série III - Cofre de Previdência

Transcrição

série III - Cofre de Previdência
III
série
5
LUA
n5
I I I serie
LUA
ANO XIX
o mais enigmático
dos cofres
FICHA TÉCNICA
PRESIDENTE: Tomé Jardim [email protected] | DIRECTORA: Luísa Paiva Boléo [email protected] | EDIÇÃO: Cofre de Previdência | CONSELHO REDACTORIAL: Tomé Jardim
/ Elder Fernandes / Manuela Charrua / Catarina Santos / Vitor Luz / Susana Inácio / Sónia Ferreira | EDITOR: Francisco Pinteus [email protected]
IMAGEM DE CAPA: Andreia Gil | FOTOGRAFIA: Cláudia Peres | DIRECÇÃO CRIATIVA E DESIGN: Andreia Gil | PUBLICIDADE: Sara Ferreira | SECRETÁRIA: Sara Ferreira
COLABORADORES DESTE NÚMERO: Alexandra Antunes / Américo Brás Carlos / Ana Rufino / António Pinto de Almeida / Doria Meiilodivah / Fátima Silva / Fernanda Santos / Fernando
Rocha / Helena Baeta / João Pedro Granja / Luis Barroso / Luis Ganso / Mafalda Queiroz / Maria Romana Reis / Máximo Ferreira / Mehmet Efkan Alan / Óscar Martins / Patricia Nortadas
/ Sónia Ferreira / Susana Inácio / Valeria Gonzales
CONTACTOS DO COFRE: Rua do Arsenal, Letra E, 1112-8O3 Lisboa e Rua dos Sapateiros, 58, 11OO-579 Lisboa / Telefone: 213 241 O6O / Fax: 213 47O 476 [email protected]
NIF: 5OO969442 / IMPRESSÃO: MULTIPONTO, S. A. / ISSN 2182-1437 / DEPÓSITO LEGAl: 324664/11 / REGISTO ERC: 119146 / PERIODICIDADE: Bimestral / TIRAGEM: 45.5OO / PVP: 1,OO€
*A redacção da revista Cofre não obedece ao novo Acordo Ortográfico
Pág. 10
VAMOS BRINDAR!
Pág. 6
Pág. 4
CARTAS
Pág. 18
1ª REPÚBLICA
8 MANDATOS
7 PRESIDENTES
RESIDÊNCIAS UNIVERSITÁRIAS
Pág. 14
Pág. 20
INFOGRAFIA
NATAL
Pág. 25
Pág. 13
QUEM É QUEM
ENTREVISTA
AMÉRICO BRÁS CARLOS
Pág. 26
NOVO SÓCIO
POR TERRAS DE SUA MAJESTADE
Pág. 28
RESIDÊNCIAS SÉNIOR
Pág. 22
Pág. 36
COLUNA DE ASTRONOMIA
A Estrela de Belém
SUSPIRO DE NATAL
RECEITA
Pág. 3O
Consultório Médico
A Consulta
TOMÉ JARDIM
É verdade, estamos quase no fim de mais um ano. Por se tratar da
última revista Cofre de 2O15 dirijo-me a todos os leitores e em
particular aos venerandos consócios para, de viva voz, dar notícias
e fazer o balanço deste ano. Como sabem, o Cofre é uma instituição
vocacionada para a solidariedade, a qual deverá estar sempre
presente no pensamento da família Cofre. Porém a evolução nos
tempos é constante, os horizontes têm, necessariamente, de ser
alargados e o enriquecimento cultural faz parte do processo.
Também a vertente lúdica não pode ser esquecida, e se a essa
vertente conseguirmos aliar um lado pedagógico melhor e se
abranger as várias faixas etárias, então temos a certeza de estar no
caminho certo. Nem sempre é possível fazer as coisas em tempo
útil, umas vezes por nos dificultarem, outros por motivos alheios à
nossa vontade e outros ainda por nos ter faltado o tempo. Mas a
nossa força e uma equipa jovem e coesa esforça-se por melhorar a
qualidade e diversidade dos serviços oferecidos, com um lema na
mente: “servir e fazer mais e melhor”. E assim trabalhamos para a
evolução e valorização das nossas valências e sobretudo na assistência social aos nossos Associados que será, como já disse variadíssimas vezes, um trabalho infindável. Devemos estar sempre
atentos para continuar a proporcionar a todos aqueles que
usufruem dos nossos espaços um melhor acolhimento e diversida-
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de de ofertas. Para isso é necessário, e como sabem tem sido uma
preocupação do Conselho de Administração, melhorar as áreas,
consideradas mais sensíveis - os Associados e a sustentabilidade
do Cofre. Já nos referimos por diversas vezes, a esta temática, mas
nunca é demais insistir na necessidade de todos juntos continuarmos a trabalhar para a sua manutenção angariando associados,
procurando aqueles, que por serem mais jovens, nos tragam a
médio e a longo prazo essa sustentabilidade. O grupo de trabalho,
ligado ao Núcleo de Acção Social, no qual estão integrados dois
prestadores de serviço, a D. Angélica Vieira com larga experiência
no marketing e o Sr. Miguel Loureiro, sem esquecer a Drª. Sara
Ferreira e o Dr. Pedro Ferreira (este ultimo que terminou a prestação de serviços por sua opção) a quem agradeço o trabalho desenvolvido, contribuindo para a recuperação de sócios eliminados e
captação de novos como se constata nos 79O Associados/as até ao
dia 21 de Dezembro. As bolsas de estudo para estudantes do ensino
secundário e universitário para o ano lectivo de 2O15/2O16 têm tido
muita procura; as nossas residências universitárias estão esgotadas, sem aumento de mensalidades para este ano lectivo; a bolsa
sénior, para os sócios com um rendimento insuficiente para o
pagamento da prestação nas nossas residências, terão uma continuidade natural no ano de 2O16.
A estratégia delineada, quanto ao aumento do período de amortização da aquisição de habitação e dos abonos reembolsáveis
prossegue e com isso vamos continuar a baixar o valor da prestação de cada um, contribuindo para uma maior disponibilidade
financeira dos nossos Associados/as. Relativamente ao arrendamento, mantemos a decisão de não aplicar o coeficiente de
aumento das rendas para o ano de 2O16 e a taxa actual para a
aquisição de habitação própria. O Centro de Lazer do Vau teve uma
procura e um período de estadias dos mais prolongados da sua
existência. Lembramos a todos, aos mais e menos jovens, a nossa
Quinta de Santa Iria e a variedade de ofertas na sua estrutura. O
Campus de Ciência, até ao momento, único na zona, que certamente valorizará a formação de todos e, quem sabe, poderá
despertar-lhes interesses até então ignorados nesta área científica.
O complexo dispõe, de um planetário e observatório equipados
com a mais alta tecnologia, salas de formação e auditório para
receber conferências e espectáculos, tendo um palco ligado ao
exterior que aumenta consideravelmente a sua dimensão permitindo a realização de eventos com uma capacidade acima dos 5OO
lugares.
Como tivemos de regulamentar a piscina, cumprindo as regras
impostas para a utilização pública, foi necessário alterar a profundidade de 3 metros existente, fixando-a numa quota de 97cm a
1,47metros na descarga e aumentando-a para 27 metros de
comprimento para aproveitar os m3 existentes; teremos uma nova
piscina infantil com uma quota O na entrada e 5O cm na descarga e
com a segurança que este tipo de estruturas exige bem como uma
rampa para pessoas com mobilidade reduzida. Trata-se de mais
uma oferta naquele Centro. Vamos continuar com a política adoptada, mantendo os preços para a próxima temporada na Quinta e
no Vau. Apesar de prevista no Orçamento a venda de bens de
investimento, dos quais demos notícia na revista anterior, dada a
dificuldade na obtenção dos elementos exigidos para a sua venda,
como é o caso da certificação eléctrica, apenas se formalizou com
a assinatura do contrato de promessa, a venda do prédio da Rua
dos Sapateiros por 2 milhões de euros. Foi mais uma oportunidade
de negócio. Lembramos que este bem está escriturado na contabilidade por 1 milhão duzentos e setenta e cinco mil euros. Dentro da
estratégia delineada para a aquisição de imóveis, sempre com o
objetivo de obter uma mais-valia para o Cofre e seus Associados,
adquirimos um edifício na Estrada das Laranjeiras com o objectivo
de ali, depois de realizadas algumas pequenas obras, destiná-lo à
centralização dos serviços do Cofre.
Nesta revista para além das reportagens e da entrevista ao Professor e nosso associado Dr. Américo Brás Carlos, temos o “Quem é
Quem” com os trabalhadores do Departamento de Gestão dos
Associados e Património (DGAP): a D. Fernanda Santos, o Sr. Luís
Ganso e o Dr. Luís Barroso que contribuem para a boa gestão da
correspondência entre serviços e para o exterior; em véspera de
eleições evocamos os Presidentes da 1ª República bem como a
visita ao Museu da Presidência; o magusto na Quinta; as diversas as
festas de Natal: na RUL, RUP, Loures e Vila Fernando. Temos um
texto de uma associada sobre o presépio da sua infância e outro de
curiosidades sobre brindes; a rúbrica de Astronomia; o Consultório
Médico; abordamos uma experiência de emigração sob a perspectiva de uma jovem enfermeira e três textos acerca do Natal em
países tão diversos como o Peru, a Turquia e a Guiana Francesa;
ficamos a conhecer um novo sócio e muito mais para ler.
As alterações estatutárias propostas foram retiradas da ordem de
trabalhos da Assembleia Geral Extraordinária do dia 14 de Dezembro dado ser necessária uma nota prévia explicativa e outros
contributos. O nosso Plano de Actividades e Orçamento para o ano
de 2O16, apresentados na Assembleia-Geral Ordinária foram aprovados por larga maioria, são objecto de resumo na página 34 .
Como disse, sendo esta a revista do Natal e a última do ano de 2O15,
e como final da nossa conversa quero endereçar em meu nome, no
do Conselho de Administração e no dos restantes Órgãos Sociais,
Mesa da Assembleia Geral e Conselho Fiscal e de todos os trabalhadores do Cofre um Natal feliz, com saúde, paz e muito amor. Um
ano novo com mais esperança e segurança. E não se esqueçam de
enviar o vosso contributo para a nossa revista.
Com consideração
cofre
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CARTAS
de quem diz o que pensa
A Revista Cofre reserva-se o direito de seleccionar e eventualmente
reduzir os textos enviados e não prestará informação postal sobre eles.
Os textos publicados são da inteira responsabilidade dos seus autores.
Ex. mos Senhores
Leonel Correia, sócio nº 98443 vem pela presente manifestar
grande satisfação pelo evento realizado na Quinta de Stª Iria,
Covilhã, no fim-de-semana de 13 a 15 de Novembro passado, intitulando-se Festa de S. Martinho. Sim, como sócio aprovo este tipo de
eventos. Já não ia à Quinta de Stª Iria faz bastante tempo, estou
grato pelas mudanças que se fizeram, foram de bom senso. É
porque nos falta tempo para recuperar o tempo perdido, e só assim
conseguimos gozar o tempo que se nos oferece ao tempo de vida?
Mais informo que não querendo criticar a gerência anterior, a que
está neste momento a gerir a nossa quinta é, sem sombra de
dúvida, muito melhor. A simpatia dos funcionários, a boa disposição,
a comida, tudo muito bem servido, o bom vinho da casa, é excelente
e recomenda-se! Julgo, no entanto, que no dia da chegada, a recepção aos utentes deveria ter sido feita com um beberete, pois se
temos bom vinho da quinta e o evento era intitulado de S. Martinho,
era fácil ter umas castanhas assadas ou cozidas de modo a mimar
os sócios (má língua, eu sei!). Informo que o Sr. Director que nos
acompanhou, mais duas funcionárias que foram de Lisboa (não sei
o nome e peço desculpa) foram sem sombra de dúvida incansáveis.
Cinco estrelas como se costuma dizer, bem como para os senhores
professores que nos elucidaram na sessão de observação das
estrelas e outros astros no Planetário da Quinta.
Gostaria ainda de opinar se não seria possível fazer fins-de-semana
tipo excursão em autocarro, com entrada à sexta-feira e saída ao
domingo depois do almoço, com visitas guiadas às cidades mais
próximas na nossa Quinta.
Os melhores cumprimentos.
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Aproveito esta oportunidade para dar um contributo/sugestão
para o futuro do Cofre de Previdência. Já notei, e entendo perfeitamente, o esforço que o Cofre tem vindo a desenvolver no sentido
de angariar mais associados e, principalmente, angariar associados
mais jovens. Todos os esforços e iniciativas neste sentido são desejáveis e bem-vindos, mas na minha opinião ainda não são suficientes. Passarei a descrever o meu ponto de vista.
