Maio - AW Portuguese
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Órgão Internacional dos Adventistas do Sétimo Dia Maio 2010 Começando o enditnow (Pare com isso agora) 12 Perigos Espirituais 24 Jakob Erzberger: O Pioneiro Esquecido 27 Quando Deus Criou o Amor Maio 2010 A A R T I G O D E C A P A Começando o enditnow (Para com isso agora) .......................... 16 Heather-Dawn Small, diretora do Ministério da Mulher da Associação Geral, e Charles Sandefur, presidente da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), falam sobre a nova iniciativa mundial para neutralizar a violência contra a mulher. DEVOCIONAL IGREJA EM AÇÃO Editorial............................. 3 Notícias do Mundo 3 Notícias & Imagens Visão Mundial 8 Ênfase em Liderança Janela 10 Lesoto por Dentro SAÚDE Mamografia .................... 11 Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless Perigos Espirituais Por Roy Adams .................................... 12 Como livros, filmes e programas de televisão confundem a linha entre a fantasia e espiritualidade. ARTIGO ESPECIAL ASI: O Poder da Associação Por Steve Dickman ...................................................................... 14 PERGUNTAS BÍBLICAS Mais que a História de um Peixe .................... 26 Por Angel Manuel Rodríguez A crescente influência do ministério leigo. ESTUDO CRENÇAS FUNDAMENTAIS A Batalha Continua! Por Alberto R. Timm ........................ 20 A luta entre o bem e o mal é uma realidade com a qual temos de conviver. ESPÍRITO DE Quando Deus Criou o Amor................. 27 Por Mark A. Finley PROFECIA Centro White Por Tim Poirier .............................................. 22 Preservando o dom que foi demonstrado na vida e ministério de Ellen White. HERANÇA BÍBLICO INTERCÂMBIO MUNDIAL 29 Cartas 30 O Lugar de Oração 31 Intercâmbio de Ideias ADVENTISTA Jakob Erzberger: o Pioneiro Esquecido Por Daniel Heinz......................................................................... 24 Um herói, sem louros, do princípio de nossa história. O Lugar das Pessoas ............................. 32 Tradução: Sonete Magalhães Costa Adventist World (ISSN 1557-5519) é editada 12 vezes por ano, na primeira quinta-feira do mês, pela Review and Herald Publishing Association. Copyright (c) 2005. Vol. 6, nº 5, maio de 2010. 2 Adventist World | Maio 2010 www.portuguese.adventistworld.org A Igreja em Ação EDITORIAL A “A cura é um ato de mudança social” dmito que fiquei surpreso quando comecei a considerar essa ideia, pois sempre pensei na cura como uma experiência profundamente pessoal. Como pastor por cerca de trinta anos, tenho testemunhado centenas de momentos muito particulares, onde o poder de Deus curou um corpo destroçado, transformou corações pecaminosos e restaurou casamentos esfacelados. Já contei histórias dos milagres de Jesus em muitos de meus sermões, orando para que meus ouvintes conseguissem alcançar a graça que ainda restaura pessoas feridas, vida após vida, uma de cada vez. O que acontece, porém, quando um corpo ferido é restaurado ou quando um relacionamento rompido é reparado? O que aconteceu aos conhecidos e às vilas daqueles dez ex-leprosos, cuja história é relatada por Lucas em seu evangelho, após Jesus os ter curado? Outras vidas, além das deles, rapidamente e até dramaticamente foram mudadas. Empregos reassumidos; casamentos restaurados; crianças voltaram a ter os pais; amizades foram reatadas no lugar em que foram bruscamente deixadas quando a doença trouxe sua terrível interrupção. A onda crescente de mudanças que fluiu do instante em que aqueles dez foram curados seguiu mudando famílias, estruturas sociais, aldeias e nações. E toda essa transformação estava clara na mente de Cristo ao pronunciar as palavras que fizeram com que aqueles homens ficassem curados. Os adventistas do sétimo dia têm sido historicamente cuidadosos com a publicidade em relação a mudanças sociais, pois temos visto a rapidez com que a graça e a cura realizadas pelo Grande Médico podem ser obscurecidas por sinais de piquete e manobras políticas. O que se iniciou como uma busca profundamente espiritual para conectar o perdido e quebrantado a Jesus, pode facilmente se transformar numa paixão avassaladora pelo poder e dominação social. Mas nunca nos esqueçamos do fato de que a boa notícia de Jesus, que nos oferece a vida eterna, deve sempre fazer uma diferença visível, aqui e agora, nas esquinas, nos bairros e em todos os relacionamentos de uma vida restaurada. A mulher que aprende a ler a Bíblia adquire posição econômica e influência social positiva por causa de sua nova habilidade. O marido abusivo que abandona seus hábitos de violência e intimidação porque seu coração foi transformado por Jesus, torna-se agora um baluarte pelo que é justo nos negócios, na família, na comunidade e na igreja. Ao ler o artigo de capa deste mês sobre a campanha “enditnow” (Acabe agora com isso), que está sendo difundida em todo o mundo, ore para que a cura e a mudança cheguem até a rua em que você mora. – Bill Knott NOTÍCIAS DO MUNDO Confirmada a Morte de Quatro Adventistas no Terremoto do Chile ■ Os líderes da igreja confirmaram a morte de quatro membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia, no terremoto com a magnitude de 8,8 da escala Richter, na manhã de 27 de fevereiro, o qual atingiu a parte central do Chile, país da América do Sul. Duas sedes da igreja foram severamente atingidas, e mais de dez prédios de igrejas foram “quase completamente destruídos”, segundo Erton Köhler, presidente da Igreja na América do Sul. Ao mesmo tempo, a Divisão declara que a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, se encontrou com voluntários da ADRA no aeroporto de Santiago, no dia 2 de março e elogiou o grupo de socorro. “Agradeço aos que oraram e continuam orando por nossos irmãos e irmãs e por todos os que sofreram com o terremoto que aconteceu no Chile”, escreveu Köhler em mensagem por e-mail, no dia 5 de março de 2010. “Permanecemos unidos, intercedendo e apoiando nossos irmãos chilenos.” Köhler acrescenta: “Até agora, temos notícia de que quatro irmãos adventistas foram mortos e ainda há alguns desaparecidos. Ainda estamos esperando por mais notícias. Além disso, temos duas sedes da igreja, da Associação do CLINTON REÚNE-SE COM VOLUNTÁRIOS DA ADRA: O então presidente eleito do Chile, Sebastian Piñera, e a secretária de Estado Hillary Clinton falaram com voluntários da ADRA durante visita ao aeroporto de Santiago, na terça-feira, 2 de março. A ADRA está trabalhando na distribuição de alimentos e água potável entre os sobreviventes do terremoto. (Piñera foi empossado nove dias após essa foto ser tirada). F O T O : A D R A C H I L E Maio 2010 | Adventist World 3 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO e para ajudar nossos irmãos em seus desafios pessoais”, acrescentou. Segundo Karen Cordovez, “Hillary Clinton, após reunião com a ex-presidente Michelle Bachelet, falou com o então presidente eleito, Sebastian Piñera (no aeroporto de Santiago). Clinton se aproximou dos oitenta voluntários da ADRA ali presentes, para ver seu trabalho. “Cristián Pincheira, coordenador de projetos da ADRA/Chile, falou com a Sra. Clinton sobre o auxílio prestado às vítimas do terremoto que a ADRA está realizando no país. Clinton expressou sua apreciação pela dedicação dos voluntários e declarou conhecer o trabalho da ADRA nos Estados Unidos.” – Por Mark A. Kellner, editor de notícias, com informações da Divisão Sul-Americana. 4 Adventist World | Maio 2010 F O T O APRENDENDO SOBRE BLOGS: Uma reunião de trabalho sobre Blogs na Internet e vídeos na Web foi promovida pela Associação Centro-Sul de Luzon. S S D Sul do Chile, em Temuco, e Missão Central, em Talca, Chile, que estão tremendamente comprometidas. Mais de dez igrejas estão quase totalmente destruídas e alguns colégios e escolas da igreja estão severamente danificados. Muitos de nossos irmãos [e irmãs] perderam seus lares e estão lutando para conseguir alimento, água e um abrigo.” Segundo Köhler, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) continua a prestar assistência à região. “A ADRA está ajudando a entregar alimentos, cobertores, barracas, além de ter um grupo canadense trabalhando na purificação da água e outro grupo de cerca de cem voluntários ajudando a arrecadar alimentos em Santiago, para serem enviados às regiões carentes”, ele relatou. “Agora estamos nos reunindo para procurar recursos e ajudar as instituições da igreja (templos, escolas e escritórios) a voltar à sua rotina normal Nas Filipinas, Blogs Adventistas Levantam Desafio na Internet ■ Quando se percebe a utilidade de um blog para alcançar pessoas e convidá-las a experimentar Jesus em sua vida, um entusiasta de blogs não pensará duas vezes para usar essa moderna ferramenta no ministério. Essa foi a impressão dos participantes da reunião de trabalho em mídia de comunicação intitulado “Fechando Lacunas”, com duração de três dias, dirigido pelo Departamento de Comunicação da Igreja Adventista do Sétimo Dia na região centro-sul de Luzon (SCLC), com a ajuda da Divisão Asiática do Pacífico Sul (SSD), nos dias 25 a 27 de janeiro de 2010. Na semana de trabalho que foi realizada na sede da SCLC, em San Pablo City, Filipinas, 28 participantes aprenderam a usar a Internet para ministrar às necessidades sociais e espirituais das pessoas. Aprenderam ainda a construir websites e blog, conectar-se à Internet, como também enviar mensagens para inspirar amigos e futuros amigos. Aprenderam outras habilidades, entre elas, conceitos e programas de relações comunitárias, notícias, artigos especiais e videografia. Os seminários foram apresentados por Wineldre Pasamba, webmaster da Universidade Adventista das Filipinas; Mary Lorelei Escasa, membro da equipe da Amazing Grace Media Productions e entusiasta dos blogs; Welsie dela Cruz, diretor-assistente para produções de mídia da SSD, e Jonathan C. Catolico, diretor de comunicação da SSD. “Planejamos ter acesso à comunidade utilizando um método mais moderno de comunicação”, disse Joel B. Macraig, diretor de comunicação da SCLC e organizador do encontro. “Estamos com uma nova equipe, formada para nos ajudar a realizar esses planos.” Quando perguntado se percebe alguma lacuna entre os adventistas e não-adventistas em certos assuntos, Catolico diz que tal “percepção varia de um lugar para outro. Algumas comunidades conhecem muito bem os adventistas, não apenas como o ‘povo da Bíblia’, mas como um grupo de crentes envolvidos em projetos comunitários”. Entretanto, disse ele, “precisamos que todos na igreja participem evangelizando seus vizinhos ao ajudá-los em suas necessidades por meio de programas de saúde, para jovens, serviços para família, melhoria educacional e de muitas outras maneiras, utilizando as nossas novas habilidades de comunicação. A realização de tais objetivos não está muito distante; desse modo, diminuímos a lacuna, se houver (alguma).” No fim do encontro, os participantes (que foram divididos em três grupos) apresentaram seus exercícios de vídeo. Um grupo recebeu a tarefa de entrevistar as pessoas na rua para dimensionar seu conhecimento dos programas da Igreja Adventista do Sétimo Dia em sua comunidade. “Infelizmente, havia alguns que nem conheciam os adventistas, disse o porta-voz do grupo de entrevistas. “Embora muitos conheçam SAUDAÇÕES: Sherry Ayittey, esquerda, Ministra do Meio Ambiente de Gana, com Helge Wendenburg, ministro do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, logo após a inauguração do Centro Baobab para Estudos Ecológicos da Valley View University, dia 23 de fevereiro de 2010. F O T O : os adventistas e seus programas, o mais conhecido é o trabalho educacional da igreja em suas comunidades.” – Reportagem da equipe de comunicação da SSD Doação da Alemanha Ajuda Universidade Adventista em Gana ■ Doações do governo e universidades alemãs estão ajudando a Universidade Adventista do Sétimo Dia em Gana a se tornar uma das universidades mais conscientes em conservação do Oeste africano, dizem administradores da escola. A Valley View University, com cerca de três mil alunos, recebeu 1,3 milhões de euros para projetos de conservação do campus, que inclui a reciclagem de águas residuais convertidas em um sistema de combustível, coleta e armazenamento de águas pluviais, plantio de árvores e um novo centro de estudos em ciência ambiental. “Esse centro criará oportunidades de interação entre estudiosos tanto locais como internacionais, no campo da ecologia”, disse Seth A. Laryea, presidente da Valley View, no dia 23 de fevereiro de 2010, durante cerimônia de dedicação do Centro Baobab para Estudos Ecológicos. Estavam presentes parceiros do projeto vindos da Alemanha, ministros de estado de Gana, alunos e professores. Helge Wendenburg, Ministro do Meio Ambiente, Conservação da C O R T E S I A D A V V U Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, disse que esperava “esclarecer que não apenas ali, na Valley View University, mas como um todo, a cooperação Alemanha/Gana, no campo da proteção climática, está andando bem”. Os esforços de conservação da universidade receberam um impulso cerca de seis anos atrás, quando o Ministério Federal Alemão de Educação e Pequisa ofereceu um subsídio para o desenvolvimento do plano de a universidade se tornar um “campus-eco” amigável. A Justus-Liebig University em Giessen, Alemanha, está colaborando com a universidade no plantio de dez mil árvores no campus e na comunidade ao seu redor, como também na preservação das espécies de árvores nativas existentes na área. A Sociedade de Engenharia Ecológica está realizando a coleta e armazenamento de água de chuva, enquanto a Universidade de Recursos Naturais e Ciências Aplicadas à Vida, em Viena, Áustria, é responsável pelo tratamento da água. Em outro projeto, banheiros secos estão reduzindo o uso de água, e os dejetos humanos são usados para produzir biogás para complementação do gás de petróleo liquefeito usado para cozinhar no refeitório da universidade. Sherry Ayittey, ministra do meio ambiente, elogiou a Valley View University por sua determinação em expor e disseminar as iniciativas de conservação e prometeu trabalhar com a universidade, repetindo a iniciativa em outras instituições. A Valley View University tornou-se a primeira universidade privada credenciada em 1995 e a primeira universidade privada no país a ser projetada em 2006. A universidade localiza-se numa região rural, cerca de 20 quilômetros a nordeste de Acra, capital de Gana. – Reportagem da equipe da Rede Adventista de Notícias Escolas Adventistas em