etiqueta empresarial

Transcrição

etiqueta empresarial
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Etiqueta Empresarial
SEU EMPREGO E SEU CRESCIMENTO PROFISSIONAL DEPENDEM DAS BOAS
MANEIRAS COMO TRATA SEUS COLEGAS DE TRABALHO
Professor: Augusto Cesar
"O homem recebe duas classes de educação: uma que lhe dão os demais;
outra, mais importante, que ele dá a si mesmo." (Gibbon)
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PERFIL PROFISSIONAL DE AUGUSTO CESAR DE LIMA SANTOS
(91) 3279-4908 / 99828013
www.augustosantos.com / [email protected] / [email protected] /
QUALIFICAÇÕES
− Há 19 anos exerço atividades ligadas à cerimonial, protocolo e etiqueta em eventos
institucionais, sociais, empresariais e universitários.
− Trabalhei no planejamento, organização, coordenação e execução das solenidades de
transmissão de cargo dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene.
− Trabalhei nas gestões dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene, no planejamento,
organização, coordenação e execução das visitas dos presidentes Fernando Henrique
Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e do Primeiro-Ministro de Portugal a época Mário
Soares à quando de suas visitas protocolares ao Estado do Pará, de Embaixadores
estrangeiros, de Ministros de Estado, de Chefes de Estado e de Governo além da visita de
presidentes de instituições nacionais e estrangeiras como BIRD, BID, Banco Mundial.
− Trabalhei no planejamento, organização, coordenação e execução das solenidades de
outorga da Medalha da “Ordem do Mérito Grão Pará”, na gestão do governador Almir
Gabriel.
− Treinei e implantei o cerimonial das prefeituras municipais de Canaã dos Carajás e Santarém, além de treinar e reciclar
a equipe do cerimonial da Prefeitura Municipal de Belém. O mesmo trabalho foi feito no cerimonial da SESPA e da
SEDUC nas gestões dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene.
− Ministrei cursos sobre Etiqueta Empresarial, Atendimento ao Cliente, Planejamento e Organização de Cerimonial em
Eventos e Cerimonial Universitário nas principais instituições da capital paraense tais como UFPA, UEPA, UFRA,
ESMAC, Tribunal de Contas dos Municípios, Governadoria do Estado do Pará, Casa Militar da Governadoria,
Secretaria de Administração do Estado, Secretaria de Saúde do Estado, Secretaria de Educação, Escola de Governo do
Pará, Justiça Federal no Pará, Associação dos Municípios Araguaia-Tocantins, Companhia Vale do Rio Doce,
Supermercados Formosa.
− Presto (ei) consultoria em Cerimonial e Eventos, Etiqueta Empresarial e Atendimento a Clientes para as instituições
UFPA, UEPA, UNAMA, CESUPA, IESAM, ESAMAZ, ESMAC, FAPAM, Faculdade de Castanhal, Embrapa
Amazônia Oriental, Prefeitura de Marituba, Justiça Federal no Pará, Tribunal de Contas do Estado do Pará, Tribunal de
Contas dos Municípios, Câmara Municipal de Belém, Câmara Municipal de Ananindeua, Faculdade do Pará, Valeverde
Feiras & Eventos, Associação Brasileira de Odontologia – Seção do Pará, Gazeta Mercantil, Empresas de Eventos
sediadas na capital.
− Participei no planejamento, organização, coordenação e execução da inauguração dos principais logradouros da cidade e
do seu entorno como as pontes que compõem a Alça Viária iniciando pela “Fernando Henrique Cardoso” e inauguração
da 13ª turbina da Usina de Tucurui (as duas com a presença do presidente Fernando Henrique Cardoso), Inauguração da
Orla do Maçarico (Salinas), Instituto de Segurança Pública do Estado (IESP) em Marituba, Obras da Macro-drenagem
da Bacia do Uma, Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), Estação das Docas, Parque da Residência, Instituto de
Gemas São José Liberto, Terminal de Passageiros do Aeroporto Internacional de Belém, Complexo Feliz Luzitânia
(Igreja de Santo Alexandre, Forte do Castelo e Casa das Onze Janelas), enquanto Chefe, Subchefe e Mestre de
Cerimônias do Cerimonial da Governadoria do Estado nas gestões dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene.
EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
− Exerço a função de Chefe do Cerimonial da Universidade Federal Rural da Amazônia e da Universidade do Estado do
Pará.
− Sou professor da disciplina Etiqueta Empresarial e Planejamento, Organização e Execução de Cerimonial de Eventos
para o curso de Secretariado Executivo Trilíngue da Universidade do Estado do Pará.
− Sou professor da disciplina Etiqueta Empresarial e Planejamento, Organização e Execução de Cerimonial de Eventos
para o curso de Turismo da ESAMAZ.
− Sou sócio da empresa Tribuna Assessoria em Eventos.
− Exerci a função de Chefe (no exercício), Subchefe e Mestre de Cerimônias da Governadoria do Estado do Pará, nas
gestões dos governadores Almir Gabriel e Simão Jatene.
− Exerci a chefia dos escritórios da SUDHEVEA (Superintendência do Desenvolvimento da Borracha) em Ituberá (BA),
Maratayses e Vitória (ES).
FORMAÇÃO ACADÊMICA
− Engenheiro Agrônomo, graduado pela Universidade Federal Rural da Amazônia.
− Pós-Graduação em Heveicultura pela Universidade Federal Rural da Amazônia.
− Concluinte do curso de MBA em Cerimonial, Protocolo, Etiqueta em Eventos Institucionais pelo Instituto de Estudos
Superiores da Amazônia - IESAM.
OUTRAS INFORMAÇÕES RELEVANTES
− Faço parte do membro do Comitê Nacional do Cerimonial Público e membro fundador do Fórum Nacional Permanente
de Mestres de Cerimônias.
− Sou orientador de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) na Universidade do Estado do Pará.
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APRESENTAÇÃO
N
a era do Mundo competitivo, a construção de uma boa imagem profissional, social e pessoal requer posturas,
hábitos adequados, novas competências e atitudes dentro das organizações. Na dinâmica do mundo dos
negócios, o(a) executivo(a) que conhece e respeita as regras da Etiqueta e do Protocolo, observa os
costumes de seus interlocutores, é criativo e empreendedor e tem uma visão global; possui ferramentas poderosas
que o levarão ao sucesso, qualquer que seja a sua profissão. E, por isso, na avaliação de um executivo, distinguemno suas boas maneiras, o grau de cortesia e o visual correto. Atualmente, no mercado de trabalho, entre dois
candidatos com igual capacitação técnica, tem maiores chances aquele com boa apresentação e trato agradável. A
capacitação em Etiqueta e Comportamento leva os Executivos e suas famílias a portarem-se com autoconfiança,
desenvoltura e naturalidade em qualquer situação da vida social e profissional, evitando que se percam negócios e
oportunidades pelo desconhecimento de regras básicas de conduta, dentro das empresas e fora delas.
O mundo dos negócios é o mesmo em qualquer país. A rotina de compra, venda, busca de parcerias,
clientela e abertura de representações ou filiais no exterior exige dos empresários das mais diferentes
nacionalidades políticas bem definidas de atuação. O que muda, no entanto, é o comportamento de cada
empresário, dependendo do país e da cultura à qual ele pertence. Alguns cuidados devem ser tomados para evitar
surpresas desagradáveis. A análise preliminar dos hábitos, costumes e preferências de cada povo facilitará o
entrosamento.
Cada vez mais os executivos são colocados à prova quando têm de demonstrar que sabem como se
comportar em situações de alta tensão protocolar. Mas saiba que tudo passa por uma boa dose de educação, boas
maneiras e excelente bom senso.
As mudanças operadas no mundo refletem-se em todos os domínios e o comportamento da vida
profissional teve de alterar-se radicalmente para se adaptar aos usos e costumes do fim deste milênio. Por isso, é
agora mais do que nunca necessário estabelecer as regras e os princípios comuns que devem reger o
comportamento dentro e fora da empresa para facilitar a cooperação e a convivência entre pessoas de meios
diversos e culturas diferentes.
Um funcionário executivo, homem ou mulher, pode ser muito competente, trabalhador e inteligente, mas, se
tiver má imagem e não souber comportar-se socialmente, poderá ser prejudicado na sua carreira profissional. Essa
carreira não se cumpre apenas, nem talvez, sobretudo, portas adentro da empresa. Fazem-se nomeadamente de
encontros, conversas, reuniões, almoços e jantares de negócios. E, nela, o cônjuge também tem um papel
crescentemente relevante a desempenhar. A componente social de uma carreira profissional é por isso cada vez
mais importante. E por isso também é que os conhecimentos de protocolo em geral, e da ETIQUETA EMPRESARIAL
em especial, têm tanta importância.
O cidadão comum associa o protocolo a um grande cerimonial e situações solenes e um pouco teatrais, em
que pessoas algo pomposas e muito bem vestidas parecem obedecer a uma “marcação” preestabelecida, que evita,
quando evita, atropelos, precipitações ou confusões.
Mas, nos tempos que correm o protocolo não se limita às normas escritas que regem o cerimonial do
Estado. Inclui também as normas de cortesia que facilitam a vida em sociedade, seja em casa, seja na empresa. A
cortesia e o protocolo já foram comparados, aliás, a dois círculos concêntricos em que o maior — a cortesia,
etiqueta — engloba o menor — o protocolo. Ou seja, pode haver normas de etiqueta fora do protocolo, mas não
pode haver protocolo sem etiqueta.
Assim como a etiqueta serve para tornar mais fácil e agradável a vida em sociedade, evitando choques,
melindres e problemas, também o protocolo serve para resolver — e não para criar — dificuldades. No entanto,
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podem surgir entre a etiqueta e o protocolo, sobretudo no mundo dos negócios, onde é a concorrência é quem
muitas vezes dita a lei.
A partir do momento em que homens e mulheres passaram a trabalhar juntos, as regras tradicionais e
imemoriais de proteção e deferência em relação à mulher foram postas em causa. E, por isso, as regras de conduta
protocolar tiveram de adaptar-se aos novos tempos e à vida dentro das empresas modernas. Assim surgiu a
chamada ETIQUETA EMPRESARIAL, que é um código de conduta que rege a maioria das situações da vida de uma
empresa: reuniões, apresentações, programas de trabalho e programas sociais, etc.
Baseando-se no protocolo diplomático — com regras mais flexíveis e menos formais, visto que as empresas
são organismos em constante mutação e em interação permanente com um universo de gente muito diversa —, o
protocolo empresarial fundamenta-se também na cortesia, podendo definir-se como o conjunto de normas e etiqueta
que regem a indumentária e o comportamento das pessoas em determinadas situações da vida profissional.
A Etiqueta Empresarial pode definir-se como o conjunto de atos de boa educação e respeito que facilitam o
relacionamento interpessoal dentro das empresas ou, se preferir, como o conjunto de formalidades que se devem
observar no relacionamento das empresas. Consiste numa mistura, em doses iguais, de boa educação e bom
senso. E a sua sistematização ajuda quando é preciso algo mais do que boa educação ou bom senso para resolver
situações insólitas.
Oscar Wilde dizia que “estar dentro da alta sociedade é apenas um aborrecimento, mas estar fora dela é
uma verdadeira tragédia”. Sem ir tão longe, e salvo melhor opinião, cremos que, na maioria das profissões, o
comportamento social tem um papel importante, e por isso os conhecimentos do protocolo empresarial ajudam a ter
mais êxito.
É importante, para um executivo, saber fazer convites e responder-lhes; saber vestir-se de acordo com as
circunstâncias; saber conversar, sem ser de negócios, com toda a gente (aquilo a que os ingleses chamam small
talk). É importante, em suma, “saber estar” — em todos os lugares e em todas as ocasiões —, projetando uma
imagem positiva.
A Etiqueta Empresarial não se destina só a ensinar a melhor forma de receber uma pessoa ou estabelecer o
lugar em que ela se senta. Serve, sobretudo para que, na empresa como na vida, cada um saiba relacionar-se
adequadamente com clientes, colaboradores,
ETIQUETA EMPRESARIAL é o resultado de uma ampla pesquisa bibliográfica de obras nacionais e
estrangeiras aliada a muitos anos de experiência adquiridos como Chefe do Cerimonial da Universidade Federal
Rural da Amazônia, como Subchefe e Mestre de Cerimônias do Cerimonial da Governadoria do Estado do Pará,
como docente da Universidade do Estado do Pará na disciplina de mesmo nome sem esquecer a atuação como
cerimonialista (planejamento, organização e execução de cerimonial em eventos) em eventos no meio público e
privado.
AGORA, TENHAM UMA BOA LEITURA.
Augusto Cesar
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PREFÁCIO
P
ara que se tenha a certeza da importância das boas maneiras na vida social e empresarial, basta que se saiba
que o primeiro tratado, resumindo-as e explicando-as, foi objeto não de um fidalgo ou de um artista, mas sim
de um pensador da estatura de Erasmo de Roterdã. Isso em 1526, na cidade de Antuérpia. O trabalho chamase Civilitate Morum Puerilium. Nele, estão contidos os ensinamentos e as regras, até então conhecidos,
datando alguns de tempos pré-históricos. O valor da obra de Erasmo é que ele toma axiomas antigos, juntando
disciplina sua e formando um todo realmente homogêneo.
Desde então, surgiram outros tratados e antologias de regras no mesmo sentido, notando-se em todos eles
a imitação e mesmo o plágio claro. Para somente citar alguns mais conhecidos: Miroir de la jeunesse de Mathurin
Cordier (Poitiers, 1559); Traité de Politesse, de Jules Clémerit (1880); Galatéo Ovrero de Costumi, de Giovanni Della
Casa (1598); Bienséance et de la Civilité Chrétienne, do padre Jean-Baptiste de La Salle (1711) e dezenas de
outros menos conhecidos.
No Civilité et de la Vie Privée, ensina-se que os títulos de Conde ou Marquês não são precedidos da
expressão “Senhor” e que se diz “minha mulher” e “meu marido” e não “minha senhora” ou “meu esposo”. Em Le
Savoir Vivre au Bon Vieux Temps (Saber viver nos velhos tempos), aprendemos que as luvas (já usadas pelos
gauleses no século VI) podiam ser conservadas, quando se saudava alguém, mas que a mão nua é mais delicada e
que o fidalgo que segurava o candelabro, quando Luiz XIV se recolhia, devia ter a mão sem luvas, pois l´amitié
passe le gant (a amizade passa a luva), nas relações entre homens, costume tão antigo como o beijo de simpatia
que uma mulher dá a outra e os que se davam na boca das damas de alta linhagem, na corte da França, até o
reinado de Luiz XIII, quando se passou ao beija-mão. Os Cardeais, Príncipes da Igreja, não o faziam senão às
rainhas, como afirma Claude Vaimont de Usages em Savoir-Vivre Moderne.
Somente no século XVII os homens tiravam os gorros quando saudavam, mas guardavam a cabeça
coberta, mesmo à mesa ou na igreja, como sinal de respeito. Ainda no século seguinte, retirar o chapéu em certas
ocasiões solenes era tido como excesso de liberdade de maneiras.
O hábito de visitar não era conhecido antes do século XVII e suas regras ainda persistem, só que não era
obrigatório despedir-se dos anfitriões, nem mesmo saudá-los ao chegar. Bastava uma reverência ao grupo em que
eles se encontravam.
Foi a Revolução que reagiu contra esse mau costume e chegou ao exagero de obrigar os donos da casa a
acompanharem os convidados até a porta, à rua ou à carruagem, dependendo do grau de importância do
convidado.
Tempo houve em que a dona de casa recebia em seus aposentos, havendo uma balaustrada que cortava o
quarto, separando o leito da parte da recepção. Somente em 1675 foi classificado de mau-tom a visita sentar-se no
leito. Assim, também, no século XVIII, é que se começou a substituir a espada pela bengala. Jean-Baptiste de La
Salle detalha que ao burguês não se dava ao direito de levar espada, a não ser em viagem, quando era arma de
defesa. Colocar espada, bengala ou luvas sobre o leito era condenável.
O cartão de visita posto em voga no fim do século XVIII, não era trocado senão no fim do ano. Para as
visitas – ditas em branco – deixava-se o nome com o porteiro.
No século XVI, ainda não se conheciam pratos. Havia umas rodelas feitas de massa de pão, chamadas na
França de tranchoirs e que se davam aos mendigos, depois de servidas. O copo era um só para todos. Entre os
ricos, servia a dois. Chamava-se Godet à Cornettes e cada qual bebia de um lado certo, esvaziando-o para não
deixar o resto ao companheiro. Os convidados lavavam as pontas dos dedos em uma vasilha, onde havia água
perfumada. O Rei-Sol contentava-se em esfregar os dedos em uma toalha úmida.
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Até 1620, a hora do almoço era às onze da manhã e a do jantar às seis da tarde. Já no tempo de Luiz XIV
servia-se o almoço entre uma e três da tarde e o jantar, nunca antes das dez da noite.
No fim do século XVII, a sopa já era servida em pratos fundos e, desde 1640, há o costume de se trocar de
prato quando se muda do que comer.
Grimod de la Reyniére escreveu, em 1800, seu famoso Almanaque dos Gastrônomos, em que pontifica:
“para uma refeição elegante de vinte pessoas, servem-se quatro sopas diferentes, doze entradas, quatro grandes
peças, quatro assados e oito sobremesas”. Quando se passava à sala de jantar, as mulheres se colocavam à frente,
seguida dos homens e todos se sentavam à vontade. As quatro mulheres mais importantes colocavam-se ao lado
da anfitriã. As complicações da etiqueta e dos lugares de honra são republicanas.
Há um convite feito por Taileyrand, que ficou famoso:
“Solicito-vos, cidadão, dar-me a honra de vir jantar em minha casa quartidi prochain, 14 nivose (que é o dia
4 de janeiro de 1798) e de lá estar, entre oito e nove horas da noite. Espero que julgareis conveniente de evitar todo
traje proveniente das manufaturas inglesas. Peço-vos apresentar este cartão à entrada, sendo somente válido para
uma pessoa”. Em sua bela casa da Rue Saint Florentin, é o próprio anfitrião que serve os pratos, preparados pelo
famoso Carême, e o faz por ordem da importância dos comensais: “Meu caro príncipe, posso ter a honra de servi-lo
de asado?” – “Conde, quer dar-me o prazer de servi-lo de assado?” – “Barão, deseja assado?” – e para os últimos a
serem servidos: “Quer assado?”.
Sob a Restauração, os cavalheiros davam a mão às damas, quando se dirigiam à sala de jantar. O dono da
casa aproveitava para escolher a mais bela. Ele mesmo presidia a refeição e ficava atento tanto ao serviço quanto
ao seguimento da conversa. Era proibido não aceitar o vinho, ainda que o segundo copo fosse facultativo.
Censurava-se que os convidados cantassem ao fim da refeição, se a casa era de gente fina, porque os burgueses
cantavam: “o povo francês é alegre e gosta de saudar com melodias seja Baco, seja o Amor”.
Os séculos XVII e XVIII condenavam a lavanda, que estava em voga desde o século XV e que ressurgiu no
século XIX.
A Baronesa de Staffe lamenta que não se tenha inventado um aparelho para comer alcachofra, obrigando
ao uso dos dedos, como também com os dedos se degustavam aspargos, rabanetes e pequenos camarões. Certa
vez o Príncipe de Gales, mais tarde Eduardo VII, tinha com o convidado de honra um príncipe persa. O fidalgo
oriental comia aspargos e atirava as pontas para trás, passando-as sobre os ombros. O futuro rei não teve dúvida e,
sorrindo, imitou o príncipe asiático, não permitindo que ele caísse no ridículo.
O rei Luiz XVIII – voltemos à França – mordia com imenso prazer lês noisettes d´agneau (as avelãs de
cordeiro), tendo o osso seguro entre os dedos indicador e polegar, pois esse pedaço do cordeiro, assim como uma
asinha de frango bem torrada, não tem o mesmo sabor, quando comido na ponta dos dentes de um garfo.
Surgem debates longos e insistentes: toma-se sopa com a ponta da colher ou com o lado? Eugène Marsan
e André de Fouquières entram na discussão e defendem a segunda hipótese. Mas, na França, é pela ponta que se
toma a sopa, desde que se experimenta o mingau aos dois anos. Outra discussão vem à tona: deve-se ou não
apreciar o molho da carne com um pedaço de pão? Os dois lados se extremam e um deles diz que sim, limitando a
idade a sete anos. Bate-se o champanhe para que o gás se vá? Mas se quem o bebe se sente mal com ele, que
mal há em forçá-lo a volatilizar-se?
Não sejamos tão formalistas. Veja-se o caso que André de Fouquières conta em seu livro La Courtoisie
Moderne:
“O duque de Coislin recebia um príncipe prussiano e, na hora de retirar-se, o príncipe fez questão de fechar
com chave, pelo lado de fora, o duque, para que este não se desse ao trabalho de acompanhá-lo até a carruagem,
como era de etiqueta; o duque saltou pela janela para cumprir o que achava que era dever de um dono de casa e,
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na queda, fraturou o tornozelo, sem se queixar e não deixando perceber coisa alguma ao visitante estrangeiro.
Qual dos dois fidalgos levou as boas maneiras ao máximo?”.
Em La Politesse – de autoria do duque de Levis Mirepoix e conde Félix de Vogue – está dito que era tão
pouco agradável e polido o odor do tabaco, que ficava impregnado nos trajes masculinos, que os homens usavam o
smoking na hora do tabaco, após as refeições. Terminado o cigarro ou o charuto, despiam o smoking e, com a
casaca vestida, iam ao encontro das damas. Nesse mesmo livro, há a admoestação feita por uma marquesa à sua
sobrinha: “Que você saia, à tarde, de vitória e não de Landau, ainda se admite; bem sei que outras moças de sua
idade fazem o mesmo; mas que você saia sem valet de pied (empregado de pé), acho insuportável!”
E era natural que carruagens de todos os estilos estivessem a serviço das senhoras, que se vestiam de
maneira incômoda, mas luxuosa. Quando se casou com Filipe II da Espanha, Elisabeth, filha de Francisco I, levava
um vestido com uma cauda de 24 metros. Maria de Médicis fez sensação com um vestido bordado com trinta e duas
mil pérolas e três mil brilhantes. No início do reinado de Luiz XIII, as mulheres usavam três saias de baixo: a
secreta, sobre a qual vinha à marota, que era coberta pela modesta. As cores dos tecidos eram de nomes
pitorescos: ventre de corsa, macaco moribundo, espanhol doente e viúva alegre.
Que cores seriam essas assim mencionadas? Em Civilité puerile, há a descrição de um toalete da famosa
Duthé, na Ópera de Paris: apresentava um vestido soupir etouffé, ornado de regrets superflus (lamentações
supérfluas), com um ponto candeur parfaite, tendo sapatos cheveux de la reine (cabelos da rainha), bordados com
brilhantes e de venez-y voir (venham lá ver) em esmeraldas; a cabeça estava frisada em sentiments soutenus
(sentimentos sustentados), com um chapéu conquête assurée (conquista assegurada), guarnecido com plumes
volages.
Os perfumes preferidos eram o âmbar, a lavanda, a violeta e as essências de flores. No século XVI, ficaram
em moda os perfumes vindos das Índias e das Américas. No século seguinte, abusava-se do Íris de Florença e os
homens usavam a essência de muguet e se pintavam como as mulheres. Robespièrre não dispensava pó-de-arroz
e Napoleão também, até a campanha da Itália.
Quando o duque de Richelieu quis participar seu casamento, mandou decorar a participação com desenhos
simbólicos. Assim, havia a espiga de milho, que é a prosperidade; a gaiola de pássaros, que é o sinal de amor
conjugal, e uns brinquedos, provam de que pretendia ter prole. A participação estava assim redigida: “O Senhor
Duque de Richelieu casou-se, na noite de 6 para 7 de agosto de 1734, no castelo de Montjau, na Borgonha, com a
segunda filha de Ana Maria e José da Lorena, príncipe de Guise, conde d´Harcourt”. Casamento celebrado à meianoite, hábito freqüente nos castelos que possuíam capela, e precedido de um lauto jantar, para o qual eram
convidados parentes próximos, vizinhos e amigos íntimos.
Foi o Marquês de Pons que teve a idéia de redigir participações, mais ou menos nos estilos das que se
usam hoje para convidar para a cerimônia religiosa: “Monsieur et Madame de Pons têm a honra (sont vênus pour
avoir l´honneur) de participar o casamento do Senhor Marquês de Pons, seu filho, com Mademoiselle de Brosse”.
Na página oposta, dizia a participação que “Madame de Castellane tem a honra de participar o casamento de
Mademoiselle de Brosse, sua filha, com o Senhor Marquês de Pons”. No dia imediato, a jovem recém-casada
recebia os cumprimentos pela manhã, ainda no leito.
Os antecedentes do casamento eram muitas vezes longos e penosos, pois era nesse período que os pais
discutiam interesses e dotes. Ficando todos de acordo, uma moça passava a ser a “prometida” e o noivo o
“pretendente”. O anel de brilhantes era de rigor. A família da noiva oferecia o primeiro jantar de noivado e, nessa
noite, logo após a refeição, a dona da casa, sem isolar os noivos, dava um jeito para que ambos pudessem
conversar sem serem ouvidos – como ensina a baronesa de Staffe.
O casamento civil – desde que se tornou obrigatório – realizava-se (como até hoje) no cartório de paz ou em
casa e a noiva trazia vestido simples. Mas a cerimônia religiosa foi sempre a mais importante. A noiva vestia-se de
vermelho até Maria Stuart. O noivo de fraque ou casaca. Até o começo do século, o hábito era dar um jantar após a
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cerimônia, jantar em que os noivos se sentavam um em frente ao outro. Mais tarde, a noiva deixava a sala
discretamente, sem que os presentes percebessem ou dessem mostra de percebê-lo. Era a essa hora que a mãe
da moça lhe fazia as últimas recomendações. Depois de vinte e cinco anos de felicidade conjugal chega à vez das
bodas de prata; e vinte e cinco anos mais tarde, as de ouro. Isso, se antes não surgir o divórcio, acidente doloroso
e, muitas vezes, sem possibilidade de ser evitado, ainda que condenado pela Igreja e aceito até certo ponto pela
sociedade. Hoje em dia, a sociedade não condena essa atitude.
A viscondessa de Fumes, Alienor de Poitiers, diz que, nos fins do século XV, as mulheres não assistiam a
funerais nem a enterros. As grandes damas, quando perdiam pessoas muito chegadas, ficavam em seus aposentos
durante seis semanas e, nos nove primeiros dias de luto (nojo), recebiam no quarto de dormir, com a cama e as
paredes revestidas de tecido negro. Quando alguém era favorecido no testamento, usava luto por três meses,
mesmo não sendo parente do falecido. Os relógios costumavam ser parados na hora da morte do dono da casa e
os lustres e os espelhos eram cobertos de crepe, durante o tempo de luto.
Os velhos tratados de boas maneiras falam longamente em duelos e suas regras severas. Costume
bárbaro, trazido pela gente do norte do continente e também pelos francos, foi aceito por Gôndebaud, rei de
Borgonha, e condenado por São Luiz. Há o relato de um famoso duelo entre François de Vivonne, Senhor de la
Châtaigneraie, e Gabot de Jarnac. Ambos levavam um escudo, uma espada com fio dos dois lados e dois punhais,
presos à altura do meio da coxa.
Era torneio de vida ou morte. Um deles – pelo menos – não escapava com vida. Henrique IV condenou o
costume e Luiz XIV não teve dúvida em mandar decapitar um Montmorency por ter desrespeitado a proibição. No
fim do século passado, eram freqüentes os duelos e a eles ficaram ligados nomes famosos na história da França.
Deroulède, Daudet, Drummont e Rouzier-Dorcières bateram-se em campo aberto, sobretudo pelos lados do Bois de
Boulogne.
Na Bela Época, os grandes clubes possuíam salas de armas e os gentis-homens sabiam manejar a espada
e a pistola. Era de bom-tom somente ferir o adversário no antebraço e as armas de fogo eram municiadas com
cargas mais ou menos inofensivas. Os duelistas batiam-se em mangas de camisa, quando se tratava de espada ou
sabre, e sobrecasaca, se a arma era a pistola. Havia sempre um médico presente e as testemunhas, que
consertavam os detalhes do duelo, compareciam, quando o encontro não podia ser evitado. Conta-se o episódio
curioso, sucedido com o marquês de Rivaroiles. O fidalgo só tinha uma perna. Perdera a outra na guerra de 1870.
Provocado para o duelo com o Senhor de Madaillan, enviou-lhe, no dia imediato, um cirurgião para que lhe
amputasse uma perna, pois não poderia bater-se com tal desvantagem.
Há na história um episódio de bravura e galanteria, que se deu em um duelo coletivo e que vale ser
lembrada nesta pesquisa de boas maneiras. Foi a 11 de maio de 1745. Lutavam os franceses contra os ingleses,
estes aliados aos holandeses e alemães. As forças aliadas já haviam sido duramente castigadas quando o duque
de Cumberland teve a idéia de formar uma poderosa coluna de infantaria anglo-germânica e dar uma carga contra
os soldados franceses. Essa coluna avançava, atirando para todos os lados. Quando os atacantes chegaram a
cinqüenta metros da guarda francesa, os oficiais adversários saudaram-se e lord Hay, avançando, disse em voz
pausada: “Messieurs des gardes françaises, tirez!” (Senhores guardas francesas, atirem!). Nesse instante, o conde
d´Auteroche saiu das fileiras francesas e respondeu: “Après vous, messieurs lês Anglais; nous ne tirons jamais lês
premiers!” (Depois de vocês, senhores ingleses, jamais seremos os primeiros a atirar!). Essa cortesia custou caro,
porque a descarga dizimou toda a primeira linha da guarda francesa, que terminaram por vencer a batalha de
Fontenoy. Se Cyrano de Bergerac estivesse presente, diria: “Quelle bétise, mais quel gêste!” (Que besteira, mas
que gesto!).
Hoje em dia ninguém mais se lembra – a não ser um original – de desafiar alguém para um duelo. O duque
de Levis Mirepoix diz judiciosamente que o faltoso – sendo um gentleman – deve desculpar-se pelo mal que fez,
sem que haja necessidade de uma desforra tão brutal e fora de época. Nenhum tratado moderno de boas maneiras
trata do caso.
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Para que não se diga que somente trazemos testemunhos de povos mais velhos e civilizações mais
sólidas, vamos reproduzir um trecho do Manual da Civilidade Brasileira, editado em 1848, pela Livraria Agostinho de
Freitas Guimarães e Cia., na Rua Sabão do sabão nº 26, no Rio de Janeiro. Tratando dos deveres dos convidados,
diz o livro: “Os convivas que têm criados, levam um consigo, que se junta aos da casa para servir e ficar sempre
atrás de seu amo; não devem, contudo, falar com ele e, ainda menos, repreendê-lo; antes de irem para a mesa
devem instruí-lo do que hão de fazer e recomendar-lhe que sirva a todos os convivas sem distinção e que, finda a
mesa, se retire imediatamente, porque só os criados da casa devem comer na copa; essa regra sofre, contudo,
muita exceção, mormente nos palácios de campo, em que é de costume que os que servem à mesa comam da
mesa; se a senhora ou menina da casa preparou algum prato ou doce e que disso se saiba, deve-se pedir dele e
gabá-lo muito e pedir segunda vez, se ainda restar bastante”.
E ainda há este tópico saboroso do tratado: “Uma senhora nunca deve ir à parte nenhuma só e em toda
parte onde for deve fazer todos os esforços possíveis para ser amável, de boa índole e agradecida a todos que a
tratarem bem; quando houver pouca gente na sala, pode conversar um pouco mais, mas evitar sempre a companhia
daquelas pessoas que fazem roda à parte para falarem pela boca pequena e para rirem, às gargalhadas, sem que
se saiba qual o motivo de suas risadas; e esse procedimento é sempre indiscreto e, por vezes, atrevido, e dá má
idéia das moças que não querem que se saiba o que elas dizem; deve evitar os freqüentes abraços, ósculos e
apertos de mão prolongados, ainda que com suas maiores amigas; prove seu afeto para com suas amigas,
louvando sinceramente o que nelas lhe agrada, fazendo sempre boas ausências e defendendo-as, se alguém falar
mal delas e dando-lhes qualquer de seus enfeites, que despertasse seu apetite; uma moça nunca fala baixo senão à
sua mãe ou a quem faz as suas vezes”.
UMA PRIMEIRA PALAVRA – IDENTIFICANDO O PROBLEMA
A
lém da competência e do foco em resultados, há outra coisa que pode dar um belo empurrão na sua carreira:
boas maneiras. Você é considerado um profissional competente e tem um currículo brilhante, impecável. É
proativo, orientado para resultados e tem uma constante preocupação em se manter atualizado. Então, por
que carga d’água vive sendo preterido nas promoções? Por que não consegue convencer os recrutadores a lhe
contratar? Por qual razão sua carreira simplesmente não decola?
É possível que esteja se preocupando demais em desenvolver suas capacidades técnicas e dando pouca
atenção a suas habilidades sociais. "Para conseguir avançar nos níveis internos, é preciso mais do que a simples
disposição para o trabalho", diz o consultor americano John Molloy, autor do livro Molloy's Live for Success. "As
habilidades sociais são um pré-requisito determinante para o sucesso no mundo corporativo”.
Você está seguro de que sabe comportar-se corretamente num almoço de negócios? Tem competência ao
se apresentar para outras pessoas? É capaz de conduzir uma conversa polida? Sabe vestir-se adequadamente
tanto para uma reunião como para o casual day?
Afinal, as empresas estão dando um peso cada vez maior a suas atitudes, a sua postura e a seu modo de
proceder. Saber como agir nas mais variadas situações do dia-a-dia de trabalho e driblar as saias-justas representa
uma vantagem competitiva e tanto. Isso leva a crer que você tem educação, bom-senso e traquejo - e, portanto,
está preparado para representar a empresa em qualquer ocasião. Não dê ouvidos se alguém lhe disser que se
preocupar com a etiqueta é algo fútil ou secundário.
Dominar o código de comportamento em vigor no mundo dos negócios faz bem, sim, para sua vida
profissional. Uma enquete eletrônica realizada em dezembro no site de VOCÊ S.A. dá mostra de que as pessoas
estão, pouco a pouco, tomando consciência disso. De um total de 480 entrevistados, 88% acham que profissionais
atentos às regras de etiqueta têm mais chance de crescer e se dar bem na carreira do que outros.
A etiqueta corporativa, no entanto, é muito mais do que saber distinguir entre um garfo de salada e o do
prato principal. Qualquer atitude que incomode as pessoas a seu redor é considerada falta de modos. Exemplos:
10
bater o telefone, falar alto, importunar seu colega com conversas e perguntas o tempo todo, exagerar no
perfume, esquecer do desodorante, entre outros.
"Como os sinais de trânsito e os mapas rodoviários, o protocolo do escritório nos protege de colidir com os
outros, de magoar os sentimentos dos colegas ou de prejudicar a reputação da empresa", diz Amy Vanderbilt,
autora de “O Livro Completo de Etiqueta”. A elegância abrange, ainda, a consideração e o respeito por
subordinados, chefes e colegas e a disposição em ser agradável e gentil.
Isso não significa sair por aí beijando ou bajulando todo mundo. As pessoas podem ser bem-educadas,
corteses e sociáveis ao mesmo tempo em que mantêm uma atitude positiva, simpática e, sobretudo, genuína - o
que nos remete a questões como valores e ética. Se você é uma pessoa divertida, atenciosa, flexível e tolerante,
pode estar certa de que muitos erros lhe serão perdoados.
Simpatia é fundamental em qualquer situação. “É ela que aproxima as pessoas e torna a vida da gente
muito mais fácil”, diz Cláudia Matarazzo no livro “Etiqueta sem Frescura”. "Infelizmente não há regras para ser
simpático, mas se preocupar com o bem-estar dos outros já é, sem dúvida, um bom começo."
UM RESUMO DE HISTÓRIA
T
ão logo o homem deixou as cavernas, foram necessárias regras para organizar a vida em grupo, ou seja, a vida
social. Quando as regras não eram seguidas, a pessoa era ridicularizada. Já na Idade Média, as regras de
comportamento tinham motivações militares, com gestos que significavam "paz": o apertar de mãos, com a mão
forte (guerreira), o retirar do chapéu (respeito), o retirar do elmo, ou o levantar da viseira (como gesto de
reconhecimento e confiança dos Cavaleiros - em - armadura).
O envio de convites se iniciou antes das grandes navegações - o comércio se fortalecia com as visitas, que
eram quase sempre associadas às refeições. As refeições se faziam sem talheres, e o ato de apanhar alimentos
com as mãos, de uma mesma travessa, aproximava as pessoas. Ao final, os árabes tinham o ritual do café, os
japoneses o do chá, e os gregos presenteavam os visitantes com sal.
Até o final do século 17, os Europeus levavam consigo uma faca de caça, quando convidados para uma
refeição, para cortar os alimentos em pedaços menores. Os japoneses sempre prepararam os alimentos em
pedaços pequenos, evitando a necessidade de usar talheres metálicos. Começaram, então, a surgir os primeiros
códigos escritos de Comportamento, para uso generalizado - anteriormente havia códigos para grupos fechados, na
China, no Japão (os Samurais), na Grécia, na antiga Roma, e na França (os Livros de Cortesia ensinavam os
Cavaleiros como se comportar na presença de uma dama, a quem deveriam defender).
Os primeiros manuais amplos surgiram na Itália e na Inglaterra, por volta de 1530. Mas foi na França, no
século 17, que surgiram as "etiquetas", pequenos bilhetes escritos por Luiz XIV, para ensinar como os convidados
da Corte deveriam se comportar em determinada cerimônia. Esta é a origem do nome Etiqueta. As pessoas comuns
procuravam, de todas as formas, imitar as maneiras da Corte.
Na Inglaterra, no século 18, as "Cartas de Chesterfield" ensinavam como se comportar para obter favores
de pessoas influentes e poderosas. O conjunto de regras originado na França e na Inglaterra foi amplamente
adotado no Brasil, principalmente a partir do início do século 20. A França, em particular, se tornou o modelo de
cultura - era o Francês o idioma oficial da diplomacia.
Famílias abastadas enviavam seus filhos para os estudos na França (exemplo: Santos Dumont). Com o
correr dos anos, e o crescimento imenso da população, e mais, com a influência da televisão (que muitas vezes
incentiva os comportamentos informais), a maior parte da população se afastou das Regras Clássicas de
Comportamento. Mas existe um "mínimo" de regras que devem ser seguidas, especialmente nos negócios. Porém,
se você se dedicar a um estudo mais profundo das regras de etiqueta e comportamento, e passar a se comportar
de acordo com elas, você encontrará mais portas abertas do que encontrava antes! Mal, não faz! Só pode fazer
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bem! Apenas não faça isso com excesso de afetação, ou para "aparecer". O efeito pode ser o contrário do que
você espera. Aja com naturalidade, e tudo irá bem! Quando não se lembrar de algum detalhe, use o bom senso!
ETIQUETA PROFISSIONAL: QUEM PRECISA DELA?
T
odo contato profissional é feito através de relações interpessoais. As correntes estruturalistas e behavioristas
ensinam que as pessoas respondem à forma como são tratadas. Se tratarmos os outros com cortesia, simpatia
e atenção, certamente receberemos o mesmo tratamento. Em contra partida se cometemos alguma gafe e
mesmo inadvertidamente desconsideramos alguém, estaremos na circunstância de perdermos um cliente, um
grande negócio ou um importante aliado.
Competindo por um lugar no mercado de trabalho duas pessoas de igual capacitação técnica, terá mais
chances de sucesso aquela que melhor souber se apresentar e tratar as pessoas. Como nos diz Mary Alden
Hopkins em seu livro “Tirando Proveito da Cortesia”: "O conhecimento e a prática das normas que regem o
comportamento no mundo dos negócios geram benefícios imediatos; facilitam o trato com clientes; ajudam os
executivos a portarem-se com confiança e naturalidade em qualquer circunstância da vida social e profissional;
melhoram o relacionamento entre colegas ou entre chefes e subordinados da mesma companhia; e, refletem-se de
maneira positiva em todas as áreas de uma empresa: Produção, Marketing, Vendas, Publicidade, Atendimento à
Clientela, Treinamento e Seleção de pessoal."
O Carnegie Institute of Technology analisou os dados de 10.000 pessoas e concluiu que 15% do sucesso se
deve ao treinamento técnico, à inteligência e à habilidade no trabalho. Os outros 85%, obedecem a fatores de
personalidade e habilidade de conduzir pessoas com sucesso.
Quando o Departamento de Orientação Vocacional da Universidade de Harvard realizou um estudo de
milhares de homens e mulheres que haviam sido despedidos de seus empregos, descobriu que: de cada três
pessoas que haviam sido despedidas por não cumprir com o trabalho, duas foram por não terem conseguido
sucesso no seu relacionamento com os demais. Essas porcentagens são ainda maiores num estudo conduzido pelo
pesquisador americano Dr. Albert Edward Wiggan. Nele de 4000 pessoas que perderam seu emprego em um ano,
somente 10% ou seja, 400 fracassaram por incompetência. Noventa por cento fracassaram por não haverem
desenvolvido a personalidade para ter sucesso no relacionamento com os outros.
Um programa de treinamento em “Etiqueta Profissional e Marketing Pessoal” capacita as pessoas a
dominarem os códigos de conduta em escala global. Elas aprendem as formas corretas de cumprimentar, fazer
apresentações, maneira de trajar-se e comportar-se em entrevistas de seleção. Também aprimoram o seu processo
de comunicação, aprendendo a ouvir, a falar na hora certa, com a entonação adequada. Aprendem a tirar melhor
proveito dos recursos eletrônicos (telefone, vídeo-conferência, e-mail).
São ensinadas as melhores técnicas para criticar obtendo resultados positivos, transformar reclamações em
vendas e lidar com colegas e clientes de temperamento difícil, apresentar idéias e projetos com eficiência, conduzirse em reuniões, saber contornar o assédio sexual e muitas outras ferramentas que ajudam a incorporar atitudes e
posturas mais apropriadas a cada atividade profissional. Isso possibilitará a adesão a códigos que respeitam os
interlocutores como pessoas, como individualidades singulares e únicas.
Hoje em dia, Boas Maneiras não são foco apenas de Diplomatas apegados a protocolos nem de madames
que só querem aparecer nas colunas sociais. As grandes corporações são os maiores clientes das Consultorias de
Etiqueta Profissional. Os executivos que nelas trabalham, embora em sua maioria sejam portadores de diplomas de
MBA de universidades estrangeiras, fluentes em vários idiomas e possuidores de reconhecido saber técnico,
sentem enormes dificuldades quando saem da frente de seus computadores e precisam relacionar-se com o mundo.
Como não dominam a arte de saberem se comportar corretamente em todas as ocasiões fica claro os erros que
cometem. Esses erros se tornam visíveis na aparência pessoal, nos gestos, na entonação, no palavreado, passando
depois para os modos, apertos de mão, troca de cartões de visita, conduta em elevadores e mesas de restaurantes,
uso do telefone convencional ou celular e outros.
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As pessoas que não dominam a Etiqueta Profissional, na maioria das vezes, nem se dão conta das gafes
que cometem, mas elas denunciam sua falta de traquejo e refinamento, prejudicando sua carreira e arranhando a
imagem da empresa onde trabalham.
O mundo de hoje é dos positivos, dos que fazem, dos que se comprometem e se engajam em causas
justas, dos que têm opinião, dos pró-ativos, dos que têm vontade de aprender, de crescer e de serem mais e
melhores. E, acima de tudo daqueles que sabem que não farão isso sozinho, precisarão contar sempre com a
colaboração de outras pessoas. Essas pessoas certamente não dispensarão a Etiqueta como poderosa aliada em
sua trajetória rumo ao sucesso.
ETIQUETA GLOBAL
U
ma coisa é você cometer uma gafe quando viaja a passeio - em geral é até divertido. Outra, bem diferente, é
dar uma bola fora numa viagem a trabalho. Nesse caso, provavelmente, a história não terá graça nenhuma.
Pior: dependendo da dimensão, a tal mancada pode acabar comprometendo relações - e negócios
importantes. Para não se perder nesse caldeirão de culturas globais, uma boa dica é pesquisar um pouco sobre o
lugar para onde vai. Para isso, converse com colegas que já estiveram lá, leia livros ou navegue na internet. Saiba o
nome correto do país, sua capital, seu regime político, características geográficas, o esporte mais popular, os
principais pontos turísticos, e por aí afora.
Aprenda também algumas palavras ou expressões na língua local como ‘‘bom dia”, “por favor", "obrigado".
Em viagens internacionais, o ditado que recomenda nunca discutir religião, política ou sexo vale em dobro. O
segredo é agir de forma diplomática. Lembre-se de que você representa uma espécie de embaixador do seu país.
Expresse reconhecimento pela arte, arquitetura, cozinha ou pelo que mais mereça elogio em relação à cultura alheia.
Em situações sociais fora do comum, o correto é confessar desconhecimento. A atitude demonstra aceitação e boa
vontade em aprender. Também é importante agir com moderação. Nada de brindes prolongados, abraços efusivos,
galanteios superlativos, samba no pé e odes ao Brasil.
O PROTOCOLO NO SÉCULO XXI
A
s relações governamentais, empresariais e sociais deste novo século estão baseadas nos princípios da
cidadania e da civilidade, motivadas pela globalização da informação. Para a viabilização dos contatos e a
finalização dos negócios, é fundamental que o relacionamento entre as pessoas e as organizações seja
embasado na moral, na ética, na organização e na transparência. Aí está à importância do protocolo, do cerimonial e
da etiqueta, já reconhecida pelos empresários e administradores públicos, que se dedicam com maior eficácia e
eficiência no aperfeiçoamento dos conhecimentos na arte da convivência humana.
Protocolo, cerimonial e etiqueta não têm o mesmo conceito; muito embora sejam confundidos, formam o
tripé de uma das mais fortes ferramentas da comunicação - o evento. O evento é um instrumento de aproximação,
de contigüidade física entre os participantes, com a otimização da comunicação oral, escrita, visual e interpessoal.
Seres humanos não vivem isolados; têm necessidade biológica e psicológica em viver e conviver em
grupos. Neste momento, consolida-se a aproximação, o acontecimento, o evento, que seleciona públicos e os
aglutina, em determinado local e horário específico. É a ocasião dos encontros, dos prospects, das tratativas e da
negociação. As pessoas têm e exercem o poder do diálogo, percebem que podem ter o mesmo interesse e trocam
experiências e opiniões. Entretanto, um encontro sem regras definidas é o inicio de uma história sem planejamento e
com final de insucesso.
As leis do protocolo, as regras do cerimonial e as normas da etiqueta demonstram sua importância nesta
hora, no qual opiniões são trocadas e negócios decididos. A não observância dessas regras, que norteiam a
civilidade e o relacionamento entre as pessoas, transformam a ocasião em uma disputa incessante pela palavra,
pela primazia do lugar, pela posição, e a luta pelo poder. É o desastre total do inter-relacionamento entre pessoas e
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povos, e o início da vaidade, da egocentria, da falta de ética, na qual as personalidades - do mundo político e
econômico - dão maior importância ao ter do que ao ser.
Tratado até uma década atrás como supérfluo, por alguns que não entendiam sua importância e
necessidade como agente catalisador do resultado de um evento, o protocolo, o cerimonial e a etiqueta transformada neste século em postura empresarial - finalmente ocupam sua exata posição no mundo empresarial e
governamental, com a aceitação e o reconhecimento merecido.
A soma das leis protocolares - que regem o acontecimento, dando a cada um de seus participantes as
prerrogativas, privilégios e imunidades a que têm direito -, com as normas do cerimonial - que têm a força de
transformar um evento em uma cerimônia ou uma solenidade - permite que a disputa pelo poder ceda seu lugar à
disputa pelo conhecimento, pela inteligência e pela competência.
E a etiqueta? Entendida, atualmente, no mundo dos negócios como postura empresarial, gera um conjunto
de regras que resultam não somente no comportamento das pessoas, mas no comportamento daqueles que influem
na imagem empresarial. Agora, é a organização - seja empresarial ou governamental - que se apresenta e não mais
o seu dirigente. Não se trata de forma alguma da desvalorização da pessoa como e quando ser humano, mas na
sua valorização extrema, capaz de com o seu comportamento, transformar a imagem empresarial em um conceito
de organização.
Do mais alto empresário, ao maior dignitário público até o mais humilde dos colaboradores já entendem e
aceitam a necessidade do planejamento, da organização, do uso do protocolo, do cerimonial, da etiqueta e,
sobretudo, da ética em benefício do conjunto. Sabem que somente seguindo esse caminho permitirão que a função
que exercem - a mais alta ou a mais simples - a tornem mais nobre, mais sábia, mais digna, para receber e merecer
as imunidades, prerrogativas e direitos inerentes aos cargos que exercem. O protocolo faculta esse direito ao
profissional, à autoridade, ao cidadão; a postura empresarial possibilita conquistá-lo. Esta é a conceituação para os
desafios que os profissionais enfrentarão no mundo globalizado e, cada vez mais, em tempo real.
PROTOCOLO NÃO É ETIQUETA
U
ltimamente tem-se ouvido, principalmente por profissionais da área de comunicação social, que protocolo é o
mesmo que etiqueta. Tão real tornou-se este conceito, que vários livros lançados confundem as regras,
tratando um segmento pelo outro. Diferem-se, e em muito. O protocolo é regido por leis e decretos; a
etiqueta por regras e normas.
Tratado como supérfluo, por alguns que não entendem de sua necessidade como agente otimizador do
resultado de um evento; como frivolidade, por outros que confundem organização com "frescura"; e como
antiquado e "démodé", por terceiros que não conhecem a importância da cultura e dos ritos na implantação das
solenidades, o protocolo luta, ainda hoje, para ocupar seu lugar no mundo empresarial.
O setor governamental aceita e reconhece sua importância. O estranho disso tudo é que essas mesmas
pessoas que tratam o protocolo como supérfluo, frivolidade e antiquado, não se casam sem a tradicional cerimônia
na Igreja, com trajes especiais e tudo o que têm direito, seja qual for à religião dos nubentes -, não dispensando o
"Bar Mitzva" dos filhos aos treze anos, a Festa dos Quinze Anos com a valsa dos pais ou solenidade das Bodas de
Ouro, aos cinqüenta anos de matrimônio. Respeitam os trajes especiais dos juízes na Corte - toga -, dos reitores
nas Universidades - beca, samarra e borla, - o manto e a coroa da realeza e a batina dos sacerdotes. Mesmo
assim, dizem ou fingem que desprezam o protocolo.
Acreditamos que simplesmente desconhecem seu significado. O protocolo rege o evento, dando a cada
um dos participantes as prerrogativas, privilégios e imunidades que as pessoas têm direito. Define a precedência,
as formas de tratamento, lugares, trajes, regulamenta o uso dos Símbolos Nacionais, valorizando o resultado do
evento, por meio da adequação de cada ato ou atividade.
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E ISSO É ETIQUETA? Definitivamente, NÃO. Etiqueta é o conjunto de regras que resultam no
comportamento das pessoas. É cultural, é regional. O protocolo estabelece a precedência de uma autoridade,
permite que ela ocupe a posição inerente ao seu cargo e função. A etiqueta define o comportamento das pessoas
no exercício do cargo, o respeito que ela tem por seus pares, seus atos, suas falas e pronunciamentos, sua ética, a
forma de tratar os outros, de conviver com o próximo; é o comportamento adequado, o sorriso amável e sincero, a
ausência da maledicência. É permitir que essa alta função a torne mais nobre, mais sábia, mais digna, para
receber e merecer as imunidades e direitos que o protocolo lhe garante. O protocolo garante esse direito à
autoridade; a etiqueta lhe permite conquistá-lo. Essa é a diferença.
PSICOLOGIA DO MARKETING PESSOAL
O
fato de o mundo ter mudado muito nos últimos anos não quer dizer que as boas maneiras e as regras de
etiqueta caíram em desuso. Ao contrário, essas regras continuam mais vivas do que nunca, e ainda hoje são
capazes de construir uma imagem pessoal altamente positiva, principalmente no mundo dos negócios. Elas
são imprescindíveis para executivos que querem deslanchar no marketing pessoal. Por isso mesmo, antes de
falarmos das regras de etiqueta e boas maneiras, é bom entender como funciona a psicologia do marketing pessoal.
Há uma propriedade natural do cérebro humano que nos cobra uma explicação para todas as coisas que
percebemos. Como é praticamente impossível ter explicação para todas as coisas, costumamos nos socorrer de
determinados "conceitos" que a sociedade admite como sendo verdades. São as chamadas "convenções".
Veja um exemplo: Ninguém vai a uma missa ou a uma solenidade importante trajando roupa de banho,
não é mesmo? Ninguém age assim porque há uma convenção que estabelece regras a respeito de roupas
adequadas para determinadas situações. São essas convenções que compõem a escala de valores das pessoas,
grupos e sociedades - "Convenção é tudo aquilo que é aceito — por consentimento geral — como norma de
proceder e de agir no convívio social."
Quando você se comporta de acordo com a escala de valores de um determinado grupo, é aceito por esse
grupo. No entanto, quando não age de acordo ou quebra uma convenção, fica sujeito a interpretações que fogem ao
seu controle. Você pode ser visto como pessoa de "outro grupo" e, imediatamente, afastado daquele. "Todos os
símbolos — cores, formas, comportamentos, estilos etc. — são associados, mentalmente, a imagens predefinidas. E
essas imagens, quase sempre, são formadas a partir de 'convenções sociais' próprias do ambiente em que
vivemos." É bom lembrar que cada um de nós se vê de acordo com a própria consciência, segundo a nossa ótica e
os nossos próprios interesses. Só que os outros nos vêem por outras óticas, por outros ângulos, e, não raro, vêem
detalhes que nós sequer percebemos.
Assim sendo, o grande segredo para um bom marketing pessoal é projetar a sua imagem através de
símbolos já convencionados e que são característicos de cada grupo social. É por isso que cultivar boas maneiras,
seguindo cuidadosamente o protocolo social, é o grande segredo para ter um marketing sólido e eficiente. Alguns
tipos de associações mentais imediatas:
SÍMBOLO
Livro
Terno
Branco
Sorriso
Gravata
Dourado
Bons modos
Jóias
CONVENÇÃO
Cultura, inteligência
Status
Paz, limpeza
Boa educação, generosidade
Respeito, status
Requinte, luxo
Status, requinte
Luxo, vaidade
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PROTOCOLO EMPRESARIAL – ETIQUETA EMPRESARIAL
C
ada vez mais os executivos são colocados à prova quando têm de demonstrar que sabem como se comportar
em situações de alta tensão protocolar. Mas saiba que tudo passa por uma boa dose de educação, boas
maneiras e excelente bom senso.
As mudanças operadas no mundo refletem-se em todos os domínios e o comportamento da vida
profissional teve de alterar-se radicalmente para se adaptar aos usos e costumes do fim deste milênio. Por isso, é
agora mais do que nunca necessário estabelecer as regras e os princípios comuns que devem reger o
comportamento dentro e fora da empresa para facilitar a cooperação e a convivência entre pessoas de meios
diversos e culturas diferentes.
Um funcionário executivo, homem ou mulher, pode ser muito competente, trabalhador e inteligente, mas, se
tiver má imagem e não souber comportar-se socialmente, poderá ser prejudicado na sua carreira profissional. Essa
carreira não se cumpre apenas, nem talvez, sobretudo, portas adentro da empresa. Fazem-se nomeadamente de
encontros, conversas, reuniões, almoços e jantares de negócios. E, nela, o cônjuge também tem um papel
crescentemente relevante a desempenhar. A componente social de uma carreira profissional é por isso cada vez
mais importante. E por isso também é que os conhecimentos de protocolo em geral, e do protocolo empresarial em
especial, têm tanta importância.
O que é, então, o protocolo? O cidadão comum associa o protocolo a um grande cerimonial e situações
solenes e um pouco teatrais, em que pessoas algo pomposas e muito bem vestidas parecem obedecer a uma
marcação pré-estabelecida, que evita, quando evita, atropelos, precipitações ou confusões.
Mas, nos tempos que correm o protocolo não se limita às normas escritas que regem o cerimonial do
Estado. Inclui também as normas de cortesia que facilitam a vida em sociedade, seja em casa, seja na empresa. A
cortesia e o protocolo já foram comparados, aliás, a dois círculos concêntricos em que o maior — a cortesia —
engloba o menor — o protocolo. Ou seja, pode haver normas de cortesia fora do protocolo, mas não pode
haver protocolo sem cortesia.
