o nine / eleven francês

Transcrição

o nine / eleven francês
O NINE / ELEVEN FRANCÊS
Análise de Alvaro de Souza Pinheiro*
Nov 2015
O NINE / ELEVEN FRANCÊS
Análise de Alvaro de Souza Pinheiro*
Nov 2015
RESUMO
O Terrorismo Transnacional Fundamentalista Islâmico, mais uma vez, foi muito
bem sucedido em seus cruéis desígnios em Paris. O “Estado Islâmico”
(IS/ISIS/ISIL/DAESH), 11 meses após o êxito obtido no Jornal Charlie Hebdo, explorou
meticulosamente as críticas vulnerabilidades francesas e numa demonstração ímpar
de Violência Extremista, deu um impressionante banho de sangue em Paris. O ISIS está
focado em três propósitos:
- incitar conflitos regionais com ataques no Iraque e na Síria;
- construir laços táticos com grupos jihadistas capazes de conduzir operações militares
nas áreas do Oriente Médio e África do Norte;
- inspirar e, algumas vezes, apoiar decisivamente, células simpatizantes do ISIS a
conduzir ataques no Mundo Ocidental.
Segundo a analista Harleem Gambhir, do INSTITUTE FOR STUDY OF WAR, “é por
meio destes afiliados regionais e por meio da criação do caos ao redor do mundo, a
organização será capaz de expandir e, talvez, incitar a guerra apocalíptica”. “FOREIGN
FIGHTERS” (Combatentes Estrangeiros) identificados como “LONE WOLVES” (Lobos
Solitários) têm respondido com assaltos relativamente de baixa tecnologia,
fuzilamentos, tomada de reféns, golpes de mão no estilo Comandos, que tendem a
obter uma boa dose de atenção. “A Al Qaeda sempre quis realizar ataques
espetaculares, porém, o ISIS reverteu isso”, diz Patrick M. Skinner, um antigo Agente
de Operações da C.I.A. “Eles não realizam ataques espetaculares. Eles realizam ataques
que geram espetacular reação.” Este Ensaio pretende analisar o recente atentado de
novembro 2015, em Paris, destacando relevantes ensinamentos colhidos disponíveis
em ambos os lados.
Palavras-chave: Terrorismo Transnacional. Violência Extremista. Guerra Apocalíptica.
“Combatentes Estrangeiros”. “Lobos Solitários”.
ABSTRACT
The Islamic Fundamentalist Transnational Terrorism, once again, was very
successful in its cruel designs in Paris. The Islamic State (IS/ISIS/ISIL/DAESH), eleven
months after the success at the Journal Charlie Hebdo, exploited accurately critical
1
French vulnerabilities again, and, on an unique demonstration of Violent Extremism,
gave an impressive bloody bath in Paris. ISIS is focused in three purposes:
- inciting regional conflicts with attacks in Iraq and Syria;
- building tactical relationships with jihadists groups able to carry out military
operations across the Middle East and North Africa;
- inspiring, and sometimes support decisively, ISIS sympathizers cells to conduct
attacks in the Western World.
Harleen Gambhir, an analyst at the INSTITUTE FOR STUDY OF WAR says that
“through these regional affiliates and through efforts to create chaos in the wider
world, the organization will be able to expand, perhaps incite, a global apocalyptic
war”. FOREIGN FIGHTERS so-called LONE WOLVES have responded to these calls with
relatively low-tech assaults, shootings, hostage taking, hit-and-runs Commando Style;
that tend to get a lot of attention. “Al Qaeda always wanted to do spectacular attacks;
but, ISIS has reversed it”. Says Patrick M. Skinner, a former C.I.A. Operations Officer.
“They don’t do spectacular attacks. They do attacks that generate spectacular
reaction.” This essay intends to analyze the recent November 2015 attack in Paris,
underscoring the relevant lessons learned available in both sides.
Key words: Transnational Terrorism. Violent Extremism. Apocalyptic War. “Foreign
Fighters”. “Lone Wolves”.
1. INTRODUÇÃO
11 meses depois do bem sucedido atentado perpetrado contra o Jornal CHARLIE
HEBDO, o Estado Islâmico (Islamic State of Iraq and Syria - ISIS), organização sunita
fundamentalista islâmica, assumiu, por meio de um pronunciamento escrito, enviado
48 horas após a execução do atentado, ao Jornal francês Le Monde, a inteira
responsabilidade pelos contundentes e, mais uma vez, muito bem sucedidos ataques
perpetrados na noite de sexta-feira, 13 de novembro próximo passado.
