A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide

Transcrição

A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide
Revista da Associação Médica Brasileira - A importância da imunofenotipagem na ... Página 1 de 8
Revista da Associação Médica Brasileira
services
Print version ISSN 0104-4230
Rev. Assoc. Med. Bras. vol.46 n.1 São Paulo Jan./Mar. 2000
custom services
Article in xml format
doi: 10.1590/S0104-42302000000100009
Article references
Artigo de Revisão
Curriculum ScienTI
How to cite this article
A importância da imunofenotipagem
na Leucemia Mielóide Aguda
Access statistics
Cited by SciELO
Similars in SciELO
S.L.R. Martins, R.P. Falcão
Automatic translation
Show semantic highlights
Disciplina de Hematologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade
de Medicina de Ribeirão Preto,SP.
Send this article by e-mail
UNITERMOS: Leucemia mielóide aguda. Classificação FAB. Imunofenotipagem. Leucemia bifenotípica.
KEY WORDS: Acute myeloid leukemia. FAB classification. Imunophenotyping. Biphenotypic leukemia.
INTRODUÇÃO
A leucemia mielóide aguda (LMA) é uma doença clonal do tecido hematopoético que se caracteriza pela
proliferação anormal de células progenitoras da linhagem mielóide, ocasionando produção insuficiente de células
sanguíneas maduras normais. Deste modo a infiltração da medula é frequentemente acompanhada de
neutropenia, anemia e plaquetopenia.
O mecanismo que leva a célula progenitora da linhagem mielóide a perder o controle da proliferação celular,
1-4
ocasionando a expansão do clone leucêmico, permanece incerto. No entanto, ativação de proto-oncogenes e
5-6
mutações em genes supressores
que regulam o ciclo celular parecem estar envolvidos na patogênese das
leucemias.
A LMA representa cerca de 15-20% das leucemias agudas da infância e 80% de adultos. Na maioria dos casos
não há evidência da influência de fatores genéticos, assim como não há diferenças de incidência entre as raças
7
8
americana, africana e caucasiana , ao contrário da leucemia linfóide aguda .
O pleomorfismo da LMA, assim como uma possível diferença de comportamento biológico, motivou o
estabelecimento de uma classificação. Em 1975, pela primeira vez, o grupo cooperativo Franco-AmericanoBritânico (FAB) propôs a classificação em seis diferentes subtipos, baseado estritamente em aspectos
9
morfológicos e citoquímicos . Em 1985 esta classificação foi revisada, cinco originando a atual, onde foram
10-11
acrescentados dois novos subtipos
(Tabela 1).
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009...
02/02/2010
Revista da Associação Médica Brasileira - A importância da imunofenotipagem na ... Página 2 de 8
Se a classificação FAB baseia-se fundamentalmente em critérios morfológicos e citoquímicos, qual seria a
importância do estudo imunofenotípico? Além da imunofenotipagem ser uma metodologia ágil, o que a torna
atrativa para ser incorporada na prática médica de rotina, o estudo das características imunofenotípicas das LMAs
12
possui também interesse de investigação clínica . Entre estes podemos destacar:
• determinar a sensibilidade diagnóstica do imunofenótipo e sua relação com os subtipos FAB;
• examinar a relação entre expressão de antígenos, subtipos FAB, anormalidades cromossômicas e características
13
clínicas ;
• avaliar o significado prognóstico dos diferentes achados imunofenotípicos e comparar com outros fatores
14-16
prognósticos, especialmente a morfologia e a citogenética
;
17
• detectar a doença residual mínima .
Ademais, a classificação imunofenotípica tem importância diagnóstica e prognóstica em alguns subtipos FAB.
Assim, ela é essencial para o diagnóstico das LMA-M0 e LMA-M7, sendo auxiliar no diagnóstico das LMA-M3, LMAM2v, LMA-M4Eo e LMA-M5.
IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA DA IMUNOFENOTIPAGEM
O uso sistemático da imunofenotipagem nas leucemias agudas resultou o reconhecimento de alguns subtipos,
9
cuja identificação não era possível apenas pelos critérios morfológicos e citoquímicos . Assim, foram definidos
dois novos subtipos de leucemias mielóides agudas, que são:
1) LMA-M0
Definição: A LMA-M0 é caracterizada pela infiltração da medula óssea por células blásticas, as quais possuem
18
reação citoquímica para mieloperoxidase (MPO) negativa e marcação imunológica para antígenos da linhagem
mielóide.
