recuperação judicial

Transcrição

recuperação judicial
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Da Necessidade à Oportunidade
Lucia Vidigal Zimmermann (organizadora)
Fábio Forti (coordenador)
Victor Teixeira Nepomuceno (coordenador)
Agnaldo Medeiros Pacheco
Armando H. A. M. de Moraes
Bernardo Lopes Portugal
Carolina Meirelles Ferreira
Cristina Malaski Almendanha
Daniel Meirelles Ferreira
Daniela Avila
Eduardo T. Francez Brasil
Fábio Forti
Fábio Rogério de Souza
Flavio Guberman
Ignacio Jiménez de Aréchaga
Isabelle Tambara
Jair Jaloreto
Janaína Elias Chiaradia
Luidg Alessandro Uchoa
Marcelo Vilela
Marina Fusinato
Pablo Laiseca
Pierre Léo Jeanmougin
Ricardo Affonso Gutierrez
Alves de Camargo
Rodrigo Mendonça Alvares
Sérgio Schwartsman
Stanley Chaney
Thatiana Martins Petrov
Thierry Phillipe Souto Costa
Thomas Zouari
Victor Teixeira Nepomuceno
Wesley Luiz Vidigal Cresqui
Wladymir Soares de Brito
Yves-Marie Ravet
REDE de Escritórios LEXNET
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Amaral de Andrade Advogados Associados — São Paulo/SP
Armond Advogados — Macapá/AP
Bispo Vieira Alvares — Sociedade de Advogados — Aracaju/SE
Carrion Advogados — Porto Alegre/RS
De Figueiredo Demeterco Advogados Associados — Curitiba/PR
Edson Barcellos Advogados Associados — Goiânia/GO
Elarmin Miranda Advogados Associados — Cuiabá/MT
Elbert Vagedes Abogados — Buenos Aires/Argentina
Escritório de Assessoria Jurídica José Oswaldo Corrêa — Rio de Janeiro/RJ
Fernando Maciel Advocacia & Consultoria — Maceió/AL
Fonseca, Sampaio & Brasil Advogados — Belém/PA
Forti & Valdivieso Advogados Associados — Curitiba/PR
FRS Consultoria e Assessoria Jurídica e Empresarial — Santos/SP
González Mullin, Schickendantz Y Asociados — Montevideo/Uruguai
Imaculada Gordiano Sociedade de Advogados — Fortaleza/CE
Jaloreto Advogados Associados — São Paulo/SP
Lemos e Associados Advocacia — Campinas/SP
Lopes da Silva & Associados — Sociedade de Advogados — São Paulo/SP
Machado Neto, Bolognesi, Azevedo e Falcão Consultores e Advogados — Salvador/BA
Meirelles Ferreira Advogados — Brasília/DF
Messina, Martins e Lencioni Advogados Associados — São Paulo/SP
Newton Silveira, Wilson Silveira e Associados Advogados — São Paulo/SP
Portugal Murad — Direito de Negócios — Belo Horizonte/MG
Póvdas Vianna Advocacia Empresarial — Florianópolis/SC
Queiroz Advogados Associados — Recife/PE
Ravet & Associés — Paris/França
Varella Advogados Associados — Vitória/ES
Vianna & Gabrilli Advogados Associados — São Paulo/SP
Coleção LEXNET
RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Da Necessidade à Oportunidade
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Outubro, 2013
Versão impressa - LTr 4928.2 - ISBN 978-85-361-2735-4
Versão digital - LTr 7687.3 - ISBN 978-85-361-2802-3
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Recuperação judicial : da necessidade à oportunidade / Lucia Vidigal Zimmermann,
(organizadora); Fábio Forti, Victor Teixeira Nepomuceno, (coordenadores). — São
Paulo : LTr, 2013.
Vários autores.
Bibliografia.
1. Empresas 2. Falência — Leis e legislação 3. Recuperação judicial (Direito)
— Leis e legislação I. Zimmermann, Lucia Vidigal. II. Forti, Fabio. III. Nepomuceno,
Victor Teixeira.
13-11354
CDU-347.736
Índices para catálogo sistemático:
1. Recuperação judicial : Leis e função social
das empresas : Direito
347.736
Sumário
Apresentação — Lexnet...........................................................................
Palavra dos Coordenadores...............................................................
currículos dOs Autores...........................................................................
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23
25
Capítulo I
A INTERDISCIPLINARIDADE DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E A IMPORTÂNCIA DO TIMMING DO SEU PEDIDO EM JUÍZO
Fabio Forti
1. Introdução..........................................................................................................
2. O ciclo de vida de uma empresa.....................................................................
3. Recuperação e gestão de turnaround................................................................
4. Lei de recuperação judicial...............................................................................
5. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
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41
47
48
Capítulo II
CONCORDATA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL: PRINCIPAIS DIFERENÇAS
Cristina Malaski Almendanha / Wesley Luiz Vidigal Cresqui
1.
2.
Introdução..........................................................................................................
O Decreto-lei n. 7.661/45 e o instituto da concordata: evolução histórica.......................................................................................................................
3. A Lei n. 11.101/2005 e o trâmite do processo de recuperação judicial.... 4. Principais diferenças entre os institutos da concordata e da recuperação
judicial.................................................................................................................
5. A Lei n. 11.101/2005 e os meios de recuperação judicial...........................
6. Considerações finais..........................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
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Capítulo III
QUEM PODE PEDIR RECUPERAÇÃO JUDICIAL?
Eduardo Tadeu Francez Brasil
1.
2.
Objeto, método e finalidade............................................................................
Da recuperação de empresa.............................................................................
61
61
6 •
2.1. Recuperação judicial.................................................................................
2.1.1. Quem pode requerer?.................................................................
2.1.2. Quais são os créditos sujeitos a recuperação judicial?........... 2.1.3. Meios de recuperação judicial....................................................
2.1.4. Pedido e processamento da recuperação judicial................... 2.1.5. Plano de recuperação judicial....................................................
2.1.6. Deferimento da recuperação.....................................................
2.1.7. Encerramento da recuperação judicial.....................................
2.1.8. Do plano de recuperação judicial para microempresas e empresas de pequeno porte ...........................................................
3. Recuperação extrajudicial.................................................................................
4. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
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75
Capítulo IV
A CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Daniel Meirelles Ferreira
1.
2.
3.
Introdução..........................................................................................................
A importância da distinção dos débitos da empresa....................................
A classificação dos créditos na recuperação judicial....................................
3.1. Créditos trabalhistas.................................................................................
3.2. Créditos com garantia real......................................................................
3.3. Créditos quirografários............................................................................
4. Créditos não sujeitos à recuperação judicial..................................................
5. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
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91
Capítulo V
PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL: O QUE É?
Luidg Alessandro Uchoa / Agnaldo Medeiros Pacheco
1.
2.
3.
Introdução.......................................................................................................... 93
Meios de recuperação....................................................................................... 95
2.1. Prazos e condições especiais para pagamento das dívidas................ 96
2.2. Outros meios de recuperação................................................................. 98
Aprovação e homologação do plano.............................................................. 99
3.1. Aprovação e homologação sem assembleia geral de credores.......... 100
• 7
3.2. Aprovação na assembleia geral de credores......................................... 3.3. Aprovação forçada: cram down.................................................................
4. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
100
102
103
103
Capítulo VI
BENEFÍCIOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Carolina Meirelles Ferreira
1.
2.
3.
4.
Introdução..........................................................................................................
Linhas gerais sobre a concordata....................................................................
A recuperação judicial.......................................................................................
Princípios vigentes na recuperação judicial...................................................
4.1. Função social da empresa.......................................................................
4.2. Princípio da preservação da empresa....................................................
5. Reais benefícios da recuperação judicial: da teoria à prática.......................
6. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
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Capítulo VII
DA SUSPENSÃO DAS AÇÕES E EXECUÇÕES EM FACE DA EMPRESA
Isabelle Tambara / Ricardo Affonso Gutierrez Alves de Camargo
1.
2.
Introdução..........................................................................................................
Da suspensão das ações e execuções ............................................................
2.1. Do alcance da suspensão de ações e execuções contra o devedor........ 2.2. Do prazo de duração da suspensão das ações e execuções............... 2.3. Da comunicação da suspensão .............................................................
3. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
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124
Capítulo VIII
A NOVAÇÃO DOS CRÉDITOS NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Thierry Phillipe Souto Costa
1.
2.
Introdução.......................................................................................................... 125
O ciclo de vida da empresa.............................................................................. 125
2.1. o nascimento e a infância da empresa................................................... 126
8 •
3.