Belize Fecham as Portas em Protesto Contra a Violência ■ A Igreja Adventista do Sétimo Dia em Belize fechou as portas de suas 25 escolas, por um dia (5 de março), em protesto contra a violência dos policiais IGREJA ENLUTADA: Centenas de pessoas prestam homenagem a Teddy Murillo Jr., jovem adventista do sétimo dia assassinado a tiros no dia 27 de fevereiro, em Belize City. A igreja fechou as 25 escolas do país para um dia de protesto contra o que os líderes chamam de escalada da violência por parte da polícia do país. F O T O : A B I L I O C I M A / I A D Maio 2010 | Adventist World 5 A Igreja em Ação NOTÍCIAS DO MUNDO do país, que resultou na morte de um membro da igreja. Teddy Murillo, Jr. teria sido morto a tiros na manhã do sábado, 27 de fevereiro, por um oficial da lei que foi interrogado e liberado mais tarde. Murillo, 21, era membro do Tabernáculo Adventista Monte Sião, em Belize City, primeira igreja a ser fundada na cidade. Era membro ativo do grupo de jovens de sua igreja, da qual era diácono. Murillo foi o segundo adventista vítima da violência policial em anos recentes, segundo Abilio Cima, secretário executivo e diretor de comunicação para a igreja em Belize. A jovem adventista, de 19 anos de idade, assassinada há alguns anos, foi a primeira, disse Cima, somado a outros dois casos noticiados nos últimos anos. Um caso ainda está em julgamento e outro foi arquivado, por falta de testemunhas, diz ele. “As pessoas têm medo de testemunhar (no tribunal), porque sua vida corre risco,” disse Cima. “Ao fechar nossas escolas, queremos mostrar à grande comunidade que somos contra a violência”, disse Cima, acrescentando que a Igreja Adventista está desafiando o governo nacional a “fazer algo urgentemente para que o crime e a violência terminem”. Centenas de pessoas lotaram o Tabernáculo Adventista Monte Sião, no dia 7 de março, para a cerimônia fúnebre de Murillo, transmitida ao vivo por uma emissora de televisão local. Murillo frequentou a Escola Fundamental Adventista Garbutt, Escola Adventista de Ensino Médio Canaã e era calouro na Universidade de Belize, cursando Agricultura, quando morreu. A Igreja Adventista do Sétimo Dia é a segunda maior igreja em Belize, com mais de 34 mil membros, divididos entre 76 igrejas e congregações. – Reportagem da Divisão Interamericana 6 Adventist World | Maio 2010 Adventistas Marcam Goleada com Revista Copa doMundo Para a Por Mark A. Kellner, editor de notícias Uma edição da Signs of the Times Sentido horário, a partir da esquerda: Cerca de 300 mil cópias de uma edição especial da Singns of the Times é impressa para alcançar os turistas da Copa do Mundo em Joanesburgo, África do Sul. EDITORES: Ruth e Eric Webster, sul-africanos adventistas, ambos com mais de oitenta anos de idade, produziram uma edição especial da revista, a qual têm editado nos últimos vinte anos. APOIO DA UNIÃO: Gift Mweenba, diretor de pessoal e de publicação da união, ajudou na produção massiva e contribuiu como editor convidado da edição especial da revista. C O R T E S I A D A S I G S O F T H E T I M E S U m casal adventista do sétimo dia se levantará para alcançar os fãs do futebol durante a Copa do Mundo de 2010 da FIFA, na África do Sul, com início no dia 11 de junho e término cerca de um mês mais tarde. A edição sul-africana da Signs of the Times (Sinais dos Tempos), revista evangelística há anos publicada estritamente secular. Junto com o conteúdo relacionado ao esporte, há artigos destinados a apresentar aos leitores a Igreja Adventista do Sétimo Dia e sua mensagem, observou Webster. “Estamos orando para que o Espírito Santo trabalhe no coração dos leitores de diferentes formas”, ele acrescenta. “Eles poderão descobrir que a revista é patrocinada pela Igreja Adventista do grande parte das informações sobre futebol. Ele é editor de um dos jornais do Zâmbia e ex-jornalista e editor de esportes.” Entre outros colaboradores para essa edição está Gift Mweemba, diretor de publicações e do ministério pessoal da União da África do Sul, e adventistas de todo o mundo. Além disso, François Louw, presidente da união, disse atingirá turistas de todo o mundo em Joanesburgo mundialmente pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, dedicará pelo menos 280 mil cópias, a maior parte em inglês, para fornecer informações sobre os jogos e também como ganhar o maior desafio da vida, que é a fé em Jesus Cristo. “Pensamos que os leitores vão guardar a revista por causa de sua aparência e abordagem seculares. Não será a aparência típica de uma revista evangélica”, disse Eric Webster, pastor adventista do sétimo dia de 82 anos de idade, que, junto com sua esposa, Ruth, mantém a Signs como um ministério auto-suficiente no sul da África há 20 anos. “Os interessados em futebol terão uma mina de ouro de informações sobre os 32 países participantes. Há, inclusive, três páginas com fotografias em alta definição de dezessete jogadores internacionais. Os fãs vão querer guardar essas páginas. No centro da revista, há duas páginas com a programação de todos os jogos, datas, locais e espaço para marcar os resultados. Mais uma vez, será difícil para quem é fã de futebol jogar fora essa revista”, disse Webster. A edição especial da Signs, entretanto, não é um empreendimento Sétimo Dia. Isso está na página três. Há também informação sobre o preço e endereço para alguém se tornar assinante da revista. Há ainda nove artigos espirituais, de uma página, espalhados pela revista. Acreditamos que alguns leitores serão levados a ler esses artigos e que Deus lhes falará ao coração.” Um elemento espiritual importante será anexado aos artigos de meia página detalhando a importância do futebol para cada um dos 32 países participantes na Copa de 2010: “No fim de cada um dos 32 artigos sobre os países, há endereços onde os leitores poderão entrar em contato para receber ajuda espiritual, em seu próprio país. Isso significa que os visitantes provenientes desses países poderão receber acompanhamento. Há também o endereço da Internet, na página 2, onde os leitores poderão acompanhar a revista e obter outras informações”, disse Webster. Quando questionado sobre as surpresas que encontrou na preparação dessa edição especial, Webster observou vários incidentes da direção de Deus na procura de colaboradores, como Jack Mwewa, membro da igreja do Zâmbia, “que escreveu os artigos sobre quatro países africanos e me ajudou com que um grupo de jovens adventistas brasileiros participará da equipe de testemunho/distribuição em Joanesburgo e trabalhará junto com os jovens adventistas sul-africanos na distribuição da revista e outras literaturas. “A Copa do Mundo nos forçou a pensar: Não podemos nos dar ao luxo de perder essa oportunidade”, disse Louw. Uma tarefa de distribuição mais abrangente, o endereçamento e envio de 30 mil revistas impressas cairão sobre os Webster, ambos na casa dos 80 anos e, como observa Eric, também “abençoados com boa saúde”. Ruth Webster colará milhares de etiquetas de endereços nas revistas e, em seguida, ajudará Eric a carregar seu carro para levá-las aos correios. E depois disso? Eric Webster, que anualmente corre uma maratona completa, planeja pedir ao presidente de sua união que o ajude a encontrar outras pessoas para assumir esse ministério da página impressa, que, segundo se espera, alcance os turistas durante a Copa do Mundo. Mais informações sobre a revista especial estarão disponíveis online, na página http://www.impact2010.co.za/. Maio 2010 | Adventist World 7 A Igreja em Ação VISÃO MUNDIAL Ênfase em Liderança Encontro realizado em Pequim enfatiza crescimento em liderança Por Bill Knott, editor, com Mark A. Kellner, editor de notícias da Adventist World C om um número de membros batizados chegando a 17 milhões em todo o mundo, a Igreja Adventista do Sétimo Dia também necessita de maior número de líderes de igreja, bem treinados. Com esse objetivo, os líderes mundiais do Desenvolvimento de Liderança Global realizaram, recentemente, uma reunião de diretoria em Pequim, China – o terceiro de uma série anual e o primeiro a ser realizado naquele país – para discutir métodos e estratégias para ajudar os líderes da igreja a cumprir sua missão. Michael L. Ryan, vice-presidente geral da Igreja Adventista, é um dos líderes desse departamento, em parceria com Pardon Mwansa, também vice-presidente. Ao retornar de Pequim, Ryan falou à Adventist World sobre o encontro e seus objetivos. Dê-nos uma ideia da importância desse evento para a igreja mundial. Quantos membros havia em sua equipe? Tínhamos cerca de trinta pessoas, representantes de todas as divisões do mundo. Essas reuniões foram organizadas para os presidentes das divisões? Não. Três presidentes de divisão estavam lá, mas foram representar o item sobre liderança. As demais divisões tinham outros representantes. O treinamento da liderança na igreja sempre foi uma espécie de colcha de retalhos. Temos dois líderes na Associação Geral que realizam seminários de liderança aqui e ali. Mas isso tende a ser bastante periférico na discussão da filosofia, questões teológicas, como integridade ou algo semelhante. A princípio, quando tivemos nosso primeiro encontro há dois anos, falei sobre nosso conceito de dois tipos de treinamento de liderança. Temos o que poderíamos chamar de “disponível”, o doutor (PhD, mestre (MA), etc. Eles estão disponíveis para encontrar uma maneira de atender ao que for necessário. 8 Adventist World | Maio 2010 Ao outro poderíamos chamar de “específico e intencional”. Nossa igreja mundial, por exemplo, está organizada em 512 associações, 106 uniões e 13 divisões. Pelo menos três administradores dirigem cada uma dessas instituições e, às vezes, há associados. É essencial preparar pessoas para ocupar essas funções específicas. O que temos feito para os presidentes? Estou falando, especificamente, daqueles que chegam à presidência em nível de associação. Eles são vistos pelos colegas e por quem eles representam, como pessoas capazes. Mas o que sabem sobre a arte de presidir uma comissão? O que sabem sobre o funcionamento de uma assembleia constituinte? O que sabem sobre a leitura de um relatório financeiro? Eles podem ter sido pastores de grandes igrejas, realizado um bom trabalho, mas essas são habilidades diferentes. Temos um site recente na Internet, leadershipdevelopment. adventist.org., que está estruturado de tal modo que a declaração de missão/visão pode ser encontrada junto com a pesquisa atualizada, nomes de palestrantes de todo o mundo, disponíveis para fazer apresentações sobre determinados temas. Temos listados os livros mais recomendados recentemente sobre liderança, e provavelmente a seção mais importante do site sejam os “eventos de liderança”. Ela, basicamente, mostra data, horário, local, quem vai apresentar, organizado pela Associação Geral, divisão, união, e cada divisão tem espaço para sua própria lista. No primeiro encontro, analisamos a declaração de missão, os valores, a administração. No segundo encontro, focalizamos as atribuições de trabalho mais importantes do campo mundial. Nessa ocasião, as divisões levaram seu calendário de eventos para ser inserido no site. Em termos de importância, esse é um grande passo em direção ao objetivo. Seria justo dizer que a transição para esse modelo é, por assim dizer, “nós vamos aonde somos convidados”, responsabilizando os líderes da Associação Geral e das divisões por um programa de treinamento contínuo em Quando se olha para os assuntos que o grupo de liderança gostaria de pesquisar, quais são as três ou quatro questões fundamentais no topo da lista para o desenvolvimento em liderança? No momento, estamos nos concentrando em reunir currículos para presidente, secretários e tesoureiros. Estou explorando com certos autores e começando a preencher os outros espaços em branco. Isso não significa que os primeiros são mais importantes. Mas, se tivesse que dizer, e todos concordam, penso que as questões de liderança mais importantes são as da liderança da igreja local, que precisam mudar com certa rapidez. E essa mudança começaria, na realidade, com o pastor. Material de liderança para pastores está disponível online. Incluem-se também vários oficiais da igreja, especialmente os anciãos, diretores de Escola Sabatina e tesoureiros. Porque do modo como funciona essa unidade funcionará o resto da igreja. Temos a tendência de nos esquecer disso. Qual será o próximo passo para nosso grupo? Na sua maneira de ver, que rumo está tomando? Como o adventista comum pode orar efetivamente pelo trabalho que vocês estão fazendo? TREINO PRÁTICO: Stan Patterson (destaque), professor do Seminário Teológico da Universidade Andrews, oferece treinamento para desenvolver habilidades de liderança. liderança e o alvo especialmente desse grupo de dois mil líderes, que inclui associações, uniões e divisões de todo o mundo? É importante notar que há diferentes papeis a serem desempenhados. A Associação Geral desempenha o papel da visão e da responsabilidade de que exista um programa de liderança e uma rede mundial. Porém, a responsabilidade de desenvolver o programa de liderança está sobre cada divisão… Nós ajudamos, até certo ponto, com material… Às vezes, o estilo de liderança varia de um lugar para outro… Assim, não podemos chegar e dizer: “Esse tamanho serve, então vamos dar a mesma medida para todos.” Por que temos treinamento em liderança? Primeiro, a maior preocupação é toda a problemática da unidade. Temos treinamento de liderança em todos os níveis porque estamos intensamente interessados na unidade. Em segundo lugar – esse é basicamente um assunto de missão –, somos uma igreja que o Senhor abençoa com o privilégio de crescermos cerca de 4,8 por cento ao ano, e em alguns lugares, o crescimento é maior. Desde 1990, o trabalho dentro da Janela 10/40 (tenha em mente que estamos lidando com porcentagens) cresceu 284 por cento. A obra fora dessa janela, desde 1990, cresceu cerca de 88 por cento. Quando olhamos para esse tipo de crescimento, há uma dinâmica envolvida que o povo não entende. Por muito tempo, estivemos envolvidos na missão global e em plantar igrejas, gerando um rápido crescimento. Entretanto, não nos concentramos no treinamento de líderes. Assim, temos três ou quatro líderes em áreas de enorme crescimento, os quais estão sobrecarregados. Portanto, se nossa igreja continuar crescendo na mesma proporção, precisaremos nos comprometer em treinar líderes nessas áreas. Se não fizermos isso, as outras estruturas da igreja (associações, uniões e divisões) serão prejudicadas. Precisamos assumir o compromisso de ser a melhor organização do mundo. E