UnB mantem greve pela URP
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UnB mantem greve pela URP
Informativo do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical) Florianópolis, 29 de março de 2010, no 707 Participe dos UnB mantem greve pela URP GTs da Apufsc Leonardo Martins/ Adunb Leia nas páginas centrais Comitê Editorial para as publicações da Apufsc A Diretoria da Apufsc está procurando, há já algum tempo, formar um Comitê Editorial para as nossas publicações, especialmente para os artigos de opinião que são submetidos semanalmente ao Boletim. Em função de todo o processo de transformação da Apufsc , isto não foi possível de ser feito ao longo do ano de 2009, nossas prioridades estando todas voltadas para que este processo tivesse um bom andamento e fosse fiel à vontade dos associados. Esta decisão está sendo tomada agora, pois, em função de alguns artigos publicados em nossos últimos números, estamos sentindo a necessidade de termos estabelecidas algumas diretrizes, na forma de uma linha editorial consistente com os objetivos de um Boletim de sindicato. Nossa intenção primeira é a de aprimorar o Boletim tornan- do-o atrativo como um veículo de informação e de opiniões sobre assuntos de interesse comum para os professores, considerando-se a nossa pluralidade, mas evitando-se a publicação de artigos de interesse temático, mais adequados para revistas acadêmicas especializadas e, simultaneamente, procurandose estimular os professores ao debate e à crítica, sobretudo, das idéias . Com o foco principal na vontade da maioria dos nossos associados este Comitê Editorial é de grande importância para o Boletim e para as publicações da Apufsc. Solicitamos o empenho dos nossos colegas interessados na constituição do mesmo, entrando em contato com a Diretoria da Apufsc. Diretoria da Apufsc De acordo com o Estatuto da Apufsc, a Diretoria é responsável pela constituição de Grupos de Trabalho (GT) e o Conselho de Representantes (CR) pela aprovação dos mesmos. O GT é um grupo de professores que se debruça sobre um determinado problema e apresenta uma proposta ao CR ou à Assembléia ao final de um certo tempo. Precisamos, portanto, encontrar colegas dispostos a contribuírem em vários temas (veja no quadro, os grupos). Neste primeiro momento, estamos convidando os colegas associados a participarem de algum GT (o que parecer mais urgente ou mais apropriado, considerando as limitações e interesses de cada um). Propostas de temas para discussão por um GT também são bem-vindas. Os interessados deverão encaminhar um e-mail à nossa secretaria (secretariadir@ apufsc.ufsc.br), manifestando este interesse. A Apufsc é de todos e nosso destino depende da disposição de cada um de nós por problemas que envolvem a nossa categoria. Paulo C. Philippi Secretário Geral da Apufsc Gestão 2008-2010 Grupos de Trabalho URP - Já há um grupo de professores que se dedica há algum tempo à esta questão, mas que talvez precise de algum oxigênio considerando a grande complexidade jurídica da mesma. Carreira e salários - A Apufsc ainda não tem uma proposta de carreira e precisamos ir atrás de elementos que justifiquem uma melhoria em nossas remunerações considerando a importância de nossa função para a sociedade brasileira. Aposentados - Há questões importantes rolando na área da previdência e outras que dizem respeito à paridade entre ativos e aposentados e questões de progressão na nova carreira. Questões trabalhistas - Há AD's que conseguiram vencer alguns pleitos na justiça e outras que ainda os desconhecem: um exemplo é o adicional por insalubridade que não nos é pago, mas que deverá começar a ser pago na UFMG. Política sindical - A questão do registro da Apufsc, o caminho da federação, relação com outras entidades: Andes, Proifes e AD's ligadas à Andes e ao Proifes... Saúde - Acompanhamento dos planos de saúde da Apufsc e da UFSC. 2 Boletim da Apufsc Florianópolis, 29 de março de 2010 A subversão comunista e a gênese da contra-revolução de 31 de março de 1964 Marcelo Carvalho A gênese da contra-revoluçao de 1964 remete a uma série de eventos que se inicia com a renúncia de Jânio Quadros e a consequente oposição dos ministros militares a posse do vice-presidente João Goulart. A grave crise institucional que se seguiu foi incialmente contornada pela adoção do parlamentarismo e mais tarde pelo plebiscito que restituiu o presidencialismo, ocasião em que Jango assume o poder de fato. No entanto, a crise nunca fora completamente resolvida tendo sido aprofundada de maneira decisiva pela forma com que o governo Jango sucumbia frente a subversão comunista, o que ficará claro pela análise que faremos a seguir. Neste sentido, a contra-revolução de 1964 se insere como uma reação ao que é chamado a “segunda tentativa de poder pelos comunistas” [1]. A primeira tentativa se refere a fracassada Intentona Comunista de 1935, enquanto que a terceira tentativa se refere a luta armada que se seguiu ao regime militar e cujo objetivo era impor à nação uma ditadura comunista [1,2,3,4] como admitem Jacob Gorender, um conhecido comunista, e Daniel Aarão Reis, ex-militante do MR8 [5]. Analisando o início da crise surge então a questão: O que levou os ministros militares a se opor a posse de Jango? O historiador Agnaldo Del Nero Augusto argumenta que tal posição era “explicada pelos antecedentes de João Goulart que, quando ocupara a pasta do trabalho no governo Vargas, permitira ampla infiltração de ativos e notórios agentes do comunismo internacional em seu ministério”. E prossegue lembrando que, na sua viajem a China, Jango fizera um pronunciamento radical revelando sua intenção de estabelecer no Brasil uma república popular no que “seria necessário contar com as praças para esmagar o quadro de oficiais reacionários”. De posse de uma gravação desse pronunciamento de Goulart, os ministros militares amadureceram a idéia de não deixá-lo assumir [1]. Alimenta ainda a suspeita sobre a inclinação golpista de Jango a grave denúncia feita pelo então deputado Armando Falcão em 22 de Novembro de 1963 quando afirmara que já em1960 João Goulart, na