4.
5.
6.
2.2. A fase da adolescência da empresa........................................................
2.3. A vida adulta da empresa e a velhice.....................................................
Os sintomas da doença e a morte da empresa neste ciclo da vida............ O processo de recuperação judicial como tratamento desta doença crônica e terminal....................................................................................................
Do renascimento e ressurgimento da empresa neste ciclo de vida
(volta à fase do nascimento e da infância) por meio da novação da dívida no processo de recuperação judicial...................................................
Conclusão...........................................................................................................
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131
134
Capítulo IX
A INEFICÁCIA DO CONVÊNIO CONFAZ ICMS N. 59/2012
Victor Teixeira Nepomuceno
1.
2.
3.
Introdução.......................................................................................................... 135
A ineficácia do convênio Confaz ICMS n. 59/2012.................................... 136
Conclusão........................................................................................................... 144
Capítulo X
A VIABILIDADE DA REVISÃO CONTRATUAL DIANTE DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Fábio Rogério de Souza / Daniela Avila
1.
2.
3.
4.
Introdução..........................................................................................................
Conceito de contrato bancário — operações ativas e passivas..................
Características do Contrato Bancário.............................................................
Espécies de contratos bancário.......................................................................
4.1. Contratos não sujeitos a recuperação judicial...................................... A) Alienação fiduciária......................................................................... B) Arrendamento mercantil................................................................ 4.2. Contratos bancários sujeitos aos efeitos da recuperação judicial — “travas bancárias”...............................................................................
5. Revisão judicial dos contratos bancários.......................................................
6. Considerações finais..........................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
145
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151
151
153
154
155
Capítulo XI
CONTRATOS BANCÁRIOS E RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Armando Hélio Almeida Monteiro de Moraes
1.
Introdução.......................................................................................................... 157
• 9
2.
spécies de contratos bancários não sujeitos ao regime da recuperação
E
judicial.................................................................................................................
2.1. Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC).................................... 2.2. O acordo para compensação e liquidação de obrigações no âmbito
do SFN.......................................................................................................
2.3. Crédito em moeda estrangeira...............................................................
2.4. Demais contratos não submetidos às regras da recuperação
judicial........................................................................................................
2.4.1. Proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis................ 2.4.2. Arrendamento mercantil............................................................ 3. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
163
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169
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174
174
Capítulo XII
RÉGIMEN DEL DECLARACIÓN DE LA BANCARROTA Y EL ACUERDO PREVENTIVO EXTRAJUDICIAL EN LA REPÚBLICA DE LA ARGENTINA
Pablo Laiseca
1.
2.
Introducción.......................................................................................................
Esquema del régimen concursal en argentina y diferencia entre los procedimientos rehabilitatorios y liquidativos.....................................................
2.a. Introducción a la síntesis del régimen concursal................................. 2.b. Síntesis del régimen concursal................................................................
2.b.1. Principio general..........................................................................
2.b.2. Sujetos comprendidos................................................................
2.b.3. Competencia judicial...................................................................
2.b.4. Requisitos formales de la petición del concurso.................... 2.b.5. Resolución judicial .....................................................................
2.b.6. Resolución de apertura............................................................... 2.b.7. Efectos producidos por la apertura del concurso.................. 2.b.8. Notificaciones..............................................................................
2.b.9. Proceso de verificación............................................................... 2.b.10. Informe general del síndico....................................................
2.b.11. Propuesta del acuerdo............................................................. 2.b.12. Régimen de mayorías............................................................... 2.b.13. Régimen de salvataje o cram down.......................................
2.b.14. Impugnación, homologación, cumplimiento y nulidad del
acuerdo......................................................................................
2.b.15. Concurso en caso agrupamiento...........................................
177
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186
187
10 •
3.
cuerdo Preventivo Extrajudicial (Ape): fortalezas, debilidades y conA
troversias.............................................................................................................
3.a. Síntesis del procedimiento del APE......................................................
3.b. Fortalezas, debilidades y controversias respecto del APE................. 3.b.1. Breve referencia histórica........................................................... 3.b.2. Controversias, fortalezas y debilidades en torno al APE...... 4. Conclusión..........................................................................................................
Bibliografía...................................................................................................................
188
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190
194
196
Capítulo XII
Regime da Declaração de Falência e do Acordo Preventivo Extrajudicial na República Argentina
Pablo Laiseca (Tradução do espanhol para português Liberty Traduções)
1.
2.
3.
Introdução..........................................................................................................
Esquema do regime falimentar na argentina e diferença entre os procedimentos reabilitadores e liquidantes..............................................................
2.a. Introdução à síntese do regime falimentar........................................... 2.b. Síntese do regime falimentar..................................................................
2.b.1. Princípio geral..............................................................................
2.b.2. Sujeitos compreendidos............................................................. 2.b.3. Competência judicial...................................................................
2.b.4. Requisitos formais da petição da declaração de falência....... 2.b.5. Decisão judicial............................................................................
2.b.6. Resolução de abertura.................................................................
2.b.7. Efeitos produzidos pela abertura da falência..........................
2.b.8. Notificações.................................................................................
2.b.9. Processo de verificação.............................................................. 2.b.10. Relatório geral do fiscal........................................................... 2.b.11. Proposta do acordo................................................................. 2.b.12. Regime de maiorias.................................................................. 2.b.13. Regime de salvamento ou cram down......................................
2.b.14. Impugnação, homologação, cumprimento e nulidade do
acordo........................................................................................
2.b.15. Declaração de falência em caso de agrupamento............... Acordo Preventivo Extrajudicial (Ape): forças, debilidades e controvérsias..................................................................................................................
3.a. Síntese do procedimento do APE.........................................................
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• 11
3.b. Forças, debilidades e controvérsias a respeito do APE..........................
3.b.1. Breve referência histórica........................................................... 3.b.2. Controvérsias, fortalezas e debilidades em torno do APE... 4. Conclusão...........................................................................................................
Bibliografía...................................................................................................................
209
209
210
214
216
Capítulo XIII
EL PROCESO CONCURSAL EN URUGUAY
Ignacio Jiménez de Aréchaga
1.
2.
3.
Introducción.......................................................................................................
Antecedentes normativos.................................................................................
El proceso concursal actual. Ley n. 18.387....................................................
a) Clases de concursos......................................................................................
b) ¿Quiénes pueden ser concursados?............................................................
c) La insolvencia: presupuesto para solicitar concurso................................ d) ¿Quiénes pueden solicitar el concurso?.....................................................
e) Quienes tienen la Obligación de solicitar el concurso............................. f) Documentación a presentar.........................................................................
g) Declaración del concurso por el juez letrado de concurso..................... h) Medidas cautelares........................................................................................
i) Efectos de la declaración del concurso.......................................................
j) Síndico e interventor.....................................................................................
k) Formación de la masa activa del concurso................................................
l) Formación de la masa pasiva del concurso . .............................................
m) Verificación de créditos por parte de los acreedores............................. n) Junta de acreedores.......................................................................................
ñ) Requisitos para aprobar la propuesta de convenio — mayorías requeridas.................................................................................................................
4. Liquidación de la masa activa (antigua quiebra)............................................
a) Forma de liquidar la empresa......................................................................
b) Pago a los acreedores...................................................................................
5. Calificación del concurso.................................................................................
a) Concurso culpable.........................................................................................
b) Concurso fortuito.........................................................................................
6. Suspensión y conclusión del concurso...........................................................
7. Acuerdo privado de reorganización (antiguo concordato).........................
8. Conclusión..........................................................................................................
Bibliografía...................................................................................................................
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236
12 •
Capítulo XIII
O PROCESSO FALIMENTAR NO URUGUAI
Ignacio Jiménez de Aréchaga
(Tradução do espanhol para português por Liberty Traduções)
1.
2.
3.
Introdução..........................................................................................................
Antecedentes normativos.................................................................................
O processo falimentar atual. Lei n. 18.387....................................................
a) Classes de declarações de falência..............................................................
b) Quem pode ser declarado falido? .............................................................
c) A insolvência: pressuposto para solicitar a declaração de falência ....... d) Quem pode solicitar a declaração de falência?......................................... e) Quem tem a obrigação de solicitar a declaração de falência.................................
f) Documentação a ser apresentada................................................................
g) Declaração da falência pelo juiz letrado de declaração de falência........ h) Medidas cautelares........................................................................................
i) Efeitos da declaração de falência.................................................................
j) Fiscal e interventor........................................................................................
k) Formação da massa ativa da declaração de falência................................. l) Formação da massa passiva da declaração de falência............................. m) Verificação de créditos por parte dos credores....................................... n) Assembleia de credores................................................................................