Morfologia: Os blastos são pequenos, com cromatina frouxa e nucléolo evidente, apresentando citoplasma
agranular, sem bastonete de Auer. Morfologicamente assemelham-se aos blastos linfóides L2 da classificacão
FAB, e também apresentam reação citoquímica para MPO negativa.
Imunofenotipagem: O estudo imunofenotípico revela uma população blástica com relação entre tamanho/grânulo
19
(FSC/SSC) baixa , com positividade para pelo menos um dos antígenos de linhagem mielóide CD33, CD13 e/ou
20
21
CD11b. A determinação da MPO por método imunológico , microscopia eletrônica ou quimioluminescência é
positiva.Os antígenos de linhagem linfóide geralmente são negativos.
Relevância clínica: Como a abordagem terapêutica das leucemias mielóides diferem das linfóides, é importante a
realização da imunofenotipagem para diferenciar a LMA-M0 da LLA-L2, e a conseqüente orientação correta do
tratamento.
2) LMA-M7
Definição: Este é outro subtipo de LMA para o qual a imunofenotipagem passou a ter papel fundamental. A LMA22
M7 é definida pela presença de >30% de megacarioblastos entre as células nucleadas na medula óssea .
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009...
02/02/2010
Revista da Associação Médica Brasileira - A importância da imunofenotipagem na ... Página 3 de 8
Morfologia: Os blastos são de tamanhos variáveis, com citoplasma geralmente agranular, podendo apresentar
protusões. A medula óssea freqüentemente apresenta aumento das fibras de reticulina, e comumente o aspirado
de medula óssea é de difícil obtenção. Em alguns casos, a realização de biópsia de medula óssea é necessária
para o diagnóstico.
Imunofenotipagem: Os marcadores de linhagem mielóide CD13 e CD33 freqüentemente estão presentes, e o
diagnóstico de LMA-M7 é definido pela positividade para os antígenos de linhagem megacariocítica CD41
(complexo glicoprotéico llb/llla), CD42 (glicoproteína lb) e/ou CD61 (glicoproteína llla)22. Alguns casos podem ser
HLA-DR negativo.
Para o estudo imunofenotípico da LMA-M7 deve-se ter o cuidado de coletar o material aspirado de medula óssea
em frasco contendo EDTA para minimizar a agregação de plaquetas à superfície dos blastos, que pode ocasionar
23
resultado falso positivo para os antígenos da série plaquetária .
Relevância clínica: A LMA-M7, pelos critérios morfológicos e citoquímicos, pode ser confundida com as leucemias
linfóides agudas e também com a LMA-M0, sendo importante o estudo imunofenotípico para diferenciá-las.
A LMA-M7 tem maior incidência em crianças com síndrome de Down24, que compõem um subgrupo com boa
resposta terapêutica, ao contrário dos pacientes sem a trissomia do cromossomo 21, os quais possuem pior
prognóstico.
IMPORTÂNCIA PROGNÓSTICA DA IMUNOFENOTIPAGEM
Para a caracterização dos demais subtipos FAB de LMA o papel da imunofenotipagem é menos importante, porém
25
26
corrobora com os achados morfológicos e citoquímicos para determinação do diagnóstico e fatores
prognósticos. Com a melhora do tratamento da LMA, e conseqüente maior tempo de seguimento clínico houve
reconhecimento de alguns subtipos de LMA com melhor resposta terapêutica e maior tempo de sobrevida27. Estes
subtipos de LMA possuem características citogenéticas e imunofenotípicas especiais, importantes na prática
28-30
clínica
. Os achados imunofenotípicos e a correlação com a alteração cromossômica para cada subtipo (Tabela
2) serão descritos a seguir:
1) LMA-M2v
Definição: A LMA-M2 é um subtipo FAB definido pela presença de pelo menos 30% (na proposta de classificação
da Organização Mundial de Saúde- 1999, o valor limítrofe é 20%) de blastos na medula óssea, associados a mais
10
de 10% de maturação da série granulocítica . A LMA-M2v apresenta achado morfológico, imunológico,
citogenético e clínico característicos.
