Os 50 anos do CESE

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Os 50 anos do CESE
ISSN 1830-6365
Edição especial Junho de 2008/6 PT
CESE info
EDITORIAL
Caro leitor,
Co­mi­té Eco­nó­mi­co
e So­ci­al Eu­ro­peu
Uma pon­te en­tre a Eu­ro­pa e a so­ci­e­da­de ci­vil or­ga­ni­za­da
Os 50 anos do CESE: procurar no passado
a inspiração para o futuro
Não tema aventurar-se a fazer
algo novo. Lembre-se que «dos
fracos não reza a História».
Na nossa reunião plenária
comemorativa, o CESE fez algo
novo. Foi a primeira vez que uma
assembleia da União Europeia
deu voz aos jovens e os convidou para um debate com os seus
membros. Este grupo de jovens,
oriundos do Fórum Europeu da Juventude e estagiários do CESE,
envidaram nos últimos meses esforços titânicos para condensar
o seu manancial de ideias numa visão comum. Segundo as suas
próprias palavras, «a democracia participativa e a participação de
todos os actores na base são essenciais para responder com êxito
aos desafios económicos, políticos e sociais com que a UE se confronta actualmente».
A apresentação que os jovens fizeram da sua visão e dos desafios futuros suscitou animado debate em torno de questões muito
variadas desde a globalização às actuais tendências demográficas,
das alterações climáticas à sustentabilidade, da coesão social ao
envolvimento dos cidadãos na concepção das políticas. Foi impressionante ver como esses jovens estão imbuídos de um desejo
ardente de reforçar a democracia participativa desde o nível mais
próximo do cidadão até ao nível europeu. Neste contexto, apelaram ao fortalecimento do papel do CESE, «enquanto única assembleia europeia não partidária no edifício institucional a encarnar o
diálogo civil europeu».
O CESE deverá tirar os ensinamentos deste êxito. Apoiados
nesta iniciativa, deveremos continuar a dar a palavra aos jovens e a
conferir-lhes um lugar na concepção de todos os nossos futuros.
Em 28 de Maio de 2008, 50 anos depois da primeira reunião plenária do
Comité Económico e Social Europeu
(CESE), reuniram-se em Bruxelas os
actuais líderes políticos europeus, os
antigos presidentes do CESE e um
grupo de jovens oriundos de vários
países europeus, no quadro de uma
reunião plenária comemorativa do
aniversário desta instituição. Nesta
reunião plenária especial, os jovens
europeus e os membros do CESE
animaram um debate sobre os desafios com que se defronta a União
Europeia.
Jillian van Turnhout
Vice‑presidente do CESE
AGENDA
NESTA EDIÇÃO
5 de Setembro
de 2008
2
Salonica, Grécia: fim da
viagem «Sail for Europe»;
o veleiro Traité de Rome
chegará ao porto final
8 e 9 de Setembro
de 2008
Atenas, Grécia:
conferência bienal
3
3
4
Grande debate «Diálogo
com a sociadade civil» —
Que futuro para a UE na era
da globalização?
O CESE lança livro de história
com Jacques Delors
50.º aniversário: a bandeira
do CESE a vogar pela Europa
Membros do CESE acolhem
visitantes na «Aldeia
Europeia» em Paris
EESC info — Special edition June 2008
Dimitris Dimitriadis, presidente
do CESE, abriu a reunião plenária,
tendo sublinhado que nos últimos
50 anos o Comité tinha desempenhado um importante papel como
ponte entre as instituições europeias
e a sociedade civil organizada, contribuindo assim de maneira visível e
tangível para o processo legislativo
da União Europeia. Assegurou que o
CESE continuaria a colaborar estreitamente com as instituições da UE e
com os cidadãos europeus. Referiu
que um dos principais desafios que
devíamos enfrentar era reforçar a
presença do Comité no debate sobre
o futuro da Europa em relação com
a ratificação do Tratado de Lisboa e
conseguir que os seus trabalhos fossem mais transparentes e acessíveis
para os cidadãos.
todos os reptos que a União Europeia tinha pela frente.