O ISIS, já vinha se consagrando, desde 2013, como o condutor de uma
Campanha inédita de Guerra Irregular (uma verdadeira Revolução de Táticas,
Técnicas e Procedimentos – TTP, jamais presenciada), ao aplicar com significativas
eficiência e eficácia os seus originais e inéditos fundamentos de MANOBRA E
TERROR, desdobrando seus meios, ao longo dos corredores de mobilidade –
balizados pelos Rios Eufrates e Tigre - na conquista e manutenção de acidentes
capitais (incluindo cidades estrategicamente posicionadas como Mossul, Tikrit e
outras) que estão lhe propiciando controlar efetivamente uma parcela significativa
dos territórios do Iraque e Síria. Destaque-se que, apesar de toda essa capacitação
2
extremamente original e inédita de poder de combate convencional, não abre mão
de permanecer como a mais poderosa FORÇA IRREGULAR de todos os tempos.
O ISIS, liderado por Abou Bakr– al -- Baghdadi, que tem como seu grande
objetivo o estabelecimento do CALIFADO ISLÂMICO (cuja base seriam os territórios
nacionais do Iraque e da Síria), indubitavelmente, caracteriza suas ações por uma
violência tremendamente exacerbada, materializada por demonstrações de
barbarismo, verdadeiros mises en scéne, de grande repercussão estratégica, que vão
desde decapitações públicas isoladas até assassinatos coletivos, verdadeiros
genocídios de grandes massas humanas totalmente indefesas e submissas.
O presente ataque a Paris foi perpetrado por um grupo de 9 FOREIGN FIGHTERS ,
excepcionalmente adestrados e criteriosamente liderados que, portando fuzis russos
AK-47 Kalashnikov 7.62 mm e granadas de mão, numa ação ofensiva coordenada,
controlada e sincronizada, nos mínimos detalhes, fracionaram-se em pequenos
efetivos de 1, 2, 3 e 4 irregulares, atacando 7 objetivos em diferentes sítios, quase
que simultaneamente, caracterizando de modo inequívoco, no espaço de 3 horas,
uma muito bem executada CAMPANHA DE TERROR SUICIDA. Foreign Fighters que
conforme reportes da Inteligência de diversificados países, seguindo diretrizes da
cúpula do movimento, estão, desde há muito, infiltrando-se nos seus países alvos.
O Objetivo Estratégico a ser atingido, segundo o pronunciamento enviado à
imprensa francesa era punir o Governo Francês pela sua “infame” participação na
coalizão liderada pelos EUA para destruir, nos territórios da Síria e do Iraque, o poder
de combate do ISIS, com base em ações do Poder Aeroespacial. O referido
comunicado ainda ressalta que o presente atentado deve servir como um alerta a
todas os países “infiéis” que, no seu devido tempo, também sofrerão retaliações
dessa natureza.
O resultado final em termos de baixas letais e não letais não deixa nenhuma
dúvida sobre o êxito obtido: até o dia 19 Nov - 129 mortos e 352 feridos, ainda
internados na rede hospitalar parisiense, 99 dos quais em condições críticas.
Indubitavelmente, o traumático impacto psicológico que atropelou não apenas a
França, mas também toda a União Europeia e o Mundo Ocidental, em função da
disseminação intensiva do choque, do horror e da sensação de impotência,
constituiu-se numa catástrofe de grande vulto, comparável à desencadeada pela Al
Qaeda no território continental dos EUA, em 11 de setembro de 2001 – o trágico,
contundente e inesquecível NINE/ELEVEN (3 000 mortos).
2. CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS E MODUS OPERANDI (TTP)
O desencadeamento do muito bem coordenado, controlado e sincronizado
ataque teve início às 21:17h, com a detonação de 3 explosões num bar próximo ao
3
Stade de France, aonde, ocorria um jogo de futebol amistoso entre as seleções
nacionais da França e da Alemanha, com a presença do Presidente da República,
François Hollande. Estas explosões foram efetuadas por 3 terroristas portando
coletes explosivos (homens–bomba), que os acionaram fora do estádio, por terem
sido impedidos pela segurança em presença de adentrar o estádio. Estas explosões
resultaram na morte dos 3 terroristas suicidas, um transeunte morto e 32 feridos.
Este evento, provavelmente, seria a ação principal a ser realizada. Ato contínuo às
três detonações, o Presidente Hollande foi evacuado do Stade de France, enquanto
toda a massa de espectadores presentes ao jogo aguardou que a Gendarmerie
Nationale estabelecesse uma área de controle para permitir a retirada em segurança
desta massa.
Às 21:20h, 2 terroristas abriram fogo contra os frequentadores do restaurante
Le Carillon e, ato contínuo, no restaurante Petit Camboge, ambos na Rue Alibert.
Destas ações resultaram 18 mortos (e feridos).
Às 21:30h, 2 terroristas abriram fogo sobre transeuntes da Avenue de la
Republique, resultando 8 mortos e feridos. Prosseguiram abrindo fogo contra os
clientes da pizzaria La Cosa Nostra, resultando mais 5 mortos (e mais feridos).
Às 21:40h, 2 terroristas desencadearam um tiroteio sobre frequentadores do
café La Belle Équipe, na Rue de Charonne, resultando 23 mortos (e feridos).
Às 21:45h, uma explosão acionada por 1 terrorista suicida na Cervejaria
Comptoir Voltaire, no Boulevard Voltaire culminou com sua morte e mais de 20
feridos.
