Herniorrafia inguinal modificada em potro: relato de caso

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Herniorrafia inguinal modificada em potro: relato de caso
HERNIORRAFIA INGUINAL MODIFICADA
EM POTRO – RELATO DE CASO
Yasmin N. Bortoletto1, Bianca M. Grizendi2, Mariana S. Invernizzi2, Bruna B. Alonso2, Isadora R. C. Oliveira3, Karin A. koyama3, Karla L.
Ramos3, Larissa L. Simões3, Patricia U. Kim3, Renan Grigoletto4, Renata G. S. Dória5
em Medicina Veterinária, FZEA/USP. [email protected] ; 2 Residentes em Clínica Médica e Cirúrgica de Grandes Animais, FZEA/USP
3Graduandos em Medicina Veterinária, FZEA/USP ; 4 Mestrando em Biociência Animal, FZEA/USP ; 5Professora Clínica Médica e Cirúrgica de Equinos, FZEA/USP
1Graduanda
Abstract
The inguinal hernia occurs when part of the abdominal contents passes
through the inguinal ring. And when it enter the scrotum, it can also be
called scrotal hernia. The inguinal hernias can also be classified as directs or
indirects. When the surgical treatment is indicated, the herniorraphy is done,
and in most cases the orquiectomy is also necessary, where the closed
technique is choosed, without tunic vaginalis opening, decresing the riscs of
infection. The treatment of the congenital inguinal hernias of foals is not well
described, so the aim of this study, is to spread a potential modification of
the surgical technique presented by the literature. Case report of a foal, 2.5
months, presenting left inguinal indirect irreducible hernia, which the
orquiectomy parcial opening technique for hernia correction was established,
with adequate recovery and the absence of post-surgical complications.
Introdução
∙Sutura do anel inguinal externo padrão Sultan, fio de ácido poliglicólico nº 2
∙Sutura do tecido subcutâneo padrão simples continuo, fio de poligalactina 0
∙Sutura de pele padrão simples separado, fio de Nylon n°1
∙Antibioticoterapia: 3 aplicações de pentabiótico reforçado (30.000UI/Kg, a cada 48
horas)
∙Terapia antiinflamatória: flunixin meglumine (1mg/kg, a cada 24 horas, 4 quatro
dias)
∙Curativos realizados diariamente: limpeza da ferida cirúrgica com povidona-iodo
∙ Após dez dias foi retirada a sutura de pele e o animal obteve alta
D
Introdução
A hérnia inguinal ocorre quando parte do conteúdo abdominal passa pelo
anel inguinal, e quando entra no escroto, também pode ser denominada
hérnia escrotal (TEIXEIRA e SCHOSSLER, 1997). As hérnias inguinais também
podem ser classificadas como diretas ou indiretas. Quando o tratamento
indicado é cirúrgico, realiza-se a herniorrafia, sendo na maioria dos casos,
necessário também a orquiectomia, onde se opta pela técnica fechada, sem
abertura da túnica vaginal, diminuindo os riscos de infecção (STASHAK, 1993).
O tratamento das hérnias inguinais congênitas em potros é pouco descrito,
sendo o objetivo desse trabalho, divulgar uma possível modificação na técnica
cirúrgica preconizada em literatura.
Relato de Caso
Um potro, 2,5 meses, chegou à UDCH da FZEA/USP com histórico de
aumento de volume progressivo na região inguinal esquerda notado há dez
dias. Ao exame, diagnosticou-se hérnia inguinal e o tratamento estabelecido
foi cirúrgico. A cirurgia iniciou-se com uma incisão de pele de
aproximadamente 10cm entre o anel inguinal esquerdo e o escroto, seguida
pela divulsão romba dígito-digital de tecido subcutâneo. Foi visualizado o saco
herniário, envolvendo o testículo esquerdo e porção do jejuno. Individualizouse manualmente o testículo, realizou-se incisão da túnica vaginal sobre este,
expondo-o. Após transfixação e incisão do músculo cremáster, realizou-se
transfixação do funículo espermático e completou-se a orquiectomia,
evitando, assim, a ocorrência de hemorragias não visíveis. Após verificar a
vitalidade das alças intestinais envolvidas, promoveu-se torção da túnica
vaginal em direção ao anel inguinal, de forma que através de pressão,
ocorresse retorno das alças intestinais herniadas para a cavidade abdominal e,
em sequência, realizou-se transfixação da túnica vaginal.
E
F
Imagem 2: Exposição das estruturas herniadas (figura D); transfixação do
músculo cremáster (figura E); realização da orquiectomia (figura F)
Resultados e Discussão
Embora hérnias inguinais em potros tenham a técnica cirúrgica bem
documentada em literatura (AUER, 2012), este estudo descreve a necessidade de
modificação desta, quando não se tem um emasculador. Neste relato de caso,
durante o procedimento cirúrgico, verificou-se que ao torcer o saco herniário, o
cordão espermático tornara-se excessivamente espesso, e então, optou-se pela
abertura da túnica vaginal e realização de transfixação das estruturas
isoladamente, para que hemorragia fosse evitada. Sendo assim, embora a
literatura indique a realização da técnica fechada para orquiectomia e redução
das hérnias inguinais, este relato de caso enfatiza, na ausência de um
emasculador, a necessidade da realização da técnica de orquiectomia semiaberta,
com posterior torção do saco herniário e transfixação do mesmo, evitando-se
dessa forma prováveis complicações.
Conclusão
A utilização da técnica semiaberta de orquiectomia para correção de hérnia
inguinal indireta em potro foi efetiva, com recuperação adequada do animal e
ausência de complicações pós-cirúrgicas.
Referências Bibliográficas
B
AUER, J.A.; STICK, J.A. Equine Surgery. Missouri: Ed. Elsevier, 2012, 1356p.
STASHAK, T.S. Inguinal hernia. In: Mc KINNON, A.O. Equine reproduction.
Philadelphia: Lea & Febiger, 1993. p. 933-943.
TEIXEIRA, M. W.; SCHOSSLER, J. E. Herniorrafia inguinal em potro neonato.
Ciência Rural, Santa Maria, v.28, n.1, p.143-146, 1997.
Referências
A
Imagem1: Aumento de volume região
inguinal (figura A); exposição saco
herniário (figuras B; C)
C
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