de reabilitação profissional e social
em suas cidades de origem. Ele atua com as
entidades e instituições locais na Suíça, como
por exemplo, com o Continua página 16 ➙
15
CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
A palestrante Lúcia Brühllhardt
com uma grande confraternização, depois
de termos nos deliciado com os quitutes do
Catering de Licia's Take-Away e tomado
co­nhecimento de projetos tão produtivos e
de grande impacto.
Obrigada Lúcia!
Legislação a respeito
"Desde 2002 houve uma certa mudança na área
de tráfico de mulheres. As principais mudanças
se referem à legislação, ao acompanhamento e
à orientação das vítimas. Desde 1.12.2006
entrou em vigor o artigo 182 da Lei de Punição,
que substitui o art. 196:
2. Determina-se como penalidade a prisão às vítimas menores e aos traficantes com fins comerciais.
3. Há a possibilidade de pagamento de multa em
todos os casos.
4. O traficante que atua no exterior fica igualmente
sujeito às penalidades da lei, art. 6 é aplicável."
1. Fica condenado à prisão ou reclusão aquele que
atuar no tráfico de seres humanos, seja oferecendo ou aceitando ou mesmo intermediando visando à exploração sexual do corpo humano. Uma
pessoa que se prontifique a este fim fica sujeita
às mesmas sanções penais.
A Nova Lei de Estrangeiros, que entrou em vigor em
1.1.2008 reza a disposição em questão. Aqui, fica
prevista uma permissão de estadia temporária na
Suíça para as vítimas dispostas a prestar depoimento
junto às autoridades competentes."
(Resumo FIZ, tradução D. Biermann)
Tese estuda acesso de crianças
imigrantes à saúde mental
Caros leitores,
Gostaria de partilhar com vocês a defesa da
minha tese de doutoramento, que aconteceu
no passado dia 24 de fevereiro na Alemanha.
Deixo por isso aqui um resumo da mesma, intitulada: “Crianças Imigrantes no Acesso à Saúde
Mental: Um Estudo com Famílias de língua Por­
tu­guesa no Contexto Multicultural da Suíça”.
16
Resultados - Os resultados da tese mostram que
os conceitos e estratégias de ação dos pais se
diferenciam, em geral, consideravelmente mais
em relação aos seus filhos do que entre pai e
mãe. Os conceitos de doença mental diferem
mais entre imigrantes e não imigrantes do que
os de saúde mental. A maioria das diferenças
entre imigrantes e não imigrantes prendem-se
com as fontes de informação sobre saúde e
doença mental e com os iniciadores do comportamento de procura de ajuda. Menos dife­
renças entre imigrantes e não imigrantes
encontram-se nas respectivas estratégias de
ação, pessoa de contato, barreiras e experiências psicoterapêuticas. No que diz respeito à
relação entre religião e saúde mental não
foram encontradas diferenças entre imigrantes
e não imigrantes. Quando se divide o grupo de
imigrantes entre imigrantes de língua
Portuguesa e outros, encontram-se diversas
diferenças carac­terísticas.
Esta tese de doutoramento foi desenvolvida
no âmbito do Projeto AMHC (Access to Mental
Health Care in Children), um projeto nacional
sediado no Centro de Psiquiatria Infantil e
Juvenil da Universidade de Zurique com institui­
ções parceiras como a Universidade de Lausanne
e o Centro de Psiquiatria Infantil e Juvenil de
Fribourg e inúmeros especialistas internacio­
nais na área da Saúde Mental e Políticas de
Saúde. Este Projeto AMHC constitui parte integrante do Programa de Investigação Nacional
Suíço NFP52 sobre Infância, Juventude e
Relações Geracionais na Mudança Social.
Foto: D. Biermann
➙ Continuação da página 15 FIZ-Makasi (www.
makasi.ch). Ao retornar às suas cidades, as
vítimas resgatadas podem permanecer e
aprender uma profissão, recebendo paralelamente apoio espiritual, médico e psicológico.