Às 21:50h, 4 terroristas assaltam o Teatro Bataclan (1500 assentos-lotação
completa), aonde ocorria um show da Banda Eagles of Death Metal, aos berros de
“UALLAH AKBAR”- “Alá é Grande!” Numa ação de choque premeditada para chamar
o máximo de atenção, fizeram 110 reféns. Passadas duas horas, empregando seus
fuzis AK-47 e granadas de mão desencadearam a eliminação sumária de 82 destes
reféns, fazendo um grande número de feridos; todos inocentes. 3 dos 4 terroristas
suicidaram-se com cargas explosivas por eles conduzidas, e um quarto foi eliminado
quando da invasão da polícia. Este evento, em função do número de baixas que
resultou, acabou se transformando na Ação Principal da Campanha de Terror
planejada.
Às 21:55h, 1 terrorista suicida aciona a carga explosiva por ele conduzida,
causando mais de 15 feridos na lanchonete McDonald’s, em Saint Denis.
Segundo reportes técnicos das autoridades francesas, foram utilizados
explosivos Triacetona Triperoxida (TATP), elaborados como Improvised Explosives
Devices (IED), uma mistura de peróxido de hidrogênio e acetona, com os ácidos
4
sulfúrico, nítrico e hidroclórico; substâncias químicas disponíveis em
estabelecimentos especializados comerciais. Este tipo de IED é altamente instável e
extremamente sensível ao calor e ao choque, especificidades que deixam claro que
experts extremamente experimentados foram utilizados para a produção dos coletes
explosivos a serem conduzidos pelos terroristas suicidas, todos dotados de uma
impositiva estabilidade de só detonarem quando para isto acionados.
O Foreign Fighter Abdelhamid Abaaoud, 27 anos, belga de origem marroquina,
exercia a relevante função de coordenador de atentados em Paris, a partir da Síria.
Morando já há 2 anos em Molenbeek, bairro extremista num subúrbio de Bruxelas,
tornou-se um dos maiores recrutadores de europeus para o Estado Islâmico. Foi
julgado à revelia por um tribunal belga, em julho, por atividades subversivas, sendo
condenado a 20 anos de prisão. Foi identificado como o Líder do presente atentado
(verdadeiro cérebro da Operação), tendo escapado com vida e que, em 18 Nov,
estava sendo objeto de uma busca de grande intensidade (inicialmente, pensava-se
que teria retornado à Síria). Busca que culminou com sua eliminação. A possibilidade
do Líder estar vivo e na área, estimulava a ocorrência, a curto prazo, de um novo
atentado
Na medida em que desenvolvem-se as investigações, todos os perpetradores
estão sendo identificados, até porque na sua maioria já estavam fichados em
diferentes países da Europa (inclusive na França e na Bélgica). Não há dúvidas de que
uma Rede Subterrânea/de Sustentação ao Terror apoiou cerradamente as ações
terroristas realizadas. No que se refere às TTP empregadas, mais uma vez, uma
pequena célula do ISIS, constituída por 9 Foreign Fighters (estrangeiros de diferentes
origens, franceses, belgas e franco-belgas; 8 deles mortos (inclusive o Líder) e 1
outro integrante da célula, foragido) experimentados nos campos de batalha de
Iraque e/ou Síria, e excepcionalmente adestrados em Ações tipo COMMANDO
STYLE, desenvolveu um planejamento meticuloso tanto logístico quanto operacional.
O apoio logístico se fez eficiente e eficaz quando supriu a célula terrorista com
documentação falsificada (que lhes permitiu circular com segurança por diferentes
países e diferentes meios de transporte); disponibilização de viaturas alugadas (a
parte final da Infiltração na França foi feita a partir da Bélgica), dotação de
armamento, munição, explosivos e material de comunicações (e respectivos
depósitos secretos de suprimento - cachés); e a ocupação de áreas de homizio em
número e localização criteriosamente levantados.
Na parte operacional, no que se refere à Manobra, ficou claro pelo
desencadeamento das ações que todas estavam muito bem coordenadas,
controladas e sincronizadas, em termos de tempo, espaço e finalidade. Há que se
destacar a seleção dos diversos alvos da CAMPANHA (suas características e posição
relativa entre si); bem como a sequência com que foram abordados, e a distribuição
5
das responsabilidades pelas frações. Há que se destacar a flexibilidade demonstrada
pela liderança da célula, no emprego da fração responsável pela ação no Bataclan,
quando do impedimento de adentrar o Estádio, da fração responsável pela ação no
Stade de France, tornando o Teatro Bataclan, o ALVO PRINCIPAL DA CAMPANHA. Os
reconhecimentos mostraram-se impecáveis, levando-se em consideração a
indispensável manutenção do sigilo e a mobilidade com que as frações deslocaramse e abordaram os diferentes objetivos, todos assaltados aproveitando-se, em sua
plenitude, do indispensável fator SURPRESA (o que aumentou o número de baixas
decisivamente). Tudo isso permite estimar-se a realização de ensaios muito bem
conduzidos.