ñ) Requisitos para aprovar a proposta de convênio — maiorias requeridas.. 4. Liquidação da massa ativa (antiga bancarrota)..............................................
a) Forma de liquidar a empresa.......................................................................
b) Pagamento aos credores..............................................................................
5. Qualificação da declaração de falência...........................................................
a) Declaração de falência culpável...................................................................
b) Declaração de falência fortuita...................................................................
6. Suspensão e conclusão da declaração de falência.........................................
7. Acordo particular de reorganização (antiga concordata)............................
8. Conclusão...........................................................................................................
Bibliografia...................................................................................................................
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256
Capítulo XIV
LE DROIT FRANÇAIS DES ENTREPRISES EN DIFFICULTÉS
— PRESENTATION ET OPPORTUNITÉS DE REPRISE ET D’INVESTISSEMENTS
Pierre Leo Jeanmougin / Yves-Marie Ravet
I.
La prévention des difficultés des entreprises................................................ 258
• 13
A. La procédure de mandat ad hoc............................................................
1. Ouverture du mandat ad hoc.......................................................... 2. Choix du mandataire ad hoc........................................................... 3. Mission du mandataire ad hoc........................................................ B. La conciliation............................................................................................
1. L’ouverture de la procédure de conciliation.................................
2. Mission du conciliateur.................................................................... 3. La conclusion d’un accord amiable................................................
4. L’inexécution de l’accord homologué...........................................
C. Conclusion: Procédures préventives et opportunités d’investissement...
II. Procédures de règlement judiciaire des difficultés des entreprises............ A. Les conséquences de l’ouverture d’une procédure de sauvegarde ou
de redressement judiciaire....................................................................... 1. L’ouverture d’une période d’observation......................................
2. L’interdiction du paiement des créances antérieures et l’arrêt
des poursuites individuelles.............................................................
3. La continuation des contrats en cours..........................................
4. Obligation de déclaration des créances.........................................
B. Issues des procédures — Les plans de sauvegarde et de redressement.
1. Plan de sauvegarde ou plan de redressement par voie de continuation.............................................................................................
2. Le plan de redressement par voie de cession............................... C. Conclusion: Procédures collectives et opportunités d’investissement.....
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Capítulo XIV
O direito francês de recuperação de empresas — Apresentação e oportunidades de investimentos
Pierre Leo Jeanmougin / Yves-Marie Ravet
(Tradução do francês para português por Liberty Traduções)
I.
A prevenção das dificuldades das empresas..................................................
A. O procedimento de mandato ad hoc......................................................
1. Abertura do mandato ad hoc............................................................ 2. Escolha do mandatário ad hoc......................................................... 3. Missão do mandatário ad hoc........................................................... B. A conciliação..............................................................................................
1. A abertura do procedimento de conciliação................................
2. Missão do conciliador...................................................................... 3. A conclusão de um acordo amigável.............................................
4. A não execução do acordo homologado......................................
C. Conclusão: Procedimentos preventivos e oportunidades de investimento.........................................................................................................
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14 •
II. Os procedimentos coletivos de salvaguarda e de recuperação judicial...... A. As consequências da abertura de um procedimento de salvaguarda
ou de recuperação judicial....................................................................... 1. A abertura de um período de observação....................................
2. A interdição do pagamento das dívidas anteriores e a parada
das realizações individuais...............................................................
3. A continuação dos contratos em curso.........................................
4. Obrigação de declaração dos créditos...........................................
B. Os planos de salvaguarda e de recuperação..........................................
1. Plano de salvaguarda ou plano de recuperação por meio de
continuação........................................................................................
2. O plano de recuperação por meio de cessão...............................
C. Conclusão: Procedimentos coletivos e oportunidades de investimento.........................................................................................................
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Capítulo XV
ARBITRAGE ET PROCÉDURES COLLECTIVES
Marina Fusinato / Pierre Leo Jeanmougin / Stanley Chaney /
Thomas Zouari / Yves-Marie Ravet
Introduction.................................................................................................................
I. Qu’est-ce qu’une procédure collective en droit français? Qu’est-ce qu’un
arbitrage?.............................................................................................................
1. Les procédures collectives........................................................................
2. L’arbitrage...................................................................................................
II. L’arbitrage face aux procédures collectives....................................................
1. Inarbitrabilité du contentieux des procédures collectives............................
2. Influence de l’ordre public des procédures collectives sur l’instance
arbitrale......................................................................................................
III. La conciliation de l’arbitrage et des procédures collectives........................
1. Jugement d’ouverture intervenant avant la constitution du Tribunal
Arbitral.......................................................................................................
2. Instance arbitrale en cours au jugement d’ouverture...........................
3. Le Tribunal Arbitral .................................................................................
IV. Actualités des rapports entretenus par l’arbitrage et les procédures collectives.................................................................................................................
1. Difficultés issues du droit européen ......................................................
2. Arbitrage et impécuniosité.......................................................................
Conclusion...................................................................................................................
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• 15
Capítulo XV
Arbitragem e o Direito de Recuperação de Empresas: Análise do Direito Francês
Marina Fusinato / Pierre Leo Jeanmougin / Stanley Chaney /
Thomas Zouari / Yves-Marie Ravet
(Tradução do francês para português por Liberty Traduções)
Introdução....................................................................................................................
I. O que é um procedimento coletivo em direito francês? O que é uma
arbitragem?.........................................................................................................
1. O direito francês de recuperação de empresas e falências: os procedimentos coletivos....................................................................................
2. A arbitragem...............................................................................................
II. A arbitragem perante os procedimentos coletivos........................................
1. Inarbitrabilidade do contencioso dos procedimentos coletivos......... 2. Influência da ordem pública da recuperação de empresas sobre a instância arbitral.............................................................................................
III. A conciliação da arbitragem e os procedimentos coletivos.......................
1. Julgamento de abertura do procedimento coletivo antes da constituição do Tribunal Arbitral................................................................... 2. Instância arbitral em curso no momento do julgamento de abertura do
procedimento coletivo.............................................................................
3. O Tribunal Arbitral....................................................................................
IV. Atualidades sobre as relações mantidas entre a arbitragem e os procedimentos coletivos................................................................................................
1. Dificuldades resultantes do direito europeu.......................................... 2. Arbitragem e impecuniosidade................................................................
Conclusão.....................................................................................................................
321
322
322
325
327
327
330
332
333
334
335
336
336
337
338
Capítulo XVI
O Destino da Cláusula Compromissória após a Decretação da Falência
Marcelo Dias Gonçalves Vilela
1.
2.
3.
4.
5.
Introdução..........................................................................................................
Arbitragem como jurisdição cognitiva...........................................................
A não afetação da disponibilidade do direito em relação à pessoa jurídica
após a decretação da falência...........................................................................
Arbitragens em curso na data da decretação da falência.............................
Arbitragens ainda não iniciadas na data da decretação da falência............ 341
342
344
346
347
16 •
6.
7.
rbitragem envolvendo a Massa Falida. Desnecessidade de intervenção
A
do Ministério Público........................................................................................ 350
Conclusão........................................................................................................... 351
Capítulo XVII
OS LIMITES AO PODER GERAL DE CAUTELA DOS JUÍZOS DIVERSOS DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Wladymir Soares de Brito
1. Noções introdutórias........................................................................................
2. Especificidades relevantes................................................................................
3. Do juízo universal da recuperação judicial....................................................
4. Poder geral de cautela em sede de execução fiscal.......................................
5. Poder geral de cautela em sede de ações cíveis.............................................
6. Poder geral de cautela em sede de ações trabalhistas...................................
7. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
353
358
367
373
376
378
382
386
Capítulo XVIII
OS CRÉDITOS TRABALHISTAS NA RECUPERAÇÃO JUDICIAL E O PROVIMENTO DA CORREGEDORIA-GERAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO — CGJT N. 01/2012
Sérgio Schwartsman
1. Introdução..........................................................................................................
2. Privilégio do crédito trabalhista.......................................................................
3. O processo trabalhista......................................................................................
4. O Provimento Cgjt n. 01/2012 do Tst.....................................................
5. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
389
390
391
394
399
399
Capítulo XIX
O PROCESSO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E CONSEQUÊNCIAS PARA O RAMO EMPRESARIAL, DIANTE DA (IN)COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO, NA FASE DE EXECUÇÃO
Janaína Elias Chiaradia
1.
2.
Introdução.......................................................................................................... 401
Os princípios constitucionais, a ordem econômica e os aspectos sociais
contidos na Constituição Federal de 1988..................................................... 403
• 17
3.