Morfologia: Caracteriza-se por apresentar blastos grandes com abundante citoplasma basofílico, freqüentemente
contendo numerosos grânulos azurofílicos. Em alguns casos os blastos podem apresentar grânulos grandes
25
(pseudo-Chediak-Higashi) . Os bastonetes de Auer são freqüentes. Promielócitos, mielócitos e granulócitos
31
maduros com variados graus de displasia são vistos na medula óssea . Estas células podem mostrar
32
segmentação nuclear anormal e/ou disgranulopoese . Os precursores e o sinofílicos freqüentemente estão
33
aumentados, mas não exibem anormalidades citológicas, citoquímicas ou citogenéticas , ao contrário da LMAM4Eo, onde os eosinófilos apresentam proliferação clonal. Os eritroblastos e megacariócitos são
morfologicamente normais. A reação citoquímica para MPO é positiva em pelo menos 3% dos blastos.
Imunofenotipagem: Na LMA-M2v os blastos são positivos para os antígenos de linhagem mielóide CD13, CD33,
CD65w e anti-MPO. No entanto, o achado imunofenotípico característico é a presença dos antígenos de linhagem
linfóide (CD19) ou linhagem NK (CD56) associados aos antígenos CD33 e CD3434-36.
Análise Citogenética: Os casos de LMA-M2v que expressam os antígenos CD19 e CD56 têm forte correlação com
a translocação t(8;21)37-38.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009...
02/02/2010
Revista da Associação Médica Brasileira - A importância da imunofenotipagem na ... Página 4 de 8
Relevância clínica: A LMA-M2 t(8;21) tem maior taxa de remissão completa e possui melhor prognóstico em
pacientes adultos; em crianças os estudos ainda são inconclusivos.
2) LMA-M3
Definição: Este subtipo é composto por células que há longo tempo eram identificadas como "promielócitos", e
que na classificação FAB têm a conotação de blastos "tipo M3"10. Como estas células não têm a aparência dos
promielócitos normais, devem ser consideradas como blastos. Do ponto de vista morfológico, são facilmente
distinguíveis dos promielócitos detectados na recuperação medular após aplasia induzida por drogas.
Morfologia: Os blastos apresentam núcleo excêntrico e citoplasma com abundante granulação, alguns com
numerosos bastonetes de Auer ("faggot cell"). Em alguns casos, os grânulos citoplasmáticos são tão numerosos e
39
grandes que tornam difícil distinguir o núcleo do citoplasma . Na forma variante hipogranular da LMA-M3 os
blastos têm núcleo volumoso e convoluto. O citoplasma é basofílico com granulação escassa40-42. Esta variante é
diagnosticada quando as formas hipogranulares constituem >50% dos blastos. Em ambos os casos a reação
citoquímica para mieloperoxidase é positiva forte.
19
Imunofenotipagem: O estudo imunofenotípico revela relação FSC/SSC alta . Os blastos apresentam grande auto
43
-fluorescência, e positividade para os marcadores de linhagem mielóide CD13 e CD33 . Caracteristicamente, os
25
antígenos CD34, HLA-DR e CD14 são negativos .
44-45
Análise Citogenética: O achado imunofenotípico descrito acima tem correlação com a translocação t(15;17)
.
+,
Naqueles casos em que o estudo imunofenotípico não é o habitual (CD13 CD34- e HLA-DR-) deve-se pesquisar
46
a t(11;17) .
Relevância clínica: Os pacientes apresentam quadro clínico e alterações laboratoriais compatíveis com coagulação
intravascular disseminada (CIVD). Com a terapia clássica para LMA os pacientes freqüentemente evoluem a óbito
devido a diáteses hemorrágicas. No entanto, após o advento do tratamento com o ácido trans-retinóico (ATRA) a
LMA-M3 passou a apresentar boa resposta clínica e melhor controle da CIVD, tornando-se o subtipo FAB com
melhor prognóstico clínico. Em alguns casos, a expressão forte do antígeno CD13 está associada a maior
incidência da síndrome do ATRA e pior evolução clínica47.
Caso haja expressão anômala do antígeno CD56 é imperativo a realização de estudo citogenético, pois pode não
estar presente a translocação t (15;17), tendo, portanto, pior ou nenhuma resposta terapêutica ao ATRA. A
expressão do antígeno CD56 associado ao CD13, na ausência de CD34 e HLA-DR, está associada a uma nova
entidade, a "Leucemia Mielóide-Natural Killer", não referida na classificação FAB. Este subtipo apresenta achado
morfológico semelhante a LMA-M3 variante, sendo mais comum em pacientes idosos, estando associada a não46
resposta ao ATRA e pior prognóstico .
