5_Administração de Recursos Humanos_Poder e Política
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5_Administração de Recursos Humanos_Poder e Política
Poder e política o poder não consiste em bater muito ou muitas vezes, mas em acerta^- etn clieio. Honoré dc Balzac OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM D e p o i s d e ler e s t e capítulo, v o c ê será c a p a z d e : 1 Definir poder e compará-lo à liderança. 2 Comparar as cinco bases d o poder. 3 Identificar as principais táticas d e influência. 4 Demonstrar a ligação entre o assédio sexual e o abuso d e poder. 5 Distinguir entre c o m p o r t a m e n t o político legítimo e ilegítimo. o Identificar as causas e consequências d o c o m p o r t a m e n t o político. 7 Identificar as técnicas d e gerenciamento da impressão. 8 Determinar se uma ação política é ética. 9 Mostrar a influência da cultura na prática e percepção d e política. A UM DIA N A SITUAÇÃO, OUTRO N A OPOSIÇÃO ntes de se tornar consultor em marketing digital e abrir a própria empresa, Guilherme trabalhava em um dos maiores grupos empresariais d o Brasil. Sua carreira estava bem e Guilherme sentia-se feliz com as atividades desempenhadas e com a relação que mantinha com seus colegas na empresa. Em pouco t e m p o , no entanto, tudo mudou no trabalho d o gestor e, apesar de ele ter sido promovido a gerente d e uma importante área, pediu demissão pouco depois de assumir o novo cargo. Mas o q u e poderia ter feito q u e um funcionário satisfeito deixasse a empresa pouco t e m p o depois d e ser promovido? De acordo com Guilherme, todas as mudanças começaram em fevereiro de 2009, quando um alto executivo da empresa saiu. Em função disso, uma grande disputa por poder começou na organização, com muitos funcionários lutando para melhorar sua posição. Com a saída d o executivo, alguém seria promovido para ocupar seu posto, deixando outro cargo vago que, por sua vez, precisaria ser ocupado por outro funcionário. Dessa forma, muitos membros da organização começaram a se articular para tentar garantir uma promoção nesse cenário de mudança. "As pessoas passaram a buscar alianças, segurar contratos e especular sobre os possíveis promo- 402 Comportamento organizacional vidos", conta o gestor. Com isso, o clima interno piorou significativamente, pois a confiança nos colegas diminuiu de maneira vertiginosa e verdadeiras 'panelinhas' formaram-se dentro da empresa. Nesse periodo, além d o clima interno, outro fator piorou bastante: a produtividade. Segundo Guiherme, nos 30 dias de indefinição sobre a reestruturação da empresa, os resultados produzidos diminuíram cerca de 80 por cento. "Um colega que costumava ganhar, em média, nove mil reais por mês em comissões chegou a receber apenas dois mil reais ao finsi do periodo", afirma o gestor, exemplificando o quanto as articulações e negociações politicas ocuparam o tempo dcs funcionários. Como os profissionais passaram a se preocupar em administrar conflitos, gerenciar as impressões e defender seus grupos, o trabalho foi deixado momentaneamente de lado, resultando na redução significativa da produtividade. Mas qual teria sido a posição d e Guilherme nesse cenário conturbado? Por ter deixado a organização pouco tempo depois, é de se esperar que ele estivesse no 'grupo dos derrotados' ou que tivesse ficado longe da disputa e descontente com o comportamento político da equipe, certo? Mas não foi isso o que aconteceu. O gestor aceitou a proposta de um alto executivo que havia permanecido na empresa, que ofereceu a Guilherme um cargo de gerente em um importante departamento, caso ele desse apoio para que sua área fosse desmantelada no processo de reestruturação. " M e envolvi e, quando me dei conta, era tarde para desistir", diz o consultor Ao final d o processo de mudança, a área de Guilherme foi fechada e o executivo a quem ele se associou tornou-se muito Influente na organização, promovendo-o a gerente. O problema foi que t u d o ficou muito evidente e o clima interno permaneceu muito ruim, mesmo após o término da reestruturação. Todos na empresa perceberam a articulação da qual Guilerme havia participado e, caso ele quisesse permanecer no grupo, teria d e se comportar politicamente todos os dias, assumindo sua posição em determinado g r u p o e mantendo uma relação estritamente profissional com muitos de seus ex-colegas. Diante de tudo aquilo, Guilherme permaneceu apenas por dois meses no posto de gerente, antes de pedir seu desligamento da empresa. "Nunca havia me envolvido nesse t i p o de política e percebi que não tinha nada a ver comigo", diz o consultor, mostrando q u e , na política, seja em Brasília ou na empresa em você trabalha, vitórias e derrotas raramente são definitivas.' Nota: para proteger a imagem dos envolvidos, t o d o s os nomes utilizados neste caso são fictícios. E m nossa sociedade, 'fazer uso do p o d e r ' c 'agir p o l i t i c a m e n t e ' s ã o expressões que tcni sido \"i.sias c o m o verdadeiros p a l a v r õ e s . E mais fácil para a m a i o r i a de n ó s falar sobre sexo ou d i n h e i r o do que sobre poder o u c o m p o r t a m e n t o p o l í t i c o . As pessoas que t ê m podei o negam; aquelas que o c|acrem, t e n t a m parecer que n ã o e s t ã o a sua p r o c u r a , e aquelas qiu' s ã o boas e m o b t ê - l o fazem segredo de c o m o o conseguem.E i m p o r t a n t e reconhecer que o poder e o c o m p o r t a m e n t o p o l í t i c o s ã o processos naturais em qualquer g r u p o ou o r g a n i z a ç ã o . Assim, \ ' o c ê precisa saber c o m o o poder é obtido rexercido se quiser entender o c o m p o r t a m e n t o organizacional p o r inteiro. E m b o r a v o c ê possa ter o u v i d o a frase "o poder c o r r o m p e , c o poder absoluto corromp;' de forma absoluta", o poder nem sempre é r u i m . C o m o foi obsei"\'ado p o r u m autor, muito- medicamentos p o d e m matar .se forem tomados e m doses incorretas e milhares de pesso;'.- m o r r e m a cada ano e m acidentes de carro, mas n ã o abandonamos os produto.s químico,s ou os carros p o r causa dos perigos que lhes e s t ã o associados. A o c o n t r á r i o , consideramos o perigo u m incentivo para obter e x p e r i ê n c i a e i n f o r m a ç ã o , que nos a u x i l i a r á a usar essas forçap r o d u t i v a m e n t e . ' O mesmo se aplica ao poder. E u m a realidade da v i d a organizacional c que n ã o vai acabar. / \ l é m do mais, ao aprender c o m o o poder funciona nas organiza(,òc\ v o c ê e s t a r á mais apto a utilizar seu e n t e n d i m e n t o para se t o r n a r u m gestor mais eficaz. Ima definição de poder Poder O p o d e r diz respeito ã capacidade que A t e m de influenciar o comportamento de B, Capacidade que A tem de influenciar o , -, comportamento de 8, de maneira que 6 aja d e acordo com a v o n t a d e d e A. j • o • •' i j . j j (i de maneira que U a i a de acordo c o m a vontade de .ri. ' U m a pessoa pode ter poder, mas n ã o necessariamente u s á - l o ; ou seja, o poder é mn capacidade OU potencial. Pro\'a\'elmente, o aspecto mais i m p o r t a n t e do poder é o de sir Capítulo 13 Dependência Relacionamento entre Be A, quando A possui algo que B deseja. Poder e política 403 u m a f u n ç ã o dc d e p e n d ê n c i a . Q u a n t o m a i o r a d e p e n d ê n c i a de B e m r e l a ç ã o a A, m a i o r o poder dcA nesse relacionamento. A d e p e n d ê n c i a , p o r sua vez, baseia-se no conjunto de alternativa.s percebidas p o r B e na i m p o r t â n c i a que este d á às alternativas controlada.s p o r A. U m a pessoa só pode ter poder sobre v o c ê se ela controlar algo que você deseja. Se você quer seu d i p l o m a e, para tanto, precisa ser apro\"ado c m u m a disciplina que é ministrada por apenas u m prolessor em sua faculdade, esse professor tem poder sobre v o c ê . Suas alternativas s ã o m u i t o limitadas e v o c ê considera i m p o r t a n t e obter u m a nota para passar nessa disciplina. D a mesma forma, se v o c ê cursa a universidade g r a ç a s ao dinheiro de seus pais, c o m certeza reconhece o poder cjue eles t ê m .sobre v o c ê , pois é dependente deles financeiramente. Depois de se formar, a r r u m a r u m emprego e c o m e ç a r a ganhar seu dinheiro, o poder deles s e r á reduzido de maneira significati\-a. M e s m o assim, quantos de n ó s j á n ã o ouvimos h i s t ó r i a s de pessoas m u i t o ricas que c o n t r o l a m o c o m p o r t a m e n t o de todos os m e m bros da família p o r i n t e r m é d i o da a m e a ç a , %'elada o u explícita, de 'tirá-los do testamento'? lomparando liderança e poder U m a c o m p a r a ç ã o cuidadosa entre nossas d e s c r i ç õ e s de poder e de l i d e r a n ç a feitas n o C a p í t u l o 12 revela que os dois conceitos e s t ã o inter-relacionados. Os líderes utilizam o poder como meio de atingir os obieti\os do g r u p o . Mas que d i f e r e n ç a s existem entre os dois termos? O poder n à o rccjuer a compatibilidade de objctivos, apenas a r e l a ç ã o de d e p e n d ê n c i a . A l i d e r a n ç a , p o r sua vez, requer algum a c o n g r u ê n c i a entre os objedvos do líder e os daqueles que s ã o liderados. U m a segunda d i f e r e n ç a está relacionada à d i r e ç ã o e m que a influência é exercida. A l i d e r a n ç a enfoca a i n f i u ê n c i a descendente do líder sobre o liderado. E l a m i n i m i z a a i m p o r t â n c i a dos p a d r õ e s ascendente e lateral de influência; o poder, n à o . O u t r a d i f e r e n ç a diz respeito á ênfase dada pelas pesquisas. A pesquisa sobre l i d e r a n ç a , e m sua m a i o r parte, enfatiza a q u e s t ã o do estilo e busca respostas p a r a perguntas como: "Até que p o n t o u m líder deve ser apoiador?" ou " Q u a n t o do processo d e c i s ó r i o de\'e ser c o m p a r t i l h a d o c o m os liderados?". J á a pesquisa sobre poder se dedica a u m a á r e a mais a m p l a e foca as táticas de conquista da s u b m i s s ã o . A l é m di.sso, ela vai a l é m do i n d i \ ' í d u o , pots o poder t a m b é m pode ser exercido p o r grupos para controlar outros grupos ou indi\-íduos. bases de poder D e onde v e m o poder? O que d á a u m i n d i v í d u o ou a u m g r u p o a i n f l u ê n c i a sobre os outros? A resposta a essas q u e s t õ e s é o b t i d a pela di\'isão das bases o u fontes de poder e m dois grupos g e n é r i c o s — f o r m a l e pessoal — , cada qual s u b d i \ i d i d o em categorias mais específicas.' Poder formai O poder formal baseia-se na p o s i ç ã o que o i n d i \ ' í d u o ocupa na o r g a n i z a ç ã o . Pode emanar da capacidade de coagir, de recompensar o u , ainda, da autoridade formal. Poder coercitivo Pcder que deriva da capacidade de punir o u recomendar sanções pela não obediência. P o d e r c o e r c i t i v o A base do p o d e r c o e r c i t i v o dcri\*a da p e r c e p ç ã o que u m a pessoa tem sobre a c a j í a c i d a d e que o detentor de poder possui para p u n i r ou recomendar s a n ç õ e s à q u e l e s que n à o obedecem às suas ordens o u \'ontades. O u seja, o poder coerciti\'o é baseado no medo, fazendo que as pessoas m o d i f i q u e m seu c o m p o r t a m e n t o p o r receio de serem castigadas. N o nível organizacional, A possui poder coercitivo sobre B c|uando pode demitir, suspender ou rebaixar B, presumindo que este \"aloriza seu trabalho. Se A pode i m p o r a B 404 Comportamento organizacional tarefas que este considera dcsagradá\'ci,s, A ])o,ssui poder coerciti\'0 sobre B. O poder coercitivo t a m b é m pode \ i r peia r c l e n ç ã o dc i n í b r m a ç ò c s - c h a v e . As pessoas que t ê m dados ou conliecimcntos de que os outros piTcisam e m u m a o r g a n i z a ç ã o p o d e m fazer que os otiiro> fiquem dependentes delas. Poder de recompensa Poder associado à capacidade de distribuição de recompensas vistas como valiosas pelos outros. Poder de recompensa O oposto do poder c o e r c t l i \ é o p o d e r d e recompensa, pelo q u a l u m a pessoa se submete à vontade ou à s ordens de o u t r a porcjue isso lhe trará a l g u m b e n e í í c i o . Portanto, ac[uele que pode distribuir recompensas consideradas valiosas pelos outros t e m poder sobre eles. Essas recompensas p o d e m ser financeiras — como o controle de c o m i s s õ e s , aumentos de salários e b ó n u s — o u n ã o financeiras — como reconhecimento, p r o m o ç õ e s , tarefas mais interessantes, colegas a m i g á v e i s o u a escolha de turnos dc trabalho ou de á r e a s de \'endas mais atraentes.'' Poder legítimo Poder legítimo Poder resultante da posição ocupada na hierarquia da organização, ou seja, da posse de autoridade formal. No.s grupos formais c nas o r g a n i z a ç õ e s , o acesso mais c o m u n a uma ou mais bases de poder ocorre p o r m e i o do p o d e r l e g í t i m o . Trata-se do controle formal que u m a pessoa t e m para usar e regular os recursos da o r g a n i z a ç ã o c o m base e m sua po.siçào estrutural dentro dela. O poder l e g í t i m o é mais a m p l o c|uc o poder de c o e r ç ã o e o de recompensa. Ele inclui, mais especificamente, a a c e i t a ç ã o da autoridade de u m cargo pelos demais membros da org a n i z a ç ã o . D e m o d o geral, o poder está i n t i m a m e n t e associado ao conceito de hicraniuia. o que leva as pessoas a supor que os executivos s ã o especialmente poderosos, e, quando u m executivo poderoso é descrito, as pessoas tendem a c o l o c á - l o na p o s i ç ã o mais alta ao desenhar o o r g a n o g r a m a da empresa.' Q u a n d o o d i r e t o r de u m a escola, o presidente de u m banco o u o comandante de u m e x é r c i t o fala (considerando-se que seu discurso esteja dentro do espectro de sua autoridade formal), os professores, gerentes ou oficiais cscuiani e, e m geral, obedecem. Poder pessoal Poder pessoal Influência derivada das características individuais. A m a i o r i a dos pesquisadores Cjue desen\'olvem novas f r a g r â n c i a s e produtos na Naiura, p o r exemplo, t e m poder, e m b o r a n ã o tenha cargos de chefia n e m autoridade formal. O que eles t ê m é p o d e r p e s s o a l — aquele que emana das c a r a c t e r í s t i c a s linicas e específicas de u m i n d i v í d u o . Nesta s e ç ã o , vamos e x a m i n a r as duas bases de poder pessoal — compet ê n c i a e a d m i r a ç ã o dos outros. Poder d e competência Poder que se exerce como resultado da posse de habilidades, competências ou conhecimentos distintivos. Poder d e competência ^ O p o d e r d e c o m p e t ê n c i a é a i n f l u ê n c i a que se exerce como resultado da p e r í c i a , da habilidade específica ou do conhecimento. A m e d i d a que as tarefa^ v ã o se t o r n a n d o mais especializadas, ficamos mais dependentes dos peritos para adngirnionossos objetivos. Geralmente, reconhecemos que os m é d i c o s t ê m e x p e r i ê n c i a e, por isso. exercem poder — a m a i o r i a das pessoas segue seus conselhos sem d i s c u s s ã o . D a mesma forma, devemos t a m b é m reconhecer c[ue os especialistas e m c o m p u t a ç ã o , os peritos em Desde q u e a O p e r a ç ã o Lei Seca c o m e ç o u a ser realizada e m março d e 2009, n o Rio d e Janeiro, o n ú m e r o d e acidentes e mortes causados p o r motoristas e m b r i a g a d o s caiu c o n s i d e r a v e l m e n t e . A t é j u n h o d a q u e l e ano, p o r e x e m p l o , o n ú m e r o d e acidentes g e r a d o s p e l o álcool f o i reduzi do e m mais d e 20 p o r c e n t o . Essa o p e r a ç ã o envolve a fiscalização e a repressão aos motoristas q u e d i r i g e m s o b o efeito d e b e b i d a s alcoólicas. O p o d e r exercido p e l o s fiscais e policiais é l e g í t i m o , pelos cargos q u e o c u p a m , e coercitivo, pelas sanções q u e p o d e m aplicar, q u e vão d e s d e multas até a prisão d o s infratores.'