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Passar em um concurso e ingressar no BB deixou, há muito, de ser o sonho de grande parte dos brasileiros. O jornal Ação foi atrás do que significava ter um emprego no Banco e, por meio de pesquisas e projeções, revela as perspectivas de fazer carreira e o abismo existente entre os salários dos antigos e novos funcionários. Conheça o trabalho da ANABB junto a deputados e senadores. Acompanhamento de projetos detecta tendências e pode mudar os rumos de uma votação. Medicina se rende às terapias alternativas para curar o estresse. Ação abr-mai/2005 Saiba como viver mais feliz. 1 VITÓRIA NA JUSTIÇA A crença, a esperança e a confiança na ANABB e na Justiça foram decisivas para um final feliz. Agradeço aos dirigentes, funcionários e competentes advogados pelo recebimento da açao FGTS-Planos econômicos, após 10 anos de luta. Celso Augusto S. Almeida Resende - RJ SITE ANABB Parabéns, agora está perfeito. Os associados não terão mais problemas para se comunicarem com a ANABB. O site está completo. Tudo o que se fizer daqui para frente é só a busca por uma qualidade ímpar. Alziro Almeida Santos Rio de Janeiro - RJ FARRA NO CONGRESSO Sou associada da ANABB e gostaria de expressar minha indignação com alguns fatos relacionados ao Governo. Estou extremamente indignada com a elevação de 25% da verba de gabinete dos deputados federais! Os parlamentares já têm um salário abusivo e, com todos os outros direitos que eles têm, as retiradas mensais chegam a aproximadamente R$ 100 mil. Enquanto isso, a desigualdade social aumenta... Não, não é possível suportar isso. Romana Gália Koblitz Flejs Curitiba - PR SEGURO DECESSO Solicito informar quais documentos e providências devo tomar para receber o seguro Decesso. Pretendo deixar a burocracia em ordem para quando chegar a minha vez, espero que demore bastante. Sylvio Augusto de Barros Araraquara - SP NR: Desejamos a você uma vida longa, Sylvio. Mas, para responder a sua dúvida, informamos que as corretoras dispõem de dois números de telefones para obter qualquer esclarecimento sobre seguros. Para o Decesso Automático, o número é o 0800 61.7777. Já para os dois seguros opcionais, o Decesso Complementar e o Decesso Complementar Master, o telefone para informações é 0800 644.2121. Você ainda pode acessar o site www.anabb.org.br, clicar em “Produtos e Serviços”, depois em “Seguros” e, acessar o link “Seguros podem ajudar na hora mais difícil”. BRASIL SEM FOME Recebi o boleto bancário do Brasil Sem Fome e é com muito prazer que estou participando da campanha. Na oportunidade, quero agradecer-lhes pela conclusão do processo relativo aos planos econômicos. Recebi bem mais do que esperava e muito além do que a CEF se propunha a pagar, caso aderisse ao acordo com o Governo. Oxalá a ANABB continue a ser dirigida por pessoas que realmente estejam comprometidas com a preservação do BB e o bem estar de seus funcionários. Maurício Marques dos Santos Três Corações - MG ERRATA Na última edição do Jornal Ação, publicamos com erro o endereço de um site sobre estresse. O endereço correto é www.ismabrasil.com.br. Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências assinadas e que sejam selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB ANABB.. As cartas que se referem a outras entidades , como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. 2 Ação abr-mai/ 2005 DIRETORIA-EXECUTIVA VALMIR CAMILO Presidente GRAÇA MACHADO Diretora Administrativa e Financeira ÉLCIO BUENO Diretor de Comunicação e Desenvolvimento DOUGLAS SCORTEGAGNA Diretor de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência EMÍLIO S. RIBAS RODRIGUES Diretor de Relações Externas e Parlamentares CONSELHO DELIBERATIVO ANTONIO GONÇALVES (Presidente) Ana Maria Dantas Leite Augusto Silveira de Carvalho Camillo Calazans de Magalhães Cecília Mendes Garcez Siqueira Denise Lopes Vianna Éder Marcelo de Melo Fernando Amaral Baptista Filho Henrique Pizzolato Inácio da Silva Mafra José Antônio Diniz de Oliveira José Branisso José Sampaio de Lacerda Júnior Luiz Antonio Careli Mário Juarez de Oliveira Mércia Maria Nascimento Pimentel Paulo Assunção de Sousa Romildo Gouveia Pinto Tereza Cristina Godoy Moreira Santos Vitor Paulo Camargo Gonçalves Willian José Alves Bento CONSELHO FISCAL CLÁUDIO JOSÉ ZUCCO (Presidente) Antonio Carlos Lima Rios Antonia Lopes dos Santos Humberto Eudes Vieira Diniz Naide Ribeiro Junior Osvaldo Petersen Filho DIRETORES ESTADUAIS Marcos de Freitas Matos (AC) Ivan Pita de Araújo (AL) Marlene Carvalho (AM) Aliete Maria Cunha Sarmanho (AP) Pedro Paulo Portela Paim (BA) Francisco Henrique Ellery (CE) Elias Kury (DF) Sebastião Ceschim (ES) Saulo Sartre Ubaldino (GO) Miguel Ângelo R. e Arruda (MA) Francisco Alves E. Silva (MG) Edson Trombine Leite (MS) Armindo Vitor da Silva Filho (MT) José Marcos de Lima Araújo (PA) André Luiz de Souza (PB) Luiz Gonzaga Ferreira (PE) José Ulisses de Oliveira (PI) Aníbal Rumiato(PR) Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ) Herminio Sobrinho (RN) Francisco Assumpção (RO) Maria de Jesus M. Mourão (RR) Edmundo Velho Brandão (RS) Carlos Francisco Pamplona (SC) Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE) Armando Cesar F. dos Santos (SP) Crispim Batista Filho (TO) ANABB - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF Atendimento ao associado: (61) 442.9696 Geral: (61) 442.9600 Site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected] Redação: Ana Cristina Padilha e Fernando Ladeira E-mail: [email protected] Edição e Editoração: Optare Comunicação Editora e jornalista resp.: Renata Feldmann Revisão: Maria Júlia Luz Periodicidade: mensal Tiragem:104 mil Capa: Arquivo Impressão: Gráfica e Editora Positiva Fotolito: Colorpress Eu e as lavadeiras de roupa suja Sempre achei que lavar roupa suja tem lugar certo: em casa. A exposição de entidades como a Previ, na mídia externa, para alguns, é vista como prejudicial. A tese me agrada e até certo momento da minha vida, concordei