A líder mundial em acessórios para motocicletas
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A líder mundial em acessórios para motocicletas
ENTREVISTA Giuseppe Visenzi A líder mundial em acessórios para motocicletas O fundador da Givi, Giuseppe Visenzi, nos concedeu uma entrevista exclusiva durante o EICMA. Foi uma conversa extrovertida e muito agradável Texto Edu Zampieri O senhor Giuseppe Visenzi, que nasceu dia 22 de janeiro de 1941, foi piloto do Mundial de Motovelocidade na década de 1960 e é o idealizador e fundador da marca Givi. Para quem não sabe, a Givi é hoje a maior marca de acessórios para motocicleta do mundo. Além de bauletos de plástico injetado e báus de alumínio, fabrica também bolhas para-brisa, faróis de milha, protetores de motor, bagageiros, suportes para GPS, roupas e capacetes. O senhor Visenzi e sua filha Hendrika nos concederam uma entrevista exclusiva durante o Salão de Milão. O simpático italiano nos contou como começou a marca e o que ele pensa do atual momento que estamos vivendo. Ele também nos convidou para conhecer a fábrica em Bréscia, e lá pudemos entender melhor o tamanho do “mundo Givi”. Conhecemos os principais funcionários e almoçamos, dentro da empresa, com a própria A filosofia da Givi é tratar os funcionários como uma grande família e explorar a paixão deles pela empresa. Assim começei e assim espero que continue 30 motociclismo Hendrika Visenzi, filha de Giuseppe e vice-presidente e diretora de marketing e comunicação da Givi, além de diretora-geral da Kappa, que pertence ao grupo. Detalhe curioso, que tem muita relevância para você ter uma ideia de quem é este senhor: Giuseppe não se encontrava na fábrica nesse dia porque estava no Salão, trabalhando. Ele e sua a filha são os primeiros a chegar à fábrica pela manhã e os últimos a sair. O senhor Visenzi ainda possui uma loja de acessórios em Bréscia. Chama-se G Visenzi e fica localizada em uma espécie de centro comercial. A loja é enorme, tem de tudo, não apenas a marca Givi. Trabalha com capacetes Arai, Shoei, marcas Dainese, Alpinestar e outras. A história da Givi começou em 1978. Entrar nesse segmento de acessórios foi uma maneira de ficar mais perto das motocicletas depois do senhor aposentar-se das pistas? GV • Na verdade não foi esse o propósito. Eu já tinha loja de motos em Bréscia, minha cidade natal. Eu competia, mas sempre fui um pequeno empresário no segmento das motos. Quando a minha carreira em competições terminou eu entendi qual era necessidade do motociclista e busquei a melhor maneira de acoplar uma mala prática na moto, mas que fosse não apenas eficiente, mas bonita também. No fundo, eu também sabia que havia outras necessidades além de malas. Como lidar com burocracia, impostos e outras dificuldades do Brasil, especialmente neste momento político e econômico complicado? GV • (risos) Na Itália não é muito diferente. Temos que continuar trabalhando, continuar investindo, não podemos desistir, pois sei que as coisas mudam e DEZEMBRO 2015 Entrevista M216.indd 30 11/25/15 6:23 PM Fotos Givi GV • Veja, estamos em todo o mundo e temos fábrica em alguns países. No Brasil, que serve à América do Sul, uma fábrica na Malasia, para servir à Asia, e a da Itália para a Europa e outros países também. Vou estar onde puder estar e não acho que o fato de não ser fabricado aqui seja um problema, pois tudo que fabricamos tem desenvolvimento na Itália, com design italiano, mas que evidentemente busca atender às necessidades de cada mercado. Nossos projetistas dão origem a tudo que envolve o lançamento de um novo produto no escritório da fábrica de Bréscia. As outras fábricas chegam a utilizar até matéria-prima italiana, ou seja, o fato de se fabricar em outros país é uma questão puramente de custo final para o consumidor, não quer dizer que a qualidade seja inferior. Nosso ponto mais forte hoje é o controle de qualidade rigoroso. GIUSEPPE VISENZI Paixão por motos, respeito pelas pessoas e, claro, competência. Essa é a receita de sucesso da Givi talvez um dia voltem a melhorar. O mercado brasileiro é grande, o país é enorme e problemas assim sempre haverá. O senhor não acredita que há modismo em comprar tudo para a moto? Não acha que tem muito gente que equipa a moto apenas para ir ao shopping? GV • Talvez, mas acredito que os acessórios da Givi são uma necessidade, servem para facilitar a vida. Tem sim quem compra para ficar na moda, mas é a minoria. A grande maioria dos clientes busca maior conforto e praticidade. Porém, buscamos sempre fazer um produto com excelente design, deve ser por isso que alguns equipam e não usam, é uma maneira de deixar a moto mais equipada de qualquer maneira. O senhor imaginava que um dia a Givi fosse se tornar a maior marca de acessórios para motocicletas do mundo? GV • Não, jamais. Obviamente não foi fácil chegar até aqui. Não esperava que um dia fosse fabricar capacetes e roupas, por exemplo, mas aos poucos fomos crescendo, a equipe que eu tenho é muito talentosa. Temos que manter o foco trabalhando todos os dias, com intensidade e muita paixão. Se não tiver paixão pelo que faz, não serve para trabalhar na Givi. A Givi está praticamente em todo o mundo. O senhor acredita que para alguns saudosistas, principalmente os amantes da Itália, há algum preconceito com os produtos que não são feitos aqui e, portanto, não são considerados 100% italianos? A Givi apoia diversas equipes e pilotos no mundo das competições. Qual é a importância do esporte no fortalecimento global da marca? GV • É uma maneira de sustentar a imagem da marca. Eu corri no Mundial, portanto sei das dificuldades de uma equipe e dos pilotos. Temos parceiros que são amigos de longos anos. É uma troca, nós os ajudamos e eles nos ajudam. Hoje há muita visibilidade, não é como na minha época. Depois da internet, as imagens chegam a uma velocidade impressionante em qualquer lugar do mundo, portanto, o logo da Givi sempre presente é uma excelente ferramenta de marketing. Apesar de eu acreditar também que as opiniões de um usuário sobre determinado produto têm muita importância. Onde o senhor acredita que a Givi vai estar daqui a 20, 30 anos? GV • (risos) Bom, primeiro acho que não vou estar vivo até lá, mas minha filha, aqui presente, é o futuro da empresa. Eu espero que a filosofia da empresa seja mantida, que é tratar os funcionários como uma grande família e evidentemente explorar a paixão de cada um pela empresa, foi assim que comecei e assim quero que continue. A qualidade final é refletida no produto, e a Hendrika e todos os meus gerentes espalhados pelo mundo sabem disso. Trabalhar com o coração é a filosofia da empresa e assim espero que continue. Não poderíamos deixar de perguntar: o senhor foi um importante piloto do Mundial na década de 1960. Com essa experiência, como o senhor analisa o resultado da última temporada da MotoGP. Rossi tem razão em suas críticas? GV • É muito difícil para eu responder alguma coisa sobre essa questão. Sinceramente, gostaria muito de ficar fora dessa polêmica. Mas posso dizer que quem tem que vencer é o melhor piloto, e a decisão tem que ser resolvida sempre na pista, e não fora dela. DEZEMBRO 2015 Entrevista M216.indd 31 motociclismo 31 11/25/15 6:23 PM