uso de antiepilepticos.p65 - Sociedade Brasileira de Cefaleia
Transcrição
uso de antiepilepticos.p65 - Sociedade Brasileira de Cefaleia
EDUCAÇAO CONTINUADA O uso de antiepilépticos na profilaxia da enxaqueca (migrânea). Por que só alguns? The use of antiepileptic drugs in migraine prophylaxis. Why just some of them? Jayme Antunes Maciel Jr. Livre-docente, professor associado de Neurologia, FCM, Unicamp Neurologista e cefaliatra RESUMO Introdução: A enxaqueca é a manifestação mais freqüente das cefaléias primárias. Ela se caracteriza pela recorrência das crises cuja duração é variável de 4 a 72 horas. Apesar de ser uma doença crônicorecorrente, o número de crises/mês (≥ 2) e a gravidade do impacto sobre o paciente constituem-se nos fatores principais para indicar o uso de medicação profilática. A escolha do medicamento ideal para o paciente deve ponderar também as comorbidades, médicas e psiquiátricas. O uso profilático de drogas antiepilépticas (DAEs) na migrânea é baseado nas múltiplas ações sobre sistema nervoso central relevantes na fisiopatologia da enxaqueca. Objetivos: Revisar aspectos essenciais da farmacologia das DAEs importantes na fisiopatologia da enxaqueca. Métodos: Foram revisados os dados da Cochrane Library Database e do MedLine/PubMed. Resultados: As DAEs são eficazes na redução das crises de migrânea (redução de ≥ 50% das crises, bem como do número de crises necessitando tratamento resgate). Sua eficácia profilática depende do efeito modulador sobre GABA e glutamato, e do papel importante em receptores NMDA corticais, responsáveis pelo desencadeamento e progressão da depressão alastrante cortical, bem como em receptores do núcleo trigeminal caudal. Conclusões: As DAEs eficazes na profilaxia da enxaqueca têm ação moduladora na DAC e no sistema trigêminovascular, com boa tolerabilidade. PALAVRAS-CHAVE Enxaqueca; migrânea; profilaxia; drogas antiepilépticas. ABSTRACT Introduction: Migraine is the most frequent manifestation of primary headaches. It is characterized by the recurrence of episodes which can last from 4 to 72 hours. Although it is a chronic recurrent disease, the number of episodes/month (≥2) and the severity of its impact on the patient are the main factors taken into account when recommending prophylactic treatment. When choosing the medicine that best suits the patient, medical and psychiatric comorbidities should be borne in mind. Prophylactic use of antiepileptic drugs (AEDs) in migraine is based on the multiple actions of these drugs on the central nervous system; these multiple actions are relevant to the physiopathology of 50 migraine. Objectives: To review essential aspects of AED pharmacology which are important in the physiopathology of migraine. Methods: The Cochrane Library Database and MedLine/PubMed data were reviewed. Results: AEDs are effective in reducing migraine episodes (reduction ≥ 50% of the episodes as well as reduction in the number of episodes needing rescue treatment). The prophylactic efficacy of these drugs depends on their modulating effect on GABA and glutamate and on their role in cortical NMDA receptors, which are responsible for the triggering and progression of spreading cortical depression, as well as in the caudal trigeminal nucleus. Conclusions: AEDs which are effective in the prophylaxis of migraine have a modulating action on spreading cortical depression (SCD) and on the trigeminovascular system and present good tolerability. KEY-WORDS Migraine; prophylaxis; antiepileptic drugs. INTRODUÇÃO As relações entre migrânea e epilepsia foram objeto de discussão durante longos anos. Na atualidade essa relação ainda é mantida na segunda versão da Classificação Internacional de Cefaléias da IHS-2004,1 bem como na OMS2 no item complicações da migrânea: crise epiléptica desencadeada por migrânea [respectivamente Código IHS: 1.5.5 e Código OMS: G43.3 + G40.x ou G41.x (x: código adicional especifica o tipo de crise)]. O