José Manuel Barroso, presidente
da Comissão Europeia, frisou que
esta celebração punha em evidência a sustentabilidade dos valores
fundamentais do projecto europeu e
afirmou que o CESE era um parceiro
indispensável para as demais instituições. Acrescentou que o Tratado
de Lisboa, uma vez ratificado, reforçaria o papel desta instituição.
Os líderes da UE
louvam o papel do
CESE nas políticas
europeias
Na sua alocução, Hans-Gert Pöttering, presidente do Parlamento
Europeu, salientou o grande valor
acrescentado dos pareceres do CESE
e a importante fonte de conhecimentos especializados que representam
os seus membros graças à experiência acumulada ao nível local. Sublinhou a importância da solidariedade para a consecução dos objectivos
europeus e do diálogo social ao nível
europeu. «A nossa tarefa comum é
construir um futuro comum», referiu Pöttering.
Marjeta Cotman, ministra eslovena do Trabalho, Família e Assuntos
Sociais, que representava a Presidência do Conselho, afirmou que
o CESE aproximava as políticas da
UE dos cidadãos e assinalou que era
necessário um diálogo construtivo
e sinergias de parceria para superar
Por último, Luc van den Brande,
presidente do Comité das Regiões,
que é a instituição irmã do CESE,
salientou que a consulta estava a
converter-se num elemento-chave
do processo europeu de tomada de
decisões. Chamou a atenção para a
importância de trabalhar em conjunto para o futuro desenvolvimento de
uma Europa de melhor qualidade.
«Construamos a Europa em parceria!», rematou Van den Brande. ●
www.eesc.europa.eu
1
Grande debate «Diálogo com a sociedade civil»
— Que futuro para a UE na era da globalização?
humanismo do século XXI, dando
alma à globalização.
Finalmente, todos concordaram
ser necessário reordenar o processo
de globalização. Era, porém, igualmente indispensável preservar e
reforçar, ao mesmo tempo, um modelo socioeconómico europeu capaz
de valorizar a diversidade e garantir
a solidariedade entre todos.
Os oradores expressaram diferentes opiniões, mas todas convergiram
na referência às oportunidades oferecidas pela globalização. Jacques
Delors recordou o papel indispensável do CESE e seus representantes
no processo de decisão europeu.
Declarou de seguida: «Entre o mundo e a nação há a Europa». O antigo
presidente da Comissão destacou
o declínio demográfico na Europa
como um dos maiores desafios da
UE no futuro. No seu entender, é
necessário pensar de outro modo
nos fluxos migratórios na Europa,
condição para que a Europa mantenha a sua força e independência
face ao desafio do envelhecimento.
Rogard afirmou que não havia que
ter medo das novas tecnologias. A
interactividade permitia a liberdade de expressão. Apelou para que
os membros do CESE usassem a
Internet de forma mais frequente
e descomplexada. Karoli Hindriks
explicou como a Estónia, o seu
país, tinha assimilado perfeitamente as novas tecnologias. Gerou-se
um círculo virtuoso: o acesso à Internet tornou‑se simples e gratuito,
o que atraiu os jovens e catalisou
o dinamismo. Enquanto cidadã de
Principais oradores do debate do painel: Erri de Luca, Martin Rogard, Susanne Justesen,
Jacques Delors, Karoli Hindriks, Pat Cox, Nana Mouskouri e Dimitris Dimitriadis
Na quarta feira, 28 de Maio de
2008, realizou se no Comité Económico e Social Europeu um grande
debate com a sociedade civil sobre
o futuro da União Europeia e o diálogo intercultural. Pat Cox, antigo
presidente do Parlamento Europeu,
foi o moderador, tendo dado amplamente a palavra ao público e aos
membros do CESE, que estiveram
presentes em grande número. Jacques Delors, antigo presidente da
Comissão Europeia, Nana Mous­
kouri, cantora, antiga deputada
europeia e embaixadora da Unicef, Erri de Luca, escritor italiano,
Martin Rogard, director do Dailymotion, o concorrente europeu do
sítio americano YouTube, Susanne
Justesen, fundadora do Innoversity, e Karoli Hindriks, candidata ao
prémio de jovem empresário europeu de 2008, debateram entre eles e
com a audiência.
