Guião para visita autónoma à exposição Dinossáurios em Angra
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Guião para visita autónoma à exposição Dinossáurios em Angra
Museu de Angra do Heroísmo Serviço Educativo Dinossáurios em Angra Guião para visita autónoma A exposição Dinossáurios em Angra pode ser visitada no claustro (linha do tempo), na Sala de Oportunidades e na Sala do Capítulo. 1. CLAUSTRO A visita poderá ser iniciada junto da linha do tempo (suporte em madeira onde está afixada a linha do tempo). Neste local o professor poderá referir que os dinssáurios surgiram, na Terra, há 245 milhões de anos (Ma) e que viveram durante 170 Ma até que uma catástrofe natural, pelos indícios existentes, os dizimou a quase todos. Isto é, os dinossáurios não avianos não sobreviveram e os avianos, os que voavam, sobreviveram conhecendo-se os seus descendentes actuais, as galinhas, as avestruzes, as aves. Ao comermos peru ou frango estamos a comer dinossáurios; ao ouvirmos um melro preto estamos a ouvir o canto de um dinossáurio pequenino. 2. SALA DE OPORTUNIDADES Nesta sala os visitantes podem encontrar o esqueleto de um Herrerasaurus à esquerda da porta de entrada; uma vitrina com unhas, garras e dentes, à direita poderão encontrar um icnito (pegada); uma vitrina com dois ninhos de dinossáurios e um ovo. Também poderão ver uma estação de paleontologia onde está a descoberto o fóssil de um Coelophysis. Nesta estação os alunos poderão compreender como trabalham os cientistas que se dedicam ao estudo dos fósseis. Conteúdo dos painéis que se encontram afixados nas paredes da Sala de Oportunidades: Painel 1 O Primeiros Estudos As primeiras ossadas fósseis de Dinossáurios estudadas cientificamente correspondiam a animais aparentados com os répteis então conhecidos mas de proporções gigantescas. Por isso imaginados como monstruosos, medonhos, terríveis. Em 1841, Richard Owan, director do Museu de História Natural de Londres, atribuiulhes o nome por que ficaram conhecidos e que resultou da reunião de dois elementos: DINO, do grego deinós, que quer dizer medonho, terrível, e SÁURIO, do grego saurós, que significa lagarto, réptil. No entanto, os Dinossáurios distinguem-se dos outros répteis por se deslocarem com os membros debaixo do corpo e não para os lados, como os lagartos e os crocodilos. Painel 2 Quando e Onde viveram? Os Dinossáurios fizeram a sua aparição há cerca de 235 milhões de anos. Viveram, diversificaram-se e expandiram-se em todos os continentes durante cerca de 170 milhões de anos. Desapareceram, quase totalmente, há cerca de 65 milhões de anos, de forma abrupta, na sequência de uma grande catástrofe à escala global, que vitimou 3/4 dos grupos biológicos que então habitavam a Terra. Painel 3 Fósseis Durante milhões de anos, os restos de animais e plantas que ficaram soterrados foram sendo lentamente substituídos por substâncias minerais comuns nas rochas (carbonato de cálcio, sílica, etc...) Ficaram, também, petrificados, juntamente com os sedimentos que lhes serviam de túmulo. São os fósseis, também eles transformados em rocha, por compactação e endurecimento ao longo desse mesmo tempo. Painel 4 Imaginário e Ciência A par dos mitos sobre os dinossáurios que povoam o nosso imaginário, estão os seus fósseis e a ciência que os estuda – a PALEONTOLOGIA. E esses fósseis são: ossos, dentes, unhas, restos de pele (com escamas), restos de órgãos mumificados, pegadas, ovos, com ou sem embriões e ninhos. Para além do estudo minucioso dos seus fósseis procura-se hoje conhecer os seus hábitos, estudam-se-lhes os movimentos e modos de locomoção, especula-se sobre a sua fisiologia e o seu psiquismo. Painel 5 Reconstruí-los A partir dos seus restos ósseos chegamos às imagens que hoje temos dos Dinossáurios. A configuração corporal dos modelos assenta em aturado trabalho de investigação científica. As texturas e as cores da pele são pura dedução. 