A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide Aguda

Transcrição

A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide Aguda
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipagem... Página 1 de 11
!" # $%'&(*) + ,-.0/10&2/34-.4(5.6'.708%90-.2/11: ; <>=@?5A*BDC EGF HJILKNMHOQP'RI S TUTVTXWZY [*\0] ^_Wa`bc
dfe4gfhjilknmpoqmsr
iXiutwv4hjm xuy z|{
5ll‘“’l”_’• – —U˜š™V›
} ~€jX‚„ƒ†…‚ˆ‡‰‹ŠjŒ‹…Ž‚
œ_ž5Ÿ ¡£¢¥¤£¦¨§J©nªª «
¬‰­š®®¯ °_­š±²­U³
´Vµ_¶ ·U¸¹uº
Rev. Assoc. Med. Bras. v.46 n.1 São Paulo jan./mar. 2000
»l¼U½£¼
¾_¿ ÀGÁUÂXÃÄÀGÃ
ÅUÆ'ÇÈ ÉNÊ
Artigo de Revisão
A importância da imunofenotipagem na Leucemia
Mielóide Aguda
S.L.R. Martins, R.P. Falcão
Disciplina de Hematologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto,SP.
UNITERMOS: Leucemia mielóide aguda. Classificação FAB. Imunofenotipagem. Leucemia
bifenotípica.
KEY WORDS: Acute myeloid leukemia. FAB classification. Imunophenotyping.
Biphenotypic leukemia.
INTRODUÇÃO
A leucemia mielóide aguda (LMA) é uma doença clonal do tecido hematopoético que se
caracteriza pela proliferação anormal de células progenitoras da linhagem mielóide,
ocasionando produção insuficiente de células sanguíneas maduras normais. Deste modo a
infiltração da medula é frequentemente acompanhada de neutropenia, anemia e
plaquetopenia.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipagem... Página 2 de 11
O mecanismo que leva a célula progenitora da linhagem mielóide a perder o controle da
proliferação celular, ocasionando a expansão do clone leucêmico, permanece incerto. No
entanto, ativação de proto-oncogenes1-4 e mutações em genes supressores5-6 que regulam o
ciclo celular parecem estar envolvidos na patogênese das leucemias.
A LMA representa cerca de 15-20% das leucemias agudas da infância e 80% de adultos. Na
maioria dos casos não há evidência da influência de fatores genéticos, assim como não há
diferenças de incidência entre as raças americana, africana e caucasiana7, ao contrário da
leucemia linfóide aguda8.
O pleomorfismo da LMA, assim como uma possível diferença de comportamento biológico,
motivou o estabelecimento de uma classificação. Em 1975, pela primeira vez, o grupo
cooperativo Franco-Americano-Britânico (FAB) propôs a classificação em seis diferentes
subtipos, baseado estritamente em aspectos morfológicos e citoquímicos 9. Em 1985 esta
classificação foi revisada, cinco originando a atual, onde foram acrescentados dois novos
subtipos10-11 (Tabela 1).
Se a classificação FAB baseia-se fundamentalmente em critérios morfológicos e
citoquímicos, qual seria a importância do estudo imunofenotípico? Além da
imunofenotipagem ser uma metodologia ágil, o que a torna atrativa para ser incorporada na
prática médica de rotina, o estudo das características imunofenotípicas das LMAs possui
também interesse de investigação clínica12 . Entre estes podemos destacar:
• determinar a sensibilidade diagnóstica do imunofenótipo e sua relação com os subtipos
FAB;
• examinar a relação entre expressão de antígenos, subtipos FAB, anormalidades
cromossômicas e características clínicas13;
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipagem... Página 3 de 11
• avaliar o significado prognóstico dos diferentes achados imunofenotípicos e comparar com
outros fatores prognósticos, especialmente a morfologia e a citogenética 14-16;
• detectar a doença residual mínima17 .