Em 2O11, no dia em que ingressei na Função Pública, quando assinei
contrato com a DGO, nos recursos humanos além do contrato,
entregaram-me o formulário da ADSE e dos SSAP, informando das
regalias, valores a pagar e que a inscrição naqueles organismos é
opcional. Estou a referir-me a um concurso externo, no qual entraram cerca de 3O Técnicos Superiores, com idades entre os 25 e os
4O anos. Ninguém nos informou acerca da existência do Cofre, da
sua área de actuação, nem das regalias que os seus associados
podem beneficiar. Tal como referi no questionário, apenas soube
da sua existência, posteriormente, através de familiares e outros
colegas mais velhos. Toda a informação que precisei tive de ser eu
a ir à procura dela. Isto aconteceu na DGO, mas acredito que aconteça o mesmo na grande maioria dos organismos da Função Pública. E então pergunto: porquê? Talvez a informação não esteja bem
disseminada junto dos departamentos de recursos humanos
destes organismos. Não sei se será esse o caso, mas é uma hipótese
a considerar.
A consequência disto é que quando falo com colegas, mais ou
menos da minha idade, quase nenhum tem conhecimento, sequer,
da existência do Cofre. Face ao descrito a minha sugestão é:
O Cofre devia concentrar esforços no sentido de informar e sensibilizar os Recursos Humanos de todos os organismos da Função
Pública para a existência do Cofre, condições de admissão, valores
e modalidades das quotas, benefícios e regalias, etc. etc. Esses
departamentos devem ser um dos grandes veículos de informação
para dar a conhecer a existência do Cofre, principalmente no
momento de admissão de novos colaboradores.
Grato pela atenção dispensada, Com os melhores cumprimentos,
João Granja, sócio n.º 1O4795
50.00€
por pessoa
CARNAVAL 2016
Quinta de Santa Iria
5 a 7 de Fevereiro
PROGRAMA
05/02/2016
Jantar Veneziano (pratos italianos, máscaras e outras surpresas)
06/02/2016
Pequeno-almoço
Saída para passeio na Serra, visita à Torre, Covão d’Ametade e Manteigas
Almoço em restaurante típico
Visita a Valhelhas
Jantar Carnavalesco com animação
EMENTA
07/02/2016
05/02/2016
Brunch
Late check out
JANTAR VENEZIANO
Pizas, massas, brusquetas, tiramisu, aletria e outras iguarias
06/02/2016
JANTAR CARNAVALESCO
50.00€* por pessoa
(Transporte incluído para passeio à Serra)
Crianças:
Até aos 3 anos inclusive - Gratuito
Dos 4 aos 10 anos inclusive –12.50€
Dos 11 aos 14 anos inclusive – 25.00€
*Alojamento não incluído
Valor de estadia apenas para o Programa:
Single: 14,00€/noite
Duplo: 20,00€/noite
Apartamento T1: 30,00€/noite
Apartamento T2: 39,00€/noite
Cama extra: 5,00€/noite
Buffet de entradas e sopa
Prato de Peixe - Truta Serrana
Prato de Carne - Rolo de Carne com hortaliças da quinta
Buffet de doces e fruta
07/02/2016
Brunch de domingo
BIOGRAFIAS
1ª REPÚBLICA
Texto: Luisa Paiva Boleo
SETE PRESIDENTES
OITO MANDATOS
A escassos dias da eleição presidencial, que ocorre no próximo dia 24, as nonas desde o 25 de Abril de 1974,
recordamos os oito presidentes da 1ª República, vigente entre 5 de Outubro de 191O e 28 de Maio de 1926.
Manuel José de Arriaga Brum da Silveira nasceu na cidade da
Horta em 184O, formou-se em Direito foi advogado e quando assumiu o cargo tinha já 7O anos, casado e com seis filhos tomou posse
como 1ª Presidente da República Portuguesa em Agosto de 1911.
Pagava renda de casa e não tinha qualquer subsídio para os transportes e sem direito a um secretário, valeu-lhe o filho mais velho.
Não cumpriu o mandato por raão de um golpe político do General
Pimenta de Castro. Foi também poeta e escritor. Faleceu em 1917 e
está no Panteão desde 1 de Agosto de 2OO4.
Joaquim Teófilo Fernandes Braga, nasceu em Ponta Delgada em
24 de Fevereiro de 1843. Militante do Partido Republicano, exercera
interinamente o cargo de Presidente da República por escassos
meses. Foi de novo chamado a terminar o mandato de Manuel de
Arriaga entre 25 de Maio de 1911 e 5 de Outubro de 1911. Teófilo foi um
homem ligado à literatura, aos estudos filosóficos e teve uma
determinante acção na consolidação do ideário republicado. Era
laico e antimonárquico. Ganhava a vida como professor catedrático
de Literaturas Modernas. Conhecido por ser uma pessoa simples,
andar de eléctrico e usar a roupa até ficar gasta. Foi poeta, estudou
o folclore e o teatro português e publicou a «História da Universidade de Coimbra.»
Bernardino Luís Machado Guimarães nasceu no Rio de Janeiro em
28 de Março de 1851, filho de pai português e mãe brasileira. O casal
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regressou em 186O a Portugal. Na maioridade Bernardino Machado
optou pela nacionalidade portuguesa. Casou em 1882 com Elzira
Dantas Machado (tiveram 18 filhos) e nesse mesmo ano filiou-se no
Partido Regenerador. A sua mulher foi a mais interveniente esposa
de um presidente da 1ª República, pois interessou-se vivamente
pela vida cívica. Com outras mulheres, fundou a «Liga Republicana
das Mulheres Portuguesas» e «A Cruzada das Mulheres Portuguesas» que prestavam apoio social aos militares do Corpo Expedicionário que participou na Grande Guerra. Bernardino Machado era
como se diz hoje, «um homem de consensos», tinha sido ministro
das Obras Públicas, Comércio e Indústria (licenciado em Matemática e Filosofia), em 1893 e teve acção positiva no ensino profissional.
Em 19O3 aderiu ao Partido Republicano. Eleito Presidente da República em 6 de Agosto de 1915 com o estalar da Grande Guerra
apoiou a participação do nosso país nesse conflito. A Alemanha
declarou guerra a Portugal em 9 de Março de 1916. Como era de
prever, o seu mandato foi de enorme agitação social devido à falta
de bens essenciais e de carvão, entre outros. Bernardino Machado
teve de ir a Londres para negociações com o nosso aliado e nessa
sua ausência com um golpe de Estado, Sidónio Pais afasta-o do
cargo, em 8 de Dezembro de 1917. Bernardino Machado parte para o
seu primeiro exílio com a família.
Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais faz-se eleger Presidente
Bernardino Machado
Canto e Castro
Teófilo Braga
Sidónio Pais
Manuel de Arriaga
António José de Almeida
Manuel Teixeira Gomes
da República por sufrágio universal. Tomou posse como o 4º Presidente da jovem república portuguesa em 9 de Maio de 1918. Será o
primeiro presidente militar, embora tivesse o curso de Medicina. Foi
um presidente amado e odiado. Nasceu em Coimbra em 1 de Maio
de 1918. Suspendeu jornais e iniciou um governo semi-ditatorial. No
entanto conseguia ser extremamente popular. Sempre impecavelmente fardado, viajou pelo país e o hino nacional era tocado
sempre que aparecia. Restabeleceu as relações diplomáticas com a
Santa Sé e tratou de homenagear, de forma patriótica, os militares
mortos na Grande Guerra. Fomentava o culto da personalidade e
parecia ter um longo mandato, até ser interrompido no dia 14 de
Dezembro de 1918, quando foi baleado na estação do Rossio
enquanto se preparava para viajar até ao Porto. O Parlamento
português, de acordo com a Constituição de 1911 nomeou como
novo Presidente da República o contra-almirante Canto e Castro.
João do Canto e Castro Silva Antunes, nascido em 19 de Maio de
1862 tinha uma prestigiada vida na Marinha. Este encontra o país
em polvorosa, com os monárquicos a declararem a «Monarquia do
Norte». Apesar de monárquico esteve do lado da república. Escolheu o General Tamagnini Barbosa para chefiar o governo, mas em
Janeiro de 1919 convidou para essa função José Relvas, o mesmo
que proclamara a República no dia 5 de Outubro, da janela da
Câmara Municipal de Lisboa. Portugal recebeu a visita do Presiden-
te do Brasil, Epitácio Pessoa e quem faz o discurso de boas-vindas
foi aquele que seria o próximo Presidente da República – António
José de Almeida. Canto e Castro acabou o seu mandato em 5 de
Outubro de 1919. Esteve apenas 1O meses no cargo. Faleceu em 14
de Março de 1934.
António José de Almeida foi o único presidente da 1ª República a
cumprir os quatro anos de mandato e com ele Portugal voltou a ter
um civil nos destinos do país, Tomou posse em 6 de Agosto de 1919.
Nasceu em Vale da Vinha (Penacova) em 17 de Julho de 1866.
Formou-se em Medicina em Coimbra e cedo se interessou pela
política activa. Exerceu medicina em Angola e São Tomé e foi
ministro das Colónias. Formou o Partido Evolucionista que, da fusão
com a União Republicana originou o Partido Liberal. Era um grande
orador e criou o jornal «República» do qual foi director. Como presidente, era mais interveniente, a sua acção em prol do ensino e
educação foram importantes, mas historiadores não têm uma
opinião convergente sobre ele. Para o Prof. José Mattoso foi um
«demagogo» e para Magalhães Lima «O Nuno Álvares da República». Enfrentou revoltas e greves. O nosso país teve a honra de
receber visitas como as dos reis da Bélgica e do príncipe do Mónaco.
Durante a sua vigência no cargo os restos mortais dos militares
falecidos na Grande Guerra foram trasladados para a capela do
«Soldado Desconhecido» no Mosteiro da Batalha, sempre com uma
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A República - Litografia colorida, atribuída a Cândido da Silva
vela acesa em sinal de respeito perene pelas suas vidas ao serviço
da pátria. António José de Almeida foi ao Brasil nas comemorações
do Centenário da Independência, em 1922. Foi uma viagem triunfal.
Terminou o mandato em 1923. Na época a Constituição de 1911) não
permitia um segundo mandato. Faleceu em 31 de Outubro de 1929.
O 7º Presidente da 1ª República Manuel Teixeira Gomes, nascido em
27 de Maio de 186O, foi uma personalidade curiosa que hoje os
jornalistas diriam que não «tinha perfil para o cargo», pois era dado
à leitura, escrita e artes, embora tivesse sido ministro dos Negócios
Estrangeiros, em Londres, entre 1911 e 1918 (Sidónio demitiu-o), e
depois entre 1919 e 1923. Manuel Teixeira Gomes foi eleito Presidente da República em 6 de Agosto de 1923. Nasceu rico, filho de um
empresário exportador de produtos do Algarve. Como filho único
que era, em Coimbra e no Porto fez uma vida de boémio que o pai
não contrariou. Viajou pela Europa e começou cedo a colaborar em
jornais como «O Primeiro de Janeiro» e «A Luta.» Aos 23 anos
sente-se um «social-democrata». Aos 39 anos decidiu ir viver com
uma muito jovem algarvia de quem teve duas filhas. Tentou reconciliar Partidos o que não conseguiu. Na residência do Palácio de
Belém, nas longas noites, o presidente Teixeira Gomes conversava
e jogava às cartas com o seu secretário para amenizar a função que
não o entusiasmou. Não se sentindo talhado para o cargo, renunciou em 11 de Dezembro de 1925.
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Aos 65 anos partiu para a Argélia – Bougie (hoje Béjaïa) - e ali
passou os últimos anos de vida. Deixou contos, romances, livros de
viagens e a peça de teatro «Sabina Feire.» Morreu sozinho em 1941,
e em 195O, através do empenho das filhas, regressa ao solo pátrio.
As eleições de Novembro de 1925 dão a maioria absoluta aos
democratas e o Congresso escolhe Bernardino Machado para
Presidente. Talvez o mais bem preparado homem para o cargo de
presidente da República, pouco tempo teve apenas seis meses para
mostrar o seu valor. Era um democrata e tinha sido ministro do rei
D. Carlos, mas o ideário da república passou a ser a sua missão. Os
tempos eram ainda de grande agitação. De regresso do exílio
Bernardino Machado enfrenta graves problemas financeiros e
revoltas a Norte e a Sul. Em 28 de Maio de 1926, em Braga o general
Gomes da Costa revolta-se e em Lisboa, uma junta revolucionária
chefiada por Mendes Cabeçadas propiciam que Bernardino Machado, sem outra solução, lhe tenha entregado o poder. Escreveu:
«Quando transmiti os poderes presidenciais, fi-lo a um chefe de
governo, de coração republicano, que eu sabia bem que se propunha restaurar o mais breve possível a ordem constitucional. Aos
seus sucessores eu não os transmitiria.» A república estava em
perigo. Em apenas 16 anos a 1ª República foi substituída por uma
ditadura militar (1926-1928) e depois uma ditadura nacional até ao
25 de Abril de 1974.
