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O GLOBO PROJETOS DE MARKETING l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 Planejar e diversificar ESPECIALISTAS APONTAM AS MELHORES OPÇÕES PARA INVESTIR EM 2014 Quando o assunto é o cenário macroeconômico – perspectivas de inflação, comportamento das taxas de juros e câmbio, nem sempre há consenso entre especialistas. Mas numa coisa eles convergem: sobre a importância de formar uma reserva financeira. Essa é a principal recomendação, por exemplo, para os mais de 80 milhões de brasileiros que, em breve, receberão o 13 salário. Embora não haja uma receita pronta que sirva para todos, o primeiro aspecto a levar em conta na hora de investir é o montante que o aplicador consegue poupar sem ficar no aperto. Depois é analisar as opções disponíveis de acordo com o seu perfil. A melhor alternativa vai depender de idade, renda, disponibilidade de recursos, tempo para investir e, principalmente, dos objetivos. No momento em que as taxas de juros continuam a apresentar tendência de alta, especialistas apontam fundos e papéis de Renda Fixa como uma opção adequada. Para os mais conservadores, a caderneta de poupança continua sendo a campeã na preferência. Mas outras aplicações menos populares começam a ganhar terreno, particularmente porque são isentas de Imposto de Renda, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) e os Certificados de Recebí- veis Imobiliários (CRIs), classificados como crédito privado. Outras apostas são os fundos multimercado e os fundos imobiliários. Seja qual for o objetivo do investidor, o fundamental é ter disciplina e administrar as finanças pessoais sem descuidar do futuro. Os planos de previdência privada, nesse contexto, são uma alternativa cada vez mais procurada. O mercado vem desenvolvendo produtos sob medida e o melhor: para qualquer bolso, abrindo oportunidade para que as pessoas consigam planejar e acumular recursos que possam garantir mais traquilidade e segurança na aposentadoria. 2 l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 o globo projetos de marketing cenário macroeconômico iStock Um ano com muitos desafios para os investidores Em 2013, o mercado financeiro sofreu impacto da conjuntura internacional, mas também ofereceu oportunidades para quem visa ao longo prazo O ano de 2013 trouxe desafios tanto para pequenos e médios aplicadores como para os investidores institucionais, como os fundos fechados de previdência complementar, que, segundo dados Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), administram mais de R$ 600 bilhões destinados ao pagamento de aposentadoria e pensões de milhares de trabalhadores. Para ter uma ideia, a taxa básica de juros (Selic), em janeiro, era 7,25% e está chegando ao fim do ano em 9,50%, ou seja, próxima a um patamar de dois dígitos. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, no acumulado em 12 meses (base março) chegou a superar o teto da meta de inflação de 6,5%, quando atingiu 6,59%. Por isso, o Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) iniciou um ciclo de alta dos juros em abril de 2013, ao que tudo indica, ainda não encerrado. A atividade econômica do país, questão muito importante para pequenos e grandes investidores, também foi um fa- tor crítico, pois o crescimento da economia brasileira desapontou: a média das expectativas do mercado divulgada pelo Banco Central mostra que, no início do ano, era esperada uma expansão de 3,4% do PIB em 2013, e, atualmente, a expectativa é de que o PIB cresça 2,5%. Além desses fatores, houve uma piora na percepção do risco Brasil. Uma das mais importantes agências de classificação de risco, a Standard & Poor’s, anunciou, em junho, a mudança na perspectiva de classificação do Brasil de neutra para negativa. Na prática, isso significa que há questões de natureza macroeconômica que, caso não sejam devidamente tratadas poderão tornar o Brasil mais arriscado para os investidores em comparação a outros países. Como se não bastasse, o cenário econômico internacional mostrou-se desafiador e impactou as aplicações financeiras até mesmo de quem só investe no Brasil. A redução do ritmo de crescimento da economia chinesa e a elevação das taxas de juros dos títulos americanos de longo prazo, estão entre os fatores que tiveram maior repercussão sobre o desempenho dos ativos no mercado brasileiro. Todos esses fatores macroeconômicos tiveram impactos diversos sobre os mercados e sobre a rentabilidade dos recursos investidos. A elevação da taxa de juros impactou negativamente a rentabilidade de algumas aplicações em Renda Fixa, como os títulos públicos, porque esses papéis são negociados em mercado e o seu preço cai quando as taxas sobem. Refletindo esse cenário, os fundos de investimento em Renda Fixa, na média, tiveram desempenho negativo em alguns meses, o que surpreendeu muitos investidores pessoa física. Esse efeito se aplica apenas aos investidores que já tinham dinheiro aplicado, pois o efeito é apenas contábil. “Se o investidor não resgatar os recursos aplicados, a perda não é efetiva”, explica Eduardo Henrique Garcia, Diretor de Investimentos da Real Grandeza, fundo de pensão dos funcionários de Furnas e Eletronuclear, com patrimônio em torno R$ 12 bilhões e que ocupa o nono lugar no ranking dos maiores do setor. O cenário econômico teve impacto tanto nas aplicações de Renda Fixa como nas de Renda Variável. Ao longo de 2013, o índice Bovespa, que reflete o desempenho das ações negociadas na bolsa de valores, chegou a apresentar perda acumulada de 26% e, até a 1ª quinzena de novembro, acumulava variação negativa de 14%. Reflexo de uma combinação de fatores, dentre os quais a piora da percepção do risco Brasil, a redução da intensidade do crescimento econômico da China, a frustração dos investidores com o crescimento da economia e a perspectiva de mudança na política monetária dos EUA. Para Eduardo Garcia, também em cenários como esse há oportunidades a serem aproveitadas como a compra de ações de empresas com bons fundamentos a preços mais baixos. Porém, ele alerta que isso exige análise cautelosa, que requer grande conhecimento técnico e cuja finalidade é gerar uma rentabilidade superior aos índices de mercado. variação da Selic 