apostila - Diocese de Catanduva

Transcrição

apostila - Diocese de Catanduva
III SEMANA DE LITURGIA |1
“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
PROPOSTA DE REFLEXÃO
19 de julho
1.
2.
3.
Introdução – HIPÓTESE: “No que se refere à música litúrgica estamos vivendo tempos de muita criatividade, mas de intensa confusão”
(Frei Turra).
A importância e função do Canto e da Música na vida da Igreja e na Liturgia.
A primazia da assembleia.
20 de julho
1.
2.
O sentido do Canto e da Música nos tempos litúrgicos.
Cantando a missa – PARTE 1
 Ritos Iniciais
 Liturgia da Palavra
21 de julho
1.
2.
Cantando a missa – PARTE 2
 Liturgia Eucarística
 Ritos Finais
Conclusão da Semana
VOCÊ: Gente que a gente quer bem!!!
AQUI CHEGADO, SENHOR!
C
F
C
Aqui chegando, Senhor,
Gm F
C
que poderemos te dar? (bis)
Gm
Um simples coração
F
C
e uma vontade de cantar. (bis)
Dm
Em Am
Recebe o nosso louvor
Dm F
C
e tua paz vem nos dar (bis)
C Dm
Em Am
A tua graça, Senhor,
Dm F C
melhor que a vida será. (bis)
Em
F
C
E o teu amor será por nós manancial (bis)
Dm Em Am
De água boa a jorrar,
Dm F
C
pra nossa sede estancar. (bis)
III SEMANA DE LITURGIA |2
“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
A importância e função do Canto e da Música na vida da Igreja e na Liturgia
CANTAR NA MISSA OU CANTAR A MISSA?
Hipótese:
“No que se refere à música litúrgica, estamos vivendo um período de intensa criatividade, mas, de grande confusão”. (Frei
Turra – Vozes da Igreja – Aparecida-SP – 2007)
RECORDANDO: O QUE É LITURGIA?
Liturgia é uma palavra de origem grega que quer dizer serviço público do povo, ação em favor do povo. Liturgia é um
processo dinâmico-criativo que leva as pessoas (assembleia) a um encontro comum, na fé, para reverenciar, louvar e prestar
culto a um Deus.
O centro da Liturgia Cristã é a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. É somente no Mistério da vida de Jesus
que tornamos presente o mistério da nossa vida. Celebrar a vida na Liturgia significa todo serviço, trabalho, ação, ofício de
homens e mulheres acerca de tudo o que os rodeia, em nome do Pai, no dia-a-dia.
Nossa Igreja, bem como as Igrejas Cristãs, não consideram mais a música como “enfeite”, algo como que
complementar à Liturgia, mas sim, como uma parte integrante. O que faz a música ser “sacra” – ou melhor, “LITÚRGICA” –
não é um determinado estilo musical, nem mesmo o simples fato de despertar sentimentos “religiosos”. A música será tanto
mais litúrgica, quanto mais intimamente ligada à ação litúrgica.
Não só a relação da música com a liturgia é que mudou, mas também a própria identidade da liturgia.
Toda celebração litúrgica é considerada memória da morte-ressurreição de Jesus no Espírito. É considerada ato eclesial,
comunitário, no qual os ministérios estão a serviço da participação do povo sacerdotal e profético. É considerada ação
simbólico-sacramental capaz de nos transformar e expressando a transformação que vai ocorrendo dentro da realidade
cotidiana, dentro da história atual, pela atuação do Espírito do Senhor.
A música, sendo parte integrante da liturgia, é chamada, portanto, a assumir e expressar esse caráter pascal, eclesial,
sacramental e profético.
A prática mostra que grande parte da participação da assembleia ou congregação na ação litúrgica, é assegurada pela
música. Esta facilita a compreensão e acolhida da Palavra de Deus, atinge mais profundamente nossa pessoa na sua
totalidade, expressa com mais força a nossa fé, cria maior união entre irmãos e irmãs.
MAS, É PRECISO QUE SEJA “BOA MÚSICA” E QUE SEJA BEM EXECUTADA, TANTO AQUELAS PARTES PRÓPRIAS E
INALIENÁVEIS DE TODA A ASSEMBLEIA LITÚRGICA, QUANTO AS PARTES QUE PODEM SER ASSUMIDAS POR
SOLISTAS, OU EQUIPE DE CANTO.
Assim, naquelas Igrejas, onde por um motivo ou outro, houve um enfraquecimento ou descuido na formação musical, está
se percebendo as lacunas deixadas. Todos sentem a urgência desta formação litúrgico-musical, não só dos ministros de
música (cantores, instrumentistas, compositores...) mas também de todo o povo celebrante.
Conforme a orientação do Concílio Vaticano II, a música apropriada à Liturgia é aquela que está mais intimamente
integrada à ação litúrgica e ao momento ritual ao qual ela se destina (cf. SC 112).
A música é a ‘alma’ da liturgia. Daí, o cuidado para a escolha de um repertório bíblico-litúrgico que expresse o
verdadeiro sentido da liturgia que é celebração do mistério pascal de Cristo.
A criação de um repertório bíblico-litúrgico pressupõe o cumprimento de alguns critérios
básicos, a saber:




Os textos dos cantos sejam tirados da Sagrada Escritura ou inspirados nela e nas fontes litúrgicas (cf. SC 121);
O texto seja poético(evitando explicitações desnecessárias, moralismos, chavões...);
Não falte a dimensão comunitária, dialogal, orante... nos textos e nas melodias; As melodias sejam acessíveis à grande
maioria da assembleia, porém, belas e inspiradas; sejam evitados melodias e textos adaptados de canções populares,
trilhas sonoras de filmes e novelas...;
Sejam levados em conta o tipo de celebração, o momento ritual em que o canto será executado (cf. SC 112) e as
características da assembleia; o tempo do ano litúrgico e suas festas (cf. SC 107); o jeito da cultura do povo do lugar (cf.
SC 38-40).
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
O SER HUMANO É SER CELEBRANTE!
Na liturgia manifestamos nossa experiência do passado (MEMORIAL), do presente (VIDA/SER) e do futuro
(TRANSCENDÊNCIA). Toda a vida é uma grande festa (CELEBRAÇÃO), caracterizada por momentos fortes de alegria e
também de tristezas. O que caracteriza a festa é a gratuidade, o encontro, a vontade de estar juntos, de dialogar, de festejar,
de cantar, de dançar, de abraçar, de beijar, etc.
Tudo isso porque o tempo para nós cristãos é para ser santificado e, ao mesmo tempo, é a duração na qual o homem
e a mulher podem se manifestar.

A santidade acontece quando entramos em contato com Deus. Se o tempo é “momento” para santificar-se, Deus age no
tempo. Isso quer dizer que o tempo, para nós não é kronológico, mas kairótico – um tempo oportuno para a salvação.
Tempo para encontrar-se com Deus.