OUTRAS FORMAS DE OLHAR A REPÚBLICA
Texto: Sónia Ferreira e Susana Inácio
Fotografia: Imagens de Luz
Museu da Presidência da República, um lugar que nos sugere novas
leituras e abordagens à história da instituição presidencial.
Conhece todos os símbolos nacionais? Sabe que quando a bandeira
verde está içada no Palácio de Belém, o Presidente encontra-se
presente? E que as ofertas dos representantes estrangeiros, designados de “Presentes de Estado”, são símbolos de paz? Estas e
muitas outras curiosidades reúnem-se num lugar de conhecimento, divulgação e investigação sobre a história do nosso passado
recente: o Museu da Presidência da República.
Instalado no Palácio de Belém, residência oficial do Presidente da
República, este espaço museológico agrega o espólio de ex-chefes
de Estado, doado ou emprestado pelos próprios ou suas famílias,
desde 191O aos nossos dias.
Ao entrar, podemos ver em exposição o relógio de bolso do tenente
Mendes Cabeçadas que a bordo do cruzeiro “Adamastor”, marcou o
primeiro minuto da República.
A Galeria dos Retratos Oficiais apresenta todos os presidentes, com
excepção daquele que ainda se encontrar em funções. No final do
mandato, este escolhe o pintor da sua preferência que melhor
transmita a sua imagem e personalidade enquanto ao serviço do
país. Columbano Bordalo Pinheiro, Júlio Pomar ou Paula Rego,
foram alguns dos nomes escolhidos pelos anteriores presidentes.
A ideia surgiu de uma omissão na Lei, identificada por o então
presidente General Ramalho Eanes, quanto ao destino a dar aos
Presentes de Estado recebidos. Tendo como missão o estabelecimento de uma relação interactiva entre o cidadão visitante e o
espaço que representa a instituição Presidência, o Museu foi
inaugurado pelo Presidente Dr. Jorge Sampaio em 2OO4. Questionado então sobre a presença dos Presidentes do Estado Novo na
exposição, este assume a importância de recordar toda a cronologia histórica nacional.
Este espaço, que aposta na interactividade, é um instrumento de
educação e cidadania permitindo inclusive, o acesso ao seu arquivo
documental. O serviço educativo do museu funciona como ferramenta essencial de apoio à exploração da história presidencial
trabalhando para visitantes de todas as idades. O projecto “Museu
em movimento… a caminho da Cidadania” leva o museu às escolas
propondo-se, desta forma, chegar a um maior número de crianças.
Deste núcleo museológico fazem parte o Palácio de Belém e o
Palácio da Cidadela de Cascais, também visitáveis. Várias exposições temáticas decorrem pelo país, como a que está patente na
Alfândega do Porto, “Motor da República - Os Carros dos Presidentes”, uma mostra de veículos presidenciais.
RENDER DA GUARDA
No 3.º Domingo de cada mês, às 11,OO horas da manhã, realiza-se a
cerimónia do render solene da Guarda Nacional Republicana, na
frontaria do Palácio de Belém.
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VAMOS BRINDAR!
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Texto: Fernando Cordeiro dos Santos Rocha
(casado com a sócia do Cofre, Lisette Maia Cortesão, nº 4536O)
O acto de celebrar com vinho remonta à Antiguidade, talvez no séc.
IV a. C. No paganismo só se encostavam os recipientes aos lábios e,
no início, derramavam o conteúdo na mesa ou no chão, em louvor
das divindades. Depois passaram a beber a maior parte, dedicando,
aos deuses, apenas, alguns goles. Na Roma Antiga brindava-se com
um copo/taça que passava de mão em mão como prevenção de
envenenamento. Assim, o primeiro a beber era o anfitrião mediador de acordos que celebravam o fim de guerras e outras disputas.
Os Bárbaros batiam, fortemente, com as canecas para que os
conteúdos se misturassem, impedindo que houvesse um traidor
que ousasse envenenar todas ou uma bebida e que, deste modo,
viria, também esse, a morrer.
Embora de origem longínqua o brinde só se popularizou no séc. XVI
quando começou a ser moda na Inglaterra onde era referido como,
Toast (pão torrado) o qual era posto no fundo de uma taça que
passava de mão em mão. Ao último cabia a torrada, a saber a vinho.
BRINDE - A frase «Ich Bring Dir’s» (Ofereço-te, trago-te, bebo por
Ti) seria pronunciada por mercenários que nos séculos XV e XVI,
recrutados no Sacro Império Romano Germânico, serviam os
Habsburgo e que acabaram por combater, também, a favor de
vários príncipes da Europa. Eram os Landsknecht (território+servo).
Na época do Renascimento lutaram em Castela onde os locais
resumiram a referida frase à palavra Brindis (corruptela de Bring)
que, em português, deu Brinde. O primeiro registo na nossa língua
data de meados do séc. XVII e está num livro do Padre Manuel dos
Anjos. Outros dizem que Brinde virá de Brindisi, cidade italiana nas
costas do Adriático. Dali, após uma ceia que culminava com ruidosos votos de boa sorte, os jovens aristocratas romanos embarcavam para a Grécia a fim de aperfeiçoar a sua educação. Como
curiosidade, podemos dizer que Virgílio, autor da Eneida (séc. I a. C.)
faleceu na referida cidade.
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SAÚDE - O desejo de saúde está, desde sempre e em muitos países,
associado ao brinde. Terá surgido por causa dos alimentos e
bebidas serem muito mal conservados e a sua deterioração provocar doenças e, até, a morte. Assim, nada melhor que pedir Saúde
após um gostoso, mas, também eventualmente perigoso banquete. Por outro lado, as bebidas, tiveram, na origem, o conceito de
vinculação a um dos deuses. Depois, foram, transformadas em
remédios sob a forma de licores, (apetite) e digestivos e, até, elixires
de longa vida.
Em Portugal além da palavra Saúde diz-se, por vezes, Chinchin.
Embora possa sugerir o toque das taças, o monossílabo chinês
significa Felicidade e, a dobrar, Chinchin, Muita Felicidade.
OS CINCO SENTIDOS - O bater de copos/taças tem outra explicação a qual poderemos considerar de poética. Dionísio, o deus grego
do vinho e da fertilidade terá iniciado o gesto que provocava sons,
completando, assim, a experiência sensorial na degustação do
vinho. Até então, só eram atingidos quatro dos cinco sentidos:
Visão, olfacto, tacto (contacto com taça/garrafa), e paladar ou
gosto. Desta maneira o ritual da bebida passava a ter, também, um
elemento sonoro para a alegria ser completa.
CHAMPAGNE – Região de França, a 15O km a Noroeste de Paris, que
deu nome à bebida inventada, segundo se diz, em 1668, pelo beneditino Dom Pérignon, Abade de Hautvillers. Uma das suas colheitas
deu um vinho muito forte que expelia rolhas e rebentava garrafas
como se o Demónio estivesse dentro delas. Então, o monge controlou a fermentação e utilizou arames para segurar as rolhas de
cortiça. Sem lhe tirar a força e o espírito, apaziguou o vinho e possibilitou o prazer e a emoção de saborear uma bebida que parece
abençoada pois é sinónimo de concórdia e de festa.
NOTA BIOGRÁFICA
Fernando Cordeiro dos Santos Rocha
Só passados cerca de dois séculos é que o espumante foi reconhecido como produto de alta qualidade. Antigamente, todo o vinho
que tivesse gás carbónico era considerado defeituoso. O champagne ganhou popularidade no tempo de Luís XV. Napoleão dizia que”
É merecido na vitória e necessário na derrota”.
A região de Champagne só viria a ser delimitada, oficialmente, em
1927. Entretanto, acabou por se vulgarizar, não faltando em festas e
actos comemorativos familiares, colectivos ou institucionais que
não dispensam esse ritual em que se expressam os melhores
votos.
Em Portugal produzem-se, pelo método champanhês, vários
espumantes de qualidade e de preço acessível, alargando a possibilidade de sua utilização.
BRINDE FINAL - O Brinde envolve um certo misticismo que o gesto
acompanha. Por isso se ergue a taça à altura do coração e da fronte.
O brinde acontece tanto num simples repasto como num grande
banquete. No altar de um templo como na modesta mesa em que
comemos, ao elevarem-se os copos estabelece-se a comunhão.
O brinde aqui acontece em espírito.
Àqueles que leram esta minha modesta prosa resultado de alguma
pesquisa e consulta de textos, ergo a minha taça com votos de
Saúde e Alegria. E Boas Festas!
Nasceu em 18 de Agosto de 1929 no
Porto, onde vive e sempre trabalhou
nos Meios Audiovisuais. Nos tempos
livres do Liceu e do Conservatório de
Música, participava em Programas,
primeiro na Rádio Clube Infantil e,
depois, nos pequenos Emissores. Mais
tarde, frequentando o ICP/ISCAP,
entra na EN/RDP onde foi, sucessivamente, Locutor, Arquivista Musical,
Assistente de Música Erudita e Chefe
da Secção de Discos, Fitas, Documentação Sonora, Arquivo Histórico e
Música Viva (Partituras). Acumulando,
é admitido na RR como Locutor/Realizador, chegando a ser Encarregado
da Programação e Delegado da
Gerência. Colaborou na RTP desde a
inauguração dos Estúdios do Monte
da Virgem, como Locutor, Repórter e
Actor. Representou também no TEP.
Acompanha, há 3O anos, o movimento das Confrarias Gastronómicas e é
membro fundador de algumas. Participou, em França, na formação da
Conferência Europeia das Confrarias
das Regiões da Europa e na constituição da Federação Portuguesa.
cofre
11
c
QUEM É QUEM
cofre
LUIS BARROSO
Sou o Luís Barroso, tenho 41 anos e entrei para o Cofre em Junho
2OO7 na função de auxiliar administrativo. Fui reforçar a equipa do
Arquivo, que dava apoio aos outros departamentos na manutenção, consulta e actualização permanente de dados sobre os sócios
e as suas regalias e actividades. Na mesma equipa, colaborava na
organização do serviço diário de correio, assim como na sua entrega na estação dos C.T.T. afecta à área. Algum tempo depois, ao
efectivar-se a transferência da maior parte dos serviços da Rua do
Arsenal para a Rua dos Sapateiros, passei a executar também,
tarefas de recolha e distribuição de documentos entre os departamentos nos diversos andares assim como entre as duas instalações
referidas. Este trabalho estendeu-se, mais tarde, às instalações do
Cofre na Rua da Prata.
Actualmente sou assistente técnico no Departamento de Gestão de
Associados e Património, mantenho em parte as actividades referidas, e colaboro na introdução informática de dados de novos
sócios, assim como na actualização dos dados dos associados já
existentes.
Espero que, no exercício destas funções, dê o meu contributo para
uma boa comunicação entre departamentos e entre os sócios e o
Cofre, com o objectivo último de melhorar o desempenho e
imagem da Instituição a que pertenço.
LUÍS GANSO
Sou o Luis Ganso, com 5O anos, e faço parte desta Instituição desde
O1/O2/1988. Quando entrei foi para a Reprografia, com a função de
Auxiliar Administrativo, já dei o meu contributo em quase todos os
Departamentos.
Atualmente continuo como Auxiliar Administrativo, colocado nos
Serviços Financeiros e faço um pouco de tudo.
Os meus hobbies são pesca e caça.
O meu muito obrigada à Instituição Cofre, sempre ao dispor
FERNANDA SANTOS
Sou a Fernanda Santos, tenho 57 anos e entrei para o Cofre em
Janeiro de 2O12 para a R.S. de Loures. Exercia funções como assistente operacional no sector de limpeza e trouxe de lá boas memórias das conversas com os utentes. Em Janeiro de 2O15 fui transferida para os serviços administrativos na R. dos Sapateiros exercendo actualmente funções relacionadas com receção/expedição do
correio, saídas dos ofícios e intercâmbio de documentação entre
departamentos. Tento sempre dar o meu melhor na expectativa de
aprender mais para poder contribuir para o bom funcionamento
desta instituição da qual me orgulho de ser funcionária.
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13
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1414
cofre
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LB- A QUEM DEDICOU OS PRIMEIROS VERSOS?
preço razoável e bom clima.
ABC: A ninguém em particular. Recordo bem que os meus primeiros poemas foram determinados pela guerra colonial. E eram
essencialmente de incompreensão e raiva por já me ver (como
acontecia aos outros jovens da minha geração) a ser arrancado
durante três anos à família, aos amigos e amigas, aos projectos
profissionais, escolares e de vida, para ser despejado numa guerra
incompreensível a milhares de quilómetros. Nunca publiquei esses
poemas e ainda bem. Teriam algum força panfletária, mas eram
maus.
LB - É SABIDO QUE HÁ GRANDES ESCRITORES E POETAS QUE
EXERCERAM PROFISSÕES MUITO POUCO INSPIRADORAS, COMO O
CASO DE FERNANDO PESSOA QUE ERA CONTABILISTA. COMO
DIVIDE ESSAS DUAS FACETAS EM SI?