com ela integralmente. No entanto, recentemente andei me fazendo algumas perguntas. Uma delas é: – Desconsiderando as matérias que provoquei, existe algum outro fundo de pensão que apareça na mídia, mais do que a Previ? Existe algum outro fundo de pensão que briga mais com sócios que a Previ? Não. Não existe. Fui buscar na memória os momentos que fizeram da Previ um atrativo para os jornalistas. O espaço no tempo é grande, e começou nos tumultuados processos de privatizações nos governos Sarney, Collor, Itamar e FHC, sempre pontuados por críticas ferrenhas da oposição de outrora, que, por ironia do destino, é ou tem relações estreitas com os criticados de hoje. O interesse do Partido dos Trabalhadores pela Previ foi registrado de forma indelével nas eleições de 1998 e 2000. Em 1998, pela primeira vez, uma união entre o Garef, a ANABB e uma parcela dos chamados minoritários do Movimento Sindical, ousou enfrentar a Articulação Bancária do PT e venceu. Pizzolato, Valmir Camilo, Fernando Amaral, Paulo Trapp, entre outros, foram, assim, ocupar cargos na direção da Previ. Em 2000, a dicotomia entre a Articulação Bancária e as outras forças políticas foi quebrada. As disputas, tanto para a Cassi quanto para a Previ, ganharam contornos diferentes. Desta vez, de um lado a Articulação Bancária, a Democracia Socialista e o Pizzolato; do outro, Fernando Amaral, PCdoB, outras correntes de esquerda do PT e algumas associações de aposentados; e uma terceira força completava a disputa com o apoio da ANABB, parte das associações de aposentados e demais sindicatos. Na Cassi, vitória da chapa apoiada pela ANABB. Na Previ, uma pesquisa realizada na quinta-feira anterior ao início das votações, também apontava vitória tranqüila da chapa apoiada pela ANABB. A chapa era composta por Augusto Carvalho, Camillo Calazans, Romildo Gouvêa Pinto, Luiz Antônio Careli, entre outros, e tinha ênfase no componente técnico, pretendendo a reeleição do Vítor Paulo, um dos mais profundos conhecedores de Previ. No domingo, véspera do início das votações, o jornal Estado de São Paulo trazia duas páginas encomendadas. Os assuntos eram basicamente dois: “Vítor Paulo, como diretor da Previ, depositava dinheiro na conta do ex-senador Luiz Estevão”. O senador, ocupava então,100% da mídia e era o demônio do momento às portas da cassação . O outro assunto anunciava que “Camillo Calazans estava sendo processado pela Secretaria de Previdência Complementar - SPC”. Essas mentiras foram verdadeiras bombas que mudaram os rumos da eleição e acabaram dando a vitória para a chapa da Articulação Bancária, colocando na Previ Sérgio Rosa e Erik Person, entre outros. Ao final, restou uma resposta lacônica da Previ, sete meses depois do ocorrido, de que jamais havia depositado dinheiro na conta de Luiz Estevão. Quanto a Calazans, esta deve ser a única marca numa trajetória de honestidade, competência, amor ao Banco do Brasil, fidelidade às coisas públicas e paixão pelas entidades do funcionalismo do Banco. Um homem que presidiu o Banco do Brasil, o Instituto Brasileiro do Café, o Banco do Estado do Sergipe e deixou, por onde passou, a marca registrada do trabalhador e executivo que serviu ao País com toda a dignidade. Aquela “armação” colocava a mídia externa, pela primeira vez, nas disputas eleitorais de nossas entidades. Como os jornais dos sindicatos não estavam merecendo a credibilidade do funcionalismo, foi preciso usar a “mão do gato”. Antes que as mentiras caíssem por terra, o resultado eleitoral já tinha sido alcançado. Ironia do destino: a mesma Secretaria de Previdência Complementar, que foi usada para dar crédito às denúncias, cassou os mandatos de Sérgio Rosa e de Erik Person, os quais só os tiveram devolvidos por obra e graça de um acordo político com os derrotados e injustiçados. Estes, por coerência, decidiram que um Interventor não poderia se sobrepor à vontade manifestada pelo voto do funcionalismo, mesmo que em eleição viciada pela mentira. A mídia, no passado, foi usada para o mal e o caminho não fui eu que escolhi. Hoje, representa a única oportunidade de vencer o silêncio da falta de interlocução, da quebra de compromisso e da ausência de respeito pela democracia. Neste País de abandonados, com certeza, pelo menos muitas donas de casa me darão razão, pois roupa suja também se lava nos rios, córregos e lagos. Valmir Camilo Presidente da ANABB Ação abr-mai/2005 3 Era uma vez um paraíso... por André Lacerda Fotos: Keystone Num tempo não muito distante, o Banco do Tesouro Nacional em 1996 – a empresa foi forçada a Brasil era o sonho de vida de muita gente que busandar com suas próprias pernas. O arrocho foi duro cava um futuro promissor. Bastava passar no cone refletiu-se nos contracheques dos funcionários. curso para se tornar um A média de salários paga bom partido, cobiçado por pelo BB é apenas a 37ª mais Salários do BB estão toda a família que quisesse alta entre os 50 maiores bancasar as filhas. Pode parecer cos do País. No ano passado, o entre os piores pagos caricatural, mas esta era, valor mensal ficou em R$ menos de duas décadas 2.600, de acordo com o Banco pelas grandes atrás, a realidade da maior Central – que considera nas instituições financeiras instituição bancária do País. estatísticas todos os trabalhaA situação atual é inteiradores, incluindo estagiários e do País. mente diferente. Um emterceirizados, o que leva o conprego no BB, hoje, vale tanto tingente a 106.061. Se a conta quanto o de qualquer outro concorrente do setor – se limitar apenas aos 82.671 funcionários, a média em alguns casos, nem isso. salarial do BB sobe para R$ 3.071, segundo a DireAs condições salariais no Banco vêm se detetoria de Gestão de Pessoas da empresa. riorando nos últimos anos, fruto de um brutal ajuste na estrutura de custos da empresa. A estratégia oficial buscou adequar o CATEGORIA PERDA (%) DIFERENÇA atual Pré-97 BB ao ambiente de mercado, no E1 780,30 780,30 qual, com o fim da inflação gaE2 803,70 873,94 70,24 8,04% lopante