Planejamentos e preparações dessa natureza são criteriosamente realizados e,
não raro, o espaço de tempo que demandam é de longo prazo.
Toda essa narrativa logística / operacional – desde a definição do ATENTADO
SUICIDA; criteriosa definição do OBJETIVO ESTRATÉGICO; definição da CAMPANHA
DE TERROR (vários alvos simultaneamente atacados); adoção da Ação tipo
COMMANDO STYLE; seleção de SOFT TARGETS (alvos de menor vulto); emprego de
EFETIVO REDUZIDO (“Lone Wolves”); BUSCA PELO MAIOR NÚMERO DE BAIXAS
(quanto mais destruição melhor); e EXPLORAÇÃO MÁXIMA DA PROPAGAÇÃO DO
TERROR (Tecnologia da Informação) – possibilita, de forma inequívoca, a
identificação do MODELO MUMBAI ATTACK (26 a 28 Set 2008), materializado
naquela oportunidade pela Organização Sunita paquistanesa Lashkar-al-Taiba, então
filiada à Al Qaeda.
O ISIS tem demonstrado, na sua macabra trajetória terrorista plena de êxito,
ser um fidedigno seguidor do MODELO MUMBAI ATTACK!
Uma característica ímpar dos atentados terroristas do ISIS é a CAPACITAÇÃO
MILITAR NÃO CONVENCIONAL de alto nível expressa tanto nos planejamentos
quanto nas execuções. E, na atualidade, fruto das mais recentes experiências,
solidificou-se um consenso geral nos 5 continentes, de que quanto mais evoluída é a
capacitação militar das células terroristas, mais impositiva se torna a presença de
Forças Contraterrorismo (FCT) das Forças Armadas (com prioridade sobre as FCT
policiais ) para a sua neutralização.
Nesse contexto, na madrugada do dia 18 Nov, 50 elementos das Forças
Especiais do Exército Francês (FEsp Ex francês) foram incorporados à caçada tendo
como objetivo a neutralização (por captura e/ou eliminação) do Líder Abdelhamid
Abaaoud que, segundo consta, não teria retornado à Síria, e estaria homiziado na
região de Saint Denis, ao Norte de Paris, apoiado por elementos da Rede de
Sustentação (mais um indício de que outros atentados poderiam ser
desencadeados). Segundo Analistas de diferentes origens, esta é a primeira vez que
6
uma Operação Conjunta dessa natureza (integrando FEsp Ex – Escalão de Assalto e o
GIGN – Escalão de Segurança) é desencadeada na França.
Por volta de 02:00h de 18 Nov, um intenso tiroteio veio a ocorrer num prédio
em Saint Denis, que, segundo consta, estava o apartamento que constituiu-se numa
das áreas de homizio da célula terrorista (exatamente a do Líder da ação). Nessa
confrontação conduzida pelas FEsp do Ex francês, resultou a morte de 2 elementos ,
o Líder Abaaoud e uma mulher (que optou pelo suicídio com um colete de
explosivos) e a captura de 7 elementos suspeitos (aparentemente, integrantes da
Rede Subterrânea/de Sustentação). 3 Operadores de Forças Especiais ficaram
levemente feridos. Esta ação foi desencadeada pela possibilidade da ocorrência, a
curto prazo, de um novo atentado que, segundo consta, seria desencadeado na
região de La Defense (zona nobre de Paris). Dessa forma, tomou-se a iniciativa,
dentro do mais legítimo princípio da PROATIVIDADE; e, tudo indica, esvaziou-se a
possibilidade de um novo atentado, a curto prazo. Consta que o Apoio de
Inteligência em presença teve uma participação significativa da Central Intelligence
Agency- CIA/USA.
3. A REAÇÃO FRANCESA
O Presidente François Hollande em pronunciamento televisivo, pleno de
emoção (refletindo o contundente impacto e a consternação de todo o povo
francês), às 24:00h de 13 Nov, informou a Reunião do Conselho de Ministros, o
desencadeamento, de imediato, do Estado Nacional de Emergência (permanecerá
ativado pelo menos 3 meses); bem como rígidas medidas restritivas foram
determinadas nas fronteiras. Ressaltou que tinha conhecimento de que “esta
sangrenta ação tinha sido definida na Síria, perpetrada por integrantes do Estado
Islâmico, com preparação na Bélgica, e cúmplices franceses.”
Declarou ainda que considerava este atentado como um ato de guerra e que
declarava a “França em guerra contra o Estado Islâmico.” Nesse contexto,
determinou o deslocamento da Nau Capitânea da Esquadra, o Porta-Aviões Charles
de Gaulle e duas fragatas, que se deslocassem do Golfo Pérsico para o Mar
Mediterrâneo, a fim de melhor se posicionar e engajar-se mais decisivamente no
desencadeamento dos ataques aéreos (emprego do poder aeroespacial) sobre as
posições do ISIS.