LB - QUANDO PESQUISAMOS O SEU NOME NO «GOOGLE»
SURGEM OS SEUS «MAIORES SUCESSOS» COMO «IMPOSTOS –
TEORIA GERAL» OU «GUIA DOS IMPOSTOS EM PORTUGAL». A
ÁREA FISCAL TEM ENCANTOS DESCONHECIDOS?
ABC: Eu ainda reconheço encantos na fiscalidade. A ideia de repartição de sacrifícios patrimoniais individuais para financiamento de
bens (e do bem) comuns, assente unicamente em critérios de
justiça, é uma ideia cheia de significado e faz com que os meus
livros e outros textos que vou publicando nesta área sejam escritos
com prazer, que aliás, também resulta da intransigente liberdade e
completa independência (não procuro agradar a quaisquer pessoas
ou interesses, nem admito que o rigor vá só até ao ponto em que
toca os interesses do próprio) com que os escrevo.
LB - FEZ O CURSO DE DIREITO, E PREPARA DOUTORAMENTO. A
DOCÊNCIA É TÃO DESAFIANTE COMO A ESCRITA LITERÁRIA?
ABC: Sobre o nosso Pessoa, importa dizer que, ao contrário do que
muitas vezes se quer fazer crer, ele não foi contabilista ou guarda-livros (como então se dizia) apenas como modo de ganhar a vida.
Ele foi um estudioso da contabilidade e da gestão das empresas,
como se pode ver nos vários artigos que publicou, designadamente,
na revista Comércio e Contabilidade que criou com o seu cunhado.
Quanto às minhas facetas literária e de jurista, convivem bem. O
jurista beneficia da mão treinada do escritor e ao escritor também
dá jeito apanhar de vez em quando um banho de realidade.
LB - É UM AUTOR DISCIPLINADO? HORAS CERTAS PARA ESCREVER, PELA NOITE DENTRO OU LOGO PELA ALVORADA?
ABC: Não é propositado, mas é muito pela noite fora. Durante o dia,
ainda tenho alguns compromissos não literários por cumprir.
LB - NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS PUBLICOU TRÊS LIVROS DE
POESIA COM ASSINALÁVEL ÊXITO- «ADÁGIO, ROMANZA E
GRAVE»; AS FLORES BRANCAS DO FRANGIPANI» E EM OUTUBRO
PASSADO «PAIS E FILHOS, AVÓS E NETOS, EM VERSOS DISCRETOS». JÁ TEM OUTRO OU OUTROS NA FORJA?
ABC: Sabe, eu tenho uma carreira docente universitária de 3O anos,
a que junto a de formador da Administração Tributária, e sempre
gostei de leccionar. Os alunos também gostavam das minhas aulas,
a avaliar pelo que escreviam nos respectivos inquéritos de avaliação. Hoje só raramente dou aulas e não lhes sinto a falta. Com o
chamado processo de Bolonha, os meus alunos que eram dos 4º e
5º anos das licenciaturas passaram a ser do 2º ano com muito
menor maturidade e conhecimentos gerais e isso, junto ao que me
parece ser uma cada vez menor exigência, também ajudou a algum
desencanto.
LB - É UM HOMEM VIAJADO. GOSTAVA DE VIVER NOUTRO PAÍS?
ONDE E PORQUÊ?
ABC: De facto, considero-me uma pessoa viajada mas não posso
dizer que gostava de viver noutro país. Até por conhecer muitos
outros países, sei que as irritações e desânimos que temos perante
factos que por aqui ocorrem, também os teríamos no estrangeiro. E
aqui sempre há alguma segurança, convivialidade, boa comida a
cofre
15
ABC: Sim, tenho relativamente avançado um livro de poemas, mas
que vai ficar uns bons meses “a amadurecer” e um livro de contos
para crianças cujo trabalho já começou.
LB - QUE OUTRAS ARTES O FASCINAM?
A pintura certamente, mas não são muitos os pintores e os trabalhos que me tocam como me tocam os grandes livros. Estão neste
grupo reduzido “As Meninas” de Velásquez e sobretudo a sua “Rendição de Breda” também conhecido pela “tela das lanças” (há neste
quadro uma verticalidade e uma nobreza quer de vencedores quer
de vencidos que sempre me comovem); também quase tudo de
William Turner (quem gosta, não pode perder a Tatte Gallery
antiga); e os quadros da planície de Crau, de Van Gogh; e do nosso
Amadeu de Sousa Cardoso (o quadro “Avant la corrida” é soberbo!).
Além disso, gosto muita da gravura para além de valorizar a sua
técnica muito particular. E Portugal teve e tem grandes artistas na
gravura: Bartolomeu Cid dos Santos, David de Almeida, Rogério
Ribeiro, Pomar, Botelho, Nikias….
Na música emociono-me com peças muito diversas: desde o “Concerto Bacarisse” e o “Concerto de Aranjuez” de Joaquin Rodrigo e o
“Adágio” de Albinoni, até ao “Time after Time” do Milles Davis,
passando pelo “A whiter shade of pale” dos Procol Harum e pelos
belos discos do Zeca Afonso e do Fausto. Como vê, nada preso a um
único estilo ou época.
LB - A PERGUNTA DO COSTUME. SE SÓ PUDESSE LEVAR PARA
UMA ILHA (NÃO FATALMENTE DESERTA) UM LIVRO, UMA MÚSICA
E UMA TELA QUAIS ESCOLHERIA?
ABC: Trocava a música e a tela por livros e levava: “O que diz Molero”
de Dinis Machado, “Ficções” de Jorge Luís Borges e uma colectânea
de toda a poesia de Fernando Pessoa e seus heterónimos (talvez
dispensasse Álvaro de Campos).
FP - AO LONGO DESTES ANOS DE VIDA, QUANDO É QUE SURGE O
POETA: AGORA QUE COMEÇOU A EDITAR, OU HÁ MUITA POESIA NA
"GAVETA"?
ABC – Com alguma consistência, o poeta surge na segunda metade
da década de 7O. Os prémios literários são um reflexo disso. Nunca
deixei de ler e de escrever (não há aliás outra maneira de aprender
a escrever bem que não seja lendo os melhores) e na gaveta ainda
anda por lá muita coisa, mas não creio que se aproveite muito. Hoje,
gosto de muito pouco do que por lá ficou.
FP - NA TUA POESIA, AGORA COM A VIDA ESTABILIZADA, HÁ UM
ACERTO DE CONTAS COM AS AGRURAS DO PRINCÍPIO DA VIDA?
SÃO AS MEMÓRIAS DE UMA INFÂNCIA FELIZ EM CONTRAPONTO À
GUERRA COLONIAL? O QUE FOI PARA TI A GUERRA COLONIAL?
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cofre
ABC: Não, acerto de contas com a vida, não. Muitas vezes, a vida
nem sequer é de boas contas: pensamos que estão saldadas e ela
vem pedir-nos mais. Não vale a pena…o melhor mesmo é viver cada
dia em paz consigo mesmo.
Esta pergunta toca, aliás, uma temática que tem dividido os poetas.
É o problema da contaminação ou não da arte pelo passado e pela
vivência do poeta. Por exemplo, o grande poeta Carlos Drummond
de Andrade era um defensor convicto da “incontaminação”. É claro
que a mim também me custa ver poemas centrados e carregados
do eu de quem os escreve, numa espécie de exercício de vaidade,
ou de psicanálise, ou de auto ajuda tão em voga. O mesmo para
referências à sua cidade natal ou à sua região. Por outro lado,
porém, acho impossível que alguém no seu processo criativo
escape à influência do que foi na infância e adolescência. Eu, já que
me perguntas, adoro ir ao “armário azul da minha infância” (este
verso é do José Jorge Letria) para reinventar imagens que dela
retiro.
Quanto à guerra colonial, foi para mim o que foi para muitos jovens:
uma experiência marcante que podia ter corrido mal, mas
felizmente no meu caso correu sem danos. Eu era um operacional
(atirador de cavalaria) e fui mobilizado em rendição individual e
metido dentro de um rectângulo de arame farpado, onde já
estavam cerca de 100 homens. Nos muitos quilómetros em redor
não havia quaisquer povoações. Só mato. Um verdadeiro “cu de
Judas”. Porque o grupo de combate tinha sido dizimado numa
emboscada que causou mais de duas dezenas de baixas, foi recompletado com soldados que vinham castigados de outros pontos de
Angola, e ali estava eu para na semana seguinte, os começar a
comandar em operações de 4 dias (e 3 noites, que eram as que
custavam mais a passar); às vezes debaixo de trovoadas inclementes outras vezes de um sol abrasador, já sem água e já sem suportar
o cheiro das rações de combate. E não digo mais...
FP - A VIDA PROFISSIONAL COMO FISCALISTA, CONSULTOR
INTERNACIONAL OU PROFESSOR "ESTRANGULOU" O POETA OU
FOI A SECURA DA VIDA PROFISSIONAL QUE FEZ SURGIR O POETA?
Na resposta a essa pergunta há uma evidência factual: a poesia
chegou antes dos impostos. Aquela chegou no início da década de
7O (mesmos os prémios chegaram no meio e no final dessa
década) e os impostos chegaram só em 1982 (liquidador tributário
estagiário em Azambuja).
A propósito desta pergunta, lembro-me que uma vez um crítico
literário glosou o facto do poeta Ruy Cinatti, que exercia normalmente a sua profissão de agrónomo, estar ligado ao estudo da
produção de cortiça. O dito crítico terá dito qualquer coisa como:
nunca saberemos quantos bons poemas não ficaram “enrolhados”
devido à actividade profissional do poeta. Mas também não sei se os
poetas que se isolam anos a fio, apenas escrevendo, não estão a
perder algo de importante que só existe cá fora.
FP - PODE-SE DIZER QUE NA ACTIVIDADE DO COFRE TAMBÉM HÁ
POESIA?
ABC – Bem, pelo menos quando se fazem sessões de apresentação
de certos livros, é provável que haja (riso). O auditório tem aliás
fixada à parede uma figura do Fernando Pessoa. Agora mais a sério,
a poesia requer algo que a actividade e a gestão do Cofre, ou de
qualquer organização cujo património é de um colectivo, também
requerem: rigor e clareza.
LB - NESTA ÚLTIMA REVISTA DO COFRE REFERENTE A 2O15, PODE
DEIXAR UMA PALAVRA AOS NOSSOS SÓCIOS E FAMILIARES. UM
LEMA PARA A VIDA OU APENAS UMA SAUDAÇÃO?
ABC: Talvez aplicasse à vida e ao que ela deve ter de grandioso e de
emocionante, o que o prémio Nobel da literatura, Octávio Paz disse
da poesia, quando escreveu: “A poesia ou é um salto mortal ou não
é nada”.
E, com os votos de Bom Ano Novo, deixava aqui o último poema do
meu mais recente livro “Pais e Filhos, Avós e Netos, em versos
discretos”:
Se eu tivesse
apenas uma palavra para te dar,
como a quem partindo em viagem,
Se dá um conselho, um guião,
Dar-te-ia apenas a palavra coragem.
E dir-te-ia:
- Tem cuidado, mas medo não!
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“Quecheirinho!”.
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força
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saúde!
NATAL PELO MUNDO
Pelos ex-residentes da RUL
Feliz Navidad!
PERU
Valeria Gonzalez, 22 anos
“O meu país natal é o Peru e o país que sinto como a minha segunda
casa é Portugal. Vou contar como vivi o Natal em lados distintos do
mundo. No Peru é verão nesta época do ano. Decoramos as casas e
colocamos luzes coloridas nas portas e nas árvores e todas as ruas
estão iluminadas. O jantar de 24 de dezembro é muito variado
porque o Perú sofreu muitas influências de culturas estrangeiras.
Quase sempre o jantar tem cozido de peru com salada, mas
também há quem coma cozido de porco ou frango, arroz branco e
molho de maçã. Bebemos sempre chocolate quente e comemos
panetone, que é um bolo de natal de origem italiana. À meia-noite
bebemos champagne para comemorar o Natal. As crianças que
ainda estão acordadas a essa hora podem abrir as suas prendas, as
outras abrem na manhã do dia 25. Eu regresso sempre à minha
cidade para celebrar o Natal na casa dos meus avós, com a minha
mãe, tios e primos. Gosto muito deste dia porque é uma oportunidade para dizer obrigada a Deus pelas bênçãos que dá à minha vida
e à minha família. O Natal que passei em Portugal foi uma das
melhores experiências da minha vida. Foi a minha primeira vez fora
de casa e também, a primeira que nesta quadra em que eu não
estava com a minha familia. Sentia muitas saudades de casa mas
sabia que não podia voltar até ao ano seguinte, mas acho que Deus
ofereceu-me a melhor prenda de Natal: uma nova família com
quem partilhar aquela data tão importante; a minha família da
Residência Universitária de Lisboa e a família Gomez-Cruz, a família
da minha professora de Portugues no Perú. Com a minha família da
Residência tive um jantar muito bonito. Pela primeira vez comi
muita, muita, muita comida! As sobremesas eram grandes, o bacalhau com natas foi o meu preferido e gostaria de fazê-lo cá para a
minha família o experimentar. As luzes na cidade de Lisboa eram
muito bonitas e tive a oportunidade de estar no Porto onde as ruas
cheias iluminadas também estavam lindas. Tive saudades da minha
família, mas gostei imenso de partilhar o Natal com pessoas tao
queridas e boas que me deram tanto afecto. Finalmente, só tenho a
dizer que não importa o lugar onde estejamos no Natal. O importante é com quem se esteja. Seja no Perú, em Portugal ou noutro
país deste maravilhoso mundo. Desejo que todos tenham a oportunidade de passar o Natal com a família e amigos. “
Noeliniz ve yeni yiliniz kutlu olsun!
