Levantamento de peso resgate histórico e evolução
Transcrição
Levantamento de peso resgate histórico e evolução
ARTIGO Lizandra Lana de ~ i m a * José Alberto pinto** RESUMO Apesar de o Levantamento de Peso ser uma modalidade olímpica, tem-se no país pouco material publicado, assim como pouca pesquisa nesta área. Tal fato vem dificultar a divulgação dessa modalidade, tanto no meic desportivo quanto no acadêmico. Uma vez que constantes alterações têm ocorrido na política do País, afetando o desporto de forma geral, o qual até pouco tempo não tem obtido apoio do governo, vindo refletir negativamente. entre outros desportos, no Levantamento de Peso. Viçosa, mesmo possuindc hoje pequeno número de atletas participantes desta modalidade, tem trazidc já 1iá algum tempo bons resultados para a cidade, tanto em nível nacional quanto internacional. Pelo fato de o Centro de Aperfeiçoamento em Levantamento Olímpico e Musculação do Departamento de Educação Física situar-se dentro do Cainpus da Universidade Federal de Viçosa, há uma aproximação entre os discentes do referido departamento com estz rnodalidade, uma vez que as disciplinas Levantainento de Peso I e I1 fazem parte do currículo do curso de Educação Física, sendo esta a primeira iilstituição de nível superior no Brasil a oferecê-las. Os co~~hecimentos divulgados por este trabalho auxiliarão mais os horizontes daqueles acadêmicos que escollierem essa modalidade olímpica como alternativa profissioilal. Palavras-chave: levantamento de peso, peso olímpico, halterofilismo. 1- I A atividade física, ou inoviineiltar-se, é uina das características dos seres vivos, ein busca da sobrevivência e inesino para inanutenção ou transformação do ambiente onde vivem. A luta para manter-se vivo ein meios hostis fez coin que o homein, naturalmente, se fortalecesse, superando todos os obstáculos, enquanto se organizava socialmente. "Perde-se na ineinória dos tempos o emprego da força, a busca do'hoinein ein fazer-se de Educação Física. ..Professora Professor do Dep. de Educação Física da Universidade Federal de Viçosa. * R. inin. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 5 sempre mais e mais forte, para prover a sua própria subsistência. A caça, a defesa do território, jamais seria obtida pelos fracos" (RODRIGUES e CARNAVAL, 1986). "A necessidade de possuir grande força muscular surge com o homem primitivo, pois ao sair de sua caverna ele precisava de forças para retirar a pedra que o protegia, gladiar-se corpo a corpo com animais e mesmo com outros homens, para conseguir alimentação." (SANTOS, [197-1). Não existe, portanto, uma data precisa de quando surgiram as primeiras manifestações do levantamento de peso: "a história cita homens que, com sua força fenomenal, eram capazes de feitos memoráveis, sendo encontrada na cidade de Olímpia uma pedra com peso de 143,s kg, com local para empunhadura e inscriçdes que diziam: o atleta Bybom a levantou acima da sua cabeça com uma das mãos" (BITTENCOURT, 1986). Pouco a pouco, na medida em que a inteligência e o domínio do conhecimento foram se desenvolvendo, o homem começa a evoluir, aprimorando suas técnicas, sempre em busca de melhores resultados. Os exercícios com pesos passam a ter uma apreciação mais difundida, e, cada vez mais, maior número de pessoas compareciam as demonstrações de força. "Usavam-no com finalidade militar, lutavam-se por recreação, jogava-se popular ou nobremente para festejar os mais variados eventos. E assim, sempre em busca de melhores resultados, é que os exercícios com pesos foram surgindo, desenvolvendo e se aprimorando" (RODFUGUES e CARNAVAL, 1986). Como nenhuma regra fixa governava essas manifestações de força física, em 1870, quase que simultaneamente na França e Alemanha, surgiram as primeiras regras dos exercícios com pesos. E nos primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, na cidade de Atenas, juntamente com atletismo, ciclismo, esgrima, ginástica, natação, tênis e tiro, o levantamento de peso tem sua participação (GÊNESE, 1996). E em 1905, na Alemanha, é criada a primeira federação de levantamento de peso. No Brasil, só a partir de 1939 que se começou a falar em halterofilismo, sendo criada, em 1941, a Liga Brasileira de Halterofilismo. "A partir daí o surgimento de torneios e campeonatos fez com que esta modalidade crescesse no país, chegando a sediar um Campeonato Mundial na cidade de São Paulo em 1982". Mas vários foram os problemas que se seguiram, e que serão abordados, fazendo com que este esporte perdesse popularidade. Muito de sua história está ficando sem registro, pois não há até os dias de hoje material elaborado e publicado que possa ser utilizado por simpatizantes desta modalidade. Pretende-se neste estudo: resgatar a história do levantamento de peso, mostrando sua evolução e as mudanças ocorridas durante sua trajetória até os dias de hoje; apresentar as restritas federações hoje ativas em condições de participar de torneios e realizar campeonatos; mostrar o que é o levantamento de peso, sua organização no Brasil, bem como os princípios 6 R.min. