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O GLOBO PROJETOS DE MARKETING l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Planejar e diversificar
ESPECIALISTAS APONTAM AS MELHORES OPÇÕES PARA INVESTIR EM 2014
Quando o assunto é o cenário macroeconômico – perspectivas de inflação, comportamento das taxas de juros e câmbio, nem sempre há
consenso entre especialistas. Mas numa coisa
eles convergem: sobre a importância de formar
uma reserva financeira. Essa é a principal recomendação, por exemplo, para os mais de 80
milhões de brasileiros que, em breve, receberão o 13 salário.
Embora não haja uma receita pronta que
sirva para todos, o primeiro aspecto a levar em
conta na hora de investir é o montante que o
aplicador consegue poupar sem ficar no aperto. Depois é analisar as opções disponíveis de
acordo com o seu perfil. A melhor alternativa
vai depender de idade, renda, disponibilidade
de recursos, tempo para investir e, principalmente, dos objetivos.
No momento em que as taxas de juros continuam a apresentar tendência de alta, especialistas apontam fundos e papéis de Renda Fixa
como uma opção adequada. Para os mais conservadores, a caderneta de poupança continua
sendo a campeã na preferência. Mas outras
aplicações menos populares começam a ganhar
terreno, particularmente porque são isentas de
Imposto de Renda, como as Letras de Crédito
Imobiliário (LCIs) e os Certificados de Recebí-
veis Imobiliários (CRIs), classificados como crédito privado. Outras apostas são os fundos multimercado e os fundos imobiliários.
Seja qual for o objetivo do investidor, o fundamental é ter disciplina e administrar as finanças pessoais sem descuidar do futuro. Os
planos de previdência privada, nesse contexto,
são uma alternativa cada vez mais procurada.
O mercado vem desenvolvendo produtos sob
medida e o melhor: para qualquer bolso, abrindo oportunidade para que as pessoas consigam planejar e acumular recursos que possam
garantir mais traquilidade e segurança na aposentadoria.
2 l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013
o globo projetos de marketing
cenário macroeconômico
iStock
Um ano com muitos desafios
para os investidores
Em 2013, o mercado financeiro sofreu impacto da conjuntura internacional, mas também
ofereceu oportunidades para quem visa ao longo prazo
O ano de 2013 trouxe desafios tanto para pequenos e médios aplicadores
como para os investidores institucionais, como os fundos fechados de previdência complementar, que, segundo
dados Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), administram mais
de R$ 600 bilhões destinados ao pagamento de aposentadoria e pensões de
milhares de trabalhadores.
Para ter uma ideia, a taxa básica de
juros (Selic), em janeiro, era 7,25% e
está chegando ao fim do ano em 9,50%,
ou seja, próxima a um patamar de dois
dígitos. O Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA), que mede
a inflação, no acumulado em 12 meses
(base março) chegou a superar o teto da
meta de inflação de 6,5%, quando atingiu 6,59%. Por isso, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) iniciou um ciclo de alta dos
juros em abril de 2013, ao que tudo indica, ainda não encerrado.
A atividade econômica do país, questão muito importante para pequenos e
grandes investidores, também foi um fa-
tor crítico, pois o crescimento da economia brasileira desapontou: a média das
expectativas do mercado divulgada pelo
Banco Central mostra que, no início do
ano, era esperada uma expansão de
3,4% do PIB em 2013, e, atualmente, a
expectativa é de que o PIB cresça 2,5%.
Além desses fatores, houve uma
piora na percepção do risco Brasil.
Uma das mais importantes agências
de classificação de risco, a Standard
& Poor’s, anunciou, em junho, a mudança na perspectiva de classificação
do Brasil de neutra para negativa. Na
prática, isso significa que há questões
de natureza macroeconômica que,
caso não sejam devidamente tratadas
poderão tornar o Brasil mais arriscado para os investidores em comparação a outros países.
Como se não bastasse, o cenário
econômico internacional mostrou-se
desafiador e impactou as aplicações
financeiras até mesmo de quem só investe no Brasil. A redução do ritmo de
crescimento da economia chinesa e a
elevação das taxas de juros dos títulos
americanos de longo prazo, estão entre
os fatores que tiveram maior repercussão sobre o desempenho dos ativos no
mercado brasileiro.
Todos esses fatores macroeconômicos tiveram impactos diversos sobre os mercados e sobre a rentabilidade dos recursos investidos. A elevação
da taxa de juros impactou negativamente a rentabilidade de algumas aplicações em Renda Fixa, como os títulos públicos, porque esses papéis são
negociados em mercado e o seu preço
cai quando as taxas sobem. Refletindo
esse cenário, os fundos de investimento em Renda Fixa, na média, tiveram
desempenho negativo em alguns meses, o que surpreendeu muitos investidores pessoa física.
Esse efeito se aplica apenas aos investidores que já tinham dinheiro aplicado, pois o efeito é apenas contábil.
“Se o investidor não resgatar os recursos aplicados, a perda não é efetiva”,
explica Eduardo Henrique Garcia, Diretor de Investimentos da Real Grandeza, fundo de pensão dos funcionários de Furnas e Eletronuclear, com
patrimônio em torno R$ 12 bilhões e
que ocupa o nono lugar no ranking dos
maiores do setor.
O cenário econômico teve impacto tanto nas aplicações de Renda Fixa
como nas de Renda Variável. Ao longo
de 2013, o índice Bovespa, que reflete
o desempenho das ações negociadas
na bolsa de valores, chegou a apresentar perda acumulada de 26% e, até a 1ª
quinzena de novembro, acumulava variação negativa de 14%. Reflexo de uma
combinação de fatores, dentre os quais
a piora da percepção do risco Brasil, a
redução da intensidade do crescimento
econômico da China, a frustração dos
investidores com o crescimento da economia e a perspectiva de mudança na
política monetária dos EUA.
Para Eduardo Garcia, também em
cenários como esse há oportunidades
a serem aproveitadas como a compra
de ações de empresas com bons fundamentos a preços mais baixos. Porém,
ele alerta que isso exige análise cautelosa, que requer grande conhecimento
técnico e cuja finalidade é gerar uma
rentabilidade superior aos índices de
mercado.
variação da Selic
7,25%
16 de janeiro de 2013
7,25%
06 de março de 2013
8,00%
7,50%
17 de abril de 2013
29 de maio de 2013
8,50%
10 de julho de 2013
9,00%
29 de agosto de 2013
9,50%
09 de outubro de 2013
Fonte: Banco Central do Brasil
rentabilidade média dos fundos de renda fixa
ipCA acumulado em 12 meses
7,00%
Teto da meta de inflação: 6,5%
Janeiro de 2013
Outubro de 2013
Meta central de inflação: 4,5%
Janeiro de 2013
Outubro de 2013
4,00%
Investimento responsável: mais retorno a longo prazo
Qualquer investidor sabe a importância de gerenciar riscos, inclusive
aqueles que nem sempre são aparentes,
como os relacionados às questões socioambientais. A questão é tão importante
que a Real Grandeza, fundo de pensão
dos funcionários de Furnas e Eletronuclear, inovou incorporando ao processo
de seleção e análise de investimentos a
avaliação dos critérios socioambientais.