A globalização, bem como as
preocupações e expectativas que
aquela gera, ocuparam o centro do
debate. Os participantes fizeram o
ponto da situação da União Europeia de hoje e compararam na com
a do futuro.
Alguns defendiam que apenas
as multinacionais beneficiariam da
globalização e que a União Europeia não teria a capacidade bastante
para proteger os seus trabalhadores
e indústrias. Ela travaria estruturalmente a dinâmica da globalização.
Outros defendiam o contrário, argumentando que a Europa conhecera a prosperidade sobretudo nos
períodos de comércio livre. Todos
salientaram os valores europeus e
a nossa responsabilidade de os valorizar, sobretudo o direito de cada
um a ter o seu lugar. Expressou-se
o desejo de que a Europa crie o
Audiência participa activamente no principal debate, moderado por Pat Cox
Para Erri de Luca, a Europa (e os
membros do CESE podem ter um
papel influente essencial neste particular) deve «dar espaço aos mais
vulneráveis, aos recém-chegados e
aos mais desfavorecidos na escala
social». Segundo Nana Mouskouri,
«o que falta à Europa é conhecer-se
melhor e ter a oportunidade para o
fazer». Recomendou aos membros
do CESE insistirem no papel fundamental da educação e da aprendizagem de línguas. Na sua opinião,
a cultura partilhada fazia a Europa.
O futuro das gerações vindouras
dependia desta partilha.
Bolo de aniversário especial
Neste contexto, as novas tecnologias são ferramentas cruciais
para a partilha e a democracia.
Nesta linha de raciocínio, Martin
Os jovens europeus querem apropriar-se
do projecto europeu!
Na segunda parte da reunião plenária, os membros do CESE e um
grupo de jovens europeus, integrado por estagiários do CESE e por
membros do Fórum Europeu da
Juventude, analisaram uma declaração da juventude, documento
fundamental que inclui uma perspectiva do futuro da UE e dos projectos do CESE.
Os jovens solicitaram que a UE
e o Comité se concentrassem em
determinados temas como a globalização, o envelhecimento da po-
2
pulação, as alterações climáticas, o
desenvolvimento sustentável e a
igualdade de oportunidades. Também instaram ao reforço da democracia participativa numa parceria
mais forte entre todas as partes interessadas na governação europeia.
«Só fomentando sinergias entre as
partes interessadas e os órgãos políticos seremos capazes de responder ao défice democrático sentido
e de, assim, encorajar os europeus
a apropriarem-se do projecto europeu», conclui o documento.
O presidente D. Dimitriadis e a vice-presidente
Jillian van Turnhout com os estagiários do CESE
um novo Estado-Membro, insistiu
em que a Europa, nomeadamente o
CESE, fornecesse ferramentas simples e concretas aos jovens europeus que desejam iniciar projectos.
Susanne Justesen defendeu que
a Europa era o continente com a
maior diversidade do mundo, ultrapassando a da América do Norte
e da Ásia. Na sua opinião, esta diversidade gerava energia criativa e
um potencial de crescimento ainda
totalmente por explorar pelas empresas e serviços públicos. Todavia,
na sua opinião, a globalização era
uma ocasião única para a Europa se
expor e dar a conhecer ao mundo,
partilhando o seu modo de vida,
na condição de que se respeitasse a
noção de reciprocidade.