Ademais, a classificação imunofenotípica tem importância diagnóstica e prognóstica em
alguns subtipos FAB. Assim, ela é essencial para o diagnóstico das LMA-M0 e LMA-M7,
sendo auxiliar no diagnóstico das LMA-M3, LMA-M2v, LMA-M4Eo e LMA-M5.
IMPORTÂNCIA DIAGNÓSTICA DA IMUNOFENOTIPAGEM
O uso sistemático da imunofenotipagem nas leucemias agudas resultou o reconhecimento de
alguns subtipos, cuja identificação não era possível apenas pelos critérios morfológicos e
citoquímicos9. Assim, foram definidos dois novos subtipos de leucemias mielóides agudas,
que são:
1) LMA-M0
Definição: A LMA-M0 é caracterizada pela infiltração da medula óssea por células blásticas,
as quais possuem reação citoquímica para mieloperoxidase (MPO) negativa18 e marcação
imunológica para antígenos da linhagem mielóide.
Morfologia: Os blastos são pequenos, com cromatina frouxa e nucléolo evidente,
apresentando citoplasma agranular, sem bastonete de Auer. Morfologicamente assemelhamse aos blastos linfóides L2 da classificacão FAB, e também apresentam reação citoquímica
para MPO negativa.
Imunofenotipagem: O estudo imunofenotípico revela uma população blástica com relação
entre tamanho/grânulo (FSC/SSC) baixa19, com positividade para pelo menos um dos
antígenos de linhagem mielóide CD33, CD13 e/ou CD11b. A determinação da MPO por
método imunológico20 , microscopia eletrônica ou quimioluminescência21 é positiva.Os
antígenos de linhagem linfóide geralmente são negativos.
Relevância clínica: Como a abordagem terapêutica das leucemias mielóides diferem das
linfóides, é importante a realização da imunofenotipagem para diferenciar a LMA-M0 da
LLA-L2, e a conseqüente orientação correta do tratamento.
2) LMA-M7
Definição: Este é outro subtipo de LMA para o qual a imunofenotipagem passou a ter papel
fundamental. A LMA-M7 é definida pela presença de >30% de megacarioblastos entre as
células nucleadas na medula óssea22 .
Morfologia: Os blastos são de tamanhos variáveis, com citoplasma geralmente agranular,
podendo apresentar protusões. A medula óssea freqüentemente apresenta aumento das fibras
de reticulina, e comumente o aspirado de medula óssea é de difícil obtenção. Em alguns
casos, a realização de biópsia de medula óssea é necessária para o diagnóstico.
Imunofenotipagem: Os marcadores de linhagem mielóide CD13 e CD33 freqüentemente
estão presentes, e o diagnóstico de LMA-M7 é definido pela positividade para os antígenos
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipagem... Página 4 de 11
de linhagem megacariocítica CD41 (complexo glicoprotéico llb/llla), CD42 (glicoproteína lb)
e/ou CD61 (glicoproteína llla)22 . Alguns casos podem ser HLA-DR negativo.
Para o estudo imunofenotípico da LMA-M7 deve-se ter o cuidado de coletar o material
aspirado de medula óssea em frasco contendo EDTA para minimizar a agregação de
plaquetas à superfície dos blastos, que pode ocasionar resultado falso positivo para os
antígenos da série plaquetária23.
Relevância clínica: A LMA-M7, pelos critérios morfológicos e citoquímicos, pode ser
confundida com as leucemias linfóides agudas e também com a LMA-M0, sendo importante
o estudo imunofenotípico para diferenciá-las.
A LMA-M7 tem maior incidência em crianças com síndrome de Down24, que compõem um
subgrupo com boa resposta terapêutica, ao contrário dos pacientes sem a trissomia do
cromossomo 21, os quais possuem pior prognóstico.