O tempo é um “momento” precioso, algo qualificado porque cada dia é um momento revelador do projeto divino e, da
mesma forma, cada dia é oportunidade para que eu possa crescer neste projeto.
A Bíblia, de Gn 1, 1 até Ap 22, 20 demonstra o interesse de Deus pela vida e pelas atividades
humanas, com destaque especial de sua ação na história. A história é o local onde Deus se revela...
e isso é temporal.
O tempo é sempre o HOJE DE DEUS. Dizia São Francisco Xavier: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer
um novo começo, qualquer um pode começar AGORA e fazer um novo fim.”
O ontem é memória de um tempo no qual Deus agiu em nosso favor, o homem é o momento oportuno (kairótico) para
que Deus possa agir, o amanhã é o ponto de chegada, o momento do encontro escatológico, quando o tempo não mais existir,
‘quando ele ressuscitar os mortos, tornando nosso pobre corpo semelhante ao seu corpo glorioso’. (Anáfora eucarística III).O
tempo celebrativo ou Ano Litúrgico nos ajuda a entender que a Liturgia é celebrada no tempo: Tempo Cósmico (estações da
lua, solstícios, dia e noite...), Tempo Biológico (ritos de passagem: nascimento, puberdade, casamento, morte) e Tempo
História (fatos que se sucedem, eterno retorno, memoriais). Para cada Tempo Litúrgico há sinais e rituais próprios. Os
Tempos fortes, na Liturgia, são vividos em 3 momentos distintos: Preparação, Celebração e Continuação da Celebração
por um certo período.
Liturgia: CORAÇÃO (Centro) da vida cristã...
Sístole: PULSA DEUS – Coloca Deus dentro da vida...
Diástole: EXPANDE – Expandir Deus para o mundo...
A Páscoa de Cristo se atualiza pelo bem que fazemos e pela celebração que
fazemos. É natural (ou, deveria ser) do cristão fazer o bem, ser bom. As celebrações é um
impulso para que cada um se torne cristão.
Há diferença entre ser cristão do ser ‘religioso’. O cristão assume a identidade de
Jesus. O religioso assume algumas práticas religiosas; é capaz, por exemplo, de rezar
quatro terços por dia, porém, não é capaz de fazer um gesto de caridade (fariseu).Quanto
mais cristão eu me torno, mais santificado fica o tempo.
LEITURA PARA CASA: HORA DO “BALANÇO”
NOSSOS ÊXITOS, O QUE DE MELHOR TEMOS
CONSEGUIDO...
A experiência universal prova que o canto cria
comunidade, liga as pessoas entre si, e mais
eficazmente as põe em sintonia com o Mistério de
Deus. No Brasil, em nossa Igreja Católica, há um
grande esforço para criar uma música na
linguagem do povo, enraizada tanto na tradição
bíblico-litúrgica quanto na nossa experiência
eclesial latino-americana, na variedade cultural
de suas regiões.
2. Desde a década de 1960, vêm-se realizando
NOSSAS FALHAS, LACUNAS A SER
PREENCHIDAS, PROBLEMAS QUE NOS
DESAFIAM...
1.
1. Observa-se, aqui e acolá, um recíproco
distanciamento entre músicos dotados de uma
arte musical mais elaborada e a experiência
comunitária da fé. De um lado, nem sempre os
músicos de mais aprimorada cultura musical se
entrosam e se identificam com a experiência
celebrativa das comunidades.
2.
De outro lado, nem sempre as comunidades se
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
encontros nacionais e regionais de músicos,
musicólogos, folcloristas e liturgistas,
especialmente por iniciativa da CNBB, tendo em
vista o estudo, a criação e o incentivo de uma
música litúrgica brasileira.
3.
4.
5.
6.
Desde 1992 o CELMU (Curso Ecumênico de
Formação e Atualização Litúrgico-Musical)
procura ajudar na preparação adequada de
compositores(as), letristas, animadores(as) de
canto, regentes e instrumentistas engajados na
pastoral litúrgico-musical.
Grande variedade de publicações, nestes últimos
anos, tem dado apoio eficiente à prática da
música litúrgica em todas as regiões do nosso
país. Duas publicações merecem destaque, pela
qualidade criteriosa de seus repertórios e pelo
alcance de sua eficácia pastoral, espiritual e
litúrgica: os quatro volumes do Hinário Litúrgico
da CNBB e o Ofício Divino das Comunidades.
Em numerosas comunidades, as celebrações vãose tornando mais vivas e vibrantes, e o canto de
toda a assembléia se amplia e cresce.
A introdução dos mais diversos instrumentos, na
grande maioria das comunidades, enriqueceu e
valorizou o canto litúrgico.
7. Cada vez mais tem-se dado importância à
expressão simbólica e corporal, mediante gestos,
encenações e danças ligadas ao canto, tornando
as celebrações mais afetivas e expressivas, menos
verbais e cerebrais.
8. A introdução de “Mantras” (refrões
contemplativos), no início ou mesmo em algum
momento da celebração, tem favorecido o clima
de oração, de meditação, de concentração, de paz,
de atenção. São pequenas frases, simples, de fácil
preocupam em melhorar seu desempenho
musical e beneficiar-se da colaboração de
músicos competentes. Tanto as pessoas que se
ocupam do canto nas comunidades precisariam
ser incentivados a aprimorar sua formação
litúrgica e musical quanto os músicos
profissionais precisariam receber uma
formação cristã e litúrgica.
3. Ainda são freqüentes as celebrações em que
alguém ou um grupo executa sozinho todos os
cantos, não se importando com a participação
do povo; assembléias que pecam pela
passividade e desinteresse pelo canto; ou, ao
contrário, celebrações em que a assembléia
executa todos os cantos, sem valorizar outras
possibilidades (solo, coro, forma litânica).
4. A postura de alguns animadores e animadores
do canto nem sempre tem propiciado um clima
de oração e de interiorização. Às vezes há mais
“ruído” e distração que contemplação, escuta e
louvor. Outras vezes, a música é vista
meramente como “passa tempo”, para quebrar
a monotonia de celebrações enfadonhas e
rotineiras.
5. Não são poucos os animadores ou animadoras
de canto que, por falta de formação litúrgica,
desconhecem os critérios de escolha dos cantos
para uma celebração: a funcionalidade de cada
canto com relação aos vários momentos da
celebração; a hierarquia dos cantos: uns
elementares, e por isso mesmo mais
