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Sumário Editorial 06 Operadores logísticos e parcerias estratégicas, em busca da vantagem competitiva, de Kleber dos Santos Fernandes 10 Saiba como são as melhores práticas logísticas da Ferrero Rocher, da França EXPEDIENTE 12 Você sabe estabelecer prioridades, ,de Daniel Druwe Araújo, 2ª Parte Thelma Almeida Santos - Diretora Executiva Cecília Borges - Editora - Mtb-19.229-SP [email protected] Antonio Carvalho - Editor de Arte Cíntia Luz - estagiária Elenita Senger - Publicidade [email protected] Tradutores: Luiz Macedo - inglês Conselho Editorial - Cristiano Cecatto - Laurent Frédéric Bernard - Nelson Rosário - CPIM, CSCP - Rubens E. Brambilla - CPIM, CIRM, CSCP, P. Eng. Contatos: [email protected] R. Fernandes Moreira, 1166 cep 04716-003 - São Paulo - Brasil Tel: 55 (11) 51 84 17 10 15 A complexidade na gestão da cadeia de abastecimento, de Cristiano Cecatto 17 20 Compras, área estratégica da empresa, de Patrícia Longhi Express – Informações do mercado de logística e supply chain 22 Agenda TODAY Logistics & Supply Chain - 03 vó teresa Editorial Editorial Missão maior uando a revista TODAY Logistics & Supply Chain foi lançada, há quinze Q números tínhamos em mente a divulgação das melhores práticas logísticas e de supply chain para a evolução do segmento e desenvolvimento das empresas, e principalmente para o engrandecimento dos profissio- nais que fazem as companhias. Entretanto, com os bons resultados, nossos objetivos foram ampliados. Percebemos nesse relativamente curto espaço de tempo – e com a constatação do aquecimento global e das nefastas conseqüências – que nossa missão necessitava de maior abrangência. De acordo com pesquisa realizada pelo Anuário Gestão Ambiental 72% das grandes empresas nacionais não têm projetos para reduzir emissões de CO2; 53% das empresas não usam fontes alternativas de energia; 71% das empresas não lançam o passivo ambiental no balanço publicado; 85% das empresas não utilizam papel reciclado. Assim, a revista TODAY Logistics & Supply Chain decidiu lançar o, por enquanto, suplemento TODAY Ambiental. Justamente para que os profissionais de logística e supply chain mirem-se no exemplo das companhias que têm o que contar. O desafio é grande, emergente e ao mesmo tempo fascinante. Certamente descobriremos profissionais apaixonados pelos temas ambientais, tanto como os que encontramos em logística e supply chain. E eles sem dúvida alguma, escreverão e colaborarão com o mais novo canal de comunicação entre informação globalizada e público leitor especializado e altamente qualificado. Nesta edição, temos os artigos: Operadores logísticos e parcerias estratégicas, em busca da vantagem competitiva, de Kleber dos Santos Fernandes; Compras, área estratégica das empresas, de Patrícia Longhi; A com- plexidade na gestão da cadeia de abastecimento, de Crtistiano Cecatto e a segunda parte de Você sabe estabelecer prioridades?, de Daniel Druwe Araújo. Além disso, as informações de mercado e a agenda de cursos para os interessados em crescer e aparecer. Lembramos que a partir deste ano a TODAY Logistics & Supply Chain, depois de um ano de distribuição gratuita, passa a ser oferecida em assinatura anual. Pedimos sua colaboração, leitor, pois com seu apoio podemos consolidar nosso projeto e ir muito mais longe. Leiam, critiquem, contribuam, a revista é sua! Boa leitura! Cecília Borges Editora [email protected] TODAY Logistics & Supply Chain - 04 Logística O p e r a d o r e s l o g í s t i c o s e p a rc e r i a s estratégicas, em busca da vantagem competitiva Consumidores exigentes, compras por impulso, ferramentas de marketing funcionado a todo o vapor no dia-a-dia das cadeias de suprimentos das empresas, necessidade de disponibilidade de produtos com estoques otimizados, gargalos a serem quebrados, trade-offs a serem resolvidos. Quem aparece para o mercado como uma forte vantagem competitiva? A resposta para esta pergunta nos leva a uma ferramenta das cadeias de suprimentos, a Logística. A autoria deste artigo é de Kleber dos Santos Fernandes, professor de Supply Chain Management da Unicid, em São Paulo s empresas necessitam cada vez mais de vantagem competitiva. Diante deste quadro a Logística aparece como uma fatia muito importante dentro das estratégias das empresas. Fazer logística não é fácil, muitos confundem os conceitos e protagonizam uma verdadeira sopa de letrinhas com expressões norteamericanas adaptadas ao nosso idioma. Transportadoras estampam em seus caminhões expressões como just in time, supply chain management, know-how... e muitas vezes oferecem o conjunto de atividades denominado logística, sendo que na verdade realizam apenas uma etapa deste pro- A cesso – o transporte. Cada segmento requer processos e operações mais enxutas, e como não seria diferente economia de tempo. Sabemos que o tempo não pode ser armazenado, porém podemos ganhá-lo para outras atividades; se economizamos em uma atividade, podemos dedicar o tempo adquirido para outras que se encontram abandonadas ou potencialmente pouco aproveitadas. Uma combinação perfeita seria a busca incessante de cumprir os lead times de seu segmento, executando um correto just-in-time, a fim de obter como resultado final o valioso tempo. A Logística, com seu conjunto de atividades: armazenar, transportar e distribuir, tem como objetivo a perfeita execução de suas operações e aparece como o facilitador para TODAY Logistics & Supply Chain - 06 a conquista do valioso tempo. Muitas empresas encontram dificuldades e até mesmo desconhecimento para execução desta atividade vital para o perfeito funcionamento dos objetivos e metas estabelecidos por seus diretores e gerentes. Diante deste quadro fica evidente que a Logística trabalha para suprir as expectativas dos dois lados das cadeias de suprimentos, empresas e clientes. A figura do operador logístico ganha força no nosso País, pois as companhias precisam de ótimos resultados logísticos e estão optando em investir em suas parcerias com as empresas especializadas e detentoras do conhecimento, bem como tecnologias para atender na hora certa, no lugar certo e na quantidade certa! Ao longo dos últimos anos percebemos o forte crescimento dos operadores logísticos em nosso território nacional, com presença de empresas nacionais e estrangeiras, focadas em vários segmentos. Podemos citar alguns exemplos muito praticados. Multi-Clientes: Operadores logísticos detentores de instalações e tecnologias aptas a receberem vários