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 que o regem; e destacar a participação de Viçosa - MG no contexto nacional e internacional. REVISÃO DE LITERATURA Antes do surgimento das máquinas que vieram auxiliar o homem em suas tarefas, estas eram realizadas muitas vezes com a utilização do seu próprio corpo, tanto na defesa de seus territórios como naquelas caracterizadas pela predominância da força. A necessidade de construção de ferramelitas, armas, transportes e luta pela sobrevivência guiou o homem através dos tempos para o treinamento e aperfeiçoamento de sua força, surgindo entre os mesmos as primeiras formas de competição, levando-o a buscar sempre a superação de seus próprios limites. 1- Resgate histórico "Podemos presumir que, em tempos imemoriais, ao sair de sua caverna o homem precisava de forças para conseguir alimentação e talvez até mesmo para arrumar companhia feminina" (SANTOS, [197-1). "Os homens pré-históricos devem ter participado de competições entre si para saber quem levantava a pedra mais pesada" (LEIGHTON, 1987). "É comprovado que o jogo, a competição, é uma característica da vida de relação aniiiial. Eiitre os Iioinens, no decorrer da história, nos deparamos com diferentes tipos de desportos, pois os primórdios do treinamento desportivo sisteinatizado, tal como outras tantas facetas da moderna cultura ocidental, estão localizados na Antiguidade Grega" (SANTOS, 1197-1). "Um bom exemplo são as escavações na cidade de Olímpia, onde foram encontradas pedras que, na sua forma original, apresentavam locais para o apoio das iiiãos, permitindo aos historiadores concluir que os atletas da época as uti lizavaiii para treinamento com pesos" (LEIGHTON, 1987). "Com finalidade atlética, a aplicação desportiva de placas metálicas, em corredores e saltadores, para melhorar suas condições físicas, se torna o primeiro dado coiicreto que se tem da aplicação desportiva no Halterofilismo pelos gregos" (SANTOS, [ 1 97-1). "Se observarmos as estátuas gregas ou as pinturas de Miguel Ângelo, co~~statareinos que uma grande importância ao corpo já era dada naquela época. O culturisino, juntamente com o Halterofilisino, tinha suas atenções voltadas para as companhias circenses, os teatros e parques de diversões, onde eram apresentados os homens mais fortes do inundo. Nomes expressivos daquela época, tais como Louis Attila, Eugene Sandow e R. min. Educ. Fis., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 7 Charles Sanson, participavam de exibições e confrontos, disputando esse título" (BITTENCOURT, 1986). Outra curiosidade apresentada pela literatura, referindo-se as primeiras décadas do século 20, seria: "um dos europeus desta época, do tipo vigoroso, foi Karl Swoboda, de Viena, Áustria. Ele possui o mérito de um arremesso continental (um levantamento com as duas mãos sobre a cabeça) de 191 kg. Na América existiram alguns desses poderosos levantadores antes da virada do século, como o canadense Louis Cyr, que possui crédito de um levantamento de 1963 kgl e foi considerado, na década de 1920, como o homem mais forte que já existiu" (LEIGHTON, 1987) (Certamente, o valor numérico é de 196,3 kg). Segundo ENCICLOPÉDIA (1986), "a prática do Halterofilismo pode ser dividida em duas grandes fases, a Antiga e a Moderna", como segue. Fase antiga "A elevação de pesos pelo homem em diversas formas é algo arcaico. Existem diversas maneiras de se elevar peso disseminadas pelo mundo e há o que o homem mostra a seus congêneres, sua virilidade e fortaleza, com feitos em suas raízes e costumes ancestrais. Algumas vezes lançando troncos, elevando sacos com semente de diferentes pesos e sobretudo pedras, chegando a deixar atônitos seus espectadores cõm suas variadas proezas, tais como elevar pedras de mais de 200 kg." (MAULEON, 1979). "Na fase antiga não havia uniformidade de pesos nem regras definidas para os competidores. Entre os exercícios a que os gregos se entregavam, o de halteres era dos mais comuns" (ENCICLOPÉDIA, 1986). Entende-se por halteres "peso de madeira ou ferro, usado para exercícios físicos. Consistem em duas bolas ou discos ligados por uma barra, que é usada como cabo. Quando o cabo é curto e seguro com uma mão, é chamado de halter. Quando o cabo é con~pridoe pode ser seguro com as duas mãos, é chamado de barra" (ENCICLOPÉDIA, 1991). "Há imagens antigas de gregos e romanos que nos indicam, já naquela época, a utilização de processos e sistemas para melhorar a força por meio de halter" (MAULEON, 1979). "As barras e os halteres eram grosseiros, grandes e disformes, sendo os equipamentos utilizados em ginásios e por homens vigorosos com mãos possantes. Os levantamei~tos executados eram de estilo lento e dispendiam mais força bruta e muito pouco da habilidade exigida no Levantamento Olímpico de nossos dias" (LEIGHTON, 1987). I Embora pareça absurdo, esse dado consta na bibliografia consultada. 8 R. min. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 "Existem outras proezas do lioinem com as quais tenha que se aguçar o talento, a habilidade e que não tenha nada a ver com esporte; no entanto, caracterizam-se coino demonstrações de força tais como as Pirâmides do Egito, os Templos Maias e mesmo o modo de vida dos índios." (MAULEON, 1979). Talvez o Homem, para demonstrar poder e força, tenha realizado obras gigantescas que pudessem marcar sua presença para a posteridade, independentemente do tempo e do número de vidas consumidas. Fase Moderna "O Halterofilismo de competição começa a se popularizar em meados do século XIX, com o aparecimento das primeiras barras com discos nas extremidades. Os torneios passaram a realizar-se regularmente, embora a falta de organização criasse problemas, pois não anotavam os pesos levantados pelos concorrentes, nem os recordes obtidos. Além disso, variavam de torneio para torneio os tipos de barras e os discos utilizados" (ENCICLOPÉDIA, 1986). Em entrevista feita a ~ o m e zeste ~ , afirma que as primeiras regras surgiram em 1870, partindo daí os torneios e a organização das primeiras competições, dando origem as primeiras associações, ligas e federações oficiais. A conquista da popularidade do Halterofilismo em países como Inglaterra, União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, bem coino nos paises nórdicos, se deu com o estabelecimento e a padronização das regras (SANTOS, [ 197-1). Em 1896 o francês Desboiinet, com o objetivo de dar maior unidade ao esporte, fundou o Haltérophilie Club de France, que organizou as primeiras coinpetições oficialmeiite controladas. Em 1913 os franceses fundaram uina verdadeira confederação que dava garantias de regularidade às competições, tendo este esporte em 1920 sua consagração definitiva, com a criação da Fédération de Haltérophilie Internatioiiale, sob a presidência de Julio Rosset. Meses depois houve a inclusão do Halterofilisrno nos Jogos Olímpicos da Antuérpia. Os franceses coiiti~iuavarna ser os seus maiores iiiceiitivadores e sem eles não teria sido possível a criação de uina federação iiiternacioiial na época. Destacavam-se, alem disso, na prática do Halterofilis~no, apresentando campeões como Cadine e Rigoulot (ENCICLOPÉDIA, i 986). Entrevista ao prof. David Moiitero Gomez, 1996, sendo ele: Diretor Tkcni,co da Confederação Brasileira de Levanta~neiitode Peso; Técnico da A.A.A. - LUVE; Arbitro Iiiternacional I; Membro da Coinissáo Cicntifica e Técnica da Confederaçáo Sul-americana de Levantamento de Peso; e Diretor Vocal da Confederaçáo Sul-americana de Levantamento de l'eso. 9 R. min. Educ. Fis., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 E a fase moderna de Levantamento de Peso coiitiiiua, coin sua evolução até os dias de Iioje, e ein seu relato histórico foram encontradas discordâncias que convém destacar neste trabalho. Apesar do pouco material encontrado como fonte de referência, foram percebidas algumas discordâncias no que se refere a criação e evolução das federações de Levantamento de Peso, bem como a data de seu ingresso nas Oliinpíadas. BITTENCOURT (1986), GÊNESE (1996) e também Goinez, ein sua entrevista, afirmam ter o Halterofilismo sua primeira participação já na primeira Olimpíada da era moderna, em 1896, lia cidade de Atenas. Discordando desses dados, ENCICLOPÉDIA (1986) e ENCICLOPÉDIA (1994) apontam ter o Halterofilis~nosua inclusão nos Jogos Olímpicos da Antuérpia em 1920. Quando nos referimos a evolução das federações de Halterofilismo, constatamos que EIVCICLOPÉDIA (1986) trata da criação de sua primeira federação em 1913, sob regência dos franceses. No entanto, Gomez nos descreveu ter o Halterofilismo sua primeira federação criada em 1905, estando sob a regência dos alemães. E, a seguir, relatou a Evolução dos Nomes da Federação Internacional de Levantamento de Peso da seguinte forma: 1010611905 - Duisburg (Aleinailha): Amateur - Atheten - Weltunion 15107119 12 - Stockliolm (Suécia): Interbatuionale Weltverbaiid Fur Sclitwe - Rath-Letik 06/06/1913 - Antwerp (Bélgica): Internationaler Mateur-Weltverband Fur Scliewarthletik 23/08/1920 - Antwerp (Bélgica): Fédératioii Iiiteriiatioiiale Haltéróphilie 06/09/1920 - Vieniia (Áustria): Interiiatioiialer Krafisportverband 1211011950 - Paris (França): Fédération Iiiteriiationale Haltéropliilie et Cultiiriste 1 1 11011968 - México City (México): Iiiternational Weigthliftiiig Federation, ou seja, Federação Internacional de Levantainento de Peso (IWF). Convém ressaltar que, estando sob a vigência da língua inglesa, a IWF é a entidade niáxiina do Levantamento de Peso i10 iiiundo, e, juiitainente com ela, vários foram os países que aderiram a iiova niudança do até então Halterofilis~nopara Levaiitaiiie~ito de Peso. Alguns países, no entanto, permanecem coin o iiiesiiio iioine, entre eles a Espaiiha: Federação Espanhola de Halterofilisino. Vale ressaltar que a IWF é uma das mais antigas e inaiores federações do inundo, seiido sua iiiodalidade praticada em vários países, tendo 160 países filiados. 