educação para a paz
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educação para a paz
EDUCAÇÃO PARA A PAZ *Caio Feijó Apresentaremos neste trabalho, as principais causas geradoras de conflitos inter relacionais. Justificaremos o conteúdo e ofereceremos propostas de mudanças comportamentais aos educadores em geral, objetivando capacitação dos mesmos para a oferta de uma educação para a paz. Podemos nomear o conflito como a “ausência de paz”. Esta se apresenta, invariavelmente, na forma da intolerância e no desrespeito as diferenças, tanto as raciais e sociais como as políticas e religiosas. Esses conflitos se manifestam em comportamentos como a coerção e a manipulação, na disputa pelo poder, o que têm transformado o homem, ao longo do seu desenvolvimento, num ser cada vez mais distante dos valores humanos mais essenciais. Nascemos assim? – Não! - Fomos condicionados a privilegiar determinados comportamentos a partir de aprendizados ao longo do nosso desenvolvimento Psico-Social. Aprendemos, por exemplo, a manipular pessoas (Nazaré-Aga 2001), a conseguir o que queremos das pessoas pela coerção (Sidman 1995), a nos defendermos das ameaças do meio com a utilização de mecanismos de defesa como o deslocamento, a projeção e a negação (Kaplan & Sadock 1993), fatores que geram, por exemplo, as diferenças sociais, uma das variáveis responsáveis pela violência e pelo comportamento anti-social (Feijó 2005). * Caio Feijó é Psicólogo com larga experiência Clínica no atendimento a famílias e em Psicologia Educacional no atendimento a alunos pais e professores. Mestre em Psicologia da Infância e da Adolescência, especialista em prevenção a Drogadição, DST/Aids e Comportamentos Anti-Sociais, e na capacitação de educadores para a remissão de indisciplina. É professor universitário das disciplinas: Desenvolvimento Pessoal, Desenvolvimento Interpessoal e de Mediação e Resolução de Conflitos na FACINTER, e de Psicologia aplicada na FAMEC. Autor do livro: PAIS COMPETENTES, FILHOS BRILHANTES (Os Maiores Erros dos Pais na Educação dos Filhos e os Sete Princípios Fundamentais Para Prevenir Essas Falhas). Tanto o Condicionamento Clássico, pareamento de um estímulo neutro com o estímulo natural que origina a resposta, por um período tal que, após a retirada do estímulo natural, o comportamento se mantém como resposta somente ao estímulo neutro, quanto o Condicionamento Operante, no qual o indivíduo aprende a agir sobre o meio para obter a resposta desejada (Skinner 1953), são as únicas formas de aprendizagem que podem explicar o quê e porquê somos. Para a ciência da Psicologia do Comportamento Humano, somos todos frutos do condicionamento. Mesmo que o aprendizado tenha ocorrido, por exemplo, pela Modelação, a imitação do comportamento recompensado do outro (Bandura 1969), ou por outras explicações teóricas como instinto e personalidade, o comportamento adquirido sempre será resultado de Condicionamento, (Feijó 2005). Com isso queremos dizer: por condicionamento, aprendemos também que, tirar vantagem, subjugar o próximo, coagi-lo e manipulá-lo para que não represente ameaças aos nossos interesses, é o objetivo de quem se auto denomina como “socialmente correto”. Dizem eles: “o mundo é dos mais fortes”, ignorando ou, ao menos, não dando a mínima importância para as conseqüências. É possível modificar os paradigmas dessa população? - Muito difícil! Essas pessoas querem manter tudo como está, não possuem motivações para mudanças, não acreditam na paz. No entanto, quando falamos em ausência de paz, pensamos imediatamente nestas pessoas e nas guerras, no entanto, podemos constatar os comportamentos acima descritos, lá nas fases mais iniciais do desenvolvimento humano quando, por exemplo, os mesmos fenômenos ocorrem em casa entre irmãos ou na escola entre alunos (Patterson 1992). Nesta população, sim, é possível a construção de valores voltados para ao equilíbrio, para a homeostase. A nossa proposta é a oferta de opções a pais e educadores para que cultivem junto a seus filhos e educandos, a “Educação Para a Paz”, pela prevenção aos comportamentos antisociais indesejados (Feijó 2005). Somos nós, os educadores, interessados e dispostos a mudanças, os instrumentos para mudar o futuro do quadro que se apresenta. Pra tanto, precisamos, antes de mais nada: 1) Rever nossas posições no que diz respeito a: Referência (que exemplo somos), Oferta de Afeto e Atenção, Respeito às Individualidades e Adaptação à Mudanças. 2) Identificar os nossos verdadeiros valores humanos e promover a nossa mudança interior. Com a conscientização de que a paz começa dentro de cada um, e com boa disposição para mudanças, poderemos, então, promover a educação para a paz junto aos nossos jovens. Os passos: 1) A instituição de valores como: Cooperação, Justiça, Consenso, Moral e Ética, Respeito, Humanização, Cidadania e Liberdade X Responsabilidade. A metodologia para a apresentação desses valores a Crianças e adolescentes deverá ser através de dinâmicas de grupo e (ou) atividades grupais de ações sociais (Serrão & Baleeiro 1999), e 2) Ensinar os jovens as habilidades Sociais mínimas necessárias para uma convivência interrelacional saudável, como a Comunicação Assertiva, por exemplo (Del Prette 2001) e Reforçamento Positivo (Sidman 1995). Com essas ações, espera-se obter significativas mudanças nos comportamentos dos jovens que, incentivados e motivados, poderão se transformar em multiplicadores da educação para a paz. Assim estaremos promovendo reais mudanças, estaremos exercendo o nosso papel de educadores, estaremos cultivando a paz e promovendo reais transformações numa sociedade carente de reconhecimento às diferenças e de respeito aos valores humanos básicos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Bandura A. (1969) - Principles of Behavior Modification. New York: Holt, Rinehart & Winston Del Prette, Zilda A. P. Del Prette, Almir (2001) – Psicologia das Habilidades Sociais, Petrópolis, Vozes Feijó, Caio F. (2005) - Pais Competentes, Filhos Brilhantes. São Paulo, Navegar Kaplan, Harold I., Sadock, Benjamin, J. (1993) Compêndio de Psiquiatria (Ciências Comportamentais e Psiquiatria Clínica) – Porto Alegre, Artes Médicas Nazar-Aga, Isabelle (2001) - Os Manipuladores Estão Entre Nós. Rio de Janeiro, Ediouro Patterson, G. R. J. and Disshion, T. (1992) - Antissoial Boys. EUA, Castalia Publishing Company Serrão, Margarida, Baleeiro, Maria C. (1999) – Aprendendo a Ser e a Conviver, São Paulo, FTD Sidman, Murray, (1995) – Coerção e Suas Implicações. São Paulo, Editorial Psy Skinner, B. F. (1953) - Science and Human Behavior. New York: Macmillan PALAVRAS CHAVE Educação – Mudanças – Valores - Paz