clientes, gerenciando suas necessidades logísticas, a partir de um mesmo armazém, compatibilizando ou segregando produtos, oferecendo áreas específicas de armazenagem, como por exemplo áreas climatizadas e/ou refrigeradas. As empresas que trabalham com operadores nesse formato apontam fortes reduções de seus custos operacionais. In-Company: Operadores logísticos que assumem a gestão da Logística dentro de seu próprio cliente, utilizando-se de suas instalações, podendo ou não oferecer a tecnologia também. Muitas vezes a empresa possui o departamento de Logística, mas não está em seu core business executar a arte de armazenar, distribuir e transportar, e visualiza a necessidade de entregar a gestão para especialistas, otimizando os seus resultados uma vez que o que se espera desta etapa são resultados como pontualidade e acuracidade. TODAY Logistics & Supply Chain - 07 Full-Dedicated: Operadores Logísticos que oferecem o Centro de Distribuição para um único cliente, onde operador e cliente desenvolvem uma gestão integrada no gerenciamento da logística. A participação da empresa foco neste formato é ativa, estan- Logística do ela totalmente dedicada à operação, mas com a mão-de-obra terceirizada na operação e mantendo as tomadas de decisão sob o seu domínio. A possibilidade de perda de informações-chave se torna muito reduzida, pois diferentemente dos outros dois formatos o planejamento é da empresa foco. Em visita realizada a França em novembro de 2006, juntamente com a equipe da TODAY Logisticis, tive a oportunidade de comparar Operações Logísticas de diferentes empresas. O que ficou claro na nossa visita foram os ótimos resultados observados nas companhias que operavam sua logística com Operadores Logísticos. A figura do operador transforma a empresa foco em um cliente interno. Ao optar pela contratação de um operador logístico a empresa precisa entender que gestão do conhecimento e fortes investimentos em tecnologias serão fundamentais para esta parceria estratégica alcançar o sucesso. Muitos operadores oferecem soluções e otimizações inteligentes para empresas que necessitam de cuidados e necessidades especiais para os seus produtos, ou simplesmente necessitam de ajuda para fazer com que o seu produto chegue com qualidade no seu destino final. O relacionamento entre a empresa foco e o operador logístico deve sustentar a sua relação em uma expressão já muito conhecida, mas pouco aplicada, trabalho colaborativo. Quando pensamos em trabalho colaborativo devemos buscar a total homogeneidade nas operações. A empresa foco deve absorver este operador como uma célula de sua cadeia de suprimentos. O fato de a empresa foco ser o cliente do operador não deve distanciá-lo das operações e totais particularidades de seu produto. O mercado apresenta ótimos operadores logísticos que desenvolvem contratos de prestação de serviço, praticamente fundindo as duas empresas, e dedicando-se a um único objetivo atender o cliente de primeira camada da empresa foco. Conclusão: Durante visitas, experiências profissionais e acadêmicas com operações logísticas visualizei nas empresas que utilizam os serviços de Operadores Logísticos especializados e comprometidos com a marca de seus clientes, excelentes resultados em seus processos de armazenagem, transporte e distribuição de seus produtos. As companhias apresentam satisfação de todos os envolvidos e desenvolvem o correto conceito de Gestão Integrada do Processo Logístico, onde as empresas envolvidas focam e centralizam as suas atividades no seu core business, caminhando para a aqui- necessário para produção de um lote de produção. supply chain management, processos e funções que envolvem fornecedores-clientes e ligam empresas desde a fonte inicial de matéria prima até o ponto de consumo do produto acabado. As funções dentro e fora de uma empresa que garantem que a cadeia de valor possa fazer e providenciar produtos e serviços aos clientes. trade-offs: representa uma relação de incompatibilidade, em que a melhoria de uma dimensão necessariamente leva a uma perda em outra. sição de vantagem competitiva de seu produto no mercado. Anexo: core business: Expressão que define algo relativo ao próprio negócio ou especialidade no negócio da empresa cross-docking: operação de rápida movimentação de produtos acabados para expedição, entre fornecedores e clientes, chegou e já sai, não gerando armazenagem. Just-in-time atender ao cliente interno ou externo no momento exato de sua necessidade, com as quantidades necessárias para a operação/produção. know how conjunto de conhecimentos práticos não patenteados, decorrentes da experiência do Franqueador e por ele testado. É secreto, substancial e identificado. lead time: tempo que decorre entre o instante de entrada de um item no sistema até o instante de saída deste item do sistema. Tempo que uma peça leva para mover-se ao longo de todo um processo ou um fluxo de valor, desde o começo até o fim. Tempo TODAY Logistics & Supply Chain - 08 Referências bibliográficas PIRES, R.I.: Silvio. Gestão da Cadeia de Suprimentos. Atlas S.A, São Paulo, 2004. COUGHLAN, Anne T. Canais de Marketing e Distribuição / Anne T. Coughlan, Erin Anderson, Louis W. Stern e Adel I. El-Ansary; trad Lucia Simonini – 6 ed. – Porto Alegre: Bookman, 2002 PAIVA, Ely Laureano: Estratégia de Produção e de Operações / Ely Laureano Paiva, José Mário de Carvalho Jr e Jaime Evaldo Fensterseifer.-Porto Alegre: Bookman, 2004. VICENTE, José: Gestão Logística do Transporte de Cargas / José Vicente CaixetaFilho, Ricardo Silveira Martins,: São Paulo: Atlas, 2001. Autor: Prof. Kleber dos Santos Fernandes é Pós Graduado em Logística e Supply Chain pela Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), especializado em Varejo e Logística na Youngstown State University (YSU), formado em Farmácia Industrial pela Universidade de Mogi das Cruzes, Professor de Supply Chain Management da Universidade Cidade de São Paulo – (UNICID) e Farmacêutico Responsável de Logística das empresas BASF e EBAMAG. Case Ferrero Rocher Mundialmente gostoso É o nome Ferrero Rocher, fabricante das guloseimas Kinder Ovo, Tic-tac, bombons Kinder, entre tantas outras. A primeira visita técnica Benchmarking TODAY levou um grupo de brasileiros à Europa para conhecer as melhores práticas logísticas e de supply chain. Nesta etapa, visitamos o CD da Ferrero Rocher, na França ra final de novembro, a temperatura média dos dias oscilava entre 5º e 10ºC, tempos fechados, chuvosos, final de outono na Europa. As peruas Volvo XC90 