3. SALA DO CAPÍTULO Nesta sala os visitantes vão ter acesso a esqueletos completos dos seguintes dinossáurios: - Plateosaurus - Velociraptor - Protoceratops Aos seguintes crânios: - tyrannosaurus rex - pachycephalosaurus - ankylosaurus - deinonychus antirrophus - allosaurus fragilis - parasaurolophus - stegosaurus (com placa de dorso e espinho de cauda) E a duas placas com fósseis: - archaepteryx - microraptor Nota: As legendas que acompanham todas as peças são muito completas e podem ser lidas pelos alunos favorecendo a interacção. Conteúdo dos painéis que se encontram afixados nas paredes da Sala do Capítulo: Painel 1 A Diversidade Entre os Dinossáurios houve quadrúpedes gigantescos, herbívoros, com mais de 30 metros de comprimento e outros, altos como um prédio de 4 andares, pesando dezenas de toneladas. Houve bípedes, uns herbívoros, outros carnívoros, numa imensa variedade de formas e tamanhos, desde os muito pequenos, como galinhas, aos monstruosos com mais de 6 metros de altura, dos quais o tyrannosaurus é o mais conhecido. Conhecemos actualmente mais de 800 espécies de Dinossáurios. Painel 2 Avianos e não avianos As aves são descendentes de um ramo de Dinossáurios carnívoros, corredores, que não se extinguiu. Assim: As aves são dinossáurios avianos; Os dinossáurios que se extinguiram há 65 milhões de anos são agora designados por Dinossáurios não avianos. Portanto, ao comermos peru ou frango estamos a comer dinossáurios; ao ouvirmos um melro preto estamos a ouvir o canto de um dinossáurio pequenino. Painel 3 Da Terra ao Voo Os Dinossáurios foram, durante muitos milhões de anos, animais terrestres, alguns vivendo na proximidade de rios, lagos ou pântanos, como sucede a muitos animais dos nossos dias. Só no final da Era Mesozóica, ao evoluírem para as aves, foram voadores. Nunca foram animais marinhos. Painel 4 E a abertura do Atlântico Norte Foram descobertos recentemente em Portugal fósseis de Allosaurus, do conhecido Stegosaurus e de um exemplar do grupo dos Camarasaurus, todos dinossáurios, até aqui, considerados exclusivamente americanos. Estes achados foram surpreendentes mas são explicáveis. Na altura em que estes animais viveram, no final do Jurássico, as terras emersas do Norte da América e da Península Ibérica estavam muito mais próximas entre si do que se encontram hoje: o sector Norte do Oceano Atlântico apenas tinha iniciado a sua abertura. Então, aproveitando algumas oportunidades de passagem que a proximidade de terras emersas ainda permitiria, determinados animais, entre eles os três géneros de Dinossáurios referidos, poderão ter transitado de um lado para o outro do Proto Atlântico Norte. Nesse tempo, a esta latitude, a crista média atlântica não se tinha ainda estabelecido, nem as ilhas dos Açores se tinham formado. Painel 5 Terra: um planeta em perpétuo movimento Há 4570 Ma (milhões de anos) a Terra individualizou-se no seio do sistema solar. E admite-se que, desde há 2500 Ma, a tectónica de placas passou a ser o processo dominante na evolução dos continentes. As placas que integram a litosfera, nos continentes ou nos fundos marinhos, nunca pararam de se deslocar aproximando-se ou afastando-se, coalescendo ou fragmentando-se. Este movimento é induzido pelas correntes de convecção que se desenvolvem sob a litosfera, onde as rochas se encontram em estado de mais baixa viscosidade. Painel 6 E o tempo da Terra Os Dinossáurios assistiram à abertura e expansão dos oceanos, Presenciaram intensa actividade vulcânica e a formação de grandes cadeias de montanhas, viram aparecer as plantas com flor, participaram no primeiro voo como aves, partilharam os mesmos lugares com o então reduzido e pouco diferenciado grupo dos mamíferos. Os mamíferos tiveram de “aguardar pacientemente” toda a imensidão de tempo que foi o reinado dos Dinossáurios para, enfim, se diversificarem e expandirem a todos os ambientes da Terra. Foi desta diversificação, iniciada há 65 milhões de anos, que surgimos nós, humanos. Painel 7 E o futuro da Terra Reflectir na vastidão do tempo dos Dinossáurios não pode deixar de nos fazer meditar sobre o muito pouco significado que temos como espécie biológica, acabada de surgir e a ensaiar os primeiros passos, num planeta que tem à sua frente cerca de cinco mil milhões de anos para “viver”. Os graves danos que a sociedade moderna está a causar à Terra, decorrentes da má utilização e gestão dos recursos – a poluição das águas, o aquecimento global, etc., poderão, mesmo, vir a vitimá-la, no decurso de uma catástrofe como a que levou às várias extinções em massa, ocorridas ao longo da história da terra. Como sempre, a terra saberá encontrar novos caminhos e, até, recriar novos seres inteligentes ao longo de uma eternidade de tempo que ainda lhe falta cumprir.