época vice de Juscelino, articulara junto a Leonel Brizola um golpe para derrubar Juscelino e assim evitar as eleições presidenciais pois pressentiam que a candidatura de Lott não era forte suficiente para derrotar Jânio, o que de fato não era [3]. Há, contudo, uma certa distância entre uma possível tendência golpista de Jango e o golpe propiamente dito. No governo Jango, o impulso golpista era orquestrado pelos comunistas que sabiam explorar as contradições de seu governo. O caráter oscilante do governo Jango fica explícito ora quando ele se omitia e de certa forma apoiava as greves politizadas da poderosa CGT que causavam sérios prejuízos ao país, ora quando via a necessidade de reformas de base necessárias para o país sem no entanto atentar para o equilíbrio de forças do Congresso que dificilmente aprovaria reformas que consideravam demasiadamente radicais. Sua complacência com o radicalismo de Arraes em Pernambuco, e de Brizola e seu Grupo (paramiltar) dos Onze que do sul clamava “reforma ou revolução”, criava uma situação volátil que os comunistas viam como necessária para fechar o congresso sob pretexto do mesmo não aceitar as reformas de base. Isto fica evidente quando Prestes, em reunião com Krushev em janeiro de 1964, descreve a conjuntura nacional à cúpula soviética . Segundo Agnaldo Del Nero, Prestes relata que “a luta pelas reformas de base constitui um meio para acelerar a acumulação de forças e aproximar a realização de objetivos revolucionários”, e prossegue argumentando que “o arcabouço institucional impede as reformas, pois elas dependem de dois terços do Congresso, tornando-as irrealizáveis, dado que ele é majoritariamente anti-reformas. [...] O grande trunfo será o dispositivo militar, capaz não só de barrar um golpe ou uma reação da direita, mas, por uma ação enérgica e com o apoio das massas, desencadear o processo de reformas.[ ...] Implantaremos um capitalismo de Estado, nacional e progressista, que será a ante-sala do socialismo”. Por fim, o golpista Prestes conclui seu relatório afirmando sua intenção de “uma vez a cavaleiro do aparelho do Estado, converter rapidamente, a exemplo da Cuba de Fidel, ou do Egito de Nasser, a revolução-nacional-democrática em socialista “ [1]. Vê-se claramente que para os comu- nistas as tão necessárias reformas de base não passavam de um meio para a tomada do poder. De fato, Ferdinando de Carvalho sintetiza bem a ligação entre o governo Jango e os comunistas: “O Partido comunista era o núcleo central do planejamento do golpe de estado. João Goulart procurou associar-se a eles nessa preparação, criando uma Frente Popular ao qual o PCB estabeleceu uma série de exigências para integrar. A conspiração baseava-se no sucesso de duas ações preliminares: (i) o fechamento do Congresso e (ii) a dissociação das Forças Armadas”. O primeiro objetivo seria consolidado no Comício da Central de 13 de Março quando seriam anunciadas as reformas de base que por sua vez seriam fatalmente vetadas pelo Congresso. “Nessa ocasião, Brizola exigiu o fechamento do Congresso e a convocação de uma Constituinte para eleição de um Congresso Popular. Declarou que a violência seria respondida com a violência” [4]. O segundo objetivo seria consolidado por uma cerimônia no automóvel clube onde Jango se confraternizaria com os suboficiais e sargentos que haviam se amotinado, estabelecendo a indisciplina, a quebra da hierarquia militar, e incapacitando a ação combativa das unidades” [4]. E foi assim, no meio de uma grande instabilidade política e social iniciada na posse de Jango e que se seguiu por todo seu governo, que a contra-revolução foi se formando tendo sido deflagrada com o movimento das tropas do general Olímpio Mourão Filho vindo de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro na madrugada de 31 de Março de 1964. Expus de forma simplificada alguns fatos bem documentados que traçam a gênese da contra-revolução de 1964 ao caráter golpista do governo Jango. Recomendo a leitura de [1,2,3] para uma análise aprofundada de muitos outros eventos que mostram a ação dos comunistas para tomar o poder. Na época, os comunistas do PCB seguiam a “via pacífica” preconizada por Moscou sem no entanto renunciar a luta armada, caso fosse necessário. Seus ex-correligionários do PCdoB pregavam formas mais violentas inspiradas no maoísmo. Numa ou outra forma, a intenção dos comunistas não deixava de ser o que era: um golpe, e que uma vez tomado o poder não mais o cederiam. A esquerda, em sua análise da contra-revolução de 1964, a que preferem chamar de golpe, prefere ig- Boletim da Apufsc norar toda esta articulação comunista que motivou a contra-revolução. Talvez com pequenas variações, a leitura simplificada que a esquerda faz da contra-revolução de 1964 segue um mesmo enredo que essencialmente lê-se como “uma reação das classes dominantes burguesas a mando do imperialismo americano”. No entanto, nada apresentam de concreto quanto a participação americana como fator determinante para o desenlace da contra-revolução. Afirmam tanbém que foi uma reação de forças reacionárias à reformas de base, ignorando que o próprio artífice das reformas, Celso Furtado, em seminário no Reino Unido em 1965, reconhecera que o país nao detinha as condições políticas necessárias para implantar as reformas [6]. Dizem a verdade apenas quando afirmam que o governo Jango foi democraticamente eleito ( melhor seria dizer constituído), mas, sofrendo de uma amnésia ou de um cinismo coletivo, não vão além disso ignorando toda a articulação golpista deste mesmo governo como fica claro pela análise de [1,2,3]. Infelizmente, uma parte significativa da esquerda não só ignora estes fatos como prefere repetir “ad infinitum” o mantra recitado por militantes bem-versados na doutrinação marxista e que, exercendo a primazia da desonestidade intelectual, ensinam apenas uma versão parcial dos fatos negando a toda uma geração de jovens a possibilidade de uma análise crítica mais ampla que só se consegue pelo acesso as mais variadas fontes. À esquerda restam então três opções: (i) que provem ser falsa a