isso acontece quando temos líderes capacitados. Maio 2010 | Adventist World 9 A Igreja em Ação JANELA esoto L por Dentro Por Hans Olson N o coração da África austral, está o pequeno reino de Lesoto. Esse país interior, completamente cercado pela República da África do Sul, é conhecido por seus planaltos e montanhas. Na verdade, mais de oitenta por cento do país situa-se a mais de 1.800 metros acima do nível do mar. Sua altitude elevada torna o clima de Lesoto muito mais frio do que os outros países do sul da África. Os colonos Sotho-Tswana colonizaram a região da África austral, que agora inclui Lesoto, entre os séculos III e XI d.C. Lesoto, então chamado Basutolândia, não emergiu como país até 1822, quando Moshoeshoe I, chefe local, organizou vários grupos de tribos basotos e tornou-se seu rei. Durante os 46 anos seguintes, enquanto eclodiam várias guerras contra tribos vizinhas, Moshoeshoe I lutou para manter o controle da Basutolândia. Em 1868, o monarca apelou para que a Grã-Bretanha estabelecesse Basutolândia como país protegido pela Inglaterra. Assim, pelos 98 anos seguintes, o país ficou livre dos ataques externos e se desenvolveu como nação. Em 4 de outubro de 1966, a nação se independeu da Inglaterra e trocou seu nome para Lesoto. Desde então, tem havido disputas pelo poder político, mas relativamente pacíficas. O povo de Lesoto enfrenta muitos desafios. Segundo as Nações Unidas, cerca de 40 por cento da sua população vive abaixo no nível internacional de pobreza, de 1,25 dólares americanos por dia. Outro desafio é a alta incidência de HIV/AIDS. Há estimativas de que uma em cada quatro pessoas em Lesoto é portadora do HIV/AIDS. Além disso, sua paisagem montanhosa e estilo de vida rural fazem com que grande parte do país seja inacessível por estradas. Muitas aldeias dependem de cavalos, viagens a pé e avionetas para conseguir o que necessitam. Em virtude das dificuldades da vida em Lesoto, muitos homens mosoto, como é denominado o povo de Lesoto, trabalham na África do Sul, especialmente em minas de metais preciosos, para ganhar o suficiente para manter a família em seu país. Adventistas em Lesoto O primeiro adventista a visitar Lesoto foi Stephen N. Haskell, que batizou o mosoto David Kalaka, seu guia, após 10 Adventist World | Maio 2010 LESOTO Capital: Maseru Principais Idiomas: Inglês (oficial), Sesoto (Soto do Sul), Zulu, Xosa Religiões: Cristã – 80%; crenças indígenas – 20% População: 1,8 milhão* Membros adventistas: 6.428* População adventista per capita: 1:280* Crescimento da igreja no último ano: 12%* *146 o Relatório Estatístico Anual dos Arquivos Estatísticos da Associação Geral. visita ao país em 1885. Quatro anos mais tarde, J. M. Freeman ajudou Kalaka a estabelecer a sede da Missão Basutolândia. Em 1910, foi inaugurada a segunda sede de missão, a Missão Emanuel. Uma terceira instituição foi fundada em Mapoteng, em 1951: o Hospital Adventista Maluti. Lesoto é um dos países que formam a Divisão África do Sul-Oceano Índico da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Essa divisão, a mais nova da igreja mundial, é formada por onze países no terço sul da África e várias nações insulares do Atlântico Sul e Índico, na costa da África. Cerca de 151 milhões de pessoas vivem nessa divisão, e mais de 2,1 milhões compartilham a fé adventista do sétimo dia ali. Essa é uma proporção de cerca de um adventista para cada 72 pessoas. A Divisão África do Sul-Oceano Índico está recebendo o “Siga a Bíblia”. Patrocinado pelas igrejas adventistas do sétimo dia de todo o mundo, “Siga a Bíblia” é uma iniciativa destinada a encorajar os adventistas a desenvolver interesse mais profundo na leitura diária da Bíblia. Como parte dessa iniciativa, a jornada da Bíblia viajante teve seu início nas Filipinas, em outubro de 2008, e será concluída em junho, na Assembleia da Associação Geral, em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos. Para saber sobre a obra da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Lesoto, acesse www.AdventistMission.org. S A Ú D E N O M U N D O Por Allan R. Handysides e Peter N. Landless Mamografia: Prevenção Vital Tenho 50 anos de idade e história de câncer de mama na família (minha mãe). Vivo em um país em que a mamografia é usada para rastreamento e prevenção do câncer de mama. Porém, estou angustiada, com as opiniões conflitantes em relação à mamografia para esse fim. O que devo fazer em relação à repetição desse exame? P rimeiro, recomendamos que você discuta o assunto com seu médico. Isso é particularmente importante por causa do seu histórico familiar. Há um componente genético definido para certos tipos de câncer de mama, e principalmente as mulheres que tiveram parentes de primeiro grau com a doença (mãe, irmã) devem ser meticulosas em realizar os exames de rotina. Atualmente, há um debate nos Estados Unidos em relação às diretrizes práticas, originalmente formuladas pela Sociedade Americana de Câncer. A discussão foi influenciada pelo anúncio de novas diretrizes para exames de mamografia pela Força de Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA (FTSPEUA), em novembro de 2009, logo após a publicação de um artigo no The Journal of the American Medical Association (Revista Americana da Associação Médica), que levantou algumas questões sobre o valor da mamografia para salvar a vida das mulheres. Embora o assunto não necessite de novidade para muitos médicos e pesquisadores, as manchetes alimentaram a ansiedade do público. A FTSPEUA é contra o início da realização da mamografia de rotina na maioria das mulheres a partir dos 40 anos. Recomendam, ainda, que mulheres entre 50 e 74 anos deveriam submeter-se à mamografia a cada dois anos, em vez de anualmente. As que são do grupo de alto risco (portadoras de mutações genéticas ligadas ao câncer de mama) devem continuar sua rotina de exames anuais ou tão frequentes quanto o aconselhado pelo médico. A força de A R I E L D A S I LVA PA R R E I R A / O N TA N U tarefa não fez recomendações para mulheres acima de 75 anos de idade, devido a informação insuficiente. Além disso, aconselhou os médicos a não ensinar as mulheres a fazer o auto-exame de mama regularmente por causa da falta de evidências de que esse procedimento contribuiu para salvar vidas. A confusão e a discordância tornaram-se ainda maiores quando a American Cancer Society anunciou que vai manter sua recomendação original para a realização da mamografia anual em mulheres a partir dos 40 anos de idade. Várias outras opiniões foram levantadas. Toda essa discussão destaca a importância da análise transparente e da publicação das evidências sobre o cuidado da saúde, e o que pode parecer ser uma bagunça desanimadora é na realidade um processo e não uma crise. Dois exames para rastreamento do câncer provaram, sem dúvida, ser efetivos para salvar vidas: o Papanicolau, para o câncer cervical, e a colonoscopia, para o câncer de cólon. Há um debate em curso sobre o valor da pesquisa do antígeno prostático específico (PSA), assim como o rastreamento do câncer de pulmão. A mamografia, também, é um exame imperfeito e, embora haja contribuído para diminuir os índices de morte nos Estados Unidos nos últimos vinte anos, o decréscimo foi gradual, muito dispendioso e resultou em alguns tratamentos desnecessários. Isso porque alguns tipos de câncer identificados pela mamografia são de crescimento lento e outros podem até desaparecer sem nenhum tratamento. O problema M I H A I / M O D I F I C A D A D I G I TA L M E N T E é que não sabemos quais cânceres são perigosos e oferecem risco de morte. Certamente, não é aconselhável deixar de tratar um câncer diagnosticado. As sugestões, a seguir, são baseadas no fato de que acreditamos que a mamografia salva vidas e as mulheres devem continuar a submeter-se ao exame: ■ Mulheres que sabem que fazem parte do grupo de risco por sua história familiar, resultado de biópsia ou de uma condição genética conhecida, devem submeter-se à mamografia como recomendado por seus médicos. ■ Grande parte das mulheres poderia mudar a rotina de mamografia, com segurança, para cada dois anos. Isso salva quase tantas vidas quanto o exame anual, mas pode estar associado a menor ansiedade, dor e despesa com procedimentos desnecessários. Mais uma vez, consulte seu médico. ■ Embora o auto-exame sistemático não seja uma recomendação baseada em evidências, é inofensivo. Esteja ciente de qualquer alteração ou caroços nos seios e procure tratamento médico precoce. ■ A maioria das mulheres, salvo indicação contrária, deveria submeter-se à mamografia a partir dos 50 anos, com intervalos de 18 a 24 meses. Allan R. Handysides, M.B., Ch.B., FRCPC, FRCSC, FACOG, é diretor do Departamento de Saúde da Associação Geral. Peter N. Landless, M.B., B.Ch., M.Med., F.C.P.(SA), F.A.C.C., é diretor-executivo da ICPA e diretor-associado do Departamento de Saúde. Maio 2010 | Adventist World 11 D E V O C I O N A L A ve Maria, uma das mais antigas e a mais popular das orações cristãs, tem sido parte da liturgia católica desde o século XV, recitada como parte do rosário. Incorporada a melodias, ela aparece em várias versões. As composições de Franz Schubert e Charles Gounod são consideradas as mais populares. Se alguma vez você já as ouviu cantadas por Luciano Pavarotti (ou um pouco mais comovente – perdão pela irreverência— por Aaron Neville), então compreende quão cativantes são essas peças musicais. Elas me cativam toda vez que as ouço. Não obstante os elementos bíblicos válidos da canção (com base em Lucas terem involuntariamente tornado a doutrina e a teologia repugnantes, seria um erro terrível abandonar essa postura histórica. E nenhuma das doutrinas que defendemos é mais duramente rejeitada do que a questão do que acontece às pessoas quando morrem. Onda de Livros Certo professor, em uma de nossas universidades, entrou em contato comigo no início de 2009, perguntando se eu ouvira falar sobre “o fenomenal best-seller cristão … A Cabana.”1 Os professores da classe de Escola Sabatina, disse ele, haviam usado esse livro em lugar da lição no trimestre anterior e Perigos Por Roy Adams Espirituais Invasões sutis (e não tão sutis) à integridade de nossa fé 1), o que temos ali é essencialmente uma oração a Maria, para muitos de nós disfarçada pela versão em latim. Será que eu me emocionaria com essa obra se a letra fosse simultaneamente traduzida enquanto a linda melodia chegasse aos meus ouvidos? Veja o que diz a letra: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.” Se eu permitir que meu amor pela música ofusque o conteúdo inapropriado da letra, então será puro emocionalismo de minha parte. Orar pelos mortos é impróprio e não bíblico. Desde seus primórdios, a Igreja Adventista do Sétimo Dia deu muita importância à teologia e à doutrina. Embora tenhamos sido zombados por isso e apesar de alguns adventistas 12 Adventist World | Maio 2010 ele disse ter ouvido que outras igrejas adventistas também o “introduziram para discussão na Escola Sabatina e outros usos”. Desde aquele dia, tenho ouvido que outras instituições adventistas estão recomendando o livro para os alunos e até (em um dos casos) distribuindo exemplares nos dormitórios e convidando o autor para entrevistas e palestras para alunos e funcionários. A ficção tem recebido críticas elogiosas de alguns periódicos. Em um anúncio no site do livro na Internet, Eugene Peterson descreve A Cabana como tendo o “potencial de fazer por nossa geração o que O Peregrino, de John Bunyan, fez pela sua”.2 E qual é o assunto do livro? Um resumo do enredo aparece na contracapa do livro: “Missy, a filha B E N J A M I N mais nova de Mackenzie Allen Philips, foi raptada durante as férias da família e encontrada morta e abandonada numa cabana no deserto do Óregon, com evidências de que tenha sido brutalmente assassinada. Quatro anos depois, no meio de sua grande tristeza, Mack recebe um bilhete suspeito, aparentemente vindo de Deus, convidando-o a voltar à cabana para um fim de semana. Contra o melhor de seu bom-senso, ele chega à cabana numa tarde de inverno e volta ao seu mais terrível pesadelo. O que ele encontra ali muda seu mundo para sempre.” Uma coisa que nunca devemos fazer é subestimar o poder da ficção. E o que temos nesse livro é ficção com uma agenda – agenda teológica. Na cabana isolada, Mack encontra os três membros E A R W I C K E R / AT I F G U L Z A R / M O D I F I C A D A D I G I TA L M E N T E da Divindade e descobre que tudo em Deus envolve “relacionamentos”, uma palavra bem popular nos círculos cristãos hoje em dia. (Aconteceu de eu estar estudando o livro de Jeremias enquanto lia o livro e não pude deixar de observar o imenso contraste entre o Deus de A Cabana e o Deus de Jeremias. Casualmente, encontramos ali um Deus de convívio, que precisa do seu café da manhã e vai em busca de bebidas alcoólicas.) Filhas Mortas Estão Voltando A coisa mais importante que acontece na cabana é que Mack, mais tarde, é colocado em contato com (você adivinhou) Missy, que agora está em segurança (adivinhou novamente) no Céu. Ela lhe traz conforto, oferece pistas sobre o assassino e lhe garante que ele não é culpado por sua morte. Toda a narrativa é um sonho envolvido por torpor dentro de um trabalho de ficção. Tudo é fluido, exotérico, místico. Mas algo claramente aceito é que os mortos podem se comunicar conosco. Esse é um assunto que tem saturado a cultura contemporânea, como observou o crítico de cinema do Los Angeles Times, Bob Mondello, em recente declaração na Rádio Pública Nacional.3 Falando sobre o recente filme, Mondello observou: “Filhas mortas voltam como fantasmas para ajudar os pais.” No filme The Lovely Bones, “o fantasma de Susie Salmon … cuida de seu pai, guiando seus passos na direção do assassino”. No The Edge of Darkness, “a garotinha do papai, ao tentar sair do caminho perigoso, é morta à porta de entrada da casa dele e, em seguida, começa a falar com ele do além. “E no drama histórico A Criação, “a filha de Charles Darwin (Annie) falecida havia pouco tempo … aparece em seu escritório e o encoraja a terminar seu legendário livro A Origem das Espécies”.4 Sussuros de Fantasmas, série da Televisão CBS, americana, que estreou em setembro de 2005, é apenas mais um de uma série de outras na mesma linha. E o enredo segue a vida de Melinda Gordon (Jennifer Love Hewitt), que é capaz de “se comunicar com espíritos presos ou fantasmas que se agarram à vida, porque eles têm questões não resolvidas em nosso mundo”.5 Perigo A questão mais controversa para os evangelistas adventistas não é defender o sábado, mas o estado dos mortos. As pessoas querem acreditar