importantes e necessários; outros acessórios e,
conforme as oportunidades, disponíveis; a
adequação dos cantos a cada tempo litúrgico, a
cada festa, a cada tipo de celebração, a cada tipo
de assembléia...
6. Além disso, ocorre que as missas dos chamados
“meses temáticos”, ou missas temáticas,
promovidas por grande número de folhetos
litúrgicos, resultam numa total dicotomia
entre o canto e a liturgia. Continua-se
cantando “na” liturgia qualquer música
religiosa, catequética ou de mensagem, em vez
de cantar “a” liturgia. Este mesmo erro ocorre
também quando alguns movimentos e/ou
grupos propõem músicas que não estão de
acordo com a ação ritual e os tempos litúrgicos.
7. Em nível de comunicação, existem alguns
problemas que não favorecem a execução do
canto: instalação ou regulagem inadequada do
serviço de som, abuso do microfone (abafando a
voz da assembléia, numa postura de “show”),
abuso do volume dos instrumentos, bandas e
grupos não integrados com a equipe de
celebração, sem formação e sem motivação
litúrgica etc.
8. Continua ocorrendo, ainda hoje, a prática da lei
do menor esforço ou falta de criatividade
musical, ao utilizar-se músicas de sucesso, com
letras adaptadas para uso na celebração, sem
maiores critérios.
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
memorização e repetição, com letra e música de
boa qualidade.
9.
Sintomas preocupantes: celebrações
promovidas por movimentos religiosos,
congregando freqüentemente grande número
de participantes, aqui e acolá, com ampla
divulgação da mídia, pouco levam em conta os
textos litúrgicos, substituindo-os facilmente por
letras de grande pobreza existencial, poética e
teológica. Descamba-se para desvios
preocupantes, que podem desvirtuar a
experiência espiritual da comunidade cristã de
várias maneiras.
Fonte: Estudos da CNBB 79
Leitura Complementar
Música: Cantando um cântico novo
Frei Joaquim Fonseca, ofm
A liturgista Ione Buyst no livro: O mistério celebrado:
memória e compromisso I, Editoras Siquem/Paulinas, 2002, p.
142-148 –, nos dá uma importante introdução sobre a música na
liturgia. Com muito prazer, transcrevo aqui seus primeiros
parágrafos:
“Grande parte da participação na liturgia é assegurada
pela música, pelo menos nos domingos e dias festivos. A música
atrai, facilita a participação; porém, pode causar também
enormes estragos espirituais se não for bem compreendida a
relação entre música e liturgia. De fato, o que vemos é que a
liturgia tornou-se “palco” para as “criatividade” de muita gente,
sem que se leve em conta a natureza da liturgia. E, assim, em
vez de se tornar uma aliada, acaba impedindo a verdadeira
participação.
Por isso, é preciso ter clareza sobre alguns pontos
básicos: o que caracteriza a música litúrgica? Qual é afinal sua
função e seu objetivo? Em que momentos cabe uma música?
Qualquer tipo de música serve? Quem deve cantar? Qual é o
papel do instrumentos musicais e sua relação com a voz? Quais
são os critérios que devemos usar na hora de escolher ou
compor uma música para a liturgia?
Música. Música religiosa, música sacra, música ritual
A música parece ser um dado universal: faz parte da
vida de toda pessoa humana. Será que alguém consegue viver
sem nenhuma expressão musical? Todos os povos têm sua
música, expressando seu jeito de ser, sua cultura...
Há vários tipos de música, conforme a finalidade a que
se destina: música ambiente, música para relaxamento, para
acompanhar o trabalho, para brincadeira de crianças, cantigas
de ninar, música para tirar leite de vaca, para estimular as
compras no supermercado, para marchar, dançar, etc.
Há música que expressa a relação do indivíduo ou de
um grupo de pessoas com o transcendente: é música
considerada religiosa, ou música sacra. Temos um grande
acervo de música religiosa popular e também de música sacra
erudita, tanto no continente latino-americano como no europeu.
Nos últimos anos tem havido uma procura e oferta de muitos
tipos de música para meditação.
Entre as músicas religiosas, podemos distinguir a
música ritual, presente em todas as religiões. É um tipo de
música que acompanha as ações sagradas e é considerada
parte integrante delas, tendo a mesma eficácia e o mesmo
objetivo.
Música litúrgica, música ritual
Nas últimas décadas, houve um esforço de renovação
da música usada na liturgia cristã, no sentido de não mais nos
contentar com qualquer música sacra ou religiosa, nem mesmo
de teor catequético, evangelizador ou conscientizador. Houve (e
está havendo) um esforço de redescobrir e valorizar a música
ritual, no caso, uma música ritual para a liturgia cristã. Trata-se
de não mais cantar na liturgia (qualquer coisa..., ainda que
bonito ou edificante), mas cantar a própria liturgia (os próprios
textos rituais musicados, ou os próprios ritos acompanhados de
música, levando em conta a natureza da liturgia e de cada
momento ritual). Daí surge a necessidade de conhecermos
profundamente a liturgia, e a função ritual de cada canto ou peça
musical”.
MINISTÉRIO LITÚRGICO-MUSICAL
Os compositores (letristas e Músicos): conheçam profundamente a função ministerial de cada canto na ação litúrgica e
traduzam numa linguagem poética, mística, orante e performativa... os textos e melodias destinados a cada momento da
celebração litúrgica;
Os instrumentistas: utilizem seus instrumentos musicais para sustentar e nunca se sobrepor ao canto dos fiéis (cf. MS 64);
Os animadores; sustentem o canto da assembléia sem jamais lançar mão desta função para dar “SHOW”, ou seja: chamar a
atenção sobre si próprio;
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
Os salmistas: jamais deverão substituir o salmo responsorial por outro canto. Se, porventura, não puderem cantá-lo, que
recitem com refrão do povo obedecendo os assentos (cf. IGMR 2002, 61);
As equipes de canto ou corais: Desempenhem sua função sem jamais monopolizar o canto durante toda a celebração.
Estruturação Litúrgico-Musical
Quando Cantar?