* Capítulo 13 Poder e política 405 t r i b u t a ç ã o , os economistas, os p s i c ó l o g o s industriais e outros profissionais t a m b é m exercem u m poder resultante de suas c o m p e t ê n c i a s específicas. Poder de referência F:der associado s ;;ntiiicação com um "víduo que possua r;:uisos ou traços f;;;oais favoráveis e c'í;3Javeis. Poder de referência A Ijase do p o d e r d e r e f e r ê n c i a resulta da i d e n t i f i c a ç ã o c o m u m i n d i v i d u o que possua recursos ou t r a ç o s pessoais dcsejá\'eis. Se eu a d m i r o a l g u é m e me identifico c o m essa pessoa, ela exerce poder sobre m i m porc[ue quero a g r a d á - l a . O poder de r e f e r ê n c i a emana da a d m i r a ç ã o pelo o u t r o e do desejo de se parecer c o m ele. T a l poder explica p o r que as celebridades recebem m i l h õ e s de d ó l a r e s para endossar produtos e m comerciais. Pesquisas dc m a r k e t i n g re\^elam que pessoas como o ex-tenista Gusta\-o K u e r t e n e o jogador dc futebol R o n a l d o t ê m o p o d e r de influenciar a escolha das pessoas p o r u m par de ténis e p o r c a r t õ e s de c r é d i t o . C o m u m pouco de p r á t i c a , qualquer pessoa pode participar de propagandas como essas celebridades, mas o p r o b l e m a é que os consumidores n ã o se identificam c o m qualquer u m . Pessoas que n ã o t ê m autoridade f o r m a l t a m b é m t ê m poder de r e f e r ê n c i a p o r causa do d i n a m i s m o , do carisma, da a t r a ç ã o e dos efeitos emocionais que exercem sobre os outros. Que base de poder é mais eficaz? D e n t r e as três bases de poder f o r m a l (coercitivo, de recompensa e legítimo) e as duas bases de poder pessoal (de c o m p e t ê n c i a e de r e f e r ê n c i a ) , quais s ã o as mais interessantes para se ter? Pesquisas sugerem claramente que as fontes de poder pessoal s ã o as mais eficazes. T a n t o o poder de c o m p e t ê n c i a q u a n t o o de r e f e r ê n c i a e s t ã o positivamente relacionados à satisfação dos f u n c i o n á r i o s c o m a chefia, seu compromisso c o m a o r g a n i z a ç ã o e seu desempenho, ao passo que o poder de recompensa e o l e g í t i m o n ã o parecem estar relacionados c o m esses resultados. / \ l c m do mais, u m a das fontes dc poder f o r m a l — coercitivo — pode de fato ter efeito c o n t r á r i o , no sentido de que esse poder e s t á negativamente relacionado c o m a satisfação e o compromisso do f u n c i o n á r i o . Veja o caso da empresa norte-americana Translation, que coloca e m contato os empresários dos astros da m ú s i c a p o p e as empresas que querem p r o m o v e r suas marcas. A Translation já u n i u G w e i i Stefáni ã HP, Justin T i m b c r l a k e ao M c D o n a l d ' s , B e y o n c é K n o w l e s ã T o m m y Hilfiger e Jay-Z à Reebok. Essa a t i \ i d a d e e \ á d e n t e m e n t e t e m m u i t a r e l a ç ã o c o m o poder de r e f e r ê n c i a . C o m o observou u m executi\'o de t i m a gravadora ao refletir sobre o sucesso de Steve Stoute, dono da referida empresa: "Ele é o h o m e m certo para orientar as marcas na i n d ú s t r i a fonográfica e para atingir a c u l t u r a j o v e m de m a n e i r a c o n f i á v e l " . ' " E m outras palavras, utilizar astros da m ú s i c a p o p p a r a p r o m o v e r produtos funciona p o r conta do poder de referência: as pessoas c o m p r a m produtos associados a figuras 'legais' porque querem se identificar c o m elas e i m i t á - l a s . O mercado d e p r o p a g a n d a m o v i m e n t a bilhões d e reais por ano no Brasil. Uma parcela desse valor é direcionada para a contratação d e p e r s o n a l i d a d e s . Muitas empresas p r o c u r a m associar suas marcas e produtos a atletas f a m o s o s e artistas c o m o o b j e t i v o de utilizar a influência q u e eles e x e r c e m sobre determinados p ú b l i c o s . U m e x e m p l o disso f o i a loja de d e p a r t a m e n t o s C & A , q u e c o n t r a t o u a m o d e l o Gisele Bundchen c o m o garota p r o p a g a n d a das roupas vendidas pela empresa e viu suas vendas crescerem significativamente." 406 Comportamento organizacional iependência: a chave para o poder J á dissemos que o aspecto mais i m p o r t a n t e do poder provavelmente é o fato de cie ser u m a f u n ç ã o da d e p e n d ê n c i a . Nesta s e ç ã o , demonstraremos c o m o a c o m p r e e n s ã o da d e p e n d ê n c i a é crucial para nos aprofundarmos no e n t e n d i m e n t o do poder. O postulado geral da dependência Vamos c o m e ç a r c o m u m postulado geral: quaiUo maior a dcpcndincia de B cm rclaçào o A, maior o poder dc A sobre B . QLiando \'ocê possui alguma coisa dc que os outros precisam, mas só \ocQ controla, v o c ê os transforma em seus dependentes e, por is.so, tem poder sobre eles.'" Se algo está d i s p o n í v e l em a b u n d â n c i a , possuí-lo n ã o aumenta .seu poder. Mas, como diz o ditado, "em terra de cego, q u e m tem um olho é r e i " . N o sentido in\*erso, quanto mais \'ocê expandir suas o p ç õ e s , menos poder v a i deixar nas m ã o s dos outros. Isso explica por que muitas empresas t r a b a l h a m c o m di\'ersos fornecedores, em vez de concentrar todos os n e g ó c i o s em apenas u m . Explica t a m b é m p o r que a m a i o r i a de n ó s aspira à independência financeira. Essa i n d e p e n d ê n c i a reduz o poder que os outros p o d e m exercer sobre nós. O que cria a dependência? A d e p e n d ê n c i a aumenta q u a n d o o recurso c o n t r o l a d o é i m p o r t a n t e , escasso ou nào subsdtuívcl.'-' Importância Se n i n g u é m quiser o que v o c ê possui, n à o h a \ ' e r á c r i a ç ã o de dependência. As o r g a n i z a ç õ e s , p o r e x e m p l o , p r o c u r a m e\'itar ati\'amente a i n c e r t e z a . ' ' Podemos i m a g i n a r , p o r t a n t o , c^ue os i n d i v í d u o s capazes de absorser as incertezas da organização s e r ã o percebidos como pessoas que controlam u m recurso importante. U m estudo sobre o r g a n i z a ç õ e s i n d u s t r i a i s re\'elou que os d e p a r t a m e n t o s de m a r k e t i n g de empresas fabricantes de bens de c o n s u m o n à o d u r á \ ' e i s , c o m o biscoitos e sabonetes, eram const a n t e m e n t e classificados c o m o os mais poderosos, ao passo c^ue nas fabricantes de bens de c o n s u m o clurá\'eis, c o m o t e l e v i s õ e s e a u t o m ó \ ' e i s , o d e p a r t a m e n t o de pesquisa e desen\-ol\"imento era c o n s i d e r a d o mais p o d e r o s o . ' ' Os pesquisadores c o n c l u í r a m que a incerteza mais c r í t i c a enfrentada por aquelas empresas era a v e n d a de seus produtos, ao passo que, nas ú l t i m a s , a p r i n c i p a l incerteza era o desen\'olvimento de no\'Os produtos. Isso nos le\-a a supor que os engenheiros, c o m o g r u p o , s ã o mais poderosos na fabricanie de c o m p u t a d o r e s Positivo do que na P e r d i g ã o . Essas i n f e r ê n c i a s p a r e c e m ser válidas de m a n e i r a geral. O r g a n i z a ç õ e s c o m o a Positi\*o, ctija o r i e n t a ç ã o é fundamentalmente t e c n o l ó g i c a , d e p e n d e m m u i t o de seus engenheiros p a r a m a n t e r a q u a l i d a d e e o difcren- Pelo f a t o d e a Xerox t e r a p o s t a d o seu f u t u r o e m d e s e n v o l v i m e n t o e inovação, Sophie V a n d e b r o e k está e m uma posição d e p o d e r na e m p r e s a . C o m o a principal responsável p e l o d e p a r t a m e n t o d e t e c n o l o g i a {CTO), ela lidera o G r u p o d e Inovação da Xerox, f o r m a d o p o r 5 mil cientistas e e n g e n h e i r o s nos centros globais d e pesquisa d a empresa. A missão d o g r u p o é "ser p i o n e i r o e m t e c n o l o g i a s q u e a l a v a n q u e m as vendas, p o s s i b i l i t a n d o q u e a Xerox lidere seus principais mercados e c r i a n d o p r o d u t o s para a e m p r e s a " . A organização d e p e n d e d e S o p h i e para t o r n a r essa missão u m a realidade. Capítulo 13 Poder e política 407 ciai t é c n i c o de seus p r o d u t o s , d a í o fato de eles c o n s t i t u í r e m u m g r u p o poderoso nessa empresa. J á na P e r d i g ã o , o j o g o é do m a r k e t i n g , que f o r m a o g r u p o o c u p a c i o n a l c o m m a i o r poder. Escassez F e r r u c c i o L a m b o r g h i n i , o sujeito que c r i o u os e x ó t i c o s supercarros que c o n t i n u a m ostentando seu sobrenome, entendeu desde cedo a i m p o r t â n c i a da escassez e a usou e m p r o v e i t o p r ó p r i o d u r a n t e a Segunda G u e r r a M u n d i a l . L a m b o r g h i n i estava c o m o e x é r c i t o i t a l i a n o e m Rhodes. Seus superiores ficaram impressionados c o m suas habilidades m e c â n i c a s , c o m seu talento i n a c r e d i t á v e l p a r a consertar tanques e outros v e í c u l o s que n i n g u é m mais conseguia reparar. D e p o i s de t e r m i n a d a a guerra, ele a d m i t i u que seu talento devia-se, c m boa parte, ao fato de ter sido o p r i m e i r o na i l h a a receber os manuais dos v e í c u l o s , que ele d e c o r o u e, depois, d e s t r u i u , tornando-se indispensável.'*' A r e l a ç ã o entre escassez e d e p e n d ê n c i a t a m b é m pode ser observada no poder de d i ferentes categorias ocupacionais. Os i n d i v í d u o s e m o c u p a ç õ e s e m que a oferta de profissionais é m e n o r que a d e m a n d a p o d e m negociar acordos salariais e benefícios melhores do que aqueles e m categorias c o m a b u n d â n c i a de candidatos. Os diretores de escolas, p o r exemplo, n ã o t ê m m u i t a dificuldade para encontrar bons professores de p o r t u g u ê s . J á o mercado de analistas de sistemas de redes é extremamente escasso, c o m alta demanda e baixa oferta. E m c o n s e q u ê n c i a , o poder de barganha desses riltimos p e r m i t e que eles negociem maiores salários, menores cargas h o r á r i a s e outros beneficios. Não substituição Q u a n t o menos subsdtutos viáveis t e m u m recurso, m a i o r o poder que seu controle p r o p o r c i o n a . Por exemplo, nas universidades e m que existe u m a grande p r e s s ã o para a p u b l i c a ç ã o de trabalhos a c a d é m i c o s , quanto m a i o r o reconhecimento que u m professor o b t é m c o m suas p u b l i c a ç õ e s , m a i o r sua m o b i l i d a d e como profissional, pois as outras faculdades t a m b é m desejam profissionais c o m muitas pubHcaçÕes e \isibiHdade. A o c o n t r á r i o , os professores c o m poucas p u b l i c a ç õ e s a c a d é m i c a s tendem a ter m e n o r m o b i l i dade e ficam sujeitos a u m a m a i o r i n f l u ê n c i a dc seus superiores. MITO O U C I Ê N C I A ? E O poder sobe à cabeça ssa afirmação parece ser verdadeira. Quando as pessoas t ê m poder outorgado a elas, parecem inclinadas a ignorar as perspectivas e interesses daqueles que não o t ê m , diz um estudo feito por um grupo de pesquisadores de três universidades norte•americanas.'^ Nesse estudo, os pesquisadores fizeram que um grupo de participantes se sentisse poderoso ao pedir que sa recordassem de uma situação em que sentiram que t i nham podersobre outra pessoa e escrevessem sobre ela. Outro grupo de participantes foi instruído a recordar um incidente em que alguém tinha poderes sobre eles e a escrever sobre tal situação. Quando foi solicitado, então, que os grupos trabalhassem juntos em um problema, os participantes d o grupo poderoso apresenta- ram uma tendência maior a ignorar as perspectivas dos participantes d o grupo com menor poder, foram menos precisos ao interpretar as expressões de emoção e se mostraram menos interessados em entender como outras pessoas veem as coisas. Os autores desse estudo concluíram que o poder conduz à "tendência d e ver as outras pessoas somente pelas qualidades que são necessárias aos interesses e objetivos pessoais, ao mesmo t e m p o , perceberam também as qualidades que definem a humanidade nos outros". Portanto, da mesma forma que o poder tem vantagens, também parece ter custos — especialmente no sentido d e ver as coisas por meio de perspectivas dos que t ê m menos poder. 408 Comportamento organizacional Háticas de influência Táticas de influência Maneiras que as pessoas usam para transformar suas bases de poder em ações específicas. Quais t á t i c a s d e i n f i u ê n c i a as pessoas usam para transformar suas bases de poder ^.p^ a ç õ e s específicas? Q u e opçÕes elas t ê m para influenciar seus chefes, colegas ou fiineio• • - • • * , . ,. * ^ , nanosr iNesla s e ç ã o , re\isaremos algumas o p ç õ e s taticas e as c o n d i ç õ e s que podem tornar algumas mais eficazes que outras. j As pesquisas i d c n t i h c a m no\"e t á t i c a s de i n i l u è n c i a distintas:''' 1. Le^timidodc. Bíisear uma solicitação na autoridade d;i posição exercida ou no fato dc que ela está de acordo c o m as políticas ou regnis da organização. ( 2. PtTsimão racional. Udlízaçao de argumentos lógicos e evidências factuais para demoiiMrar que o pedido ou propost;i é viá\'el ou relc\'luite. 3. Apch inspiracional. Desen\'ol\imento de u m comprometimento emocional por meio cb apelo a \iilores, ideias, necessidades, es|x;ríUiças e aspirações. 4. Constata. En\-ol\imento e participação da pessoa-al\ no planejamento de uma estratégia. a t í \ i d a d e ou m u d a n ç a para o qual o apoio dessa pessoa é desejável. 5. Troca. Oferta de Ijenefícios ou fa\orcs c m troca do atendimento de uma soliciuição, ou oferta de reciprocidade no futuro. j 6. Apelo pessoal. Busca de apoio com base em amizade ou leddade. 7. Insiimação. Utilização de bajidação, elo^gios e de u m comportamento amigíi\'el para oiiíf r apoio às propostíts. 8. Picssão. Utilização de a\Tsos, exigências persistentes ou íuneaças. 9. \ Coalizão. C o n s t r u ç ã o de alianças c o m outras pessoas para ajudar a persuadir o al\. A l g u m a s táticas geralmente s ã o mais eficazes do que outras. A p e r s u a s ã o racional, o apelo inspiracional e a consulta t e n d e m a ser as mais eficazes, e m especial quando os alvo' dessa influencia e s t ã o interessados nos resultados do processo d e c i s ó r i o . A p r e s s ã o costuma ter u m efeito c o n t r á r i o e é a menos eficaz das nove táticas.''' C o n t u d o , u m a pessoa também pode aumentar suas chances de sucesso c o m o uso de táticas diferenles, s i m u l t â n e a ou sequencialmente, desde que elas sejam c o m p a t í \ - e i s entre si.'-'" Por exemplo, o uso combinado da legitimidade c o m a i n s i n u a ç ã o , p o r exemplo, pode m i n i m i z a r a r e a ç ã o negati\'a causada pelo u.so do poder f o r m a l do chefe, fazendo que ele n ã o seja \ i s t o c o m o u m 'ditador', mas apenas q u a n d o seus subordinados n ã o se i m p o r t a m c o m os resultados de u m a decisão ou q u a n d o a p o l í t i c a c u m a rotina.