notícia - Lugrade

p.20 EMPRESAS E MERCADOS
22 de maio de 2015
JOSELITO LUCAS | diretor comercial da lugrade
“Produzimos 250
toneladas de bacalhau
salgado seco por mês”
SOBRE A PRODUÇÃO
“É um segredo bem guardado
e que confere um produto de elevada qualidade e sabor único.”
SOBRE A LUGRADE
Constituída em 1987, a Lugrade é hoje uma
empresa sólida e de elevada notoriedade, detendo como principal atividade a transformação e comercialização de Bacalhau Salgado Seco e derivados. Desde então, a estratégia de crescimento da
empresa assenta no reforço da sua posição nacional e conquista de mercados internacionais, com
base na comercialização de produtos de elevada
qualidade, com marca “Lugrade”.
Caracterizada por uma gestão familiar, a Lugrade é uma empresa de excelência no mercado
do bacalhau. A inovação dos processos de produção aliada à elevada experiência dos seus cerca de
60 colaboradores e o respeito pelos ensinamentos
acumulados nestes quase trinta anos, permite à
Lugrade uma diferenciação neste sector.
No que concerne à atividade desenvolvida
pela Lugrade, atualmente detém a sua infraestrutura no Parque Industrial de Taveiro, numa nave
industrial com uma área coberta total de 2.500
m2, dispondo de uma capacidade de armazenagem frigorífica de 1200 toneladas, bem como
uma capacidade de processamento de 3.000
toneladas/ano.
MISSÃO DA EMPRESA
A oferta de um produto de excelência que vá
de encontro às necessidades e expectativas dos
nossos clientes, estabelece-se como principio
base de atuação da Lugrade. Com especial ênfase nos recursos humanos e no desenvolvimento
tecnológico a Lugrade pretende afirmar-se como
uma empresa de referência no mercado nacional,
estendendo a sua influência a outros mercados
onde, por afinidade geográfica ou cultural, esteja
presente o nosso “fiel amigo”.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Socialmente responsável, a Lugrade pretende
no decorrer da sua atividade gerar valor para os
seus clientes, fornecedores e colaboradores, contribuindo para o desenvolvimento da sociedade
em geral e dos seus parceiros em particular, regendo-se por princípios de desenvolvimento sustentável, assentes no equilíbrio do crescimento
económico.
VALORES
Os princípios ligados à atuação fixam-se na
Tradição, Qualidade e Confiança.
OBJETIVOS
-Reforço da posição de referência no mercado
do Bacalhau Salgado Seco e crescimento sustentável no mercado do Demolhado Ultracongelado
-Expansão nos mercados internacionais;
-Contribuir para o desenvolvimento da sociedade em geral e dos seus parceiros em particular, regendo-se por princípios de desenvolvimento
sustentável, assente num equilíbrio entre crescimento económico.
Caracterizada por uma gestão familiar, a denominação Lugrade resulta da junção do nome de duas famílias, onde os valores são parte integrante de toda a filosofia de gestão. Constituída em 1987, sendo em 1998, quando Joselito Lucas
deu os primeiros passos na direção da mesma após finalizar os estudos na área
da Gestão de Empresas.
Sendo o setor de indústria de pesca e salga caracterizado por uma atividade tradicional, a Lugrade não deixa de aliar a modernidade e inovação aos processos
já existentes.
A par da inovação, é objetivo da empresa o reforço e posicionamento da marca
junto dos clientes através dos canais de comunicação como o Facebook (http://
facebook.com/LUGRADE.SA) e página web (www.lugrade.com). Numa ótica de
política de Marketing a Lugrade, exerce sobre os seus clientes um acompanhamento contínuo de modo a fortalecer as relações comerciais.
“Queremos ser diferenciados através de uma
imagem forte, onde os nossos clientes associem
a qualidade do nosso bacalhau.”
Desde 1995, a Lugrade efetua investimentos
contínuos no seu “packaging”.
“Mais que o produto bacalhau, queremos que
os nossos clientes levem um conjunto de serviços
associados e uma identidade construída ao longo
dos nossos 27 anos de actividade.”
O core business da Lugrade é o bacalhau salgado seco, cuja produção se situa nas 250 toneladas/mês. Portanto o bacalhau demolhado ultracongelado representa uma pequena parte do
nosso negócio.
“O bacalhau é a nossa tradição, daí que, os
processos são respeitados de forma rigoroso sem
qualquer adição de aditivos químicos.”
Onde se pode encontrar o vosso produto no
mercado nacional?
Os consumidores podem encontrar o nosso
produto em quase todos os pontos de venda. Na
grande distribuição, estamos somente presentes
no grupo El Corte Inglés. As lojas tradicionais de
bairros e canal horeca, representam igualmente
uma grande fatia na nossa distribuição.
É por alguma razão especial que rejeitam a
grande distribuição?
A nossa estratégia não passa pelas grandes
superfícies de distribuição de massas. A estratégia
de negócio destas não é de todo a mais correta e
honesta, e por isso, nós estamos fora.
É uma questão interessante de abordar, saber
até que ponto a distribuição moderna está a causar grandes problemas à produção.
A nós, Lugrade, não está, porque estamos fora.
No entanto a avaliar por algumas tentativas de inserção da nossa parte deu para ver como as coisas
se passam e não nos despertou interesse e não se
coaduna com a nossa estratégia comercial.