IMPORTÂNCIA PROGNÓSTICA DA IMUNOFENOTIPAGEM
Para a caracterização dos demais subtipos FAB de LMA o papel da imunofenotipagem é
menos importante, porém corrobora com os achados morfológicos25 e citoquímicos 26 para
determinação do diagnóstico e fatores prognósticos. Com a melhora do tratamento da LMA,
e conseqüente maior tempo de seguimento clínico houve reconhecimento de alguns subtipos
de LMA com melhor resposta terapêutica e maior tempo de sobrevida27. Estes subtipos de
LMA possuem características citogenéticas e imunofenotípicas especiais, importantes na
prática clínica28-30 . Os achados imunofenotípicos e a correlação com a alteração
cromossômica para cada subtipo (Tabela 2) serão descritos a seguir:
1) LMA-M2v
Definição: A LMA-M2 é um subtipo FAB definido pela presença de pelo menos 30% (na
proposta de classificação da Organização Mundial de Saúde- 1999, o valor limítrofe é 20%)
de blastos na medula óssea, associados a mais de 10% de maturação da série granulocítica10.
A LMA-M2v apresenta achado morfológico, imunológico, citogenético e clínico
característicos.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipagem... Página 5 de 11
Morfologia: Caracteriza-se por apresentar blastos grandes com abundante citoplasma
basofílico, freqüentemente contendo numerosos grânulos azurofílicos. Em alguns casos os
blastos podem apresentar grânulos grandes (pseudo-Chediak-Higashi)25 . Os bastonetes de
Auer são freqüentes. Promielócitos, mielócitos e granulócitos maduros com variados graus de
displasia são vistos na medula óssea31 . Estas células podem mostrar segmentação nuclear
anormal e/ou disgranulopoese32. Os precursores e o sinofílicos freqüentemente estão
aumentados, mas não exibem anormalidades citológicas, citoquímicas ou citogenéticas33, ao
contrário da LMA-M4Eo, onde os eosinófilos apresentam proliferação clonal. Os
eritroblastos e megacariócitos são morfologicamente normais. A reação citoquímica para
MPO é positiva em pelo menos 3% dos blastos.
Imunofenotipagem: Na LMA-M2v os blastos são positivos para os antígenos de linhagem
mielóide CD13, CD33, CD65w e anti-MPO. No entanto, o achado imunofenotípico
característico é a presença dos antígenos de linhagem linfóide (CD19) ou linhagem NK
(CD56) associados aos antígenos CD33 e CD3434-36.
Análise Citogenética: Os casos de LMA-M2v que expressam os antígenos CD19 e CD56 têm
forte correlação com a translocação t(8;21)37-38.
Relevância clínica: A LMA-M2 t(8;21) tem maior taxa de remissão completa e possui
melhor prognóstico em pacientes adultos; em crianças os estudos ainda são inconclusivos.
2) LMA-M3
Definição: Este subtipo é composto por células que há longo tempo eram identificadas como
"promielócitos", e que na classificação FAB têm a conotação de blastos "tipo M3" 10. Como
estas células não têm a aparência dos promielócitos normais, devem ser consideradas como
blastos. Do ponto de vista morfológico, são facilmente distinguíveis dos promielócitos
detectados na recuperação medular após aplasia induzida por drogas.
Morfologia: Os blastos apresentam núcleo excêntrico e citoplasma com abundante
granulação, alguns com numerosos bastonetes de Auer ("faggot cell"). Em alguns casos, os
grânulos citoplasmáticos são tão numerosos e grandes que tornam difícil distinguir o núcleo
do citoplasma39 . Na forma variante hipogranular da LMA-M3 os blastos têm núcleo
volumoso e convoluto. O citoplasma é basofílico com granulação escassa40-42. Esta variante
é diagnosticada quando as formas hipogranulares constituem >50% dos blastos. Em ambos
os casos a reação citoquímica para mieloperoxidase é positiva forte.