Assim como a cortesia serve para tornar mais fácil e agradável a vida em sociedade, evitando choques,
melindres e problemas, também o protocolo serve para resolver — e não para criar — dificuldades. No entanto,
podem surgir entre a cortesia e o protocolo, sobretudo no mundo dos negócios, onde é a concorrência quem muitas
vezes dita a lei.
A partir do momento em que homens e mulheres passaram a trabalhar juntos, as regras tradicionais e
imemoriais de proteção e deferência em relação à mulher foram postas em causa. E, por isso, as regras de conduta
protocolar tiveram de adaptar-se aos novos tempos e à vida dentro das empresas modernas. Assim surgiu o
chamado “protocolo empresarial” ou “etiqueta empresarial”, que é um código de conduta que rege a maioria das
situações da vida de uma empresa: reuniões, apresentações, programas de trabalho e programas sociais, etc.
Baseando-se no protocolo diplomático — com regras mais flexíveis e menos formais, visto que as empresas
são organismos em constante mutação e em interação permanente com um universo de gente muito diversa —, o
protocolo empresarial fundamenta-se também na cortesia, podendo definir-se como o conjunto de normas e etiqueta
que regem a indumentária e o comportamento das pessoas em determinadas situações da vida profissional.
O protocolo empresarial pode definir-se como o conjunto de atos de boa educação e respeito que facilitam o
relacionamento interpessoal dentro das empresas ou, se preferir, como o conjunto de formalidades que se devem
observar no relacionamento das empresas. Consiste numa mistura, em doses iguais, de boa educação e bom
senso. E a sua sistematização ajuda quando é preciso algo mais do que boa educação ou bom senso para resolver
situações insólitas.
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Oscar Wilde dizia que “estar dentro da alta sociedade é apenas um aborrecimento, mas estar fora dela é
uma verdadeira tragédia”. Sem ir tão longe, e salvo melhor opinião, creio que, na maioria das profissões, o
comportamento social tem um papel importante, e por isso os conhecimentos do protocolo empresarial ajudam a ter
mais êxito.
É importante, para um executivo, saber fazer convites e responder-lhes; saber vestir-se de acordo com as
circunstâncias; saber conversar, sem ser de negócios, com toda a gente (aquilo a que os ingleses chamam small
talk). É importante, em suma, “saber estar” — em todos os lugares e em todas as ocasiões —, projetando uma
imagem positiva.
O protocolo empresarial não se destina só a ensinar a melhor forma de receber uma pessoa ou estabelecer
o lugar em que ela se senta. Serve, sobretudo para que, na empresa como na vida, cada um saiba relacionar-se
adequadamente com clientes, colaboradores, colegas e superiores.
ÉTICA E ETIQUETA
N
a dinâmica do mundo dos negócios a etiqueta integra-se ao exercício da ética profissional que deve estar
presente em todos os níveis de função. È o que explica sua inclusão nos treinamentos de pessoal e o êxito
dos livros sobre etiqueta profissional nas estantes das livrarias, lado a lado com os títulos de Economia e
Administração de Empresas.
As palavras ÉTICA e ETIQUETA são derivadas do grego ethos, que significa
comportamento. Sua diferença está no nível de ação. A ética trata dos atos morais através de
manifestações da consciência. Ela é o referencial para o indivíduo agir corretamente em relação
a si mesmo e ao próximo. Assim, no universo profissional, é falta de ética e quebra de palavra
não cumprir um contrato, feito em confiança, sem comprometimento jurídico. Falta de ética,
também, é a fraude de entregar um produto de qualidade inferior àquela apresentada no
mostruário.
Etiqueta é a forma dos indivíduos conduzirem-se de acordo com normas preestabelecidas numa sociedade,
visando um convívio agradável e uma comunicação clara. Trata também do protocolo e do cerimonial a seguir em
eventos com a participação de autoridades e de pessoas que ocupam lugares destacados numa cerimônia. Ser
gentil significa praticar a cortesia. Assim, quem não responde ao cumprimento de um companheiro de trabalho que
está chegando ao escritório pela manhã, além de manifestar falta de educação, está sendo agressivo. Também
descuidar do asseio pessoal é ferir as boas maneiras e faltar à consideração devida ao próximo.
AS PRIMEIRAS PUBLICAÇÕES SOBRE ETIQUETA
interessante notarmos que o tema etiqueta que ultimamente tem estado tão em voga tanto nos encontros
sociais em geral quanto como instrumento empresarial e sendo divulgado de tantas formas como em revistas,
sites, livros, programas de televisão e cursos sobre o tema tem uma origem histórica que remonta a séculos
anteriores, época das cortes européias.
É
As primeiras divulgações da etiqueta foram feitas por meio de tratados de humanistas,
como foi o caso do holandês Erasmo de Rotterdam no início do século XVI. Ainda na
adolescência, Rotterdam tornou-se órfão e, na falta de recursos, seus parentes decidiram que o
melhor seria mandá-lo para o seminário, onde poderia dar continuidade a seus estudos e trilhar
uma carreira monástica. Ali, interessou-se mais pela literatura e pelo latim do que propriamente
pela vida religiosa, dedicando grande parte de seu tempo aos livros, o que lhe trouxe um
crescente êxito intelectual e erudição. A aprendizagem que tinha tido em latim facilitava a
comunicação numa época em que essa língua gozava de uma importância crucial para um
maior acesso à informação. A partir daí, teve a possibilidade de ir para Paris e depois para a
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Inglaterra, onde concluiu seus estudos em grego, passando a viver com os ganhos do que publicava.
Sua fama de erudito despertou interesse em famílias de camadas altas da época, que o solicitavam para
receber governantes, duques, etc. Em 1530, publicou De civilitate morum puerilium (A civilidade pueril) a primeira
tentativa de sistematização das “boas e más maneiras” de que se tem notícia. Nesse livro, o autor fornecia
orientações sobre o comportamento que se devia ter em sociedade tais como as posturas, os gestos, o vestuário,
expressões faciais etc. Rotterdam dedicou as orientações a um menino nobre, filho de príncipe, porém sua
disposição mais ampla foi transmitir “os preceitos de civilidade pueril”, ou seja, a educação de crianças. Uma vez
aberto o caminho, outro manual foi escrito quase três décadas depois. Trata-se de Galateo ou Dos Costumes
escrito por outro humanista, o italiano Giovanni della Casa, publicado em 1558 e considerado o marco cronológico
de encerramento dos grandes títulos da renascença italiana. Galateo é também um texto datado do século XVI,
mas, se comparado ao de Erasmo de Rotterdam, apresenta algumas diferenças em termos da organização. Não
está dividido em capítulos e apresenta-se sob a persona de um “velho rústico” narrador, que oferece instrução para
um jovem discípulo sobre o “bem comportar-se”, depois de passar muitos dos seus dias nas cortes dos grandes
senhores e ter aprendido alguns “refinamentos”.
Podemos depreender dessas obras a idéia de que alguns comportamentos hoje considerados
“inconvenientes” já estavam presentes no imaginário das elites do século XVI. A etiqueta já podia, então, ser vista
como uma linha de fronteira entre o “eu” “refinado/ civilizado/ educado” e um outro “rude”, não “lapidado”. No início
do século XVII o ensino de regras de boas maneiras atingiu as escolas femininas em Paris. Em 1679, Jean-Baptiste
de La Salle, responsável por escolas cristãs, retomou em termos gerais o modelo de Rotterdam na educação de
crianças pobres da cidade, transformando seus comportamentos e, em 1703, publicou o tratado “Regras de decoro
e da civilidade cristã“.
É possível perceber que os usos da etiqueta se redimensionaram e, se num determinado momento eles
eram apanágio dos filhos da nobreza, a difusão social dessa prática foi estendida também às classes populares, por
meio de medidas assistenciais. Isso porque a própria idéia de homem passava por uma transformação e o modelo
ideal seria o homem nobre “civilizado”. Transmitir às crianças pobres tais regras significava repassar um
comportamento tido como correto e, portanto, necessário.
Os títulos anteriormente selecionados dizem respeito a uma literatura de
divulgação da etiqueta nas épocas citadas. Já no que se refere à etiqueta como objeto de
pesquisa destacamos O Processo Civilizador de Norbert Elias figura entre as primeiras
análises sociológicas que buscaram a compreensão das boas maneiras como mediação
social e como uma prática (re)definidora de padrões de comportamento no âmbito das
relações sociais. Elias se dedicou a entender o longo “processo civilizador” de
aprendizagem e transformação de hábitos e costumes ao qual a aristocracia européia se
submeteu a fim de controlar suas pulsões. O tema das “boas maneiras” não constitui o
objetivo central de sua obra, que se concentra na compreensão de como a sociedade
descentralizada da Idade Média, sob o poder feudal, transformou-se em uma sociedade
organizada sob a forma de Estados no Ocidente.
Elias argumenta que a estrutura da sociedade se modificou concomitantemente ao padrão de
comportamento, assim como a sua constituição psíquica. O senso do que fazer ou não, a fim de não incomodar ou
ofender os circunstantes tornou-se mais significativo em conjunto com as novas relações de poder que emergiam. O
fato de as pessoas passarem a ter uma tendência cada vez maior de observar a si e aos demais aumentou a
coação interpessoal, assim como a exigência e ênfase em um “bom comportamento”, que foi gradativamente
colocado como requisito de inserção social. As prerrogativas de como se comportar se tornaram verdadeiros
instrumentos de condicionamento ou modelação dos indivíduos à estrutura e situação da sociedade na qual viviam.
Todavia, é importante destacar que esses comportamentos considerados “corretos” ou “incorretos” devem ser
pensados em sua historicidade, já que variam de época para época. Remontando à Idade Média, Elias se esforçou
para recuperar o sentido e os significados que estavam aliados ao conceito de civilidade até chegar ao de civilizado
que conhecemos hoje, pela impossibilidade de se determinar um marco zero na história das “boas maneiras”. Um
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processo lento de construção social da civilidade se desenvolveu, aumentando o desejo de sofisticar os hábitos,
o que apontava um movimento de difusão do “ser polido”. O objetivo era afastar julgamentos maldosos associados
ao fato de se mastigar emitindo ruídos, falar com alimentos na boca, etc., o que levava à rotulação de
comportamentos “rudes ou grosseiros”.
Entre os séculos XVI e XVIII as sociedades de corte cresceram por todos os países da Europa e um dos
exemplos importantes foi o reinado de Luis XIV na França. O grupo de cortesãos que gravitava em torno do rei
diferenciava-se pelo vestuário, pelas expressões e modo de falar; marcas exteriores que denotavam, nesse círculo,
distinção, prestígio e status. No entanto, o que se pretendia como símbolo de altivez passou a despertar desejos de
ascensão em segmentos mais baixos, o que não foi muito bem vindo.
Essa abordagem clássica de Norbert Elias é de grande importância para compreendermos não apenas
como se formou a noção de etiqueta, mas para entendermos mais adiante como essa prática cultural, na sociedade
contemporânea, alcança camadas sociais mais populares, tornando-se um produto a ser consumido. Para o
historiador Jacques Revel o processo de transformação histórica aconteceu aos poucos e as regras que antes
diziam respeito somente a comportamentos em locais sagrados, à mesa, no leito, à manipulação de órgãos como o
nariz, boca, ouvido etc., vão sendo superadas, passando a dividir espaço com disciplinas incluídas nos exercícios
escolares como leitura, escrita, oração etc. Tal conjunto de regras, como destaca Revel, tinha um foco coletivo como
vemos a seguir: “As regras de civilidade visavam a criar entre os homens as condições de um relacionamento
agradável, lícito e, cada vez mais, conforme as reforçadas exigências da religião. Impunham a seus leitores
comportamentos que satisfaziam as normas de uma sociabilidade cada vez mais imperativa situando todo ato
individual sob o olhar de todos”.
Um dos pontos principais para a aprendizagem era o comportamento à mesa pelo fato de ser visto como um
ritual complexo, no qual estava em jogo a sociabilidade, ou seja, comer em companhia de outros; para isso era
preciso ter controle sobre as funções do corpo e seus ruídos, já que o que mais importava era o que se via e
escutava (o coletivo). Nesse sentido, a civilidade (ou como se diz cada vez mais, a honestidade) é, assim, a
tradução de uma virtude individual e de uma vontade social.
É interessante notar que o que vai compondo a etiqueta desde a sua origem é a preocupação com marcas
exteriores que distinguem ou separam camadas sociais. Aquilo que se capta no movimento dos corpos das elites,
primordialmente em situações coletivas, é o que se almeja. Nesse processo, a civilidade foi se tornando também um
atributo moral, sendo remetida diretamente à honestidade. Percebeu-se, então, um conjunto de transformações em
relação aos comportamentos sociais, em que a relação saber/poder – no que se referia às regras de etiqueta – que
passou a definir as pessoas moralmente.
A religião, cujo papel nas definições morais era crucial, também estava aliada ao ensino e aprendizado dos
bons comportamentos. Para Revel, o rumo à civilidade significava o esquecimento do corpo em prol do rigor: a
polidez pueril e honesta tornara-se cristã. No século XVII, a sociabilidade era regulada pelas regras impostas pela
corte de Luis XIV, ou seja, os comportamentos eram determinados segundo a posição do indivíduo na hierarquia
social. O coletivo se sobrepunha ao individual em nome de algo que era mostrado através do comportamento à
mesa, do vestuário, do controle das funções corporais até a conversação.
No trecho seguinte podemos acompanhar a crítica feita por Revel ao exagero que permeia a construção da
civilidade: “O projeto de um sistema de reconhecimento que deveria permitir a construção de uma sociabilidade
regulamentada já não evoca senão normas autoritárias e uma comédia das aparências à qual as pessoas humildes
ainda têm a fraqueza de conceder algum crédito. Antes que novos códigos de comportamentos coletivos se
impunham, a civilidade faz um triste papel em face do triunfo provisório do indivíduo e de sua irredutível
espontaneidade. A bem dizer a verdade, reduzida à pura exterioridade, ela provoca risos. (...) A civilidade é o que
sobra quando não se aprendeu nada”.
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Essa crítica de Revel acerca da tirania da etiqueta remete a questões que emergem na pesquisa, como a
apreensão com a “imagem social” ou mesmo com as linguagens não-verbais que são encaradas como marcas de
exterioridade capazes de delimitar os grupos através dos critérios da distinção. Com uma abordagem
complementar, o também historiador Jean Louis Flandrin analisou as transformações das relações sociais entre os
séculos XVII e XVIII, no que concerne às distinções pela alimentação. Ou seja, as regras de “boas maneiras” à
mesa, as manifestações de gula dos convivas, o cuidado para não se sujar ou não ser apressado ao comer, a
proibição do uso dos dedos como palitos de dente ou como talher etc. Flandrin lembra que a preocupação com a
limpeza, no início do século XVIII, não era apenas um esforço de individualização, mas um sinal de “elegância” no
convívio social. Essa valorização da higiene é mais uma maneira de atingir a domesticação, mais um esforço para
disciplinar o corpo com o objetivo de torná-lo “refinado” na sua aparência e, por conseqüência, símbolo de distinção.
Dessa forma, o empreendimento da etiqueta à mesa constituiu-se como estratégia para dificultar o acesso
dos mais pobres, aumentando a distância social e reduzindo a convivência entre os dois pólos, já que, sem o
domínio dos códigos estabelecidos, o contato ficaria cada vez mais difícil. Dessa forma, as “boas maneiras” em
conformidade com os manuais de “civilidade” foram uma forma de segregação social a exemplo do que acontecia
em outras esferas da vida social. No trecho a seguir podemos perceber como se operavam esses mecanismos de
exclusão: “Pelo menos até o inicio do século XVII nem todas as pessoas sentadas à mesma mesa comiam os
mesmos alimentos ou tomavam as mesmas bebidas. Era aconselhado que se estocasse vinho de qualidade inferior
para os eventuais convivas de ‘pouca monta’ e guardasse bom vinho para si mesmo e para seus convidados de alta
condição. Os tratados de civilidade - como os livros de culinária, manuais de trincho e outras obras relativas à
alimentação – estavam repletos de recomendações sobre os pratos que se devia servir ao dono das casas e às
altas personalidades que honravam a mesa com sua presença”.
Acentuou-se, no século XVIII, o interesse em compartilhar momentos com um grupo que fosse homogêneo,
marcado por uma afinidade cultural, de maneiras e gostos em todos os campos da vida, dos quais a alimentação
era apenas uma das esferas. A preocupação principal era com o convívio. Flandrin assinala que esse “gosto” ou
“bom gosto” estava relacionado com o uso de especiarias características da cozinha francesa - elementos como
alcaparras, limões, laranjas, trufas, cogumelos, etc. - que se tornavam, inevitavelmente, traços de distinção
aristocráticos.
O esforço em reconstituir o “processo de civilização”, cujo berço é a Europa, nos revela a etiqueta, desde o
seu nascedouro, como um código de convivência baseado em noções de distinção e separação entre classes
sociais. Sendo assim, estas análises históricas são de grande importância para compreendermos e compararmos
ao espaço e significado que a etiqueta conquistou na sociedade contemporânea. Ajudam a perceber a quais valores
a etiqueta está atrelada no final do século XX, momento em que se intensifica sua difusão graças aos meios de
comunicação de massa e, portanto, inicia-se uma aproximação das camadas sociais mais populares.
A noção de etiqueta como domínio exclusivo de camadas mais abastadas sofre, através da veiculação no
mercado de consumo das mídias impressa e televisionada, uma tentativa de transformação. A idéia de “bom gosto”
construída historicamente como privilégio de poucos, vem se tornando um produto oferecido a muitos.
A fim de compreender os valores que as regras de etiqueta têm para famílias de origem aristocrática
francesas, o sociólogo Eric Mension Rigau fez uma pesquisa, em 1990, que apontou que os entendimentos sobre a
polidez estavam associados a questões “religiosas”, “formas de caridade e de amor ao próximo” ou ainda algo
capaz de trazer “benefícios à ordem social e política, tornando possível a vida em sociedade”. O autor destaca a
importância de se atentar para o longo e minucioso processo de aprendizagem no seio de tais famílias, desde a fase
infantil : O exemplo, a vigilância e o reforço são os métodos obrigatórios para uma educação bem-sucedida e toda a
família mostra-se imbuída de um rigor atento. Todos afirmaram que a polidez é transmitida pelo exemplo e pela
tradição oral. O aprendizado da polidez é feito por simbiose, não há manual.
Há por parte dessas famílias que se entendem aristocráticas, um profundo desprezo pelos manuais de
“boas maneiras”, pois, para elas, a distinção só pode ser adquirida com a família, pelo método do “ver e ouvir” e
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serve para marcar a diferença entre aqueles que “sabem” e os outros. A fortuna dessas famílias francesas
pesquisadas por Rigau, mesmo que presente hoje apenas em seus sobrenomes e em seus hábitos, associa-se a
uma certa aversão àqueles que ascenderam rapidamente, diferentemente delas. O domínio dessa polidez
hereditária, segundo a maneira de pensar dessas famílias no que se refere aos gestos, ao andar, ao comer, à
linguagem verbal etc., constitui-se como um meio de distinção social ou insígnias de classe._
Claude Zaidman foi outro sociólogo a preocupar-se com as “boas maneiras” à mesa e as interpretações que
fez a esse respeito também são fruto de uma pesquisa feita na década de 1990, na França, com famílias de
condições sociais inferiores, mas que tinha em comum uma preocupação de cunho educativo._Sua questão era
compreender as formas de transmissão das práticas relacionadas ao comportamento, os sentidos que os pais
atribuíam a esse tipo de aprendizagem e que tipos de pessoa queriam formar quando valorizavam o “aprimoramento
dos hábitos”.
Zaidman afirma que os bons modos à mesa constituem o cerne das preocupações sociais. O “comer
corretamente” com os utensílios adequados, as formas de mastigar, de se sentar, remetem a diferenças sociais.
Seu domínio não faz com que se atinja concretamente a “distinção”, mas configura um comportamento e um
momento em que se pode partilhar algo com outras pessoas. A pesquisa de Zaidman apontou que, ao contato com
o entrevistador, as famílias de origem mais humilde tentavam demonstrar um conhecimento que seria supostamente
partilhado por pais e filhos, ou seja, queriam transmitir uma “boa imagem” que não fosse à de “caipiras ou rudes”.
Cientes das atitudes que alguém supostamente “deve ter”, recorrer aos seus ascendentes significariam “inventar” ou
resgatar uma tradição de refinamento que não era verdadeira._
Quanto à refeição como momento privilegiado de encontro familiar, percebeu-se que esta passou a
conformar o ambiente de uma família mais abastada, já que em famílias com menos condições sócio-econômicas e
nas quais a mulher tivesse conquistado espaço no mercado de trabalho, destacavam-se novas formas de
alimentação para os filhos, como as refeições feitas em frente à televisão._
Nos séculos XVIII e XIX, o pai era a figura principal em torno da qual as reuniões eram feitas, cada um tinha
o seu lugar e seu papel social, cabendo ao pai o direito legítimo de palavra, à mãe a resposta quando autorizada,
além dos cuidados com a casa, a educação das crianças e a estas últimas o direito ao silêncio. No século XX, ao
contrário, toda a rigidez e disciplina de comportamentos das épocas anteriores perderam espaço para atitudes mais
moderadas, baseadas mais no convencimento do que na imposição._
Podemos dizer que as análises acima mencionadas confirmam o quanto nos séculos XVIII e XIX os
comportamentos sociais estavam atrelados a uma sociedade e uma educação profundamente patriarcais, cujos
deveres e direitos de homens e mulheres estavam desequilibrados, fato que se transferia para a prática das regras
de “refinamento”. As análises dos autores aqui destacados nos oferecem exemplos das transformações dos
costumes e de como as relações sociais são ajustadas em busca da marca distintiva. Algumas se focando num
período específico, outras acompanhando esse processo através dos séculos. Assim sendo, percebemos que as
formas pelas quais a etiqueta opera numa sociedade moderna, como a da cidade de São Paulo em finais de século
XX e início do XXI refletem avanços não apenas tecnológicos, mas também transformações sociais que vinculam
novos papéis de gênero e padrões de sociabilidade, colocando em questão a conformação dos sinais de distinção
que podem ser expostos nas expressões corporais e abalando a própria concepção de etiqueta que se torna muito
complexa.
O COMPORTAMENTO E A ETIQUETA NOS NEGÓCIOS
N
o Brasil os comportamentos, de uma maneira geral, são extremamente informais. Isto deriva, primeiramente,
do clima (tropical e subtropical), que induz ao uso de roupas mais leves, e gestos mais expansivos. Mas
deriva também da grande influência cultural que herdamos de Portugueses, Italianos e Africanos, ou seja,
culturas que são bem distintas daquelas que são a base da etiqueta e do comportamento clássicos: França e
Inglaterra.
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Se você prefere manter a informalidade, em sua vida social, terá as aceitações e rejeições que essa
atitude provoca, e talvez nunca as perceberá. Mas, quando se trata de negócios, você pode perder clientes, ou
perder negócios, em determinadas ocasiões, em função do excesso de informalidade! Esta página não pretende ser
um manual completo (você pode achar bons livros e cursos sobre o assunto), mas uma pequena coleção de "dicas"
e sugestões que poderão ser muito úteis em sua vida profissional - quer você seja um proprietário de empresa, ou
um executivo, ou gerente, ou supervisor, ou apenas um jovem profissional (tudo isso também para as mulheres!),
com potencial para muitas promoções em sua carreira - desde que saiba se comportar!
BOAS MANEIRAS PARA CHEFES E AUXILIARES
E
stes conselhos são dedicados aos homens e as mulheres, porque ambos podem ser empregados ou
empregadores, chefes ou subordinados. Ambas as posições são delicadas e requerem tato para que haja uma
atmosfera agradável, sem a qual o esforço é trancado ou diminuído por certo mal-estar.
Um chefe não deve irritar-se nunca com um subordinado. Das duas uma: ou o empregado errou
involuntariamente e merece ser repreendido e orientado, e neste caso não há necessidade de palavras ou atitudes
ásperas, se é um mau trabalhador, neste caso é aconselhável o patrão despedi-lo, sem necessidade de expressões
grosseiras ou mesmo zangadas. O patrão deve fazer o quanto possível, fazer do empregado um amigo ou uma
pessoa que inspire confiança. Palavras severas podem corrigir. Palavras violentas não levam a coisa alguma de
bom, quando não conduzem a episódios lamentáveis. Às vezes a culpa não é somente do empregado... Sempre
que possível, a boa vontade mútua é tudo quanto há de melhor para os dois.
O empregado também tem obrigações. Cumprir com elas da maneira mais clara possível. Manter bom
humor, compreender que o patrão tem mais responsabilidade, tantas são as preocupações. Feito seu trabalho, se
um colega estiver em embaraços, ajude-o para que ele também fique nas boas graças do patrão. Se o patrão for
irascível, o melhor é pedir as contas e deixar o emprego, antes que as duas partes entrem em conflito.
O patrão deve ser pontual (dependendo do trabalho) para dar exemplo. Dar um bom dia, boa tarde, até
logo, e interessar-se por um empregado que esteja enfermo ou com pessoa de sua família adoentada, são atos
banais, que agradam sempre e forma um ambiente sadio.
Se o empregado for falar ao patrão, deve pedir licença antes de entrar na sala e manter-se em pé, enquanto
fala com ele. O patrão deve ouvir com atenção o que lhe é dito, mesmo se for uma notícia desagradável. Se a
conversa for longa, não custa mandar o empregado sentar-se para discutir o assunto.
Por mais íntimo que o empregado seja do patrão, durante o trabalho não pode tratá-lo com intimidade. O
"você" ou o "tu" são expressões de camaradagem pessoal, não deve ser empregados. Mesmo dois irmãos, em
reunião de negócios em que haja estranhos ou gente de cerimônia, devem tratar-se como trataria qualquer das
demais pessoas presentes.
Nunca se devem dar conselhos a um colega de trabalho do mesmo nível, sem que seja solicitado, a não ser
quando a amizade pessoal está acima de qualquer melindre. Ao contrário, deve-se procurar aconselhar uma pessoa
subordinada, se perceber que a pessoa tomaria o conselho com uma prova de boa amizade.
Nunca se delata um companheiro, a não ser quando o fato é de tal gravidade, que haja uma obrigação
moral nesse sentido. Havendo uma atitude coletiva que pareça errada e vendo baldados os esforços para impedi-la,
é melhor manter-se fora do debate, mostrando que a opinião pessoal não deve sobrepujar a coletiva. O espírito de
coleguismo deve estar sempre vivo entre os colegas.
Mesmo que se saiba que há alguma coisa de errado no escritório, não se deve comentar o fato em grupo de
conhecidos ou estranhos ao trabalho. Podendo, evite qualquer confidência seja a quem for.
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Mesmo que alguém de fora se dirija ao empregado de uma empresa em termos e atitudes menos
delicadas, o empregado não deve responder no mesmo tom. É com palavras simpáticas e atitudes corteses que se
vencem obstáculos e se mostra a pessoa irritada como está ela errada em seu comportamento.
DEZ MANCADAS QUE ARRASAM SUA CARREIRA
Aqui vão algumas observações importantes sobre o que NÃO fazer para se dar bem:
Escolher o grupo errado
Entrar na empresa e logo se associar ao grupo dos que vivem reclamando e que não produzem muito. O
momento é bom para exercitar a administração do tempo diante das novas funções, perguntar sobre prazos de
conclusão de tarefas, tomar notas, pedir ajuda.
Fingir que o chefe não existe
Tem gente que age como se o chefe não existisse, principalmente quando ele é uma pessoa difícil. Mas a
melhor atitude é enfrenta-lo, quer dizer, desarmá-lo, usando assertividade e bom humor. Vale também observar o
que ele não gosta e tentar não fazer, mas cuidado para não parecer puxa-saco.
Assumir sempre a atitude de vítima
Todos trabalham sob grande stress e pressão. Por isso mesmo, você precisa ajustar sua atitude. Jamais
seja vítima das circunstâncias. Analise as pessoas, o ambiente e a SUA atitude sob stress. Ponha seus instintos
para funcionar e mapeia de onde e de quem podem vir problemas. Elabore uma estratégia para tentar evitá-los.
Principalmente, controle seus comentários para não magoar pessoas. Com isso, fica mais fácil assumir seus
próprios erros, quando eles ocorrerem.
Trabalhar sem objetivos
Todo bom profissional sabe que a motivação vem de dentro de si mesmo e que ela depende dos objetivos.
Uma pessoa sem objetivos “carrega” o emprego nas costas, já que as tarefas mais rotineiras tornam-se pesadas e
dia de trabalho, interminável. Não ter objetivos próprios que convirjam com os da empresa é uma mancada e
tanto...pode acabar com carreiras promissoras. Por isso, esteja sempre atento e pergunte-se constantemente: ainda
tenho o que fazer nesta empresa? Ainda posso almejar crescimento pessoal e profissional aqui? Em outro lugar
teria mais chances? Não espere o trabalho ficar enfadonho para saber que é o momento de ir buscar novos desafios
Expressar raiva e lidar com conflitos de maneira errada
Se você está com raiva de algum colega, não “estoure”. Nem vá descarregar em outra pessoa, ainda mais
se for um subordinado. A época dos gritalhões já passou. Hoje, as empresas buscam equilíbrio e profissionais que
saibam lidar com os conflitos de forma positiva. Se você está insatisfeito ou frustrado, converse com quem lhe
causou esta frustração no momento mais adequado – isto é, quando você puder expressar seus sentimentos de
maneira civilizada, para atingir o objetivo (resolver a mágoa, por exemplo). Sentimentos não são bons nem ruins. A
maneira que escolhemos para expressa-los é que os tornam uma coisa ou outra. Aprenda a demonstrar o que sente
de forma positiva, que não o prejudique.
Não entender a política do escritório
Dar-se bem no emprego também significa relacionar-se bem com as pessoas em volta. E, nesse campo, as
regras são sempre sutis, não-escritas. Você precisa percebe-las pelos gestos, pelos comportamentos dos demais. E
precisa comunicar-se adequadamente. Isto não significa “entrar na dança”, aceitar o ambiente como ele é, mas
demonstrar claramente como você é respeitando o jeito de ser dos demais. Não se isole, não seja impaciente, não
rompa as regras. Aceite para ser aceito.
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Fugir das responsabilidades
Hoje em dia, a característica mais importante em um profissional é a iniciativa. Sabe por quê? Porque
pessoas com iniciativa não precisam de outros para lhes dizerem o que fazer. E não têm medo de correr riscos e
arcar com responsabilidades. Assim, demonstre que você está apto a assumir novas funções dentro da empresa.
Isto só vai contar ponto a seu favor
Não saber dosar trabalho e lazer
Quem se mata de trabalhar a ponto de chegar à exaustão e ao stress não é um profissional dedicado. É
uma pessoa em busca de equilíbrio que, por não saber dosar as energias, acaba se prejudicando justamente no
trabalho. Por isso, aprenda a administrar sua vida, antes de saber como administrar procedimentos e problemas no
escritório. Quem sabe curtir a vida e relaxar nas horas apropriadas volta ao batente com mais disposição e força
para atingir as metas.
Parar de evoluir
Esta é a mancada mais comum nos últimos tempos. Parar de evoluir tem a ver com a maneira como você
encara sua vida profissional: você tem uma carreira ou um emprego? Na primeira hipótese, você está sempre
procurando a sua realização pessoal e sabe que ela não tem um fim; quando você atinge um objetivo, já aparecem
outros para você conquistar e tais objetivos vão exigir uma evolução. No segundo caso, você tem um suporte
financeiro para não morrer de fome. Nada mais. Então, não precisa ou não quer mudança. Só quer fazer o suficiente
para garantir o salário no fim do mês. Em qual situação você se encontra? Se for estagnação, você vai ter de dar a
volta por cima e dominá-la.
Abandonar os sonhos
Não esqueça seus sonhos de juventude. Recicle-os. Você queria mudar o mundo aos 18 anos? Por que não
querer ainda aos 40, só que por outros meios e outros métodos mais aperfeiçoados pela experiência de vida
acumulada. Esta “visão de futuro” vai ajudá-lo a manter-se motivado, não importa quantos o considerem maluco.
Como dizia Raul Seixas, “misturando a maluquez com a lucidez”, você consegue manter-se firme nas horas de
angústia.
BOA EDUCAÇÃO TAMBÉM É COMPETÊNCIA
N
inguém precisa ser chato, gritalhão, autoritário e rabugento para ser um chefe competente. Contagiar a
equipe com atitudes positivas exige boas maneiras e, acima de tudo, elegância.
Parece incrível, mas em tempos tão cibernéticos como agora, ainda há profissionais que usam o grito e o
medo para liderar equipes. Talvez pela pressão sempre crescente por resultados, talvez por falta de educação
mesmo. Mas, hoje em dia, com os recursos terapêuticos e de treinamento à disposição de todos, só é chefe chato
quem quer.
Assim, aqui vão algumas sugestões úteis que líderes e liderados podem usar para tornar o ambiente de
trabalho mais agradável, por pior que esteja a situação da empresa.
Não grite! Nada mais desmotivador e desnecessário do que o grito. Você acha que um profissional –
independente da posição hierárquica – vai fazer melhor porque você ordenou algo aos berros? Que coisa mais préindustrial! Gritos e impropérios não são mais aceitos e pesam contra o gritalhão. Podem, inclusive, redundar em
processos por danos morais.
Onde está a sua inteligência emocional? Em vez de gastar a garganta à toa, aprenda a ouvir a equipe e a
entender o grau de motivação pessoal e profissional de cada um. Argumente com calma e, se possível, procure
decisões de consenso.
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Um líder é, antes de tudo, um solucionador de problemas. Mas se começar a arrumar atritos para
implementar a solução que considera adequado, você passa a ser um criador de problemas. Entenda que todos,
inclusive você, têm limites. Não cobre dos outros o que você não consegue realizar. E, pode ser chato lembrar, um
líder ainda é, antes de mais qualquer coisa, um operário-padrão. Dê bons exemplos para ser respeitado e seguido.
Não se esqueça das palavras mágicas! Bom Dia! Por Favor! Obrigado! Três expressões que, desde a
invenção delas, abrem portas aparentemente instransponíveis e promovem reações positivas no mais renitente dos
seres depressivos. Use-as, portanto, abuse delas!
Auto-estima é fundamental! Nem sempre a baixa estima do líder induz a maus resultados. Mas, com
certeza, a alta estima faz a equipe inteira sentir que pode chegar aos céus com poucos passos. O líder com autoestima em dia transmite garra e otimismo, transforma o ambiente de trabalho e lidera com mais segurança e
tranqüilidade. Assim, não se descuide!
Seja pontual.O líder não precisa ser o primeiro a chegar. De fato, por conta de compromissos variados,
pode mesmo ser o último a iniciar o trabalho no escritório. Mas ele deve deixar claro que tem um horário de chegar
e sair, todos os dias.
Seja educado em todas as situações. Bons modos, acima de tudo! Mantenha a calma, o controle e o
equilíbrio em momentos difíceis e embaraçosos, principalmente. Agindo sem irritação e com serenidade, PEDINDO
em vez de MANDANDO, você transmitirá serenidade e confiança para sua equipe de trabalho.
Líder elegante sabe delegar. Delegue uma única vez ou à medida que o funcionário for realizando a tarefa.
Seja qual for seu método, não faça do ato de delegar uma forma de chamar a atenção para si ou de privilegiar
alguns membros da equipe. O líder deve ser o primeiro a evitar que se formem “panelinhas” na equipe.
Desenvolva a inteligência emocional da equipe. Utilize sua sensibilidade para construir o respeito ao outro.
Converse com todos sobre os assuntos mais importantes da empresa e do departamento. Saiba ouvir o que o
funcionário tem a dizer. Critique na medida certa e elogie sempre que achar necessário.
Levando em conta estas sugestões, você terá dado passos importantes para fazer de elegância e
competência, mais do que uma rima, uma forma de liderar com sabedoria.
NOÇÕES DE ETIQUETA
P
ode parecer estranho, mas a “etiqueta” sinônimo de “boas maneiras” e a “etiqueta” fixada nas roupas tem a
mesma origem etimológica. Em muitos países como França, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Portugal,
o vocábulo empregado para designar o código de comportamento é o mesmo: etiquette. O termo deriva do
verbo francês estiquer, que significa anexar, e nasceu como l´estiquette, ou seja, anexo.
Pilhas de papéis, sacos de dinheiro ou de farinha recebiam uma estiquette para identificar
seu conteúdo, peso ou procedência. No século XVII, na corte absolutista de Luiz XIV, a burguesia
emergente ousava se aproximar da vida palaciana e, para evitar constrangimento durante jantares ou
outras cerimônias, os convidados passaram a receber, anexado ao convite, um bilhete – uma
etiqueta! – com dicas de como se comportar conforme a ocasião. Pela primeira vez a palavra
etiqueta era empregada para designar um código de conduta.
Para que se tenha certeza da existência das boas maneiras, basta que se saiba que a primeira obra a tratar
do tema encontra-se na Biblioteca de Nova York, apresentada em papiro egípcio datado de 250 anos a.C.
Quando se fala em etiqueta é comum associar essa palavra a regras restritas, às essências mais elevadas
da sociedade, algo fora do alcance da grande maioria das pessoas. Se essa foi por muito tempo uma visão
predominante, há muito tempo também, já foi deixada de lado.
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No século XXI, a etiqueta deve ser entendida como um importante elemento da formação individual,
capaz de disciplinar a atitude de cada pessoa em relação ao próximo, deixando de ser privilégio daquelas pessoas
outrora “bem situadas” na vida e que freqüentavam ambientes requintados.
Felizmente, o que era destinado a uma pequena elite, foi expandido a um grande grupo social, e hoje
podemos dizer que etiqueta é a consolidação de estética, de postura, de valores, de linguagem, de cultura, de
respeito ao próximo, de sentimentos (natos ou adquiridos), mas que fazem parte de nossa vida, tornando-nos
especiais e admirados por aqueles com quem convivemos no dia-a-dia. São normas de comportamento, estando,
portanto associada à conduta e sua importância reside em tornar o indivíduo mais confiante e bem preparado para
enfrentar circunstâncias que de outra forma poderiam fazê-lo se sentir pouco à vontade.
A etiqueta está estreitamente ligada à educação, ao convívio familiar, à escola, ao trabalho e ao ambiente
social propriamente dito. As regras que aprendemos devemos colocá-las em prática como um hábito de vida, sem
artificialismos, afetação ou atitudes pedantes. Todos os nossos atos devem ser naturais e demonstrados em todos
os momentos, pois não podemos ser refinados em um ambiente e mal educados em outro.
Ao longo dos tempos a etiqueta sofreu modificações, tornando-se mais maleável, acompanhando as
transições das épocas. As mudanças aconteceram tão depressa, que muitas vezes não conseguimos distinguir
entre uma atitude descontraída e a pura displicência. Depende muito das circunstâncias, do bom senso e do grau de
amizade/intimidade entre as pessoas. Se no passado, o desempenho das boas maneiras era importante, o que
diremos agora quando vivemos num mundo tumultuado e inquietante? Isto é tão importante que na competição do
mercado de trabalho entre dois candidatos com igual capacitação técnica, tem maiores chances àquele com visual e
trato mais agradáveis.
No caso da mulher, por exemplo, que há muito deixou de ser o sexo frágil, e passou a assumir papel
importante em todas as esferas, mas a ela, sempre será dispensada a expressão “primeiro as damas”.
Enfim, etiqueta/boas maneiras são disciplinas que aprendemos e impomos a nós mesmos. Não são como
máscaras que colocamos e tiramos. As pessoas são educadas permanentemente, ou definitivamente mal educadas.
De um modo geral:
− Na competição do mercado de trabalho, entre dois candidatos com igual capacitação técnica, tem
maiores chances àquele com visual e trato mais agradáveis.
− Etiqueta é o conjunto de regras que resultam no comportamento das pessoas – é cultural, é regional.
− Etiqueta e protocolo são partes integrantes de toda cerimônia, mas não são a mesma coisa. O
protocolo é regido por Leis e Decretos; a etiqueta (boas maneiras), por regras e normas.
− Etiqueta é exercício de liderança.
− Etiqueta existe em todas as classes e níveis sociais: índios, negros, religião, esquimós (que oferecem a
mulher).
− Os ingredientes da etiqueta são a Cordialidade e a Hospitalidade.
− Um dos mais antigos costumes em matéria de etiqueta é a troca de presentes. Significa paz e amizade.
− O descaso no uso das boas maneiras suscita o desrespeito. É muito fácil desrespeitar-se uma
autoridade, mesmo sem maldade, mas pela ausência de boas maneiras ou desconhecimento delas.
− Boas maneiras são o lastro do Cerimonial.
− O sorriso, o gesto, a cortesia, a palavra amiga, o convite, o aperto de mão, o muito obrigado, o por
favor, a retribuição, o agradecimento, ou um simples olhar generoso, nunca foram tão necessários
quanto hoje.
− Cuidado com intimidades com pessoas importantes.
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− Em sociedade, a mulher nunca deve se levantar para cumprimentar, salvo se: a apresentada for a
anfitriã, uma pessoa mais idosa, alguém de uma posição mais elevada. O homem deve sempre ficar de
pé.
− O homem deve se referir à esposa como minha mulher (ex: o prefeito apresenta sua mulher e
cumprimenta a esposa da autoridade. Ou seja, o termo mulher designa a própria esposa: “esta é
minha mulher e aquela é a esposa do prefeito municipal”.
− A mulher deve se referir ao esposo como meu marido.
− O convidado de honra deve ser apresentado a todos os presentes.
− Anfitriões devem receber convidados à entrada do salão de recepção.
− A pessoa mais importante é que estende a mão. Se ela se limitar a uma reverência, o apresentado deve
corresponder. A iniciativa deve partir: da mulher, do mais idoso, do mais importante.
OS CUMPRIMENTOS
D
esde os tempos mais remotos, os povos demonstravam deferência a seus semelhantes, através do
cumprimento. Os cavaleiros medievais diferenciavam o ato de ajoelhar-se: para adoração, dobravam ambos
os joelhos e para simples homenagem, apenas um. Na antiga Grécia, os homens saudavam-se trocando uma
palavra de bom presságio ou expressão parecida, pois consideravam a maneira de curvar-se, tão peculiar aos
egípcios e persas, um ato contrário a um povo livre.
Nenhum povo, como os romanos, jamais deu tanta importância ao ato de
expressar saudações e cumprimentos. A saudação feita levantando o braço direito foi
adotada para saudar o imperador.
No Oriente, as antigas gerações ainda conservam o traço característico de
saudar inclinando levemente o corpo, tocando com a mão direita o coração, a testa e
acima da cabeça, e pronunciando a palavra “salaam”.
Os europeus se abraçam para cumprimentar, os ingleses inclinam à cabeça, os franceses e os bolivianos
são os que mais usam o aperto de mão, seja na chegada, seja na saída, seja no retorno e em todas as manhãs, os
japoneses se curvam para frente, os americanos apertam as mãos, os indianos juntam as mãos com um leve
inclinar de cabeça, os esquimós roçam as pontas dos narizes, algumas tribos do leste africano se cumprimentam
cuspindo aos pés do companheiro, tribos do Tibet mostram a língua, os brasileiros apertam as mãos, dão tapinhas
nas costas e as mulheres trocam beijinhos, mas sem tocar nas faces.
Entre as saudações hierárquicas, constam as genuflexões sobre os pés (genuflexão completa), e sobre um
pé (genuflexão incompleta).
Os cumprimentos na sociedade moderna persistem como o mais elementar dos sinais exteriores de
delicadeza, devendo tomar a iniciativa para o cumprimento o homem à mulher, o jovem ao mais idoso, uma dama a
uma autoridade. No entanto um “bom dia” ou “boa tarde”, acompanhados de um sorriso, é geralmente a forma
mais elementar de saudação.
Atualmente os dois beijos na face, que era privilégio feminino, tornaram-se hábito também entre homens.
Entre os jovens, é comum a troca de três beijos, numa atitude descontraída, o que desagrada as pessoas mais
formais.
O aperto de mão traduz uma conotação de estima e confiança, devendo partir da pessoa mais qualificada,
idosa ou de maior cerimônia (precedência). É uma grande descortesia recusar uma mão estendida. Sendo um gesto
amistoso ou não, deve ser sempre correspondido.
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Sendo o aperto de mão um grande revelador do caráter, este deve ser franco e direto, nem mole ou
indiferente (revelando timidez ou reserva), nem tão forte ou sacudido (revelando vulgaridade).
Uma mulher permanecerá sentada e estenderá a mão, a menos que os recém-chegados
sejam pessoas mais idosas ou uma alta autoridade (Governador, Ministro de Estado, Arcebispo,
etc.). Um adolescente se levantará sempre para apertar a mão que os adultos lhe oferecem.
APRESENTAÇÃO
O
primeiro encontro, a primeira impressão. Esteja preparado. Nunca se tem uma segunda chance de causar
uma boa primeira impressão. O julgamento que se faz de uma pessoa depende dos primeiros três a quatro
minutos. É muito difícil apagar ou mudar, por muitos anos, a imagem que se faz de alguém nesses poucos
minutos.
A primeira vez que você cumprimenta alguém representa uma oportunidade que não mais se repetirá, que é
a chance de boa primeira impressão.
Sua aparência e maneiras fazem parte dessa primeira impressão, assim como sua habilidade em se
apresentar ou fazer apresentações. O traquejo para fazer apresentações consiste na habilidade de não se prender
às normas ditadas pela etiqueta como uma lição decorada. Deve-se fazer com que as pessoas que se encontram
pela primeira vez se sintam à vontade. Assim, essas pessoas poderão iniciar uma comunicação interessante,
situando-se em relação aos nomes e aos papéis de cada um e permitindo que a comunicação entre elas se
desenvolva sem barreiras.
Saber fazer apresentações é uma atitude que revela o nível cultural e o traquejo social da pessoa.
Infelizmente, nos dias de hoje, a arte das apresentações está bastante perdida. Em decorrência disso, criou-se uma
nova etiqueta sugerindo as apresentações recíprocas, quando ninguém se importa ou se lembra de apresentar as
pessoas que se encontram no mesmo ambiente.
A parte mais importante de quem faz a apresentação é mostrar consideração pela pessoa que está sendo
apresentada e manter um tom de voz agradável e cortês.
Saber quem apresentar a quem já é um bom início para contatos sociais, profissionais e amistosos. Daí sua
importância para o inter-relacionamento humano, o que constitui o primeiro passo. Todos os dias estamos
conhecendo pessoas a quem somos apresentados e todos os dias estamos apresentando umas às outras.
Ao apresentado, vale salientar que a aparência e as maneiras são imediatamente notadas, por isso é
importante saber como fazer as apresentações, nunca esquecendo que as pessoas têm nome e sobrenome e
gostam de ser chamadas por eles. O traquejo consiste na habilidade de não se prender as regras da etiqueta como
uma lição decorada. Deve-se fazer com que as pessoas se sintam à vontade para iniciar uma conversação
interessante.
A forma como apresentamos nossos amigos revela se estamos habituados ou não ao convívio social e,
apesar de existirem certas regras, é necessário que tal ato se revista de simplicidade.
Numa recepção, é dever do anfitrião fazer as apresentações dos convidados que não se conhecem,
podendo ser feita individualmente ou tratando-se de grupos, denominá-los. Em casos especialíssimos, no momento
da apresentação, é delicado e agradável declinar alguma informação a respeito de cada um, como a profissão, a
cidade de onde veio facilitando o clima de cordialidade que fará a conversa fluir com naturalidade.
A apresentação sem interferência de terceiros, a auto-apresentação, ocorre em certas ocasiões e deve-se
ter muito tato e discrição para saber o momento certo. Por exemplo:
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-
Nas relações profissionais ao início de uma reunião é comum;
Passageiros sentados lado a lado, depois de conversarem um pouco, acabam identificando-se;
Numa fila de banco, após vários minutos, e ter conversado com os vizinhos sobre o clima, o trânsito, a
violência, a tecnologia, não tem jeito, é natural a certa altura saber o nome da pessoa com quem
estamos falando.
DEFERÊNCIAS E APRESENTAÇÕES
Hierarquia social
O
"mais importante" em Etiqueta é o indivíduo qualificado, em um evento social, a receber o máximo de
atenção e consideração dos presentes. Uma velhinha que comemora seus noventa anos é "a mais
importante" na festa que for oferecida em sua homenagem: ela será a convidada de honra. Também "mais
importante" é o detentor de um cargo público ou de uma patente cuja amplitude de ação ou de representação for
superior à dos cargos, posições e patentes dos demais presentes. Assim, embora todas as pessoas sejam iguais
em sua liberdade, direitos, merecimento de respeito, etc., elas gozam de precedência por força da etiqueta e de
acordo com um Protocolo que analisa e indica os valores de precedência. Feito este esclarecimento, podemos
examinar a questão com respeito às deferências e apresentações entre pessoas, em um evento social.
Levantar-se
Todos devem dar imediata atenção a uma pessoa importante que entra no ambiente do evento social. Para
isso é necessário estar "alerta", enquanto não se entende que todos os convidados já estão presentes. À entrada de
uma pessoa importante, todos, exceto as senhoras, devem se por de pé e cada um aguardará a vez de ser por ela
saudado, ou lhe ser apresentado. Uma senhora nunca se levanta, quando é apresentada a outra senhora ou a um
senhor, fazendo-o somente quando a pessoa a quem é apresentada é de tal categoria, que a isso obriga. Por
exemplo: um chefe de Estado, um sacerdote de alta hierarquia ou uma senhora muito mais idosa. As solteiras
jovens e as adolescentes devem levantar-se para cumprimentar.
No restaurante
É boa norma cumprimentar de longe, quando o conhecimento não é mais íntimo. Quando a aproximação é
inevitável, os homens da mesa levantam-se para cumprimentar a senhora ou o senhor que chega. Esta ou este
deve pedir que todos voltem a sentar-se. Quando em um jantar uma senhora se levanta, todos os homens devem
fazer o mesmo, repetindo o gesto quando ela regressar. Sendo um jantar grande, essa obrigação fica limitada aos
vizinhos da direita e da esquerda.
Precedência
O filósofo Blaise Pascal, em duas frases depois publicadas no seu Pensés, dizia que o reconhecimento da
precedência era necessária para a paz, e que, embora os homens fossem iguais, merecia a precedência aquele que
tinha quatro criados em relação ao que tivesse apenas um serviçal. A questão da precedência é importante nas
apresentações, como parte de boas maneiras à mesa, no comportamento em recepções como o Chá, etc., e será
importante também em muitos outros tópicos. Ela consiste principalmente em dar passagem, dar entrada, ceder a
vez, às pessoas mais importantes. Se, porém, a pessoa mais importante recusa a precedência e quer que a outra,
menos importante, a preceda, esta última não precisa repetir o gesto. Depois de oferecer a precedência uma vez, se
ela for recusada, deve passar à frente dizendo de forma respeitosa: "Com licença, obrigado(a)!". Havendo outra
oportunidade a primeira pessoa provavelmente aceitará a precedência ao primeiro gesto.
É uma cena comum, à porta de um elevador, o ritual do "tenha a bondade, entre primeiro". Essa troca de
gentilezas costuma levar a um impasse em que, para resolvê-lo, um dos envolvidos praticamente empurra o outro
para dentro, à sua frente. Mesmo entre pessoas iguais, essa deferência é louvável, porém basta que seja apenas
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um leve gesto, e a insistência é perfeitamente dispensável. Aquele que oferecer a precedência ao outro e
receber como resposta um gesto de retribuição, passará à frente e dirá "Com licença, obrigado(a)!".
Entre dois motoristas em um cruzamento de rua, ou na conversão de pistas largas em pistas mais estreitas,
a insistência em oferecer a vez ao outro pode conduzir a um desastre. Nessa situação, não se pode deixar margem
para dúvida. Se um oferece a precedência ao outro e este faz um gesto de retribuição, o primeiro deve aceitar e
passar, acenando com a cabeça ou fazendo algum gesto que indique que agradece e vai assumir a dianteira.
Fora de uma apresentação, quando um funcionário encontra seu chefe, é dele a obrigação de saudar, por
exemplo, dizer ''bom dia'', ao superior. Estender a mão, porém, é prerrogativa do chefe. Quem estende a mão é o
funcionário mais graduado, o mais velho, a mulher - porque cabe a eles decidir se devem ou não ter a iniciativa.
Essa regra pode permitir certas infrações compreensíveis e toleráveis. Por exemplo: uma garota muito
empolgada com seu namorado, talvez diga a ele: "Quero que você conheça minha família. Esta é minha mãe, este
meu pai, esta minha avó!"
O homem sempre se levanta ao cumprimentar uma mulher, ou alguém hierarquicamente superior. A mulher
não precisa se levantar para cumprimentar a outra, salvo em três casos: quando não diretamente convidada, para
ser apresentada à anfitriã; se convidada, no decorrer do evento dela se aproxima a anfitriã para saudá-la; e a mulher
mais nova ao ser apresentada a uma senhora mais velha.
Porém, mesmo entre jovens e até nas apresentações mais informais, quando é dito apenas um "Oi
fulano!...Oi fulana!..." entre os apresentados, a primazia do sexo feminino pode ser observada. Se o rapaz espera
uma fração de segundo, poderá dizer o seu "Oi fulana" depois da garota dizer o seu "Oi fulano". Esse infinitamente
pequeno detalhe vai fazer diferença, mostrando que é um indivíduo sensível a valores, e para quem todo
conhecimento novo pode ser o início de um relacionamento sincero e respeitoso. Além disso, tomando-se o cuidado
de observar essa regra, os cumprimentos nunca serão pronunciadas ao mesmo tempo pelas duas partes.
Apresentações entre iguais
Um grupo de jovens, ou quando nenhuma das partes pode ser considerada notavelmente "mais importante",
ou ainda na auto-apresentação entre duas pessoas, o que deve guiar a apresentação é o critério de território, isto é,
o principal é o que é abordado, o que está parado. O que se aproxima diz quem é, e aguarda que a pessoa
abordada responda com cordialidade e aceitação. Este responderá, dizendo o nome e estendendo a mão àquele
que o está abordando.
Os mesmos critérios valem para o caso de um indivíduo que se aproxima de um grupo. No entanto,
geralmente alguém se põe como interlocutor de um e de outro lado. Este dirá o nome das pessoas do seu grupo,
durante a apresentação. O interlocutor do grupo que se aproxima se identifica e, depois de ser aceito por alguém do
grupo abordado, faz as apresentações dos companheiros. Os do grupo abordado irão estender a mão e dizer as
expressões costumeiras de simpatia e aceitação a cada indivíduo apresentado pelo interlocutor.
REGRAS BÁSICAS DE APRESENTAÇÃO
1. Quem estende a mão é a pessoa mais importante na relação.
Assim, cabe ao chefe estender a mão ao funcionário e este
corresponder ao gesto. Secretárias e recepcionistas não estendem
a mão ao visitante que chega ao escritório.
2. Quando o cliente é mulher, mesmo sendo freqüentadora da
empresa, uma funcionária não toma a iniciativa de beijá-la no rosto.
3. O nome da pessoa precede a função, porém quem ocupa cargos de
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alta direção será apresentado formalmente numa recepção como “o vice-presidente da XYZ,
fulano de tal”.
A regra social de apresentar um jovem a uma pessoa de mais idade, um homem a uma mulher, no
mundo dos negócios é diferente. Vale a hierarquia e, quando ela não for seguida, será
propositalmente para destacar a pessoa mais velha ou a senhora numa manifestação de cortesia.
Um homem sempre é apresentado a uma mulher. Diga o nome da pessoa a quem se apresenta
primeiro. Ex: “Sra. Wanda, quero lhe apresentar o Dr. Mauro Freitas”.
Quando se apresenta a mãe, a condição materna deve sempre prevalecer. Ex: “Mamãe, quero lhe
apresentar o Sr. Honório Teixeira, nosso presidente”.
Quando se apresentam pessoas de mesmo sexo, a pessoa mais jovem sempre é apresentada a
mais velha. Diga primeiro o nome da pessoa a quem se apresenta. Ex: “Profº Carlos, gostaria que
o Senhor conhecesse meu neto, Bruno Freitas”.
