Doenças Pleurais

Transcrição

Doenças Pleurais
Doenças pleurais
Doenças Pleurais
Derrame pleural
Empiema
Pneumotórax
Hemotórax
Quilotórax
Prof. Carlos Cezar I. S. Ovalle
Pleuras - Anatomia
Pleuras - Fisiologia
• Pleura visceral – recobre a superfície externa do pulmões
• Pleura parietal – reveste a parede interna da caixa torácica.
• Líquido Pleural – Forma uma película lubrificante que possibilita o
• Devido à diferença de pressão hidrostática entre os vasos dos dois
folhetos, cerca de 700 ml de líquido circulam diariamente no
espaço pleural e são absorvidos pelos linfáticos e capilares do
deslizamento de uma pleura sobre a outra durante os movimentos
folheto visceral.
respiratórios. É estimado em 0,1 a 0,2 ml/Kg de peso.
• Qualquer alteração nas pressões que controlam a dinâmica do
líquido pleural, na permeabilidade dos capilares pleurais ou na
integridade dos vasos linfáticos, poderá acarretar excesso de
formação ou déficit de reabsorção e provocar acúmulo anormal de
líquido, caracterizando a formação do derrame pleural.
1
Derrame pleural
Derrame pleural - Caracterização
Transudatos – não há envolvimento inflamatório das pleuras, e o
Acúmulo anormal de líquido no espaço pleural resultante de um
desequilíbrio fisiológico das forças que regulam a formação e reabsorção
do líquido pleural ou de eventos fisiopatológicos decorrentes de processos
inflamatórios ou infiltrativos dos folhetos pleurais.
acúmulo de líquido é resultante do aumento da pressão hidrostática
sistêmica ou pulmonar.
Exsudatos – resultam de patologias que determinam reação inflamatória
local,
com
consequente
aumento
da
permeabilidade
capilar
e
extravasamento de proteínas para o espaço pleural. Os exsudatos podem
também se formar por impedimento ou redução da drenagem linfática
Principais causas de derrame pleural
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Derrame pleural - Tratamento
Derrame pleural - Tratamento
Toracocentese – punção diagnóstica / punção esvaziadora
Empiema
Derrame constituído de pus
Pneumotórax
Presença de ar na cavidade pleural
Tratamento – drenagem de tórax
3
Pneumotórax
Espontâneo – primário e secundário
Pneumotórax espontâneo
O PTX espontâneo primário é uma doença de adultos jovens, a maioria
Traumático
dos pacientes estão entre as idades de 20 a 30 anos. Etiologia congênita
Iatrogênico
controversa ou de fundo genético.
Hipertensivo
O PTX espontâneo secundário está presente em 20% dos pacientes com
pneumotórax espontâneo, o evento está relacionado a uma doença
pulmonar subjacente localizada ou generalizada (DPOC)
Pneumotórax traumático
• Presente em 15 a 50% dos pacientes com
trauma torácico
– Fratura de arco costal
– Impacto sobre vítima em inspiração completa
com a glote fechada
– FPAF: Tiro
– FAB: Facada
Pneumotórax traumático
PTX fechado – sem escape de ar para o meio externo
PTX aberto – com escape de ar para o meio externo
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Pneumotórax Iatrogênico
Pneumotórax Hipertensivo
• Situação de risco de vida
Realização de acesso venoso central em subclávia
• Válvula unidirecional que permite que o ar entre mas não saia do espaço
pleural
Barotrauma por ventilação mecânica
• Desvio do mediastino, com comprometimento do pulmão contralateral
Conseqüências:
• Ventilação progressivamente mais difícil
• Diminuição do fluxo de sangue para o coração
• Choque
Pneumotórax Hipertensivo
Pneumotórax - Quadro Clínico
Dor
Dispnéia
Expansibilidade diminuída
Hipertimpanismo a percussão
MV diminuído ou abolido
Cianose
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Pneumotórax hipertensivo - Quadro Clínico
Pneumotórax – Interpretação radiológica
• Agitação
• Cianose
• Distensão jugular (estase jugular)
• Desvio da traquéia
• Distanciamento entre
pleura visceral e parietal
• Área hipertransparente
• Desvio do Ictus cordis
• Hipotensão arterial
• Ausência de trama vasobrônquica
• Taquicardia
• Queda progressiva do estado de consciência
• Choque
Pneumotórax – Conduta e tratamento
• Conduta expectante
–
–
–
–
–
–
Pneumotóracex pequenos
1,5% do ar intrapleural é absorvido diariamente
Sedar tosse
Analgésicos
Exercícios respiratórios (7º dia)
Controle radiográfico
• Toracocentese
– Aspiração do ar na cavidade pleural
– Pneumotórax hipertensivo
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Pneumotórax – Conduta e tratamento
Caso clínico
• Drenagem pleural
– Tratamento padrão
– 4° ou 6° EIC, Linha axilar anterior
– Dreno em selo d’ água
– Aspiração pleural contínua
– Manter por 24h após a expansão completa do pulmão e
fechamento da fistula
Caso clínico
Identificação
R.O.R.R., 37 anos, masculino, comerciante, natural e residente
do Rio de Janeiro.
Queixa principal
Dispnéia.
História da doença atual
Paciente relata ter discutido com a esposa que o agrediu com faca
de cortar pão. Assustou-se com a quantidade de sangue e evoluiu
com dispnéia de grande intensidade. Gritou por socorro e foi
trazido ao hospital por vizinhos.
Caso clínico
• Exame físico
Hipocorado (+/4+), hidratado, anictérico, cianose de
extremidades, dispneico, grande agitação
psicomotora. Murmúrio vesicular preservado à
direita, sem ruídos adventícios e abolido à esquerda,
apresenta evisceração em base de hemitórax
esquerdo com exposição do pulmão. Abdômen
flácido e indolor.
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Hemotórax
• É a presença de sangue na cavidade pleural resultante de lesões
Hemotórax – Quadro clínico
Proveniente de um trauma
Dor
do parênquima pulmonar, de vasos da parede torácica ou de
grandes vasos como aorta, artéria subclávia, artéria pulmonar ou
Dispnéia
Expansibilidade diminuída
Macicez a percussão
mesmo do coração.
MV diminuído ou abolido
• Hipovolemia
Cianose
• Hemotórax hipertensivo – incomum
Hipotensão, taquicardia
Choque
Hipotransparência ao RX de tórax
Hemotórax
Hemotórax- tratamento
Tratamento:
– Problema respiratório:
• Oxigênio suplementar
• Ventilações assistidas
– Problema circulatório:
• Reposição intravenosa de soluções c/ eletrólitos
– Drenagem de tórax
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Tórax instável ou tórax flácido
Tórax instável ou tórax flácido
• Ocorre quando três ou mais costelas adjacentes são fraturadas em pelo
menos dois lugares
• Perda de suporte ósseo e a fixação à caixa torácica
• Move-se em direção oposta á do resto do tórax durante a inspiração e a
expiração
• Respiração paradoxal
Tórax instável ou tórax flácido
Conseqüências:
– diminuição na capacidade vital proporcional ao tamanho do
segmento instável
– Aumento no trabalho da respiração
– Dor, limitando a capacidade de expansão da caixa torácica
– Contusão do pulmão abaixo do segmento instável
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Drenagem do tórax
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