^'' Vamos considerar a m a n e i r a mais eficaz de se conseguir u m aumento. Você pode com e ç a r c o m a p e r s u a s ã o racional. Isso significa fazer seu t r a b a l h o e cuidadosamente pensar em u m a m a n e i r a de justificá-lo: descobrir a r e l a ç ã o entre sua r e m i m e r a ç ã o e a dc seus Os professores da rede d e c o l é g i o s estaduais d e São Paulo uniram-se p o r m e i o d o s sindicatos e d e c r e t a r a m uma greve e m março d e 2010 para pressionar o g o v e r n o estadual a a u m e n t a r seus salários e revogar u m a série d e m e d i d a s q u e os d e i x o u insatisfeitos. Nesse cenário, a tática d e influência utilizada f o i a coalizão, visto q u e , se apenas u m deles resolvesse parar suas atividades, d i f i c i l m e n t e teria suas exigências a t e n d i d a s . Dessa f o r m a , m o b i l i z a n d o milhares d e professores s i m u l t a n e a m e n t e , eles c o n s e g u i r a m chamar a a t e n ç ã o pública para seu m o v i m e n t o e pressionaram o g o v e r n o estadual para a t e n d e r às suas exigências. Capítulo 13 ^ ^ ^ ^ w t n l Poder e política 409 Táticas d e influência p r e f e r i d a s d e a c o r d o c o m a d i r e ç ã o d a infiuência Influência a s c e n d e n t e Influência d e s c e n d e n t e Influência lateral Persuasão racional Persuasão racional Persuasão racional A p e l o inspiracional Consulta Pressão Insinuação Consulta Troca Insinuação Legitimidade Troca A p e l o pessoal Legitimidade Coalizão colegas, obter u m a proposta alternativa de emprego ou mostrar resultados objetivos que atestem seu b o m desempenho. Dessa m a n e i r a , \ ' 0 c è poderia justificar o pedido de aumento ao apresentar dados que atestem seus bons resultados. Você t a m b é m pode utilizar bons meios de cálculo de salário, como o S a l a r i ô m e t r o (www.salariometro.sp.gov.br), para c o m parar seu salário c o m o dos outros. Mas a eficácia de algumas t á t i c a s depende da d i r e ç ã o da influência,'-' C o m o mostra o Q u a d r o 13.1, a p e r s u a s ã o racional é a linica que é eficaz em todos os níveis da organiz a ç ã o . O apelo inspiracional funciona m e l h o r no sentido descendente, do superior para os subordinados. Q u a n d o a t é c n i c a de p r e s s ã o funciona, quase sempre se d á de maneira descendente. Por sua vez, o uso do apelo pessoal e da c o a l i z ã o é mais eficaz nas tentativas de influência laterais. N o entanto, a l é m da d i r e ç ã o da infiuência, outros fatores t a m b é m afetam a eficácia das táticas. Podemos citar, entre eles, sua s e q u ê n c i a , a habihdade da pessoa e m usá-las e a cultura da o r g a n i z a ç ã o . É mais fácil ser eficaz q u a n d o se c o m e ç a c o m táticas mais 'suaves' baseadas no poder pessoal, c o m o os apelos pessoal e inspiracional, a p e r s u a s ã o racional e a consulta. Se elas falharem, pode-se passar para as t á t i c a s mais 'duras', c o m o a troca, a c o a l i z ã o e a p r e s s ã o , cjue enfatizam o poder f o r m a l e envolvem maiores riscos e custos.''' E interessante n o t a r que o uso de u m a ú n i c a t á t i c a 'suave' é mais eficaz que o uso de u m a ú n i c a t á t i c a ' d u r a ' e que a c o m b i n a ç ã o dc duas t á t i c a s 'suaves', o u de u m a t á t i c a 'suave' c o m a p e r s u a s ã o racional, é mais eficaz do que qualquer t á t i c a ' d u r a ' sozinha ou combinada.'^^ A efetividadc da t á t i c a t a m b é m depende daqueles que e s t ã o sendo influenciados.^'' As pessoas que cedem às t á t i c a s dc i n f l u ê n c i a mais suaves t e n d e m a ser mais ponderadas, i n trinsecamente motivadas, c o m elevada autoestima e m a i o r desejo de controle; j á as pessoas que aceitam as táticas duras s ã o mais orientadas para a a ç ã o e extrinsecamente motivadas, a l é m de serem mais focadas e m se dar b e m c o m outras pessoas c preferir a r e a l i z a ç ã o dc tarefas estruturadas e controladas p o r outras pessoas do que agir p o r conta p r ó p r i a . pessoas diferem umas das outras em suas h a b i l i d a d e s p o l í t i c a s , o u seja, na Habilidades politicas influenciar os^^outros de forma a alcançar seus cbjetivos. ' • capacidade para influenciar os outros de m o d o a a l c a n ç a r seus objetivos. Aqueles que t ê m habilidade p o l í t i c a s ã o mais eficazes ao utilizarem qualquer u m a das táticas de influência, As habilidades poKticas t a m b é m parecem ser mais eficazes q u a n d o os riscos s ã o altos — tais como aqueles e m que os i n d i v í d u o s s ã o r e s p o n s á v e i s p o r importantes resultados organizacionais. Finalmente, aqueles que t ê m habilidade poHtica p o d e m exercer poder sem que os outros percebam, o que é essencial para ser eficaz (uma vez que ser rotulado como político é extremamente prejudicial).-' Para finalizar, sabemos que as culturas dentro das o r g a n i z a ç õ e s v a r i a m significativamente. Algumas s ã o relaxadas e apoiadoras e outras, formais e conseivadoras. A c u l t u r a 410 Comportamento organizacional organizacional na qual a pessoa trabalha t e r á , portanto, grande influência na definição dc que táticas s e r ã o consideradas apropriadas. Algumas culturas estimulam a participação e consulta; outras encorajam o uso da r a z ã o ; e outras ainda l a n ç a m m ã o da p r e s s ã o . An pessoas que se a d a p t a m à c u l t u r a de u m a o r g a n i z a ç ã o t e n d e m a exercer infiuência com mai,s eficácia."*' M a i s especificamente, os extrovertidos t e n d e m a possuir mais influência nas org a n i z a ç õ e s que v a l o r i z a m o trabalho i n d i v i d u a l ou tarefas t é c n i c a s . Parte dos motivos de as pessoas que se adaptam à cultura serem influentes sc deve ao fato de que elas s ã o capazes dc apresentar u m desempenho especialmente b o m nas á r e a s consideradas mais importantes para o sucesso. E m oiuras palavras, elas .são influentes porque s ã o competentes. Dessa form a , a o r g a n i z a ç ã o \ a i influenciar a d e f i n i ç ã o de qual subconjunto de táticas de influencia s e r á visto c o m o a c e i t á v e l . Bssédío sexual: desigualdade de poder no ambiente de trabalho o a s s é d i o sexual é errado. E t a m b é m pode ser oneroso para as empresas. Basta perguntar para os executivos da fabricante de cigarros Philip M o r r i s c da firma de entregits UPS. U m t r i b u n a l norte-americano decidiu que a Philip M o r r i s t i n h a de pagar uma indcn i z a ç ã o de 2 m i l h õ e s de d ó l a r e s a u m a supeivisora de f á b r i c a que sofreu assédio sexua! por parte de seus subordinados durante quase u m ano. E u m a ex-gerente da U P S ganhou um processo de 80 m i l h õ e s dc d ó l a r e s p o r c o n d i ç õ e s hostis de trabalho na empresa, que nào escutou suas r e c l a m a ç õ e s c o n t r a a s s é d i o sexual. Logicamente, n ã o s ã o apenas as grande> empresas que .se c o m p l i c a m . U m t r i b u n a l concedeu ganho de causa a Janet Bianco, enferm e i r a do N e w York's F l u s h i n g H o s p i t a l , e m u m processo de 15 m i l h õ e s dc dólares que ela moveu pelo a s s é d i o que sofreu nas m ã o s do d o u t o r M a t t h e w M i l l e n Depois do \credicto, Janet a f i r m o u : "Acho que as pessoas n ã o levam a sério a e x p r e s s ã o ' a s s é d i o sexual'. Elas n ã o entendem como isso afeta sua v i d a , n ã o apenas no trabalho, mas e m casa e com oamigos".'-''' A l é m dos perigos legais do a s s é d i o sexual, t a l p r á t i c a o b v i a m e n t e pode ter um impacto negativo no a m b i e n t e de t r a b a l h o t a m b é m . As pesquisas m o s t r a m que ele afeta negativamente as atitudes no t r a b a l h o e leva aqueles que sofreram o a s s é d i o a sair da o r g a n i z a ç ã o . A l é m disso, e m m u i t o s casos, d e n u n c i a r o a s s é d i o n ã o m e l h o r a a situação, pois a o r g a n i z a ç ã o responde de m a n e i r a negativa o u i n ú t i l . Q u a n d o os líderes da organ i z a ç ã o fazem u m e s f o r ç o honesto p a r a acabar c o m os a s s é d i o s , os resultados são muiio mais positivos.-"* Assédio sexual Qualquer a t i v i d a d e indesejada de caráter sexual que afete a relação de emprego de uma pessoa, criando um ambiente de trabalho hostil. O a s s é d i o s e x u a l é definido c o m o qualquer atividade indesejada de c a r á t c r ,se.\ual que afeta o emprego da pessoa c cria u m ambiente de trabalho hostil. N o Brasil, a Lri n " 10.224, de 2 0 0 1 , definiu o a s s é d i o sexual c o m o o c o m p o r t a m e n t o que visa a "constranger a l g u é m c o m o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prev;xlecendo-,-e o agente da sua c o n d i ç ã o de superior h i e r á r q u i c o o u a s c e n d ê n c i a inerentes ao excreíein de emprego, cargo ou f u n ç ã o " . " M a s c o n t i n u a m as c o n t r o \ é r s i a s sobre o que consiiiui. cspcàficomcute, o a s s é d i o sexual. N a ú l t i m a d é c a d a , as o r g a n i z a ç õ e s , de maneira geral, con-eg u i r a m u m c o n s i d e r á v e l progresso no sentido de coibir formas abertas desse ato. Isso indii; contatos fisicos indesejáveis, convites reiterados para encontros q u a n d o a pessoa manife.-ia seu desinteresse e a m e a ç a s coercitivas dc perda de emprego c m caso de recusa a aceitar propostas de c u n h o sexual. O p r o b l e m a hoje está mais centrado nas formas mais sutis de a.ssédio — olhares ou c o m e n t á r i o s indesejados; piadinhas; objetos de cunho sexual no ambiente de trabalho, c o m o fotos sensuais, ou i n t e r p r e t a ç õ e s e r r ó n e a s quanto ao limite exalo onde t e r m i n a a 'amizade' e c o m e ç a o a s s é d i o . U m estudo recente concluiu que 58 p o r cento das mulheres relataram ter tido e.\])er i ê n c i a s c o m comportamentos potencialmente assediosos e 24 p o r cento disseram que sofreram a s s é d i o sexual no trabalho.''- U m p r o b l e m a c o m o a s s é d i o sexual é que ele deponde, a t é certo p o n t o , dos olhos de q u e m o v ê . As mulheres t ê m m a i o r t e n d ê n c i a a \'ci' certos Capítulo 13 Poder e politica 411 comportamentos c o m o assédio sexual. Os homens possuem u m a t e n d ê n c i a m e n o r a ver c o m o assédio sexual certos comportamentos, tais c o m o líeijar a l g u é m , convidar para sair ou fazer piadas de c u n h o sexual. C o m o obser\'am os autores do estudo: " E m b o r a tenha hav i d o progresso na d e f i n i ç ã o de assédio sexual, ainda n ã o está claro qual perspectiva deve ser utilizada".-'^ Assim, apesar de algims comportamentos inega\'clmente serem considerados assédio, os homens e as mulheres divergem a t é certo p o n t o sobre o c|ue ele seja. Apesar disso, para a surpresa dos p r ó p r i o s pesquisadores, o u t r o estudo, realizado no Brasil, ob.servou que a mesma porcentagem de gestores e gestoras, 70 p o r cento, j u l g o u n ã o haver quaisquer d i f e r e n ç a s entre as p r á t i c a s que configuram o a s s é d i o sexual sofrido p o r homens e mulheres." E m todo caso, a m e l h o r política é ser cuidadoso — abster-se de qualcjuer c o m p o r t a mento que possa ser visto c o m o assedioso, mesmo que n à o seja sua i n t e n ç ã o . Leml^re-se de que as pessoas s ã o diferentes, logo, o que você considera u m a piada ou a b r a ç o inocente pode ser visto como assédio pelo outro. COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL INTERNACIONAL Assédio moral e sexual no mundo A força das circunstâncias da vida e, tantas vezes, do trabalho faz que pessoas, aparentemente tranquilas e seguras de si, deíxem-se ficar submissas perante atentados a sua integridade física e m o ral, sejam homens, sejam mulheres. O silêncio e a vergonha que ainda se encontram nos casos d e assédio e d e desrespeito nas relações, essencialmente hierárquicas, são preocupantes e parecem sugerir que, para muitas pessoas, o respeito à dignidade humana pode significar muito pouco. O assédio sexual pode ser conceituado como toda conduta relacionada com a sexualidade que invade, sem permissão, o espaço pessoal, o que facilmente se traduz em um abuso de poder sobre o outro, em geral inferior na hierarquia. Semelhante ao assédio sexual, mas não igual, o assédio moral compreende diversas maneiras psíquicas de intimidação ou de pressão, como um olhar intimidante ou um t o m de voz reprovador Em uma pesquisa que abordou um grupo de trabalhadoras brasileiras, apenas 9 por cento disseram ter sido alvo de assédio sexual. Esperava-se q u e o grupo fosse maior, dado o conhecido erotismo e a sensualidade expressos na linguagem, nas roupas, na música ou na dança d o povo brasileiro. Mas, talvez esse jeito aberto e solto, em que um olhar mais atrevido ou uma conversa mais doce p o d e m ser aceitos sem ressentimentos, justifique por que o assédio nessa amostra foi tão baixo — aliado, obviamente, à vergonha e ao m e d o de repressões pela realização de denúncias. Preocupante é que, das mulheres que se sentiram assediadas, apenas 7,7 p o r cento denunciaram os superiores e 2,6 por cento entraram c o m processos na Justiça, contra 30 p o r cento d e silêncio e 31 por cento d e abandono do emprego. Outro estudo mostrou que 42 por cento dos brasileiros já foram alvo de assédio moral. É possível que essa realidade m u d e , na medida em que o assédio sexual e o assédio moral deixem d e ser motivo d e riso e deboche, bem como quando todas as empresas possuírem fortes programas d e prevenção contra o problema. Na Europa, estimou-se que 3 milhões d e trabalhadores foram objeto d e assédio sexual, juntamente com 13 milhões que foram alvo d e assédio moral. Nos Estados Unidos, o número d e casos de violência não física, que incluem exatamente as intimidações morais, as ameaças, as perseguições e outras formas d e violência verbal ou psicológica, atinge entre 5 e 6 milhões d e trabalhadores. Essa realidade mundial deve ser motivadora d e um espírito d e mudança e não d e resignação. Se um dos objetivos das organizações é manter seus funcionários satisfeitos, empenhados e proporcionar-lhes bem-estar, elas devem primar pelo b o m ambiente e abrir um canal para que todos os casos d e assédio, morais ou sexuais, sejam denunciados. Definitivamente, o silêncio não é solução. Fontes: Baseado em "Assédio sexual: aspectos psicológicos do assédio sexual no ambiente de trabalho ", disponível em: <v.vAv.psicologÍananet. ccfn.br/assedio-sexual-aspectos-psicologicos-do-assedio-sexual-no-ambiente-de-trabalho/1285/>; Luís Graça, "Factores de risco psicossocial no trabalho: assédio moral e outras formas de violência", disponível em: <vwAv.ensp.unl.pt/lgraca/textos188.html; "Assédio moral no trabalho". Portai da Organização Infernacíonaf do Trabalho>. disponível em: <www.oitbrasil.org.br/news/nov/ler_nov.php?id=318ó>; e Maria Ester Freitas, "Assédio moral e assédio sexual: faces do poder pen,'erso nas organizações", disponível em: <www16.fgv.br/rae/artigos/1033.pdf>. 