Uma pessoa menos importante é sempre apresentada a uma mais importante. Essa é a regra mais
complicada quando, às vezes, é difícil se decidir quem é o mais importante. No entanto, devemos
estar atentos para algumas referências. Exceto para os membros de sua família, nenhuma mulher é
apresentada a um homem. Apresenta-se uma mulher a um homem:
−
−
−
−
Se ele ocupa um relevante cargo de Chefe de Estado, como Presidente, Governador, etc.;
Se ele detém título nobiliárquico;
Se ele é dignatário da igreja;
Se ele é o homenageado (apresentam-se convidados ao homenageado).
9. A pessoa que faz as apresentações sempre se levanta para cumprir essa formalidade. Um homem
sempre se levanta para cumprimentar o apresentado, a menos que tenha mais idade.
10. Uma mulher pode permanecer sentada durante a apresentação. Levanta-se para demonstrar
deferência a alguém mais velho ou de importância especial.
11. O homem não permanece sentado durante uma apresentação. Só os Chefes de Estado,
Sacerdotes de alta hierarquia podem permanecer sentados.
12. “Muito prazer”, “prazer em conhecê-lo”, “encantado” está caindo em desuso, embora não se
considere errado dizer. A pessoa a quem se apresenta é que estende a mão primeiro. Atualmente
diz-se apenas “como vai?” ou “tudo bem?” esboçando um sorriso amável, inclinando levemente a
cabeça e no caso da apresentação de sexo oposto, cabe a ela o privilégio de estender a mão.
13. A apresentação é o marco inicial do conhecimento em sociedade. O "muito prazer" vai bem seja ao
ancião, a uma bela senhorita. Por isso temos a obrigação de promover as apresentações. Seguimos
as seguintes normas: Grau de idade, Sexo, Política e Posição Social.
14. Havendo um Sacerdote, é quase sempre ele quem tem grau superior. Quem apresenta deve fazê-lo
claramente dando os nomes por extenso e se possível acrescentar uma palavra que qualifique os
apresentados, para ambos entrarem em entendimento.
15. Quando a pessoa é do mesmo nível, é indiferente o nome citado em primeiro lugar.
16. Quando a pessoa a quem se apresenta é por demais conhecida ou se, na ocasião essa pessoa é
homenageada (todos devem saber disso) não há necessidade de mencionar seu nome, mas
somente o da apresentada.
17. Se você for apresentado e não entendeu bem o nome, pergunte. É muito importante guardar os
nomes dos novos conhecidos.
18. Quando há um grupo de pessoas reunidas e chega mais uma, a dona da casa deve apresentar a
que chega, dizendo seu nome e o nome das pessoas que estão na roda, apresentando-as sem que
haja apertos de mão. Se houver pessoas idosas no grupo, devem dar-lhes primazia no
cumprimento.
19. Se a pessoa que devia fazer as apresentações não faz, por esquecimento ou por estar ocupado, os
convidados podem apresentar-se mutuamente. Podem e devem fazê-lo. Muito formalismo é tão
censurável como a intimidade exagerada à primeira vista. Em se tratando de pessoas de sociedade
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deve-se encontrar sempre a forma certa de entabular uma palestra agradável, quando há
afinidades entre si.
20. Apresentações por meio de cartas devem ser feitas com algumas palavras simpáticas para ambas
as partes. Por telefone também é permitido, pedindo a um amigo que receba o outro e se desejar,
colocar os dois no aparelho. Pode fazê-lo, desde que haja intimidade entre o que apresenta e as
duas pessoas que se deseja conhecer.
21. Se você for apresentado a um Chefe de Estado, Ministro ou a outra personalidade e não entendeu o
nome, não torne a perguntar.
SITUAÇÃO
CERTO
ERRADO
No caso de apresentações
Minha mulher
Meu marido
Sua esposa
Dona Maria Solange Silva Martins
Senhora Silva Martins
Bom dia Dona Maria
Bom dia Senhora ou Bom dia minha senhora
Senhor e Senhora Silva Martins ou Casal Silva Martins
Minha senhora ou Minha esposa
Meu esposo
Sua mulher
Senhora Maria Solange Silva Martins
Dona Silva Martins
Bom dia Dona
Bom dia Senhora Maria
Os Silva Martins
Quando se faz uma pergunta
SAUDAR
S
audar é um ato de boa educação. O essencial é que a saudação seja sempre um gesto de amizade cordial e
espontâneo. A saudação deve apresentar realmente o desejo de que a pessoa a quem cumprimentamos tenha
um "Bom dia" uma "Boa tarde" uma "Boa noite", ou o real prazer em vê-lo de novo. Uma coisa permanece
imutável, é o dever de saudar conhecidos e amigos.
− O homem saúda primeiro a mulher, a um superior hierárquico ou grandes personalidades, não deve
estender a mão, deixando a iniciativa ao saudado.
− Uma senhora saúda primeiro outra senhora menos jovem, ou de posição mais elevada, um cavalheiro
muito importante ou idoso, uma autoridade. Nunca tomar a iniciativa de estender a mão.
− Entre homens ou senhoras, quem chega ou vai passando deve saudar em primeiro lugar. Parando se
houver conhecimento suficiente.
− Quem entra num salão ou num elevador residencial, cede o passo aos mais idosos e as senhoras
fazem uma saudação com um simples aceno de cabeça. Quem recebeu a saudação, deve
corresponder com a mesma gentileza.
− Um homem, em companhia de um amigo ou de uma senhora, secunda o cumprimento deste ou desta a
uma terceira pessoa, com um discreto aceno. Uma senhora nunca o faz.
− O homem levanta-se sempre, para receber um aperto de mão, seja de quem for, salvo se ele for muito
importante ou idoso.
− A mulher só se levanta ante seus convidados, senhoras idosas ou pessoas de alta hierarquia, ou
importantes.
− Quando duas pessoas conhecidas se cruzam na rua ou num salão cumprimentam-se. A iniciativa de
parar deve ser sempre da mais idosa ou importante.
− Se um senhor cumprimentar uma senhora nessas mesmas condições, cabe a este, a iniciativa de parar.
− Não se estende a mão a um doente ou a mesa de refeições.
− O "beija-mão" requer cuidado, o gesto só cabe em recinto fechado, não em público. Não se beija mão
de senhoritas ou mão enluvadas. É correto beijar as mãos das mais idosas ou das mais íntimas e
cumprimentar as demais. Uma senhora ao entrar no salão sempre descalça as luvas, pelo menos a
direita, para cumprimentar as pessoas que lhe venha falar.
− Cumprimentar tirando o "chapéu" é obrigação de quem se dá ao trabalho de usá-lo. Quando há
senhoras, numa sala, num bar, numa loja, etc., tira-se o chapéu. Nunca se fica de chapéu, quando há
dúvida.
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− Se estiver frio e dois amigos se encontram enluvados, ambos retiram as luvas, antes de dar as
mãos. Sendo uma senhora ela conserva as luvas ao encontrar-se com um amigo ou amiga.
− Num salão ou recinto fechado, geralmente o saudar é acompanhado do aperto de mãos. Não é
obrigatório, sobretudo quando alguém se aproxima de um grupo numeroso. Basta saudar com a
cabeça. Se quiser, poderá apertar a mão de uma ou duas pessoas, as quais devem mais respeito.
− Um homem bem educado nunca toma a mão enluvada de uma senhora, levantando com o polegar, a
luva para beijar-lhe o pulso.
− Um anfitrião ou um hóspede nunca beijará, seja onde for, a mão de uma convidada, estando ela em
"deshabillé" e ele em "role de chambre" ou qualquer deles nesses trajes. Não se beija "mão", em praia,
campo ou fazenda.
− Não se deve estender a mão, num restaurante, quando se está à mesa ou a outra pessoa o está. Uma
saudação com a cabeça é suficiente, mesmo que se chegue à mesa para conversar. Nesse caso, os
homens levantam-se para cumprimentar, de longe, a senhora ou senhor.
− Em um jantar se uma senhora se levanta todos os homens devem fazer o mesmo, repetindo o gesto
quando ela regressar. Sendo um jantar grande, essa obrigação fica limitada aos vizinhos da direita e da
esquerda.
LINGUAGEM NÃO VERBAL: GESTOS
COMPORTAMENTO
Andar animado e ereto
De pé com as mãos na cintura
Sentado, pernas cruzadas e movimento ligeiro dos pés
Braços cruzados no peito
Mãos nos bolsos, ombros encurvados ao andar
Mãos no rosto
Tocar e esfregar levemente o nariz
Esfregar os olhos
Mãos unidas nas costas
Tornozelos travados
Cabeça descansando na mão, olhar voltado para baixo
Esfregar as mãos
Sentar com as mãos unidas na cabeça e pernas cruzadas
Beliscar a ponta do nariz, olhos fechados
Bater os dedos em qualquer superfície
Afagar os cabelos
Cabeça inclinada para o lado
Acariciar o queixo
Olhar para baixo, rosto virado
Puxar a orelha
Bocejos
INTERPRETAÇÃO
− Confiança
− Prontidão, agressividade
− Aborrecimento
− Defesa
− Abatimento, desânimo, desalento
− Avaliação
− Rejeição, dúvida, mentira
− Dúvida, descrença
− Apreensão, frustração, raiva
− Apreensão
− Aborrecimento
− Antecipação
− Confiança, superioridade
− Avaliação negativa
− Impaciência
− Insegurança, provocação
− Interesse
− Tentando tomar decisão
− Nervosismo, insegurança
− Indecisão
− Cansaço, desinteresse.
De um modo geral:
− O grau de hierarquia (idade, sexo, poder social ou profissional) e sociabilidade são relevantes no
momento da apresentação.
− Os títulos de presidente, governador, prefeito e outros, só serão declinados durante o exercício do
cargo.
− A aluna será apresentada ao professor.
− Uma mulher solteira é apresentada à casada.
− Ao apresentar um casal diga o nome dos dois e não: “Augusto Cesar e Senhora”.
− O homem apresentado a outro, levanta-se e apertam às mãos.
− Dê o mesmo tratamento a todos os convidados do evento.
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− No primeiro encontro a primeira impressão é a que fica. Logo, esteja preparado, pois nunca haverá
uma segunda oportunidade. Mostre o seu melhor sorriso olhando nos olhos do outro e apertando a
mão com firmeza.
− Deve ser feita com naturalidade e delicadeza (sem afetações).
− Pronunciar com clareza nosso nome e de quem estamos apresentando, qualificando-nos e também
nosso apresentado.
− O homem sempre é apresentado à mulher. No caso de um alto dignatário civil ou religioso, é o inverso.
A pessoa mais “importante” recebe a outra pessoa, e é mencionado primeiro. Ex: “Sr. Pereira esta é
Suzana Lopes, nossa assistente”. Quando a idade for o fator, a escolha deve ser: “Sr. Sessenta
anos, gostaria de lhe apresentar o Sr. Quarenta anos”.
− A idade, o sexo e a posição devem prevalecer como precedência durante a apresentação:
O menos importante ao mais importante.
O mais moço ao mais velho (válido de uma moça para uma senhora).
O homem à mulher (salvo alta personalidade).
Quem chega é apresentado para quem já está.
− Ninguém deve ser apresentado como ex-marido, ex-diretor. Alguns títulos são perenes, pois mesmos
aposentados ou na reserva, conservam os seus títulos: Ministros, Embaixadores, Deputados, oficiais
das forças armadas (mesmo que não exerçam mais a função civil ou militar).
− Beijos - autoridades na investidura do cargo, não podem estar de beijinhos com todo mundo.
− Não se dá beijinhos em desconhecidos.
− Beijar a mão de uma mulher é um ato de requintada cortesia.
− Ao caminhar pela rua acompanhado de alguém e cruzar com um conhecido, o correto é apresentar a
pessoa que nos acompanha.
− O homem sempre anda na rua próximo ao meio-fio, e a mulher fica próxima às vitrines ou fachadas. É
um sinal de proteção.
CURIOSIDADE:
-
Os homens desenvolveram esse hábito para evitar que, ao acompanhar as
mulheres, cavalos e carruagens, que trafegassem naquelas vias sem calçamento
e em meio à lama e poças d´águas, respingassem em seus vestidos.
− No restaurante, não se deve deixar os amigos, conhecidos ou companhia para ir falar com pessoas de
outras mesas.
− Quando um membro das Forças Armadas é apresentado a um superior em um salão, o que primeiro ele
pronuncia é a sua patente seguida do seu “nome de guerra”, e aguarda que o superior o cumprimente.
− Quando se trata de um casal, primeiro se apresenta o cavalheiro, e este é quem apresenta a dama.
− Se a pessoa que vamos apresentar ocupa um cargo importante, corresponde dizer primeiro o cargo e
em seguida o nome.
− Para cumprimentar uma pessoa da família real, se dobra a perna esquerda (a direita só a Deus).
Evite:
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Apresentar alguém pelo seu (cognome) apelido;
Tocar a pessoa com quem se está falando;
Empregar as expressões: “meu amigo, meu companheiro, meu colega, meu camarada”, etc.;
Os tratamentos senhor, senhora, senhorita, ao apresentar membros da própria família.;
Dizer: “não está me reconhecendo?”, “desculpe-me, como é mesmo o seu nome?”.;
Falar com as mãos nos bolsos;
Deixar de olhar a pessoa com quem se fala ou quando nos são apresentadas;
Sorrir ironicamente;
Por os braços em jarra;
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Falar ao ouvido de uma pessoa diante de uma terceira;
Apontar ou assinalar com o dedo a uma pessoa;
Maquilar-se, beber e comer em lugar que não corresponde.;
Desmentir a uma pessoa diante dos demais;
Dar risadas estridentes e gritos;
“Chistar” ou gritar para uma outra pessoa na rua;
Sentar nos braços dos sofás;
Apoiar-se contra paredes e móveis;
Falar em voz alta;
Bocejar;
Ficar olhando o relógio em uma conversa ou reunião;
Esparramar-se no sofá;
Chamar a atenção para uma pessoa com defeito físico;
Interromper quando uma pessoa está falando;
Criar polêmicas.
O BEIJA-MÃO
O
“beija-mão” é uma forma de cumprimento usada como prova de grande deferência e de comportamento
social elegante, simboliza o respeito de um homem por uma mulher (senhoras casadas, solteiras mais
maduras ou jovens, demonstrando admiração). Apesar de não ser prática corrente em nosso país, tem um charme
inconfundível mais exige, em primeiro lugar, senso de naturalidade. Correto e elegante é apenas roçar os lábios
sobre a mão estendida, num movimento discreto e jamais beijar uma mão enluvada. Sendo um gesto bem recebido
pelas mulheres elegantes, está previsto no protocolo de recepções oficiais.
Dentro de um recinto, o beija-mão é correto e apropriado, quer em simples visitas quer em reuniões sociais,
no foyer, nas frisas ou nos camarotes dos teatros e jamais em lugares públicos, tumultuados ou na praia.
A tradição prescreve que os leigos e o clérigo de nível inferior, quando
apresentados a um bispo, devem beijar sua mão, na verdade, o seu anel, símbolo
da sua autoridade eclesiástica. Em algumas situações do cerimonial católico, e
principalmente quando se trata do papa, a pessoa flexiona um dos joelhos
(genuflexão) para esse beijo. Quando beija o anel estando de pé, a pessoa
precisa curvar-se profundamente, porque o prelado levanta o braço do anel
apenas levemente. Devido a que não se beija uma mão enluvada, quando o
dignitário tem que usá-las, ele coloca o anel no dedo por cima da luva. Evita-se o toque dos lábios na pedra ao
beijar o anel. Quando o prelado veste roupas leigas ou um traje clerical simples, provavelmente estará também sem
o seu anel, e será cumprimentado apenas com um aperto de mão. Se o leigo desejar mostrar seu respeito mesmo
nessas circunstâncias, e beijar-lhe a mão, deve refrear esse impulso se o local é público e movimentado, ou se está
no interior de uma loja, e limitar essa prática ao recinto dos estabelecimentos religiosos. Quanto às religiosas, não
se deve beijar a mão nem mesmo apertá-la
O aperto de mão e o beija-mão, cumprimentos usuais na sociedade atual foram influenciados por uma
tendência simplificadora da etiqueta, nas últimas décadas. As regras são menos rígidas, contudo, sem ultrapassar
os limites impostos pela cortesia e pela boa educação.
O homem cumprimenta dessa forma a mulher quando se trata de uma senhora, não uma jovem solteira. O
beijo na mão é uma forma de mostrar respeito e admiração, porém com o distanciamento que esse mesmo respeito
requer. É um gesto rápido, iniciado pela senhora que estende a mão ao homem, pois a ela cabe a iniciativa do
cumprimento. Seu emprego perde a razão de ser depois que se estabelece um conhecimento mais íntimo entre o
35
homem e a mulher, quando é substituído pelo aperto de mão nas ocasiões formais, ou se tornam admissíveis os
beijinhos na face e o abraço nos encontros informais. Obviamente, o homem não beija a mão de parentas próximas.
Evita-se o toque dos lábios no beijar, porém sem afastá-los mais que alguns milímetros: imita-se um beijo à
altura da articulação dos dedos com o dorso da mão, não à do punho flexionado. Se a mulher se acha em uma
recepção formal e usa luvas, ela as retira (pelo menos a da mão direita) para a eventualidade de ser apresentada a
um homem, pois este não deve beijar uma mão enluvada.
Se a pessoa que beija a mão tem especial apreço e grande afeto pela outra que está cumprimentando,
pode usar no cumprimento as duas mãos. Sobre o dorso da mão que está beijando, e que sustenta com a sua mão
direita, coloca transversalmente a palma da sua mão esquerda, um pouco além do local do beijo, próxima ao punho.
Ao ter que cumprimentar um grupo de senhoras (ressalvado que as condições sejam as requeridas para
esse gesto) o homem não é obrigado a beijar a mão de todas. Pode escolher fazê-lo às senhoras mais velhas ou às
que conhece melhor, ou à que lhe está mais próxima, e aperta a mão das demais do grupo.
Essa forma de cumprimento não é praticada em local público aberto ou descoberto como estação
rodoviária, na praia e em locais esportivos ou acampamentos, em praça pública, ou mesmo em uma biblioteca
pública. O anfitrião não beija a mão de uma visitante ou convidada que está em traje esporte. É uma forma de
cumprimento próprio apenas para locais cobertos não públicos, ou excepcionalmente em recinto aberto porém
íntimo, como o terraço da casa, um jardim fechado ou um clube muito exclusivo (por ocasião de um chá).
O ritual do beijo na mão requer que a mulher eleve a sua (ela indica assim
o modo como deseja ser cumprimentada), sem afastá-la muito de si, e sem
estender o braço, mas de modo que o homem não precise mais que curvar a
cabeça para beijá-la – salvo se ele for muito mais alto que ela, que alça a mão no
máximo até sua própria altura. Como nos dias atuais esse cumprimento não é
muito esperado, a mulher em geral não oferece a mão a beijar (a menos que
freqüente ambiente ou receba habitualmente em situações nas quais essa forma
de cumprimento é a regra), e o homem é que, quando ela lhe estende a mão, pode levantá-la à altura de seus lábios
para o beijo. Porém ele deve desistir se sentir resistência da parte da senhora, e então apenas apertar-lhe a mão.
Como toda forma de cumprimento, o beijo na mão é acompanhado de algumas palavras exprimindo carinho
e respeito, pronunciadas depois de efetuado o gesto, os parceiros olhando-se nos olhos. Desacompanhado de uma
expressão que seja prazerosa para a senhora que se cumprimenta transforma-se num gesto insípido, e melhor seria
que fosse apenas um aperto de mão. Deve-se dizer alguma coisa, que pode ser desde um simples “Muito honrado
em conhecê-la, senhora”, até algum galanteio à francesa que, ainda que esteja fora de moda, costuma ser sempre
respeitoso.
CURIOSIDADE:
-
Para os orientais, quando curvamos a cabeça para cumprimentar alguém,
estamos oferecendo o que há de melhor em nós mesmos: a inteligência, a
sensibilidade, o raciocínio e a sensualidade, uma vez que todos esses sentidos
estão ali.
GAFES
G
affe, do francês, significa indiscrição involuntária cometida pelo gaffeur/gaffeuse, não importando a
circunstância. É passiva de ser cometida por qualquer pessoa, seja rica, pobre, instruída, ignorante, chique ou
brega, pois ninguém está totalmente isento de uma pontinha de insensatez.
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Entretanto o “most” dos gaffeurs se concentra nas pessoas despreparadas ou nas emergentes que
insistem a freqüentar situações onde ficam totalmente deslocadas, no que se refere aos temas das conversas, às
boas maneiras, enfim, ao próprio convívio social.
Apesar de gaffer, popularmente dito “dar mancada” ou “dar fora” não ser pecado,
sua ação é irremediável. Uma vez cometida, a gafe não tem como ser contornada,
causando embaraço e constrangimento no grupo. Às vezes é muito melhor assumi-la e
pedir desculpas que tentar remediá-la. A reação das pessoas atingidas por gafes varia
de acordo com a sensibilidade e o grau de tolerância. Por exemplo: Bush dizendo que a
Rainha da Inglaterra nasceu no século 18, no ano de 1700.
Por exemplo:
− Pessoas tranqüilas, felizes e com a vida bem resolvida aceitam a gafe com bom humor, chegando até a
divertir-se com o despreparo do outro.
− Pessoas prepotentes, intolerantes, geralmente ansiosas ficam indignadas, chegando a fazer
comentários grosseiros e humilhantes para diminuir o gaffeur.
Muitas vezes, é bem melhor comportar-se com timidez, para não cair no erro de falar o que não deve, tocar
onde não pode, fazer o que não sabe.
Assim como existem gafes inofensivas, existem aquelas que são extremamente grosseiras, deixando de ser
propriamente gafes, chegando a ser considerada como mau caratismo. Por exemplo:
Gafes inofensivas
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Qual sua idade?
Você se lembra de mim?
Qual é mesmo o seu nome?
Quanto custou?
Este é o seu marido?
É verdadeira ou bijuteria?
Avisa sempre que o cigarro dá câncer.
Pensa que RSVP significa “só vai piorar”.
Apresenta a esposa como “minha patroa”
Chega meia hora antes do horário marcado para parecer pontual.
Gafes grosseiras:
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−
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Tem certeza de que vai comer isso?
Você está grávida?
Você foi convidado para aquela festa?
Adoraria comer, mas isto engorda.
Se não for diet, não quero nada.
Não compre jornal; leia o dos outros, de preferência antes deles.
Passe em alta velocidade nas poças de água.
Aproveite a insônia para conferir compras, acenda a luz e abra a bagagem no meio da noite.
Pergunte se ela não quer tomar um “banhinho” antes.
Comente em voz alta quem contribuiu, e com quanto, para a cota de um presente.
Mal caratismo (esperteza):
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−
Apresentar-se sempre apressado demais para entrar no fim da fila.
Se achar automaticamente convidado para todas as festas.
Pedir emprestado e jurar que devolve no dia seguinte.
Supor que o item “traje” nos convites se aplique apenas aos outros.
Pegar o maior pedaço, você merece.
Assumir que a palavra “reservado” significa: “para você”.
Esquecer a carteira de dinheiro.
Achar que o carro cabe em qualquer vaga.
Ter uma coleção de toalhas, cinzeiros, copos, mantas roubadas de hotel e avião, como souvenir.
Grandes e pequenas gafes a serem evitadas à mesa
− Cruzar os talheres, depois de terminada a refeição, em vez de colocar garfo e faca em posição
paralela.
− Tomar vinho ou água, sem passar o guardanapo nos lábios, deixando a marca de gordura nas
bordas do copo.
− Sentar-se e fincar os dois cotovelos sobre a mesa.
− Balançar-se na cadeira (que acabará por quebrar-se).
− Atirar os caroços de frutas diretamente da boca no prato, sem fazê-la por intermédio da mão
entreaberta.
− Limpar (em casa onde for convidado) os talheres e os copos no guardanapo.
− Amarrar o guardanapo em torno do pescoço.
− Limpar os lábios ou os dedos, na toalha da mesa, em vez de fazê-lo no guardanapo.
− Usar a faca para levar o alimento à boca.
− Sorver e fazer barulho ao tomar a sopa.
− Fazer da xícara de café ou do pires cinzeiro, após o jantar.
− Falar com a boca cheia, pois é feio e a maneira mais certa de atirar perdigotos.
− Falar o tempo todo, sem dar aos outros, outra oportunidade de também dizer o que pensam.
− Empurrar a comida com o dedo em cima do garfo; para isso, um naco de pão é o aconselhado.
− Permitir que seu copo de vinho fosse cheio e deixá-la quase intato.
− Gesticular com qualquer dos talheres seguros na mão.
− Virar o prato de sopa para aproveitar a última gota.
− Evitar o quanto possível recusar um prato qualquer; não é necessário aceitá-lo com abundância,
mas uma porção pequena é recomendável.
− Cutucar o vizinho ou a vizinha com o dedo para que preste atenção no que se vai dizer.
− Assoprar a sopa, quando estiver quente, quando o correto é esperar que ela esfrie.
− Limpar a mesa das migalhas de pão com a mão devendo esperar que o copeiro o faça com a
vassourinha especial.
− Empurrar o prato para longe, depois de ter comido o que havia nele.
− Ao levantar-se da mesa, deixar que o guardanapo escorregue e vá ao chão, ou fazer dele uma
trouxa; dobre-o rapidamente e deixe-o em frente, sobre a toalha.
− Ocupar-se, durante a refeição, unicamente com uma vizinha, lembrando-se de que elas são duas.
− Procure entreter a que estiver menos solicitada pelo vizinho do outro lado dela.
− Se a dona de casa ou uma de suas vizinhas levantar durante a refeição, faça o mesmo, é uma
atenção que se deve seguir à risca.
− Usar o palito somente quando for indispensável e com toda a descrição; fazê-lo rapidamente e
nunca deixá-la dependurado no canto da boca.
− Acenda o cigarro somente depois de servidos os pratos salgados e sempre pedindo licença às
senhoras que estão ao seu lado. Cuidado com a direção da fumaça.
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− Deixe o cachimbo – caso o leitor o fume – para sua casa ou quando houver bastante ar para que
a fumaça não incomode. Cuidado com a qualidade do tabaco.
− Nunca se levante da mesa, antes que a dona (ou dono da casa, na falta dela), faça o sinal gue a
refeição está terminada.
CONDUTA RECOMENDÁVEL EM ALGUNS AMBIENTES:
No elevador:
-
Os homens dão a primazia às mulheres.
Os inferiores aos superiores.
Os mais moços aos mais velhos.
Nas escadas:
-
Subindo, mulher na frente e homem atrás.
Descendo, homem na frente e mulher atrás.
No automóvel com motorista:
-
Mulher à direita no banco traseiro (lugar de honra).
Altos dignatários têm precedência no lugar de honra.
Servindo água ou café (ou similar):
-
Serve-se primeiro as visitas obedecendo a ordem de precedência.
Depois se serve o anfitrião.
Serve-se pela esquerda.
Aperto de mão:
-
Segurar a mão com firmeza.
Acompanhar com leve inclinação de cabeça o gesto.
Nunca se aperta a mão de pessoas que estão à mesa de refeições.
Nunca se recusa apertar as mãos de quem nos oferece.
Um idoso pode estender a mão a uma jovem senhora.
No Cerimonial e Protocolo
-
Quem trabalha no Cerimonial deve evitar que o mesmo seja “quebrado”, ou o protocolo “ferido”.
-
Só quem pode quebrar o Cerimonial é a autoridade mais importante do evento, reunião ou
cerimônia.
PÊSAMES
A
ocasião de morte de pessoas próximas é sempre uma situação difícil de lidar, por outro lado, o sucesso de
um colega de trabalho é algo que deve ser comemorado. Seguem alguns conselhos para estes momentos,
respectivamente, de dor e alegria:
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− Velórios, enterros e missas de sétimo dia devem ser encarados como um momento de solidariedade
a amigos e familiares.
− A ocasião de morte de pessoas próximas é sempre uma situação difícil de lidar. Velórios, enterros e
missas de sétimo dia devem ser encarados como um momento de solidariedade a amigos e familiares.
Se o velório for do parente de um amigo, sua presença é imprescindível. O mesmo se aplica no caso de
colegas que você tenha algum contato.
− Se o velório for do parente de um amigo, sua presença é imprescindível. O mesmo se aplica no caso de
colegas que você tenha um contato habitual
− Muitas pessoas ficam sem saber o que falar para dar um consolo nesses momentos. A expressão 'sinto
muito' é menos pesada que 'meus pêsames' e tem praticamente o mesmo efeito. Se não souber o que
falar, simplesmente dê um abraço carinhoso e não fale nada.
− Se por um motivo importante não puder comparecer ao velório ou enterro, envie um telegrama com uma
mensagem do tipo "nesse momento, meu pensamento é voltado para você, sua família e sua dor". Essa
atitude demonstra preocupação real.
− Em cemitérios ou igrejas, utilize roupas sóbrias, desligue o celular e procure manter o tom de voz baixo.
Evite levar crianças.
− A presença de amigos na missa de sétimo dia é sempre bem-vinda. Mas visitas em casa devem ser
feitas só sob consulta prévia. O tempo de permanência da visita varia de acordo com a intimidade e o
grau de cansaço da família, sabendo-se que mais de uma hora é um período cansativo.
− Passado um mês da morte da pessoa, a família não recebe mais visitas. Se você esteve fora durante
esse tempo e ainda assim quiser se manifestar, basta um telefonema ou uma carta curta e escrita a
mão, com a sua mensagem de carinho e apoio.
ETIQUETA NO TRABALHO: TRATE BEM DO BOY AO PRESIDENTE
Ser gentil e educado no ambiente profissional é fácil e pode contar muitos pontos a seu favor.
Alonso é um executivo bem-sucedido. Detesta perder tempo. Na sua vida, o trabalho está em primeiro, em
segundo e em terceiro lugares. Assim que chega à empresa, entrega o carro ao manobrista, entra mudo no elevador
e percorre rapidamente os corredores sem falar com ninguém. No máximo dá um aceno sutil aos funcionários mais
próximos. Assim que o avista, a secretária já se põe a postos para receber os primeiros comandos. A moça do café
leva uma bandeja, põem em cima da mesa e sai de fininho - na maior parte das vezes, ele nem nota sua presença.
O boy, quieto num canto, só olha. O estagiário, no máximo, esboça um sorriso. Mesmo os diretores procuram não
puxar conversa com ele. Todos o respeitam profundamente, fazem o que sujeito respeitado assim tem alguma
chance de ser um líder? Difícil, Alonso pode ser muito competente, mas falta-lhe uma qualidade indispensável aos
verdadeiros lideres: cortesia. Ele peca por tratar subordinados como pessoas invisíveis. Só os procura quando
precisa de algo, numa atitude que, infelizmente, é ainda muito comum nas empresas. É chato reconhecer, mas num
dia ruim até mesmo nós, mortais, esquecemos de ser corteses com quem está abaixo (ai está uma grande
hipocrisia: esse esquecimento nunca acontece com quem está acima de nós). É lamentável.
A cortesia é a pedra fundamental das relações (vale para as de trabalho, as familiares etc.). Mas, se ela não
faz parte de sua alma, vão aqui alguns bem práticos para que você entenda o enorme poder transformador da
cortesia. Esqueça dessa vez cúpula da empresa - com diretores, vices e presidentes você sabe como agir. Atente
para o lado mais fraco da corda.
Ascensorista - Você conhece algum trabalho menos gratificante? Isso em si já é motivo para tratá-los bem.
No entanto, durante as horas de sobe-e-desce, conduzindo do presidente ao boy, eles ouvem todo tipo de
conversa e podem se revelar uma interessante fonte de informação.
Boys – Circulam por toda a empresa, conversam com muita gente e, ao contrário de nosso amigo Alonso,
gostam de jogar um pouco de conversa fora. A probabilidade de apresentarem determinados serviços em
razão de sua simpatia por algumas pessoas é enorme.
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Garagista/manobrista – Alguma vez ele já bateu ou riscou seu carro? Isso já é motivo para tratá-lo
como um príncipe, concorda? Basta multiplicar o número de carros de seu estabelecimento pelo de dias do
ano e colocar-se no lugar dele....
Telefonista – Ela fala com todos e não vê ninguém. Por isso, uma palavra simpatia pode fazer toda a
diferença do mundo em seu dia.
A turma da limpeza – Eles se esfalfam todos os dias pelo seu conforto. Custa ser simpático?
Estagiários – Eles não serão eternamente estagiários (que o diga Monica Lewinsky) e seus caminhos
podem cruzar–se no futuro em outras circunstâncias. Assim, é melhor que eles tenham lembranças
agradáveis de você, certo?
Para finalizar, lembre-se das palavras do professor Higgins ao ensinar boas maneiras à sua aluna Eliza no
clássico My Fair Lady: “O segredo não é ter boas maneiras ou más maneiras e sim as mesmas maneiras para
com qualquer ser humano.....”
É POSSÍVEL IMPOR RESPEITO COMUNICANDO-SE DE FORMA CORTÊS
A
s boas maneiras facilitam a comunicação, Durante muito tempo, predominou a idéia de que pessoas
enérgicas tinham mais chances de atingir suas metas do que aquelas de fala mansa e maneiras suaves, em
geral tidas como tímidas ou de pouca iniciativa. Agressividade passou a ser confundida com eficiência, e os
tipos “entrões” e falantes tornaram-se mais valorizados do que sujeitos naturalmente cordatos que se atinham a
desempenhar bem suas funções.
Hoje, no entanto, as táticas de terrorismo e a figura do chefe que inspira medo já não surtem mais tanto
efeito. Num momento em que o mundo procura retomar valores como a qualidade de vida e que todos se voltam
para uma reflexão em busca de paz e harmonia interiores, é preciso reavaliar se as antigas técnicas de
comunicação ainda funcionam como antes. É uma exigência no ambiente de trabalho – e, também, um fator de
eficiência profissional.
“Quem não se comunica se trumbica” – sábia frase do velho Guerreiro. Mas a questão, hoje em dia, não
é comunicar-se ou não (até porque, nesta era de telecomunicações e avanços tecnológicos, nunca foi fácil e rápido
comunica-se com qualquer parte ou pessoa do globo), mas sim a maneira como o fazemos. É perfeitamente
possível impor respeito e galgar degraus na hierarquia de uma empresa comunicando-se de forma cortês, sem
invadir espaços, sem levantar a voz ou fazer carranca de monstro. Aliás, é infinitamente mais agradável, além de
muito mais eficiente.
Não se trata de ser (ou dar a impressão de ser) frouxo ou tímido, e sim de Ter uma atitude positiva e
democrática em vez de negativa e absolutista. Até mesmo para reclamar ou reivindicar, uma abordagem cuidadosa
e mais simpática pode render muito mais frutos do que uma colocação dura (por mais verdadeira que seja) da
situação.
Reclamar por reclamar não leva a nada. Quem age dessa forma acaba perdendo o respeito de colegas,
chefes e subordinados. O que fica é apenas a imagem da pessoa que jamais está satisfeita e vê defeito em tudo.
Não se trata de calar sempre e deixar de colocar seus pontos de vista. Mas, ao fazê-lo da maneira correta, as
chances de alcançar sucesso, ou pelo menos simpatia, por qualquer que seja a causa, aumentam bastante.
Para começar, tente substituir determinadas expressões negativas por outras mais amenas. Exemplos: em
vez de “detesto que ....”, por que não usar “não seria melhor se nós ...”? Ou, então, “por que será que nada está
funcionando.....”, pode se tornar mais simpático com “e se nós tentássemos .....”
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“Isso é bobagem”, além de agressivo, não acrescenta nada ao problema. Já o “Temos uma alternativa,
o que vocês acham de...” é mais diplomático, traz uma sugestão de solução ao que você considera uma bobagem.
Uma postura mais democrática também dá espaço para que pequenos ajustes sejam feitos. E não fará de
você um ogro ditador.
“Eu o ouvi dizer que ...” é muito mais suave do que “Ele sempre diz”, “É incrível como nunca se
consegue ...” soa quase como ofensa pessoal. Já um “Nós realmente temos tido alguns problemas com ...”
chama a responsabilidade par quem está falando, além de envolver os interlocutores diretamente no assunto. “Todo
mundo acha” não dá a menor brecha para um diálogo ou discussão. Por sua vez “muita gente parece achar que
...” dá a entender que outras opiniões são igualmente bem-vindas. É uma questão de palavras e entonação. Mas
que podem fazer toda a diferença e até mudar a atitude de seus interlocutores com relação ao que está sendo
discutido. Ao se comunicar de forma mais gentil e democrática, a resposta fui melhor, mais diretamente. As pessoas
perdem o medo de emitir opiniões e de colocar. E fica muito mais fácil saber em que terreno se está pisando.
Adote uma atitude positiva: pode valer a pena. Ao fazê-lo, você estará automaticamente sendo mais
receptivo. O que é ótimo, uma vez que alguém com a capacidade de enxergar vários aspectos de uma questão
levam vantagens sobre quem insiste em martelar sempre o mesmo ponto de vista.
Isso vale também pra as situações em que se recebem reclamações: é preciso educar-se para ouvir e
compreender o que a outra pessoa está querendo dizer e, mesmo que isso não seja fácil, formular perguntas até
estabelecer um diálogo. Isso elimina a possibilidade de a conversa virar discussão. Uma vez registrada a queixa,
pedir ao interlocutor que ofereça ele próprio uma solução é uma maneira educada de fazê-lo perceber que você está
aberto, sim, a sugestões e até se propõe a ouvir mais a respeito do assunto. Cria, no mínimo, um clima de
companheirismo em um momento freqüentemente delicado.
Finalmente, evite comparações de qualquer espécie. Nada pode ser mais indelicado e contraproducente. Ao
dizer “Por que é que o departamento tal tem 30 computadores e o nosso apenas cinco?”, você corre o risco de
parecer uma criança emburrada. Já um argumento preparado pode surtir muito mais efeito e economizar tempo na
negociação: “Fizemos um estudo e percebemos que com apenas cinco computadores estamos perdendo x
horas por semana, além de y pessoas ficarem ociosas durante muito tempo enquanto esperam para utilizar
as máquinas. Com isso, estamos deixando de ganhar z por mês. Talvez seja o caso de pensar em adquirir
mais computadores, até porque, em pouco tempo, eles estariam se pagando...” Melhor, não?
Na verdade, em nosso dia-a-dia, já há pressão suficiente e ninguém tem mais paciência com posturas
radicais, muito menos tom de voz prepotente. Quem realmente tem poder dificilmente eleva a voz. E não eleva
porque entende que isso não tem cabimento. Falar alto, ser agressivo é coisa de gente insegura. Os verdadeiros
poderosos já passaram da fase dos escândalos e das demonstrações patéticas de autoridade. Basta lembrar
personagens antológicos como Dom Corleone, de Marlon Brando, em O Poderoso Chefão, Quando muito, ele se
limitava a acenar para que o interlocutor chegasse mais perto e pudesse ouvir claramente seus recados meramente
sussurrados. Porém, cumpridos escrupulosamente à risca.
O EXTREMO OPOSTO: QUANDO UM SUJEITO GENTIL SE TORNA UMA MALA SEM ALÇA
V
ocê deve conhecer pelo menos um exemplar da espécie. É o sujeito cheio de boas intenções, solicito e
simpático, mas que por ingenuidade – ou, às vezes, falsidade -, mostra-se disposto a parar tudo o que está
fazendo para atender a um pedido seu. É tão gentil que está fazendo para atender a um pedido seu. É tão
gentil que acaba parecendo tolo, chato e bajulador. Ser gentil é bom em qualquer ocasião, mas também não precisa
exagerar. Esse tipo de comportamento não combina com o ambiente corporativo, que cada vez mais valoriza
pessoas de personalidade forte, contestadoras e informais. O bonzinho exagerado pode acabar sendo visto como
alguém de pouca opinião sobre as coisas, sem iniciativa nem pulso firme. Esse anjo sem asa, também muito
confundido com mala sem alça, jamais será lembrado para projetos que exijam um pouco mais de responsabilidade.
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Pior ainda, os colegas não o admiram sem querem saber de muita conversa – a não ser, claro, quando precisam
de alguma coisa. Se você não está a fim de assumir esse papel, pare um pouco e veja os conselhos abaixo.
−
Não peça desculpa a toda hora, por qualquer coisa. A não ser, é claro, que tenha um bom motivo.
Isso é visto como subserviência. Os que fazem parte da turma do “quer que eu faça?” também
deveriam maneirar. O mesmo vale para os que distribuem coelhinhos de chocolate na Páscoa,
lembrancinhas para todos no Natal, flores no início da primavera, folhas secas no outono.
−
Diga não quando for preciso. O superbonzinho geralmente não sabe dizer um simples “não”, e por
isso há quem se aproveite para deitar e rolar. Ser cooperativo é uma coisa, ser explorado é outra. Se
você estiver ocupado e alguém pedir um favorzão, algo que pode tomar boa parte do seu tempo, diga
que naquele momento você não pode ajudar e explique a razão. Conforme o caso, peça um tempo
até terminar o que está fazendo. Ou simplesmente, com cortesia, saia pela tangente.
−
Não engula desaforo. As pessoas prestativas e gentis demais agem como se nada tivesse
acontecendo ao ouvir uma ironia ou algo que as contraria ou ofende. Continuam com eterno sorriso
congelado. Tudo errado. Num caso como esse, é melhor reagir com elegância, sem bater de frente,
mas nunca deixando o episódio passar em banco.
−
Se alguma coisa estiver aborrecendo você, soe o alarme. Alguém que trabalha a seu lado fuma sem
parar ou fala muito alto ao telefone? Dê um toque. Numa boa, deixe-o saber que aquilo está lhe
incomodando. Defenda seus direitos, por menores que sejam.
−
Nunca é demais dizer “bom dia”, “por favor”, e “até logo”. Alias, é o que se espera de pessoas que
se conhecem e dividem o mesmo ambiente todos os dias. Mas estender a mão para cumprimentar as
pessoas todo santo dia e abraçar e cumprimentar com beijinhos, ai já é forçar a barra. Isso ninguém
agüenta.
−
Não exagere nos elogios. Confete demais, a toda hora, pode soar falso e gerar constrangimentos,
sobretudo se forem atirados na frente de todo mundo. Peque leve. Fredback é importante, mais sem
excessos.
A PRIMEIRA IMPRESSÃO
C
ostuma-se dizer que a opinião do recrutador se forma nos primeiros cinco minutos da entrevista. Boas
maneiras, linguagem correta e o traje certo para a ocasião são meio caminho andado para causar boa
impressão. Daí o interesse que as questões de comunicação e imagem adquiriram nos últimos anos. Há quem
sustente, aliás, que, se é o nosso coeficiente de inteligência que nos facilita o acesso a certos lugares, é o
coeficiente emocional que permite o progresso na carreira profissional. A facilidade de relacionamento com pessoas
de todos os estratos sociais e etários é uma qualidade importante para aumentar este coeficiente emocional. Quem
está bem e se sente bem transmite aos outros mais segurança e inspira mais confiança. Os consultores de imagem
são uma invenção recente em Portugal e surgem relacionados, sobretudo com o marketing político. Nos EUA, o
Directory of Personal Image Consultants enumera 364 firmas especializadas nas áreas de linguagem,
protocolo/etiqueta, vestuário, cor, motivação e desenvolvimento de
carreiras.
É certo que alguns aspectos da nossa imagem física não podem
ser alterados (altura, estrutura óssea, por exemplo). E que outros podem
ser radicalmente mudados (peso e configuração do corpo e do rosto)
através de exercícios físicos, dietas e cirurgia plástica. Mas, na maioria dos
casos, para melhorar a imagem basta usar roupas diferentes, alterar a
maneira de falar em público e cuidar do aspecto exterior, assim
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melhorando a chamada comunicação não verbal.
REQUISITOS DE UMA BOA IMAGEM
E
m todos os manuais de protocolo considera-se que o primeiro requisito de uma boa imagem é a pontualidade.
Como dizia Luís XVIII, “a pontualidade é a cortesia dos reis e o dever de todas as pessoas de bem”. Ninguém
gosta de esperar muito tempo pelos outros. Se alguém se atrasa sem ser por uma razão de força maior (a
desculpa do trânsito, mesmo quando verdadeira, é sempre uma desculpa esfarrapada), está a mostrar falta de
consideração por quem espera. Nas empresas, os atrasos nas chegadas são penalizados pelos relógios de ponto.
Na escola, quem chega atrasado tem falta. Mas apesar de todo este processo de aprendizagem, há quem continue
a chegar atrasado a todos os compromissos sociais e profissionais.
Em qualquer caso, nos compromissos profissionais, um atraso pode comprometer o negócio, e quem quer
dar boa imagem de si próprio deve procurar ser pontual. Por isso, se tiver medo de ficar preso no trânsito, é
preferível chegar adiantado e esperar pelos outros do que fazê-los esperar por si.
É por isso fundamental, sobretudo para quem inicia a sua carreira, chegar a horas a todos os
compromissos. Claro que nunca se deve chamar a atenção para o fato de ser o primeiro a chegar à empresa e o
último a sair. Os seus superiores hierárquicos podem apreciar o seu zelo, mas não apreciam a subtil chamada de
atenção para o fato de chegar antes deles.
Ser bem-educado e positivo é outro requisito importante de uma boa imagem. Toda a gente reage melhor a
uma crítica que começa com um elogio e que é feita de uma forma cordata e positiva.
Demonstrar consideração pelos outros deverá ser a preocupação de quem pretende criar uma boa relação
interpessoal entre todos os elementos do grupo empresarial. Por outro lado, ter consideração implica que se seja
discreto. Nada prejudica mais do que uma indiscrição.
Ainda que seja para demonstrar que se está dentro de todos os assuntos da empresa, não se deve nunca
quebrar o sigilo profissional, mesmo junto dos seus amigos mais íntimos. Nunca se deve revelar nada sobre a
empresa ou sobre os colaboradores que possa causar prejuízo se aparecer nos jornais do dia seguinte. A imagem
pessoal resulta do conjunto formado pela aparência física, pela linguagem não verbal e pela maneira de vestir. A
imagem é o que nos distingue dos outros e, por isso, seja a vestir, seja a lidar com outras pessoas, o
comportamento deve ser irrepreensível, mas discreto, para evitar mal-entendidos.
Mas voltemos ao início: o protocolo e a etiqueta atingem-se com boa educação, trabalho e bastante bom
senso, que se revela o mais importante, tanto nas relações pessoais como profissionais. A etiqueta reflete a boa
educação de uma pessoa ao relacionar-se com as outras. Demonstra cuidado e respeito com os que estão a sua
volta. E isto, embora não se perceba imediatamente, reflete-se em um dia-a-dia no qual o bem-estar prevalece.
Muitas vezes as pessoas não se dão conta de que a vida pode ser melhor se incorporarmos pequenas ações que
podem fazer toda diferença no nosso cotidiano e, portanto em nossas vidas. Ser amável no trabalho, em casa ou
em qualquer outro lugar fará com que se receba de volta um gesto similar. E isso pode melhorar seu dia, sua
convivência social e no trabalho.
IMAGEM É (QUASE) TUDO:
“Vista-se acordo com seu ambiente de trabalho – e convença os subordinados a
fazer o mesmo”.
A
boa aparência requer cuidados simples. Cuidar da aparência não é só uma questão de
vaidade. Saber se vestir pode ser uma ferramenta a mais para qualquer profissional que
quer crescer. Afinal, chegar a uma reunião com ar de desleixo ou combinando roxo com
verde causa má impressão. E ai de você se o colega ao lado estiver com um Armani
impecável. É, meu amigo, vestir-se com elegância pode ser mais difícil do que conseguir uma
44
vaga no MBA de Harvard.
Ter algumas noções estéticas e conhecer algumas regras básicas é o mínimo que você pode fazer por você
mesmo. Essas informações, que antes só existiam em poucas lojas e alfaiates, hoje também são encontradas em
bons livros e em consultorias de moda. Nos últimos anos, surgiu uma espécie de consultoria de moda apelidada de
image consulting. Em longas consultas, o profissional dessa área analisa o tipo físico do cliente, seu estilo de vida,
cores que combinam com o tom da pele. Se a armação dos óculos estiver muito pesada, ele também sugere a
troca.
Antes do banho de loja, o consultor mostra aos clientes como corrigir a postura. O motivo disso é que não
existe um terno bem cortado que disfarce ombros caídos. Se a falha de postura é decorrente de um problema de
saúde, o remédio é ir ao médico. Mas se for somente um hábito inconveniente, o profissional ensina como se
endireitar na cadeira, mantendo a espinha ereta e a cabeça erguida.
Na hora de escolher que peça comprar, o primeiro passo é aprender a diferenciar as roupas do dia das da
noite. Tecidos que brilham, gravatas e camisa com cores fortes combinam só com o luar. Já ternos cinza-claro ficam
bem numa bela manhã de sol. Na dúvida, não invente. O guarda-roupa básico de um executivo é composto de três
ternos, um azul-marinho, outro cinza e um bege. Além disso, não podem faltar blazer azul, calça cinza e camisa
azul-clara para emergências. O paletó pode ser usado com calça jeans e até dispensa gravata.
Os especialistas dizem que nunca se deve repetir a mesma camisa dois dias seguidos. Quanto ao terno,
três dias é o máximo. A gravata, por sua vez, não sobrevive de um dia para o outro. Troque-a sempre. Por isso, é
preciso ter pelo menos cinco no armário, de preferência nas cores azul, cinza e bege. Quanto à padronagem, duas
devem ser lisas, uma estampada, mais descontraída. A largura deve ficar entre 10 e 11 centímetros.
A cor da camisa e o colarinho também refletem a personalidade de um executivo. Se o colarinho é
abotoado, transmite uma imagem despojada. Se for firme, com mais sério. A manga, sempre comprida, pode
terminar em punho duplo, para quem gosta de abotoaduras.
No capítulo dos acessórios, jamais se descuide das meias. A cor deve ser a mesma do sapato, de
preferência preto. O sapato marrom-escuro pode ser usado eventualmente com um terno marinho, mas é mais
arriscado. E riscos, nesse caso, podem fazer você passar uma vergonha danada. Melhor evitá-los.
O CALOR É INIMIGO DA ELEGÂNCIA
N
um país como o Brasil, em que costuma fazer calor o ano inteiro, basta fazer um sozinho para asa pessoas
sacarem do armário aquelas roupas menores, mais claras e mais leves. Só que é preciso tomar muito
cuidado ao fazê-lo, por que justamente esses modelitos mais descontraídos, próprios dos dias quentes, são
os que têm mais chance de parecer casual demais para o escritório, ou até vulgar.
Preparamos uma lista de regras do bem-vestir que, se seguidas, garantem a elegância mesmo no mais
tórrido dos dias de trabalho.
Para elas
−
Saia, sim. Microssaia, não. Use o bom senso na hora de escolher o comprimento da saia. Ela deve
estar um palmo acima do joelho, ou mais baixa. Roupas curtas demais são desconfortáveis. Você
acaba perdendo um tempão preocupada em como se mexer sem mostrar demais o corpo. Além disso,
roupa curta chama atenção. Você quer ser conhecida como a “gostosona” do andar ou como uma
pessoa supertrabalhadora?
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−
Guarde o tubinho para a boate. No trabalho, não pega bem usar roupa justas, pela mesma razão:
atrai os olhares masculinos. Além do mais, só fica bonito em quem tem corpo magro. Como isso é
exceção, sugerimos usar a autocrítica: será que o modelito não está mostrando gordurinhas ou busto
demais? Você não quer se expor, quer?
−
Sutiã e calcinha são peças intimas. É chato quando as pessoas vêem o que você está vestindo por
baixo da roupa..... Por isso, quando for usar regatas ou tops de alcinhas, não corra o risco de deixar a
alça do sutiã à vista. Prefira um modelo tomara-que-caia. Ou então compre um desses sutiãs que têm
alça de silicone, quase invisível. Quando for usar um top muito justo e em tom claro, escolha um sutiã
liso, porque os rendados marcam muito. Para evitar que apareça a marca da calcinha, vista calças e
saias que não sejam nem claro nem justas demais. Ou, então, compre calcinhas fio-dental, que não
marcam.
−
Mulher e pêlos não combinam. Se você não teve tempo de fazer depilação, vista uma calça. Axilas
também só devem aparecer quando estiverem lisinhas.
Para eles
−
Cuidado com o suor. Nada pior do que um sujeito que se esqueceu do desodorante e entra num
elevador cheio. Higiene pessoal é fundamental. No calor a tendência é suar mais, portanto nunca se
esqueça de passar um bom desodorante antes de sair de casa. Melhor ainda: tenha um “estepe” em
sua mesa de trabalho, para quando você sair de casa correndo ou tiver um compromisso depois do
trabalho. Se você costuma suar bastante, evite usar camisas coloridas nos dias quentes, porque o suor
as “tinge”, formando um círculo escuro debaixo dos braços. Só use camisas brancas.
−
Mangas curta, nem pensar. Se você trabalha de terno não deve usar camisa sem punho, porque fica
deselegante. As camisas de mangas curta só são permitidas em ambientes de trabalho casuais, em
que as pessoas vestem o que querem. E, mesmo assim, só se combinadas com uma calça despojada,
tipo cargo ou jeans.
Guarde a sandália para a praia. Escritório não é lugar de arejar os pés. O máximo que você pode
fazer num dia quente é usar sapato que fique bem sem meias, como um mocassim ou um toip-sider.
Nesse caso você deve usar calça mais informal, de preferência de algodão ou sarja.
−
CONVENÇA SEU FUNCIONÁRIO A MELHORAR O VISUAL – SEM OFENDÊ-LO
Q
ue tal uma secretária da diretoria de uma multinacional usar jogging e tênis durante o expediente? Seria
estranho, não é? Sim, estranho, porém real. É bem possível que haja muitos tipos estranhos como esse no
lugar em que você trabalha. Na sexta-feira, então, dia em que as pessoas confundem o casual day com o
liberou-geral-day, há de tudo: banho de perfume (quem disse que nesse dia precisa ser perfumar mais?), decotes
profundos, marrom combinando com roxa, meia branca com calça preta, calça esfarrapadas, camisas estampadas
com flores, brincos que lembram melancias... A esquisitice não conhece limites. Como se poderia evitar esse festival
de criatividade? Simples: faça um exercício de autocrítica diante do espelho antes de sair de casa. Mas, e se o
funcionário não tem nem espelho nem autocrítica? Aí você vai ter de agir.
É claro que falar sobre isso é muito constrangedor. O risco de a pessoa ficar ofendida é “enorme”. Por isso,
a consultora sugere algumas táticas para abordar seu subordinado sem acabar com ele (e ficar queimado pelas
próximas gerações).
−
Antes de mais nada, é preciso dar o exemplo. Se você se vestir como um huno, seu funcionário nunca
vai se sentir motivado a investir em roupas. Mas, se você se você já faz parte e não adianta, faça
comentários sutis durante as conversas. Comente, com aquele ar de quem não quer nada, a
importância de trabalhar bem-vestido. Fale que ele é um representante da empresa e que a empresa
46
zela por sua imagem. Se ele não entender, elogie-o efusivamente nos dias em que ele acertou nas
combinações e não diga nada quando o bom gosto faltar. Quando der, puxe assunto e conte onde você
costuma comprar seus ternos (ou tailleurs). “Há uma grande chance de seu subordinado se identificar
com você”, afirma Suzana Doblinski. “Com a convivência, ele pode mudar a
imagem”.
−
Se não for suficiente, espere pelo aniversário dele e dê de presente uma roupa
bonita. Ou um vale-presente de uma boa loja. Se ele for esperto, vai perceber que
precisa dar mais atenção ao que veste no trabalho. E, se o problema for
financeiro, você já estará ajudando.
−
Convide o funcionário para ir com você ao alfaiate ou à loja experimentar uma
roupa. Essa é outra tática que pode dar certo. Quem sabe ele não se empolga e
também compra alguma coisa? E você poderá ajudá-lo a escolher tecido, modelo e cor do terno, ou do
tailleur, ou do vestido.
−
Se nenhuma dessas tentativas resolverem, então é melhor ser direto. Tenha um papo sincero. Seja
claro, mas também delicado, ao abordar o assunto. Jamais diga que ele é brega (ou seja, a verdade)
ou outra coisa ofensiva assim. Reforce que quando mais o profissional cresce na empresa, mais
importante é a sua imagem. Sugira que o estilo dele não está de acordo com o da companhia.
Coloque-se à disposição para ajudá-lo e para dar palpites. Se ele pedir, faça de boa vontade uma lista
das lojas em que ele poderá encontrar produtos bons e não tão caros.
