Ação 176.pmd

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Ação 176.pmd
Passar em um concurso e ingressar
no BB deixou, há muito, de ser o
sonho de grande parte dos brasileiros.
O jornal Ação foi atrás do que
significava ter um emprego no Banco
e, por meio de pesquisas e
projeções, revela as perspectivas
de fazer carreira e o abismo
existente entre os salários dos
antigos e novos funcionários.
Conheça o trabalho da ANABB junto a deputados e
senadores. Acompanhamento de projetos detecta
tendências e pode mudar os rumos de uma votação.
Medicina se rende às terapias alternativas para curar o estresse.
Ação abr-mai/2005
Saiba como viver mais feliz.
1
VITÓRIA NA JUSTIÇA
A crença, a esperança e a confiança na
ANABB e na Justiça foram decisivas para
um final feliz. Agradeço aos dirigentes,
funcionários e competentes advogados
pelo recebimento da açao FGTS-Planos
econômicos, após 10 anos de luta.
Celso Augusto S. Almeida
Resende - RJ
SITE ANABB
Parabéns, agora está perfeito. Os associados não terão mais problemas para se comunicarem com a ANABB. O site está completo. Tudo o que se fizer daqui para frente
é só a busca por uma qualidade ímpar.
Alziro Almeida Santos
Rio de Janeiro - RJ
FARRA NO CONGRESSO
Sou associada da ANABB e gostaria de
expressar minha indignação com alguns
fatos relacionados ao Governo. Estou
extremamente indignada com a elevação de 25% da verba de gabinete dos
deputados federais! Os parlamentares
já têm um salário abusivo e, com todos
os outros direitos que eles têm, as retiradas mensais chegam a aproximadamente R$ 100 mil. Enquanto isso, a desigualdade social aumenta... Não, não é
possível suportar isso.
Romana Gália Koblitz Flejs
Curitiba - PR
SEGURO DECESSO
Solicito informar quais documentos e
providências devo tomar para receber o
seguro Decesso. Pretendo deixar a burocracia em ordem para quando chegar a
minha vez, espero que demore bastante.
Sylvio Augusto de Barros
Araraquara - SP
NR: Desejamos a você uma vida longa,
Sylvio. Mas, para responder a sua dúvida, informamos que as corretoras dispõem de dois números de telefones para
obter qualquer esclarecimento sobre seguros. Para o Decesso Automático, o número é o 0800 61.7777. Já para os dois
seguros opcionais, o Decesso Complementar e o Decesso Complementar
Master, o telefone para informações é
0800 644.2121. Você ainda pode acessar o site www.anabb.org.br, clicar em
“Produtos e Serviços”, depois em “Seguros” e, acessar o link “Seguros podem
ajudar na hora mais difícil”.
BRASIL SEM FOME
Recebi o boleto bancário do Brasil Sem
Fome e é com muito prazer que estou
participando da campanha. Na oportunidade, quero agradecer-lhes pela conclusão do processo relativo aos planos
econômicos. Recebi bem mais do que
esperava e muito além do que a CEF se
propunha a pagar, caso aderisse ao
acordo com o Governo. Oxalá a ANABB
continue a ser dirigida por pessoas que
realmente estejam comprometidas com a
preservação do BB e o bem estar de seus
funcionários.
Maurício Marques dos Santos
Três Corações - MG
ERRATA
Na última edição do Jornal Ação, publicamos com erro o endereço de um site
sobre estresse. O endereço correto é
www.ismabrasil.com.br.
Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem
ser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências assinadas e que sejam
selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB
ANABB.. As cartas que se referem a outras entidades ,
como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas.
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Ação abr-mai/ 2005
DIRETORIA-EXECUTIVA
VALMIR CAMILO
Presidente
GRAÇA MACHADO
Diretora Administrativa e Financeira
ÉLCIO BUENO
Diretor de Comunicação e Desenvolvimento
DOUGLAS SCORTEGAGNA
Diretor de Relações Funcionais, Aposentadoria
e Previdência
EMÍLIO S. RIBAS RODRIGUES
Diretor de Relações Externas e Parlamentares
CONSELHO DELIBERATIVO
ANTONIO GONÇALVES (Presidente)
Ana Maria Dantas Leite
Augusto Silveira de Carvalho
Camillo Calazans de Magalhães
Cecília Mendes Garcez Siqueira
Denise Lopes Vianna
Éder Marcelo de Melo
Fernando Amaral Baptista Filho
Henrique Pizzolato
Inácio da Silva Mafra
José Antônio Diniz de Oliveira
José Branisso
José Sampaio de Lacerda Júnior
Luiz Antonio Careli
Mário Juarez de Oliveira
Mércia Maria Nascimento Pimentel
Paulo Assunção de Sousa
Romildo Gouveia Pinto
Tereza Cristina Godoy Moreira Santos
Vitor Paulo Camargo Gonçalves
Willian José Alves Bento
CONSELHO FISCAL
CLÁUDIO JOSÉ ZUCCO (Presidente)
Antonio Carlos Lima Rios
Antonia Lopes dos Santos
Humberto Eudes Vieira Diniz
Naide Ribeiro Junior
Osvaldo Petersen Filho
DIRETORES ESTADUAIS
Marcos de Freitas Matos (AC)
Ivan Pita de Araújo (AL)
Marlene Carvalho (AM)
Aliete Maria Cunha Sarmanho (AP)
Pedro Paulo Portela Paim (BA)
Francisco Henrique Ellery (CE)
Elias Kury (DF)
Sebastião Ceschim (ES)
Saulo Sartre Ubaldino (GO)
Miguel Ângelo R. e Arruda (MA)
Francisco Alves E. Silva (MG)
Edson Trombine Leite (MS)
Armindo Vitor da Silva Filho (MT)
José Marcos de Lima Araújo (PA)
André Luiz de Souza (PB)
Luiz Gonzaga Ferreira (PE)
José Ulisses de Oliveira (PI)
Aníbal Rumiato(PR)
Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)
Herminio Sobrinho (RN)
Francisco Assumpção (RO)
Maria de Jesus M. Mourão (RR)
Edmundo Velho Brandão (RS)
Carlos Francisco Pamplona (SC)
Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)
Armando Cesar F. dos Santos (SP)
Crispim Batista Filho (TO)
ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF
Atendimento ao associado: (61) 442.9696 Geral: (61) 442.9600
Site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected]
Redação: Ana Cristina Padilha e Fernando Ladeira
E-mail: [email protected]
Edição e Editoração: Optare Comunicação
Editora e jornalista resp.: Renata Feldmann Revisão: Maria Júlia Luz
Periodicidade: mensal Tiragem:104 mil Capa: Arquivo
Impressão: Gráfica e Editora Positiva Fotolito: Colorpress
Eu e as lavadeiras
de roupa suja
Sempre achei que lavar roupa suja tem lugar certo: em casa. A exposição de entidades como a
Previ, na mídia externa, para alguns, é vista como prejudicial. A tese me agrada e até certo momento
da minha vida, concordei com ela integralmente. No entanto, recentemente andei me fazendo
algumas perguntas. Uma delas é: – Desconsiderando as matérias que provoquei, existe algum outro
fundo de pensão que apareça na mídia, mais do que a Previ? Existe algum outro fundo de pensão que
briga mais com sócios que a Previ? Não. Não existe.
Fui buscar na memória os momentos que fizeram da Previ um atrativo para os jornalistas. O espaço no tempo é grande, e
começou nos tumultuados processos de privatizações nos governos Sarney, Collor, Itamar e FHC, sempre pontuados por críticas ferrenhas da oposição de outrora, que, por ironia do destino, é ou tem relações estreitas com os criticados de hoje. O interesse do
Partido dos Trabalhadores pela Previ foi registrado de forma indelével nas eleições de 1998 e 2000. Em 1998, pela primeira vez,
uma união entre o Garef, a ANABB e uma parcela dos chamados minoritários do Movimento Sindical, ousou enfrentar a Articulação
Bancária do PT e venceu. Pizzolato, Valmir Camilo, Fernando Amaral, Paulo Trapp, entre outros, foram, assim, ocupar cargos na
direção da Previ.
Em 2000, a dicotomia entre a Articulação Bancária e as outras forças políticas foi quebrada. As disputas, tanto para a Cassi
quanto para a Previ, ganharam contornos diferentes. Desta vez, de um lado a Articulação Bancária, a Democracia Socialista e o
Pizzolato; do outro, Fernando Amaral, PCdoB, outras correntes de esquerda do PT e algumas associações de aposentados; e uma
terceira força completava a disputa com o apoio da ANABB, parte das associações de aposentados e demais sindicatos. Na
Cassi, vitória da chapa apoiada pela ANABB. Na Previ, uma pesquisa realizada na quinta-feira anterior ao início das votações,
também apontava vitória tranqüila da chapa apoiada pela ANABB. A chapa era composta por Augusto Carvalho, Camillo
Calazans, Romildo Gouvêa Pinto, Luiz Antônio Careli, entre outros, e tinha ênfase no componente técnico, pretendendo a reeleição
do Vítor Paulo, um dos mais profundos conhecedores de Previ.