Ritos Iniciais


Liturgia da Palavra
Liturgia Eucarística

Ritos Finais(do envio em missão)
Cantos que são o rito(constituem um rito):
RITOS INICIAIS:
Sinal da cruz
Saudação
Exemplo:
(E)
A
E
F#mB7 E
PRESIDENTE: Em nome do Pai, em nome do Filho, em nome do Espí
rito Santo!
A F#m E
TODOS: A – A – MÉM!
A
F#m
G#m
F#m
B7
E
PRESIDENTE: A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco!
A
F#m G#m
C#m
F#m
B7
E
TODOS: Bendito seja Deus, bendito seja Deus, bendito seja Deus, que nos reuniu no amor de Cristo!
Kyrie (Senhor, tende piedade de nós)
Glória
LITURGIA DA PALAVRA:
Salmo
Seqüência
Credo
Respostas das Preces
LITURGIA EUCARÍSTICA:
Prece Eucarística
Pai Nosso
RITOS FINAIS:
Bênção Final
Despedida
Acompanham um rito (cantos móveis)
Abertura
Aspersão
Aclamação ao Evangelho
Apresentação das Oferendas
Cordeiro
III SEMANA DE LITURGIA |7
“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
Comunhão
CANTANDO OS TEMPOS LITÚRGICOS
CANTANDO A MISSA
RITOS INICIAIS
IGMR 28 A Missa consta, por assim dizer, de duas partes a saber, a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística, tão
intimamente unidas entre si que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus
como a do Corpo de Cri sto, para ensinar e alimentar os fiéis. Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração.
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
IGMR 46 Os ritos que precedem a liturgia da palavra, isto é, entrada, saudação, ato penitencia!, Kyrie, Glória e oração do dia,
têm o caráter de exórdio, introdução e preparação.
Sua finalidade é fazer com que os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham para ouvir
atentamente a palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia.
A IGMR 46, por sua vez, descreve as funções e a finalidade dos ritos iniciais: formar a assembléia.
Vamos começar com o segundo parágrafo da IGMR 46 que diz: “sua finalidade é fazer com que os fiéis reunidos em
assembléia...” Uma indicação que esclarece que a primeira função desses ritos é formar a assembléia e dispor a assembléia
para celebrar bem a Eucaristia. Mas, o que nos interessa destacar aqui, em primeiro lugar, é o sentido teológico da
assembléia. Quem é a assembléia litúrgica?
A resposta a esta questão nós a temos na IGMR 27, que assim descreve a assembléia:
IMGR 27 Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido sob a presidência do sacerdote que representa
a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. Por isso, a esta reunião local da santa Igreja
aplica-se, de modo eminente, a promessa de Cristo: «Onde dois ou t~s estão reunidos no meu nome, eu estou no meio deles”
(Mt 18, 20). Pois, na celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz, Cristo está realmente presente tanto na
assembléia reunida em seu nome, como na pessoa do ministro, na sua palavra, e também, de modo substancial e
permanente, sob as espécies eucarísticas.
A primeira compreensão de assembléia litúrgica é, portanto, do Povo de Deus convocado e reunido. Bem sabemos
que o termo “Povo de Deus” designa a igreja. A Igreja, diz a LG 4 e 9, é o Povo de Deus’. Dizendo em outras palavras, os ritos
iniciais tem como primeira finalidade convocar a Igreja que caminha nas estradas do mundo, que vive nas comunidades e
cidades, que mora nos campos e nas praias a se reunir para celebrar a “memória do Senhor”.
O texto faz-nos compreender que se trata de uma assembléia organizada, com a presidência de um sacerdote, que
age “in persona Christi”, e reúne-se confiante na promessa de Cristo de que Ele está ali, onde dois ou mais se reunirem em
seu nome (Mt 718,20); quer dizer, trata-se de uma assembléia reunida por duas razões: reunidos em nome de Cristo e com
Cristo e, segundo motivo, para celebrar a salvação de Cristo.
Uma primeira definição de assembléia litúrgica, do ponto de vista da celebração eucarística, pode ser assim
formulada: assembléia litúrgica é a Igreja reunida para celebrar a Eucaristia. Para enriquecer ainda mais nosso conceito de
assembléia litúrgica, vamos ler a IGMR 95 — 96.
IGMR 95. Na celebração da Missa os fiéis constituem o povo santo, o povo adquirido e o sacerdócio régio, para dar graças a
Deus e oferecer o sacrifício perfeito, não apenas pelas mãos do sacerdote, mas também juntamente com ele, e aprender a
oferecer-se a si próprios. (....)
IGMR 96. Formem um único como seja ouvindo a palavra de Deus, seja tomando parte nas orações e no canto, ou sobretudo
na oblação comum do sacrifício e na comum participação da mesa do Senhor. (...)
Os textos citados definem a assembléia com termos eclesiológicos de povo santo’, “povo adquirido”, “sacerdócio
régio” e “único corpo”. As primeiras características da assembléia são descritas com a terminologia eclesilógica de São Pedro,
em 1Pd 2,9 e o texto de Paulo que descreve a Igreja como Corpo místico de Cristo em lCor 12.l2ss.
Diante de tais características, fica evidente que a finalidade dos ritos iniciais e ser uma convocação para que a Igreja,
dispersa em vários cantos da comunidade, reúna-se para celebrar a salvação com Cristo, que ali se faz presente. Tais
elementos teológicos, de outra parte, demonstram a importância de uma celebração eucarística, desde o seu início. Quem
celebra a Eucaristia é a comunidade reunida com Cristo e celebra a salvação.
RUÍDOS ANTES DA CELEBRAÇÃO COMEÇAR
Como em todo processo comunicativo, também antes da missa existem determinados
ruídos que podem (e deveriam) ser evitados). São coisas simples, mas que sempre são
desagradáveis para quem está se preparando para a missa. Já citamos o corre-corre de quem
não preparou o ambiente antecipadamente, levando o que é preciso para a missa minutos antes
da missa começar. Mas existem outros.
Vamos começar pelo mais deselegante de todos: testar microfones quando os celebrantes estão chegando na igreja.
Músicos, leitores e até mesmo sacristãos sentem-se na obrigação de dar uma passadinha no microfone para contar até três,
chamar “Jesus” ou “Maria” e fazer alguns sons estranhos ou simplesmente dizer: ah ah... uh uh...
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
Na seqüência vem os ensaios de última hora. Já dizia acima que se faz necessário, uma vez por mês, ensaiar algum
canto novo com a comunidade, mas todos os domingos, entrar na igreja e escutar o grupo de cantos afinando instrumentos e
ensaiando músicas... é uma demonstração de falta de consideração para com os celebrantes. O mesmo tom ruidoso vale para
aqueles ensaios de procissões, como a procissão de ofertas, encontrar alguém para fazer a procissão da Bíblia (que todo
domingo deve ter???). Lá está o povo entrando e a senhora ou jovem ensaiando como deve ser feito. Quer dizer, sem a
mínima preparação prévia.
Por fim, o ruído mais grave de todos é aquilo que denomino de “pastoral do laço”. É a improvisação, que fica ao
encargo de uma pessoa para procurar quem vai fazer leituras, preces, comentários, participar de procissões e em casos de
calamidade, cantar. Sem a mínima preparação, lá vão pessoas ler leituras bíblicas e preces... vão ler porque dado ao