Para tanto, elaborou manual inédito com critérios rígidos nesse sentido, o
que automaticamente exclui de sua carteira de ativos papéis de empresas ligadas à produção de armas, bebidas alcoólicas, fumo, jogo e pornografia, por
exemplo. Além, naturalmente, das que
utilizam em sua cadeia produtiva trabalho infantil e/ou escravo. “Acreditamos
que os investimentos que se utilizam de
práticas sustentáveis em seus modelos
de negócios aumentam a produtividade,
a eficiência e diminuem o risco, o que
acaba sendo refletido nos resultados financeiros no longo prazo”, explica o diretor de Investimentos do fundo, Eduardo Garcia.
Segundo ele, a prática de investimento socialmente responsável deve ser seguida mesmo por pequenos e médios
investidores, que podem orientar suas
aplicações com base nesses critérios e
cita como o exemplo o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), índice específico de ações de empresas comprometidas com a sustentabilidade, e os
fundos de índices, conhecidos mundialmente domo ETFs (Exchange Traded
Funds) de ações de empresas com foco
nas questões de sustentabilidade.
Coordenação de Produção: Link Comunicação Integrada / Edição: Cláudia Bensimon / Editor assistente: Henrique Brandão / Desenho: João Carlos Guedes / Reportagem: Carmen Nery, Elane Maciel, Márcia Gomes e Rosane de Souza / Imagens: Eduardo Martins e Marco Sobral, iStockphoto e divulgação
A responsabilidade pela apuração das informações deste suplemento é da Link Comunicação Integrada Ltda.
Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 l 3
o globo projetos de marketing
cenário macroeconômico
Uma análise atenta na
busca de oportunidades
quem planeja investir deve avaliar bem o cenário econômico e buscar a DIVERSIFICAÇÃO
Pequenos, médios e grandes investidores
devem ficar atentos às análises macroeconômicas. Para traçar o cenário econômico
de 2014, especialistas levam em conta os rumos da economia em países como os Estados Unidos; o risco Brasil feito por empresas internacionais de classificação de risco;
Alta dos
juros é
vista como
conjuntural
A possibilidade de mudança na política monetária dos EUA, a necessidade de manutenção
da taxa básica de juros
(Selic) em patamares
mais elevados para conter principalmente a inflação de serviços – que
vem se mantendo acima
de 8% – e a desconfiança do mercado brasileiro em relação à política
fiscal, tendem a manter
elevados os prêmios embutidos nas taxas de
mercado.
Nesse contexto, a aposta na Renda Fixa, que
tem gerado bons resultados para grandes investidores, também é válida
para os pequenos e médios aplicadores, principalmente aqueles que têm
uma visão mais de longo
prazo para viabilizar projetos.
Em relação à perspectiva do comportamento
dos ativos de Renda Variável, como ações, os
cenários indicam que
a atividade econômica
mais fraca não é favorável para o resultado da
maioria das empresas,
prejudicando o valor dos
papéis.
Mas esse fato já está
precificado pelo mercado, que se encontra menos confiante em relação ao crescimento do
PIB, no qual a expectativa no início do ano era
de 3,4% e, no mês de novembro, está em 2,5%.
Cautela
O ponto que requer
mais cautela dos investidores diz respeito à preocupação do mercado
quanto ao rebaixamento
da classificação do risco
e quanto aos indicadores fiscais. Portanto, é
muito importante estar
atento a todas as oportunidades de mercado,
nunca cruzar os braços
e sempre buscar novas
alternativas para a diversificação. Como por
exemplo, participação
em fundos imobiliários,
que apresentam perspectiva de retorno mais
alta e estão menos suscetíveis às oscilações de
mercado.
De todo modo, a alta
das taxas de juros no
Brasil é vista como um
movimento conjuntural,
desde que mantidas as
políticas de austeridade
fiscal e de compromisso
com as metas de inflação, que estão entre os
fatores que viabilizaram
o recuo da Selic de patamares superiores a 35%
para os níveis atuais.
a tendência da taxa básica de juro (Selic); a
expectativa de crescimento da economia; o
comportamento da inflação e os componentes políticos que norteiam as tomadas de decisões governamentais.
Pela trajetória das decisões do Comitê de
Política Monetária do Banco Central (Co-
pom), que ao longo de 2013 elevou a taxa
básica de juros de 7,25% para 9,50%, tudo
indica que as taxas continuarão ascendentes. Mas, quem planeja fazer uma reserva
de mais longo prazo – como custear estudo
universitário do filho que acabou de nascer
ou complementar aposentadoria – deve ficar
atento ao escolher o investimento. Especialistas que trabalham com cenários de horizontes maiores identificam uma tendência
de queda na taxa de juros de longo prazo.
Isso quer dizer que o cenário econômico em
2014 deverá proporcionar boas oportunidades para aplicações em Renda Fixa.
o globo projetos de marketing
4 l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013
apostas para 2014
A melhor aplicação é aquela que
se ajusta ao perfil do investidor
Fatores como idade, renda e recursos disponíveis devem ser levados em conta na hora de aplicar o dinheiro
A maior parte dos gestores afirma que
não existe “o melhor investimento”. Antes
de recomendar, é preciso que o investidor
se conheça e ajude o gestor a conhecê-lo.
Segundo Marcos Dare, diretor da área de
investimentos do Bradesco, os bancos,
desde 2010, usam como ferramenta a API
(Análise de Perfil de Investidor), com regras norteadas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima).
Denise Hills, superintendente de sustentabilidade do Itaú Unibanco, observa
que, se houvesse o melhor investimento,
ele seria o único. Assim, a melhor opção
vai depender de idade, renda, disponibilidade de recursos, tempo para investir e,
sobretudo, dos objetivos. Outro erro é tomar a decisão de investimento com base
no que a aplicação rendeu no passado.
“Nem sempre o futuro reproduz o passado. É preciso escolher com base na expectativa de retorno futuro”, adverte.
Pessoas com perfil conservador acabam preferindo investimentos conservadores, como poupança, CDB e fundos DI.
Já os que têm tolerância a risco são seduzidos pelo mercado de ações, fundos multimercado, câmbio e fundos imobiliários.