No domingo, véspera do início das votações, o jornal Estado de São Paulo trazia duas páginas encomendadas. Os assuntos
eram basicamente dois: “Vítor Paulo, como diretor da Previ, depositava dinheiro na conta do ex-senador Luiz Estevão”. O senador,
ocupava então,100% da mídia e era o demônio do momento às portas da cassação . O outro assunto anunciava que “Camillo
Calazans estava sendo processado pela Secretaria de Previdência Complementar - SPC”. Essas mentiras foram verdadeiras bombas que mudaram os rumos da eleição e acabaram dando a vitória para a chapa da Articulação Bancária, colocando na Previ
Sérgio Rosa e Erik Person, entre outros. Ao final, restou uma resposta lacônica da Previ, sete meses depois do ocorrido, de que jamais
havia depositado dinheiro na conta de Luiz Estevão.
Quanto a Calazans, esta deve ser a única marca numa trajetória de honestidade, competência, amor ao Banco do Brasil,
fidelidade às coisas públicas e paixão pelas entidades do funcionalismo do Banco. Um homem que presidiu o Banco do Brasil, o
Instituto Brasileiro do Café, o Banco do Estado do Sergipe e deixou, por onde passou, a marca registrada do trabalhador e executivo
que serviu ao País com toda a dignidade. Aquela “armação” colocava a mídia externa, pela primeira vez, nas disputas eleitorais de
nossas entidades. Como os jornais dos sindicatos não estavam merecendo a credibilidade do funcionalismo, foi preciso usar a
“mão do gato”. Antes que as mentiras caíssem por terra, o resultado eleitoral já tinha sido alcançado.
Ironia do destino: a mesma Secretaria de Previdência Complementar, que foi usada para dar crédito às denúncias, cassou os
mandatos de Sérgio Rosa e de Erik Person, os quais só os tiveram devolvidos por obra e graça de um acordo político com os derrotados e injustiçados. Estes, por coerência, decidiram que um Interventor não poderia se sobrepor à vontade manifestada pelo voto
do funcionalismo, mesmo que em eleição viciada pela mentira. A mídia, no passado, foi usada para o mal e o caminho não fui eu
que escolhi. Hoje, representa a única oportunidade de vencer o silêncio da falta de interlocução, da quebra de compromisso e da
ausência de respeito pela democracia.
Neste País de abandonados, com certeza, pelo menos muitas donas de casa me darão razão, pois roupa suja também se
lava nos rios, córregos e lagos.
Valmir Camilo
Presidente da ANABB
Ação abr-mai/2005
3
Era uma
vez um
paraíso...
por André Lacerda
Fotos: Keystone
Num tempo não muito distante, o Banco do
Tesouro Nacional em 1996 – a empresa foi forçada a
Brasil era o sonho de vida de muita gente que busandar com suas próprias pernas. O arrocho foi duro
cava um futuro promissor. Bastava passar no cone refletiu-se nos contracheques dos funcionários.
curso para se tornar um
A média de salários paga
bom partido, cobiçado por
pelo BB é apenas a 37ª mais
Salários do BB estão
toda a família que quisesse
alta entre os 50 maiores bancasar as filhas. Pode parecer
cos do País. No ano passado, o
entre os piores pagos
caricatural, mas esta era,
valor mensal ficou em R$
menos de duas décadas
2.600, de acordo com o Banco
pelas grandes
atrás, a realidade da maior
Central – que considera nas
instituições
financeiras
instituição bancária do País.
estatísticas todos os trabalhaA situação atual é inteiradores, incluindo estagiários e
do País.
mente diferente. Um emterceirizados, o que leva o conprego no BB, hoje, vale tanto
tingente a 106.061. Se a conta
quanto o de qualquer outro concorrente do setor –
se limitar apenas aos 82.671 funcionários, a média
em alguns casos, nem isso.
salarial do BB sobe para R$ 3.071, segundo a DireAs condições salariais no Banco vêm se detetoria de Gestão de Pessoas da empresa.
riorando nos últimos anos, fruto
de um brutal ajuste na estrutura
de custos da empresa. A estratégia oficial buscou adequar o
CATEGORIA
PERDA (%)
DIFERENÇA
atual
Pré-97
BB ao ambiente de mercado, no
E1
780,30
780,30
qual, com o fim da inflação gaE2
803,70
873,94
70,24
8,04%
lopante e a crescente informaE3
828,00
978,81
150,81
15,41%
tização, a competição tornou-se
E4
852,30
1.096,27
243,97
22,25%
E5
877,80
1.227,82
350,02
28,51%
bastante acirrada. Desde a úlE6
904,50
1.375,16
470,66
34,23%
tima grande injeção de capital –
E7
931,50
1.540,17
608,67
39,52%
os R$ 8 bilhões aportados pelo
E8
959,10
1.724,99
765,89
44,40%
4
Ação abr-mai/ 2005
E9
E10
E11
E12
988,50
1.017,60
1.048,50
1.079,70
1.931,99
2.241,11
2.599,69
3.015,64
943,49
1.223,51
1.551,19
1.935,94
48,84%
54,59%
59,67%
64,20%
2000
2001
2002
2003
2004
Sob qualquer aspecto, o que se verifica é
um mergulho nas remunerações pagas aos
empregados do Banco. Em apenas cinco
anos, a redução nos valores médios reais foi
de 27,8% – considerando as informações
contábeis disponíveis no banco de dados do
BC e que cobrem apenas os exercícios a partir de 2000 – ou de 19,6%, se usado o padrão
adotado pelo BB. Quando a referência é
1998, ano em que as mais recentes mudanMédia 10 maiores
3,1
3,3
2,9
2,9
ças no plano de cargos e salários – PCS – começaram a surtir efeito integralmente, a perda
real acumulada até 2004 chega a 29,6%,
mesmo se aplicados os parâmetros estatísticos utilizados pelo BB.
DESPESAS DE MENOS, LUCRO
Entre as grandes instituições que atuam no País,
DEMAIS
o BB só paga melhor hoje que a Caixa Econômica
O total gasto pelo BB com o pagamento dos
Federal (média de R$ 2 mil), o HSBC e o Itaú, ambos
proventos de seus empregados vem caindo ao longo
com média mensal de R$ 2.200 mil. Nesse grupo, o
da última década. A queda real – ou seja, desconmaior valor está no Safra: R$ 3.800. No início da détada a inflação acumulada pelo INPC entre 1995 e
cada, além do próprio Safra só a Nossa Caixa ficava
2004 – foi de 34%: no período, tais despesas passaà frente do BB em matéria de salários médios. “Os
ram de R$ 4,77 bilhões para R$ 3,15 bilhões. Entre
bons resultados alcançados recentemente pelo Ban1998 (exercício a partir do qual a instituição tem disco permitiriam rediscutir e melhorar as atuais condiponíveis informações sobre seu quadro de pessoal) e
ções de salário”, argumenta Luciano Fázio, ex-ecoo ano passado, os gastos totais com esta destinação
nomista do Dieese e hoje na controladoria da
caíram 26,5% embora o contingente de funcionários
Funcef.
tenha crescido 14,3%.
O encolhimento nos vencimentos médios pagos
O declínio das despesas de pessoal soma-se à
pelo Banco do Brasil acompanha tendência de merelevação nas receitas com prestação de serviços
cado. Descontada a inflação do período, a média
para compor parte da fórmula de gestão seguida
salarial entre as dez maiores instituições do País era
hoje pelo Banco do Brasil. Em 2004, a empresa quade R$ 3.100 em 2000. No ano passado, o valor caiu
se conseguiu quitar sua folha usando apenas o que
a R$ 2.800. Como se pode observar, o ritmo de rerecebeu de seus clientes a título de cobrança de tadução no BB foi quase três vezes maior do que a dirifas e sob a forma de taxas de administração recominuição verificada na média dos dez maiores banlhidas de aplicadores. O chamado índice de cobercos que atuam em território nacional: 9,7% nos últitura da instituição bateu em 96,9%, bem mais que os
mos cinco anos.
56,7% verificados apenas cinco anos atrás. Em mais
CATEGORIA
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
E8
E9
E10
E11
E12
pós-mudança
1036,87
1067,98
1100,01
1133,02
1167,01
1202,02
1238,08
1275,21
1313,48
1352,89
1393,47
1435,28
DIFERENÇA
256,57
264,28
272,01
280,72
289,21
297,52
306,58
316,11
324,98
335,29
344,97
355,58
PERDA (%)
24,74%
24,75%
24,73%
24,78%
24,78%
24,75%
24,76%
24,79%
24,74%
24,78%
24,76%
24,77%
CATEGORIA
E1
E2
E3
E4
E5
E6
E7
E8
E9
E10
E11
E12
pré-97
1036,87
1161,82
1301,40
1457,57
1632,86
1829,40
2049,31
2295,78
2571,46
2983,13
3460,66
4014,69
DIFERENÇA
2,8
PERDA (%)
256,57
24,74%
358,12
30,82%
473,40
36,38%
605,27
41,53%
755,06
46,24%
924,90
50,56%
1117,81
54,55%
1336,68
58,22%
1582,96
61,56%
1965,53
65,89%
Ação abr-mai/2005
2412,16
69,70%
2934,99
73,11%
5
foram os empregados com mais tempo
de casa, justamente os que tinham samuladas nos últimos dez lários mais altos e faziam jus a mais e
melhores benefícios indiretos.