412 Comportamento organizacional A m a i o r i a dos estudos c o n f i r m a que o conceito de poder é fi.mdamental para a comp r e e n s ã o do assédio sexual.''' Isso parece ser verdade independentemente de o assédio partir de u m chefe, de u m colega o u de u m subordinado. E o a s s é d i o sexual tende a ocorrer c o m mais frec[uència q u a n d o a d i f e r e n ç a de poder é maior. O caso chefe-subordinado é o que m e l h o r caracteriza u m a r e l a ç ã o desigual de poder, e m c|ue o poder formal dá ao chefe a capacidade de recompensar e coagin C o m o os subordinados querem avaliaçõcí favoráveis de desempenho, aumentos salariais, e assim p o r diante, fica claro que os clicfcí acabam controlando recursos que a m a i o r i a deles considera importantes e escassos. Portanto, o a s s é d i o sexu^il de u m chefe costuma criar enormes dificuldades para quem está sendo assediado. Sc n ã o hom-er testemunhas, fica a palavra de u m contra a do outro: é a palavra da v í t i m a c o n t r a a do assediador. H a v e r i a outras v í t i m a s desse nresmo chefe e, cm caso po.sitivo, elas estariam dispostas a .se manifestar o u t e r i a m m e d o de sofrer relaliaçòc;;? E m b o r a os colegas n ã o o c u p e m p o s i ç õ e s de poder, eles p o d e m ter influência e usá-la p a r a assediar sexualmente seus pares. N a verdade, apesar de parecer que os colegas particip a m de formas de a s s é d i o menos graves do que as praticadas pelos supervisores, eles são os assediadores mais frequentes nas o r g a n i z a ç õ e s . M a s c o m o os colegas exercem o poder? Na maioria das \'ezes, oferecendo ou negando i n f o r m a ç õ e s , c o o p e r a ç ã o e apoio. O desempenho eficaz da m a i o r i a das tarefas requer a i n t e r a ç ã o e o apoio dos colegas. Isso é particularmente verdadeiro nos dias de hoje, c o m o trabalho e m ec|uipe. Por m e i o da a m e a ç a dc iiào fornecer as i n f o r m a ç õ e s n e c e s s á r i a s para o b o m desempenho de .seu trabalho, seus colena^ p o d e m exen::er poder sobre v o c ê . E m b o r a n ã o receba a mesma a t e n ç ã o que o a s s é d i o perpetrado p o r u m chefe, h á casos de mulheres em p o s i ç ã o de c o m a n d o que p o d e m ser sexualmente assediadas p o r homens que o c u p a m p o s i ç õ e s menos poderosas dentro da o r g a n i z a ç ã o , c o m o aconteceu na PInlip M o r r i s . O f u n c i o n á r i o desvaloriza a m u l h e r p o r m e i o de estereófipos tradicionais {como fragilidade, passividade, falta de c o m p r o m e t i m e n t o c o m a carreira), que t ê m u m refle.xo negali\-o sobre o sexo feminino, a fim obter a l g u m poder sobre ela o u para minimizar as d i f e r e n ç a s de poder entre eles. Cada vez mai.s, t a m b é m , h á casos de mulheres e m posições de poder que assediam seus f u n c i o n á r i o s do sexo oposto. U m estudo recente re\'elou os danos causados pelo a s s é d i o sexual. C o m o é de se esperar, q u e m sofre assédio sexual apresenta m e n o r satisfação no trabalho e reduzido comp r o m e t i m e n t o c o m a o r g a n i z a ç ã o . N o entanto, esse estudo t a m b é m revelou que o assédio sexual debilita a s a ú d e física e mental da v í t i m a . A l é m dis.so, t a m b é m afeta negadvamente o g r u p o e m que a v í t i m a atua, d i m i n u i n d o seu nível de p r o d u t i v i d a d e . Os autores desse estudo c o n c l u e m que o a s s é d i o sexual " é significativa e substancialmente associado a muitos danos"."' J á vimos c o m o o a s s é d i o sexual pode destruir u m a o r g a n i z a ç ã o , sem í á l a r nas própriaN v í t i m a s . M a s isso pode ser evitado. O papel de u m gestor para prevenir o assédio sexual é de suma i m p o r t â n c i a . A seguir, veja algumas maneiras p o r m e i o das quais os administradorep o d e m se proteger e a seus f u n c i o n á r i o s d o a s s é d i o sexual: A Suzano Papei e Celulose i m p l e m e n t o u u m canal formal para receber denúncias d o s funcionários s o b r e casos d e assédio moral o u sexual. Essa o u v i d o r i a está ligada d i r e t a m e n t e ao setor d e recursos h u m a n o s e garante o a n o n i m a t o das pessoas q u e e n t r a m e m contatO- Dessa maneira, a e m p r e s a p r o c u r a i m p e d i r a ocorrência d e casos d e assédio e prestar o a p o i o necessário aos trabalhadores q u e sofrerem a l g u m abuso dessa natureza.^' Capítulo 13 Poder e política 413 1. Ccrtifique-sc dc que exista uma política e m x-igor que defina o que consdtui assédio sexual, i n f o r m a n d o aos funcionaríeis de que p o d e m ser demitidos p o r assediarem sexualmente outra pessoa e estabelecendo procedimentos sobre como prestar queixa. 2. Assegure aos f u n c i o n á r i o s que n ã o sofrerão r e t a l i a ç õ e s se formalizarem u m a reclamação. 3. Investigue cada r e c l a m a ç ã o e notifique o departamento j u r í d i c o e o de recursos humanos. 4. Certifique-se de que os assediadores sejam punidos o u d e m i t í d o s . 5. Organize s e m i n á r i o s internos para conscientizar os f u n c i o n á r i o s sobre as ciuestões que envolvem o a s s é d i o sexual. A v e r d a d e é que os gestores t e m a r e s p o n s a b i h d a d e de p r o t e g e r seus f u n c i o n á r i o s de a m b i e n t e s de t r a b a l h o hostis, mas t a m b é m t ê m de se proteger. Eles p o d e m n ã o saber que u m de seus f u n c i o n á r i o s e s t á sendo assediado s e x u a l m e n t e , mas n ã o t e r c o n s c i ê n c i a n ã o os p r o t e g e d e n t r o da o r g a n i z a ç ã o . Se os investigadores a c r e d i t a r e m que u m gestor p o d e ter t i d o c o n h e c i m e n t o d o a s s é d i o , t a n t o o e x e c u t i v o q u a n t o a empresa s e r ã o responsabilizados. Qolítíca; o poder em ação Q u a n d o as pessoas se r e ú n e m c m grupos, o p o d e r é exercido. Os i n d i v í d u o s p r o c u r a m c r i a r i m i n ú c l e o de poder p a r a , c o m base nele, exercer i n f l u ê n c i a , receber r e c o m pensas e a v a n ç a r na carreira.-"' Nas o r g a n i z a ç õ e s , q u a n d o os f u n c i o n á r i o s t r a d u z e m seu p o d e r c m a ç õ e s concretas, dizemos que e s t ã o fazendo p o l í t i c a . C o m o v i m o s anter i o r m e n t e , aqueles c o m boas habilidades p o l í t i c a s s ã o capazes de u t i l i z a r suas bases de p o d e r de m a n e i r a eficaz.^' ENQUETE COMPORTAMENTAL Como você lida com as políticas de escritório? acontecendo, m a s não participa, 1 0 % Não sabe, 5 % Fonte: Baseado na pesquisa de opinião da Accountemps, realizada com 522 trabalhadores. USA Today, 17 nov. 2CX)8, p. 18, 414 Comportamento organizacional Definição de política organizacional Comportamento político Atividades que não são requeridas como parte do papel formal na organização, mas que influenciam, ou tentam influenciar, a distribuição de vantagens e desvantagens dentro dela. Comportamento político legítimo Comportamento político normal d o dia a dia. Comportamento político ilegítimo Comportamento politico q u e viola as regras d o j o g o . N à o existe escassez de d e f i n i ç õ e s de p o l í t i c a o r g a n i z a c i o n a l . Elas enfocam, essencialmente, o uso do p o d e r c o m o m e i o p a r a influenciar as d e c i s õ e s organizacionais por parte de i n d i v í d u o s que buscam satisfazer interesses p r ó p r i o s sem serem sancionados pela o r g a n i z a ç ã o . " ' Para nossos p r o p ó s i t o s , o c o m p o r t a m e n t o p o l í t i c o nas organizações consiste e m atividades que n à o fazem parte do papel í b r m a l de u m i n d i v í d u o na organiz a ç ã o , mas que i n f l u e n c i a m , o u t e n t a m influenciar, a d i s t r i b u i ç ã o de vantagens e desvantagens d e n t r o dela.^' Essa d e f i n i ç ã o engloba aquilo a que a m a i o r i a das pessoas se refere quando fala de política organizacional. O c o m p o r t a m e n t o politico está fora dos requisitos específicos do trabalho de a l g u é m . Ele d e m a n d a u m a tentativa de utilizar as bases de poder e engloba os esforços para influenciar os objedvos, os critérios o u os |3rocessos usados na tomada dc d e c i s ã o , quando afirmamos que a p o l í t i c a está voltada para a ' d i s t r i b u i ç ã o de vantagens e desvantagens dentro da o r g a n i z a ç ã o ' . Nos.sa d e f i n i ç ã o é suficientemente ampla para incluir v á r i o s comportamentos políticos, c o m o reter i n f o r m a ç õ e s - c h a \ para os tomadores de decisões; parficipar de u m a c o a l i z ã o ; denunciar colegas; d i v u l g a r boatos; deixar \azar i n f o r m a ç õ e s confidenciais sobre as atividades da empresa para a m í d i a ; trocar favores com outras pessoas na o r g a n i z a ç ã o para beneficio m ú t u o ; e fazer lobby a favor de determinado i n d i v i d u o ou de u m a d e c i s ã o dentro da empresa. H á u m a d i m e n s ã o de 'legitimidade' no c o m p o r t a m e n t o p o l í t i c o ? ' - O comportam e n t o p o l i t i c o l e g í t i m o se refere à p o l í t i c a n o r m a l do dia a dia — reclamar com u chefe; ultrapassar a cadeia de c o m a n d o ; f o r m a r coaHzÒes; obstruir as políticas ou decisões organizacionais p o r meio de i n a ç ã o ou de apego excessivo à s regras; desenvolver contatos fora da empresa p o r meio das advidades profissionais. Diferentemente destes, temos o c o m p o r t a m e n t o p o l i t i c o i l e g í t i m o , que viola as regras estabelecidas do jogo. As ati\idades ilegítimas i n c l u e m .sabotagens; d e n ú n c i a s de colegas; protestos s i m b ó l i c o s , como usar roupas inadequadas ou b ó t o n s de protesto, e grupos de f u n c i o n á r i o s que faltam ao trahalho todos no mesmo dia. Aqueles que se dedicam a essas atividades extremas s ã o geralmente considerados individuos cjue 'pegam pesado'. A vasta m a i o r i a das a ç õ e s políticas nas o r g a n i z a ç õ e s é de natureza l e g í t i m a . As razões s ã o p r á t i c a s : as formas extremadas de atividades p o l í t i c a s ilegítimas trazem u m grande risco de sérias s a n ç õ e s , o u a t é de d e m i s s ã o , para aqueles que as exercem e descobrem que nào t ê m poder suficiente para fazê-las f u n c i o n a r A realidade da política Entrevistas c o m gerentes experientes m o s t r a m que a m a i o r i a acredita que o comportamento político constitui a m a i o r parte da v i d a o r g a n i z a c i o n a l . " M u i t o s deles disseram C|uc o c o m p o r t a m e n t o p o l í t i c o é, a l é m de ético, n e c e s s á r i o , desde que n ã o prejudicjue ninguém diretamente. Eles descrevem a p o l í t i c a c o m o u m a maldade n e c e s s á r i a e acreditam que a l g u é m c[ue nunca usa o c o m p o r t a m e n t o politico t e r á m u i t a dificuldade para íázer as coisas. Boa part(' deles t a m b é m i n d i c o u que nunca h a v i a m sido treinados p a r a utilizar o comportamento político de maneira eficiente. A política é u m fato na vida das organizações, e as pes.soas que i g n o r a m esse fato o fazem p o r sua conta e risco. Mas, v o c ê pode se perguntar, p o r que a p o l í u c a tem dc existir? N ã o é possível que u m a o r g a n i z a ç ã o funcione sem ela,' Possível, talvez; mas m u i t o i m p r o v á v e l . As o r g a n i z a ç õ e s s ã o formadas p o r pessoas e grupos c o m diferentes valores, metas c interesses."Isso estabelece u m a base de conflitos potenciais c o m r e l a ç ã o à distribuição de recursos limitados, tais c o m o o r ç a m e n t o s , a l o c a ç ã o de e s p a ç o físico, responsabilidade sobnprojetos e ajustes salariais.'' Se os recursos fo.ssem abundantes, todos os membros da organ i z a ç ã o p o d e r i a m satisfazer os p r ó p r i o s objetivos. C o m o .são limitados, n e m todos os interesses se concretizam. ^Vlém disso, os ganhos de u m i n d i v í d u o ou g r u p o s ã o frequentcmeiiii percebidos pelos demais c o m o vantagens de uns e m d e t r i m e n t o de outros na organização, independentemente dc isso ser o u n ã o verdade. Essas forças c r i a m u m a c o m p e t i ç ã o real pelos recursos limitados entre os membros da o r g a n i z a ç ã o . Capitulo 13 Poder e política 415 Talvez o fator mais i m p o r t a n t e que leva à p o l í t i c a na o r g a n i z a ç ã o seja a p e r c e p ç ã o de que a m a i o r i a dos 'fatos' iirilizados para alocar os recursos limitados é passível de diferentes i n t e r p r e t a ç õ e s . O que é, p o r exemplo, u m bom desempenho? O que é u m a m e l h o r i a ade(juada? O que constitui t i m trabalho insatís/alóno? O 'esforço a l t r u í s t a e m beneficio da o r g a n i z a ç ã o ' p o r parte de u m a pessoa pode ser vnsto p o r o u t r a c o m o u m a 'tentativa ó b \ ' i a de favorecer os interesses pessoais'."' O t é c n i c o de qualquer grande time de futebol sabe que u m goleiro c{ue delende 25 por cento das c o b n m ç a s de pènaJtís, em média, é melhor do que u m que defenda apenas 5 p o r cento. N ã o é preciso ser u m g é n i o nesse esporte para escalar o p r i m e i r o para sua equipe. M a s o que aconteceria se v o c ê tivesse de escolher entre dois goleiros que defendem e m m é d i a 17 p o r cento e 18 p o r cento? Nesse caso, outros fatores — menos objetivos — pesariam: os reflexos, a altura, o potencial, o desempenho e m m o m e n tos de t e n s ã o , a lealdade ao time, e assim p o r diante. M u i t a s das d e c i s õ e s administrativas l e m b r a m mais essa escolha entre m é d i a s de 17 p o r cento o u dc 18 p o r cento do que ac^uela entre u m a m é d i a de 25 p o r cento e o u t r a de 5 p o r cento. É nesse a m p l o e a m b í g u o terreno da vida organizacional — onde os fatos mio falam p o r si mesmos •— que a p o l í t i c a floresce (ver Q u a d r o 13.2). Quadro 13.2 A política está nos ollios d e q u e m a v ê U m c o m p o r t a m e n t o q u e u m a pessoa chama d e 'política o r g a n i z a c i o n a l ' p o d e ser classificado p o r outra c o m o u m e x e m p l o d e ' a d m i n i s t r a ç ã o eficaz'. O f a t o n ã o é q u e a a d m i n i s t r a ç ã o eficaz seja n e c e s s a r i a m e n t e política, e m b o r a , e m alguns casos, ela possa ser. Por e x e m p l o , u m e s t u d o e x p e r i m e n t a l m o s t r o u q u e o c o m p o r t a m e n t o o r i e n t a d o para o p o d e r a p r e s e n t a d o p o r u m f u n cionário e f e t i v o é c o n s i d e r a d o mais l e g i t i m o e m e n o s agressivo d o q u e q u a n d o a p r e s e n t a d o p o r u m f u n c i o n á r i o temporário.'''' Veja os s e g u i n t e s r ó t u l o s , utilizados para descrever os m e s m o s f e n ó m e n o s . Isso s u g e r e q u e a p o l í t i c a , assim c o m o a b e l e z a , está n o s o l h o s d o o b s e r v a d o r . Rótulo: 'Política' Rótulo: 'Administração eficaz' 1. C o l o c a r a culpa nos o u t r o s versus 1. Atribuir responsabilidades 2. Bajulação versus 2. Desenvolver relacionamento d e trabalho 3. Adulação versus 3. Demonstrar lealdade 4. Passar o "abacaxi' versus 4. Delegar autoridade 5. D e f e n d e r sua r e t a g u a r d a versus 5. D o c u m e n t a r as d e c i s õ e s 6. G e r a r conflitos versus 6. Estimular a m u d a n ç a e a i n o v a ç ã o 7. F o r m a r coalizões versus 7. Facilitar o t r a b a l h o e m e q u i p e 8. 'Dedurar' versus 8. M e l h o r a r a eficiência 9. Conspirar versus 9. Planejar c o m a n t e c e d ê n c i a 10. Exceder nas realizações versus 10. Ser c o m p e t e n t e e capaz 1 1 . Ser a m b i c i o s o versus 1 1 . M o s t r a r p r e o c u p a ç ã o c o m a carreira 12. Ser o p o r t u n i s t a versus 12. Ser e s p e r t o 13. Ser astuto versus 13. Ser p r á t i c o 14. Ser a r r o g a n t e versus 14. Ser a u t o c o n f i a n t e 15. Ser perfeccionista versus 15. Ser a t e n t o a o s d e t a l h e s Fonte: Baseado em T. C. Krell, M. E, Mendonhall e J. Sendry, "DoJng research in the conceptual morass of organizational politics", trabalho apresentado na Western Academy of Management Conference, Hollyivood, CA, abr. 1987. 