aplicabilidade do ciclo pdca na gestão de riscos de sms
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aplicabilidade do ciclo pdca na gestão de riscos de sms
APLICABILIDADE DO CICLO PDCA NA GESTÃO DE RISCOS DE SMS EM UMA PRESTADORA DE SERVIÇOS NA ÁREA DE PETRÓLEO E GÁS Alcides A. de Araújo Filho 1 Max Maciel Conceição da Silva 2 Sandra Patrícia Bezerra Rocha 3 RESUMO Este estudo apresenta a aplicabilidade do Ciclo PDCA na gestão de riscos de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde) em uma prestadora de serviços na área de petróleo e gás para prevenir a ocorrência de acidentes de trabalho. A empresa foco tem como missão a prestação de serviços com qualidade e excelência, atendendo às expectativas e necessidades das partes interessadas, buscando sempre a melhoria contínua. No presente estudo, foi proposto plano de melhoria e, após verificada sua efetividade, foi elaborado plano de padronização para os principais métodos e procedimentos de trabalhos. A metodologia de pesquisa utilizada neste estudo de caso foi, quanto aos objetivos, exploratório, e, quanto ao objeto, de pesquisa de campo, onde foram feitas observações in loco das atividades desenvolvidas pelos colaboradores da empresa em estudo. Chegou-se a conclusão que existem falhas relacionadas à Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional da empresa em estudo, o que evidenciou a necessidade de aplicação prática das principais abordagens fundamentadas neste estudo, em especial, do ciclo PDCA, proporcionando melhoria das condições de saúde e segurança ocupacional e na gestão de riscos de SMS e, consequentemente, tornando os ambientes de trabalho mais seguros e salubres, maximizando os resultados organizacionais como um todo. Palavras-chave: Gestão de Riscos de SMS. Prevenção de acidentes de trabalho. Ciclo PDCA. 1. Introdução 1 - Engenheiro de Produção, Mestre, Professor e Coordenador do Curso de Engenharia de Produção da FANESE. 2 - Engenheiro de Produção pela FANESE 3 - Engenheira Elétrica Eletrotécnica, Mestre e Professora da FANESE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 A segurança no trabalho é, hoje, um dos requisitos mais importantes para que as empresas consigam ser competitivas e sustentáveis no mercado globalizado em que se vive. Não basta apenas produzir: é necessário que se produza sem acidentar, incapacitar, mutilar ou, até mesmo, matar trabalhadores. Os empresários precisam, cada vez mais, entender e avaliar as questões de saúde e segurança ocupacional não como custo desnecessário e sim, como investimento para que seus colaboradores realizem suas atividades em um ambiente de trabalho mais seguro e salubre. Contudo, nem sempre foi assim: durante a Revolução Industrial, houve o surgimento das primeiras fábricas onde homens, mulheres e crianças trabalhavam em condições precárias, com jornadas de trabalho excessivas, expostos a diversos agentes de riscos. Em função disso, o número de acidentes e mortes era bastante elevado. A preocupação maior na época era com o aumento dos lucros e das taxas de produtividade. Por volta do ano de 1870, foi instalada a primeira indústria têxtil no Brasil e, apesar da experiência dos países da Europa com a Revolução Industrial, no Brasil, não foi muito diferente. Aqui, não havia ainda uma cultura prevencionista, as condições de trabalho eram ruins e o número de mortes no trabalho era cada vez maior. Atualmente, o Ministério do Trabalho e Emprego, através de suas Normas Regulamentadoras, exige das empresas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) o cumprimento de procedimentos quanto às questões de Saúde e Segurança no Trabalho (SST), visando à preservação da saúde e da integridade física e psíquica dos trabalhadores, expostos a riscos ambientais, presentes nos locais de trabalho. A segurança tem que ser vista pelos trabalhadores e, principalmente, pelos empresários como valor. Para isso, são imprescindíveis as ações que reforçam o comprometimento de todos com a preservação da vida. 2. Fundamentação teórica Durante muitos séculos, a cultura da prevenção de acidentes era vista como um entrave ao avanço tecnológico e à capacidade de se produzir. Hoje, o quadro, felizmente, mudou: o fator humano nas empresas é tido como