7,25% 16 de janeiro de 2013 7,25% 06 de março de 2013 8,00% 7,50% 17 de abril de 2013 29 de maio de 2013 8,50% 10 de julho de 2013 9,00% 29 de agosto de 2013 9,50% 09 de outubro de 2013 Fonte: Banco Central do Brasil rentabilidade média dos fundos de renda fixa ipCA acumulado em 12 meses 7,00% Teto da meta de inflação: 6,5% Janeiro de 2013 Outubro de 2013 Meta central de inflação: 4,5% Janeiro de 2013 Outubro de 2013 4,00% Investimento responsável: mais retorno a longo prazo Qualquer investidor sabe a importância de gerenciar riscos, inclusive aqueles que nem sempre são aparentes, como os relacionados às questões socioambientais. A questão é tão importante que a Real Grandeza, fundo de pensão dos funcionários de Furnas e Eletronuclear, inovou incorporando ao processo de seleção e análise de investimentos a avaliação dos critérios socioambientais. Para tanto, elaborou manual inédito com critérios rígidos nesse sentido, o que automaticamente exclui de sua carteira de ativos papéis de empresas ligadas à produção de armas, bebidas alcoólicas, fumo, jogo e pornografia, por exemplo. Além, naturalmente, das que utilizam em sua cadeia produtiva trabalho infantil e/ou escravo. “Acreditamos que os investimentos que se utilizam de práticas sustentáveis em seus modelos de negócios aumentam a produtividade, a eficiência e diminuem o risco, o que acaba sendo refletido nos resultados financeiros no longo prazo”, explica o diretor de Investimentos do fundo, Eduardo Garcia. Segundo ele, a prática de investimento socialmente responsável deve ser seguida mesmo por pequenos e médios investidores, que podem orientar suas aplicações com base nesses critérios e cita como o exemplo o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), índice específico de ações de empresas comprometidas com a sustentabilidade, e os fundos de índices, conhecidos mundialmente domo ETFs (Exchange Traded Funds) de ações de empresas com foco nas questões de sustentabilidade. Coordenação de Produção: Link Comunicação Integrada / Edição: Cláudia Bensimon / Editor assistente: Henrique Brandão / Desenho: João Carlos Guedes / Reportagem: Carmen Nery, Elane Maciel, Márcia Gomes e Rosane de Souza / Imagens: Eduardo Martins e Marco Sobral, iStockphoto e divulgação A responsabilidade pela apuração das informações deste suplemento é da Link Comunicação Integrada Ltda. Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 l 3 o globo projetos de marketing cenário macroeconômico Uma análise atenta na busca de oportunidades quem planeja investir deve avaliar bem o cenário econômico e buscar a DIVERSIFICAÇÃO Pequenos, médios e grandes investidores devem ficar atentos às análises macroeconômicas. Para traçar o cenário econômico de 2014, especialistas levam em conta os rumos da economia em países como os Estados Unidos; o risco Brasil feito por empresas internacionais de classificação de risco; Alta dos juros é vista como conjuntural A possibilidade de mudança na política monetária dos EUA, a necessidade de manutenção da taxa básica de juros (Selic) em patamares mais elevados para conter principalmente a inflação de serviços – que vem se mantendo acima de 8% – e a desconfiança do mercado brasileiro em relação à política fiscal, tendem a manter elevados os prêmios embutidos nas taxas de mercado. Nesse contexto, a aposta na Renda Fixa, que tem gerado bons resultados para grandes investidores, também é válida para os pequenos e médios aplicadores, principalmente aqueles que têm uma visão mais de longo prazo para viabilizar projetos. Em relação à perspectiva do comportamento dos ativos de Renda Variável, como ações, os cenários indicam que a atividade econômica mais fraca não é favorável para o resultado da maioria das empresas, prejudicando o valor dos papéis. Mas esse fato já está precificado pelo mercado, que se encontra menos confiante em relação ao crescimento do PIB, no qual a expectativa no início do ano era de 3,4% e, no mês de novembro, está em 2,5%. Cautela O ponto que requer mais cautela dos investidores diz respeito à preocupação do mercado quanto ao rebaixamento da classificação do risco e quanto aos indicadores fiscais. Portanto, é muito importante estar atento a todas as oportunidades de mercado, nunca cruzar os braços e sempre buscar novas alternativas para a diversificação. Como por exemplo, participação em fundos imobiliários, que apresentam perspectiva de retorno mais alta e estão menos suscetíveis às oscilações de mercado. De todo modo, a alta das taxas de juros no Brasil é vista como um movimento conjuntural, desde que mantidas as políticas de austeridade fiscal e de compromisso com as metas de inflação, que estão entre os fatores que viabilizaram o recuo da Selic de patamares superiores a 35% para os níveis atuais. a tendência da taxa básica de juro (Selic); a expectativa de crescimento da economia; o comportamento da inflação e os componentes políticos que norteiam as tomadas de decisões governamentais. Pela trajetória das decisões do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Co- pom), que ao longo de 2013 elevou a taxa básica de juros de 7,25% para 9,50%, tudo indica que as taxas continuarão ascendentes. Mas, quem planeja fazer uma reserva de mais longo prazo – como custear estudo universitário do filho que acabou de nascer ou complementar aposentadoria – deve ficar atento ao escolher o investimento. Especialistas que trabalham com cenários de horizontes maiores identificam uma tendência de queda na taxa de juros de longo prazo. Isso quer dizer que o cenário econômico em 2014 deverá proporcionar boas oportunidades para aplicações em Renda Fixa. o globo projetos de marketing 4 l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 apostas para 2014 A melhor aplicação é aquela que se ajusta ao perfil do investidor Fatores como idade, renda e recursos disponíveis devem ser levados em conta na hora de aplicar o dinheiro A maior parte dos gestores afirma que não existe “o melhor investimento”. Antes de recomendar, é preciso que o investidor se conheça e ajude o gestor a conhecê-lo. Segundo Marcos Dare, diretor da área de investimentos do Bradesco, os bancos, desde 2010, usam como ferramenta a API (Análise de Perfil de Investidor), com regras norteadas pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Ambima). Denise Hills, superintendente de sustentabilidade do Itaú Unibanco, observa que, se houvesse o melhor investimento, ele seria o único. Assim, a melhor opção vai depender de idade, renda, disponibilidade de recursos, tempo para investir e, sobretudo, dos objetivos. Outro erro é tomar a decisão de investimento com base no que a aplicação rendeu no passado. “Nem sempre o futuro reproduz o passado. É preciso escolher com base na expectativa de retorno futuro”, adverte. Pessoas com perfil conservador acabam preferindo investimentos conservadores, como poupança, CDB e fundos DI. Já os que têm tolerância a risco são seduzidos pelo mercado de ações, fundos multimercado, câmbio e fundos imobiliários. Mas é exatamente nesse conjunto que estão concentradas as maiores apostas para 2014. Fernando Araújo, gestor da FCL Capital, diz que, normalmente, a bolsa cresce após um período de pessimismo, como ocorreu em 2003, após a eleição do Lula, e, em 2009, após a crise de 2008. “A partir de 2014, o Ibovespa – hoje em 53 mil pontos – pode voltar a subir até a marca dos 70 mil pontos. Minha aposta é em ações de empresas exportadoras como Vale, Gerdau, Minerva e Brasil Agro – e minha recomendação é para que se evitem ações de empresas de consumo que viram moda e hoje estão caras”, aconselha. Em relação ao câmbio, a expectativa é de que continue subindo, assim como a taxa de juros. Já para os fundos multimercado e os fundos imobiliários, a expectativa é de que recuperem as perdas de 2013. Outra aposta são os títulos de crédito privado, em função da isenção do imposto de renda. iStock De olho na diversificação, câmbio e previdência privada Alberto Cabaleiro, 47 anos, economista e publicitário, tem o perfil típico de quem gosta de diversificar investimentos. Ele administra os recursos da família, não investe em poupança e usa seus conhecimentos de economia para tomar decisões. Ele diz que parte sempre de uma análise macroeconômica para depois descer para o micro, analisando todas as variáveis. Pela análise de Cabaleiro, o Brasil vai atrair menos capital e, com isso, o dólar passa a ser uma opção. “ Minha carteira tem entre 30% e 40% em ações e vou migrar para câmbio. Vou investir em fundo cambial apostando que a moeda norte americana deve chegar a R$ 2,60 ou a R$ 2,70, em 2014”, diz. Outra opção de investimento que avalia é o CDB pós-fixado, pois ainda aposta em uma alta dos juros. “Acredito que a taxa de juros ainda vai subir entre 1,5 e 2 pontos percentuais chegando a cerca de 10,5%. O economista descarta o investimento em imóveis, pois acredita que os preços, no momento sobrevalorizados, vão se estabilizar ou até cair. Essa era a sua opção há cinco anos e ele chegou a adquirir um imóvel com o objetivo de vê-lo valorizar e adquirir outros imóveis, “Comprei em 2009, no início da curva de valorização. Mesmo assim, não acho que é o momento de vender nem de comprar”, diagnostica. Outra opção de investimento são os planos de previdência privada. O executivo aplica no segmento desde os anos 90, com o objetivo de assegurar uma boa aposentadoria. Também já fez planos para seus filhos de 3 e 4 anos. A carteira de seu plano é de perfil moderado, com 30% em ações e o restante em renda fixa. No balanço de 2013, ele diz que não houve nada de surpreendente na sua carteira nem pelo lado positivo nem pelo negativo. Mas ele aposta que 2014 vai ser um bom ano pelas mudanças que o governo precisa fazer para proteger a economia. Potencial de valorização do mercado acionário Câmbio, apesar do risco, ainda pode surpreender Fundos multimercado e imobiliário prometem Aplicações com isenção de IR avançam Poupança, preferência nacional seduz pela segurança No auge de sua exuberância, antes da crise de 2008, a Bovespa superou os 72 mil pontos, mas despencou após a crise. Em 2013, o Ibovespa recuou 14,2%, atingindo, até novembro, 52,7 mil pontos, mas a expectativa dos gestores é de que ela volte a se recuperar, chegando próximo aos 65 mil pontos. Segundo Yves Cardoso Fidalgo Junior, gerente executivo da unidade private banking do Banco do Brasil, o ideal é fazer uma composição com ações dividendo (que costuma remunerar o investidor), small caps (empresas de pequeno e médio porte com potencial de crescimento, top pics (ações de setores que podem se valorizar) e sustentabilidade (empresas com boas práticas, que têm apresentado uma maior valorização). “Apesar da queda de mais de 14% do Ibovespa, nossa carteira de dividendo teve uma rentabilidade de 2,2% acima do índice e, a de sustentabilidade, de 6,4%”, diz Fidalgo. As aplicações atreladas ao câmbio estão entre as mais voláteis, ao lado do mercado acionário. Boa parte dos gestores tem cautela em recomendar este tipo de aplicação, especialmente para o investidor com perfil conservador ou aqueles que precisam de liquidez de curto prazo. Em 2013, porém, o câmbio foi uma das melhores aplicações e há quem aposte que ainda há espaço para uma valorização em 2014. É o caso de Fernando Araújo, gestor da FCL Capital, para quem o dólar está entre as duas classes de ativos que podem surpreender, ao lado das ações de empresas exportadoras. Ele argumenta que o Brasil tinha um superávit na balança comercial e hoje está estável e até com déficit e o país está com dificuldade para se financiar. “O Brasil está mais caro que muitos países do exterior, o que mostra que o real está sobrevalorizado”, diz Araújo. Com o dólar a R$ 2,30 ele acredita que ainda há um potencial de valorização acima de 17%. “Apostamos em uma cotação a R$ 2,6 a R$ 2,70 até o final de 2014”, diz. Os fundos multimercado permitem que o gestor componha uma carteira com diferentes tipos de investimento e o investidor não precisa correr riscos sozinho. Para 2014 são uma boa aposta justamente porque não tiveram bom desempenho em 2013. Em 2012 foram a vedete, mas, em 2013, quando começaram a cair, houve o efeito manada com muita gente vendendo ao mesmo tempo. Comportamento parecido tiveram os fundos imobiliários. Eduardo Moreira, diretor da Geração Futuro, observa que, no início do ano, eram a grande aposta porque estavam se beneficiando da alta dos imóveis. “Mas muita gente comprou sem saber o que estava comprando e os papéis acabaram caindo muito abaixo do razoável. Para este ano, uma boa aposta são os fundos imobiliários de renda que aceitam aplicações a partir de R$ 80”, sugere. Entre as boas apostas para 2014 estão as aplicações em títulos de crédito privado, porque têm isenção de Imposto de Renda. Entre elas estão aquelas ligadas a ativos do setor imobiliário e títulos do agronegócio. A demanda por estes papéis foi grande em 2013. As Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) tiveram um crescimento de 49% em 2013 e somaram R$ 90 bilhões em aplicações em outubro. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) subiram 35,1%, para R$ 40,3 bilhões. As aplicações em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) aumentaram 21,5%, para R$ 26,4 bilhões. E os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), subiram 161%, para R$ 864,4 milhões. Juntas concentram recursos de R$ 157,5 bilhões. A única desvantagem é que essas aplicações exigem recursos mínimos de R$ 50 mil. Apesar do aparente baixo rendimento, a poupança é opção preferencial dos brasileiros pelo seu apelo de segurança. A aplicação é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito para valores até R$ 250 mil e é isenta de Imposto de Renda. Outro ponto a favor é o fato de que, com a elevação da taxa de juros acima de 8,5%, a poupança voltou à remuneração anterior, de 0,5% ao mês mais a TR. Ao longo de 2012, e no primeiro semestre de 2013, enquanto a taxa de juros esteve abaixo de 8,5% o rendimento era de 70% da Selic. Em 2013, a poupança bateu todos os recordes com captação líquida de R$ 4,512 bilhões em outubro, a maior para este mês desde o início da série histórica do Banco Central. O ingresso líquido de recursos nos dez primeiros meses do ano soma R$ 53,459 bilhões. “A poupança é um bom investimento e no ato da aplicação, o poupador já sabe o quanto vai render”, diz Marcos Dare, diretor da área de investimentos do Bradesco. Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 l 5 o globo projetos de marketing 13º salário Dinheiro bem-vindo, em boa hora O uso do aguardado 13º salário deve ser bem planejado e, se possível, parte deve ser aplicada Fotos de Eduardo Martins Em pouco mais de uma semana, milhares de brasileiros receberão o tão aguardado 13º salário. O dinheiro, que pode alcançar um salário líquido para os trabalhadores com carteira assinada há mais de um ano, chega num momento em que as despesas aumentam consideravelmente. Mas como aplicar esse dinheiro de forma correta? Especialistas defendem que o recurso não seja utilizado para pagar despesas mensais - que devem ser pagas com as rendas mensais. Assim, sugerem que o 13º salário seja usado para investir, subsidiar as festas de fim de ano ou até mesmo as férias. Mas nem sempre isso é possível. Muita gente está apertada em dívidas e acaba usando a renda extra para quitar débitos. Para o consultor financeiro Álvaro Modernell, da Mais Ativos Educação Financeira, o 13º salário pode mesmo ser uma oportunidade para liquidar ou amortizar dívidas. “Para quem está endividado, esse é o melhor momento para negociar. Tanto pela questão financeira quanto pela psicológica. Ter o nome limpo no mercado é muito importante para conseguir crédito na praça”, diz. Para quem cumpriu o dever de casa e conseguiu chegar ao fim do ano sem dívidas, Modernell sugere dividir o valor em três partes, não necessariamente iguais: a primeira deve ser destinada para as tradicionais despesas de início de ano, como matrícula e material escolar, IPVA e outros; a segunda deve ser reservada para o futuro, e pode ser destinada à caderneta de poupança ou para um aporte na previdência privada. E, por fim, a terceira parte, que o consultor qualifica como aquela para “uso livre”, deve ser gasta com o que proporciona prazer e felicidade. “Viajar, jantar num bom restaurante ou comprar aquele sapato tão desejado. Enfim, um dinheiro livre para se gastar como desejar”, assinala Álvaro. É exatamente o que vai fazer Débora Ferreira que, apesar de não se considerar uma “boa financista”, é disciplinada quando deseja atingir uma meta. Com as finanças em dia, a jornalista vai investir o dinheiro do 13º salário numa viagem à Europa, que já vem sendo planejada há Opções para todos os bolsos O consultor Álvaro Modernell dá dicas de aplicações para quem pode dispor a partir de R$ 100 por mês. No geral, ele recomenda a negociação de tarifas e taxas e atenção especial às questões relacionadas à tributação. R$ 100 Tracei meu planejamento financeiro ate maio, quando vou viajar. Pretendo pagar tudo à vista l Débora Ferreira Este ano, o destino do recurso extra será outro: vou reformar a casa, e esse dinheiro veio em boa hora l Carla Magalhães alguns meses. “Habitualmente gasto esse dinheiro com presentes para a família e comigo mesma. Mas, como não consigo constituir uma reserva, essa quantia extra será, dessa vez, totalmente destinada para a viagem”, diz Débora, que vai realizar o sonho de conhecer a Espanha e Portugal. Planejar é chave para o sucesso financeiro, “Tracei meu planejamento financeiro ate maio, quando vou viajar. Pretendo pagar tudo à vista, não deixando contas para os meses posteriores”, finaliza Débora. Outra que fez o dever de casa direitinho durante o ano e vai poder usufruir do dinheiro extra como quer é a bancária, Carla Magalhães. Como trabalha em uma banco de investimentos, ensinando disciplina financeira para os clientes, aprendeu a organizar o seu próprio orçamento doméstico. “Geralmente sou muito disciplinada quando o assunto é dinheiro. Sempre uso o 13º saláriopara comprar presentes de Natal e para as férias de janeiro. Mas, este ano, o destino do recurso extra será outro: vou reformar a casa, e esse dinheiro veio em boa hora”, festeja Carla. Entendo bem de mercado financeiro e aprendi a não concentrar o dinheiro em um único investimento l Laci Vianna R$ 200 Nesse caso, a melhor escolha é a caderneta de poupança. Isso porque, independente do valor a ser aplicado ou do saldo existente, ela é isenta de taxas e tarifas e paga a mesma remuneração para quem investe mais ou menos. Outra vantagem é que, na maioria dos bancos, essas aplicações mensais podem ser feitas de maneira programada, contribuindo para disciplina financeira. Além disso, se