argumentação e os documentos analisados em [1,2,3], ou (ii) que assumam sua desonestidade intelectual frente a deturpação ideologicamente construída dos fatos históricos mencionados em [1,2,3], ou (iii) que permaneçam em silêncio a cerca destes eventos como já vem fazendo há um bom tempo. Mas, que não se iludam, a opção pelo silêncio comprova sua incapacidade de refutar os argumentos postos em [1,2,3] confirmando, assim, sua desonestidade intelectual mencionada em (ii). Florianópolis, 29 de março de 2010 Apufsc vai adquirir imóvel Decisão visa proteger patrimônio do Sindicato Usando as suas atribuições (Art. 25, alínea p dos Estatutos), o Conselho de Representantes da Apufsc-Sindical decidiu, por ampla maioria, após os conselheiros consultarem seus representados em cada departamento, autorizar a Diretoria da Apufsc a investir parte de nossos recursos financeiros na aquisição de imóvel com a finalidade primeira de propiciar maior proteção e solidez ao patrimônio da Apufsc. Presentemente a Apufsc não possui nenhum imóvel, e todos nossos recursos estão disponíveis na forma financeira. Uma instituição como um sindicato, envolvida em conflitos com órgãos como AGU, SRF, INSS ..., sempre corre imensos riscos em eventuais disputas se todas suas reservas estiverem aplicadas nos bancos. Uma simples decisão judicial pode instantaneamente indisponibilizá-las e imobilizar a entidade. A saudável segurança patrimonial impõe diversificar nossas aplicações, para além do mercado financeiro. Se tivermos outros ativos, isto permitirá, em situações extremas como a da hipótese acima, apresentá-los como garantia, possibilitando que continuemos a discutir em juízo e dando-nos tempo para encontrar soluções. Em função de uma rara oportunidade de mercado, a Diretoria sugeriu uma alternativa concreta de investimento imobiliário junto à Praça Santos Dumont (em frente ao Comper), a qual foi referendada para aquisição. A partir desta decisão, formou-se uma comissão para cuidar da efetiva compra do imóvel, composta pelos professores Carlos Mussi, Elvira Viveiros, Sérgio Mayerle e Humberto Vecchio. Como Sindicato, somos uma instituição sem fins lucrativos. Porém, como tampouco queremos depreciar nossos recursos displicentemente, a alternativa de aplicar parte das nossas reservas na forma de investimento em imóveis na região da Trindade, onde existe uma maior rentabilidade deste tipo de ativo, é uma opção que consideramos economicamente interessante. Por fim, ainda que o imóvel em tela talvez possa servir para sediar parte do setor administrativo da Apufsc (por estar ao lado do Campus), esta possibilidade será discutida posteriormente, caso venhamos a fechar negócio. Porém, a priori, a possibilidade de aproveitálo como lócus de parte da Apufsc tanto não exclui a manutenção da sede atual, como também não exclui a futura construção de uma sede no Campus da UFSC. Entendemos que é fundamental continuarmos presentes no Campus. Diretoria da Apufsc-Sindical. Ospina lança livro na UFSC Paulo Noronha/Agecom Professor do Depto. de Matemática [1] “A Grande Mentira”; Agnaldo del Nero Augusto [2] “Projeto Orvil”; http://www.averdadesufocada.com/images/orvil/orvil_completo.pdf [3] “A Verdade Sufocada”, Carlos Alberto Brilhante Ustra [4] “Os Sete Matizes do Vermelho”, Ferdinando de Carvalho [5] “Combate nas Trevas”; Jacob Gorender http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/ posts/2010/01/09/historiadores-discutemrevogacao-da-lei-de-anistia-255996.asp [6] “1964: Golpe ou Contragople”; Hélio Silva 3 O jornalista Hernando Calvo Ospina, do Le Monde Diplomatique, falou sobre o tema “Colômbia: a história, as guerrilhas e as bases dos Estados Unidos na Amazônia”, base do seu livro “O terrorismo de Estado na Colômbia”, publicado no Brasil pela editora Insular. A palestra e o lançamento da obra, com venda de 118 exemplares, aconteceram na última quinta-feira, dia 25, no auditório do CFH. Leia resenha do livro na página 6. 4 Boletim da Apufsc Florianópolis, 29 de março de 2010 5 Categorias ameaçam radicalizar movimento na UnB Professores e técnico-administrativos, com apoio de estudantes, discutem alternativas para fazer governo cumprir ordens judiciais e restabelecer URP “A situação é dramática e teremos que radicalizar o movimento, pois o governo insiste em não cumprir as ordens judiciais”. A afirmação foi feita por Flávio Botelho, presidente da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (Adunb), ao Boletim da Apufsc em entrevista por telefone na quinta-feira, dia 25, sobre a greve contra o corte da URP que foi deflagrada por professores e servidores técnico-administrativos da UnB, com o apoio dos estudantes da instituição. Naquele dia cerca de 600 manifestantes, entre professores, técnicoadministrativos e estudantes da UnB, participaram de uma manifestação junto ao gabinete da Presidência da República para reivindicar uma audiência com o Presidente. Assim como na UFSC, e em outras IFES, o Poder Executivo vem, de forma administrativa, violando decisões judiciais que amparam o pagamento da URP. “Os olhos do MPOG estão voltados para a UnB porque, para ele, é preferível revogar a URP da Universidade de Brasília que estendê-la para as demais universidades”, apontou o advogado do SINTFUB, Valmir Floriano. Já Miguel Bezerra, primeiro secretário da APOSFUB, afirma que “se for para descumprir a coisa julgada, estaremos caminhando para o estado de anarquia”. A radicalização do movimento foi aprovada em plenária conjunta de servidores, professores e estudantes, na quarta-feira, dia 24. Cogita-se a ocupação de prédios públicos e outras formas de pressão sobre o governo federal. A greve se deve à postura do Ministério do Planejamento (MPOG), que insiste em descumprir duas liminares do Supremo Tribunal Federal que obrigam o pagamento da URP aos professores e de uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região que também determina que a rubrica seja paga aos servidores, até que o mérito da questão seja julgado. Os professores entraram em greve em 9 de março. No dia seguinte, foi a vez dos técnico-administrativos aderirem