TURQUIA
Efkan Alan, 24 anos
“O meu nome é Efkan, sou da Turquia e estudei seis meses em
Portugal. No meu país não celebramos o Natal, mas durante o
período em que estive em Portugal guardei muitas e incríveis
recordações desta quadra. Durante o Natal, tivemos a oportunidade
de experimentar a culinária portuguesa e ouvir a música tradicional
desta época festiva. É tudo muito diferente das tradições do meu
país e eu adorei experimentar os costumes portugueses.
Gostei muito de ter conhecido a Serra da Estrela e o Centro de Lazer
da Covilhã com toda a paisagem que o envolve. Foram momentos
que nunca esquecerei.”
Joyeux Noel!
GUIANA FRANCESA
Doria Meiilodivah, 23 anos
“No meu país, a Guiana Francesa, geralmente celebro o Natal em
família. Comemos salsicha vermelha e outras especialidades, como
as "pâtés créoles" feitas com carne de porco e especiarias, o "boudin
rouge" feito com sangue de porco e especiarias (parece estranho
mas é muito bom) ou "jambon créole" que é uma receita de fiambre
assado com um molho doce feito à base de ananás. No dia 25 de
dezembro, vamos à missa e, em seguida, vamos reunir com toda a
família para uma grande refeição. O Natal em Lisboa é uma época
maravilhosa! As decorações são mágicas. Eu espero ser capaz de
voltar muito rapidamente para apresentar à minha família a magia
dum Natal português.”
cofre
19
Natal
Nos Estados Unidos existem alguns canais
televivos que simulam uma lareira acesa
(durante os dias 24 e 25) para replicar o
imaginário natalicio nos lares americanos
que não têm lareira.
No dia 5 de Dezembro os austríacos saem à
rua mascarados para celebrar a existência do
Krampus, espécie de demonio que pune as
crianças mal comportadas.
Na Guatemala celebra-se o Natal
com desfiles de estátuas religiosas
gigantes pelas ruas
No México é tradição fazerem-se as
“posadas” (presépios) e partirem-se as
“piñatas” que dentro contêm doces e
decorações que simbolizam os comportamentos menos bons que as pessoas
tiveram durante o ano
1843
Charles Dickens escreve o “Conto de
Natal”, em apenas 6 semanas.
Foi também neste ano desenhado e
enviado o primeiro postal de Natal.
2O
cofre
1848
Victoria e Albert, reis de Inglaterra, mostram a sua
árvore de Natal num jornal inglês, dando inicio à
tradição das mesmas por todas as casas.
No Uruguai o Natal o Natalé
passado em familia e é
passado em em casa dos
avós
1851
O primeiro calendário do advento
conhecido neste ano.
Nos Paises Baixos mais polémicos, celebra-se a festa do Zwarte Piet que é considerado
o ajudante negro do Pai Natal. No dia 5 de
Dezembro as pessoas pintam o rosto de
preto e usam perucas negras enquanto
desfilam nas ruas.
Na Dinamarca, um duende travesso chamado Nisse pode aparecer Na Rússia o Natal é comemorado
no dia 7 de Janeiro. Durante o
caso as pessoas não lhe deixem
regime comunista, as árvores de
uma tigela de pudim de arroz.
Natal foram banidas e substituídas
pelas árvores de Ano Novo.
Em França no dia 25 de Dezembro,
as pessoas devem fazer as pazes
com quem possam estar zangadas.
A terra do Pai Natal, a Lapónia,
situa-se na Finlândia.
Em Itália, no dia 5 de Janeiro, Befana, que é uma
bruxa, visita as casas, deixando doces para as
crianças boas e um pedaço de carvão para as que se
portaram mal.
Boas
Festas
No Vietname as crianças
colocam os sapatos à
porta para receberem os
seus presentes.
Na India decoram as plantas nativas do
país, como a bananeira e a mangueira
transformando-as em árvores de Natal.
Na África do Sul e na maioria dos países
africanos o Natal baseia-se em várias
celebrações religiosas.
A familia reune-se ao ar livre para a
confraternização dos dias 24 e 25.
1863
Thomas Nast cria a figura
moderna do Pai Natal.
Na Austrália o Natal é celebrado na praia e o Pai
Natal usa uma prancha de surf ou um barco ao
invés do tradicional trenó.
1882
É noticiada a primeira árvore de
Natal enfeitada com luzes
eléctricas, por Edward Johnson.
1939
Rudolfo, a rena mais famosa, é
imaginada por Robert L. May.
cofre
21
COLUNA DE ASTRONOMIA
Texto: Prof. Máximo Ferreira
A ESTRELA DE BELÉM
Nesta época de Natal, é de tradição elaborar listas de prendas e
outros artigos geralmente utilizados num período em que,
independentemente da intensidade de fé religiosa, se continua o
culto das reuniões familiares em ambientes algo recatados, muitos
deles decorados com as figuras do “presépio”. Apesar de algumas
ideias recentes de alterar o número e diversidade de tais figuras,
não deixa de ser frequente a “cabana do Menino Jesus” sobre a qual
é (quase sempre) representada uma “estrela com cauda” ou, mais
propriamente, um cometa. Ao que parece, a intenção é que tal
símbolo materialize a citação bíblica de um “sinal” que os “Reis
Magos” terão visto no céu e que os guiou até ao local de nascimento
do “filho de Deus”.
É antiga a especulação sobre o que terão visto Gaspar, Melchior e
Baltazar mas é muito possível ter sido algo muito diferente do que,
actualmente, a nossa lógica permite conceber. Não é fácil imaginarmos outra coisa que não seja qualquer fenómeno que envolva
astros brilhantes, sejam planetas ou a Lua, um cometa ou “estrelas
cadentes”, ou mesmo uma supernova, isto é, a explosão violenta de
uma estrela, o que a faria destacar anormalmente das outras e,
eventualmente, ser observável em pleno dia.
A maior dificuldade encontrada nas tentativas de estabelecer a
22
cofre
natureza de tal fenómeno reside, essencialmente, na determinação
da data em que ele ocorreu, pois, os conhecimentos e recursos
tecnológicos actuais poderiam facilitar a reconstituição do céu de
então, identificar fenómenos astronómicos que, eventualmente,
tivessem ocorrido nessa época ou mesmo tentar encontrar registos
– naquela região da terra ou noutros locais distantes – de acontecimentos observados num passado já distante.
Na verdade, se do ponto de vista religioso – ou, simplesmente, tradicional – não é muito importante conhecer rigorosamente o
momento em que Cristo nasceu (basta acreditar que nasceu), para
relacionar o facto descrito com qualquer acontecimento astronómico, é indispensável conhecer, com rigor, quando ele ocorreu. E foi
esse propósito a que Kepler se lançou quando, depois de ter observado, em 16O3, os planetas Júpiter e Saturno muito próximos no
céu, aos quais se juntou Marte, pouco tempo depois, fez cálculos
que o levaram a perceber que no ano 4 a.C. – data já então admitida
como provável para o nascimento de Cristo – tinha ocorrido um
fenómeno semelhante de conjunção de planetas.
“A Adoração dos Reis Magos”, Giotto, 13O1
Desde então não cessou a produção de trabalhos e publicações
sobre hipóteses de datas e tipo de fenómenos sem, no entanto, se
ter progredido consideravelmente em relação ao conjecturado no
princípio do século XVII. Uma das hipóteses, e que tem a ver com a
decoração da “Cabana do Menino Jesus”, é de que o “sinal celeste”
tenha sido um cometa, o que - perante as dificuldades resultantes
de não se poder precisar a data e não se encontrarem registos em
que a aparição seja descrita - não poderá ser tomado como seguro.
No entanto, a aceitar-se tal ideia, o “sinal” poderia coincidir com o
cometa de Halley e que a sua “aparição” na decoração das cabanas
dos presépios se tenha verificado a partir do início do século XIV.
De facto, em 13O1, Giotto di Bondone incluiu um cometa no seu
famoso quadro “A Adoração dos Reis Magos” que decora o interior
da capela Arena, em Pádua. Na ocasião, a visão do cometa foi tão
espectacular que não admira ter inspirado o pintor e arquiteto a
fazer dele a “Estrela de Belém”, hipótese que só muito mais tarde –
no século XVII – se tornaria possível admitir como legítima, depois
de o astrónomo Edmond Halley ter estabelecido a sua periodicidade, da qual foi possível concluir que a aparição de 13O1 terá sido a
décima sétima vez que o cometa se tornara visível depois da época
considerada como a do nascimento de Cristo. Apesar de a análise
dos testemunhos (registos em papel, pedras ou outros materiais)
não ter (ainda) permitido fixar rigorosamente a data do nascimento
de Cristo, e ser quase certo que não terá sido em período tão frio
como dezembro, nem no ano que continuamos a considerar como
o “início da nossa era”, é natural que, nesta época – com ou sem
presépios decorados com cometas ou outros “sinais – mais do que
em qualquer outra, nos alheemos dos preciosismos científicos para
nos envolvermos numa espécie de ritual em que a família e os
amigos constituem o principal objecto da palavra Natal.
cofre
23
O PRESÉPIO DA NOSSA IGREJA
Recordações de infância
Texto: Maria Romana Reis, sócia nº 54473
Colecção de presépios em vários materiais
É o tempo das grandes chuvadas e do frio por isso os campos
estalam de verdes, os musgos atapetam paredes e muros e a criançada ficou livre dos deveres escolares. Agora há tempo de armar o
presépio nas suas casas, usando os musgos recolhidos dos muros e
dos valados, que contornam os lameiros. Depois, irão juntar-se para
ir visitar os grandes presépios: da igreja, das colectividades e
espreitar as montras das lojas.
Era assim, nos tempos da minha infância! Era assim que celebrávamos os tempos do advento, criando juntos os momentos que hoje,
ao recordar, me enternecem e me enchem de calor o coração. Só
assim, consigo experimentar o sentimento próprio do Natal! É com
este espírito, que vos quero convocar para uma ida à nossa igreja, a
igreja da minha infância.
Quero dar-vos um retrato do que guardo da visita ao presépio: lá
está ele, fizeram-no mesmo à entrada do lado direito da porta
principal, assente sobre as grandes lajes, antes do sobrado e dos
bancos corridos onde os devotos se ajoelham para rezar. Está tudo
muito bem, muito harmonioso. No chão com o musgo rodeado de
heras, e aqui e ali umas pedrinhas e no ar o aroma das ervas cortadas de fresco. É sobre estas, que estão colocadas as figuras, enormes para a nossa estatura de crianças curiosas.
Reparei que ainda não colocaram o Menino Jesus, mas já lá está a
manjedoura que lhe vai servir de bercinho, atrás, a vaca e o burrinho, ao lado, S. José com o seu bordão. Nossa Senhora agasalhou-se no manto e está de joelhos, aguardando o passar do tempo até
nasceu o seu filho. Ainda somos muito garotos para entender este
seu gesto e para lhe desejarmos uma hora muito pequenina, mas,
os nossos olhos enternecidos, miram tudo, das cores das vestes à
posição que ocupam as diferentes figuras. Nenhum de nós ousa
24
cofre
fazer comentários, todos sabemos, que na igreja temos de falar
baixinho mas desta vez, não é só por esse respeito não, é por temer
que falando algum de nós, possa a nossa voz, espantar o burro, e
este, armar para alí uma sarrafusca tremenda! Nas igrejas, quer-se
silêncio. Ah! Já reparaste no pastor? E nas poucas ovelhas que traz?
Eu gosto muito dele, imagino-me ali chamando as ovelhas com o
meu poderoso assobio, sabendo o nome de cada uma e de todas, e
o cão? Gosto do pastor, porque tem o poder de escutar o silêncio do
universo inteiro, pode ouvir os balidos e o tilintar dos chocalhos,
encantar-se com o nascer do sol, e macambuziar ao poente,
espreitar os fulgores das primeiras estrelas, e à noite, acender a
candeia e ficar na choça a praticar a arte de esculpir com a sua
navalha.