que seus entes queridos que partiram foram para o Céu e estão “olhando para baixo”, para eles, e são capazes de enviar sinais e mensagens. Qualquer ensino contrário, enfrenta dura resistência. O preeminente estudioso do Novo Testamento, o falecido Oscar Cullmann, disse que algumas das piores cartas que recebeu em toda a sua carreira vieram em reação a um pequeno ensaio no qual argumentava a conjectura bíblica da ressurreição dos mortos contra o conceito grego da imortalidade da alma. Uma mulher francesa escreveu-lhe: “O povo francês, morrendo por falta do pão da vida, tem recebido, em vez de pão, pedras, senão serpentes.”6 Numa cerimônia fúnebre, repleta de celebridades na Catedral Nacional de Washington, pouco depois do “11 de Setembro”, Billy Graham, cujas palavras seriam, noutras circunstâncias, um excelente sermão, afirmou aos ouvintes que “muitas das pessoas que morreram na semana passada estão no Céu agora”.7 Seja por meio da ficção ou (supostamente) narrativas da vida real (como em um programa religioso que ouvi recentemente no rádio, em que as pessoas se reúnem, como em sessão espírita, para invocar a aparição de Maria), há muita “mensagem subliminar” aí fora, numa abordagem sutil, compreendida por todo anunciante. É importante não reagirmos exageradamente a cada incidente que ocorre na sociedade, mas a confusão sobre o que acontece quando morremos não é uma questão irrelevante. Pode servir como trampolim para o espiritu- alismo, uma evolução perigosa prevista para desempenhar papel decisivo na crise final. Olhando através dos séculos para nosso tempo, João viu: “Então, vi sair da boca do dragão, ... da besta e ... do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs.” Eles são, disse ele, “espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus TodoPoderoso” (Ap 16:13, 14). Como adventistas, temos uma missão especial. Às vezes, por ingenuidade, ou por complexo de inferioridade, podemos danificar nossa “marca”. Acho que sempre serei cativado pela música da Ave Maria, mas recomendar e endossar essa peça para outras pessoas seria errado. Posso me impressionar com o brilhantismo literário de A Cabana, identificar-me emocionalmente com a tragédia que levou William Young a escrever a obra, e até indicar para meus alunos como leitura acadêmica. Mas usá-la como substituto da Lição da Escola Sabatina ou endossá-la para os alunos adventistas, seria ir muito longe. Em virtude de questões bíblicas envolvidas e o poder sobrenatural da ficção, seria tão irresponsável quanto apresentálos a Ouija Boards e às cartas de tarô. Indo aos extremos, para muitos, esse trabalho, embora bem intencionado, pode muito bem servir como uma incursão ao ocultismo. Wm. Paul Young, A Cabana (Editora Extante, 2008). http://theshackbook.com. “Daughters, daughters everywhere... “ NPR, 29 de janeiro de 2010. www.npr.org/templates/story/story.php?storyId=123122 932&sc=emaf. 4 Ibid. 5 www.cbs.com/primetime/ghost_whisperer/about. 6 Oscar Cullmann in Krister Stendahl, ed., Immortality and Resurrection (New York: Macmillan Co., 1965), p. 47. 7 www.americanrhetoric.com/speeches/ billygraham911memorial.htm. 1 2 3 Roy Adams é editor associado da Adventist World. Maio 2010 | Adventist World 13 A D V E N T I S TA M U N D I A L E S P E C I A L I G H C H U D L E C O RT E S I A D A R Á D I O A R T I G O G E R RY O asi:Poderda D Assocıaçao esde o seu início, a ASI – Adventist-laymen’s Services and Industries (Associação Adventista de Empresários e Profissionais Liberais) – tem sido um movimento leigo. Ela nasceu da convicção de alguns funcionários leigos do Madison College, de propriedade da Igreja Adventista, no Tennessee, Estados Unidos, de que o trabalho missionário leigo é essencial ao chamado para a missão da denominação. A ASI foi criada em 1947 especificamente para ajudar a igreja a levar o evangelho a todos os cantos da Terra. Logo se tornou evidente que os empresários, profissionais liberais e líderes de ministérios de apoio são mais eficientes como missionários leigos quando têm a oportunidade de se associar, trocar informação e colaborar com um propósito comum. Esse acordo é expresso no lema da ASI: “Levando Cristo ao local de trabalho”. A cofundadora da Igreja Adventista, Ellen White, escreveu no livro Obreiros Evangélicos, página 352: “A obra de Deus na Terra nunca poderá ser terminada a não ser que os homens e as mulheres que constituem a igreja concorram ao trabalho e unam os seus esforços aos dos pastores e oficiais da igreja.” A comissão de Ellen White foi a preocupação principal da primeira reunião organizacional das Instituições Adventistas Auto-suficientes, em 1945, que mais tarde se tornou a ASI. Os que estiveram presentes à reunião reconheceram a necessidade de uma organização de leigos para cooperar com o trabalho oficial organizado da denominação adventista. Os membros da ASI têm trabalhado juntos, coletiva e individualmente, desde aquela época. Cada ano, os membros da ASI se reúnem em uma convenção internacional para animar-se mutuamente, trocar ideias e recursos vitais para os objetivos do ministério leigo. Eles 14 Adventist World | Maio 2010 Por Steve Dickman metem a mão no bolso quando doam para a “oferta destinada a projetos especiais” que apoiam de 30 a 35 ministérios préselecionados, tanto grandes como pequenos. As convenções da ASI são poderosas, inspiradoras, durante as quais há grande troca de informação e são feitos planos que um indivíduo ou ministério nunca poderia realizar sozinho. Esses relacionamentos de cooperação produzem resultados eternos. Ministérios Apoiados pela ASI Mike e Diana Halverson, um casal de Dayton, Tennessee, nos Estados Unidos, sentiram-se impressionados a iniciar um ministério no rádio, nas florestas da Nicarágua. Por meio de associações e contatos que receberam como membros da ASI, os Halversons conseguiram lançar e expandir seu ministério. Seu principal objetivo e energia estão agora sendo investidos nesse ministério e recebem apoio contínuo e incentivo de seus colegas, membros da ASI. Um projeto chamado Igreja de Um Dia começou com a ideia de um dos membros da ASI, Garwin McNeilus, de criar um kit igreja/com estrutura de aço que pudesse ser despachado e construído em qualquer lugar do mundo com custo e mão de obra mínimos. Os membros da ASI investiram tempo e dinheiro para tornar a ideia de McNeilus uma realidade mundial. Hoje, milhares de congregações que se reuniam sob árvores, em cabanas de palha ou ao ar livre, estão se reunindo em igrejas e protegidas das intempéries, como resultado do projeto Igreja de Um Dia. Mas os membros da ASI reconhecem que as ideias e os recursos são dons do Senhor e estão muito felizes por simplesmente ser parte do processo. Esse é o tipo de história que se ouve nas convenções – reuniões familiares que oferecem programas para cada grupo etário. D A Coisas impressionantes acontecem quando os membros leigos unem as mãos com a igreja em espírito de unidade. A cada ano, tanto novos como velhos amigos se unem e desenvolvem relacionamentos próximos, como de uma família. Os participantes deixam a convenção cheios de boas ideias e fortalecidos pelo entusiasmo dos oradores e seminários. Satanás deseja conquistar o povo de Deus tentando dividilo e separá-lo. As Escrituras alertam: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe 5:8). As táticas de nosso inimigo são como as táticas de um leão na selva. Quando um leão separa sua presa do grupo, garante uma refeição suculenta. Quando agimos independentemente, como indivíduos e ministérios, Satanás aproveita a oportunidade para provocar divisão entre nós. Juntos, somos mais fortes, mais seguros e responsáveis por nosso chamado para servir ao Senhor com tudo o que temos e somos. É uma grande bênção o fato de Deus ter reunido os talentos simples e os recursos dos membros leigos e ministérios de todo o mundo para construir o Seu reino! A ASI começou com apenas alguns homens e mulheres que compartilhavam o mesmo objetivo. Hoje, além de seu escritório central na sede da Igreja Adventista mundial, em Silver Spring, Maryland, Estados Unidos, a ASI tem oito filiais regionais nos EUA, além de novas filiais estarem se formando, todos os dias, em outros países ao redor do mundo, incluindo a Áustria, República Checa, Alemanha, Portugal, Espanha, Suíça, Reino Unido, África do Sul e vários países da América Central. Os empresários, profissionais liberais ou líderes de ministérios de apoio que ainda não desfrutam dos benefícios de ser membros da ASI, deveriam considerar a oportunidade de investir nessa experiência transformadora de vidas e unir as mãos com outros para finalizar a comissão evangélica. Uma maneira de fazê-lo é participar da próxima Convenção Internacional da ASI, programada para os dias 4-7 de agosto de 2010, em Orlando, Flórida, Estados Unidos. Para saber mais sobre a ASI, incluindo informação sobre como associar-se, ou como formar uma filial da ASI em sua região ou país, visite www.ASIministries.org. C O R T E S I A Força na Unidade A S I Extrema esquerda: PROGRAMAÇÃO PARA CRIANÇAS DA ASI: Crianças do departamento dos primários sopram chifres de carneiro que receberam na Convenção Internacional de 2009 da ASI, em Fênix, Arizona, Estados Unidos. Esquerda: RÁDIOS AWR: Um projeto de oferta especial em 2008 ajudou a Rádio Mundial Adventista (AWR) a fornecer toca-fitas/rádios para evangelistas do Divulgadores do Evangelho e Missão Global na Tailândia, Cambodia e Laos. Direita: MEMBROS DA ASI: Debbie e Brian Bergherm. membros da asi Realizam “Negocıos” para o Senhor POR STEVE DICKMAN “Agora sei por que sou empresário”, diz Briam Bergherm, membro da ASI e dono de uma empresa em Atlanta, Georgia, Estados Unidos. Essa é a resposta dele quando perguntam sobre seu envolvimento com a ASI. Bergherm e sua esposa Debbie são proprietários da Georgia Home Theater, que instala e projeta iluminação residencial, aquecimento, ventilação e ar condicionado, além de áudio, vídeo e sistemas de segurança. O que isso tem que ver com a ASI? Tudo, diz Bergherm. Membro desde 2001, ele cresceu participando com seus pais dos encontros da ASI e era inspirado quando ouvia os testemunhos dos membros. “Sinto-me honrado em agora ser parte da ASI e estou feliz em poder dar meu próprio testemunho.” Ele especialmente aprecia a parceria da ASI com a Igreja Adventista para atingir objetivos comuns. “A ASI mudou minha perspectiva do que significa ser o proprietário de um negócio,” diz ele. “Nossa empresa existe por uma razão apenas: promover a obra do Senhor, seja financiando projetos missionários ou testemunhando no cotidiano de nossos negócios. Meus funcionários já têm essa compreensão.” Há anos, Bergherm oferece estudos bíblicos semanais na sede da Home Theater para empresários adventistas. No ano passado, ele e outros quatro empresários alugaram um espaço na vizinhança e abriram um Centro de Evangelismo. Membros de dezoito igrejas frequentaram as reuniões de reavivamento, o que resultou em feiras de saúde, cursos bíblicos, aulas de culinária, seminários sobre saúde. Outros centros similares a esse já foram fundados em grandes cidades dos EUA, como Fênix, Los Angeles e brevemente em Orlando, Flórida. Steve Dickman e sua esposa Brenda estão “Nosso objetivo é fazer a parte dos membros leigos na envolvidos em apoiar o trabalho do ministério pregação do evangelho”, diz Bergherm. “É nosso dever educacional na Academia Harbert Hills, em Savannah, como empresários adventistas do sétimo dia usar nossa Tennessee, Estados Unidos, há 19 anos. Dickman equipe e recursos para levar a mensagem de esperança serviu como presidente da filial da ASI da União do Sul por seis e salvação às nossas cidades.” anos e atualmente é o vice-presidente da ASI Nacional para sócios. Maio 2010 | Adventist World 15 A R T I G O D E C A PA Começando o endit “Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na Terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração” (Gn 6:5). Essa avaliação extrema de Gênesis sobre a maldade humana antes do Dilúvio bem corresponde à condição de nosso mundo, hoje. A humanidade exibe continuamente a maldade que há no coração humano. Se nosso coração e pensamentos fossem maus apenas, isso já seria ruim o suficiente. Mas do coração nascem as ações, e uma das ações mais destrutivas que saem do coração humano é a violência e o abuso contra mulheres e meninas. Os números são assustadores: estima-se que um terço das mulheres em todo o mundo é espancada, estuprada ou abusada de um modo ou de outro. Em alguns países, a porcentagem é ainda mais alta. Só nos Estados Unidos, uma mulher é abusada a cada quinze segundos. Vendidas como escravas sexuais, estupradas em zonas de conflito ou espancadas pelo namorado ou cônjuge, mulheres em todo o mundo estão sob risco de alguma forma de violência. Oramos e imploramos pela mudança de coração que 16 Adventist World | Maio 2010 B L A C K M E R now só o Espírito Santo pode realizar. Mas até que isso aconteça, podemos e devemos fazer o que for possível para combater o mal que emana de corações que não foram enternecidos e moldados pelo poder santificador de Deus. Esse terrível problema se manifesta de várias maneiras: tráfico para exploração sexual na Ásia, frequentemente incluindo meninas de dez ou onze anos; abuso doméstico nos países “desenvolvidos”; estupros por militares em zonas de conflito em toda a Ásia e África; mutilação genital feminina em algumas culturas, deixando milhões de meninas traumatizadas e deformadas. A lista dos abusos contra mulheres vai longe. De um modo ou de outro, milhões de mulheres enfrentam agressões contra sua essência, seu corpo, sua saúde e contra a própria vida. Alguma coisa deve ser feita. E algo tem sido feito. A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) e o Ministério da Mulher da Associação Geral lançaram uma campanha em nível mundial – enditnow (pare com isso agora) – não apenas para chamar a atenção para esse terrível problema, mas para dar fim a esse tipo de violência. O plano não é somente falar sobre o assunto, lamentar sua realidade, apresentar seminários e formar grupos de discussão. O objetivo é enditnow (parar com isso agora). Os dois ministérios da Igreja Adventista do Sétimo Dia mundial têm visto, em primeira mão, os terríveis resultados desse flagelo: ambos estão determinados a reunir todos os recursos disponíveis para dar fim a esse problema. Na linguagem da sua declaração conjunta, “enditnow (pare com isso agora) é uma campanha mundial de sensibilização que defende o fim da violência contra mulheres e meninas em todo o mundo. Tem como objetivo mobilizar os adventistas de todo o