em algum mês houver sobra, pode fazer um depósito maior, reduzir a aplicação ou ainda pular algum mês, se o cinto apertar. Claro que tantas variáveis assim têm um custo, o da rentabilidade, que é fixada por lei e está entre as menores do mercado. A maneira de compensar isso é, a cada período maior, que pode ser semestral ou anual, por exemplo, quando a pessoa acumula um pouco de dinheiro e sente que não vai precisar dele nos próximos meses, buscar alternativas mais rentáveis. R$ 500 Como, onde e quanto aplicar Para quem quer chegar ao fim do próximo ano sem dívidas e com o dinheiro do 13º livre, é melhor começar agora. “Estabelecer metas financeiras entre o presente e o futuro e buscar equilíbrio entre segurança e rentabilidade são boas dicas. Arrisque um pouco, mas preserve o muito. Procure ganhar dinheiro para melhorar sua qualidade de vida. Mas não perca sua qualidade de vida para ganhar dinheiro”, prega Álvaro Modernell. O consultor ainda orienta quanto às armadilhas do mercado financeiro. “Parece bom demais? Desconfie. Não existe mágica. Nenhum investimento financeiro pode pagar muito mais, para muita gente por muito tempo. Não se deixe iludir. Fuja, principalmente, das pirâmides, investimentos não regulamentados e de pessoas que falam em última oportunidade, urgência na Na faixa de renda de pessoas com menor poder aquisitivo, os títulos de capitalização, embora não sejam considerados investimento, pois não oferecem rentabilidade, deixaram de ser o patinho feio do mercado, porque vêm se mostrando bons aliados das pessoas que têm pouca disciplina financeira. Como vantagem oferece a simpatia popular, isenção de relacionamento com bancos, ainda inacessíveis para muita gente, e têm o estímulo baseado na esperança de ser sorteado. Na prática, quem compra um título opta por trocar o rendimento pela chance de concorrer a prêmios. O ganho indireto é que boa parte da população só consegue juntar algum dinheiro por meio desses produtos. É opção para quem visa ao médio e longo prazos, pois têm carência para resgates e só quem fica até o fim da vigência recebe o dinheiro guardado de volta atualizado. decisão ou que pedem um pequeno adiantamento para garantir o negócio ou para cobrir despesas iniciais”, conclui Álvaro. As opções de investimentos e aplicações são muitas e é importante levar em conta o perfil de cada pessoa. O advogado especializado em direito internacional, Laci Vianna, conhece bem o mundo das finanças. “Entendo bem de mercado financeiro e aprendi a não concentrar o dinheiro em um único investimento. Atualmente distribuo minhas aplicações em LTN (Letras do Tesouro Nacional), dólar e outros títulos”, explica o advogado. Ricardo Rocha, no seu livro Como esticar seu dinheiro?, da editora Elsevier, acrescenta: “É preciso saber gastar o seu dinheiro. Ser um consumidor consciente é muito importante em vários aspectos. Fazer compras é ótimo, mas fazer boas compras é melhor ainda”, diz. Com essa estratégia de acumular um pouco de dinheiro na poupança para depois migrar para outros investimentos, a pessoa economiza em tarifas, melhora seu poder de negociação e se desgasta menos tomando decisões financeiras todos os meses. Nessa fase, a sugestão é aplicar em Tesouro Direto, fundo de ações, para quem não tem experiência no mercado de bolsa e, eventualmente, em CDB (Certificado de Depósito Bancário), caso consiga negociar boa taxa. R$ 5 mil Para quem possui capacidade de poupar e investir R$ 5 mil ou mais por mês, a diversificação tem que estar presente, tanto no tipo de investimento quanto no prazo almejado. Algumas sugestões são: ações, por meio de compra direta ou fundos, previdência complementar e Tesouro Direto. 6 l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 o globo projetos de marketing previdência privada Produtos sob medida para atrair a Classe C e o público feminino Pesquisa do Instituto data popular aponta que brasileiros pensam no futuro e querem guardar dinheiro Ao serem perguntados sobre o que fariam se tivessem R$ 50 mil à mão para dispor como desejassem, 46,1% dos brasileiros que compõem a nova classe média responderam que guardariam o dinheiro, segundo pesquisa do Instituto Data Popular. Daí estimativas apontarem que boa parte dos 82,3 milhões de brasileiros que serão beneficiados com o pagamento do 13º salário, que vai injetar R$ 143 bilhões na economia este fim de ano, planeja aplicar parte do dinheiro extra para garantir o futuro. A força do mercado desse segmento pode ser comprovada pelo lançamento de produtos sob medida. O faturamento do mercado de previdência privada aumentou 6,6% de janeiro a setembro deste ano, apesar da turbulência vivida de maio a início de julho no mercado de investimentos. O faturamento da Caixa, no período, aumentou quase 18%. A diretora de Previdência da Caixa Seguros, Rosana Techima, diz que a Caixa também ampliou em quase três vezes o volume de portabilidade de outros planos. “Para sermos mais competitivos, paramos de cobrar a taxa de entrada, zeramos a de saída a partir do 37º mês e lançamos uma série de produtos com taxas de gestão menores”, revela, acrescentando que, na busca do nicho de mercado da classe C, a Caixa Previdência criou novos planos que podem ser contratados a partir de R$ 35 mensais. A Brasilprev criou outros, com aportes de apenas R$ 25. A base desses clientes da Classe C cresceu 4% em junho, se comparado ao mesmo mês em 2012. Porém, Sandro Bonfim, superintendente de Produtos da empresa, afirma que o crescimento acima do mercado da Brasilprev nos últimos três anos se sustentou nos Divulgação Para sermos mais competitivos, paramos de cobrar a taxa de entrada, zeramos a de saída a partir do 37º mês e lançamos uma série de produtos com taxas de gestão menores l Rosana Techima clientes Classes A e B. “Nossas reservas de quase R$ 80 bilhões cresceram 26,1% este ano”, diz. Já a SulAmérica Seguros e Previdência cresceu 56% em termos de contribuição, de janeiro a outubro. Seu diretor de Vida e Previdência, Márcio Magnaboschi, lembrou que, se alguém investir, hoje, R$ 10 mil em um plano de previdência terá um rendimento 11% superior em 20 anos. “É um percentual muito maior do que qualquer um dos fundos de investimento”, enfatizou. Se o dinheiro for mantido por 30 