rodavam macias pelas estradas do interior do oeste da França, a Normandia. Na noite anterior, havíamos chegado, jantado e dormido em Rouen, só tendo a percepção noturna do local onde estávamos. Na manhã seguinte, muita fria, vimos uma cidade limpa, próspera e orgulhosa de seus pontos turísticos como a Cathédrale Notre-Dame, pintada por Monet e de ser o berço de Gustave Flaubert, o romancista (1821-80), que nasceu e cresceu em Rouen, que usou a cidade como pano de fundo para as cenas de sua obra-prima Madame Bovary. Em Rouen também fica a filial fran- E TODAY Logistics & Supply Chain - 10 cesa da Ferrero Rocher. Gregory Debuchy, gerente das atividades logísticas da companhia recebeu a equipe de brasileiros e contou que a forte sazonalidade das vendas é uma importante característica da companhia no mundo todo. “Somos muito criteriosos com a qualidade dos nossos produtos e isso inclui não só a sua produção, como o manuseio, a armazenagem e a distribuição”. Debuchy frisou que a época de maior consumo dos bombons está entre o Natal e a Páscoa, sendo as duas datas referentes a picos de demanda, a primeira pelas baixas temperaturas e a segunda pela tradição universal de se presentear com chocolates. Assim, a programação acaba sendo determinada pelo departamento fábrica de chocolate italiana nasceu em 1946, na pequena cidade de Alba, do sonho de Pietro Ferrero em produzir chocolates de alta qualidade para ocasiões especiais, Ele começou distribuindo seus produtos em pequenas lojas locais e outros estabelecimentos. Um dos primeiros produtos da Ferrero foi uma pasta de chocolate chamada Pasta Gianduja, que depois viria a se chamar Nutella. O sucesso da empresa sempre esteve baseado em três virtudes: matéria-prima de ótima qualidade, modernos métodos de fabricação e um eficiente sistema de distribuição para que o produto chegue às mãos do consumidor sempre fresco. Na década de 50, a filha, Michelle e sua mãe, Piera assumiram o controle da Ferrero Rocher. Com as mulheres no comando a empresa cresceu rapidamente, com estratégias inovadoras de Marketing, lançamento de produtos únicos e inovações na produção. Em 1956, a Ferrero construiu uma nova fábrica na Alemanha, aumentando seus domínios no mercado europeu. Dois anos mais tarde a França ganhava novas instalações. Nas décadas de 60 e 70, a empresa focalizou a expansão internacional, abrindo subsidiárias, pontos-de-venda e escritórios de representação em vários países do mundo. Chegou ao Brasil em 1994. A comercial e resta à produção concentrar as atividades em épocas que antecedem as datas mais fortes para a comercialização de chocolates: Natal e Páscoa. Com o escritório e CD localizados ao lado da fábrica, a responsabilidade de entrega estende-se por toda a França. Trabalham com três operadores logísticos, especializados em transporte refrigerado. Sem bombom no calor O CD funciona com um corpo de 70 funcionários com contrato permanente, mas pode chegar a 250 temporários nos períodos de maior movimento. A média de posições-palete vai de 14 mil (mais baixa) a 200 mil no mês em fevereiro, na prepa- ração para a Páscoa. As atividades do centro de distribuição concentram-se na recepção, estoque, picking e expedição. Debuchy justifica a utilização do WMS padrão da Infolog para o controle de todas as funções do CD: “É mais simples e abrangente a todos os operadores. Qualquer desenvolvimento específico envolve treinamento e tempo”. No CD visitado, a movimentação é feita com os produtos acabados, não há nenhum processo de fabricação. Com baixas temperaturas para manter a frescura dos bombons, o controle da data de validade é um dado fundamental na expedição. O executivo explicou também que a orientação de não comercializar as guloseimas nos meses quentes (entre abril e TODAY Logistics & Supply Chain - 11 setembro) é mundial e rigorosamente obedecida em todas as partes do mundo. “O sucesso da Ferrero Rocher é o Kinder Ovo, que a concorrência tenta imitar, mas não consegue”, enfatiza. Com um intervalo de 12 e 14 dias, entre a fabricação, montagem e chegada ao CD, os produtos têm em média 3 meses de validade. Na opinião de Gregory Debuchy a atividade logística é fundamentalmente composta pela mão-de-obra. A evolução da valorização dos profissionais que trabalham nas operações logísticas na França trouxeram um quadro econômico característico: em 6 anos o custo do produto para o consumidor aumentou 5% e o salário mínimo francês aumentou 15%. “No caso da Ferrero, essa situação é mais séria, pois nossos funcionários ganham acima da média”, comentou. A política de responsabilidade social tem recebido destaque ao longo desses últimos anos. “Contratamos pessoas portadoras de deficiência física e implantamos ações preventivas de medicina do trabalho”. As ações mostram o valor que a companhia dá aos funcionários. Gerenciamento apresenta o quadro da figura 2. Esta é a segunda parte do artigo escrito por Daniel Druwe Araújo, associado à consultoria Oliver Wight. Na edição anterior, o autor mostrou que a priorização precisa ser guiada pelos objetivos e estratégias de longo prazo, evitando instabilidade e conflitos entre lideranças 2ª parte riorizar significa renunciar, a cada passo do processo de Planejamento Estratégico, a aquilo que é menos relevante, de forma a permitir o foco e a viabilidade do que a direção da empresa decide ser realmente importante (fig. 1). Consideramos que o longo termo da Visão e Missão permitem ainda alguma proposta mais sonhadora, em que os meios não estão totalmente definidos. Mas quanto mais curto o prazo em que os objetivos devem ser realizados, maior a necessidade de demonstrar claramente a existência das necessárias condições humanas, materiais e tecnológicas. Na medida em que se evolui da Visão para os Objetivos e ações de execução, são critérios importantes para a escolha do que manter e do que cortar: alinhamento à Visão e Missão, competências requeridas, retorno, risco técnico e de negócio, sustentabilidade e potencial para diferenciação e competitividade. Priorizar elementos, P objetivos ou atividades sem a eliminação do que não foi priorizado leva a confusão, perda de responsabilidade e injustiças. Nesta conclusão retomamos a questão da responsabilidade e explicamos a aplicação da técnica ESF para garantir a coerência entre objetivos, atividades de execução e condições necessárias. Responsabilidades A Direção da empresa tem a responsabilidade indelegável e inescapável de decidir o que é estrategicamente relevante e de assegurar a coerência entre