emprego de drogas antiepilépticas (DAEs) na profilaxia das cefaléias e neuralgias craniofaciais remonta a quatro décadas.3 O ácido valpróico é utilizado na profilaxia da migrânea há 20 anos.4 Migrâneas cefaléias, v.9, n.2, p.50-54, abr./mai./jun. 2006 O USO DE ANTIEPILÉPTICOS NA PROFILAXIA DA ENXAQUECA (MIGRÂNEA). POR QUE SÓ ALGUNS? O uso de DAEs na profilaxia da migrânea está fundamentado sobre dois importantes pilares da fisiopatologia: 1. A depressão alastrante cortical descrita por Aristides A. P. Leão;5 2. O sistema nociceptivo trigeêmino-vascular descrito por Michael A. Moskowitz em 1984.6 Cabe enfatizar que ambos os sistemas são interdependentes entre si.7 1. A depressão alastrante cortical (DAC)5 se caracteriza pela despolarização intensa e mantida das membranas neuronais que redunda na abolição da atividade sináptica espontânea ou evocada. Estudos experimentais7,9,12 e em humanos13 (eletrofisiológicos e de RNM funcional) são concordantes sobre o papel de gatilho da DAC no desencadeamento da crise migranosa. O foco de ação da DAC está ligado ao metabolismo glutamatérgico via receptores NMDA.14,15 Os receptores NMDA desempenham papel fundamental no desencadeamento e desenvolvimento da DAC em estudos experimentais16 e em humanos.18 A DAC provoca liberação do aminoácido excitatório glutamato no córtex cerebral13,14 e aumenta os níveis de glutamato no líquor15 em pacientes com crise migranosa. Esquecida durante muitos anos, a DAC constitui-se na atualidade, no principal modelo experimental para o estudo e desenvolvimento de novas drogas antimigranosas.8,9,18,38 2. O sistema trigêmino-vascular é constituído por estruturas moduladoras da porção caudal do núcleo trigeminal ricas em receptores com grande potencial alvo para neurofármacos (Adenosina A1, opióides, GABA, canabinóides CB1, colecistocininas CCK(B) e compostos cálcio voltagem dependentes).10,11,16 Dessa maneira, DAEs teriam sua ação farmacológica positivada através da inibição do sistema trigêmino-vascular. Antiepilépticos, tais como fenitoína e carbamazepina, usados empiricamente na profilaxia da migrânea durante muitos anos, se mostraram incapazes de interferir na DAC quando empregados agudamente em mamíferos.19 As DAEs com melhor perfil profilático da migrânea são aquelas que apresentam ação moduladora GABA ou do glutamato. Estudos em modelos experimentais de DAC mostram que o valproato e o topiramato são capazes de bloquear esse fenômeno quando da estimulação química ou elétrica crônica.15 O valproato administrado de forma aguda foi incapaz de inibir ou mesmo reduzir a velocidade de propagação da DAC em gatos.19 O emprego de DAEs na profilaxia da migrânea segue as mesmas orientações gerais publicadas pelo comitê de especialistas que elaborou as "Recomendações para o tratamento profilático da migrânea"20 e explicitadas anteriormente por Rabello.21 O período de exposição recomendado às drogas profiláticas para a enxaqueca varia entre 6 e 12 meses. Migrâneas cefaléias, v.9, n.2, p.50-54, abr./mai./jun. 2006 OBJETIVOS Descrever as evidências baseadas em estudos controlados de eficácia e tolerabilidade das DAEs na profilaxia da enxaqueca em adultos. MÉTODOS No período de 1966-2003 foram utilizados os dados da "Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL )" publicados pela The Cochrane Database of Systematic Reviews 2004,17,22 complementados pelas fontes Medline / Pubmed até 2005.24-36 Os parâmetros de eficácia utilizados são aqueles preconizados pela "International Headache Society", isto é, redução de ≥ 50% do número de crises de enxaqueca.23 Secundariamente foi ainda utilizado o número de crises de enxaqueca que necessitaram tratamento de fase aguda.22 RESULTADOS No período de 1966 a abril de 2003 foram encontrados 15 artigos incluídos na revisão da Cochrane Library Database (Total: 16 estudos, 14 do tipo controlado com placebo; um estudo comparativo valproato de sódio x flunarizina e um