ETIQUETA A DISTÂNCIA - TELEFONES
V
ocê está numa reunião de negócios e de repente toca um telefone celular. Momento tenso, pois todos
procuram identificar quem é dono do aparelho que interrompeu bruscamente o clima de negociação. Já viveu
situação semelhante? Certamente a impressão causada é que o dono do aparelho tem outras prioridades,
demonstrando pouco caso com os presentes.
A difusão deste novo meio de comunicação traz também a importância de se rever valores adormecidos,
como a ética e o respeito ao próximo. Infelizmente, é comum pessoas falarem ao telefone celular enquanto dirigem.
Também observamos que isso ocorre em salas de cinema e teatro, durante uma entrevista para emprego, nas salas
de aula de escolas e universidades, no restaurante e até mesmo no avião. Para evitar este tipo de gafe, cada vez
mais freqüente no ambiente empresarial, é fundamental conhecer e praticar algumas regras de etiqueta profissional,
que também podem ser utilizadas no âmbito social.
A comunicação telefônica não tem o recurso da comunicação visual e gestual. Dessa forma, a importância
fica com a impostação da voz, o timbre, dicção, inflexão, linguagem, que necessitam ser corretos para que a
mensagem seja transmitida.
Começamos pelo atendimento. A forma correta de uma telefonista atender ao telefone
é falando o nome da empresa e cumprimentando seu interlocutor: "UEPA, bom dia". Querida,
meu bem, fofa, chuchu, não são formas de tratamento adequadas. Não utilizar, também, tu e
você - afinal, você não sabe quem está do outro lado da linha, mas ela sabe para onde está
ligando. Em seguida, aguarde a explicação de quem ligou: com quem deseja falar se é
somente uma informação ou reclamação. Estude bem a pergunta e responda
objetivamente. Caso,após o "bom dia" o interlocutor não se manifeste, pergunte, gentilmente:
"Como pode ajudá-lo?".
Ao transferir uma ligação é usual ouvir uma música; isto revela que a mesma não caiu e que se deve
aguardar. Mensagens e notícias também podem ser inseridas no tempo de espera, sempre de acordo com a
filosofia da empresa. Entretanto, músicas intermináveis sem ninguém atender ou voltar à linha são injustificáveis e
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simplesmente irritam quem liga muitas vezes um cliente em potencial. Quem telefona é quem espera, e é tão
comum acontecer o contrário!
O executivo solicita à secretária que telefone a alguém e, quando a ligação é completada, ele saiu da sala
ou está em outra ligação. A cena é habitual - uma secretária aflita e constrangida, pedindo desculpas ou avisando
que retorna mais tarde. A regra é simples - após 30 segundos de espera a pessoa que foi chamada tem o direito
de desligar. Quem chama, controla sempre a ligação - aguarde; caso a ligação se interrompa por problemas
técnicos, é ela que liga novamente e é quem desliga. Outro problema no protocolo dos telefonemas é quando o
executivo não quer atender alguém. Novamente, a cena da secretária aflita. Atender perguntando logo quem quer
falar, mas depois avisar que o chefe não está, caracteriza mentira e descortesia. Então, como agir:
− Diga o nome da empresa e cumprimente;
− Aguarde a pergunta do interlocutor;
− Caso o executivo não queira atender, responda sem gaguejar, dando a desculpa mais plausível
que encontrar, como: - "O senhor fulano está ocupado no momento, em reunião". Ao final de várias
chamadas ficará claro que o não atendimento é proposital, e você não se expõe.
E, atenção, nunca disfarce a voz - ouvimos nossa voz em tom diferente, mas quem nos conhece sabe
perfeitamente bem quem está falando, principalmente se foi para ela que telefonou. É infantil, revela insegurança,
medo e imaturidade. Numa relação profissional, o final da ligação pede despedidas cordiais e agradecimentos.
Entre na linha ao usar o telefone. Desde que o telefone foi inventado, no final do século 19, as
comunicações mudaram muito. Surgiu à televisão, os satélites, a Internet... Isso tudo é sinal de que o telefone ficou
ultrapassado? Claro que não. Por ser um meio de comunicação que fica na metade do caminho entre o pessoal e o
impessoal, o telefone continua imprescindível, uma ferramenta de trabalho que deve ser operada com sabedoria – e
para a qual existem, sim, regras de boa educação.
Fale ao telefone, apenas. Por mais estranho que pareça, um telefonema requer mais concentração do que
uma conversa ao vivo. Por telefone, a expressão facial e a linguagem corporal se perdem. Precisamos, portanto,
usar nossa sensibilidade para interpretar o tom de voz e as sutilezas do que está sendo dito. Qualquer ruído
estranho na linha (literalmente) pode ser deselegante ou comprometedor. Por isso, durante uma ligação, jamais
aproveite para fazer um lanche, digitar anotações ou assinar documentos. Se o interlocutor perceber qualquer
movimento estranho, vai concluir que você não está dando atenção a ele.
Estabeleça prioridades. A cena, infelizmente, é comum: você está em reunião na sala de um sujeito e ele
atende a três chamadas “urgentes” em meia hora. Em cada uma gasta “só” 3 ou 4 minutinhos. Ao desligar, se
desculpa com ar de chefe superocupado. Portanto: lá se foram 12 minutos de sua preciosa meia hora. É um mistério
por que isso acontece. Você está lá face a face, marcou a reunião com antecedência, mas quem telefona acaba
tendo prioridade. É o cúmulo da falta de consideração e da inversão de valores, não é mesmo? Por isso, evite o
telefone quando estiver com outra pessoa na sala.
Passe a mensagem certa. A mensagem gravada na secretária eletrônica diz muito a seu respeito. O tom
da voz é tão importante quanto à mensagem em si. Voz soturna ou festiva passa uma imagem ruim. Fundos
musicais e gracinhas não combinam com negócios.
É bom retornar as ligações. Todo mundo já ligou para alguém e ouviu a secretária dizer “Lamento, ele
está em reunião” ou “Esta fora da empresa”. Pode até ser verdade, mas às vezes parece, dependendo do jeito que
a secretária fala, que a pessoa em questão não quer atender naquele momento. Se o diretor ou presidente estiver
mesmo ocupado, informe ao menos onde ele está, quando volta e quando vai retornar a ligação. Com isso, mostrase boa vontade e organização.
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Alô sou eu. Com a correria do dia-a-dia, a tendência é atender ao telefone latindo. Para evitar isso,
espere mais um toque para organizar os pensamentos. Se uma Segunda linha toca enquanto está falando, atenda e
peça à pessoa da Segunda ligação para esperar um pouco. Se não der para falar naquele momento, diga que
voltará a ligar. E ligue mesmo.
Quando não dá para evitar. Às vezes não tem jeito e temos de atender alguém na frente de terceiros.
Tudo bem. No entanto, procure fazê-lo com discrição. Nada de gestos, caretas ou comentários tapando o bocal. Por
outro lado, quem testemunha qualquer conversa ao telefone deve, literalmente, ficar surdo, e depois mudo.
Comentar depois, nem pensar.
O que fazer com o celular? Telefones celulares devem ser desligados e religados somente
após a pessoa deixar a mesa. Se precisar mesmo manter seu aparelho ligado, a pessoa deve, de
preferência, deixá-lo na bolsa ou sobre algum ponto suficientemente próximo da mesa para que
escute a chamada, e pedir desculpas e levantar-se quando precisar atendê-lo.
Como usar adequadamente esta maravilha da tecnologia moderna? O celular está totalmente integrado
ao nosso dia-a-dia. Todo mundo tem, todo mundo usa. Mas assim como facilita nossas vidas, ele pode se tornar
inconveniente quando mal utilizado. Confira algumas dicas de etiqueta ao telefone celular.
Quando desligar o celular? Os celulares devem ser desligados em vários momentos: em reuniões de
trabalho e em cinemas, teatros e locais impróprios (como festas, recepções ou reuniões íntimas). Se estiver
esperando uma ligação muito importante deixe no vibracall e afaste-se para atender. Celulares em hospitais, só
para os profissionais a trabalho e, ainda assim, apenas nas áreas permitidas.
E em quais locais pode-se utilizar? Pode usar sem medo em cafés, no carro com viva voz (de preferência
sozinho), em salas de espera, filas de banco e em uma ilha deserta. Pode-se usar celular na cintura? É um modo
não muito elegante. Mas, a trabalho, durante o dia não há muitas alternativas - pelo menos para os homens. O
melhor é não usá-lo pendurados em bolsas, nos cintos e muito menos em pochetes. E, na hora de correr, do
cooper, deixe-o em casa.
Onde você está? Esqueça esta pergunta. Ao ligar para um celular nunca pergunte “onde você está?”. A
pergunta correta, assim que a outra pessoa atender é se é possível falar naquele momento. Procure não estender a
conversa. Se possível, marque outra hora para aprofundar o assunto.
Na espera? Quando atender o seu celular e estiver com outras pessoas seja rápido. Nada mais impróprio
do que atrapalhar a conversa do grupo com um papo paralelo. Pior que isso, só quando um casal está em um
restaurante ou bar e um dos dois atende o celular e engata uma conversa infindável.
Deve-se retornar? Nunca deixe de retornar uma ligação de sua caixa postal. No mundo moderno dos
negócios e relações empresariais todo ato está sendo avaliado como postura profissional.
Ligado ou desligado? Se não quiser ser encontrado é melhor deixar o telefone desligado ou no vibracall.
Você esqueceu? Não finja que não é o seu que está tocando. Peça licença e seja rápido. E cuidado com os toques
“alegrinhos”. Já pensou se a "cucaracha" tocar no momento da assinatura do seu contrato do ano?
Posso ligar de madrugada? Não. Qualquer que seja o meio de comunicação é bom lembrar uma antiga
regra de etiqueta: nunca “incomode” ninguém antes das 9 horas e depois das 22 horas, a menos que já tenha
combinado anteriormente. Com relação ao celular essa regra deve ser seriamente respeitada.
É preciso ser discreto em restaurantes? Sim. Sozinho em restaurantes abaixe o volume para que não
seja ouvido na cozinha e atenda em voz baixa. Mas muito baixo mesmo, pois a mesa ao lado não precisa - e nem
deseja - ouvir a sua conversa.
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Me empresta o celular? Não. Evite pedir emprestado o celular dos outros, só o faça em casos
extremos. E nem pense em fazer ligações DDI...
Ouça recados da caixa postal. Pode parecer óbvio, mas há pessoas que se esquecem deste detalhe e
passam uma imagem de negligência e descaso.
No ambiente comercial. Somente utilize o aparelho para efetuar e receber ligações. Hoje muitos
equipamentos possuem recursos como jogos, música, Internet, etc. Reserve tempo e local adequados para este tipo
de diversão.
Nunca ligue para o celular de seus clientes para vender produtos ou serviços. O aparelho não feito
para isto. Além de deselegante é invasão de privacidade, causando uma impressão negativa sobre você e seus
negócios.
Quando se fala ao telefone celular é comum aumentar o tom de voz. Procure falar baixo. Seja discreto;
afinal a conversa só interessa a você e quem está do outro lado da linha. Procure um local apropriado onde possa
ouvir e falar normalmente. Assim evita-se o efeito “megafone”.
Lembre-se que a finalidade principal do telefone celular é agilizar sua comunicação com o mundo,
principalmente a comercial.
ATENDENDO AO TELEFONE FIXO
− Nunca diga: Oi amor! Olá Querido, Olá benzinho, Meu bem!;
− Diga: nome da empresa/instituição + seu nome + saudação;
− Tape as duas extremidades do telefone quando for transmitir recados para outros. Evite conversas
alheias ao trabalho em voz alta;
− Use sempre: Senhor(a) – Por favor – Muito obrigado – Perdão – Desculpe – Aguarde um
momento, por gentileza;
− Evite usar o Eu;
− Não diga Tu ou Você;
− Não interrompa alguém que esteja falando;
− Não use gírias, palavrões, jargões;
− Não coma, não fume, não mastigue chiclete atendendo o telefone;
− Evite tiques e maneirismos: Tá – Né – Hã – ÉÉÉ;
− Seja receptivo(a): transmita boa vontade e simpatia;
− Sorria: um rosto sorrindo ativa a empatia na voz e convida a respostas positivas;
− Ao falar ao telefone, siga um roteiro escrito para não se perder;
− Pergunte sempre se a pessoa chamada não está ocupada naquele momento e pode atender ao
telefone;
− Não prolongue a conversa ao telefone se está atendendo alguém na recepção;
− Evite falar alto durante o recebimento de ligações telefônicas;
− Fale pausadamente e com tranqüilidade;
− Ouça com atenção seu interlocutor e seja breve e polido(a);
− Evite expressões do tipo: quem deseja? – quem gostaria?;
− Use: quem posso anunciar? + quem quer falar com ele(a)? por favor, quem lhe desejaria falar?;
− Atendendo uma ligação: identifique-se + dê a posição da pessoa chamada + pergunte o nome de quem
chama e se quer deixar recado;
− Não esqueça de retornar a ligação: anote;
− Chefe ou colega atendendo telefone: afaste-se, não seja curioso;
− Mantenha sempre um bloco de anotações ao lado do telefone: não confie na memória;
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− Despedida: muito obrigado(a), agradeço pela atenção e até logo;
− Cuidado com o que fala ao telefone: alguém pode estar escutando;
− Durante reuniões, evite passar recados para a chefia (salvo emergências): anote o recado (nome +
recado + telefones).
ESCREVA E-MAILS SEM CONFUNDIR, PERTURBAR NEM ENTEDIAR NINGUÉM
A
explosão do uso e-mail talvez tenha sido a mudança mais drástica dos últimos tempos no que diz respeito à
comunicação. O resultado disso é que escrever de forma eficaz via e-mail se tornou uma habilidade essencial.
Eis alguns conselhos para capitalizar o uso dessa ferramenta que, apesar de já não ser tão nova, ainda é
usada de maneira errada por muita gente.
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Leia a mensagem duas vezes antes de enviá-la, para ter certeza de que escreveu nada que possa ser
mal interpretado.
Cuidado ao usar acentos, letras diferentes e a forma itálica ou sublinhada. Certifique-se antes que o
computador e o sistema de e-mail do receptor serão capazes de reproduzir tais efeitos. A mensagem
pode chegar desconfigurada. A imagem pode chegar desconfigurada.
Pense bem antes de pedir “recebi”. Para o destinatário, é como se você estivesse dizendo: “Eu sei que
você recebeu minha mensagem e não há desculpas para não respondê-la”.
Vá com calma ao tentar chamar a atenção do interlocutor. Cravar a
palavra URGENTE com freqüência no espaço reservado ao assunto
reduz o valor da mensagem.
Evite usar apenas LETRAS MAIÚSCULAS. NO UNIVERSO
ELETRÔNICO, AS LETRAS MAIÚSCULAS SÃO SINÔNIMAS DE
GRITOS.
Só mande um arquivo anexado se realmente houver necessidade. Isso
requer um trabalho extra de quem recebe a mensagem. A pessoa tem
de salvar, executar o software, descompactar e, só então, abrir o
bendito anexo.
Escreva com o mesmo cuidado com que escreveria uma carta. O texto deve estar gramaticalmente
correto e sem frases longas que façam o leitor perder o fio da meada (o comprimento ideal de uma
frase é de cerca de 20 palavras).
Ao organizar sua caixa de entrada separe, pelo título, o que é importante. Apague o que considerar
perda de tempo. Mas isso não significa excluir todas as mensagens. Esteja sempre atento para que a
falta de reposta não soe como descaso.
Elogiar por escrito é frio; é quase um não-elogio. Mas o pior (chega a ser covardia) é repreender ou
demitir alguém por e-mail.
Organize uma lista de endereços e nunca a apague. Nunca se sabe quando você vai precisar dela ou
de ser útil a alguém.
Não seja mais um a entupir as caixas de correio dos colegas. Jamais passe alguma corrente ou piada
adiante.
Responda sempre: Excetuando e-mails de publicidade, deve sempre responder a um e-mail, quer seja
para responder a um convite para um jantar de um amigo, quer seja para uma reunião na empresa.
Qual o Assunto? Não mantenha a pessoa que vai ler o seu e-mail na expectativa, use sempre o
campo “assunto” para alertar o receptor para o assunto principal do e-mail. Certamente também
receberá uma resposta mais rápida.
Endereços Add. Quando enviar um e-mail para uma lista longa de receptores, considere utilizar a
função “lista de distribuição” que não lista todos os receptores no campo “para” do e-mail. É muito
incômodo ter de passar por uma lista de endereços de e-mail para conseguir ler a mensagem. E não se
esqueça que existem várias pessoas que não gostam propriamente de ter o seu e-mail disperso por
quem não desejam.
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Respostas rápidas. Se só costuma aceder ao seu e-mail uma vez por semana, faça com que os
outros saibam disso. De outra maneira pode dar a impressão de não dar a devida importância aos emails recebidos.
Tenha cuidado com a linguagem. Mesmo que a nossa cultura do e-mail
esteja cheia de novas palavras e de símbolos, é melhor reler sempre a
mensagem antes do seu envio para se certificar que não existem erros
ortográficos na mensagem.
Saiba o seu papel. Se for enviar um e-mail religioso, político ou mesmo
pornográfico, tenha a certeza que o receptor é exatamente quem deseja que
o seja.
Evite o Spam. Quando navega na net ou faz compras na internet tenha em atenção às caixas de vistos
da “newsletter” ou da “atualização do cliente”. Se colocar o visto nestas caixas pode ser que receba
regularmente e-mails que podem não lhe interessar.
Matenha-se profissional. No trabalho, mantenha toda a informação pessoal fora do e-mail do
trabalho. Este e-mail não serve para mandar e-mails de piadas ou para contar como foi o seu fim-desemana aos seus amigos e colegas.
Selecione. "Enviar para Todos." Só as mensagens relevantes é que devem ser enviadas a todos os
contactos. As mensagens pessoais, ou mensagens que se dirigem a alguns receptores nunca devem
ser enviadas desta maneira.
E-mail novo. Se for deixar o seu trabalho, tenha em atenção de fechar a conta de e-mail referente a
esse trabalho, e de que as mensagens que chegarão a essa caixa de correio serão reenviadas para a
pessoa apropriada. Certifique-se que todos saibam qual o seu novo e-mail.
CONHEÇA OS COSTUMES ESTRANGEIROS
U
ma coisa é você cometer uma gafe quando viaja a passeio – em geral é até divertido. Outra, bem diferente, é
dar uma bola fora numa viagem a trabalho. Nesse caso, provavelmente a história não terá graça nenhuma.
Pior: dependendo da dimensão, a tal mancada pode acabar comprometendo negociações importantes. Para não se
perder no caldeirão das culturas globais, uma boa dica é pesquisar um pouco sobre o lugar para onde vai. Para
isso, converse com colegas que já estiveram lá, leia livros ou navegue na Internet. Saiba o nome correto do país,
sua capital, seu regime político, suas características geográficas, o esporte mais popular, os principais pontos
turísticos, e por aí afora. Aprenda também algumas palavras ou expressões no idioma local – como “bom-dia”, “por
favor”, “obrigado”.
A seguir, alguns conselhos sobre como se comportar diante de profissionais de diversas do mundo.
−
Alemanha: Jamais masque chicletes quando estiver conversando com alguém. Para os alemães, só
gado deve ruminar. Faça o possível e o impossível para chegar no horário marcado, e não ouse dirigir
a seu interlocutor pelo primeiro nome. Trate-o sempre pelo título do cartão de visita. Nada de piadinhas
sem tapinhas no ombro. Leve literalmente técnicas e procure abordar um assunto de cada vez. Nunca
se esqueça de desligar o celular.
−
Arábia Saudita: Mostre que você gostou da comida soltando um rumoroso arroto.
Jamais deixe a sola do sapato à vista. É, para eles, um acinte.
−
Cingapura: O país mais para Wall Street do que para o Oriente. Lá todos têm pressa,
portanto, seja rápido e prático. Evite mascar chicletes ou se perder em relações intelectuais. Não faça
pouco das superstições, da astrologia ou do Feng Shui.
−
Espanha: Informais e simpáticos, os espanhóis costumam tratar as pessoas na Segunda pessoa do
singular – ou seja, “tu”. Embarque na deles sem hesitar. E não se surpreenda se alguém entrar
fumando no elevador e se o almoço rolar lá pelas 3 da tarde. Cuidado com os antagonismos regionais.
52
Bascos e Catalões, por exemplo, são muito orgulhosos de seu legado cultural. As mulheres não
devem cruzar as pernas em público. É sinal de masculinidade.
−
Estados Unidos: Beijinho no rosto, nem pensar. Os americanos não trocam beijos nem nas ocasiões
mais informais. Dê um aperto de mão, mesmo ao cumprimentar uma mulher. Tempo é dinheiro: eis um
lema que os americanos levam ao pé da letra. Portanto, seja o mais objetivo possível e jamais prometa
o que não poderá cumprir. No almoço, encare com resignação um sanduíche de peru e um copo de
chá gelado. Esse é o padrão
−
Finlândia: A tradição reza que você deve comer tudo o que estiver no prato.
Mesmo que seja carne de rena com cogumelos pretos. Cruzar os baços é sinal de
arrogância. Introspectivos e silenciosos como poucos, os finlandeses valorizam a
modéstia e desprezam comentários machistas e ufanistas. O segredo é ser contido
e discreto.
−
França: Coma sanduíches com garfo e faca. Feche a matraca se alguém tocar
uma flauta imaginária na sua frente. É sinal de que a conversa está chata. Se der para evitar o inglês,
ótimo. Se não tiver jeito, fale de forma pausada e esqueça as gírias e todas aquelas expressões
idiomáticas que você aprendeu em Manhattan. Não recuse o vinho que certamente lhe oferecerão.
−
Grã-Betanha: Os ingleses são formais, mas nem tanto. Eles podem até tomar a iniciativa de tratá-lo
pelo primeiro nome, mas isso leva algum tempo. Ao enunciar seus propósitos, seja claro e sucinto.
Saiba respeitar os limites de tempo sem espichar o assunto. Nunca os interrompa enquanto falam. Use
seu melhor terno, e não esqueça: scotch é o que você toma. Os escoceses são “Scots”.
−
Itália: Os italianos, como nós, vivemos falando mal do governo e dos políticos. Diga que aposta que,
piores do que os nossos, eles não podem ser. Mostre bons conhecimentos técnicos e maleabilidade
comercial. Prepare-se para ouvir mais do que falar. Em rodas masculinas, as conversas sobre futebol e
sobre as curvas sensuais das passantes são mais do que comuns.
−
Japão: Não puxe papo com ninguém antes de Ter sido formalmente apresentado. Mostre-se paciente,
cortês e bem informado. No país do Sol Nacente, os horários são muito respeitados e a abertura das
conversas se dá em torno dos cartões de visita. Portanto, nunca os dobre, rabisque ou amasse. Frases
do tipo “espero que nossa relação comercial seja longa e frutífera para ambas as partes” costumam
fazer sucesso. Pará os japoneses, mais vale a forma do que o conteúdo. Presentes? Só se forem muito
bem embrulhados. Jamais recuse um convite para sair à noite. Faz parte.
NEGÓCIOS À MESA: FINESSE É O DIFERENCIAL
A
conquista de uma boa imagem pessoal e profissional não se dá sem cultivarmos um de seus mais valiosos
atributos: a habilidade do correto manuseio dos talheres e a conseqüente elegância nos modos à
mesa. Freqüentemente surgem circunstâncias que obrigam executivos a negociarem com parceiros e clientes
em almoços e jantares. Nessas oportunidades, as deficiências de traquejo e polidez denigrem a imagem de
profissionais e empresas.
É sabido que desde a antiguidade grandes decisões são tomadas à mesa. Aqueles que não dominam o
correto comportamento à mesa, e sabem que isso é importante, geralmente evitam se expor e podem perder
excelentes oportunidades na carreira. Por isso, o grande contingente de empresas, executivos e executivas que
procuram assessoramento em etiqueta empresarial, deixa patente a necessidade dos profissionais aprenderem a
lidar corretamente com estas e outras situações delicadas.
53
Muitos se julgam competentes tecnicamente e pensam que o refinamento do trato é
dispensável. Ignoram, porém, que é no ato de comer que melhor se revela a educação de
uma pessoa. Um profissional causa pior impressão quando comete gafes num almoço ou
jantar de negócios que outro não tão bem-vestido ou que não fale fluentemente outros
idiomas. Justamente por isso cumpre não se esquecer de certas regrinhas, que visam a
conservar intacta a sua imagem e de sua empresa, na maioria dos casos duramente
conquistada.
O domínio das boas-maneiras à mesa lhe dá segurança e desenvoltura,
possibilitando que você aprecie gostos e sabores e se relacione de modo descontraído com
os demais, seja socialmente ou no mundo dos negócios. É de suma importância praticar e treinar diariamente o
comportamento à mesa, principalmente na sua intimidade, para que ele se torne natural e pareça ter sido aprendido
desde o berço.
Alguns detalhes de comportamento podem fazer a diferença num almoço de negócios. Saiba escolher o
restaurante, chegar na hora e ser polido à mesa. O seu desempenho num almoço de negócios é mais importante do
que se possa imaginar. Contratos importantes e até o seu futuro profissional podem estar em jogo. Portanto, não
custa nada prestar atenção a alguns detalhes de etiqueta que o ajudarão a impressionar o seu convidado para o
almoço.
Escolha do restaurante: A localização deve ser cômoda para quem esta sendo convidado. Não deixe de
perguntar suas preferências gastronômicas. O temperamento de seu cliente também deve influenciar na escolha do
restaurante. Se ele adora badalar, ser visto em público, não haverá o menor problema em levá-lo ao restaurante da
moda. Mas, se ele faz uma linha mais discreta, vai se irritar com a fila de espera característica desses lugares.
Importante: reserve sempre, para evitar contratempos. Finalmente, se for possível, marque o encontro num local
onde você já é conhecido: as chances de ser mais bem atendido vão aumentar muito.
Pontualidade é imprescindível: Chegue antes do convidado ou convidada. É delicado esperar para pedir o
primeiro drinque. É por falar em drinques: tente não repetir a dose, principalmente se não for muito resistente ao
álcool.
Disposição à mesa: Dois homens sentam-se naturalmente frente a frente. Tratando-se de um homem e de
uma mulher, é importante reforçar mais ainda essa postura. Sentando-se ao lado de uma mulher você estará, no
mínimo, obrigando-a há mais de dois convidados, o dono de cargo mais alto senta-se à sua direita.
Permaneça em seu lugar: Uma vez que todos estejam sentados, é inadmissível levantar-se para
cumprimentar alguém, por mais prestígio que tal pessoa possa lhe trazer.
Na hora do pedido: Você pode até sugerir algum prato especial. Mas deixe seu convidado à vontade para
decidir se vai ou não tomar vinho e peça seu palpite para escolher a marca. Mesmo que você tenha feito vários
cursos de degustação, deixe para exibir seus conhecimentos em outra ocasião.
Atitude geral: Ao fazer seu pedido, jamais diga que está de dieta. Nem comente sobre o colesterol deste
ou daquele prato. Mais feio ainda é tentar impressionar pedido alguma iguaria acompanhada de um talher de difícil
manuseio, como lagosta e escargot. É melhor concentrar suas energias na conversa e não em malabarismos
gastronômicos.
Tema do almoço: O assunto que reúne deve ser abordado sem pressa, não antes da chegada do primeiro
prato. A não ser que seu convidado puxe a conversa primeiro, deixe-o relaxar antes de partir para o ataque. E, uma
vez resolvidos os pontos principais, passe para assuntos gerais e só volte ao tema já na saída, como conclusão do
encontro.
54
Na hora da conta: Se você convidou, mesmo sendo mulher, porque a conta. Quando vocês se
conhecem de relacionamentos profissionais anteriores, é perfeitamente aceitável dividir. Mas quem dá o sinal de
que o almoço está terminando é sempre quem convidou. Um gesto como colocar o guardanapo sobre a mesa ou
oferecer mais uma rodada de café pode ser um bom indicativo.
Em tempo: almoços que duram mais de 2 horas pode ser um transtorno na agenda de uma pessoa
ocupada. Assim, por melhor que esteja à conversa, não se iluda: seu convidado pode apenas estar sendo gentil.
Retribua o gesto ajudando-o a poupar tempo. Ele pode até ficar com aquele gostinho de “quero mais”. E, da
próxima, você pode ser o convidado.
COMO SOBREVIVER A UM ALMOÇO DE NEGÓCIOS QUANDO VOCÊ ESTÁ POR FORA DO
ASSUNTO
V
ocê foi convidado para um importante almoço de negócios. A certa
altura, alguém compra a curva de vendas com a Teoria da
Relatividade de Einstein. É o suficiente para o pessoal começar um
acalorado papo de física quântica. Tudo absolutamente indecifrável para
você, emérito cabulador de aulas de ciências. Num primeiro momento, você
fica quieto. Depois, tenso. Afinal, naquela mesa podem estar o presidente
da empresa, possíveis clientes ou futuros parceiros. “Tenha um bom jogo
de cintura e ninguém vai notar a sua ignorância”, afirma Ana Maria
Cadavez, especialista em recursos humanos da KPMG Consulting. Veja os
conselhos da consultora para não passar recibo da sua falta de cultura e ainda se sair bem.
−
Se você não manja nada do tema em discussão, não dê bandeira com o corpo. Ficar vermelho, cruzar
os braços ou olhar para o teto são sinais que denunciam seu desconforto. Mostre que você está
prestando atenção no que os outros estão falando, olhe nos olhos das pessoas e balance a cabeça
afirmativamente, como quem está concordando com tudo.
−
Nunca diga que você não sabe nada. Por mais que a sinceridade seja importante, abrir o jogo pode
pegar mal. Diga, por exemplo, que nunca teve a oportunidade de discutir mais sobre o tal assunto ou
que nunca tinha pensado por aquele ângulo.
−
Se você tiver uma oportunidade para mudar de assunto, não espere. Troque o tema na hora, E, claro,
escolha um que você domine. Pode dizer algo como “tudo bem, dá para comparar a teoria da
relatividade com a curva de vendas, mas seria mais apropriado compará-la com a Concentricidade da
Mona Lisa”.
−
Não espere o tal almoço de negócios para ver como você se sai. Procure freqüentar eventos de outras
áreas, como exposições de arte, concertos ou apresentações de peças. Nesses lugares, puxe assunto
sobre temas que você não domina. “E um ótimo exercício. Dá traquejo e aumenta o seu conhecimento
geral”.
O COMPORTAMENTO NUMA REUNIÃO DE NEGÓCIOS
−
Planeje para chegar antes da hora marcada, inclusive para arrumar roupa e cabelos, bem como limpar
o suor. Use roupas mais formais, principalmente quando vai encontrar seu interlocutor pela primeira
vez. Se for atrasar (trânsito, etc.), telefone se desculpando. Trate bem todas as pessoas no caminho:
porteiro, secretária, etc. Não se esqueça de memorizar o nome das pessoas com quem vai se reunir.
−
Durante a reunião, trate a todos com a forma de tratamento mais pertinente: Sr. Fulano, Dr. Sicrano,
Dona Beltrana, e assim por diante. Só fume se a maioria fumar! Não fique com o corpo "jogado" na
55
cadeira, e não cruze os braços (usualmente é interpretado como rejeição às idéias propostas). Só
use assuntos pessoais (poucos) no início, na fase de "degelo" da reunião. No restante do tempo
mantenha-se no assunto em foco. Não cometa erros de linguagem - em certas ocasiões eles podem
ser fatais. Respeite o cronograma previsto - controle o tempo, de forma que as conclusões e próximos
passos estejam bem definidos antes que todos se levantem.
−
Você pode presentear com um brinde de sua empresa, ou um charuto, etc. Também pode telefonar, no
dia seguinte, agradecendo pelo apoio na reunião, e parabenizando pela condução da mesma - elogiar
é um item "em falta", e provoca melhores aproximações daí para frente (só não exagere, pois parecerá
falso!).
−
Se a reunião for interna, em uma empresa, valem as mesmas "dicas", embora possa haver um pouco
mais de flexibilidade.
Ao telefone
−
Ao atender uma ligação suponha sempre que possa ser um novo cliente, portanto atenda com alegria e
gentileza - a forma de atender, quando é grosseira, põe a perder todo o investimento em marketing,
imagem etc. Se a pessoa quer falar com alguém próximo a você, e ela não puder atender, explique o
fato, e se ofereça para ajudar no que for possível. Ou, informe aproximadamente quando a pessoa
poderá ligar de volta (não deixe pessoas esperando ao telefone!). Se a pessoa tem um problema, e não
pode atender, mostre que você vai fazer o necessário para resolvê-lo (não fique informando que é
responsabilidade de outro, ou desleixo da empresa, etc.).
−
Ao fazer uma ligação procure discar você mesmo - o interlocutor se sente mais dignificado ao receber
sua ligação diretamente. Se não for possível, e você pede para alguém discar para você, esteja pronto
para dar seqüência à ligação - é inaceitável deixar o interlocutor esperando... É cada vez maior o uso
de "secretárias eletrônicas", ou "serviços de voz" atendendo ligações em empresas - embora não seja
nada mercadológico. Esteja pronto para passar uma mensagem compacta, mas completa, sobre o que
deseja.
−
Ligações e atendimentos através de secretárias e/ou telefonistas: proíba terminantemente as
expressões "meu querido", "meu bem", "meu amor", ou equivalentes. Treine para uma conversação
curta, objetiva e educada. Ensine que mulheres devem dizer "obrigada" e homens, "obrigado". Proíba o
atendimento comendo, ou mascando chiclete. Peça para um amigo ligar, de tempos em tempos, para
avaliar a qualidade do atendimento, e relatoriar para você.
Correspondências
−
Neste caso, apenas as correspondências de negócios (cartas, fax, e-mail, bilhetes).
−
Como regras gerais: nomes e cargos dos destinatários não podem ter nenhum erro de grafia! A
linguagem deve ser formal, educada e objetiva. Em todos os casos, não podem faltar à data e o
assunto (tema). Devem se iniciar com os fatos antecedentes do assunto (“... tendo em vista...", ou “...
em nosso último encontro...", etc.), para colocar a pessoa rapidamente no assunto. Em seguida
descrever o tema, ou o problema, objetivamente. Ao final, destacar, com ênfase, o que você deseja que
a pessoa faça, a respeito do assunto. Encerre com uma expressão de gentileza (... agradecendo...
atenciosamente... tenha um bom fim de semana, etc.).
−
Um bilhete pessoal pode acompanhar a correspondência, para acrescentar um toque de amizade
pessoal e intimidade (o que minimiza a dificuldade de assuntos complexos -... espero que sua esposa
esteja bem... seu filho passou de ano?... etc.). Para isso, é melhor usar um cartão de tamanho médio,
com seu nome impresso, no canto, de forma discreta.
56
−
Nos e-mail de negócios, evite as simplificações que os jovens usam atualmente (vc para você, pq
para porque, tc para teclar, etc.) - o tratamento formal e respeitoso sempre abre mais portas!
Situações Embaraçosas
−
Mesmo com todo o preparo, todas as pessoas cometem "gafes", uma vez, ou outra. A gafe é cometer
um "grave" erro de comportamento (chamar a segunda esposa de alguém pelo nome da primeira,
deixar cair um copo cheio, num coquetel cheio, ter problemas com gases, em público, esquecer o nome
de alguém, no meio da reunião, chegar com a roupa suja de lama, etc., etc., etc.).
−
Não há receita certa para tais situações - é preciso apenas usar o bom senso, para que a situação não
se agrave. Nesse sentido, o "jeitinho" brasileiro é muito útil, pois um pedido de desculpas,
acompanhado de bom humor, mostrará que não foi intencional, nem se pretendeu ofender a ninguém.
Como diz o Ditado: “... ocorre nas melhores famílias Londrinas...".
−
Mas, infelizmente para todos nós, ninguém esquecerá a situação para os próximos 100 anos! A única
atenuante que temos é sabermos que todos passam por tais situações, algumas vezes na vida...
REGRAS DE ETIQUETA QUE PODEM EVITAR MAL-ENTENDIDOS COM O CHEFE
A
não ser que você seja o dono ou o presidente da empresa, a
sintonia com o superior imediato é fundamental e pode ser
decisiva para o desenvolvimento de sua carreira e decisiva para o
desenvolvimento de sua carreira. E essa sintonia não se limita ao
campo estritamente profissional – ela envolve, e muito, algumas
questões fundamentais de etiqueta executiva.
Duvidas como levar ou não um presente quando o diretor da
empresa convida para jantar em sua casa ou a melhor maneira de
cumprimentá-lo quando ele faz aniversário deixam muita gente sem estar o que fazer. Selecionamos algumas
dúvidas freqüentes e esperamos que as respostas ajudem terrível insegurança que todos sentimos quando o
assunto é o relacionamento com o chefe.
Como devo me comportar ao entrar na sala do chefe?
Não importa se é uma sala com portas, uma divisão baixa ou simplesmente uma mesa. O ideal é nunca
entrar sem ser chamado. Mas, quando houver uma emergência, procure agir da seguinte forma: no caso de uma
sala com porta, bata discretamente, dê uma pausa e entre. No caso de divisórias, se ele estiver com outra pessoa,
não adianta parar na entrada e fazer sinais alucinados. È melhor avisar pelo ramal interno que surgiu um imprevisto.
É proibido aceitar aquele cafezinho quando o chefe me chama para uma reunião em sua sala?
Não há mal algum em aceitar água ou um cafezinho, mas você pode passar a impressão de que está de
visita, quando na verdade faz parte do time e entrou para falar de trabalho. É preciso também estar preparado para
entrar: leve todas as informações necessárias e fale objetivamente sem se alongar demais. Se perceber que o olhar
dele começou a vaguear, está na hora de encerrar o assunto. Espiar relatórios sobre a mesa enquanto ele fala ao
telefone está completamente fora de questão. Comentar depois o telefonema também é imperdoável. Se ele pedir,
dê seu parecer rapidamente e procure voltar à conversa anterior.
Se o telefone do chefe tocar durante uma reunião e a conversa for particular, saio da sala?
57
Se perceber que o assunto é pessoal, saia voando – a menos que o chefe sinalize para você ficar
exatamente onde está. Ao se retirar, você demonstra discrição e senilidade, duas qualidades muito apreciadas em
qualquer profissional.
Sempre fico com uma postura tensa na frente do chefe, com medo de parecer desleixadamente. É
possível ficar mais relaxado nessas situações?
Embora ninguém exija uma posição de sentido permanente, evite ficar completamente à vontade. É óbvio
que sentar-se à mesa do chefe é o fim do mundo. Mas se recostar em outros móveis e aparadores ou esparramarse na poltrona com as pernas esticadas para frente também pega mal.
Tenho autorização do meu chefe para usar o computador dele sempre que necessário. Posso
mesmo fazer isso?
PC que dizer personal computer. Mais pessoal do que isso impossível. Mesmo que você conheça as senhas
e tenha a autorização dele para usar, não mostre ao resto da turma que tem liberdade para invadir esse território.
Faça isso apenas se for absolutamente indispensável e com toda a discrição do mundo.
Como disfarçar quando o chefe me pegar sem fazer nada?
“O que é isso, colega! Você está querendo ser demitido? Trate se ocupar porque, afinal, você está em seu
horário de trabalho quer dizer ocupação”.
Organizamos uma festa-supresa para o chefe. Na hora dos cumprimentos, devo abraçá-lo ou
simplesmente apertar sua mão?
O que vai pautar suas atitudes é o grau intimidade que você tem com o chefe. Se o contato diário for
mínimo, o melhor é lhe dar os parabéns e um firme aperto de mão. Abraço, só em caso de mais proximidade.
Como devo me comportar quando o chefe me convida para almoçar?
Só invente uma desculpa para não ir almoçar com o chefe se perceber segundas intenções por trás do
convite – assédio sexual, por exemplo. Caso contrário, aceite. E, por favor, nem pense em incluir um colega no
almoço. Afinal, o convite foi feito a você. Chamar uma terceira pessoa é uma senhora falta de educação. Lembre-se
de que o fato de o chefe tê-lo chamado para almoçar não é motivo para tomar três caipirinhas e terminar o almoço
entrando em detalhes sobre sua última dor-de-cotovelo – ou, pior ainda, contando os segredos industriais da
empresa em que trabalhava antes. No que diz respeito à distância entre chefes e subordinados, aplica-se muito bem
(por mais que pareça de mau gosto) o comentário do ex-presidente Jânio Quadros sobre a proximidade entre as
pessoas; “Muita intimidade gera resfriados e filhos”.
Surgiu um problema fora do horário de expediente. Devo ligar para a casa do chefe?
Toda casa deve ser sagrada, a não que ocorram incêndio ou acidente grave na empresa. Ligar para
resolver problema, só mesmo em situações de vida ou morte ou falência iminente. Senão, você vai passar a
impressão de que não teve competência para se organizar a tempo ou iniciativa e segurança para controlar a
situação.
Meu chefe chamou para jantar em sua casa. Devo levar presente?
Sim, Você pode presenteá-lo com bom vinho – vá a uma loja especializada para não fazer feito na hora de
escolher a bebida. Também vale levar uma caixa de bombons finos ou flores para a esposa dele. A intenção é
deixar clara sua satisfação e gratidão por ter recebido o convite.
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Como agir quando seu chefe faz um convite vago, do tipo: “Apareça lá em casa hoje à noite”?
Convites vagos assim sempre nos deixam na dúvida: será que é para ir mesmo ou a pessoa só falou por
falar? Quando chegou um convite pelo correio, não há dúvidas. Estão lá, impressos, dia, hora, endereço e traje para
nos orientar. Mas, no caso de convites verbais, não é tão simples. Ainda mais no ambiente de trabalho, quando,
muitas vezes, não sabemos ao certo se o chefe é um colega com quem nos damos muito bem durante o expediente
ou se é um amigo de verdade para quem podemos ligar num sábado, jantar fora etc.
Quando o chefe convida para alguma coisa, preste atenção na maneira como faz isso: ele mencionou o tal
encontro apenas uma vez, no escritório e na frente de outras pessoas? Nesse caso é bom confirmar se o convite
está de pé. Dependendo do grau de intimidade, você pode falar diretamente com ele ou com sua secretária. Não
pergunte a seus colegas: “E então, será que é mesmo para a gente ir?” – talvez eles tenham sido convidados
mesmo (e você não) e vai pegar mal. O anfitrião mencionou duas vezes a festa ou o churrasco? Então nem é
preciso confirmar: você está sendo esperado. Se ele deixou recado no seu ramal ou mandou um e-mail, vá sem
medo, porque ele realmente faz questão da sua presença.
Você não sabe se é para ir acompanhado?
Não sofra à toa: pergunte com toda a naturalidade. Mas sempre a ele ou à secretária. E, em último caso, a
algum colega que você tenha certeza de também Ter sido convidado. Em relação à sua cara-metade, é melhor não
arriscar: se quem convida não mencionar nada, não leve. Principalmente se for namorado(a) de pouco tempo, cujo
nome seu chefe ainda nem teve tempo de registrar...
E lembre-se de que sempre é bom ser discreto...
Se o convite foi feito com os colegas – nem antes nem depois. Isso significa que seu chefe tem um
relacionamento mais próximo com você – e ninguém precisa saber disso, não acha?
MOSTRE BOAS MANEIRAS NAS PALESTRAS
S
eminários, palestras, convenções, simpósios. Se sua carreira esta indo bem, é
praticamente impossível você não ter de comparecer a eventos desse tipo. O bom
senso manda que você agarre a oportunidade, aprenda e se aprimore. Nessas
ocasiões, no entanto muita gente ainda presta mais atenção ao lado festivo, aos comes
e bebes, do que ao que mereça. Além disso, apesar de o número de cursos, seminários
e palestras aumentar a cada dia, as pessoas – seja quem vai falar, seja quem vai ouvir –
parecem não ter parte desse jogo. Veja, pois, o que fazer para não desperdiçar as
oportunidades.
Quem vai falar
−
Olho no relógio – Não basta apenas começar no horário. É fundamental também terminar no tempo
previsto. Lembre-se de que o máximo que as pessoas agüentam ouvir alguém, sem intervalo, são 2
horas. Além disso, o público pode estar interessado em ouvir uma outra palestra que começa em
seguida à sua. Se você se empolgar e der uma “esticada”, atropela o cronograma e atrapalha a vida de
todo mundo. Caso sua fala seja a última do dia, você tem mais um motivo para não se estender – as
pessoas já cansadas e pensando em chegar em casa.
−
Cuidado com a pirotecnia - As facilidades tecnológicas de hoje podem transformar qualquer
apresentação num show de efeitos especiais. Nada contra a tecnologia, mas lembre-se de que o
importante são o conteúdo e a convicção com que você demonstra sua tese. Use os recursos apenas
para valorizar seu discurso - jamais se deixe ofuscar por eles.
59
−
Seminário não é circo - Quem está dando uma palestra não tem a menor obrigação de dominar as
técnicas de um showman. Aliás, chega a ser discutível o comportamento desse tipo de palestrante, que
mais çolas e piruetas. Esses malabarismos podem até surtir algum efeito para “acordar” a platéia, mas
raramente passam uma imagem de seriedade. Pense cinco vezes antes de enveredar pelo arriscado
caminho das brincadeiras fáceis.
−
Ao cair o pano – Finda a palestra, algumas pessoas da platéia certamente vão procurá-lo. Há
oradores que no palco são personagens cativantes e, fora dele, transformam-se em carrancas malhumoradas. Por mais extenuante que tenha sido falar, não custa nada ser simpático e ficar um pouco
mais para conversar.
Quem vai ouvir
−
Na hora certa – O comportamento de quem está na platéia pode ser tão ou mais notado que o de
quem fala. Há pessoas que querem se mostrar ativas e participantes, mas só conseguem ser
terrivelmente chatas e inoportunas. Tudo tem sua hora certa. Evite a todo custo chegar atrasado ou
sair no meio da fala. Não bata palmas nem manifeste seu ponto de vista fora de hora. Faça perguntas
curtas e precisas.
−
Quando não dá para segurar - De fato, há momentos em que não dá para ficar de boca fechada. Se
isso ocorrer, discorde com civilidade. Não há por que ser agressivo nem destemperado. O que fará sua
observação ser levada em conta não é o grau de dignação com que você se expressa, mas sim a
pertinência de suas idéias.
−
Com a cabeça nas nuvens – Às vezes, a gente se distrai e perde um pedaço. Quando isso ocorre,
fatalmente fazemos perguntas sobre temas que acabaram de ser abordados. Saiba que esse tipo de
coisa é uma imensa gafe. O palestrante acaba tendo de repetir o que já disse e todos percebem. A
única forma de evitar isso é realmente usar todas as suas forças para não desviar a atenção.
−
No apagar das luzes - Não alugue o palestrante. O tempo para as perguntas já esgotou e ele também
quer ir para casa. Se quiser mesmo cumprimentá-lo, seja rápido. Não o torture, não se aproxime com
aquele sorriso pretensamente cúmplice de quem vai dizer “é só um minutinho para uma consulta
particular...” Se quiser ser realmente elegante, deixe para fazer comentários ou congratular o
palestrante em outro dia, se possível por e-mail.
SAIBA GUARDAR OU OBTER INFORMAÇÕES NO TRABALHO SEM CAUSAR MAL-ESTAR
O
Amaral está com tudo: encabeçando um novo negócio da empresa, tem milhões na mão para distribuir entre
as melhores idéias de projetos e uma perspectiva de crescimento fenomenal. Mas o Amaral por incrível que
pareça, não está rindo à toa. Além da responsabilidade de gerir e fazer crescer tamanha bolada de
investimento, ele é assediado dia e noite por gente que quer saber mais sobre o negócio – e não pode abrir o bico.
Todos nós conhecemos alguém que está num projeto – muitas vezes confidencial. E esse alguém nunca
quer revelar aos outros – por mais amigos que sejam – o teor de seus planos, em geral por medo da concorrência.
Isso pode causar mal-estar. Imagine se aquele seu amigo de academia que sempre contava todas as suas
peripécias no trabalho de repente evitasse puxar conversa e respondesse às suas perguntas só com monossílabos.
Desagradável, não?
Se você está guardando segredo sobre algum projeto mirabolante, procure atenuar esse mal-estar. Em vez
de fugir de bate-papos, diga abertamente a quem lhe perguntar sobre o projeto: ”Ainda não há muita coisa definida.
Estamos muito entusiasmados e, assim que puder, quero contar tudo para você e saber sua opinião”,. Assim, a
pessoa sente que recebeu alguma satisfação, embora não tenha descoberto nada de concreto sobre o tal projeto.
60
Cuidado, também, para não cair na armadilha do próprio entusiasmo. É muito comum, numa happy hour
entre amigos, que os chopes a mais incentivem discussões acaloradas sobre o trabalho. Se você tem um segredo a
guardar, não revele pedacinho deles nessas conversas empolgadas, porque correrá o risco de atiçar a curiosidade
das pessoas, que não o deixarão em paz enquanto não arrancarem mais detalhes sobre o seu projeto secreto.
Lembre-se sempre, ao beber, de que o álcool faz soltar a língua, e procure se disciplinar para não falar mais do que
deve.
Se você, por outro lado, é a pessoa interessada em descobrir do que trata o projeto de seu colega de
trabalho, faça perguntas sem ser inconveniente. Não comece a conversa em tom de fofoca. Em vez de dizer que
você já ouviu falar que o fulano está conversando com investidores e quer saber se é verdade que ele seja menos
intrometido e diga apenas: “Assim que você estiver preparado ou quiser falar sobre seu projeto, me procure, porque
adoraria saber em que pé estão às coisas”.
COMO SE LIVRAR DE UM BOATO (FOFOCA) QUE ATORMENTA SUA VIDA PROFISSIONAL
M
esmo que você nunca tenha tido aulas sobre a história da Rússia do século XVIII, é
provável que já tenha ouvido a história de Catarina, a Grande. Segundo dizem,
Catarina II, imperatriz da Rússia, morreu em circunstâncias questionáveis envolvendo
um cavalo. No entanto, se você perguntar a alguém que se interessa por história vai descobrir
que essa não é verdadeira. Na verdade, Catarina II morreu de derrame e não havia nenhum
cavalo presente. A história da imperatriz russa e o cavalo não é uma invenção recente - ela
começou como fofoca há mais de 200 anos. Não se trata apenas de uma história picante, é um
bom exemplo da natureza da fofoca.
−
É quase impossível descobrir quem foi o primeiro a contar a história. Historiadores acreditam que nobres
franceses inventaram isso com o objetivo de destruir a reputação de Catarina.
−
Tudo começou com uma tentativa maldosa de caluniar alguém e, possivelmente, dar reconhecimento
social à pessoa que inventou a história.
−
Quando as pessoas repetem essa história hoje, acreditam que seja verdade, apesar de sua inerente
estranheza.
−
A história é persistente e amplamente difundida circulando já há centenas de anos. E, mesmo com
muitos historiadores negando, as pessoas a continuam espalhando.
−
É o tipo de boato que a maior parte das pessoas não consegue deixar de espalhar, mesmo tendo
decidido fofocar menos.
−
Mesmo que alguns detalhes possam ter mudado, a base da história é a mesma de 200 anos atrás.
Assim, podemos dizer que a fofoca de verdade é diferente daquela brincadeira do "telefone sem fio", que
geralmente é usada para ensinar às crianças sobre as conseqüências da fofoca.
No entanto, ao contrário da história de Catarina II, nem todas as fofocas são maldosas ou falsas. Assim
como os palavrões, outro uso da língua que muitas pessoas procuram evitar, a fofoca desempenha diversas
funções dentro de grupos sociais, podendo algumas ser, de fato, úteis. Sociólogos, lingüistas, psicólogos e
historiadores pesquisam sobre a fofoca e como ela funciona na sociedade. De qualquer modo, é um fenômeno
complicado de se estudar. Como normalmente as pessoas fofocam espontaneamente e em particular, é quase
impossível estudar a fofoca em ambiente laboratorial. Assim, muitos pesquisadores estudam a fofoca escutando a
conversa dos fofoqueiros. Normalmente, a fofoca é uma conversa entre duas pessoas, com certo tom de
conspiração. Além disso, quando os pesquisadores estudam a fofoca, nem todos usam a mesma definição. A maior
parte começa com uma idéia básica: a fofoca é uma conversa entre duas pessoas cujo tema é uma terceira pessoa
que não está presente. Alguns pesquisadores acrescentam outras condições, como:
61
−
É uma conversa que acontece reservadamente;
−
As pessoas que estão conversando transmitem informações sobre as quais não têm certeza como se
fossem fatos;
−
As pessoas que estão fofocando e a pessoa que é o alvo da fofoca se conhecem na vida real. Segundo
essa definição, a fofoca sobre celebridades não é bem uma fofoca, a não ser que o contador e o ouvinte
sejam amigos da celebridade em questão;
−
Algo na linguagem corporal ou no tom de voz do contador sugere um julgamento moral sobre as
informações que estão sendo passadas. Por exemplo, a frase "Clara tem um cachorrinho" parece ser
neutra. Mas se Clara mora em uma república de estudantes que não permite animais e a entonação da
pessoa que está falando é de quem está escandalizada, a frase passa a ser fofoca;
−
De certa forma, os fofoqueiros se comparam à pessoa que é alvo da fofoca, considerando-se superiores
a ela.
BOATO (FOFOCA) NO MEIO EMPRESARIAL
“X
i, você não sabe a última do fulano?”. Maldade, inveja, disputa por cargos... O
motivo importa pouco. A questão crucial é que ninguém está imune, por uma razão ou
outra, de se tornar vítima de boatos maldosos no trabalho. E você, como marido traído,
será sempre o último a saber. Mas, quando souber, tem de agir rápido. Os estragos na vida e na
carreira podem ser imensos. Imagine se começam a espalhar pelos corredores que você anda
sendo assediado pela concorrência ou que se assanhou demais para o lado de uma colega de
trabalho? Mesmo que sejam verdades, você tem o direito de preservar sua intimidade. Além disso, se você
realmente anda negociando um outro emprego, o chefe pode ficar sabendo antes da hora e ... Você sabe: a porta
da rua é serventia da casa. O consultor Diogo Clemente trabalhou durante 36 anos dentro do mundo corporativo. Já
foi, por exemplo, diretor de recursos humanos da Ford, da Philco e da Autolatina. Clemente presenciou boatos de
todos os tipos e formas e dá aqui alguns conselhos de como se livrar do veneno coletivo.
−
O boato começa mais ou menos assim: alguém conta que ouviu dizer que alguém disse que fulano de
tal fez isso e aquilo. Pronto. O estrago está feito. As vitimas ficam revoltadas, na defensiva, apáticas,
profundamente abatidas. NÃO faça isso. Em vez de chorar pelos cantos, tente colocar tudo em pratos
limpos. Se não o fizer, continuará sendo vítima dos boatos.
−
Se você que acha que o boato irá prejudicar sua carreira ou sua imagem, voe na garganta do culpado.
“Corte o mal pela raiz”, diz Clemente. Isso, claro, se souber, com certeza, de onde vem o boato. Fale
diretamente com a pessoa que o espalhou. Pergunte o que está acontecendo e, de forma firme, mas
sem criar ainda mais confronto, tente conversar e esclarecer o caso.
−
O boato está na rua e você não sabe quem é o autor? Procure diretamente o seu chefe. Conte sua
versão sobre o que está acontecendo. Depois disso, espalhe entre os boateiros o que fez. Enfatize de
forma firme, mas cortês, que o chefe ficou tiririca da vida ao saber de onde partiu a história.
−
Alguns indícios para saber se você está sendo vitima de um boato: seus colegas soltam risinhos
maliciosos – mas só quando você não está junto. Ou então, você chega e as pessoas trocam de
assunto. Outro sinal: seus colegas dão indiretas, mas evitam falar francamente sobre determinados
temas.
−
Em todos os lugares há boateiros profissionais. E fácil identificá-los. Em geral, eles adoram cochichar
no cafezinho e não gostam de falar em grandes grupos. Constam as fofocas em doses homeopáticas,
de um em um. Como se livrar deles? Em primeiro lugar, mantenha distância. Depois, cultive um bom
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relacionamento com seus colegas de trabalho. Evite ser arrogante ou expor demais sua vida
pessoal. Não provoque animosidade nem mal-entendidos. Assim, vai se tornar menos vulnerável a
boatos. E melhor: Se você for, digamos querido entre os seus colegas e o boateiro atacar, terá
defensores. Ou, no mínimo, alguém certamente irá alertá-lo.
−
Agir não quer dizer desperdiçar energia. Segundo Clemente, você só deve partir para a briga contra as
más-línguas se o boato for realmente prejudicá-lo. Do contrário reja com elegância. Ignore-o ou, se
possível, ria do boato junto com todo mundo.