Faça-me um resumo da Lugrade como empresa, facturação nº de trabalhadores, exportação…
Neste momento a Lugrade tem 65 trabalhadores, fatura catorze milhões de euros de euros,
sendo a exportação responsável por dez por cento dessa faturação.
Como e quando começou a exportação na
empresa?
Começou por volta de 1998, coincidindo com
a minha entrada na empresa e com a nossa primeira presença no SISAB PORTUGAL, onde encontrámos os primeiros parceiros que nos foram
permitindo posteriormente, estreitar relações com
clientes já antigos.
Quais os principais mercados onde estão
presentes?
O principal é o mercado europeu. Espanha,
França Alemanha, Suíça, Inglaterra e Bélgica,
também na América do Norte e América do Sul;
Estados Unidos Canadá e Venezuela.
Em que outros mercados aspiram a estar presentes?
Este é um ano muito importante para a Lugrade, porque estamos a concluir uma nova
unidade de produção que estará concluída no
final deste ano e com essa unidade a nossa estratégia passará por alavancar todas as
nossas exportações. Em primeiro lugar em todos os mercados onde já estamos implantados iremos reforçar a nossa presença, depois
é nosso objetivo a conquista de novos mercados, até porque iremos apresentar novos produtos a todo um mundo que cada vez consome mais bacalhau.
Qual é a origem do bacalhau da Lugrade?
Nós importamos o bacalhau de três origens; da Islândia, onde temos uma relação duradoura com dois armadores locais que pescam, escalam e salgam o peixe no próprio dia.
“É uma qualidade extra que garantimos aos
nossos clientes.” Após estre processo o bacalhau é enviado para a nossa unidade onde
é seco e embalado. Temos também uma parceria com um armador das ilhas Faroé, cujos
barcos pesca e congelam o bacalhau em alto
mar, sendo depois enviado para as nossas instalações onde é escalado, salgado e seco. Fi-
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nalmente, importamos também da Rússia, em
que o processo é igual.
E a Noruega?
Contrariamente ao que habitualmente se
pensa, a Noruega não é para nós uma origem
muito importante. Para fazermos uma diferenciação com os nossos principais concorrentes,
já que o peixe que importamos tem características muito próprias, por isso centramos o nosso produto nas capturas nas Ilhas Faroé, Islândia e Rússia.
Como se faz a cura da Lugrade?
O nosso peixe de origem tem no mínimo
três meses de sal e na altura do Natal facilmente atinge oito a dez meses. Neste momento estamos a fazer stock para depois vir a ser consumido no último trimestre do ano, para que o
bacalhau assuma aquele sabor, bem ao gosto
português.
E o congelado? Não será uma necessidade
que o mercado exige?
Claro que sim! Daí a razão de estarmos a
fazer uma nova unidade de produção, embora
eu pessoalmente considere que o bacalhau salgado seco, tem sempre um valor acrescentado
e o próprio consumidor também tem um ganho acrescido. Quando se compra 1 kg de bacalhau seco, depois de demolhado fica-se com
1 kilo e trezentas. Porém de for 1 kg de congelado, depois de descongelado fica-se apenas
com 800 gramas.
E o que lhe diz toda a guerra dos fosfatos
que tem havido no sector?
É um problema que para o sector da salga
e secagem não se aplica. A partir do momento em que se colocam fosfatos no bacalhau já
não se pode secar.
Qual acha que há futuro para este negócio?
Como traça o futuro deste negócio? As pessoas
vão continuar a comer bacalhau?
Sim claro que vão. O ano 2014 foi um ano
de consumo extremamente baixo, em que a
grande distribuição apresentou preços abaixo
do preço de custo. Recorrendo mesmo a práticas de “dumping”, e claro, o consumo do bacalhau registou um aumento natural. Por outro
lado, o que se fez nos últimos anos em matérias de restrições às capturas veio a provocar
um aumento de stocks que levou naturalmente também a um aumento de preço, e consequentemente um decréscimo no consumo. É o
mercado, mais propriamente a lei da oferta e
procura. O preço tem estado a subir e a tendência é continuar até ao final do ano.
Qual é a grande razão para se comer bacalhau da Lugrade?
Tivemos aqui um cliente de um restaurante de renome, que visitou a fábrica e perguntou se o nosso bacalhau era de viveiro, na altura não entendi o porquê da questão. Dizia ele
que o nosso produto era muito estável, muito
constante e não apresentava grandes alterações
em termos de qualidade. Isso tem de ver com
as nossas regras de implementação de qualidade. Sempre constantes! Quando o nosso cliente compra um produto Lugrade, fica desde logo
com a garantia de que não tem fosfatos, não é
colocado qualquer aditivo que lhe dê brancura,
ou qualquer outra cor que não seja a natural.
Nós utilizamos sal natural de Portugal e somos
uma das poucas empresas que faz isso. Não
reutilizamos sal, e acima de tudo procuramos
fazer um bacalhau que nos tornou famosos a
nós portugueses por esse mundo fora. Preocupamo-nos em manter essa tradição, que aliás,
está no nosso “slogan” “Bacalhau, a nossa tradição.” Por isso vamos continuar a fazer o bacalhau da forma mais tradicional possível. É a
garantia do bacalhau da Lugrade.
Acima de tudo o que as pessoas devem procurar quando consomem bacalhau, é um produto de cor palha e nunca muito branco que contrariamente ao que por vezes os consumidores
pensam, não significa mais qualidade. Isso do
branco é um mito, o bacalhau asa branca é igual
ao outro, a diferença é uma pele que se retira,
nada mais…
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