divalproato x placebo x propranolol; total de 2.024 pacientes implicados),22 complementada pelo estudo duplo-cego cruzado com placebo da vigabatrina em 23 pacientes,24 bem como pelos resultados de 12 estudos controlados publicados na base de dados Medline / Pubmed até dezembro de 2005 (Total: 12 estudos, nove do tipo controlado com placebo; um estudo comparativo topiramato x flunarizina, um estudo comparativo topiramato x placebo x propranolol; um estudo divalproato de sódio x placebo x propranolol; total de 3.145 pacientes implicados, dos quais 1.890 alocados em estudos controlados com placebo).24-36 Encontram-se aí incluídos os dois estudos MIGR-001 Study Group27 e MIGR-003 Study Group,30 ambos de 2004. Apenas um estudo controlado usando topiramato em 24 crianças foi publicado em março de 2005.31 As DAEs mais estudadas em ensaios clínicos (duplocego randomizado, controlado com placebo; controlado com placebo e droga ativa; controlado com placebo e droga ativa do tipo cruzado) são: A. Topiramato Dentre as DAEs, o topiramato foi aquela com maior número de estudos publicados no período 2004-2005 (total de dez estudos: oito do tipo controlado com placebo, um controlado com a droga ativa flunarizina e outro com 51 JAYME ANTUNES MACIEL JR propranolol; total de 2.715 pacientes implicados),22,25,27,28,30,32,33,35 e a única estudada em crianças36 (Tabela 1). Estudo Perfil Resultados Suas ações farmacológicas mais reDAE são eficazes na profilaxia da levantes na profilaxia da enxaqueca migrânea. Clonazepam, dependem do bloqueio da DAC9,13,38,40 carbamazepina, gabapentina, vigabatrina e lamotrigina 23 estudos e da inibição da ativação nociceptiva apresentaram resultados semelhantes Divalproato de sódio: 5 do sistema trigêmino-vascuDuplo-cego. ao placebo. Em estudo recente, Valproato de sódio: 3 Comparativo com lar11,12,16,18,19,37,39 através da modulação lamotrigina revelou eficácia no Topiramato: 8; Lamotrigina: 2 placebo em controle da aura migranosa.34 Gabapentina: 2; Carbamazepina:1 de receptores Ca2+ voltagem-depenadultos Estudos mais robustos com Clonazepam: 1; Vigabatrina: 1 dente e de receptores NMDA.37. Detopiramato, divalproato e valproato de (estudo cruzado com placebo vido ao perfil de efeitos adversos (Tasódio, apenas um estudo avaliou bela 3), a Sociedade Brasileira de qualidade de vida que melhorou com topiramato32 Cefaléia indica o topiramato como 5 estudos profilaxia de escolha em pacientes Topiramato 100 mg/d apresenta perfil Duplo cego. Topiramato x propranolol: 1 obesos ou com sobrepeso.20 Embora de eficácia semelhante ao propranolol Comparativo com Topiramato x flunarizina:1 as posologias utilizadas nos estudos 160 mg/d. Topiramato e flunarizina droga ativa em Valproato de sódio x flunarizina: 1 apresentam eficácia semelhante adultos Divalproato de sódio clínicos sejam de 100-200 mg/dia, na x placebo x propranolol: 2 experiência do autor as doses efica24 crianças com migrânea refratária, zes variaram entre 25-50 mg/dia, raTopiramato (dose: 3.5 ± 1,7 mg/kg/d) Comparativo com 1 estudo ramente atingindo 100 mg/dia. durante 4 meses: Eficaz e placebo na criança Topiramato: 1 bem tolerado Parestesias de extremidades, alteração da gustação e perda de peso foram as manifestações mais significaTabela 2 tivas no seguimento de 47 pacientes durante um ano. Perfil farmacológico das DAE com comprovada eficácia na Nesse período foram constatados dois episódios de deprofilaxia da migrânea pressão e glaucoma de ângulo fechado em duas pacienBloqueio da depressão alastrante cortical tes. O uso do topiramato em pacientes com antecedentes DAE desencadeada por estímulo elétrico ou de cólica renal deve ser postergado, pois duas pacientes químico crônico em animais que haviam esquecido de episódios passados tiveram sua Aumenta a síntese do GABA e bloqueia nefrolitíase agudizada após seis meses de tratamento com sua degradação pela GABAtransaminase. Ativa receptores GABA que a droga. Tabela 