●
Nana Mouskouri recebe flores do presidente do CESE
CESE info — Edição especial Junho de 2008
50.º aniversário: a bandeira do CESE a vogar pela Europa
primeiro-ministro belga e deputado
do PE, Wilfried Martens, visitaram
a embarcação e trocaram impressões com a tripulação após terem
participado nas comemorações do
60.º aniversário do Congresso da
Europa, realizado nesse mesmo dia
em Haia.
Em 24 de Maio, no porto de Scheveningen, em Haia, Dimitris Dimitriadis, presidente do CESE, deu as
boas vindas aos convidados a bordo do veleiro Traité de Rome, no
âmbito do projecto «Sail for Europe», patrocinado pelo CESE. O presidente e os conselheiros Joost Van
Iersel, Brenda King, Pereira Martins e Robert Schadeck, e outros
convidados, entre os quais o antigo
O público teve, o dia inteiro, a
oportunidade de visitar o veleiro
e falar com a tripulação. À disposição dos visitantes havia informação, publicações e brindes vários.
Foi a segunda escala exclusiva do
seu périplo pela Europa, após o
evento organizado em Roterdão
com a presença do conselheiro Jan
Simons. Em 28 de Maio, o dia do
aniversário do CESE, lançou ânco-
Felicitações dirigidas ao CESE pelo
presidente italiano Giorgio Napolitano
e das oportunidades que uma Europa mais unida poderá oferecer em
termos de progresso económico, civil,
social e cultural. Os desafios colocados pela globalização apelam a uma
Europa forte, também politicamente,
e com firmes alicerces na coesão dos
seus povos e dos seus cidadãos.
Giorgio Napolitano,
presidente da República de Itália
Por ocasião do 50.º aniversário do
CESE, o presidente da República
Italiana, Giorgio Napolitano, enviou esta carta ao presidente D. Dimitriadis:
«Apresento as minhas felicitações
mais cordiais ao presidente Dimitriadis e aos membros do Comité
Económico e Social, bem assim a todos os participantes nas comemorações do 50.º aniversário da primeira
reunião plenária do Comité.
Este evento pode ser muito útil
para tornar os cidadãos europeus
mais conscientes dos extraordinários
avanços rumo à integração europeia
ra em Ostende, onde o conselheiro
Xavier Verboven recebeu um grupo de estudantes de uma escola
náutica.
A embarcação havia zarpado em
Abril de Bruxelas para levar a bandeira europeia, o logótipo, insígnias
e emblemas e material informativo
do CESE a vários portos da Europa,
no intuito de promover localmente o ideal europeu e a imagem do
CESE. Depois do mar do Norte e
do oceano Atlântico, rumará ao
Mediterrâneo com o capitão Philippe Hanin ao leme. Em 4 de Setembro, o veleiro chegará à Grécia
onde será novamente acolhido pelo
presidente Dimitriadis, desta vez
na sua cidade natal, Salonica. ●
O veleiro Traité de Rome
O CESE lança livro sobre a sua história
com Jacques Delors
O presidente do CESE, D. Dimitriadis, e Jacques Delors, que contribuiu com uma carta manuscrita,
lançaram um livro sobre a história
do Comité por ocasião da recep-
Com o objectivo de comemorar
o 50.º aniversário, o CESE encomendou este estudo científico. Foram necessários meses de investigação nos arquivos do CESE, nos
A visão de Altiero Spinelli de uma
Europa profundamente enraizada
na sociedade civil é mais actual do
que nunca no momento de relançar
o projecto europeu e em que é necessário incrementar a representatividade da União, a sua eficiência e o
seu peso na arena internacional.
O Comité Económico e Social Europeu sempre teve uma importância
inestimável como traço de união
entre as instituições europeias e a
sociedade civil, dotando os grupos
económicos e sociais de um órgão
autorizado e de uma voz para fazer
ouvir os seus pontos de vista e as suas
expectativas.