Lúcia menciona igualmente o projeto
Madalenas, que vem atuando em escolas e
centros comunitários (vide Orkut, Pra. Lucia
Amélia Brüllhardt), no momento mais na
região de Recife em Pernambuco, agindo na
área profilática, exibindo vídeos, distribuindo material informativo e esclarecendo a
população carente (principalmente a feminina) sobre o sistema de aliciamento de
mulheres para trabalhos de dançarinas de
cabaré, explicando-lhes que elas têm mesmo
é que se prostituir e não só dançar.
Lúcia fala, quase implorando, para que o
público não feche os olhos para esta situação, que não ignore a realidade. Lúcia
propõe outras palestras desta natureza. Ela
está disposta a discorrer sobre o assunto em
outras partes da Suíça e da Europa. Para mais
informações e contato: www.luciaamelia.ch
ou [email protected]. A noite acabou
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Background - Crianças e jovens de famílias imigrantes - simultaneamente intervenientes na e
expressão da mudança social, intergeracional e
cultural - são mais vulneráveis em termos de
problemas de saúde mental, resultante da
carga adicional associada à adaptação para
lidar com outra cultura. Por outro lado, o
acesso aos cuidados de saúde nas famílias imigrantes é geralmente mais difícil. Razões para
tal prendem-se com diferenças a nível cultural,
linguístico e situacional.
Discussão - Os resultados da tese indicam que a
inclusão da perspectiva do paciente - no sentido de participação – incluindo crianças e jovens,
representa uma valiosa fonte de informação
para a ação, no sentido de melhorar o acesso e
a qualidade dos cuidados de saúde. De uma
forma geral, os resultados apontam algumas
direções para projetos de intervenção no sentido de uma melhoria do acesso aos cuidados
de saúde:
Necessária colaboração triádica Saúde-EscolaFamília.
Programas de prevenção geral junto da população de forma a reduzir o estigma associado à
saúde/doença mental.
Programas de prevenção específicos para imigrantes através dos meios de comunicação ou
face-to-face sobre como obter ajuda em caso
de doença mental (quem, onde, o quê, como).
Objetivos - O principal objetivo desta tese de
doutoramento foi, a partir da perspectiva da
própria população, examinar em que medida o
acesso aos cuidados de saúde mental se torna
mais problemático para imigrantes, em comparação com não imigrantes. E, como pessoaschave como médicos, professores e mesmo
pessoas da comunidade cultural e religiosa
podem facilitar este acesso à saúde mental a
imigrantes. Devido ao elevado número de imigrantes de língua portuguesa na Suíça, uma
terceira questão era precisamente: Em que
medida experienciam imigrantes Portugueses e
Brasileiros na Suíça o acesso à saúde mental de
forma diferente?
Programas de prevenção para as pessoaschave ou de contato (como médicos de família/
pediatras, professores e pessoas da comunidade cultural ou religiosa) com informações
sobre saúde e doença mental.
Metodologia - O estudo incluiu uma fase qualitativa e uma quantitativa. Na fase qualitativa
foram conduzidas entrevistas semi-estruturadas
com famílias imigrantes e não imigrantes sobre
conceitos de saúde e estratégias de procura de
ajuda. Durante esta primeira fase foi igualmente conduzido um grupo focal com profissionais com experiência quotidiana com imigrantes. A experiência e conclusões retiradas
desta primeira fase culminaram na construção
de um questionário sobre o tema, aplicado
posteriormente a uma população mais ampla.
A todos aqueles que me ajudaram na cons­
trução desta tese de doutoramento - famílias,
comunidades, profissionais, políticos, colegas,
professores, entre outros - um grande bemhaja!