à paralisação. Para o presidente da Adunb a questão central é lutar pela autonomia universitária. Apesar da firmeza de ex-reitores como Antônio Ibañez, e mesmo do Roosewelt Pinheiro/ABr URP - Carta aberta dos professores da UnB ao presidente da República Sr. Presidente da República, Polícia reprime manifestação contra corte de salários na UnB. Ato ocorreu em frente ao gabinete presidencial, em Brasília, na última quinta-feira, dia 25 atual, José Geraldo, que foram à justiça para defender a universidade dos ataques da União, a universidade tem perdido, cada vez mais, a sua autonomia ao longo dos anos. HISTÓRICO - O caso é semelhante ao daqui, já que também se refere ao pagamento da mesma URP (Unidade de Referência de Preços) de 26,05%, suprimida pelo Plano Bresser em fevereiro de 1989. A diferença é que na UnB em 1991 a URP foi estendida administrativamente a todo o seu quadro de trabalhadores. Na ocasião, o então Reitor da UnB, com base nos princípios da autonomia universitária e da isonomia salarial, não precisou de respaldo do Conselho Universitário para proferir este ato unilateral. Já na UFSC, os reitores nunca cumpriram decisão do CUn, de 1996, determinando a extensão da URP para todos os trabalhadores de nossa universidade, ainda que ela já fosse prática na UnB. Em agosto de 2009, o Reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, determinou, por ato administrativo, o reajuste dos valores da URP, congelados desde 2005, de modo que efetivamente representassem 26,05% dos salários. O MPOG reajustou a URP, porém consultou o Tribunal de Contas da União (TCU) e sua própria Consultoria Jurídica sobre a correção de tal procedimento. O TCU determinou que se cancelasse esta medida, bem como exigiu o corte da URP dos contratados após 2006. Uma greve parcial foi deflagrada no final do ano passado, quando o Reitor da UnB publicou outro ato administrativo cessando o reajuste concedido. A para- lisação foi suspensa porque o governo, acatando liminar obtida em mandado de segurança posto pela ADUnB no Supremo Tribunal Federal no final de 2009, acenou com uma solução. Mas, em janeiro a URP foi integralmente cortada e em fevereiro paga parcialmente. “Desde então há um jogo de empurra entre o Ministério do Planejamento e a Reitoria da UnB sem que ninguém resolva o problema e cumpra as decisões judiciais”, afirma Flavio Botelho. Na semana passada, o Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, sediado em Brasília, proferiu sentença assegurando o direito à URP dos técnicoadministrativos. O TCU também questiona a legitimidade de universalização do benefício, e busca cortar o pagamento dos que não foram beneficiados diretamente pela ação judicial. Para o reitor José Geraldo, “a ampliação do pagamento da URP para todos os servidores da universidade decorre de isonomia reconhecida nos tribunais e protegida por decisão judicial definitiva”. QUEDA DE BRAÇO COM O GOVERNO - O Ministério do Planejamento divulgou na terça-feira, dia 16, novo parecer sobre a URP. O documento, elaborado pela consultoria jurídica do MPOG, reconhece que houve erros nos pareceres anteriores e confirma que a parcela deve ser paga a todos os professores e funcionários da UnB. Também no dia 16 a UnB recebeu parecer da Advocacia Geral da União orientando que a universidade mante- Os professores, funcionários e estudantes da Universidade de Brasília estão em GREVE contra a decisão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) de efetuar corte salarial de 26,05%, referente ao ganho judicial da URP. O GOVERNO FEDERAL É RESPONSÁVEL PELO CORTE DOS NOSSOS SALÁRIOS. Presidente Lula, o seu ministro Paulo Bernardo, numa atitude ilegal e arbitrária, mandou o Reitor da UnB reduzir os salários de professores e servidores. Esta decisão contraria liminares de ministros do STF e do TRF, instâncias superiores ao MPOG, e afronta a autonomia universitária. O Ministro desqualificou todos os trabalhadores da UnB, acusando-nos de sermos agraciados com “ganhos indevidos” e de “enriquecimento ilícito”, além de outros impropérios. nha o pagamento da URP “até decisão judicial em contrário”. AGU considera que a consultoria jurídica do Ministério do Planejamento cometeu erros no encaminhamento da questão. “Isso sinaliza que o Ministério parece ter compreendido que deve respeitar as decisões judiciais”, comemorou o reitor José Geraldo de Sousa Junior. Porém, cautelosamente advertiu: “Não podemos criar falsas expectativas. Ainda não é a vitória final.” De fato, depois de recuar em sua posição inicial, sinalizando que pagaria a URP integralmente, o MPOG impôs condições técnicas que acabam cortando na prática o pagamento da URP em abril, ameaçando integralmente a URP dos 1.100 professores e servidores contratados depois de outubro de 2006. “Enriquecimento ilícito”? “Ganhos indevidos”? Os professores da UnB mantêm com a Universidade regime de dedicação exclusiva: NOSSO SALÁRIO É A NOSSA ÚNICA FONTE DE RENDA. Nossa realidade é bem diferente da situação dos ministros e ocupantes de cargos de confiança do governo ou de estatais que, além de seus salários, ampliam seus ganhos com a participação remunerada em conselhos de empresas públicas e privadas. Nossa luta é em defesa do Ensino Público, gratuito, de qualidade e socialmente referenciado. Esta GREVE é para que o Governo NÃO REDUZA NOSSOS SALÁRIOS! Presidente, o seu ministro não respeita a Educação, trabalhador da Educação não é ladrão! Não ao Corte Salarial determinado pelo Governo! A GREVE SE FORTALECE! Comando de Greve O singelo ofício do MPOG atinge também os professores e funcionários mais antigos, pois o Ministério do Planejamento exigiu que a UnB, que encontrase em greve, em 72 horas recadastre no Sicaj (Sistema de Cadastro de Ações Judiciais) como beneficiados com as liminares do STF e do TRF apenas estes 4.500 servidores, tarefa que a Reitoria avaliou impossível. “Esse documento contraria decisões judiciais e atinge toda a comunidade acadêmica”, lamentou o Reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, a respeito destas exigências. José Geraldo avisou ao MPOG que enviará Ofícios ao STF e o TRF comunicando os danos provocados pelas últimas decisões do Ministério que dificultam o cumprimento das decisões judiciais. 