e a crescente informaE3 828,00 978,81 150,81 15,41% tização, a competição tornou-se E4 852,30 1.096,27 243,97 22,25% E5 877,80 1.227,82 350,02 28,51% bastante acirrada. Desde a úlE6 904,50 1.375,16 470,66 34,23% tima grande injeção de capital – E7 931,50 1.540,17 608,67 39,52% os R$ 8 bilhões aportados pelo E8 959,10 1.724,99 765,89 44,40% 4 Ação abr-mai/ 2005 E9 E10 E11 E12 988,50 1.017,60 1.048,50 1.079,70 1.931,99 2.241,11 2.599,69 3.015,64 943,49 1.223,51 1.551,19 1.935,94 48,84% 54,59% 59,67% 64,20% 2000 2001 2002 2003 2004 Sob qualquer aspecto, o que se verifica é um mergulho nas remunerações pagas aos empregados do Banco. Em apenas cinco anos, a redução nos valores médios reais foi de 27,8% – considerando as informações contábeis disponíveis no banco de dados do BC e que cobrem apenas os exercícios a partir de 2000 – ou de 19,6%, se usado o padrão adotado pelo BB. Quando a referência é 1998, ano em que as mais recentes mudanMédia 10 maiores 3,1 3,3 2,9 2,9 ças no plano de cargos e salários – PCS – começaram a surtir efeito integralmente, a perda real acumulada até 2004 chega a 29,6%, mesmo se aplicados os parâmetros estatísticos utilizados pelo BB. DESPESAS DE MENOS, LUCRO Entre as grandes instituições que atuam no País, DEMAIS o BB só paga melhor hoje que a Caixa Econômica O total gasto pelo BB com o pagamento dos Federal (média de R$ 2 mil), o HSBC e o Itaú, ambos proventos de seus empregados vem caindo ao longo com média mensal de R$ 2.200 mil. Nesse grupo, o da última década. A queda real – ou seja, desconmaior valor está no Safra: R$ 3.800. No início da détada a inflação acumulada pelo INPC entre 1995 e cada, além do próprio Safra só a Nossa Caixa ficava 2004 – foi de 34%: no período, tais despesas passaà frente do BB em matéria de salários médios. “Os ram de R$ 4,77 bilhões para R$ 3,15 bilhões. Entre bons resultados alcançados recentemente pelo Ban1998 (exercício a partir do qual a instituição tem disco permitiriam rediscutir e melhorar as atuais condiponíveis informações sobre seu quadro de pessoal) e ções de salário”, argumenta Luciano Fázio, ex-ecoo ano passado, os gastos totais com esta destinação nomista do Dieese e hoje na controladoria da caíram 26,5% embora o contingente de funcionários Funcef. tenha crescido 14,3%. O encolhimento nos vencimentos médios pagos O declínio das despesas de pessoal soma-se à pelo Banco do Brasil acompanha tendência de merelevação nas receitas com prestação de serviços cado. Descontada a inflação do período, a média para compor parte da fórmula de gestão seguida salarial entre as dez maiores instituições do País era hoje pelo Banco do Brasil. Em 2004, a empresa quade R$ 3.100 em 2000. No ano passado, o valor caiu se conseguiu quitar sua folha usando apenas o que a R$ 2.800. Como se pode observar, o ritmo de rerecebeu de seus clientes a título de cobrança de tadução no BB foi quase três vezes maior do que a dirifas e sob a forma de taxas de administração recominuição verificada na média dos dez maiores banlhidas de aplicadores. O chamado índice de cobercos que atuam em território nacional: 9,7% nos últitura da instituição bateu em 96,9%, bem mais que os mos cinco anos. 56,7% verificados apenas cinco anos atrás. Em mais CATEGORIA E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 pós-mudança 1036,87 1067,98 1100,01 1133,02 1167,01 1202,02 1238,08 1275,21 1313,48 1352,89 1393,47 1435,28 DIFERENÇA 256,57 264,28 272,01 280,72 289,21 297,52 306,58 316,11 324,98 335,29 344,97 355,58 PERDA (%) 24,74% 24,75% 24,73% 24,78% 24,78% 24,75% 24,76% 24,79% 24,74% 24,78% 24,76% 24,77% CATEGORIA E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 pré-97 1036,87 1161,82 1301,40 1457,57 1632,86 1829,40 2049,31 2295,78 2571,46 2983,13 3460,66 4014,69 DIFERENÇA 2,8 PERDA (%) 256,57 24,74% 358,12 30,82% 473,40 36,38% 605,27 41,53% 755,06 46,24% 924,90 50,56% 1117,81 54,55% 1336,68 58,22% 1582,96 61,56% 1965,53 65,89% Ação abr-mai/2005 2412,16 69,70% 2934,99 73,11% 5 foram os empregados com mais tempo de casa, justamente os que tinham samuladas nos últimos dez lários mais altos e faziam jus a mais e melhores benefícios indiretos. Em seguida, o BB determinou uma anos chegam a 60,5% no brusca mudança no seu plano de carBB, contra 17,4% dos gos e salários – PCS. A alteração ocorreu a partir de agosto de 97, quando bancos privados. foram reduzidos os percentuais de aumento automático concedido a cada três ou quatro anos de serviço prestado – o interregum aspecto, o BB no variava de acordo com o degrau do funcionário aproxima sua feino PCS. Anteriormente, a cada mudança de faixa o ção da de seus vencimento-padrão (VP) era reajustado em 12% (paconcorrentes – ra as categorias E1 a E9) ou 16% (de E10 a E12). neste indicaDesde então a variação por faixa foi padronizada dor, a média em 3%, concedidos, também de forma linear, a cada dos 50 maiores três anos. bancos do País ficou em A mudança na composição da tabela de VP 110,25% no ano passado, acarretou enormes perdas salariais para os funciosegundo dados do BC. nários. O Ação fez várias simulações para mostrar O corte nos gastos quanto os empregados do BB deixaram de ganhar com pessoal é resultado de com a alteração. Se a regra de progressão anterior um processo em três etapas ainda estivesse em vigor, o vencimento-padrão para implementado no Banco a categoria E12, a mais alta, seria hoje de R$ desde meados da década 3.015,64. O valor equivale a R$ 1.935,94 mais do passada. O início do ajuste que o teto efetivamente praticado hoje, o que reprefoi o programa de demissões senta perda salarial, nessa faixa, de 64,2%. Nos esvoluntárias lançado pelo BB tratos inferiores, os prejuízos são decrescentes, cainem 1995. Na ocasião, do a 8,04% na categoria E2, o segundo degrau da 13.388 funcionários se desescala de VPs. ligaram da empresa. O alvo Perdas salariais acu- Exercício Salário médio (R$)* Concurso 1998 1999 2001 2002 2003 Situação Atual Remuneração (R$)* 1.551,43 1.437,76 1.289,44 1.223,68 1.237,48 1.500,94 (mar/2005) *Em valores de março de 2005, deflacionados pelo INPC. 6 Ação abr-mai/ 2005 Arquivo A mudança no PCS somou-se ao achatamento atraente. As estatíssalarial resultante da política de reajuste zero (ou ticas referentes ao quase isso) vigente no BB ao longo da gestão Ferconcurso de 1999 nando Henrique – a terceira vertente do ajuste. Des– o último de âmde 94, os funcionários da instituição só conseguiram bito nacional cujo reajuste acima da inflação no ano passado. Depenprocesso de conBons resultados alcançados pelo Bandendo do índice de correção usado, as perdas salatratação já foi enco do Brasil permitiriam melhorar sariais acumuladas somente em função desta defasacerrado – evidenlários, defende o economista Luciano gem oscilam entre 57,7% e 60,5%, enquanto nos ciam isso. Dos Fazio bancos privados a diferença em relação à inflação 64.812 aprovados, do período ficou entre apenas 11,5% e 17,4%. metade foi efetivamente convocada. Entretanto, um Quando os efeitos da mudança na estrutura em cada quatro chamados para atuar no BB recuda tabela de VP são somados aos das perdas pela sou-se a ingressar nos quadros da empresa: 6.201 ausência de reajuste anual pela desistiram e 2.132 seinflação, o tamanho do prejuízo responderam à O quadro é de desmotivação. quer bate nas alturas. Se o formato de convocação, algo improgressão anterior estivesse em pensável num passado Um em cada quatro convigor e os valores padrões não tão longínquo. Em tivessem sido corrigidos Estados como São vocados a ingressar no BB respeitando-se os índices de Paulo, onde as condinão toma posse e o índice de custo de vida medidos pelo INPC ções do mercado de trano período, o menor VP seria balho são melhores, o abandono é cada vez maior. hoje de R$ 1.036,87 e não percentual de desisapenas R$ 780,30. Na ponta de tentes é ainda mais alto: cima da tabela, o VP válido para a categoria E12 para 5.393 convocados, 2.017 não quiseram tomar alcançaria R$ 4.014,69 – quase quatro vezes o valor posse no BB. efetivamente praticado atualmente pelo BB. Mesmo entre os que aceitaram se sujeitar às condições mais drásticas impostas recentemente pelo BB, não são raros os casos de abandono. ABISMO SOCIAL Marcelo Xavier, hoje na Gerência de Logística em A conseqüência disso é que trabalhar no Belo Horizonte, conta que, dos sete colegas que toBanco do Brasil tem se tornado cada vez menos maram posse com ele há cinco anos na agência Praça da Liberdade, em R$ mil apenas dois conExercício Qtde de Funcionários tinuam no Banco. “Eram pessoas 1998 72.350 dispostas a per1999 69.437 manecer aqui so2000 78.201 mente enquanto 2001 78.122 estivessem na faculdade. Tão logo 2002 78.619 se formaram, saí2003 80.640 ram”, relata ele, 2004 82.671 que também é arquiteto. “Alguém *Em valores de dezembro de 2004, deflacionados pelo INPC que conseguiu Ação abr-mai/2005 7 passar em um concurso tão difícil deveria ser melhor aproveitado. Salários como os atuais não condizem com uma empresa do porte e da importância do BB”, completa Alexandre Santos Sampaio, que deixou a empresa em 2002, depois de 32 anos de serviço. No ambiente das agências é visível o abismo que separa os antigos servidores dos mais novos. “O envolvimento dos novos funcionários com o Banco é incomparavelmente menor do que o dos mais antigos. Eles entram na empresa e acabam se decepcionando. A maior parte usa o emprego como um trampolim para buscar algo melhor”, relata Carlos Teixeira, hoje trabalhando em Divinópolis (MG) e há 20 anos no BB. Prevê-se para este ano o ingresso de 7 mil novos funcionários na empresa. Os próprios salários de ingresso praticados pela instituição espelham a desilusão. Segundo a Diretoria de Gestão de Pessoas do BB, o valor bruto está em R$ 1.500,94, montante que inclui R$ 495,56 a título de auxílio-alimentação. Tudo somado, sem os tíquetes e após os descontos, chegam ao bolso dos empregados cerca de R$ 850,00. A funcionária EMS*, que tem dois anos e meio de Banco, discorda. “O meu vencimento padrão é de R$ 780,00. Recebo ainda R$ 195,00 a título de gratificação semestral que foi incorporada ao salário”, afirma. “O auxílio-alimentação não pode ser considerado verba salarial ele não é tributado e nem é considerado para cálculo de FGTS.” Ainda de acordo com o Banco do Brasil, quando da seleção realizada em 99, o vencimento bruto total equivalia a R$ 1.551,43, corrigido pelo INPC do período. Em termos constantes (ou seja, descontada a inflação), o piso bruto alcançou seu mais baixo patamar em 2002: R$ 1.223,68. * nome omitido a pedido da funcionária 8 Ação abr-mai/ 2005 ATRATIVOS MENORES Não são apenas salários cadentes que marcam o período recente no Banco. Os funcionários que ingressaram na empresa a partir da mudança no PCS também passaram a dispor de vantagens menores. Não contam mais, por exemplo, com o benefício da licença-prêmio – de 18 dias para cada ano trabalhado – nem com os anuênios, que somavam 1% ao salário a cada ano de permanência na companhia e, desde 97, não são mais concedidos a nenhum empregado. Entre os poucos benefícios que ainda poderiam seduzir novos entrantes no BB estão as aposentadorias pagas pela Previ e a cobertura assistencial prestada pela Cassi. Junte-se a isso a possibilidade de contar com a ajuda da instituição para bancar estudos e, com isso, potencializar as chances de fazer carreira ascendente na empresa. “O que ainda prende muitos ao Banco é esta hipótese, mas isso só uma minoria consegue”, narra Hélio Germano, aposentado há oito anos, depois de 29 na empresa. Hoje atuando como instrutor do BB, ele vê, cada dia mais, minguar em seus alunos o interesse em permanecer na empresa. “Aquele emprego supercobiçado do passado não existe mais”, revela. Se a chance de realizar estudos, até mesmo de pós-graduação, com bolsas concedidas pela empresa permanece como atrativo, os benefícios vislumbrados com a Previ e as condições da Caixa de Assistência dos funcionários têm se deteriorado. No caso do plano de associados da Cassi, o BB reduziu seus