1O R. iniil. Educ. Fis., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 2- Um problema de definição Como se definem e o que vem a ser: Halterofilismo, Treinamei~to com Pesos, Levantamento de Peso, Levantamento Olímpico? Ao que parece o problema é seinântico. Muitos enganos, coilceitos errôneos e preconceitos ainda existem; torna-se fundamental investigar cada um deles. Para MAULEON (1979), "a definição de Halterofilismo é bem simples. Elevação de peso do halter, até a total extensão dos braços de forma distinta, de acordo com uina regulainentação de caráter internacional". Já a ENCICLOPÉDIA (1991) trata o Halterofilismo como sendo "um esporte praticado com freqüência para deseiivolver o corpo e preparar os atletas para competições de outros esportes". No entanto, SANTOS C197-] define o Halterofilismo conforme os objetivos do atleta praticante, possibilitando duas divisões: I - Gímnica - desportiva - abrange a prática do Halterofilismo como um fim em si mesmo. O atleta procura alcançar objetivos intrínsecos, como atividade física, ou competir naquilo que o desporto oferece. 11 - Utilitária - abrange a prática do Halterofilisino realizada como meio. O praticante procura objetivos extrínsecos, tendo como finalidade aperfeiçoamento ou recuperação de força, melhoria da qualidade e do volume inuscular, melhor coordenação, recreação ou higiene mental. ENCICLOPÉDIA (1994) trata o Halterofilismo como "exercício físico, também denoininado Levantamento de Peso. É praticado como esporte de competição, forma sob a qual se submete a regulamentos inter~iacionais. E empregado para correção de defeitos inusculares e dese~ivolviine~~to físico, cliainaiido-se modelagem". O que vein a ser, portanto, Treiilainento com Pesos? Para LEIGHTON (1987), "este termo refere-se à fase do exercício onde o peso na forma de barras, halteres e máquinas de exercício é utilizado para condicio~iame~ito e modificação de tainanlio de vários segmentos do corpo, sendo mais coilhecido como Musculação". Para SANTOS [197-1, RODRIGUES e CARNAVAL (1986) e LEIGHTON (1987), o Levantamento de Peso ou Levantainei~to Olímpico se traduz em uma inodalidade desportiva olímpica de trabalho com pesos, em que os atletas se propõem a levantar a maior carga possível, dentro de padrões de inovimeiitos preestabelecidos numa coinpetição, podendo competir individualme~iteou por equipe. 3- O Levantamento de Peso no Brasil As confederações, sob o aspecto legal, constituem as entidades ináxiinas de direção das modalidades desportivas praticadas no país. "Só em 1939 é que se coineçou a falar ein Halterofilismo no Brasil" R. min. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 11 (ENCICLOPÉDIA, 1986). O Decreto-lei n". 199 de 14 de abril de 1941, que estabelece as bases da organizaqão dos desportos, colocou as confederações sob a superintendência do Conselho Nacional de Desportos (CND). Foi especificada no mesmo dispositivo (artigo 15, parágrafo único) a situação peculiar da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), qual seja: a CBD compreende o futebol, o atletismo, o tênis, ..., e bem assim quaisquer outros desportos que não venham a ser dirigidos por outra confederação especializada ou eclética, ou não estejam vinculados a qualquer entidade de natureza especial (COSTA, 1971). "E em 1941 é organizada a Liga Brasileira de Halterofilismo, dirigida pelo Dr. Marcelio B. Viveiros" (SANTOS, [197-1). E, neste mesmo ano, o Halterofilismo se tornou mais uma das modalidades adicionais, ficando sob a supervisão da CBD" (COSTA, 1971). "Em 1950, fracassa uma tentativa de organizar a Confederação Brasileira de Halterofilismo. Até 1952, um grupo único organizado e denominado Força e Saúde foi responsável pelo avanço técnico do nosso desporto, ao ponto de naquela época conseguir não só a difusão total do Halterofilismo como fazer representantes em competições externas de vulto internacional" (SANTOS, [197-1). Esse autor deixa claro que coube ao Grupo Força e Saúde o avanço, a divulgação e a participação nos eventos da época, assumindo todas as responsabilidades. Entretanto, afirma Gomez que esse crescimento só foi possível graças A CBD, que custeava as despesas de viagens, os uniformes das delegações e tudo mais que se fizesse necessário para a realização de torneios e campeonatos, possibilitando assim uma maior divulgação desse esporte. "Por motivos políticos, a ação do grupo Força e Saúde foi destruída e o Halterofilismo começa a perder popularidade no Brasil. Ainda, em 1952, os licenciados em Educação Física, desconhecendo o Halterofilismo em suas bases técnicas e desligados de sua expansão no mundo, presumiram que, como ele só era praticado e orientado por leigos, não era suficientemente bom ou válido tecnicamente para ser estudado por professores. Enquanto isso, nos Estados Unidos, até 1955, Bob Richard (decatleta), Dick Clevelard (nadador), Mal Witfield (corredor - 800 inetros), Frank Stranahan (golfista), Valery Bruinel (saltador em altura), entre outros, utilizavam do Halterofilismo para obter melhores resultados em suas modalidades" (SANTOS, [197-1). Concordando com este autor, Gomez afirma que, em vista das divergências com os professores de Educação Física, o desporto retroagiu e sua expansão como método de preparação física foi ignorada. Outra acusação séria partiu de SERGIA (1977), quando afirmou que "normalmente os professores de Educação Física, influenciados pela extraordinária propaganda que envolve o f~~tebol, o basquete, não se interessam por outras modalidades e deixam a desejar a motivação dos jovens que melhor se realizariam ein outras modalidades menos conhecidas, 12 R. inin. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 chegando ao ponto de conceber, iiivoluntariamente, situações de aversão para a prática desse esporte." 3.1- Organização Essa fase se deu com a normatização, da mesma forma coino ocorreu com outras modalidades esportivas, fixadas pelo então Conselho Nacional de Desportos (CND) como segue: "Art. 13 - Cada co~ifederação, especializada ou eclética, organizar-se-á mediante a reunião de 3 federações pelo menos, referente ao desporto ou a cada um dos ramos desportivos, cuja direção exerça, só podendo funcionar com prévia autorização do CND. Parágrafo único - cada confederação adotará o código de regras desportivas e as normas de entidade internacional a que estiver filiada e fará com que sejam observados pelas entidades nacionais que lhe estejam direta ou indiretamente filiadas" (BRASIL, 1976). Gomez relatou que no Brasil, ein 1979, já liaviam sido criadas as seguintes federações: Federação Metropolitana de Halterofilismo - RJ (1947), Federação Paraibana de Halterofilismo (l947), Federação Paulista de Halterofilismo (1948) e Federação de Halterofilismo - MG (1950). Dessa forma, o Halterofilismo brasileiro, dentro da lei prevista, poderia criar sua confederação. E, segundo dados fornecidos em 1969 pelo MEC através do seu Departamento de Educação Física e Desportos, o número de desportistas praticantes do Halterofilismo no Brasil chega a 1.091, sendo 35 no Rio Grande do Sul, 42 no Rio de Janeiro, 148 em Minas Gerais e 866 ein São Paulo. E novas federações são criadas, sendo estas pertencentes aos estados da Ainazônia, Bahia, Ceará, Paraná e Rio Grande do Sul (COSTA, 1971). "Ein 30 de maio de 1979 foi fundada a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso (CBLP), sendo reconhecida pelo Consell~oNacional de Desporto (CND), registrada no Comitê Olímpico Brasileiro (COB), filiada a Coiifederación Sudainericana de Levantamiento de Pesas (SUPERCONFEPESAS), a Coiifederación Panamericana de Levantamiento de Pesas e ao seu órgão ináxiino, a Iiiteriiational Weightliftiiig Federation (I WF)" (CONFEDERAÇÃO, [ I 98-1). Segundo Goniez, a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso teve coino priineiro presidente Wladiinir da Silva Ramos .e, a seguir, Roberto Huiigaria, Laércio Jorge Martinez, Aparecida Maria Nunes Mai-tinez e novaineiite Laércio Jorge Martinez, seu atual presidente. Em 1982, o Brasil traz para a cidade de São Paulo um Campeonato Mundial de Levantamento de Peso, coin participação de 10 atletas brasileiros, segundo regulamento da IWF. Haja vista sua iiiá organização e a insatisfação dos que dele participaram, vários foram os probleinas e empecilhos que se seguiram, como: falta de iinpleinentos na sala de aquecirneiito; local da competição não R. niin. Educ. Fis., Viçosa, 5 (2): 5-2 1, 1997 13 ficou pronto para a hora rnarcada; não havia placar para acompanhamento da e faltaram também as coinpetição e nein mesmo sistema de co~nu~-iicação; barras oficiais. Ao final do campeonato a prestação de contas iião foi aceita pelo MEC, vindo a seguir o corte do auxílio fii-ianceiro pela então Ministra da Educação Estér Figueiredo. Com isso recai sobre a Confederação o descrédito das federações, de seus téci-iicos e atletas. Não tendo recursos para subsidiar viagens, organizar coinpetições e encontrando dificuldades para conseguir patrocinadores, o Levantamento de Peso estagnou. Acrescenta Gomez que, no ano de 1986, foi realizado o primeiro Cainpeonato Mundial Feminino, em Daytona Beach-Flórida, tendo assim as inullieres conseguido uma grande vitória dentro desse esporte. E, nas Olimpíadas do ano 2000 em Sidney, Austrália, haverá a inclusão do Levantamento de Peso feminino. O Brasil teve sua primeira participação no Campeonato Mundial Feminino em 1991, com a participação da atleta Simone Marques de Oliveira, obtendo a 15holocação. Hoje, das nove federações existentes no país, apenas três estão ativas, participando e realizando campeonatos, sendo elas a Federação Mineira, Federação Paulista e Federação Paranaense. 4- O que é o Levantamento de Peso? Definiçüo "Há dois tipos de coinpetição ein Levantamento de Peso: Levantamento Oliinpico e Levantainento de Força. O levantamento olímpico consiste em arranco e arremesso. O levantamento de força, também coiihecido por levantamento básico, são três, na seguinte ordem de execução: (1) deseiivolviinento supino; (2) agachamento; e (3) levantainento terra". (ENCICLOPÉDIA, 1991). Entretanto, neste estudo serão abordados somente os levantamentos olíinpicos. "Atualmente a International Weightlifting Federatioli limita em dois os estilos competitivos a nível olímpico, que são o arranco e o arremesso, valendo ressaltar que o estilo "desenvolviinento" foi suprimido por esta federação, após os Jogos Olíinpicos realizados em Munique no ano de 1972" (BITTENCOURT, 1986). 