improviso não há como assimilar o que devem fazer para que os celebrantes compreendam bem a leitura e sintam-se orantes
nas preces.
CANTO DE ENTRADA
A procissão, que se caracteriza como festiva e celebrante, e acompanhada por um canto de entrada especificado na IGMR 47:
IGMR 47: Reunido o povo, enquanto o sacerdote entra com o diácono e os ministros, começa o canto da entrada. A
finalidadedesse canto é abrir a celebra cão, promover a união da assembléia introduzir no mistério do tempo litúrgico ou da
festa, e acompanhar a procissão do sacerdote e dos ministros.
Este primeiro elemento é de suma importância na escolha da canção que irá acompanhar o canto de entrada. Mesmo
que todos os elementos mereçam ser considerados, o mais importante deles encontra-se na finalidade de “introduzir no
mistério do tempo litúrgico ou da festa”. Ou seja, isso impede que os músicos escolham o canto de entrada na base do gosto
pessoal ou do sucesso religioso do momento.
Tal elemento leva os músicos a considerar três critérios na escolha do canto de entrada: qual o Tempo Litúrgico que
se está celebrando; qual o contexto celebrativo. Por isso, uma canção de entrada, na missa de quaresma será diferente numa
missa do Tempo Comum. No Tempo Comum será preciso considerar as leituras e com contexto as mesmas irão iluminar a
celebração. Uma missa de solenidade ou festa facilita mais: numa missa de Nossa Senhora, o canto de entrada será mariano,
por exemplo.
Eis um bom motivo para dizer que o canto de entrada bem escolhido dispensa o comentário inicial porque a própria
canção já leva os celebrantes para entender em qual luz o mistério será celebrado. E, além disso, levando isso às últimas
conseqüências, vamos perceber que cada celebração tem matizes próprios, que exigiriam sempre novas canções de acordo
com a celebração de cada domingo.
Outro elemento é quando ao modo de cantar — IGMIR 48:
IGMR 48 - O canto é executado alternadamente pelo grupo de cantores e pelo povo, ou pelo cantor e pelo povo, ou só pelo
grupo de cantores. Pode-se usar a antífona com seu salmo, do Gradual romano ou do Gradual simples, ou então outro canto
condizente com a ação sagrada e com a índole do dia ou do tempo, cujo texto tenha sido aprovado pela Conferência dos
Bispos.
Várias alternativas para cantar o canto de entrada são apresentadas aqui. Merece destaque a importância que se dá
à participação dos celebrantes. Por isso, um critério importante na escolha do canto de entrada, além do que foi proposto
acima, é que o povo possa participar de algum modo. Em casos excepcionais, então sim, o grupo de cantores poderia assumir
sozinho a função de acompanhar o rito da procissão de entrada, mas, o normal seria que o povo participasse ativamente deste
canto. A este respeito, de modo muito sensato, o Estudo 79 da CNBB “A Música Litúrgica no Brasil” (1999) não descarta que
um grupo cante sozinho, quando isso facilita ver a procissão inicial entrando, por exemplo. Mas diz que um canto estrófico não
seria tão indicado durante a procissão de entrada, mas poderia, eventualmente, ser funcional após a procissão”. Este mesmo
documento valoriza para o canto de entrada a música em forma de refrão, por favorecer a participação do povo.
Note-se que há a possibilidade do canto de entrada ser um salmo e, neste caso, assume a função de salmo
responsorial: o salmista canta e o povo participa através do responsório ou da antífona.
E, um elemento interessante a se observar é a aprovação pela Conferência dos Bispos. No Brasil, o Hinário Litúrgico
da CNBB, publicado em 4 volumes, responde a esta orientação da Santa Sé.
Ainda do ponto de vista prático, o canto de entrada deverá terminar quando o presidente estiver na cadeira
presidencial, pronto para iniciar a celebração. Nas missas que se usa a incensação, por exemplo, o canto de entrada
acompanha toda a incensação e só se conclui quando o presidente estiver pronto para iniciar a celebração. Por isso, é sempre
bom adotar como critério para terminar o canto de entrada o fim da procissão ou da incensação e evitar que se cante todas as
estrofes.
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
ATO PENITENCIAL
IGMR 51 - Em seguida, o sacerdote convida para o ato penitencia!, que após breve pausa de silêncio, é realizado por toda a
assembléia através de uma fórmula de confissão geral, e concluído pela absolvição do sacerdote, absolvição que, contudo,
não possui a eficácia do sacramento da penitência.
Aos domingos, particularmente, no tempo pascal, em lugar do ato penitencial de costume, pode-se fazer, por vezes, a bênção
e aspersão da água em recordação do batismo.
É de toda assembléia — (Deus todo-poderoso, tenha compaixão de NÓS)
Dirige-se a Deus e aos irmãos (Confesso a Deus... e a vós irmãos e ...)
Finalidade: Preparação para entrar no Mistério (purificação)
Prepara para encontro com Deus na Palavra e no Sacramento
Criar um clima de silêncio interior
— Não tem caráter sacramental
— Padre não faz nenhum gesto de absolvição (imposição das mãos...)
Modalidades: confissão genérica dos pecados (Confesso a Deus....)
Invocação penitencial (Senhor que viestes salvar..) Cantando
Pode ser substituído pela bênção e aspersão da água
• recordar e renovar o Batismo
• eucaristia é fonte de água viva (Jo 7,3 7-38)
• Sl 50 acompanha o rito, como sinal de purificação
Este rito tem um caráter pascal, no sentido que mergulhados no Mistério Pascal de Cristo os celebrantes estão capacitados
para participar da mesa eucarística.
COMUNICAÇÃO:
Canções:melodias suaves e não agitadas
Nem todos os instrumentos participam (modo de tocar)
Não cantar canções batendo palmas
(Cf. Estudo 12, p. 24-3 4).
Exemplo 1:
D
Bm
Em A7
Confesso a Deus Pai, todo-poderoso
Em
A
D D7
E vós, irmãos confesso que pequei,
G
A7 F#m
Bm
Por pensamentos, palavras, atos e omissões,
E
A
D7
Por minha culpa, tão grande culpa!
G
A
F#m
Bm
Piedade, Senhor! Piedade, Senhor!
Em A D
Piedade de nós!
E peço à Virgem Maria aos Santos e anjos,
E a vós, irmãos, eu peço que rogueis
A Deus que é Pai poderoso para perdoar
A minha culpa, tão grande culpa
Kyrie Eleison
Exemplo 2:
Senhor, que sois o caminho que leva ao Pai, tende
piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, que perdoastes o bom ladrão arrependido,
tende piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
Senhor, que sois a força que renova o mundo,
tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
IGMR 52 - Depois do ato penitencia! inicia-se sempre o Senhor, tende piedade, a não ser que já tenha sido
rezado no próprio ato penitencia!. Tratando-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a
sua misericórdia, é executado normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores ou o
cantor.
Via de regra, cada aclamação é repetida duas vezes, não se excluindo, porém, um número maior de
repetições por causa da índole das diversas línguas, da música ou das circunstâncias. Quando o Senhor é
cantado como parte do ato penitencia!, antepõe-se a cada aclamação uma “invocação” (“tropo”).