3) LMA-M4 Eo
Definição: A LMA-M4Eo é definida pela presença de componente monocítico entre 20% e 80% das células
3
blásticas na medula óssea podendo apresentar mais que 5.000 monócitos/mm no sangue periférico, associado a
48-49
um aumento do componente eosinofílico anormal
.
Morfologia: Alguns blastos podem ocasionalmente conter bastonete de Auer como na LMA-M4, no entanto, os
achados morfológicos típicos são a presença de eosinofilia em variados estágios de maturação. Os grânulos
eosinofílicos são maiores que os normalmente observados em precursores eosinófilos normais, têm coloração
roxo-violeta, e, em algumas células, são tão densos que podem obscurecer o núcleo. Os eosinófilos maduros
ocasionalmente podem apresentar hiposegmentação nuclear (pseudo Pelger-Huet). A série neutrofílica na medula
48
óssea é escassa . Os blastos apresentam usualmente reação MPO positiva. A reação de cloroacetato-esterase,
que normalmente é negativa na série eosinofílica da LMA-M2v, é caracteristicamente positiva nos eosinófilos
25
anormais .
Imunofenotipagem: LMA-M4Eo apresenta marcação positiva para os antígenos de linhagem mielóide CD13 e
CD33, assim como para os antígenos de linhagem monocítica CD14, CD15 e CD11b. Caracteristicamente, há
50
expressão anômala do antígeno de linhagem linfóide CD2 .
Análise citogenética: Os casos de LMA-M4Eo que expressam o antígeno CD2 tem correlação com a inversão do
50-51
cromossomo 16
.
Relevância clínica: Em comparação com outros tipos de LMA os pacientes são mais jovens, apresentam
leucocitose e organomegalia, respondem favoravelmente a indução quimioterápica e têm melhor prognóstico.
4) LMA-M5
Definição: A LMA-M5 é definida quando 80% ou mais das células não eritróides da medula óssea são compostas
9
por monoblastos, promonócitos ou monócitos . O subtipo LMA-M5a apresenta >80% de monoblastos, enquanto o
10
subtipo LMA-M5b tem <80% de monoblastos .
Morfologia: Os monoblastos são células grandes com citoplasma abundante e basofilia acentuada. Finos grânulos
azurofílicos e vacúolos podem estar presentes. Freqüentemente o núcleo é redondo com cromatina frouxa e
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009...
02/02/2010
Revista da Associação Médica Brasileira - A importância da imunofenotipagem na ... Página 5 de 8
presença de um ou mais nucléolos proeminentes. A presença de bastonete de Auer é incomum. Os promonócitos
têm núcleo convoluto e irregular. O citoplasma é menos basofílico e algumas vezes tem grânulos e vacúolos mais
evidentes. A reação citoquímica para MPO geralmente é negativa. A reação de esterase é positiva forte, e pode
26
ser inibida pelo fluoreto de sódio, ao contrário das células mielóides não monocíticas .
Imunofenotipagem: O achado imunofenotípico característico da LMA-M5 é a presença de população blástica com
19
relação FSC/SSC maior que nas LMAs M0 e M1 . Os antígenos de linhagem mielóide CD33 são positivos e os
CD13, negativos. Os antígenos CD14 e CD15 são positivos. É comum a expressão fraca do antígeno CD4. O
marcador CD34 geralmente é negativo. Os antígenos de cadeia leve k e l freqüentemente são positivos devido a
ligação inespecífica, sendo importante realizar o bloqueio destes sítios com soro AB ou soro de coelho.
+
+
Alteração citogenética: A LMA-M5 CD33 e CD4 associados aos CD13- e CD34- correlaciona-se freqüentemente
52
com a t(9;11) .
Relevância clínica: Pacientes com leucemia monocítica têm maior prevalência de tumor extra-medular, com
infiltração em gengiva, pele, tubo digestivo e sistema nervoso central. A presença de hepato-esplenomegalia e
hiperleucocitose é mais freqüente em comparação aos outros subtipos FAB.
LEUCEMIAS AGUDAS BIFENOTÍPICAS
A imunofenotipagem tornou-se importante também para o reconhecimento das leucemias bifenotípicas mielóidelinfóide, as quais diferem das leucemias mielóides com marcadores linfóides anômalos53-54. As leucemias
bifenotípicas caracterizam-se por apresentar antígenos de superfície, citoplasmáticos ou nucleares tanto das
55-56
. Como mostra a Tabela 3, o
linhagens linfóides como das mielóides, com critérios diagnósticos definidos
diagnóstico de leucemia bifenotípico é alcançado quando se tem dois ou mais pontos para duas linhagens
específicas. Este grupo de leucemias deve ser tratado como LMA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Bos JL, Verhan-de Vries M, Van Der Eb A et al. Mutations in N-ras predominate in acute myeloid leukemia.