anos, os rendimentos serão 19% maiores. O presidente da Federação Nacional de Previdência e Vida (Fenaprevi), Osvaldo Nascimento, revela que houve um crescimento no número de resgates este ano, motivado pela volatilidade da economia. “Quem fez isso abriu mão de uma rentabilidade estimada em 5,5% mais IPCA”, afirma. Com 14 milhões de clientes e reservas da ordem de R$ 350 bilhões, o setor espera crescer 14% no próximo ano, contra os 12,8% de 2013 (até setembro). O ano de 2014 também promete ampliar a base de clientes para 15 milhões. Já o aumento das reservas até R$ 1 trilhão está previsto para os próximos cinco anos. A expectativa para 2014 é a de regulamentação da resolução 3308, do Conselho Monetário Nacional, e a aprovação da figura do Participante Qualificado, para permitir a alguns clientes aplicações de mais risco, assim como a criação do VGBL Saúde. “Essas questões estão em discussão entre o Ministério da Fazenda, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e a Agência Nacional de Saúde (ANS)”, finaliza Nascimento. Ranking do setor – por volume de arrecadação 32,28% 24,04% 21,78% 5,85% Bradesco Vida e Previdência Itaú Vida e Previdência BrasilPrev Seguros e Previdência Zurich Santander Seguros e Previdência 5,82% 3,12% 2,05% 1,24% 0,90% 0,67% 2,25% Caixa Vida e Previdência HSBC Vida e Previdência Icatu Seguros Sul América Seguros e Previdência Safra Vida e Previdência Porto Seguro Vida e Previdência demais entidades de previdência privada Fotos de Divulgação Desenhado para as mulheres As mulheres, além de maioria da população ( 51,5%), são reconhecidas no mercado pelo comportamento mais organizado, precavido e preocupado como futuro da família. Metade tem até 30 anos, ou seja, nos próximos 30 se destacarão na população economicamente ativa. Já os salários aumentaram 75% entre 2002 e 2012. A Caixa Seguros criou um plano VGBL específico para o público feminino, o PrevMulher, que dá cobertura especial às futuras mamães de gêmeos que engravidam após a aquisição do plano, desde que os filhos não sejam fruto de inseminação artificial. “Elas ganham um prêmio de R$ 50 mil. É o primeiro pagamento de seguro para um evento feliz”, diz a diretora de Previdência da Caixa Seguros, Rosana Techima. O plano também dá assistência específica de saúde, ao assegurar check up ginecológico anual (consulta médica e exame Papanicolau). Os planos da Caixa também preveem cobertura de proteção em caso de dificuldades financeiras que impeçam os aportes mensais. No caso, parte das reservas se transforma em seguro de vida de 12 meses. Já as 610 mil clientes da Brasilprev representam 47% dos investidores. Em 1995, respondiam por 33% dos planos. O aporte financeiro mensal aumentou de R$ 173, em 2008, para R$ 249. Elas também se destacam pela visão de longo prazo: 53,6% optaram pela Tabela Regressiva do IR. Márcio Magnaboschi Osvaldo Nascimento Sérgio Prates Sandro Bonfim Dedução do Imposto de Renda é atrativo adicional O superintendente de Produtos de Previdência da Icatu Seguros, Sérgio Prates, dá uma boa razão para investir em planos de previdência: a dedução de até 12% no Imposto de Renda. Quem declara pelo modelo completo e contribui para o INSS terá uma economia imediata de R$ 2.750 no pagamento do IR, ao aplicar R$ 10 mil em um plano de previdência PGBL. “Vai devolver o IR descontado quando resgatar o dinheiro, mas isento dos impostos come-cotas e de ganhos de capital”, afirma. O VGBL é melhor para os que tem renda anual de até R$ 120 mil e são isentos do pagamento de IR. Segundo Prates, estudo da Secretaria da Receita Federal revelou que, no ano fiscal de 2011, do total de R$ 946 bilhões de rendimentos tributáveis, apenas 1% foi investido em previdência privada. “Estes números poderiam chegar a R$ 113 bilhões ou 10% do total dos rendimentos tributáveis”, diz. Simulação feita pelo superintendente da Icatu Seguros mostra os ganhos obtidos por um jovem de 30 anos, com renda anual de R$ 120 mil, sem dependentes ou gastos com educação e saúde. Se investir R$ 14.400 em um plano PGBL terá restituição de R$ 3.960. Depois de 30 anos, sua aplicação terá rendido R$ 46.704,92 brutos, se o rendimento anual for de 4%, descontada a inflação. “Se aplicar a alíquota regressiva, pagará R$ 4.670,49 de IR e terá um líquido de R$ 42.034,43”. Pelo VGBL, o pagamento do IR é adiado até o resgate do benefício e incide apenas sobre a sua rentabilidade. O cliente também pode optar pela forma de pagamento do imposto: tabela progressiva ou regressiva. A última é boa opção para quem planeja investir a longo prazo: o IR cai 5% a cada dois anos, chegando a 10% após dez anos de aplicação. A tabela progressiva obedece ao padrão dos assalariados. Desde sexta, dia 22, o site da Icatu Seguros ajuda a escolher entre os dois planos, através da simulação “Meu IR”. Os dois produtos podem ser resgatados de uma só vez, em parcelas mensais e vitalícias para complementar a aposentadoria pública ou mesmo por um período determinado pelo cliente. Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 l 7 o globo projetos de marketing Private banking Como fazem os donos de grandes fortunas Gestão profissionalizada e atendimento personalizado são opções para ampliar e manter o patrimônio A vida não está fácil nem para os milionários que precisam ampliar e, sobretudo, manter seu patrimônio. Acostumados a uma taxa de juros que já bateu os 20%, os muito ricos têm sido obrigados a um esforço maior para estruturar um portfólio de investimentos que assegure, senão o retorno fácil de uma década atrás, pelo menos uma remuneração que consiga estancar perdas. Líder do mercado de private banking – segmento que cuida da gestão de grandes fortunas – o Itaú Unibanco administra uma carteira de R$ 160 bilhões proveniente dos recursos de seis mil famílias, sendo que, 600 delas concentram 70% desse montante. Para ser aceito no private do Itaú Unibanco, o cliente tem que ter, pelo menos, R$ 5 milhões livres para investimento. “Para agregarmos valor, temos que entender o que o cliente está buscando para seu patrimônio e o momento de sua vida”, diz Luiz Severiano Ribeiro, diretor comercial da área de private do Itaú Unibanco. Hoje, a carteira do private é formada por herdeiros, empreendedores e aqueles que já se