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Publicação: 30-10-2010 23:43
No Terra Alerta desta semana percorremos território do lobo ibérico na serra da Peneda na
companhia de Anabela Moedas e Pedro Alarcão, da associação Veranda. Ficamos a
conhecer o projecto das pastagens semeadas biodiversas, numa herdade alentejana, e
caminhamos com Nuno Ferreira, a pé por Portugal.
Proteger o lobo
Empenhados em preservar o património genético, cultural e histórico do lobo ibérico, desde
1999 que o fotógrafo Pedro Alarcão e a jornalista Anabela Moedas vivem em Castro Laboreiro,
no Minho. Há quatro anos, ajudaram a fundar a Veranda – Associação de conservação e
divulgação do património de montanha.
Porque os parques eólicos têm potenciais impactos negativos nas populações de lobo, o Estado
obriga a medidas compensatórias, que passam por obrigar as empresas como a Ventominho a
financiarem projectos de conservação da espécie, em perigo em Portugal.
Um dos projectos mais importantes do chamado “Fundo do Lobo” é a criação de vezeiras, locais
onde os criadores de gado reúnem todos os animais. O facto de, pelo menos durante a noite, o
gado ficar todo reunido num cercado eléctrico reduz bastante a probabilidade de ser atacado por
lobos.
Mas estão em curso muitos outros projectos de protecção do lobo, nomeadamente projectos de
reflorestação e o treino de cães para detectarem a utilização ilegal de venenos no campo.
Pastagens que “sequestram” mais dióxido de carbono
Numa altura em que mais de metade da população vive em cidades, o papel do mundo rural e de
quem nele trabalha nem sempre é devidamente valorizado. Mas começam a surgir iniciativas
que premeiam os serviços prestados pelos agricultores à sociedade em geral.
Pelo país fora há explorações agrícolas onde foram semeadas pastagens permanentes
semeadas biodiversas ricas em leguminosas consideradas mais produtivas e nutritivas para o
gado, mas também úteis para sequestrar dióxido de carbono, gás com efeito de estufa,
considerado o principal responsável pelas alterações climáticas.
Estudos desenvolvidos no âmbito do projecto “Extensity” pelo Instituto Superior Técnico (IST)
demonstraram a eficácia deste tipo de pastagens no aumento da matéria orgânica do solo e
consequente fixação de carbono. Daí surgiu a possibilidade de remunerar os agricultores pelo
carbono que sequestram nas suas explorações.
Os agricultores que semeiam este tipo de pastagens recebem um prémio, de 150 euros por
hectare, pago através do Fundo Português de Carbono, por estarem a ajudar o País a emitir
menos dióxido de carbono para a atmosfera.
“O dióxido de carbono que este agricultor tira da atmosfera foi um dióxido de carbono que foi
libertado numa fábrica ou num carro e este agricultor está a ajudar Portugal a cumprir o
Protocolo de Quioto”, diz Tiago Domingos do IST.
04-03-2011 15:35
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Portugal a pé
Descobrir o país real – longe das cidades e dos centros comerciais – e contactar com as
gentes que ainda resistem no Portugal profundo. São os objectivos de um projecto pessoal do
jornalista Nuno Ferreira, que se lançou à aventura, a pé por Portugal.
Foi há dois anos que Nuno Ferreira começou a atravessar o país. Sagres foi o ponto de partida.
Lamas de Mouro, na serra da Peneda, é a última etapa de uma viagem que relata através da
Internet. Aos 48 anos, cumpre assim o sonho de vivenciar o país profundo e contrariar aquilo
que chama de “encarceramento na labuta infernal” da redacção dos jornais diários.
Mais informação:
• Veranda – Associação para a conservação e divulgação do património de montanha
• Projecto “Extensity” do IST
• Instituto Superior Técnico
• Portugal a pé
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