SindsegSP - Para ONU, seguro deve ser agente de mudança

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SindsegSP - Para ONU, seguro deve ser agente de mudança
Para ONU, seguro deve ser
agente de mudança ambiental
Executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente elogia envolvimento
das seguradoras brasileiras em programa de sustentabilidade
Risco Seguro - 08/10/2015
Por Oscar Röcker Netto,
Com 50% dos prêmios globais de seguros vindos de países com exposição a perda de
biodiversidade acima da média e quase 40% provenientes de países com níveis de emissão de
gases do efeito estufa igualmente acima da média, segundo uma pesquisa da Swiss Re, a
indústria de seguros pode se considerar um agente de peso para iniciativas "verdes".
Mas o que as empresas podem fazer para participar mais ativamente das soluções para esses
problemas? "Há grandes desafios para o setor de seguros, que pode ser um canal de
mudanças, gerenciando melhor essas questões", afirma Butch Bacani, especialista em
sustentabilidade do setor financeiro do PNUMA, o Programada das Nações Unidas para o
Meio-Ambiente. "Isso requer um foco mais forte do setor."
Bacani lidera o programa de seguros e investimentos do UNEP FI, uma parceria públicoprivada entre o PNUMA (cuja sigla em inglês é UNEP) e o setor financeiro global.
A preocupação expressa pelo executivo do PNUMA vem sendo tocada desde 2012 por meio
dos Princípios para Iniciativas de Sustentabilidade em Seguros, mais conhecidos pela sigla
inglesa PSI, uma parceria criada durante a conferência Rio+20.Segundo Bacani, que esteve
em São Paulo no mês de setembro, o Brasil está bem representado no PSI, sendo o país com
maior número de empresas signatárias (nove, além da CNSeg, a confederação nacional de
seguros). No mundo todo, o projeto reúne 85 signatários.
Essa rede pode vitaminar os resultados do programa, acredita o executivo do PNUMA. Mas as
ações ainda estão abertas ao desenvolvimento. "Podemos ter iniciativas colaborativas, como o
PSI, ou investimentos responsáveis: seguradoras e investidores se reúnem para lidar com
essas questões", afirmou ele. "Uma das premissas por trás do PSI é de que uma empresa
sozinha não pode mudar tudo. Isso requer uma ação sistêmica e mais forte."
Bacani, no entanto, elogia o esforço brasileiro em promover ações efetivas. "Em apenas alguns
anos, o Brasil tornou-se um exemplo brilhante de compromisso, implementação e colaboração
com o PSI. O país mostrou como um mercado de seguros pode abraçar os princípios e
transformá-los em prática."
Enquanto o tipo de ação conjunta vai sendo desenhada, pipocam iniciativas individuais - até
porque o conceito de sustentabilidade não é novo, e as empresas vêm sendo pressionadas a
trabalhar com ele há anos.
Iniciativas
Bacani elencou, entre outros exemplos, que a AXA promete triplicar seus investimentos verdes
nos próximos anos; o BB Mapfre criou sua Academia de Sustentabilidade; a Sul América, seu
Comitê de Sustentabilidade; a Munich Re desenvolveu uma ferramenta especial de subscrição
de riscos ambientais; a Swiss Re criou um sistema para gerenciamento de riscos ambientais e
tomada de decisões sobre financiamentos; a resseguradora Terra Brasis desenvolveu um
mapa de riscos climáticos no Brasil.
A pesquisa da Swiss Re foi feita para verificar até que ponto indústria de seguros está
envolvida e engajada nos riscos de ambientais, sociais e de governança (ASG). A conclusão,
diz Bacani, é de que a mudança climática é provavelmente o tópico relacionado à
sustentabilidade mais importante para a indústria de seguros global."
Existe um elo crescente entre o crescimento de negócios de seguro em todo o mundo e a
perda da biodiversidade, violação de direitos humanos e corrupção", afirmou ele.
Segundo Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção de Painéis das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima, "o setor segurador é um dos maiores investidores do mundo
e, por meio de suas políticas de investimentos, está liderando o movimento para uma mudará
na economia baseada em combustíveis fósseis para uma baseada em energias renováveis e
de baixo carbono".
O foco das discussões sobre o papel do setor como indutor de desenvolvimento sustentável
passa por três pontos: investimentos e gerenciamento de riscos físicos e financeiros. Dessa
forma, o setor pode influenciar a alocação de recursos na área, além de oferecer produtos que
atendam às demandas de riscos ambientais, sociais e de governança.
No Brasil, o Comitê de Sustentabilidade da CNSeg trabalha para que as práticas nessa área
sejam incorporadas às estratégias das empresas.

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