416 Comportamento organizacional Por fim, c o m o a m a i o r i a das d e c i s õ e s precisa ser t o m a d a e m u m c l i m a de ambiguidade — c m que os fatos r a r a m e n t e s ã o objetivos e, p o r t a n t o , p a s s í v e i s de diferenles i n t e r p r e t a ç õ e s — , as pessoas nas o r g a n i z a ç õ e s usam toda e qualquer influência a seu alcance para torcer os fatos e m p r o l de suas metas e interesses. Isso, evidentemente, gera as advidades que chamamos dc polilicagem. Assim, respondendo à pergunta sobre se u m a o r g a n i z a ç ã o pode existir sem política, p o d e r í a m o s dizer que sim, sc todos os membros da o r g a n i z a ç ã o c o m p a r d l h a r e m das mesmas metas e interesses, se os recursos organizacionais n ã o forem escassos e se os resultados dos desempenhos forem totalmente claros e objetivos. M a s isso n ã o se aplica ao mundo organizacional e m que vavemos. ^usas e consequências do comportamento político Fatores que contribuem para o comportamento político N e m todos os grupos e o r g a n i z a ç õ e s s ã o igualmente políticos. E m algumas organiz a ç õ e s , p o r exemplo, fazer p o l í t i c a é u m a atividade e x p l í c i t a e exuberante, enquanto em outras a p o l í t i c a tem apenas u m papel s e c u n d á r i o na i n f l u ê n c i a dos resultados. Por que acontece essa v a r i a ç ã o ? Pesqui.sas recentes identificaram alguns fatores que parecem incentivar o c o m p o r t a m e n t o político. A l g u n s s ã o c a r a c t e r í s t i c a s individuais, originadas das qualidades únicíis das pessoas empregadas na o r g a n i z a ç ã o ; outros sao resultado da cultnra organizacional o u do ambiente i n t e r n o da empresa. A Figura 13.1 ilustra como os fatores individuais e organizacionais p o d e m estimular o c o m p o r t a m e n t o político e criar resultados fa\orá%eis (aumento das recompensas e r e d u ç ã o das p u n i ç õ e s ) , tanto para os indivíduos como para os grupos dentro da o r g a n i z a ç ã o . Fatores individuais N o nível i n d i v i d u a l , os pesquisadores identificaram certos traços de personalidade, necessidades e outros fatores que p a r e c e m estar relacionados com o c o m p o r t a m e n t o p o l í t i c o . C o m r e l a ç ã o aos t r a ç o s de personalidade, descobriu-se que os f u n c i o n á r i o s c o m elevada capacidade de a u t o m o n i t o r a m c n t o , c o m l ó c u s de controle i n t e r n o e c o m grande necessidade de p o d e r t ê m m a i o r t e n d ê n c i a de fazer política.' Fatores q u e contribuem para o c o m p o r t a m e n t o político Fatores individuais • Elevado capacidade de automonitoromento • Lócus de controle inlerno " Alto grau de moquiovelismo • Investimento no organização • Alternativas percebidas de trabalho • Expectativas de sucesso Comportamento político Fatores organizacionais • Realocoçõo de recursos • Oportunidades de promoção • Baixo nível de confiança • Ambiguidade dos papéis • Sistema de avaliação de desempenho pouco cloro • Práticos de recompensa de soma-zero • Processo decisório democrático • Pressões poro o alto desempenho • Cúpula de executivos egocênlricos Baixo ^ Alto Recursos favoráveis • Recompensas ^ ^ ^ ^ e d u ç ã o de puniçce; Capitulo 13 Poder e politica 417 Aqueles c o m e l c \ a d a capacidade de a u t o m o n i t o r a m c n t o s ã o mais sensíveis às s u g e s t õ e s sociais, e x i b e m níveis maiores dc c o n f o r m i d a d e social e c o s t u m a m ser mais habilidosos que os demais no c o m p o r t a m e n t o p o l í t i c o . Por a c r e d i t a r e m que p o d e m c o n t r o l a r seu ambiente, os i n d i v i d u o s c o m l ó c u s dc controle i n t e r n o t ê m mais t e n d ê n c i a a assumir u m a postura p r o a t i \ e a tentar m a n i p u l a r as s i t u a ç õ e s a seu favor. M a s , n ã o ê de surpreender que personalidades m a c i u i a v é l i c a s — caracterizadas pelo desejo de m a n i p u l a ç ã o e de poder — sintam-se c o n f o r t á v e i s em u t i l i z a r a p o l í t i c a c o m o meio de atender aos p r ó p r i o s interesses. A l é m disso, o investimento i n d i v i d u a l na o r g a n i z a ç ã o , as alternativas percebidas e as expectati\as de sucesso i n f l u e n c i a m o g r a u e m ciue u m a pessoa busca meios i l e g í t i m o s de a ç ã o política.^" Q i i a n t o mais a pessoa tiver in\'estido na o r g a n i z a ç ã o e espere desta b e n e f í c i o s futuros, mais ela t e r á a perder se for desligada e m e n o r s e r á a p r o b a b i l i d a d e de ela se envolver e m açÕes p o l í t i c a s c o m meios i l e g í t i m o s . Q i i a n t o mais alternativas de oportunidades de t r a b a l h o u m a pessoa tiver — seja pelo m e r c a d o f a v o r á \ e l , seja p o r possuir talentos o u conhecimentos raros, u m a boa r e p u t a ç ã o ou contatos influentes fora da o r g a n i z a ç ã o — , m a i o r s e r á a p r o b a b i l i d a d e de ela se arriscar c m a ç õ e s p o l í t i c a s ilegítimas. F i n a l m e n t e , se a pessoa tiver baixa expectativa de sucesso c o m a p r á t i c a de meios i l e g í t i m o s , é i m p r o v á v e l que ela siga p o r esse c a m i n h o . A alta expectativa de sucesso no uso de p r á t i c a s ilegais é m a i o r tanto entre os i n d i v í d u o s experientes e poderosos, c o m sofisticadas habilidades p o l í t i c a s , c o m o entre os í t m c i o n á r i o s inexperientes e i n g é n u o s , que c a l c u l a m m a l suas chances. Fatores organizacionais A a t i v i d a d e p o l í t i c a é , p r o v a v e l m e n t e , u m a f u n ç ã o mais das c a r a c t e r í s t i c a s o r g a n i z a c i o n a i s do que das d i f e r e n ç a s i n d i \ ' i d u a i s . Por q u ê ? A m a i o r i a das o r g a n i z a ç õ e s possui u m g r a n d e n ú m e r o dc f u n c i o n á r i o s c o m as c a r a c t e r í s t i c a s i n d i v i d u a i s que acabamos de listar e, m e s m o assim, a e x t e n s ã o d o c o m p o r t a m e n t o político varia amplamente. E m b o r a r e c o n h e ç a m o s o papel que as d i f e r e n ç a s individuais p o d e m ter em fomentar as atividades políticas, as evidências sugerem que .são certas situações e culturas que p r o m o vem comportamentos políticos nas o r g a n i z a ç õ e s . Mais especificamente, quando os recursos de uma o r g a n i z a ç ã o e s t ã o d i m i n u i n d o , o p a d r ã o existente de recursos está m u d a n d o e existem oportunidades de p r o m o ç õ e s , c mais provável que a política venlia à tona.'" A l é m disso, as culturas caracterizadas p o r baixo nível de c o n f i a n ç a , ambiguidade de p a p é i s , sistemas pouco claros de a v a l i a ç ã o de desempenho, p r á t i c a s dc Eilocação de recompensa de soma-zero, processo decisório d e m o c r á t i c o , alta p r e s s ã o para o desempenho e c ú p u l a dc executivos oportunistas p o d e m gerar c o n d i ç õ e s para o surgimento das atixidades políticas.'' Q u a n d o as o r g a n i z a ç õ e s se e n x u g a m para m e l h o r a r a eficiência, pode ser n e c e s s á r i o reduzir os recursos. A m e a ç a d a s pela falta de recursos, as pessoas p o d e m agir politicamente para tentar salvaguardar aquilo que t ê m . Quaisquer m u d a n ç a s , e m especial aquelas que Fazer politica t e n d e a vir à t o n a q u a n d o os recursos organizacionais são escassos. N o final d e 2006 e inicio de 2007, a A g ê n c i a Nacional d e Aviação Civil (Anac) enfrentou u m g r a n d e p r o b l e m a c o m os c o n t r o l a d o r e s d e voos d o s a e r o p o r t o s brasileiros. Em f u n ç ã o d a pouca q u a n t i d a d e d e profissionais, das duras rotinas d e trabalho e d e u m grave a c i d e n t e aéreo, q u e a u m e n t o u a pressão sobre os c o n t r o l a d o r e s , esses profissionais articularam ' o p e r a ç õ e s - p a d r ã o ' , u n i n d o - s e e passando 3 trabalhar d e a c o r d o c o m as regras d e segurança. Em função disso, os o p e r a d o r e s passaram a c o n t r o l a r m e n o s vcos s i m u l t a n e a m e n t e e a realizar paradas d e descanso — algo q u e estava previsto e m seu e s t a t u t o , mas não era c u m p r i d o p e l o excesso d e t r a b a l h o . Isso fez q u e se I formassem grandes filas nos a e r o p o r t o s brasileiros e I pressionou a A n a c a m e l h o r a r as c o n d i ç õ e s d e t r a b a l h o 1 d o s controladores.^^ 418 Comportamento organizacional i m p l i q u e m significativa r c a l o c a ç à o cie recursos na o r g a n i z a ç ã o , p o d e m estimular o conflito e aumentar a ati\ddade p o l í t i c a entre os trabalhadores. As decisões sobre p r o m o ç õ e s t ê m sido consistentemente apontadas como uma das a ç õ e s mais políticas nas o r g a n i z a ç õ e s . As oportunidades de p r o m o ç ã o ou de progresso est i m u l a m as pessoas a c o m p e t i r p o r recursos limitados e a tentar influenciar positivamente o resultado da d e c i s ã o . D a mesma f o r m a , q u a n t o mais baixo o nívei de c o n f i a n ç a dentro da o r g a n i z a ç ã o , mais alto o nível de c o m p o r t a m e n t o poHfico c m a i o r a probabilidade de que este seja do tipo ileg í t i m o . Assim, u m clima de grande c o n f i a n ç a reduz o c o m p o r t a m e n t o político, de maneira geral, e inibe as açÕes ilegítimas, e m particular. A ambiguidade dc p a p é i s significa que o c o m p o r t a m e n t o esperado dos funcionáno> n ã o é claro. Existem, portanto, poucos limites para o escopo e para as funções das açõcs políticas dos f u n c i o n á r i o s . C o m o as ati\idades p o l í t i c a s n ã o s ã o consideradas parte das a t r i b u i ç õ e s do papel f o r m a l d o í í j n c i o n á r i o , q u a n t o m a i o r a ambiguidade do papel, maior a probabilidade de ele realizar essas ati\idades. A a v a l i a ç ã o de desempenho está longe de ser u m a c i ê n c i a exata. Q u a n t o mais as org a n i z a ç õ e s utilizarem critérios subjetivos, enfatizarem u m a linica m e d i d a de resultado ou p e r m i t i r e m a passagem de u m grande inter\'alo de t e m p o entre u m a a ç ã o e sua avaliação, m a i o r s e r á a probabilidade de os f u n c i o n á r i o s recorrerem à p o l í t i c a . Os critérios subjetivodc a v a l i a ç ã o geram ambiguidade. O uso de u m a ú n i c a m e d i d a de resultado encoraja o f u n c i o n á r i o a fazer tudo o c|ue for preciso p a r a 'se sair b e m ' nesse quesito e m detrimento de outras partes importantes do trabalho, que n ã o e s t ã o sendo avaHadas. Por último, o inter\'alo de tempo entre urna a ç ã o e sua a v a l i a ç ã o t a m b é m é u m fator relevante. Quanto m a i o r o p e r í o d o , m e n o r a probabilidade de que o f u n c i o n á r i o seja responsabilizado por seu c o m p o r t a m e n t o político. Q u a n t o mais u m a c u l t u r a organizacional enfatizar a abordagem do tipo soma-zero para alocar suas recompensas, mais os f u n c i o n á r i o s ficarão motivados a fazer política. A abordagem de soma-zero trata o ' b o l o ' das recompensas c o m o algo fixo, fazendo que qualquer ganho de u m i n d i \ í d u o ou g r u p o signifique perdas para os demais. Se cu ganho, você perde! Se 15 m i l reais e m aumentos salariais devem ser d i s t r i b u í d o s entre cinco func i o n á r i o s , qualquer u m que receber mais de 3 m i l reais e s t a r á t i r a n d o dinheiro dos outro.' colegas. Essa p r á t i c a estimula o f u n c i o n á r i o a tentar c o m p r o m e t e r a i m a g e m dos colegas e aumentar a visibilidade do que faz. Q u a n t o m a i o r a p r e s s ã o que u m f u n c i o n á r i o sente p a r a apresentar b o m desempenho, m a i o r a probabilidade de que ele faça políticas. Ser estritamente responsabilizado por resultados gera m u i t a p r e s s ã o nas pessoas para 'ficar b e m na fita'. Se a l g u é m percebe que o futuro dc sua carreira está nos resultados das vendas do trimestre seguinte ou no relatório mensal de p r o d u t i v i d a d e da f á b r i c a , essa pessoa t e r á m o t i v a ç ã o para fazer o que for preciso no sentido dc assegurar que os n ú m e r o s lhe sejam favoráveis. Finalmente, quando os f u n c i o n á r i o s percebem que os i n d i v í d u o s da c ú p u l a da empresa e s t ã o envoKddos e m ativddades políticas, especialmente quando s ã o bem-succdidas e recompensadas p o r isso, cria-se u m c l i m a que favorece a atividade p o l í t i c a . Essa práiica na c ú p u l a da o r g a n i z a ç ã o , de certa f o r m a , d á a p e r m i s s ã o para que os escalões inferiori,f a ç a m o mesmo p o r sugerir que tal c o m p o r t a m e n t o seja a c e i t á \ ' e l . ^ Como as pessoas respondem à política na organização? F á t i m a Lins adora seu trabalho de roteírísta de u m p r o g r a m a h u m o r í s t i c o semanal de T y mas odeia a política i n t e r n a . ' A l g i m s roteiristas passam mais tempo bajulando o p r o d u t o r do que escre\'endo seus textos. E nosso roteirista p r i n c i p a l n ã o esconde que tem seus favoritos. E m b o r a me paguem m u i t o b e m e eu possa realmente exercitar minha criatividade, estou cansada de ter de estar sempre alerta c o n t r a t r a i ç õ e s e de ser obrigada a fazer alarde de minhas c o n t r i b u i ç õ e s . Estou cansada de fazer a m a i o r parte do trabalho c receber apenas u m p o u q u i n h o do c r é d i t o . " Esses c o m e n t á r i o s de F á t i m a s ã o típicos de pessoas que t r a b a l h a m e m ambientes altamente políticos. Todos conhecemos pessoas c^ue r e c l a m a m da p o l í t i c a das empresas em I Capítulo13 Poder e política 419 qtie t r a b a l h a m . M a s c o m o as pessoas reagem, de maneira geral, à política na o r g a n i z a ç ã o ? Vamos examinar as e v i d ê n c i a s . E m nossa discu.ssão anterior, neste c a p í t u l o , sobre os fatores que c o n t r i b u e m para o c o m p o r t a m e n t o p o l í t i c o , focamos os resultados favorá\-eis obtidos pelos i n d i v í d u o s que conseguem ser bem-sucedidos ao fazer p o l í t i c a . M a s os resultados costumam ser p r e d o m i nantemente negativos para muitas pessoas — que n ã o possuem habilidade política ou que n ã o e s t ã o dispostas a p a r t i c i p a r de jogos políticos. A Figura 13.2 resume as e\'idêncías de pesc|uisas sobre a r e h i ç ã o entre a p e r c e p ç ã o da p o l í t i c a na o r g a n i z a ç ã o e os resultados i n d i \iduais.^^ Existe, p o r exemplo, forte e v i d ê n c i a de que a p e r c e p ç ã o da p o l í t i c a na organizaç ã o está negadvamente relacionada c o m a sati.sfação no t r a b a l h o . A p e r c e p ç ã o da política t a m b é m tende a aumentar a ansiedade e o estresse. Isso parece dever-se ao fato de que o i n d i v i d u o sente que pode estar perdendo terreno dentro da empresa p o r n ã o fazer p o l í t i c a ou, pelo c o n t r á r i o , p o r sentir a p r e s s ã o adicional de estar c o m p e t i n d o na arena política.^'' N ã o é surpreendente, portanto, ([ue, cjuando a p o l í t i c a .se t o r n a excessiva, ela pode levar o f u n c i o n á r i o a se d c m i t í r . ' ' ' Por f i m , existem e v i d ê n c i a s de que a poHtica na o r g a n i z a ç ã o pode levar ao d e c l í n i o do desempenho dos f u n c i o n á r i o s , talvez portjue estes vejam a m b i e n tes políticos c o m o injustos, coisa c|ue os desmotiva." Os pesquisadores t a m b é m n o t a r a m diversos qualificadores interessantes. Primeiro, a r e l a ç ã o entre p o l í u c a e desempenho parece ser moderada pelo entendimento que o i n d i v i d u o tem de ' c o m o ' e ' p o r q u ê ' da política na o r g a n i z a ç ã o . " U m a pessoa C]ue tem u m claro entendimento de q u e m c o r e s p o n s á v e l pela t o m a d a de decisões, e do p o r q u ê dc esse i n d i v i d u o ter sido selecionado para a f u n ç ã o , consegue compreender m e l h o r c o m o e p o r que as coisas acontecem daquele j e i t o quando c o m p a r a d o a a l g u é m que n ã o tem esse entendimento sobre o processo deci.sório."'" Q u a n d o a c o m p r e e n s ã o é grande e a p o l í t i c a t a m l i é m , o desempenho tende a subir, pois a pessoa v e r á a atividade política c o m o u m a oportunidade. Isso é consistente c o m o que geralmente se espera dos individuos c o m grande habilidade p o l í t i c a . M a s q u a n d o a c o m p r e e n s ã o é pequena, a p o l í t i c a tende a ser encarada c o m o uma a m e a ç a , o que t e r á u m efeito negativo sobre o desempenho no trabalho. Comportamentos defensivos mporta mentos itivos ou protecionistas e buscam evitar ces, culpabilidade ou jdanças. Segundo, C]uando os fiuicionários veem a p o l í t i c a c o m o u m a a m e a ç a , eles costumam responder c o m c o m p o r t a m e n t o s d e f e n s i v o s — comportamentos reativos e protetores para evitar a a ç ã o , a culpa ou a m u d a n ç a . ' ' " ( O Q u a d r o 13.3 apresenta alguns exemplos desses comportamentos defensivos.) Os comportamentos defensivos e s t ã o geralmente associados a sentimentos negativos c o m r e l a ç ã o ao trabalho e a seu ambiente.''' N o curto prazo, Figura 13.2 R e s p o s t a s d o s funcionários à política na organização Redução da satisfação no trabalho Percepção da Aumento da ansiedade e do estresse pKnlitíca na organização Aumento da rotatividade Declínio do desempenho 420 Comportamento organizacional as p r á t i c a s defensivas p o d e m atender ao interesse pessoal de q u e m as emprega, mas, no longo prazo, isso acaba i m p l i c a n d o u m desgaste. A s pessoas que l a n ç a m m ã o desses artifícios constantemente acham que essa é a ú n i c a f o r m a possível de c o m p o r t a m e n t o e acabam p e r d e n d o a c o n f i a n ç a e o apoio de seus colegas, chefes, subordinados e clientes. Gerenciamento da impressão Sabemos que as pessoas t è m u m interesse constante e m saber c o m o s ã o percebidas e avaliadas pelos outros. Por exemplo, os brasileiros gastam b i l h õ e s de reais e m dietas, academias de g i n á s t i c a , c o s m é t i c o s c cirurgias jjlásticas p a r a se t o r n a r e m mais atraentes,''' da mesma f o r m a que outros povos, c o m o o norte-americano.''