QUANTO E O QUE DAR DE PRESENTE?
N
o Japão, ao receber um presente, a pessoa deve agradecer demonstrando visível satisfação – e guardar o
pacote discretamente, sem abrir. Um sábio costume, muito diferente do nosso. Os orientais sabem que
presentear é uma arte com infinitas nuances e que um detalhe equivocado pode passar uma mensagem, no
mínimo, desagradável. Assim, o costume de guardar o pacote sem abrir poupa quem dá e quem recebe de maiores
constrangimentos.
É preciso tomar cuidado ao presentear, principalmente no trabalho. Dar uma lembrança a um colega de
escritório é diferente de escolher algo para nossos amigos da vida inteira. Por maior que seja sua boa vontade, um
presente errado – e é fácil dar um presente errado – pode comprometer seu relacionamento com quem quer que
seja.
Outra coisa: qual é a melhor ocasião para dar um presente? Há algumas óbvias, como aniversários. Mas
nada impede que você faça uma surpresa para alguém do trabalho, numa prova de amizade ou administração. Note
que isso não tem nada a ver com adulação. O objetivo deve ser estreitar laços, cultivar parcerias ou demonstrar
apreço. Há muitos motivos e ocasiões em que presentear é um gesto capaz de sensibilizar as almas mais
insensíveis:
−
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−
−
−
Em agradecimento ao anfitrião de um almoço, jantar, festa ou evento.
Quando um colega ajuda a desenvolver um novo negócio ou projeto.
Para parabenizar alguém que recebeu um prêmio ou promoção.
Para levantar o moral de quem tenha passado por uma cirurgia ou esteja convalescendo de alguma
doença.
Dar um presente por nada, sem motivo. Todos gostam de ser lembrados, dentro ou fora da empresa.
Pois bem, está provado: ocasiões não faltam. A grande questão agora é: o que é um bom presente? Bem,
para responder isso, você precisa, antes de qualquer coisa, usar o bom senso (é claro que isso é óbvio, mas, vamos
e venhamos, nem todo mundo se lembra do óbvio nas horas cruciais). Bom humor também é fundamental, certo?
Sim, mas na hora de presentear é melhor esquecer isso. Se o outro interpreta seu gesto como brincadeira de mau
gosto você ganha uma inimizade em vez de reforçar a amizade. Por isso, risque da lista camisetas com ditados ou
gravatas com gracinhas.
Tenha sempre em mente que, melhor do que um presente útil é um presente desejado. Mas, para encontrálo, você deve Ter o mínimo de informações sobre a pessoa. Se tiver dúvidas, pergunte aos amigos ou à família.
Caso descubra que seu chefe, por exemplo, coleciona alguma coisa, suas chances de agradar sobre para 100% se
acrescentar um item à coleção. Afinal, seu esforço em descobrir as preferências do outro demonstra atenção e
investimento de tempo. Isso faz as pessoas se sentirem queridas.
Só mulheres presenteiam mulheres com perfumes
Para agradar, você não precisa necessariamente virar detetive. Alguns presentes, assim como os
diamantes, são eternos. Sempre funcionaram. Eis algumas sugestões:
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Mulheres - Além de bombons e flores, lenços e echarpes é uma grande pedida, porta-retratos e
caixinhas decorativas têm grandes chances de agradar. Só mulheres presenteiam mulheres com perfumes.
Bijuterias são sempre bem vindas, mas convém conhecer bem o estilo da mulher. Brincos e broches são mais fáceis
de acertar do que anéis e gargantilhas. Jóias estão fora de questão. É ostentação inútil.
Roupa só em casos especiais. Elas dificilmente cairão bem e são muito
pessoais. Já alguns acessórios podem ser uma boa idéia: pastas de trabalho, portacartões ou documentos, chaveiros, bonita capas para celular e até mesmo um cinco.
Objetos de decoração são apreciados e é possível arriscar, mesmo sem conhecer a
casa: um vaso de cristal, uma tesoura de prata para uvas, porta-jóias em materiais
nobres como prata ou marfim, velas perfumadas. Um delicado ikbana encomendado
especialmente para a mesa de trabalho com certeza vai fazer sucesso. Já bebidas,
por melhor que seja a marca, não são uma boa idéia, e champanhe tem uma conotação pouco profissional.
Homens - É possível fugir das gravatas, não porque seja um presente inadequado, mas simplesmente
porque é óbvio demais. Existem outros acessórios no guarda-roupa masculino que certamente agradarão tanto ou
mais do que gravatas: relógios esportivos, suspensórios (se você já o tiver visto usando um), camisetas pólo,
calçadeiras de cabo longo. Se ele fumar, cinzeiros serão sempre bem-vindos. Cigarreiras também. Se ele fumar
charutos, considere como opções um cortador de charuto de bolso, um porta-charuto e, claro, os próprios charutos.
Objetos de escritório também devem ser considerados: prendedores de até pequenas esculturas
decorativas. Clipes para dinheiro são sempre úteis. É possível presentear sem medo um homem com bebidas. No
entanto, é preciso pesquisar uma safra excepcionalmente boa de vinho ou um uísque de reserva especial. Mandar
flores para homens é pouco usual. Porém um belo e raro bonsai certamente vai mostrar que você teve cuidado em
escolher e o considera muito.
Grifes - Há quem não ligue para marcas, mas é inegável que muitas vezes um presente pequeno (um
porta-moedas ou uma carteira) de uma marca de prestígio pode dar mais segurança a quem presenteia. Uma boa
marca mostrará, no mínimo, que você tem a outra pessoa em alta conta. E isso é muito mais apreciado do que se
imagina.
Livros – Há dezenas de livros de arte, com temas relevantes, fotos de primeira qualidade e acabamento
primoroso. Se você souber qual o assunto predileto de alguém, não há como errar. Livros de auto-ajuda podem não
ser uma boa idéia, conforme a pessoa- por melhor que seja a obra, há sempre margem para uma interpretação
enganosa. O outro pode achar que você está passando um recado.
Presentes de casamento - Na maior parte das vezes há uma lista de presentes, e o ideal é escolher algo
entre os itens ali relacionados. Para que complicar a vida dos noivos? Escolha coisas que fazem vista, como
saladeiras grandes, jogos de copos, jarras com copos menores, porém sofisticadas, como corta-papéis, cigarreiras
de mesa, pinças de gelo ou talheres de salada trabalhados.
Ao ser convidado – Sempre que somos convidados à casa de alguém, é fundamental uma retribuição em
forma de presente. Nesses casos, os clássicos bombons são sempre corretos. Mas você pode variar e levar
pistaches confeitados, trufas. Vinho e uísque para essas ocasiões são tão impessoais como pouco criativos. De
flores, no entanto, não há quem não goste. Se for levar em mãos, dê preferência a vasos. Mandar um bonito buquê
no dia, à tarde, é sempre providencial. Ou no dia seguinte, acompanhado de um cartão de agradecimento.
Presente de grego - Em ambientes profissionais, são de péssimo gosto: cestas de café da manhã,
telegramas falados, cestas de produtos dietéticos, mensagens telefônicas e outras modernices similares.
Embalagens e mensagens são quase mais importantes do que o presente em si
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São quase mais importantes do que o presente em si. No caso da embalagem, é ela que dá o tom do
presente (é a famosa primeira impressão). Por isso, capriche mesmo. Quanto à mensagem, seja realmente
afetuoso(a) em seu cartão. Faz parte do gesto de presentear. Um simples “parabéns pelo dia de hoje” pode ser
substituído por “estamos todos muito orgulhosos pela sua promoção e torcemos para que você continue conosco
por muito tempo”.
Finalmente, se você é o presenteado, saiba receber o que lhe é oferecido com elegância. Mostre sempre
que você apreciou o presente (lembrar quem deu o que é fundamental) e, claro, agradeça. No caso de colegas mais
íntimos, um telefonema basta. Mas quando o pacote vem de algum cliente ou fornecedor, é indispensável um cartão
de agradecimento. No máximo, uma semana depois de tê-lo recebido.
COQUETEL NÃO É FESTA DE ARROMBA
C
oquetéis são ótimas ocasiões para conhecer pessoas em um ambiente descontraído. São perfeitos para
relaxar depois de um dia duro de trabalho e para estreitar relações de negócios num clima mais informal do
que o do escritório. São situações maravilhosas também para você dar bola fora. Eventos ideais para ser
testados em sua paciência e seus limites. Como assim?
Que os fatos falem por si: quando finalmente você consegue pescar umas coxinhas da bandeja, alguém se
aproxima sorridente, estendendo a mão. E agora?! Numa mão está o copo de uísque, o guardanapo ensopado,
pingando. Na outra, a coxinha. Com que mão você cumprimenta o cidadão? Tem gente que enfia o salgadinho na
boca de uma vez. Soluciona um problema e arranja outro. Como é que você vai falar com ele agora? Acha que a
sessão de malabarismo acabou? E quando pedem fogo no momento em que você está equilibrando o copo em uma
mão e a bolsa na outra? Pior que isso só quando essas coisas acontecem na presença de um cliente importante.
Para são ser apanhado nas pequenas armadilhas, de um coquetel, não custa tomar algumas precauções.
−
Forre o estômago antes de sair de casa - Num coquetel, geralmente são servidos salgadinhos e
canapés, e nada mais. A não ser quando o convite indica que é um “coquetel souper”, o que significa
que será servido um prato quente. Se você estiver sem fome, vai poder recusar os canapés e Ter pelo
menos uma mão sempre livre para cumprimentar as pessoas. Além do mais, muitos canapés são feitos
com ingredientes fortes, como queijos e salames – o que pode deixar um hálito um tanto desagradável.
Adicionar uísque à mistura só piora. Faça o teste em casa e verá que nem mesmo você vai agüentar
conversar com a própria sombra. Se não resistir, porque não existe jeito elegante de cuspir o caroço. E
sempre pegue apenas um canapé de cada vez.
−
Beba pouco – Justamente por ser informal, as pessoas tendem a extrapolar, acabam falando o que
não devem e se comportando de forma inconveniente. Para morrer de arrependimento no dia seguinte.
Cada um conhece o seu limite. Respeite o seu.
−
Use e abuse dos guardanapos. Mas desagradável do que apertar uma mão molhada só mesmo uma
mão engordurada.
−
Localize o cinzeiro antes de acender o cigarro - Os cinzeiros, nesses eventos, ficam quase
invisíveis. Você não vai pagar o mico de ficar equilibrando cinza na mão muito menos deixar cair no
tapete, né?
−
Saiba quem é o homenageado - Se for um lançamento de livro ou uma abertura de mostra de arte,
um mínimo de informação sobre o autor ou artista em questão é recomendável. Entretanto, não é
ocaso de expor teses sobre o assunto, pois em ocasiões assim ninguém está disposto a engatar
conversas profundas.
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−
Faça as apresentações - Sempre que uma pessoa se junta ao grupo, convém apresentá-la. Com
nome e sobrenome. Cargos estão dispensados, a não ser que seja evento de trabalho. Esqueceu o
nome do sujeito? Então fique na sua e espere que ele se apresente sozinho!
−
Troque cartões dó no final da conversa - É mais delicado. É só faça isso quando sentir que é
necessário. Não é o caso de sair pelo salão distribuindo cartões.
−
Vá embora cedo – Coquetéis, por definição, terminam lá pelas 9 e meia da noite. Ficar até mais tarde
pode ser inconveniente.
COMO ESCAPAR DAS MANCADAS NAS COMEMORAÇÕES FIM DE ANO DA EMPRESA
S
e você sortear o seu chefe ou algum executivo “poderoso”, evite comprar um presente mais caro. A regra é
sempre a mesma: atenha-se ao valor estipulado, não importa quem você tirou. Dar um presente que ultrapasse
essa faixa fica feio, ainda que sua intenção seja agradar. Fora isso, muita gente pode tomar o gesto como
bajulação ou ostentação.
Presentes
Na hora de presentear um colega de trabalho, evite algo caro, que demonstre intimidade, ou algo muito
pessoal, como uísque, licor e vinho – em geral agradam. Para não errar, tenha sempre em mente que é preciso
descobrir o gosto da pessoa a quem se destina a lembrança.
Ao receber um generoso presente de Natal de um fornecedor, a primeira providência é se informar sobre as
normas da empresa em relação ao recebimento de presentes. Em geral, é estipulado um valor a partir do qual fica
proibido aceitar regalos. Mas, mesmo que sua empresa não tenha regulamentos formais a respeito do assunto, trate
de devolver os presentes mais caros - como viagens, jóias, aparelhos eletrônicos, e por aí afora. Basta agradecer e
alegar que, infelizmente, a empresa não permite. Não há como contra-argumentar.
Comemorações
Acaba virando um teste de resistência física e mental, não é? Por isso, evite comemorar ou organizar
qualquer evento nessa época que não seja estritamente ligado ao fim de ano ou Natal. Para que testar a resistência
de seus colegas e amigos?
Festa de empresa
Se você é o encarregado de organizar a festa da empresa, comece por deixar claro na hora do convite se
os acompanhantes e filhos estão incluídos ou não. Ao ser convidado, siga rigorosamente essa orientação. Por mais
que a mulher fale, o marido reclame, os filhos esperneiem não os leve se não for expressamente autorizado. Caso o
convite se estenda ao restante da família, nada de ficar num canto conversando exclusivamente com o maridão, os
pimpolhos ou a namorada. Faça para enturmá-los com os colegas.
Como dezembro é um mês conturbado, procure facilitar a vida de todos. Marquês a comemoração em um
local de fácil acesso e conhecido pela maioria. Churrascos em sítios ou clubes de campo pode ser uma boa idéia,
mas esses locais costumam ficar longe. E, se ficarem mesmo, o ideal é que o transporte seja incluído no convite.
Jamais deixe os cartões de Natal e Ano-Novo sem resposta
Um dos objetivos de qualquer festa é divertir as pessoas. Divirta-se, sim, mas não esqueça que é uma
comemoração de trabalho e que seja a tentação de mostrar seu “outro lado” caprichando no visual, atenha-se ao
seu estilo de sempre. Se você faz uma linha de clássica durante o dia, não é o caso de surgir com vestido de sereia
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e decote à la Jessica Rabbit (ou, no caso de homens com brinquinhos ou modelos vanguardeiros). Se fizer isso,
você decerto vai provocar exclamações – mas não as que pretendia com sua iniciativa. Chocar as pessoas no Natal
nunca é um bom negócio.
Além disso, não custa repetir o que você já sabe: por melhor que seja o uísque, por mais gelada que esteja
a cerveja, nada justifica beber além da conta e, em conseqüência, fazer comentários desastrosos para aquela (ou
aquele) colega atraente (você está alto, o outro não), ou comportar-se mal. Não ceda à tentação de levar um papo
“mais sincero” com seu chefe em um momento de descontração. Esqueça qualquer tipo de discurso ou
reivindicação para o próximo ano. Por fim, procure não ser o último a sair: a probabilidade de falar o que não deve
aumenta à medida que as horas avançam.
E se você não quiser participar da festa? Lembre-se de que o encontro foi organizado para ser uma
confraternização dos funcionários, dentro do espírito natalino. Se você não participar, pode parecer mal-humorado
ou anti-social. Mas, se não se sente mesmo à vontade, recuse. É melhor isso do que ficar emburrado ou com cara
de tédio num canto qualquer.
À beira da piscina
Nesse tipo de reunião, alguns cuidados extras se fazem necessários. É certo que é verão, mas não é o caso
de estrear o novo biquíni fio-dental ou aquela sunga sexy que você ganhou. A norma é maiô inteiro para as
mulheres e discrição para os homens. Shorts justíssimos, tanto em homens como em mulheres, podem ser
substituídos por bermudas. Nem pense em passar óleo naquele(a) colega irresistível. Se quiser agradar, limite-se a
servir seu prato ou pegar mais bebida.
Lembre-se também de levar a própria toalha e o protetor solar. Faça o impossível para deixar o banheiro ou
o vestiário tão seco como os encontrou. Qualquer anfitrião vai achar ótimo se alguém se oferecer para ajudar na
churrasqueira. Mas só o faça se perceber que é realmente bem-vindo: há churrasqueiros zelosos, ciumentos de
suas tarefas. Se esse for o caso, também pega bem ajudar limpando cinzeiros ou recolhendo copos. Mas só se
houver necessidade. Não faça com o objetivo de mostrar como você é prestativo. Ajudar é ótimo, mas cuidado para
não se entusiasmar e acabar se apossando da casa: dando ordens, interferindo no andamento do serviço ou
mudando a orientação dos empregados. Isso é de péssimo gosto e demonstra profunda falta de sensibilidade.
Ainda: não peça para ver “o resto da casa” nem se aventure pela área íntima, a não ser casa insista muito.
Se a família do anfitrião estiver presente à festa, enviar flores no dia seguinte com um cartão de
agradecimento é um gesto de delicadeza inesquecível.
Recebendo em casa
Não há dúvida de que qualquer comemoração em casa adquire caráter muito mais pessoal – e por que não
dizer elegante? – que em locais públicos. Se você é o anfitrião, saiba que ninguém é obrigado a oferecer
champanhe para brindes de fim ano. Os vinhos espumantes italianos são perfeitamente corretos, agradáveis ao
paladar, combinam com nosso clima e são mais acessíveis do que os primos franceses. A vinícola Franciacorta, por
exemplo, produz uma marca. O Bellavista, produzindo por eles, está disponível no Brasil e pode tornar sua festa
literalmente mais efetivamente. Isso posto, é só se divertir e curtir o fim de ano.
HORÁRIOS RECOMENDADOS PARA ALGUMAS REUNIÕES SOCIAIS
EVENTO
Café da manhã
Coffee break
Brunch
Almoço
Chá
SUGESTÃO DE HORÁRIO
7 às 9 horas
10 às 11 horas e 15 às 17 horas
10 às 15 horas
12 às 14 horas
17 às 19 horas
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Cocktail
Jantar
Après-diner
Ceia
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−
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−
−
−
18 às 21 horas
21 às 22 horas
22h30 às 23h30
24 horas
Après-diner: recepções geralmente de gala, com roupa de etiqueta (Frac, Jacket, Smoking), e no convite deve
estar especificado os detalhes e o tipo de reunião;
Geralmente se leva flores ou bombons, quando se vai para reuniões. No caso de flores, é recomendado enviar
com algumas horas de antecedência, para que a dona da casa as coloque em lugar conveniente, ou enviar no dia
seguinte com um cartão de agradecimento;
Quando se trata de recepção ou cocktail, calcula-se 1m2 para duas pessoas, e para um buffet 1m2 para 1 e ½
pessoa ;
O número igual de pessoas do mesmo sexo na mesa é fundamental;
Jamais sentar mulheres juntas (exceto por função);
Jamais sentar mulheres nas pontas das mesas;
Em mesa redonda, máximo de 14 comensais;
À MESA – JANTAR, BANQUETES, UTENSÍLIOS E SUAS ORIGENS
Mesas
N
a Idade Média as mesas eram chamadas “dormentes”, porque eram pesadas e nunca removidas do lugar.
Em alguns ambientes as mesas ficavam sobre cavaletes, e retirava-se tudo da sala após as refeições. As
pratarias eram expostas em prateleiras de uma estante conhecida como “buffet”. Mais tarde as iguarias eram
também expostas no “buffet ” para que os convidados tivessem uma prévia do que iriam comer. Os buffet´s atuais
têm o mesmo propósito: tentar atrair os comensais.
As prateleiras eram cobertas com tapeçarias em ocasiões especiais, e o seu número (de prateleiras),
correspondia à importância do anfitrião.
No século XIX os ingleses utilizavam o buffet para o breakfast e atualmente o coquetel buffet se consagrou
com a exposição das iguarias. A mesa sempre tem para as pessoas o significado de unificação.
Cadeiras da sala de jantar
Os divãs, para os orientais, serviam para banquetes e enterros, pois neles podiam comer ou serem
conduzidos para os túmulos.
Nos séculos VIII e VII a.C. os gregos tiveram contato com o Oriente. Viram pessoas comendo com roupas
formais, reclinadas em divãs, alguns feitos de marfim. Assim, passaram também a se reclinar em divãs durante as
refeições.
No século II a.C., os romanos já serviam banquetes formais em divãs – conhecimento adquiridos com os
gregos e etruscos. Nos monastérios gregos (Monte Athos) ainda existem salas com divãs de banquetes.
Na Palestina, no tempo de Cristo, os judeus normalmente se sentavam no chão, tendo à frente suas
bandejas. Nos banquetes, no entanto, se deitavam em divãs e assim foi a Última Ceia – à maneira dos romanos.
João deitava-se com Jesus e repousava a cabeça em seu ombro. Centenas de anos depois, a palavra grega que
registrou a Última Ceia foi abafada e os artistas começaram a pintar todos sentados em volta de uma mesa. Foi só
durante os séculos XVII e XVIII que as mesas, mesmo nos banquetes, passaram a ser habitualmente cercadas de
cadeiras.
Toalhas de mesa
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As primeiras referências às toalhas de mesa apareceram em Roma, no tempo dos Imperadores. Aos
poucos elas se tornaram essenciais para a beleza de um banquete. Partilhar a toalha de mesa de um nobre
significava amizade, igualdade. Se o patrão comia junto com os criados sua toalha era separada.
Damasco, na Síria, era o local de onde vinham as melhores toalhas de mesa, que eram deixadas como
herança. As toalhas tornavam os cenários de banquetes luxuosos.
Entre os séculos XVI e XIX, duas ou três toalhas eram colocadas uma sobre a outra; retirava-se uma delas
após cada prato, de modo que o prato seguinte era servido com uma toalha limpa. Em alguns restaurantes
modernos vemos a mesma prática: sobre a toalha de mesa usa-se o “napperon”, que é uma toalha mais curta que
pode ser retirada caso fique suja por algum acidente.
No final do século XIV, a mesa de jantar se tornou peça valiosa dos móveis de uma casa, sendo
confeccionada com madeira preciosa. Era correto exibir a mesa, retirando todas as coberturas na hora de servir o
último prato, deixando apenas pequenos pedaços de pano colocados em cada lugar para proteger a madeira.
Foram os precursores dos jogos americanos. Hoje esses jogos são perfeitamente aceitáveis, mesmo em jantares
formais. As toalhas devem ter um caimento mínimo de 30 cm.
CURIOSIDADE:
−
−
Na França é perfeitamente correto colocar o pão sobre a toalha, acima e à
esquerda do prato de serviço.
Passar o pão no molho restante no prato, fora da Grã-Bretanha, onde é
costume, é deselegante.
Passadeiras
Passadeiras é uma modalidade de jogo
americano. Tem aproximadamente 30 cm de largura, com
o comprimento exato da mesa ou uma caída de 25 cm.
Em geral são usada uma de cada lado da mesa, e os
lugares são dispostos frente a frente. Para mesas de
quatro lugares, quadradas ou redondas, uma boa solução
é colocar duas passadeiras em cruz. As passadeiras dão
requinte à mesa podendo ser usadas em jantares formais.
Esquema
Esquema de
de montagem
montagem de
de mesa
mesa
Cores e motivos têm influência sobre a “mise-enplace”. A toalha branca é extremamente clássica.
Rendas, bordados, organdi, veludos ou adamascados são
opções para ocasiões formais. Algodão, tecidos mistos ou
artesanais, estampas de flores miúdas, são adequadas a
situações menos formais. Jogos americanos sobre toalhas, fazendo composições, podem ser usados.
Durante muitos anos os vincos das toalhas de banquetes eram valorizados para
garantir a perfeita simetria da mesa. Durante o século XIX, porém, estas dobras não eram
mais recomendadas e as donas de casa mantinham suas toalhas enroladas em tubos
para não apresentarem vincos. Na cultura moderna as toalhas de banquetes não
apresentam vincos.
Em restaurantes as toalhas são dobradas em lavanderias e os vincos têm o
mesmo valor que tiveram até o século XVIII: garantem a simetria da “mise-en-place”.
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A mesa deve, antes de se colocar a toalha, ser protegida pelo “molleton” - forro de feltro ou flanela – que
fixa a toalha à mesa, absorve ruídos e líquidos derramados.
Como a toalha ocupa um espaço visual bem grande na mesa, ela pode se transformar no elemento principal
da “mise-en-place”. Manchas e defeitos são logo percebidos. O alinhamento das cadeiras não deve ir além do
caimento da toalha, amassando sua borda.
Sous-plats
De origem nórdica, são pratos rasos, pequenas bandejas de diâmetro ligeiramente
maior que os de porcelana – mais de 28 cm – e de materiais diversos: prata, madeira, cobre,
latão, porcelana, etc, - sobre os quais são colocados os pratos. Entre o sous-plats e o prato
coloca-se um guardanapo ou pano bordado que protege a prata, ou qualquer outro material
do sous-plat, e amortece o barulho na troca dos pratos. Os sous-plats não são trocados até o último prato de sal, e
são retirados antes da sobremesa. O sous-plat é usado principalmente como um “protetor de lugar”. Alguns
aparelhos modernos de porcelana têm o sous-plat no mesmo padrão. Antes do uso do sous-plat, George Auguste
Escoffier (“o rei dos cozinheiros) dos reis do século XIX criou sout-plat com guardanapos e dobras artísticas. Não se
come ou se parte pão sobre o sous-plat.
A história do uso dos Talheres
A faca foi dos primeiros instrumentos produzidos pelo homem pré-histórico. No início, era feito de sílex (um
tipo de pedra) e era uma arma de grande importância. Depois, na idade do bronze, apareceram as facas de ferro
ou bronze. Durante séculos, o homem tinha apenas uma faca e tanto servia para cortar um pedaço de carne como
para defender-se.
Quem sugeriu que cada homem devia ter um talher para ser usado exclusivamente à mesa foi o Cardeal
Richelieu (1585-1642), um defensor das boas maneiras, por volta de 1630. O costume de cruzar faca e garfo sobre
o prato depois de terminada a refeição foi fomentada na Itália no século XVII.
O garfo já era conhecido em 600 a.C. Os primeiros garfos possuíam apenas dois
dentes de pontas afiadas e, até a Idade Média, só eram usados para servir comida. No século
IX, o garfo foi considerado profano pelos padres venezianos, que recomendavam “o uso dos
dedos dados ao homem por Deus”. Ele só reapareceu na Itália no século XIV. Na renascença
italiana, as boas maneiras à mesa ficaram mais refinadas e exigiam o uso de garfos. Mesmo
assim, o novo hábito custou a pegar. O povo achava que usar garfo era coisa de florzinha. O
preconceito só desapareceria de uma vez por todas depois da revolução francesa.
A antecessora das colheres, surgidas há 20 mil anos, era apenas um pedaço de madeira ou chifre de boi
escavado em forma de concha e de uso coletivo. Na antiguidade, os gregos e os romanos mais ricos usavam
colheres de bronze ou de prata, enquanto os pobres tinham colheres de madeira. Os egípcios possuíam belas
colheres de madeira, pedra, marfim e ouro.
Algumas eram usadas para queimar incenso nas cerimônias. Os cabos tinham belas formas humanas ou de
animais. Durante a idade média, o material utilizado foram ossos, madeira e ferro. Na Itália do século XV, as
chamadas “colheres dos apóstolos” estavam na moda. De prata, elas traziam a figura de um dos apóstolos e eram
consideradas o presente ideal para batizados de crianças. O modelo das colheres atuais começou por volta de
1760.
Durante a idade média, a única diferença concreta entre a mesa dos ricos e dos pobres
estava mais na quantidade da comida do que na variedade das ementas ou das iguarias
escolhidas. Ricos e pobres comiam à mão, e a diferença social existia apenas entre os que
lavavam as mãos (ou apenas as pontas dos dedos) antes das refeições e os que o não faziam
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(naqueles anos não havia água encanada). O único utensílio era a faca pontiaguda que cada convidado levava
de sua casa e que servia para cortar a carne, espetá-la e levá-la à boca.
As colheres não abundavam e os garfos levariam ainda muito tempo a generalizar-se. Sala e mesa de jantar
eram coisas desconhecidas.
Comia-se onde se dormia ou onde mais convinha e a mesa improvisava-se, o que não é de espantar numa
época em que se recebiam as visitas na cama. A mesa era uma armação em “xis” coberta de tábuas de ocasião.
Por isso ainda hoje se diz: - "pôr a mesa e levantar a mesa". Armada a mesa, cobria-se com uma toalha sempre
branca e, sobre o improvisado tabuleiro, um saleiro e rodelas individuais de pão, a anteciparem os nossos pratos,
que existem apenas há cerca de trezentos anos.
Os convivas sentavam-se em bancos sem espaldar, e eram colocados na mesa largas bacias (como as
atuais bandejas) com os alimentos servidos de uma só vez. No final da refeição, as fatias de pão eram distribuídas
aos mendigos que se amontoavam no pátio ou faziam fila no portão.
A presença dos cães era indispensável, uma vez que seu pêlo, embora pouco limpo, servia de guardanapo
aos comensais que mais se preocupavam com a higiene pessoal neles, limpando as mãos da gordura que se
acumulava nos dedos. E falando em limpar os dedos...
E sabe por que os paletós têm botões nas mangas? Para que os comensais não se limpassem a boca,
mania detestada pelo Cardeal Richelieu, pelo que ordenou que todos os convidados, começarem a vir com botões
nas mangas, como sinal de boa educação. E isso foi na mesma época que os paletós também estavam sofrendo
alteração pelo corte nas costas, que possibilitou os cavalheiros, poderem andar a cavalo com o paletó fechado na
Inglaterra.
Na Idade Média, apenas os nobres tinham facas especiais para comer e as levavam para os banquetes,
porque os anfitriões não forneciam talheres.
Estes comiam equilibrando a comida na ponta da faca. Com o advento do
garfo as pontas da faca se tornaram menos úteis. As duas beiradas cortantes se
reduziram a apenas uma. O Cardeal Richelieu ordenou que em sua igreja todas as
lâminas das facas tivessem as pontas arredondadas depois que se horrorizou ao ver
o Chanceler Séguier palitando os dentes com uma faca. Por decreto real, Luiz XVI
tornou ilegais as facas pontudas para evitar assassinatos.
No século XI o garfo foi usado pela primeira vez na Europa por uma princesa bizantina, esposa do doge
venesiano Domenico Selvo, razão pelo qual foi excomungada e perseguida, pois o garfo era a réplica do tridente de
satanás. Na sociedade bizantina o garfo já era usado. Eram pequenos, de ouro, e de dois dentes.
Nos séculos XVI e XVII o uso do garfo começou a se difundir. A família dos Médici dominou a culinária e as
maneiras ocidentais, e adotou o garfo à mesa.
Podem-se gravar monogramas ou brasões de família no verso dos talheres. Nesse caso, na “mise-en-place”
os talheres ficam voltados para baixo.
As colheres de servir começaram a ser fornecidas inicialmente na Itália e se tornaram comuns na França no
século XVIII. Os convidados, até então, tinham a liberdade de usar suas próprias colheres tanto no prato comum,
como no seu individual. No fim do século XIX, Branchereau recomendou não deslizar a comida da travessa de servir
para o prato: “Uma vez fornecidos, os utensílios de servir devem ser usados para erguer a comida, habilmente, da
travessa para o prato”.
CURIOSIDADE:
71
-
A colocação de talheres virados para baixo era costume nas casas reais
européias para mostrar os brasões de armas e famílias.
Descanso de talheres
Apareceu à mesa, na França, para que os comensais pudessem usar os mesmos talheres para mais de um
dos pratos da refeição. Nos séculos XVII e XIX tornou-se uso comum na Inglaterra e Estado Unidos.
Os anglo-saxões tentaram eliminar seu uso. Para eles a hospitalidade formal deve expressar-se através da
apresentação do máximo de travessas e utensílios. Não se usa descanso de talheres em refeições formais.
Existem três maneiras de repousar os talheres após as refeições: Método Continental, Método Americano,
Tendência atual.
No Método Continental, não cruze os talheres ao terminar as refeições. Deixe-os unidos, paralelamente,
com os cabos voltados para a direita e a lâmina da faca voltada para sua pessoa.
Com os cabos voltados para o comensal e a lâmina da faca para a esquerda representa o Método
Americano.
A Tendência Atual é que os talheres fiquem em diagonal, com os cabos na posição de 6h30 ou 5h25 do
relógio. As lâminas da faca são sempre voltadas para dentro do prato, nunca para os vizinhos, numa forma
simbólica de dizer que não tem a intenção de agredir ou ferir o companheiro.
DISPOSIÇÃO DOS TALHERES NO PRATO
Tendência atual
Disposição dos talheres
Talheres são dispostos de acordo com as preparações constantes no meu.
Facas de carne, de peixe – À direita do prato, lâmina voltada para a borda do prato.
Garfos de carne, de peixe – À esquerda do prato. Os garfos especiais para frutos do mar podem chegar à
mesa quando o prato for servido, ou então ficarão à esquerda. Fazem-se exceções para os garfos de ostras e de
escargorts que ficam à direita (pinça de escargot à esquerda).
CURIOSIDADE:
−
O “Novo Tratado de Etiquete a Regras Sociais”, de Debrett, afirma que o garfo
foi o último instrumento levado à mesa de refeição e, assim, deve ir à esquerda,
pois foi o único lugar que restou. Esta informação deve ser tratada com
reservas, pois posterior ao garfo temos a faca de peixe que fica localizada à
direita do prato, ambos localizados em decorrência de um posicionamento
racional e funcional.
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Colher de sopa ou de sobremesa – À direita do prato. Usa-se a colher de sobremesa quando o creme
vem em taças de “consommé”.
CURIOSIDADE:
−
Até a Revolução Francesa a sopa era servida com garfo devido A sua
consistência. Na Itália as saladas são servidas após o prato principal.
Talheres de sobremesa – Acima do prato. A faca de sobremesa fica mais próxima do prato, em seguida o
garfo e depois a colher. A faca e a colher ficam com os cabos voltados para a direita.
DISPOSIÇÃO DOS TALHERES EM RELAÇÃO AO PRATO:
Posição das
facas
Posição dos garfos
Posição da colher
Posição dos talheres de sobremesa
Estilos de manejar os talheres
Faca e garfo podem ser usados de duas maneiras: estilo Americano e estilo Continental ou Europeu.
Estilo Continental ou Europeu - Neste, o garfo permanece sempre na mão esquerda, dentes voltados
para baixo e a faca na mão direita, durante todo o tempo. Esse estilo de comer compreende o ato de empurrar a
comida para os dentes do garfo (voltados para baixo), com o auxílio suave da faca que está na mão direita. Uma
vez firmado o alimento no garfo, leva-se à boca. O garfo deve entrar na boca com os dentes voltados para baixo,
pois a mão esquerda é, geralmente, pouco hábil. Os europeus se negaram ao possível uso do garfo como se fosse
uma colher. Em caso de ervilhas ou alimentos que não se sustentam na parte côncava do garfo, pode-se usar a
parte convexa.
Para comer as sobremesas no estilo Continental ou Europeu usa-se o mesmo sistema com o garfo na mão
esquerda e a colher (ou faca, se for o caso) na mão direita. Garfo e colher facilitam comer sobremesas como
compotas, frutas com sorvetes, etc. A função do garfo, que fica na mão esquerda é fixar o que será partido com a
colher. Com a colher se leva o alimento à boca. Se a sobremesa sugere só um talher (sorvete – usa-se só a colher;
torta – usa-se só o garfo) – se segura com a mão direita. Para frutas usam-se garfo e faca, no mesmo sistema.
Estilo Americano – Houve uma moda na Europa, durante o século XIX, de desprezar a faca, usando-a o
mínimo possível e pondo-a de lado quando não estivesse em uso. Em 1880, a burguesia francesa usava a faca com
a mão direita para cortar pequenos pedaços. Descansavam-na na borda do prato e levavam o alimento à boca com
o garfo, que passavam constantemente para a mão direita.
Essa maneira de comer não foi desprezada na América do Norte. Os garfos chegaram na América do Norte
relativamente tarde. Os americanos permaneceram habituados a comer com suas colheres. Os garfos, importados
da Europa, passaram a ser tratados como as colheres depois de cumprirem os atos de espetar e cortar. Daí nasceu
o estilo americano de manejar o garfo e a faca à mesa.
Corta-se o alimento – faca na mão direita e garfo na esquerda. Mas antes de levar o alimento à boca,
coloca-se a faca na borda do prato, lâmina voltada para dentro, e muda-se o garfo para a mão direita. Neste caso os
dentes do garfo são voltados para cima (parte côncava). Observa-se um “zig-zig” nos movimentos. O garfo passa da
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mão esquerda para a direita constantemente. Corta-se uma porção de cada vez e não toda a peça antes de
trocar o garfo de mão. Os canhotos fazem o movimento inverso.
Lavanda
Usada originalmente em Roma quando era costume os criados trazerem um recipiente com água perfumada
para que o comensal lavasse a boca e os dedos. Atualmente só se usa lavanda quando ostras, caranguejos ou
peças com pequenos ossos são manuseados, ou na sobremesa quando frutas são comidas com os dedos (uva,
etc.). A lavanda é retirada quando o prato que a solicitou é retirado. Isso torna possível identificar previamente a
natureza do alimento a ser servido com o uso da lavanda. Se o alimento for gorduroso, usar água morna e rodela de
limão. Se for doce, usar água fresca com pétalas de flor. Na sobremesa, usar antes do café.
Louças
Nos banquetes medievais, os pratos eram os “tranchers” (do francês “trancher”, cortar em fatias), feitos de
pão fatiados. Serviam para receber porções de comida, tiradas com a mão de uma travessa central, e para absorver
os molhos que por acaso pingassem.
No século XIV, os “tranchers” começaram a ser colocados sobre placas de estanho ou de madeira também
chamados “trenchers”. Posteriormente os pratos sólidos apareceram e eram partilhados por casais.
Os primeiros pratos modernos, achatados, são representados em 1525 num afresco do Palazzo del Tê, em
Mântua. São de metal.
Com o uso do garfo e facas individuais, ao longo do século XVII, os pratos começaram a ser fornecidos para
todos os comensais à mesa.
Os pratos de cerâmica tornaram-se comuns na França no fim do século XVII, em substituição aos de prata.
No início do século XIX, os americanos começaram a substituir os tabuleiros de madeira por pratos de estanho e
porcelana e adotaram definitivamente o uso de garfos.
Os habitantes da Índia costumam usar ainda uma folha de banana-da-terra, recém cortada, à guisa de
prato, e jogá-la fora após a refeição.
Cristais
Do século IV até o fim do XVI, nos banquetes, os copos e taças não eram colocados à mesa. Ficavam numa
mesa lateral e era preciso pedi-los. Eram retirados após serem esvasiados. Tinham que ser sempre completamente
esvaziados.
Entre o século IV e o VII os francos usaram copos com a haste inferior arredondada que eram desenhadas
para cair e derramar o conteúdo se alguém os pusesse em cima da mesa.
No século XVI foram fabricados em Veneza copos de vidro em forma de sino. Tinham uma haste sem pé e
só podiam ser postos na mesa de cabeça para baixo, como uns sinos. O sentido era o desejo do anfitrião de evitar
os copos sempre esvaziados e o líquido simbolicamente apreciado.
A perícia dos venezianos para “soprar o vidro” foi que permitiu, no século XVI, a substituição das xícaras de
cerâmica e taças de metal pelos copos e taças com hastes e suporte para serem colocados à mesa.
Existem copos, cálices e taças em formas e tamanhos especiais para todos os tipos de bebidas. A
quantidade de bebida e suas qualidades organolépticas (valor da bebida adicionado de sensação: gosto, textura,
74
cheiro e cor), é que definem o tamanho e forma do copo. Mas existem também outros fatores a considerar,
como: o tamanho das hastes, a cor, o desing, e o material e a funcionalidade do copo. Quanto maior for o pé de um
cálice ou taça, mais formal ele é considerado. Há nisso um sentido funcional: os copos de hastes longas não
molham a toalha, e conservam as bebidas mais frescas. Os copos sem pé são fáceis de manusear, mais
resistentes, o que os tornam práticos para ocasiões informais. O desenho do copo está também ligado ao uso. Uma
bebida com gelo ficará com temperatura uniforme se for servida num copo baixo e com boca larga. Não se mantém
o selo nos cristais para mostrar sua procedência.
Para o champanhe, tanto a “flute”, tipo tulipa, como a taça são usados. Originalmente, a taça foi criada em
função do hábito francês de se mergulhar pedaços de biscoito no champanhe. Hoje é usada para coquetéis de
champanhe e permite decorações. A “flute” é recomendada para o champanhe puro, pois retém as agulhas (bolhas).
No caso do vinho branco, a haste deve ser longa para evitar o calor da mão, bojo comprido e estreito para
conservar a temperatura fria. Forma de tulipa, com a abertura mais estreita que o corpo para concentrar os aromas.
O volume do copo deve estar abaixo de 350 ml.
O copo para vinho tinto é maior daquele reservado para o vinho branco. Deve ser de cristal ou vidro com
parede fina e incolor, para serem apreciados os aspectos visuais do vinho. Haste curta ou longa e bojo redondo.
Bordas com abertura correta para o vinho “respirar”. O volume do copo deve estar acima de 350 ml. Toda barreira
entre o vinho, os lábios e visão deve ser praticamente inexistente. O cristal opaco ou colorido deve ser
absolutamente proscrito.
BRINDE
O
brinde é um costume dos mais antigos. Nossos primitivos antepassados já propunham alguma espécie de
brinde aos companheiros e aos deuses, depois de uma caçada bem sucedida. Um guerreiro vencedor bebia
no crânio do vencido.
CURIOSIDADE:
-
A palavra brinde (toast, em inglês), deriva do costume de colocar pão torrado
(toasted) em um cálice para dar-lhe o sabor do vinho. Quando se bebia a saúde
de alguém, só se alcançava a torrada após beber tudo. Até hoje na Inglaterra isso
ainda é uma tradição.
Os gregos antigos tinham o hábito de erguer três copos em homenagem a Mercure, às Graças e a Zeus.
Menos graciosos eram os Danes que aproveitavam a oportunidade de um copo erguido para cortar a
garganta daqueles que eles brindavam.
Um brinde mostra apreço pela pessoa a quem se brinda.
Felipe da Macedônia usava um chifre para brindar as pessoas que queria homenagear, pois tinha
consciência de que esse recipiente para beber, embora antiquado, como já era na Grécia
clássica, sugeria proeza heróica. Diz-se que Alexandre morreu por excesso de brindes.
Brinda-se em almoços e jantares antes do início da refeição (brinde de acolhida), ou
antes do café ser servido, à altura da sobremesa.
Nas celebrações - jantares comemorativos ou de homenagem, festas de noivado, etc.
- os brindes e discursos são praticamente obrigatórios. O brinde é tradicionalmente erguido
com champagne, vinho de mesa ou alguma bebida destilada. Por isso não se levanta brinde em um Chá, um tipo de
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recepção onde sequer é servida bebida alcoólica. Há uma escala de precedência para brindes e discursos que
segue o protocolo, e muito poderia ser dito a respeito, o que iria além do propósito destas páginas. Um
conhecimento básico da questão pode, no entanto, ser colocado em poucas palavras, principalmente em relação a
eventos tratados aqui: jantares de noivado, recepções de casamento, jantares de homenagem, etc.
Em qualquer recepção, deve falar primeiro o anfitrião. Após ele, fala o mais importante de seus amigos e só
então fala o convidado de honra, seguido de quem mais queira se manifestar em relação ao homenageado. Se o
anfitrião nada diz, depois que os pratos da refeição principal forem removidos (antes do início da sobremesa)
qualquer um que deseje pode pedir licença ao anfitrião para solicitar a atenção dos convidados e propor um brinde,
ou fazer um discurso.
Brindes devem ser feitos apenas após a chegada dos convidados principais, ou da maioria deles, estando
presente o convidado de honra e, evidentemente, o homenageado. Uma pequena introdução é feita compreendendo
o convite ao brinde, e a referência ao homenageado e ao motivo do brinde.
Aquele que vai brindar fica de pé e convida os demais convivas a se porem também de pé. Não havendo
esse convite - o qual geralmente não é feito nas cerimônias íntimas -, todos os demais podem permanecer sentados
e, terminado o discurso do brinde, apenas erguerem a taça antes de beber. O brinde deve ser dirigido de forma
significativa e positiva ao homenageado. Não é necessário que se toquem as taças em recepções de cerimônia,
estas podem ser apenas erguidas até duas vezes consecutivas, a primeira na direção daquele que propõe o brinde
significando concordância com a homenagem, e a segunda na direção do(s) homenageado(s), se estiver presente.
Mas pode cada convidado tocar a taça do que está à sua direita e à sua esquerda. A pessoa homenageada deve
esperar que todos acabem de sorver o vinho, levantem suas taças, para então beber. Recebe a homenagem
sentada, erguendo a taça à frente, à direita e a esquerda.
O brinde é falado, e é muito importante olhar nos olhos da pessoa que está sendo brindada. Segue-se uma
curvatura ou um acento afirmativo com a cabeça e todos bebericam o vinho. Usa-se hoje tomar apenas uma
quantidade pequena de vinho. No passado, brindar significava, muitas vezes, esvaziar o recipiente inteiro.
Para a ocasião do brinde, o escolhido para fazê-lo poderá selecionar um poema ou uma frase que tenha
relação com seu motivo. Após o anfitrião levantar o brinde, alguém pode propor outro. Nunca mais que três.
O brinde é um pronunciamento breve. Na verdade, um brinde de cinco minutos já é muito. Um exemplo
simples: Erguendo-se de seu assento, e no momento oportuno, você diz: "Desejo propor um brinde em homenagem
ao casal X e Y, augurando-lhes uma vida matrimonial sempre favorecida pela providência com uma plena felicidade
e a realização de suas mais altas aspirações. Saúde!" Enquanto falar divida seu olhar entre o homenageado e os
demais convivas.
O brinde a um casal por ocasião do noivado pode ser conduzido com as seguintes palavras: "Amigos", ou
"Senhoras e Senhores". Vos convido a encherem os seus cálices (dê tempo a que o façam), levantarem-se (espere
que a maioria esteja de pé) e beber comigo um brinde a (nomes), pela sua felicidade na vida matrimonial que
aspiram e que se prometem. Saúde e muitas Felicidades!". Erguendo os copos todos dizem: "Saúde!".
A pessoa ou o casal, ou o grupo de pessoas que são homenageados com o
brinde não se levantam nem bebem no momento em que os demais bebem em sua
honra. Depois de dar tempo a todos que desejarem se manifestar, os homenageados
ou um deles falando em nome dos demais podem pôr-se de pé e agradecer com
algumas palavras, as manifestações recebidas. Se é homenageada uma pessoa idosa,
basta simplesmente um gesto seu, como inclinar a cabeça em agradecimento ao tempo
de cada manifestação, voltando-se na direção de quem a saudou e das pessoas que
responderam ao brinde em ambos os extremos da mesa.
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Brindes e discursos descontraem os convivas quando são feitos em linguagem simples e objetiva, e são
bem humorados - algumas pessoas têm especial talento para introduzir uma anedota no contexto de suas palavras desde que não sejam demasiado longos. Ao contrário, se fatos tristes são lembrados, o ambiente torna-se pesado e
o brinde ao final fica bastante sem graça.
Se você faz um almoço especial para comemorar as boas notas de seu filho na escola, não levante um
brinde "às boas notas", mas um brinde ao Joãozinho, pelas boas notas que teve, porque o brinde é em honra de
pessoas, e não de coisas ou fatos.
Não é bom que se repita um brinde ao mesmo homenageado, pelo mesmo motivo e no mesmo evento. É
aceitável, porém, que se faça se no primeiro brinde foi esquecido algum aspecto pelo qual o homenageado deveria
também ser brindado. Não sendo este o caso, seguem-se breves discursos cujo fecho são palmas, e não novos
brindes. Por exemplo, após as palavras do pai e o brinde na festa em homenagem ao Joãozinho, porque naquele
ano conseguiu ser o melhor aluno da turma, é possível que seu padrinho ou um tio que o admira também queiram
elogiá-lo. Neste caso, não é necessário novo brinde. Palmas, iniciadas pelo orador após as suas palavras, e
seguidas pelos demais convidados, substituem o brinde.
Discursos são peças de oratória mais complexas que os brindes, não apenas quanto à estrutura e extensão
do seu pronunciamento, mas também porque exigem a observância rigorosa de um protocolo. Ao iniciar, o orador
deve citar corretamente as pessoas gradas e autoridades presentes, na devida ordem de precedência, por exemplo,
assim como também deve observar a ordem de importância dos tópicos a que alude em sua peça. No caso do
brinde isto é dispensável, e aquele que vai propor o brinde pode começar apenas com um pedido de atenção a
todos os presentes, inclusive com o som do toque de um talher em um copo de cristal.
Discursos longos são próprios para uma solenidade (cerimônia oficialmente promovida pela sociedade
através de um seu representante, ou por uma instituição, um grupo ou uma corporação). Um discurso não muito
extenso pode ter por fecho um brinde (discurso-brinde). Mas se o discurso é longo, deve esperar pelas palmas e o
brinde será proposto separadamente, após pequena pausa, se já não tiver sido realizado antes.
Ao falar em público a pessoa deve de antemão saber como vai terminar seu discurso;
precisa ter um fecho decorado, caso contrário ficará sem saber como concluir e poderá ficar
completamente embaraçada, precisando que alguém a socorra pronunciado o encerramento
em seu lugar.
Um brinde não é um discurso, porque é breve, mas pode funcionar como fecho de
palavras de elogios, curtas referências biográficas, breve história de um empreendimento ou de
um projeto, conforme for o motivo da celebração, incorporando, assim, características do
discurso e do brinde. Se a intenção é um discurso-brinde, aquele que vai pronunciá-lo deve ter
sua taça preparada, servida da champagne, vinho, ou outra bebida com que vai brindar. Porém, como dito acima, se
o discurso é longo, deve esperar pelas palmas e o brinde será proposto separadamente, após pequena pausa.
Os brindes europeus são rituais mais fortes e mais formais, principalmente nos países germânicos,
escandinavos e do leste.
Hoje, o costume de brindar inclui fazer os copos tinirem uns contra os outros, pois o som atinge também o
sentido da audição, já que beber o vinho é uma ação agradável aos outros quatro sentidos. Bater um copo contra o
outro é “fazer contato”, ação que executamos precisamente porque não partilhamos da mesma taça.
Até 1855 era raro que cada pessoa tivesse seu próprio copo à mesa. Com freqüência, a bebida era tomada
de uma única taça, passada por todo o grupo. O vinho, agora separado em copos individuais define menos
intimidade. As pessoas, então estendem o braço para se alcançarem mutuamente, sem passar adiante seus copos.
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Os russos vão mais além do que tilintar os copos. Quebram seus copos após brindes, votos ou
juramentos ardorosos. O poeta meio russo Apolinaire adorava usar a imagem de um copo espatifado para expressar
alegria triunfante.
As pessoas sentiam muitas vezes que dar fim ao vinho num brinde não era de fato suficiente – a taça
deveria ir embora também, fosse quebrada ou dada – pois de outra forma as palavras ditas no ato de beber não se
finalizariam e a ação se completaria com generosidade.
Quebrar ou oferecer o copo também garantirá que nenhum brinde menos digno será feito com ele, jamais.
Os brindes formais, que excluem severamente qualquer comportamento turbulento, ainda são um costume
comum. Feitas de maneira privada, como “brincadeira familiar” provavelmente reconquistaram um pouco do seu
poder como “símbolo de unidade”. Os brindes são universais e tem o mesmo sentido em qualquer idioma.
CHAMPAGNE
“R
ápido irmãos, estou tomando estrelas!" Com esta frase, o frade Don Pérignon, mestre de adega da
Abadia de Hautvillers - que a história celebra como o descobridor do champanhe no século XVII resumiu a sensação de ter saboreado o mais delicioso dos vinhos. Existem contradições sobre quem
descobriu o champanhe (sempre masculino, o champanhe), mas fossem ou não os ingleses ou os franceses os
primeiros a fabricá-lo, o fato é que um engarrafamento precoce constitui a fase vital do processo histórico, que
transformou o vin du pays do norte da França na prima donna dos vinhos do mundo.
Para Napoleão Bonaparte, o champanhe é adequado para todos os momentos - brinda vitórias e faz
esquecer derrotas. O Imperador francês, além do bom gosto, era sábio quanto ao champanhe. De fato, é ideal para
brindar conquistas e esquecer fracassos; comemorar novos amores e olvidar os antigos; curtir bons momentos e
tirar da memória os maus.
Trata-se de uma bebida fina, protocolar, utilizada nos brindes empresariais, sociais e governamentais. É
com ela que damos as boas vindas a um Chefe de Estado e sua comitiva; desejamos uma vida feliz aos nubentes;
e celebramos a chegada de uma nova vida. Bebida previsível para ocasiões especiais, pede algumas sutilezas ao
servir. Prefira os champanhes de boa qualidade; os franceses são os melhores, porém há excelentes espanhóis e
italianos, sem falar dos nacionais que estão entrando no mercado. A diferença principal entre as marcas de
champanhe está na safra de cada vinhedo e na elaboração do cuvée - tradicional mistura de vinhos, que gera cada
tipo. Quanto mais vinho de boa qualidade na composição do cuvée, melhor será o resultado final. Há champanhe
para todas as ocasiões, da manhã à noite, e para todos os paladares - do seco ao doce. O ideal é que não haja
mistura de sabores; comece com um tipo de champanhe e sirva-o até o final do evento.
− Brut (muito seco) - dever ser servido antes das refeições ou com antepastos e canapés;
− Extra Sec ou Extra Dry (seco) - preferido pela maioria das pessoas para brindes, sempre antes das
refeições;
− Sec (ligeiramente doce) - pode ser servido durante as refeições;
− Demi-Sec (doce) - ideal para ser saboreado com as sobremesas;
− Doux (muito doce) - dever ser servido com a sobremesa e com os doces, quando o cardápio do encontro for
somente champanhe e bolo.
O champanhe se perde se é bebido muito gelado; a temperatura ideal está entre 6 e 8 graus, sempre
servido na taça longa (flute); a taça de boca larga e baixa deixa escapar mais rapidamente o perlage - aquelas
borbulhas que dão cócegas no nariz, estimulam os sentidos e fazem do encontro um momento especial. Pena
perder isso, não?
Ao abrir a garrafa, principalmente em eventos protocolares, deixe o estouro e o banho de espuma para os
vencedores no pódio e para viradas do ano, nas praias de Copacabana. Em ocasiões especiais, é mais charmoso
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abrir a garrafa discretamente. Para isso, basta incliná-la, virando-a (a garrafa, não a rolha) e servir com
delicadeza. Caso a espuma transborde é sinal que o champanhe não está na temperatura adequada.
O Champagne é, basicamente, um vinho branco com forte teor de gás carbônico em emulsão natural,
produzido por uma segunda fermentação alcoólica no interior da garrafa hermeticamente fechada. O legítimo
Champagne só é produzido na região de Champagne, no nordeste da França, porém o nome tem sido aplicado à
todos os tipos de vinhos espumantes produzidos pelo mesmo método, o denominado método Champenoise, que
consiste, grosso modo, em adicionar ao vinho branco açúcar e vinho velho ou conhaque (mistura chamada "licor de
expedição"), e fechar a garrafa com rolha amarrada ao gargalo.
O emprego de uma trança de arame segurando a tampa de cortiça ao fechar as garrafas permite que o
recipiente suporte a forte pressão do gás produzido pela segunda fermentação.
É conveniente sempre tocar a garrafa de Champagne de leve e não agitar nem um pouco o líquido, para
não formar espuma e aumentar a pressão interna. Como esse cuidado pode não ser bastante, é conveniente ter um
guardanapo de pano e um copo junto à garrafa para contornar algum acidente em caso de escapar líquido ou
espuma ao abrir. Envolver a garrafa em um guardanapo ou toalha para abri-la pode diminuir a firmeza necessária
para a operação, se a pessoa não estiver muito treinada para fazê-la.
Abrir uma garrafa de Champagne é tarefa ainda considerada masculina, e por essa razão, em um evento
em que se deseje emprestar ao Champagne especial destaque, o convidado de honra pode esperar ser solicitado a
abri-la e, não havendo garçons nem estando presente o marido da anfitriã, deve mesmo oferecer-se para fazê-lo.
Para a escolha do Champagne (espumante) aplica-se o mesmo que para a escolha dos vinhos. Porém,
existe menos Champagne no mercado que vinhos, por isso algumas marcas são conhecidas há muitos anos. No
Brasil: George Aubert, Peterlongo, as mais antigas, entre várias outras de lançamento mais recente. As marcas que
mantêm o rótulo de Champagne, com certeza pagam direitos de marca aos franceses, que ganharam a
exclusividade de uso do nome Champagne. Em português se diz tanto "o champanhe" como "a champanhe"; porém,
como se trata de vinho, o mais próprio parece ser o gênero masculino.