Em seguida, o BB determinou uma
anos chegam a 60,5% no
brusca mudança no seu plano de carBB, contra 17,4% dos
gos e salários – PCS. A alteração ocorreu a partir de agosto de 97, quando
bancos privados.
foram reduzidos os percentuais de aumento automático concedido a cada
três ou quatro anos de serviço prestado – o interregum aspecto, o BB
no variava de acordo com o degrau do funcionário
aproxima sua feino PCS. Anteriormente, a cada mudança de faixa o
ção da de seus
vencimento-padrão (VP) era reajustado em 12% (paconcorrentes –
ra as categorias E1 a E9) ou 16% (de E10 a E12).
neste indicaDesde então a variação por faixa foi padronizada
dor, a média
em 3%, concedidos, também de forma linear, a cada
dos 50 maiores
três anos.
bancos do País ficou em
A mudança na composição da tabela de VP
110,25% no ano passado,
acarretou
enormes perdas salariais para os funciosegundo dados do BC.
nários. O Ação fez várias simulações para mostrar
O corte nos gastos
quanto os empregados do BB deixaram de ganhar
com pessoal é resultado de
com a alteração. Se a regra de progressão anterior
um processo em três etapas
ainda estivesse em vigor, o vencimento-padrão para
implementado no Banco
a categoria E12, a mais alta, seria hoje de R$
desde meados da década
3.015,64. O valor equivale a R$ 1.935,94 mais do
passada. O início do ajuste
que o teto efetivamente praticado hoje, o que reprefoi o programa de demissões
senta perda salarial, nessa faixa, de 64,2%. Nos esvoluntárias lançado pelo BB
tratos inferiores, os prejuízos são decrescentes, cainem 1995. Na ocasião,
do a 8,04% na categoria E2, o segundo degrau da
13.388 funcionários se desescala de VPs.
ligaram da empresa. O alvo
Perdas salariais acu-
Exercício
Salário médio (R$)*
Concurso
1998
1999
2001
2002
2003
Situação Atual
Remuneração (R$)*
1.551,43
1.437,76
1.289,44
1.223,68
1.237,48
1.500,94
(mar/2005)
*Em valores de março de 2005, deflacionados pelo INPC.
6
Ação abr-mai/ 2005
Arquivo
A mudança no PCS somou-se ao achatamento
atraente. As estatíssalarial resultante da política de reajuste zero (ou
ticas referentes ao
quase isso) vigente no BB ao longo da gestão Ferconcurso de 1999
nando Henrique – a terceira vertente do ajuste. Des– o último de âmde 94, os funcionários da instituição só conseguiram
bito nacional cujo
reajuste acima da inflação no ano passado. Depenprocesso de conBons resultados alcançados pelo Bandendo do índice de correção usado, as perdas salatratação já foi enco do Brasil permitiriam melhorar sariais acumuladas somente em função desta defasacerrado – evidenlários, defende o economista Luciano
gem oscilam entre 57,7% e 60,5%, enquanto nos
ciam isso. Dos
Fazio
bancos privados a diferença em relação à inflação
64.812 aprovados,
do período ficou entre apenas 11,5% e 17,4%.
metade foi efetivamente convocada. Entretanto, um
Quando os efeitos da mudança na estrutura
em cada quatro chamados para atuar no BB recuda tabela de VP são somados aos das perdas pela
sou-se a ingressar nos quadros da empresa: 6.201
ausência de reajuste anual pela
desistiram e 2.132 seinflação, o tamanho do prejuízo
responderam à
O quadro é de desmotivação. quer
bate nas alturas. Se o formato de
convocação, algo improgressão anterior estivesse em
pensável num passado
Um em cada quatro convigor e os valores padrões
não tão longínquo. Em
tivessem sido corrigidos
Estados como São
vocados a ingressar no BB
respeitando-se os índices de
Paulo, onde as condinão
toma
posse
e
o
índice
de
custo de vida medidos pelo INPC
ções do mercado de trano período, o menor VP seria
balho são melhores, o
abandono
é
cada
vez
maior.
hoje de R$ 1.036,87 e não
percentual de desisapenas R$ 780,30. Na ponta de
tentes é ainda mais alto:
cima da tabela, o VP válido para a categoria E12
para 5.393 convocados, 2.017 não quiseram tomar
alcançaria R$ 4.014,69 – quase quatro vezes o valor
posse no BB.
efetivamente praticado atualmente pelo BB.
Mesmo entre os que aceitaram se sujeitar às
condições mais drásticas impostas recentemente pelo BB, não são raros os casos de abandono.
ABISMO SOCIAL
Marcelo Xavier, hoje na Gerência de Logística em
A conseqüência disso é que trabalhar no
Belo Horizonte, conta que, dos sete colegas que toBanco do Brasil tem se tornado cada vez menos
maram posse com
ele há cinco anos
na agência Praça
da Liberdade,
em R$ mil
apenas dois conExercício
Qtde de Funcionários
tinuam no Banco.
“Eram pessoas
1998
72.350
dispostas a per1999
69.437
manecer aqui so2000
78.201
mente enquanto
2001
78.122
estivessem na faculdade. Tão logo
2002
78.619
se formaram, saí2003
80.640
ram”, relata ele,
2004
82.671
que também é arquiteto. “Alguém
*Em valores de dezembro de 2004, deflacionados pelo INPC
que conseguiu
Ação abr-mai/2005
7
passar em um concurso tão difícil deveria ser melhor aproveitado. Salários como os atuais não condizem com uma
empresa do porte e da importância do
BB”, completa Alexandre Santos Sampaio, que deixou a empresa em 2002,
depois de 32 anos de serviço.
No ambiente das agências é visível
o abismo que separa os antigos servidores dos mais novos. “O envolvimento dos
novos funcionários com o Banco é incomparavelmente menor do que o dos
mais antigos. Eles entram na empresa e
acabam se decepcionando. A maior parte usa o emprego como um trampolim
para buscar algo melhor”, relata Carlos
Teixeira, hoje trabalhando em Divinópolis (MG) e há 20 anos no BB. Prevê-se
para este ano o ingresso de 7 mil novos
funcionários na empresa.
Os próprios salários de ingresso
praticados pela instituição espelham a
desilusão. Segundo a Diretoria de Gestão de Pessoas do BB, o valor bruto está
em R$ 1.500,94, montante que inclui R$
495,56 a título de auxílio-alimentação.
Tudo somado, sem os tíquetes e após os
descontos, chegam ao bolso dos empregados cerca de R$ 850,00. A funcionária EMS*, que tem dois anos e meio de
Banco, discorda. “O meu vencimento
padrão é de R$ 780,00. Recebo ainda
R$ 195,00 a título de gratificação semestral que foi incorporada ao salário”, afirma. “O auxílio-alimentação não pode
ser considerado verba salarial ele não é
tributado e nem é considerado para
cálculo de FGTS.”
Ainda de acordo com o Banco do
Brasil, quando da seleção realizada em
99, o vencimento bruto total equivalia a
R$ 1.551,43, corrigido pelo INPC do período. Em termos constantes (ou seja,
descontada a inflação), o piso bruto alcançou seu mais baixo patamar em
2002: R$ 1.223,68.
* nome omitido a pedido da funcionária
8
Ação abr-mai/ 2005
ATRATIVOS MENORES
Não são apenas salários cadentes que marcam o período recente no Banco. Os funcionários que ingressaram na
empresa a partir da mudança no PCS também passaram a
dispor de vantagens menores. Não contam mais, por exemplo,
com o benefício da licença-prêmio – de 18 dias para cada ano
trabalhado – nem com os anuênios, que somavam 1% ao
salário a cada ano de permanência na companhia e, desde
97, não são mais concedidos a nenhum empregado.
Entre os poucos benefícios que ainda poderiam seduzir
novos entrantes no BB estão as aposentadorias pagas pela
Previ e a cobertura assistencial prestada pela Cassi. Junte-se a
isso a possibilidade de contar com a ajuda da instituição para
bancar estudos e, com isso, potencializar as chances de fazer
carreira ascendente na empresa. “O que ainda prende muitos
ao Banco é esta hipótese, mas isso só uma minoria consegue”,
narra Hélio Germano, aposentado há oito anos, depois de 29
na empresa. Hoje atuando como instrutor do BB, ele vê, cada
dia mais, minguar em seus alunos o interesse em permanecer
na empresa. “Aquele emprego supercobiçado do passado não
existe mais”, revela.
Se a chance de realizar estudos, até mesmo de pós-graduação, com bolsas concedidas pela empresa permanece
como atrativo, os benefícios vislumbrados com a Previ e as
condições da Caixa de Assistência dos funcionários têm se
deteriorado. No caso do plano de associados da Cassi, o BB
reduziu seus aportes de 4,5% para 3% do salário de cada
novo funcionário admitido a partir de 1998. Em decorrência, a
entidade tem produzido sucessivos déficits e corre o risco de,
num futuro próximo, ver zeradas suas reservas, hoje avaliadas
em R$ 185,8 milhões, o que tende a comprometer a qualidade
dos serviços prestados.