Determinou ainda o imediato desdobramento das Forças Armadas nos portos,
aeroportos, estações rodo-ferroviárias, ruas, praças, e outras instalações sensíveis
em todo o País. Nos dias 16 e 17 Nov foram executadas 168 incursões investigatórias
em todo o País, estando desdobrados no terreno, em todo o País, 115.000 militares e
policiais. Na madrugada de 18 Nov, ações contraterroristas específicas centradas na
localidade de Saint Denis foram desencadeadas (aonde, inclusive, estaria a Área de
7
Homizio de Abdelhamid Abaaoud). Estas ações, em Saint Denis, eminentemente
PROATIVAS, altamente exitosas pela eliminação do Líder, com certeza, esvaziaram a
possibilidade de um novo atentado, a curto prazo.
Todas estas medidas, ainda que demonstrando que a França não vai submeterse ao terror do ISIS, estavam impregnadas do sentimento que está se “colocando a
tranca numa porta recém arrombada!”.
Nesse contexto, uma confrontação política está em pleno vigor. Enquanto
Hollande deseja continuar recebendo refugiados da Síria e do Iraque; Marine Le Pen,
líder do partido de extrema-direita exigiu “o fim imediato de todo acolhimento de
migrantes na França”.
Há também que se ressaltar que uma “Ordem de Alerta” está ecoando em toda
a União Europeia e no Mundo Ocidental. Uma ideia força é que, mais do que nunca,
faz-se impositivamente necessária uma integração, sobretudo, entre os Sistemas de
Inteligência dos diferentes países (que neste evento, mais uma vez demonstraram
não estarem integrados).
Além da solidariedade hipotecada por um grande número de Chefes de
Estado/Governo, o Presidente Obama, dos EUA e o Primeiro Ministro David
Cameron, do Reino Unido (ambos presentes à Reunião do G-20, em Antália/Turquia)
colocaram-se à disposição, ratificando suas decisivas posições contra o Terrorismo; e
lamentando profundamente o que identificaram como traiçoeira crueldade.
Destaque deve ser dado à declaração do Diretor da Central Intelligence Agency (CIA)
de que o ISIS está, indubitavelmente, planejando novos ataques semelhantes a este,
em outros países.
Há que se destacar também a manifestação do Presidente Putin que defende
ostensivamente uma ação mais agressiva, e que está negociando com Hollande uma
associação inédita, visando constituir uma ação em conjunto com a França contra o
ISIS.
A Presidente Dilma Roussef, também presente à Reunião de Cúpula do G-20,
(numa tentativa de retificar sua catastrófica participação na Abertura Solene da 66ª
Assembléia Geral da ONU, em New York/USA, em 21 de setembro de 2014, quando
lamentou publicamente a ação liderada pelos EUA de combater o Estado Islâmico),
em carta de solidariedade, manifestou seu pesar para com o Presidente Hollande e
reconheceu que, realmente, a ameaça existe, identificando-a como “barbárie
terrorista”. Prosseguiu asseverando que “não basta a ação repressiva, que há
necessidade de outro tipo de gestão, inclusive no campo diplomático...” E, no que se
refere às Olimpíadas do Rio 2016, afastou a hipótese de ameaças terroristas ao
Brasil, que estaria “muito distante deste tipo de problema... E que o foco maior
8
dentro do G-20 é com a Turquia, a Europa e outros países, onde houver e tem havido
ataques.”
4. AS VULNERABILIDADES CRÍTICAS FRANCESAS
Conforme as experiências vivenciadas nos 5 continentes, criou-se um consenso
doutrinário de que as atividades básicas de PREVENÇÃO E COMBATE AO
TERRORISMO TRANSNACIONAL CONTEMPORÂNEO E À VIOLÊNCIA EXTREMISTA são:
O APOIO DE INTELIGÊNCIA, O ANTITERRORISMO, O CONTRATERRORISMO E A
ADMINISTRAÇÃO DE CONSEQUÊNCIAS.
a. INTELIGÊNCIA
Num momento em que o Terror deixa de ser um mero instrumento tático de
derrubada do poder (como era na Guerra Fria), e transforma-se em instrumento
estratégico de Projeção de Poder, avulta a relevância do Apoio de Inteligência, sem o
qual, as demais atividades ficam tremendamente comprometidas. Não é por mera
coincidência que, hoje, entende-se que a primeira linha de defesa dos Interesses
Vitais de um Estado Nacional está no seu Sistema de Inteligência.
E, aí está a primeira grande mãe de todas as demais vulnerabilidades
francesas.
A primeira falha foi a inexistência de uma integração entre as diferentes
Agências de Inteligência europeias. Quando de sua fala ao País, ainda na noite de 13
Nov, François Hollande declarou que tinha conhecimento de que o “Estado Islâmico
iria materializar um atentado contra a França, definido na Síria, preparado na Bélgica
e apoiado por cúmplices franceses”. Porque tal informe não foi aprofundado? Bem
como, porque não se processaram Operações de Inteligência contra os Foreign
Fighters já conhecidos no ambiente operacional (na sua maioria, fichados ou na
França ou na Bélgica - inclusive o líder, ali condenado)?