Mas é exatamente nesse conjunto que
estão concentradas as maiores apostas
para 2014. Fernando Araújo, gestor da
FCL Capital, diz que, normalmente, a bolsa cresce após um período de pessimismo,
como ocorreu em 2003, após a eleição do
Lula, e, em 2009, após a crise de 2008.
“A partir de 2014, o Ibovespa – hoje em
53 mil pontos – pode voltar a subir até a
marca dos 70 mil pontos. Minha aposta
é em ações de empresas exportadoras como Vale, Gerdau, Minerva e Brasil Agro
– e minha recomendação é para que se evitem ações de empresas de consumo que viram moda e hoje estão caras”, aconselha.
Em relação ao câmbio, a expectativa
é de que continue subindo, assim como
a taxa de juros. Já para os fundos multimercado e os fundos imobiliários, a expectativa é de que recuperem as perdas
de 2013. Outra aposta são os títulos de
crédito privado, em função da isenção do
imposto de renda.
iStock
De olho na diversificação,
câmbio e previdência privada
Alberto Cabaleiro, 47 anos, economista e publicitário, tem o perfil típico de
quem gosta de diversificar investimentos.
Ele administra os recursos da família,
não investe em poupança e usa seus conhecimentos de economia para tomar decisões. Ele diz que parte sempre de uma
análise macroeconômica para depois descer para o micro, analisando todas as variáveis. Pela análise de Cabaleiro, o Brasil vai atrair menos capital e, com isso, o
dólar passa a ser uma opção. “ Minha carteira tem entre 30% e 40% em ações e vou
migrar para câmbio. Vou investir em fundo cambial apostando que a moeda norte americana deve chegar a R$ 2,60 ou a
R$ 2,70, em 2014”, diz. Outra opção de investimento que avalia é o CDB pós-fixado,
pois ainda aposta em uma alta dos juros.
“Acredito que a taxa de juros ainda vai subir entre 1,5 e 2 pontos percentuais chegando a cerca de 10,5%.
O economista descarta o investimento
em imóveis, pois acredita que os preços,
no momento sobrevalorizados, vão se estabilizar ou até cair. Essa era a sua opção há cinco anos e ele chegou a adquirir
um imóvel com o objetivo de vê-lo valorizar e adquirir outros imóveis, “Comprei
em 2009, no início da curva de valorização. Mesmo assim, não acho que é o momento de vender nem de comprar”, diagnostica.
Outra opção de investimento são os
planos de previdência privada. O executivo aplica no segmento desde os anos
90, com o objetivo de assegurar uma boa
aposentadoria. Também já fez planos
para seus filhos de 3 e 4 anos. A carteira
de seu plano é de perfil moderado, com
30% em ações e o restante em renda fixa.
No balanço de 2013, ele diz que não
houve nada de surpreendente na sua carteira nem pelo lado positivo nem pelo negativo. Mas ele aposta que 2014 vai ser
um bom ano pelas mudanças que o governo precisa fazer para proteger a economia.
Potencial de
valorização do
mercado acionário
Câmbio, apesar do
risco, ainda pode
surpreender
Fundos multimercado
e imobiliário
prometem
Aplicações com
isenção de IR
avançam
Poupança,
preferência nacional
seduz pela segurança
No auge de sua
exuberância, antes da crise
de 2008, a Bovespa superou
os 72 mil pontos, mas
despencou após a crise. Em
2013, o Ibovespa recuou
14,2%, atingindo, até
novembro, 52,7 mil pontos,
mas a expectativa dos
gestores é de que ela volte
a se recuperar, chegando
próximo aos 65 mil pontos.
Segundo Yves Cardoso
Fidalgo Junior, gerente
executivo da unidade
private banking do Banco
do Brasil, o ideal é fazer
uma composição com ações
dividendo (que costuma
remunerar o investidor),
small caps (empresas de
pequeno e médio porte com
potencial de crescimento,
top pics (ações de setores
que podem se valorizar)
e sustentabilidade
(empresas com boas
práticas, que têm
apresentado uma maior
valorização). “Apesar da
queda de mais de 14% do
Ibovespa, nossa carteira
de dividendo teve uma
rentabilidade de 2,2%
acima do índice e, a de
sustentabilidade, de
6,4%”, diz Fidalgo.
As aplicações atreladas
ao câmbio estão entre as
mais voláteis, ao lado do
mercado acionário. Boa parte
dos gestores tem cautela
em recomendar este tipo de
aplicação, especialmente
para o investidor com perfil
conservador ou aqueles que
precisam de liquidez de curto
prazo. Em 2013, porém, o
câmbio foi uma das melhores
aplicações e há quem aposte
que ainda há espaço para
uma valorização em 2014. É
o caso de Fernando Araújo,
gestor da FCL Capital, para
quem o dólar está entre
as duas classes de ativos
que podem surpreender,
ao lado das ações de
empresas exportadoras. Ele
argumenta que o Brasil tinha
um superávit na balança
comercial e hoje está estável
e até com déficit e o país
está com dificuldade para se
financiar. “O Brasil está mais
caro que muitos países do
exterior, o que mostra que o
real está sobrevalorizado”,
diz Araújo. Com o dólar a R$
2,30 ele acredita que ainda há
um potencial de valorização
acima de 17%. “Apostamos
em uma cotação a R$ 2,6 a R$
2,70 até o final de 2014”, diz.
Os fundos
multimercado permitem
que o gestor componha
uma carteira com
diferentes tipos de
investimento e o
investidor não precisa
correr riscos sozinho.
Para 2014 são uma
boa aposta justamente
porque não tiveram bom
desempenho em 2013.
Em 2012 foram a vedete,
mas, em 2013, quando
começaram a cair, houve
o efeito manada com
muita gente vendendo
ao mesmo tempo.
Comportamento parecido
tiveram os fundos
imobiliários. Eduardo
Moreira, diretor da
Geração Futuro, observa
que, no início do ano, eram
a grande aposta porque
estavam se beneficiando
da alta dos imóveis.
“Mas muita gente
comprou sem saber o que
estava comprando e os
papéis acabaram caindo
muito abaixo do razoável.
Para este ano, uma boa
aposta são os fundos
imobiliários de renda que
aceitam aplicações a partir
de R$ 80”, sugere.
Entre as boas
apostas para 2014
estão as aplicações
em títulos de crédito
privado, porque têm
isenção de Imposto de
Renda. Entre elas estão
aquelas ligadas a ativos
do setor imobiliário e
títulos do agronegócio.
A demanda por estes
papéis foi grande em
2013. As Letras de
Crédito Imobiliário
(LCIs) tiveram um
crescimento de 49%
em 2013 e somaram
R$ 90 bilhões em
aplicações em outubro.