Imunofenotipagem: O estudo imunofenotípico revela relação FSC/SSC alta19. Os blastos
apresentam grande auto-fluorescência, e positividade para os marcadores de linhagem
mielóide CD13 e CD3343 . Caracteristicamente, os antígenos CD34, HLA-DR e CD14 são
negativos25 .
Análise Citogenética: O achado imunofenotípico descrito acima tem correlação com a
translocação t(15;17)44-45. Naqueles casos em que o estudo imunofenotípico não é o habitual
(CD13+, CD34- e HLA-DR-) deve-se pesquisar a t(11;17)46.
Relevância clínica: Os pacientes apresentam quadro clínico e alterações laboratoriais
compatíveis com coagulação intravascular disseminada (CIVD). Com a terapia clássica para
LMA os pacientes freqüentemente evoluem a óbito devido a diáteses hemorrágicas. No
entanto, após o advento do tratamento com o ácido trans-retinóico (ATRA) a LMA-M3
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipagem... Página 6 de 11
passou a apresentar boa resposta clínica e melhor controle da CIVD, tornando-se o subtipo
FAB com melhor prognóstico clínico. Em alguns casos, a expressão forte do antígeno CD13
está associada a maior incidência da síndrome do ATRA e pior evolução clínica47.
Caso haja expressão anômala do antígeno CD56 é imperativo a realização de estudo
citogenético, pois pode não estar presente a translocação t (15;17), tendo, portanto, pior ou
nenhuma resposta terapêutica ao ATRA. A expressão do antígeno CD56 associado ao CD13,
na ausência de CD34 e HLA-DR, está associada a uma nova entidade, a "Leucemia
Mielóide-Natural Killer", não referida na classificação FAB. Este subtipo apresenta achado
morfológico semelhante a LMA-M3 variante, sendo mais comum em pacientes idosos,
estando associada a não-resposta ao ATRA e pior prognóstico46 .
3) LMA-M4 Eo
Definição: A LMA-M4Eo é definida pela presença de componente monocítico entre 20% e
80% das células blásticas na medula óssea podendo apresentar mais que 5.000
monócitos/mm3 no sangue periférico, associado a um aumento do componente eosinofílico
anormal48-49 .
Morfologia: Alguns blastos podem ocasionalmente conter bastonete de Auer como na LMAM4, no entanto, os achados morfológicos típicos são a presença de eosinofilia em variados
estágios de maturação. Os grânulos eosinofílicos são maiores que os normalmente
observados em precursores eosinófilos normais, têm coloração roxo-violeta, e, em algumas
células, são tão densos que podem obscurecer o núcleo. Os eosinófilos maduros
ocasionalmente podem apresentar hiposegmentação nuclear (pseudo Pelger-Huet). A série
neutrofílica na medula óssea é escassa48. Os blastos apresentam usualmente reação MPO
positiva. A reação de cloroacetato-esterase, que normalmente é negativa na série eosinofílica
da LMA-M2v, é caracteristicamente positiva nos eosinófilos anormais25.
Imunofenotipagem: LMA-M4Eo apresenta marcação positiva para os antígenos de linhagem
mielóide CD13 e CD33, assim como para os antígenos de linhagem monocítica CD14, CD15
e CD11b. Caracteristicamente, há expressão anômala do antígeno de linhagem linfóide
CD250 .
Análise citogenética: Os casos de LMA-M4Eo que expressam o antígeno CD2 tem
correlação com a inversão do cromossomo 1650-51 .
Relevância clínica: Em comparação com outros tipos de LMA os pacientes são mais jovens,
apresentam leucocitose e organomegalia, respondem favoravelmente a indução
quimioterápica e têm melhor prognóstico.
4) LMA-M5
Definição: A LMA-M5 é definida quando 80% ou mais das células não eritróides da medula
óssea são compostas por monoblastos, promonócitos ou monócitos9. O subtipo LMA-M5a
apresenta >80% de monoblastos, enquanto o subtipo LMA-M5b tem <80% de
monoblastos10.