Os funcionários também se vêem agora diante de uma
Previ bem menos generosa. Hoje, os aportes da patrocinadora
ao fundo de pensão restringem-se aos mesmos 7% do
vencimento recolhidos por cada funcionário, relação que até
2002 fora de 2 para 1, o que significa que, a cada
real pago pelo funcionário, o BB depositava o dobro.
Segundo relatório recente do Banco Brascan, tal
mudança permite ao BB economizar R$ 300 milhões
ao ano.
Alterações na fórmula de benefícios pagos pela
Previ aos que vêm se aposentando desde 98 contribuíram para piorar a situação. Desde aquele ano vem
sendo adotada nos cálculos a chamada Parcela Previ,
que já resultou em perdas acumuladas de R$ 4
bilhões para os beneficiários do Fundo de Pensão.
Outra das principais razões do prejuízo é a limitação
do teto dos valores pagos pelo fundo a 75% do salário bruto do funcionário da ativa, e não mais 100%
como vigorava anteriormente.
Se não bastasse a deterioração das condições
salariais, os funcionários do BB se vêem às voltas com
a obrigação de cumprimento de metas de desempenho muitas vezes irrealistas. Os objetivos são
traçados de acordo com as metas de retorno sobre o
patrimônio líquido que o Banco pretende atingir no
exercício. A orientação geral parte da direção em
Brasília e, a partir daí, cada agência tem definido seu
quinhão na tarefa.
O problema tem sido as fórmulas usadas pela
Direção para estipular os objetivos de cada unidade.
Muitas vezes, na falta de indicadores mais precisos,
são utilizadas séries históricas. Com isso, os funcionários das agências se vêem submetidos a metas crescentes. Nem sempre, contudo, o mercado responde
como prevêem as planilhas dos administradores do
Banco. Por isso, após muitos protestos, começa a
tornar-se mais comum a definição de metas baseadas
em indicadores mais precisos da realidade
local de cada agência – portanto,
mais factíveis.
O arrocho nas agências,
porém, não vem apenas do lado
das receitas. Para atingir os resultados, as unidades também são
compelidas a limitar o pagamento de horas-extras, única
parcela da remuneração dos
funcionários sobre a qual
lhes é possível impor algum
controle direto. Neste caso,
são comuns duas situações,
em geral decorrentes da
inadequação entre o número
de empregados no quadro de
cada repartição e o volume de
trabalho exigido.
Na primeira delas, a quantidade de demandas acumuladas
força os funcionários a cumprir
muitas e seguidas horas-extras. O
corolário acaba sendo a eclosão de
problemas de saúde e estresse, doença que já atinge
em níveis perigosos pelo menos um quarto dos
empregados do BB. Em sentido inverso, mas com
conseqüências similares, estão as agências em que,
como forma de garrotear ao máximo os custos, os
gerentes vetam a realização de horas-extras. O funcionário termina o expediente, o gerente “abre” a
máquina novamente e ele continua trabalhando, de
graça. O resultado é uma sobrecarga de trabalho
ao longo do expediente.
Há quem veja aspectos positivos no processo de
ajuste sofrido pelo BB na última década. Isso porque
ele foi capaz, acreditam, de corrigir distorções insustentáveis. Alguns exemplos: agências no interior do
Paraná que funcionavam com 60 pessoas em meados
da década de 80 hoje atuam com apenas 8. “Mesmo
com tanta gente tinha quem, naquela época, trabalhasse mais do que se trabalha hoje, porque o tratamento era muito desigual”, relata Henrique Bartolatto,
funcionário em Cascavel (PR). “Um caixa do Banco
recebia mais que um promotor de Justiça no início
dos anos 90. Alguma coisa estava errada nisso”.
O ajuste na categoria bancária como um todo,
porém, parece ainda não ter chegado ao fim. No
ano passado, quando foram gerados 1,523 milhão
de novos empregos formais no País, apenas 7.865
vieram de instituições financeiras, segundo o Ministério do Trabalho. Isso representa variação de 1,37%
sobre 2003, num ano em que a economia brasileira
cresceu 5,2%. Com o mercado encolhendo, dificilmente os empregados do BB conseguirão ver ressuscitar o jardim do Éden no qual um dia trabalharam.
Ação abr-mai/2005
9
Clausem Bonifácio
por Geiza Duarte
No rastro dos parlamentares
PEC, MP, PL, PDL, PLC... As siglas usadas para
designar projetos de lei, medidas provisórias e
emendas constitucionais são quase tão indecifráveis quanto o rito de tramitação dos projetos no
Congresso Nacional. Até ser aprovada, uma proposta passa por comissões permanentes, comissões especiais, audiências públicas, plenários da
Câmara e Senado e, às vezes, acaba indo parar
numa gaveta, sem nunca chegar a ser votada.
Para quem não vive o dia-a-dia do Congresso, é
mesmo difícil acompanhar e entender o que se
passa entre as duas famosas cúpulas, imortalizadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Mais assustador ainda é constatar que hoje tramitam, só na
Câmara dos Deputados, nada menos que 15.977
propostas de lei.
Como distinguir os projetos que realmente
interessam a determinado grupo, como os
bancários ou os cidadãos de uma determinada
faixa etária? Como atuar nas discussões de
propostas que, se transformadas em lei, podem
afetar o futuro de uma certa categoria profissional
10
Ação abr-mai/ 2005
ou região do País? O trabalho feito pela Diretoria
de Relações Externas e Parlamentares da ANABB
busca exatamente fazer a ponte entre sociedade e
Poder Legislativo. Atualmente, a Diretoria está com
os olhos voltados para cerca de 300 projetos.
“As propostas que tramitam no Legislativo merecem nossa constante atenção. Trabalhamos para contribuir na formulação responsável de projetos e emendas a serem defendidas pelos parlamentares”, diz o diretor Emílio Ribas Rodrigues. Ele
acredita que o trabalho de acompanhamento do
parlamentar pode ser comparado a um radar, um
posto avançado onde se sabe tudo o que está
acontecendo nas comissões, no plenário e nos
bastidores e, o principal, quais as tendências de
voto dos parlamentares em cada uma das matérias que tramitam no Congresso.
Assessoria parlamentar ou lobby são denominações para esse trabalho junto ao Legislativo.
No Brasil, sempre que se fala em lobby é com uma
conotação negativa. A associação a algo escuso,
ligado a interesses desonestos ou à defesa de
Agência Brasil
grandes grupos econômicos, é comum. Mas o
professor de Ciência Política da Universidade de
Brasília – UnB –, David Fleischer, lembra que a
atuação desses profissionais é, quase sempre, um
exercício louvável e, no caso de um país como o
Brasil, essencial. “O assessor parlamentar interage
para defender interesses de categorias ou grupos,
mas também leva informações importantes a deputados e senadores sobre determinada realidade
cujas particularidades eles muitas vezes desconhecem e sobre a qual têm de votar”, afirma.
Proposta de reforma sindical do ministro Ricardo Berzoini foi
mal recebida no Congresso
Clausem Bonifácio
queria. O que importa é ter, na base, ativistas”,
conclui.
Crítico ferrenho do projeto, o deputado Alceu
Collares (PDT-RS) acha que a proposta não será
REFORMA SINDICAL
aprovada no Congresso. Ele afirma que “a
A proposta de Reforma Sindical encaminhada
exigência de os sindicatos se submeterem ao
pelo Executivo ao Congresso, em março, é um dos
Ministério do Trabalho para conseguir a chamada
focos de atenção da ANABB. O texto assinado pe‘personalidade sindical’ é totalitária”. O ministro
lo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, foi receRicardo Berzoini rebate a crítica de que o modelo
bido com críticas no Legislativo. A proposta elimié centralizador. “O Conselho Nacional de
na o imposto e a unicidade sindicais e exige que
Relações de Trabalho que será criado vai
os sindicatos sejam representativos de suas catedemocratizar a definição de critérios e trazer a sogorias. Para continuar existindo, cada sindicato
ciedade civil para decisões que hoje são prerroterá de comprovar um mínimo de 20% de filiados
gativa do ministro e cujas normas permitem muita
em sua base de representação. O ministro argusubjetividade de interpretação”, afirma.
menta que a proposta de emenda constitucional
Há ainda um motivo de preocupação especial
atribui aos sindicatos mais transparência e legitipara os integrantes da ANABB. O projeto sugere
midade.
que seja substituído, na Constituição, o trecho “é
Para o deputado Walter Barelli (PSDB-SP), a
livre a associação profissional ou sindical” por “é
proposta tem altos e baixos. Ele elogia o fato de a
assegurada a liberdade sindical”. A exclusão do
Reforma legalizar uma prática que tem se tornado
termo ‘associação’ poderia dar brechas a um escomum entre sindicatos e empresas – o respeito às
vaziamento da capacidade de representação de
negociações coletivas. Mas adverte que há alguassociações profissionais como a ANABB. O Mimas “invenções” no texto que transformariam o
nistério do Trabalho esclarece que a liberdade de
sindicalismo brasileiro em algo completamente inuassociação está garantida pelo artigo 5º da Conssitado, diferente do que existe hoje em países detituição e que nenhuma associação ficará prejudisenvolvidos como França e Estados Unidos. Walter
cada com a nova
Barelli afirma que a idéia
O diretor Emílio Ribas Rodrigues, responsável pelo acompaproposta.