6 Boletim da Apufsc Florianópolis, 29 de março de 2010 Colômbia: um Estado terrorista? Waldir José Rampinelli Na Colômbia, afirmava um líder comunitário, é mais fácil organizar uma guerrilha que um sindicato. Se alguém tem dúvidas, que o tente no seu local de trabalho. A Central Unitária dos Trabalhadores (CUT), criada em 1987, contabilizava, doze anos depois, 2.500 filiados assassinados, sendo os empregados das plantações de banana os mais atingidos, seguidos dos professores e dos petroleiros. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) declarou que a Colômbia é o país do mundo onde qualquer atividade sindical representa um alto grau de risco. E usou a expressão “genocídio sindical” para caracterizar os constantes massacres da população organizada. O livro O Terrorismo de Estado na Colômbia (Florianópolis: Editora Insular, 2010), do jornalista Hernando Calvo Ospina, é um importante estudo da política colombiana e de como um Estado classista se utiliza do terror contra sua população para que uma oligarquia se apodere do país. O assassinato de Jorge Eliécer Gaitán, em abril de 1948, desencadeou a espiral de violência. Embora pertencesse ao Partido Liberal, ele era um líder popular com um discurso nacionalista e anti-imperialista, responsabilizando a oligarquia colombiana e as empresas estadunidenses pela superexploração da mão-de-obra de seu povo. Seguramente seria eleito presidente nas eleições de 1949, daí sua eliminação para que a classe dominante continuasse seu processo de acumulação. A revolta popular foi tão grande pela morte dele que, assim que tomou conhecimento pelo rádio, atacou e incendiou símbolos do poder em Bogotá, tais como o Palácio da Justiça, a Procuradoria da Nação, o Ministério do Interior e da Educação, a sede presidencial, a Nunciatura Apostólica e vários conventos, entidades estas responsabilizadas como autoras intelectuais do assassinato de Gaitán. A partir de então, o Partido Liberal e o Conservador estabeleceram uma coalizão, denominada de Frente Nacional, destinada a garantir o poder à oligarquia, tornando quase impossível que uma força militar ou civil rompesse este sistema. Passaram a se revezar no poder, distribuindo os cargos entre si e funcionando como entidades do Estado. A diferença entre Liberais e Conservadores se reduziu a que, afirma Gabriel García Marquez, enquanto uns iam à missa das sete, outros frequentavam a das nove. Com o surgimento da Frente Nacional acabavam-se as lutas partidárias, mas nascia a luta de classes. Os camponeses mais perseguidos foram os liberais gaitanistas. Acredita-se que entre 1946 e 1958 foram assassinados aproximadamente 300 mil deles. Deste modo, não restava a eles outra alternativa que a luta armada. A “Operação Marquetalia”, uma incursão militar assessorada pelos boinas verdes estadunidenses contra presuntos “bandoleiros” que defendiam “repúblicas independentes”, serviu para massacrar vários “pueblos”. Em um deles vivia o “campesino” Manuel Marulanda Vélez, que se viu obrigado a adotar uma nova forma de resistência – guerra de guerrilhas – de unidades em movimento permanente, evitando a confrontação e atacando de surpresa. Nascia, assim, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), de cunho comunista (1965). Um ano antes já havia sido criado o Exército de Libertação Nacional (ELN), com forte influência ideológica da Revolução Cubana, tendo em vista que vários de seus dirigentes haviam estado na Ilha participando do processo de defesa das agressões imperialistas. A esta organização pertenceu o tão conhecido sacerdote Camilo Torres Restrepo, que dizia que “o dever de todo cristão é ser revolucionário e o dever de todo revolucionário é fazer a revolução”. Em 1967, foi fundado o Exército Popular de Libertação (EPL), tendo como bandeira a teoria da “guerra popular prolongada” e a criação de “embriões de poder alternativo”. Mais tarde, em 1974, apareceu também o Movimento 19 de Abril (M-19), que se definiria como nacionalista e que lutava pelo socialismo. O Estado colombiano, suas classes dominantes e Washington, de tanto falar do “perigo comunista” e de massacrar camponeses indefesos, haviam ajudado a tornar realidade o aparecimento de quatro organizações político-militares, algumas delas atuantes até hoje. OS PARAMILITARES – A Doutrina de Segurança Nacional, utilizada pela França nas guerras colonialistas da Indochina e da Argélia, como também pelos nazistas na resistência gálica, entrou na Colômbia, pelas mãos de Washington, com o objetivo de alinhá-la na Guerra Fria e com a finalidade de combater os grupos guerrilheiros e todos aqueles que lhes davam apoio. O inimigo passa a ser interno e é caracterizado de “bandoleiro”, “subversivo”, “guerrilheiro” e “terrorista”. Deste modo, a presença e a atuação das Forças Armadas da Colômbia “alcançariam um status de ideologia de Estado”. No entanto, por pressão de organismos internacionais, o Estado colombiano foi denunciado com frequência nas entidades de direitos humanos. Passou, então, inicialmente a estimular e posteriormente a criar grupos paramilitares que tivessem as mãos livres para perpetrar todos os crimes possíveis contra as organizações de esquerda. Os para, como são conhecidos, se autodenominaram de Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) e são financiados por empresários, latifundiários e narcotraficantes, cabendo ao Exército colombiano o suporte tático e estratégico. Tais grupos cresceram tanto no país que 1987 e 1988 são conhecidos como os “anos do paramilitarismo”. Eles chegaram a criar um partido político – o Movimento de Renovação Nacional (Morena) – pretendendo expandir a experiência paramilitar como ideologia política. Hernando Calvo Ospina, neste trabalho, mapeia os nomes de generais, coronéis e demais pessoas que assumiram a direção e operação dos grupos paramilitares com o apoio das democracias capitalistas dos Estados Unidos, da Europa e da América Latina. Os paramilitares atacam