Velas
Durante milênios as pessoas se sentaram em torno de uma fogueira para comer. O
fogo até hoje continua simbolizando a busca de luz e calor entre aqueles que se reúnem para
comer. Simboliza a vida, frágil, mas iluminada. Envia a mensagem: “Carpe Diem” – aproveite
o dia – porque lembra que a vida é breve como a chama e deve-se aproveitar este momento
como se fosse único.
As velas podem completar arranjos de flores combinando-as com folhagens, flores e frutas, ou mesmo
serem utilizadas em suportes improvisados, quando não em candelabros.
A luz das velas sempre dá um toque especial à aparência das mulheres e ao brilho das jóias. Velas acesas
lançam luz lisonjeira sobre os rostos, a comida, a louça, os copos, etc. Deve-se cuidar para que a chama das velas
esteja sempre acima ou abaixo dos olhos dos convidados.
No século XIX, as velas eram o ponto forte da decoração. Grimod de la Reynière – gourmet literário francês
– usava números exagerados: 365 velas, para representar os dias do ano, foram usadas em um dos seus
banquetes.
Velas não são usadas no almoço; são para a noite, quando realmente servem para iluminar. São acesas um
pouco antes dos convidados chegarem à mesa e permanecem acesas até o fim.
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O GUARDANAPO
O
s romanos dispunham de um sudarium destinado a limpar a testa e o rosto, enquanto os escravos circulavam
com bacias paras as abluções. No início da Idade Média, o uso do guardanapo ainda não estava
generalizado, embora a toalha de mesa já existisse. Os convivas limpavam as mãos e a boca à toalha. Foi no
século XIII que surgiram as touailles, pedaços de pano suspensos das paredes, que os convivas utilizavam à
vontade e que serviam posteriormente para tapar os restos de comida. Seguiram-se as toalhas individuais de linho
ou de algodão, bordadas. Trazia-se, então, a toalha ao ombro ou sobre o braço esquerdo.
Com a moda dos morangos, no tempo de Henrique III, adquiriu-se o hábito de atar a toalha ao pescoço.
Mais tarde, nas mesas das cortes reais, apareceram os guardanapos de pano aquecidos e mesmo perfumados. Nos
princípios do século XIX, grandes guardanapos começaram a fazer parte do ambiente burguês, sobretudo para a
proteção do vestuário durante as refeições.
Neste período começa-se então a dobrar o guardanapo, como decoração de mesas de banquetes. Por volta
de 1850, esta arte desaparece para ressurgir mais tarde, nos fins do século XIX. Durante as 1ª e 2ª Guerras
Mundiais esta decoração de mesas é posta de parte. Nos anos 50, do século XX, conquistada a paz e o bem-estar e
o retorno à atividade criativa favorece o retorno do guardanapo como elemento decorativo. Aparecem então as
dobragens, que derivam diretamente do “origami”, antiga arte japonesa de dobragem de papel.
No final do século XVI é que as pessoas começaram a usar toalhas de linho nas mesas. Não se usavam
guardanapos. Nessa época, as pessoas ainda comiam com os dedos e, naturalmente, as pontas das toalhas de
mesa – juntamente com pedaços de pão – eram usadas para limpar dedos e bocas engorduradas.
CURIOSIDADE:
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A origem do guardanapo é muito interessante. Antes dele, cachorros e coelhos
eram utilizados para limpar as mãos dos comensais, já que o padrão medieval
era o de comer com as mãos.
Os americanos costumam colocar o guardanapo sobre a cadeira caso se
levantem durante a refeição.
Os italianos aceitam tranquilamente que se coloque o guardanapo preso ao
colarinho dos homens para degustar sua pasta.
Uma toalha de mesa era trocada várias vezes durante uma refeição e, quando postas de forma diagonal,
suas pontas eram até mesmo enfiadas nos colarinhos.
Entre 1482 e 1993, na corte de Ludovico Sforza, o Mouro – Duque de Milão, Leonardo da Vinci criou o
guardanapo para proteger as toalhas de linho, que eram danificadas por dedos e louças engorduradas. Ele exercia
muitas funções, como engenheiro, arquiteto e, sobretudo como organizador de festas.
Ao mesmo tempo em que pintava “Virgem dos Rochedos”, obra que muito contribuiu para sua glória, se
preocupava com a suntuosidade das festas. Em 1490, 13 de janeiro, Leonardo da Vinci organizou a famosa festa
chamada “O Paraíso”, criando toda a decoração e o cerimonial.
Nessa época, ele se preocupou em especial com as toalhas de mesa do Senhor Ludovico que se
apresentavam muito sujas, após os eventos. Criou, então, uma solução para o problema: um pano individual,
colocado diante de cada conviva, que deveria ser usado no lugar da toalha de mesa – o GUARDANAPO. Nenhum
convidado soube usar o guardanapo e, depois do repasto, a toalha de mesa estava tão suja como de costume.
Leonardo confessou sua angústia e pensou que seu invento jamais chegasse a ter aceitação.
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Elaborou, então, para os Sforza, um catálogo de boas maneiras à mesa:
“Não colocar a cabeça em cima do prato para comer, não cuspir, não
colocar as pernas sobre a mesa, não tirar comida do prato do vizinho, usar
o guardanapo para não sujar a mesa”. Após a invenção de Leonardo da Vinci
os serviços de banquetes determinaram o uso de toalhas com bordas
removíveis, eliminando a necessidade de trocar a toalha inteira (origem do
“napperon”).
O guardanapo era conhecido nos banquetes medievais. Eram, então,
grandes, luxuosos, franjados, semelhantes, em tamanho, de toalhas de banho e
pendurados no braço esquerdo do comensal ou sobre o seu ombro esquerdo.
Na Idade Média, até 1453, era costume limpar os dedos na toalha e não era comum o uso do guardanapo.
Erasmus de Rotterdam, em 1530, ensinava no seu livro de etiqueta: “Não é polido lamber os dedos e nem limpar
os dedos gordurosos na túnica. Deve-se limpar os dedos no guardanapo ou na toalha de mesa”. “Se um
guardanapo é oferecido, coloque-o no ombro esquerdo ou no braço esquerdo”. “Se alguém lhe pedir que
passe a faca, limpe-a antes no guardanapo”.
Na Roma Antiga eram oferecidos dois guardanapos aos convidados. Um para amarrar em volta do pescoço
e outro para limpar os dedos. Geralmente cada convidado trazia para o banquete pelo menos um guardanapo. Seu
valete usava esse guardanapo para embrulhar o alimento que lhe era oferecido para levar para casa depois da
festa.
Ben Johnson em 1616 citou em seu livro “The Devil is an âne,” que os garfos haviam surgido na Itália e
foram levados para a Inglaterra para alívio dos guardanapos.
Montaigne confessou que preferia comer com as mãos. Disse ele: “Posso jantar sem a toalha de mesa,
mas fico desconfortável sem um guardanapo limpo; à moda alemã, preciso do guardanapo mais do que os
alemães ou os italianos, e faço pouco uso da colher e do garfo”.
Quando se comia com as mãos, lavá-las ou limpar os dedos freqüentemente era necessário. Em muitas
sociedades os comensais limpavam os dedos nos próprios cabelos ou nos cabelos dos escravos que
acompanhavam os seus senhores.
Na época em que era costume dividir o mesmo copo e a mesma colher, era delicado limpá-los no
guardanapo antes de passá-los aos companheiros.
Quando a colher passou a ser usada por todos, mas o prato de iguarias era comunitário, tornava-se polido
limpar a colher cada vez que fosse usada para pegar o alimento. Os livros de etiquetas já recomendavam que não
se sujassem muito os guardanapos.
Em meados do século XVII, os guardanapos saíram do braço esquerdo e do ombro para cobrir a frente do
corpo. Amarravam-no no pescoço para proteger as condecorações ou colares usados também pelos homens. Nos
primórdios do século XIX, eles ainda eram muito grandes, com cerca de 90 cm de borda, e colocados no colo. Era
considerado elegante não desdobrá-lo completamente no colo. O uso de amarrá-lo ao pescoço, tornou-se, nessa
época, modos da classe inferior. Representava sempre atitude de pessoas com grande apetite, sem o refinamento
da busca do convívio e da comunicação durante as refeições.
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O USO DO GUARDANAPO
T
radicionalmente, o guardanapo é colocado à esquerda dos garfos ou do centro do prato. Se o prato tem muito
valor, pela qualidade da porcelana, monograma gravado, desenhos, etc., o guardanapo não deve ser colocado
no centro e permanece à esquerda. A beleza é para ser admirada. Não devem ser colocados embaixo dos
talheres. À moda inglesa, o guardanapo é colocado sobre o prato de pão.
A maneira correta de se usar o guardanapo é pegá-lo da mesa e, com as duas
mãos, desdobrá-lo com um rápido movimento abaixo da superfície da mesa e colocá-lo
sobre o colo. O guardanapo deve ficar dobrado ao meio com as beiradas voltadas para
o usuário.
Uma das exceções dessa prática ocorre quando for apresentado como um
leque dentro do copo de vinho, o que significa que será responsabilidade do garçom
retirá-lo do copo e colocá-lo no colo do usuário. Caso os garçons não atendam a todos
os convidados com esta ação, até mesmo por dificuldade de alcançar os lugares de
assento, espera-se que eles o façam com o primeiro convidado para então os demais
tomarem a iniciativa de desdobrarem os respectivos guardanapos.
Os anfitriões são os primeiros a desdobrar o guardanapo e colocá-los sobre o colo. Os convidados
observam e acompanham o gesto.
Quando se deixa a mesa durante a refeição, coloca-se o guardanapo do lado esquerdo do prato, em dobras
soltas, ou sobre o assento da cadeira. Não será correto levar o guardanapo ao telefone ou ao banheiro.
O propósito do guardanapo é remover eventuais partículas presas aos lábios, enxugar os lábios antes de
usar o copo para não deixar nele marcas de gordura ou batom, e proteger o vestuário para que partículas de
alimento não fiquem em contato com o traje.
Ao usar o guardanapo toca-se com ele nos lábios delicadamente, sem esfregar. Não se faz o movimento de
polir as superfícies, e usa-se a parte interna do guardanapo.
O guardanapo não é uma toalha de rosto ou um babador de crianças,
que se usa protegendo a gravata ou toda a roupa. Por esta razão não se
prende o guardanapo na fivela do cinto ou no colarinho (com exceção de
cardápios em que molhos ou outros ingredientes sugerem uma proteção maior
– e nesse caso, os guardanapos já são apresentados com modelos especiais,
alguns para se prender no pescoço, outros com pequenas casas que se fixam
nos botões da camisa, etc. É o caso de pratos como: lagostas, mexilhões,
pratos italianos).
Até o início do século IX, era costume molhar o guardanapo na lavanda para limpar os lábios, queixos e
dedos no final da refeição. Hoje esse costume não é aceito, ressaltando a elegância do uso dos talheres, sem uso
dos dedos, e observando-se as porções adequadas a cada garfada, sem sujar lábios ou queixo. Somente as
companhias de aviação se prendem a esse costume antigo, oferecendo a seus passageiros guardanapos
umedecidos e quentes, entregues com uma pinça antes das refeições.
Não se usa o guardanapo para polir copos, talheres ou pratos. Ou para limpar o nariz ou o suor. O
guardanapo não deve ser receptáculo de ossos, caroços de azeitona, sementes, etc.
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Quando terminar a refeição, coloque o guardanapo à esquerda do seu lugar à mesa, em dobras soltas,
sem dobrá-lo na forma original. Em nossa cultura os guardanapos devem ser mantidos os mais limpos possíveis
depois de usados, porque com a introdução do garfo não é comum que os dedos estejam engordurados.
Nunca amasse o guardanapo (de papel ou de tecido) e o empilhe sobre o prato ao terminar a refeição. O
guardanapo de papel fica fora do prato, depois de usado. Em restaurantes ou ambientes familiares pode-se colocar
um guardanapo de papel ou um pequeno guardanapo de tecido vermelho sob o maior, para as mulheres removerem
o batom. Chama-se “pour le rouge”.
No século XVII, o garfo e o guardanapo já eram parte definitiva da “mise-em-place” de um banquete.
Dobras artísticas em guardanapos surgiram nessa época barroca (1682), e sua elaboração tornou-se uma
arte, criando com ela uma nova profissão. No dia anterior aos banquetes, esse profissional se ocupava dos
guardanapos, criando pássaros, peixes, chapéus, pirâmides, etc. As dobras eram feitas em homenagem a cada
convidado. Era mais comum fazer dobras especiais para distinguir o anfitrião e os homenageados.
Em Versalhes, no século XVII, a arte de dobrar guardanapos alcançou o seu ápice. Não se desmanchavam
essas exposições artísticas, que serviam para o dia seguinte enquanto outro guardanapo era oferecido para uso.
Durante o século XIX, a arte de dobrar guardanapos foi considerada exagero de ornamentação e começou
a desaparecer em nome da higiene, que recomendava que os guardanapos não fossem manuseados e sim
esterilizados, servidos com “pinças” (colher e garfo), sem serem tocados pelos garçons ou copeiros.
CURIOSIDADE:
Na antiga civilização grega o correto era comer deitado, levando o
alimento até a boca com as mãos. No século XVI não se conheciam
pratos. Eram usadas rodelas de massa de pão (tranchoirs, em
francês), que depois eram dadas aos pedintes. A utilização de pratos
iniciou-se em 1640.
− Os copos eram coletivos (só os ricos utilizavam um copo para cada
duas pessoas), e bebia-se tudo para não se dar o resto à próxima
pessoa. Criou-se o hábito de deixar as mulheres beberem antes (puro
cavalheirismo).
− Os primeiros garfos pequenos foram usados na Toscana, Itália. Há quem atribua o uso de talheres de
forma mais elegante a Eleanor de Aquitânia, mulher de Luiz VII da França e de Henrique II da
Inglaterra.
− O uso dos talheres começou a se difundir no século XVI, mas eram totalmente pessoais, em geral
dobráveis, para facilitar o transporte e evitar os envenenamentos. Fornecê-los para convidados só
mesmo a partir do século XVII entre os aristocratas ocidentais e, no século XVIII, entre os
burgueses. A idade dos acessórios é distinta. O mais antigo deles é a faca, que até o século XVI
fazia às vezes de garfo, já que além de trinchar os alimentos, espetava e os levava à boca. A
colher veio evoluindo desde os tempos mais antigos, mas sua forma atual data do século XV,
quando seu cabo foi alongado, em parte devido às gravatas largas e bufantes, e os babados das
mangas dos trajes da época. O garfo mais próximo do atual veio com a Renascença italiana, mas
com apenas três dentes – o quarto dente foi acrescentado pelos franceses no século XVI.
− No Brasil, em 1800, levava-se um criado para ajudar a servir, e este não deveria se alimentar na casa
dos anfitriões, nem tão pouco servir aos seus patrões, apenas aos demais. Era algo sofisticado.
− No século XVI, com a mudança de hábitos e forte presença da etiqueta, deixou-se de servir animais
inteiros, pois lembravam o canibalismo e a selvageria, que era o contrário do ideal de civilidade
buscado.
− O uso da faca deixou de ser sinônimo de morte, guerra e violência.
− No século XIX começaram a se espalhar os manuais de etiqueta com itens curiosos que
aconselhavam a evacuação diária, asseio pessoal, banhos de 15 em 15 dias (ou um ao mês), e a
troca de roupa branca (íntima) quando suja, suada ou úmida.
− As criadas só serviam mesas em ocasiões informais. Caso contrário, apenas os criados faziam esse
serviço.
−
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QUEM É QUEM NO RESTAURANTE
U
sualmente o chefe dos garçons, o maitre, recebe o casal e vai à frente para mostrar a mesa que ocupará.
Segue-o a mulher, e o homem que a acompanha fecha o cortejo. Quando há mais de um casal, o casal
anfitrião é o primeiro a seguir o garçom chefe, pois deverá indicar os lugares para seus convidados. Se uma
pessoa solteira é anfitriã, ela se antecipa aos casais do mesmo modo, e com a mesma finalidade. Esperar pela
indicação de uma mesa pelo maitre ou por um garçom é obrigatório em muitos restaurantes, principalmente no
exterior.
Não sendo recebido à entrada pelo maitre, nos estabelecimentos em que a escolha de lugar é livre, o
homem assume a liderança e mostra à mulher as opções de mesas vagas, convidando-a a escolher a que
ocuparão, e então ela segue à sua frente até a mesa escolhida.
No entanto, poderá estar previsto um coquetel aperitivo, com a finalidade é de reunir os convidados, ensejar
que sejam apresentados pelo anfitrião, ou que conversem um pouco enquanto estimulam o apetite para o jantar. As
bebidas têm caráter de aperitivo (martines, uísque, etc.) e são acompanhadas por salgadinhos leves, como
castanha de caju, amendoins, fatias de torradas com manteiga, azeitonas, etc. É servido, no bar à entrada do
restaurante, ou no terraço, e os convidados alí permanecerão até serem chamados para a mesa do jantar.
É importante você saber um pouco sobre os profissionais que vão atendê-lo em um restaurante.
Maitre
−
No que diz respeito ao restaurante, é como se ele fosse um anfitrião para os clientes. Deve distinguir-se por
sua educação, suas boas maneiras e sua cortesia. Ele supervisiona e controla todo o trabalho executado no
restaurante, garantindo a qualidade do serviço. Cabe-lhe recepcionar o cliente na entrada do restaurante,
observar e indagar do cliente, durante a refeição, se tudo corre a seu gosto, atender a uma reclamação.
Despede-se do cliente à saída deste, ao término da refeição.
Sommelier
−
É o que apresenta a carta de vinhos e sugere ao cliente, na faixa de preços desejada, qual poderá ser o
melhor para acompanhar o prato que foi escolhido. Cabe-lhe dirimir dúvidas e atender as reclamações
pertinentes à bebida. Assiste à degustação do vinho pelo anfitrião e serve as taças depois daquele aprovar
a qualidade do vinho escolhido.
Garçom
−
Acomoda o cliente, inclusive juntando mesas ou providenciando cadeiras, ajudado pelo commis. Anota os
pedidos dos clientes (a notinha é chamada "comanda") e serve os pratos escolhidos; é quem apresenta a
conta quando solicitado, ao final da refeição. É parte do trabalho do garçom esclarecer o cliente sobre os
pratos constantes do cardápio. O cliente não deve recear pedir informações sobre cada item que lhe
interessar, seja um prato, seja um vinho ou coquetel.
Commis
−
É o auxiliar do garçom no serviço aos clientes, principalmente na sua acomodação, na chegada. Limpa as
mesas vazias, troca as toalhas, junta mesas para grupos maiores de pessoas, transporta a comida da
cozinha até o guéridon (mesinha ou carrinho colocado junto ao cliente para facilitar o serviço). É como
auxiliar do commis que o pretendente à carreira de garçom e maitre inicia seu aprendizado.
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REFEIÇÃO COMPLETA
O
restaurante em geral oferece todos os pratos que integram uma refeição completa. Mas, nos almoços ou
jantares formais, é comum o número de pratos limitar-se a dois, os chamados primeiro e segundo pratos,
precedidos por um serviço de salgadinhos como azeitonas, fatias de pão com patê ou manteiga, etc. Nos
restaurantes mais sofisticados, a quantidade de comida de cada prato é menor, prevendo-se que o cliente pedirá a
refeição completa com sua seqüência de pelo menos dois pratos.
Os pratos são preparados levando em conta a qualidade, não a quantidade, e são verdadeiras criações
artísticas do Chefe da cozinha. O garçom anota o pedido dos dois pratos como primeiro e segundo, e os
apresentará na seqüência, o segundo depois de retirar e repor a louça e os talheres utilizados no primeiro.
Somente depois de freqüentar um restaurante um certo número de vezes, o cliente descobrirá o que ele tem
de melhor a oferecer e como fazer seu pedido. Em geral, no Brasil os pratos são preparados em quantidade que
vale por uma refeição, prevendo-se que o cliente pedirá apenas um prato e não um curso de dois. Neste caso, um
casal pode solicitar que o prato seja servido uma metade para cada pessoa, e organizar sua sequência. O primeiro
prato pode ser uma massa, por exemplo, ignoc. O segundo prato, por exemplo, escalopinhos ao molho madeira com
arroz à grega.
É uma boa norma perguntar ao seu anfitrião que prato ele recomendaria. Conforme o que ele recomendar,
você ficará sabendo quanto ele pensa despender e poderá escolher o indicado ou qualquer outro na mesma faixa
de preço. É grosseiro pedir um prato caro sem que o anfitrião encoraje você a fazê-lo. Se ele não sugerir nada, o
convidado procura entre os pratos de preços médios. Não salta prontamente para um prato de lagosta, por exemplo,
sem que lhe seja recomendado.
O garçom, - ou o somellier nos restaurantes que tem esse profissional -, apresenta o vinho ao anfitrião
voltando-lhe o rótulo da garrafa. Confirmado que é o vinho desejado, a garrafa é aberta e lhe é apresentada a rolha.
Ele deve conferir se a rolha tem cheiro diferente do vinho (cheiro de vinagre ou cheiro de mofo, dois fortes indícios
de que o vinho está estragado). Após a aprovação quanto a esse aspecto, um pouco do vinho é vertido em sua taça
e ele fará discretamente o teste do aroma (se diz buquê para os vinhos tintos) e a prova do paladar (degustação).
Se o vinho satisfaz, autoriza o garçom a servi-lo a seus convidados.
ESCOLHER E OFERECER VINHOS
A
cerâmica, a roda e o azeite estão, - mais o linho, o trigo e o vinho -, na raiz da civilização. Antigamente, e
ainda no início da Época Moderna, o vinho era produzido nas lagariças, com que muitas casas – das pessoas
mais abastadas – eram dotadas. Era guardado em jarros de cerâmica ou em tonéis de madeira e, como ainda
não havia garrafas nem rolhas eram levadas para a mesa de refeição em barriletes e pequenas ânforas.
Não havia conhecimento suficiente para uma padronização dos vinhos, nem conhecimento dos fatores do
solo que contribuem para melhorar a qualidade das uvas. Com a tecnologia de então, somente nos países que
reuniam condições muito especiais era encontrado o bom vinho. Mas, apesar de todas essas dificuldades, saber
oferecer um bom vinho a um convidado, e elogiar com conhecimento um bom vinho que era oferecido, sempre
foram uma prova de civilidade, e algo que hoje se inscreve legitimamente nas Boas-Maneiras. É matéria que
interessa principalmente às boas-maneiras à mesa, ao planejamento e agendamento das providências para o
casamento no que diz respeito a jantares de homenagem e à recepção, aos brindes, e à perfeição de uma refeição
completa.
Vinho e água
Pode-se dizer que a regra número um para se tomar vinho é que ele é bebido alternadamente com a água.
Onde houver uma garrafa de vinho, deve haver uma jarra de água preferencialmente bem fria ou gelada, para ser
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tomada moderadamente, a espaços, ao longo da refeição. A principal razão para isso é que o vinho pode ser
refrescante, mas não é hidratante. Ao contrário, o álcool que ele contém é um diurético, ou seja, provoca a
eliminação da água do organismo e a conseqüente quebra do balanço de líquidos do corpo, principal causa da dor
de cabeça e da ressaca. Outro motivo é querer remover com a água o sabor da comida na boca, a intervalos
durante a refeição, quando se deseja gozar separadamente o sabor de um vinho muito especial. O anfitrião ou o
garçom oferecerão ou encherão primeiro os copos de água, e só depois encherão o copo de vinho.
Quando você dispõe a louça, os talheres e os copos na mesa de refeição devem colocar no mínimo dois
copos: um maior para água e outro para o vinho. Servir o vinho à mesa sem esse cuidado indicará falta de
conhecimento do assunto.
Vinho e comida
O vinho integra a refeição como se fosse um dos molhos servidos, e por isso existem vinhos mais
adequados para cada tipo de prato. O vinho é secundário à refeição, e por isso a Etiqueta tem por regra que não se
leva o vinho à boca logo após levar a comida. Esta precisa antes ser mastigada, para em seguida receber o vinho
que então se mistura a ela e faz seu trabalho de enobrecer o paladar do que se come. É óbvio que o vinho servido à
mesa não se destina a ser apreciado isoladamente. Por isso o vinho só poderá ser elogiado depois de aferido o seu
desempenho junto à comida, e não logo após uma degustação isolada. São exceções o vinho especial para o qual a
comida é um acompanhamento, e os vinhos aperitivos que têm a função estimulante de criar a fome e a sede que
serão satisfeitas com a refeição e as bebidas à mesa.
Experimentando o vinho
Quando, no restaurante, o garçom apresenta ao cliente a garrafa do vinho solicitado, este tem alguns
segundos para aprová-lo, e por isso é bom que peça algum vinho que já conheça. Então basta conferir se realmente
se trata do produto que solicitou. Não é o momento para experiências. Em seguida ele deverá testar o vinho daquela
garrafa em particular e pode começar pela condição da rolha.
Aprovada a marca, o garçom abre a garrafa e apresenta a rolha ao cliente. A rolha dá pistas para o estado
em que está o vinho. Se ela está molhada (e manchada, se for vinho tinto) no máximo até a metade, isto quer dizer
que a garrafa foi mantida deitada, como devido, com a rolha sendo constantemente umedecida. Se a cortiça estiver
ressecada, provavelmente o sabor do vinho está alterado por oxidação, já que uma rolha nessas condições
permitirá a entrada de ar na garrafa. O ar carrega fungos e bactérias. Alguns fungos alojados na rolha passam ao
vinho um cheiro de cogumelo, ou cortiça, cheiro rançoso, cheiro de plantas, e outros. Alguns enólogos – especialista
que opina sobre vinhos para fins comerciais –, referem-se a cheiros assustadores como "cheiro de rato", de "suor de
cavalo", de "queijo estragado", de gerânios, etc. O cheiro de queijo é causado pelo ataque ao açúcar remanescente
no vinho pela bactéria da fermentação lática.
Não havendo da parte do cliente objeções após o exame da rolha, o garçom coloca um pouco de vinho no
seu cálice. Cabe ao anfitrião, provar a boa condição do vinho antes que seja servido aos seus convidados.
Evidentemente, ele não precisa seguir à risca o ritual de um enólogo, assim como não imitaria um provador oficial
de café antes de tomar um cafezinho. Portanto, não vai meter o nariz dentro do copo para sentir o buquê, nem
levantar o cálice para olhar o vinho contra a luz, nem outro qualquer gesto espetacular de "entendido". Ao contrário,
não fará mais que oscilar um pouco o copo para provocar maior exalação das essências, e sentir o perfume, estimar
a densidade ou corpo do vinho, e sorver um pouco dele para sentir o paladar. Estes procedimentos, feitos com
discrição, serão suficientes para o diagnóstico. Por meio deles, verifica a limpidez do vinho, se está turvo ou contem
impurezas; avalia se o vinho é "macio" ou "redondo", isto é, se tem um bom teor de glicerina natural. A presença do
glicerol é indicada pela aderência e escorrimento de algumas gotas do vinho na superfície interna do copo (às vezes
criando linhas verticais) depois que é levemente agitado no movimento do teste.
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Feita a prova visual, o anfitrião volta ao o teste olfativo, já iniciado com o exame da rolha. Procura sentir
e identificar o cheiro (se diz bouquet do vinho tinto, e aroma, do vinho branco) que o vinho libera com mais
intensidade quando é agitado levemente no cálice. Além dos cheiros já mencionados, o odor de vinagre (ácido
acético) indicará que o vinho foi oxidado e não serve para consumo; o cheiro de álcool indicará que não é um vinho
puramente de uva, mas que, na sua fabricação, teve adição de álcool ou de açúcar de cana; a falta de aroma
indicará que o vinho passou do prazo e está "morto".
Como o restaurante pode nada ter que ver com a ocorrência de algum desses problemas, quando o anfitrião
os detecta ao fazer a prova do vinho, deve objetar ao garçom ou somelier (o especialista responsável por servir
vinhos) o problema constatado e pedir que ele prove para conferir se a reclamação procede. Ele poderá argumentar
em contrário, se achar que o cheiro detectado é próprio de algum aditivo usado pela marca de vinho pedida pelo
freguês. Não sendo esse o caso, o somelier reconhecerá o problema e trocará a garrafa. É, porém, uma seríssima
questão de boas-maneiras que esse entendimento seja feito com discrição, pois, como dito acima, é muito provável
que o estabelecimento não tenha culpa, mas efetuará a troca, e haverá de devolver toda a partida ao fornecedor.
Quando uma senhora é a anfitriã, em lugar de fazer a degustação, ela geralmente solicita ao somelier para
fazê-la. Ele tem um copinho especial para essa tarefa.
Ajuda do sommelier
O empregado que lhe apresenta a carta de vinhos pode não ser um garçom comum, mas o sommelier ou
encarregado dos vinhos, chefe dos vinhos. Ele geralmente se veste diferente do resto da equipe de atendentes. O
sommelier pode ter uma pequena taça rasa de metal, o tastevin ou tate-vin pendurada por uma fita ou uma corrente
ao pescoço, a qual serve exatamente para provar o vinho e é a sua ferramenta de trabalho. Ele apresenta ao cliente
o vinho solicitado, apoiando o fundo da garrafa na palma de sua mão esquerda, enquanto levanta levemente o
gargalo com a mão direita. O cliente pode solicitar previamente ao sommelier que escolha o vinho para ele, e que o
prove. Ao fazê-lo, deve indicar a faixa de preços que lhe convém, e isto pode ser feito apontando na carta de vinhos
o preço conveniente que estiver ao lado de alguma marca, e dizer a ele confidencialmente: "nesta faixa de preços".
Mas, atenção: somente peça essa ajuda depois de escolher o que vai comer, para que o sommelier saiba o que
deve aconselhar como combinação perfeita entre os pratos e o vinho.
Temperatura do vinho
O vinho é mais agradável ao paladar quando tomado em torno de 15 graus centígrados os tintos, e mais
frio, entre 5 e 12 graus, os vinhos brancos. Nos países quentes como o nosso, deixar o vinho adquirir a temperatura
ambiente (chambrer) que geralmente é alta, vai torná-lo desagradável. Este é um problema em face de outra
recomendação relativa aos vinhos tintos: a garrafa destes deve ser aberta pelo menos uma hora antes do consumo.
Apenas o conhaque é tomado na temperatura ambiente, e inclusive, nos climas frios, ele é aquecido nas mãos,
motivo de seu copo tender para a forma esférica e não ter pé.
ETIQUETA: OS 10 MANDAMENTOS DO CARDÁPIO
R
eceber é uma arte com 1001 caprichos, mas, nem por isso é um bicho de sete cabeças. Para se sair bem,
basta estar atenta e observar algumas regrinhas. Em matéria de cardápio, vamos oferecer dez sugestões para
ajudar a escapar das faltas mais freqüentes registradas à mesa.
1. Os elementos básicos do cardápio são cinco: peixe, carne, legumes, doce e frutas.
2. A massa não é básica, mas pode entrar na composição do seu cardápio;
3. No jantar entre amigos, dos quais você conhece as preferências culinárias, é possível optar entre o
peixe ou a carne, desde que se trate de algo diferente e caprichado. Exemplo? Camarão grelhado não,
mas camarão na moranga sim.
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4. Jantar mais formal exige respeito aos cinco elementos básicos. Assim, você nunca vestirá a saia
justa de oferecer um estrogonofe de carne a um vegetariano. Lembre-se de que o vegetariano em
questão pode ser um radical, que nem peixe aceita. Daí a importância de caprichar no
acompanhamento dos legumes.
5. Cuidado com muita criatividade no tempero dos pratos! No jantar mais formal, quando você desconhece
as particularidades gustativas de seus convivas, é bom evitar muita ousadia nos temperos ou
acessórios. O ideal é optar pela linha menos personalizada, mais internacional, da culinária. Não
exagere no bacon, pimenta, coentro ou itens do tipo.
6. Prato pesado pede sobremesa leve. Para ilustrar de forma exagerada, não é boa idéia servir rabada
com pavê de sobremesa.
7. Repetir ingredientes é feio. A regra vale para enfeitar a entrada com morango, por exemplo, e incluí-lo
na salada de frutas da sobremesa. Outra esparrela fácil de cair é repetir o creme de leite: no
estrogonofe e no mouse doce.
8. Atenção para as cores dos pratos. Procure usar de contraste sempre que possível. Exemplo, ao
preparar o arroz para acompanhar uma carne com molho ferrugem, não use colorau. O arroz branco dá
destaque à cor da carne.
9. Varie no modo de preparo dos alimentos. Não sirva duas frituras ou dois grelhados na mesma refeição.
10. Beleza é fundamental na boa mesa. Capriche na apresentação dos pratos.
ROTEIRO DE UM JANTAR COMPLETO
O
roteiro de um jantar segue prescrições práticas, e por isso é mais um bom exemplo de como as regras da
Etiqueta têm fundamentos que se pode dizer são "técnicos". Efetivamente, nosso corpo precisa de uma
variedade de nutrientes, nosso paladar é exigente, e nosso sistema digestivo tem lá suas peculiaridades. Para
harmonizar tudo isto são necessárias certas regras como as que se aplicam a uma refeição completa: ela é variada,
e essa variedade é consumida numa ordem segundo a natureza do alimento e em consonância com os estágios
fisiológicos sucessivos que se desenvolvem no organismo ao longo da refeição.
Os pratos são escolhidos conforme o ensejo, sendo um cardápio mais adequado a um jantar a dois, outro
próprio para uma celebração como uma recepção de casamento, dependendo ainda de que seja um almoço ou
jantar. Quanto ao que se bebe, tem que haver uma combinação correta, por exemplo, entre pratos e vinhos, ou que
outra bebida for à preferida.
Salgadinhos e aperitivos
A refeição completa tem início e tem fim com uma etapa de descontração, e nesta fase inicial, em que os
convivas se reúnem e se conhecem, são servidos os petiscos que chamamos "salgadinhos", os amuse-gueule dos
franceses, como os canapés, pequenos sanduíches, biscoitinhos salgados ou pão de queijo revestidos com algum
patê, e que são acompanhados de whisky, champanhe, vinhos aperitivos, coquetéis como o Martini, suco de laranja,
etc.
Hors-D'oeuvre
É o estágio preparatório; em português ou italiano: o antepasto. Do antepasto não se espera que seja
particularmente nutritivo, mas que excite o aparelho digestivo, que o torne exigente, e que aguce o apetite. Por isso
no antepasto servem-se alimentos de aspecto atraente, que excitam o apetite, que estimulam as glândulas salivares
e gástricas: folhas de alface, tomates, limões fatias de ovos, escargots, pãezinhos, que são precedidos ou
acompanhados de pequena dose de aperitivos: caipirinha, Campari com suco de laranja (se vão além de uma
pequeníssima dose, os aperitivos fazem efeito contrário: anestesiam e paralisam as glândulas digestivas, embotam
o paladar e matam o apetite, e causam dor de cabeça!...).
A sopa
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A refeição propriamente começa com uma pequena quantidade de sopa que continua o trabalho de
preparação iniciado com o hors d'oeuvre: destina-se a dilatar, com seu calor, os vasos sangüíneos da boca e
estômago, e a estimular as glândulas e, principalmente, fornecer o volume de líquido que o processo digestivo irá
consumir. Um caldo quente, o consommé, tem o mesmo papel e finalidade da sopa, mas requer utensílio próprio
para ser servido: uma chávena larga de fundo plano e provida de duas alças. Nela se toma o consommé
(essencialmente caldo de carne fervido com alguns ingredientes depois filtrados que podem lhe emprestar
diferentes sabores) com uma colher ou simplesmente levando a chávena à boca com as duas mãos, segura pelas
duas alças. Nas regiões mais quentes do Brasil não se tem lá grande necessidade de um caldo quente para as
finalidades acima indicadas, e esta é uma etapa do cardápio que geralmente é saltada sem que isto signifique que a
refeição não foi completa.
Entrée
Etapa da refeição entre o hors d'oeuvre e o prato principal. Tudo preparado para a degustação e a digestão
do alimento, é apresentado o "primeiro prato" ou entrée, que consiste de alimento um pouco mais leve que o do
prato principal, que se lhe haverá de seguir. Carnes mais leves como soufflé, peixes e aves, ostras, siris, servidos
com alcachofras, aspargos, etc. Este prato é acompanhado de um vinho mais leve que o vinho que depois
acompanhará o prato principal. Geralmente é servido vinho branco seco, nunca vinho doce, nem mesmo os suaves.
Há mesmo quem prefira o vinho verde, para aguçar ainda mais o apetite para o prato principal. Pão branco e
manteiga pode ser parte do acompanhamento. Em longos jantares de cerimônia podem ser servidas duas ou três
entradas.
NOTA: Há duas observações que precisam ser feitas a respeito da entrada. A primeira é o emprego da
palavra entremets. Em seu livro de 1940, Der Mensch gesund und krank ("O corpo humano", Cia Ed.
Nacional, S. Paulo, 1949) muito popular na década de 50, Fritz Kahn, ao explicar detalhadamente as
propriedades dos alimentos refere-se a "entremets" como a etapa na série salgada entre a sopa e o prato
principal. Até então o termo correspondia ao que hoje é a "Entrée". O emprego mudou, principalmente na
França: entremets passou a constituir a etapa de frutas e doces após o prato de queijos, ou seja, à
sobremesa. A segunda observação é que, curiosamente, os restaurantes americanos servem a Entrée já
como o prato principal e dele passam diretamente à sobremesa.
O prato principal
O prato principal (le plat de résistance ou plat principal, para os franceses e "entrée" para os americanos) é
o que representa realmente a refeição, ou seja, contem o alimento que irá ocupar de modo integral todas as funções
digestivas do organismo e do qual este irá obter os principais nutrientes de que necessita: carboidratos, proteínas e
gorduras. O prato principal é em geral à base de carne vermelha (carne de gado) ou carne de porco e de animais de
caça, que fornecem proteínas completas. Podem ter por base carnes de aves mais densas, como a de pato, ganso
e peru. As carnes são acompanhadas de legumes como arroz, batata e feijão, e verduras mais consistentes como a
couve: farofa com passas e castanhas ou pasteis de carne são outros tantos acessórios. O prato principal é
acompanhado de um vinho mais denso (incorpado), geralmente vinho tinto, que alguns preferem que seja bastante
rascante.
Queijos
Após o prato principal vem o prato de queijos (le plateau de fromages). Os cheiros e sabores fortes do prato
principal precisam ser dissipados e os queijos se prestam para isso. Duas ou três variedades podem ser oferecidas
para atender as preferências de cada um. As variedades mais consistentes são preferíveis porque precisam ser
mastigados fortemente e formam um bolo um pouco áspero que limpa a língua e também a garganta ao ser
deglutido. Ainda de quebra, seu poder nutritivo não deixa de enriquecer a alimentação. Para quem não aprecia
queijos ou está proibidos de comê-los, algumas frutas podem substituí-lo muito bem na sua função. Três a quatro
uvas, ameixas ou morangos, meia maçã ou pêra, e nozes, têm bom efeito.
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A sobremesa
Removidos os vestígios da fase salgada da alimentação, esta prossegue com a fase doce, que tem lugar
ainda à mesa da refeição: a sobremesa (le dessert). Compotas, sorvetes, mousses, etc.
Café, licores e cognac
Fora da mesa de refeições, no living, são servidos o café, os licores (em geral são oferecidas pelo menos
duas variedades), e o cognac, cuja função ajudar a digestão das gorduras e cortar a sonolência uma refeição tende
a causar. Podem ser servidos ainda à mesa da refeição, quando se deseja abreviar o encontro social ensejado pela
refeição, o que geralmente acontece quando se trata de um almoço. No caso do jantar, porém, é mais freqüente o
propósito de prolongar o encontro, estimular a conversação e por esta razão o living ou uma biblioteca ampla será o
local mais próprio para o café, os licores e o cognac exercerem seu poder de estimular a conversação e excitar a
imaginação.
EXEMPLO DE MENU BUFFET
COQUETEL:
Pout-porri - patês - terrines - torradas
SALADAS:
1. Salada de frutos do mar (camarão laguna, lula, polvo, marisco, alface americana, agrião,
óleo, vinagre, sal, pimenta e açúcar).
2. Salada verde com morangos (mastúrcio, rúcula, escarola, alface, cebolinha verde, endro,
hortelã, molho de iogurte, sal e pimentas).
3. Salada de cogumelo shütake com presunto de Parma (presunto, shütake, panquecas de
ervas, sal e pimenta).
4. Salada de frango e gruyére (peito de franco, gruyére, alface lisa, agrião, salsão, maças
verdes, noz-moscada).
QUENTES:
1. Peito de frango com ervas finas e molho de nata com champignons (arroz com
amêndoas e togliateli com o molho).
2. Filet mignon ao vinho tinto com batatas hassbak, mousse de salsão e cebolas
caramelizadas (batata assada com manteiga com fatias de avelãs ou amêndoas - mousse
de salsão com nata e sementes de papoula, cebola caramelada com vinagre, açúcar e
caldo de carne, tomilho, sal e pimenta).
3. Filé de linguado (molho de Madeira e laranja, molho de laranja, fumet de peixe,
manteiga, cebola, alho-poró, louro, vinho branco seco).
4. Camarões ao molho curry, com couscous marroquino (molho: óleo, cebolas, passas,
trigo, caldo de galinha leite de coco. Creme: leite (nata), óleo, tomate, cenoura, vagem,
couscous, manteiga e sal).
SOBREMESAS:
1. Suflê de tangerina (queijo ricota, mandarineto).
2. Creme de mascarpone com calda de framboesa.
3. Sorvete à italiana (creme de caramelo - creme de chocolate - creme de café).
4. Me dá mais (suflê de damasco - caramelo de amêndoas)..
LICORES E CAFÉ.
PLANO DE MESA: COMO ARRUMAR PESSOAS EM UMA MESA
N
uma refeição não só a arrumação da mesa é importante. A maneira certa de sentar os convidados também é
um dos segredos para o sucesso de seu jantar ou almoço. Esse detalhe é de fundamental importância para
fazer a conversa fluir, juntando pessoas com afinidades e interesses comuns. Num jantar social, esse papel
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cabe a dona da casa. Já num almoço ou jantar de negócios, o anfitrião determina onde cada um deve sentar.
A etiqueta define os lugares a partir do mais nobre, e seu preenchimento segue estritamente o Protocolo
nos eventos de natureza oficial, ou são respeitadas as recomendações das Boas Maneiras como é geralmente o
caso nos jantares oferecidos a amigos, em casa ou em um restaurante, em um Chá ou nas celebrações, como em
jantares de homenagem ou em uma recepção de um casamento. Saber o lugar que lhe cabe ocupar a mesa,
quando os assentos não estão marcados e o anfitrião não cuidou de indicados, é prova de um bom conhecimento
de Boas Maneiras à mesa.
Quanto à importância dos assentos à mesa a etiqueta distingue os lugares cativos e os lugares de honra e a
hierarquia de precedência das pessoas na ocupação desses assentos (Protocolo), a partir da pessoa mais
importante.
Os lugares cativos são os destinados aos anfitriões, os assentos nos extremos da mesa retangular, quando
se segue a etiqueta inglesa, ou no centro de seus lados opostos, quando se segue a etiqueta francesa. A primeira
disposição, a inglesa, - o chefe da família ocupando a cabeceira da mesa -, é tradicionalmente observada no Brasil
desde a época colonial. Mas em um almoço com muitas pessoas em uma mesa longa, pode ser mais conveniente a
etiqueta francesa. O assento principal estará mais próximo da entrada de serviço da copa que o outro assento.
Se mais de uma mesa é usada no jantar, os lugares cativos (reservados à anfitriã e seu marido) são os
lugares extremos que se olham de cada uma de duas mesas diagonalmente mais afastadas no recinto. Lugares de
honra são à direita de cada um, e outros, de importância secundária, em cada uma das demais mesas, na posição
mais privilegiada em relação à visão do ambiente.
De acordo com a etiqueta, em um jantar, o anfitrião senta-se a uma das cabeceiras da mesa e a anfitriã, à
outra. É regra também que sejam intercalados homens e mulheres, sendo contrário à etiqueta um homem sentado
ao lado de outro, ou uma mulher ao lado de outra. Se, em mesas retangulares, para a observância dessa regra for
necessária, a anfitriã deve ceder sua posição, a fim de manter a alternância a partir do anfitrião.
Devido à alternância obrigatória homem-mulher na ocupação dos assentos, resultará que o anfitrião terá
uma mulher à sua esquerda e outra à sua direita, e o inverso sucederá com a anfitriã. Ambos devem colocar à sua
direita o convidado ou convidado mais importante, e à sua esquerda o convidado ou convidada que sejam os
segundos em importância.
Se ocorrer a necessidade da anfitriã ter o seu lugar deslocado a fim de manter a alternância homem-mulher
a partir do anfitrião, ela deve ocupar o extremo lateral direito, de modo que o convidado de honra que ficará à sua
direita ocupe a posição.
A anfitriã que recebe sozinha ocupa o lugar da cabeceira, pois este é o mais adequado para supervisionar o
evento e coloca o convidado de honra a sua direita.
O anfitrião que recebe sozinho procederá do mesmo modo, colocando o convidado de honra a sua direita,
no caso de se tratar de uma única mesa. No caso de mais de uma mesa, colocará o convidado de honra na sua
própria mesa, próximo de si, porém não nos dois lugares imediatamente ao seu lado, os quais serão ocupados pela
mulher de primeira importância à sua direita, e pela segunda em importância, à sua esquerda, como dito acima.
O preenchimento das posições nas demais mesas, excluídas as duas principais, segue o mesmo critério. As
posições cativas secundárias são preenchidas por um representante dos anfitriões, - por exemplo, seu filho ou uma
filha adulta, ou um dos pais, e os convidados assentados dentro do critério geral da hierarquia de importância social.
Os membros de um casal e os amigos não são colocados juntos, mas separados e preferencialmente em
mesas diferentes, havendo várias mesas.
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Cabe aos anfitriões, preferencialmente à anfitriã, a indicação dos lugares aos convidados. Cartões com o
nome da pessoa à qual o lugar está reservado é muito prático, quando há um grande número de lugares (mais de
seis pessoas). Os dizeres devem reduzir-se a duas ou três palavras que são o sobrenome do convidado ou
convidada precedido de Sr. ou Sra. O primeiro nome ou o nome do meio pode ser acrescentado quando for
necessário distinguir entre homônimos. Não utilizando cartões, o anfitrião ou a anfitriã convidam as pessoas a
sentar, acompanhando-as aos lugares que lhes cabe. Como dito acima, homens e mulheres devem ocupar lugares
alternados, uma regra que só é quebrada quando não há o número de pessoas de um dos sexos suficiente para a
completa alternância.
A anfitriã é a primeira a sentar-se, e será seguida pelas demais mulheres. Antes de se sentarem, os homens
devem ajudar à senhora á sua direita a se sentar, posicionando e empurrando convenientemente a cadeira, a fim de
que ela possa ter as duas mãos livres para acomodar o vestido enquanto se senta. Feita esta gentileza, devem
aguardar que o anfitrião se sente para ocuparem seus lugares. Alguns dos homens talvez tenham que ajudar a duas
senhoras, primeiro à sua direita, depois à sua esquerda.
Depois de conhecidos os lugares à mesa segundo a sua importância, fica-se diante do problema de como
preenchê-los. É indispensável que se tenha conhecimento da "técnica dos lugares", ou determinação dos valores
dos lugares, que é da alçada da etiqueta, e são principalmente as regras acima indicadas, e à qual se sobreporá o
valor social dos participantes, conforme o Protocolo ou as normas de Boas Maneiras indicarem. Não haverá dúvida
quanto aos lugares dos anfitriões e do convidado ou convidados de honra, aos quais caberão os lugares mais
nobres já indicados. Os restantes dos lugares podem ser preenchidos obedecendo-se a uma hierarquia oficial,
determinada por um Protocolo criado por Decreto, ou pelo Protocolo que segue algum critério naturalmente
reconhecido entre os membros de um clube, funcionários de uma empresa, e objeto de um estatuto de Protocolo
interno.
A pessoa que convida amigos para uma refeição seja em sua casa, seja em um restaurante, não deve fugir
da prática de sugerir os lugares à mesa; e os convidados devem, também, aguardar que a anfitriã indique os lugares
em que deseja ver cada um deles.
No preenchimento dos lugares, as Boas Maneiras levam em conta fatores individuais a serem respeitados, e
não apenas uma fria hierarquização baseada em determinado Protocolo. De um modo geral a prioridade é dada de
acordo com a importância social ou política do convidado, e por isso as regras do Protocolo precisam ser
lembradas. Porém, se a preocupação é com as Boas Maneiras, muitas considerações auxiliares, que vêm do
conhecimento mais íntimo entre as pessoas, irão interferir na disposição dos convidados à mesa. Os mais velhos
podem necessitar de alguém ao seu lado que lhes dê assistência; a surdez unilateral de um convidado precisa ser
levada em conta; um membro da família que tenha estado fora do país ou uma pessoa que tenha coisas para contar
que interessam a todos precisa de uma posição mais privilegiada; um visitante estrangeiro precisa ter próximo de si
alguém que fale sua língua, etc.
Se o anfitrião não estiver em companhia de sua mulher na ocasião, ou se for viúvo, solteiro ou divorciado,
pode dar à senhora mais idosa ou à de sua preferência o lugar que caberia a sua mulher, que é o mesmo que
considerá-la dona da casa. O mesmo acontece à dona de casa, se a hipótese for à contrária. Nem é necessário
recomendar que os casais sejam separados, para que a conversa tenha mais animação e, o jantar, mais êxito.
O jantar sendo de oito ou dez pessoas, a dona da casa, sorrindo, mostra a cada convidado o lugar que lhe
está destinado. As senhoras vão sentando e os homens, em pé, ajudam a companheira ao lado, retirando e
colocando a cadeira na posição em que ela se sinta confortavelmente sentada. Quando o jantar for de maiores
proporções, é aconselhável que os lugares estejam marcados com cartões, com o nome de cada convidado, pois a
dona da casa não teria memória bastante para lembrar a colocação de cada convidado.
Vamos resumir algumas diretrizes para facilitar sua vida nessa hora quando estiver recebendo:
− Intercalar um homem e uma mulher sempre que possível;
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− O convidado de honra senta-se à direita de quem convida e à esquerda o convidado imediatamente a
seguir na ordem de importância social;
− Quando não houver convidado de honra, a senhora mais idosa é que deve sentar-se à direita do anfitrião.
Do lado direito da anfitriã senta-se o senhor mais idoso;
− Quando a mesa for retangular em uma refeição com seis ou oito pessoas, o ideal é que os anfitriões
sentem-se nos lugares do centro, facilitando a conversa;
− Os casais devem ser separados, intercalando-se homens e mulheres. Mesmo que nem todos os convidados
sejam casais, ao separar homens e mulheres equilibram-se os assuntos.
− Procure incluir em sua relação de convidados pessoas de várias profissões e diferentes interesses. É uma
boa forma de variar o assunto e discutir diferentes pontos de vista;
− Num jantar social não há problema algum em misturar familiares e amigos. No entanto os assuntos de
família e fofocas que interessam apenas a sua família devem ser evitados;
− No caso de um almoço ou jantar de negócios, quem determina os lugares é quem ocupa o maior cargo da
empresa que convida;
− Á direita de quem convida fica o convidado mais importante na hierarquia da empresa, independente de ser
homem ou mulher. A sua esquerda senta-se o segundo na hierarquia da empresa convidada;
− Caso seja um grupo com cargos equivalentes, respeita-se o conceito de intercalar homens e mulheres.
COMO ORGANIZAR E SERVIR UM ALMOÇO OU JANTAR
Número de convidados
Q
uando uma dona de casa deseja convidar amigos para se reunirem em torno de uma
meso, seu primeiro pensamento é saber o número de convidados e quem serão eles.
Claro que o número depende muito da dimensão da sala de jantar e da mesa que
nela cabe e também do caráter de mais solenidade ou simplicidade que se procura par à
reunião. Se for de homenagem, por exemplo, o número e a qualidade dos convidados
dependem mais do homenageado do que dos anfitriões, pois é a ele que se pretende dar prazer.
Em jantar de despedida ou de aniversário, convém saber quais os convidados que formaria um todo para
que o homenageado ficasse alegre e se sentisse em casa. Esse ponto deve ser levado muito a sério e é fácil de
compreender por que.
Num jantar em que o objetivo é a reunião de pessoas que se conhecem ou desejam conhecer-se, pertence
aos donos da casa à prerrogativa de determinar o número e a escolha. Os romanos já diziam que, para que haja
uma reunião agradável, em torno de urna mesa o número deve ser superior ao das Graças (3) e inferior ao das
Musas (9). Ficamos em oito, que é um número redondo, que admite duas garrafas de vinho (um branco e um tinto),
um único empregado, talheres do mesmo faqueiro (quase sempre de uma dúzia), facilidade culinária e mais
confortável aos anfitriões, que devem cuidar de seus amigos do começo ao fim do encontro.
Fixado o número ideal (que pode variar levemente nos dois sentidos), passemos à qualidade, porque da
formação do grupo depende sempre o sucesso ou o fracasso da reunião. Saber escolher e reunir é fundamental,
analisando-se cada convidado para saber se ele, se sentirá bem no conjunto. Nunca convidar pessoas que falem
demais, todas, pois ninguém teria a paciência de ouvir ninguém; e nunca amigos muito calados, que tornariam o
encontro demasiadamente tranqüilo. Os donos da casa também têm a necessidade de dosar a conversa, animando
os que se mostram muito tímidos e fazendo com que a conversa chegue até eles. Aos donos da casa, na maioria
das vezes, cabe a culpa de um jantar que emperra daí a habilidade de saber agrupar estes ou aqueles amigos.
À espera do Jantar
Os convidados são recebidos pelos anfitriões em uma sala, onde são servidos aperitivos e esperados os
convidados retardatários, que não devem exagerar no atraso, não somente porque os donos da casa e os outros
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convidados estão à espera, como também por causa da cozinheira, que há pratos que não devem passar do
ponto justo para serem bem apreciados.
Quando o empregado anuncia que o jantar está servido, a dona da casa é a primeira pessoa a dirigir-se à
sala de jantar, depois de pedir aos convidados que façam o mesmo. Ela mostra e abre o caminho e o dono da casa
é o último fechando o grupo.
A conversação
Tanto antes como depois da refeição, os donos da casa dever fazer o possível para que homens e mulheres
não formem grupos à parte, elas falando sobre modas, crianças e criadas, e eles sobre político ou negócios. É um
hábito feio e provinciano e os anfitriões intercederão para que os grupos se fundam e o conversa seja mais ampla e
agradável. Insistimos que isso depende quase exclusivamente da diligência dos responsáveis pela reunião. Tanto
ele quanto ela devem estar sempre atentos e verificar se todos os convidados, em geral, e cada qual, em particular,
são bem tratados, estimulando os mais tímidos a que se juntem aos mais extrovertidos.
Havendo um convidado fora do grupo – por ser estrangeiro ou viver em cidade diversa – ter para com ele
atenções gerais e colocá-lo sempre entre gente que fale o idioma dele ou que com ele pode ter relações mais
fáceis. Isso é importante, pois esse convidado não pode ficar afastado do convívio geral.
Também cabe aos donos da casa controlar a conversação para que um único convidado não fique dono da prosa,
de tal maneira que os demais não consigam intercalar uma palavra ou dar seu ponto de vista. E esse ambiente deve
ser feito desde a entrada até a saída do último convidado.
O serviço
Sentados à mesa, pergunta-se: quem deve ser servido em primeiro lugar? Há duas escolhas, ambas
corretas. A dona da casa é a primeira a servir-se, pois, assim, verifica se a travessa está em ordem e também abre
o peixe ou destaca uma fatia de carne, que já deve vir cortada da cozinha. Em seguida, as senhoras são servidas
pela importância da posição social ou idade e os homens ficam para o fim, sendo o dono da casa o último. A dona
da casa pede às senhoras que não esperem os homens serem servidos, sem o que o prato esfria. A segunda
escola acha que a dona da casa será a última das senhoras a se servir, sendo os demais como ficou explicado.