valor e tem sido cada vez mais importante para que as organizações se tornem competitivas e valorizadas no mercado mundial (OLIVEIRA, 2010, p. 6). FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 2.1 Acidente de trabalho De acordo com Oliveira (2010, p. 8), em todas as atividades econômicas há a ocorrência e o registro dos acidentes de trabalho. O setor da construção civil era tido como um verdadeiro vilão das ocorrências de acidentes do trabalho. No entanto, dois outros setores vêm sendo apontados como recordistas: o comércio e a prestação de serviços. O conceito legal de acidente do trabalho é definido pela Lei 8.213 de 24/07/1991, em seu artigo 19, como sendo aquele que ocorre “pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho” (BRASIL, 1991). Na Figura 1 são mostradas algumas situações que podem se equiparar, também, como acidente de trabalho, conforme o Art. 21 da Lei 8.213. (BRASIL, 1991). Figura 1 – Situações que podem se equiparar a acidente de trabalho I – O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II – O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) Ato de pessoa privada do uso da razão; e) Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior; III – A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; IV – O acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) Na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) Na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) No percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. Fonte: Brasil, 1991. FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 Atualmente, a preocupação dos empregadores em relação aos acidentes de trabalho está maior, pois se veem obrigados a diminuir os índices de acidentes para que possam se tornar competitivos e suas empresas sustentáveis no mercado globalizado. 2.1.2 Causas de acidentes de trabalho De acordo com Barsano; Barbosa (2012, p. 80), as causas de um acidente de trabalho, na maioria das vezes, são bem complexas, porém, existem três fatores que influenciam, direta ou indiretamente, em qualquer acidente. São eles: os atos inseguros, as condições inseguras e o fator pessoal de insegurança. Ainda na visão de Barsano; Barbosa (2012, p. 80), os atos inseguros são os atos cometidos pelo trabalhador, de forma voluntária ou involuntária que, por negligência, imprudência ou imperícia, acabam favorecendo a ocorrência de acidentes. Já as condições inseguras são os fatores ambientais de risco aos quais o trabalhador está exposto e que o mesmo não exerce nenhuma influência para sua ocorrência. Como exemplos tem-se as ferramentas defeituosas, piso escorregadio etc. Para Oliveira (2010, p. 74), o fator pessoal de insegurança, trata-se da causa relativa ao comportamento humano, que leva à prática do ato inseguro. É a característica mental ou física que ocasiona o ato inseguro e que, em muitos casos, também cria condições inseguras ou permite que elas continuem existindo [...]. Em 2009, a Portaria nº 84 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) retirou da letra b, do item 1.7 da NR-1, a referência ao ato inseguro, ou seja, este termo não existe mais na legislação trabalhista. Surge, então, uma nova concepção para a investigação e análise de acidentes, onde o foco passa a ser nas causas que motivaram o trabalhador cometer os atos inseguros. Araújo (2004, p. 306) preconiza que cerca de 80% a 95% dos acidentes são causados por fatores comportamentais, como resultado de falhas de sistemas de gestão, por exemplo. As organizações precisam fazer uso de ferramentas de avaliação sistemática associadas a programas de auditorias comportamentais, além de propor medidas para que os trabalhadores assumam um comportamento seguro. 2.2 Riscos ambientais FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 Os riscos ambientais podem ser classificados em riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos ou de acidentes, segundo a sua natureza e a forma com que atuam no organismo humano. (OLIVEIRA, 2010, p. 157) Ainda na concepção de Oliveira (2010, p. 158), quanto ao risco ambiental: A ocorrência de acidente depende de sua natureza e intensidade, evidentemente; quanto ao indivíduo, depende de sua suscetibilidade ao agente; e quanto à atividade profissional, depende de suas características, como a duração do processo e o tempo de exposição. Risco, para Cardella (2009, p. 236), “[...] é o dano ou perda esperados no tempo. É uma variável aleatória associada a eventos, sistemas, instalações, processos e atividades [...]”