E quando a jorna chegar ao fim, e regressar com o rebanho, há-de
trazer as peças esculpidas no alforge e há-de mostrá-las à saída da
missa de Domingo. E os Reis Magos? Já viste? Além, mais afastados. Olha, ainda têm muito caminho para andar. São figuras imponentes, vestidas com ricos trajes, e trazem nas mãos grandes
presentes e chegam montados em magníficos camelos, guiados
por uma estrela especial. Sim, estão mais para além, mas hão-de
chegar, ficar aqui mais perto, mas só depois de nascer o Menino, e
nessa altura, é já tarde! Já estamos de regresso à escola, e já pouco
nos interessa que nos falem de Epifanias! O tempo, é já outro, sinal
que a magia de Natal terminou! E nós? Crianças de brincar dias
inteiros por quintais e lameiros, saltar muros e fazer corridas, havemos de deixar toda a magia desta quadra para regressar aos trabalhos, sacolas à tiracolo. Temos de saber os nomes dos rios, das
serras, de coisas que nunca vimos e estão nos livros, coisas de
saber, e será tempo de apanhar reguadas se falharmos na tabuada!
POR TERRAS DE SUA MAJESTADE
Texto: Patrícia Nortadas (familiar de sócia do Cofre)
Quando decidi ir para Inglaterra, fui à procura de uma carreira em
enfermagem, coisa que, hoje em dia, não existe em Portugal. Tal
como tantos enfermeiros, vivia em casa dos pais, tinha um contrato
precário (recibos verdes) e não sabia o dia de amanhã. Chegada a
Londres, trazia uma mala cheia de incertezas quanto ao futuro. No
início, sente-se a euforia de estar num país estrangeiro, longe de
casa, dependendo de nós mesmos e enfrentando o Mundo. Mas os
primeiros meses não foram fáceis na adaptação a um país com uma
língua e costumes diferentes dos nossos, com o seu o tempo frio
(principalmente no Inverno) e até mesmo na relação entre as
pessoas. Passados os primeiros seis meses, comecei a habituar-me
ao país, a encetar amizades e conhecer novos lugares. Mas fica
sempre a sensação que somos mais um estrangeiro que por aqui
anda, que sente falta da sua língua, da sua comida, do Sol, do mar,
do cheiro e gosto do pão quentinho acabado de sair do forno, do
Pastel de Nata e da Bola de Berlim que comemos com tanto prazer.
À medida que os anos passam, as idas e vindas deviam ficar cada
vez mais fáceis, mas pelo contrário, ficam cada vez mais difíceis.
Quando no avião nos dizem que vamos aterrar em Portugal, as
lágrimas começavam a correr pela cara. Depois vemos os pais,
família e os amigos à nossa espera no aeroporto, loucos por nos
darem um abraço e nós corremos rampa abaixo porque as saudades são mais que muitas. Nos dias passados em Portugal, a minha
mãe faz as minhas comidas favoritas, vou aos jogos de futebol com
o pai (no meu caso, o Belenenses), há lanches com os avós, noitadas
com os amigos, passeios para sentir o Sol e o mar, vejo televisão
portuguesa e leio jornais; tudo isto carrega os dias de memórias
para aguentar os meses,até ao próximo regresso.
Trabalho num hospital central na zona de Londres, onde tive já o
prazer de conhecer vários portugueses com os quais convivo regularmente. Umas das coisas que todos sentimos é que aqui existe um
maior respeito pelos enfermeiros. Sabem que os enfermeiros
portugueses são muito bons naquilo que fazem e têm grandes
conhecimentos trazidos das universidades portuguesas. É muito
bom sermos reconhecidos pelo nosso valor enquanto profissionais.
A pior altura do ano é o Natal, porque queremos estar junto da
família e amigos e não podemos. Em Londres fazem-se festas pelas
ruas para assinalar o acender das luzes de Natal, temos o “Winter
Wonderland” (Feira Popular de Natal), ringues de gelo onde miúdos
e graúdos podem divertir-se a patinar e com alguma sorte, podemos ter neve. Eu gosto particularmente dos jantares de Natal com
os colegas de trabalho que sabem bem para celebrar mais um ano
de trabalho em conjunto. O único problema é que, nos dias 25 e 26
de Dezembro os transportes públicos não circulam e nestes dias os
hospitais contratam táxis para garantir a deslocação dos funcionários para o trabalho. Mas a grande festa do ano é a Passagem de
Ano. Aos milhares as pessoas juntam-se em Waterloo para assistirem ao fogo-de-artifício junto ao “London Eye”.
De um modo geral, considero muito positiva esta minha aventura
em Terras de Sua Majestade, mesmo longe do meu país conheci
pessoas espectaculares, tenho família e amigos que me apoiam
incondicionalmente e a oportunidade e sorte de fazer aquilo que
gosto e para o que tenho vocação.
cofre
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c
NOVO SÓCIO
cofre
JOÃO PEDRO FERNANDES TAVARES GRANJA
36 anos, sócio nº 1O4795
Nasci em Lisboa, na freguesia de Alvalade. A minha carreira profissional ainda é curta (1O anos), pelo que espero e desejo que o maior
desafio profissional ainda esteja a caminho. Vivo no Montijo e trabalho em Lisboa, por isso conduzo de casa até ao cais dos barcos. De
barco sigo para Lisboa e, daí até ao local de trabalho, desloco-me de
autocarro ou de eléctrico. Se me perguntam qual o maior sonho por
realizar respondo que a minha vida não é movida por sonhos.
Costumo traçar objectivos e definir prazos para os cumprir. Até há
cerca de dois/três anos, era um indivíduo sedentário, com um
enorme apetite e cheguei a pesar 115 kg. Certo dia, houve um episódio que marcou a minha vida desde então. Tive necessidade de
apertar os atacadores de um sapato na rua, num local que não tinha
qualquer sítio onde me pudesse sentar ou apoiar, e foi com enorme
dificuldade que consegui levar a cabo essa tarefa tão simples.
Pensei para mim: isto não pode continuar assim! Tenho de mudar!
Nesse dia, tracei 3 objectivos:
- No curto prazo, perder peso; no médio prazo, 1º: participar numa
corrida de 1O km e 2º numa meia-maratona; a longo prazo, participar numa prova de triatlo e (eventualmente) numa maratona.
Iniciei uma dieta rigorosa, comprei umas sapatilhas para treinar e
uma fita com um aparelho de monitorização de batimentos cardíacos.
Hoje peso menos de 9O kg. Já participei em mais de uma dezena de
corridas de 1O km; já fiz duas meias-maratonas; Falta-me fazer a
prova de triatlo… mas hei de lá chegar!
Soube da existência do Cofre de Previdência através de familiares e
colegas de trabalho (todos mais velhos). Falaram-me sempre do
Cofre como uma Instituição respeitada e com bons benefícios e
regalias para os associados. No imediato, pretendo vir a usufruir dos
Centros de Lazer, mas além disso, o objectivo da minha inscrição é
alargar e complementar os benefícios sociais que a Função Pública
tem para oferecer (além da ADSE e dos SSAP), mais concretamente a nível de benefícios em empréstimo à habitação, caso venha a
precisar no futuro. Antes de me fazer sócio não conhecia a revista.
Já tive a oportunidade de dar uma espreitadela a edições de anos
anteriores (disponíveis no site do Cofre) e noto um esforço e uma
evolução positiva, principalmente desde 2O15. Não apenas no
grafismo, mas também nos conteúdos, estando agora mais vocacionada para um público de faixas etárias mais baixas.
26
cofre
Adoro Portugal no seu todo! A grande maioria das minhas férias e
viagens têm sido feitas em Portugal. É difícil escolher um local
favorito quando o leque é tão vasto, por isso prefiro nomear mais do
que um: a norte, Ponte-de-Lima e todo Douro Vinhateiro; no
centro, Lisboa e o concelho de Idanha-a-Nova; a sul, Évora, Castelo
de Vide e toda a Costa Alentejana; a ilha da Madeira (especialmente
o interior, com a sua floresta Laurissilva). Gostava de fazer um
cruzeiro! É um desejo de longa data. Seja no Mediterrâneo, nos
fiordes da Escandinávia ou até mesmo nas Caraíbas, tanto faz. Mas
essa(s) viagem (viagens) terei de fazer, aconteça o que acontecer.
Adoro animais e tudo o que diga respeito à Natureza. Por vezes as
pessoas têm dificuldade de perceber, mas é precisamente esta
minha adoração pela Natureza que me leva a não ter qualquer
animal de estimação. Vivo num pequeno apartamento e seria
incapaz de “enjaular” um animal num ambiente que, na minha
opinião, não lhe é «natural». Além disso, com um horário a tempo
inteiro e com o tempo que preciso para a família e amigos (do qual
não prescindo), não sobraria muito para lhes dar a atenção e
companhia que tanto precisam.
O meu padrinho de baptismo vivia numa quinta relativamente
grande, com muito espaço ao ar livre e tinha mais do que um cão.
Mas os cães nunca entraram em casa. Quando alguém lhe perguntava “porquê”, ele respondia: “Adoro os meus cães! Trato-os bem,
alimento-os bem, dou-lhes todo o carinho e cuidados de saúde que
eles precisam. Somos muito amigos! Mas nesta amizade, eu nunca
vou a casa deles (entenda-se casota), e eles nunca vêm à minha!”
Não posso concordar mais!
Se abordar os meus gostos musicais direi que depende do momento e do estado de espírito. De manhã, ao acordar, músicas mais
mexidas e ritmadas como rock, rap ou hip-hop. No final do dia
prefiro músicas mais calmas. Em momentos de stress ou ansiedade
gosto de me refugiar no chill out ou na música clássica. Quando me
sinto bem, oiço qualquer estilo de música. As 5 mais são “1979” –
The Smashing Pumpkins; “Barcelona” – Freddie Mercury & Monserrat Caballé; “Lisboa” – Tara Perdida;“Accidently in Love” – Counting
Crows; “Primavera” – The Gift, “Voar” – Xutos & Pontapés.
No Verão prefiro a praia; no Inverno o campo. Mas mesmo assim no
Inverno, desde que não chova, quem recusa uma caminhada à
beira-mar, bem agasalhado e em boa companhia?
Quanto a cozinhar e não sendo um grande chef, safo-me bem a
fazer grelhados na companhia dos meus amigos. Para mim os
coentros têm um paladar inigualável! Ficam bem em qualquer
prato de peixe ou de carne, cozinhados ou crus, em saladas e até
mesmo nas sanduiches.
Neste momento não estou a ler qualquer livro, mas já tenho na
mesa-de-cabeceira o “Nenhum Olhar” do José Luís Peixoto. É um
escritor que tenho vindo a descobrir e tem cativado a minha atenção, não só pela simplicidade e fluidez do discurso, mas principalmente pela clareza com que expõe os sentimentos. Deixei a meio
“Os Pilares da Terra – Vol. II” do Ken Follet, mas não está esquecido.
Espero terminá-lo até ao final do ano.
Ah e não tenho nenhum cofre em casa, apenas um mealheiro.
NOTA BIOGRÁFICA:
Nasci em Lisboa, freguesia de Alvalade, em Janeiro de 1979. Vivo no
Montijo desde que me divorciei e não tenho filhos. Estou, no entanto, a recompor a minha vida amorosa e espero vir a constituir família e ser pai.
Fiz a licenciatura em contabilidade no ISCAL e estou inscrito na
Ordem dos Contabilistas Certificados, desde 2OO5.
Trabalhei nos departamentos financeiros de duas empresas do
sector imobiliário e turístico e, antes de ingressar na Função Pública, trabalhei no núcleo financeiro de uma empresa municipal. Em
Abril de 2O11 iniciei funções na Direcção-Geral do Orçamento, como
Técnico Superior.
Desde Outubro do presente ano, sou funcionário dos Serviços de
Acção Social da Universidade de Lisboa, também como Técnico
Superior, no núcleo financeiro deste organismo.
Na hora de viajar e ir de férias gosto de dar preferência a destinos
em Portugal, mas já tive oportunidade de ir às Maldivas, e visitar as
cidades de Barcelona, Estocolmo, Copenhaga, Bruxelas e Amesterdão.
Actualmente o meu hobby favorito é a corrida.
cofre
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RESIDÊNCIA
RESIDÊNCIASÉNIOR
SÉNIORDE
DELOURES
LOURES
residencias
residencias
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Texto:
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Ano!
Pedro
Pedro
a tocar
a tocar
flauta
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28cofre
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Otília
Otília
Magaia
Magaia
canta
canta
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africanas
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RESIDÊNCIA
FERNANDO
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SÉNIORDE
DEVILA
LOURES
residencias
residencias
QUANDO O ESPÍRITO DE NATAL ANDA NO AR
Texto: L.P.B.