planeta e convidar outros grupos da comunidade a participar do movimento para resolver esse problema mundial.” Centenas de líderes de igrejas, incluindo os da Associação Geral, pessoal dos departamentos, uniões, associações e líderes das missões, assinaram o abaixo-assinado do enditnow (pare com isso agora) (acesse www.enditnow.org). Milhares de membros de igrejas colocaram seus nomes em apoio ao fim S A N D R A (Pare com isso agora) do terrível abuso e a favor da onda de preocupação e ação, que tem assolado a Igreja Adventista. A diretora do Ministério da Mulher, Heather-Dawn Small, e o presidente da ADRA, Charles Sandefur, encontraram-se recentemente com o editor da Adventist World para falar sobre os motivos que devem levar os adventistas a se envolver com esse assunto. Toda tentativa de resolver algum problema ou de acabar com um mal nasce de determinado momento ou de um conjunto propício de situações. O que fez com que a ADRA e o Ministério da Mulher decidissem que este era o momento de abordar o doloroso problema da violência contra as mulheres com a campanha enditnow (pare com isso agora)? Sandefur: A ADRA surgiu da Igreja Adventista como uma expressão do compromisso desse movimento de fazer a diferença para o bem, aqui e agora. Sob vários nomes, temos sido testemunhas, por mais de um século, do compromisso da igreja de fazer a diferença na vida das pessoas. Por essa razão, alimentamos os famintos e ajudamos os que vivem na pobreza. Para nós, ficou muito claro que a violência contra mulheres e meninas é um dos males pandêmicos de nosso mundo. É um mal contra o qual a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a ADRA e o Ministério da Mulher, unidos, querem falar. A violência contra mulheres e meninas ocorre em todos os lugares do mundo. Milhões de mulheres, todos os anos, são vítimas de estupro por militares, do tráfico para exploração sexual ou da violência doméstica. Essa violência tem muitas faces diferentes e, levando em conta a ampla disseminação do problema, fomos motivados a dizer: “Como Igreja Adventista, temos que falar sobre o assunto.” Somos cidadãos do Reino: respeitamos os valores do Reino – shalon de Deus, a paz de Deus e a visão que Ele tem para Seus filhos. Precisamos falar, agora, contra a violência e a favor do Reino; contra as coisas que se opõem aos valores do Reino. E não apenas falar contra, mas também fazer algo. Enditnow (pare com isso agora) foi criado para chamar a atenção para o problema a fim de que os Maio 2010 | Adventist World 17 adventistas possam falar e agir com energia comum contra esse mal. Os adventistas foram chamados a fazer isso, pois essa é a coisa certa a fazer. Na sua opinião, esperar para falar é, de algum modo, perpetuar o que está errado? Small: Sim. Se não fizermos algo e se não fizermos agora, o COMEÇO DO FIM: Alto: Charles Sandefur, presidente da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais, estimula as pessoas a assinarem uma petição em oposição à violência contra a mulher em todo o globo. Abaixo: Pastor Jan Paulsen, presidente mundial da igreja, ora para que essa iniciativa possa ajudar a parar a violência contra a mulher, ao lado de Heather Dawn Small, diretora do Ministério da Mulher para a Associação Geral, e Peris Mutero, estudante da Escola Adventista de Beltsville. 18 Adventist World | Maio 2010 problema continuará e se tornará ainda pior. Não temos a ilusão de que, por causa de uma campanha específica como o pare com isso agora, esse problema mundial será resolvido. Queremos, porém, começar a causar impacto. Nos últimos cinco anos, o Ministério da Mulher tomou novo rumo. Realmente, nós nos concentramos nos assuntos relacionados à mulher: tudo, desde saúde, educação de filhos e analfabetismo até o problema do abuso. Para nós, já está na hora; na verdade, esse é o momento perfeito. Ainda realizamos programas de extensão, ainda estamos completamente comprometidas com o evangelismo e oferecendo estudos bíblicos, mas também estamos intencionalmente envolvidas com esses assuntos. Para mim, o grande impacto desta campanha pode ser o fato de que a voz da igreja será ouvida pelo grande público – governos, organizações de ajuda e pelas Nações Unidas, onde desesperadamente precisam de nossa voz. Por muitos anos, nossa igreja emitiu declarações públicas sobre uma variedade de questões sociais importantes, mas não muitas pessoas sabem da posição da Igreja a respeito dessas causas. Enditnow (pare com isso agora) está dizendo em alto e bom som: “A Igreja Adventista do Sétimo Dia diz NÃO à violência contra a mulher.” Vocês usaram o termo “pandemia” para descrever a extensão do problema da violência contra a mulher. Quantas mulheres são afetadas pela violência que vocês estão tentando impedir? Small: Eis o que as estatísticas mostram: Uma em cada três mulheres no mundo sofrerá alguma forma de violência doméstica durante seu período de vida: abuso emocional, físico ou sexual; uma em três. Note que eu não disse: “Uma em cada três mulheres fora da igreja.” Eu estava falando para um grupo de 250 de minhas irmãs num curso de liderança, faz pouco tempo, em F O T O C O R T E S I A D A A D R A uma das divisões da igreja no mundo. Eu disse: “Uma em três mulheres é vítima de abuso. Isso inclui as mulheres desta sala.” Percebi o choque no rosto delas. Algumas começaram a olhar ao redor, como dizendo: “Não é possível! Talvez seja você, ou você.” O assunto, porém, é sério, dentro e fora da nossa família de fé. Alguns dizem: “Ah, mas aqui não há mutilação. Aqui não existe preferência pelos filhos. Aqui não existem dotes assassinos.” Mas uma em cada três mulheres sofrerá com a violência em sua vida. Cada família tem, em seu círculo, alguma mulher sofrendo abuso. É claro que você não está se referindo apenas às nações ou regiões desfavorecidas. Você também está falando sobre a violência contra as mulheres no chamado “mundo desenvolvido”. Sandefur: Um dos aspectos mais difíceis da violência e do abu- so contra mulheres e meninas é o fato de que é um problema mundial. Atravessa fronteiras e não é específico a castas, culturas ou geografia. Pode ser uma violência doméstica, pode ser a mutilação genital feminina, pode ser o tráfico para exploração sexual, ou uma mistura de tudo isso, e está em todo lugar. Não existe lugar que seja imune a essas práticas, porque questões de sexualidade e relacionamento são universais, assim como o mal é universal e praticado em todo o mundo. Small: Obrigada por ter perguntado sobre a extensão do problema nos países ocidentais. Nos Estados Unidos, país de primeiro mundo, uma mulher é espancada a cada quinze segundos. Isso é simplesmente intolerável. Estamos ficando insensíveis às estatísticas horripilantes porque não conseguimos pensar em nada que possamos fazer para mudar esse quadro. “Sim”, dizemos: “isso é terrível, mas o que eu posso fazer?” enditnow (pare com isso agora) está dizendo que você pode emprestar sua voz; pode assinar seu nome ou deixar sua marca ao se levantar pelas mulheres abusadas e contra os que perpetuam esse mal. Será que se uma mulher ou menina, já traumatizada, como vocês descreveram, pode ouvir e responder à mensagem adventista de salvação e restauração em Jesus Cristo? Sandefur: Creio piamente que a mensagem de salvação em Jesus também inclui a crença na dignidade humana, nos direitos humanos e no que significa ser um filho de Deus. Se a igreja não tocar nesses assuntos, então será vista como silenciando-se sobre a realidade de vida que centenas de milhões de mulheres enfrentam. A Igreja Adventista do Sétimo Dia tem um papel a cumprir em relação a esse problema. Essa é uma crise mundial, com uma face mundial e somos uma igreja mundial. Small: Geralmente pensamos em levar pessoas a Cristo por meio do evangelismo, estudos bíblicos e pelo ministério dos pequenos grupos. Mas quando tentamos esse tipo de abordagem com mulheres que acabaram de ser agredidas pelo esposo, ou que foram estupradas, a Palavra de Deus não faz sentido para elas. A primeira pergunta que farão será: “Onde estava Deus quando isso aconteceu comigo?” Temos que casar o que considero as duas armas mais fortes da nossa igreja: serviço comunitário e os ensinos bíblicos. Digo às líderes do ministério da mulher: “Vá à comunidade com as mãos, braços e coração abertos. A Palavra de Deus deve estar escondida em nosso coração. Espera-se que levemos a Palavra de Deus a todos os lugares conosco, em nossas mãos e em nossas ações. Vá, porém, para a comunidade e procure ajudar as pessoas em suas necessidades. Ao mostrar-lhes o amor de Deus, podem contar-lhes sobre o amor de Deus.” Ao nos aproximarmos com amor, portas que nunca se abriram a outras abordagens nos serão abertas. Somos uma das poucas comunidades no mundo que podem falar sobre esse assunto. Quando os adventistas falam, falam em mais de duzentos países. enditnow (pare com isso agora) é para toda a igreja e é poderosa oportunidade de a igreja falar de um tema sobre o qual a Bíblia é clara. Leia 1 e 2 João. A violência contra a mulher nunca foi correta; sempre foi errada. Que rumo a campanha enditnow (pare com isso agora) vai tomar agora? Sandefur: A campanha começa chamando a atenção ao coletar centenas de milhares de assinaturas de apoio dos adventistas – líderes, membros, homens, mulheres, jovens e crianças. Mas o motivo principal é chamar a atenção para motivar as pessoas a agirem de modo a erradicar a violência contra mulheres e meninas. Isso significa que o Ministério da Mulher patrocinará outros projetos que também mudam vidas e que já estão prontos e funcionando, assim como os que foram lançados recentemente. Ao intensificar o trabalho que já está em progresso por meio de seus programas, a ADRA dará mais atenção. Queremos ter certeza de que cada projeto que planejamos tenha um componente que atue com o objetivo de proteger e manter as mulheres e meninas seguras em suas comunidades. Small: O problema é tão grande que somos tentados a lavar as mãos. Alguns anos atrás, eu estava assistindo a uma conferência das Nações Unidas chamada Comissão do Status da Mulher, sentindo-me sufocada pela extensão e dor causada por esse problema mundial da violência contra a mulher. Lembro-me de ter orado: “Senhor, esse problema é grande demais para nós. Vamos simplesmente continuar a fazer o que estamos fazendo. Não podemos eliminá-lo.” Mas a impressão que repetidamente vinha à minha mente era: “Sim, você pode. Faça o que puder, mas faça alguma coisa.” Foi assim que nasceu o enditnow (pare com isso agora); é algo que podemos fazer agora.” Para assinar o abaixo-assinado enditnow (pare com isso agora), imprimir os cartões de compromisso, assistir ao vídeo informativo e ter acesso a subsídios para realizar um evento comunitário ou fazer uma contribuição financeira para essa campanha, acesse http://www.enditnow.org.br Endereço para enviar e-mail para a campanha: [email protected]. Enviar solicitações impressas de recursos e informações para: enditnow Campaign ADRA International/Women’s Ministries General Conference of Seventh-day Adventists 12501 Old Columbia Pike Silver Spring, MD 20904, USA Maio 2010 | Adventist World 19 C R E N Ç A S F U N D A M E N T A I S A Batalha Continua! NÚMERO 8 Por Alberto R. Timm Compreendendo o Grande Conflito M uitas pessoas, hoje, concordam que nosso mundo é um campo de batalha entre o bem e os poderes espirituais do mal. Suas atividades estão evidentes, como, por exemplo, o dramático contraste entre a felicidade da vida e a dor da morte, a beleza do amor e a crueldade do ódio, ou o fato de que, às vezes, pessoas boas são as que mais sofrem (cf. Sl 73:2-17; Ml 3:13-18). Na parábola de Jesus sobre o joio (Mt 13:24-29), os servos perguntaram: “O senhor não semeou boa semente em seu campo? Então, de onde veio o joio?” E o dono respondeu: “Um inimigo fez isso”1 (versos 27 e 28). O mistério coexistente de uma disputa entre o bem e o mal levanta algumas questões cruciais: Essa controvérsia teve um início, mas será que um Alberto R. Timm é reitor do Seminário Teológico Adventista LatinoAmericano e mora em Brasília, DF, Brasil. É casado com Marly e tem três filhos: Suellen (22), William (16) e Shelley (13). 20 Adventist World | Maio 2010 dia terá fim? Qual é seu significado com base teológica? E, mais, quão difundido está em nosso mundo hoje? Esse artigo procura encontrar respostas bíblicas para essas questões fundamentais. Como o Conflito Começou O grande conflito é um conflito cósmico, em curso, que teve princípio e terá fim. Seu misterioso início nas cortes celestes estava previsto, mas não ordenado por Deus, que “tomou providências para enfrentar a terrível emergência”.2 Após deixar de ser agradecido a Deus e ter cada vez mais inveja dEle (Is 14:12-14; Ez 28:12-17), Lúcifer começou a difundir a apostasia nas cortes celestes. “Deus, em Sua grande misericórdia, suportou longamente a Satanás”,3 mas chegou um momento em que a rebelião havia se consolidado e Lúcifer (que se tornou Satanás) e seus anjos “foram atirados para a Terra” (Ap 12:7-9). Com a queda de Adão e Eva (Gn 3), a Terra tornou-se o campo de batalha entre o bem e o mal. A história da humanidade é muito mais do que um simples palco das atividades humanas. É, na verdade, o cenário da constante luta entre as estratégias enganadoras de Satanás e o plano redentor de Deus. A despeito do sucesso de Satanás, enganando a vasta maioria dos seres humanos, Deus ainda está no controle de toda a luta e permite que ela se desenvolta até certo limite (cf. Dn 4:32). Sempre que esses limites são forçados, Deus intervém por meio do Seu julgamento, como na destruição do mundo pelo dilúvio (Gn 6, 7) e de Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, com fogo e enxofre (Gn 19:23-29; Dt 29:23; Jd 7). A teoria pagã da imortalidade natural da alma sugere que o pecado teve um início, mas nunca terá um fim. Em contraste, a Bíblia ensina que pecado e pecadores, finalmente, serão destruídos e que o Universo será restaurado à sua perfeição e harmonia originais. Pelo perfeito plano de salvação de Deus, está garantido o triunfo de Cristo sobre Satanás, o pecado e a morte (Jo 12:31; 14:30; 19:30; Ap 1:18). Essa grande controvérsia terá fim com a destruição definitiva de Satanás, seus anjos e todos os ímpios (Ml 4:1; Jd 5-7). O Que Isso Significa? Toda a controvérsia cósmica gravita em torno do caráter de Deus como está expresso em Sua lei moral. Ao longo da história, Satanás desenvolveu diferentes estratégias para distorcer a relação das pessoas com a lei. Nos tempos do Antigo Testamento, até o exílio babilônico, o povo de Deus sempre foi tentado a transgredir a lei pela