de exigir mais represennhamento no Congresso: contribuição política
tatividade dos sindicatos
pode até ser boa, mas foi
REFORMA
mal executada. “Nem
TRABALHISTA
sempre tamanho é docuAssim que o
mento. Exigir 20% de
Legislativo concluir a
representação pode ser
votação da Reforma
um erro. Na ditadura,
Sindical, o Governo
havia sindicatos com mais
pretende começar as
de 90% de associados que
discussões em torno da
eram amorfos, pelegos,
Reforma Trabalhista. Esfaziam o que a direção
ta, sim, promete dar dor
Ação abr-mai/2005
11
Divulgação
RESULTADOS PRÁTICOS
Agência Brasil
Outro assunto na pauta de interesses da
ANABB é a aposentadoria pelo INSS. O jornal Ação
revelou, na edição de agosto do ano passado, que
uma mudança metodológica introduzida nos cálculos do fator previdenciário em 2003 poderia prejudicar os trabalhadores que estariam próximos de se
Projeto é totalitário, critica o deputado federal Alceu Collares
aposentar. A alteração é conseqüência de um au(PDT-RS)
mento na taxa de expectativa de sobrevida da população brasileira, de 70 anos para 74 anos. Essa mude cabeça à ANABB. Em 2003, o Governo pediu o
dança na longevidade medida pelo IBGE passou a
arquivamento de um projeto enviado ao Conser adotada a partir de 2003 e acabou provocando,
gresso pelo ex-presidente Fernando Henrique
repentinamente, uma redução no valor dos benefíCardoso dois anos antes e que flexibilizava algucios calculados pela Previdência Social.
mas das regras garantidas pela CLT. Quando se
Dois trabalhadores com o mesmo perfil (idade,
fala em mudanças nas leis trabalhistas com o artempo de contribuição e salário médio iguais), que se
gumento de torná-las mais modernas para incenaposentassem em 2003 e 2004, receberiam benefítivar a geração de emprego, há sempre o risco de
cios diferentes. O que se
jogar no lixo conquistas
aposentasse antes ficaria com
históricas dos trabalhadores.
Próximo alvo dos
benefício maior e, paradoxalQuestionado sobre a
mente, aquele que adiasse por
parlamentares será a
proposta do Governo petista,
um ano sua aposentadoria
o ministro Ricardo Berzoini
reforma trabalhista. ANABB
acabaria recebendo menos.
afirmou que não pretende
O deputado Sérgio Mivai acompanhar de perto
desenterrar o projeto, que
randa (PCdoB-MG) procucriava a possibilidade de
para impedir que conquistas
rou o Ministério Público, e o
acordos coletivos flexibilizarem
procurador da República,
históricas vão para o lixo.
direitos inscritos na CLT. “Não
Carlos Henrique Lima,
acreditamos ser positivo perentrou com uma ação civil
mitir que um sindicato, pressionado por uma
pública na Justiça Federal pedindo a revisão na
conjuntura negativa, por exemplo, possa abrir
forma de cálculo com o objetivo de reduzir ao
mão de direitos previstos em lei”, diz o ministro.
máximo o prejuízo para os trabalhadores. O pro“Nossa posição em relação à necessária mocurador não questiona a metodologia usada pelo
dernização da legislação trabalhista vai no sentido
IBGE. Ele argumenta que a expectativa de vida aude desburocratizar processos e reduzir entraves ao
mentou ao longo de 20 anos, ao passo que a tábua
mercado de trabalho sem precarizar o direito trade cálculos do fator previdenciário foi modificada de
balhista.”
uma única vez, provocando a distorção.
O recuo do Governo em relação à Medida
O deputado Sérgio Miranda (PCdoB-MG) provocou o Ministério
Provisória 232, enviada ao Congresso para corriPúblico, que entrou com ação na Justiça contra o fator
previdenciário
gir a tabela do Imposto de Renda, é prova de que
a organização da sociedade consegue reverter
decisões que seriam negativas caso viessem a ser
implementadas. A medida trazia embutido aumento de impostos para empresas prestadoras de
serviços, agricultores e caminhoneiros. Mas a
pressão foi tão grande que o Governo desistiu
dos aumentos de impostos e manteve apenas a
correção de 10% na faixa de isenção do IR.
12
Ação abr-mai/ 2005
Mais dinâmica e interativa, a nova página vai facilitar a vida de
quem acessar a Internet para buscar informações.
No site, você tem um espaço só seu. Ao digitar matrícula e senha na
seção “Auto-atendimento”, você acessa todas as informações
pessoais.
Pelo auto-atendimento, a consulta a ações judiciais impetradas pela
Associação pode ser feita em tempo real. A informação chega de
forma simples, sem termos jurídicos, para que o associado possa
entender em que etapa se encontra a ação.
Ação abr-mai/2005
13
Conheça os grupos assessores
por Maria Filomena da Paixão
Pouca gente sabe mas, por trás das ações
da ANABB, há sempre um debate longo e
profundo sobre cada tema. Tudo muito organizado. Geralmente, as discussões começam nos grupos assessores, formados por
diretores e conselheiros, que se reúnem
periodicamente para ajudar a melhorar
a vida dos associados. São cinco os
grupos, que se dividem por áreas:
relações institucionais e comunicação;
previdência e aposentadoria; saúde
e qualidade de vida; cidadania
e responsabilidade sócio-ambiental;
e relações trabalhistas e sindicais.
CIDADANIA
expectativa é que esse montante chegue a R$ 300
mil nos próximos meses.
O Grupo Assessor de Cidadania e ResponO Brasil Sem Fome direciona recursos para
sabilidade Sócio-Ambiental esforça-se para que
diversos comitês de cidadania mantidos por
a ANABB se aproxime cada vez mais da comunifuncionários do BB. Já foram construídas cisternas
dade. Ele colabora com a
no semi-árido nordestino, usinas de
Douglas Scortegagna: particiAssociação na elaboração de pação em projetos sociais
reciclagem e doados fogões movidos a
novos projetos sociais como o
energia solar, entre outros. Com os novos
Brasil Sem Fome. Na última
recursos, o programa deve beneficiar
reunião do Conselho Deliberaoutros projetos cadastrados pelos Comitês
tivo, o diretor de Relações
da Cidadania e que sejam viáveis. O GruFuncionais, Aposentadoria e
po Assessor de Cidadania está tentando
Previdência da ANABB,
viabilizar a assinatura de convênios e a
Douglas Scortegagna, informou
constituição de parcerias com empresas
que a campanha de
privadas para vender camisetas do Brasil
contribuição voluntária
Sem Fome, com o fim de arrecadar recurarrecadou mais de R$ 250 mil
sos e ampliar o número de entidades benepara o programa e que a
ficiadas.
14
Ação abr-mai/ 2005
Os grupos são
consultivos e servem
para eliminar etapas.
“Eles têm sido um
instrumento muito útil
para a diretoria e o
Conselho Deliberativo.
Neles, as discussões
são amadurecidas. O
que acontece é uma
espécie de pré-cozimento dos assuntos”,
Antonio Gonçalves: discussões
resume o presidente
mais maduras
do Conselho Deliberativo, Antonio Gonçalves.
O conselheiro Romildo Gouveia assina em
baixo e acrescenta que, se os grupos não existissem, a Diretoria precisaria debruçar-se sobre todos os temas para se pronunciar. “O grupo poupa
os diretores desse trabalho e sintetiza o assunto”,
explica. “É possível mergulhar nas discussões
antes que elas cheguem ao Conselho Deliberativo
que, com 21 integrantes, demandaria um esforço
bem maior para iniciar o debate sobre uma
questão.”
Criados no mandato anterior e em constante
aperfeiçoamento, os grupos temáticos também
funcionam para acertar o foco em algumas
questões. “O grupo de saúde se preocupa com a
Cassi, apresentando sugestões para melhorar
nossa Caixa de Assistência. Já o grupo de Cidadania se esforça para aproximar a ANABB da
comunidade”, exemplifica Antonio Gonçalves.
“Essa é uma forma de exercitar a governança
administrativa internamente,” complementa.
Para o conselheiro
deliberativo José Sampaio de Lacerda Júnior,
os grupos são a instância onde os conselheiros deliberativos e a Diretoria da ANABB estreitam relações.
Quando é necessário, o
grupo leva convidados,
Romildo Gouveia: trabalho em
inclusive associados,
grupo poupa os diretores
para ajudar nas
discussões. “Esses
grupos tornaram a ANABB muito mais moderna.
A entidade passou a ser mais dinâmica”,
completa.
O deputado distrital Augusto Carvalho, conselheiro deliberativo que participa
do grupo, lembra que
a responsabilidade social sempre foi uma
preocupação da
ANABB. O parlamentar diz que a
Associação teve papel
fundamental na insAugusto Carvalho: maior respontalação dos comitês de
sabilidade social
funcionários do Banco
do Brasil que arrecadaram alimentos para a campanha contra a fome, iniciada pelo sociólogo
Herbert de Souza, o Betinho, morto em 1997.