. São considerados agentes físicos, as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e ultrassom. (BRASIL, 1994). Os agentes químicos, por sua vez, conforme Brasil (1994), são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Por último, são considerados agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, dentre outros. (BRASIL, 1994). 2.2.1 Análise e controle dos riscos Segundo Milaneli (2010, p. 285), a análise e o controle dos riscos ocupacionais precisam ser divididos em duas fases: na primeira, é preciso identificar as diversas espécies de riscos; estes devem fazer parte do programa macro de administração e análise de riscos, com o intuito de saber onde serão implementadas medidas de controle na busca contínua da melhoria do ambiente de trabalho de forma madura, responsável e sustentável. Depois de mapeados todos os riscos, chega-se à segunda fase, na qual é desenvolvida uma matriz que definirá qual a probabilidade e em qual gravidade determinado risco pode acontecer. (MILANELI, 2010, p. 286), FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 Segundo Cardella (2009, p. 106), “[...] a análise de riscos é o estudo detalhado de um objeto com a finalidade de identificar perigos e avaliar os riscos associados. O objeto pode ser organização, área, sistema, processo, atividade, intervenção”. Após a identificação dos riscos presentes nos locais de trabalho, é preciso que sejam criadas medidas de controle para eliminação, neutralização e controle destes riscos, com o intuito de evitar danos às pessoas, ao patrimônio e ao meio ambiente, de forma que não se tornem possíveis causas de acidentes. (MILANELI, 2010, p. 297) 2.3 Qualidade A qualidade hoje é pré-requisito para que uma organização consiga ser competitiva. Ressaltase que não adianta apenas produzir produtos diferenciados no mercado: é preciso produzir e prestar serviços com qualidade. Para Campos (2004, p. 2), “[...] um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente”. O grande desafio das empresas hoje não é apenas fabricar produtos ou prestar serviços a seus clientes com qualidade, mas também fazer com que seus processos internos atinjam um nível de qualidade que proporcione um melhor ambiente de trabalho a seus colaboradores, o que se tornará mais fácil aplicando algumas ferramentas da qualidade. 2.3.1 Ferramentas da Qualidade As ferramentas da qualidade auxiliam os gestores das organizações na identificação de problemas e na busca de soluções para a tomada de decisões, diminuindo as chances de erros e falhas, o que, consequentemente, faz com que os custos de seus processos produtivos, produtos e serviços sejam menores, ao longo do tempo, tornando a empresa ainda mais competitiva. Para Campos (2004, p. 66), a estratificação, o diagrama de causa e efeito, o diagrama de Pareto e a lista de verificação são as principais ferramentas de qualidade e o ciclo PDCA, o método usado para resolução de problema e melhoria de processo, faz uso de várias destas ferramentas. As ferramentas de qualidade auxiliam os gestores não só na solução de problemas e na tomada de decisões, mas podem ser usadas na busca das possíveis causas de acidentes de FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 trabalho, promovendo, desta forma, a melhoria contínua do ambiente laboral e da qualidade de vida dos funcionários da empresa. A Figura 2 mostra, de forma resumida, as principais ferramentas da qualidade e suas finalidades. Figura 2 – Principais ferramentas da qualidade e suas finalidades Fonte: Carpinetti (2010, p. 79). 