Marta Gonçalves, PhD
17
CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Filme sobre índios brasileiros
é premiado em Veneza
A partir do dia 23 de abril a Trigon-Film
estará trazendo para os cinemas da parte
alemã da Suíça o filme www.trigon-film.org/
de/movies/Birdwatchers" Birdwatchers, do
ítalo-argentino Marco Bechis. O filme, que
foi apresentado no Festival do Filme em
Veneza em setembro do ano passado, foi
agraciado com o Prêmio UNESCO e foi tratado pela mídia como um possível candidato
ao Leão de Ouro. A produção relata o
choque entre índios guarani-kaiowás e
fazendeiros no Brasil e mostra que as únicas
perspectivas dos índios são trabalhar para
fazendeiros em condições de escravidão e
posar para fotos com turistas.
"Terra Vermelha" (nome em português),
foi co-produzido por Brasil e Itália e filmado
no Mato Grosso do Sul, com índios guaranikaiowá desempenhando os papéis principais
e falando em sua língua. "Quis dar uma
volta à história, tendo os indígenas como
protagonistas e os outros, a serviço deles.
Não foi fácil convencer os produtores
europeus de que isso poderia funcionar num
filme", afirma o diretor.
O interesse de Bechis pela identidade
indígena está relacionado com o fato de ele
ter vivido sua adolescência entre o Chile, o
Brasil e a Argentina, onde "o "outro" é o
“índio", diz. Bechis é filho de um engenheiro
italiano que emigrou para a América do Sul
no pós-guerra. Quando se instalou a última
ditadura militar na Argentina (1976-1983),
Bechis voltou a viver na Europa, "que está se
tornando um continente cada vez mais xenófobo, onde o "outro" são os habitantes dos
países vizinhos, sobretudo os do leste, que
migram internamente".
Em "Terra Vermelha", a convivência conflituosa entre brancos e índios se dá numa
fazenda na região de Dourados (MS) em que
o proprietário (Leonardo Medeiros) cria
gado e sua mulher (Chiara Caselli) agencia
grupos de turistas interessados na fauna e
flora da região - e em ver índios nativos.
O título do filme para o mercado internacional, "Birdwatchers" (observadores de
pássaros), traduz segundo Bechis a visão
antropológica clássica e também o senso
comum sobre as populações indígenas, que
busca "espiá-las, mais do que entrar em
relação com elas".
"A idéia dos índios no mundo é aquela
[dos turistas no filme] -de que os índios que
perderam seus costumes não são mais índios.
É um erro de leitura", afirma. Na opinião do
cineasta, "temos todos uma vontade de que
o índio incontaminado exista, porque essa é
uma idéia que fascina e tranquiliza". Bechis
diz que os índios de seu filme "não têm mais
floresta, mas ainda são índios", o que está
patente em sua relação com a terra, por
exemplo. "Eles não são como os sem-terra,
que querem um pequeno pedaço de terra,
mas dentro da mesma lógica do fazendeiro",
aponta.
O roteiro de "Terra Vermelha", assinado
por Bechis, pelo brasileiro Luiz Bolognesi
("Bicho de 7 Cabeças") e pela italiana Lara
Fremder, teve como ponto de partida viagens que o diretor fez pela região. "Eu
co­nhecia os índios, eu não conhecia os fazendeiros", afirma.
A preparação do elenco indígena durou
quatro meses e foi feita "de um modo muito
distinto desse hoje polêmico método no
Brasil [de preparação de atores]", diz Bechis.
"Eu preparei o terreno e eles andaram. Eu
não os puxei", afirma.
„Birdwatchers lança no ar a pergunta
sobre o que significa Liberdade e quanta
Liberdade ainda é possível num mundo onde
concorrem direitos e sonhos incompatíveis.“
(Süddeutsche Zeitung)
18
Comunidades quilombolas reconhecidas
Mais 37 comunidades quilombolas foram certificadas no
Brasil. O reconhecimento foi oficializado por uma portaria da
Fundação Cultural Palmares (FCP) publicada no Diário Oficial
da União. Com a medida, o país passa a ter 1289 comunidades
com população remanescente de quilombos, onde vivem pessoas descendentes de negros e escravos.