^ Ser \asto de m a n e i r a positiva pelos outros pode trazer b e n e f í c i o s p a r a as pessoas nas o r g a n i z a ç õ e s . Isso pode, inicialmente, p c r m i f i r que a pessoa consiga a p o s i ç ã o que deseja na empresa e, u m a vez contratada, Gerenciamento da impressão Processo pelo qual os individuos tentam controlar a impressão que os outros formam a seu respeito. Quadro 13.3 obter a v a l i a ç õ e s f a v o r á v e i s , aumentos salariais maiores e p r o m o ç õ e s mais r á p i d a s . Em um contexto p o l í t i c o , pode ajudar a m e l h o r a r a d i s t r i b u i ç ã o de vantagens a seu favor. O processo pelo qual os i n d i v í d u o s t e n t a m c o n t r o l a r a i m p r e s s ã o que os outros f o r m a m a seu respeito é c h a m a d o g e r e n c i a m e n t o d a i m p r e s s ã o . ' ' ' Todos sc p r e o c u p a m c o m o g e r e n c i a m e n t o d a i m p r e s s ã o ? N ã o ! Q u e m se envolve mais facilmente c o m isso? As pessoas c o m elevado n í v e l de a u t o m o n i t o r a m c n t o . ' ' ' Aquelas com Comportamentos defensivos Evitar ação Superconformação. Fazer u m a i n t e r p r e t a ç ã o estrita d e suas r e s p o n s a b i l i d a d e s a o dizer coisas c o m o " A s regras dizem claramente q u e ..." o u "Essa é a maneira c o m o s e m p r e f i z e m o s i s s o " . Transferindo a responsabilidade. Transferir para outra pessoa a r e s p o n s a b i l i d a d e pela e x e c u ç ã o d e u m a tarefa o u pela t o m a d a d e uma d e c i s ã o . Fazendo-se de bobo. Evitar a tarefa i n d e s e j a d a , f i n g i n d o ignorância o u i n c a p a c i d a d e . Esticando. Prolongar uma tarefa para p a r e c e r s e m p r e o c u p a d o — t r a n s f o r m a n d o , p o r e x e m p l o , u m a tarefa d e duas semanas e m u m t r a b a l h o d e q u a t r o meses. Protelando, Parecer r a z o a v e l m e n t e a p o i a d o r e m p ú b l i c o e n q u a n t o , e m p r i v a d o , nada o u p o u c o faz. Evitar culpa Jogando na defensiva. Esta é uma f o r m a d e l i c a d a d e dizer ' d e f e n d e r a r e t a g u a r d a ' . Refere-se à prática d e d o c u m e n t a r r i g o r o s a m e n t e as atividades para projetar u m a i m a g e m d e c o m p e t ê n c i a e s e r i e d a d e . Jogando pelo seguro. Evadír-se d e situações q u e p o d e m t e r reflexos desfavoráveis. Inclui aceitar a p e n a s projetos q u e a p r e s e n t e m g r a n d e p r o b a b i l i d a d e d e sucesso, c o n s e g u i r a p r o v a ç ã o d o s superiores s e m p r e q u e u m a decisão contiver riscos, qualificar as expressões d e j u l g a m e n t o e assumir n e u t r a l i d a d e n o s c o n f l i t o s . Apresentando justificativas. D e s e n v o l v e r e x p l i c a ç õ e s q u e r e d u z a m sua r e s p o n s a b i l i d a d e p o r u m r e s u l t a d o negativo e / o u p e d i r desculpas para d e m o n s t r a r seu a r r e p e n d i m e n t o , o u a m b o s . Encontrando u m bode expiatório. C o l o c a r a culpa p o r u m resultado n e g a t i v o e m fatores e x t e r n o s q u e n ã o são c o m p l e t a m e n t e responsáveis p e i o o c o r r i d o . Distorcendo. Refere-se à prática d e m a n i p u l a r i n f o r m a ç õ e s p o r m e i o d e d i s t o r ç ã o , e m b e l e z a m e n t o , f r a u d e , apresentação seletiva o u ofuscação. Evitar mudança Prevenindo-se. Tentar prevenir q u e u m a m u d a n ç a a m e a ç a d o r a venha a acontecer. Autoprotegendo-se. A g i r d e maneira a p r o t e g e r seus interesses d u r a n t e u m p r o c e s s o d e m u d a n ç a , r e t e n d o i n f o r m a ç õ e s o u outros recursos. Capítulo 13 Poder e política 421 baixo nível de a u t o m o n i t o r a m c n t o tendem a mostrar u m a i m a g e m consistente c o m sua personalidade, independentemente dos efeitos benéficos o u prejudiciais que isso possa ter. E m c o m p a r a ç ã o , os automonitorados s ã o h á b e i s na leitura de s i t u a ç õ e s e sabem m o l d a r sua a p a r ê n c i a e c o m p o r t a m e n t o para se adequar a cada c i r c u n s t â n c i a . Sc \ê quiser controlar a i m p r e s s ã o que os outros f o r m a m a seu respeito, que t é c n i c a s de gerenciamento de i m p r e s s ã o utilizaria? O Q u a d r o 13.4 resume algumas das mais populares e fornece u m exemplo dc cada u m a . T e n h a e m mente que o gerenciamento da i m p r e s s ã o n ã o significa que as imagens exibidas pelas pessoas sejam necessariamente falsas (embora, é evidente, às vezes o sejam).*''' Desculpas, p o r exemplo, p o d e m ser sinceras. M a s a falsidade pode ter u m alto p r e ç o . Se a i m a g e m autoproclamada n ã o for verdadeira, a pessoa p o d e r á ficar desacreditada. Se v o c ê gritar 'fogo' c o m m u i t a f r e q u ê n c i a , n i n g u é m vai acreditar quando u m i n c ê n d i o esti\'er realmente ocorrendo. Assim, o gerenciamento da i m p r e s s ã o deve ser feito c o m cuidado para que a pessoa n ã o seja vista c o m o mentirosa o u m a n i p u l a d o r a . ' " C o m o exemplo divertido desse p r i n c í p i o , os pardcipantes de u m g r u p o de foco na S u í ç a c r i a r a m i m p l i c â n c i a c o m u m participante que dizia ser a m i g o pessoal da estrela do ténis Roger Federer, que c m u i t o q u e r i d o pelos suíços. C o n t u d o , eles geralmente simpatizavam c o m participantes que d i z i a m apenas .ser grandes ias do tenista.''" O fato i n c o n c e b í v e l de se dizer amigo de pessoas famosas c o m o Federer pode fazer que as pessoas t e n h a m u m a m á p r i m e i r a i m p r e s s ã o de você. Existem situações e m que as pessoas t ê m mais probabilidade de falsear sua i m a g e m ou de se deixar levar p o r essa i m a g e m criada? S i m . S ã o s i t u a ç õ e s caracterizadas p o r m u i t a incerteza ou ambiguidade, c o m poucas i n f o r m a ç õ e s para testar u m a i m a g e m falsa ou que reduzem os riscos associados à i m p r e s s ã o fraudulenta.''-' Por exemplo, os individuos que t r a b a l h a m e respondem remotamente a seus supervisores e m p r e g a m níveis mais elevados de gerenciamento de i m p r e s s õ e s d o que os que t r a b a l h a m de perto c o m seu supervisor.'" A m a i o r i a dos estudos realizados para testar a eficácia das t é c n i c a s de gerenciamento da i m p r e s s ã o a relacionou a dois c r i t é r i o s : sucesso na entrevista e a v a l i a ç õ e s de desempenho. Vamos analisar cada u m deles. As e v i d ê n c i a s i n d i c a m que a m a i o r i a dos candidatos a emprego utiliza as t é c n i c a s de gerenciamento da i m p r e s s ã o nas entrevistas" e que elas, quando usadas, funcionam.'- E m u m dos estudos, os candidatos que empregaram t é c n i c a s de gerenciamento da i m p r e s s ã o foram mais b e m avaliados pelos entrevistadores, sendo que estes declararam que estavam mais inchnados a c o n t r a t á - l o s . ' ' M a i s ainda, q u a n d o os pesquisadores consideraram as credenciais dos candidatos, c o n c l u í r a m que foram apenas as t é c n i c a s de gerenciamento da i m p r e s s ã o que h a v i a m influenciado os entrevistadores. O fato de a q u a l i f i c a ç ã o dos candidatos ser boa o u fraca n ã o fez m u i t a d i f e r e n ç a . Bastou que eles usassem as t é c n i c a s de gerenciamento da i m p r e s s ã o p a r a se d a r e m b e m na entrevista. Q u a n d o trabalhava c o m o a d m i n i s t r a d o r financeiro da subsidiária brasileira d e u m a m i n e r a d o r a francesa, Ernesto Schlesinger e n f r e n t o u m u i t o s p r o b l e m a s c o m o g e r e n c i a m e n t o das impressões realizado p o r outros gestores. Responsável p o r organizar t o d o o o r ç a m e n t o da empresa para os p e r í o d o s posteriores, Schlesinger estabeleceu u m prazo final para q u e as pessoas nvolvidas enviassemdhe a previsão d e entradas e saídas de caixa d e seus d e p a r t a m e n t o s . N a data e s t a b e l e c i d a , poucos haviam c o m u n i c a d o a i n f o r m a ç ã o . " A s pessoas se isentavam d e culpa e j o g a v a m o p r o b l e m a para os outros", diz Schlesinger Para solucionar o p r o b l e m a , o gestor c o n v o c o u uma reunião para q u e t o d o s falassem f r a n c a m e n t e e os p r o b l e m a s fossem r e s o l v i d o s . " 422 Comportamento organizacional Quadro 13.4 Técnicas d e g e r e n c i a m e n t o d a i m p r e s s ã o Conformidade C o n c o r d a r c o m a o p i n i ã o d e a l g u é m para c o n q u i s t a r sua a p r o v a ç ã o . Exemplo: U m g e r e n t e diz a seu chefe: " O senhor está a b s o l u t a m e n t e c e r t o e m seu p l a n o para a reorganização d o escritório regional d o N o r d e s t e . C o n c o r d o p l e n a m e n t e c o m o s e n h o r " . Favores Fazer a l g u m a coisa simpática a a l g u é m para c o n q u i s t a r sua a p r o v a ç ã o . Exemplo: V e n d e d o r para cliente p o t e n c i a l : " T e n h o d o i s ingressos para o t e a t r o hoje à n o i t e e n ã o p o d e r e i usá-los. Fique c o m eles. C o n s i d e r e c o m o u m a g r a d e c i m e n t o p o r t e r g a s t o p a r t e d e seu t e m p o c o m i g o " . Pretextos A p r e s e n t a r explicações para situações d e s a g r a d á v e i s c o m o o b j e t i v o d e minimizar sua a p a r e n t e s e r i e d a d e . Exemplo: U m g e r e n t e d e v e n d a s para seu chefe: " N ó s n o s e s q u e c e m o s d e c o l o c a r o a n ú n c i o n o j o r n a l a t e m p o , mas n i n g u é m r e s p o n d e a esses a n ú n c i o s m e s m o ! " . Desculpas Admitir a responsabilidade por um evento indesejado e n q u a n t o procura o b t e r o perdão. Exemplo: Funcionário para o c h e f e : " S i n t o m u i t o p o r t e r c o m e t i d o u m erro n o relatório. Peço d e s c u l p a s p o r isso". Autopromoção Evidenciar suas m e l h o r e s q u a l i d a d e s , m i n i m i z a n d o seus d e f e i t o s , e c h a m a r a a t e n ç ã o para suas c o n q u i s t a s . Exemplo: U m v e n d e d o r diz a seu chefe: " M a t e u s t r a b a l h o u p o r três anos s e m sucesso para c o n s e g u i r aquela conta. Eu consegui e m seis semanas. Sou o m e l h o r n e g o c i a d o r q u e essa e m p r e s a p o s s u i " . Intensificação A l e g a r q u e a l g o q u e você fez t e m mais valor d o q u e pensa a maioria d o s m e m b r o s d a o r g a n i z a ç ã o . Exemplo: U m jornalista diz a seu e d i t o r : " M e u t r a b a l h o na matéria s o b r e a q u e l e d i v ó r c i o d e c e l e b r i d a d e s r e a l m e n t e i m p u l s i o n o u nossas v e n d a s " ( m e s m o q u e a matéria t e n h a saído a p e n a s na p á g i n a 3 d o c a d e r n o d e e n t r e t e n i m e n t o ) . Bajulação Elogiar os outros p o r suas v i r t u d e s e m u m esforço para p a r e c e r p e r c e p t i v o e a m á v e l . Exemplo: N o v o trainee d e v e n d a s para seu c o l e g a : " V o c ê l i d o u t ã o b e m c o m a r e c l a m a ç ã o d a q u e l e c l i e n t e ! Eu nunca teria c o n s e g u i d o lidar c o m a q u i l o t ã o b e m " . Exemplificação Fazer mais d o q u e precisa e m u m esforço para m o s t r a r c o m o v o c ê é d e d i c a d o e t r a b a l h a d o r . Exemplo: U m f u n c i o n á r i o m a n d a e-mails d e seu e n d e r e ç o profissional q u a n d o trabalha a t é t a r d e para q u e seu supervisor saiba o q u a n t o ele t r a b a l h a . Fontes: Baseado em 8. R. Schlenker, Impression management. Monterey, CA: Brooks/Cole, 1980; W. L Gardner e M. J. Martinko, "Impreis:" management in organizations", Journal of Management, jun. 1988, p. 332; e R. B. Cialdini, "Indirect tatics of image management: beyond baskir.g", em R. A. Gjacalone e R Rosenfeld (Orgs.), Impression management in the organization. Hilisdale, NJ: Lawrence Etibaum Associates, 1969, p, 45-71, Certas t é c n i c a s dc gerenciamento da i m p r e s s ã o f u n c i o n a m m e l h o r do que outras. Oi pesquisadores c o m p a r a r a m os candidatos que utilizavam t é c n i c a s que centravam a realizaç ã o e m si mesmos (chamada autopromoção) aos que usavam t é c n i c a s que focavam lisonjear o Capítulo 13 Poder e p o l í t i c a 423 I entrevistador encontrando á r e a s c m c o m u m (às quais se referem como insinuação). N o geral, os candidatos pareciam usar mais a a u t o p r o m o ç ã o do que a i n s i n u a ç ã o . ' ' A l é m do mais, as táticas de a u t o p r o m o ç ã o talvez sejam mais importantes para o sucesso na entrevista. Os candidatos que t r a b a l h a m para criar u m a a p a r ê n c i a de c o m p e t ê n c i a , aumentando suas r e a l i z a ç õ e s , le\'ando c r é d i t o pelos sucessos e dando satisfações sobre os fracassos v ã o melhor nas entrevistas. Esses efeitos v ã o a l é m da entrevista: os candidatos que usam mais as táticas de a u t o p r o m o ç ã o parecem obter mais visitas de acompanhamento, mesmo depois de fazerem os ajustes c o m r e l a ç ã o à m é d i a geral das notas, g é n e r o e tipo de trabalho. A i n s i n u a ç ã o t a m b é m funciona b e m e m entrevistas; os candidatos que elogiam o entrevistador, concordam c o m suas o p i n i õ e s e enfatizam p r e f e r ê n c i a s comuns entre os dois se saem m e l h o r do que os outros c[ue n ã o fazem isso.'*' COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL NA MÍDIA A As desculpas estão por toda parte s desculpas são uma maneira de administrar as impressões de forma a evitar repercussões negativas de nossas ações. N o entanto, a julgar por algumas evidências recentes d e absenteísmo, as desculpas são também uma chance para os empregados utilizarem seu lado criativo. Um levantamento de 2007 com aproximadamente 7 mil empregados e 3 mil executivos contratantes revelou algumas desculpas muito criativas para o atraso ou falta ao trabalho: "Alguém estava me seguindo, então eu dirigi por toda a cidade tentando despistá-lo." "Meu cachorro discou 190 e a polícia quis me interrogar sobre o que realmente tinha acontecido," "Minha namorada ficou zangada e destruiu todas as minhas roupas íntimas," "Uma onça escapou de uma reserva e ficou me perseguindo sempre que tentava sair d e casa." "Um gambá entrou em casa e deixou todos os meus uniformes malcheirosos," "Minha sogra me envenenou." "Minha sogra está na prisão." "Eu assoei o nariz tão forte que minha coluna se deslocou." "Minha vaca me mordeu," "Engordei demais e não consigo vestir minhas calças para trabalhar." Apesar de ter d e dar altas notas aos 'desculpadores' por sua originalidade, nós seriamente duvidamos que os superiores fossem acreditar nessas desculpas. Dar desculpas deve ser uma das poucas áreas em que é possível ser 'criativo demais'. Portanto, se você está considerando dar uma desculpa no trabalho para se livrar d e alguma enrascada, leve em conta os seguintes fatores: 1. As desculpas p o d e m ser eficientes. As pesquisas indicam que, em geral, as desculpas efetivamente isentam o indivíduo da culpa. 2. As desculpas algumas vezes são ineficientes. O fato d e as desculpas em geral funcionarem não significa que sempre funcionam. O tiro pode sair pela culatra quando (a) falta credibilidade, (b) apoia-se em condições que parecem facilmente se repetir e {c} reflete autoabsorção — a desculpa serve apenas para livrar você e é originada de um fato relativo a sua vida. Então, se você está pensando em usar uma desculpa, deve certificarse de que ela é verossímil, que reflete um evento único e que não é auto-orientada. 