Características: aclamar Jesus Cristo como Kyriós e Krystós (Senhor e Cristo)
Louvar a Deus por ser misericordioso conosco
Deveria ser cantado para glorificar a Cristo
Em certo sentido, é uma profissão de fé: “Jesus é o Senhor”
Se não for rezado no ato penitencial, deve ser proclamado na missa.
ATENÇÃO!
— Não é um canto penitencial
— Não deve ser transformado em ato penitencial
— Não tem nada a ver com a Trindade (é louvor a Cristo)
GIoria in excelsis Deo
IGMR 53 - O Glória, é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a
Deus Pai e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro. Entoado pelo sacerdote ou, se for o caso, pelo
cantor ou o grupo de cantores, é cantado por toda a assembléia, ou pelo povo que o alterna com o grupo de cantores ou pelo
próprio grupo de cantores. Se não for cantado, deve ser recita do porto dos juntos ou por dois coros dialogando entre si.
É cantado ou recitado aos domingos, exceto no tempo do Advento e da Quaresma, nas solenidades e festas e ainda em
celebrações especiais mais solenes.
Estrutura: glorificação ao Pai e ao Cordeiro
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
Conclusão doxológica com o Espírito Santo
— É um rito de glorificação e louvor que a assembléia faz ao Pai
(cf Estudo 12, p. 35-41).
— Pode ser iniciado pelo padre, pelo cantor ou por todos os celebrantes
— Não cantar canções trinitárias: glória ao Pai; glória ao Filho; glória ao Espírito Santo...
— Não ser substituído por cantos de louvores (“Este hino de louvor...” “Glória a Deus a Deus nas
alturas é canto das criaturas..” “Olha a Glória de Deus brilhando...”)
(cf Doc 43, n 257)
Estudo 12, p. 37 — como fazer composição musical
Estudo 79, n. 308 — pede para não criar paráfrases que se distanciam do sentido original
Leitura Complementar
O sentido de um hino chamado GLÓRIA – por Frei José Ariovaldo da Silva
Nos domingos e outras solenidades, bem como em
dias festivos, cantamos no início da missa um antiqüíssimo e
venerável hino chamado “Glória”. Seu conteúdo e verdadeiro
sentido não tem sido bem compreendido entre nós. O músico
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
e liturgista Frei Joaquim Fonseca, no seu livro “Cantando a
missa e o ofício divino” (Paulus 2004) nos traz uma
explicação que, a meu ver, é das melhores. Faço questão de
transcrevê-la e divulgá-la em nosso “mutirão” de formação
litúrgica. Olhem o que ele escreve:
“O ‘Glória’ é um hino que remonta aos primeiros
séculos da era cristã. Na Instrução Geral do Missal Romano,
lemos que o ‘Glória’ é um ‘hino antiqüíssimo e venerável, pelo
qual a Igreja congregada no Espírito Santo glorifica e suplica a
Deus Pai e ao Cordeiro... (n. 53).
Esta definição nos deixa claro que o ‘Glória’ é um
hino doxológico (de louvor/glorificação) que canta a glória e
Deus e do Filho. Porém, o Filho se mantém no centro do
louvor, da aclamação e da súplica. Movida pela ação do
Espírito Santo, a assembléia entoa esse hino, que tem sua
origem naquele canto dos anjos que ressoou pela primeira
vez nos ouvidos dos pastores de Belém, na noite do
nascimento de Jesus (cf. Lc 2,4).
Na sua origem, o ‘Glória’ era entoado durante o
ofício da manhã. Só bem mais tarde – por volta do século IV –
é que aparece prescrito na liturgia eucarística do Natal
podendo ser entoado apenas pelo bispo. Esse costume se
prolongou por muito tempo. Porém, no final do século XI já há
notícias do uso do ‘Glória’ em todas as festas e domingos,
exceto na Quaresma. Então os presbíteros já podiam entoá-lo.
O ‘Glória’ pode ser dividido em três partes:
a) O canto dos anjos na noite do nascimento de
Cristo: ‘Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens
por ele amados’;
b) Os louvores a Deus Pai: ‘Senhor Deus, rei dos céus,
Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos, nós vos bendizemos,
nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças
pro vossa imensa glória’;
c) Os louvores seguidos de súplicas e aclamações a
Cristo: ‘Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus,
Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do
mundo, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do
mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai,
tende piedade de nós. Só vós sois o Santo, só vós o Senhor, só vós
o Altíssimo Jesus Cristo’.
O ‘Glória’ termina com um final majestoso, incluindo
o Espírito Santo.
É importante lembrar que esta inclusão não
constitui, em primeira instância, um louvor explícito à
terceira pessoa da Santíssima Trindade. O Espírito Santo
aparece relacionado com o Filho, pois é neste que se
concentram os louvores e as súplicas. Em outras palavras: o
Cristo se mantém no centro de todo o hino. Ele é o Kyrios, o
Senhor que desde todos os tempos habita no seio da
Trindade.
Estas dicas certamente nos ajudarão a discernir na
escolha do ‘hino de louvor’ mais adequado para as
celebrações eucarísticas. Sabemos que em muitas de nossas
igrejas há o costume de executar, no lugar do verdadeiro
‘Glória’ pequenas aclamações trinitárias, ou seja, simples
aclamações dirigidas ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Pudemos ver que o ‘Glória’ é bem mais do que isso: nele está
contido o louvor, a aclamação e a súplica. E mais: a pessoa de
Jesus Cristo aparece no centro desta grande doxologia” (p. 1929).
Obrigado ao Frei Joaquim Fonseca por este esclarecimento
que, com certeza, vai contribuir para o aperfeiçoamento e a
autenticidade de nossas celebrações litúrgicas em nossas
comunidades.
Cuidados comunicativos nos Ritos iniciais
1. Equilíbrio celebrativo. Não falar demais, não cantar demais. Três
canções seguidas pode tornar o rito cansativo, já no início.
2. Ter critérios litúrgicos e celebrativos na escolha do canto inicial. Do
ponto de vista comunicativo, começar a celebração com muita
animação é arriscado.
3. Não enrolar no início. Quanto mais objetivo, melhor.
4. Não forçar sinais, símbolos ou coreografias na procissão de entrada,
ato penitencial ou rito do glória. Se o contexto celebrativo favorecer
sim, caso contrário, não.
5. O ato penitencial não precisa ser sempre cantado. Do ponto de vista
comunicativo, seria bom que não o fosse. Diferente é com o Hino do
Glória que deveria ser cantado com alegria.
6. A finalidade dos ritos iniciais é introduzir os celebrantes na missa.
Por isso, é imprescindível que o presidente da celebração conheça o
contexto celebrativo antecipadamente: será uma missa silenciosa;
oracional; alegre; questionadora; festiva???
LITURGIA DA PALAVRA
Componentes: leituras, salmo, cantos interlecionais, homilia, profissão de fé, oração dos fiéis e silêncio.
IGMR 55 - A parte principal da liturgia da palavra é constituída pelas leituras da Sagrada Escritura e pelos cantos que ocorrem
entre elas, sendo desenvolvida e concluí da pela homilia, a profissão de fé e a oração universal ou dos fiéis. Pois nas leituras
explanadas pela homilia Deus fala ao seu povo, revela o mistério da redenção e da salvação, e oferece alimento espiritual; e o
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
próprio Cristo, por sua palavra, se acha presente no meio dos fiéis. Pelo silencio e pelos cantos o povo se apropria dessa
palavra de Deus e a ela adere pela profissão de fé; alimentado por essa palavra, reza na oração universal pelas necessidades
de toda a Igreja e pela salvação do mundo inteiro.
IGMR 128-138 — Esquema geral da Liturgia da Palavra
Processo comunicativo Deus fala e a assembléia escuta (cf SC 7; SC 33)
Meditar e compreender a Palavra (homilia)
Louvor e súplicas provocados pela Palavra (Salmo Responsorial e preces)
Compromisso com a Palavra e com o Batismo (Credo)
Competência comunicativa
 Por se tratar de uma Liturgia dialogal, quem faz a Liturgia da Palavra precisa ter uma competência comunicativa. Por
se colocar como porta voz de Deus, qualquer um não serve e alguns não devem assumir esta função.