Os Certificados de
Recebíveis Imobiliários
(CRIs) subiram 35,1%,
para R$ 40,3 bilhões. As
aplicações em Letras de
Crédito do Agronegócio
(LCA) aumentaram
21,5%, para R$ 26,4
bilhões. E os Certificados
de Recebíveis do
Agronegócio (CRA),
subiram 161%, para
R$ 864,4 milhões. Juntas
concentram recursos de
R$ 157,5 bilhões. A única
desvantagem é que essas
aplicações exigem recursos
mínimos de R$ 50 mil.
Apesar do aparente baixo
rendimento, a poupança
é opção preferencial dos
brasileiros pelo seu apelo
de segurança. A aplicação
é garantida pelo Fundo
Garantidor de Crédito para
valores até R$ 250 mil e é
isenta de Imposto de Renda.
Outro ponto a favor é o
fato de que, com a elevação
da taxa de juros acima de
8,5%, a poupança voltou
à remuneração anterior,
de 0,5% ao mês mais a
TR. Ao longo de 2012, e no
primeiro semestre de 2013,
enquanto a taxa de juros
esteve abaixo de 8,5% o
rendimento era de 70% da
Selic. Em 2013, a poupança
bateu todos os recordes
com captação líquida de R$
4,512 bilhões em outubro, a
maior para este mês desde
o início da série histórica do
Banco Central. O ingresso
líquido de recursos nos dez
primeiros meses do ano
soma R$ 53,459 bilhões.
“A poupança é um bom
investimento e no ato da
aplicação, o poupador já
sabe o quanto vai render”,
diz Marcos Dare, diretor da
área de investimentos do
Bradesco.
Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 l 5
o globo projetos de marketing
13º salário
Dinheiro bem-vindo,
em boa hora
O uso do aguardado 13º salário deve ser bem planejado e, se possível, parte deve ser aplicada
Fotos de Eduardo Martins
Em pouco mais de uma semana, milhares de brasileiros
receberão o tão aguardado 13º
salário. O dinheiro, que pode alcançar um salário líquido para
os trabalhadores com carteira assinada há mais de um ano,
chega num momento em que as
despesas aumentam consideravelmente.
Mas como aplicar esse dinheiro de forma correta? Especialistas defendem que o recurso não
seja utilizado para pagar despesas mensais - que devem ser pagas com as rendas mensais. Assim, sugerem que o 13º salário
seja usado para investir, subsidiar as festas de fim de ano ou
até mesmo as férias. Mas nem
sempre isso é possível. Muita
gente está apertada em dívidas
e acaba usando a renda extra
para quitar débitos.
Para o consultor financeiro
Álvaro Modernell, da Mais Ativos Educação Financeira, o 13º
salário pode mesmo ser uma
oportunidade para liquidar ou
amortizar dívidas. “Para quem
está endividado, esse é o melhor
momento para negociar. Tanto
pela questão financeira quanto pela psicológica. Ter o nome
limpo no mercado é muito importante para conseguir crédito na
praça”, diz.
Para quem cumpriu o dever
de casa e conseguiu chegar ao
fim do ano sem dívidas, Modernell sugere dividir o valor em
três partes, não necessariamente iguais: a primeira deve
ser destinada para as tradicionais despesas de início de ano,
como matrícula e material escolar, IPVA e outros; a segunda
deve ser reservada para o futuro, e pode ser destinada à caderneta de poupança ou para
um aporte na previdência privada. E, por fim, a terceira parte,
que o consultor qualifica como
aquela para “uso livre”, deve
ser gasta com o que proporciona prazer e felicidade. “Viajar,
jantar num bom restaurante ou
comprar aquele sapato tão desejado. Enfim, um dinheiro livre
para se gastar como desejar”,
assinala Álvaro.
É exatamente o que vai fazer
Débora Ferreira que, apesar de
não se considerar uma “boa financista”, é disciplinada quando deseja atingir uma meta. Com
as finanças em dia, a jornalista vai investir o dinheiro do 13º
salário numa viagem à Europa,
que já vem sendo planejada há
Opções para
todos os bolsos
O consultor Álvaro Modernell
dá dicas de aplicações para quem
pode dispor a partir de R$ 100
por mês. No geral, ele recomenda
a negociação de tarifas e taxas
e atenção especial às questões
relacionadas à tributação.
R$ 100
Tracei meu planejamento financeiro ate maio, quando
vou viajar. Pretendo pagar tudo à vista l Débora Ferreira
Este ano, o destino do recurso extra será outro: vou
reformar a casa, e esse dinheiro veio em boa hora
l Carla Magalhães
alguns meses. “Habitualmente gasto esse dinheiro com presentes para a família e comigo
mesma. Mas, como não consigo constituir uma reserva, essa
quantia extra será, dessa vez,
totalmente destinada para a viagem”, diz Débora, que vai realizar o sonho de conhecer a Espanha e Portugal. Planejar é chave
para o sucesso financeiro, “Tracei meu planejamento financeiro ate maio, quando vou viajar.
Pretendo pagar tudo à vista, não
deixando contas para os meses
posteriores”, finaliza Débora.
Outra que fez o dever de casa
direitinho durante o ano e vai
poder usufruir do dinheiro extra como quer é a bancária, Carla Magalhães. Como trabalha em
uma banco de investimentos, ensinando disciplina financeira
para os clientes, aprendeu a organizar o seu próprio orçamento doméstico. “Geralmente sou
muito disciplinada quando o assunto é dinheiro. Sempre uso o
13º saláriopara comprar presentes de Natal e para as férias de
janeiro. Mas, este ano, o destino
do recurso extra será outro: vou
reformar a casa, e esse dinheiro
veio em boa hora”, festeja Carla.
Entendo bem de mercado financeiro e
aprendi a não concentrar o dinheiro em
um único investimento l Laci Vianna
R$ 200
Nesse caso, a melhor escolha
é a caderneta de poupança. Isso
porque, independente do valor a
ser aplicado ou do saldo existente,
ela é isenta de taxas e tarifas e
paga a mesma remuneração para
quem investe mais ou menos. Outra
vantagem é que, na maioria dos
bancos, essas aplicações mensais
podem ser feitas de maneira
programada, contribuindo para
disciplina financeira. Além disso,
se em algum mês houver sobra,
pode fazer um depósito maior,
reduzir a aplicação ou ainda pular
algum mês, se o cinto apertar.
Claro que tantas variáveis assim
têm um custo, o da rentabilidade,
que é fixada por lei e está entre as
menores do mercado. A maneira de
compensar isso é, a cada período
maior, que pode ser semestral
ou anual, por exemplo, quando
a pessoa acumula um pouco
de dinheiro e sente que não vai
precisar dele nos próximos meses,
buscar alternativas mais rentáveis.