2.3.2 Ciclo PDCA Segundo Peinado; Graeml (2007, p. 557), o ciclo PDCA é o modelo de referência adotado por inúmeras organizações na busca pela melhoria contínua. Este método é muito utilizado devido a sua simplicidade e seu nome representa as iniciais das palavras inglesas plan, do, check e act, que significam planejar, fazer, verificar e agir corretivamente. A Figura 3 mostra as quatro fases do ciclo PDCA. FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 Figura 3 – Ciclo PDCA Fonte: Seleme e Stadler (2012, p. 28) Seleme; Stadler (2012, p. 29) enfatizam que o ciclo PDCA é utilizado como base para a metodologia de análise e solução de problemas (MASP). Faz-se uso do PDCA para direcionar as ações a serem realizadas, as quais estão desdobradas nas fases de identificação do problema, observação, análise para descobrir causas, plano de ação, ação para eliminar as causas, verificação da eficácia da ação, padronização e conclusão. A Figura 4 representa as fases de aplicação do MASP. Figura 4 – Esquema para aplicação do MASP Fonte: Seleme e Stadler (2012, p. 29) 3. Metodologia FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 O método utilizado neste estudo baseou-se em um estudo de caso realizado em uma empresa prestadora de serviços na área de petróleo e gás em Sergipe. Neste estudo de caso, foi avaliada a aplicabilidade do ciclo PDCA na gestão de SMS (Segurança, Meio Ambiente e Saúde). O presente estudo trata-se de uma pesquisa exploratória, pois buscou caracterizar e avaliar os riscos nos ambientes de trabalho da empresa em estudo que podem contribuir para a ocorrência de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais, bem como avaliou as possíveis causas ou fontes geradoras de acidentes por meio da aplicação do ciclo PDCA. Com relação à abordagem utilizada no estudo, esta foi classificada como qualiquantitativa. Os dados foram coletados por meio da observação participante, bem como por pesquisa-ação, uma vez que o autor do estudo participou por todas as etapas do estudo. 4. Resultados e discussões Como resultado do estudo será apresentado o uso do ciclo PDCA na gestão de riscos ambientais em uma empresa de engenharia prestadora de serviços na indústria petroquímica, de petróleo, gás natural e construção civil. 4.1 Planejamento O Planejamento é o primeiro estágio do ciclo PDCA e nele é realizada a identificação do problema, presente na organização, análise das causas e quais ações de melhoria devem ser adotadas para bloquear os problemas existentes. 4.1.1 Identificação do problema Durante o ano de 2013, foram registrados oito ocorrências de acidentes de trabalho com os colaboradores da empresa em estudo. Por meio dos dados coletados e analisados, foi possível verificar que durante o processo de análise e investigação dos acidentes, ocorridos em 2013, uma das causas que contribuiu para a ocorrência dos acidentes foi o desconhecimento dos riscos ambientais físicos, químicos e biológicos, por parte dos acidentados, inerentes às suas atividades e locais de trabalho, e que não houve a identificação e o reconhecimento destes riscos por parte da empresa. Diante do exposto, após reuniões do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) da empresa em estudo observou-se a necessidade de se avaliar a aplicabilidade da gestão dos riscos ambientais existentes. FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 4.1.2 Análise das causas Esta fase iniciou-se em janeiro de 2014 e envolveu a análise qualitativa in loco dos métodos ou processos de trabalho desenvolvidos pelos colaboradores da empresa em estudo nos seus ambientes laborais, com o objetivo de analisar as causas que contribuíram para a ocorrência dos acidentes. A Figura 5 mostra, de forma sintética, algumas das funções e atividades desenvolvidas pelos colaboradores da empresa em estudo que sofrem exposição aos agentes físicos, químicos e biológicos, identificados por meio de análise qualitativa dos métodos de trabalho destes colaboradores. Figura 5 – agentes físicos, químicos e biológicos presentes em algumas funções e atividades FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 FUNÇÕES E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Almoxarife: Diluição de produtos de limpeza em geral, recebimento e expedição de ferramentas e materiais. Auxiliar de Serviços Gerais: Limpeza de ambientes (salas, banheiros, refeitórios) com a utilização de produtos de limpeza em geral, limpeza de ambientes a céu aberto, Limpeza de áreas operacionais (ambientes ruidosos), despoluição de áreas, limpeza de solos contaminados, coleta de resíduos. Auxiliar Operacional: Limpeza de áreas operacionais (ambientes