4.
Os fundamentos da Lei de Recuperação Judicial.........................................
A competência da Justiça do Trabalho ampliada pela Emenda Constitucional n. 45/2004...............................................................................................
5. O processo de execução trabalhista e a lei de recuperação judicial........... 6. Da busca por uma solução em face do conflito de (in)competência na
execução trabalhista diante do processo de recuperação judicial............... 7. As consequências para o ramo empresarial...................................................
8. Considerações finais..........................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
409
411
414
418
423
425
427
Capítulo XX
EMPRESAS EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL E AS LICITAÇÕES PÚBLICAS
Rodrigo Mendonça Alvares da Silva / Victor Teixeira Nepomuceno
1.
O Estado Constitucional de Direito e os novos paradigmas da Administração Pública.....................................................................................................
1.1. A experiência neoconstitucionalista......................................................
1.2. A Administração Pública gerencial........................................................
2. As licitações públicas e a recuperação judicial..............................................
2.1. Bases principiológicas das licitações públicas........................................ 2.2. O requisito da qualificação econômico-financeira.............................. 2.3. A Lei n. 11.101/2005: novos paradigmas da atividade empresarial.
2.4. Princípios específicos e finalidades do instituto jurídico da recuperação...........................................................................................................
2.5. A possibilidade jurídica de empresas recuperandas licitarem e contratarem com o Poder Público............................................................... 3. Considerações finais..........................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
429
429
431
433
433
436
438
440
442
446
447
Capítulo XXI
COMENTÁRIOS SOBRE AS DISPOSIÇÕES PENAIS NA LEI DE RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS E FALÊNCIAS
Jair Jaloreto / Thatiana Martins Petrov
1. O espírito da Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 2005................................
2. Generalidades.....................................................................................................
3. Dos crimes em espécie — tipos penais e comentários................................
4. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
449
449
452
462
462
18 •
Capítulo XXII
FUSÕES E AQUISIÇÕES: PECULIARIDADES DE UM DOS PRINCIPAIS MEIOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
Bernardo Lopes Portugal
1.
I ntrodução: Conjuntura para que as fusões e aquisições sejam hoje um
dos principais meios para a recuperação das empresas...............................
2. Alternativas elencadas pelo art. 50 da Lei n. 11.101 envolvendo fusões e
aquisições............................................................................................................
3. Outros meios indiretos de “fusões e aquisições” inseridos pelo referido
art. 50...................................................................................................................
4. A assembleia de credores e as deliberações sobre fusões e aquisições no
curso da recuperação judicial...........................................................................
5. Ativos de empresas em recuperação judicial ou em processo de falência
como oportunidades de investimentos pelo mercado de capitais............. 6. Efeitos dos atos de cisão, fusão, incorporação, transformação em sede
dos processos de recuperação judicial............................................................
7. Conclusão...........................................................................................................
Referências bibliográficas..........................................................................................
463
466
472
474
478
481
483
484
Capítulo XXIII
A RECUPERAÇÃO JUDICIAL COMO ALTERNATIVA À FALÊNCIA
Flavio Guberman
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Introdução..........................................................................................................
Breve histórico do instituto da falência..........................................................
O procedimento falimentar hoje.....................................................................
O contraponto: recuperação judicial x falência............................................
A questão dos impostos...................................................................................
Conclusão...........................................................................................................
487
488
490
494
498
500
Capítulo XXIV
CONCLUSÃO FINAL
Victor Teixeira Nepomuceno
Referências bibliográficas.......................................................................................... 503
APRESENTAÇÃO — LEXNET
A rede de escritórios de advocacia LEXNET ousou enfrentar o individualismo dominante, construindo um modelo de negócios baseado na
cooperação entre os pares. Esta concepção visou valorizar as trocas de experiências e conhecimento jurídico como elemento basilar no aprofundamento
do desenvolvimento de cada um e do todo!
Hoje, após nove anos, com trezentos advogados de escritórios localizados
em importantes cidades do Brasil e do mundo, os participantes da LEXNET formam uma rede de escritórios de advocacia empresarial excepcionalmente
madura e articulada. Pela experiência do trabalho conjunto comprovaram que
unidos são mais fortes para conquistas e realizações de novas metas e busca
de novos projetos. Partindo da constatação de que os escritórios da rede reúnem experiências
diversas que somadas proporcionam um grande salto para a análise das
questões jurídicas de interesse, há seis anos, durante nosso Encontro Anual
surgiu a ideia de se criar a Coleção LEXNET.
O objetivo da Coleção é a produção coletiva de livros, sobre questões
atuais e algumas vezes polêmicas ligadas ao mundo jurídico, de muito interesse
ao empresário, apontando para direções que balizem suas ações.
A rede LEXNET de escritórios de advocacia completa, com esta obra,
o 6º volume de sua Coleção LEXNET, cada um deles fiel ao propósito inicial
de informar e ampliar a visão dos clientes e profissionais de direito em áreas
dinâmicas, modernas e inovadoras.
Nosso primeiro livro, Métodos Extrajudiciais na Solução de Controvérsias,
apresentou os benefícios do uso desses métodos de solução de conflitos para
as empresas e a interface de tais métodos com as diversas áreas do Direito
e sua aplicabilidade. Seguiu-se o livro sobre Aquecimento Global e Créditos de
Carbono, que muito colaborou com o mundo jurídico nacional agregando
novos conhecimentos sobre a matéria.
20 •
O terceiro volume contou com a participação de advogados brasileiros
e uruguaios e tratou de um tema que está presente na vida de qualquer
empresa: Aspectos Modernos do Direito Trabalhista Empresarial . O quarto, voltado
para o investidor global, cuidou do marco legal dos setores fundamentais da
infraestrutura: Direito e Infraestrutura — Guia do Investidor.
O quinto volume tratou dos princípios estruturantes do Direito do
Trabalho Individual na Argentina, no Uruguai e no Brasil, fornecendo aos
leitores elementos para conhecer as diferenças das doutrinas trabalhistas
desses países e compará-las. O livro foi escrito em espanhol e em português,
contando com a contribuição maciça de advogados de escritórios LEXNET da América do Sul, especialistas no assunto: El Derecho Laboral Individual.
Com o lançamento deste volume, Recuperação Judicial — Da Necessidade
à Oportunidade a rede LEXNET comemora a produção de mais uma obra
liderada e produzida por advogados da rede, e a confirmação daquilo que as
publicações anteriores já demonstravam: a atuação integrada dos escritórios
parceiros possibilita a criação de conteúdo jurídico da mais alta qualidade,
como neste livro de questões atuais relativas à Lei que cuida da Recuperação
Judicial e seus impactos para empresas em crise nos países onde temos
nossos escritórios. Cabe aqui ressaltar que os escritórios parceiros LEXNET da França, do Uruguia e da Argentina enriqueceram sobremaneira esta obra,
mostrando em profundidade os pontos fundamentais das leis que tratam da
Recuperação Judicial de empresas em crise em seus países.
A publicação do 6º livro da Coleção LEXNET solidifica o projeto de
desenvolvimento, crescimento e consolidação da LEXNET como a rede de
escritórios que oferece o mais denso e profundo acesso ao conhecimento
jurídico disponível.
O valor que se agrega aos escritórios e à própria rede é inegável e mostra
ao mundo jurídico nossas competências, capacidades proatividade e interação
com os interesses dos empresários mediante conhecimento científico forte,
seguro e atualizado.
Por isso, o orgulho de registrar, com mais esta obra, a caminhada de
um sonho vencedor de desafios em sua expansão, sem nunca abandonar os
valores éticos que compõem seus fundamentos.
Essa é nossa vocação, da qual nos orgulhamos todos.
• 21
Aos leitores, nossos votos de proveito na leitura dos textos. Aos
coordenadores, organizadores e autores, os agradecimentos pelo tempo
dedicado à obra. Aos escritórios, os cumprimentos pela reconfirmação da
visão estratégica da importância da atuação em rede.
Outubro de 2013.
Luiz Eduardo Vidigal Lopes da Silva
Presidente do Conselho Administrativo
LEXNET — Law Firms Alliance
Conselheiros:
Cristiano Carrion
Daniel Gabrilli
Eduardo Silveira
Flavio Guberman
Gustavo Fonseca
Jair Jaloreto Jr.
Lucia Zimmermann
Marcelo Vilela
Matias Vagedes
Plinio Jovem Ribeiro
Rodrigo Álvares
Yuri Varella
PALAVRA DOS COORDENADORES
O persistente cenário depressivo da economia mundial atingiu os mais
diversos segmentos empresariais e trouxe aos governos e ao empresariado a
necessidade de criação de fórmulas e soluções para aplacar a endêmica crise
dos setores.