R$ 500
Como, onde e quanto aplicar
Para quem quer chegar ao fim
do próximo ano sem dívidas e com
o dinheiro do 13º livre, é melhor começar agora. “Estabelecer metas
financeiras entre o presente e o futuro e buscar equilíbrio entre segurança e rentabilidade são boas
dicas. Arrisque um pouco, mas preserve o muito. Procure ganhar dinheiro para melhorar sua qualidade de vida. Mas não perca sua
qualidade de vida para ganhar dinheiro”, prega Álvaro Modernell.
O consultor ainda orienta quanto às armadilhas do mercado financeiro. “Parece bom demais? Desconfie. Não existe mágica. Nenhum
investimento financeiro pode pagar
muito mais, para muita gente por
muito tempo. Não se deixe iludir.
Fuja, principalmente, das pirâmides, investimentos não regulamentados e de pessoas que falam em
última oportunidade, urgência na
Na faixa de renda de pessoas com
menor poder aquisitivo, os títulos
de capitalização, embora não sejam
considerados investimento, pois não
oferecem rentabilidade, deixaram
de ser o patinho feio do mercado,
porque vêm se mostrando bons
aliados das pessoas que têm pouca
disciplina financeira. Como vantagem
oferece a simpatia popular, isenção
de relacionamento com bancos, ainda
inacessíveis para muita gente, e têm o
estímulo baseado na esperança de ser
sorteado. Na prática, quem compra
um título opta por trocar o rendimento
pela chance de concorrer a prêmios.
O ganho indireto é que boa parte da
população só consegue juntar algum
dinheiro por meio desses produtos.
É opção para quem visa ao médio e
longo prazos, pois têm carência para
resgates e só quem fica até o fim da
vigência recebe o dinheiro guardado
de volta atualizado.
decisão ou que pedem um pequeno
adiantamento para garantir o negócio ou para cobrir despesas iniciais”, conclui Álvaro.
As opções de investimentos e aplicações são muitas e é importante levar em conta o perfil de cada pessoa.
O advogado especializado em direito
internacional, Laci Vianna, conhece bem o mundo das finanças. “Entendo bem de mercado financeiro e
aprendi a não concentrar o dinheiro em um único investimento. Atualmente distribuo minhas aplicações
em LTN (Letras do Tesouro Nacional), dólar e outros títulos”, explica o
advogado. Ricardo Rocha, no seu livro Como esticar seu dinheiro?, da
editora Elsevier, acrescenta: “É preciso saber gastar o seu dinheiro. Ser
um consumidor consciente é muito
importante em vários aspectos. Fazer compras é ótimo, mas fazer boas
compras é melhor ainda”, diz.
Com essa estratégia de acumular
um pouco de dinheiro na poupança
para depois migrar para outros
investimentos, a pessoa economiza
em tarifas, melhora seu poder de
negociação e se desgasta menos
tomando decisões financeiras todos
os meses. Nessa fase, a sugestão é
aplicar em Tesouro Direto, fundo
de ações, para quem não tem
experiência no mercado de bolsa e,
eventualmente, em CDB (Certificado
de Depósito Bancário), caso consiga
negociar boa taxa.
R$ 5 mil
Para quem possui capacidade de
poupar e investir R$ 5 mil ou mais por
mês, a diversificação tem que estar
presente, tanto no tipo de investimento
quanto no prazo almejado. Algumas
sugestões são: ações, por meio de
compra direta ou fundos, previdência
complementar e Tesouro Direto.
6 l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013
o globo projetos de marketing
previdência privada
Produtos sob medida para atrair a
Classe C e o público feminino
Pesquisa do Instituto data popular aponta que brasileiros pensam no futuro e querem guardar dinheiro
Ao serem perguntados sobre o que fariam se tivessem R$ 50 mil à mão para
dispor como desejassem, 46,1% dos brasileiros que compõem a nova classe média responderam que guardariam o dinheiro, segundo pesquisa do Instituto
Data Popular. Daí estimativas apontarem que boa parte dos 82,3 milhões de
brasileiros que serão beneficiados com
o pagamento do 13º salário, que vai injetar R$ 143 bilhões na economia este fim
de ano, planeja aplicar parte do dinheiro
extra para garantir o futuro. A força do
mercado desse segmento pode ser comprovada pelo lançamento de produtos
sob medida.
O faturamento do mercado de previdência privada aumentou 6,6% de janeiro a setembro deste ano, apesar da turbulência vivida de maio a início de julho
no mercado de investimentos. O faturamento da Caixa, no período, aumentou
quase 18%. A diretora de Previdência
da Caixa Seguros, Rosana Techima, diz
que a Caixa também ampliou em quase
três vezes o volume de portabilidade de
outros planos. “Para sermos mais competitivos, paramos de cobrar a taxa de
entrada, zeramos a de saída a partir do
37º mês e lançamos uma série de produtos com taxas de gestão menores”, revela, acrescentando que, na busca do nicho
de mercado da classe C, a Caixa Previdência criou novos planos que podem ser
contratados a partir de R$ 35 mensais.
A Brasilprev criou outros, com aportes de apenas R$ 25. A base desses clientes da Classe C cresceu 4% em junho, se
comparado ao mesmo mês em 2012. Porém, Sandro Bonfim, superintendente de
Produtos da empresa, afirma que o crescimento acima do mercado da Brasilprev
nos últimos três anos se sustentou nos
Divulgação
Para sermos mais competitivos, paramos de cobrar a taxa de entrada,
zeramos a de saída a partir do 37º mês e lançamos uma série de produtos
com taxas de gestão menores l Rosana Techima
clientes Classes A e B. “Nossas reservas
de quase R$ 80 bilhões cresceram 26,1%
este ano”, diz.
Já a SulAmérica Seguros e Previdência cresceu 56% em termos de contribuição, de janeiro a outubro. Seu diretor
de Vida e Previdência, Márcio Magnaboschi, lembrou que, se alguém investir,
hoje, R$ 10 mil em um plano de previdência terá um rendimento 11% superior em 20 anos. “É um percentual muito maior do que qualquer um dos fundos
de investimento”, enfatizou. Se o dinheiro for mantido por 30 anos, os rendimentos serão 19% maiores.
O presidente da Federação Nacional de Previdência e Vida (Fenaprevi),
Osvaldo Nascimento, revela que houve
um crescimento no número de resgates este ano, motivado pela volatilidade
da economia. “Quem fez isso abriu mão
de uma rentabilidade estimada em 5,5%
mais IPCA”, afirma.