Envio, por isso, ao Comité os meus
votos mais sinceros de muitos êxitos
no desempenho deste seu papel fundamental no processo de decisão da
UE e na sua qualidade de porta-voz
institucional da sociedade civil.»
Giorgio Napolitano
Presidente da República Italiana ●
Jacques Delors e o presidente D. Dimitriadis assinam o livro de história do CESE
ção organizada para celebrar o
50.º aniversário do CESE, em 28
de Maio de 2008.
arquivos da União Europeia em
Florença, em velhos dossiês e fotografias esquecidas para compilar
esta síntese inédita de 50 anos de
democracia participativa.
Os primeiros capítulos do livro
oferecem uma panorâmica pormenorizada da história do Comité, começando com as negociações
para os Tratados de Roma, a criação do Comité e os primeiros anos
de funcionamento; apresentam
uma perspectiva fantástica do trabalho do Comité, não só dos seus
êxitos, tal como o lançamento do
diálogo social nos anos 80 ou a
participação na Convenção para a
Carta dos Direitos Fundamentais,
como também das dificuldades
que o Comité atravessou.
Rica em fotografias históricas
do Comité, a segunda parte do livro reúne diferentes contributos e
testemunhos de antigos presidentes, membros, secretários-gerais e
membros do pessoal.
O livro faz-se acompanhar de
um DVD que inclui um breve
documentário sobre a história do
Comité, entrevistas com antigos
presidentes, membros e pessoal,
imagens de Bruxelas dos anos 50
e dos dias de hoje, bem como uma
série de material informativo sobre o Comité.
●
O Comité Económico e Social foi instalado
— Fortes críticas dos sindicalistas a respeito da composição do Comité
O CESE info divulga o primeiro artigo escrito sobre o Comité na agência
noticiosa de Bruxelas Agence Europe.
BRUXELAS (UE), 19 de Maio de
1958 — O Comité Económico e
Social das Comunidades Europeias
(Económica e Atómica) foi hoje
instalado no decurso de uma sessão
solene que teve início às 11h15 na
sala do Senado belga, na presença
dos representantes dos governos e
das instituições europeias. (…)
Na abertura da sessão, Victor
Larock, presidente em exercício
do Conselho de Ministros da CEE,
tomou a palavra sublinhando que o
Comité Económico e Social, devido
à extensão da sua competência e à
qualidade dos seus membros, é um
dos pilares da construção europeia.
O presidente V. Larock recordou
que o Comité não fora estabelecido
junto de uma ou outra instituição,
mas junto das instituições comunitárias no seu conjunto; os seus
membros são designados a título
pessoal e não devem estar vinculados a quaisquer instruções.
Victor Larock indicou em seguida os princípios que presidiram à
escolha dos membros do Comité,
em conformidade com as disposições do Tratado «Não escondemos,
CESE info — Edição especial Junho de 2008
acrescentou, as dificuldades que
foi preciso resolver para a repartição dos lugares, mas acreditamos
que as legítimas preocupações expressas por alguns foram tomadas
em consideração numa medida
aceitável por todos; ao equilibrar
as representações patronais e dos
trabalhadores foi cumprido o desejo expresso pela Assembleia Parlamentar Europeia».
Victor Larock pretendia assim
responder antecipadamente às críticas esperadas dos sindicalistas.
Precisou, também, que as secções
do Comité apenas constituem uma
parte de um todo e que só serão
consultadas no quadro do Comité,
constituindo assim um factor de
coesão e de concentração dos problemas que se colocam. Após ter
enumerado as circunstâncias em
que o Comité deverá ser consultado (designadamente a elaboração e
a aplicação de uma política agrícola
comum, a aplicação das regras da
concorrência, as medidas de eliminação dos obstáculos às trocas
comerciais e à livre circulação da
mão-de-obra, etc.) Victor Larock
concluiu sublinhando que a extensão destas tarefas marca a autoridade e a força do Comité.