Diante das dificuldades financeiras temporárias geradas por esse quadro, a
proposta da LEXNET na presente obra é fornecer à comunidade empresarial
informações e orientações sobre formas de neutralizar possíveis turbulências
derivadas do atual contexto econômico. Para tanto, a Lei n. 11.101/2005,
conhecida como Lei da Recuperação de Empresas e de Falências, será o
ponto de partida.
No Brasil, o instituto da Recuperação Judicial representa, hoje, um
moderno instrumento de preservação das empresas em crise e tem por
objetivo mitigar seus problemas econômico-financeiros, a fim de permitir
a continuidade da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e
dos interesses dos credores, conforme estabelecido pelo art. 47 da Lei
n. 11.101/2005, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função
social e o estímulo à atividade econômica.
Assim, é com muita satisfação que apresentamos ao público esta seleção
especial com os principais estudos sobre o tema, realizados por advogados
e consultores parceiros da LEXNET no Brasil e no exterior. A abordagem
é feita de forma clara e objetiva, inclusive aproximando o empresário da
realidade estrangeira sobre a tratativa dessa temática. Afinal, em tempos
de crises mundiais, não se pode deixar de acompanhar as respostas que
os diversos países encontram para os seus problemas econômicos. Nesse
contexto, destacamos capítulos que trazem as visões do Uruguai, da Argentina
e da França.
O livro traz também esclarecimentos sobre as principais diferenças entre
Recuperação Judicial e a antiga Concordata; os meios de Recuperação Judicial
e os principais benefícios que o instituto propicia ao empresário que deseja
reorganizar sua atividade e se reposicionar no mercado.
24 •
Para aproximar ainda mais o empresário do assunto que se discute no
livro, oferecemos ao leitor uma timeline que contempla os principais passos do
processo de recuperação judicial, tanto no âmbito do judiciário como ainda
na esfera administrativa. Com ela o empresário compreenderá com maior
facilidade todo o processo de recuperação judicial e o momento em que
ocorrem as suas principais etapas.
Por fim, não podemos deixar de dizer que a obra é fruto de um trabalho
coletivo, em que cada autor, de acordo com sua especialidade — Direito
Tributário, Trabalhista, Processual, ... —, imprimiu no seu texto a vontade
de passar ao empresário as informações que, de fato, são importantes para o
seu negócio.
Dessa forma, agradecemos a todos os autores que viabilizaram a
concretização deste trabalho, contribuindo com textos de grande qualidade
técnica e conteúdo fiel ao escopo do livro.
Duas pessoas, todavia, merecem o nosso especial agradecimento:
Lucia Vidigal Zimmermann e Cristina Malaski Almendanha, sem as quais a
finalização de mais este projeto LEXNET não seria possível.
O espírito LEXNET foi o propulsor do presente trabalho conjunto
e continuará impulsionando os trabalhos de cada um em suas respectivas
atividades na rede. A todos os envolvidos o nosso muito obrigado.
Ao leitor desejamos uma ótima leitura!
Fábio Forti
Victor Teixeira Nepomuceno
coordenadores
CURRÍCULOS DOS AUTORES
AGNALDO MEDEIROS PACHECO
Sócio-diretor da Masters Auditores S/S. Contador pela Faculdade de Ciências
Econômicas de São Paulo. Pós-graduado em auditoria e perícia contábil pela
PUC Goiás. Especialista em consultoria em projetos de recuperação judicial
na elaboração de planos de recuperação judicial, perícia e renegociação de
dívidas.
[email protected]
ARMANDO HÉLIO ALMEIDA MONTEIRO DE MORAES
Advogado. Sócio do escritório Imaculada Gordiano Sociedade de
Advogados. Membro LEXNET com sede em Fortaleza/CE. Mestre em
Direito Constitucional/UNIFOR. Master of Law em Direito Empresarial
pela Faculdade de Economia e Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado
de Capitais IBMEC/BOVESPA. Pós-Graduado em Direito e Processo
Tributários/UNIFOR. Pós-Graduado em Direito Processual Civil/
UNIFOR. Trainer da DALE CARNEGIE TRAINING® ASSOCIATES
INC. no Brasil.
[email protected]
BERNARDO LOPES PORTUGAL
Advogado. Sócio do escritório Portugal Murad — Direito de Negócios.
Membro LEXNET com sede em Belo Horizonte /MG. Mestre em Direito
Comercial pela Faculdade de Direito da UFMG. Especialista em Direito
da Economia e da Empresa pela Fundação Getúlio Vargas/FGV. Membro
do Conselho Administrativo da ABVCAP — Associação Brasileira de
Private Equity e Venture Capital. Diretor de Relações Institucionais da
CONFRAPAR PARTICIPAÇÕES S/A. Autor do artigo “A sociedade em
conta de participação no novo Código Civil e seus aspectos tributários”
(Direito da empresa no novo Código Civil. Rio de Janeiro: Forense, 2004).
Ex-professor do IEC/PUC-MG da disciplina “Governança Legal”.
[email protected]
26 •
CAROLINA MEIRELLES FERREIRA
Advogada. Sócia do escritório Meirelles Ferreira Advogados. Membro
LEXNET com sede em Brasília/DF. Bacharel em Direito pelo UNICEUB.
Pós-graduada em Direito Processual Civil pela Universidade do Sul de Santa
Catarina. Especialista em Direito Imobiliário pela Fundação Getúlio Vargas.
Áreas de atuação: direito imobiliário, cível e administrativo.
[email protected]
CRISTINA MALASKI ALMENDANHA
Advogada. Sócia do escritório Forti & Valdivieso Advogados Associados.
Membro LEXNET como Especialista em Gestão de Crise e Recuperação
Judicial. Mestranda do Programa de Pós-graduação em Direito Econômico
e Socioambiental da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Linha de
pesquisa: Estado, atividade econômica e desenvolvimento sustentável.
Membro da Comissão de Direito Econômico da OAB-PR.
[email protected]
DANIEL MEIRELLES FERREIRA
Advogado. Sócio do escritório Meirelles Ferreira Advogados. Membro
LEXNET com sede em Brasília/DF. Pós-graduado em Direito, Estado e
Constituição pela Universidade Candido Mendes. Pós-graduando em Master
of Laws, LLM em direito empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Áreas de
atuação: direito empresarial e relações de consumo.
[email protected]
DANIELA AVILA
Advogada. Associada do escritório Forti & Valdivieso Advogados Associados,
membro LEXNET como Especialista em Gestão de Crise e Recuperação
Judicial. Pós-graduada em Processo Civil e Direito Tributário, ambos pela
Academia Brasileira de Direito Constitucional. Pós-graduada pela Escola da
Magistratura Estadual do Paraná.
[email protected]
• 27
EDUARDO TADEU FRANCEZ BRASIL
Advogado. Sócio do escritório Fonseca, Sampaio e Brasil Advogados.
Membro LEXNET com sede em Belém/PA. Pós-graduado (especialização)
em Direito Processual Civil e em Direito Tributário, ambos pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo — PUC/SP. Mestre em Direito Tributário
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo — PUC/SP. Doutorando
em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo —
PUC/SP; Coordenador do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários em
Belém — IBET/Belém. Atuação na área tributária e societária.
[email protected]
FABIO FORTI
Advogado. Sócio do escritório Forti & Valdivieso Advogados Associados.
Membro LEXNET como Especialista em Gestão de Crise e Recuperação
Judicial. Graduado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR),
com Pós-Graduação em Direito do Trabalho pela Faculdade de Direito
de Curitiba (UNICURITIBA) e Pós-graduação em Direito Tributário pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atua no contencioso e
preventivo empresarial, com ênfase na área de gestão de crise, falências e
recuperação de empresas. Administra e faz a mediação e conciliação de conflitos,
assessora e atua com segurança em decisões empresariais estratégicas. Tem
vasta experiência na área de Direito Negocial, atuando desde a administração
judicial até a representação de empresas em recuperação judicial e em processos
falimentares. Profere palestras em eventos jurídicos para consultores em gestão
de crise. Conduz Assembleias Gerais de Credores, prestando assessoria no
processo de recuperação (judicial ou extrajudicial), bem como no planejamento
de reestruturação econômico-financeira das empresas.
[email protected]
FÁBIO ROGÉRIO DE SOUZA
Advogado. Sócio-diretor do escritório FRS Consultoria e Assessoria Empresarial.