4.1- Os movimentos olímpicos a) Arranco Conforme Esteban, citado pqr FEDERAC~ON ( 1973), CONFEDERAÇÃO [I 98-1, ENCICLOPEDIA (1986), BITTENCOURT (1986) e LEIGHTON ( 1 987), a barra será colocada Iiorizontalinente diante das pernas do levantador, que deverá einpunhá-Ia com as iiiãos eiii proiiação, executando o levantainento ein 11111 único inoviinento desde a plataforn-ia até a extensão coinpleta de ainbos os braços, verticalinente, sobre a cabeça. A R. inin. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 14 barra deverá passar por um movimento contínuo ao longo do corpo do levantador, do qual nenhuma parte, a exceção dos pés, poderá tocar a plataforma durante o movimento. A movimentação das pernas poderá ser no estilo split (tesoura = afastamento ântero-posterior das pernas) ou squat (agachamento). O levantador utiliza o tempo necesskio para equilibrar-se, antes de ir à posição final, que deverá ser de imobilidade, permanecendo os braços e as pernas estendidos, estando os pés paralelos. Deverá permanecer nesta posição até que o arbitro dê o sinal de repousar a barra sobre a plataforma. Esteban, citado por FEDERACIÓN (1973), RODRIGUES e CARNAVAL (1986) e CONFEDERAÇÃO [198-1, cita alguns erros que devem ser evitados no arranco: puxada em suspensão; parada da barra durante o levantamento; flexão prematura dos braços; extensão desigual dos braços; execução excessivameiite lenta do inovimento; terminar o movimento em "força"; flexionar e estender os braços durante a recuperação; sair do tablado durante a execução do inovimento; recolocar a barra no tablado antes do sinal do árbitro; e deixar cair a barra após o sinal do árbitro. b) Arremesso Para Estebail, citado por FEDERACION (1973), BITTENCOURT ( i 986), ENCICLOPÉDIA ( 1986), CONFEDERAÇÃO [ I 98-1 e LEIGHTON (1987), o arremesso é defiiiido como uin levantainento olímpico realizado em dois teinpos, sendo eles: 1" tempo - Preparação para o arremesso ou espaduamento - a barra será colocada horizoiitalinente diante das pernas do levantador, que deverá einpiinhá-Ia coin as mãos em pronação e erguê-la ein um íinico moviinento desde o solo até os oinbros, podendo deslizar ao longo da coxa do levantador, iiias iião devera tocar seu peito antes da posição final, podendo ficar apoiada sobre as clavículas ou sobre os braços totalmente flexionados. Antes de se efetuar o arremesso, os pés deverão estar na mesma linlia e as pernas estendidas. O levaiitador pode recuperar-se no teinpo que iiecessita, para eiitão executar o segundo tempo. 2"tempo - Arreinesso propriamente dito - o levantador flexiona as pernas, executando ~ i m.splil, nlim movimento coordenado coin a extensão vertical dos braços. Na posição final deverá estar coin pernas e braços estendidos, pés paralelos, agliardando o sinal do árbitro para repor a barra na plataforma. Tainbéin no arremesso, Esteban, citado por F E D E R A c I Ó N ( ~ ~ ~ ~ RODRIGUES e CARNAVAL (1986) e CONFEDERAÇÃO [198-1, aponta alguns moviinentos incorretos que devein ser evitados, fazendo com que o levantainento se-javálido: R. inin. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 1" tempo: qualquer tentativa incompleta da puxada, na qual a barra tenha alcançado pelo menos a altura do joelho; puxada em suspensão; tocar o solo com os joelhos, nádegas ou qualquer outra parte do corpo além dos pés; puxada no estilo agachado, tocando os joelhos ou as coxas com os cotovelos ou braços. 2" tempo: qualquer esforço aparente que não seja completado; extensão desigual dos braços; parada durante a flex5o dos braços; flexionar e estender os braços durante a recuperação; recuperação sobre a perna dianteira. 4.2 - Pontos Importantes do Regulamento para Competições A CONFEDERAÇÃO [198-1, no programa de competições da IWF, reconhece quanto a: a) Participantes No desporto Levantamento de Peso, as competições são organizadas para homens e mulheres. Os atletas competirão nas categorias estabelecidas dentro das regras, de acordo com seu peso corporal, considerando dois grupos :juvenil, até 20 anos, e adulto, acima de 20 anos de idade. As categorias por peso corporal (kg) são nove, para levantadoras: até 46 kg; 46 a 50 kg; 50 a 54 kg; 54 a 59 kg; 59 a 64 kg; 64 a 70 kg; 70 a 76 kg; 76 a 83 kg e acima de 83 kg. Para os levantadores as categorias se dividem em dez, a seguir: até 54 kg; 54 a 59 kg; 59 a 64 kg; 64 a 70 kg; 70 a 76 kg; 76 a 83 kg; 83 a 91 kg; 91 a 99 kg; 99 a 108 kg e acima de 108 kg. b) Material Barra - as competições devem ser realizadas com barras olímpicas que reúnem as normas do IWF, tendo as seguintes dimensões: 1 m e 31 cm de distância entre os discos internos; 20 mm no mínimo e 40 mm no máximo de largura interna da bucha; 2 m e 20 cm de comprimento total; 28 mm de diâmetro da manga; 25 kg de peso, incluindo