3. Use desculpas seletivamente. Se você usa desculpas com frequência, não terá credibilidade nem quando sua desculpa for legítima. As desculpas também p o d e m pôr em risco a percepção d o caráter daquele que as utiliza. Então, questione a si mesmo se, em vez de assumir a culpa por um evento negativo, você prefere ter seu caráter colocado à prova. Fontes: Baseado em J. M. Tyler e R. S. Feldman, "The Dougle-Edged Sv/ord of Escuses: When Do They Help, When Do They Hurt", Journal of S-"Jai& Clinicai Psichoiogy, 26. n.ó, 2007, p. 059-688; K. Gurchiek, "Sorry l'ni Late; A Raccoon Stole Ivly Shoe", HRWeak, 29 maio 2007, disponível f.7o: <v.v.-.v.shrm.org/hrne\vs_publÍEhed/archives/CMS_0216B4.asp>; e K. Gurchiek, "Runawoy Horses, Charging Buffalo Kept Workers Home in Có", HRWeek, 28 dez. 200ó, disponível cm: <>.-,v.v;.shrm.org/hrnews_publÍ5hed/archives/CMS_019743.a5p>. 424 Comportamento organizacional J á no caso d a s a v a l i a ç õ e s de desempenho, o q u a d r o c ligeiramente diferente. A insin u a ç ã o está relacionada de m a n e i r a positiva ã classificação de desempenho, o que significa que aqueles q u e a p r a t i c a m c o m seus supcnisores recebem a v a l i a ç õ e s melhores. No entanto, a a u t o p r o m o ç ã o parece dar errado: aqueles c}ue se a u t o p r o m o v e m de fato parecem receber baixas avahaçÕes de desempenho." H á u m i m p o r t a n t e qualificador para esse resultado geral. Ele mostra que i n d i v í d u o s c o m grande habilidade p o l í t i c a s ã o capazes de t r a d u z i r o gerenciamento de i m p r e s s õ e s e m a v a l i a ç õ e s de alto desempenho, ao passo qin' aqueles c o m pouca habilidade p o l í t i c a s ã o mais facilmente prejudicados em suas tent:ui\'as de gerenciamento da i m p r e s s ã o . ' ' ' O u t r o estudo c o m 760 m e m b r o s do conselho d a dirctoria descobriu c|ue os i n d i v í d u o s que se i n s i n u a m ao membros da d i r e t o r i a (expressam acordo c o m o diretor, c h a m a m a a t e n ç ã o para atitudes e o p i n i õ e s compartilhadas, elogiam o diretor) a u m e n t a m suas chances de obter o emprego."'' O que explica esses resultados? Se pensar a respeito deles, eles farão sentido. A insinuaç ã o sempre funciona porque qualquer u m — tanto entre\ist;Klores como supemsores — gosta de ser tratado de f o r m a gentil. N o entanto, a a u t o p r o m o ç ã o talvez só funcione e m entre\'istas e n ã o no trabalho porque, enquanto o entrevistador n à o t e m ideia se v o c ê está mentindo c o m r e l a ç ã o as suas r e a l i z a ç õ e s , o s u p e r \ à s o r sabe porque o trabalho dele é obscná-lo. Portanto, se v o c ê for se autopromover, lembrc-se de que o que funciona e m uma entre\ista n à o f u n c i o n a r á q u a n d o estiver no trabalho. ética no comportamento político E m b o r a n ã o existam c r i t é r i o s absolutos para d i l é r e n c i a r as a ç õ e s políticas éticas daa n t i é t i c a s , h á algumas cjuestÕes que merecem ser consideradas. Por exemplo, qual c a utilidade de se envolver c o m p o l í t i c a ? As \'ezcs nos envolvemos e m comportamentos políticopor u m a r a z ã o pouco significativa. M e n t i r a s taK'ez sejam o exemplo extremo do gerenciam e n t o da i m p r e s s ã o , mas muitos de n ó s distorcemos i n f o r m a ç õ e s para transformá-la,s em u m a i m p r e s s ã o favorável. Temos de ter e m mente sc isso realmente vale o risco. Outra pergunta a ser feita é: s e r á que a utilidade de se envolver e m p o l í t i c a compensa qualquer dano (ou dano e m potencial) que v a i causar aos outros? Elogiar o supen.isor sobre sua aparência para o bajular é provavelmente m u i t o menos prejudicial do cjue apropriar-sc do crédito de u m projeto que é de merecimento de outros. E n f i m , a atividade p o l í t i c a está e m c o n f o r m i d a d e c o m os p a d r õ e s de equidade cjustiça? As \'ezes, é difícil pesar os custos e b e n e f í c i o s de u m a a ç à o p o l í t i c a , mas eticamente isso n ã o deixa d ú v i d a s . O chefe de departamento que m e l h o r a a a v a l i a ç ã o de desempenho de u m f u n c i o n á r i o cjuerido c p i o r a a de q u e m n ã o gosta — utiHzando essas avaliações para justificar u m a u m e n t o de s a l á r i o p a r a o p r i m e i r o e nada para o segimdo — está cometendu u m a injusriça c o m este. Infelizmente, as pessoas poderosas p o d e m se t o r n a r mestres e m discursos que explicam seus c o m p o r t a m e n t o s e interesses pessoais c o m o sendo dc interesse da organização. Elaconseguem persuadir os outros de que açÕes injustas s à o , na verdade, justas e corretas. De fato, as pessoas imorais p o d e m tentar justificar qualquer c o m p o r t a m e n t o . Os poderoso.-, ardculados c persuasivos s ã o mais propensos a u m c o m p o r t a m e n t o c o n t r á r i o à ética, poii conseguem se safar c o m sucesso de suas p r á t i c a s a n t i é t i c a s . Q u a n d o enfrentar uni dilema ético c o m r e l a ç ã o à p o l í t i c a organizacional, procure considerar se vale a pena correr o nsco fazendo p o l í t i c a e se os outros s e r ã o prejudicados ness(í processo. Se v o c ê possui uma boa base de poder, r e c o n h e ç a que o p o d e r pode c o r r o m p e r Lembre-se: é m u i t o mais fácil para aqueles que d e t ê m pouco p o d e r a g i r e m de m o d o é t i c o , sc n ã o p o r outras razões, pelo fato de quase n à o terem i n i l u è n c i a p o l í u c a a ser explorada. Capítulo 13 Poder e política 425 D mplícações globais E m b o r a a c u l t u r a possa entrar e m qu;iisquer dos t ó p i c o s que citamos a t é agora, três perguntas s ã o p a r t i c u l a r m e n t e importantes: (1) A c u l t u r a influencia as p e r c e p ç õ e s políticas? (2) A c u l t u r a afeta a preferencia das pessoas p o r determinadas táticas de influencia? e (3) A cultura influencia a eficácia de táticas diferentes? Percepções políticas Notamos anteriormente {baseados e m pcscjuísas realizadas sobretudo nos Estados U n i dos) que, quando as pessoas veem seu ambiente de trabalho como político, as c o n s e q u ê n cias e m seu c o m p o r t a m e n t o e adtudes no trabalho de m o d o geral s ã o negativas. U m estudo recente, no entanto, sugeriu que as p e r c e p õ e s políticas possuem os mesmos efeitos negativos na N i g é r i a . Q u a n d o os f u n c i o n á r i o s de duas a g ê n c i a s na N i g é r i a perceberam seus ambientes de trabalho como políticos, eles relataram altos níveis de estresse e ficaram menos propensos a ajudar seus colegas. Portanto, e m b o r a os p a í s e s e m desenvolvimento, como a N i g é r i a , talvez sejam mais a m b í g u o s e políticos, as c o n s e q u ê n c i a s negativas parecem ser as mesmas que nos Estados Unidos.'"' Preferência por táticas de influência As e \ i d ê n c i a s i n d i c a m que as pessoas e m p a í s e s diversos tendem a preferir t á d c a s de i n fluência cUfercntes.'" Por exemplo, u m estudo que c o m p a r a executivos nos Estados U n i d o s e na C h i n a descobriu que os norte-americanos preferem p e r s u a s ã o racional, ao passo que os chineses preferem as t á t i c a s de coalizão."^ Essas d i f e r e n ç a s tendem a ser coerentes c o m os \-alores desses dois países. A r a z ã o é coerente c o m a p r e f e r ê n c i a norte-americana pela conf r o n t a ç ã o direla e peio tiso de p e r s u a s ã o racional p a r a influenciar os outros a resolverem as d i f e r e n ç a s . D a mesma f o r m a , as t á t i c a s de coalizíio s ã o coerentes c o m a p r e f e r ê n c i a chinesa para usar abordagens indiretas para pedidos difíceis o u controversos. N o Brasil, u m estudo concluiu que a t á t i c a mais utilizada t a m b é m é a p e r s u a s ã o racional, p o r sua efeti\idade na influência, m e l h o r desempenho gerado no trabalho e cjualidade do relacionamento m a n t i do c o m os colegas de trabalho."' As pesquisas t a m b é m m o s t r a m que os i n d i \ í d u o s nas culturas individuaHstas ocidentais tendem a se en\-olvcr mais e m a u t o a p r i m o r a m c n t o {como a a u t o p r o m o ç ã o ) do que aqueles nas culturas orientais mais coletivistas.'"' Eficácia das táticas de influência Nossas c o n c l u s õ e s acerca da resposta às p o l í t i c a s s à o globalmente válidas? Devemos esperar que os trabalhadores na A r g e n r i n a , p o r exemplo, reajam da mesma maneira à política no local de trabalho c|ue os f u n c i o n á r i o s na C o r e i a do Sul? Quase todas as nossas conclusões a respeito das r e a ç õ e s dos f u n c i o n á r i o s às políticas organizacionais s à o baseadas c m estudos realizados na A m é r i c a do N o r t e . Os poucos estudos que i n c l u í r a m outros países, entretanto, sugerem poucas m o d i f i c a ç õ e s . ' ' ' U m a pesquisa c o m executí\-os na c u l t u r a norteamericana e em três diferentes regiões chinesas ( C h i n a C o n t i n e n t a l , H o n g K o n g e Taiwan) descobriu que os norte-americanos avaliaram as t á t i c a s de ' p e r s u a s ã o gentil', como a consulta e o apelo inspiracional, como sendo mais eficazes do que as dc seus colegas chineses.'''' E m outro exemplo, os israelenses e os b r i t â n i c o s parecem geralmente responder da mesma maneira que os norte-americanos — ou seja, sua p e r c e p ç ã o de p o h í i c a organizacional está relacionada à d i m i n u i ç ã o da safisfação no trabalho c ao aumento da rotatividade de empregados.''' M a s , e m p a í s e s mais politicamente instáveis, como Israel, os f u n c i o n á r i o s parecem demonstrar u m a t o l e r â n c i a m a i o r ao intenso processo poKtico no local de trabalho, talvez porque eles estejam acostumados à guerra de poder e tenham mais e x p e r i ê n c i a e m participar do processo político.'"' Isso sugere que as pessoas de p a í s e s politicamente turbulentos do O r i e n t e M é d i o ou da A m é r i c a L a t i n a p o d e m aceitar m e l h o r as políticas organizacionais e 426 Comportamento organizacional a t é tenham p r o p e n s ã o a utilizar certas políticas agressi\as no local de traljalho, diférciucmente dos trabalhadores de países c o m o a G r ã - B r e t a n h a e a S u í ç a . ^sumo e implicações para os gestores Se deseja C|ue as coisas sejam executadas e m m n g r u p o o u o r g a n i z a ç ã o , \ o c è precisa ter podei". Ck)nio u m gestor que pretende m a x i m i z a r o poder, aumente a dependência dos outros e m r e l a ç ã o a v o c ê . V o c ê pode, p o r exemplo, a u m e n t a r seu podei- sobre seu chefe desenvolvendo conhecimentos o u talentos dc f|ue ele necessita e para (js quais nào tem u m substitiuo ã a l t u r a . M a s v o c ê n à o e s t a r á sozinho nessa tentativa de construir sua^ bases de jíocler. O u t r a s pessoas, especialmente seus cíjlegas e subordinados, \'ào procurar t o r n á - l o dependente deles, enc|uanto \-ocê de\'e t e n t a r m i n i m i z a r sua dependência deles e m a x i m i z a r a d e p e n d ê n c i a dos outros e m r e l a ç ã o a \ o c ê . O restiliado é uma batalha continua. Poucos f u n c i o n á r i o s s ã o indiferentes ao fato dc n ã o deter poder no trabalho e na organ i z a ç ã o . Costuma-se argumentar, p o r exemplo, cjue, q u a n d o as pessoas nas organizações sr t o r n a m ciiííceis, discordantes e temperamentais, a causa j)ode ser o fato de que as expcciativas de desempenho excedem seus recursos e suas capacidades, fazendo qLie elas se sintam sem poder. As pessoas respondem de m a n e i r a diferente à s diversas bases de poder."' O poderdr c o m p e t ê n c i a e de r e f e r ê n c i a d c r i \ a m p r i n c i p a l m e n t e das qualidades pessoais do indivíduo. J á o poder de c o e r ç ã o , recompensa e legitimidade s à o essencialmente deri\ados da organ i z a ç ã o . C o m o as pessoas t e n d e m a aceitar e a se c o m p r o m e t e r c o m mais entusiasmo com u m indi\'ídtio cpie a d m i r a m e ctijo talento respeitam (mais do que c o m a l g u é m que utili>:a seu cargo para r e c o m p e n s á - l o s ou coagi-los), o uso eicti\'o do poder de c o m p e t ê n c i a e dr r e f e r ê n c i a pode c o n d u z i r a ní\'eis mais altos de desempenho, c o m p r o m e t i m e n t o c satisfiiçào dos funcionários.-'" A c o m p e t ê n c i a parece especialmente atraente, e seu uso como ba.^ede poder resulta em m e l h o r desempenho para os membros do grupo. A mensagem para ogestores e n t ã o é: "desenvoKam e utilizem sua base de poder de c o m p e t ê n c i a ! " O poder de seu chefe tambéi-n pode ter u m papel na d e t e r m i n a ç ã o de sua satisfaçam no trabalho. " U m dos motivos pelos quais gostamos de trabalhar para e com pessoas poderosas c que geralmente elas s ã o mais a g r a d á \ - c i s —- n ã o em f u n ç ã o de sua natureza, mas porque a r e p u t a ç ã o e o poder lhes p e r m i t e m mais discernimento e m a i o r capacidade para delegar tarefas.'"" O gestor ehcaz aceita a natureza p o l í t i c a das o r g a n i z a ç õ e s . A o a\*alíar o componam e n t o dentro de u m a perspectiva p o l í t i c a , v o c ê é mais capaz de prever as açÕes dos outms e de utilizar essas i n f o r m a ç õ e s para f o r m u l a r e s t r a t é g i a s p o l í t i c a s que possan-i trazer \'aiuagens para \ ' o c ê e para sua unidade de trabalho. iMgumas pessoas s ã o mais 'politicamente astutas' do que outras, o que significa (|ue elas t ê m mais c o n s c i ê n c i a da política subjacente c conseguem gerenciar imi^ressÕes. .Aqueles que s à o lions e m fazer p o l í t i c a conseguem melhores a\'aliaçÕes de desempenho e. pi>r isso, maiores aumentos salariais e mais p r o m o ç õ e s do c|ue os f u n c i o n á r i o s politicamente menos h á b e i s ou mais ingénuos.''