Especialista em Direito Empresarial. Membro LEXNET com sede em Santos/SP.
[email protected]
28 •
FLAVIO GUBERMAN
Advogado. Integrante do escritório de assessoria jurídica José Oswaldo
Corrêa. Membro LEXNET com sede no Rio de Janeiro/RJ. Graduado pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro e pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Especialista em Direito Societário (M2) pela Université de Paris
I — Sorbonne e em Direito de Negócios (M2) pela Université de Rennes 1.
Membro da Associação de Advogados e Juristas Brasil-Israel. Membro
do Comitê Jurídico da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira. Membro do
Comitê Jurídico da Associação Brasileira de Supermercados. Membro
do Instituto Ibero-americano de Direito Público. Membro da International
Premier Association. Atua nas áreas societária, comercial e internacional.
[email protected]
IGNACIO JIMÉNEZ DE ARÉCHAGA
Abogado. Es integrante del staff de profesionales y asociado al Estudio
González Mullin, Schickendantz & Asociados, miembro de LEXNET con
sede Montevideo. Su área de práctica es el Derecho Comercial y desde hace
años brinda asesoramiento integral a empresas locales y extranjeras en la
implementación de estructuras societarias para el desarrollo de sus negocios
en Uruguay.
En el presente está elaborando su tesis sobre “Obligaciones Negociables”,
para obtener el título de Magíster en Derecho Comercial de la Escuela de
Posgrados de la Facultad de Derecho de la Universidad de la República.
Desde el año 2009 ejerce la docencia en la cátedra de Derecho Comercial
de la Facultad de Derecho de la Universidad de la República, integrando el
Instituto de Derecho Comercial junto a los principales profesores en la materia.
Es integrante de la Comisión de Jóvenes del Colegio de Abogados del
Uruguay desde el 2009. Advogado. É integrante do staff de profissionais e associados ao Escritório
“González Mullin, Schickendantz & Asociados”, membro da LEXNET com sede em Montevideu, no Uruguai. A sua área de atuação é o Direito
Comercial e há anos oferece assessoria integral a empresas locais e estrangeiras
na implementação de estruturas societárias para o desenvolvimento de seus
negócios no Uruguai.
• 29
Atualmente, está elaborando a sua tese sobre “Obrigações Negociáveis”, para
obter o título de Mestre em Direito Comercial da Escola de Pós-Graduação
da Faculdade de Direito da Universidad da República.
Desde o ano 2009, é professor na cadeira de Direito Comercial da Faculdade
de Direito da Universidad da República, integrando o Instituto de Direito
Comercial junto aos principais professores na matéria.
É integrante da Comissão de Jovens do Colégio de Advogados do Uruguai
desde 2009.
[email protected]
ISABELLE TAMBARA
Advogada. Integrante do escritório De Figueiredo Demeterco Sociedade
de Advogados. Membro LEXNET com sede em Curitiba/PR. Graduada
em Direito pela Unicuritiba. Pós-Graduada em Master of Laws, LLM em
Direito Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Mestranda em Direito
Econômico e Socioambiental pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná,
com atuação na área empresarial e contratos.
[email protected]
JAIR JALORETO
Advogado. Sócio do escritório Portela, Campos Bicudo e Jaloreto Advogados.
Membro LEXNET como Especialista em Direito Penal Empresarial.
Especialista em Direito Penal Econômico Internacional, pelo Instituto de
Direito Penal Econômico Europeu, da Universidade de Coimbra. Especialista
em Direito Penal Empresarial, pela Fundação Getúlio Vargas — SP.
[email protected]
JANAÍNA ELIAS CHIARADIA
Mestranda em Direito Empresarial e Cidadania pelo Centro Universitário
Curitiba — Unicuritiba, em Curitiba, Paraná. Graduada em Direito pela
Fundação Universidade Regional de Blumenau (FURB), com especialização
MBA em Direito Empresarial e Processual Civil no Centro Universitário de
30 •
Jaraguá do Sul (UNERJ). Pós-Graduanda em Didática do Ensino Superior
pela Faculdade do SENAC. Integrante da Associação Nacional de Pós-
-Graduandos (ANPG). Integrante da Comissão de Defesa do Consumidor
da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional de Santa Catarina (OAB/SC).
Integrante do Conselho de Tributação e Finanças e do Conselho da Mulher
Executiva da Associação Comercial do Paraná (ACP). Advogada no ramo
empresarial e professora universitária no Centro Universitário Curitiba —
UNICURITIBA e na Faculdade do SENAC.
LUIDG ALESSANDRO UCHOA
Sócio-diretor da Masters Auditores S/S. Engenheiro eletricista com
especialização em sistemas de gestão empresarial na Universidade Federal
de Goiás. Graduação integrada na “Techniche Universtitat Darmstadt”, na Alemanha. Especialização em sistema de gestão empresarial pela Fundação
Getúlio Vargas. Atuação na recuperação econômico-financeira de empresas,
consultoria estratégica em recuperação judicial e renegociação de dívidas.
[email protected]
MARCELO VILELA
Advogado. Sócio do escritório Portugal Murad Vilela Almeida Behrens
Advogados. Membro da LEXNET.com sede em Belo Horizonte. Mestre
em Direito Comercial pela Faculdade de Direito da UFMG. Doutorando
pela Université Paris Ouest Nanterre La Défense. Presidente do Conselho
Deliberativo da Câmara de Arbitragem Empresarial-Brasil (CAMARB)
[email protected]
MARINA FUSINATO
Marina Fusinato a rejoint le cabinet Ravet & Associés pour se consacrer
au développement de relations liant le Brésil et la France. De nationalité
brésilienne et avocat inscrite au barreau du Brésil, elle est également titulaire
d’un diplôme d’Ecole de Commerce et a suivi une formation universitaire
• 31
de spécialisation en Droit International Privé et Commerce International à
l’Université Paris II / Panthéon-Assas.
Marina Fusinato integrou o escritório Ravet & Associés em agosto de
2012 para se dedicar ao desenvolvimento das relações franco-brasileiras.
De nacionalidade brasileira, é advogada inscrita na Ordem de Advogados
do Brasil, ela é, também, formada em Administração Empresarial e pós-
-graduada em Direito Internacional Privado e Comércio Internacional pela
Universidade de Paris II / Panthéon-Assas.
[email protected]
PABLO LAISECA
Abogado Senior en Elbert Vagedes Abogados Sociedad Civil. Miembro de
LEXNET con sede Bueno Aires. Áreas principales de actuación: Comercio
Exterior y litigios civiles y comerciales. Posgrado de Profundización en
Derecho de la Empresa en la Universidad de Ciencias Sociales y Empresariales.
Especialización en Derecho Aduanero y de la Integración en la Universidad
de Buenos Aires (en curso). Ex profesor asistente de Derecho Constitucional
en la Universidad Católica Argentina.
Advogado sênior do escritório Elbert Vagedes Abogados Sociedad Civil.
Membro da LEXNET com sede em Buenos Aires. Áreas principais de
atuação: Comércio Exterior e contencioso civil e comercial. Pós-graduado
em Direito da Empresa na Universidade de Ciências Sociais e Empresariais.
Especializado em Direito Aduaneiro e da Integração na Universidade de
Buenos Aires (cursando). Ex-professor assistente de Direito Constitucional
na Universidade Católica Argentina.
[email protected]
PIERRE LEO JEANMOUGIN
Pierre Léo Jeanmougin a rejoint le cabinet Ravet & Associés, LEXNET Paris, en octobre 2006 pour se consacrer au restructuring, à la prévention et
au traitement des difficultés des entreprises. Avocat au Barreau de Paris
depuis 2004, il est titulaire d’une Maîtrise de Droit Privé de l’Université de
Strasbourg III et d’un DEA de Propriété Intellectuelle de l’Université Paris
II / Panthéon-Assas.
32 •
Pierre Léo Jeanmougin integrou o escritório Ravet & Associés em outubro
de 2006 para se dedicar ao restructuring, à prevenção e à gestão de crise nas
empresas. Advogado na Ordem de Advogados de Paris desde 2004, ele é
titular de um Mestrado em Direito Privado da Universidade de Strasbourg
III e de um DEA de Propriedade Intelectual da Universidade de Paris II /
Panthéon-Assas.
[email protected]
RICARDO AFFONSO GUTIERREZ ALVES DE CAMARGO
Advogado. Integrante do escritório De Figueiredo Demeterco Sociedade de
Advogados. Membro da LEXNET com sede em Curitiba/PR. Graduado
em Direito com ênfase em relações sociais pela Universidade Federal do
Paraná, atua principalmente nas áreas concernentes ao Direito Privado, como
empresarial, cível e contratos.