objetivos, atividades de execução e condições e recursos necessários. Objetivos e tarefas podem ser extremamente desafiadores porém precisam ser viáveis. Travestidos de ‘stretched goals’, ‘esforço extra’ ou de outros eufemismos, a colocação de objetivos inviáveis erode a responsabilidade em toda a organização. Considere-se um chefe que atribui a um time de trabalho cinco objetivos para o ano, sabendo que será inviável realizá-los todos. Estabelece então a prioridade de realização e termina com a recomendação clássica de que ‘façam o melhor e o mais que puderem’ Ao final do ano, o time de trabalho lhe TODAY Logistics & Supply Chain - 12 Esse time de trabalho deve: ganhar um bônus por ter realizado três dos objetivos e parte dos outros dois; perder seus bônus por somente ter realizado três dos objetivos; ser repreendido por não ter seguido a prioridade estabelecida? Uma vez que não foi feito um claro corte de quais objetivos tinham condições apropriadas para realização, é difícil dizer se o que foi alcançado significa que o time se superou ou se seus membros foram negligentes e ineficientes. Discutindo com o time, o chefe é lembrado que o segundo objetivo atrasou-se devido à dependência de um outro departamento cujas prioridades eram diferentes. Uma vez que não era possível trabalhar no objetivo prioritário devido à dependência de terceiros, o time iniciou trabalho nos objetivos menos prioritários. A energia passa então a ser dedicada às justificativas para a não-realização. O time sente que se superou, realizando mais do que seria razoável nas condições (ou na falta de condições). O chefe está frustrado por que esperava poder apresentar à alta direção pelo menos quatro objetivos daquele time realizados e o quinto em progresso. Mas não tem bases sólidas para provar que o time poderia ter feito um trabalho maior. Muito temos avançado no desenvolvimento de subordinados com iniciativa e criatividade para assumir desafios e capacidade de julgamento para tomar decisões. Entretanto, isso não pode eximir os líderes de assegurar a coerência entre os objetivos e as condições para execução. É necessário, portanto, que os líderes, desde o Presidente da Corporação ao mais simples líder de grupo, assumam sua responsabilidade de decidir quais objetivos ou tarefas serão cancelados, quando não houver recursos e condições para realizar todos. Uma vez que objetivos e tarefas comprovadamente viáveis sejam atribuídos aos executores, estes devem ser plenamente responsabilizados pela sua realização. Uma outra responsabilidade importante das lideranças é assegurar a coordenação e coerência entre as diversas áreas para que não se perca capacidade de execução devido a diferenças de orientação. Essa responsabilidade será mais fácil e naturalmente desempenhada na medida em que o fluxo da figura 1 seja executado para a organização como um todo e não departamentalmente. ESF Esta é uma regra simples para assegurar a mencionada coerência entre objetivos, atividades de execução e condições necessárias. Corresponde aos três critérios fundamentais: Essencial, Suficiente e Factível. Embora Factível não seja uma palavra muito usada em português, permite TODAY Logistics & Supply Chain - 13 manter a mesma sigla usada em Inglês, de Essential, Sufficient and Feasible. Essencial - nas empresas modernas há sempre uma profusão de propostas de atividades importantes. Algum diretor participou de um congresso, leu um livro ou visitou uma outra empresa e se encantou com um novo programa. Um problema de qualidade ou capacidade exige um novo equipamento e uma nova tecnologia. Clientes requerem uma nova certificação. A matriz decide implantar um novo sistema ERP. Simultaneamente, incentiva-se a geração de idéias de ‘bottom-up’ e há algumas centenas delas sendo analisadas. Reconhecendo que não há recursos suficientes para fazer tudo que é proposto, as empresas classificam as idéias segundo alguns critérios como, por exemplo: - contribuição para cada objetivo estratégico; - complexidade / facilidade de realização; - custo / benefício. Embora válidos, esses critérios não impedem que propostas com boa pontuação sejam escolhidas sem que, na verdade sejam essenciais à realização dos objetivos estratégicos. ‘Estabelecer objetivos e estratégias não é tão difícil, o difícil é renunciar a todas as outras possibilidades tão atraentes que ficam de fora’. O critério ‘Essencial’ pede que se demonstre que não há como atingir os objetivos estratégicos sem que a atividade em questão seja realizada. Para muitas das atividades a resposta será “não é essencial mas é importante, contribuirá muito”. Na situação ilustrada na figura 3 talvez as atividades de Implantação do 5S e do Curso de Liderança consigam somar mais pontos devido às suas contribuições para vários objetivos. Ainda assim, por não serem essenciais, deverão em princípio Gerenciamento SCM “ Priorizar significa renunciar, a cada passo do processo de Planejamento Estratégico, a aquilo que é menos relevante, de forma a permitir o foco e a viabilidade do que a direção da empresa decide ser realmente importante ser rejeitadas. Ficarão na ‘lista de espera’ e se, após garantidos os recursos para a realização de todos os objetivos estratégicos, ainda houver recursos sobrando, serão reconsideradas. Suficiente Eliminar as atividades não essenciais é um passo importante, pois reserva os recursos para o que é realmente essencial. Isso porém, não garante que as atividades mantidas serão suficientes para realizar todos os objetivos. Por exemplo, a Substituição dos Sistema ERP, conquanto essencial, será suficiente para garantir a realização do Objetivo A? Se não, que outra atividade precisamos estabelecer para garantir a realização? “Não basta fazermos o melhor que podemos, temos de fazer tudo o que seja necessário”, W. Churchil Analisando o Objetivo A verificamos que será também essencial um intenso programa de capacitação de grande parte da organização. Incluímos então essa ” atividade na matriz de contribuição. Repetimos o questionamento para os demais objetivos estratégicos. Factível Temos agora uma lista completa das atividades essenciais que, somadas, garantirão a realização dos objetivos estratégicos. É o momento de aplicar o terceiro critério: é viável a execução de todas as tarefas identificadas como essenciais e suficientes? Os riscos de viabilidade podem ser incertezas tecnológicas, insuficiência de recursos financeiros ou materiais, falta de competências humanas ou restrições legais. Esses riscos precisam ser