Morfologia: Os monoblastos são células grandes com citoplasma abundante e basofilia
acentuada. Finos grânulos azurofílicos e vacúolos podem estar presentes. Freqüentemente o
núcleo é redondo com cromatina frouxa e presença de um ou mais nucléolos proeminentes. A
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipagem... Página 7 de 11
presença de bastonete de Auer é incomum. Os promonócitos têm núcleo convoluto e
irregular. O citoplasma é menos basofílico e algumas vezes tem grânulos e vacúolos mais
evidentes. A reação citoquímica para MPO geralmente é negativa. A reação de esterase é
positiva forte, e pode ser inibida pelo fluoreto de sódio, ao contrário das células mielóides
não monocíticas26 .
Imunofenotipagem: O achado imunofenotípico característico da LMA-M5 é a presença de
população blástica com relação FSC/SSC maior que nas LMAs M0 e M119 . Os antígenos de
linhagem mielóide CD33 são positivos e os CD13, negativos. Os antígenos CD14 e CD15
são positivos. É comum a expressão fraca do antígeno CD4. O marcador CD34 geralmente é
negativo. Os antígenos de cadeia leve k e l freqüentemente são positivos devido a ligação
inespecífica, sendo importante realizar o bloqueio destes sítios com soro AB ou soro de
coelho.
Alteração citogenética: A LMA-M5 CD33+ e CD4+ associados aos CD13- e CD34correlaciona-se freqüentemente com a t(9;11)52.
Relevância clínica: Pacientes com leucemia monocítica têm maior prevalência de tumor
extra-medular, com infiltração em gengiva, pele, tubo digestivo e sistema nervoso central. A
presença de hepato-esplenomegalia e hiperleucocitose é mais freqüente em comparação aos
outros subtipos FAB.
LEUCEMIAS AGUDAS BIFENOTÍPICAS
A imunofenotipagem tornou-se importante também para o reconhecimento das leucemias
bifenotípicas mielóide-linfóide, as quais diferem das leucemias mielóides com marcadores
linfóides anômalos 53-54 . As leucemias bifenotípicas caracterizam-se por apresentar antígenos
de superfície, citoplasmáticos ou nucleares tanto das linhagens linfóides como das mielóides,
com critérios diagnósticos definidos55-56 . Como mostra a Tabela 3, o diagnóstico de
leucemia bifenotípico é alcançado quando se tem dois ou mais pontos para duas linhagens
específicas. Este grupo de leucemias deve ser tratado como LMA.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipagem... Página 8 de 11
1. Bos JL, Verhan-de Vries M, Van Der Eb A et al. Mutations in N-ras predominate in acute
myeloid leukemia. Blood 1987; 69: 1237-1241.
2. Peters G The D-type cyclins and their role in tumorigenesis. Journal of Cell Science 1994;
18: 89-96.
3. Iida H, Towatari M, Tanimoto M et al. Overexpression of cyclin E in acute myelogenous
leukemia. Blood 1997; 90: 3707-3713.
4. Furukawa Y, Terui Y, Sakoe K et al. Overexpression and amplification of the CDC2 gene
in leukaemia cells. Br J Haematol 1995; 90: 94-99.
5. Sugimoto K, Toyoshima H, Sakai R et al. Frequent mutations in the p53 gene in human
myeloid leukemia cell lines. Blood 1992; 79: 2378-2383.
6. Nakamaki T, Bartram C, Seriu T et al. Phillip.Molecular analysis of the cyclin-dependent
kinase inhbitor genes, p15, p16, p18 and p19 in the myelodysplastic syndromes. Leuk Res
1997; 21: 235-240.
7. Linet MS. The leukemias: epidemiologic aspects. Oxford University Press, New York
1985; pág. 20.
8. Rego EM, Garcia BA, Viana RS, Falcão RP. Characterization of acute lymphoblastic
leukemia subtypes in Brazilian patients. Leuk Res 1996; 20: 349-355.
9. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. Proposals for the classification of the acute
leukemias. Br J Haematol 1976; 33: 451-458.
10. Bennett J M, Catovsky D, Daniel MT et al. Proposed revised criteria for the classification
of acute myeloid leukemia. A report of the French American British Cooperative Group. Ann
Int Med 1985; 103: 620-625.
11. Jennings D C e Foon A K. Recent advances in flow cytometry: application to the
diagnosis of hematologic malignancy. Blood 1997; 90: 2863-2892.
12. San Miguel JF, Gonzalez M, Canizo MC et al. Surface marker analysis in acute myeloid
leukaemia and correlation with FAB classification. Br J Haematol 1986; 64: 547-560
13. Cuneo A, Michaux JL, Ferrant A et al. Correlation of cytogenetic patterns and
clinicobiological features in adult acute myeloid leukemia expressing lymphoid markers.
Blood 1992; 79: 720-726.
14. Jensen A W, Hokland M, Jorgensen H et al. Solitary expression of CD7 among T-cell
antigens in acute myeloid leukemia: identification of a group of patients with similiar T-cell
receptor b and d Rearrangements course of disease suggestive of poor prognosis. Blood 1991;
78: 1292-1300.
15. Bradstock K, Matthews J, Benson E, Page F, Bishop J. Prognostic value of
immunophenotyping in acute myeloid leukemia. Blood 1994; 84: 1220-1225.
16. Ball E D, Davis R B, Griffin J D et al. Prognostic value of lymphocyte surface markers in
acute myeloid leukemia. Blood 1991; 77: 2242-2250.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipagem... Página 9 de 11
17. San Miguel JF, Martinez A, Macedo A et al. Immunophenotyping investigation of
minimal residual disease is a useful approach for predicting relapse in acute myeloid
leukemia patients. Blood 1997; 90: 2465-2470.
18. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. Proposal for the recognition of minimally
differentiated acute myeloid leukaemia (AML-M0) Br J Haematol 1991; 78: 325-329.
19. Vidriales M B, Orfao A, Lópes-Berges MC et al. Light scatter characteristics of blasts
cells in acute myeloid leukaemia: association with morphology and immunophenotype. J
Clin Pathol 1995; 48: 456-462.
20. Buccheri V, Shetty V, Yoshida N et al. The role na anti-myeloperoxidase antibody in the
diagnosis and classification of acute leukaemia: a comparison with light and electron
microscopy cytochemistry. Br J Haematol 1992; 80: 62-68
21. Da Fonseca LM, Yavo B, Catalani LH et al. Chemiluminescent determination of
esterases in monocytes. J Biolumin Chemilumin 1998; 13: 1-6.
22. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. Criteria for the diagnosis of acute leukemia of
megakarcyte lineage (M7). A report of the French American Bristish Cooperative Group.
Ann Inter Med 1985; 103: 406-462.
23. Betz SA, Feuear K, Head DR et al. False-positive flow cytometric platelet glycoprotein
IIb/IIIa expression in myeloid leukemias secondary to platelet adherence to blasts. Blood
1992; 79: 2399-2403.
24. Carroll A, Civin C, Schneider N et al. The t(1;22)(p13;q13) is nonrandom and restricted
to infants with acute megakaryoblastic leukemia: a pediatric oncology group study. Blood
1991; 78:748-752.
25. Flandrin G. The classification of acute myeloid leukaemias (AML) and myelodisplastic
syndromes (MDS). European School of Haematology, 5th Tutorial of Haematopathology,
London, September 1995; pág 1-28.
26. Liso V. Diagnosis of acute leukemias: contributory of cytochemistry. Leukemia 1992; 6
suppl.2: 10-12.
27. Cheson B D, Cassileth PA, Head DR et al. Report of the National Cancer InstituteSponsored Workshop on Definitions of Diagnosis and Response in Acute Myeloid
Leukemia. J Clin Oncol 1990; 8:813-819.