[email protected]
RODRIGO MENDONÇA ALVARES DA SILVA
Advogado. Sócio do Escritório Bispo Vieira Alvares — Sociedade de
Advogados. Membro da LEXNET com sede em Aracaju/SE. Doutorando
em Direito Civil pela Universidade Nacional de Buenos Aires — UBA.
Especialista em Licitações e Contratos. Consultor de empresas na área de
licitações públicas. Responsável pela área de Direito Público do escritório.
Atua nas áreas do Direito Administrativo e Municipal.
[email protected]
SÉRGIO SCHWARTSMAN
Advogado. Integrante do escritório Lopes da Silva & Associados —
Sociedade de Advogados. Membro LEXNET com sede em São Paulo/SP
responsável pelo atendimento à área trabalhista. Bacharel em Direito pela
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo — 1989. Ex-professor
assistente de Direito Processual do Trabalho na PUC/SP. Palestrante,
• 33
coordenador e coautor dos livros Aspectos modernos do direito trabalhista
empresarial e O direito individual do trabalho — Argentina. Brasil. Uruguai. Professor
convidado para o módulo de Direito Empresarial do Trabalho no LLM
em Direito Empresarial — Negócios e Tributos do Instituto Business Group
— IBG.
[email protected]
STANLEY CHANEY
Associé du cabinet Ravet & Associés, LEXNET Paris, d’origine britannique,
Stanley Chaney est titulaire d’un Master en Droit International Privé
de l’Université Paris II / Panthéon-Assas et d’un DESS de Droit Privé de
l’Université Paris I / Panthéon-Sorbonne. Avocat au Barreau de Paris depuis
1973, il a été désigné à plusieurs reprises comme arbitre dans des procédures
ad hoc et institutionnelles.
Sócio do escritório Ravet & Associés, no qual participa da Equipe de
Contencioso — Arbitragem Internacional, Stanley Chaney é titular
de um Mestrado em Direito Internacional Privado da Universidade de Paris II
/ Panthéon-Assas e de um DESS de Direito Privado da Universidade de
Paris I / Panthéon-Sorbonne. De origem britânica, é advogado na Ordem
de Advogados de Paris desde 1973, foi designado, em várias oportunidades,
como árbitro em procedimentos ad hoc e institucionais.
[email protected]
THATIANA MARTINS PETROV
Advogada. Sócia do escritório Portela, Campos Bicudo e Jaloreto Advogados.
Membro LEXNET como Especialista em Direito Penal Empresarial.
Pós-graduada em Direito e Processo Penal na Universidade Presbiteriana
Mackenzie.
[email protected]
THIERRY PHILLIPE SOUTO COSTA
Advogado. Integrante do escritório Forti & Valdivieso Advogados Associados.
Membro LEXNET como Especialista em Gestão de Crise e Recuperação
34 •
Judicial. Bacharel pela Faculdade de Direito de Curitiba. Advogado falencista
especialista em recuperação judicial.
[email protected]
THOMAS ZOUARI
Elève-avocat au barreau de Paris, Thomas Zouari a rejoint le cabinet Ravet
& Associés, LEXNET Paris, en janvier 2013, après avoir eu des expériences
professionnelles dans le domaine de l’arbitrage au Brésil. Il est titulaire du
Master II «Contentieux, Arbitrage et Modes Alternatifs de Règlement des
Litiges» de l’Université Paris II / Panthéon-Assas et du Master II «Droit de
Contrats et de Pratiques Commerciales» de l’Université Paris XII / Paris-Est
Créteil.
Estudante-advogado da Ordem de Advogados de Paris, Thomas Zouari
integrou o escritório Ravet & Associés em janeiro de 2013 para a realização de
um estágio de seis meses de duração. Ele é mestre em Contencioso, Arbitragem
e Modos Alternativos de Regulamento dos Litígios pela Universidade de Paris
II / Panthéon-Assas e em Direito de contratos e de Práticas Comerciais pela
Universidade de Paris XII / Paris-Est Créteil.
VICTOR TEIXEIRA NEPOMUCENO
Advogado. Sócio do escritório Varella Advogados Associados. Membro
LEXNET com sede em Vitória/ES. Graduado em Direito pela Universidade
de Vila Velha (UVV). Especialista em recuperação judicial e falências,
atuando no contencioso empresarial, com ênfase na área de gestão de crise.
Com grande expertise em Direito Empresarial, atua na representação de
empresas em recuperação judicial e em processos falimentares, conduzindo,
inclusive, Assembleias Gerais de Credores, assessorando no planejamento
da reestruturação econômico-financeira da empresa em crise. Atua, ainda,
na seara tributária, em especial em processos administrativos fiscais e de
execução fiscal.
[email protected]
• 35
WESLEY LUIZ VIDIGAL CRESQUI
Advogado. Sócio do escritório Forti & Valdivieso Advogados Associados.
Membro LEXNET como Especialista em Gestão de Crise e Recuperação
Judicial.
[email protected]
WLADYMIR SOARES DE BRITO
Advogado. Integrante do escritório de assessoria jurídica José Oswaldo Corrêa.
Membro da LEXNET com sede no Rio de Janeiro/RJ, onde atua na área
tributária e empresarial. Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro. Especialista em Direito Fiscal pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mestre em Direito Econômico
pela Universidade Candido Mendes — Rio de Janeiro. Professor de Direito
Tributário na Faculdade Moraes Júnior Mackenzie Rio. Diretor Acadêmico
da Faculdade Moraes Júnior Mackenzie Rio.
[email protected]
YVES-MARIE RAVET
Fondateur et associé gérant du cabinet Ravet & Associés, LEXNET Paris,
Yves-Marie Ravet est amené à diriger, dans le cadre du développement
en France comme à l’étranger de ses activités, l’équipe de Restructuring –
Prévention — Traitement des Difficultés des Entreprises. Avocat au Barreau
de Paris depuis 1989, il est titulaire d’un DEA de Droit Anglo-saxon et
Nord-américain des Affaires de l’Université Paris I / Panthéon-Sorbonne et
a achevé son parcours universitaire à l’Université de Columbia, New York.
Sócio-fundador e gerente do escritório Ravet & Associés, Yves-Marie Ravet
coordena o desenvolvimento das atividades do escritório tanto no âmbito
internacional quanto na França. Ele é responsável pelas equipes “Direito de
Negócios — Corporate” e “Contencioso e Arbitragem Internacional”, assim
como “Reestruturação, Recuperação de Empresas e Falências”. Advogado
na Ordem dos Advogados de Paris desde 1989, Yves-Marie Ravet é titular
de um DEA de Direito Anglo-saxão e Norte-americano de Negócios da
Universidade de Paris I / Panthéon-Sorbonne e concluiu sua formação
universitária na Universidade de Columbia, Nova York.
[email protected]
CAPÍTULO I
A INTERDISCIPLINARIDADE DA RECUPERAÇÃO
JUDICIAL E A IMPORTÂNCIA DO TIMMING DO SEU
PEDIDO EM JUÍZO
Fabio Forti
Sumário: 1. Introdução; 2. O ciclo de vida de uma empresa; 3.
Recuperação e gestão de turnaround; 4. Lei de recuperação judicial;
5. Conclusão.
1.Introdução
A proposta deste capítulo é demonstrar as inúmeras e inesgotáveis
variáveis que podem levar uma empresa ao sucesso ou ao fracasso. Manter
um negócio funcionando e prosperando com longevidade ainda é um grande
desafio que depende de constante renovação, aprendizado e reinvenção.
De acordo com dados de uma pesquisa realizada entre os anos de 1998
e 2007 pelo SEBRAE — Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena
Empresa1, são impressionantes os números que evidenciam o despreparo e a
falta de planejamento do empresário na hora de montar e dimensionar uma
empresa.
Os resultados encontrados na pesquisa refletem que, apesar de os índices
de mortalidade dos negócios estarem diminuindo ao longo da década, ainda
são significativos, uma vez que, considerando o primeiro ano de atividade,
caíram de 35% para 27%; no segundo ano, de 46% para 38%; no terceiro
ano, de 56% para 46%; no quarto ano, de 63% para 50% e, no quinto ano de
atividade, de 71% para 62%.
1
Disponível em: <www.sebraesp.com.br/tenhoumaempresa/biblioteca/
outrosconteudos/estudosepesquisas/mortalidadedasempresas/paginas/
mortalidadedasempresas.aspx#bottom>.