Augusto Carvalho ressalta que a divisão das
discussões no Conselho Deliberativo em grupos temáticos “é uma forma inteligente de enriquecer o
trabalho da diretoria aproveitando o potencial dos
conselheiros que têm aptidões em diversas áreas”.
Grupo Assessor de Cidadania e
Responsabilidade Sócio-Ambiental
Douglas José Scortegagna – Coordenador
Éder Marcelo de Melo - Suplente
Antonia Lopes dos Santos
Augusto Silveira de Carvalho
Francisco Alves e Silva
Henrique Pizzolato
Osvaldo Petersen Filho
Tereza Cristina G. M. dos Santos
Ação abr-mai/2005
15
RELAÇÕES
INSTITUCIONAIS
O Grupo Assessor de Relações Institucionais e Comunicação tem papel central no funcionamento da ANABB e é um importante instrumento de integração com os demais grupos
assessores, auxiliando na viabilização de projetos e ações que necessitem da parceria de
organismos externos. José S. Lacerda Júnior: acomO grupo atua es- panhar reformas no Congresso
foi sugestão do grupo
treitando relações
com outras entidades
de funcionários do BB
e sindicatos, organizações não-governamentais, universidades, além de estar em
contato constante
com a direção do
Banco do Brasil, a
PREVIDÊNCIA
Coordenador do Grupo Assessor de Previdência e Aposentadoria, o conselheiro deliberativo José Branisso ressalta três grandes contribuições que o grupo deu para a ANABB. A
primeira delas é a contribuição nas discussões
sobre a nova Parcela Previ. A segunda foi a sugestão para recuperar o Estatuto da Previ de
1997, alterado na época pelo interventor, que
retirou o poder de voz dos associados.
A Associação quer retomar a participação
dos associados, mas luta também pela atualização do estatuto. A terceira contribuição é a
preparação e formação de conselheiros para
atuar nas empresas que participam da Previ.
Entre os trabalhos desenvolvidos pelo grupo
se destacam os contatos realizados ano passado
com o então deputado Paulo Bernardo, do PT
(hoje Ministro do Planejamento), para esclarecer
dúvidas sobre o projeto de Parcerias Público-
16
Ação abr-mai/ 2005
mídia e os Poderes Judiciário, Legislativo e
Executivo. Uma das sugestões feitas pelo grupo é
a de que a ANABB acompanhe a tramitação de
três projetos de interesse dos funcionários e do
próprio Banco no Congresso Nacional: as propostas de Reformas Tributária, Sindical e Trabalhista.
“Esse grupo é um foro esclarecedor, que evita ruídos e divergências. Uma idéia inovadora e realmente inusitada”, afirma o conselheiro José
Sampaio Lacerda Júnior, que integra o grupo.
Grupo Assessor de Relações Institucionais e Comunicação
Emílio Santiago Ribas Rodrigues - Coordenador
Antonio Gonçalves de Oliveira - Suplente
Antonio Carlos Lima Rios
Camillo Calazans de Magalhães
Élcio da Motta Silveira Bueno
José Sampaio de Lacerda Júnior
Luiz Antônio Careli
Privadas (PPP) e sobre os
Fundos de Pensões. José
Branisso aponta também a
decisão acertada de se
criarem grupos assessores.
“Os grupos têm contribuído para melhorar a gestão
da ANABB e preparar novas lideranças para atuar
na Previ, no BB e na pró- Formação de lideranças é papria Associação”, ressalta. pel dos grupos, diz Branisso
Grupo Assessor de Previdência e
Aposentadoria
José Branisso - Coordenador
Vitor Paulo Camargo Gonçalves - Suplente
Cecília M. Garcez Siqueira
Humberto Eudes Vieira Diniz
Mário Juarez de Oliveira
Paulo Assunção de Souza
Romildo Gouveia Pinto
SAÚDE
A função
prioritária do Grupo
Assessor de Saúde e
Qualidade de Vida é
discutir as condições
da Cassi que, segundo
o conselheiro deliberativo José Antônio
Diniz de Oliveira, é o Grupo quer participação da
ANABB no GT Cassi, afirma
maior benefício dos
Diniz
funcionários do
Banco. Nos dias 31 de março e 10 de abril, o
grupo promoveu, em Brasília, um seminário sobre a situação da Caixa de Assistência. No encontro, do qual participaram diretores eleitos da
Cassi, toda a Diretoria da ANABB e conselheiros,
ficou decidido que a Associação pedisse uma
audiência com o novo presidente do BB, Rossano
Maranhão Pinto, para discutir o assunto (veja na
página 23). Por sugestão do grupo, a ANABB já
TRABALHO
O Grupo Assessor de Relações Trabalhistas
e Sindicais discute assuntos relacionados aos interesses funcionais da categoria do Banco do
Brasil. O grupo é responsável por fazer o meio de
campo entre a ANABB, a Comissão do Plano de
Cargos e Salários e Plano de Cargos Comissionados (PCS/PCC), os
representantes da
William Bento: grupo intermedia negociações salariais
Confederação Nacional dos Trabalhadores
em Empresas de Crédito – Contec –, e a Comissão de Empresa. O
grupo agenda reuniões
com essas comissões
quando é necessário.
De acordo com o
conselheiro deliberativo William José Alves
havia solicitado uma reunião com o expresidente do Banco, Cássio Casseb, que deixou
o cargo antes que ela ocorresse.
José Antonio Diniz ressalta que os objetivos
do grupo foram ampliados para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos funcionários do
Banco do Brasil. O grupo também vai sugerir a
participação da ANABB no GT Cassi, o grupo de
trabalho da Caixa de Assistência, e em cada
Conselho de Usuário. No GT CASSI, a prioridade
será a reforma estatutária.
Grupo Assessor de Saúde e
Qualidade de Vida
Naide Ribeiro Júnior - Coordenador
Ana Maria Dantas Leite - Suplente
Carlos Rosalvo de Oliveira Serrano
Cláudio José Zucco
Denise Lopes Vianna
José Antonio Diniz de Oliveira
Maria das Graças Machado
Bento, o grupo discute questões de interesse dos
funcionários do BB, como dissídio coletivo, PCC,
PCS e anuênio. “Mas as atribuições de negociação com o BB são do Sindicato”, lembra. O grupo, ressalta ele, contribui, já que a ANABB precisa e deve corresponder às motivações e à cobrança dos associados. O conselheiro explica
que o Banco negocia com duas entidades: a
Contec e a Comissão de Empresa. “O grupo colabora levantando sugestões para a área econômica do Governo e a diretoria do BB, na tentativa de solucionar impasses”, afirma.
Grupo Assessor de Relações
Trabalhistas e Sindicais
Inácio da Silva Mafra – Coordenador
William José Alves Bento – Suplente
Armando César Ferreira dos Santos
Fernando Amaral B. Filho
Mércia M. Nascimento Pimentel
Valmir Marques Camilo
Ação abr-mai/2005
17
De bem
com a vida
por André Lacerda
Fotos: Keystone e Tico Fonseca
São muitas as atitudes que podem ser
tomadas para melhorar a qualidade de vida,
inclusive no trabalho. Apesar do aumento da
competitividade e das pressões do dia-a-dia,
as soluções são simples e bastante prazerosas.
Apontado como a doença do século, o estresse tem levado número crescente de pessoas a
buscar soluções fora da medicina convencional
para aliviar dores e tensões, problemas que afetam pelo menos um quarto dos funcionários do
Banco do Brasil. Os tratamentos alternativos prometem devolver o equilíbrio físico, emocional e espiritual a quem vive com os nervos à flor da pele.
Antes restritos a iniciados, e quase sempre a entusiastas, essas terapias vêm inclusive ganhando
espaço nos receituários médicos.
Hoje, é comum encontrar nas prescrições dos
profissionais de saúde indicações desse tipo. “O
procedimento alternativo, sendo bem indicado,
não está à margem do tratamento convencional”,
18
Ação abr-mai/ 2005
reconhece o psiquiatra e psicoterapeuta
Augusto César de Farias
Costa, membro do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal.
“Mas não existe nenhuma
terapia que sirva para todos,
nem para todo e qualquer
momento e estágio do estresse”,
lembra ele.
As opções não-convencionais incluem
fitoterapia (uso de ervas e chás da flora brasileira), homeopatia, acupuntura, meditação zen,
ioga, cromoterapia, RPG, alongamentos e mas-
sagens terapêuticas – como shiatsu, ayurvédica e
anos. Pelo menos uma
do-in. Parte-se do princípio de que os males do
vez por mês, ela frecorpo não têm origem meramente física. Assim,
qüenta sessões de
cuidar dos desequilíbrios emocionais é tão imporshiatsu ou drenagem
tante quanto tratar as manifestações mais visíveis.
linfática. “Após a
O shiatsu – palavra chinesa que significa
sessão, me sinto mais
pressão com os dedos – é um tipo de massagem
equilibrada e harmuito indicada para pacientes que vivem situações
monizada. A massagem
de estresse. O princípio da massagem é o mesmo
desbloqueia a energia
da acupuntura: o toque das mãos estimula pontos
dos pontos que estão
energéticos do corpo, atuando no desbloqueio de
congestionados”,
tensões acumuladas pela sobrecarga diária.
garante.