Blood 1987; 69: 1237-1241.
2. Peters G The D-type cyclins and their role in tumorigenesis. Journal of Cell Science 1994; 18: 89-96.
3. Iida H, Towatari M, Tanimoto M et al. Overexpression of cyclin E in acute myelogenous leukemia. Blood 1997;
90: 3707-3713.
4. Furukawa Y, Terui Y, Sakoe K et al. Overexpression and amplification of the CDC2 gene in leukaemia cells. Br J
Haematol 1995; 90: 94-99.
5. Sugimoto K, Toyoshima H, Sakai R et al. Frequent mutations in the p53 gene in human myeloid leukemia cell
lines. Blood 1992; 79: 2378-2383.
6. Nakamaki T, Bartram C, Seriu T et al. Phillip.Molecular analysis of the cyclin-dependent kinase inhbitor genes,
p15, p16, p18 and p19 in the myelodysplastic syndromes. Leuk Res 1997; 21: 235-240.
7. Linet MS. The leukemias: epidemiologic aspects. Oxford University Press, New York 1985; pág. 20.
8. Rego EM, Garcia BA, Viana RS, Falcão RP. Characterization of acute lymphoblastic leukemia subtypes in
Brazilian patients. Leuk Res 1996; 20: 349-355.
9. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. Proposals for the classification of the acute leukemias. Br J Haematol
1976; 33: 451-458.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009...
02/02/2010
Revista da Associação Médica Brasileira - A importância da imunofenotipagem na ... Página 6 de 8
10. Bennett J M, Catovsky D, Daniel MT et al. Proposed revised criteria for the classification of acute myeloid
leukemia. A report of the French American British Cooperative Group. Ann Int Med 1985; 103: 620-625.
11. Jennings D C e Foon A K. Recent advances in flow cytometry: application to the diagnosis of hematologic
malignancy. Blood 1997; 90: 2863-2892.
12. San Miguel JF, Gonzalez M, Canizo MC et al. Surface marker analysis in acute myeloid leukaemia and
correlation with FAB classification. Br J Haematol 1986; 64: 547-560
13. Cuneo A, Michaux JL, Ferrant A et al. Correlation of cytogenetic patterns and clinicobiological features in adult
acute myeloid leukemia expressing lymphoid markers. Blood 1992; 79: 720-726.
14. Jensen A W, Hokland M, Jorgensen H et al. Solitary expression of CD7 among T-cell antigens in acute myeloid
leukemia: identification of a group of patients with similiar T-cell receptor b and d Rearrangements course of
disease suggestive of poor prognosis. Blood 1991; 78: 1292-1300.
15. Bradstock K, Matthews J, Benson E, Page F, Bishop J. Prognostic value of immunophenotyping in acute
myeloid leukemia. Blood 1994; 84: 1220-1225.
16. Ball E D, Davis R B, Griffin J D et al. Prognostic value of lymphocyte surface markers in acute myeloid
leukemia. Blood 1991; 77: 2242-2250.
17. San Miguel JF, Martinez A, Macedo A et al. Immunophenotyping investigation of minimal residual disease is a
useful approach for predicting relapse in acute myeloid leukemia patients. Blood 1997; 90: 2465-2470.
18. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. Proposal for the recognition of minimally differentiated acute
myeloid leukaemia (AML-M0) Br J Haematol 1991; 78: 325-329.
19. Vidriales M B, Orfao A, Lópes-Berges MC et al. Light scatter characteristics of blasts cells in acute myeloid
leukaemia: association with morphology and immunophenotype. J Clin Pathol 1995; 48: 456-462.
20. Buccheri V, Shetty V, Yoshida N et al. The role na anti-myeloperoxidase antibody in the diagnosis and
classification of acute leukaemia: a comparison with light and electron microscopy cytochemistry. Br J Haematol
1992; 80: 62-68
21. Da Fonseca LM, Yavo B, Catalani LH et al. Chemiluminescent determination of esterases in monocytes. J
Biolumin Chemilumin 1998; 13: 1-6.
22. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. Criteria for the diagnosis of acute leukemia of megakarcyte lineage
(M7). A report of the French American Bristish Cooperative Group. Ann Inter Med 1985; 103: 406-462.
23. Betz SA, Feuear K, Head DR et al. False-positive flow cytometric platelet glycoprotein IIb/IIIa expression in
myeloid leukemias secondary to platelet adherence to blasts. Blood 1992; 79: 2399-2403.
24. Carroll A, Civin C, Schneider N et al. The t(1;22)(p13;q13) is nonrandom and restricted to infants with acute
megakaryoblastic leukemia: a pediatric oncology group study. Blood 1991; 78:748-752.
25. Flandrin G. The classification of acute myeloid leukaemias (AML) and myelodisplastic syndromes (MDS).
th
European School of Haematology, 5 Tutorial of Haematopathology, London, September 1995; pág 1-28.
26. Liso V. Diagnosis of acute leukemias: contributory of cytochemistry. Leukemia 1992; 6 suppl.2: 10-12.
27. Cheson B D, Cassileth PA, Head DR et al. Report of the National Cancer Institute-Sponsored Workshop on
Definitions of Diagnosis and Response in Acute Myeloid Leukemia. J Clin Oncol 1990; 8:813-819.
28. Creutzig U, Harbott J, Sperling C et al. Clinical significance of surface antigen expression in children with
acute myeloid leukemia. Blood 1995; 86: 3097-3108.
29. Kita K, Miwa H, Nakase K et al. Clinical importance of CD7 expression in acute myelocytic leukemia. Blood
1993; 81: 2399-2404.
30. Kuerbitz SJ, Civin CI, Krischer JP et al. Expression of myeloid-associated and lymphoid-associated cell-surface
antigens in acute myeloid leukemia of childhood. J Clin Oncol 1992; 10: 1419-1429.
31. Galvani DW, Banghar P, Mekawi L. Early identification of M2 AML with the t(8;21) translocation plus
myelodysplastic features. Leuk Res 1995; 2: 145.
32. Swirsky DM, Li YS, Matthews JG et al., (8;21) translocation in acute granulocytic leukaemia:cytological,
cytochemical and clinical features. Br J Haematol 1984; 56: 199-213.
33. Trujillo JM, Cork A, Broach Y et al. Hematologic and cytologic characterization of (8;21) translocation acute
granulocytic leukemia. Blood 1979; 53: 695-706.
34. Paietta E, Wiernik PH, Andrsen J. Immunophenotypic features of the t(8;21)(q22;q22) acute leukemia in
adults. Blood 1993; 7: 1975.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009...
02/02/2010
Revista da Associação Médica Brasileira - A importância da imunofenotipagem na ... Página 7 de 8
35. Kita K, Nakase K, Masuya M et al. Phenotypical characteristics of acute myelocitic leukemia associated with
the t(8;21)(q22;p22) chromosomal abnormality: frequent expression of immature B-cell antigen CD19 together
with stem cell antigen CD34. Blood 1992; 80: 470-477.
36. Hurwitz CA, Raimondi SC, Head D et al. Distinctive immunophenotypic features of t(8;21)(q22;p22) acute
myeloblastic leukemia in children. Blood 1992; 80:3182-3188.
37. Kozu T, Miyoshi H, Shimizu K et al. Junctions of the AML1/MTG8(ETO) fusion are constant in t(8;21) acute
myeloid leukemia detected by reverse transcription polymerase chain reaction. Blood 1993; 82: 1270-1276.
38. Nucifora G, Rowley JD. The AML and ETO genes in acute myeloid leukemia with a t (8;21). Leuk Lymphoma
1994; 14: 353-362.
39. Castoldi GL, Liso V, Specchia G, Tomasi P. Acute promyelocytic leukemia; morphological aspects. Leukemia
1994; 2: S27-S32.
40. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. The French-American-British (FAB) co-operative group.
Correspondence: a variant form of hypergranular promyelocytic leukaemia (M3). Br J Haematol 1981; 47: 553561.
41. Golomb HM, Rowley J, Vardiman JW, Testa JR, Butler A. "Microgranular" variant acute promyelocytic
leukemia: a distinct clinical, ultrastructural and cytogenetic entity. Blood 1980; 55:252-259.
42. Mickenna RW, Parkin J, Bloomfield CD, Sundberg RD, Brunning R D. Acute promyelocytic leukaemia a study
of 39 cases with identification of a hyperbasophilic microgranular variant. Br J Haematol 1982; 50: 201-214.