aportes de 4,5% para 3% do salário de cada novo funcionário admitido a partir de 1998. Em decorrência, a entidade tem produzido sucessivos déficits e corre o risco de, num futuro próximo, ver zeradas suas reservas, hoje avaliadas em R$ 185,8 milhões, o que tende a comprometer a qualidade dos serviços prestados. Os funcionários também se vêem agora diante de uma Previ bem menos generosa. Hoje, os aportes da patrocinadora ao fundo de pensão restringem-se aos mesmos 7% do vencimento recolhidos por cada funcionário, relação que até 2002 fora de 2 para 1, o que significa que, a cada real pago pelo funcionário, o BB depositava o dobro. Segundo relatório recente do Banco Brascan, tal mudança permite ao BB economizar R$ 300 milhões ao ano. Alterações na fórmula de benefícios pagos pela Previ aos que vêm se aposentando desde 98 contribuíram para piorar a situação. Desde aquele ano vem sendo adotada nos cálculos a chamada Parcela Previ, que já resultou em perdas acumuladas de R$ 4 bilhões para os beneficiários do Fundo de Pensão. Outra das principais razões do prejuízo é a limitação do teto dos valores pagos pelo fundo a 75% do salário bruto do funcionário da ativa, e não mais 100% como vigorava anteriormente. Se não bastasse a deterioração das condições salariais, os funcionários do BB se vêem às voltas com a obrigação de cumprimento de metas de desempenho muitas vezes irrealistas. Os objetivos são traçados de acordo com as metas de retorno sobre o patrimônio líquido que o Banco pretende atingir no exercício. A orientação geral parte da direção em Brasília e, a partir daí, cada agência tem definido seu quinhão na tarefa. O problema tem sido as fórmulas usadas pela Direção para estipular os objetivos de cada unidade. Muitas vezes, na falta de indicadores mais precisos, são utilizadas séries históricas. Com isso, os funcionários das agências se vêem submetidos a metas crescentes. Nem sempre, contudo, o mercado responde como prevêem as planilhas dos administradores do Banco. Por isso, após muitos protestos, começa a tornar-se mais comum a definição de metas baseadas em indicadores mais precisos da realidade local de cada agência – portanto, mais factíveis. O arrocho nas agências, porém, não vem apenas do lado das receitas. Para atingir os resultados, as unidades também são compelidas a limitar o pagamento de horas-extras, única parcela da remuneração dos funcionários sobre a qual lhes é possível impor algum controle direto. Neste caso, são comuns duas situações, em geral decorrentes da inadequação entre o número de empregados no quadro de cada repartição e o volume de trabalho exigido. Na primeira delas, a quantidade de demandas acumuladas força os funcionários a cumprir muitas e seguidas horas-extras. O corolário acaba sendo a eclosão de problemas de saúde e estresse, doença que já atinge em níveis perigosos pelo menos um quarto dos empregados do BB. Em sentido inverso, mas com conseqüências similares, estão as agências em que, como forma de garrotear ao máximo os custos, os gerentes vetam a realização de horas-extras. O funcionário termina o expediente, o gerente “abre” a máquina novamente e ele continua trabalhando, de graça. O resultado é uma sobrecarga de trabalho ao longo do expediente. Há quem veja aspectos positivos no processo de ajuste sofrido pelo BB na última década. Isso porque ele foi capaz, acreditam, de corrigir distorções insustentáveis. Alguns exemplos: agências no interior do Paraná que funcionavam com 60 pessoas em meados da década de 80 hoje atuam com apenas 8. “Mesmo com tanta gente tinha quem, naquela época, trabalhasse mais do que se trabalha hoje, porque o tratamento era muito desigual”, relata Henrique Bartolatto, funcionário em Cascavel (PR). “Um caixa do Banco recebia mais que um promotor de Justiça no início dos anos 90. Alguma coisa estava errada nisso”. O ajuste na categoria bancária como um todo, porém, parece ainda não ter chegado ao fim. No ano passado, quando foram gerados 1,523 milhão de novos empregos formais no País, apenas 7.865 vieram de instituições financeiras, segundo o Ministério do Trabalho. Isso representa variação de 1,37% sobre 2003, num ano em que a economia brasileira cresceu 5,2%. Com o mercado encolhendo, dificilmente os empregados do BB conseguirão ver ressuscitar o jardim do Éden no qual um dia trabalharam. Ação abr-mai/2005 9 Clausem Bonifácio por Geiza Duarte No rastro dos parlamentares PEC, MP, PL, PDL, PLC... As siglas usadas para designar projetos de lei, medidas provisórias e emendas constitucionais são quase tão indecifráveis quanto o rito de tramitação dos projetos no Congresso Nacional. Até ser aprovada, uma proposta passa por comissões permanentes, comissões especiais, audiências públicas, plenários da Câmara e Senado e, às vezes, acaba indo parar numa gaveta, sem nunca chegar a ser votada. Para quem não vive o dia-a-dia do Congresso, é mesmo difícil acompanhar e entender o que se passa entre as duas famosas cúpulas, imortalizadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Mais assustador ainda é constatar que hoje tramitam, só na Câmara dos Deputados, nada menos que 15.977 propostas de lei. Como distinguir os projetos que realmente interessam a determinado grupo, como os bancários ou os cidadãos de uma determinada faixa etária? Como atuar nas discussões de propostas que, se transformadas em lei, podem afetar o futuro de uma certa categoria profissional 10 Ação abr-mai/ 2005 ou região do País? O trabalho feito pela Diretoria de Relações Externas e Parlamentares da ANABB busca exatamente fazer a ponte entre sociedade e Poder Legislativo. Atualmente, a Diretoria está com os olhos voltados para cerca de 300 projetos. “As propostas que tramitam no Legislativo merecem nossa constante atenção. Trabalhamos para contribuir na formulação responsável de projetos e emendas a serem defendidas pelos parlamentares”, diz o diretor Emílio Ribas Rodrigues. Ele acredita que o trabalho de acompanhamento do parlamentar pode ser comparado a um