iden- tificados e definidas ações para sua eliminação efetiva. Riscos não elimináveis podem ser aceitos desde que se encontrem formas de proteger a organização dos seus efeitos ou que haja medidas de contingência adequadas. A dificuldade para obtenção de TODAY Logistics & Supply Chain - 14 determinados recursos ou condições pode forçar à reprogramação no tempo de algum objetivo, ao seu redimensionamento ou, em último caso, a renunciar ao mesmo. Conclusão Em suma, o terceiro critério impõe à direção da empresa enfrentar antecipadamente um eventual conflito entre os objetivos estabelecidos e as condições para a sua realização, seja obtendo novas condições e recursos adicionais seja, em último caso, priorizando os objetivos e a decidindo a sua reprogramação, redimensionamento ou mesmo eliminação. Tentar resolver a inviabilidade de objetivos através da priorização das atividades é ilusório e cria confusão e descoordenação, impedindo a disciplina de execução na organização e a efetiva responsabilidade. * Fonte: Daniel Druwe Araujo graduou-se em Economia e especializou-se em Administração Empresarial por cursos e experiência profissional no Brasil e internacionalmente. É profissional certificado pela The Association for Operations Management (APICS) e diretor da Associação para Educação em Administração Empresarial (ABAI). Como consultor associado à The Oliver Wight Companies, orienta empresas no Brasil, América Latina, Europa e Estados Unidos na avaliação, implementação e aperfeiçoamento de seus processos estratégicos, de recursos humanos, de aperfeiçoamento contínuo e de planejamento operacional. Daniel tem conduzido inúmeras organizações à certificação pela Oliver Wight, como empresas “Classe A” e “Excelência Operacional”. Trabalha também como professor convidado em cursos de pósgraduação em administração empresarial e palestrante em conferências profissionais. A complexidade na gestão da cadeia de abastecimento as últimas duas décadas, a Gestão da Cadeia de Abastecimento ganhou uma importância crescente na gestão global das empresas. Numa primeira fase, os esforços incidiram na compatibilização dos objetivos dos diversos departamentos no interior das empresas para que, desse modo, se pudesse alcançar a otimização dos recursos disponíveis. Nesta perspectiva, por exemplo, uma das evo- N luções verificadas foi a integração e a harmonização dos processos de negócio do departamento de Produção com os do departamento de Vendas. Na prática, a Produção passou a reduzir a dimensão dos lotes de fabricação e a produzir um maior número de produtos diferenciados em menor espaço de tempo. Em conseqüência, as empresas puderam diminuir o custo de posse de estoque e simultaTODAY Logistics & Supply Chain - 15 Crtistiano Cecatto é o autor deste artigo, que mostra as mudanças de abordagem do SCM nos últimos tempos neamente aumentar o nível de serviço ao cliente e o volume de vendas. Devemos lembrar que no início da década de 90 diversos autores afirmavam que o mais importante para a criação de valor nas empresas resultava da capacidade de integrarem os seus processos de negócio com os dos outros membros da Cadeia de Abastecimento porque era aí que se encontrava a verdadeira vantagem competitiva. Esta nova forma de olhar para a criação de valor promoveu uma segunda fase evolutiva onde se evidenciava as vantagens da ampliação da integração dos processos de negócio do interior da empresa até os restantes membros da Cadeia de Abastecimento. Alguns anos mais tarde ampliou-se a importância da abordagem deste conceito ao considerar a Cadeia de Abastecimento como um todo e defendendo que a gestão empresarial moderna iria passar por uma importante mudança de paradigma onde as empresas deixariam de competir entre si enquanto entidades isoladas e independentes, para passarem a fazê-lo integradas em Cadeias de Abastecimento. Para fazer face SCM a essa realidade concorrencial, a capacidade de otimizar a Gestão da Cadeia de Abastecimento passou a revelar-se crucial para o bom desempenho das empresas e até, em alguns casos, para garantir a sua sobrevivência. Em termos conceituais, a importância da Gestão da Cadeia de Abastecimento está hoje amplamente documentada em inúmeros casos e estudos acadêmicos. Contudo, em termos práticos, mais de 50% das empresas continuam a declarar que não gerem de forma eficaz a(s) Cadeia(s) de Abastecimento em que estão integradas devido a dificuldade e/ou a complexidade dessa tarefa. Pela importância do tema para as empresas, cito abaixo uma estrutura que minimize a complexidade da tarefa de implementação de uma Gestão da Cadeia de Abastecimento eficaz. Lembremos que podemos definir a Gestão da Cadeia de Abastecimento como a integração dos processos-chave de negócio desde o usuário final até os fornecedores iniciais que providenciam os produtos, serviços e informação que acrescentam valor para os clientes e stakeholders. Face a esta definição podemos colocar as seguintes questões: - Quais os principais processos-chave de negócio que devemos considerar? - Deverá promover-se a integração de todos os processos de negócio ou apenas de alguns? - Com todos os fornecedores ? Ou apenas com alguns? Quais? - Com todos os clientes ? Ou apenas com alguns? Quais? A identificação dos principais processoschave de negócio da Cadeia de Abastecimento pode variar em função das diferentes complexidades de cada empresa, no Compras entanto podemos citar alguns fatores de observação importantes: 1) A Gestão do Relacionamento com o Cliente; 2) A Gestão do Serviço ao Cliente; 3) A Gestão da Demanda; 4) A Entrega da Encomenda; 5) A Gestão do Fluxo de Produção; 6) A Gestão do Relacionamento com Fornecedores; 7) O Desenvolvimento e Comercialização do Produto; 8) A Gestão de devoluções. A integração de todos os processos de negócio com todos os parceiros da Cadeia de Abastecimento parece não fazer sentido além de constituir, por certo, um importante desperdício de recursos. De fato, em certos casos, o gigantismo da tarefa pode torná-la mesmo impossível de ultrapassar para uma empresa cuja Cadeia de Abastecimento apresentasse uma grande complexidade, como exemplo podemos citar um fabricante de automóveis. Deste modo, parece importante que as empresas independentemente da sua dimensão encontrem uma forma de gerir com maior facilidade e eficácia as Cadeias (Redes) em que estão inseridas. Assim, os membros prioritários da Cadeia de Abastecimento serão todas as empresas independentes que forneçam atividades de valor (operacionais ou de gestão) aos