A origem do shiatsu é chinesa, mas a massaA maior parte dos
O gerente Amílcar Tavares
gem foi aperfeiçoada no Japão no início do século
pacientes da terapeuta
faz ioga há dois anos: maior
passado. A modalidade mais comum hoje é uma
Lídia de Freitas, que
rendimento no trabalho
fusão das técnicas desenvolvidas em cada um dos
trabalha com shiatsu e
dois países. Além dos procedimentos inerentes à
drenagem linfática há mais de dez anos, chega ao
técnica, o ambiente em que é feita a massagem,
consultório apresentando quadro de estresse físico
incluindo a música, contribui para o relaxamento.
e emocional, ansiedade, insônia, dores musculares
Logo após a primeira sessão, o paciente já
e nas articulações. Não é à toa que ela tem um
percebe melhora significativa no quadro de tensão
número significativo de bancários na lista de cliene rigidez muscular, no excesso
tes. “A massagem é um coadde ansiedade e um alívio nas
juvante no relaxamento e
A ioga tranqüiliza a
dores de coluna – sintomas
ajuda a pessoa a se preparar
normalmente agravados pelo
física e emocionalmente para
mente, controla as
ritmo frenético de vida. O efeito
tomar novas atitudes”, afirma.
da massagem pode durar de
Ela orienta os pacientes a busemoções e tonifica o
três a cinco dias após a tecar algum tipo de prazer, um
corpo.
rapia. A freqüência das sessões
hobby, como forma de não
irá variar de acordo com o esocupar todo o tempo apenas
tado do paciente – em épocas de maior tensão, o
com obrigações. “É preciso desenvolver a
mais indicado é que ele se submeta à massagem
consciência de que a vida não é só deveres. Desepelo menos uma vez por semana.
quilíbrio causa dor física e psíquica.”
Tão indicadas quanto o shiatsu para combater o estresse, a massagem ayurvédica – com seus
MUDANÇA DE RUMO
mais de 4 mil anos de tradição indiana – e a dreUma “reengenharia do cotidiano” é o que
nagem linfática têm poderes relaxantes e outros
também recomenda o francês Antoine Stauder,
adicionais. Ambas melhoram a circulação sangüídiretor e professor da Etna –
nea e desintoxicam os tecidos, além de terem efeiEscola de Terapias Naturais,
to sobre a retenção de líquidos.
Apesar de ser conhecida por
suas funções estéticas – no tratamento e prevenção de celulites –, a
drenagem linfática também é
indicada em pré e pós-operatórios.
Débora Carneiro, gerente de Administração do BB em Brasília, é adepta
das terapias alternativas há quatro
Ação abr-mai/2005
19
de Brasília. Segundo ele, para cuipela Associação Brasileira de Medar do estresse é preciso adotar
dicina – capaz de promover o
mudanças na rotina que vão da
equilíbrio do organismo. O méalimentação ao ritmo de vida, pastodo consiste no estímulo de ponsando pela prática cotidiana de
tos localizados na superfície do
exercícios e pela intensificação da
corpo. Por meio de agulhas, laser
atividade sexual.
ou pressão, os mecanismos nerAlterações simples no dia-avosos/neurais ou neuro-humorais
dia, como dormir 8 horas e 15
do indivíduo são ativados e resminutos por noite (sim, estes 15
pondem de forma local ou sistêminutos são essenciais), adotar
mica à terapêutica, também origiuma alimentação natural, fazer
nária da China. Os resultados
O acupunturista Henrique Souza: caixas
caminhadas e manter contato com de banco absorvem queixas e
aparecem logo após as primeiras
problemas dos clientes
a natureza já contribuem para
sessões.
melhorar a qualidade de vida. No
cardápio saudável prescrito por Stauder não enEM BUSCA DE EQUILÍBRIO
tram açúcar, café, carnes vermelhas, refrigerantes
Para os acupunturistas, o corpo possui duas
nem leite e derivados. No lugar, dá-lhe cereais
forças de equilíbrio: o yin e o yang. Desbalanceaintegrais, leguminosas, verduras e frutas.
das, elas podem desencadear transtornos e doenÀ primeira vista, pode parecer contraditório,
ças variadas. A acupuntura tem aplicação abranmas o estresse também pode ter seu lado positivo.
gente. Serve, por exemplo, para o tratamento de
“Um bom treinamento faz toda a diferença. Corpo
casos de insônia, alterações de humor, depressão,
e alma preparados crescem com os
ansiedade, enxaquecas ou gastrite. Uma de suas
desafios. A forma como cada
vantagens é não causar efeitos colaterais – o máum reage ao estresse é que
ximo que pode acontecer é uma sensação de sefaz a diferença. Ele pode ser
dação após a sessão, e que ainda assim é raro.
uma oportunidade de enO fisioterapeuta Henrique Afonso Souza
grandecimento, incenNeto, que atua com acupuntura em Brasília, conta
tivando a pessoa a desenque, no caso dos bancários que procuram o tratavolver melhor suas atividamento, os sintomas variam de acordo com as fundes”, diz Stauder.
ções desempenhadas no trabalho. Os que atuam
A acupuntura é outra
no atendimento ao público, como os caixas, apreopção de terapia – já consentam ansiedade e dores musculares associadas
siderada uma
ao estresse. Segundo o terapeuta, estes funcionáespecialidade
rios chegam, em muitos casos, a somatizar as
médica
queixas dos clientes – o que acaba resultando no
aparecimento, no próprio organismo, de males alheios. Já aqueles
Exercícios simples que têm cargos executivos apresentam, em geral, estresse emode relaxamento cional caracterizado por distúrbios
são capazes de de sono, irritabilidade e fobias.
Souza Neto procura despermanter o tar em seus pacientes atitudes que
também envolvam atividades praestresse zerosas e cuidados com repouso e
sob controle. alimentação. “Quando a exigência
sobre o indivíduo supera a
20
Ação abr-mai/ 2005
capacidade de se adaptar a mudanças ou
pressões, o estresse deixa de ser uma
reação positiva como mecanismo de
solução de problemas e passa a
ser danoso”, diz.
A cromoterapia é outra
técnica relativamente recente que
utiliza cores para tratar o corpo e a
mente. Geralmente, a cromoterapia é
associada a outros tipos de tratamento,
como a acupuntura. A Rússia é pioneira nesse
campo e aplica o método de forma regular. Acredita-se que a cromoterapia tem uma matriz fisiológica que influencia o estado de humor das pessoas. Já se sabe que cores quentes, como vermelho e laranja,
excitam, e cores
frias, como os tons
pastéis, acalmam
as pessoas.
O gerente de
agência Amílcar
Tavares de Castro
aderiu à ioga para
compensar as
pressões diárias do
trabalho. Praticante há dois
anos, ele melhorou
a concentração e
obteve mais discernimento e
tranqüilidade para
tomar decisões. “A
A terapeuta Lídia de Freitas:
ioga funciona
shiatsu e drenagem linfática para
como válvula de
combater estresse
escape e trouxe
mais qualidade ao meu dia-a-dia. Outra vantagem é que pode ser praticada em casa”, comenta.
Duas vezes por semana, Amílcar freqüenta a academia e, durante quatro dias, faz exercícios em
casa, depois do trabalho.
A ioga é uma filosofia indiana com efeito relaxante que utiliza a respiração e a postura como
forma de melhorar a agilidade, tanto física quanto
mental, e de reduzir a tensão. Tem como objetivos
tranqüilizar a mente, controlar as emoções, promover flexibilidade física e boa saúde. A atividade
BB reconhece
problemas e implanta
programa que inclui práticas
antiestresse
na rotina de trabalho.
pode vir a fazer parte do programa de qualidade
de vida do BB – em fase de implantação – que prevê uma verba mensal e espaços nas agências para
prática de atividades antiestresse.
O psicoterapeuta Augusto César de Farias
Costa recomenda procurar um médico que vai definir qual método seguir. Pela gravidade da doença, a avaliação do quadro de estresse deve
sempre considerar um conjunto de fatores: profissionais, familiares, ambientais; nunca apenas
aspectos isolados. “Cada caso deve ser avaliado
em um contexto transdiciplinar”, reforça.
A partir dessa avaliação é possível detectar a
origem da doença e, então, estabelecer a terapia
mais adequada que, cada vez mais, une métodos
tradicionais à medicina alternativa. Os procedimentos prescritos variam de acordo com os sintomas e os níveis da doença.
A gerente do BB Débora Carneiro faz drenagem linfática para
encontrar equilíbrio
Ação abr-mai/2005
21
COBERTURA DO
PLANO DE SAÚDE
Nem todo mundo tem o orçamento folgado o
bastante para pagar sessões de terapia. Os planos da Cassi só cobrem despesas com acupuntura. Basta que o interessado apresente o pedido médico e se submeta a uma perícia feita por
profissionais da caixa de
assistência do BB. Só assim,
o início do tratamento é
autorizado.