principalmente as populações civis e desarmadas, alegando que, como não encontram os grupos guerrilheiros, dão cabo daqueles que lhes apoiam. Se não se pode pegar o peixe, tenta-se tirar-lhe a água. Daí que todos são suspeitos sem poder provar o contrário. Assassinam líderes comunitários, massacram povoados acusados de abastecer as guerrilhas, obrigam as pessoas a votar em seus candidatos, exigem que os camponeses vendam suas terras pelos preços que eles estabelecem e provocam um enorme êxodo rural com o consequente inchamento das cidades, dispondo para tudo isso da proteção do Exército colombiano. O jornal espanhol El País, na sua edição de 20 de abril de 2009, sob o título Las tierras de sangre en Colômbia, mostra a luta dos camponeses para reaver suas propriedades, pagando com a vida o simples gesto de reivindicar o que fora seu um dia. Os paramilitares têm, igualmente, seus apoios internacionais, principalmente dentro de Israel e dos Estados Unidos. Empresas israelenses de segurança, contratadas por narcotraficantes e por uma companhia exportadora de banana, com o apoio do governo colombiano e de suas forças de segurança, trouxeram assessores daquele país para treinar os para. Os cursos eram tão caros (por três deles foram pagos 800.000 dólares) que, segundo confissão do paramilitar Baquero Agudelo “Vladimir” coube aos narcotraficantes Gonzalo Rodríguez Gacha, Victor Carranza e Pablo Escobar Gavíria o financiamento dos mesmos. Aliás, foi com Escobar Gavíria que os mercenários israelenses cresceram na Colômbia, já que o grande capo necessitava cada vez mais de segurança pessoal como também para suas plantações de coca. Gravíssima, porém, é a relação dos paramilitares e narcotraficantes com a Agência Central de Inteligência (CIA). Enquanto os para atuavam dentro da lógica da Doutrina de Segurança Nacional contra as guerrilhas e seus apoiadores, já os narco abasteciam a CIA com cocaína, que, uma vez levada à América Central, e daí aos Estados Unidos, era vendida e o dinheiro revertido para financiar os Contra que, na fronteira de Honduras com a Nicarágua, lutavam para derrubar o regime sandinista. Esta triangulação, feita para arrecadar fundos, driblava uma decisão do Congresso estadunidense que havia proibido o financiamento deste exército irregular. A sentença de morte de Pablo Escobar Gavíria se deveu, entre outras razões, segundo declarações de membros do Cartel de Medellín, ao fato de ele, em um de seus momentos de arranque nacionalista e anti-imperialista, se negar a fornecer mais cocaína à CIA para a guerra antissandinista. URIBE E SUAS CONEXÕES PERIGOSAS – Fernando Garavito Pardo, colunista do jornal El Espectador, teve de se exilar, em março de 2002, depois que publicou uma série de trabalhos sobre os possíveis nexos do então candidato a presidente Álvaro Uribe Vélez com o narcotráfico e o paramilitarismo. O mesmo aconteceu com Ignácio E. Gómez Gómez logo depois de receber o Prêmio Internacional de Liberdade de Imprensa do Comitê Mundial para a Proteção dos Jornalistas ao fazer uma reportagem que relacionava Uribe com o Cartel de Medellín. Quando o pai do presidente foi atacado pelas FARC em sua fazenda, Uribe se utilizou do helicóptero mais moderno do país, de propriedade de Pablo Escobar Gavíria, para chegar ao local do enfrentamento. Perguntado sobre o uso da aero>>> Florianópolis, 29 de março de 2010 Boletim da Apufsc 7 3 mil delegados de todo o país participam do Conae em Brasília Milton Muniz Em dezembro de 2008 o MEC, Ministério da Educação, divulgou o Documento-Referência da CONAE, sobre a realização da primeira CONAE, Conferência Nacional da Educação, com o subtítulo “Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação: O Plano Nacional de Educação, Diretrizes e Estratégias de Ação”. O seu conteúdo foi apresentado com os seguinte eixos temáticos: EIXO I Papel do Estado na Garantia do Direito à Educação de Qualidade: Organização e Regulação da Educação Nacional; EIXO II Qualidade da Educação, Gestão Democrática e Avaliação ; EIXO III Democratização do Acesso, Permanência e Sucesso Escolar; EIXO IV Formação e Valorização dos Profissionais da Educação; EIXO V Financiamento da Educação e Controle Social; EIXO VI Justiça Social, Educação e Trabalho: Inclusão, Diversidade e Igualdade, disposto no Documento Referência*. Em 2009 os Estados, Municípios e o Distrito Federal, através de Conferências Municipais ou Inter-Municipais, Regionais, Estaduais e Distritais constituídas de Delegados eleitos na Conferência Municipal ou Inter-Municipal, partindo da realidade da Escola, em um modelo piramidal quanto ao >>> nave, o presidente simplesmente respondeu que “embarquei quase de noite no primeiro helicóptero que conseguiram [...] O jornal El Mundo disse no dia seguinte que o helicóptero era do fazendeiro Pablo Escobar”. Em 1984, quando a polícia chegou ao maior laboratório de cocaína do mundo, de Pablo Escobar – o Tranquilandia –, encontrou várias aeronaves, três das quais tinham licença de funcionamento expedida pela Aeronáutica Civil quando seu diretor fora Álvaro Uribe Vélez. No entanto, o mais grave estaria por vir. Em 30 de julho de 2004 a presidência da Colômbia rechaçou um documento da Defense Intelligence Agency (DIA), um dos serviços de segurança mais secretos e poderosos dos Estados Unidos, que classificava Uribe “um político e senador colombiano dedicado a colaborar com o Cartel de Medellín nas altas esferas do governo”. E continuava: “Esteve vinculado com os negócios relacionados com as atividades dos narcóticos nos Estados Unidos. Seu pai foi assassinado na Colômbia por sua conexão com os traficantes de narcóticos. Uribe tem trabalhado para o Cartel de Medellín e é um próximo amigo pessoal de Pablo Escobar Gaviria (sic)”. Esta é uma das causas que explicam o apego de Uribe ao poder. Teme que, uma vez terminado seu mandato presidencial, possa ser julgado por alguma corte internacional por conta de seus vínculos quer número de participantes, discutiram aprovando, suprimindo, acrescentando ou modificando esse documento e, os trabalhos desenvolvidos formaram um