A comunicação na LP não se compreende somente pelo conteúdo, mas também pelo “modus communicandis”. O
jeito de proclamar as leituras, de salmodiar, de fazer a homilia contam muito para que esta Palavra seja semente de
vida.

Do ponto de vista comunicativo, não se pode esquecer a simbologia desta Palavra: simbologia do local onde é
proclamada, o ambão (cf. IGMR 58); modo de vestir-se o sinal do livro e o símbolo do Evangeliário. Sempre livro,
jamais folheto.

Comentários: a IGMR 128 não contempla comentaristas para a Liturgia, mas diz:
“Concluída a oração do dia, todos se assentam. O sacerdote pode, com brevíssimas palavras, introduzir os fiéis na
liturgia da Palavra”. Trata-se de monição. Nem sempre são necessário, mas, se tiver, sejam breves.

Dança ou coreografia também são modos de aclamar o Evangelho.

Silêncio: elemento da comunicação na LP (IGMR 56). Trataremos adiante.
ESTRUTURA DA LITURGIA DA PALAVRA
Ministérios: Leitores, salmista, diácono, padre e intercessores.
Nas missas solenes: turiferário, naveteiro, ceroferários.
Leitores — IMGR 59: Por tradição, o ofício de pra ferir as leituras não é função presidencial, mas ministerial. As leituras sejam
pois proclamadas pelo leitor, o Evangelho seja anunciado pelo diácono ou, na sua ausência, por outro sacerdote. Na falta,
porém, do diácono ou de outro sacerdote, o próprio sacerdote celebrante leiao Evangelho,’ igualmente, na falta de outro leitor
idôneo, o sacerdote celebrante pra ferirá também as demais leituras.
Salmista — IMGR 61: O Salmo responsorial deve responder a cada leitura e normalmente será tomado do lecionário. De
preferência, o salmo responsonal será cantado, ao menos no que se refere ao refrão do povo. Assim, o salmista ou
cantor do salmo, do ambão ou outro lugar adequado profere os versículos do salmo, enquanto toda a assembléia escuta
sentada, geralmente participando pelo refrão, a não ser que o salmo seja proferido de modo contínuo, isto é, sem refrão.
4ª Feira da 16ª Semana do Tempo Comum / Salmo - Sl 70, 1-2. 3-4a. 5-6ab. 15.17 (R.15)
R. Minha boca anunciará vossa justiça.
Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor:*
que eu não seja envergonhado para sempre!
Porque sois justo, defendei-me e libertai-me!*
Escutai a minha voz, vinde salvar-me!
Sede uma rocha protetora para mim,*
um abrigo bem seguro que me salve!
Porque sois a minhpaa força e meu amro,
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
o meu refúgio, proteção e segurança!
Libertai-me, ó meu Deus, das mãos do ímpio.
Preces - IMGR 71: As intenções são pra feridas, do ambão ou de outro lugar apropriado, pelo diácano, pelo cantor, pelo leitor
ou por um fiel leigo.
Canções: Salmo responsorial (Cf acima IMGR 61 / referência pelo canto)
Aclamação ao Evangelho (trataremos a seguir)
Seqüência (quando prescrita) (Cf IGMR 64)
Facultativo: cantar o Credo e o refrão das preces dos fiéis.
Proclamação do Evangelho
E o momento alto da Liturgia da Palavra, por isso, é cercado de ritos especiais: aclamação, procissão, Evangeliário (livro
simbólico), incensado, beijado e mostrado ao povo em forma de bênção (nas missas presididas pelo bispo).
Aclamação ao Evangelho
Compreende todo o ritoque destaca a centralidade e o ponto culminante da LP.
Constituição: canto aleluiático (ou outro canto, de acordo com o tempo litúrgico), procissão com o Evnageliário, incensação e,
depois da proclamação, o beijo e ainda outra canção aleluiática depois da proclamação do Evangelho4.
IGMR 62 — Tal aclamação constitui um rito ou ação por si mesma, através do qual a assembléia dos fiéis acolhe o Senhor que
lhe vai falar no Evangelho, saúda-o e professa sua fé pelo canto. É cantado por todos, de pé, primeiramente pelo grupo de
cantores ou cantor, sendo repetido, se foro caso; o versículo, porém, é cantado pelo grupo de cantores ou cantor.
Procedimentos particulares
IMGR 63 — Havendo apenas uma leitura antes do Evangelho:
a) no tempo em que se diz o Aleluia, pode haver um salmo aleluiático, ou um salmo e o Aleluia com seu versículo;
b) no tempo em que não se diz o Aleluia, pode haver um salmo e o versículo antes do Evangelho ou somente o salmo
c) O Aleluia ou o versículo antes do Evangelho podem ser omitidos quando não são cantados.
Característica: O canto de aclamação é alegre e festivo. Não deveria ser monótono, mas um canto vibrante, para despertar a
assembléia a que se coloque de pé para ouvir a Palavra de Deus.
Pesquisarno Estudo 12 da CNBB
Função ritual da aclamação ao Evangelho = p. 60
Exemplo do salmo aleluiático = p. 68
Participação de instrumentos = p. 70
Outras canções para aclamação = p. 71
Silêncio na Liturgia da Palavra
IGMR 56 — A liturgia da palavra deve ser celebrada de tal modo que favoreça a meditação; por isso deve ser de todo evitada
qualquer pressa que impeça o recolhimento. Integram-na também breves momentos de silêncio, de acordo com a assembléia
reunida, pelos quais, sob a ação do Espírito Santo, se acolhe no coração a Palavra de Deus e se prepara a resposta pela
oração. Convém que tais momentos de silêncio sejam observados, por exemplo, antes de se iniciar a própria liturgia da
palavra, após a primeira e a segunda leitura, como também após o término da homilia.
O texto acena para um clima de silêncio, que favoreça a meditação. Silêncio que se manifesta, inclusive no modo de celebrar a
Liturgia da Palavra: sem pressa.
Comunicação: Silêncio de passagem entre os ritos iniciais e o início da Liturgia da Palavra. Em vez de se fazer comentários, o
silêncio talvez despertasse mais atenção.
Reflexão: Depois das leituras e depois da homilia.
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
LITURGIA EUCARÍSTICA
Procissão das Oferendas
Tem a finalidade acompanhar a procissão das ofertas, até que as mesmas sejam colocadas no altar”
IGMR 74 - O canto do ofertório (preparação das ofertas) acompanha a procissão das oferendas e se prolonga pelo menos até
que os dons tenham sido colocados sobre o altar. As normas relativas ao modo de cantar são as mesmas que para o canto da
entrada. O canto pode sempre fazer parte dos ritos das oferendas, mesmo sem a procissão dos dons.
Função: Acompanhar a procissão dos dons; dar maior significado à coleta (oferta para os pobres); acompanhar o rito da
preparação das oferendas.
Conteúdo: Não precisa necessariamente falar de pão e vinho.
Característica: Alegre; num ambiente de alegria e de louvor.
Não há necessidade que os celebrantes o cantem, nem tolera-se ir além do rito concluído.
EXEMPLO 1:
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
G
D
G Bm
1- Que maravilha, Senhor, estar aqui/
D
Am
Em
D
G
Sentir-se Igreja reunida a celebrar/
Em
D
G
Apresentando os frutos do caminho/ No Pão e vinho, Ofertas deste altar.
C
Am
D
Bm
C
Am
D
Bendito sejais por todos os dons/Bendito sejais pelo vinho e pelo pão/
C
D
G
Am
Bm
D
G
Bendito, bendito, bendito seja Deus para sempre. (bis)
2- Que grande benção servir nesta missão/ Missão de Cristo, tarefa do cristão/