Combinação de pratos
A composição de um cardápio requer engenho e arte, porque os pratos devem seguir-se com naturalidade e
nunca se chocar. Cuidado para que eles não se repitam. Não seria lógico que houvesse dois peixes diferentes em
uma mesma refeição ou duas massas, mesmo que uma fosse, por exemplo, macarrão e, a outra, torta salgada ou
doce. O mesmo conselho deve ser dado no tocante ao acompanhamento, que não poderá ser o mesmo arroz, a
mesma batata ou o mesmo “petit-pois“. Quem oferece camarões preparados no creme de leite não escolherá
morangos com creme, à sobremesa.
Delicadezas
Em uma refeição de poucas pessoas, se uma senhora se levanta (seja por que motivo for) todos os homens
fazem o mesmo. Em jantar muito grande, basta que os dois homens que estão ao lado dela o façam, pois eles
representam os demais, na delicadeza. Se, em um restaurante, um homem se aproxima da mesa para saudar quem
janta (sem estender a mão, que é um erro enorme, já que os que estão sentados estão com as mãos lavadas) os
homens sentados levantam e só sentam quando o amigo se retira ou pede que sentem. Quando a refeição estiver
terminada, os convidados ajudam as senhoras a levantar, retirando-lhes discretamente a cadeira.
O café
O café pode ser servido à mesa ou em salão próprio, sobretudo quando o jantar é longo e convém mudar as
pessoas de lugar. Sendo pouca gente, a dona da casa o fará ela mesma com ajuda de alguém, que levará a xícara
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a cada convidado. Sendo muita gente, o copeiro que o faça, porque a dona da casa não pode abandonar os
convidados por longo tempo, o que teria que fazer se ocupasse somente do café.
ETIQUETA EM JANTARES E RECEPÇÕES
As orientações que vêm a seguir servem tanto ao anfitrião como ao convidado:
− Num restaurante, se foi você quem convidou, antes de pedir os pratos ou o vinho, pergunte aos convidados
se eles não querem sugerir alguma coisa. Isso é de bom tom.
− Ao ser convidado para a casa de alguém, envie flores ou leve uma caixa de bombons.
− Se for viajar à China ou Japão, aprenda a comer com o par de hashi.
− Fora, ou até mesmo dentro do país, se no almoço para o qual foi convidado for servido um prato
desconhecido, coma mesmo sem gostar. E não procure saber do que é feito.
− Não é de bom tom aproveitar para fazer consultas grátis com um médico presente na festa.
− Caso protagonize cenas desagradáveis (ninguém está imune a isso), o convidado deve retirar-se
discretamente após pedir desculpas aos anfitriões.
− Da mesma forma, se precisar sair mais cedo, despede-se discretamente só dos donos da casa.
− Nenhum convidado deve levar amigos sem antes perguntar se pode, e só deve fazer isso se tiver certeza
de que tal pessoa se entrosará bem.
− Outra coisa que o convidado precisa ter é "desconfiômetro". Se perceber sinais de cansaço dos anfitriões,
deve despedir-se e retirar-se, sem esquecer de agradecer o convite e elogiar a qualidade da recepção.
− No dia seguinte, sempre se telefona e cumprimenta os anfitriões pela festa. Assim manda a etiqueta.
Finalizando este capítulo, vai aqui uma dica que funciona sempre:
− Sendo convidado para almoçar ou jantar, sempre "pegue no mesmo garfo" que o anfitrião, ou seja, observe
como ele se comporta e siga o exemplo dele. Sempre dá certo!
GÊNEROS DE SERVIÇOS PARA ALMOÇOS, JANTARES E OUTROS EVENTOS
C
ada recepção sugere um gênero de serviço de acordo com as condições de local, número de convidados,
disponibilidade de recursos humanos e materiais, caráter formal ou informal, etc. Há vários tipos de serviço de
restaurante. A refeição pode ser servida a la carte ou seguir um menu preestabelecido, como o que é
combinado para uma recepção, ou o cardápio semanal de hotel que inclua refeições na hospedagem. Na
modalidade a la carte, cada cliente examina o menu, escolhe o prato, e o indica ao garçom. Além dessa distinção,
os serviços também variam no modo como o alimento chega ao prato do convidado ou cliente. O serviço à mesa,
tanto em um restaurante quanto em uma recepção, pode ser à Inglesa (direto e indireto), à Francesa, Sur Assiete
e à Americana.
SERVIÇO À FRANCESA OU À DIPLOMATA
E
mbora o nome faça referência à França, o estilo surgiu na Côrte Russa, no final do século XVIII, e foi
consolidado pelos franceses, que o difundiram por toda a nobreza européia. O Serviço à Francesa tem raízes
na metade do século XVI, quando se registrou a popularização dos garfos. Até então, mesmos nos palácios,
comia-se com colher ou com as mãos. Havia uma faca de trinchar e um guardanapo para todos.
O cardápio chegava a totalizar 50 pratos servidos, numa única refeição. Em
1860 já se verificou a simplificação do cardápio. O garfo e a faca permitiram a
adoção do sofisticado serviço “à la française”, assim chamado em homenagem ao
legado cultural e gastronômico de Luiz XIV.
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Em razão do seu caráter dispendioso, o Serviço à Francesa é praticado em jantares formais e
protocolares.
Nesse serviço o anfitrião demonstra sua generosidade e opulência, não só pela apresentação dos pratos
bem ornamentados, como também pela elegância de quem serve. Garçons e maitres devem estar de luvas e
uniformes bem talhados.
O conviva é quem se serve. A travessa é apresentada pela esquerda com os cabos dos talheres de serviço
(garfo e colher) voltados para o comensal, e este, ao seu gosto, faz a sua seleção de iguarias, segura a colher com
a mão direita e o garfo com a esquerda e os retorna à travessa depois de servir. Neste serviço, cada garçom e um
ajudante servem de seis a oito convidados.
CURIOSIDADE:
−
−
O sorbet (sorvete de fruta cítrica , com pouco açúcar e sem creme), veio do
Império Romano, quando a neve comprimida vinda das montanhas era servida.
Tornou-se hábito, na Itália, em meados do século XVI.
É servido entre duas refeições com sabores bem marcantes.
SERVIÇO À INGLESA
F
oi introduzido no século XIX com o desenvolvimento da hospitalidade
comercial. As guarnições vinham servidas individualmente nos pratos, e
somente o prato principal era passado entre os comensais. A carne era
trinchada perto do anfitrião para, em seguida, ser servida aos convidados.
O estilo evoluiu e o serviço se subdividiu em dois. Atualmente, o Serviço à
Inglesa tem comercialmente dois tipos que são adotados de acordo com os
recursos disponíveis:
Serviço à Inglesa Direto – O alimento é apresentado pelo garçom em
travessas pelo lado esquerdo do comensal. Esta apresentação tem o objetivo de expor o trabalho do cozinheiro,
assim como confirmar o cardápio em restaurantes.
O garçom serve diretamente ao comensal, usando o “alicate” (garfo e colher), procurando distribuir
harmoniosamente as guarnições e o alimento básico no centro do prato. As senhoras são servidas em primeiro
lugar e, em seguida, os cavalheiros. Em almoços ou jantares protocolares o serviço segue a ordem de precedência,
sem distinção para as senhoras. Quando há crianças à mesa, elas podem ter a preferência do serviço para que
fiquem acomodadas. A mise-en-place (arrumação da mesa) do Serviço à Inglesa Direto é executada de acordo com
o cardápio, que determinará tipos de pratos, copos e talheres.
Serviço à Inglesa Indireto – Para este serviço, a mise-em-place pode ser
completa ou se limitar aos talheres, copos, guardanapos e sous-plats (protetores de
lugar, prato de serviço).
A refeição é servida com auxílio de um carrinho auxiliar (guérridon). Exigese habilidade e destreza do garçom, pois ali ele destrincha as peças, posiciona e
flamba os pratos antes de servi-los. Conta com o serviço de um “commis” (garçom
auxiliar). O prato principal fica na mesinha auxiliar (guérridon), ao lado da mesa do
comensal onde é confeccionado o prato solicitado. Esse serviço exige dois garçons:
um prepara o prato e o outro o transporta. O prato é colocado pela direita (todo prato montado é colocado pela
direita, diante do comensal).
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SERVIÇO “SUR ASSIETE”
O
s alimentos são montados nos pratos (empratados) na cozinha, apresentados ao comensal e servidos pela
direita. O chefe da cozinha deve mostrar toda a sua habilidade, não só na
preparação como na decoração do prato.
Este gênero é recomendado para Serviços à La Carte e
banquetes de porte grande e médio (não protocolares). Os pratos
têm diâmetro maior e são decorados com esmero.
SERVIÇO À AMERICANA
O
Serviço à Americana, embora sugira informalidade, pode ser adotado em ocasiões formais, para número
maior de convidados, sendo a formalidade definida pelo objetivo do evento, local, homenagens e seleção dos
convidados.
O bufê é um modo bastante prático: no restaurante, a comida preparada previamente evita a longa espera
que acontece quando o prato é solicitado a la carte. Muitos restaurantes funcionam com esse sistema, outros
combinam o bufê, que tem preço fixo, ao atendimento a la carte. Em uma recepção, é o modo mais prático quando o
número de convidados é grande. Permite também oferecer uma variedade de pratos que corresponderão aos
estágios de uma refeição completa.
O cliente ou convidado pega a louça na pilha em um dos extremos da mesa, ou no lugar que lhe foi
destinado nas mesas no salão. Pega também o guardanapo e os talheres, que segura por baixo do prato enquanto
se serve. Em uma recepção realizada em um restaurante ou salão, em geral a louça encontra-se nas mesas onde
os convidados irão se sentar, juntamente com os talheres e o guardanapo, em lugares marcados. Com seu prato na
mão, o convidado se dirige ao bufê, com o cuidado de observar o trajeto a seguir, para não ir de encontro a outras
pessoas ou passar à frente indevidamente.
O serviço de bufê não dispensa inteiramente os garçons. Alguns estarão junto ao bufê
servindo os pratos mais concorridos, outros servirão a bebida ao cliente depois que este toma
seu lugar à mesa. Embora isto seja pouco comum em restaurantes, o bufê pode ser dividido
em dois ou mais centros, em pontos diferentes do recinto, por exemplo: um para os rechauds
dos pratos da Entrada; um segundo para os rechauds do Prato-principal, e um terceiro para a
Sobremesa.
O maior incomodo do bufê está em que, para fazer sua própria sucessão de
pratos, passando do prato de entrada à sobremesa, o convidado estará obrigado a
algumas idas e vindas às mesas do bufê. Ao fazê-lo, deixa os talheres sobre a mesa
que ocupa, se houver descanso para talheres. Não havendo, e o mais comum é que não
haja, leva-os consigo, uma vez que não deve deixá-los sobre o forro da mesa nem sobre
o sousplat.
COQUETEL
U
m coquetel pode ser uma ótima ocasião para rever os amigos, fazer novos contatos e mesmo trabalhar. Por
que não? Afinal, é uma ótima ocasião para se encontrar pessoas em um ambiente descontraído, estreitar
97
relações de negócios e até relaxar depois de um dia duro de trabalho.
Se o convite indicar que é um “coquetel souper”, isto quer dizer que será servido um prato quente além dos
tradicionais salgadinhos. Caso contrário, não hesite em comer alguma coisa antes de sair de casa ou do escritório,
ou aproveitar para encontrar alguém e sair para jantar.
O que dizer, e fazer, depende do tipo do evento. Se for um lançamento de livro ou abertura de mostra de
arte um mínimo de informação sobre o autor ou artista em questão é recomendável. Mas não é o caso de expor
teses sobre o assunto, pois em ocasiões como essas ninguém está muito disposto a conversas muito profundas.
Se quiser abordar algum assunto mais sério, relacionado a trabalho, diga apenas que vai ligar para marcar um
encontro, etc. Começar uma conversa longa em um momento como esse pode ser contraproducente.
Coquetéis são informais, mas não dispensam que se apresente a pessoa sempre que alguém se junta ao
grupo. É infinitamente mais delicado. Com nome e sobrenome. Cargos estão dispensados, a não ser que seja um
evento de trabalho.
Cartões podem e devem ser trocados em coquetéis. Mas é melhor que isso seja feito no final da conversa
ou ao se despedir, e apenas quando sentir que é realmente necessário. Não é o caso de sair pelo salão distribuindo
cartões.
Cuidado para não extrapolar com as bebidas. Justamente por ser informal, as pessoas tendem a se
exceder, acabam falando o que não devem e se comportam de forma inconveniente. Cada um conhece o seu limite.
Respeite o seu e não se prejudique só para “acompanhar você em mais um”.
Não dispense os guardanapos tanto no copo, quanto para segurar o salgadinho. Mais desagradável do que
apertar uma mão molhada, só mesmo uma mão engordurada. E, por falar em salgadinhos: por mais saborosos que
estejam, resista à tentação e pegue apenas um de cada vez.
Ainda sobre canapés: simplesmente ignore as empadas ou azeitonas assumidas. Por mais delicadamente
que você o faça, cuspir caroços é decididamente feio.
Fuma-se sem problemas, quando permitido. A má notícia é que os cinzeiros, nesses eventos, ficam quase
invisíveis. Você não vai pagar o mico de ficar equilibrando cinza na mão! Portanto, localize sempre um cinzeiro
antes de acender o cigarro.
TIPOS DE COQUETÉIS
Coquetel “Party”
Realiza-se, em geral, das sete às dez horas. Exige menos etiqueta. Os donos da casa, ainda que devam
estar atentos à chegada dos convidados, não precisam fazer ponto a entrada deles. Em um coquetel o essencial é
que todos se movimentem e falem com todos. O serviço é volante, sem buffet ou pratos quentes, e nele constam
drinques normais, canapés e salgadinhos.
CURIOSIDADE:
-
A palavra Cocktail (rabo de galo) é originária dos anglo-saxões e tem algumas
versões. Thakeray, um inglês, conta que nas rinhas de briga de galo eram
fartamente servidas bebidas alcólicas, e o último drinque era tomado em
homenagem à saúde do galo vencedor.
A descontração e o movimento caracterizam o comportamento dos convidados, que circulam pelo ambiente,
segundo o ritual dos “4 S”: Surgir, Saudar, Sorrir, Sumir.
98
Para o Coquetel Party, não se pede a confirmação da presença. Geralmente comparecem dois terços
dos convidados. São recepções tipicamente informais. Se o coquetel for preparado para 100 pessoas, deve-se
convidar 150.
Em alguns convites para coquetéis, pede-se o “regrets only” (impossibilitado de comparecer) – com número
de telefone ao lado. O convite deve ser enviado com 2 a 3 semanas de antecedência.
Modernamente, em alguns convites, já são mencionados os horários de início e término. Se o horário de
término foi registrado, deve ser dada uma tolerância de 45 minutos para se suspender todo o serviço. Essa
tolerância permite que os convidados encerrem seus contatos e seus drinks. Se realizado durante a semana, após o
expediente de trabalho, ganha um nome: “happy hour”.
Coquetel “Souper” e Coquetel “Buffet”
Seguem a mesma linha, só que há alimentos mais sólidos e por isso terminam mais tarde. Em todo o
coquetel, seja de que tipo for, costumam-se servir salgadinhos para atenuar a ação do álcool.
Para o Coquetel Souper, o convite especifica apenas a hora da chegada. Além dos drinks e salgadinhos, o
coquetel termina com um ou mais pratos quentes. Estes pratos são dispostos em uma mesa/buffet ornamentada
com flores e velas altas em candelabros, onde estarão dispostas louças, talheres e guardanapos de tecidos. Podem
ser servidos por um maitre, ou então os convidados se servem livremente. Sobremesas podem ser servidas e
também café. Este tipo de reunião revela a intenção do anfitrião em estender por mais tempo o encontro com os
amigos.
Coquetel “Surprise”
O Coquetel-Surpresa, é a maneira como um grupo de amigos íntimos obrigam um aniversariante a recebêlos ou mesmo um amigo a dar festa, que eles não teriam a coragem de fazê-lo.
O CHÁ
O
chá é um evento social familiar ou aberto a convidados, que tem como características o seu horário e o
consumo do chá e de bebidas quentes ou refrescantes não alcoólicas, servidas junto com alimentos leves.
Geralmente acontece em casa, sendo ótimo quando se tem uma boa varanda ou um jardim amplo e fora da
visão dos transeuntes de uma rua pública.
Horário e duração
O Chá, que pode também ser o café da tarde, tem o seu horário próprio no roteiro das refeições diárias. É
tradicionalmente um lanche consumido ao fim da tarde até o por do sol, e termina antes da hora em que será
necessária a iluminação artificial. As duas primeiras horas do anoitecer, quando já é necessária a utilização de
iluminação artificial, são as horas próprias para os coquetéis, não mais para o chá.
Hoje é mais difícil o chá como evento social, porque o lanche da tarde é feito no trabalho, ou nas
proximidades dos locais de compras das pessoas. O chá foi um hábito cultivado pelas pessoas que viviam de
rendas e pelas mulheres, quando as donas de casa e suas amigas não trabalhavam. Dessa forma o chá adquiriu
características mais apreciadas pelas senhoras. Com a entrada das mulheres no círculo dos negócios, a preferência
passou a ser por coquetéis, mais ao gosto dos homens, que geralmente apreciam mais as bebidas alcoólicas, e vão
acompanhados das esposas.
99
O chá é mais bem servido em salão bem ventilado e claro, ou em uma varanda, com mesinhas, ou no
gramado do jardim. A razão é o chá ser um "suador", ainda mais eficaz que o café e o chocolate quentes. Por isso,
é bastante favorável ao conforto dos participantes que seja servido em local bem ventilado.
Em uma grande recepção externa para chá, também são armadas tendas, geralmente brancas, para abrigar
o bufê e usam-se grandes guarda-sóis sobre mesas com cadeiras para os convidados.
Os convidados devem usar roupas mais claras, leves e frescas, observando-se modelos e cores próprios
para a tarde, menos formais que as que usariam em um coquetel ou jantar. Em época mais fria, o tailleur ou o
conjunto de duas peças. Um chapéu pequenino é um acessório muito próprio para a ocasião. Maquiagem leve,
poucas jóias, resumidas a um pequeno clipe de brilhantes ou de pedras semi-preciosas.
Decoração.
A decoração deve ser simples, a fim de criar um ambiente acolhedor e alegre, primaveril, e isto pode ser
conseguido com folhagens em vasos suspensos na varanda, ou um ou dois vasos no chão, junto ao buffet, e um
pequeno arranjo sobre a mesa do buffet.
Normalmente, a luz artificial só é usada no salão do Chá se o dia escurece mais cedo, como no meio do
inverno, ou se o dia se tornou chuvoso e escuro. No entanto, as luzes da sala ou do salão podem ser acesas não
por necessidade, mas como elemento decorativo.
O espaço para os convidados deve ser proporcional. A impressão de sucesso vem
de uma relação ideal espaço-ocupação. Espaço muito amplo dá a impressão de que muitos
convidados deixaram de comparecer, mesmo que todos estejam lá. Ambiente pequeno e
com muita gente passa a impressão de despreparo e má organização. Se o espaço é grande
para o número de convidados, uma decoração abundante com flores e plantas contribuirá
para melhorar a impressão de uma relação adequada.
Mesa do buffet.
A mesa principal, que servirá de buffet, deve ser coberta por uma toalha farta, de modo a pender em cada
borda da mesa, porém mantendo-se as pontas a no mínimo uns 20 cm do chão. A toalha da mesa de chá é uma
peça mais delicada que as toalhas para jantar. Nas recepções luxuosas, é preferido o linho branco bordado e com
rendas. Nos chás íntimos, menos formais, a toalha pode ser de cor, lisas e ou em xadrez de estilo inglês.
Mesmo que o evento seja um chá, são também servidos café e chocolate. Por isto são dispostos sobre a
mesa do buffet, além do serviço de chá propriamente, um serviço de café e chocolate.
Existe grande variedade de serviços de chá e café, e de bandejas. Os serviços nas recepções luxuosas são
tradicionalmente em prata que deve ser bem polida. No chá íntimo, o serviço pode ser em outros materiais, mas o
design e as cores das peças devem ser de bom gosto.
Mesinhas.
Mesas menores, geralmente desmontáveis ou dobráveis, são dispostas para os convidados tomarem lugar.
O número de assentos em cada mesinha deve permitir que fiquem à vontade, com espaço para os utensílios de que
vão se servir. Os enfeites das mesas devem ser reduzidos a dimensões convenientes, para não impedir o vis-à-vis
das pessoas e para dar lugar aos apetrechos como xícaras, pires e pratos de chá.
Bandejas.
100
As bandejas do serviço de chá devem brilhar e não são cobertas por toalhinhas: nem guardanapo, nem
toalha, nem pano bordado sobre a bandeja. Ela deve conter o bule de chá, assim como as jarras de refrescos e os
copos; tudo deve ser trazido e mantido na bandeja sobre a mesa principal, e não em um carrinho de chá. Somente
os pratos e talheres são colocados sobre a toalha. Uma bandeja de luxo é de prata maciça, mas pode ser utilizado
qualquer tipo, mesmo uma bandeja esmaltada de agradável aspecto estético. As vasilhas contendo as bebidas
quentes seriam preferencialmente aquelas equipadas com um pequeno fogareiro, para manter a temperatura ideal
das bebidas.
A bandeja do chá deve conter:
− Se o chá não foi previamente coado na cozinha, é necessário um coador e um recipiente para colocar
as folhas de chá;
− Um bule com a infusão do chá;
− Também um bule de água deve ser mantido bem quente, para os que gostam de diluir o chá ou o café;
− Uma tigela de torrões de açúcar, com pinças, ou um açucareiro com colher (deve haver também um
substituto do açúcar, de baixa caloria);
− Um pequeno pires com fatias de limão e um garfo pequeno.
Na bandeja de café deverão estar:
−
−
−
−
−
Na extremidade da mesa oposta à bandeja de chá, fica a bandeja de café;
Uma cafeteira com o café quente;
Uma leiteira com chocolate quente,
Uma leiteira com leite quente;
Tijelinha de torrões de açúcar ou açucareiro.
Fora das bandejas:
Ficam diretamente sobre a toalha do bufê as xícaras, os pires e as colherinhas de chá e de café (a xícara de
café tem o lado reto, e é menor que a de chá), e pratinhos de sobremesa; colheres, garfos, guardanapos e pratinhos
com rodelas de limão, além das bandejas com os comestíveis; os guardanapos, geralmente brancos, são colocados
a seu lado em pequenas pilhas, ou podem ser dobrados e colocados um guardanapo em cima de cada prato da
pilha, alternadamente, como um bolo em camadas, até uma altura que não comprometa nem o equilíbrio nem a
estética.
Sobre a mesa também deve-se encontrar uma grande bandeja, ou várias, com diferentes comestíveis,
depósitos de manteiga e geléia, e respectivas faquinhas para serem passadas nas torradas ou no pão.
Orquestra.
A música proveniente de som, ou de um conjunto musical é preferivelmente só instrumental, com ritmo ou
clássica, escolhida para alegrar e descontrair. O sistema de som ou o conjunto musical ficam onde possam ser
ouvidos por todos, em um canto do salão ou na varanda.
Comestíveis.
Bolos, e o tradicional pãozinho miúdo francês, com manteiga; queijo cremoso, biscoitos creme-cracker,
biscoitos de aveia e mel, torradas com marmelada, geléia de laranja; sanduíches variados de patê de foie gras, de
requeijão ou de maionese. O sanduíche multicor feito com pão de forma laminado com camadas de recheio em
cores variadas, além de ser muito saboroso, também enfeita o bufê.
101
Modos de servir.
Há pelo menos três maneiras de servir o chá, e variam conforme o caso: a) com os convidados em uma
mesa com a anfitriã; b) com um buffet e com mesas individuais; c) com um buffet, mas sem mesas, apenas
cadeiras, com os convidados de pé.
a) Em um chá íntimo, para um pequeno número de pessoas, estas poderão estar sentadas, e todas as
regras de servir aplicam-se aqui. Se há poucos convidados, com lugar para todos em uma mesa longa,
então os mesmos são dispostos à mesa, e cada um terá diante de si o seu pratinho, a xícara, o talher e o
guardanapo, e poderão servir-se ou serem servidos em seus lugares.
b) Para o chá com muitas pessoas, monta-se uma mesa larga que funciona como um buffet, semelhante ao
de uma recepção de casamento.
Quando há mesinhas para os convidados, cada pessoa dirige-se ao bufê onde pega o prato com um
guardanapo, seleciona e coloca no prato o que deseja comer, passa manteiga, patê ou mel previamente no que
desejar, e serve-se da bebida que preferir. Depois de se servir, traz para a mesinha em que estará assentado o
pratinho com os comestíveis que escolheu e sua xícara cheia. Pode buscar a companhia que lhe aprazer, se não
foram antes designados os lugares para cada convidado.
Ao servir-se, o convidado coloca primeiro o quanto deseja do chá ou do café, depois completa com o leite.
Para um café com leite claro, coloca pouco café na xícara e completa com maior quantidade de leite. O mesmo para
o chá. Porém, se a anfitriã colocou bules e leiteiras em certa ordem de servir, essa ordem deve ser seguida
naturalmente, para que ninguém faça seu caminho na contramão dos demais.
c) Não havendo mesinhas, mesmo que haja cadeiras, será difícil ter nas mãos o pires com a xícara e ao
mesmo tempo um pratinho com os comestíveis. Não havendo cadeiras, seria um malabarismo arriscado
tentar, de pé, equilibrar nas mãos a xícara e o pires, com o guardanapo, a colherinha e um sanduíche ou
uma fatia de bolo na beira do pires.
Se não há mesinhas, é melhor que a anfitriã mande servir os convidados, e que os comestíveis dispensem o
pratinho e o garfo, e possam ser comidos seguros por um guardanapo de papel.
O papel da anfitriã deve ser o de procurar a cada convidado e estimulá-lo a se servir e ficar à vontade. Não
pode estar excessivamente envolvida na tarefa de servir os convidados e, em um chá formal, sequer poderá fazê-lo.
Ajuda à anfitriã.
Em um chá menos formal, porém com grande número de convidados, logo que decidir oferecer um Chá, a
anfitriã poderá selecionar duas amigas que tenham maneiras sóbrias e gentis, e boa vontade para colaborar, para
que a ajudem a cuidar dos convidados e servi-los junto ao buffet. Não é uma tarefa para adolescentes, mas se
tiverem filhos nessa idade, poderá pedir-lhes para passar as bandejas de comestíveis, mesmo que haja mesinhas.
Isto dá um toque especial de graça ao encontro. Mas as meninas, ou mesmo os rapazinhos que ajudem, não devem
parecer estar a executar uma tarefa além de suas forças. Se há muitos convidados, ou as bandejas são grandes
demais, ou a quantidade de mesas a servir dentro da casa, na varanda e no jardim é grande, então será melhor que
tenha adultos para servir.
É uma boa idéia escolher amigos que conheçam alguns convidados ou a maioria deles.
O papel da anfitriã é mais importante que o do anfitrião, seu marido, cuja ausência inclusive, não se tratando
de um chá em homenagem a alguém, será perfeitamente desculpável. A própria anfitriã poderá servir o chá,
auxiliada por uma filha ou por uma amiga.
102
Isto não impede o convidado de dirigir-se ao bufê para servir a si próprio, mas o que não é
aconselhável é ir até à copa ou cozinha buscar o que deseja, ou procurar servir-se na mesa de apoio para o serviço
dos empregados.
Cozinha.
Sanduíches nunca têm a casca do pão de forma, nem são servidos como fatias inteiras. Também não
podem ter excesso de manteiga ou de maionese. Por isso, espalha-se manteiga apenas no lado voltado para dentro
de uma das fatias. Sobre a manteiga coloca-se o recheio e juntam-se as duas fatias. Em seguida é cortada a casca
nos quadro lados das fatias, e estas, por sua vez, cortadas em "X", para dar quatro pequenos sanduíches.
Modo de fazer o chá.
Chá em saquinhos só para um evento não planejado. O procedimento mais prático é levar o chá já pronto e
coado no bule de chá. A quantidade de folhas moídas por litro deve ser mantida todas as vezes que novas
quantidades forem preparadas. O bule deve ser previamente aquecido com um banho interno de água quente da
torneira ou da chaleira.
Preparar o chá fora da cozinha, sobre a mesa do buffet, exige várias providências extras. Terá que manter
uma chaleira de água fervente no bufê, sobre um fogareiro a álcool. Também a densidade do chá irá variar,
tornando-se mais forte se as folhas permanecem em infusão no bule. A certa altura será necessário adicionar um
pouco de água quente à infusão, para diluí-la e trazê-la novamente ao ponto. Três colheres de sobremesa de folhas
trituradas de chá mate, deixadas em infusão, abafada em um litro de água quente (logo após a fervura) por cinco
minutos, dão um bom chá. Ao cabo desse tempo mexa o líquido e ele estará no ponto de ser servido. Se a água
derramada sobre as folhas não estiver fervendo, é provável que a bebida fique fria e sem sabor.
O café.
O café, devido ao seu efeito fortemente estimulante, não é bebida que combine com o chá, e está presente
na recepção para aqueles que não conseguem dispensá-lo e substituí-lo pelo chá.
Convites e posturas.
A quem e como convidar, ou como responder e atender a um convite para um evento social constituem
questões para um capítulo próprio em Boas Maneiras e Etiqueta. Não vamos abordar o assunto aqui senão de
modo breve. Um convite nunca é feito de modo mal definido, impreciso, ou em termos muito gerais. A anfitriã
convida apenas amigas e amigos seus, pois o Chá não é o evento próprio para incluir convidados que se incluiria,
por exemplo, em um jantar ou coquetel. Para um chá não se convida, evidentemente, pessoas que irão sentir falta
da bebida alcoólica; o certo é preparar para elas um coquetel, outro dia qualquer.
Na verdade, a anfitriã não precisa juntar todos os amigos e amigas em uma só oportunidade. Pode, por
exemplo, prometer um convite futuro, quando reunirá as crianças, por exemplo, e sugerir que aos pais desta vez
compareçam sem os filhos ou esperem pela oportunidade em que poderão trazê-los.
Os chás muito formais, como festa para homenagear alguém, requerem convite escrito, na mesma forma,
embora não nos mesmos termos que para uma festa ou jantar de cerimônia. No caso de um chá íntimo para reunir
amigos, o modo de convidar é o próprio para eventos íntimos, ou seja, o telefone.
Durante o Chá, a anfitriã não se prende a suas amigas, mas circula pela sala e procura dizer uma palavra a
cada convidado, sempre se certificando de que todos estão sendo bem servidos e se sentem à vontade. No início,
deve circular mais próxima à entrada para que aqueles que chegam possam cumprimentá-la em primeiro lugar,
como é devido, sem terem que atravessar o salão em meio a conhecidos que não poderão saudar sem antes
103
cumprimentar a anfitriã. Há certas deferências que precisam ser observadas. Quando há um convidado de
honra, este deve permanecer ao lado da anfitriã junto à entrada da sala, a fim de que ela possa logo apresentá-lo a
todos os convidados, à medida que forem chegando. Ao final, despede-se primeiro da anfitriã, agradecendo o
convite, e depois se despede do convidado de honra. Feita estas despedidas obrigatórias, não se percorre o salão
ou o jardim despedindo-se de todos. Ao contrário, deve-se deixar o recinto o mais discretamente possível.
A permanência em chás é breve, pois os anfitriões e os convidados podem ter outros compromissos logo no
início da noite, como um coquetel ou um jantar. Em média, o tempo de permanência dos convidados gira em torno
de uma hora, a uma hora e meia, a partir do momento em que o chá é servido.
TIPOS DE MESAS PARA BANQUETES E REUNIÕES FORMAIS NO SERVIÇO À AMERICANA
MESA IMPERIAL OU CLÁSSICA
MESA IMPERIAL OU CLÁSSICA
Modelo francês
PRESIDÊNCIAS
Conversação ativa
- cabeceira da mesa -
Conversação
secundária
(passiva)
Modelo inglês
•Dá prioridade à localiz ação das janelas, que em princípio,
determina a localização da cabe ceira. No caso de não haver
janelas, é importante a entrada do pessoal de serviço.
•O anfitrião senta-se, no centro da mesa, de costas para a parede e
olhando a janela.
•As cabeceiras estão situadas no meio das bandas largas. As
cabeceiras estando próximas favorecem a conversação entre os
convidados de maior hierarquia.
•O anfitrião se sentará na cabeceira principal e a segunda
presidência corresponderá à dona da casa.
•Em alguns casos, os anfitriões podem cede r uma das cabeceiras,
colocando nela o convidado de honra.
•Quando estiver presente um Chefe de Estado, ele sempre ocupará
a presidência.
•É a distribuição mais ade quada para reuniões (jantares,
almoços) oficiais e privados.
•Em caso de negociações, facilita a conversa entre os presidentes
das delegações.
•Os convidados de segundo nível ficam relegados a um papel
passivo.
•As mulheres nunca ficam nas pontas.
•De ve-se e vitar usar as pontas.
•A alternância de sexos é uma regra fundamental.
•Jamais sentar marido e mulher juntos, que que se socializem.
PRESIDÊNCIA
Conversação ativa
Conversação
secundária
(passiva)
PRESIDÊNCIA
Conversação ativa
•A prioridade será dada pela entrada dos
convidados, sendo a localização das janelas
secundária.
•O anfitrião senta-se em um extremo da mesa
olhando sempre para a entrada dos
convidados.
•As presidências estão situadas nas pontas.
Existem dois pólos de conversação ativa.
•É indicada para reuniões mais íntimas com
grupo reduzido de convidados.
•São mais animadas porque existem dois
pólos de conversação e os convidados do
segundo nível não se sentem relegados.
•Não deve haver mais de 24 pessoas.
•Quando são Chefes de Estado, o casal é
Chefe de Estado (nunca um casal normal).
MESA PRESIDENCIAL
PRESIDÊNCIA
•Quem preside está situado em uma só cabeceira.
•Sua característica principal é que não pode haver
convidados diante da presidência.
PRESIDÊNCIA
Conversação
secundária
(passiva)
•Este tipo de cabeceira é usado para grandes banquetes ou
reuniões por sua flexibilidade e a relativa facilidade para
organizar as precedências, principalmente quando
concorrem muitos convidados.
104
BOAS MANEIRAS À MESA
N
o século XVI a cozinha melhorou de qualidade e o luxo da mesa foi marcante. Luiz XIII, no
século XVII, eliminou o grande luxo dos banquetes e procurou harmonia e simplicidade nos
cardápios, embora eles ainda constassem de oito serviços. Luiz XIV criou prescrições
minuciosas de etiqueta e, para as suas refeições, criou um verdadeiro ritual. Adotou o uso do garfo
e, em conseqüência disso, nova maneiras à mesa.
No final do século XVIII nasceram os pequenos jantares. Muitos livros sobre maneiras à mesa e
gastronomia foram editados. A palavra “menu” surgiu na França. O século XIX inicia a era dos restaurantes e a
padronização internacional das maneiras à mesa.
No século XX intensificaram-se as viagens e o turismo mundial. A “Belle Epoque” assistiu ao
desenvolvimento da indústria da alimentação e a mecanização dos trabalhos domésticos, que se refletiram nos
hábitos alimentares e na estrutura da vida social e familiar. A maneira de vida em sociedade se tornou mais
democrática e a manutenção dos empregados domésticos tornaram-se dispendiosa. O informalismo prevaleceu. Os
padrões de boas maneiras foram baixos: a refeição em família desapareceu; o “fast-food” se difundiu impedindo o
aprendizado de boas maneiras.
A deteriorização de boas maneiras na América do Norte, por exemplo, começou com Thomas Jefferson e
sua devoção pela igualdade entre os homens, como também o seu desprezo pela falsa civilidade. Jefferson, que
tinha maneiras impecáveis, muitas vezes, deliberadamente, não as observava. Durante sua presidência, ele
trabalhou para minimizar as normas de protocolo. Essas normas não podiam impor distinções entre as pessoas.
O século XXI preconiza a simplificação, a volta dos sabores naturais, a informalidade e o intercâmbio de
todas as culturas. Aguardam-se possibilidades de inovações com novos rituais e a fusão do Oriente com o Ocidente
na mescla de suas tradições e suas maneiras.
O papel da sociedade será manter o respeito pelo homem, a ordem e a organização dos grupos e as
nações, a ética da convivência e o espírito de hospitalidade, que é sustentado pela generosidade do anfitrião e
pelas boas maneiras do convidado. O alimento sempre esteve associado às comemorações, aos ritos, às crenças e
aos simbolismos dos homens. A tecnologia do século XXI não poderá anular as emoções e o respeito que temos
pelo passado, o que sustentará nosso costume baseado na verdade dos assírios, dos hebreus, dos gregos, dos
romanos, bizantinos, das Côrtes e das repúblicas, neste eterno recomeçar do ciclo existencial.
Toda refeição é uma lição aprendida. A carne alimenta, a roupa veste, e as maneiras fazem o homem. O
que você come e o que você veste são menos importantes do que a maneira como você faz as duas coisas.
“Boas Maneiras” à mesa são um conjunto de regras que permitem a um indivíduo participar de um ritual
social – ou ser excluído do mesmo. Originam-se, em parte, de uma forma de dizer ao anfitrião que é honroso
compartilhar sua refeição. Elas tornam qualquer refeição mais apetitosa. Maneiras descuidadas podem tirar o
apetite de seu companheiro e prejudicar-lhe a saúde.
O primeiro requisito de boas maneiras à mesa é saber decodificar o cardápio através da “mise-em-place”,
que lhe transmite a seqüência simplificada do menu clássico tradicional. A simplificação dos menus sugere que, na
“mise-en-place”, não deve haver mais que 3 garfos, 2 colheres e 3 facas nas laterais do prato. Também não deve
haver mais que 5 copos.
Tudo muda no vai e vem da vida. Houve época, por exemplo, em que o palito teve o seu apogeu, e figurou
nas mesas de reis e príncipes, inclusive sendo motivo de inspiração poética, assim como passou por diversos
105
materiais de fabricação, do marfim, da prata, do ouro e da madeira; outro, o arroto, dizia-se na China, seria
prova de satisfação do convidado.
Apesar das transformações que o mundo vem passando a etiqueta à mesa vem se mantendo sem que o
modernismo consiga derrubar determinadas tradições.
A civilização se modificou, evoluiu, mas determinadas regras continuam inalteráveis. Sem ser algo complexo
ou assustador, é indispensável praticar em casa para adquirir a naturalidade necessária, convencendo-se de que a
mesa não deve ser olhada como uma provação e sim, com uma perspectiva de momentos agradáveis a serem
desfrutados com prazer e espontaneidade. Porém esse prazer só poder usufruído conhecendo-se esses
comportamentos essenciais à mesa:
MANEIRAS À MESA EM OUTRAS CULTURAS
D
urante o século XVII, na França, as maneiras se tornaram uma questão política. Luiz XIV, ao reunir a nobreza
francesa com ele, instituiu uma espécie de escola de boas maneiras. A carreira dependia do bom
comportamento, de cumprimento da etiqueta. Se alguém desagradasse ao Rei, Luiz XIV simplesmente
deixava de vê-lo. E não ser “visto” pelo rei equivalia, em Versalles, a deixar de existir. Na cultura contemporânea os
convidados difíceis também vão sendo esquecidos e deixam de existir, pois as transgressões são notícias.
Na Grécia, ao terminar a refeição cruzam-se os talheres no prato, a faca colocada, de forma segura,
debaixo do garfo, que deve ficar com os dentes voltados para baixo.
Na Alemanha e na República Tcheca, cruzar os talheres significa que a pessoa ainda não acabou de
comer, apenas fez um intervalo.
Na Itália, ao terminar a refeição, o garfo é colocado paralelo à faca, com os dentes voltados para baixo.
Na Espanha, garfo e facas separados no prato significam que se deseja mais comida.
Na Iugoslávia, ambos os talheres colocados no prato significam o fim da refeição. Entre um prato e outro da
refeição, repousam os cabos na mesa, com dentes e pontas na beirada do prato, o que os ingleses reprovam
severamente.
Na China, o anfitrião de um banquete pergunta aos convidados se querem arroz. O convidado diz que sim
e isso assinala o fim da refeição. O vinho não acompanha o arroz, assim como não se deixa qualquer resto do
mesmo na tigela.
No Egito é hábito despejar chá num copo até a bebida transbordar no pires.
CURIOSIDADE:
−
−
Acredita-se que o chá foi inventado por distração do Imperador da China Antiga,
Shennung, em 2800 a.C. Ao ferver água para beber, ele não percebeu algumas
folhas que caíram em seu recipiente. Como agradou ao seu paladar, ele passou
a colocar folhas para infusão em água fervente.
O chá popularizou-se no Japão, que o cultua com um ritual chamado Chanoyu,
a cerimônia do chá. Do século XVI em diante, na rota das descobertas, o chá
chegou a Europa e dali se espalhou para o mundo.
Um árabe do deserto não pode tratar um homem como inimigo após ter comido sal com ele. É como se a
reconciliação jamais fosse necessária, a inimizade foi superada com antecipação.
106
Os comensais chineses alegram-se com uma mesa desarrumada, quanto mais ossos, conchas, patas
de caranguejo, etc. entulharem a mesa, mais divertida terá sido a refeição.
Na Itália não é socialmente aceito cortar espaguete.
Na França, uma convidada de honra deve aceitar uma oferta para repetir um prato, porque os demais
convidados só poderão fazê-lo se ela o fizer. Também não se elogia a comida neste país. Elogiar comida e recebêla à mesa com exclamações de alegria pode ser tomado como surpresa ou alívio. Não elogiá-la (embora
evidenciando um inconfundível agrado, mesmo contido), demonstra que o convidado não esperava menos da
excelência do anfitrião.
Na Inglaterra, diante de elogios, uma anfitriã vitoriana perguntou ao convidado: “Você imaginava que não
comeria bem na minha casa?”.
BOAS MANEIRAS: ALGUMAS OBSERVAÇÕES
Não se servir antes do anfitrião. Ao sentar-se à mesa no lugar que lhe foi indicado, o
convidado pode logo tirar o guardanapo do prato e colocá-lo em posição, mas não pode
começar a se servir antes do anfitrião ou da anfitriã, e antes que os convidados já estejam em
boa parte servidos. Em uma mesa de menos de dez pessoas, espera-se até que todos estejam
servidos para começar a comer. Tratando-se de longas mesas com várias dezenas de
convivas, deve-se esperar que perto de dez estejam servidos, para então começar.
Tomar assento. Durante uma refeição poderão surgir várias oportunidades para os
homens demonstrarem atenção e deferência com as senhoras presentes. Uma delas está no
momento de tomar assento à mesa, quando devem auxiliar as senhoras a sentar-se, afastando
a cadeira para lhes dar espaço e depois as ajudando a encontrar a posição mais cômoda à borda da mesa. Como o
anfitrião prestará essa gentileza à convidada de honra à sua direita, o homem que está no assento seguinte também
auxiliará a senhora à sua direita, e o mesmo farão os demais. Algumas observações pertinentes a deferências e
apresentações estão em minha página desse título.
Posição à mesa. As cadeiras à mesa do jantar já facilitam a postura certa para a pessoa sentar-se à mesa:
elas têm encosto reto e assento curto. O convidado deve sentar com o tronco na vertical, descansar os pés sobre o
piso, sem apoiá-los nas travas frontais ou laterais da cadeira, e por uma perna sobre a outra. Jamais afastar a
cadeira para cruzar as pernas ou tornozelos sobre joelho, assim como balançar a cadeira sobre os pés de trás.
Propriedade no uso dos talheres. Ao ver o grande número de talheres colocados na mesa junto ao prato,
a pessoa pode recear se confundir. Mas há uma regra geral bem simples. O talher a ser usado é o que está mais
afastado do prato. Alguns talheres poderão ser retirados pelo garçom ou substituídos por outro de modelo diferente,
e isto dependerá do prato escolhido para a refeição. Porém ele os colocará na mesma ordem. Apesar dessa regra
simples, é conveniente a pessoa procurar conhecer os vários tipos de talheres e as quais pratos seu uso se
relaciona, a fim de poder proceder com mais desembaraço.
Conversação. À mesa, converse tanto com seu vizinho da esquerda quanto da direita, e com os convivas à
sua frente, e participe preferencialmente do interesse geral pelo que dizem o anfitrião e a anfitriã. Conserve uma
atitude atenta sem ser tensa ou ansiosa. Cuidado com os efeitos das bebidas e do café. Veja ainda minha página
sobre Conversação.
Os cotovelos. Não colocar os cotovelos sobre a mesa é um preceito bastante conhecido. Cotovelos sobre a
mesa enquanto mastiga, principalmente com o garfo e a faca nas mãos, compõem uma péssima postura à mesa.
Apenas as mãos e os punhos podem apoiar-se sobre a mesa enquanto a pessoa come. Ao utilizar a faca e o garfo
para cortar, mantenha os cotovelos próximos do corpo, para evitar tocar o vizinho de mesa. Após os discursos e
107
brindes, se houver, ou se não, a partir da sobremesa, durante o cafezinho e os licores, é tolerável uma postura
menos formal e a atitude pode ser um pouco mais à vontade.
Falar enquanto come. É necessário saber falar enquanto se está comendo. Não falar com a boca cheia, e
não mastigar com a boca aberta ou ruidosamente são também preceitos bastante conhecidos. Poucas palavras e
frases curtas quando se tem comida na boca, e interromper a refeição quando tiver que ser mais extenso, deve ser
a regra. Falar enquanto come pode induzir a pessoa a engolir muito ar, resultando dores no estômago e no peito,
além de outros inconvenientes. A pessoa deve manter os talheres na mão enquanto fala: garçons inexperientes
costumam retirar o prato de quem descansa os talheres enquanto fala.
Repetir pratos. Nas refeições informais nenhuma restrição pode haver quanto a se repetir um prato, e o
mesmo acontece com o bufê. Porém, quando estão previstos vários pratos a serem servidos na ordem própria de
uma refeição completa servida à francesa, somente se repete um prato se o garçom oferecer uma segunda vez.
Caso contrário, não se pede para repetir a sopa ou qualquer dos pratos. Em uma refeição completa um prato
completo o precedente, de modo que a fome não será aplacada com o primeiro deles, mas somente ao fim da
refeição, incluída a sobremesa.
Servir-se no bufê. O bufê, seja em um restaurante seja em uma recepção, permite à pessoa servir-se na
mesma ordem dos pratos de uma refeição completa servida à francesa (os bufês têm as entradas, sopas, os
comestíveis do primeiro prato e do prato principal). Quem não se apercebe disto, enche o prato de comida,
misturando tudo, quando poderia ir ao buffet várias, pelo menos o necessário para comer na ordem própria de uma
refeição completa, cuja seqüência é a mais apropriada à digestão, evitando assim o exagero de um prato
transbordante de comida.
Remoção de resíduos. Está obviamente despreparada para comer em companhia de outras pessoas
aquela que mete o dedo na boca para limpar entre os dentes com a unha, limpa o nariz no guardanapo ou a boca
no forro da mesa, e comete outras imprudências repulsivas à mesa. Não pegue indiscriminadamente com os dedos
nem cuspa no guardanapo partes não comestíveis do que foi levado à boca. A regra geral é: do mesmo modo que
se levou um alimento à boca, é retirado da boca qualquer sobra dele que se precise remover. Se uma fruta é comida
com as mãos, sem uso de talher, então o caroço dessa fruta, ou qualquer parte indesejável que tenha que ser
retirada da boca, será apanhado com os dedos. O que se leva à boca com um garfo (por exemplo, a carne), retirase (por exemplo, um pedaço de nervo ou de cartilagem) passando da boca ao garfo, e deste a um canto do prato; o
que se leva à boca com a colher retira-se passando para a colher. Em qualquer desses casos busca-se proteger o
gesto fazendo-se concha com a outra mão. O caroço, a cartilagem, a espinha de peixe, casca, etc., retirados da
boca são deixados em um canto do prato em que se come, e não no pratinho de pão, nem no "sous-plat". Mas,
atenção: espinhas de peixe, por exceção, são removidas com os dedos.
Acidentes de deglutição. Água, saliva, farinha, bebida alcoólica forte, fragmentos de comida, são as mais
freqüentes causas de engasgo. A espinha de peixe é um problema especial. Ela não é causa de engasgo, mas de
lesões na deglutição. É preciso assegurar-se de que a porção a ser levada à boca esteja livre de espinhas.
Justamente por isso a faca para peixe não é uma faca para cortar, mas para separar. A reentrância do talher de
peixe na forma de espátula serve para separar com cuidado a carne das espinhas ou dos ossos. Uma espinha de
peixe pode inclusive ferir a boca e pode ter que ser retirado com os dedos, se a pessoa não se sentir capaz de
passá-lo para o garfo e do garfo ao prato, como pede a etiqueta. Será uma situação de emergência. Se sentir
necessidade, a pessoa deve ir ao banheiro para cuidar mais à vontade do problema; basta pedir licença aos que
estão próximos, levantar-se e sair (não é necessário dizer que vai ao banheiro), e retornar tão rápido quanto
possível. Ao levantar-se, deve deixar o guardanapo sobre a mesa à direita do prato, e somente sair com o
guardanapo protegendo os lábios se isto se fizer irremediavelmente necessário. Se o caso for mais sério, assim
como também em casos de engasgo com risco de ficar sufocada, a pessoa não deve hesitar em pedir socorro.
Bebida alcoólica. O copo de coquetel ou drinques aperitivos não são levados para a mesa de refeição.
Igualmente não se solicita bebida destilada (whisky, cognac, etc.), nem bebidas alcoólicas doces (licor, vinho do
108
porto, etc.) como acompanhamento dos pratos principais. O acompanhamento em um jantar formal sempre foi
principalmente o vinho. Deve-se beber apenas o que é oferecido como acompanhamento a cada estágio da
refeição, no momento oportuno. O anfitrião oferecerá bebidas destiladas quando forem exigidas por pratos especiais
(sakê, para comida japonesa, cachaça para feijoada e churrascos gordurosos, etc.).
Brindes e discursos. Uma pessoa educada é capaz de proferir palavras de saudação, brinde ou discurso
quando solicitada a fazê-lo em um almoço ou jantar, ou quando percebe que é oportuno e esperado que tome tal
iniciativa. O brinde, por isso, é um tópico de Boas Maneiras à mesa, tanto quanto a postura para o seu
pronunciamento quanto ao modo de corresponder ao gesto quando ele é proposto.
Agradecimento. Após participar de um jantar ou festa a que foi convidado, sempre envie no dia seguinte
uma mensagem de agradecimento, dê um telefonema para comentar e cumprimentar a anfitriã pelo que você puder
elogiar do evento.
Sal e pimenta: Após usar a galheta de óleo, sal e pimenta, recoloque frente ao seu lugar, no meio da mesa.
Por favor, obrigado(a). A mostra de consideração com quem serve é indispensável. Deve-se agradecer ao
garçom que remove o prato usado ou a cada momento que serve a bebida ou um novo prato, com um olhar que
exprima sinceridade. Empregue "por favor", ou "por gentileza" antes do pedido para que alguém lhe passe a cesta
de pão, uma travessa de comida, a galheta, etc.
Salvados. Não peça para levar um pouco do que sobrou de um jantar ou almoço, ou um pratinho de doces,
ou pedaço de bolo. Ter olhos para o que possa sobrar de uma festa é mostra de muita necessidade econômica e,
embora a comparação possa parecer muito rude, é um papel de esmoler.
Despedida. Em consideração aos anfitriões, despeça-se na hora oportuna, sem prolongar demasiadamente
sua presença. Permanecer muito tempo após o serviço de jantar, chá ou coquetel, obriga a anfitriã, certamente já
cansada, a pensar em algo mais para oferecer.
Higiene pessoal. Cabelos presos para não caírem pontas sobre o rosto e o prato, unhas limpas ao segurar
o talher para comer, pouco batom para não manchar os copos nem deixar marcas notórias no guardanapo, são
cuidados que se deve ter ao participar de uma refeição, ainda que seja informal ou da rotina diária, e inclusive no
lar.
Comida caída do prato. A pessoa que deixa cair um pouco de comida do seu prato sobre o forro da mesa,
deve recolher a porção caída com o mais apropriado de seus talheres e colocá-la na margem do prato em que
come.
Vestimenta. A roupa que a pessoa está usando deve ser a apropriada para o evento de que participa.
Nunca se usa boné, chapéu ou camisa sem mangas à mesa da refeição. Mesmo em um quiosque na praia a pessoa
que tem um mínimo de consideração com seus amigos e amigas, e coloca uma blusa ou camisa leve para uma
refeição à mesa. O mesmo vale para a refeição com a família, no recesso do lar.
Ruídos. Soprar a sopa quente, ou tomar ruidosamente qualquer líquido é reprovável. Se fizer
involuntariamente qualquer ruído (tosse, regurgitamento, etc.), a pessoa não precisa fazer mais que pedir desculpas
aos seus vizinhos de mesa. Telefones celulares devem ser desligados e religados somente após a pessoa deixar a
mesa. Se precisar manter seu aparelho ligado, a pessoa deve deixá-lo sobre algum ponto próximo à mesa, e pedir
desculpas ao levantar-se quando precisar atendê-lo.
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MÃOS, BRAÇOS, COTOVELOS
N
ão esqueça que numa mesa de refeição, apenas os punhos podem apoiar-se sobre a mesma. Essa postura
deve ser tomada com naturalidade tanto em refeições de cerimônia como em refeição informal. Os cotovelos
não se apóiam sobre a mesa enquanto se come. Eles se apóiam à altura dos punhos. Quanto aos braços,
esses serão mantidos junto ao corpo, sem incomodar os vizinhos. Também não precisa exagerar, mantendo-os
colados ao corpo. Quando a mão direita estiver ocupada, descanse a esquerda no colo ou sobre o joelho. O braço
não se estira para pegar algo que esteja longe. Pede-se à pessoa mais próxima.
A HISTÓRIA DOS TALHERES
A
faca é o talher mais antigo da nossa história! Há 1,5 milhões de anos o Homo Erectus criou esse objeto
cortante, que era feito de pedra e servia para a caça e a defesa. Depois do machado, a faca é o utensílio mais
antigo de que se tem notícia!
Em um período chamado Idade do Bronze (ele teve início por volta de 3000 antes de Cristo), a faca
começou a ser feita com... bronze, é claro! A partir daí, elas passaram a ser usadas também para descascar frutas.
As primeiras lâminas de aço foram produzidas pelos romanos.
A faca foi dos primeiros instrumentos produzidos pelo homem pré-histórico. No início, era feito de sílex (um
tipo de pedra) e era uma arma de grande importância depois, na idade do bronze, apareceram às facas de ferro
ou bronze. Durante séculos, o homem tinha apenas uma faca e tanto servia para cortar um pedaço de carne como
para defender-se. Quem sugeriu que cada homem devia ter um talher para ser usado exclusivamente à mesa foi o
Cardeal Richelieu (1585-1642), um defensor das boas maneiras, por volta de 1630.
O costume de cruzar faca e garfo sobre o prato depois de terminada a refeição foi fomentada na Itália no
século XVII. O garfo já era conhecido em 600 a.C. os primeiros garfos possuíam apenas dois dentes de pontas
afiadas e, até a Idade Média, só eram usados para servir comida. No século IX, o garfo foi considerado profano
pelos padres venezianos, que recomendavam “o uso dos dedos dados ao homem por deus”. Ele só reapareceu na
Itália no século XIV.
Na renascença italiana, as boas maneiras à mesa ficaram mais refinadas e exigiam o uso de garfos mesmo
assim, o novo hábito custou a pegar. O povo achava que usar garfo era coisa de “florzinha”. O preconceito só
desapareceria de uma vez por todas depois da revolução francesa.
A antecessora das colheres, surgidas há 20 mil anos, era apenas um pedaço de madeira ou chifre de boi,
madeira, pedra ou marfim escavado em forma de concha e de uso coletivo.
Na antiguidade, os gregos e os romanos mais ricos usavam colheres de bronze ou de prata, enquanto os
pobres tinham colheres de madeira. Os egípcios possuíam belas colheres de madeira, pedra, marfim e ouro.
Algumas eram usadas para queimar incenso nas cerimônias. Os cabos tinham belas formas humanas ou de
animais.
O que se sabe de verdade é que os antigos gregos costumavam usar uma colher de madeira para comer
ovos. Em geral, os povos utilizavam esse talher para preparar e depois servir a comida. Só no século 17 é que esse
talher finalmente se juntou à faca e ao garfo durante as refeições!