Com 14 milhões de clientes e reservas
da ordem de R$ 350 bilhões, o setor espera crescer 14% no próximo ano, contra
os 12,8% de 2013 (até setembro). O ano
de 2014 também promete ampliar a base
de clientes para 15 milhões. Já o aumento das reservas até R$ 1 trilhão está previsto para os próximos cinco anos.
A expectativa para 2014 é a de regulamentação da resolução 3308, do
Conselho Monetário Nacional, e a aprovação da figura do Participante Qualificado, para permitir a alguns clientes
aplicações de mais risco, assim como a
criação do VGBL Saúde. “Essas questões estão em discussão entre o Ministério da Fazenda, a Superintendência
de Seguros Privados (Susep) e a Agência Nacional de Saúde (ANS)”, finaliza
Nascimento.
Ranking do setor – por volume de arrecadação
32,28% 24,04% 21,78% 5,85%
Bradesco
Vida e
Previdência
Itaú
Vida e
Previdência
BrasilPrev
Seguros e
Previdência
Zurich
Santander
Seguros e
Previdência
5,82%
3,12%
2,05%
1,24%
0,90%
0,67%
2,25%
Caixa
Vida e
Previdência
HSBC
Vida e
Previdência
Icatu
Seguros
Sul América
Seguros e
Previdência
Safra
Vida e
Previdência
Porto Seguro
Vida e
Previdência
demais
entidades de
previdência
privada
Fotos de Divulgação
Desenhado para
as mulheres
As mulheres, além de maioria da
população ( 51,5%), são reconhecidas
no mercado pelo comportamento mais
organizado, precavido e preocupado
como futuro da família. Metade tem
até 30 anos, ou seja, nos próximos
30 se destacarão na população
economicamente ativa. Já os salários
aumentaram 75% entre 2002 e 2012.
A Caixa Seguros criou um plano
VGBL específico para o público feminino,
o PrevMulher, que dá cobertura especial
às futuras mamães de gêmeos que
engravidam após a aquisição do plano,
desde que os filhos não sejam fruto de
inseminação artificial. “Elas ganham
um prêmio de R$ 50 mil. É o primeiro
pagamento de seguro para um evento
feliz”, diz a diretora de Previdência da
Caixa Seguros, Rosana Techima.
O plano também dá assistência
específica de saúde, ao assegurar
check up ginecológico anual (consulta
médica e exame Papanicolau). Os
planos da Caixa também preveem
cobertura de proteção em caso de
dificuldades financeiras que impeçam
os aportes mensais. No caso, parte das
reservas se transforma em seguro de
vida de 12 meses.
Já as 610 mil clientes da Brasilprev
representam 47% dos investidores. Em
1995, respondiam por 33% dos planos.
O aporte financeiro mensal aumentou
de R$ 173, em 2008, para R$ 249. Elas
também se destacam pela visão de
longo prazo: 53,6% optaram pela Tabela
Regressiva do IR.
Márcio Magnaboschi
Osvaldo Nascimento
Sérgio Prates
Sandro Bonfim
Dedução do Imposto de Renda é atrativo adicional
O superintendente de Produtos de Previdência da Icatu Seguros, Sérgio Prates, dá
uma boa razão para investir em planos de
previdência: a dedução de até 12% no Imposto
de Renda. Quem declara pelo modelo completo e contribui para o INSS terá uma economia
imediata de R$ 2.750 no pagamento do IR, ao
aplicar R$ 10 mil em um plano de previdência
PGBL. “Vai devolver o IR descontado quando
resgatar o dinheiro, mas isento dos impostos
come-cotas e de ganhos de capital”, afirma.
O VGBL é melhor para os que tem renda
anual de até R$ 120 mil e são isentos do pagamento de IR. Segundo Prates, estudo da Secretaria da Receita Federal revelou que, no
ano fiscal de 2011, do total de R$ 946 bilhões
de rendimentos tributáveis, apenas 1% foi investido em previdência privada. “Estes números poderiam chegar a R$ 113 bilhões ou 10%
do total dos rendimentos tributáveis”, diz.
Simulação feita pelo superintendente da
Icatu Seguros mostra os ganhos obtidos por
um jovem de 30 anos, com renda anual de R$
120 mil, sem dependentes ou gastos com educação e saúde. Se investir R$ 14.400 em um
plano PGBL terá restituição de R$ 3.960. Depois de 30 anos, sua aplicação terá rendido
R$ 46.704,92 brutos, se o rendimento anual
for de 4%, descontada a inflação. “Se aplicar
a alíquota regressiva, pagará R$ 4.670,49 de
IR e terá um líquido de R$ 42.034,43”.
Pelo VGBL, o pagamento do IR é adiado até
o resgate do benefício e incide apenas sobre
a sua rentabilidade. O cliente também pode
optar pela forma de pagamento do imposto:
tabela progressiva ou regressiva. A última é
boa opção para quem planeja investir a longo
prazo: o IR cai 5% a cada dois anos, chegando a 10% após dez anos de aplicação. A tabela
progressiva obedece ao padrão dos assalariados. Desde sexta, dia 22, o site da Icatu Seguros ajuda a escolher entre os dois planos,
através da simulação “Meu IR”.
Os dois produtos podem ser resgatados
de uma só vez, em parcelas mensais e vitalícias para complementar a aposentadoria pública ou mesmo por um período determinado
pelo cliente.
Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 l 7
o globo projetos de marketing
Private banking
Como fazem os donos
de grandes fortunas
Gestão profissionalizada e atendimento personalizado são opções para ampliar e manter o patrimônio
A vida não está fácil nem para os milionários que precisam ampliar e, sobretudo, manter seu patrimônio. Acostumados a uma taxa
de juros que já bateu os 20%, os muito ricos
têm sido obrigados a um esforço maior para
estruturar um portfólio de investimentos que
assegure, senão o retorno fácil de uma década atrás, pelo menos uma remuneração que
consiga estancar perdas. Líder do mercado
de private banking – segmento que cuida da
gestão de grandes fortunas – o Itaú Unibanco administra uma carteira de R$ 160 bilhões
proveniente dos recursos de seis mil famílias,
sendo que, 600 delas concentram 70% desse
montante. Para ser aceito no private do Itaú
Unibanco, o cliente tem que ter, pelo menos,
R$ 5 milhões livres para investimento.