Tornar-se Igreja, formar comunidade/ Ser solidário, tornar-se um povo irmão.
3- Que graça imensa viver a mesma fé/ Ter esperança de um mundo bem melhor/
Na caridade sentir-se familiares/ Lutando juntos em nome do Senhor.
EXEMPLO 2:
E
G#
C#- F#-
B7
C#-
1- Bendito seja Deus Pai/ Do universo criador/
B7
E
G# C#- F#-
B7
E
Pelo pão que nos recebemos/ Foi de graça e com amor.
G#- C#- F#- B7
E
O homem que trabalha/ Faz a terra produzir/
A
B7
E
C#-
F#-
B7
E
O trabalho multiplica os dons/ Que nós vamos repartir.
2- Bendito seja Deus Pai/ Do universo criador/
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
Pelo vinho que nos recebemos/ Foi de graça e com amor.
RITO DA COMUNHÃO
IGMR 80 - Sendo a celebração eucarística a ceia pascal, convém que, segundo a ordem do Senhor, o seu Corpo e Sangue
sejam recebidos como alimento espiritual pelos fiéis devidamente preparados. Esta é a finalidade da fração do pão e os
outros ritos preparatórios, pelos quais os fiéis são imediatamente encaminhados à Comunhão.
A IGMR 80 esclarece que o rito da comunhão tem a finalidade de preparar os celebrantes para receber a comunhão
eucarística, Corpo e Sangue do Senhor.
PAI NOSSO
Por muito tempo era recitado somente pelo presidente da celebração. Perdia deste modo, o sentido fraterno de quem se
aproxima da mesa eucarística. Em certo sentido, o Pai nosso é a primeira manifestação da comunhão fraterna: porque
somos irmãos e irmãs temos o mesmo Pai e a ele nos dirigimos.Fazem parte do rito do Pai nosso: convite, embolismo e
doxologia.
Convite presidencial (nem diácono nem concelebrante). O padre tem ali a oportunidade de resgatar ou recordar o
enfoque celebrativo. Não se trata de monição, mas de condensar num convite a luz que está iluminando a celebração.
Embolismo: Oração presidencial que desenvolve o último sentido do Pai nosso (Livrai-nos de iodos os males...) e, sobre
este tema, a Igreja intercede a paz, a distância ao pecado, a proteção dos perigos e o aumento da esperança na 2ª vinda
de Cristo.
Doxologia: O Pai nosso é concluído com a doxologia “Vosso é o Reino, o poder e a glória para sempre”. Tem uma forte
conotação ecumênica com ortodoxos e evangélicos que rezam esta doxologia como conclusão do Pai nosso.
— Lembrete: não existe nenhum gesto prescrito para a assembléia. Rezar o Pai nosso de braços abertos, de mãos dadas,
gesticulando... são iniciativas que enriquecem o rito, mas não se fazem necessárias em todas as celebrações.
ABRAÇO DA PAZ
IGMR 82- Segue-se o rito da paz no qual a Igreja implora a paz e a unidade para si mesma e para toda a família humana
e os fiéis se exprimem a comunhão eclesial e a mútua caridade, antes de comungar do Sacramento.Quanto ao próprio
sinal de transmissão da paz, seja estabelecido pelas Conferências dos Bispos, de acordo com a índole e os costumes dos
povos, o modo de realizá-lo.Convém, no entanto, que cada qual expresse a paz de maneira sóbria apenas aos que lhe
estão mais próximos.
Trata-se de um rito que prepara a comunhão eucarística, por isso, não tem nada a ver com essas saudações feitas antes
da missa ou, até mesmo, no final da missa.
O rito da paz significa a comunhão fraterna, antes da comunhão eucarística. Nos unimos na mesma voz para chamar a
Deus de Pai e estabelecemos a paz entre nós comungando a paz do irmão. Neste sentido, o abraço da paz é também rito
reconciliador, que acolhe o ensinamento de Cristo:Portanto, se você for até o altar para levar a sua oferta, e ai se
lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes
com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta” (Mt 5,23-24)
FRAÇÃO DO PÃO
AIGMR 83 explica como proceder com o rito da fractio panis.
E um gesto constitutivo do sacramento da Eucaristia. Quer dizer: Jesus não somente pronunciou a bênção consacratória
sobre o pão e o vinho, mas também o partiu. Por isso, não se trata de um “gesto qualquer”, mas de um gesto
sacramental, que deveria ser visível a todos.
Na IGMR 85 há a recomendação que tanto o padre como os demais celebrantes comunguem do pão e vinho consagrados
na própria missa. Isso deveria ser antecipado já no rito da fração do pão, como ter um pão maior para que fosse
repartido em várias partes.
As hóstias consagradas, colocadas no sacrário são ali conservadas para os impossibilitados de virem à missa (doentes,
prisioneiros....) e para o culto de adoração e não, (em si) para outras missas.
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“... a uma só voz! Cantar a liturgia!”
CANTO DO CORDEIRO DE DEUS
IGMR 83 - O sacerdote faz a fração do pão e coloca uma parte da hóstia no cálice, para significar a unidade do Corpo e
do Sangue do Senhor na obra da salvação, ou seja, do Corpo vivente e glorioso de Cristo Jesus. O grupo dos cantores ou
o cantor ordinariamente canta ou, ao menos, diz em voz afta, a súplica Cordeiro de Deus, à qual o povo responde. A
invocação acompanha a fração do pão; por isso, pode-se repetir quantas vezes for necessário até o final do rito. A última
vez conclui-se com as palavras dai-nos a paz.
O canto do Cordeiro de Deus é parte integrante do rito da Fração do Pão. “O Cordeiro de Deus é um cântico sacrifical
que dá sentido ao gesto de Jesus”
Distribuição da comunhão
O padre que preside é também quem distribui a eucaristia. Quem dirige a celebração e preside a Palavra na assembléia
é quem reparte o pão e o distribui entre os celebrantes; esta é uma prática comum na Liturgia romana.
O canto de comunhão começa depois do convite e não depois que os músicos comungaram. Os músicos, quais
servidores da assembléia, são os últimos a comungar (cf. IGMR 86).
Depois da comunhão
Existe a possibilidade de se cantar uma canção depois que todos comungaram (IGMR 86), mas a prática normal
deveria ser o silêncio. Depois deste momento de silêncio, então sim, cantar uma canção de louvor ou, até mesmo, de
compromisso com a celebração.
BÊNÇÃO E DESPEDIDA
O missal propõe várias bênçãos solenes e orações sobre o povo para concluir a celebração da Eucaristia. Especialmente
aos domingos seria bom que fossem utilizadas.
Mesmo havendo algumas propostas de fórmulas no missal, a despedida, no final da missa deveria ser sempre inspirada
na Liturgia da Palavra, como envio ao compromisso de vida do que foi celebrado.
Antes de sair, o padre venera o altar com um beijo. Sobre o cântico final lembramos que o mesmo é ad libitum.
Pode ser uma música de órgão, por exemplo, mesmo porque este canto não é parte da Liturgia.
Mas, em se desejando cantar uma canção enquanto a assembléia se desfaz, tenha-se o cuidado de não querer que a
mesma continue na igreja. Os ministros da música cantam sua canção enquanto a assembléia se desfaz e os celebrantes
deixam a igreja.
EXEMPLO:
C
A
Dm
G
C
A nossa companhia agora é teu amor! A nossa companhia agora é teu amor!
C7
F Dm
G
C
A nossa companhia agora é teu amor!
Oh! Oh! Oh! Oh! Agora é teu amor!

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