Falha lamentável (pelo preço em sangue que se pagou) que já havia ocorrido
há 11 meses atrás, no episódio do Jornal Charlie Hebdo.
b. ANTITERRORISMO E CONTRATERRORISMO
Estas atividades são, na atualidade, faces da mesma moeda. Não há como
dissociar as medidas preventivas de caráter defensivo (ANTITERRORISMO-AT), das
medidas ofensivas de caráter repressivo (CONTRATERRORISMO-CT).
No que se refere à Prevenção e o Combate ao Terrorismo, a Gendarmerie
Nationale Française avoca a si a iniciativa de gerenciar incidentes desta natureza.
Para tal, possui uma Unidade específica de OpEsp/CT, o Groupe d’Intervention de la
Gendarmerie Nationale (GIGN).
9
Acontece que, a exemplo das FOpEsp/CT Policiais nos 5 continentes, o GIGN é
eminentemente REATIVO (sua ação fica condicionada à tomada da iniciativa por
parte das células terroristas). Fazendo face a uma organização como o ESTADO
ISLÂMICO, a REATIVIDADE é o retrato do insucesso! Na atualidade, a PROATIVIDADE
é absolutamente impositiva!
Outra vulnerabilidade gravíssima, também comum às FOpEsp/CT Policiais
nos 5 continentes, é a enorme limitação para fazer face a uma Campanha de Terror,
em que se torna impositivo neutralizar várias ameaças operando em diferentes
sítios, simultaneamente (exatamente como ocorreu em PARIS). A rotina policial do
dia a dia provoca uma cultura de fazer face a um incidente terrorista de cada vez. O
que em situações como esta vivenciada em Paris, provoca um tumulto totalmente
fora de controle.
No Teatro Bataclan, a fração responsável terrorista, cumprindo seu
planejamento, premeditadamente, desencadeou uma apreensão de reféns. Cientes
desta iniciativa, o GIGN, ao invés de partir para a neutralização, no mais curto prazo
possível, tentou empreender uma negociação (completamente fora de propósito –
nada há que negociar em atentados suicidas, sobretudo quando lidando com o ISIS),
o que trouxe um atraso tremendamente equivocado e que tumultuou decisivamente
a neutralização da fração terrorista. Esta, aproveitou, com rara propriedade, a falta
de coordenação policial e eliminou, em meio a um macabro cerimonial, um imenso
efetivo de inocentes (88).
Outro aspecto de imensa limitação é que as FOpEsp/CT Policiais operam
totalmente independentes de Forças Antiterrorismo (F AT), o que se verificou em
vários sítios deste Atentado. Quando se fazia necessário, impositivamente, a tomada
de um dispositivo de cerco e isolamento de uma determinada área, os elementos
regulares da Gendarmerie e o GIGN viam-se perdidos no que fazer.
Um aspecto positivo a ressaltar foi a ação contraterrorismo, eminentemente
PROATIVA, desencadeada, pelas FEsp Ex francês na madrugada de 18 Nov. Operação
que, certamente, impediu a eclosão de um novo atentado, a curto prazo. O líder
Abdelhamid foi eliminado por um disparo de um Caçador, postado no edifício em
frente.
Todavia, a resultante desta série de gravíssimas limitações, facilitou
sobremaneira, a ação das pequenas frações terroristas que, por sua parte, estavam
absolutamente conscientes de seu sangrentos desígnios.
Os ensinamentos colhidos são simples, embora demandem adestramentos
realísticos muito bem desenvolvidos. O Apoio de Inteligência deve concentrar-se em
responder aos Elementos Essenciais de Inteligência (EEI) que possibilitem aos
Destacamentos Contraterrorismo (DCT) o planejamento e a execução, nas melhores
10
condições possíveis, da neutralização das células terroristas, AINDA NAS ÁREAS DE
HOMIZIO (por meio de captura e/ou eliminação), antes que alcancem o alvo
objetivo.
Por outro lado, as Equipes dos DCT devem estar adestradas para levantar,
independentemente, a Inteligência de sua necessidade para a consecução da
neutralização das células terroristas. Nesse contexto, não raro, as EqpOpEsp/CT
podem operar em conjunto com as EqpOpIntlg. Tudo sob o
Comando/Controle/Comunicações/Computadores/Inteligência/Vigilância/Reconheci
-mento/Avaliação de Alvos (C4IVRA) do Coordenador da Ação Contraterrorismo
(CACT) que, via de regra, desempenha também as funções de Comandante da Força
Tarefa Conjunta de Operações Especiais (CmtFTCjOpEsp).