-' Os politicamente astutos t a m b é m parecem exibir maior satisfação profissional e m e l h o r capacidade dc neutralizar as jiressòes no trabalho."' Para cu menos h á b e i s politicamente ou os cpie n à o querem p a r t i c i p a r dos jogos políticos, a perce|)ç ã o da jjolítica na o r g a n i z a ç ã o e m geral está relacionada à baixa satisfação no traballio c ao baixo desempenho, ao aumento dc ansiedade e à m a i o r rotatividade. Capítulo 13 Ponto Poder e política 427 Contraponto Gerenciar impressões por meio de mentiras é antiético G erenciar impressões é errado tanto por razões éticas como práticas. Primeiro, administrar impressões é apenas outro nome para a mentira. Não temos a responsabilidade, tanto para nós mesmos como para os outros, de nos apresentar como realmente somos? O filósofo australiano Tony Coady escreveu: "A desonestidade sempre foi percebida em nossa cultura e em todas as culturas, com exceção das mais bizarras, como um dos principais vicios do ser humano". O imperativo categórico de Immanuel Kant nos pede para considerar o seguinte: se você quiser saber se contar uma mentira em uma ocasião em particular é justificável, tem de tentar imaginar o que aconteceria se todos mentissem. Com certeza, você concordaria que um mundo no qual ninguém mentisse seria preferível a um no qual t o d o mundo mente, pois em tal mundo nunca poderíamos confiar em ninguém. Portanto, devemos tentar apresentar a verdade o melhor que podemos. O gerenciamento da impressão vai contra essa virtude. Na prática, o gerenciamento da impressão não fundona a longo prazo. Lembremos o ditado de Sir Walter Scott: " O h , que teia confusa tecemos, quando começamos a ludibriar!" Uma vez que começamos a distorcer os fatos, onde vamos parar? Muitas pessoas t è m passado por maus bocados ao prestar informações falsas sobre seus currículos aos empregadores. Muitos jovens jogadores de futebol, por exemplo, veem suas carreiras sendo arruinadas ao serem punidos por mentir a idade para poder jogar e se destacar em categorias com atletas mais jovens. Alguns ministros da administração Lula também passaram por problemas ao 'inflarem seus currículos', afirmando terem diplomas que não possuíam." Atualmente, muitas faculdades já divulgam códigos de ética instruindo seus estudantes a fornecerem apenas informações verdadeiras em seus currículos e os obrigando a serem honestos nas entrevistas. As pessoas são mais satisfeitas com seu trabalho quando seus valores combinam com a cultura das organizações. Se ambas as partes são mal representadas por elas mesmas no processo de entrevista, então as chances são de que as pessoas não serão adequadas às organizações escolhidas. Qual é o benefício nisso? Isso não implica que a pessoa não deva dar seu melhor, mas significa exibir qualidades que são boas, não importa o contexto — ser gentil, positivo e autoconfian, te, qualificado e competente — e, ao mesmo t e m p o , ; continuar sendo honesto. O ra, por favor! Desça d o salto! Todo mundo camufla até certo ponto no processo de solicitação de emprego. Se você realmente faiasse ao entrevistador qual é sua maior fraqueza e seu maior erro, jamais seria contratado. E se respondesse: "Eu acho difícil acordar cedo e ir ao trabalho"? As 'mentirinhas inofensivas' são esperadas e funcionam como um t i p o de lubrificante sociaL Se soubéssemos de fato o que as pessoas pensam, ficaríamos loucos. Além d o mais, você p o d e citar toda a filosofia que quiser, mas às vezes é necessário mentir Você não mentiria para salvar a vida de sua família? É ingénuo pensar que podemos viver em um mundo sem mentiras. Às vezes, um pouco de simulação é necessário para conseguir um emprego. Conheço um candidato homossexual q u e foi rejeitado em um emprego q u e queria muito porque ele disse ao entrevistador que tinha escrito dois artigos para revistas voltadas ao público homossexual. E se ele tivesse contado uma mentirinha ao entrevistador? Seria prejudicial de fato? Pelo menos ele conseguiria o emprego. Q u a n d o um entrevistador lhe pergunta quanto ganhava em seu último e m p r e g o , tal informação será usada contra você para lhe pagar um salário mais baixo d o que merece. É errado aumentar seu salário um pouco? Ou seria melhor revelar seu salário de fato e ficar em desvantagem? O mesmo acontece ao elogiar os entrevistadores, concordar com suas opiniões, e assim por diante. Se um entrevistador lhe diz: "Acreditamos em envolvimento comunitário", você diria a ele que nunca foi voluntário? É claro q u e às vezes pode-se ir longe demais. Não estamos defendendo que as pessoas fabriquem totalmente suas experiências. O que estamos falando aqui é de uma quantidade razoável de administração da impressão. Se podemos nos ajudar sem causar nenhum dano real, o gerenciamento da impressão não é a mesma coisa que mentir e, na verdade, é algo que deveríamos ensinar aos outros. 428 Comportamento organizacional Questões para revisão 1. Como você clcfiniiia poder? Q i i a l c sua diferença com relação à liderança? 6. Quais s ã o as causas c c o n s e q u ê n c i a s do comportamento político? 2. Quais são as cinco bases do poder? 7. O ciue é o gerenciamento dc impressões c quais sào as técnicas para gerenciá-las? 3. Quais são as no\ táticas dc influência? 4. De que maneira o assédio sexual está relacionado ao abuso de poder? 5. O que é comportamento político e como você distinguiria o comportamento político legítimo do ilegítimo? 8. Como a l g u é m pode determinar se a a ç ã o política c clicaí' 9. C o m o a cultura intluencia as percepções políticas, preferências por diferentes táticas de influência e a eficácia dessas táticas? Exercício em grupo I n f l u e n c i a n d o a massa O professor deverá identificar ao menos três grupos existentes na classe, formados por alunos que costumam sentar próximos, sairjuntos, conversar durante a aula e que tenham interesses semelhantes. Caso necessário, ele p o d e r á perguntar aos alunos quais são os grupos existentes na turma. O objetivo da ati\'idade será organizar u m evento que reunirá, em um mesmo lugar, todos os alunos. Nesse evento, todos deverão licar juntos, comer e beber as mesmas coisas, ouvir a mesma música e realizar as mesmas atixidades dc lazer. Depois de dÍ\ididos, cada grupo vaí se separar e eleger um representante para participar de uma r e u n i ã o com os re])resentantes dos demais grupos. Antes do encontro, os ' l i deres' o u \ i r ã o as preferências dos membros de sua equipe .sobre o evento. Enquanto os representantes debatem separadamente em um dos cantos da sala, os grupos deverão continuar pensando nas atraçõcs do c\-ento c cm outras coisas que poderiam ser interessantes para o encontro. Após a primeira rodada da r e u n i ã o , cada representante '\'isitará' outro grupo para apresentar suas ideias e tentar angariar apoio. Eles v o l t a r ã o para o 'canto da reunião", discutirão mais u m pouco c, posteriormente, irão ao grupo ainda n ã o visitado para buscar apoio. A o final, cada representante formulará uma ideia para o e\'ento e terá dois minutos para apresentá-la na frente da sala. Os demais alunos escolherão a melhor o p ç ã o em uma \'olaçà'i, Questões 1. Quais sào as táticas de influência que puderam ser percebidas pelos três representantes em sua reunião? E pelos membros dos grupos nas \isilas recebidas? 2. O representante da ideia vencedora utilizou predominantemente qual tática? 3. Foi possível perceber características políticas no coniporlamento dos representantes? Quais? 4. Como as amizades dos membros dos grupos com seus representantes afetaram a decisão do voto? Dilema ético I Avaliando a ética d o p o d e r De maneira geral, os trabalhadores buscam ascender nas organizações e desenvolver suas carreiras. Existe uma série de fatores que incentivam esse desejo: uma melhor remuneração, mais slalits, maior poder e autonomia para tomar decisões e o sentimento de reconhecimento pelo bom trabalho desempenhado. Realizar muito bem suas tarefas, entretanto, n ã o é garantia dc uma p r o m o ç ã o e isso ocorre por duas razões principais: seu superior pode n ã o querer perder u m bom funcionário e você pode n ã o ter uma boa relação com a pessoa que d e t é m o poder para promovê-lo. Diante disso, h á uma série de maneiras que podem ser utilizadas para conseguir mais poder c \-ísibilidade nas or- ganizaçÕes e, cm última instância, a t ã o desejada asccnsàa Entretanto, muitas delas podem ser \'istas como pouco ctÍGis. A\'alie as situações listadas a seguir e discuta com seus colegai se as práticas apresentadas são éticas e justas ou não: ' Esforçar-sc para ter uma boa relação com seu superior, criando u m forte laço de amizade com aquele que pode promovê-lo; • Guardar para si informações relevantes sobre a empresa c o m o u m a forma dc aumentar seu poder de influência sobre outros membros; Ser contra a contratação de u m candidato que pode \ír a desempenhar melhor que você as tarefas rcídízadas Capitulo 13 • Esconder suas técnicas de trabalho que s à o seu difcrcncial c garantem o b o m desempenho que \c tem; • Manter uma amizade com o chefe de seu chefe, tor- • Poder e política 429 Procurar manter contatos únicos com clientes e for- nccedores da empresa, ganhando poder na organi/aÇ''»" ^'-•"flo opções de trabalho em caso de demissão, nando-se um protegido dele c passando a ser bem tratado por seu superior dirclo; Estudo de caso 1 o garçom bajulador Alberto Saraiva é fundador da rede de comida á r a b e H:ibib's, que possui mais de 200 lojas e m lodo o Brasil, c um frequentador das lojas do grupo. E n i suas visitas, o cxecuti\'0 n ã o se l i m i t a a avaliar os ser\'iços prestados c o n ú m e r o de clientes nos restaurantes: ele costuma se sentar a u m a mesa com sua família e j a n t a r no restaurante. Foi exatamente após uma dessas visitas que o executivo resolveu conceder a um dos alendcntes da empresa o p r é m i o de melhor g a r ç o m da rede. Dc acordo com Saraiva, Rodrigo era um finicíonárío que parecia exemplar. Sempre com seu uniforme arrumado e o cabelo penteado, o g a r ç o m era muito simpático e atencioso, con\crsa\'a com o dono da rede e sua esposa e brincava com os filhos do casal quando eles \ i s i t a \ a m a loja. /Vlém da boa recepção, Rodrigo t a m b é m era muito educado no atendimento e atento a todos os detalhes: ele "sabia que meu chope preferido é com pressão e três dedos de colarinho" e nunca dcixa\'a faltar bebidas, conta o executivo. E m função da simpatia do g a r ç o m e do atendimento exemplar. Saraiva estava resolvido a dar a Rodrigo o p r é m i o de melhor g a r ç o m dc toda a rede. Para fundamentar sua escolha, ele convocou ao escritório geral do Habib's o gerente e a secretária financeira da loja onde o funcionário trabalhava. Seu objetivo era a\'aliar o desempenho do g a r ç o m , verificando quais e quantos produtos ele vendia para comparar com os demais atendentes. Saraiva estava certo dc que, com aquela simpatia e eficiência, Rodrigo deveria ser o melhor funcionário da loja com larga \. Durante um mês, as vendas dos 12 g a r ç o n s do restaurante foram monitoradas rigidamente, com todos os dados sendo computados e tabelados. O executivo queria que os dados comprovassem sua p e r c e p ç ã o , mas Cjue fossem os mais confiã\eís possíveis. Ele queria que a p r e m í a ç ã o fosse mere- cida c sabia que os dados sustentariam sua escolha. Foi exatamente por essa grande confiança cjue o executivo sentiu-sc muito surpreso c|uando recebeu os resultados da análise. Dentre todos os atendentes do restaurante, Rodrigo tinha o pior desempenho. Para ter u m exemplo, enquanto Z e z í n h o , u m g a r ç o m calado e magricelo que trabalhava h á muitos anos na loja, conseguia \'ender 1,5 bebida por cliente em m é dia, o ' g a r ç o m modelo' vendia apenas 0,9, ou seja, menos de uma por cliente. Isso foi uma grande surpresa para o dono da rede. Ainda mais porque, na última vez em que fora atendido pelo garç o m , apenas ele consumira três chopes e bebera um café, sem contar que os copos de sua esposa c filhos eram constantemente trocados, o que demonstra\ a solicitude e rapidez do funcionário. A p ó s a análise dos resultados, Rodrigo foi realocado no setor dc r e c e p ç ã o e relacionamento com os clientes c ;Uherto Saraiva rcsol\'eu implantar u m sistema de a\'alíação dos funcionários que ele chanrou de ' Q u e m é cjuem', baseado unicamente nos resultados a l c a n ç a d o s , e n ã o nas opiniões dos supervisores. "Nunca mais eu seria enganado", desabafou o executivo. Questões 1. Quais características do g a r ç o m apresentado no caso mostram que ele sabia administrar sua imagem? 2 . Alberto Saraiva é um gestor experiente, que construiu uma grande rede fast food, ma.s, ainda assim, foi enganado pelo g a r ç o m Rodrigo. Por que \ o c ê acha que isso aconteceu? 3 . V o c ê acha que h á algo de mau no c o m p o r t a m e n t o de Rodrigo? 4 . Quais traços típicos do comportamento político podem ser encontrados no caso apresentado? Fonte: Rascado c m íMberto Saraiva, "XbcO eonlicee rcaimcnle os .seus f i u i c i o n á r i o s ? " . Portal Exame. Disponível c m : <\\-w\v.portalcxame.abril. coni.bi7rcvÍsia/pnie/cdicocs/0021/vocc-toiihccc-rcalnK'nic-seus-fiincionanos-õ07445.luml>. .-Vcssu cm: I abr. 2010. Estudo de caso 21 24 anos de carreira, Bonner consolidou seu nome na imprensa nacional e sc tornou um dos príncípaísjornalístas do país, Desde 1996, Wílliajn Bonncr é apresentador áo Jornal NaToda sua t à m a e seu prestigio clcvem-sc a sua grande carlíi-nal, o piincípíil lelejorn:il da televisão brasileira. Eni mais de reirajornalísiiea na Rede Globo de Televisão, onde c o m e ç o u o poder do h o m e m d o 'boa-noite' 430 Comportamento organizacional apresentando o telejornal do Estado de S ã o Paulo fSPl^V), em 1986. Reunindo excepcionais habilidades comunicati\'as e uma personalidade muito carismática, Bonner consegue gerar empatia nos telespectadores, eativando-os. A l é m disso, sua expressão transmite seriedade e honestidade, duas qualidades fundamentais para u m apresentador dc jorna! televisivo. Em função dessas características, Bonner tornou-sc u m jornalista muito conceituado em todo o Brasil. Por todas essas razoes, o apresentador do Jornal Naciniial é visto como um exemplo pelos membros da equipe de j o r nalismo da Rede Globo e pela maioria dos estudantes de jornalisEiio e r c c é m - g r a d u a d o s . Esses jovens esjjclham-se na carreira de sucesso de Bonncr c enxergam seu trabalho e história como referências a serem seguidas. G r a ç a s a seu excelente trabalho, a l é m de apresentador, W i l l i a m Bonner t a m b é m é editor-chefe do princi])al telejornal brasileiro desde 1998, sendo o r e s p o n s á v e l hnal pela seicção e e d i ç ã o das m a t é r i a s que s e r ã o veiculadas. Esse cargo foi u m reconhecimento de sua c t i m p e t ê n c i a e t a m b é m aumentou sua responsabilidade no lelejornalisnio brasileiro. Atualmente, a equipe de j o r n a l i s m o da Rede G l o b o c a p r ó p r i a o r g a n i z a ç ã o dependem de Bonner. Sua imagem na tela e sua voz dizendo o tradicional 'boa-noite', i m o r t a lizado 'pela voz marcante' de C i d M o r e i r a , s ã o s í m b o l o s da emissora que precisam ser preservados a todo custo. Eles representam o p r ó p r i o j'í)r«íí/.V(7r/wííí/ e a qualidade do telejornalismo da o r g a n i z a ç ã o . E m função disso, o apresentador e editor-chefe é visto, na emissora, como insubstituível, n ã o se podendo nem mesmo cogitar sua saída jjara u m a emissora concorrente. A influência de Bonner n à o está restrita apenas ã Rede Globo e aos jornalistas brasileiros. \o selecionar as matérias que serào assísndas por milhões de brasileiros de segunda a s á b a d o , o apresentador é capaz de formar e influenciar as opiniões do povo brasileiro. A l é m disso, sua imagem como pai dos trigémcos \ Í n í c i u s , Beatriz e Laura e mando de Fáiima Bernardes, sua companheira no Jornal Nanoml, também são lidas como exemplos para os brasileiros, em função da ex])osição da celebridade AVilHam Bonner em revistas e programas televisivos. Por iodas essas razoes, quando você ouvir o 'hoa-noÍ!e dele, encerrando o Jornal .Nacional, lembre-se dc que aquele homem é u m dos mais influentes e poderosos de todo o Brasil. Questões 1. Qiiais sào as bases do ])otlcr í b r m a l e pessoal de William Bonner? 2 . Por cpie podemos dizer que Bonner exerce tanto o 'poder de talento' quanto o de 'referência'? 3 . Explique a relação dc d e p e n d ê n c i a que garante e mant é m o poder dc William Bonncr. Quais os fatores geradores dessa d e p e n d ê n c i a ? Quais são as táticas dc iiiiluéiicia relacionadas com o poder exercido por William Bonner? Você acha que ele usa alguma delas consciente c deliberadamente? 4. Que tipo de poder Bonner exerceria ao sen i r de cxem))lii como pai e marido? E ao selecionar e cclílar as matérias \eiculadas no Jornal .HaàonaR Fonte: lía.sfaclo cm "William Bonncr \'cnce a catcgf)na Jornalista do \no cm prcniiação globiJ", da Rcdaçào do Poniil Terra. Dis|xmí\vl mx. <UA\^v.diversao.tcmLaMii.br/l\ynodcias/0,,OI43k'^lG0-lí^I129fJ3,00-\Villiam-HBoniicr-l-vcncc+a+ g!ob;il.luml>. Accs,so cm: 9 abr 2010. Notas 1. 2. Renata .\v-ediani, "C'onio evitar a polilicagem no traballio'". Portal Vnci S/A. Disp()iií\'cl cm: <www.vocesa.abril.com.br/ dcseii\'ol\a-sua-carreira/malena/eomo-cvitar-polilicagemtrabalbo-51 1602.,slitnil>. .\ccsso cni: 9 abr. 2010. 5. E . A . Ward, '"Social Power B;Lses of Maiiagers: EmeiT^encc df a New Factor", Jof/r/m/ of Social Pijcliolugv. fc\ 2 0 0 1 , ]). 144-14'. 7. S. R . Gie,ssner e T , \V. Sehubcrt, "Higli ín llie Hícnirchy: H o w Vertical Localion andjudgmcnts of Lcaders" Power Are Intcrrclatcd", Organizational fícliaiior and Hianan IXrisif-n R . 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