radar, um posto avançado onde se sabe tudo o que está acontecendo nas comissões, no plenário e nos bastidores e, o principal, quais as tendências de voto dos parlamentares em cada uma das matérias que tramitam no Congresso. Assessoria parlamentar ou lobby são denominações para esse trabalho junto ao Legislativo. No Brasil, sempre que se fala em lobby é com uma conotação negativa. A associação a algo escuso, ligado a interesses desonestos ou à defesa de Agência Brasil grandes grupos econômicos, é comum. Mas o professor de Ciência Política da Universidade de Brasília – UnB –, David Fleischer, lembra que a atuação desses profissionais é, quase sempre, um exercício louvável e, no caso de um país como o Brasil, essencial. “O assessor parlamentar interage para defender interesses de categorias ou grupos, mas também leva informações importantes a deputados e senadores sobre determinada realidade cujas particularidades eles muitas vezes desconhecem e sobre a qual têm de votar”, afirma. Proposta de reforma sindical do ministro Ricardo Berzoini foi mal recebida no Congresso Clausem Bonifácio queria. O que importa é ter, na base, ativistas”, conclui. Crítico ferrenho do projeto, o deputado Alceu Collares (PDT-RS) acha que a proposta não será REFORMA SINDICAL aprovada no Congresso. Ele afirma que “a A proposta de Reforma Sindical encaminhada exigência de os sindicatos se submeterem ao pelo Executivo ao Congresso, em março, é um dos Ministério do Trabalho para conseguir a chamada focos de atenção da ANABB. O texto assinado pe‘personalidade sindical’ é totalitária”. O ministro lo ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, foi receRicardo Berzoini rebate a crítica de que o modelo bido com críticas no Legislativo. A proposta elimié centralizador. “O Conselho Nacional de na o imposto e a unicidade sindicais e exige que Relações de Trabalho que será criado vai os sindicatos sejam representativos de suas catedemocratizar a definição de critérios e trazer a sogorias. Para continuar existindo, cada sindicato ciedade civil para decisões que hoje são prerroterá de comprovar um mínimo de 20% de filiados gativa do ministro e cujas normas permitem muita em sua base de representação. O ministro argusubjetividade de interpretação”, afirma. menta que a proposta de emenda constitucional Há ainda um motivo de preocupação especial atribui aos sindicatos mais transparência e legitipara os integrantes da ANABB. O projeto sugere midade. que seja substituído, na Constituição, o trecho “é Para o deputado Walter Barelli (PSDB-SP), a livre a associação profissional ou sindical” por “é proposta tem altos e baixos. Ele elogia o fato de a assegurada a liberdade sindical”. A exclusão do Reforma legalizar uma prática que tem se tornado termo ‘associação’ poderia dar brechas a um escomum entre sindicatos e empresas – o respeito às vaziamento da capacidade de representação de negociações coletivas. Mas adverte que há alguassociações profissionais como a ANABB. O Mimas “invenções” no texto que transformariam o nistério do Trabalho esclarece que a liberdade de sindicalismo brasileiro em algo completamente inuassociação está garantida pelo artigo 5º da Conssitado, diferente do que existe hoje em países detituição e que nenhuma associação ficará prejudisenvolvidos como França e Estados Unidos. Walter cada com a nova Barelli afirma que a idéia O diretor Emílio Ribas Rodrigues, responsável pelo acompaproposta. de exigir mais represennhamento no Congresso: contribuição política tatividade dos sindicatos pode até ser boa, mas foi REFORMA mal executada. “Nem TRABALHISTA sempre tamanho é docuAssim que o mento. Exigir 20% de Legislativo concluir a representação pode ser votação da Reforma um erro. Na ditadura, Sindical, o Governo havia sindicatos com mais pretende começar as de 90% de associados que discussões em torno da eram amorfos, pelegos, Reforma Trabalhista. Esfaziam o que a direção ta, sim, promete dar dor Ação abr-mai/2005 11 Divulgação RESULTADOS PRÁTICOS Agência Brasil Outro assunto na pauta de interesses da ANABB é a aposentadoria pelo INSS. O jornal Ação revelou, na edição de agosto do ano passado, que uma mudança metodológica introduzida nos cálculos do fator previdenciário em 2003 poderia prejudicar os trabalhadores que estariam próximos de se Projeto é totalitário, critica o deputado federal Alceu Collares aposentar. A alteração é conseqüência de um au(PDT-RS) mento na taxa de expectativa de sobrevida da população brasileira, de 70 anos para 74 anos. Essa mude cabeça à ANABB. Em 2003, o Governo pediu o dança na longevidade medida pelo IBGE passou a arquivamento de um projeto enviado ao Conser adotada a partir de 2003 e acabou provocando, gresso pelo ex-presidente Fernando Henrique repentinamente, uma redução no valor dos benefíCardoso dois anos antes e que flexibilizava algucios calculados pela Previdência Social. mas das regras garantidas pela CLT. Quando se Dois trabalhadores com o mesmo perfil (idade, fala em mudanças nas leis trabalhistas com o artempo de contribuição e salário médio iguais), que se gumento de torná-las mais modernas para incenaposentassem em 2003 e 2004, receberiam benefítivar a geração de emprego, há sempre o risco de cios diferentes. O que se jogar no lixo conquistas aposentasse antes ficaria com históricas dos trabalhadores. Próximo alvo dos benefício maior e, paradoxalQuestionado sobre a mente, aquele que adiasse por parlamentares será a proposta do Governo petista, um ano sua aposentadoria o ministro Ricardo Berzoini reforma trabalhista. ANABB acabaria recebendo menos. afirmou que não pretende O deputado Sérgio Mivai acompanhar de perto desenterrar o projeto, que randa (PCdoB-MG) procucriava a possibilidade de para impedir que conquistas rou o Ministério Público, e o acordos coletivos flexibilizarem procurador da República, históricas vão para o lixo. direitos inscritos na CLT. “Não Carlos Henrique Lima, acreditamos ser positivo perentrou com uma ação civil mitir que um sindicato, pressionado