desfizeram de empresas. Se o cliente tem um patrimônio que já inclui imóveis, barco e aeronave, mas não tem mais geração de caixa, é preciso analisar se o patrimônio que ele acumulou é compatível com o custo de vida atual. “Se o cliente estava preparado para uma taxa de juros de 20%, que hoje está em 10%, a conta não fecha, e ele pode ter que reduzir gastos para que não haja reversão de patrimônio. Fazemos um check-up financeiro anual”, observa. Ribeiro diz que a maior preocupação é com o ganho real de renda, o retorno nominal de longo prazo e não um retorno em relação ao CDI (certificado de depósito interbancário). Isso porque a volatilidade do CDI pode assustar o cliente e levá-lo a tomar decisões equivocadas, como optar por uma carteira conservadora que não vai perpetuar o patrimônio. “No passado, 90% dos recursos eram atrelados ao CDI com liquidez diária. Mas, hoje, com inflação subindo e juros baixos, esse tipo de aplicação não se sustenta. Hoje ele está tendo que alongar prazo e aumentar o risco”, diz Ribeiro. Entre as recomendações para clientes pessoa física, estão as aplicações livres de im- posto de renda como LCI (Letra de Crédito Imobiliário), LCA (Letra de Crédito Agrário), CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio). O banco também usa o recurso da previdência privada para tratar de sucessão, montando planos exclusivos acima de R$ 10 milhões, ou, no caso de valores inferiores, o patriarca define os beneficiários e os valores são repassados aos herdeiros sem imposto de transmissão. “Também gostamos muito dos fundos multimercados e fundos de ações que buscam retorno no absoluto. Não somos vendedores de produtos e sim gestores de portfólio”, distingue Ribeiro. O Banco do Brasil, por sua vez, administra uma carteira de R$ 88 bilhões de 20 mil famílias e exige recursos livres de R$ 2 milhões para admitir um cliente no private. Yves Cardoso Fidalgo Junior, gerente executivo da unidade private banking do Banco do Brasil observa que, 2013, foi um ano turbulento, com a economia mundial em crise. “O banco atua em consultoria patrimonial analisando a vida como um todo do cliente e a partir de mo- delos de alocação segundo o seu perfil”, diz. Ele prevê que 2014 será mais positivo. “A melhor saída é diversificar a carteira. Ações são boas apostas em 2014, imóveis não vão deixar de ser procurados. E as aplicações em títulos de crédito privado – como LCI, LCA, CRI – são um bom investimento por serem isentos de impostos”, aconselha. Christiano Ehlers, Superintendente Executivo do Santander Private Banking observa que, em 2013, a diversificação não ajudou muito, porque todos os investimentos deixaram a desejar, exceto os atrelados ao CDI. Mas, na hora em que o mercado apresenta volatilidade maior, surgem algumas oportunidades. “Os fundos multimercado renderam acima do CDI, e alguns fundos de ações tiveram performance melhor que o Ibovespa. Muitos clientes já têm um conhecimento financeiro, mas a grande maioria busca um assessoramento do banco. No segmento high, porém, muitas famílias já contam com a figura do advisor, os family offices, e buscam o banco para operar, e eventualmente assessorar nas decisões de investimentos”, conclui Ehlers. Fotos de Divulgação Milionários movimentam mercado de luxo, cada vez mais rentável no País Nos últimos cinco anos, o Brasil registrou uma das maiores expansões de riqueza. Em 2011, o país liderou o número de novos milionários e, este ano, deve ocupar a 10ª posição no ranking de milionários da Bloomberg e da Merrill Lynch. Tanta riqueza aquece os investimentos no mercado de luxo, que cresce a taxas entre 16% e 19% ao ano e tem atraído algumas das principais marcas ao país. No segmento de veículos Premium, um dos resultados é a vinda das principais montadoras, que, a cada dia, anunciam plantas no país. É o caso de Mercedes Benz, Audi, BMW e – segundo comenta-se – em breve, a Land Rover. “A Rolls-Royce chegou ao Brasil em 2012 e já vendeu sete carros, lembrando que os veículos têm preços a partir de R$ 2 milhões” diz Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria, empresa especializada no mercado de luxo. Na mesma linha, fazem sucesso no país as motocicletas de luxo lideradas pela Ducati e incluindo, ainda, a Gusta, a BMW e a Harley Davidson. Ferreirinha observa que o Brasil já é o maior consumidor de motos de luxo da BMW. No segmento de embarcações, a Ferretti, principal fabricante do setor, abriu no Brasil, em 2011, sua primeira fábrica fora da Itália. Localizado na cidade de Vargem Grande, em São Paulo, o estaleiro é a maior fábrica de barcos da América Latina, com 145 mil m² de área e capacidade para produzir 120 embarcações por ano. O Brasil é também o terceiro maior mercado mundial em aviação executiva, onde se destacam empresas como a Gulfstream, que tem uma unidade de operações de manutenção em Sorocaba, interior de São Paulo. A expansão da aviação executiva não se dá só em São Paulo, o principal mercado, mas, especialmente, no Norte, Nordeste e Centro Oeste. “Não se trata apenas de necessidade de regiões que têm um perfil para a aviação executiva. É a proliferação das novas riquezas, sobretudo no segmento de commodities”, diz Ferreirinha. O Brasil já tem também o maior tráfego aéreo de helicópteros concentrado em São Paulo, ultrapassando Nova Iorque, que, por anos, liderou o ranking. O mesmo nível de estímulo ao investimento dá-se no segmento de incorporação imobiliária, o que fez com que o metro quadrado no Brasil tivesse a maior valorização e se igualasse, ou até superasse, o de centros como Nova Iorque, Paris e Londres. “Há uma expansão de lançamentos de alto padrão, principalmente no Rio de Janeiro. A cidade, que era uma das mais difíceis em conversão de venda dos lançamentos, hoje apresenta a maior conversão do país”, analisa Ferreirinha. Embora não seja um grande mercado para o segmento de joias, o Brasil tem experimentado, ainda, um crescimento em relojoaria masculina, com peças custando de R$ 200 mil a R$ 700 mil. Lançado semana passada no Brasil, o Porsche 911 Turbo chega com preços entre R$ 329 mil e R$ 899 mil. Os modelos só são vendidos sob encomenda Automóveis premium entram na lista dos bons investimentos: exclusividade garante valorização Há quem diga que