Roger Motz, presidente em exercício do Conselho de Ministros do
Euratom, tomou em seguida a palavra para recordar, nomeadamente,
que é o Comité no seu todo que será
chamado a pronunciar-se também
sobre as questões nucleares e em
especial sobre a questão da energia
em geral. Chamou a atenção para o
défice crescente em energia e para
a ameaça de decadência que, por
esse motivo, pesa sobre a Europa.
A Comissão do Euratom participará nos trabalhos da Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço sobre
a coordenação das políticas energéticas e o Comité deverá emitir o
seu parecer sobre essa questão, bem
como sobre outras questões importantes como a protecção sanitária,
os programas de investigação e a
formação de especialistas.
No próximo mês leia a continuação do artigo sobre a intervenção
do primeiro presidente da Comissão, Walter Hallstein.
(direitos de autor: Agence Europe/
www.agenceurope.eu)
●
3
por Jane Morrice
A «luz» chegou durante a cerimónia de abertura, quando o primeiro-ministro Ian Paisley e o vice-primeiro-ministro Martin McGuinness, referiram em termos muito
positivos o empenho da UE na paz;
quando a orquestra transfronteiriça
financiada pela UE tocou o «Hino da
alegria» e quando crianças católicas
e protestantes de uma escola integrada cantaram «Imagine all the people
living life as one».
Jane Morrice
«Um dia de luz e sombra». Foi desta
forma que o presidente do subcomité do CESE, Henri Malosse, descreveu a conferência consultiva sobre o
papel da UE no processo de paz da
Irlanda do Norte, realizada em Belfast, em 28 de Abril.
A «sombra» chegou durante a
consulta, quando uma série de representantes dos cidadãos falaram
sobre a lentidão dos progressos no
sentido da verdadeira reconciliação.
Agradeceram o apoio da UE, não
apenas os fundos mas também os
métodos específicos de realização e
o apoio a grupos que até então não
tinham sido ajudados, mas alertou
para o facto de ainda ser necessário
muito mais tempo e energia para
atacar a raiz do conflito.
Estas preocupações confirmaram‑se durante a viagem de autocarro pelas principais zonas de conflito
de Belfast onde as comunidades católica e protestante permanecem divididas por «muros da paz» da altura
de dois andares e murais paramilitares da altura de casas com imagens
de homens encapuçados que, de armas empunhadas, observam quem
passa.
A luz regressou ao final do dia
quando o presidente da Câmara de
Belfast falou sobre o futuro auspicioso da cidade e sobre os planos para
a primeira reunião em 50 anos de
autarcas das principais cidades da
Irlanda e no dia seguinte, quando o
Comité visitou projectos financiados
pela UE e constatou que estavam em
curso mudanças positivas.
Coro de crianças canta o «Hino da alegria»
Num programa que provocou
um misto de emoções, o subcomité
ficou com uma impressão em primeira mão das esperanças e receios
de muitos cidadãos na Irlanda do
Norte, e com uma avaliação da importância da tarefa a realizar.
●
Membros do CESE
O CESE celebra o seu 50.º aniversário
acolhem visitantes na
e o «Dia da Europa» em Helsínquia
«Aldeia Europeia» em Paris
Delegação do CESE celebra os 50 anos
do Comité, em Helsínquia
Membros do CESE apresentam o Comité aos visitantes
Em 9 e 10 de Maio de 2008, o CESE
esteve presente na «Aldeia Europeia» na Câmara Municipal de Paris
com o seu novo stand que contou
com a visita de muitos franceses e
turistas de todo o mundo. Vários
membros do Comité também estiveram presentes para estabelecer
contactos com o público e aproveitaram a oportunidade para participar em vários debates realizados por
ocasião do evento.
Marie Zvolská, Beatrice Ouin,
Henri Malosse, Evelyne Pichenot,
Stéphane Buffetaut e Gérard Dantin
esforçaram‑se por atrair o público e
debater o CESE e assuntos europeus
em geral com os visitantes. Foram
oferecidas publicações e lembranças
aos visitantes, que também responderam com muito entusiasmo a um
questionário em linha sobre a Europa e ganharam um prémio especial.