FESTA DE NATAL
Texto: Mafalda Queiroz
O passarinho não cantou às quatro da madrugada na Residência
Sénior de Vila Fernando, porque a essa hora os 28 residentes preciDia 19 de Dezembro, foi dia de festa na Residência Sénior de Loures.
savam de dormir bem para se prepararem para a Festa do Natal de
Com o Natal a chegar juntamos família e amigos para festejarmos
2O15. Amanheceu o dia 17 de Dezembro (véspera da Festa) e toda a
esta época Natalícia.
gente andou numa azáfama. Verificar se todas as luzes e enfeites
Entre muitas cantigas e risadas, assistimos a um ótimo espetáculo,
estavam no local certo, se os bolos, azevias, coscorões e sonhos
que se iniciou com atuação do pequeno Pedro que, com apenas 8
estavam a sair da cozinha, pois há sobremesas que se fazem de
anos, nos surpreendeu com as melodias da sua flauta transversal.
véspera. Dar os retoques finais, nas decorações, mesas, sacos de
De seguida, a Catarina e a Beatriz (amiga e bisneta da nossa
prendas e cartões de Natal. A roupa mais bonita já passada a ferro
residente D. Mª Edite Peleira), abrilhantaram a tarde com a sua bela
esperava na cadeira. Tudo tão lindo como o candeeiro da entrada,
dupla em voz e guitarra, logo seguidas da funcionária Otília Magaia
elaborado por todos os residentes com copos transparentes
que nos presentou com uma música de Natal moçambicana.
reciclados, enfiados de forma a recriar uma esfera com luzinhas
Seguiu-se o habitual vídeo com o resumo das atividades de 2O15 e
minúsculas quais estrelinhas caídas de alguma estrela cadente.
por fim o Coro da Residência subiu ao palco enchendo o auditório
Ainda no dia 17, pelas duas da tarde a chegada mais desejada foi a da
de alegria com músicas de Natal. E que bem estiveram!
cabeleireira Maria João. Pentear e pôr ainda mais bonitas 18 senhoTerminámos a tarde em grande, saboreando os pratos típicos desta
ras de idades acima dos 8O é uma excitação.
época festiva, num grande lanche convívio.
Depois sim, podiam olhar-se no espelho e dizer para si próprias:
Com os votos de que em 2O16 a tradição se mantenha, agradece«Estou bonita.» E o dia chegou ao fim.
mos a presença de todos os nossos amigos e familiares e do PresiNasceu radioso o dia 18, a fazer esquecer que estamos oficialmente
dente Dr. Tomé Jardim que nos acompanharam durante toda esta
o Inverno. Pelas 4 da tarde o Sr. Padre Moisés ensinou como particigrande festa.
par na missa, não apenas cantando hinos ao Deus Menino, mas
fazendo uma muito simples coreografia com as mãos e braços, ora
Um Feliz Natal e um Bom Ano!
para o ar, ora cruzados junto ao coração. A Fátima Madeira em
pouco tempo afinou o coro e a eucaristia foi muito participada.
Seguiu-se o lanche ajantarado, com as mesas compostas com tudo
o que uma festa de Natal exige. Faltava apenas a tão esperada
música. Nos seus alegres trajes o grupo “Voz Amiga da Terrugem”
começou a sua contagiante actuação. E quase de imediato esqueceram-se dores nos pés e joelhos e os pares começaram a dançar,
com uma enorme alegria sempre ao ritmo do tambor e da sarronca.
A D. Amélia foi a primeira e levantar-se da cadeira e trocou de par
até o cansaço a vencer. Confessou-me que os seus 88 anos já lhe
fazem bater mais rapidamente o coração. Mas pouco depois lá
estava de novo a voltear. Ao meu lado o mais recente residente, Sr.
José Paiva confidenciou-me que estava feliz com todo o carinho
que ali recebia de toda a gente. Ele é um dos 8 utentes do sexo
masculino que escolheram aquela casa, que tem ambiente de lar
no seu sentido de família. E o grupo da Terrugem, com 8 elementos
presentes (são 12) cantaram mais e mais até entoarem a música do
Pedro a tocar flauta
28
cofre
passarinho que gosta de cantar à sua amada pelas 4 da madrugada.
Toda a gente a entoou em coro. Foi uma festa linda. De Lisboa
estiveram presentes o presidente do C.A. Dr. Tomé Jardim (como
todos os anos), a Dr.ª Sónia Ferreira (Psicóloga) que é a «mulher dos
sete ofícios» e esteve a fotografar o evento (que já colocou no
“Facebook”) e eu, a directora da revista, Luísa Paiva Boléo, que com
o maior prazer verifiquei que naquela casa há muitos rostos verdadeiramente felizes. Foram distribuídos presentes a todos os
residentes. E já bem cansados, mas de sorrisos no rosto a partir das
19H3O foram pouco a pouco recolhendo aos seus quartos, sempre
acompanhados pela atenta equipa liderada pela Dª Maria do Mar.
Boas Festas!
Otília Magaia canta músicas africanas
cofre
29
s
CONSULTÓRIO MÉDICO
´
saude
A CONSULTA
A COMUNICAÇÃO MÉDICO-PACIENTE E NÃO SÓ…
Por Dr. António Pinto de Almeida | Médico
Vamos abordar um tema que, demasiadas vezes, leva a que muitos
doentes se interroguem sobre o porquê de, no final de algumas
consultas que têm com diferentes médicos, quando por vezes se
sentem “vazios”, sem qualquer tipo de vontade ou de esperança
em fazer o que o clínico aconselhou, o que pode representar a não
adesão a uma terapêutica ou a qualquer medida de prevenção que
seja essencial à manutenção ou recuperação do seu estado de
saúde física ou mental e à melhor qualidade de vida que possam
desejar. Esta sensação estranha que o doente sofre significa, quase
sempre, o fraco entendimento sobre o que foi abordado entre ele e
o médico na consulta, dificultando a empatia e levando ao seu
afastamento cujo resultado é sempre negativo.
Ora comunicar, deriva do latim “comunicare” que significa partilhar,
tornar comum. A comunicação interpessoal é um processo de
partilha de informação e compreensão entre duas pessoas, sendo
um fenómeno dinâmico e complexo em que diversos factores,
quer os que afectam o indivíduo física ou psicologicamente, quer a
circunstância, agem e interagem, como veremos mais adiante.
Neste processo de partilha, um emissor transmite uma mensagem
a um receptor por um canal de comunicação, que é o meio físico
pelo qual é enviada a mensagem. A mensagem é transmitida pelo
emissor através de um código (sistema de sinais previamente
convencionado, que representam e transmitem in formação). Para
que exista comunicação é preciso que os intervenientes tenham
em comum o mesmo código. Assim, o emissor emite a sua mensagem no código comum, que é depois retrovertido pelo receptor,
significando isto a codificação e descodificação. A eficiência da
mensagem não depende só da intenção do emissor, mas sobretudo da reação e compreensão que o receptor faz da mensagem,
através do feedback. Depende ainda de alguns factores que podem
3O
perturbar a transmissão da mensagem. A estes factores chamamos ruído, interferências e barreiras que tanto se podem encontrar
no emissor, como no canal de comunicação, no código ou no receptor. Como exemplos; no emissor - por palavras mal articuladas ou
voz pouco audível; no canal de comunicação - a chamada telefónica com interferências ou que cai; no código - a linguagem hermética (habitual em alguns médicos) ou uso de línguas diferentes; no
receptor - a falta de atenção deste por estar a escrever ou ver
computador, etc..
Como se verifica, a comunicação interpessoal faz com que o emissor seja simultaneamente receptor e vice-versa. E como se comunica? Comunicamos por duas formas, através da comunicação
verbal (oral e escrita) e não-verbal (expressão e sentimentos).
Convém saber que a comunicação verbal representa cerca de 1O%
e a não-verbal de 9O%, na compreensão da informação que nos é
transmitida, sendo a não-verbal mais fidedigna da autenticidade
dos sentimentos. Isto significa que a comunicação não acontece só
quando é consciente e intencional, ela é, igualmente, espontânea
ou involuntária e existe naquilo que se faz ou não se faz.
O Sr. Paul Watzlawick, austríaco posteriormente emigrado e nacionalizado norte-americano e grande estudioso da problemática da
comunicação no século passado, agrupou cinco axiomas na comunicação. 1
1º- É impossível não se comunicar. Significa que todo o comportamento é uma forma de comunicação e tem valor de mensagem.
Como não existe o oposto ao comportamento…
2º- Toda a comunicação tem dois níveis: conteúdo e relação
Para além do significado das palavras (conteúdo), o modo como é
dito ou a forma como se diz, revela ao receptor como deve ser
entendida a mensagem (relação).
1 - Princípios Fundamentais
cofre
3º - Pontuação da sequência comunicativa
A pontuação organiza e é vital para a interação. A discordância na
pontuação provoca o conflito e define a natureza da relação.
4º - Existem dois tipos de comunicação: digital e analógica. Os seres
humanos comunicam desta forma e, nisso, são os únicos. O conteúdo é digital - objectivo, preciso e complexo. A relação é analógicasubjectiva e mais rica nos afectos.
5º- As formas de comunicação são simétricas ou complementares,
conforme sejam baseadas na igualdade ou na diferença. As simétricas, na relação entre amigos ou marido e mulher (igualdade).
As complementares, na relação pai /filho ou professor e aluno
(autoridade/diferença). Assim, ao sabermos e percebermos um
pouco mais o processo de comunicação interpessoal e a forma
como funciona, percebemos igualmente a razão e importância
deste tema e como poderemos melhorar a eficácia e a qualidade
do acto médico mais importante e mais praticado em todo o
mundo - a consulta. A consulta assenta principalmente na troca de
mensagens, através das queixas do doente, concertando os valores
e crenças do doente com as prioridades de uma prática clínica
rigorosa, ética e tecnicamente baseada nas evidências científica e
clínica.
É um ser humano que, quando sofre, nos procura para o ajudarmos
e tratarmos. E como ser humano tem matéria, tem espírito, tem
inteligência e emoções, tem Alma. Tudo isto está presente quando
comunica com alguém e, obviamente, com o seu médico. Não sabe
o que a afecta por vezes tem alguma “ideia”, mas compreende que
isso lhe provoca alterações substantivas na sua qualidade de vida,
quer de relação, quer profissional, familiar, a todos os níveis e pede
ajuda.
Já sabemos que é impossível não comunicar. Sabemos igualmente, que há sempre dois níveis na comunicação - conteúdo e relação,
ou seja, a forma verbal e a forma não-verbal.
Então, as questões pertinentes que nos devemos colocar serão:
- Que forma de comunicação deverá ser estabelecida na consulta,
simétrica ou complementar?
- Como poderemos minimizar, quer as interferências, quer os
ruídos e barreiras, na comunicação?
- Quais as implicações éticas, na comunicação?
«Listen to the patient, he is telling you the diagnosis… It is more
important to know what sort of patient has a disease, than what
sort of disease a patient has…» 2
Estas afirmações de William Osler, médico canadiano, representam
seguramente, a meu ver, um dos maiores e mais importantes
contributos e avanços, da História da Medicina Moderna, ao
reconhecer e promover o contributo das áreas de ciências humanas, ética e comportamentais, juntamente com as ciências biomédicas, como condição imprescindível do exercício pleno da profissão médica. Disso falarei na segunda parte deste artigo, na próxima
revista.
Votos de Festas felizes e de um bom Ano Novo.
2 - Ouça o paciente, ele está a dizer-lhe o diagnóstico.
É mais importante saber que espécie de paciente tem a doença, do que espécie doença tem o paciente...
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HAMLET
HAMLET
Texto:
Óscar
Martins,
sócio
n.ºn.º
98758
Texto:
Óscar
Martins,
sócio
98758
Fotografia:
Teatro
Municipal
Joaquim
Benite
Fotografia:
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Municipal
Joaquim
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O teatro
é, desde
a Antiguidade
Clássica,
umum
momento
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catarse
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“Finalmente
Hamlet”
escreveu
Sophia
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Mello
Breyner
Andersen
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nana
tradução
do
texto
de
William
Shakespeare
que
entregou
a Luís
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Miguel
Cintra
que
agora
a encenou.
A primeira
peça
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vez
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confrontamos
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personificados
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justiça
sem
querer
manchar
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mãos
de
sangue
e
trair
o
idealismo.
justiça sem querer manchar as mãos de sangue e trair o idealismo.
A Ahistória
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podemos
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mais
próxima.
iniciativa que o Cofre da Previdência tornou mais próxima.
3232cofre
cofre
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cofre
S. MARTINHO E SANTA IRIA ENCONTRO NO MAGUSTO
Texto: Helena Baeta e Alexandra Antunes
Promovendo um convívio único, no fim-de-semana de 13 a 15 de
Novembro decorreu o Magusto na Quinta de Sta. Iria, proporcionando aos associados presentes, familiares e amigos, momentos de
puro agrado. Após o acolhimento individual permitindo algum
tempo de ócio, os sócios foram posteriormente convidados a
degustar o magnífico repasto confecionado com produtos alusivos
à época.
Terminada a refeição, todos foram convidados a assistir a uma
sessão no Planetário e observação das estrelas e astros, tendo o
grupo sido presenteado com um céu totalmente limpo. A experiência, verdadeiramente gratificante, foi concluída com um reconfortante chocolate quente e mimos da Quinta.
