Ver pdf - Caves do Solar de São Domingos
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imperdível GOURMET POR EDGARDOPACHECO Bairradino virtuoso LOPO DE FREITAS 2008 É UM BAIRRADINO EXTRAORDINÁRIO COM UMA ENORME CAPACIDADE PARA FICAR BEM VISTO À MESA PRODUTOR CAVES SÃO DOMINGOS CASTAS BAGA E TOURIGA NACIONAL ENÓLOGO SUSANA PINHO PREÇO 16,50 EUROS Transmite-se muitas vezes a ideia de que em cada região vitícola se encontra sempre um vinho adequado aos pratos emblemáticos dessa mesma região. É um erro porque, em regra, num determinado território vinhos e comida não têm de andar juntos. Por exemplo, quem criou os pezinhos de coentrada (Deus guarde a sua alma) não se preocupou em saber se nas terras alentejanas era possível criar vinhos com acidez, adstringência e taninos fortes para fazer face à gordura do prato. Esta lengalenga servenos para introduzir e justificar este tinto Lopo de Freitas. Primeiro, é um vinho bem feito; segundo, guardamos na memória belíssimas colheitas das Caves São Domingos; terceiro, é um tinto da Bairrada da nova geração; quarto – e mais importante – é um vinho com grande eficácia gastronómica. É um vinho que, face aos pratos portugueses com alguma gordura, faz figura. Está lá para equilibrar, para combater e para desenjoar. É uma pena que muitos consumidores, perante pratos densos, não peçam vinhos da Bairrada. É um problema com várias causas históricas e difíceis de resolver, mas, caramba, já vai sendo tempo de quem tem responsabilidades na região criar uma estratégia de comunicação das virtudes dos seus vinhos. Acreditamos que um trabalho bem pensado junto dos restaurantes poderia dar resultados. Não é caro nem um bicho de sete cabeças. Basta alguma imaginação. E vontade. D Sempre ajuda. l NOTA DE PROVA: Cheira a adega. É um elogio. Feito com Baga e Touriga Nacional, diremos que está mais marcado pela primeira casta no nariz (notas vegetais elegantes) e arredondado pela segunda, na boca. Os taninos fortes e equilibrados são combinação de ambas. 56 domingo Na memória À mesa Convidados há quatro anos por Rodolfo Tristão para um exercício de alunos da Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, ficou-nos na memória o tinto servido, o São Domingos de 1995. Destas caves saem vinhos com grande potencial de guarda.Agora que fazem 75 anos, é de imaginar os tesouros que lá se guardam. Cá está. Podíamos dizer que este tinto ficava a matar com uma chanfana ou um leitão (tudo coisas da Bairrada), mas como já começamos com os pezinhos de coentrada, vamos insistir porque os taninos do vinho têm a capacidade de cortar a gordura dos mesmos. Portanto, é essa a nossa escolha.