Os membros participaram igualmente em debates, tendo abordado temas como o envolvimento do
CESE no projecto Galileu, o papel
do Comité na promoção de uma
Europa solidária com o mundo e o
contributo do CESE para a identidade europeia. Evelyne Pichenot deu
também uma entrevista à France
Info sobre as comemorações do 50.º
aniversário do Comité.
●
CESE info
Chefe de redacção
Karel Govaert
Redactores adjuntos
Christian Weger
Agata Berdys
Nadia Boukhenfouf
Agnieszka Nyka
Despoina Mergiani
4
Endereço:
Comité Económico e Social Europeu
Edifício Jacques Delors
rue Belliard, 99
B-1040 Bruxelles
Tel.: (32-2) 546 93 96 ou 546 95 86
Fax: (32-2) 546 97 64
Correio electrónico: [email protected]
Internet: http://www.eesc.europa.eu/
Os membros finlandeses do CESE,
liderados por Seppo Kallio, tomaram a iniciativa de celebrar o 50.º
aniversário do CESE na Finlândia.
Nesta ocasião, foi organizado em
conjunto com a representação da
Comissão e o Gabinete de Informação do Parlamento Europeu um seminário sobre as relações UE-Rússia
com participantes da sociedade civil
finlandesa. A Finlândia, com as suas
longas ligações históricas com o seu
vizinho russo, tem um papel especial a desempenhar no que respeita
ao desenvolvimento de parcerias estratégicas com a Rússia.
No dia 9 de Maio ou «Dia da Europa», que comemora a declaração
do ministro francês Robert Schuman que iniciou o projecto de integração europeia em 1950, o CESE
estabeleceu um balcão de informação no centro de Helsínquia. Foi
criada uma «Aldeia Europeia» que
acolheu milhares de cidadãos finlandeses, que puderam ouvir música europeia e discursos de políticos
nacionais e europeus, incluindo dos
membros finlandeses do CESE, com
os quais puderam debater as questões cruciais e as preocupações eu-
ropeias. As brochuras em finlandês e
em sueco e outro material de informação tiveram grande aceitação por
parte dos visitantes. O evento, que
durou dois dias, demonstrou o valor
acrescentado de «agir ao nível local»
e de ir ao encontro dos cidadãos.
Com a actividade dos membros do
CESE e uma boa cooperação com as
outras instituições da UE e com os
membros das organizações de acolhimento, o CESE demonstrou a sua
contribuição para a comunicação da
Europa e para ser uma verdadeira
ponte para a Europa.
●
Cidadãos finlandeses visitam a «Aldeia Europeia», em Helsínquia
CESE info em 22 línguas: http://www.eesc.europa.eu/activities/press/eescinfo/index_en.asp
O CESE info é publicado nove vezes por ano, por ocasião das reuniões plenárias do CESE.
Edição especial
As versões impressas do CESE info em alemão, francês e inglês podem ser obtidas gratuitamente junto do serviço de imprensa Junho de 2008
do Comité Económico e Social Europeu.
Além disso, o CESE info encontra-se disponível em vinte e duas línguas, em formato PDF, no sítio do Comité na Internet:
http://www.eesc.europa.eu/activities/press/eescinfo/index_fr.asp
O CESE info não pode ser considerado como o relato oficial dos trabalhos do CESE, que se encontra no Jornal Oficial da União
Europeia e noutras publicações do Comité.
A reprodução — com menção de CESE info como fonte — é autorizada (mediante envio de cópia ao redactor).
Tiragem: 20 500 exemplares.
O próximo número sairá em Julho de 2008.
Impresso em papel 100% reciclado
EESC info — Special edition June 2008
QE-AA-08-006-PT-N
Um misto de emoções na visita do subcomité do CESE a Belfast

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