Sábado amanheceu com um surpreendente sol outonal, convidando ao passeio a Cuidad Rodrigo (província de Salamanca). Quais
Cruzados, o grupo partiu à descoberta, acompanhados por duas
excelentes guias locais, pelo interior da muralha, deste maravilhoso
município do século XII reedificado por Dom Rodrigo, visitando os
seus imponentes monumentos como a Câmara, Catedral, Praça
Central, Marco da Batalha da Independência, entre outros. Extasiados pelos edifícios bem cuidados, foram ainda reveladas as 32
casas senhoriais existentes (algumas requalificadas) estando, no
momento, quatro habitadas pelas nobres famílias.
No regresso tardio, todos de juntaram para um extraordinário
jantar, a que já nos habituou o chef Francisco que se prolongou pela
noite dentro, convidando a um pé de dança acompanhada por
música ao vivo, muitas castanhas e boa jeropiga. Domingo, foi dia de
despedidas pois a viagem de regresso era longa. Tomado o pequeno-almoço, recheado de iguarias várias foi a vez de o Cofre entregar
a todos os presentes uma pequena lembrança produzida na Quinta.
Fazemos votos que o reencontro esteja para breve.
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cofre
33
RESUMO DAS ASSEMBLEIAS DO DIA 14 DE DEZEMBRO
Por L.P.B.
Conforme estipulam os Estatutos do Cofre de Previdência, realiza-se na primeira quinzena de Dezembro de cada ano a Assembleia-Geral
Ordinária e apresentação do Relatório de Actividades e Orçamento para o ano de 2O16, levado à apreciação e votação pelos sócios, o qual foi
aprovado por larga maioria. Para além daquela foi agendada, para o mesmo dia, como foi amplamente divulgado, no sítio do Cofre e jornais,
uma Assembleia Geral Extraordinária para discussão e votação de algumas alterações estatutárias. Em conformidade, no dia 14 de Dezembro p.p. o Sr. Dr. João Adelino Marques Pereira, na qualidade de Presidente da Mesa, às 18hOO deu início à Assembleia Geral Extraordinária.
Tendo verificado que não havia 1OO sócios presentes foi a mesma convocada para daí a uma hora. Assim a Assembleia teve início às 19hOO
com os sócios presentes.
Foram levantadas dúvidas por alguns associados, acerca da legalidade da 2ª convocatória, por na 1ª convocatória não se ter explicitado esta
prática, já amplamente usada em assembleias deste teor. No entanto o Presidente da Mesa considerou que era apenas uma irregularidade
e não uma nulidade, daí prosseguir a Assembleia com a ordem de trabalhos lida e seguida.
Foi dada a palavra ao Presidente do C. A. Dr. Tomé Jardim que informou a assistência que este órgão tinha deliberado não discutir na presente Assembleia as alterações propostas e retirar a discussão para ser mais divulgada e apreciada numa próxima Assembleia Geral Extraordinária a realizar nos primeiros meses de 2O16.
Houve alguns sócios do Cofre que manifestaram o seu agrado e apenas um o seu desagrado por vir preparado para a análise e discussão. Foi
assim dada como terminada a sessão, não sem antes ter sido aprovada por maioria a respectiva acta.
A Assembleia Geral Ordinária teve início às 21hOO conforme convocatória. Depois de aberta a sessão pelo presidente da Mesa, Dr. João Adelino Marques Pereira, foi dada a palavra ao Dr. Tomé Jardim, presidente do C.A. que fez a introdução ao Orçamento para o ano de 2O16, apresentado pela Dr.ª Gisela Martins. Seguiram-se as intervenções, que resumimos nestes pontos, não necessariamente pela mesma ordem:
• Dúvidas quanto à composição da Mesa nomeadamente o facto de além da composição da Mesa da Assembleia Geral (Dr. João Adelino
Marques Pereira, presidente, Dr. Norberto Severino e Dr. Laudelino Pinheiro, secretários) estarem também os presidentes do C.A. e do
Conselho Fiscal e outras incertezas quanto a pormenores de procedimento e gravação das Assembleias Gerais. No final foi pedido que as
actas das Assembleias sejam remetidas aos sócios (presentes) mais cedo;
• Preocupação com a perda de associados e novas formas de os angariar privilegiando os mais jovens;
• Venda das instalações da Rua dos Sapateiros e solicitação de mais informações sobre os procedimentos e avaliações;
• Preocupação com as dívidas em contencioso;
• Viabilidade do terreno de Queluz e de Arcozelo que vieram de anteriores gestões do CPFAE;
• Mais esclarecimentos sobre a visita da Inspecção Geral de Finanças e da Polícia Judiciária aos serviços do Cofre.
O Presidente do C.A. respondeu a todas as perguntas, lembrando que a composição da Mesa sempre assim foi e nas anteriores gestões
sempre estiveram os sete elementos. De seguida leu o Parecer da PGR relacionado com os Estatutos nomeadamente nos artigos 94º, 95º e
111º depois do processo de nulidade apresentada pelo sócio João Vicente, o qual não teve provimento.
Relativamente às investigações o Presidente do C.A. leu uma síntese do Relatório da Inspecção Geral de Finanças, publicado no sítio e no
Editorial da revista CFR nº 3 – III série, nada mais dizendo para não ferir o segredo de justiça a que está vinculado.
Sobre as dívidas ao Cofre foi interpelado também o Dr. Elder Fernandes, na qualidade de Presidente do Conselho Fiscal que explicou como
o CPFAE, instituição de carácter social se depara com situações de sócios devedores de verbas avultadas, muitas delas originadas por doenças graves ou perda significativa de rendimentos inviabilizando os pagamentos. Salientando que o Cofre sabe que a vida das pessoas está
em primeiro lugar.
No fim das intervenções foram dadas informações (ver preâmbulo do Orçamento) e houve um sócio que ao fim de 4O anos de associado foi
à sua primeira Assembleia e fez diversas sugestões de ordem prática, entre outras passar as Informações para o ponto 1 da ordem de trabalhos para que se não repitam as perguntas que, entretanto, já foram respondidas. Depois da aprovação da acta pela maioria, a Mesa endereçou votos de Boas Festas aos presentes e foi dada por encerrada a Assembleia Geral Ordinária por volta das 23h25.
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INSTALAÇÕES
INSTALAÇÕES
ELÉCTRICAS
ELÉCTRICAS
DEDE
BAIXA,
BAIXA,
MÉDIA
MÉDIA
E ALTA
E ALTA
TENSÃO
TENSÃO
ARAR
CONDICIONADO
CONDICIONADO
E REFRIGERAÇÃO
E REFRIGERAÇÃO
FABRICO
FABRICO
E MONTAGEM
E MONTAGEM
DEDE
ESCADAS,
ESCADAS,
PORTÕES,
PORTÕES,
VEDAÇÕES
VEDAÇÕES
METÁLICAS
METÁLICAS
E GRADES
E GRADES
DEDE
SEGURANÇA
SEGURANÇA
VENDA,
VENDA,
MONTAGEM,
MONTAGEM,
ASSISTÊNCIA
ASSISTÊNCIA
E REPARAÇÃO
E REPARAÇÃO
DEDE
ELECTROBOMBAS
ELECTROBOMBAS
ENERGIA
ENERGIA
SOLAR
SOLAR
- PAINÉIS
- PAINÉIS
TÉRMICOS
TÉRMICOS
E FOTOVOLTAICOS
E FOTOVOLTAICOS
SISTEMAS
SISTEMAS
DEDE
BOMBAGEM
BOMBAGEM
E PRODUÇÃO
E PRODUÇÃO
DEDE
ENERGIA
ENERGIA
VENDA,
VENDA,
MONTAGEM,
MONTAGEM,
REPARAÇÃO
REPARAÇÃO
E MANUTENÇÃO
E MANUTENÇÃO
DEDE
SISTEMAS
SISTEMAS
DEDE
SEGURANÇA
SEGURANÇA
CONTRA
CONTRA
INCÊNDIO
INCÊNDIO
TODO
TODO
O TIPO
O TIPO
DEDE
TRABALHOS
TRABALHOS
DEDE
METALOMECÂNICA
METALOMECÂNICA
E METALÚRGICA
E METALÚRGICA
SOLDADURA
SOLDADURA
E TRATAMENTO
E TRATAMENTO
DEDE
SUPERFÍCIES
SUPERFÍCIES
CONSTRUÇÃO
CONSTRUÇÃO
E MONTAGEM
E MONTAGEM
DEDE
ESTRUTURAS
ESTRUTURAS
METÁLICAS
METÁLICAS
INDUSTRIAIS
INDUSTRIAIS
METALVIÇOSA
METALVIÇOSA
| Herdade
| Herdade
dodo
Magarreiro
Magarreiro
7150-999
7150-999
Alandroal
Alandroal TÉCNICAVIÇOSA
TÉCNICAVIÇOSA
| Parque
| Parque
Industrial,
Industrial,
Lt. Lt.
204/205
204/205
7160-999
7160-999
VilaVila
Viçosa
Viçosa
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
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cofre
cofre
RECEITA
RECEITA: Cláudia Peres
FOTOGRAFIA: Cláudia Peres
PAVLOVA
com frutos vermelhos
INGREDIENTES:
- 6 claras de ovo à temperatura ambiente
- 1 pitada de sal
- 2 colheres de sobremesa de amido de milho (Maisena)
- 1 colher de sobremesa de vinagre de vinho branco
- 1 saqueta de extracto de baunilha
COBERTURA:
- Mistura de frutos silvestres
(mirtilo, framboesas e groselhas)
36
cofre
PREPARAÇÃO:
- Pré-aqueça o forno a 18Oº.
- Separe as claras das gemas dos 6 ovos.
- Bata as claras em castelo com uma pitada sal. Quando a espuma
começar a ficar mais consistente, adicione 25O gramas de açúcar
em pó, colher a colher lentamente.
- Depois junte o extracto de baunilha, amido de milho (maisena)
peneirado e vinagre de vinho branco e envolva tudo com a ajuda
de uma espátula.
-Baixe a temperatura do forno para os 14Oº.
- Com a ajuda de um prato desenhe numa folha de papel vegetal
dois círculos (um circulo de diâmetro maior para a base e um
circulo de diâmetro menor para o topo). Coloque em dois tabuleiros o merengue preenchendo a forma dos círculos.
- Deixe o merengue cozer durante 1 hora e 1O minutos sem nunca
abrir o forno. O merengue vai ficar com um tom dourado e uma
capa crocante e o seu interior ficará macio.
- Deixe arrefecer dentro do forno e com a porta entreaberta.
- Cubra a Pavlova, com frutos silvestres, o contraste do doce do
suspiro com a acidez dos frutos silvestres é muito agradável.
Suspiro de Natal
cofre
37
8 a 10 abr.’16
Itinerário:
1º dia: Lisboa / Tróia / Castro Verde
2º dia: Castro Verde / Mértola / Beja
3º dia: Beja / Serpa / Monsaraz / Lisboa
Preço por pessoa:
Duplo
Mínimo
40 participantes
€ 290
Mínimo
30 participantes
€ 305
Mínimo
20 participantes
€ 325
Suplemento
Individual
€ 45
Condições
Inclui: autopullman de turismo + 1 noite de alojamento
no Hotel A Esteva | 3 estrelas, em Castro Verde, com
pequeno-almoço e jantar incluído com bebidas + 1 noite
de alojamento no Hotel BejaParque | 4 estrelas, em Beja,
com pequeno-almoço e jantar incluído com bebidas + 2
almoços e 1 jantar em restaurantes locais com bebidas
incluídas + cruzeiro na Barragem do Alqueva com almoço
no Restaurante da Marina + acompanhamento por guia
interprete nacional durante toda a viagem + visitas e
entradas dos monumentos + seguro de viagem Abreu.
Exclui: despesas de carácter particular + tudo o que
não estiver devidamente mencionado como incluído no
programa
Nota: os preços foram calculados com base nas tarifas
hoteleiras vigentes. Poderão eventualmente ser
Não efectuamos qualquer tipo de reserva.
SEGURANÇA E
COMPETÊNCIA
A Agência em que os
portugueses mais confiam
para viajar.
NA SUA LOJA ABREU
ESCOLHA
DO CONSUMIDOR
AGÊNCIAS DE VIAGENS
A Agência de Viagens
escolhida pelos portugueses.
| ABREU DIRETO
Telef.:
Consulte as facilidades de pagamento em: www.cofre.org
Para mais informações e reservas:
Cofre: 21 324 10 60
Agência Abreu: 21 355 21 70
707 20 1840
| Web: www.abreu.pt
Viagens Abreu, S.A • Capital Social € 7.500.000 • Sede: Av. dos Aliados, 207 • 4000-067 Porto • RNAVT 1702 • Operador • Cons. Reg. Com. do Porto nº 15809 • NIF: 500 297 177 • 2015
revista do cofre de previdência