38 •
— A Interdisciplinaridade da Recuperação Judicial e a Importância do
Timming do seu Pedido em Juízo —
Esses números representam o alto índice de mortalidade das empresas
no Brasil, já que, segundo a pesquisa referida, de cada 100 empresas criadas,
somente 38 empresas sobreviverão ao final do quinto ano de atividade.
Quando se trata do planejamento e da sobrevivência de um negócio,
devem-se levar em consideração fatores internos e também externos, de
macroambiente e microambiente.
Os fatores externos de macroambiente podem ser conceituados como
aqueles sobre os quais a empresa tem pouco ou nenhum controle, e que
não afetam individualmente determinada empresa, mas sim todas do setor.
Dentre eles, podemos citar as forças econômico-governamentais, políticas,
legais, tecnológicas, socioculturais e organizacionais.
Já os fatores externos de microambiente são aqueles que interferem
diretamente no mercado em que a empresa atua e que influenciam a tomada
estratégica de decisões e organização do negócio. Neste contexto, podemos
incluir os concorrentes, os fornecedores e os clientes.
Por fim, os fatores internos são aqueles intrínsecos à empresa, tais como
a capacidade financeira, qualificação dos profissionais, formas de controle,
capacidade de produção, modelo de gestão, além de outras características
próprias e particulares do negócio, da empresa e dos seus gestores.
O cruzamento e análise de todos esses fatores é que propicia o
desenvolvimento de estudos e de ferramentas para a criação de um
planejamento estratégico de viabilidade do negócio.
Ignorar esses multifatores ou não conseguir interpretá-los de maneira
adequada significa potencializar significativamente as chances da morte da
empresa.
2.O Ciclo de Vida de uma Empresa
Como visto, apesar do aumento e da disponibilidade de informações
para o sucesso de uma empresa, apenas um terço delas, aproximadamente,
sobrevive ao quinto ano de vida.
O ciclo de vida de um negócio passa pela sua constituição, crescimento,
consolidação, declínio e encerramento. Porém, isto não significa que toda
empresa está fadada ao fracasso, mas sim que os modelos de negócios são
cíclicos e que se a empresa não estiver em constante revisão do seu plano
estratégico, levando em consideração as nuances dos fatores externos e
internos, entrará numa curva decrescente que poderá levá-la à falência.
• 39
— Fabio Forti —
O gráfico a seguir demonstra, de forma didática, o ciclo de vida de uma
empresa e todas as variáveis e momentos desta curva decrescente:
Consolidação
Reinvenção
Queda
Investimentos
Crescimento
Perda de Mercado
Planejamento
Dívidas
Investimentos
Insolvência
Recuperação Judicial
Constituição
Falência/Liquidação
Fonte: material interno Forti & Valdivieso Advogados Associados.
Observa-se claramente que quando há uma consolidação de mercado,
decorrente do crescimento e da maturidade do negócio, para que ele se
mantenha há a necessidade de uma constante revisão do seu plano estratégico
e de reinvestimento da lucratividade no negócio, sob pena de gerar a perda de
mercado e o consequente declínio da operação.
O empresário que estiver atento ao seu negócio e que utilizar as ferramentas adequadas de análise e controle, por meio da aplicação de medidas
pontuais, conseguirá corrigir a rota e voltar a crescer, além de reposicionar a
empresa no mercado.
Se nenhuma medida corretiva for tomada ou aplicada, em desconformidade com os indicativos multifatoriais, a empresa passa a contrair dívidas,
podendo chegar à iliquidez e à insolvência.
Podemos enumerar diversas causas para o declínio de uma empresa,
tais como: má gestão, falta de controle financeiro ou controle inadequado,
crescimento acelerado, grandes projetos, aquisições, falta de exposição
ou esforço de marketing inadequado, falha nas políticas financeiras e
organizacionais, comercialização com margens equivocadas, aumento
exagerado de comercialização, gestão ineficiente de capital de giro, além de
causas externas, como concorrência, oscilações representativas nos preços
das matérias-primas, dentre outras.
Como caracterizado no gráfico, para os diversos níveis de declínio e
depreciação da empresa existem diversas formas de reinvenção, ressurgimento,
renascimento e transformação.
40 •
— A Interdisciplinaridade da Recuperação Judicial e a Importância do
Timming do seu Pedido em Juízo —
Quando a empresa não mais consegue, mediante seus próprios esforços
e/ou expertises, reposicionar-se no mercado, há a necessidade de buscar auxílio
externo.
3.Recuperação e Gestão de Turnaround2
Geralmente, os gestores externos contratados pelas empresas — e que
em regra são profissionais das áreas financeira, econômica, administrativa e
jurídica — buscam soluções por meio de medidas corretivas de curto prazo,
visando solucionar os problemas de caixa, de iliquidez e de endividamento.
Normalmente, o ataque a estas premissas leva à tomada de decisões
equivocadas, como renegociações para o alongamento da dívida sem
condições de cumprimento, demissões de pessoas estratégicas, alavancagem
fiscal e financeira a juros exorbitantes, perda patrimonial, entre tantas outras
que poderiam ser enumeradas.
A recuperação da empresa depende de uma análise dos multifatores, do
entendimento das causas dos problemas que geraram a perda de mercado,
iliquidez, o endividamento e a insolvência.
Para que isto ocorra, faz-se necessária a realização de um diagnóstico
prévio, que deverá ter como premissas: identificar a real situação da empresa
sob o aspecto operacional e financeiro — Demonstração de Resultados do
Exercício (DRE) realizado e projetado e fluxo de caixa —; analisar todas as
opções disponíveis para determinar as possibilidades de recuperar a empresa;
estabelecer os pressupostos de sobrevida do negócio em curto prazo; entender
todo o endividamento e as contingências do negócio e como esses fatores
podem afetar sua reestruturação; além de analisar o nível de cooperação e
comprometimento das peças-chave da empresa.
Esse diagnóstico deve ser confeccionado em curto prazo, por uma
equipe multidisciplinar, com o intuito de gerar elementos para a interpretação
2
O turnaround se caracteriza, em linhas gerais, pelo conjunto de procedimentos tendentes a identificar as falhas da empresa e reorganizá-la por
completo, de modo a superar a crise pela qual esteja passando e propiciar
seu soerguimento no mercado. Pode se efetivar mediante repactuação de
dívidas, introdução de nova gestão empresarial, dentre outras medidas
estratégicas.
— Fabio Forti —
• 41
das causas do declínio, refletida no caixa e na iliquidez, para a formação do
plano de negócios e de reestruturação e/ou de transformação da empresa.
A análise desse diagnóstico para a formação do plano de negócios e de
reestruturação e/ou de transformação da empresa deve se dar por meio
de uma visão holística. Assim, devem ser observadas as relações multidisciplinares (administrativas, econômicas, financeiras, jurídicas, contábeis, de produção, comerciais e operacionais) e a inter-relação desses fatores, buscando
correlacionar todas as causas e consequências das premissas e ações do plano
a ser posto em prática.
Se qualquer das premissas analisadas no diagnóstico indicar a
inaplicabilidade do plano de recuperação do negócio, em virtude do seu
tempo de maturação, mesmo com uma gestão eficiente de turnaround, a Lei
n. 11.101/2005 surge como alternativa eficiente por criar um anteparo
jurídico para solucionar essa questão temporal.
4. Lei de Recuperação Judicial
A Lei n. 11.101/2005 surgiu como uma ferramenta legal apta a permitir
a recuperação de empresas em crise. Apesar de todas as suas lacunas,
inconsistências e críticas que recebe, a lei está em consonância com as técnicas
de gestão de turnaround dentro da visão multifatorial e interdisciplinar.
Muito frequentemente os doutrinadores e operadores do direito faziam
severas críticas ao Decreto-lei n. 7.661/45 por outorgar competência aos
juízes para a análise de mérito da sobrevivência ou da morte da empresa.
Imputava-se à empresa concordatária e aos seus credores, independente das
suas vontades, o pagamento das dívidas em até dois anos ou com redução de
até 50% do seu valor, sem que estes tivessem elementos e expertise para emitir
qualquer juízo sobre a viabilidade do negócio.
Como consequência, ao longo dos anos a concordata caiu em descrédito
devido à segregação dos credores e à falta de critérios objetivos e substantivos
que validassem a viabilidade de recuperação das empresas, transformando a
concordata em oportunidade de utilização do judiciário para a legitimação de
inúmeras fraudes. Neste contexto, a Lei n. 11.101 entrou em vigor em 2005 com a missão de
aproximar as empresas viáveis de sua efetiva recuperação, com forte influência