processos de negócio concebidos para produzir um determinado output para um cliente ou mercado em particular. De forma diferente, os membros de suporte são as empresas que simplesmente fornecem recursos ou conhecimento, equipamentos ou ativos aos membros prioritários da Cadeia de Abastecimento. Com a adoção deste critério de seleção, TODAY Logistics & Supply Chain - 16 as empresas apenas necessitarão promover a integração com os membros da Cadeia que proporcionem atividades de valor e não com todos eles.Ou , de outra forma, as empresas devem selecionar as atividades de valor que desempenham um papel estratégico no desenvolvimento dos seus modelos de negócio e “apenas” promover a integração com os membros da Cadeia que os proporcionam. No mundo dos negócios a integração traduz-se sempre pelo estabelecimento de parcerias, embora com características muito diferenciadas, quer seja com Fornecedores ou Clientes. Assim, o número de ligações/parcerias a gerir com os vários membros da Cadeia baixa significativamente, diminuindo a complexidade da tarefa de gerir a própria Cadeia(s) de Abastecimento. Apesar de poder diminuir a complexidade, a adoção desta tática não transformará a otimização da Gestão da Cadeia de Abastecimento numa tarefa fácil. Longe disso, esse objetivo continuará difícil de alcançar e a capacidade das empresas de se integrarem e estabelecerem parcerias será cada vez mais valorizado. O autor: Cristiano Cecatto é mestrando em Estratégia, Organização e Gestão de Operações pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI); formado em Engenharia de Produção, com especialização em Logística Industrial, Segurança do Trabalho; e aperfeiçoamento em Estatística pelo Instituto de Matemática e Estatísticas, da Universidade de São Paulo – (IME/USP). Além disso é consultor sênior de logística e supply chain management da Qualilog Consulting (www.supplychain.com.br). Email: [email protected] amos conhecer um pouco a área de Compras como integradora de áreas e processos em seus mais variados níveis. Vamos pensar em ‘foco’, ‘objetivo’, ‘paixão do executivo por compras’. Você acredita que é possível ensinar alguém a ‘comprar’? É possível ensinar a ser ‘gente’? O sucesso do executivo em Compras, envolve: começar bem o negócio, gerar funcionalidade, saber vender e termi- V nar atingindo sua meta. Para isso, é preciso definir as atividades, o perfil técnico e comportamental desejado, criar um clima favorável (motivar), respeitar os limites individuais (seja da empresa, do fornecedor ou do cliente) e, sobretudo, estar atento para o potencial de desenvolvimentos na hora da utilização de estratégias para atingir uma negociação 100% eficaz que tange a continuidade do processo. Desde que a TODAY Logistics foi idealizada temos freqüentado seminários da área de Compras, pois sabemos da importância do assunto para o profissional de SCM. Pensando em tornar esses temas assíduos, convidamos Patrícia Longhi para colaborar conosco, trazendo suas observações e fornecendo dicas para os leitores TODAY Logistics & Supply Chain - 17 Pensarmos em Compras Estratégicas é desenvolvermos visão de mercado: qual o espaço ou momento assertivo à realização da compra; é também educar, mensurar e incentivar o trabalho rotativo pela competência técnica e emocional, pois é fundamental perceber o outro, suas habilidades e necessidades. Não se muda o comportamento investindo apenas no comportamento. Antes de mais nada, deve-se modificar a percepção para que, as condicionantes que envolvem profissionais dos setores de Compras/Logística/Suprimentos possam perceber melhor as variáveis do outro. A função da área de Compras, como tendência de mercado, é integrar todas as áreas de suporte de uma organização. O executivo de compras é um vencedor, (será que por sorte?), pessoa preparada para a oportunidade. Para ser um bom profissional da área de Compras é preciso sair da zona de conforto habitual que envolve aprender/desaprender/reaprender e apreender para ser o melhor, com a equipe de melhores pessoas, onde o sucesso completo da negociação e gerenciamento, envolve atividades de base. Dessa forma, o desempenho torna-se a execução do trabalho e a performance significa atingir resultados reais. Por exemplo, Compras a performance de uma equipe de Compras, é proporcional ao tamanho do desafio; quanto mais elaborado, desafiador, mais fácil de se relacionar com o indivíduo como um todo. É preciso contratar quem tem obsessão de aprender continuamente, taí o grande diferencial que Compras pode atingir. O mundo empresarial exige que o executivo em Compras seja especialista cultural, ou seja, a técnica qualitativa torna-se a excelência do resultado e a empresa economicamente viável é parte deste processo que chamamos de ‘Ser’. Podemos escrever, ditar regras, técnicas evolutivas, fantásticas para que este executivo seja um comprador e vendedor ao mesmo tempo, porém, a grande investida, a percepção assertiva é: ser apaixonado pelo que faz, sentir o outro vendo a si mesmo, ser entusiasta, motivado e viver o momento exato, aqueles segundos e minutos, que são o foco do sucesso garantido. Vale salientar as três premissas do executivo em Compras, que apurei em pesquisa com 15 executivos de grandes corporações. Imagine sua situação de compra/venda junto a empresa/fornecedor/cliente: 1* Venda a sua imagem, ou seja, venda “VOC ” 2* Venda seu “PRODUTO” 3* Venda sua “EMPRESA” Tenha certeza que seu objetivo junto às facilidades e dificuldades será plenamente alcançado por seu comprometimento e confiabilidade que o levam à excelência e sucesso. A tendência da área de Compras é contratar serviços para todo tipo de segmento (suportado por SLA’s) e pagar por demanda, concentrar as atividades operacionais (principalmente finanças, tesouraria, contas a pagar e Compras) em paises ou regiões onde a mão-de-obra é mais barata e reduzir ativos da companhia. Em Compras especificamente, observo a tendência de terceirizar toda atividade operacional, desenvolver estratégias de negociação e utilizar de compras eletrônicas. É claro que os profissionais da área devem estar preparados para esta realidade e o perfil exige formação em mais de uma área, fluência em duas ou três línguas, visão e conhecimento amplo dos movimentos das principais commoditites, seja de produto e serviço no mundo todo e foco no mercado regional. Um profissional multidisciplinar, com um conhecimento claro dos cenários em que sua empresa está. Um executivo considerado com TODAY Logistics & Supply Chain - 18 ‘excelência em Compras’, de acordo com Bruno Alvim, diretor de Compras para América Latina da Kodak precisa: “ter senso crítico, desenvolver bons relacionamentos, focar nos maiores gastos, considerar cada estratégia de negociação como um projeto (formar equipe) e decidir por profissionais com as habilidades que a função exige, não acomodar nenhuma situação em relação a recursos humanos”, diz. Uma mensagem importante aos leitores: Atualizem-se (leiam e participem de eventos), tenham foco nas atividades que realmente são importantes e fiquem atentos às novas tecnologias que estão surgindo. Toda estratégia desenvolvida para uma negociação deve ser fundamentada nestes princípios. Patrícia Longhi é empresária há 18 anos, desenvolvendo Hunting e Treinamento como diretora-Executiva do Instituto Talentos, conferencista por todo Brasil e empresária na área de Eventos, focando business empresarial, através de fóruns e treinamentos. Prestou serviços à empresas como RMA – Construtora, Laboratórios Delboni Auriemo, Grupo Semco, Laboratoírios Fleury, Citibank, Santander, Xerox, entre outras. Participa de associações como Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad), é fundadora da Associação Brasileira de Facilities (Abrafac) e atuante no Grupo de Profissionais Gestores de Serviços (Grupas), que existe há 22 anos. www.institutotalentos.com.br Express Logistech amplia entregas para o setor editorial Especializada em logística de distribuição de produtos editoriais como jornais, revistas, listas, malas diretas e pequenas encomendas, e atendendo a clientes renomados como Imprensa Nacional da União, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e outras grandes empresas do setor, a Logistech aumentou sua demanda de entregas ao fechar contrato com a IBC do Brasil e a Financeira Renault. O serviço para a IBC (que além da unidade brasileira mantém outros 14 escritórios em todo o mundo), consiste na divulgação de congressos, seminários e cursos por meio da entrega de 450 mil malas diretas por mês durante um ano. Já para a Financeira Renault, distribuiu até agora mais de 600 mil folderes da campanha Portas Abertas em todo o Brasil. A empresa também possui alguns projetos de aprimoramento nas entregas em andamento, entre eles diversificação do portfólio de produtos a distribuir, atendendo e aproveitando a várias consultas do mercado e a malha logística desenvolvida nos últimos anos. Em 2006, a Logistech fechou contrato com 27 clientes, o que gerou o aumento de 15% no volume de entregas, e 26,5% de acréscimo no faturamento anual. Para 2007, é esperado um crescimento de 12% nos lucros da empresa. Videoconferências, contra o caos aéreo A comunicação à distância tem sido uma grande solução para empresas e executivos que não estão dispostos a enfrentar problemas em aeroportos. A solução tem sido a comunicação por IP (internet protocol), com a utilização do sistema VoIP, que além de diminuir gastos de tempo e dinheiro, possibilita, por meio de conferências, a certeza do acontecimento de eventos importantes. A procura pelo Webcasting – ferramenta capaz de transmitir de forma sincronizada o áudio e o vídeo do apresentador, conteúdos auxiliares à apresentação (como slides em power point, planilhas, gráficos e websites), que permite a interação entre todos os participantes via chat – teve procura aumentada em 30% nos últimos meses. Além disso, o V-Meeting, serviço profissional de audioconferência por meio de chamada telefônica, (que pode operar sem o auxílio do computador), teve aumento de cerca de 22% em suas solicitações. Especialistas acreditam que este mercado deverá se estabilizar sem recuos, visto que os usuários (a partir de um primeiro contato) deverão perceber outras vantagens além da certeza da realização de eventos, como redução de custos, agilidade nos encontros e aumento na produtividade. As vendas deste tipo de tecnologia deverão crescer em 20% entre os anos de 2006 e 2010 no Brasil, terceiro maior mercado em crescimento de VoIP. Hoje, cerca de 18% das grandes e médias empresas já se utilizam de videoconferências. ALL investe na pintura de vagões e locomotivas A ALL (América Latina Logística) está desenvolvendo o Projeto Imagem, que consiste na reforma, pintura e padronização de vagões e locomotivas que possuem a sua logomarca. O projeto abrangerá a malha pertencente à empresa em todo o País, principalmente as mais recentes aquisições, em São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O investimento ficará em torno de R$ 5 milhões, contabilizando a pintura de 150 locomotivas e 3480 vagões. Na malha norte (que abrange o antigo trecho da Brasil Ferrovias – SP, MT e MS), serão pintados 1 480 vagões e 75 locomotivas, com um gasto de R$ 2,100 milhões só nesta região. Além disso, a empresa está investindo na reforma de 1450 vagões inutilizados, muitos há mais de 10 anos parados. Hoje, 512 destes já foram reformados e inspecionados e estão em perfeito estado para voltarem a rodar. A ALL é hoje a maior empresa de logística da América Latina, abrangendo uma malha total de 20.495 mil quilômetros de extensão, com uma frota de 1000 locomotivas e 29,5 mil vagões. Possui mais de 70 unidades espalhadas pelo Brasil, Argentina, Chile e Uruguai, localizadas em pontos estratégicos de embarque e desembarque de carga. Seus serviços logísticos atendem grandes empresas nacionais e multinacionais, em projetos customizados. TODAY Logistics & Supply Chain - 20 Randon recebe prêmio de maior exportadora do sul A Editora Expressão entregou à Randon Implementos e Participações (parte integrante das Empresas Random) o troféu das Maiores Exportadoras do Sul, como uma das grandes exportadoras da região sul. A premiação ocorreu durante o Fórum Sul de Comércio Exterior, na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), evento que reuniu os principais importadores e exportadores sulistas numa discussão dos rumos do comércio exterior, e foi recebido por Renato Franco da Silva, coordenador de exportação da Randon S.A., na presença dos presidentes das três federações de indústrias da região Sul. Lubiani se integra ao grupo Júlio Simões Existente no mercado há 46 anos, a Lubiani Transportes foi adquirida pelo Grupo Júlio Simões. O valor da negociação não foi revelado, porém a compra envolveu todos os ativos da empresa, como armazéns e uma frota de 1100 veículos. O lucro estimado para a Júlio Simões neste ano era previsto em R$ 952 milhões, porém com a aquisição da Lubiani esse valor subirá para R$ 1,1 bilhão. A empresa ainda