Documento de cada Estado. Em Santa Catarina a Conferência Nacional de Educação, etapa estadual, foi executada em uma parceria entre a Secretaria de Educação disponibilizou sua estrutura de comunicação e a liberação de professores; Universidade Federal de Santa Catarina, que se responsabilizou pelo repasse dos recursos oriundo do MEC no custeio das atividades; Conselho Estadual de Educação, que, de comum acordo, assumiu a Coordenação dos trabalhos permitindo a realização dos trabalhos da Conferência. Este indicou sua Conselheira, Professora Marta Vanelli que contou com a participação decisiva de Vilmar Klemann e Fabrício Lima, seus destacados Colaboradores. A Comissão Organizadora, composta pelas diferentes Entidades Educacionais com representação em Santa Catarina, estre estas o Proifes do qual tive a honra de ser indicado como seu representante. A dinâmica dos trabalhos partiu de 292 municípios com 40.000 delegados; 29 Conferências Regionais com 8.000 delegados; Conferência Estadual com 1.100 delegados, a qual elegeu 99 delegados à Conferência Nacional de Educação que se realizará em Brasília, com início no próximo dia 28. Esta contará com 3.000 delegados. Estes números, eloquentes, mostram a intensa capilaridade que têm as Entidades Educacionais em Santa Catarina, demonstrando o poder que Estado possui para discutir o Plano Nacional de Educação 2011-2020. A participação dos Professores da Educação Superior foi pífia, demonstrando que a nossa dedicação para com a educação, em geral, está longe da ideal. Espero que a discussão sobre o Plano Nacional de Educação, em 2010-2020, permita aos Professores da Educação Superior, principalmente aos da Educação Superior Pública, corrigirem esta falta, constatada, para com a Conferência Nacional de Educação 2010. O documento produzido pela Conferência Nacional de Educação, etapa de Santa Catarina, está sendo editado pela Comissão Organizadora, o qual será distribuído nas respectivas Escolas. Os documentos produzidos em cada Estado, foram sistematizados no Documento-Base*. Este documento-base será discutido e sintetizado na Conferência Nacional de 28 de março a 1 de abril próximos, em Brasília, por 3.000 Delegados, e servirá de base à elaboração do Plano Nacional de Educação, 2011-2020. com o narcotráfico, quer com os paramilitares. Tornou-se um defensor acérrimo do Plano Colômbia, cujo objetivo principal é a militarização, aumentando a guerra interna. Dos recursos aprovados pelo Congresso estadunidense para este plano, 85% estavam destinados ao fortalecimento do aparato bélico, enquanto para a repressão ao narcotráfico nada fora adjudicado. Apenas 8% eram investidos na substituição dos cultivos ilícitos. Além disso, Uribe cede a soberania de seu país aos Estados Unidos ao permitir que o Pentágono instale sete bases militares na Colômbia, sendo três aéreas, duas terrestres e duas navais. O almirante Stavridis, recentemente nomeado por Obama chefe supremo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), afirmou que “na América do Sul me concentrei em operações de insurgência na Colômbia, repercutindo em meu papel como comandante no Afeganistão”, e revelou à CBS que “os Estados Unidos estava enviando ao Afeganistão comandos colombianos treinados pelos boinas verdes”. E completou: “quanto mais se pareça o Afeganistão à Colômbia, melhor”1. O resultado de todo este terrorismo de Estado, além dos milhares de assassinados que vai deixando pelo caminho, é a fuga das pessoas do campo para as periferias das cidades. Já há mais de quatro décadas a Colômbia vive um conflito interno com nítidas características de guerra civil. É, portanto, o país com “a mais grave crise humanitária do hemisfério ocidental”, catalogou o Alto Comissionado da ONU para os Refugiados (Acnur) no ano 2000. Três anos depois, a Colômbia era o segundo país do mundo em número de refugiados. Perdia apenas para o Sudão. Os governos colombianos têm tornado as estatísticas horripilantes no que toca aos direitos humanos. Fazendo-se uma comparação macabra com as ditaduras de segurança nacional da América do Sul, chega-se a números espantosos: o terror de Estado na Colômbia, a partir de 1986, tem matado mais, a cada período presidencial de quatro anos, que todas as ditaduras militares regionais juntas no mesmo espaço de tempo. Por isso, a Colômbia não teve ditaduras militares porque vive uma “ditadura perfeita”, ou seja, aquela que faz tudo o que as demais fazem e, no entanto, parece ser democrática. O colombiano Hernando Calvo Ospina, depois de escrever este livro, a partir de fontes primárias, não pode mais voltar para seu país. É jornalista refugiado do Le Monde Diplomatique em Paris. Professor aposentado do CCB e delegado de Santa Catarina na Conae *Disponível em: http://conae.mec.gov.br/index. php?opti on=com_content&view=article&id=52:ref erencial&catid=38:documentos&Itemid=59 Professor do Depto. de História da UFSC SAXE-FERNANDEZ, John. La gran traición. La Jornada, México, 13 ago. 2009. Seção Opinião. 1 8 Boletim da Apufsc Florianópolis, 29 de março de 2010 E a URP? Nem “cutucando” a onça com vara curta ela reage? Sérgio Eduardo Michelin Após a publicação do brilhante e certeiro artigo do prof. Gerson R. Ouriques, no boletim da Apufsc deste dia 08 de março de 2010, argumentei com meus botões: - Certamente no próximo boletim, a direção, o jurídico, alguns colegas que também a perderam, ou, seja lá quem for, lançará uma nota, um comentário, uma simples explicação para saciar nossa fome de informações sobre a URP. Porém, ao folhear o boletim seguinte; espanto-me, nada. Nem sequer os atingidos, por este esdrúxulo corte, se manifestam? Alguma coisa não cheira bem. Com certeza. E podem acreditar que não são os esgotos a céu aberto que cortam o nosso Campus. Ou as falcatruas que rolam sem que saibamos. Nada! Aí tem algo de podre, de insuportável mau-cheiro. Nem uma simples nota, nem uma crítica sequer, uma tentativa de explicação ou algum arremedo de artigo. Isto deixa-nos frustrado e incomodado. Certamente, aquele artigo, justamente no dia internacional das mulheres, também serviu como uma