idolatria. Após o exílio, o pêndulo foi para o lado oposto, para o legalismo extremo, quando a lei foi considerada um fim em si mesma para a salvação. No período pós-apostólico, a lei, confirmada pela cruz de Cristo (Rm 3:31), começou a ser considerada abolida. Entrementes, o compromisso incondicional do povo remanescente do tempo do fim para com a lei coloca-os sob a especial fúria de Satanás (Ap 12:7). Algumas pessoas consideram o conflito cósmico como o centro da teologia bíblica. Porém, nem ele nem outro assunto qualquer podem substituir Deus como o centro da revelação de toda doutrina verdadeira. O conflito cósmico fornece a estrutura teológica básica na qual todas as doutrinas da Bíblia e princípios de vida se tornam significativos e na perspectiva correta. Além disso, também nos dá uma compreensão verdadeira da história como um palco em que seres humanos desempenham seu papel na vida, tanto para Satanás e sua causa enganosa, como para Deus e Seu plano salvífico. Realidade Mundial À medida que o grande conflito avança para o fim, o mal, a tentação e o pecado estão se tornando mais agressivos na natureza e avançando em sua extensão. No Jardim do Éden, a tentação era delimitada geograficamente à árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:16, 17). Com a queda de Adão e Eva, a tentação tornou-se uma realidade global com expressões externas (ambientais) e internas (natureza humana) (Gn 3:7-19). Em séculos passados, os lares dos filhos de Deus eram (embora nem sempre) fortalezas de valores morais e espirituais (cf. Js 24:15; Jó 1:5). No entanto, com a intromissão da mídia moderna em nossa vida, todo tipo de tentação tornou-se disponível aos filhos de Deus, de todos os lugares. No cenário do grande conflito, é crucial a disputa pela mente humana, a qual comanda os comportamentos pessoais e sociais. Cristo explicou que “do interior do coração dos homens vêm os maus pensamentos, as imoralidades sexuais, os roubos, os homicídios, os adultérios, as cobiças, as maldades, o engano, a devassidão, a inveja, a calúnia, a arrogância e a insensatez” (Mc 7:21, 22). A força do mal é reconhecida nas palavras de Paulo: “Pois não faço o Grande Conflito Toda a humanidade está agora envolvida num grande conflito entre Cristo e Satanás quanto ao caráter de Deus, Sua lei e Sua soberania sobre o Universo. Esse conflito originou-se no Céu quando um ser criado, dotado de liberdade de escolha, por exaltação própria, tornou-se Satanás, o adversário de Deus, e bem que quero, mas justamente o mal que não quero fazer é que eu faço” (Rm 7:19, NVLH). Somente o poder sobrenatural da graça salvadora de Deus pode resgatar os pecadores do “domínio das trevas” e os transportar para “o Reino” de Cristo (Cl 1:13, 14; cf. Ef 2:1-10), restaurando neles “a mente de Cristo” (1Co 2:16) e fazendo deles “novas criaturas” (2Co 5:17). O grande conflito cósmico começou no Céu, com a rebelião de Lúcifer e seus anjos, e foi transferido para este mundo por causa da queda de Adão e Eva, e permanecerá aqui até a destruição final do pecado e de todos os pecadores impenitentes (inclusive Satanás e seus anjos), no fim dos mil anos mencionados em Apocalipse 20. Como o pecado não é eterno, nem os pecadores imortais, Deus é capaz de destruí-los e de restaurar a Terra ao seu estado de perfeição original. Então, a dor da morte será substituída pela alegria da vida; a crueldade do ódio será dominada pela beleza do amor, e nunca mais as pessoas boas sofrerão. Finalmente, o bem triunfará sobre o mal. 1 2 3 Textos bíblicos extraídos da Nova Versão International. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 22. Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 495. conduziu à rebelião uma parte dos anjos. Ele introduziu o espírito de rebelião neste mundo, ao induzir Adão e Eva ao pecado. Esse pecado humano resultou na deformação da imagem de Deus na humanidade, no transtorno do mundo criado e em sua consequente devastação por ocasião do dilúvio mundial. Observado por toda a criação, este mundo tornou-se o palco do conflito universal, dentro do qual será finalmente vindicado o Deus de amor. Para ajudar Seu povo nesse conflito, Cristo envia o Espírito Santo e os anjos leais para os guiar, proteger e amparar no caminho da salvação. (Ap 12:4-9; Is 14:12-14; Ez 28:12-18; Gn 3; Rm 1:19-32; 5:12-21; 8:19-22; Gn 6–8; 2Pe 3:6; 1Cr 4:9; Hb 1:14.) Maio 2010 | Adventist World 21 D E S C O B R I N D O O E S P Í R I T O D E P R O F E C I A Direita: ESTUDANDO: Estudantes no Centro de Estudos Ellen G. White mais recentemente inaugurado, localizado na Universidade Peruana União, em Lima, desfrutam do ambiente espaçoso enquanto pesquisam sobre a história adventista. Detalhe: O cofre original onde os manuscritos eram armazenados na casa de Ellen White em Elmshaven, Califórnia, EUA. Centro White Por Tim Poirier Trazendo o passado para a geração de hoje V ocê leu, recentemente, algum livro novo de Ellen White? Talvez esteja pensando: “Se Ellen White morreu em 1915, como pode haver algum livro recente escrito por ela?” Preparar novos livros dos seus escritos é apenas uma das atribuições que Ellen White deixou para aqueles que ela designou especificamente para cuidar de seus escritos após sua morte. Em seus últimos anos de vida, Ellen White sabia que não viveria para ver o retorno de seu Redentor, mas também sabia que as instruções que recebeu durante setenta anos de ministério continuariam sendo de muito valor, mesmo após sua morte. Assim, ela tomou as providências para a realização desse trabalho em seu último desejo e em testamento. 22 Adventist World | Maio 2010 O que é o Centro White? O Ellen G. White Estate, Inc (Patrimônio Ellen G. White) é uma organização criada para levar adiante o legado de Ellen White. Originalmente, estava situado junto à casa dela, em Elmshaven, norte da Califórnia, mas hoje seus escritórios estão na sede mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Silver Spring, Maryland (EUA). O que Ellen White pediu que os depositários de seu patrimônio fizessem em seu nome após sua morte? Primeiro, preservar fisicamente seus livros, cartas e manuscritos para o benefício da igreja. Segundo, atuar como seus agentes nas questões de publicação, tais como direitos autorais, melhoria dos livros, novas publicações e traduções. Ao longo dos anos, C O R T E S I A D O E L L E N G . W H I T E E S TAT E o Patrimônio Ellen G. White assumiu responsabilidades adicionais no serviço para a igreja, como prover informação e responder a perguntas dos membros da igreja, pastores e administradores, sobre Ellen White e a herança adventista. Como você pode ser beneficiado por essa variedade de serviços? Preservando. Ninguém pode ser beneficiado pelas mensagens proféticas de Ellen White se elas, antes de tudo, não forem preservadas. Todos os seus escritos conhecidos, incluindo os rascunhos escritos a mão que subsistiram, estão protegidos em um cofre à prova de fogo de 6X13 metros, guardado no escritório central do Centro White. Esse material não é mantido num cofre para se tornar inacessível, mas para que as mensagens de Deus por meio de Ellen White possam ser preservadas em segurança para estudos no presente e no futuro. Visitantes são recebidos diariamente no Centro White, onde podem ter acesso não apenas às cartas e manuscritos de Ellen White, mas também às primeiras edições de seus livros e muitos periódicos da igreja, incluindo a coleção completa da Adventist Review (Revista Adventista em inglês), de 1850 até hoje. E se você mora no México, Índia ou nas Filipinas? Não tem que viajar aos Estados Unidos para ter acesso a esse material. O Centro White mantém centros de pesquisa nas dezenove universidades ao redor do mundo. Nesses centros, estão as cópias de todos os escritos de Ellen White, além de milhares de páginas de material histórico a eles relacionados. Os centros de pesquisa existem para servir os membros da igreja mundial em seus estudos sobre Ellen White e sobre a herança adventista. Planeje uma visita a esses centros. Para ter acesso à lista completa dos países que os abrigam, visite www.WhiteEstate.org/about/estate.asp#research. Publicando. Além de manter disponíveis os conselhos de Ellen White para publicação para os membros da igreja em seus dias, o Patrimônio Ellen G. White também produz novos livros, conhecidos como compilações, contendo material não publicado por Ellen White em vida. Esse é um dos desafios deixados por ela aos depositários de seu patrimônio. Livros como Evangelismo ou Conselhos Sobre Mordomia reúnem adequadamente em uma publicação a essência das instruções de Ellen White sobre o assunto. A cada cinco ou seis anos, são editados livros devocionais com o objetivo de aprofundar o relacionamento com Deus. Os leitores que estranham o estilo de escrita do século dezenove, usado por Ellen White, deveriam conhecer uma das modernas adaptações produzidas pelo Patrimônio Ellen G. White, que procura preservar a mensagem dela, “traduzindo” a estrutura e o vocabulário menos familiar para a linguagem de hoje. Além das páginas impressas, o Patrimônio Ellen G. White produz um banco de dados eletrônico de todos os trabalhos de Ellen White publicados em inglês, que pode ser acessado gratuitamente na página da Web do Centro White: www. WhiteEstate.org, e também em CD-ROM, por um preço bem acessível. Esforços são feitos para adicionar ao site tantas traduções de seu trabalho quantas forem possíveis, assim como audiobooks e downloads em MP3. O projeto “Conectado com Jesus”, patrocinado pela Associação Geral em parceria com o Patrimônio Ellen G. White, visa a distribuir dez dos principais livros de Ellen White para mais de dois milhões de famílias adventistas em todo o mundo. Para saber mais sobre esse projeto, visite www.ConnectingWithJesus.org. Informando. Embora Ellen White não tenha especificado essa informação em seu testamento, a igreja solicitou ao Patrimônio Ellen G. White que tomasse a frente e informasse os membros da igreja sobre a herança adventista em geral, assim como o ministério profético de Ellen White em particular. O Patrimônio usa uma variedade de meios nesse esforço, tais como Website próprio, seminários, exposições, artigos, livros (como o Mensageira do Senhor), CD-ROMs, Visionário, revista online para crianças (www.WhiteEstate.org/vez), visitas com guia sobre a história adventista e programas (como “Gift of Light” [O Dom da Luz]), no Hope Channel (TV da igreja). Recursos Gratuitos na Web. O Website do Patrimônio Ellen G. White contém mais de 75 mil páginas dos escritos publicados de Ellen White, para estudar e ler. Click para baixar um guia de estudo gratuito ou história dramatizada dos pioneiros. Inscreva-se para receber por e-mail o “Pensamento do Dia”. Talvez sua igreja esteja considerando a possibilidade de alugar o prédio para outra denominação e gostaria de saber se Ellen White deu algum conselho sobre o assunto. Suponhamos que você queira saber alguma coisa sobre o navio missionário Pitcairn; veja fotografias das nossas primeiras instituições de saúde ou encontre quais as cartas de S. N. Haskell ou A. T. Jones, que ainda existem. Você vai encontrar respostas para todos esses assuntos, e muito mais, no Website do Patrimônio Ellen G. White. Não deixe de explorar milhares de itens, inclusive o Centro de Pesquisas Digital (http://drc.WhiteEstate.org/), recentemente lançado. Mergulhe nos tesouros de nossa herança adventista e descubra respostas a perguntas, das mais comuns às mais complicadas, inclusive dos Websites hostis à igreja ou a Ellen White. Visite o Website com regularidade e confira a re-diagramação maciça e a expansão dos recursos que estarão ocorrendo durante o ano de 2010. Em 1848, Ellen White recebeu uma visão que mostrava as verdades de Deus sendo transmitidas como torrentes de luz ao redor do mundo. Ela nem podia imaginar como a tecnologia de hoje traria satisfação ainda maior. Não deixe de viver essa luz, hoje. Tim Poirier é vice-diretor do Patrimônio Ellen G. White da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, em Silver Spring, Maryland, EUA. Maio 2010 | Adventist World 23 H E R A N Ç A A D V E N T I S T A C ertos nomes receberam lugar de destaque na história do início do adventismo na Europa: Michael Czechowski, ex-padre polonês e missionário aventureiro independente, primeiro a chegar em solo europeu com a mensagem adventista; J. N. Andrews, que continuou o trabalho de Czechowski e foi fundamental no estabelecimento da obra impressa na Europa. E, claro, a história não poderia ignorar Ludwig R. Conradi, o grande evangelista e estrategista de missão que, começando em 1886, previu o crescimento fenomenal e o estabelecimento da fé adventista na Europa. Pioneiro da Segunda Geração Há outro nome, frequentemente esquecido, Jakob Erzberger, que, em 1870, se tornou o primeiro pastor adventista do sétimo dia europeu a ser ordenado.