43. Venditti A, Del Poeta G, Stasi R et al. Minimally differentiated acute myeloid leukemia (AML-M0): comparison
of 25 cases with other French-American-British subtypes. Blood 1997; 89: 621-62.
44. Larson RA, Kondo K, Vardiman JW et al. Evidence for a t(15;17) translocation in every patient with acute
promyelocytic leukemia. Am J Med 1984; 76: 824-841.
45. Berger R, Bernheim A, Daniel MT, Flandrin G. t(15;17) in a promyelocytic form of chronic myeloid leukemia
blast crisis. Can Gen Cytogen 1983; 8: 149-152.
-
+
+
-
46. Scott AA, Head DR, Kopecky KJ et al. HLA-DR , CD33 , CD56 , CD16 myeloid/natural killer cell acute
leukemia: a previously unrecognized form of acute leukemia potentially misdiagnosed as French-American-British
acute myeloid leukemia-M3. Blood 1994; 84: 244-255.
47. Vahdat L, Maslak P, Miller WH Jr et al. Early mortality and the acid syndrome in acute promyelocitic leukemia:
impact of leukocytosis, low-dose chemoterapy, PMN/RAR-a isoform, and CD13 expression in patients treated with
all-trans retinoic acid. Blood 1994; 84: 3843-3849.
48. Bitter MA, Le Beau MM, Larson RA et al. A morphological and cytochemical study of acute myelomonocytic
leukemia with abnormal marrow eosinophils associated with inv(16) (p13q22). Am J Clin Pathol 1984; 81: 733739.
49. Le Beau MM, Larson RA, Bitter MA et al. Association of an inversion of chromosome 16 with abnormal marrow
eosinofils in acute myelomonocytic leukemia, A unique cytogenetic-clinicopathological association. N Engl J Med
1983; 309:630-636.
50. Adriansen HJ, Boekhorst PAW, Hagemeijer AM et al. Acute myeloid leukemia M4 with bone marrow
eosinophilia (M4Eo) and inv(16)(p13q22) exhibits a specific immunophenotype with CD2 expression. Blood 1993;
81: 3043-3051.
51. Poirel H, Radford-Weiss I, Troussard X et al. Detection of the chromosome 16 CBFb-MYH11 fusion transcript
in myelomonocytic leukemias. Blood 1995; 85:1313-1322.
52. Ridge SA, Wiedemann LM. Chromosome 11q23 abnormalities in leukaemia. Leuk Lymphoma 1994; 14: 1117.
53. Reading CL, Estey EH, Huh YO et al. Expression of unusual immunophenotype combinations in acute
myelogenous leukemia. Blood 1993; 81: 3083-3090.
54. Pui CH, Raimondi SC, Head DR et al. Characterization of childhood acute leukemia with multiple myeloid and
lymphoid markers at diagnosis and at relapse. Blood 1991; 78: 1327-1337.
55. Catovsky D e Matutes E. The classification of acute leukaemia. Leukemia 1992; 6: 1-6.
56. European Group for the Immunological classfication of Leukaemias (EGIL). The value of c-kit in the diagnosis
of biphenotypic acute leukemia. Leukemia 1998; 12: 2038.
All the content of the journal, except where otherwise noted, is licensed under a Creative Commons License
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009...
02/02/2010
Revista da Associação Médica Brasileira - A importância da imunofenotipagem na ... Página 8 de 8
Associação Médica Brasileira
R. São Carlos do Pinhal, 324
01333-903 São Paulo SP - Brazil
Tel: +55 11 3178-6800
Fax: +55 11 3178-6816
[email protected]
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009...
02/02/2010

Documentos relacionados

A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide Aguda

A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide Aguda 3. Iida H, Towatari M, Tanimoto M et al. Overexpression of cyclin E in acute myelogenous leukemia. Blood 1997; 90: 3707-3713. 4. Furukawa Y, Terui Y, Sakoe K et al. Overexpression and amplification...

Leia mais

do paradigma molecular ao impacto no prognóstico : uma

do paradigma molecular ao impacto no prognóstico : uma se localiza em estruturas denominadas nuclear bodies. Nos pacientes portadores do rearranjo PML-RARα, a PML encontra-se redistribuída e observa-se, à microscopia, um padrão microparticulado49 (Figu...

Leia mais