De acordo com a FCP, das 37 novas comunidades reconhecidas, 14 são no Maranhão e nove na Bahia. Os estados da
Paraíba e do Rio Grande do Sul tiveram três comunidades
certificadas cada um e os de Minas Gerais e de Pernambuco,
duas. Goiás, Ceará, Rio de Janeiro e Tocantins tiveram uma
comunidade reconhecida em cada estado.
Segundo a FCP, para uma comunidade ser considerada quilombola, é necessário que seus representantes enviem uma
declaração de auto-reconhecimento para a fundação. O órgão
analisa o pedido e caso seja aceito, faz a certificação.
Reconhecidas, as comunidades quilombolas podem fazer parte
de programas governamentais, como o Fome Zero e o Luz para
Todos. Para o diretor de proteção do patrimônio afro-brasileiro da FCP, Maurício Reis, o reconhecimento das comunidades
quilombolas favorece a execução de políticas públicas.
Outro órgão que trata da questão quilombola é o Instituto de
Terras do Estado de São Paulo (Itesp). Segundo o assistente
especial de quilombos do Itesp, Carlos Henrique Gomes, o
reconhecimento das comunidades é o resgate de um direito
das comunidades quilombolas.
(Fonte: Portal do Maranhão, divulgado em
www.ambientebrasil.com.br)
Seca atinge produção de cereais
Uma seca nunca vista em 50 anos atinge as produções de
cereais de Argentina, Brasil e Uruguai e explica, segundo
analistas, a recente disparada dos preços das matérias-primas
nos mercados internacionais. Na Argentina, primeiro exportador mundial de farinha e olho de soja, quarto de trigo e
se­gundo de milho, a zona atingida é grande e equivale a cinco
vezes o território da Bélgica, ou seja, 150.000 km2 nas províncias de Santa Fé e Entre Rios (leste). Nestas áreas, choveu
apenas 40% da média anual em 2008. A última seca desta
dimensão ocorreu em 1961, segundo o Serviço meteorológico
argentino.
No Uruguai, que produz três toneladas de trigo por hectare, o
estado de urgência foi decretado pelo presidente Tabaré
Vazquez. As perdas estão entre 30 e 50% das culturas deste
país, segundo a principal organização de produtores, a coo­
perativa agrícola nacional. "As conseqüências são gravíssimas",
disse Hugo Iturraspe, presidente da Sociedade rural de Santa
Fé (centroeste da Argentina). "Até as culturas que resistem
mais, como a soja, sofrem". A Argentina, onde a soja ocupa
mais da metade das terras cultivadas, 18 milhões de hectares
foram dedicados a este produto este ano. "Não sabemos agora
qual percentual sobreviverá", disse Iturraspe.
No Brasil, onde o impacto é menor, dois milhões de toneladas
de milho e 1,2 milhão de toneladas de soja foram perdidos
entre dezembro e janeiro. A primeira colheita de milho caiu
10,7% em relação a 2008 (52,3 milhões de toneladas contra o
recorde de 58,7 milhões de toneladas em 2008). Mas há
importantes estoques (11,8 milhões de toneladas), segundo
Eledon Oliveira, analista da Companhia Nacional de
Abastecimento. A soja é a cultura mais importante do Brasil
(42% da produção total de grãos) seguida pelo milho (38%).
Esta baixa da produção se traduz por uma alta dos preços do
trigo e da soja nas últimas semanas em Chicago (nordeste dos
EUA), após vários meses de queda devido à crise financeira
internacional. A tonelada de soja, que havia perdido em seis
meses a metade de seu valor, foi vendida em Chicago a 372
dólares, seu melhor preço desde outubro. "Os compradores se
vêem privados de uma parte das safras, e isso sem dúvida tem
um impacto sobre os preços", disse por sua vez Iturraspe.