ruidosos), limpeza de ambientes a céu aberto, Limpeza de áreas com uso de desengraxante, despoluição de áreas. Auxiliar Operacional – Operador de Máquina Roçadeira: Abastecer e operar máquina roçadeira, motosserra, motopoda, transportar vasilhame de combustível. Auxiliar Técnico de Serviços Operacionais – Encarregado: Acompanhamento dos serviços in loco nos diversos ambientes, distribuir tarefas entre os diversos colaboradores subordinados hierarquicamente. Encanador: Executar serviços de instalação hidráulica predial, fazer limpeza de caixas de passagem de água e esgoto, desentupir encanações de água, esgoto e vasos sanitários nos diversos setores. Pintor: Lixar e emassar paredes e portas, lixar e pintar grades de ferro, utilização de lixadeira, pintura de calçadas nos diversos setores. EXPOSIÇÃO AOS RISCOS AMBIENTAIS Agentes Físicos Agentes Agentes Químicos Biológicos Não há agentes ambientais significativos Gases Produtos químicos Vapores Não há agentes ambientais significativos Calor radiante Ruído Gases Produtos químicos Vapores Bactérias Fungos Protozoários Vírus Calor radiante Ruído Gases Produtos químicos Vapores Não há agentes ambientais significativos Calor radiante Ruído Gases Produtos químicos Vapores Não há agentes ambientais significativos Calor radiante Ruído Não há agentes ambientais significativos Não há agentes ambientais significativos Calor radiante Ruído Gases Vapores Bactérias Fungos Protozoários Calor radiante Ruído Gases Poeiras Produtos químicos Vapores Não há agentes ambientais significativos FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 Fonte: Autor da pesquisa, 2014. A Figura 6 mostra, de maneira estratificada, os riscos ambientais e seus agentes físicos, químicos e biológicos, identificados anteriormente. Figura 6 – Estratificação dos agentes físicos, químicos e biológicos identificados nos ambientes de trabalho Agentes Físicos Ruído Ruído de impacto Calor radiante Vibração RISCOS AMBIENTAIS Agentes Químicos Produtos químicos Poeiras Gases Vapores Agentes Biológicos Vírus Fungos Bactérias Protozoários Fonte: Autor da pesquisa, 2014. Após correlacionar as funções e as atividades desenvolvidas pelos colaboradores da empresa em estudo aos agentes ambientais identificados anteriormente, foi avaliado, qualitativamente, o tipo de exposição dos colaboradores aos agentes estratificados e mostrados os principais tipos de exposição na Figura 7. Figura 7 – Principais tipos de exposição dos colaboradores aos agentes ambientais por função FUNÇÕES/QUANTITATIVO DE TRABALHADORES NA FUNÇÃO Almoxarife (3) Auxiliar de Serviços Gerais (60) Auxiliar Operacional (10) Auxiliar Operacional – Operador de Máquina Roçadeira (5) Auxiliar Técnico de Serviços Operacionais – Encarregado (3) Motorista (5) AGENTES Gases Produtos químicos Vapores Calor radiante Ruído Gases Produtos químicos Vapores Bactérias Fungos Protozoários Vírus Calor radiante Ruído Gases Produtos químicos Vapores Calor radiante Ruído Gases Produtos químicos Vapores Calor radiante Ruído Ruído Gases Vapores EXPOSIÇÃO Habitual e não permanente Habitual e permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Habitual e permanente Habitual e permanente Intermitente Intermitente Intermitente Habitual e não permanente Habitual e não permanente Eventual Eventual Eventual FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 Fonte: Autor da pesquisa, 2014. Por meio da análise qualitativa in loco dos métodos de trabalho desenvolvidos pelos colaboradores da empresa, foi possível, por meio do diagrama de Ishikawa, avaliar as causas/fontes geradoras dos agentes ambientais. A Figura 8 mostra, como exemplo, esta estratificação para os riscos físicos. Figura 8 – Representação das causas/fontes geradoras dos agentes físicos Fonte: Autor da pesquisa, 2014. Diante da análise feita por meio do diagrama de Ishikawa, pode-se observar que os trabalhadores da empresa em estudo estão expostos a agentes físicos, relacionados ao ambiente de trabalho e às máquinas utilizadas na empresa. Da mesma forma, foram analisadas as causas/fontes geradoras dos agentes químicos, verificando que os trabalhadores da empresa realizam atividades em ambientes empoeirados, com presença de gases e vapores, como também fazem uso de produtos