as presilhas (2,5 kg cada). Discos - o maior deve ter 45 cm de diâmetro; deverão ser recobertos de borracha ou plástico e pintados pelo menos na superfície das bordas. Todos os discos deverão levar indicações claras de seu peso, seguindo um código de cores: 1,25 - cromo; 2,5 - preto; 5,O - branco; 10,O - verde; 15 - amarelo; 20 - azul; e 25 - vermelho. Tablado - o levantamento niiina competição deverá se realizar sobre um tablado, podendo este ser confeccionado em madeira, plástico ou qualquer outro material sólido e ser recoberto com um material não-deslizante. Deverá ser quadrado, com dimensões de 4 x 4m, e seus lados deverão estar pintados. Vestuário - os atletas devem usar um maiô de uma só peça. Poderão usar camisa sem gola, de mangas curtas, desde que não ultrapassem a metade do 16 R. rnin. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-2 1 , 1997 braço. A camisa e o maiô poderão ser coloridos, tendo este impresso o emblema nacional, e a camisa poderá ter impresso o emblema da competição. Poderão usar meias, desde que fiquem abaixo dos joelhos e não cubram as bandagens. Calçados - o atleta deverá usar sapatos esportivos (calçados do levantador de peso) que protejam os seus pés, proporcionando estabilidade e uma permanência firme sobre o tablado. A altura máxima permitida desde a sola do calçado (sem contar o salto) até o final do mesmo é de 13 mm. A sola não pode sobressair mais de 5 mm do calçado em nenhuma de suas partes. Não há medida máxima ou mínima para a altura da sola. Cinturão - é permitido o uso de um cinturão, podendo medir 120 mm em sua parte mais larga. Está proibido seu uso sob maiô ou camiseta. Bandagens - podem-se usar bandagens nos punhos, joelhos, mãos, dedos e polegares. Estas podem ser de gaze, crepe médico ou couro. A superficie máxima de pele que se pode cobrir no punho é de 100 mm, para todas as categorias, e, nos joelhos, é de 300 mm. Não existe limitação no comprimento das bandagens. Estão permitidos os apósitos sobre os dedos, desde que não cubram suas pontas. É proibido o uso de bandagens ou similares nas seguintes partes do corpo: cotovelos, tornozelos, coxas e tíbias. Pesagem - a pesagem de cada categoria de peso corporal inicia-se duas horas antes de sua competição e durará uma hora. Árbitros - são em número de três, sendo um central e dois laterais, devendo o árbitro central reconhecer a decisão comum, quando o levantador repõe a barra no tablado. Em competições internacionais deve ser utilizado o sistema de luzes, sendo branca para o movimento válido e vermelha para o movimento nulo. Class~jicaçãode atletas - o título de campeão será outorgado pelos moviinentos iiidividuais de arranco e arremesso, assim como pelo total olímpico, que é a soma dos dois movimentos. Os participantes que obtiverem primeiro, segundo e terceiro postos no total olímpico, segundo as regras da IWF, assim como aqueles que conquistarem o primeiro, segundo e terceiro postos ein arranco e arremesso, nas inesmas competições, obterão inedallias de ouro, prata e bronze, respectivaineiite. Fórmula Sinclair - esta fórinula foi aprovada pela International Weiglitliftiiig Federation, para uso em todas as competições internacionais. Ela será usada para determinar o melhor atleta da competição e calcular a equipe vitoriosa em todas as competições interiiacioiiais. Modo de usá-la: inultiplicar o coeficiente (vide tabela) oposto ao peso corporal do atleta pelo seu total ein dois levantamentos. Por exemplo: levantador pesa 75 kg e seu total é 345.0 kg. Seu coeficiente na carta é 1.2763, inultiplicado por 345.0, igual a 440.3235 - seu índice Sinclair de perforinance. R.inin. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 17 4.3 - As Competições As mais importantes provas organizadas pela IWF são os Campeonatos Mundiais e as Disputas Olímpicas. Os Campeonatos Mundiais são realizados anualmente, exceção feita aos anos em que são disputados os Jogos Olímpicos. A seguir são realizados os Campeonatos Continentais, Campeonatos Panamericanos, Campeonatos Sul-americanos, Encontros Internacionais e os Jogos Regionais. 4.4 - O Levantamento de Peso em Viçosa - MG Conforme GÊNESE (1996), por iniciativa do Professor David Montero Gomez, o Levantamento de Peso teve início nesta cidade no ano de 1977, participando pela primeira vez de um Campeonato Estadual, começando a partir daí sua caminhada neste esporte. Foram conquistados os seguintes títulos (exceto o registro dos dois primeiros, que pertencem ao professor de Judô do Departamento de Educação Física, citados como forma de registro histórico para a Universidade Federal de Viçosa): Alessandro Saraiva 1993 18 Campeão brasileiro Claudio Vaz Di Mainbro Ribeiro R. min. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 1 1994 ( Campeão brasileiro ) Airton Vidigal Magalliães I I ( Campeões brasileiros 1 996 p ' 1 Thiago da Rosa Bustamante Rodrigo S. da Silva p Campeões brasileiros 1997 1 Rodrigo S. da Silva A partir de 1990 a equipe feminina de Viçosa começa a competir, trazendo importantes resultados, como segue: ANO TITULO ATLETA 1990 Cainpeãs brasileiras Andreia Cruz de Moraes Cristina Amorim Lecy Saraiva de Carvalho Simone Marques de Oliveira Tatiana Catarina I 1 Uracy da Silva Almeida 1 I I 1991 I 1 5" lugar campeonato mundial Simone Marques de Oliveira Vice-campeã brasileira Maria Elizabeth Jorge Caiiipeãs sul-americanas Maria Elizabeth Jorge Simone Marques de Oliveira Uracy da Silva Almeida I I Maria Elizabeth Jorge Campeã brasileira Maria Elizabeth Jorge 7" lugar caiiipeonato iiiuiidial Maria Elizabeth Jorge I Ca~iipeãbrasileira 1995 I 1 Cainpeã brasileira 1 Maria Elizabeth Jorge 1 Vice-caiiipeã sul-americana e Maria Elizabeth Jorge campeã brasileira 1996 Caiiipeã sul-ainericaiia ICampes brasileiras 1 1 R. min. Educ. Fis., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 Maria Elizabeth Jorge I Maria Elizebeth Jorge I Marina Yuriko Saiki I I 1 1 19 1997 Campeã Mundial Master Maria Elizabeth Jorge Campeã brasileira Marina Yuriko Saiki Com a criação das disciplinas optativas Levantamento de Peso I e I1 no Departamento de Educação Física da Universidade Federal de Viçosa, surge a possibilidade de se criar esta disciplina em outras instituições de ensino superior no País. Com o trabalho dedicado do professor David Montero Gomez em Viçosa - MG e a criação da nova lei que rege o desporto no país, criando o Fundo Nacional de Desenvolvimento Desportivo, capacitando recursos, apoiando projetos e pesquisas no setor, é que finalmente o Levantamento de'Peso ganha uma abertura necessária para o seu crescimento. CONSIDERAÇÕES FINAIS, LIMITAÇÕES E SUGESTÕES Dentro dos objetivos propostos neste estudo, pôde-se resgatar um pouco da história do Levantamento de Peso, mostrando sua evolução e as transformações ocorridas ao longo do seu percurso, sendo abordada sua chegada ao Brasil e sua atual situação, procurando esclarecer um pouco mais sobre esta modalidade. Pontos importantes foram destacados, assim como coiisiderações básicas sobre os princípios que os regem. Foi ressaltada ainda a participação de Viçosa - MG, em nível nacional e internacional. Mesmo havendo escassez de material específico publicado sobre o Levantamento de Peso, este trabalho apresentou, além das referências citadas, relatos e entrevistas feitas ao professor David Montero Gomez, considerado o "Mell~orTécnico do Mundial Master realizado em Koszalin, Polônia, em setembro de 97. Segundo o presidente da Federação Paulista de Levantamento de Peso, Sr. Luiz Gonzaga de Almeida, muitos de seus arquivos foram desprezados e queimados, não liavendo material elaborado específico que pudesse contribuir para a realização deste trabalho. Coiilo alternativa, foi sugerido pelo Sr. Luiz Gonzaga realizar entrevistas com o professor Gomez, que viveiiciou parte da história do Levantamento de Peso em nosso país, sendo considerado uma das maiores autoridades sobre o assunto no Brasil. Fica a sugestão para que outros trabalhos e estudos sejam feitos nesta área, contribuindo para o aperfeiçoamento de seus técnicos e atletas. Para isso, torna- se fundamental a divulgação desta modalidade, para que os jovens se siiitain atraídos e se afeiçoei11 a ela, vindo a alcançar uin lugar de destaque dentro do cenário desportivo iiacioi~al. 20 R. inin. Educ. Fís., Viçosa, 5 (2): 5-21, 1997 BITTENCOCTRT, N. Musculação: uma abordagem metodológica. 2.ed. Rio de Janeiro: Sprint, 1986. 128p. BRASIL. Decreto-lei 11. 6251 de 8 out. 1975. Institui normas gerais sobre desportos e dá outras providências. Política Nacional de Educação Física e Desportos. Brasilia, DF: MEC, 1976. 93p. CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE LEVANTAMENTO DE PESOS. Regulamento para competições. Campinas: C.B.L.P., [198-1. 43p. COSTA, L.P. Diagnóstico de Educação Física: desportos no Brasil. Rio de Janeiro: MEC / fundação Nacional de Material Escolar, 197 1. 392p. ENCICLOPEDIA Barsa. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1994. v.8, p. 463-4. ENCICLOPÉDIA 3907-8. Delta Universal. Rio de Janeiro: Delta, 1991. v.7, p. ENCICLOPÉDIA Mirador Iinternacional. São Paulo: Encyclopaedia Britannica do Brasil, 1986. v. 1 1, p. 5649-50 FEDERACIÓN ESPANOLA DE HALTEROFILIA. Halterofilia básica. S.].: Doncel, 1973.351~. GÊNESE das olimpíadas. Folha de São Paulo, São Paulo, 14 jul. 1996. Folha Atlanta 96, p. 12 LEIGHTON, J.R. Musculação: aptidão física, desenvolvimento corporal e co~idicionaine~ito físico. Rio de Janeiro: Sprint, 1987. 282p. MAULEON, J.L.A. E1 verdadero esfuerzo de1 atleta. Boletin Informativo de Halterofilia, 11.26, p. 10-14, jul., 1979. PESO Viçosense participa de competição ein São Paulo e Cali. Folha d a Mata, Viçosa, MG: 14 out. 1995.[não paginado]. RODRIGUES, C.E.C, CARNAVAL,P.E. Musculação: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 1996. 196p. SANTOS, L.A. A obtenção da força. 111:COSTA,L.P. (Coord.). Treinamento Desportivo. [S.1.: s.ii.1, [I 97-1. p. 119- 168. SERGIA, M. Eii Honor de Ia Halterofilia. Boletin Informativo de Halterofilia, 11.1 9, p.7. oct. 1 977. R. inin. Educ. Fís., Viçosa, 5 ( 2 ) : 5-21, 1997 21