1 Perfil resumido dos estudos controlados com o uso de DAE na profilaxia da migrânea (Total de 28 estudos) Ácido valpróico Valproato de sódio Divalproato de sódio 52 modulam a nocicepção trigeminal. Bloqueia a expressão c-fos e da inflamação neurogênica mediada pelos receptores GABAA. Inibição do extravasamento protéico plasmático após estimulação elétrica do gânglio trigeminal em ratos. Ativação de receptores GABA do núcleo dorsal da rafe com diminuição das descargas de neurônios serotoninérgicos potencialmente implicados na patogenia da migrânea. Diminuição da enzima glutamatodescarboxilase com conseqüente redução dos níveis do aminoácido excitatório glutamato Bloqueio da DAC desencadeada por estímulo elétrico ou químico crônico em animais. Afeta genes implicados em vários processos, tais como transmissão sináptica e canais iônicos envolvidos na DAC em modelos experimentais Reduz a freqüência da onda lenta negativa dos potenciais do córtex occipital na DC-Magnetencepalografia, que é considerada como relacionada a DAC Tabela 3 DAE com eficácia comprovada na profilaxia da migrânea e efeitos adversos mais freqüentes (as posologias são aquelas expressas nos estudos clínicos) DAE Posologia Efeitos adversos Topiramato 100-200 mg/d Parestesia, fadiga, anorexia, náusea, diarréia, alteração da gustação, perda de peso, depressão, glaucoma de ângulo fechado, nefrolitíase Divalproato de sódio 500 mg Sonolência, fadiga, náusea, ganho de peso 600-1200 mg/d Náusea, vômito, diarréia, ganho de peso. Spina bífida e outros distúrbios do fechamento do tubo neural42 Valproato de sódio Migrâneas cefaléias, v.9, n.2, p.50-54, abr./mai./jun. 2006 O USO DE ANTIEPILÉPTICOS NA PROFILAXIA DA ENXAQUECA (MIGRÂNEA). POR QUE SÓ ALGUNS? Em apenas um estudo33 foi evidenciado que a presença de cefaléia crônica diária (migrânea crônica) constituiu fator preditivo de resposta clínica ineficaz ao topiramato. B. Ácido valpróico, valproato de sódio e divalproatro de sódio O valproato é a mais antiga das DAE usadas na profilaxia da enxaqueca,3 caracteriza-se por uma absorção dose-limitada, ligação não linear à proteína plasmática e múltiplas vias de eliminação.41 Suas ações farmacológicas estão relacionadas ao aumento da síntese do GABA e bloqueio da degradação através da inibição da GABA-transaminase, modulação da atividade de neurônios GABA meníngeos e regulação da resposta nociceptiva trigeminal.8,9,12,16 Além disso, desempenham importante papel na inflamação neurogênica através de receptores GABAA e do bloqueio da expressão c-fos.7,11,12 Essas DAE diminuem a glutamatodescarboxilase com conseqüente redução do glutamato. Sua ação sobre a DAC é restritiva e afeta vários genes implicados na expressão sináptica e de canais iônicos (Na+ e Ca2+) envolvidos na DAC.16,18,41,42 O autor tem usado preferencialmente a formulação divalproato de sódio, habitualmente na forma sprinkel, na posologia de 125 mg/dia, mais raramente 250 mg/dia, com boa resposta clínica. Os efeitos adversos, sonolência e fadiga, podem ser minorados utilizando-se da tomada noturna. Náusea pode ser reduzida com a ingestão do medicamento após o jantar. Devido ao freqüente ganho de peso, o medicamento tem sido usado preferencialmente em pacientes magros ou com índice de massa corpórea dentro da normalidade (20-25 kg/m2). C. Gabapentina, tiagabina, lamotrigina, levetiracetam e zonisamida Estudos clínicos, controlados, duplo-cego não evidenciaram resultados superiores ao placebo na profilaxia da enxaqueca com o uso dessas DAE.22,24,34,43 A lamotrigina se revelou eficaz no controle da aura enxaquecosa.34 CONCLUSÕES As DAEs cuja ação profilática na enxaqueca tem comprovação nos estudos clínicos são aquelas com perfil farmacológico peculiar: modulação da via gabaérgica e glutamatérgica, bem como de receptores algogênicos da porção caudal do núcleo trigeminal e dessa forma, interferindo na via trigêmino-vascular. Esse perfil de ação farmacológica serve de fundamento para responder a questão formulada no título: Por que só alguns? Migrâneas cefaléias, v.9, n.2, p.50-54, abr./mai./jun. 2006 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Classificação Internacional das Cefaléias, 2a Edição (The International Classification of Headache Disorders, 2nd Edition, ICHD II). Trad. Sociedade Brasileira de Cefaléia. São Paulo: Segmento Farma Editores, 2004; p. 272. 