Os DCT devem, desde o período de adestramento, ensaiar, tendo sempre
como parceira, a mesma Força Antiterror. Um exemplo típico - no Reino Unido, o 1º
BIPqdt da Bda Pqdt britânica, integra o Comando de Apoio às Forças Especiais,
participando de todos os exercícios do 22º Rgt SAS.
Práticas dessa natureza fazem com que uma FOpEsp/CT (no caso - 22º Rgt
SAS) desempenhe a função de Escalão de Assalto, perfeitamente coberta por uma
FAT (no caso – 1º BIPqdt) desempenhando, de forma plenamente integrada a
função de Escalão de Segurança.
Ensinamentos desta natureza foram implementados em função de
experiências tremendamente negativas, como foi o atentado perpetrado pelo Black
September palestino nos Jogos Olímpicos de Munique, pessimamente administrado
por forças de segurança alemãs; o atentado perpetrado pela Frente Separatista
Chechena à Escola Pública de Beslan, pessimamente administrado pela forças de
segurança russas; o atentado perpetrado pelas Forças Separatistas Chechenas ao
Teatro Municipal de Moscou, pessimamente administrado por forças de segurança
russas; e o atentado perpetrado pela Laskrar-al-taiba paquistanesa em Mumbai,
pessimamente administrado pelas forças de segurança da India.
c. ADMINISTRAÇÃO DE CONSEQUÊNCIAS
Trata-se de uma atividade especializada da Defesa Civil. No que diz respeito à
atuação de ambulâncias e atendimentos de emergência, só há elogios a destacar.
Sobretudo, as equipes de saúde viraram redondo pelo menos 48 horas, sem que o
rendimento dos atendimentos viesse a sofrer qualquer prejuízo.
Há que se destacar a reação altamente compreensiva da população civil sempre
atenta às diretrizes transmitidas pelas autoridades com relação a desobstruir vias de
acesso, evitar determinados sítios, etc. Tudo feito num contexto de imensa dor,
porém, com um moral altamente positivo. Destaque-se que quando necessária a
11
transmissão de informações de alto valor público, a população agigantou-se na sua
cooperação.
Outro momento extremamente tenso foi quando da necessidade de suprir a
rede hospitalar com um suprimento crítico – sangue. Mais uma vez, a população
respondeu de imediato, independentemente de todas as adversidades em presença,
naquele momento. Em suma, uma verdadeira AULA DE EDUCAÇÃO E DE CIDADANIA
para o mundo.
5. CONCLUSÃO
O massacre em Paris na sexta-feira, 13 Nov, que se seguiu aos atentados em
Beirute e à derrubada de um avião russo no Egito – todos reivindicados pelo Estado
Islâmico (EI) - revela uma organização terrorista que ultrapassou todos os
parâmetros de avaliação que uma Força Irregular pode suplantar.
Indubitavelmente, o mundo está decisivamente contra ela; porém, temeroso
de, realmente, enfrentá-la. Primeiramente, foi Barack Obama, convocando o mundo
ocidental para participar da Operação Inherent Resolve, integrando Forças Aéreas de
diferentes países (lideradas pela USAF) na destruição de seus meios de combate. O
tempo passou e a realidade tornou-se clara. Mesmo incrementando o número de
surtidas, o resultado auferido continuou modesto.
Agora, dois novos protagonistas, como uma das consequências do contundente
ataque contra a França, François Hollande e Vladimir Putin comprometem-se a
associar-se no combate contra o ISIS. Porém, nada de novo no front. A estratégia
permanece a mesma, aplicação do Poder Aeroespacial. Uma Força Irregular do atual
porte do ISIS, num ambiente operacional como o Oriente Médio, jamais será batida
unicamente pelo Poder Aeroespacial, por mais poderoso que possa ser.
Os generais da OTAN sabem perfeitamente que somente com “Boots on the
Ground” será possível derrotar esta verdadeira “Hidra com um grande número de
cabeças”. E desdobrar “Boots on the Ground” exige uma liderança que só os EUA
possuem. E, diga-se de passagem que Obama em entrevista na Reunião do G-20
declarou que desdobrar Forças Terrestres contra o ISIS é impensável. Uma alta fonte
do PENTÁGONO ressaltava que se, hoje, fosse desdobrada uma Divisão de Exército
multinacional, enquadrando três Brigadas, seriam necessários pelo menos 3 anos
para bater o ISIS. Evidentemente, Obama não arriscará perder a próxima eleição
numa aventura dessa natureza. Nem pagar com sangue um preço absolutamente
incalculável. Nem ele, nem ninguém!
A perspectiva continuará sendo a realização das surtidas aéreas num
espetáculo típico de uma “Ópera Bufa, protagonizada por Embusteiros”. Menos mal
que as Forças Especiais multinacionais estão decisivamente engajadas, sob o
12
Comando de um Oficial General de duas estrelas das FEsp EUA, Michael Nagata,
conduzindo Forças Irregulares aliadas como os Curdos, Pesh Merga, Pashtun e Xiitas
de diferentes matizes. Ações multiplicadoras de incursão, resgate de reféns,
obtenção de Inteligênciae captura ou eliminação de Lideranças do ISIS. Todas de
grande relevância num Conflito Irregular Assimétrico caracterizado pela
POPULATION CENTRIC WARFARE (Guerra Centrada na População).