possui a meta de chegar em 2012 com o triplo do faturamento esperado para este ano, R$ 2 bilhões em transportes e logística , e R$ 1 bilhão com revenda de veículos automotores. A Lubiani continuará com administração independente, conservando conselho diretivo e marca, e deverá receber investimentos de RS 40 milhões em 150 caminhões, em ampliações e renovações de frota. O time de empregados da Júlio Simões, de 10 mil empregados distribuídos nas 80 filiais pelo país, também deverá crescer nos próximos cinco anos para 15 mil pessoas, a partir desta integração. TNT Freight Management: GW Freight Management No começo de junho, o grupo Geodis, companhia global de logística baseada na França, anunciou mundialmente que a TNT Freight Management, adquirida recentemente pelo grupo, passa a se chamar Geodis Wilson. No Brasil, ela foi batizada como GW Freight Management e em Shangai, como Geodis Freight Management. O anúncio acontece apenas seis meses após a concretização da compra da TNT Freight Management pela Geodis. A TNT Freight Management chamava-se anteriormente Wilson Logistics, uma companhia sueca com 164 anos de idade que foi comprada pelo grupo holandês TNT N.V. em junho de 2004. As novas marcas estão reunidas sob o guarda-chuva Geodis Wilson Freight Management Holdings AB. No Brasil, a divisão conta com seis escritórios e tem forte tradição na importação para setores como o automotivo, o eletroeletrônico e o alimentício, dentre outros. De acordo com o CEO da Geodis Wilson, Jeff Hoogesteger, a divisão passa a responder por todas as atividades de freight forwarding do grupo, até aqui sob encargo da divisão Geodis Overseas. O processo de fusão da Geodis Overseas com a antiga TNT Freight Management será concluído no final de 2007. Segundo Patrik Thollesson, Corporate Sustainability Director Americas, que esteve no Brasil em maio para acompanhar o processo, a Geodis Wilson passará a ser o guarda-chuva de freight forwarding do grupo (e não o contrário), em função da reconhecida tradição e expertise da divisão desde quando esta ainda pertencia à Wilson Logistics Group. Com a fusão, a divisão de freight forwarding do grupo Geodis estende sua presença de 28 para 44 países e dobra o número de colaboradores, para 4.600. O novo site da divisão é www.geodiswilson.com. A identidade visual da companhia será atualizada dentro de poucos meses. II Fórum Internacional de TI Aplicada à Logística & Supply Chain A segunda edição do Fórum organizado pela Centro de Estudos em Logística (Coppead), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em maio, teve como diretriz o desafio da integração da informação para dar suporte ao processo decisório das empresas. As soluções foram apresentadas a partir de um network entre experts de âmbito nacional e internacional. Destaque para o case Luft Solutions e plenário com John Fontanella, vice-presidente da AMR Research (EUA). TODAY Logistics & Supply Chain - 21 Agenda JUNHO Fórum de Inteligência de Mercado 13 de junho de 2007 WTC Hotel www.ebusinessbrasil.com.br/im2007 Associação Brasileira de e-business XIII Curso de Logística Empresarial para Alta Gerência 17 e 22 de Junho Portobello Hotel Resort & Safari Mangaratiba RJ. www.centrodelogistica.com.br Coppead IV Evento Fórum de Negócios e Network São José dos Campos 2007 20 junho São José dos Campos www.institutotalentos.com.br/eventos/2007/02 Instituto Talentos 10% DE DESCONTO ATÉ DIA 05-06-07 Pharmalogistics & Cold Chain Brasil 2007 19 a 21 de junho São Paulo www.iqpc.com/br/pharmalogistics IQPC - International Quality & Productivity Center 10% de desconto para assinantes TODAY Exames Apics 23 de junho São Paulo www.abai.com.br - ABAI XI Conferência Nacional de Logística 25 e 26 de junho São Paulo www.aslog.org.br ASLOG- Associação Brasileira de Logística Análise Estratégica para escolha de Modais 26 de junho São Paulo www.cebralog.com.br Grupo Cebralog Melhores Práticas em compras 26 e 27 de junho S ão Paulo www.iir.com.br - IIR 15% de desconto para assinantes TODAY Gestão de Transportes e Distribuição 26 e 27 de junho São Paulo www.ceteal.com.br CETEAL – Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística Compras na Cadeia automotiva 28 de junho São Paulo www.iir.com.br - IIR 15% de desconto para assinantes TODAY Infra-Estrutura e Logística no Transporte de Cargas 28 e 29 de junho São Paulo www.iir.com.br - IIR 15% de desconto para assinantes TODAY Gestão Estratégica dos Transportes 12 e 13 de Junho Rio de Janeiro www.centrodelogistica.com.br Coppead UFRJ 25ª Reunião da Roundtable Brasil- CSCMP 15 de Junho Firjan Rio de Janeiro [email protected] Congregare Marketing de Conferências XXVI Seminário de Logística 19 a 21 de junho Vitória - ES www.abmbrasil.com.br/seminarios/logistica/2 007/default.asp Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais (ABM) Gestão das operações logísticas 18 e 19 de junho Rio de Janeiro - RJ www.ceteal.com - bCETEAL Ferramentas Avançadas de Excel aplicadas a Logística 16 de junho Campinas- SP www.cebralog.com.br - CEBRALOG Logística Reversa 18 de junho Campinas - SP www.cebralog.com.br CEBRALOG II encontro de executivos de Logística e Supply Chain 20 a 22 de junho Mangaratiba - RJ www.centrodelogistica.com.br Coppead 18º Simpósio CICLO PARCERIAS ESTRATÉGICAS em Logística & Supply Chain 25 de julho São Paulo-SP www.portalsupplychain.com.br CICLO Marketing & Comunicação 9ª Transpo-Sul - Feira e Congresso de Transporte e Logística 19 a 21 de julho Centro de Eventos FIERGS – Porto Alegre - RS www.transposul.com.br Setcergs / Fetransul Desenvolvimento de Estratégias e projetos logísticos 06 e 07 de julho São Paulo - SP www.ceteal.com.br CETEAL Transporte Aéreo de Cargas 26 de julho São Paulo - SP www. iir.com.br - IIR Planejamento Estratégico, Inteligência Competitiva e Strategic Sourcing em Compras 16 e 17 de Julho São Paulo - SP www.iir.com.br - IIR Administração de Compras e Suprimentos 05 de julho São Paulo - SP www.cebralog.com.br CEBRALOG Estratégias corporativas para a Supply Chain 19 de julho Campinas -SP www.cebralog.com.br - CEBRALOG Gestão Estratégica de Armazenagem 03 e 04 de julho Rio de Janeiro - RJ www.centrodelogistica.com.br Coppead Planejamento Logístico Integrado 24 e 25 de julho São Paulo - SP www.centrodelogistica.com.br Coppead JULHO AGOSTO Palestra sobre Siscarga 06 de julho São Paulo www.cescomex.com.br Cescomex TODAY Logistics & Supply Chain - 22 Técnicas Avançadas em Gestão Logística 18 de Agosto São Paulo/SP
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