28. Creutzig U, Harbott J, Sperling C et al. Clinical significance of surface antigen
expression in children with acute myeloid leukemia. Blood 1995; 86: 3097-3108.
29. Kita K, Miwa H, Nakase K et al. Clinical importance of CD7 expression in acute
myelocytic leukemia. Blood 1993; 81: 2399-2404.
30. Kuerbitz SJ, Civin CI, Krischer JP et al. Expression of myeloid-associated and lymphoidassociated cell-surface antigens in acute myeloid leukemia of childhood. J Clin Oncol 1992;
10: 1419-1429.
31. Galvani DW, Banghar P, Mekawi L. Early identification of M2 AML with the t(8;21)
translocation plus myelodysplastic features. Leuk Res 1995; 2: 145.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipag...
Página 10 de 11
32. Swirsky DM, Li YS, Matthews JG et al., (8;21) translocation in acute granulocytic
leukaemia:cytological, cytochemical and clinical features. Br J Haematol 1984; 56: 199-213.
33. Trujillo JM, Cork A, Broach Y et al. Hematologic and cytologic characterization of
(8;21) translocation acute granulocytic leukemia. Blood 1979; 53: 695-706.
34. Paietta E, Wiernik PH, Andrsen J. Immunophenotypic features of the t(8;21)(q22;q22)
acute leukemia in adults. Blood 1993; 7: 1975.
35. Kita K, Nakase K, Masuya M et al. Phenotypical characteristics of acute myelocitic
leukemia associated with the t(8;21)(q22;p22) chromosomal abnormality: frequent
expression of immature B-cell antigen CD19 together with stem cell antigen CD34. Blood
1992; 80: 470-477.
36. Hurwitz CA, Raimondi SC, Head D et al. Distinctive immunophenotypic features of t
(8;21)(q22;p22) acute myeloblastic leukemia in children. Blood 1992; 80:3182-3188.
37. Kozu T, Miyoshi H, Shimizu K et al. Junctions of the AML1/MTG8(ETO) fusion are
constant in t(8;21) acute myeloid leukemia detected by reverse transcription polymerase
chain reaction. Blood 1993; 82: 1270-1276.
38. Nucifora G, Rowley JD. The AML and ETO genes in acute myeloid leukemia with a t
(8;21). Leuk Lymphoma 1994; 14: 353-362.
39. Castoldi GL, Liso V, Specchia G, Tomasi P. Acute promyelocytic leukemia;
morphological aspects. Leukemia 1994; 2: S27-S32.
40. Bennett JM, Catovsky D, Daniel MT et al. The French-American-British (FAB) cooperative group. Correspondence: a variant form of hypergranular promyelocytic leukaemia
(M3). Br J Haematol 1981; 47: 553-561.
41. Golomb HM, Rowley J, Vardiman JW, Testa JR, Butler A. "Microgranular" variant acute
promyelocytic leukemia: a distinct clinical, ultrastructural and cytogenetic entity. Blood
1980; 55:252-259.
42. Mickenna RW, Parkin J, Bloomfield CD, Sundberg RD, Brunning R D. Acute
promyelocytic leukaemia a study of 39 cases with identification of a hyperbasophilic
microgranular variant. Br J Haematol 1982; 50: 201-214.
43. Venditti A, Del Poeta G, Stasi R et al. Minimally differentiated acute myeloid leukemia
(AML-M0): comparison of 25 cases with other French-American-British subtypes. Blood
1997; 89: 621-62.
44. Larson RA, Kondo K, Vardiman JW et al. Evidence for a t(15;17) translocation in every
patient with acute promyelocytic leukemia. Am J Med 1984; 76: 824-841.
45. Berger R, Bernheim A, Daniel MT, Flandrin G. t(15;17) in a promyelocytic form of
chronic myeloid leukemia blast crisis. Can Gen Cytogen 1983; 8: 149-152.