A situação do trigo é ainda menos previsível. "Houve uma baixa
da produção de seis milhões de toneladas (9 milhões em 2008
contra 15 milhões em 2007) e uma queda da superfície cultivada de um milhão de hectares (4,5 milhões em 2008 contra
5,5 milhões em 2007)", explicou Javier Grimau, analista da
Bolsa dos cereais de Buenos Aires. Nas regiões mais atingidas,
milhares de cabeças de gado também foram perdidas.
(Fonte: Yahoo, divulgado em www.ambientebrasil.com.br)
Sedes do Mundial de 2014
As 12 cidades brasileiras que receberão jogos da Copa do
Mundo de 2014 serão anunciadas apenas no dia 20 de março,
segundo revelou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, após
reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da
Silva (PT). Mas o ministro do Esporte, Orlando Silva, também
presente no encontro, já adiantou que entre as sedes esco­
lhidas estarão uma capital da região do Pantanal e outra da
Amazônia.
“São destinos turísticos fundamentais do País, que merecem
ser promovidos”, disse Orlando Silva, ao justificar a inclusão
prévia – segundo ele, já garantida pela Fifa – das sedes na
Amazônia e no Pantanal. Assim, Manaus (AM) e Belém (PA)
concorrem à vaga da Amazônia, enquanto Cuiabá (MT) e
Campo Grande (MS) disputam o posto de representante do
Pantanal.
Os inspetores da Fifa já começaram a vistoriar as 17 cidades
que candidatas a receber jogos da Copa. Passaram por São
Paulo, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte, Brasília, Goiânia, Campo Grande, Cuiabá, Rio
Branco, Manaus, Belém, Salvador, Recife, Natal e Fortaleza.
Com isso, poderão definir as 12 escolhidas, sugerindo também
as reformas e ajustes necessários.
Fonte: Gazeta do Sul (RS) www.gazetadosul.com.br
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CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
Concurso Literário
A Biblioteca da Associação Raízes em Genebra está lançando o seu 7° Concurso Literário Brasileiro em Genebra
de “Contos, Crônicas e Poesias”. Você que é brasileiro(a)
e mora em Genebra ou na Europa, comece já a escrever
sobre uma experiência pessoal ou algo fictício que brinca
em sua mente, em forma de conto ou de poesia. Seja qual
for a sua idade, o seu sexo e o seu nível de estudo entre
na aventura da escrita! Libere a sua alma escrevendo o
que dança na sua cabeça e participe assim do nosso concurso literário “Contos, Crônicas e Poesias”
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Informações: http://www.raizes.ch ou
Ignez Agra: 022 349 7074
Regulamento e Ficha de Inscrição:
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Aulas
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- Gincanas
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Inglês - Alemão - Suiço Alemão
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HORÁRIO DAS MISSAS EM PORTUGUÊS (AG, BS, BL)
MISSÃO CATÓLICA
PORTUGUESA
Diocese St. Urs – AG, BS, BL
Bruggerstr. 143
Tel.: +41 56 203 0049
Fax: +41 56 203 0045
Pe. Marquiano Petez, pároco
E-Mail: [email protected]
Kappelerhof – Kapelle Mariawil –
Bruggerstr. 143, 5400 Baden
Igreja St. Josef
Felsenstr. 16, 4450 Sissach
BASEL
1° 2° 3° e 4° Sábado 20.00
Aos Sábados, catequese as 19.00
Igreja Sacré Couer
Feierabendstr. 68,4051 Basel
SUHR
4° Domingo 15.30
Igreja Heiliggeist
Tramstr. 38, 5034 Suhr
BADEN
1° 2° 3° e 4° Domingo 11.00
Aos Domingos, catequese as 10.00
SISSACH
2° e 4° Domingo 09.00
Aos Sábados, catequese as 15.30
Tiragem: 1700 exemplares
Redação e edição: Irene Zwetsch
Foto Capa: Patrícia Brooking Negrão
Layout & Realização: Wilber's Grafik & Druck, www.wilber.ch
Colaboradores desta edição: Consulado Geral do Brasil
em Zurique, Danielle Tacchi Jeanrenaud, Deborah
Biermann, Isa Tippet, Jornal Zero Hora, Marta Gonçalves,
Jorge Mosquera, Rádio X, Rede de Brasileiras e
Brasileiros na Europa, Trigon-Film, www.ambientebrasil.