por uma pública na Justiça Federal pedindo a revisão na conjuntura negativa, por exemplo, possa abrir forma de cálculo com o objetivo de reduzir ao mão de direitos previstos em lei”, diz o ministro. máximo o prejuízo para os trabalhadores. O pro“Nossa posição em relação à necessária mocurador não questiona a metodologia usada pelo dernização da legislação trabalhista vai no sentido IBGE. Ele argumenta que a expectativa de vida aude desburocratizar processos e reduzir entraves ao mentou ao longo de 20 anos, ao passo que a tábua mercado de trabalho sem precarizar o direito trade cálculos do fator previdenciário foi modificada de balhista.” uma única vez, provocando a distorção. O recuo do Governo em relação à Medida O deputado Sérgio Miranda (PCdoB-MG) provocou o Ministério Provisória 232, enviada ao Congresso para corriPúblico, que entrou com ação na Justiça contra o fator previdenciário gir a tabela do Imposto de Renda, é prova de que a organização da sociedade consegue reverter decisões que seriam negativas caso viessem a ser implementadas. A medida trazia embutido aumento de impostos para empresas prestadoras de serviços, agricultores e caminhoneiros. Mas a pressão foi tão grande que o Governo desistiu dos aumentos de impostos e manteve apenas a correção de 10% na faixa de isenção do IR. 12 Ação abr-mai/ 2005 Mais dinâmica e interativa, a nova página vai facilitar a vida de quem acessar a Internet para buscar informações. No site, você tem um espaço só seu. Ao digitar matrícula e senha na seção “Auto-atendimento”, você acessa todas as informações pessoais. Pelo auto-atendimento, a consulta a ações judiciais impetradas pela Associação pode ser feita em tempo real. A informação chega de forma simples, sem termos jurídicos, para que o associado possa entender em que etapa se encontra a ação. Ação abr-mai/2005 13 Conheça os grupos assessores por Maria Filomena da Paixão Pouca gente sabe mas, por trás das ações da ANABB, há sempre um debate longo e profundo sobre cada tema. Tudo muito organizado. Geralmente, as discussões começam nos grupos assessores, formados por diretores e conselheiros, que se reúnem periodicamente para ajudar a melhorar a vida dos associados. São cinco os grupos, que se dividem por áreas: relações institucionais e comunicação; previdência e aposentadoria; saúde e qualidade de vida; cidadania e responsabilidade sócio-ambiental; e relações trabalhistas e sindicais. CIDADANIA expectativa é que esse montante chegue a R$ 300 mil nos próximos meses. O Grupo Assessor de Cidadania e ResponO Brasil Sem Fome direciona recursos para sabilidade Sócio-Ambiental esforça-se para que diversos comitês de cidadania mantidos por a ANABB se aproxime cada vez mais da comunifuncionários do BB. Já foram construídas cisternas dade. Ele colabora com a no semi-árido nordestino, usinas de Douglas Scortegagna: particiAssociação na elaboração de pação em projetos sociais reciclagem e doados fogões movidos a novos projetos sociais como o energia solar, entre outros. Com os novos Brasil Sem Fome. Na última recursos, o programa deve beneficiar reunião do Conselho Deliberaoutros projetos cadastrados pelos Comitês tivo, o diretor de Relações da Cidadania e que sejam viáveis. O GruFuncionais, Aposentadoria e po Assessor de Cidadania está tentando Previdência da ANABB, viabilizar a assinatura de convênios e a Douglas Scortegagna, informou constituição de parcerias com empresas que a campanha de privadas para vender camisetas do Brasil contribuição voluntária Sem Fome, com o fim de arrecadar recurarrecadou mais de R$ 250 mil sos e ampliar o número de entidades benepara o programa e que a ficiadas. 14 Ação abr-mai/ 2005 Os grupos são consultivos e servem para eliminar etapas. “Eles têm sido um instrumento muito útil para a diretoria e o Conselho Deliberativo. Neles, as discussões são amadurecidas. O que acontece é uma espécie de pré-cozimento dos assuntos”, Antonio Gonçalves: discussões resume o presidente mais maduras do Conselho Deliberativo, Antonio Gonçalves. O conselheiro Romildo Gouveia assina em baixo e acrescenta que, se os grupos não existissem, a Diretoria precisaria debruçar-se sobre todos os temas para se pronunciar. “O grupo poupa os diretores desse trabalho e sintetiza o assunto”, explica. “É possível mergulhar nas discussões antes que elas cheguem ao Conselho Deliberativo que, com 21 integrantes, demandaria um esforço bem maior para iniciar o debate sobre uma questão.” Criados no mandato anterior e em constante aperfeiçoamento, os grupos temáticos também funcionam para acertar o foco em algumas questões. “O grupo de saúde se preocupa com a Cassi, apresentando sugestões para melhorar nossa Caixa de Assistência. Já o grupo de Cidadania se esforça para aproximar a ANABB da comunidade”, exemplifica Antonio Gonçalves. “Essa é uma forma de exercitar a governança administrativa internamente,” complementa. Para o conselheiro deliberativo José Sampaio de Lacerda Júnior, os grupos são a instância onde os conselheiros deliberativos e a Diretoria da ANABB estreitam relações. Quando é necessário, o grupo leva convidados, Romildo Gouveia: trabalho em inclusive associados, grupo poupa os diretores para ajudar nas discussões. “Esses grupos tornaram a ANABB muito mais moderna. A entidade passou a ser mais dinâmica”, completa. O deputado distrital Augusto Carvalho, conselheiro deliberativo que participa do grupo, lembra que a responsabilidade social sempre foi uma preocupação da ANABB. O parlamentar diz que a Associação teve papel fundamental na insAugusto Carvalho: maior respontalação dos comitês de sabilidade social funcionários do Banco do Brasil que arrecadaram alimentos para a campanha contra a fome, iniciada pelo sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, morto em 1997. Augusto Carvalho ressalta que a divisão das discussões no Conselho Deliberativo em grupos temáticos “é uma forma inteligente de enriquecer o trabalho da diretoria aproveitando o potencial dos conselheiros que