46. Scott AA, Head DR, Kopecky KJ et al. HLA-DR-, CD33+, CD56+, CD16myeloid/natural killer cell acute leukemia: a previously unrecognized form of acute leukemia
potentially misdiagnosed as French-American-British acute myeloid leukemia-M3. Blood
1994; 84: 244-255.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005
Revista da Associação Médica Brasileira - <b>A importância da imunofenotipag...
Página 11 de 11
47. Vahdat L, Maslak P, Miller WH Jr et al. Early mortality and the acid syndrome in acute
promyelocitic leukemia: impact of leukocytosis, low-dose chemoterapy, PMN/RAR-a
isoform, and CD13 expression in patients treated with all-trans retinoic acid. Blood 1994; 84:
3843-3849.
48. Bitter MA, Le Beau MM, Larson RA et al. A morphological and cytochemical study of
acute myelomonocytic leukemia with abnormal marrow eosinophils associated with inv(16)
(p13q22). Am J Clin Pathol 1984; 81: 733-739.
49. Le Beau MM, Larson RA, Bitter MA et al. Association of an inversion of chromosome
16 with abnormal marrow eosinofils in acute myelomonocytic leukemia, A unique
cytogenetic-clinicopathological association. N Engl J Med 1983; 309:630-636.
50. Adriansen HJ, Boekhorst PAW, Hagemeijer AM et al. Acute myeloid leukemia M4 with
bone marrow eosinophilia (M4Eo) and inv(16)(p13q22) exhibits a specific
immunophenotype with CD2 expression. Blood 1993; 81: 3043-3051.
51. Poirel H, Radford-Weiss I, Troussard X et al. Detection of the chromosome 16 CBFbMYH11 fusion transcript in myelomonocytic leukemias. Blood 1995; 85:1313-1322.
52. Ridge SA, Wiedemann LM. Chromosome 11q23 abnormalities in leukaemia. Leuk
Lymphoma 1994; 14: 11-17.
53. Reading CL, Estey EH, Huh YO et al. Expression of unusual immunophenotype
combinations in acute myelogenous leukemia. Blood 1993; 81: 3083-3090.
54. Pui CH, Raimondi SC, Head DR et al. Characterization of childhood acute leukemia with
multiple myeloid and lymphoid markers at diagnosis and at relapse. Blood 1991; 78: 13271337.
55. Catovsky D e Matutes E. The classification of acute leukaemia. Leukemia 1992; 6: 1-6.
56. European Group for the Immunological classfication of Leukaemias (EGIL). The value
of c-kit in the diagnosis of biphenotypic acute leukemia. Leukemia 1998; 12: 2038.
Ë
ÌÎÍXͨÏÑÐqÒÒÓlÔ_Õ×Ö ØnÙ ÚÜÛ
Ý Þuß'ànáãâ4äåáçæßDè'éçß×äá
ê0ëVì í îÜïðçñòîuó†ôlîöõu÷Døuùlðuò¥ú‰û‰üçý
þ ÿ !"#%$&(''*)),+-)/.0 1 2344
5768:9<;>==@??BA-?CD E FDG?/F
HJILKNMLO(I7KPM/QSRTHVUQWMXH
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302000000100009&ln... 5/7/2005

Documentos relacionados

A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide

A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide 5. Sugimoto K, Toyoshima H, Sakai R et al. Frequent mutations in the p53 gene in human myeloid leukemia cell lines. Blood 1992; 79: 2378-2383. 6. Nakamaki T, Bartram C, Seriu T et al. Phillip.Molec...

Leia mais

do paradigma molecular ao impacto no prognóstico : uma

do paradigma molecular ao impacto no prognóstico : uma se localiza em estruturas denominadas nuclear bodies. Nos pacientes portadores do rearranjo PML-RARα, a PML encontra-se redistribuída e observa-se, à microscopia, um padrão microparticulado49 (Figu...

Leia mais