Todas essas evidências nos levam a crer que o Islamic State of Iraq and the
Levant (ISIL) está vencendo. E quanto ao terrorismo? Cuja bárbara evolução cresce
aos olhos do mundo, sobretudo pela capacitação de recrutamento de Foreign
Fighters cada vez mais evoluída?
O Terrorismo Transnacional Fundamentalista Islâmico do ISIS será, por muito
tempo, o maior flagelo da humanidade! E a luta contra esta forma de fazer a guerra
exige, a cada dia, mais competência, mais tecnologia e, sobretudo, mais
engenhosidade. Nesta área não há como aceitar a “Ópera Bufa protagonizada por
Embusteiros” (como é típico do Foro de São Paulo), PORQUE O PREÇO EM SANGUE
SERIA CATASTRÓFICO! UM VERDADEIRO CRIME LESA PÁTRIA!
Estamos a menos de 10 meses para o desencadeamento dos Jogos Olímpicos
2016 e o planejamento da Segurança está intensivamente influenciado por amadores
mal intencionados e irresponsáveis, que asseveram que há que se repetir o que foi
feito na Copa do Mundo 2014, “porque nela nada aconteceu” (PATÉTICO)! E, nesse
contexto, somos obrigados a “entubar” um rolo compressor de idiotices, como o tal
de Triunvirato Decisório, Comitês Executivos de Segurança Integrada Regional, etc!
Após a Copa do Mundo de 2010, na África do Sul; os Jogos Olímpicos de
Londres 2012; e os Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi/Russia, em 2013;
consolidou-se universalmente a concepção de que um evento multidisciplinar
interagências de grande porte (como são as Olimpíadas) demanda impositivamente
uma Unidade de Comando que possibilite uma Unidade de Esforços de alto
rendimento.
Só aqui no Brasil, os discípulos do malfadado e insidioso Foro de São Paulo, em
função de suas mal intencionadas motivações de caráter político-ideológico, não
aceitam tal concepção (PATÉTICO)!
O problema é que não há mais lugar seguro no mundo, os Jogos Olímpicos
constituem-se num alvo tremendamente compensador, e o ESTADO ISLÂMICO já se
faz presente na Região da Tríplice Fronteira do Cone Sul!
Porém, há que se ter fé porque, sem dúvida, há luz no fundo do túnel.
13
O nosso brioso, insigne e tradicional COMANDO MILITAR DO LESTE há de
assumir a liderança do processo!
Chega de energia negativa! Que os EMBUSTEIROS MAL INTENCIONADOS sejam
afastados desta arena!
BRASIL ACIMA DE TUDO!
REFERÊNCIAS
A Cronologia dos Acontecimentos e o Modus Operandi da Célula Terrorista foram
baseados nas coberturas das Redes TV Internacionais CBS e CNN.
Fotos da Agência Thomson Reuters Corporate disponibilizadas no Reuters.com.
14
15
16
17
18
19
20
21
*Alvaro de Souza Pinheiro é General de Brigada Reformado. Ex–Comandante das
Forças Especiais do EB; Ex-Oficial de Ligação do EB no US Army Combined Arms
Center/ Fort Leavenworth, Kansas; Ex-Comandante da Escola de Aperfeiçoamento de
Oficiais; Ex-3ºSubchefe do Estado-Maior do Exército (Doutrina e Planejamento
Estratégico). Professor Emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.
Analista Militar especialista em Operações Especiais, Guerra Irregular e Combate ao
Terrorismo e à Violência Extremista, com inúmeros trabalhos publicados no Brasil e
no exterior. Analista não Residente e Membro do Conselho Editorial da Joint Special
Operations University (JSOU)/U.S.Special Operations Command/MacDill Air Force
Base, Florida. Membro Honorário da Associação de Comandos de Portugal e
frequente colaborador da Revista MAMA SUMÉ daquela Associação. Possui a
Medalha do Pacificador com Palma, por bravura em ação com risco de vida na luta
contra a subversão e o terrorismo.
“O Ideal como motivação,
A Abnegação como rotina,
O Perigo como irmão,
A Morte como companheira.”
1º BFEsp/COPESP
Neutralizando Terroristas antes que ataquem!
22

Documentos relacionados

Leer texto completo

Leer texto completo do Iraque de 2003: "um caso prima facie que pode ser feito é que os Estados Unidos são culpados do crime supremo contra a humanidade – que consiste numa guerra ilegal de agressão contra uma nação s...

Leia mais

Ler em PDF

Ler em PDF O artigo propõe a analisar os movimentos denominados Estado Islâmico (ISIS, ISIL, DAESH, IS), segundos visões da chamada Teoria Geral do Estado, identificando elementos de sua estrutura de controle...

Leia mais