2. CID-10 / Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde. Volume 1. Décima revisão. OPAS, OMS, São Paulo: EDUSP, 1999. 3. Henry TR. The history of valproate in clinical neuroscience. Psychopharmacol Bull 2003;37(Suppl 2):5-16. 4. Freitag FG. Divalproex in the treatment of migraine. Psychopharmacol Bull 2003;37(Suppl 2):98-115. 5. Leão AAP. Spreading depression of activity in cerebral cortex. J Neurophysiol 1944;7:359-390. 6. Moskowitz MA. The neurobiology of vascular head pain. Ann Neurol 1984;16:157-168. 7. Moskowitz MA, Nozaki K, Kraig RP, et al. Neocortical spreading depression provokes the expression of c-fos protein-like immunoreactivity within trigeminal nucleus caudalis via trigeminovascular mechanisms. J Neurosci 1993;13:1167-1177. 8. Cutrer FM, Limmroth V, Waeber C, Yu X, Moskowitz MA. New targets for antimigraine drug development. In: PJ Goadsby e SD Silbertein. Headache (Blue Books of Practical Neurology 17), Butterworth-Heinemann, 1997:59-72. 9. Haerter K, Ayata C, Moskowitz M. Cortical spreading depression: A model for understanding migraine biology and future drug targets. Headache Currents 2005;2:97-103. 10. Nicolodi M, Sicuteri F. Exploration of NMDA receptors in migraine: Therapeutic and theoretic implications. Int J Clin Pharmacol Res 1995;15:181-189. 11. Mitsikostas DD, Sanchez del Rio M. Receptor systems mediating c-fos expression within trigeminal nucleus caudalis in animal models of migraine. Brain Res Rev 2001;35:20-35. 12. Gorelova NA, Koroleva VI, Amemori T, et al. Ketamine blockade of cortical spreading depression in rats. Electroencephalogr Clin Neurophysiol 1978;66:440-447. 13. Gorji A, Scheller D, Straub H, et al. Spreading depression in human neocortical slices. Brain Res 2001;906:74-83. 14. Van Harrevel A. Compounds in brain extracts causing spreading depression in cerebral activity and contraction of crustacean muscle. J Neurochem 1959;3:300-315. 15. Martinez F, Castillo J, Rodrigues JR, et al. Neuroexcitatory amino acid levels in plasma and cerebrospinal fluid during migraine attacks. Cephalalgia 1993;13:89-93. 16. Knight Y. Brainstem modulation of caudal trigeminal nucleus: A model for understanding migraine biology and future drug targets. Headache Currents 2005;2:108-118. 17. Linde K, Rossnagel K. Propranolol for migraine prophylaxis. Cochrane Database Syst Rev 2004;(2):CD003225. 18. Jin H, Kudo C. Suppression of cortical spreading depression in migraine prophylaxis. Washington, D.C.: Society for Neuroscience, 2005. 19. Kaube H, Goadsby PJ. Anti-migraine compounds fail to modulate the propagation of cortical spreading depression in cat. Eur Neurol 1994;134:30-35. 53 JAYME ANTUNES MACIEL JR 20. Comitê Ad Hoc da Sociedade Brasileira de Cefaléia - Recomendações para o tratamento profilático da migrânea. Arq Neuropsiquiatr 2002;60:159-169. 21. Rabello GD. O uso de antidepressivos na profilaxia da enxaqueca (migrânea). Por que só alguns. Migrâneas cefaléias 2005; 8:116-123. 22. Chronicle E, Mulleners W. Anticonvulsant drugs for migraine prophylaxis. Cochrane Database Syst Rev 2004;(3):CD003226. 23. International Headache Society Members' Handbook 2000. Guidelines for controlled trials of drugs in migraine. Oxford: Scandinavian University Press; 1999:111-133. 24. Ghose K, Niven B, McLeod A, Berry B. Vigabatrin in the prophylaxis of drug resistant migraine: a double blind crossover comparison with placebo. Cephalalgia 1996;16:367. 