* Na realidade, ele era um tipo de pastor itinerante para toda a Suíça e Alemanha. Homem humilde, Erzberger se alegrava em permanecer à sombra de Czechowski, Andrew e Conradi, que ficaram conhecidos como os fundadores do Adventismo na Europa. De certo modo, Erzberger foi o “primeiro fruto” do trabalho missionário de Czechowski naquele continente. De modo geral, ele dava continuidade aos esforços evangelísticos de outros pioneiros como fervoroso pastor para as igrejas recém- estabelecidas e era quem prestava cuidado pastoral e fortalecia os recém-conversos na fé, depois que os pioneiros partiam para novos desafios. Um bom exemplo do trabalho de Erzberger foi a área de Vohwinkel/ Wuppertal, onde era imprescindível estabelecer a primeira igreja adventista em solo alemão, nos anos 1875/1876. J. N. Andrews, que, na época, liderava o trabalho da missão na Europa, não era fluente no alemão. Assim, ficou apenas algumas semanas na região de Vohwinkel/Wuppertal, antes de voltar para a Suíça. Erzberger ficou em seu lugar e alimentou espiritualmente o pequeno grupo de fiéis com as verdades adventistas. Seu trabalho levou oito pessoas ao batismo em um lago perto de Vohwinkel, em janeiro de 1876, sendo essa a primeira igreja oficial da Alemanha. Erzberger, entretanto, não pregava e batizava apenas. Ele também produziu o primeiro panfleto adventista em alemão que a jovem igreja distribuía. Chamado para a Educação Jakob Erzberger nasceu em 1843, em Seltisberg, perto de Liestal, na Suíça. Devido à da morte precoce de seu pai, Jakob cresceu na pobreza. Sua mãe fez o que pôde para criar seus quatro filhos pequenos, trabalhando como tecelã. Por causa da influência piedosa da mãe, Jakob decidiu muito cedo trabalhar para Deus. Em 1864, ele se matriculou num seminário, perto de Basel. Seria Da esquerda para a direita: IGREJA DE TRAMELAN: Primeira igreja em Tramelan, Suíça, fundada por Czechowski e pastoreada por Erzberger. JACOB ERZBERGER (1843-1920): Fundou a primeira igreja adventista oficial da Alemanha, em Vohwinkel. Jakob Erzberger O pioneiro esquecido Por Daniel Heinz 24 Adventist World | Maio 2010 um período de crescimento espiritual e maturidade para aquele jovem, apesar das dúvidas e lutas particulares. Quando chegou ao seminário, um dos alunos observou que o diabo não se atrevia a entrar no portão da escola. O jovem Erzberger respondeu que o inimigo tinha dado um jeito e entrado no terreno sagrado, pois ele o confrontava continuamente “dentro de seu coração”. Após completar o primeiro ano, foi requerido dos alunos um componente prático dos estudos. Com o objetivo de desenvolver-lhes o caráter, eles eram enviados como pregadores missionários. Erzberger serviu parte desse tempo como capelão de uma prisão em Pruntrut. F O T O S : C O R T E S I A D O A U T O R Sua vida tomou rumo inesperado em 1867, quando Erzberger se encontrou com um grupo de adventistas em Tramelan. Esse grupo tinha sido fundado por Czechowski no mesmo ano. Erzberger estava pregando em vários lugares para o seminário e, perto da pequena cidade de Tramelan, ele rasgou sua calça. Ali encontrou um alfaiate que não apenas costurou sua calça, mas lhe deu um estudo bíblico sobre o fim do mundo, o breve retorno de Jesus e a validade do mandamento do sábado. Erzberger, como estudante do seminário e “teólogo”, ficou profundamente impressionado com o conhecimento bíblico daquele simples alfaiate. Quando retornou ao seminário e expôs suas novas ideias sobre a Bíblia, foi forçado a retirar-se. “Todos meus amigos me deram as costas”, ele escreveu mais tarde; “para eles, eu não era nada mais que um herege.” Somos os Únicos? Em 1868, decidido a pastorear o pequeno grupo de Tramelan, tão importante para seu crescimento espiritual, Erzberger enfrentou um grande desafio. O grupo tinha a convicção de que eram os únicos, no mundo inteiro, a crer naquelas verdades. Alguns meses mais tarde, quando os membros descobriam que a Igreja Adventista do Sétimo Dia já fora estabelecida na América do Norte (a qual Czechowski nunca havia mencionado), enviaram Erzberger a Battle Creek, Michigan (EUA), para fazer contato com a igreja. Assim, Erzberger, que não falava uma palavra em inglês, viajou para uma terra desconhecida sem nenhum contato ou amigo. Felizmente, foi calorosamente recebido no lar de Tiago e Ellen White. O jovem John H. Kellog o assessorava no inglês, enquanto Tiago White lhe dava estudos bíblicos. Enquanto esteve no lar dos White, Erzberger descobriu um texto bíblico que não conseguia entender e que o deixou perturbado. Ele não contou o problema a ninguém. Certa noite, ao redor da lareira, Ellen White de repente perguntou-lhe se havia compreendido claramente aquela questão específica. Erzberger ficou impressionado e só podia atribuir o fato ao dom profético de Ellen. Após estudos mais profundos, Erzberger foi ordenado em 1870 por Tiago White e J. N. Andrews, numa reunião campal em South Lancaster, Massachusetts (EUA), e ao mesmo tempo comissionado para o trabalho missionário na Europa. Quando Andrews assumiu o trabalho na Suíça, em 1874, ele já tinha um colega de trabalho e guia de confiança no local. Apaziguador e Companheiro O trabalho de Erzberger nem sempre foi fácil. Ele até desistiu de seu trabalho missionário por um período, porque ficou desanimado com os membros da igreja. Esses membros, como se pode deduzir por uma carta escrita por Ellen White em 1878, o acusaram de ter ficado “orgulhoso” com seu novo “conhecimento americano”, sobre o qual estava pregando. De algum modo, ele encontrou coragem de assumir o trabalho outra vez e continuou sendo uma força para a missão, especialmente após a morte precoce de J. N. Andrews, em 1883. Quando Ludwig Conradi foi enviado de volta para a Europa em 1886, Erzberger, mais uma vez, foi o fiel guia e ajudante. Inspirado pela tendência evangelística de Conradi, ele iniciou um seminário sobre profecia de muito sucesso em várias cidades grandes da Suíça (Lausanne, Basel, Zurique, Berna), que resultou no estabelecimento de igrejas nesses lugares. O pregador metodista (mais tarde pioneiro adventista) E. E. Frauchiger ouviu Erzberger pela primeira vez, em Lausanne, e exclamou: “Uma tempestade vai atingir a cidade.” Os assuntos apresentados e o modo em que eram apresentados prendiam a atenção das massas. Erzberger todos os dias apresentava um assunto em alemão ou francês. Sua convivência com Conradi fortaleceu e desenvolveu suas habilidades evangelísticas. Muito breve, porém, Conradi mudou-se para a Alemanha e, concentrando seus esforços naquele país, Erzberger foi deixado como o único pregador para cuidar, por muitos anos, de todas as igrejas de fala alemã na Suíça. Em 1903, Marie, sua esposa, morreu aos 53 anos. Erzberger se casara em 1882 e tinha dois filhos: Heinrich (nascido em 1884) e Jakob (nascido em 1886). Últimos Anos De 1904 em diante, Erzberger trabalhou, essencialmente, como evangelista ambulante, viajando por toda a Alemanha. Em apenas um mês (abril de 1906), ele pregou 49 vezes e dirigiu 28 estudos bíblicos. Cheio do fervor evangelístico, ele escreveu de Munique para seu filho Heinrich, em 1910: “O tempo está voando, Jesus está voltando em breve e há tantas pessoas despreparadas.” Abatido pela doença e pela vida sacrificada de missionário pioneiro, Erzberger viveu seus últimos anos em Sissach, Suíça, e morreu em 1920. Ludwing R. Conradi escreveu em um tributo pelo trabalho árduo do colega e amigo: “Sem buscar glória própria, dedicou-se extremamente na busca de pessoas no típico ‘estilo suíço’, direto ao ponto. Mesmo como obreiro idoso, estava sempre disposto a trabalhar com homens mais jovens. Nunca buscava os próprios interesses e não buscava posições elevadas… Para ele, o trabalho mais sagrado e importante era levar as pessoas a Jesus.” *Em algumas fontes em inglês e francês, seu nome tanto é escrito “Erzenberger” ou “Ertzenberger”. Isso pode ser observado especialmente nas cartas e documentos de Ellen White. A pronúncia de seu nome era obviamente difícil para quem falava inglês ou francês. O próprio Jakob Erzberter usou frequentemente a “modificação” de seu sobrenome, após a visita à América do Norte, em 1870, destacando humildade e flexibilidade como missionário. Daniel Heinz é diretor dos Arquivos Históricos Europeus da Igreja Adventista do Sétimo Dia, localizado no Theologische Hochschule Friedensau, Alemanha. Esse artigo foi publicado em versão mais longa na Advent-Echo, em outubro de 2009. Maio 2010 | Adventist World 25 P E R G U N TA S B Í B L I C A S P E R G U N T A : Tenho ouvido algumas pessoas dizerem que a história de Jonas é apenas uma parábola. Qual é sua opinião? M uitas vozes contraditórias estão por aí, criando confusão. Por favor, leia o livro de Jonas, com oração, e permita que ele fale a você em suas próprias palavras. A vozes humanas geralmente não são confiáveis, a não ser que estejam claramente baseadas no texto bíblico. Consideraremos os motivos pelos quais alguns consideram que o livro de Jonas não é confiável, como também as razões para considerá-lo uma narração histórica. 1. É um Livro Profético Singular: Quando o livro de Jonas é comparado com os outros profetas menores, parece ser um tanto diferente. Os demais livros enfatizam a proclamação da mensagem de Deus para Seu povo. Em Jonas, a ênfase é na vida do profeta e pouco é dito sobre a mensagem propriamente dita. Parece que estamos lidando com uma narrativa em lugar de um texto de literatura profética. Por isso, os estudiosos perguntam: “Que tipo de livro é o de Jonas?” Muitas respostas já foram dadas a essa pergunta. O que você ouviu é uma delas. A parábola compara algo com alguma coisa de modo instrutivo. Mas o problema dessa hipótese é que é difícil os estudiosos concordarem sobre o que Jonas está comparando. O resultado são opiniões contraditórias. Se você simplesmente ler o livro, verá que ele fala de um profeta comissionado por Deus para levar uma mensagem de julgamento contra uma cidade não israelita. Ele combina narrativa e mensagem semelhante ao que encontramos nas histórias de Elias e Eliseu. 2. Livro não Histórico: Na tentativa de determinar o que é o livro de Jonas, muitos acham que ele não é um relato histórico, mas apenas uma peça de ficção literária que nunca aconteceu. Argumentam, por exemplo, que não inspira credibilidade. Como uma pessoa pode estar dentro de um grande peixe e sair vivo depois de três dias? Outros argumentos utilizados para questionar a historicidade do livro são: (1) andar a pé pela cidade levaria muito menos tempo que uma jornada de três dias (cap. 3:3); (2) a referência ao “rei de Nínive” está errada, deveria ser o “rei da Assíria”; e (3) a conversão de uma cidade inteira. 3. Historicidade da Narrativa: Se aceitarmos o texto bíblico ao pé da letra, não será difícil concluir que é um livro profético na forma de narrativa. Em outras palavras, a narrativa contém uma mensagem profética, e uma não exclui a confiabilidade da outra. Era assim que o livro era lido até cerca de duzentos anos atrás, quando a autoridade bíblica foi substituída pela razão humana e tornou-se necessária a redefinição dos estudiosos sobre a natureza do livro de Jonas. A historicidade do livro, porém, é mencionada na sua introdução e endossada pelo próprio Jesus (Mt 12:38-41; Lc 11:29-32). Uma vez que aceitamos que Deus pode intervir na história de maneiras além de nossa compreensão, o relato do grande peixe e Jonas se torna parte confiável da narrativa. As contradições históricas alegadas não são realmente contradições. Se o substantivo “Nínive” é usado Por para designar a região de Angel Manuel Nínive, que abrangia uma Rodríguez distância de aproximadamente 50 a 100 quilômetros, uma viagem de três dias estaria correta. Algumas vezes, os reis eram identificados pela cidade em que residiam (e.g., 1Rs 21:1); portanto, a frase “rei de Nínive” é historicamente confiável. A conversão de uma cidade inteira não deveria ser tão difícil de aceitar, mesmo não havendo evidências bíblicas extras que apóiem esse fato. Estudiosos salientaram que, na época em que Jonas visitou Nínive, aconteceu uma série de eventos que prepararam psicologicamente os cidadãos para essa mudança. Duas pragas atingiram a cidade e houve um eclipse, que era considerado como mau presságio. Obviamente, porém, logo se esqueceram do Deus verdadeiro. A sabedoria humana é necessária, mas quando ela substitui o que é claramente revelado na Palavra de Deus, devemos ouvir a Palavra. Essa é nossa única segurança em um mundo de desorientação e confusão. Mais que a História de um Peıxe 26 Adventist World | Maio 2010 Angel Manuel Rodríguez é diretor do Instituto de Pesquisas Bíblicas da Associação Geral. E S T U D O B Í B L I C O Deus Quando Amor Criou o Por Mark A. Finley A Criação revela o modelo de Deus para que a vida seja desfrutada em sua plenitude. O estilo de vida da Criação é composto de dieta saudável, água pura, exercício, domíniopróprio, ar puro, luz solar, descanso e confiança em Deus. Também inclui relacionamentos de amor. A conexão social é parte importante de uma vida plena de saúde total. Na lição deste mês, estudaremos o plano de Deus para as relações familiares. 1. Como fomos criados? Leia Gênesis 1:27 e escreva sua resposta no espaço em branco. “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou” (Gn 1:27). Deus criou o homem e a mulher à própria . Uma vez que todos os seres humanos foram criados à imagem de Deus, cada um de nós tem valor diante dEle. O que isso tem que ver com os relacionamentos humanos? Valorizamos o que Deus valoriza e respeitamos um ao outro? 2. Que declaração fez Deus sobre o valor dos relacionamentos humanos e contatos sociais de uns com os outros? “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2:18). Nosso Senhor declarou: “Não é o homem esteja .” Em suas palavras, faça uma lista mencionando algumas razões pelas quais Deus fez essa declaração. 3. Onde surgiu o casamento? Quem realizou o primeiro casamento? “Então, o Senhor Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela que o Senhor Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe” (Gn 2:21, 22). Deus fez Adão cair em Deus tomou a costela e transformou-a numa . Ele tomou uma das de Adão. . Deus levou a mulher para o . O casamento foi uma ideia de Deus. Ele o tornou santo. 4. Como Deus descreveu a perenidade do casamento? “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gn 2:24). Relacione três expressões usadas em Gênesis para descrever que a relação do casamento deve ser permanente. Deixará o homem Maio 2010 | Adventist World 27 Se une à Tornando-se Gênesis revela o ideal de Deus para o casamento. Ele descreve uma relação de amor duradoura, aberta e atenciosa; um relacionamento de afeição mútua, respeito e companheirismo. Como o inimigo conhece o potencial de felicidade que o casamento contém, ele o ataca com todas as suas forças. 5. Que conselho Deus dá aos maridos, esposas e filhos? “Não obstante, vós, cada um de per si, também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido” (Ef 5:33). “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo” (Ef 6:1). Os maridos devem As esposas devem Os filhos devem 6. Que duas promessas foram feitas por Deus aos filhos que obedecem a seus pais? “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a Terra” (Ef 6:2, 3). 1. 2. O conflito, a discórdia e desobediência tornam infelizes os lares. Quando os filhos brigam com os pais e estes gritam constantemente com os filhos, a alegria desaparece. O lar se torna um campo de batalha. Isso afeta a saúde psicológica, emocional e espiritual de cada membro da família. 7. Que conselho o apóstolo Paulo dá para preservar a felicidade em nossos lares? “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia” (Ef 4:31). Os fatores que destroem a felicidade do lar são: 1. 4. 2. 5. 3. 6. 8. Que três qualidades tornam felizes os lares? “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4:32). 1. 2. 