automóveis não são um bom investimento porque começam a se desvalorizar no momento em que saem da concessionária. A máxima tem um fundo de verdade, em função dos riscos que correm os veículos nas ruas. Mas não se aplica a todos os segmentos. Veículos de luxo são, sim, opções de investimento para o público de alta renda, especialmente agora que as marcas Premium renderam-se ao parcelamento com tarifa zero, comum nas vendas do segmento de alto volume. A Jaguar Land Rover criou, há quatro meses, a unidade de serviços financeiros para estruturar a área de crédito para clientes que – embora tenham recursos para adquirir à vista veículos que variam de R$ 219 mil a R$ 480 mil – foram atraídos pela possibilidade do parcelamento. “Eles fazem a conta: um Jaguar XF XJ com preços de R$ 219,90 mil e R$ 239,90 mil pode ser adquirido com 50% de entrada e 24 parcelas, sem juros, de R$ 4,5 mil a R$ 5 mil, mais um ano de seguro. Em vez de comprar à vista, o cliente parcela em 12, 18 ou 24 vezes, e aplica o valor integral com um rendimento acima de 1%”, explica Frederico Fuchs, gerente de serviços financeiros da Jaguar Land Rover. Marcel Visconde, presidente da Stuttgart Sportcar, importadora oficial da Porsche, atribui a depreciação à superoferta. Os carros da Porsche são vendidos sob encomenda, e não mais do que mil unidades por ano. Os preços co- meçam em R$ 329 mil – como o Cayenne, preferido das mulheres – e podem chegar a R$ 899 mil, caso do recém lançado 911 Turbo, atualização do modelo mais antigo da marca, lançado há 50 anos, e que chegou ao Brasil semana passada. O novo 911 Turbo tem motor de 520 cv e novas tecnologias, como rodas traseiras direcionais (para auxiliar na estabilidade) e aerodinâmica ativa, com asa traseira e spoiler dianteiro ajustáveis, entre outras inovações. “É comum o consumidor da Porsche manter o veículo, mesmo quando adquire um novo, e ir montando sua coleção. O perfil é de pessoas com patrimônio consolidado, numa faixa acima de 40 anos e, na grande maioria, homens”, diz Visconde. Hoje, já é possível comprar um Jaguar, normalmente vendido à vista, em até 24 parcelas a juro zero e aplicar o dinheiro no mercado financeiro 8 l Segunda-feira, 25 de novembro de 2013 o globo projetos de marketing franquias O perfil dessa franquia agradou em cheio. O franqueador permite que o franqueado exerça a criatividade na gestão do negócio l Regina de Souza O sonho de ter um negócio próprio Uma das alternativas para quem deseja abrir uma empresa é o investimento em franquias Fotos de Marco Sobral Abrir um negócio próprio, como garantia de um futuro tranquilo, é o sonho de muitos brasileiros. No entanto, é preciso cuidado para que o sonho não vire pesadelo. Administrar uma empresa, com todas as dificuldades que a gestão impõe, não é tarefa fácil. Uma boa opção, para quem pretende seguir este caminho, pode ser investir em franquia: associar seu negócio a uma marca já conhecida e consagrada. Pelos números apresentados, o setor está em expansão. Segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising), até o fim do ano o segmento deve crescer 14% no País, atingindo um faturamento de R$ 117 bilhões. Para 2014, as projeções são promissoras. A entidade calcula que o faturamento deve crescer 13%, com um incremento de 9% em inaugurações e 8% de novas marcas. A expectativa é de que cerca de 30 a 40 marcas estrangeiras desembarquem em território nacional. Hoje são 168 redes no total. Ao mesmo tempo, a ABF renovou acordo com a APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para incentivar marcas brasileiras a iniciarem processo de internacionalização. Atualmente, 120 marcas atuam no exterior e, em 2014, esse número deverá chegar a 140. Beto Filho, presidente da ABF-Rio, explica que há alternativas para todos os bolsos. “É possível investir em franquias em diversos segmentos, aplicando desde R$ 10 mil até R$ 7 milhões”. Estamos bem otimistas com as oportunidades que a Copa do Mundo trará para o negócio l Silvia Puget Eles apostaram Christiane Bonan foi funcionária de banco durante 14 anos. Há cinco anos e meio, em sociedade com o marido, abriu sua primeira loja da rede Mega Matte, no shopping Citta América. O resultado foi tão positivo que, depois disso, já abriu novas unidades da franquia no Via Parque, no Barra World e, em breve, abrirá mais uma no shopping Metropolitano. A rentabilidade que as lojas me proporcionam é bem maior do que qualquer aplicação l Christiane Bonan “Estou bem satisfeita com a marca. A rentabilidade que as lojas me proporcionam é bem maior do que qualquer aplicação”, explica Christiane. Funcionária de uma empresa de navegação durante nove anos, há algum tempo que Silvia Puget vinha maturando a ideia de ter um negócio próprio. O motivo principal era ter mais tempo para se dedicar às filhas. Depois de muita pesquisa e investimento de R$ 120 mil abriu, há menos de um mês, um quiosque da Loja das Torcidas, no Norte Shopping, Zona Norte do Rio. O espaço dedicado a venda de camisas, flâmulas, bandeiras e outros artigos do mundo esportivo tem sido um sucesso, o que acabou motivando o marido da empresária a, junto com outro sócio, investir em uma nova unidade no shopping Via Brasil, também na Zona Norte carioca. “Apostamos em uma marca nova no mercado e ficamos satisfeitos com o resultado. Estamos bem otimistas com as oportunidades que a Copa do Mundo trará para o negócio”, explica Silvia. Durante os 20 anos em que trabalhou como contadora, Regina de Souza sempre acalentou o desejo de abrir seu próprio negócio, de olho numa aposentadoria mais tranquila. As experiências feitas, porém, não atingiram o resultado esperado. “Eu e meu marido apostamos em comércios menores, mas o rendimento não foi o esperado”, lembra Regina. Após muitas pesquisas e visitas a feiras de negócios, a empresária abriu, há um ano, uma franquia da rede de restaurantes Divino Fogão. “O perfil dessa franquia agradou em cheio. O franqueador permite que o franqueado exerça a criatividade na gestão do negócio”, diz Regina. A empresária investiu R$ 1,1 milhão para a abertura do restaurante, no Park Shopping Campo Grande, Zona Oeste da cidade. O valor compreende aluguel da loja, ponto, obras de adequação do imóvel e equipamentos, entre outras despesas.