químicos em geral. Além disso, pode-se visualizar, por meio do diagrama de Ishikawa, que as causas/fontes geradoras dos agentes químicos estão relacionadas, diretamente, ao ambiente de trabalho e às matérias-primas/insumos utilizados pelos trabalhadores na empresa. De forma análoga, foi verificado que os trabalhadores da empresa em estudo também estão expostos a agentes biológicos relacionados ao ambiente de trabalho da empresa, já que os FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 mesmos realizam atividades de limpeza em banheiros e ambulatórios, coleta de resíduos em toda a área da empresa, como também, a desobstrução de esgotos e sanitários. 4.1.3 Plano de melhoria Diante da análise das causas vistas anteriormente, foi proposto à empresa em estudo ou plano de melhoria, visando ao controle dos agentes físicos, químicos e biológicos encontrados. Tal plano de melhoria foi elaborado utilizando-se o método 5W + 1H, no qual foram propostas ações relacionadas ao controle dos riscos ambientais, com o objetivo de prevenir a probabilidade de ocorrência de acidentes do trabalho. As ações propostas foram priorizadas após reuniões com o SESMT. As principais ações do plano de melhoria enviadas para aprovação e posterior implantação pela diretoria da empresa em estudo estão apresentadas na Figura 9. Figura 9 – Principais ações do plano de melhoria FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 O que? Elaborar programa de inspeções de segurança. Elaborar programa de Diálogo Diário de Segurança (DDS). Elaborar ordens de serviço das funções. Divulgar as ordens de serviço. Quem? PLANO DE MELHORIA Onde? Quando? Engenheiro de Segurança Escritório da empresa em estudo Engenheiro de Segurança Escritório da empresa em estudo Engenheiro de Segurança Técnico de Segurança Escritório da empresa em estudo Auditório da empresa em estudo Por quê? Como? 14/07/14 Prevenir acidentes. Verificando máquinas, equipamentos e instalações que precisam de inspeções periódicas. 14/07/14 Transmitir informações relevantes à força de trabalho sobre segurança. Incluindo temas compatíveis com os riscos identificados. 15/08/14 09/09/14 Transmitir informações aos colaboradores sobre os riscos ambientais inerentes a sua função, os agravos à saúde, os meios para preveni-los e as medidas de controle adotadas. Transmitir informações aos colaboradores sobre os riscos ambientais inerentes a sua função, os agravos à saúde, os meios para preveni-los e as medidas de controle adotadas. Realizando observações in loco das atividades desenvolvidas pelos colaboradores da empresa em estudo Através de treinamentos de segurança. Fonte: Autor da pesquisa, 2014. O plano de melhoria foi aprovado pela direção da em estudo em junho de 2014 e as quinze ações foram colocadas em prática, permitindo, desta forma, avaliar a efetividade do mesmo quanto a sua implementação e ao impacto deste na qualidade de vida laboral dos que fazem a empresa. 4.1.4 Execução do Plano de Melhoria Proposto Aprovado o plano de melhoria, tornou-se possível a efetiva implementação das ações traçadas, passando-se, assim, ao segundo estágio do ciclo PDCA, que é a execução do plano proposto. As ações foram realizadas e, ao longo da execução do plano, foram acompanhados os resultados com o intuito de se avaliar a efetividade do plano de melhoria implementado, passando-se, em seguida, para a próxima fase do ciclo, a verificação. 4.1.5 Verificação FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 O terceiro estágio do ciclo PDCA é a verificação. Nesta etapa, foi avaliada a efetividade da implementação do plano de melhoria por meio da análise dos resultados alcançados durante o período de estudo, sempre comparando-os aos resultados do período anterior à aplicação do PDCA. A supervisão da empresa em estudo, juntamente com seu SESMT, realizam todos os meses reuniões de análise crítica com a finalidade de avaliar e acompanhar se as ações estão gerando resultados positivos, como também coletam informações referentes às dificuldades encontradas durante a implementação do plano por parte dos responsáveis. Estas reuniões são de extrema importância para o funcionamento do ciclo PDCA, já que é a partir delas que a supervisão e o SESMT avaliam os resultados, propondo