com.br, www.gazetadosul.com.br, www.swissinfo.ch
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Formas de Atuação:
Serviço de Informação e Aconselhamento
Contato: Dra. Lúcia da Cunha Messina
Atendimento por telefone e com hora
marcada: (061) 273 83 05.
Sempre às quintas e sextas-feiras,
das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas.
Atividades sócio-culturais.
Zofingen
2º Domingo 15.30
Christ König,
Mühletalstr. 15
Expediente
CIGA-Informando é uma publicação
bimensal do CIGA-Brasil.
O CIGA-Brasil é uma
associação sem fins
lucrativos, sem vinculação
política ou religiosa, que visa
dar apoio aos brasileiros.
Contato com a redação:
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4103 Bottmingen
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O fechamento redacional da próxima
edição será no dia 02 de maio de
2009. Até esta data todos os textos
e anúncios devem chegar às nossas
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CIGA-Informando Ano 11 - N° 57 - Março 2009
Ano 11 - N° 57 - Março 2009 CIGA-Informando
Cuidados do dia-a-dia com a pele
a pele. Se tiver uma pele muito seca, use um creme mais forte
à noite, continuando sempre a usar o creme do dia. Massageie
sempre delicamente sua pele seca com os dois cremes.
Os passos básicos são:
Limpeza
Lavar o rosto com água morna ou lépida. Evite água quente,
porque tira da pele os óleos protetores naturais, deixando-a frágil e seca. Esfregue uma pequena quantidade de um creme de
limpeza entre as palmas das mãos. Com a ponta dos dedos massageie este creme no rosto, começando na testa, indo em direção
ao nariz e o queixo. Enxague com áfua fria e seque suavemente
com uma toalha.
Para suavizar linhas de expressão
Antes de mais nada, é bom lembrar que nenhuma máscara é
capaz de eliminar rugas, mas têm uma ação super hidratante
quando aplicadas a cada quinze dias ou uma vez por semana,
conseguindo suavizar linhas de expressão.
Exfoliação
Já falamos na edição passada, incluindo uma receita de exfoliação caseira, feita com produtos naturais, que usamos também
como alimentos.
Receita de máscara caseira: quebre uma folha de babosa ao meio
e esprema o líquido num recipiente. Passe esse gel no rosto todo
e deixe-o na pele por quinze minutos. Depois, remova-o com soro
fisiológico. Para finalizar, aplique três gotas de óleo de amêndoas
sobre as linhas de expressão, fazendo uma massagem suave com
a ponta dos dedos, em movimentos circulares ascendentes. Essa
massagem estimula a circulação sanguínea da região, ajudando
a nutrir a pele e a diminuir as marcas.
Máscara
Tem o propósito de colocar para fora as impurezas da pele.
Aqui também darei uma dica de como fazer sua própria máscara
caseira: misture meio copo de abóbora, um quarto do copo de
gengibre, um quarto do copo de açúcar mascavo e uma colheri­
nha de chá de canela.
Divirtam-se preparando essas receitas e até a próxima. Se tiverem perguntas, mandem para [email protected]
ou entrem em nossa página: www.harmoniza.com.
Hidratação
Use um hidratante que contenha ácidos gordurais, que nutrem a
pele. No inverno, evite cremes à base de água, pois eles ressecam
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