homenagem, haja vista que muitas delas, nossas colegas de labuta, também perderam parte de seus vencimentos, numa garabulha cujos responsáveis sabemos bem quem são. Como já afirmei em boletins passados, uma gestão deficiente e amedrontada, como foi a gestão anterior, sem sombra de dúvidas, culminaria em falhas deste tipo: nenhum comprometimento com colegas de profissão ou causas que a estes últimos pertenciam. Bastou uma simples carta, redigida por lá se sabe quem na AGU ou MPOG, e pronto; ocorreu a submissão servil. Quando se comenta, com pessoas ligadas ao jurídico, fatos como este; que uma sentença transitada em julgado - quer dizer, líquido e certo, com direito a sepultamento e tudo, da coisa morta – em favor dos impetrantes foi sumariamente ressuscitada, advém um desdém, um olhar de incredulidade, como a querer indagar: como isto foi possível? Olham para você com aquele olhar de descrédito, que até lhe deixa meio sem rumo. Mas fatos são fatos e estão aí, como diz o prof. Gerson. Agora, já que a besteira foi feita, como remediar, como corrigir tal episódio? O artigo do prof. Gerson dá uma importante dica de como isto pode ser realizado. Mas por quê levou-se tanto tempo para citar que era decisão transitada em julgado em 1990? E não como se apregoa aos quatro cantos: a incorporação destes valores em sentença da Juíza Caetano de 1994? (Pois isto viria posteriormente ao transitado em julgado). Ora, de acordo com o artigo do prof. Gerson, alguma coisa não está correta nestes trâmites impetrados por nossa Associação. E por quê eles continuam a bater na mesma tecla? Será que existe algo mais por debaixo desta ponte, que não querem que saibamos? A URP, para quem nem lembra mais, é uma porcentagem adicionada ao salário de alguns funcionários públicos referente à perda salarial causada pelos planos de redução inflacionária do final dos anos 80. Perfeitamente legítima. No início do ano de 2008, logo após o corte da URP, a Apufsc convocou algumas manifestações contra este corte, em algumas eu estive presente, noutras não. Mas uma delas não me sai da memória; foi solicitada uma audiência com o então, reitor de ocasião. Neste encontro, perguntei ao reitor se ele possuía uma sentença de algum juiz, determinando o corte. Ele respondeu que sim. Ato seguinte o diretor da Apufsc, Armando Lisboa, pediu vistas a tal ação. O reitor responde que em momento oportuno traria a tona tal sentença. Hora, já estamos em 2010, o ex-reitor sumiu do mapa, e até agora esperamos colocar os olhos nesta dita cuja. Está claro que não pode haver tal decisão. Nossa ação é transitada em julgada, como diz o artigo do prof. Gerson. Não pode ser anulada. A não ser por conseqüência de falha ou de má fé no processo. Coisa que ao que parece não existe. Nossa sentença é legítima e inviolável. Como então viemos parar neste sórdido dilema? Com certeza, de acordo com o artigo do prof. Gerson, não devido a perseguições políticas do governo. Mas sim DIRETORIA GESTÃO 2008/2010 Publicação semanal do Informativo do Sindicato dos Professores das Universidades Federais de Santa Catarina (Apufsc-Sindical) ENTRE EM CONTATO Endereço Sede da Apufsc, Campus Universitário, CEP 88040-900, Florianópolis/ SC Fone/fax (048) 3234-2844 Home page www.apufsc.ufsc.br E-mail [email protected] Presidente Armando de Melo Lisboa Vice-Presidente Rogério Portanova Secretário Geral Paulo César Philippi 1ª Secretária Alai Garcia Diniz Diretor Financeiro Carlos W. Mussi por outros motivos, que até agora não estão claros, daqueles a quem deveriam proteger nossos direitos. Bem, com certeza, de nossos direitos, devemos nós cuidar. Então que se nos dêem o direito de constituirmos zagueiros que não chutem contra o próprio gol. Que nos defendam adequadamente, ou passem a bola para quem gosta de jogar, e de vencer. Basta olharmos os colegas de Brasília, que sob uma simples ameaça de corte da URP, logo contra-atacam com greves, manifestações e defesas de seus direitos. E nós? Continuaremos impassíveis? Como simples observadores? Ou seguiremos o exemplo de nossos colegas da UnB? Como nosso problema não é político, mas sim de justiça, voltemos nossa atenção para os colegas da URGS, os quais em decisão judicial, mantiveram a URP, de tal modo que foi impedido ao TCU, de questionar sua legitimidade tanto agora como no futuro. Que argumentos eles utilizaram? E por que o nosso é tão complicado se é transitado em julgado? Eu não entendo! Penso que só pode ser a argumentação utilizada nos recursos pelo nosso sindicato, de acordo com o artigo do prof. Gerson. Vejam que as discussões e polêmicas envolvendo a URP (Unidade de Referência de Preços) existem desde a criação da alíquota em 1989. Várias brigas já foram travadas na justiça, a maioria delas ganhas por vários colegas de outras instituições, que nem sequer possuem o transitado em julgado. A UFSC, se não me engano, é uma das raras universidades do País que possui o transitado em julgado. Mesmo assim, nos surrupiaram este direito. Até onde ignoraremos que se nos tiraram algo legítimo referendado por uma sentença transitado em julgado? Ao que aparenta, não há mais interesse, por parte dos envolvidos, em discutir este assunto. E o que não é visto, colegas, não mais lembrado será. Parabéns prof. Gerson, por seu artigo, que certamente mexeu com os responsáveis por esta falha gritante nos atos jurídicos, mas aparentemente, preferem ficar quietos, encolhidos em seu silêncio. Professor do Departamento de Física PRODUÇÃO Diretor Financeiro Adjunto Ricardo Tramonte Jornalista Responsável Ney Pacheco (SC - 735 JP) Diretor de Divulgação e Imprensa José Francisco Fletes Projeto gráfico e editoração eletrônica Tadeu Meyer Martins (MTB/SC 03476-JP) Diretor de Promoções Sociais, Culturais e Científicas Nilton Branco Tiragem 3.500 exemplares Diretor de Assuntos de Aposentadoria Gerônimo W. Machado O conteúdo dos artigos assinados é de responsabilidade dos autores e não corresponde necessariamente à opinião da diretoria da Apufsc Impressão Gráfica Rio Sul Distribuição gratuita e dirigida
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