ou não novas ações, com o intuito de reduzir o número de acidentes de trabalho através da gestão dos riscos ambientais. A Figura 10 mostra o número de acidentes ocorridos na empresa em estudo no ano de 2013 antes da implementação do plano. Figura 10 – Acidentes ocorridos no ano 2013 Fonte: Autor da pesquisa, 2014. A empresa em estudo estipulou como meta de ocorrência de acidentes para 2013 um total de 04 acidentes de trabalho. No entanto, ao término do ano foram registrados 08, o dobro do número de acidentes estabelecidos como meta. Semelhante à Figura 10, a Figura 11 mostra o número de acidentes de trabalho ocorridos na empresa em estudo no ano de 2014. Figura 11 – Acidentes ocorridos no ano 2014 FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 Fonte: Autor da pesquisa, 2014. Constata-se, a partir da análise das informações mostradas na Figura 11, redução significativa no número de ocorrências de acidentes de trabalho com os colaboradores da empresa em estudo após a implementação do plano de melhoria proposto, ressaltando, inclusive, o atingimento da meta. De janeiro a outubro do ano de 2013, ocorreram 07 acidentes de trabalho, ao passo que, neste mesmo período, no ano de 2014, houve 04 acidentes de trabalho, uma redução de 42,85% no número de acidentes em relação ao mesmo período do ano anterior. Outro fator importante é que, a partir de julho de 2014, mês em que começaram a ser implantadas as ações do plano de melhoria, não houve nenhuma ocorrência de acidente de trabalho, o que mostra a efetividade do plano proposto e a aplicabilidade do PDCA para gestão de riscos de SST. Além dos resultados relacionados ao número de ocorrências de acidentes de trabalho foram analisados, por meio de auditorias, o número de desvios nas frentes de serviço nos meses de julho a outubro de 2014, conforme mostrado na Figura 12. Figura 12 – Número de desvios nas frentes de serviços FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 Fonte: Autor da pesquisa, 2014. Pode-se observar na Figura 12 que, nos meses de julho e agosto, o número de auditorias negativas (com desvios relacionados ao uso de EPI, cumprimento de procedimentos e outros) foi maior do que o número de positivas (sem desvios) e que, à medida que o plano foi implementado, este quadro se inverteu, o que demonstra um maior comprometimento por parte dos colaboradores em relação às questões de SMS, resultado dos treinamentos e de outras ações de sensibilização, presentes no plano de melhoria. Comprovada a eficácia do plano de melhoria implementado, no próximo item, será apresentado o último estágio do ciclo PDCA, onde serão corrigidos alguns problemas, bem como será proposto o plano de padronização para garantir que os processos produtivos sejam feitos de forma padronizada a partir de então. 4.1.6 Ação corretiva No estágio de ação corretiva, foram analisados os resultados positivos e a aprimorar do plano de melhoria. Para as ações que geraram resultados positivos, o método e os procedimentos adotados deverão ser mantidos, com o objetivo de conservar os resultados dentro de níveis FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 aceitáveis. Caso contrário, se os resultados não foram satisfatórios, deverão ser adotadas novas ações corretivas. Diante dos resultados apresentados, observou-se uma redução significativa no número de acidentes de trabalho ocorridos após aplicação do plano de melhoria, o que demonstra a eficácia do plano proposto para a redução dos acidentes de trabalho. No entanto, observou-se, através das auditorias nas frentes de serviço, que o número de desvios relacionados à EPI e a procedimentos ainda é elevado, o que denota a necessidade de uma atenção maior aos fatores comportamentais, aplicando-se ações corretivas voltadas à sensibilização dos colaboradores quanto às questões de SMS. Ações com este foco foram implementadas. Citam-se os treinamentos contínuos por meio de diálogos diários de segurança (DDS) sobre a importância da disciplina operacional na prevenção de acidentes, dentre outras ações que compuseram o plano de padronização proposto, conforme mostra a Figura 13. Figura 13 – Plano de padronização FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 O que? Elaborar procedimento