“Para agregarmos valor, temos que entender o que o cliente está buscando para seu patrimônio e o momento de sua vida”, diz Luiz
Severiano Ribeiro, diretor comercial da área
de private do Itaú Unibanco. Hoje, a carteira
do private é formada por herdeiros, empreendedores e aqueles que já se desfizeram de empresas. Se o cliente tem um patrimônio que já
inclui imóveis, barco e aeronave, mas não tem
mais geração de caixa, é preciso analisar se
o patrimônio que ele acumulou é compatível
com o custo de vida atual. “Se o cliente estava preparado para uma taxa de juros de 20%,
que hoje está em 10%, a conta não fecha, e ele
pode ter que reduzir gastos para que não haja
reversão de patrimônio. Fazemos um check-up financeiro anual”, observa.
Ribeiro diz que a maior preocupação é
com o ganho real de renda, o retorno nominal de longo prazo e não um retorno em relação ao CDI (certificado de depósito interbancário). Isso porque a volatilidade do CDI
pode assustar o cliente e levá-lo a tomar decisões equivocadas, como optar por uma carteira conservadora que não vai perpetuar o
patrimônio. “No passado, 90% dos recursos
eram atrelados ao CDI com liquidez diária.
Mas, hoje, com inflação subindo e juros baixos, esse tipo de aplicação não se sustenta.
Hoje ele está tendo que alongar prazo e aumentar o risco”, diz Ribeiro.
Entre as recomendações para clientes pessoa física, estão as aplicações livres de im-
posto de renda como LCI (Letra de Crédito
Imobiliário), LCA (Letra de Crédito Agrário),
CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários)
e CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). O banco também usa o recurso da
previdência privada para tratar de sucessão,
montando planos exclusivos acima de R$ 10
milhões, ou, no caso de valores inferiores, o
patriarca define os beneficiários e os valores
são repassados aos herdeiros sem imposto de
transmissão. “Também gostamos muito dos
fundos multimercados e fundos de ações que
buscam retorno no absoluto. Não somos vendedores de produtos e sim gestores de portfólio”, distingue Ribeiro.
O Banco do Brasil, por sua vez, administra uma carteira de R$ 88 bilhões de 20 mil
famílias e exige recursos livres de R$ 2 milhões para admitir um cliente no private. Yves
Cardoso Fidalgo Junior, gerente executivo da
unidade private banking do Banco do Brasil observa que, 2013, foi um ano turbulento,
com a economia mundial em crise. “O banco
atua em consultoria patrimonial analisando a
vida como um todo do cliente e a partir de mo-
delos de alocação segundo o seu perfil”, diz.
Ele prevê que 2014 será mais positivo. “A melhor saída é diversificar a carteira. Ações são
boas apostas em 2014, imóveis não vão deixar de ser procurados. E as aplicações em títulos de crédito privado – como LCI, LCA, CRI
– são um bom investimento por serem isentos
de impostos”, aconselha.
Christiano Ehlers, Superintendente Executivo do Santander Private Banking observa que, em 2013, a diversificação não ajudou
muito, porque todos os investimentos deixaram a desejar, exceto os atrelados ao CDI.
Mas, na hora em que o mercado apresenta volatilidade maior, surgem algumas oportunidades. “Os fundos multimercado renderam acima do CDI, e alguns fundos de ações tiveram
performance melhor que o Ibovespa. Muitos
clientes já têm um conhecimento financeiro,
mas a grande maioria busca um assessoramento do banco. No segmento high, porém,
muitas famílias já contam com a figura do
advisor, os family offices, e buscam o banco
para operar, e eventualmente assessorar nas
decisões de investimentos”, conclui Ehlers.
Fotos de Divulgação
Milionários
movimentam mercado
de luxo, cada vez mais
rentável no País
Nos últimos cinco anos, o Brasil registrou
uma das maiores expansões de riqueza. Em
2011, o país liderou o número de novos milionários e, este ano, deve ocupar a 10ª posição
no ranking de milionários da Bloomberg e da
Merrill Lynch. Tanta riqueza aquece os investimentos no mercado de luxo, que cresce a taxas entre 16% e 19% ao ano e tem atraído algumas das principais marcas ao país.
No segmento de veículos Premium, um dos
resultados é a vinda das principais montadoras, que, a cada dia, anunciam plantas no
país. É o caso de Mercedes Benz, Audi, BMW e
– segundo comenta-se – em breve, a Land Rover. “A Rolls-Royce chegou ao Brasil em 2012
e já vendeu sete carros, lembrando que os veículos têm preços a partir de R$ 2 milhões” diz
Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria, empresa especializada no mercado
de luxo. Na mesma linha, fazem sucesso no
país as motocicletas de luxo lideradas pela
Ducati e incluindo, ainda, a Gusta, a BMW e
a Harley Davidson. Ferreirinha observa que
o Brasil já é o maior consumidor de motos de
luxo da BMW.
No segmento de embarcações, a Ferretti,
principal fabricante do setor, abriu no Brasil, em 2011, sua primeira fábrica fora da Itália. Localizado na cidade de Vargem Grande,
em São Paulo, o estaleiro é a maior fábrica de
barcos da América Latina, com 145 mil m² de
área e capacidade para produzir 120 embarcações por ano.
O Brasil é também o terceiro maior mercado mundial em aviação executiva, onde se destacam empresas como a Gulfstream, que tem
uma unidade de operações de manutenção
em Sorocaba, interior de São Paulo. A expansão da aviação executiva não se dá só em São
Paulo, o principal mercado, mas, especialmente, no Norte, Nordeste e Centro Oeste.
“Não se trata apenas de necessidade de regiões que têm um perfil para a aviação executiva. É a proliferação das novas riquezas,
sobretudo no segmento de commodities”, diz
Ferreirinha. O Brasil já tem também o maior
tráfego aéreo de helicópteros concentrado em
São Paulo, ultrapassando Nova Iorque, que,
por anos, liderou o ranking.
O mesmo nível de estímulo ao investimento dá-se no segmento de incorporação imobiliária, o que fez com que o metro quadrado no
Brasil tivesse a maior valorização e se igualasse, ou até superasse, o de centros como
Nova Iorque, Paris e Londres.
“Há uma expansão de lançamentos de
alto padrão, principalmente no Rio de Janeiro. A cidade, que era uma das mais difíceis
em conversão de venda dos lançamentos,
hoje apresenta a maior conversão do país”,
analisa Ferreirinha.
Embora não seja um grande mercado para
o segmento de joias, o Brasil tem experimentado, ainda, um crescimento em relojoaria
masculina, com peças custando de R$ 200 mil
a R$ 700 mil.
Lançado semana passada no Brasil, o Porsche 911 Turbo chega com preços entre R$ 329 mil e R$ 899 mil. Os modelos só são vendidos sob encomenda
Automóveis premium entram na lista dos bons
investimentos: exclusividade garante valorização
Há quem diga que automóveis não são um
bom investimento porque começam a se desvalorizar no momento em que saem da concessionária. A máxima tem um fundo de verdade, em
função dos riscos que correm os veículos nas
ruas. Mas não se aplica a todos os segmentos.