III CONFERÊNCIA DE SAÚDE
O Conselho de Usuários da CASSI-DF vai promover,
em 18 de maio, a III Conferência de Saúde. Na conferência, além de palestras, haverá a eleição dos
novos integrantes do conselho para a gestão 20052007. Todos os usuários da Caixa de Assistência no
Distrito Federal podem participar. Os interessados
em representar os beneficiários poderão se inscrever
no Sindicato dos Bancários do DF, local da conferência, no próprio dia, das 17h30 às 19h. As inscrições dos
representantes de entidades de associados, como AABB,
AAFBB e ANABB, já estão encerradas. O Conselho de Usuários atua no acompanhamento e na discussão das ações de
saúde da Cassi. Na última gestão a ANABB esteve representada por Ana Lúcia Landin e Douglas Scortegagna.
GONÇALVES RECEBE HOMENAGEM
NA
NA MEDIDA
MEDIDA
DO
DO SEU
SEU BOLSO
BOLSO
SHIATSU - cada sessão, que dura aproximadamente 1h30, custa entre R$ 50 e R$ 120.
DRENAGEM LINFÁTICA - procurada principalmente por mulheres, as sessões têm preços que
variam de R$ 50 a R$ 120.
ACUPUNTURA - caso o paciente tenha que
arcar com as sessões, os preços variam de
R$ 40 a R$ 150.
IOGA - varia de R$ 60 a R$ 180, dependendo
da freqüência e do tipo de aula – em academia,
instituto ou particular
(preços pesquisados em Brasília)
22
Ação abr-mai/ 2005
Mais de 230 pessoas, entre diretores da ANABB, integrantes
dos Conselhos Deliberativo e Fiscal e amigos, estiveram no
jantar promovido no dia 29 de abril, em São Paulo, em
homenagem ao presidente do Conselho Deliberativo,
Antonio Gonçalves. O conselheiro foi homenageado pelos
importantes serviços prestados à Associação. Gonçalves é
aposentado mas não descansa, atuando em várias
atividades. Além de presidir o Conselho Deliberativo da
ANABB, Antonio Gonçalves é diretor-secretário da
Associação Nacional dos Sindicatos das Pequenas
Indústrias e conselheiro da Telesp Participações e do Banco
do Povo de São Paulo. Participa das reuniões do Conselho
de Desenvolvimento Econômico e Social, do Governo
Federal, e ainda preside a Associação de Amigos do Museu
de Arte Moderna de São Paulo.
Durante a noite, no Hotel Blue Tree Ibirapuera, foi exibido
um vídeo sobre a vida e o trabalho do conselheiro deliberativo. Outros três conselheiros já foram homenageados pela
ANABB. No ano passado, a Associação promoveu tributos
a Rosalvo Serrano, do Rio Grande do Norte, Camillo Calazans, de São Paulo, e Mário Juarez, do Rio Grande do Sul.
A SUADA VIDA DOS APOSENTADOS
presidente de Negócios Internacionais e Atacado do BB. Já
Geraldo Magela, também economista, estava sem cargo
político de importância desde a eleição de 2002, quando
perdeu o governo do Distrito Federal para Joaquim Roriz.
Magela iniciou a carreira política no sindicato, no fim da década de 70. Nos anos 90, foi eleito deputado distrital e deputado federal pelo PT.
SEMINÁRIO DA CASSI
Mais de 500 aposentados participaram do 11º Campeonato de Integração dos Funcionários Aposentados do BB –
CINFAABB –, que ocorreu em Florianópolis entre os dias 16
e 23 de abril. Equipes de 18 associações atléticas do BB de
todo o País, com exceção da região Norte, disputaram
torneios de tênis, sinuca, natação e futebol minicampo nas
faixas-etárias de 45 e 60 anos. O público também marcou
presença. Três mil pessoas estiveram na ilha torcendo pelos
atletas. O CINFAABB é promovido uma vez por ano pela
Federação Nacional das AABBs – FENABB –, e teve o apoio
da Cooperforte, Cassi, Bancorbrás e de AABBs.
BANCÁRIOS BANQUEIROS
Os funcionários do Banco do Brasil Rossano Maranhão e
Geraldo Magela foram confirmados nos cargos de presidente do BB e do Banco Popular do Brasil,
respectivamente. Mestre em Economia Política, Maranhão
assumiu o BB interinamente em novembro do ano passado,
em substituição a Cássio Casseb. Antes, chegou a ser vice-
Os diretores eleitos da Cassi se reuniram nos dias 31 de
março e 1º de abril, na sede da ANABB, em Brasília, para
avaliar a negociação do déficit da entidade com o Banco
do Brasil. O déficit é causado principalmente pela redução
da contribuição do BB de 4,5% para 3%, para os funcionários contratados depois de 98.
BATALHA CONTRA A PP
Diretores eleitos e conselheiros da Previ pediram, no começo
do mês, uma audiência com o presidente do BB, Rossano Maranhão, para tratar das distorções nos benefícios provocadas
pela Parcela Previ. Em carta, os representantes da Previ reafirmaram que a solução para o problema está no caixa do Fundo de Pensão, que acumulou R$ 9,7 bilhões em superávits e
ainda tem mais R$ 5,5 bilhões no Fundo Paridade. Os conselheiros Valmir Camilo, José Ricardo Sasseron, Antônio Carlos
Rios, José Wilson da Silva, e os diretores Erik Persson, Cecília
Garcez e Francisco Alexandre pretendem discutir também a reforma do estatuto da Previ. Na segunda semana de abril, o
SisBB divulgou uma nota da Vice-Presidência de Gestão de
Pessoas, dizendo que a redução da PP é um compromisso do
Banco, mas que a decisão não depende exclusivamente da instituição, e também de sindicatos, da Secretaria de Previdência
Complementar e do Departamento de Coordenação das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento.
Ação abr-mai/2005
23
o Banco
Pouca gente se lembra, mas o estatuto da CASSI aprovado em 1996
previa, sabiamente, uma revisão do texto estatutário em 2 anos (art. 70).
Este cuidado se mostrou pertinente porque
depois do substancial aumento da contribuição (1%
para 3% a parte dos associados e 2% para 4,5% a
parcela do Banco), que parecia dar condições de
muitos anos de equilíbrio para a Cassi, o Banco do
Brasil mudou drasticamente sua política de recursos
humanos, estabelecendo 7 anos de vacas magras,
praticamente sem qualquer reajuste salarial.
Além disso, nunca é demais repetir que outras medidas (supressão de anuênio, achatamento
das faixas do PCS; pagamento de 3% para os funcionários admitidos a partir de 98; não contribuição sobre os abonos) impactaram fortemente as já
combalidas receitas não atualizadas pelos reajustes salariais.
A chegada de um novo governo, democrático
e popular, identificado com as causas dos trabalhadores trouxe a justa expectativa de dias melhores para o Brasil e para os brasileiros; para o Banco do Brasil e também para a Cassi. O passar do
tempo, no entanto, sem que a expectativa se cumpra, faz lembrar Camões em seu célebre poema:
“Sete anos de pastor Jacob servia/Labão, pai de
Raquel, serrana bela;/Mas não servia ao pai, servia a ela,/E a ela só por prêmio pretendia.//Os
dias na esperança de um só dia,/Passava contentando-se com vê-la;/Porém o pai usando de cautela,/Em lugar de Raquel lhe dava Lia”.
O que assistimos até agora, passados mais
de dois anos, é uma grande insensibilidade com a
24
Ação abr-mai/ 2005
Clausem Bonifácio
CAMÕES, JACOB,
situação da Caixa de Assistência, demonstrada pela total
falta de interlocução do Banco
com os dirigentes e conselheiros eleitos e pela crônica indisposição em abrir negociação
para encaminhar com seriedade a solução dos problemas
que provocam o desequilíbrio
financeiro da CASSI, grande
parte deles da responsabilidade do Banco do Brasil.
Comparando com gestões anteriores do Banco, de
Ximenes e Camargo, por
exemplo, chamados no
mínimo de insensíveis neo-liberais pelas mesmas
pessoas que hoje estão no poder, a Cassi mereceu
cuidado e consideração incomparavelmente
maiores, inclusive na negociação de um novo estatuto, em 1996, que viabilizou seu funcionamento
até aqui.
Camões conclui assim seu soneto: “Vendo o
triste pastor que com enganos/lhe fora assim negada a sua pastora,/Como se a não tivera merecida;/Começa de servir outros sete anos,/Dizendo:
– Mais servira, se não fora/Para tão longo amor
tão curta a vida!”.
Agora, quando os déficits sucessivos do plano de associados reduzem as reservas da Caixa
de Assistência a níveis preocupantes, é inadiável a
abertura de um diálogo institucional entre os patrocinadores Banco do Brasil e Corpo Social, representado pelos dirigentes eleitos.
Ninguém espera tratamento paternalista para
a Cassi. O que se exige é que o Banco demonstre
vontade política e designe interlocutores com alçada e interesse em encontrar soluções duradouras
para a entidade responsável pela assistência à
saúde de seus colaboradores.
O tempo corre rápido demais e com ele podem se esvair nossa crença e esperança. Com certeza, o funcionalismo do BB, para não dizer os
brasileiros, não terão amor tão devotado quanto
Jacob para continuar “servindo” passivamente e
aguardando final feliz para a sua história.
Diretora Administrativa e Financeira da ANABB

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