3. No próximo mês, estudaremos: “Quando Partimos o Coração de Deus” 28 Adventist World | Maio 2010 Intercâmbio Mundial C A R TA S Passado, Presente e Futuro Sou assinante e leitor da Revista Adventista há muito tempo. A Adventist World de fevereiro de 2010, com o artigo de William G. Johnsson, “Adventistas e Muçulmanos: Cinco Convicções”, fezme lembrar de quando eu tinha sete anos de idade, em Bekaa Valley, e ouvi um pedreiro falar ao meu pai sobre os cristãos que moravam na América e que se identificavam com o Islã em seus hábitos e ações. Aos vinte anos, vim para o Brasil e encontrei esses cristãos. Hoje, 50 anos mais tarde, sou parte desse grupo: os Adventistas do Sétimo Dia. Sleiman Ali Zeitoun Várzea Grande, Mato Grosso, Brasil Expandindo Nossos Estudos Aprecio grandemente o fato de vocês estimularem seus leitores a estudar a Bíblia. Entretanto, gostaria de solicitar que fossem fornecidos todos os versos importantes e necessários para responder adequadamente às questões. Por exemplo, senti a falta de vários versos na questão número 5 de “A Eterna Recompensa do Apocalipse”, de Mark A. Finley (janeiro de 2010). A questão era: “Quais são as duas características especificadas em Apo- calipse 21 dos que entrarão no Céu e Nova Terra?” Uma das passagens indicadas, Apocalipse 21:7, diz: “O vencedor herdará estas coisas.” Então, para chegarmos lá, temos que lutar para vencer por nós mesmos? Felizmente, as Escrituras dizem em Apocalipse 12:11: “Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro.” A única qualificação que Deus espera de nós é a fé em Seu Filho, nada mais, nada menos. Caso contrário, teríamos que confessar com o apóstolo Paulo: “Tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo (Rm 7:18, NVI). Deus facilita as coisas para nós. Para que torná-las difíceis? Lothar Engel Spandau, Berlim, Alemanha Suas Mãos Sobre Mim Fui abençoada com a leitura do artigo “Podemos Sempre Contar com a Proteção de Deus?” por J. Stanley McCluskey (janeiro 2010). Às vezes, não sentimos a proteção de Deus ao enfrentar nossas provas. Em minha experiência, algumas dessas provas são insuportáveis, humanamente falando. O Senhor, porém, sabe os pensamentos que tem a nosso respeito: “Pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais” (Jr 29:11). Obrigada por essas palavras de conforto. Tahina Andrianiaina Antananarivo, Madagáscar Dizendo o que Significa O artigo “Compreendendo a Palavra” (janeiro 2010) começou muito bem: “Traduzir é muito mais que mudar uma palavra ou frase para outro idioma.” Se isso é verdade na comunicação do dia a dia, quanto mais o é quando a Palavra é traduzida de seus idiomas originais para linguagens modernas que há muito foram removidas de seu ambiente? O trabalho de um tradutor não é fácil. Portanto, antes de criticarmos os tradutores dessa ou daquela versão moderna da Bíblia, não seria melhor que os críticos tivessem o trabalho de aprender os idiomas originais e avaliar se podem fazer algo melhor? É sabido que acontecem equívocos honestos com os idiomas modernos. Quase não foi declarada uma guerra quando uma nota diplomática, traduzida do francês para o inglês, traduziu demander (requerente) por demand (exigência) e prétendant (pretender) por pretend (simular)? A palavra francesa significa perguntar, enquanto a palavra em inglês tem nuances de ameaças por trás da pergunta, se não atendida instantaneamente. Mesmo em inglês, pretend não é necessariamente aplicado à falsidade, como mostra a expressão legal “falsas pretensões”, e o uso do termo pretender para descrever alguém que pretende um título real confirma isso. Assim, vamos interceder em oração, pelos tradutores em Atlanta. Barry Gowland Milton Keynes, Inglaterra Algo Novo–Adventisten heute Meus cumprimentos pela revista Adventisten heute. Com meus 25 anos de idade, nunca fui um leitor da AdventEcho, uma vez que ela não atende aos meus interesses. Entretanto, durante os últimos anos, desenvolvi certo interesse pela Adventist World, em inglês, a qual, de quando em quando, encontro na igreja. Estou feliz com o fato de que essa Maio 2010 | Adventist World 29 Intercâmbio Mundial C A R TA S revista agora está disponível, gratuitamente, para nossos membros, e em alemão. Muito obrigado! Jakob Wieck Monique, Alemanha Apreciação/Inspiração Desde o ano passado, estou assinando a Revista Adventista e junto com ela, recebo a Adventist World. Ela é de valor inestimável para nosso povo, uma vez que nos liga aos nossos irmãos e irmãs mais distantes. Seus artigos são excelentes. Que Deus continue a abençoar seu ministério. Espero que os que recebem essa revista a considerem uma bênção de Deus para o crescimento, missão e identidade de nossa Igreja. Ezekiel Feito Balcarce, Argentina obra que tem sido realizada em todos os lugares. Obrigado. Kevin Murray Jamaica, Índias Ocidentais Lyu Shin Young. Young Soon Lyu foi editor da Sinais dos Tempos coreana de 1945-1958. Pedimos desculpas pelo erro – Os Editores Sou um estudante universitário, de 24 anos de idade, da Tanzânia. Decidi escrever por causa das mensagens de Deus trazidas na Adventist World. Ela me ajuda a fazer boas escolhas na vida diária. Obrigado. Fredrick Nderingo Tanzânia Alimentação e Hospedagem Correção Esta fotografia foi erroneamente identificada no artigo, “Tocando os Intocáveis” (Março, 2010). O casal retratado à esquerda são Young Soon Lyu e sua esposa, Que bom que a Adventist World existe para tornar a vida ainda melhor, conscientizando-nos da boa Os tickets de alimentação para a próxima Assembleia da Associação Geral, em Atlanta, EUA, podem ser adquiridos pelo Web site www.gcsession.org. A hospedagem pode ser reservada do site [email protected]. Cartas para o Editor – Envie para: [email protected] As cartas devem ser escritas com clareza e ao ponto, com 250 palavras no máximo. Lembre-se de incluir o nome do artigo, data da publicação e número da página em seu comentário. Inclua, também, seu nome, cidade, estado e país de onde você está escrevendo. Por questão de espaço, as cartas serão resumidas. Cartas mais recentes têm maior chance de ser publicadas. Nem todas, porém, serão divulgadas. O LUGAR DE ORAÇÃO Quero estudar fisioterapia na Universidade Adventista da Bolívia, mas não tenho os recursos necessários. Suas orações serão de grande ajuda. Karina, Peru Por favor, orem para que Deus abençoe meu trabalho. Estou feliz com minha função atual e não quero ser transferido para outro departamento. Com Deus, todas as coisas são possíveis. Realmente necessito de que Ele intervenha no meu caso. Chido, Zimbábue Obrigado por este espaço para compartilhar os pedidos de oração. Orem pelo evangelismo em nossa igreja e, especialmente, por duas pessoas que necessitam 30 Adventist World | Maio 2010 de aceitação. Isso é muito importante ao buscarmos a salvação. Wellington, Barbados seu relacionamento com sua esposa. Louvado seja Deus! Sophia, Estados Unidos Minha esposa e eu somos recém-casados. Pedimos suas orações por nós, para Deus nos ajudar a construir um sólido alicerce para nossa família. Peço ainda orações, pois estou me preparando para continuar meus estudos. Martin, Sul do Sudão Sou um jovem pastor que cuida de dez igrejas, o que é um grande desafio. Estou tentando aprender a andar de motocicleta para facilitar minha luta com transporte. Por favor, incluam-me em suas orações. Alice, Papua-Nova Guiné Alguém por quem pedi a vocês que orassem, encontrou emprego após procurar por muito tempo. Já pedi várias vezes oração pelas famílias. Um dos meus colegas de trabalho me disse que, nas últimas duas semanas, ele tem notado uma mudança positiva no Pedidos de oração e agradecimentos (gratidão por resposta à oração). Sua participação deve ser concisa e de, no máximo, 75 palavras. As mensagens enviadas para esta seção serão editadas por uma questão de espaço. Embora oremos por todos os pedidos nos cultos com nossa equipe durante a semana, nem todos serão publicados. Por favor, inclua no seu pedido, seu nome e o país onde vive. Outras maneiras de enviar o seu material: envie fax para 00XX1(301) 680-6638, ou carta para: Intercâmbio Mundial, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, Maryland 20904-6600 EUA. “Eis que cedo venho…” INTERCÂMBIO DE IDEIAS a Bandeıra S TA C H O W S K I M AT E U S Z Mantenha Nossa missão é exaltar Jesus Cristo, unindo os adventistas do sétimo dia de todo o mundo numa só crença, missão, estilo de vida e esperança. Tremulando no Alto Céu Neste mês, um leitor conta por que devemos levantar Cristo como nossa bandeira A s bandeiras representam pompa, poder e prestígio. São bonitas de se ver. Todos os países, governos e altos funcionários têm uma. Você as pode ver tremulando sobre prédios, instituições e locais que representem algum país ou negócio. Você pode vê-las em limusines finas e elegantes. Embaixadores, diplomatas, times esportivos e delegações empunham bandeiras para representar sua nação em discursos pela paz, conferências, concursos, encontros e eventos ao redor do globo. Até as companhias aéreas nacionais de muitos países têm aeronaves adornadas com as belas cores de sua bandeira nacional. É bonito de se ver! As bandeiras nos deixam orgulhosos. Elas nos inspiram a aspirar a cargos e realizações mais elevadas. Elas nos fazem querer ser vencedores/premiados, campeões, imbatíveis. As bandeiras nos dão a unidade para tirar um A+ em todos os nossos esforços e a ir alto e longe. Elas nos desafiam a estar no topo do topo. Como cristãos, nossa bandeira é Jesus Cristo. Nossas cores são fé total e crença nEle, com nossa vida e obras. Nosso desafio é “brilhar diante das pessoas, para que vejam as boas obras e glorifiquem ao Pai do Céu”(veja Mateus 5:16). Deus ilumina nossa vida para que nossa luz ilumine a vida de outros. Num tempo como este, em que a chama de muitos está se apagando, quando muitos deixaram o bastão cair, não podemos nos dar ao luxo de deixar que nossa chama se apague. Não podemos nos dar ao luxo de deixar que nosso bastão caia! Hoje, é nosso momento. Olhe para o céu. O Sol está brilhando. Os pássaros cantam. O céu está azul. O caminho à frente é claro (João 14:6). O vento sopra. O futuro é brilhante. Devemos seguir em frente e encará-lo, destemidos. Devemos levantar nossa bandeira. Devemos mantê-la tremulante no ar. Devemos manter a chama acesa e manter a fé. Esse é seu alto chamado, e o meu também! – Kioko Joshua, Jr., Nairobi, Quênia Editor Adventist World é uma publicação internacional da Igreja Adventista do Sétimo Dia, editada pela Associação Geral e pela Divisão Ásia-Pacífico Norte. Editor Administrativo Bill Knott Editor Associado Claude Richli Gerente Internacional de Publicação Chun, Pyung Duk Comissão Editorial Jan Paulsen, presidente; Ted N. C. Wilson, vice-presidente; Bill Knott, secretário; Armando Miranda; Pardon K. Mwansa; Juan Prestol; Charles C. Sandefur; Don C. Schneider; Heather-Dawn Small; Robert S. Smith; Karnik Doukmetzian, assessor jurídico Comissão Coordenadora da Adventist World Lee, Jairyong, presidente; Akeri Suzuki; Clyde Iverson; Guimo Sung; Glenn Mitchell; Chun, Pyung Duk Editor-Chefe Bill Knott Editores em Silver Spring, Maryland Roy Adams, Gerald A. Klingbeil (editores associados), Sandra Blackmer, Stephen Chavez, Mark A. Kellner, Kimberly Luste Maran Editores em Seul, Coréia Chun, Jung Kwon; Choe, Jeong-Kwan Editor Online Carlos Medley Coordenadora Técnica Merle Poirier Assistente Executiva de Redação Rachel J. Child Assistentes Administrativos Marvene Thorpe-Baptiste Alfredo Garcia-Marenko Atendimento ao Leitor Merle Poirier Diretor de Arte e Diagramação Jeff Dever, Fatima Ameen Consultores Jan Paulsen, Matthew Bediako, Robert E. Lemon, Lowell C. Cooper, Mark A. Finley, Eugene King Yi Hsu, Gerry D. Karst, Armando Miranda, Pardon K. Mwansa, Michael L. Ryan, Ella S. Simmons, Ted N. C. Wilson, Luka T. Daniel, Alberto C. Gulfan, Jr., Erton Köhler, Jairyong Lee, Israel Leito, Geoffrey G. Mbwana, John Rathinaraj, Paul S. Ratsara, Barry Oliver, Don C. Schneider, Artur A. Stele, Bruno Vertallier, Gilbert Wari, Bertil A. Wiklander. Aos colaboradores: São bem-vindos artigos enviados voluntariamente. Toda correspondência editorial deve ser enviada para: 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring MD 20904-6600, EUA. Escritórios da Redação: (301) 680-6638 E-mail: [email protected] Website: www.adventistworld.org A menos que indicado de outra forma, todas as referências bíblicas são extraídas da Versão João Ferreira de Almeida, Revista e Atualizada no Brasil pela Sociedade Bíblica do Brasil, 1993. Adventist World é uma revista mensal editada simultaneamente na Coreia, Brasil, Indonésia, Austrália, Alemanha, Áustria e nos Estados Unidos. Vol. 6, No. 5 Maio 2010 | Adventist World 31 O Lugar Das PESS Q U E L U G A R AS É E S S E ? FRASE DO MÊS “Uma igreja sem missão, breve será uma igreja sem ação.” – Pastor George Whitsett, na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Fort Myers, Flórida, Estados Unidos, durante sermão no dia 20 de fevereiro de 2010. E N V I A D O P O R S I M S O N H A L D E R , VIDA ADVENTISTA Quando meu esposo, que havia sido convidado para pregar, e eu estávamos cumprimentando os irmãos após o culto, encontramos uma senhora com forte sotaque alemão. Glen lhe disse que também era alemão, mas que não tinha uma pronúncia tão boa quanto a dela. Eu disse, então, à senhora: “Ele é alemão e pastor. Sabe o que isso significa?” D I R E T O R D E D E S B R AVA D O R E S Ela me olhou inquisitivamente. Eu sorri e disse: “Ele é um pastor alemão.” – Marybeth Gessele, Gaston, Oregon, Estados Unidos. Nossa igreja tem vários grupos de oração/estudo da Bíblia semanais e nos reunimos em vários lares, em diferentes dias da semana. O que frequento tem várias pessoas idosas, uma das quais se ausentou por várias semanas, devido a uma doença. Ao ser recepcionada alegremente, foi-lhe perguntado se os médicos haviam diagnosticado a causa da doença. Ela respondeu que o médico ainda não havia recebido os resultados de sua autópsia! O riso geral a fez mudar a palavra para biópsia! – Vivian Ahlkvist, Sonora, Califórnia, Estados Unidos. PARTICIPE DA CONVERSA! Precisamos de participações nas seguintes categorias: FRASES ADVENTISTAS (profundas ou espontâneas) VIDA ADVENTISTA (anedotas curtas, especialmente da vida adulta) JOTAS E TILES (dicas relacionadas com a igreja) MEMÓRIAS DE ACAMPAMENTOS (curtas, humorísticas, ou anedotas profundas) QUE LUGAR É ESSE? (fotos de alta qualidade, de membros da igreja de todo o mundo) Por favor, envie sua participação para O Lugar das Pessoas, Adventist World, 12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD 20904-6600; fax: 301-680-6638; e-mail: [email protected]. Por favor, inclua número de telefone. As participações recebidas não serão notificadas ou devolvidas. Em Bangladesh, a Igreja Adventista do Sétimo Dia de Dhaka oferece, pela primeira vez, aulas para líderes de desbravadores. Os membros foram fotografados em seu acampamento de inverno, em fevereiro. RESP O S TA :
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