25. Edwards KR, Potter DL, Wu SC, Kamin M, Hulihan J. Topiramate in the preventive treatment of episodic migraine: a combined analysis from pilot, double-blind, placebo-controlled trials. CNS Spectr 2003;8:428-432. 26. Pascual J, Leira R, Lainez JM. Combined therapy for migraine prevention? Clinical experience with beta-blocker plus sodium valproato in 52 resistant migraine patients. Cephalalgia 2003; 23:961-962. 27. Silberstein SD, Neto W, Schmitt J, Jacobs D. MIGR-001 Study Group. Topiramate in migraine prevention: results of a large controlled trial. Arch Neurol 2004;61:490-495. 28. Brandes JL, Saper JR, Diamond M, Couch JR, Lewis DW, Schmitt J, et al. Topiramate for migraine prevention: a randomized controlled trial. JAMA 2004;291:965-973. 29. Tvedskov JF, Thomsen LL, Iversen HK, Gibson A, Williams P, Olesen J. The prophylactic effect of valproato on glyceryltrinitrate induced migraine. Cephalalgia 2004;24:576-585. 30. Diener HC, Tfelt-Hansen P, Dählof C, Lainez MJ, Sandrini G, Wang SJ, et al. MIGR-003 Study Group. Topiramate in migraine prophylaxis - results from a placebo-controlled trial with propranolol as an active control. J Neurol 2004;251:943-950. 31. Rieter PD, Nickisch J, Merritt G. Efficacy and tolerability of intravenous valproic acid in acute adolescent migraine. Headache 2005;45(7):899-903. 32. Diamond M, Dählof C, Papadopoulos G, Neto W, Wu SC. Topiramate improves health-related quality of life when used to prevent migraine. Headache 2005;45:1023-1030. 33. Rothrock JF, Parada VA, Drinkard R, Zweifler RM, Key KF. Predictors of a negative response to topiramate therapy in patients with chronic migraine. Headache 2005;45:932-935. 34. Lampl C, Katsarava Z, Diener HC, Limmroth V. Lamotrigine reduces migraine aura and migraine attacks in patients with migraine with aura. J Neurol Neurosurg Psychiatry 2005; 76:1730-1732. 35. Gracia-Nava M, Latorre-Jimenez AM. [Topiramate or flunarizine in the preventive treatment of migraine. A comparative study of two series of cases] Rev Neurol 2005;41:705-708. 36. Campistol J, Campos J, Casas C, Herranz JL. Topiramate in the prophylactic treatment of migraine in children. J Child Neurol 2005;20:251-253. 37. Storer RJ, Goadsby PJ. Topiramate inhibits trigeminovascular neurons in cat. Cephalalgia 2004;24:1049-1056. 54 38. Akerman S, Goadsby PJ. Topiramate inhibits cortical spreading depression in rat and cat: impact in migraine aura. Neuroreport 2005;16:1383-1387. 39. Akerman S, Goadsby PJ. Topiramate inhibits trigeminovasciular activation: an intravital microscopy study. Br J Pharmacol 2005;146:7-14. 40. White HS. Molecular pharmacology of topiramate: managing seizures and preventing migraine. Headache 2005; 45 (Suppl 1): S48-56. 41. DeVane CL. Pharmacokinetics, drug interactions, and tolerability of valproate. Psychopharmacol Bull 2003;37(Suppl 2):25-42. 42. Wiltse J. Mode of action: inhibition of histone deacetylase, altering WNT-dependent gene expression, and regulation of beta-catenindevelopmental effects of valproico acid. Crit Rev Toxicol 2005;35:727-738. 43. Capuano A, Vollono C, Mei D, Pieguidi L, et al. Antiepileptic drus in migraine prophylaxis: state of art. Clin Ter 2004; 155:79-87. Recebido: 18/03/2006 Aceito: 18/03/2006 Endereço para correspondência Dr. Jayme Antunes Maciel Jr. Rua Antônio Cezarino 555, 6º andar, cj. 63 – Vila dos Jequitibás 13015-291 – Campinas, SP e-mail: [email protected]; [email protected] Migrâneas cefaléias, v.9, n.2, p.50-54, abr./mai./jun. 2006
Documentos relacionados
HM 2 2013 - migrania e fatores alimentares.pmd
cacau. Nesse estudo, conduzido por Gibb et al.,(61) 42% dos indivíduos que ingeriram chocolate desenvolveram crises de enxaqueca, enquanto nenhum indivíduo do grupo que recebeu placebo sentiu dor. ...
Leia maisFull text - Sociedade Brasileira de Cefaleia
related condition of migraine. The latter disease with the marked dilatation of major blood vessels and the slow march of scotomata in the visual or somatic sensory sphere is suggestively similar t...
Leia mais