Durante a idade média, o material utilizado foram ossos, madeira e ferro. Na Itália do século XV, as
chamadas “colheres dos apóstolos” estavam na moda de prata, elas traziam a figura de um dos apóstolos e eram
consideradas o presente ideal para batizados de crianças. O modelo das colheres atuais começou por volta de
1760. Durante a Idade Média, a única diferença concreta entre a mesa dos ricos e dos pobres estava mais na
quantidade da comida do que na variedade das ementas ou das iguarias escolhidas. Ricos e pobres comiam à mão,
110
e a diferença social existia apenas entre os que lavavam as mãos (ou apenas as pontas dos dedos) antes das
refeições e os que o não faziam (naqueles anos não havia água encanada).
O que fazer com tantos talheres?
Ao ver o grande número de talheres colocados na mesa junto ao prato, a pessoa pode recear se confundir.
Mas há uma regra geral bem simples. O talher a ser usado é o que está mais afastado do prato. Alguns talheres
poderão ser retirados pelo garçom ou substituídos por outro de modelo diferente, e isto dependerá do prato
escolhido para a refeição. Porém ele os colocará na mesma ordem. Apesar dessa regra simples, é conveniente a
pessoa procurar conhecer os vários tipos de talheres e a qual pratos seu uso se relaciona, a fim de poder proceder
com mais desembaraço.
− Para entender o uso dos talheres, o primeiro passo é conhecer sua disposição
na mesa. Se a mesa estiver colocada corretamente, não há o que errar. Basta
pegar, sem hesitação, de fora para dentro.
− Não segure a faca na posição vertical, nem dentro do punho fechado.
− Segure a faca sempre com a mão direita sem que o dedo toque a lâmina,
cortando apenas o pedaço que será levado à boca.
− A faca e o garfo podem ser mantidos nas mãos durante uma conversa, mas nunca se deve gesticular
com eles. A faca não deve ser levantada do prato mais que cinco cm. Essa regra vai lembrar-lhe que
nunca se pode levar o alimento à boca com a faca.
− O garfo é sempre usado na mão esquerda quando a direita estiver ocupada com a faca. Caso contrário,
pode ser manuseado com a mão direita quando o alimento a ser degustado não necessitar ser cortado.
− Não deixar os talheres apoiados entre o prato e a mesa como se fossem remos. Os talheres que se
levantam da toalha, jamais devem voltar a tocá-la, ficam sempre sobre a borda do prato.
− Caso deixe cair algum talher, não se mostre embaraçado, nem procure apanhá-lo. Espere que o garçom
o faça.
− Quando se termina de comer se junta o talher na posição 6h30 ou 5h25. Isto indica ao garçom que o
comensal terminou.
− Os garçons profissionais interpretam sinais através da disposição dos talheres. Quando estes estão
dispostos abertos no prato, como se formassem um ângulo de 45 graus, com a faca do lado direito e o
garfo do lado esquerdo do prato, isso indica que a pessoa ainda vai comer ou está comendo a refeição.
− Quando não se pode juntar a comida somente com o garfo, passa-se o mesmo à mão esquerda e se
ajuda com a faca na mão direita (segundo a moda inglesa).
− Se segura o garfo da mesma maneira que a colher. Mas, ao servir-se de carne, ele é voltado para baixo,
com o indicador apoiado sobre a parte de trás e os outros dedos fechados em torno para se obter maior
firmeza.
− Não se esfria a comida do prato para comer. A sopa não deve ser soprada para esfriar, devendo ser
tomada sem o menor ruído.
− Não incline o prato para a última colherada.
− Há duas maneiras de se sorver líquidos: pela ponta e pelo lado. Os franceses adotam o primeiro, e os
ingleses, o segundo. Nós adotamos o segundo: o líquido deve ser sorvido pelo lado da colher, cujo cabo
é sustentado entre o dedo indicador e polegar, que é a maneira mais discreta e elegante, inclusive, evita
incomodar o vizinho de mesa pelo movimento semicircular do braço.
− Ao tomar qualquer bebida, ou quando estiver usando os talheres, não deixe o dedinho levantado, pois é
uma atitude errada e vulgar.
− A colher de chá ou café é só para dissolver o açúcar ou adoçante. Não levar à boca.
− As facas são colocadas à direita do prato com a lâmina voltada para dentro
− A colher de sopa fica do lado direito depois da faca
− Os garfos ficam à esquerda do prato, sendo o mais próximo o de carne e o mais afastado o de peixe.
111
− Os talheres de sobremesa podem ser colocados acima do prato, em sentido horizontal, com a
colher e a faca com os cabos voltados para direita e o garfo para esquerda.
− Quando estiver comendo, o garfo fica na mão direita e a faca descansa sobre a parte superior do prato
com a lâmina voltada para dentro.
− Para cortar um alimento, o garfo fica na mão esquerda com os dentes voltados para baixo e a faca na
direita.
− A colher deve ser utilizada ligeiramente inclinada, retirando o líquido aos poucos e sem fazer barulho.
− No caso do prato servido ser massa, esta deve ser enrolada usando-se o garfo na mão direita e uma
colher na esquerda para ajudar.
− Os talheres são colocados de ambos os lados e acima do prato e são usados de fora para dentro.
− Os garfos ficam do lado esquerdo. A forma mais elegante de comer é conservá-los nessa mão.
− As facas e a colher de sopa ficam do lado direito, devendo ser manuseadas com a mão direita.
− O procedimento correto, em todos os países do mundo que adotam as maneiras européias, é usar os
talheres na posição em que são apresentados; os canhotos devem treinar para não trocar de mão. A
troca de lado só é tolerada se for inevitável e prejudicial à naturalidade.
− Crianças que aprendem desde os dez anos a manusear os talheres dessa forma não encontram o
menor obstáculo.
− Os talheres servem para levar a comida à boca, não se deve, portanto levar a "boca" à comida.
− Ajudar com a faca a colocar a comida no garfo é a maneira mais elegante e prática. É a maneira
européia.
− O pão é comido com as mãos. Não deve ser partido com faca.
Copos
− Os copos são alinhados do lado direito do prato, na ordem em que serão usados, começando pelo mais
próximo da mão.
− O primeiro, médio, para vinho branco. O segundo, um pouco maior, para vinho tinto. O terceiro, ainda maior,
para água. - Em ocasiões formais, poderá haver ainda um copo em formato Flüte, para o champagne.
− Os copos devem ser segurados pelas hastes, sem deixar o dedo mínimo levantar e
também devem ser cheios até as bordas; o correto é dois terços.
112
CURIOSIDADE: A DISCUSSÃO DOS TALHERES
Garfo, faca e colher estavam numa gaveta discutindo um assunto sério: quem era o melhor e o mais
útil no mundo dos homens. A faca, vaidosa, dizia:
- Eu facilito a vida do homem. Corto coisas enormes que ele jamais poderia utilizar ou comer
sem a minha ajuda.
O garfo, muito metido, disse com empáfia:
- Sem mim os homens teriam de usar os dedos para levarem os alimentos à boca, e como se
esquecem de lavar as mãos engoliriam tanta bactéria que teriam indigestão bacteriana.
- Você sabe por que o homem comia com os dedos?
- Não, disse o garfo.
- Porque achavam que o alimento era sagrado e por isso devia ser comido com os dedos.
- Mas sem lavar as mãos, não é dona faca? Eu continuo dizendo que sou a ferramenta
indispensável na mesa dos humanos.
A faca, nervosa, retrucou:
- Deixa de ser burro, garfo tonto. Garfo sem faca é o mesmo que relógio sem ponteiro, um não
funciona sem o outro. Eu sou talher mais antigo da história! Fui feita de pedra e servia para a
caça e defesa. Depois passei a ser feita de bronze, isso numa outra época.
- Eu sei seu bobo enxerido, que o homem oriental usava pauzinho a guisa de garfo, feito de
bambu e tinha um nome engraçado, hashi. Isso você não sabia. Sabia? Sei, também, que
apesar de você ser antigo só chegou ao mundo ocidental no século XI, na Itália. Você foi
criado pelos gregos e adotado no século VII pelo Império Bizantino. Na Inglaterra, até o início
do século XVII você era considerado utensílio efeminado.
- Não fale assim de mim, dona faca. – choramingou o garfo - Eu não sou efeminado. Eu nasci
para facilitar, não para complicar. Eu sei tudo isso que você falou. Sei que ainda hoje, entre
os orientais, permanece o uso dos pauzinhos. Com os pauzinhos o homem demorava muito
tempo para comer. Cada vez que ele pegava uma porção para levar à boca, caía tudo de volta
para o prato. Comigo não. Ele me enche de comida e eu entafulho a sua boca.
- Você, seu garfo, é malvado porque incita o homem a comer demais e muito rápido. O
costume de comer muito e rápido é prejudicial à saúde. Os pauzinhos são uma forma de
disciplinar a alimentação. Aos poucos e devagar. Com eles não se pode pegar um bolão de
comida.
- Não adianta, dona faca, sem esse garfinho aqui o homem é nada vezes nada.
- Ora, não seja convencido! - exclamou a faca – às vezes você machuca a boca das pessoas.
- Ah, é!? E você que corta os dedos das crianças.
- Só das crianças desobedientes. Eu ouço sempre as mães dizendo:
- Crianças não brinquem com facas...
E o garfo exultante acrescentou:
- Viu, viu como eu sou mais útil do que você? Eu nunca ouvi uma mãe dizer: - Não peguem o
garfo, crianças! Ah, ah, ah, eu sou bom demais!!!
- Pode rir seu bobo. – disse a faca amuada – o seu deboche não me atinge, porque eu sei que
você também é perigoso nas mãos das crianças.
E a discussão continuou. A colher, que estava quietinha lá no seu cantinho, numa das divisões do
porta-talher, interferiu:
- Dá licença!
- Pois não, dona colher – disse o garfo.
- Vocês estão nessa discussão boba de quem é melhor quem é mais útil sem pensar que
somos um conjunto. Deus permitiu que o homem tivesse a inspiração para nos criar e fazer
de nós o pai, o filho e o espírito santo das cozinhas. Somos a tríade que facilita o trabalho de
preparar e ingerir os alimentos. A minha história é meio nebulosa. Foram encontrados, em
escavações, objetos semelhantes a mim, provavelmente, com mais de vinte mil anos. Sei que
os gregos antigos utilizavam a colher de pau para preparar e comer os alimentos. Como
vocês podem ver a minha história não é tão interessante quanto as suas. O que tenho certeza
é que já fomos objetos rústicos, hoje somos mais modernos. Somos feitos de metal, plástico
e madeira. Somos até jóias feitas em ouro e prata. Mas a nossa função é a mesma, desde que
surgimos na civilização: ajudar o homem na sua alimentação.
Nós somos a união, e a união faz a força. Lembrem-se que um é complemento do outro. E se
é para se gabar de utilidade, eu quero fazer uma pergunta:
- Diante de um fumegante prato de sopa, quem é o mais útil? Ah, ah, ah, ah, peguei vocês.
113
PRATOS E VINHOS
O
s vinhos são servidos durante a refeição e devem acompanhar com propriedade cada prato de uma refeição
completa. Alguém já disse que é uma espécie de molho à parte; o vinho adequado valoriza o sabor da
comida. Para alcançar esta combinação, os vinhos variam de acordo com o cardápio servido. A inadequação,
ao contrário, tanto tira o sabor da comida como também faz o próprio vinho parecer inútil e fora do contexto, e pode,
inclusive, produzir náuseas (vinho doce com comida salgada). A combinação de paladar e de propriedades
digestivas é, basicamente, que os vinhos tintos combinam com massas e carnes vermelhas, e o branco com peixes,
frutos do mar e doces.
Além da combinação, é necessário respeitar também a sucessão dos vinhos: ela é tão importante quanto a
combinação destes com o tipo de prato que acompanham. A regra geral é: vinhos brancos, que são mais fracos ou
delicados, são servidos (e trazem consigo o prato da combinação) antes dos tintos, que são mais fortes; e na
mesma categoria, brancos ou tintos, primeiro os vinhos de menor valor.
Exemplos de sucessão e de combinações que são geralmente aceitas:
− Os vinhos mais fracos (menos alcoólicos) e de sabor mais delicado (menos rascantes ou ácidos) são
servidos antes dos mais fortes e densos (encorpados).
− Entre vinhos brancos, tintos, secos e suaves, que acompanham uma refeição completa, servem-se
primeiro os secos brancos, seguidos dos secos tintos e por último os suaves e doces, brancos ou tintos.
− Quando uma variedade de vinhos estrangeiros é servida em uma refeição, desde que sejam
observadas as regras de combinação e sucessão, não existe ordem com respeito a características de
nacionalidade. No entanto, se a idéia for servir um vinho nacional e outro importado, é preferível que o
nacional seja o branco, e o importado, - pelo fato de se supor que é tão bom que não foi encontrado
nenhum nacional que o substituísse -, seja o tinto, pois é regra antiga, como dito acima, que, quanto à
sucessão, se serve primeiro os piores vinhos e depois os melhores.
− O Champagne pode ser servido com todos os pratos da refeição: o champagne seco tanto como
aperitivo como para acompanhar o primeiro prato e o prato principal, e o champagne meio seco (demisec) para a sobremesa.
− Vinhos rosados podem acompanhar tanto os pratos que pedem vinho branco quanto os que pedem
vinho tinto, na suposição de que o vinho rosado escolhido representa uma mescla das propriedades dos
dois vinhos. Como tal fusão de propriedades é na realidade difícil de acontecer, na verdade apenas
quanto ao aspecto visual ficarão neutralizadas as regras de combinação e sucessão. Isto não é
admissível em uma recepção, almoço ou jantar formais.
− O vinho branco seco é normalmente servido com peixes e ostras, e com as carnes brancas em geral,
como carne de vitela, porco e frango. Carnes brancas que sejam produto de caça, no entanto, pedem
vinho tinto.
− O vinho tinto seco é normalmente servido com carnes vermelhas (carne de gado) e com carnes brancas
de animais de caça (marreco, lebre, etc.).
− Os vinhos doces (preferencialmente os meio-doce ou demi-sec, após a parte salgada da refeição
completa) acompanham a sobremesa.
− O vinho do Porto vai bem tanto com a sobremesa quanto com o prato de queijos, que intermedia entre
os pratos salgados e a sobremesa.
114
− Não se coloca gelo no vinho branco nem no tinto.
− O vinho deve ser sorvido lentamente, valorizando-se seu aroma e qualidade. Não esvazie o copo de
uma vez. Não o erga demasiadamente e não incline a cabeça para traz como os passarinhos.
− Para controlar a acidez, cheira-se a rolha da garrafa de vinho.
− A bebida é servida até ¾ do copo.
− Deixe que lhe sirvam o vinho, embora não o beba, não tape a taça com a mão.
CURIOSIDADE:
−
−
−
O vinho, diferentemente do que se pensa, nasceu no antigo Egito e não na
antiga Roma. Apesar de produzido em quantidade em diversos países, a França
é o principal produtor mundial. Originariamente servido e estocado em
recipientes de cerâmica, a criação da garrafa de vidro com rolhas ocorreu no
século XVII.
A invenção da rolha foi fundamental, pois impede que o vinho entre em contato
com o ar externo, evitando assim a sua oxidação.
Só é chamado de champanhe o vinho produzido na região de Champagne, ao
nordeste da França, próximo a Reims, onde está a belíssima catedral onde eram
coroados os reis, e próxima a Epernay, outra meca dessa bebida. Sua origem
data de 1668, pelas mãos de um monge beneditino chamado Dom Perignon. Ele
conseguiu desenvolver um método de conservar as borbulhas após a segunda
fermentação. Atribui-se a ele a frase “Venham colegas, estou bebendo estrelas”,
ao dirigir-se aos demais monges, após provar a bebida pela primeira vez. Todo e
qualquer outro vinho com essas características, e que não seja produzido nessa
região, é chamado de espumante.
A mesa, de modo geral:
− Quando o garçom se aproximar, pelo lado direito, para retirar a louça e o copo, não o auxilie. Afaste um
pouco o corpo na direção contrária para facilitar seu trabalho.
− Em buffets de festa ou restaurante deve haver uma mesinha para colocar pratos e talheres usados. Não
havendo, deixa-se o prato usado com os talheres dentro, sobre a mesa, e volta-se ao buffet para servirse de novo prato. Caso, na volta, o garçom ainda não tenha retirado a louça usada, deixe-a a sua
esquerda na mesa, e quando o garçom se aproximar peça-lhe que retire.
− Não se corta massa com faca. Parte-se com a lateral do garfo.
− Não prove o cafezinho ou outra bebida com a colher para ver se está quente ou bom de açúcar.
CURIOSIDADE:
-
O hábito comum entre os portugueses de entornar o cafezinho da xícara no pires
para esfriá-lo e dali servir-se, foi abolido no século XIX.
− Não deixe a colher dentro da xícara de café, da taça de sorvete ou da xícara de chá.
− Não precisa deixar um pouquinho de comida no prato. Comer tudo demonstra apreciação.
− O pão é partido com as mãos, nunca com a faca, e levado à boca aos pedacinhos. Não devemos
mergulhá-lo no molho do prato ou da sopa. Em certas ocasiões informais, usar o pão para absorver o
115
molho do prato pode significar uma homenagem ao cozinheiro. Para isso, toma-se o cuidado de
espetar o pão com o garfo.
− Não mexa e nem brinque com os talheres ou copos que estiverem à mesa.
− Os franceses insistem que a salada nunca deve ser cortada com uma faca. A regra surgiu,
provavelmente, para evitar o gosto e a mancha do metal de uma faca de aço, perigo especial para a
alface francesa, sempre temperada com azeite, vinagre e limão. Os ingleses e americanos sempre
acharam essa moda francesa ultrapassada. Emily Post se manifesta a esse respeito dizendo que comer
grandes folhas de alface, embrulhando-as com um garfo em torno das pontas, pode-se correr o risco de
se “montar uma mola” que pode se soltar. A alface não é cortada na França porque suas folhas são
muito tenras. Folhas mais rija podem ser cortadas com a margem do garfo e o auxílio de um pedaço de
pão.
− Não dê a mão a amigos que encontra no restaurante. Basta um gesto rápido e amistoso, como tocá-lo
de leve no ombro. O homem, já sentado, interrompe a refeição e se levanta para cumprimentar o
conhecido. A mulher só se levanta em casos de especial deferência. É melhor cumprimentar os amigos
de longe para não interromper sua refeição.
− Quando a anfitriã serve o cafezinho, não se passa a xícara para outro, pois estaria ignorando uma
deferência da anfitriã. Caso seja um serviçal, pode-se passar a xícara à outra pessoa.
− Os pires existem para proteger a mão do calor da xícara. Ao tomar o café sem apoio da mesa, conserve
o pires na mão para pousar a xícara e nunca o deixe sobre qualquer apoio.
− Ao mastigar tenha o cuidado de encher apenas um lado da boca e não as duas bochechas.
− Enquanto ainda estiver mastigando, não prepare um novo bocado para completar a boca ainda cheia.
− Não saia da mesa quando a refeição ainda não terminou.
− Não afaste o prato quando terminar a refeição. Deixe-o onde está com os talheres na posição correta.
− O dedinho levantado ao segurar a xícara transporta a pessoa para o século XIV, quando se comia com
as mãos e a etiqueta recomendava que só se podia tocar a comida com o polegar, o indicador e o
médio. O anular e o mínimo deviam ficar levantados e não tocar o alimento.
− Em caso de cerimônia não recuse o alimento oferecido. Dose a quantidade ao mínimo, caso não seja do
seu agrado. Não deixe o seu prato vazio, pois a anfitriã ficará embaraçada. Não justifique: “não gosto”,
“tenho alergia”, etc.
− Não se dirija aos empregados para pedir ou agradecer. Necessitando de algo peça aos anfitriões.
− Nos restaurantes não tire o paletó do terno para colocá-lo no espaldar da cadeira, se estiver de terno.
− Nunca ponha a mão nos cabelos onde o alimento esteja sendo servido – a regra se aplica para homens
e mulheres.
− Em coquetéis em pé, mantenha o copo na mão esquerda, para não oferecer a mão úmida e fria ao
cumprimentar alguém.
116
− Os salgadinhos e canapés são retirados da bandeja e comidos com os dedos. Aquele guardanapo
é para limpar os dedos e não para pegar os salgados. Um guardanapo que volta à bandeja, pela
segunda vez, para pegar mais um salgadinho, já vai carregado de estafilococus, portanto, bem
contaminado.
− Espere que a comida esteja servida a todos para começar a comer e beber. Nos objetos da mesa não
se toca enquanto se conversa.
− A maneira correta de segurar o copo é com os dedos fechados na parte superior.
− O pão não se corta com a faca, come-se partindo com as mãos sobre o prato de pão.
− A manteiga coloca-se sobre o pedaço que se leva à boca, nunca sobre uma rodela de pão, que se come
em bocados.
− Os lábios devem permanecer juntos enquanto se come e somente se bebe quando a boca estiver vazia.
− Nunca se empurra a comida com o pão ou bolacha.
− Os alimentos são levados à boca, e não a boca aos alimentos. Não se deve abaixar a cabeça para
comer.
− A mistura de vários alimentos como batata, arroz, carne, legumes, como fazendo um bolo, é
inadmissível às pessoas bem educadas.
− Nunca se sirva de manteiga ou geléia para untar diretamente do recipiente onde se encontra. Coloca-se
uma pequena quantidade no prato e prepara-se o pedaço para levar à boca.
− Ao final da refeição, não molhar o pão com o molho, e não limpar o prato com o pão, mesmo com o pão
espetado no garfo.
− Não se usa atualmente deixar parte da comida no prato.
− Não fumar durante as refeições. Não colocar cinzas na xícara ou pratos.
− Quando se tosse, sempre se põe a mão sobre a boca.
− Se cair comida na toalha, recolha-a com o talher e coloque discretamente no prato.
− Os palitos existem, mas servir-se deles à mesa fere o bom gosto e a estética. O certo é esperar o final
da refeição, recolher-se ao toalete para usá-lo ou o fio dental.
− Ao tomar cafezinho segure o pires com a mão esquerda e leve a xícara aos lábios com a direita. Nunca
deixe o pires apoiado na superfície da mesa, e lembre-se que a colherinha descansará no pires.
Todos esses detalhes à mesa fazem parte de um comportamento que chamamos de etiqueta ou boas
maneiras. E já que grande parte da vida se passa em torno de almoços e jantares, onde são feitos os melhores
contatos sociais, financeiros e políticos, é necessário que o ato de comer seja, antes de tudo, harmonioso, natural e
civilizado.
117
CONVERSAÇÃO
A
conversação é um tópico importante para ser examinado quando a preocupação é o bom transcurso de uma
recepção. Ainda que se trate de um simples encontro informal para beber e conversar, esta deve ser levada
em conta, numa certa medida.
É muito repetido que a conversação é uma arte, e este dito deve ser levado a sério. Como arte, a
conversação não é julgada pela qualidade informativa, mas sim pela qualidade dos sentimentos que desperta, se
eles aproximam ou afastam os interlocutores. Interessa evitar modos que criam antipatia, e descobrir e praticar os
modos que, ao contrário, induzem simpatia e felicidade no convívio. Neste sentido, existem coisas a serem evitadas
na conversação, e coisas a valorizar e praticar:
Atenção. Conversar é falar e ouvir. É necessário saber ouvir com atenção, a fim de se poder dar uma
opinião pertinente e rica como resposta. O bom ouvinte dá ao interlocutor atenção máxima, embora acompanhada
de certa atenção também para o que se passa em geral no ambiente.
Tratamento.O emprego de "Senhor" no tratamento é o mais certo, mesmo nas situações mais formais,
conforme explico em minha página sobre pronomes de tratamento. No Brasil não se chama uma mulher pelo seu
sobrenome e, portanto, não se diz, por exemplo, "Sra. Torres", ou "Senhora Pinto".
O olhar. Olhar uma pessoa é um gesto que pode transmitir diretamente sentimentos: comunica ódio,
expressa amor, repreensão, advertência, preconceito, encorajamento, etc. Fitar com interesse o interlocutor em uma
conversa é prova de consideração e por isso uma atitude que desperta simpatia. O olhar é a garantia da atenção.
Em um grupo, quem fala deve procurar fitar a cada um dos parceiros para distribuir sua atenção e com isto
assegurar, também, a atenção de todos para o que diz. Se você ou seu grupo é abordado por alguém a quem você
não gostaria de dar atenção por algum motivo, esteja da mesma forma atento ao que essa pessoa disser. Ostentar
falta de atenção e alheamento para forçar o indesejável a deixar o grupo seria uma grosseria inútil, já que
provavelmente não surtiria efeito. Espere a oportunidade de pedir licença e se afastar.
Onde conversar. Para conversar, não se coloque nas portas e passagens estreitas. Se a sala-de-estar é
pequena para o número de convidados, e você não é o convidado de honra, procure descobrir locais próximos em
que possa ficar com seu parceiro ou seu grupo, porém nunca de modo a perder contacto com os demais convidados
e os anfitriões.
Falar em voz alta. Moderar a voz mesmo quando a conversa está animada e o ambiente alegre pode ser
difícil, e por isso a voz baixa e a conversa calma e pausada são as melhores provas de que uma pessoa é educada
e distinta. Alterar a voz para falar com quem está em outra mesa ou em outro cômodo é um desrespeito para com
os demais; incomoda os que estão por perto, e constrange e incomoda inclusive o parceiro distante e por isso é uma
das coisas a serem evitadas.
Namoro. Não namore em uma festa. Seja atencioso com todos, e dê liberdade a sua namorada ou
namorado para entrar em alguma roda de conversação que possa interessar a ela ou ele.
Interrupção. Este é um vício da conversação muito comum, sem que as pessoas que o têm se dêem conta
de que são "interrompedoras" crônicas. O hábito de cortar o que o outro diz com um aparte que quebra a linha do
seu pensamento deve ser evitado. Apartes simpáticos são os que ajudam o outro a desenvolver com mais fluidez a
sua exposição. Se for interrompido, volte ao ponto em que estava somente se achar que vale a pena, e se o assunto
lhe interessa de modo particular, e não para deixar claro que não gostou da interrupção forçada.
Participação na conversa. Obviamente, não é bom conversar sobre assuntos que nem todos entenderiam.
Se precisar abordar um assunto particular com alguém do grupo, explique aos demais de que se trata. Do mesmo
118
modo, para continuar uma conversa depois de interrompida pela chegada de alguém ao grupo, é necessário
fazer, para o recém-chegado, um resumo do que foi discutido antes de sua chegada. Há uma marcante diferença
entre assuntos que interessam às mulheres e os assuntos que interessam aos homens, quando se considera a
generalidade desses interesses. Há uma diferença ainda mais marcante, com respeito aos mais jovens, em relação
às pessoas maduras e aos velhos. Porém, uma pessoa idosa pode facilmente reter um jovem em uma conversação,
por que sua experiência da vida pode ser fascinante para alguém inteligente que deseja aproveitar todas as pistas
para vencer na vida. Fale com uma mãe sobre os filhos dela, pois é o assunto que as mães nunca desprezam.
Crianças. Se você visita uma casa que tem crianças, procure logo de início despertar sua simpatia, pois as
crianças são muito críticas e pregam peças ou fazem alguma coisa para atrair atenção, que pode ter conseqüências
embaraçosas para você.
Assuntos desagradáveis. Certos assuntos também devem ser evitados ou pelo menos abreviados. A
conversa sobre acontecimentos desagradáveis, quaisquer que sejam, deve ser evitada ou, se for inevitável, que
seja resumida. Conversar prolongadamente sobre alguma adversidade, além de contribuir para certo abatimento
moral no ambiente, também pode acabar por fazer as pessoas tentarem relaxar usando de humor negro e piadas de
mau gosto sobre o acontecido. Também deve ser resumida ao mínimo indispensável a conversa sobre assuntos
ligados à profissão dos interlocutores: não falar de política com um jornalista, ou de doenças com um médico, ou de
ações com um corretor da bolsa; de educação com um pedagogo, ou de filosofia com um filósofo.
Controvérsias. Não levantar disputas e participar de discussões inflamadas. Evite levar adiante pontos de
vista controversos. Temas religiosos e políticos são temas para proselitismo, para púlpito ou palanque, e não para
conversa social. Evite também questões objeto de preconceito como a da homossexualidade, do racismo, origem
familiar, sotaque regional, etc. Se alguém é enfático ao argumentar contra os seus pontos de vista, não diga nada;
ou murmure uma palavra neutra; ou no máximo diga que está a se esforçar por encontrar um ponto de acordo. No
entanto, mantida a calma, pode ser uma boa oportunidade para ouvir opiniões sobre suas idéias e posições na
matéria. É importante considerar aqui o efeito que tem o café na personalidade, podendo levar a pessoa a excitação
no falar, no defender suas idéias, e diminuir sua tolerância às opiniões contrárias.
Sarcasmo. A pessoa espirituosa e bem humorada é um tipo de convidado sempre desejável. Porém, todo
excitamento pode resultar desagradável: há o risco de cansar os ouvintes com um excesso de ditos espirituosos. A
pessoa bem humorada pode passar seu bom humor ao grupo, alegrar a roda de conversação e influir para o bom
êxito de uma festa. Mas, muita vivacidade é inconveniente, pode levar a exageros; a espirituosidade facilmente
deriva para a ofensa. Um dito humorístico pode atingir o amor próprio do interlocutor. Não me recordo onde li essa
expressão, mas concordo com ela: algumas pessoas são espirituosas compulsivas, e preferem perder um amigo a
perder a oportunidade de fazer uma piada.
Inferioridade. Subserviência e rasgada manifestação de admiração devem ser evitados. Lembra Cavaleiro,
no livro The laws of etiquette, by a gentleman (1836, p. 60), onde Nil admirari, o preceito do estoicismo, é o preceito
para a conduta entre cavalheiros. É desagradável, para o próprio homenageado, um excesso de homenagens que
partem de um indivíduo insistentemente adulador.
Superioridade. O oposto é igualmente um erro: conduzir a conversa com superioridade sobre o interlocutor,
manifesta o pouco interesse por suas opiniões, por não lhe dar oportunidade de falar, além de outras atitudes que
inibem e constrangem. Frases enigmáticas ou em outra língua, muitos jargões estranhos, podem ser um expediente
para afastar alguém menos entendido do assunto, e fazer que deixe o grupo. Embora seja necessário distinguir
pessoas relativamente "mais importantes" em um evento social, a recíproca não é aceitável, ou seja, que existam
pessoas "menos importantes" que a média dos convidados. Ao perceber que não está no grupo certo, afaste-se
sem rancor.
Jactância. Algumas pessoas não resistem a qualquer oportunidade de nomear as pessoas importantes que
conhece ou com quem falou; outras desejam revelar quanto ganham no emprego ou no seu negócio, quanto a sua
119
aposentadoria é boa, e chegam a exibir seu contracheque para provar suas rendas. Para por um fim ao
assunto sem ofender a pessoa, pode ser feita uma observação curta, como "sua área sempre foi bem paga!" e
tentar mudar de assunto prontamente.
Curiosidade. Em uma conversa, evitar excesso de curiosidade. Não se pergunta pelo preço de nada que
pertença aos interlocutores. Perguntas diretas como "O que você faz, desde que se aposentou?" "Seu filho já
passou no vestibular?" "Qual a sua idade", "Em que bairro você cresceu", "Fez cirurgia plástica?" "Qual sua
ocupação?" "É casado?" "Solteiro por opção?" "Quantos filhos tem?" "Porque só um?" e outras semelhantes podem
causar embaraço, e por isso nunca devem ser formuladas. Uma pergunta é mais elegante se disfarçada em uma
afirmação, que é, ao mesmo tempo, também inquisitiva, como, por exemplo: "Espero que você esteja satisfeito em
conhecer Brasília".
Efeito dos elogios. Pontuar a conversa com elogios simples e inteligentes, feitos a cada um dos
interlocutores, anima a conversação. Porém, é lugar comum elogiar gravatas, blusas e vestidos, e isto influi
relativamente pouco no ânimo da pessoa elogiada. Elogio a vestimentas e adereços, só quando a pessoa está a
ousar muito, o que significa que ela receberia com prazer especial a confirmação do êxito de sua audácia. Ao
elogiar a comida, basta dizer que está saborosa; avançar para pedir a receita como prova da sinceridade do elogio é
impróprio para o momento; pode ficar para depois, por telefone. Passar elogios a uma pessoa, que tenham sido
feitos por terceiros, é uma forma muito poderosa de estimular alguém. Ao contrário, nunca se deve transmitir
indelicadezas ouvidas de terceiros: você de certo modo estará se incluindo na autoria da ofensa. Se é você a
pessoa elogiada, receber a manifestação com evidente prazer, concordar e agradecer, porém de modo contido.
Estar bem informado. Afirmações inseguras sobre um fato importante de qualquer natureza, pontuadas por
"parece que" ou "eu acho que", introduzem na conversa um momento de indefinição desagradável, de falta de
objetividade, capaz de congelar a conversa. Por isso, afirmações inseguras devem simplesmente ser evitadas.
Outras impropriedades. São condenáveis ainda e obviamente: a vulgaridade, a superficialidade, a ênfase
exagerada, comentários indiscretos, a afetação, a repetição da mesma história.
Pontuações da conversa como: Tá? Colou? Tá bom? Legal!... desagradam aos ouvidos, por não conterem
um mínimo de respeito à sensibilidade das pessoas. Observações tais como "Puxa, você está pálido!" "Você está
com cara de doente!", “Você está derrubado!”, esfriam o ânimo do interlocutor. Palavrões, piadas e anedotas de
conteúdo moral discutível deixarão o anfitrião ressentido, se ele investiu em receber seus convidados segundo o
melhor padrão cultural que pode oferecer.
Higiene. Na conversação, a proximidade em que estão as pessoas torna importante que certos aspectos da
higiene pessoal sejam cuidados, por serem fatores que poderão isolar uma pessoa. O principal deles é o mau hálito
ou halitose. A limpeza e o cheiro da pessoa não são menos importantes e devem estar permanentemente cuidados.
Psicologia. A conversação nunca é apenas uma troca de informações, uma vez que as pessoas reagem
com emoção às informações trocadas. Devido à riqueza de emoções de um diálogo, os temas repetidos na
conversação são um meio excelente para as pessoas conhecerem um pouco de sua própria personalidade e
daquelas com quem conversarem.
APRESENTAÇÃO PESSOAL
U
ma das manifestações mais fortes da comunicação não-verbal é a aparência. Valoriza-se muito o visual, mas
ele não é dominante na escala de valores e a experiência registra indivíduos bem-apessoados que fracassam
em seus projetos. Inegável, no entanto, é que uma boa aparência, aliada à capacidade profissional, ajuda a
confirmar o sucesso. A moda é um fenômeno novo na história da humanidade, se considerarmos a preocupação do
ser humano com o vestuário.
120
Desde o tempo das cavernas, na Idade Pré-Histórica, o homem já procurava coadunar a proteção do
corpo com a estética de acordo com o tamanho e o formato da pele do animal abatido. Na Idade Média, um tipo de
vestimenta durava séculos, variando em pequenos detalhes conforme a função da posição social. Egípcios, gregos
e romanos usavam o mesmo tipo de túnica ao longo da antiguidade.
No final do século XIV, o homem começou a reconhecer a necessidade de individualizar-se para se
diferencias dos demais. A partir de então, as mudanças começaram a ser aceitas e criadas com a vontade de
apresentar uma nova expressão, enfim, um estilo pessoal. No entanto, uma das coisas que ainda aflige o ser
humano, é o desconhecimento do que deve ou do que não deve usar em determinadas ocasiões.
É muito importante elaborar um guarda-roupa básico, composto de roupas e assessórios que todos, tanto
homens como mulheres, podem se valer. São roupas clássicas, duráveis, práticas, de corte impecável e tecido de
boa qualidade. Essas peças se coordenam facilmente, sendo necessário contar com uma diversidade de acessórios
(écharpes, lenços, colares, etc.), do mais discreto ao mais sofisticado, proporcionando com o mínimo o máximo de
variações, transformando um traje trivial em formal.
O convite social deve apresentar, normalmente, o tipo de traje a ser usado nos eventos. Em reuniões
profissionais ou de negócios, isto quase não acontece, podendo assim gerar dúvidas. Cabe salientar que, em
qualquer evento quem trabalha com cerimonial representa uma instituição/empresa, e desta forma, a indumentária e
o comportamento serão, sem dúvida, os referenciais que lembrarão o nome de quem o profissional de cerimonial
representa.
A idéia de especificar o traje nos convites é para facilitar a vida das pessoas. Mas o que se vê normalmente
são convites com pedidos que enlouquecem quem os recebe. Não custa repassar os termos mais comuns e tentar
dar um pouco de ordem numa certa “bagunça festiva”.
Há, porém, um método simples de resolver qualquer dúvida que um convite possa suscitar: o telefone. Não
hesite em ligar para os anfitriões - ou organizadores do evento – e perguntar, com toda simplicidade, qual é o tom
da festa (ou evento) e com que roupa os convidados devem ir vestidos. Ninguém é obrigado a saber todas as
nomenclaturas do código social, sempre em constantes mudanças e transformações. Não entendeu o que quer
dizer “cravate nere” (black tie, em italiano). Ligue para quem sabe!
Em seu livro “Savoir vivre aujourdhui”, Nadine de Rotschild recomenda:
− “Uma veste não existe por ela mesma, ela segue a lei dos líquidos, ou seja, ela toma a forma do
corpo que ela contém”;
− “Prefira sempre a qualidade à quantidade”;
− “O preto veste desde a jovem de 18 anos como a mulher de 80”;
− O preto é válido desde as 9h, salvo cetim, seda, crepe, ou veludo”;
− “O taileur é à base de um guarda-roupa”;
− “O jeans é para qualquer pessoa”.
− “Não nos levantamos contra uma instituição”.
COMO SE VESTIR E SE COMPORTAR NUMA ENTREVISTA
A
entrevista de seleção é importante e decisiva no processo de mostrar que tipo de profissional você é,
reforçando aquilo que está escrito no papel. Esse também e o momento em que as habilidades sociais entram
em ação. “Sua competência, experiência e habilidade em responder as questões do recrutador são vitais, sem
dúvida. Mas sua atividade, sua aparência e o modo como você se comporta podem alavancar ou arruinar suas
chances”, dizem Pegy e Peter Post, autores do livro The Etiquette Advantage in Business – Personal Skills for
121
Professional Sucess (Vantagem da Etiqueta nos Negócios – Habilidades Pessoais para o Sucesso
Profissional). Eis alguns conselhos dos Post para arrasar na entrevista:
Roupas masculinas: Em geral, você também é avaliado pelo modo como se veste. Portanto, esteja
sempre nos trinques, com roupas adequadas à ocasião.
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Terno: Na maioria das empresas, usar um bom terno na hora da entrevista ainda é fundamental se
você quiser realmente causar boa impressão. Os tons de azul-marinho ou cinza-escuro sugerem
autoridade, e tecidos naturais mostram que você se preocupa com a qualidade na hora de se vestir.
Assegure-se também de que o terno esteja limpo e bem passado sem manchas nem vincos.
Camisa: Como regra, quanto mais básica a camisa, melhor – sobretudo em ambiente conservadores.
Aposte nas brancas nas brancas e azul-claras, 100% algodão. Por fim, esqueça as cores nãoconvencionais, as estampas ou as abotoaduras.
Gravata: Capriche nesse acessório, que imprime charme e personalidade ao terno. O ideal é escolher
uma gravata de seda ou jacquard, de cores e padronagens discretas.
Meias: Escolha um par de meias que combine com a cor do terno. Certifique-se também de que elas
sejam compridas o bastante para não deixar um pedaço de sua perna aparecendo ao cruzá-la.
Sapatos: Podem ser de amarrar ou do tipo mocassim, de bico quadrado, redondo ou clássico (mais
ovalado). Os mais clássicos são os de couro, nas cores preto ou marrom. A limpeza do sapato é tão
importante quanto o modelo.
Jóia e colônias: Nesse caso, é melhor pecar pela falta do que pelo excesso. Limitar o uso de jóias à
aliança de casamento é a opção mais segura. Uma discreta colônia pós-barba vai bem – desde que
você a use com moderação...
Roupas femininas: As mulheres têm mais chances de errar ao vestir-se do que os homens, pois têm muito
mais opções de modelos, cores, estampas e tecidos. Portanto, devem redobrar os cuidados....
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Tailleur: O Tailleur funciona como uma espécie de curinga. Houve um tempo em que os mais cotados
eram os de tecido natural. Hoje, os tecidos sintéticos são perfeitamente aceitáveis – além de muito
mais práticos, já que não amassam.
Blusa: Escolha uma blusa de manga comprida para usar sob o blazer do terninho ou do Tailleur. As de
manga curta pode ser uma boa idéia para trabalhar no verão, mas não numa entrevista. Para uma
entrevista de trabalho, uma peça de algodão ou seda, arrematando com um colar simples e de bom
gosto, é sempre o melhor caminho.
Lenço: Um lenço clássico no pescoço garante um tique colorido e elegante à roupa. Certifique-se, no
entanto, de que a cor não seja das mais berrantes, nem a estampa extravagante demais.
Sapatos: Os saltos não devem ser nem muito altos nem muito baixos. Escolha uma cor que combine
com sua roupa e sua pasta de trabalho (preta, marrom, vinho ou azul-marinho). Fuja dos saltos tipo
agulha e das sandálias.
Meia-calça: Prefira as finas e transparentes às opacas ou estampas. Escolha a cor que mais se
aproxima do seu tom de pele.
Pasta: Uma pasta de trabalho elegante emana mais autoridade do que uma simples bolsa. Reserve
um compartimento dentro da pasta para colocar seu arsenal de beleza.
Jóia e perfume: Esqueça brincos e pulseiras que balancem ou façam barulho conforme você se
movimenta. O uso de um dois anéis discretos (além da aliança de casamento ou noivado) está de bom
tamanho. Quanto aos colares, opte pelos de prata, de ouro, ou um clássico colar de pérola. Dê
preferência a uma essência suave e use-a com moderação.
122
Antes de encarar o recrutador...
Eis uma lista de coisas que você deve checar no dia da entrevista, de preferência antes de sair de casa:
Se os sapatos estão limpos.
Se suas roupas estão passadas e sem vincos.
Se suas unhas estão aparadas e limpas.
Se seus cabelos estão bem arrumados.
Se você removeu as jóias extras.
Se as cópias de seu currículo não estão sujas, rasuradas nem amassadas.
Se você tem o endereço e o telefone da empresa.
Se você sabe como e quanto tempo leva para chegar ao local da entrevista.
Se você sabe o nome e o cargo do entrevistador e de outros que estarão presentes na
entrevista.
− Se está levando bloco de anotações e caneta.
− Se não há nada volumoso em sua pasta.
− Se está preparado para o caso de chover.
− Se colocou o pó compacto, o batom e uma meia-calça extra na bolsa (no caso das
mulheres, óbvio!).
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DEFININDO ELEGÂNCIA
E
xiste uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez
mais rara: - "a elegância do comportamento". é um dom que vai muito além do
uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples
obrigado.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora
de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa
alguma nem fotógrafos por perto. é uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam, nas que escutam mais do que falam. E
quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas, nas
pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É possível
detectá-la em pessoas pontuais.
− Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas
festivas e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só
depois manda dizer se está ou não está.
− Oferecer flores é sempre elegante...
− É elegante você fazer algo por alguém e este alguém jamais saber disso...
− É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao outro...
− É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais...
− É elegante o silêncio, diante de uma rejeição...
− Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a
ter uma visão generosa do mundo. É elegante a gentileza...
− Atitudes gentis, falam mais que mil imagens...
− Abrir a porta para alguém... É muito elegante...
− Dar o lugar para alguém sentar...é muito elegante...
123
− Sorrir sempre é muito elegante e faz um bem danado para a alma...
− Olhar nos olhos ao conversar é essencialmente elegante.
− Pode-se tentar capturar esta delicadeza pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída é
desenvolver a arte de conviver, que independe de status social; é só pedir licencinha para o nosso lado
brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras". Educação enferruja por falta de uso. E,
detalhe: não é frescura!
ALGUMAS REGRAS PARA ELEGÂNCIA DE VESTIMENTA
Se for possível ensinar elegância, aqui estão algumas regras válidas. Mas atenção: em questão de
elegância o que importa é o espírito:
−
−
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−
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Cuidado e limpeza;
Não chamar atenção com coisas chamativas;
Não vestir diferente demais dos outros;
Seguir a moda sem se deixar dominar por ela;
Levar as roupas com naturalidade para que não pareça algo postiço.
CONVITES INVENTIVOS
Traje escuro – Circula em alguns eventos em São Paulo, e pressupõe-se que a intenção era ver
todo mundo vestido de passeio completo – isto é, terno e gravatas para eles e vestidos formais para
ela.
Fashion – Invenção recente para atrair os modernos com roupas da moda, de brechó,
customizadas, e outras superproduções.
Alto-esporte – Invenção do Rio Grande do Sul para festas sofisticadas que requerem passeio
completo.
Casual – É a roupa esportiva para o dia. Pode jeans, pode tênis.
Creative Black tie – Invenção dos americanos para permitir o smoking com camisa e gravata
pretas, sem gravata borboleta, e outras criações.
A touch of... (um toque de) – O jeitinho que o pessoal do sul do país encontrou para determinar um
tipo específico de cor ou estilo de roupa de festa. A touch of red (um toque de vermelho), a touch of
fantasy (um toque de fantasia), a touch of sixties (um toque anos 60), e assim por diante.
A seguir, sugestões de trajes para encontros profissionais e sociais:
BLACK TIE, TENUE DE SORRIÉ, GALA OU RIGOR
A
casaca é o traje de gala por excelência. É a veste de maior cerimônia, sendo recomendado para eventos com
a presença de Chefes de Estados e que são conduzidos dentro de um rígido protocolo. O traje feminino
correspondente à casaca é o vestido longo. O fraque, também, é um traje de gala, porém de uso mais restrito.
É costume adotá-lo em bodas e casamentos pelos padrinhos e pelo noivo. O clima é de requinte e sofisticação.
Para o homem: smoking (é o traje clássico de eventos formais em que se impõe uma uniformidade no trajar
dos convidados) ou casaca com condecoração, summer (o mesmo que o smoking com paletó branco – corre-se o
risco de ser confundido com o garçom), meio fraque (não se usa com condecorações). Camisa branca de
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preguinhas, gravata borboleta, e faixa sempre preta é o básico. Sapato liso de verniz ou preto de couro, de
amarrar. Variações mais modernas – como substituir a camisa branca por uma preta e dispensar a gravata
borboleta – são toleradas hoje em dia.
Para a mulher: Vestidos longos ou curtos requintados (atualmente têm sido aceitas variações, como o
"demi-longue" ou outros modelos confeccionados em tecidos nobres), mais elaborados, com bordados, brocados e
paetês, decotes profundos e transparências. Sapatos altos e meias finíssimas. Bolsas minúsculas e até luva se
desejar. O vestido pode ter uma pequena cauda.
Apresentação pessoal – Black-tie, Gala ou Rigor
Smoking clássico
Frack
Smoking americano
Outros conjuntos
de Smoking
PASSEIO COMPLETO, SOCIAL OU AUTO-ESPORTE
É o traje adequado a reuniões ou recepções oficiais ou formais, casamentos, óperas, festas à noite, jantares
e solenidades oficiais. O clima é de formalidade total.
Para o homem: O terno (sempre com gravata) em cor escura, liso ou com riscas de giz, com sapatos
sociais é a sua composição mais clássica.
Para a mulher: Vestido ou duas-peças, tecidos nobres (crepes, tafetá, brocado, musselina, renda, jérseis).
Decotes e fendas discretas. Sapatos e carteiras em couro metalizado, camurça ou tecido. Pode incluir chapéu em
casamentos matinais e luvas em pelica lisa.
Apresentação pessoal – Passeio Completo
Apresentação pessoal – Passeio Completo
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PASSEIO, ESPORTE FINO, ESPORTE COMPLETO, TENUE DE VILLE (TRAJE DE CIDADE)
Pode ser usado em coquetéis, jantares, sessões não solenes, ambientes descontraídos, café da manhã e
almoço. O clima é com um toque de formalidade.
Para o homem: Se o evento for antes das 18h, calça em tecido diferente do blaser (opcional), terno
príncipe-de-gales. Blaser, paletó esportivo, camisa de cor suave (listrada também) ou branca. Gravata opcional.
Sapatos compondo o traje. Se o convite vier com “tenue de ville”, use gravata – seja de dia ou de noite, mesmo com
blaser ou jaqueta. À noite, terno com gravata – valendo os ternos claros, se for verão.
Para as mulheres: Tailleur, saia e blaser em cores diferentes, vestido tipo chemisier, saia e blusa, sapato
mocassim ou escarpin liso e bolsa esporte pequena ou normal. Não há grandes restrições quanto aos seus trajes
para eventos em que se exige dos homens o passeio ou esporte fino. Elas devem ajustar os seus trajes ao local e à
ocasião, evitando os modelos em "jeans".
CURIOSIDADE:
-
O blaser é o coringa do guarda-roupa. Sua origem data de 1837, quando a Rainha
Victoria, durante as festas de sua coroação, passou em revista algumas
tripulações de navios. No Blaser, seus oficiais estavam uniformizados de azulmarinho, paletó transpassado com botões de couro. Eles ficaram famosos pela
elegância e o casaco entrou na moda londrina, com o nome do navio. A partir de
1920, as mulheres também adotaram o blaser, com saia, blusa branca e gravata.
Apresentação pessoal – Passeio, Esporte
Completo, Tenue de Ville
ESPORTE
É indicado para eventos que envolvam lazer, reuniões matinais, festas ao ar livre, churrascos e
confraternizações diversas. O clima é simples e informal
Para o homem: camisa sem gravata, jaquetas, malhas, moletons, top sider, mocassim (tênis somente
quando houver prática esportiva e roupa de jogging, jamais). O uso da bermuda é aceito se o evento for ao ar livre e
for sugerido pelo anfitrião. O agasalho para o traje esporte é livre, podendo ser um suéter, um pulôver ou qualquer
complemento esportivo.
Para a mulher: saia e blusa, bermudas ou calça comprida (não em cerimônias oficiais), sandálias mais
fechadas (no verão) e sapatos de salto baixo.
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Apresentação pessoal – Esporte
RECEBA BEM E MELHOR
S
aber receber não é qualidade somente daqueles que têm condições financeiras privilegiadas. Educação e
sensibilidade são, nesse caso, mais importantes que a ostentação. Os bons anfitriões não procuram
impressionar, mas causar bem estar aos convidados, com naturalidade e autenticidade, pois assim esses se
sentirão bem e descontraídos.
Dos anfitriões dependerá a condução de um evento, considerando que certas pessoas confundem o bem
receber com o deixar à vontade, o que poderá causar constrangimento aos mais inibidos ou dar oportunidade aos
mais descontraídos de transtornar o ambiente.
Para que nada aconteça de errado, demonstrando improvisação, é necessário antecipar os fatos com
questões simples que vão desde a escolha do local da festa, do cardápio, da baixela, da música e tantos outros
itens essenciais, pois festas são para serem desfrutadas também pelos anfitriões.
As recepções são instrumentos indispensáveis ao desenvolvimento das relações diplomáticas, culturais,
políticas e sociais; elas permitem e nutrem o contato pessoal, através do qual são realizadas trocas de informações
amigáveis e importantes, eliminando, por vezes, alguns problemas de comunicação.
Um relacionamento amigável, durante o jantar, por exemplo, pode trazer melhores resultados e igualar
pontos de vista diferentes com mais facilidades, do que semanas numa mesa de trabalho.
No ambiente profissional é interessante observar alguns pontos para receber bem:
NA SECRETARIA
− Quando entrar um cliente ou visita na recepção: parar com conversas alheias ao trabalho e também
com brincadeiras;
− Sorria e olhe nos olhos do visitante (expressões faciais, gestos, olhares, voz);
− Diga: Bom dia (tarde, noite) Senhor(a) + Em que posso lhe ajudar + O Senhor deseja falar com...?;
− Atentar para a forma de tratamento;
− Postura de braços, pernas, pés;
− Ofereça: água, café (adoçante ou açúcar?);
− Se não tiver quem sirva, faça você mesma;
− Ofereça um assento;
− Informe a pessoa chamada da presença do cliente/visita;
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Veja se a sala não precisa de uma arrumação;
Estime o tempo para o atendimento;
Mantenha revistas/jornais perto do sofá/cadeira;
Quando a visita entrar na sala do chefe, ofereça novo café/água;
Serve-se primeiro: a visita (idosos, mulheres) + chefe.
Despedida: Até logo, Senhor(a), tenha um bom dia (tarde, noite).
Se for atender ao telefone e estiver conversando com a visita: peça desculpas/licença e atenda.
Se esquecer o nome da visita, diga: Senhor(a), qual o seu nome completo?
Se houver condições, leve a visita até a porta.
EQUIPE DE RECEPÇÃO
Um bom trabalho da equipe de recepção transmite imagem positiva da Instituição. Esta equipe deverá
apresentar alguns requisitos:
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Apresentação pessoal – uniforme;
Assumir responsabilidades;
Capacidade de resposta;
Comunicação não-verbal;
Empatia;
Habilidade de lidar com reclamações e agressões;
Conhecimento total de todas as fases do evento ou cerimônia;
Antecipar-se às necessidades dos participantes;
Atenção especial aos convidados;
Chamar as pessoas pelo nome;
Conhecer o público alvo que participa da cerimônia;
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CAUSOS DE CERIMONIAL
1. ENTREGA DE MEDALHA NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA – 10 pessoas do cerimonial em fila entregavam a
medalha para o agraciado que estava sentado (em vez do Presidente da Assembléia).
2. ENTREGA DE PRÊMIOS NA ASSEMBLÉIA PARAENSE CAMPESTRE – Mestre de cerimônia chamava os
agraciados e não checou antes aqueles que estavam presentes. Então chamava um nome e ninguém
levantava. Depois disse no microfone que a culpa era do cerimonial (organização) do evento.
3. MESTRE DE CERIMÔNIA SEM PROPOSTA DE MESA – Governador estava chegando e quando consultado o
MC não tinha ainda a proposta de mesa e nem de pronunciamentos.
4. SERVIR ÁGUA ENQUANTO O PALESTRANTE ESTÁ SE PRONUNCIANDO – entregou a água pela frente da
mesa e depois colocou na tribuna, entornando o copo em cima dos papéis do palestrante.
5. ENTROSAMENTO DA EQUIPE – Cameraman entrega pastilha para o governador sem que as pessoas
percebam (Servidores do Estado)
6. ENCONTRO DE JUÍZES DE TODOS OS ESTADOS NO TJE – serviram água no plenário, que não possuía
espaço para passagem dos garçons. O recolhimento era de mão em mão.
7. PRESIDENTE DO EVENTO LEVA ROTEIRO DO MC – após discursar na Tribuna, o presidente do evento leva
junto o roteiro do MC.
8. DURANTE ENTREGA DE CHAVES AS MESMAS CAEM NO CHÃO – após a entrega de algumas chaves,
começa a chover, e o responsável pelas chaves tropeça, deixando as mesmas caírem no chão, misturando
tudo.
9. MC ACERTA ORDEM DE PRONUNCIAMENTOS E REITORA COLOCA MAIS UM – depois de acertado com a
reitora os pronunciamentos e devidamente anunciado pelo MC, a mesma pede que outra autoridade também
fale. A gafe dela foi para o jornal como se o MC fosse o causador da mesma.
10. FISCALIZAR O PALANQUE ANTES – 7 de setembro em Belém, o palanque começou a tombar
(responsabilidade SEDUC e Bombeiros).
11. GOVERNADOR QUER FALAR COM DOM ZICO – MC estava em um barco, passa para um bote e depois para
o rebocador onde estava Dom Zico, para passar seu celular para o mesmo falar com o Governador.
12. MESA PERTO DA BEIRA DO PRATICÁVEL – Quando o MC chega, em cima da hora para realizar a
cerimônia, verifica que a mesa está muito perto da beira do praticável.
13. PANO DE PLACA CAI MOMENTOS ANTES DO GOV CHEGAR – inauguração do posto do DETRAN da 1º de
dezembro: o pano de placa mal fixado cai segundos antes do gov chegar.
14. MC ENGOLE EMPADA – terminada a cerimônia na JUCEPA, o MC pega uma empada e o Gov. vem em sua
direção.
15. SERVIÇO À FRANCESA OU À AMERICANA – em Bragança, uma pessoa do cerimonial pergunta para a
cozinheira se o almoço vai ser à francesa ou à americana, e ela responde: não, vai ser primeiro servido o
camarão!
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