Veículos de luxo são, sim, opções de investimento para o público de alta renda, especialmente
agora que as marcas Premium renderam-se ao
parcelamento com tarifa zero, comum nas vendas do segmento de alto volume.
A Jaguar Land Rover criou, há quatro meses, a unidade de serviços financeiros para
estruturar a área de crédito para clientes que
– embora tenham recursos para adquirir à
vista veículos que variam de R$ 219 mil a R$
480 mil – foram atraídos pela possibilidade do
parcelamento.
“Eles fazem a conta: um Jaguar XF XJ com
preços de R$ 219,90 mil e R$ 239,90 mil pode
ser adquirido com 50% de entrada e 24 parcelas, sem juros, de R$ 4,5 mil a R$ 5 mil, mais
um ano de seguro. Em vez de comprar à vista,
o cliente parcela em 12, 18 ou 24 vezes, e aplica
o valor integral com um rendimento acima de
1%”, explica Frederico Fuchs, gerente de serviços financeiros da Jaguar Land Rover.
Marcel Visconde, presidente da Stuttgart
Sportcar, importadora oficial da Porsche, atribui a depreciação à superoferta. Os carros da
Porsche são vendidos sob encomenda, e não
mais do que mil unidades por ano. Os preços co-
meçam em R$ 329 mil – como o Cayenne, preferido das mulheres – e podem chegar a R$ 899
mil, caso do recém lançado 911 Turbo, atualização do modelo mais antigo da marca, lançado há 50 anos, e que chegou ao Brasil semana
passada.
O novo 911 Turbo tem motor de 520 cv e novas tecnologias, como rodas traseiras direcionais (para auxiliar na estabilidade) e aerodinâmica ativa, com asa traseira e spoiler dianteiro
ajustáveis, entre outras inovações. “É comum o
consumidor da Porsche manter o veículo, mesmo quando adquire um novo, e ir montando sua
coleção. O perfil é de pessoas com patrimônio
consolidado, numa faixa acima de 40 anos e, na
grande maioria, homens”, diz Visconde.
Hoje, já é possível comprar um Jaguar, normalmente vendido à vista, em até 24 parcelas a juro zero e aplicar o dinheiro no mercado financeiro
8 l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013
o globo projetos de marketing
franquias
O perfil dessa
franquia agradou
em cheio. O
franqueador
permite que o
franqueado
exerça a
criatividade na
gestão do negócio
l Regina de Souza
O sonho de ter um
negócio próprio
Uma das alternativas para quem deseja abrir uma empresa é o investimento em franquias
Fotos de Marco Sobral
Abrir um negócio próprio, como
garantia de um futuro tranquilo, é
o sonho de muitos brasileiros. No
entanto, é preciso cuidado para
que o sonho não vire pesadelo.
Administrar uma empresa, com
todas as dificuldades que a gestão
impõe, não é tarefa fácil. Uma boa
opção, para quem pretende seguir
este caminho, pode ser investir
em franquia: associar seu negócio
a uma marca já conhecida e consagrada.
Pelos números apresentados,
o setor está em expansão. Segundo a ABF (Associação Brasileira
de Franchising), até o fim do ano
o segmento deve crescer 14% no
País, atingindo um faturamento
de R$ 117 bilhões.
Para 2014, as projeções são
promissoras. A entidade calcula
que o faturamento deve crescer
13%, com um incremento de 9%
em inaugurações e 8% de novas
marcas. A expectativa é de que
cerca de 30 a 40 marcas estrangeiras desembarquem em território nacional. Hoje são 168 redes
no total.
Ao mesmo tempo, a ABF renovou acordo com a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para
incentivar marcas brasileiras a
iniciarem processo de internacionalização. Atualmente, 120 marcas atuam no exterior e, em 2014,
esse número deverá chegar a 140.
Beto Filho, presidente da ABF-Rio, explica que há alternativas
para todos os bolsos. “É possível
investir em franquias em diversos
segmentos, aplicando desde R$ 10
mil até R$ 7 milhões”.
Estamos bem otimistas com as oportunidades que a Copa
do Mundo trará para o negócio l Silvia Puget
Eles apostaram
Christiane Bonan foi funcionária de banco durante 14 anos. Há
cinco anos e meio, em sociedade
com o marido, abriu sua primeira loja da rede Mega Matte, no
shopping Citta América. O resultado foi tão positivo que, depois
disso, já abriu novas unidades da
franquia no Via Parque, no Barra World e, em breve, abrirá mais
uma no shopping Metropolitano.
A rentabilidade que as lojas me proporcionam é bem
maior do que qualquer aplicação l Christiane Bonan
“Estou bem satisfeita com a marca. A rentabilidade que as lojas
me proporcionam é bem maior do
que qualquer aplicação”, explica
Christiane.
Funcionária de uma empresa
de navegação durante nove anos,
há algum tempo que Silvia Puget vinha maturando a ideia de
ter um negócio próprio. O motivo principal era ter mais tempo
para se dedicar às filhas. Depois
de muita pesquisa e investimento de R$ 120 mil abriu, há menos de um mês, um quiosque da
Loja das Torcidas, no Norte Shopping, Zona Norte do Rio. O espaço dedicado a venda de camisas, flâmulas, bandeiras e outros
artigos do mundo esportivo tem
sido um sucesso, o que acabou
motivando o marido da empresária a, junto com outro sócio, investir em uma nova unidade no
shopping Via Brasil, também na
Zona Norte carioca. “Apostamos
em uma marca nova no mercado
e ficamos satisfeitos com o resultado. Estamos bem otimistas com
as oportunidades que a Copa do
Mundo trará para o negócio”, explica Silvia.
Durante os 20 anos em que trabalhou como contadora, Regina
de Souza sempre acalentou o desejo de abrir seu próprio negócio, de olho numa aposentadoria
mais tranquila. As experiências
feitas, porém, não atingiram o resultado esperado. “Eu e meu marido apostamos em comércios menores, mas o rendimento não foi
o esperado”, lembra Regina. Após
muitas pesquisas e visitas a feiras
de negócios, a empresária abriu,
há um ano, uma franquia da rede
de restaurantes Divino Fogão. “O
perfil dessa franquia agradou em
cheio. O franqueador permite que
o franqueado exerça a criatividade na gestão do negócio”, diz Regina. A empresária investiu R$ 1,1
milhão para a abertura do restaurante, no Park Shopping Campo
Grande, Zona Oeste da cidade. O
valor compreende aluguel da loja,
ponto, obras de adequação do
imóvel e equipamentos, entre outras despesas.