padrão para a atividade de almoxarife. Elaborar procedimento padrão para a atividade de assistente administrativo. Elaborar procedimento padrão para a atividade de auxiliar de serviços gerais. Elaborar procedimento padrão para a atividade de auxiliar operacional. Elaborar procedimento padrão para a atividade de auxiliar operacional – operador de máquina roçadeira. Quem? SESMT SESMT SESMT SESMT SESMT PLANO DE PADRONIZAÇÃO Onde? Quando? Por quê? Para prevenir a ocorrência de acidentes e incidentes nas Escritório da instalações da empresa empresa em 07/01/15 em estudo, de modo a estudo preservar a saúde e segurança dos trabalhadores. Para prevenir a ocorrência de acidentes e incidentes nas Escritório da instalações da empresa empresa em 07/01/15 em estudo, de modo a estudo preservar a saúde e segurança dos trabalhadores. Escritório da empresa em estudo Escritório da empresa em estudo Escritório da empresa em estudo 07/01/15 Para prevenir a ocorrência de acidentes e incidentes nas instalações da empresa em estudo, de modo a preservar a saúde e segurança dos trabalhadores. 07/01/15 Para prevenir a ocorrência de acidentes e incidentes nas instalações da empresa em estudo, de modo a preservar a saúde e segurança dos trabalhadores. 07/01/15 Para prevenir a ocorrência de acidentes e incidentes nas instalações da empresa em estudo, de modo a preservar a saúde e segurança dos trabalhadores. Como? Estabelecendo os requisitos mínimos de segurança para realização de trabalhos de almoxarife. Estabelecendo os requisitos mínimos de segurança para realização de trabalhos de assistente administrativo. Estabelecendo os requisitos mínimos de segurança para realização de trabalhos de auxiliar de serviços gerais. Estabelecendo os requisitos mínimos de segurança para realização de trabalhos de auxiliar operacional. Estabelecendo os requisitos mínimos de segurança para realização de trabalhos de auxiliar operacional – operador de máquina roçadeira. Fonte: Autor da pesquisa, 2014. É certo que a aplicação da gestão de riscos nos ambientes de trabalho da empresa em estudo, através da implementação do plano de melhoria, contribuiu positivamente para prevenir ocorrência de acidentes de trabalho, como também, confirmou a aplicabilidade do ciclo PDCA para a Gestão de SMS. FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 5. Considerações finais A segurança do trabalho é, hoje, vista como um diferencial no mercado globalizado. As empresas para sobreviverem no atual cenário competitivo precisam apresentar resultados positivos em SMS e os empresários devem valorizar o fator humano dentro de suas organizações, proporcionando ambientes de trabalho seguros e salubres aos seus colaboradores. Enfatiza-se que isto se tornou uma das principais prioridades competitivas e, mais ainda, fator significativo para a sobrevivência de uma organização. Diante disso, o estudo mostrou que a aplicação de uma boa gestão dos riscos ambientais presentes nos locais de trabalho permitiu à empresa a possibilidade de alcançar resultados positivos e significativos em SMS, bem como reduzir as ocorrências de acidentes em 42,85% em relação ao mesmo período do ano anterior. A capacitação da mão de obra é outro fator importante na busca por bons e sustentáveis resultados. As empresas precisam investir na capacitação e sensibilização da força de trabalho, de forma contínua, proporcionando cada vez mais o comprometimento de todos com as questões relacionadas à SMS. A elaboração do plano de padronização proposto permitirá que os processos produtivos realizados na empresa sejam sempre feitos de forma padronizada, atualizando os procedimentos sempre que necessário e à proporção que surjam novas melhorias. Implementar a gestão de risco em SMS, principalmente com uso do ciclo PDCA e valorizar o fator humano são itens imprescindíveis para integrar o plano de negócios e gestão da empresa, maximizando os resultados e, por consequência, o sucesso da organização. FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS DE SERGIPE - FANESE – ARACAJU – SERGIPE REVISTA ELETRÔNICA DA FANESE – VOL 4 – Nº 1 – SETEMBRO 2015 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Giovanni Moraes de. 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