têm aptidões em diversas áreas”. Grupo Assessor de Cidadania e Responsabilidade Sócio-Ambiental Douglas José Scortegagna – Coordenador Éder Marcelo de Melo - Suplente Antonia Lopes dos Santos Augusto Silveira de Carvalho Francisco Alves e Silva Henrique Pizzolato Osvaldo Petersen Filho Tereza Cristina G. M. dos Santos Ação abr-mai/2005 15 RELAÇÕES INSTITUCIONAIS O Grupo Assessor de Relações Institucionais e Comunicação tem papel central no funcionamento da ANABB e é um importante instrumento de integração com os demais grupos assessores, auxiliando na viabilização de projetos e ações que necessitem da parceria de organismos externos. José S. Lacerda Júnior: acomO grupo atua es- panhar reformas no Congresso foi sugestão do grupo treitando relações com outras entidades de funcionários do BB e sindicatos, organizações não-governamentais, universidades, além de estar em contato constante com a direção do Banco do Brasil, a PREVIDÊNCIA Coordenador do Grupo Assessor de Previdência e Aposentadoria, o conselheiro deliberativo José Branisso ressalta três grandes contribuições que o grupo deu para a ANABB. A primeira delas é a contribuição nas discussões sobre a nova Parcela Previ. A segunda foi a sugestão para recuperar o Estatuto da Previ de 1997, alterado na época pelo interventor, que retirou o poder de voz dos associados. A Associação quer retomar a participação dos associados, mas luta também pela atualização do estatuto. A terceira contribuição é a preparação e formação de conselheiros para atuar nas empresas que participam da Previ. Entre os trabalhos desenvolvidos pelo grupo se destacam os contatos realizados ano passado com o então deputado Paulo Bernardo, do PT (hoje Ministro do Planejamento), para esclarecer dúvidas sobre o projeto de Parcerias Público- 16 Ação abr-mai/ 2005 mídia e os Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo. Uma das sugestões feitas pelo grupo é a de que a ANABB acompanhe a tramitação de três projetos de interesse dos funcionários e do próprio Banco no Congresso Nacional: as propostas de Reformas Tributária, Sindical e Trabalhista. “Esse grupo é um foro esclarecedor, que evita ruídos e divergências. Uma idéia inovadora e realmente inusitada”, afirma o conselheiro José Sampaio Lacerda Júnior, que integra o grupo. Grupo Assessor de Relações Institucionais e Comunicação Emílio Santiago Ribas Rodrigues - Coordenador Antonio Gonçalves de Oliveira - Suplente Antonio Carlos Lima Rios Camillo Calazans de Magalhães Élcio da Motta Silveira Bueno José Sampaio de Lacerda Júnior Luiz Antônio Careli Privadas (PPP) e sobre os Fundos de Pensões. José Branisso aponta também a decisão acertada de se criarem grupos assessores. “Os grupos têm contribuído para melhorar a gestão da ANABB e preparar novas lideranças para atuar na Previ, no BB e na pró- Formação de lideranças é papria Associação”, ressalta. pel dos grupos, diz Branisso Grupo Assessor de Previdência e Aposentadoria José Branisso - Coordenador Vitor Paulo Camargo Gonçalves - Suplente Cecília M. Garcez Siqueira Humberto Eudes Vieira Diniz Mário Juarez de Oliveira Paulo Assunção de Souza Romildo Gouveia Pinto SAÚDE A função prioritária do Grupo Assessor de Saúde e Qualidade de Vida é discutir as condições da Cassi que, segundo o conselheiro deliberativo José Antônio Diniz de Oliveira, é o Grupo quer participação da ANABB no GT Cassi, afirma maior benefício dos Diniz funcionários do Banco. Nos dias 31 de março e 10 de abril, o grupo promoveu, em Brasília, um seminário sobre a situação da Caixa de Assistência. No encontro, do qual participaram diretores eleitos da Cassi, toda a Diretoria da ANABB e conselheiros, ficou decidido que a Associação pedisse uma audiência com o novo presidente do BB, Rossano Maranhão Pinto, para discutir o assunto (veja na página 23). Por sugestão do grupo, a ANABB já TRABALHO O Grupo Assessor de Relações Trabalhistas e Sindicais discute assuntos relacionados aos interesses funcionais da categoria do Banco do Brasil. O grupo é responsável por fazer o meio de campo entre a ANABB, a Comissão do Plano de Cargos e Salários e Plano de Cargos Comissionados (PCS/PCC), os representantes da William Bento: grupo intermedia negociações salariais Confederação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Crédito – Contec –, e a Comissão de Empresa. O grupo agenda reuniões com essas comissões quando é necessário. De acordo com o conselheiro deliberativo William José Alves havia solicitado uma reunião com o expresidente do Banco, Cássio Casseb, que deixou o cargo antes que ela ocorresse. José Antonio Diniz ressalta que os objetivos do grupo foram ampliados para melhorar a saúde e a qualidade de vida dos funcionários do Banco do Brasil. O grupo também vai sugerir a participação da ANABB no GT Cassi, o grupo de trabalho da Caixa de Assistência, e em cada Conselho de Usuário. No GT CASSI, a prioridade será a reforma estatutária. Grupo Assessor de Saúde e Qualidade de Vida Naide Ribeiro Júnior - Coordenador Ana Maria Dantas Leite - Suplente Carlos Rosalvo de Oliveira Serrano Cláudio José Zucco Denise Lopes Vianna José Antonio Diniz de Oliveira Maria das Graças Machado Bento, o grupo discute questões de interesse dos funcionários do BB, como dissídio coletivo, PCC, PCS e anuênio. “Mas as atribuições de negociação com o BB são do Sindicato”, lembra. O grupo, ressalta ele, contribui, já que a ANABB precisa e deve corresponder às motivações e à cobrança dos associados. O conselheiro explica que o Banco negocia com duas entidades: a Contec e a Comissão de Empresa. “O grupo colabora levantando sugestões para a área econômica do Governo e a diretoria do BB, na tentativa de solucionar impasses”, afirma. Grupo Assessor de Relações Trabalhistas e Sindicais Inácio da Silva Mafra – Coordenador William José Alves Bento – Suplente Armando César Ferreira dos Santos Fernando Amaral B. Filho Mércia M. Nascimento Pimentel Valmir Marques Camilo Ação abr-mai/2005 17 De bem com a vida por André Lacerda Fotos: Keystone e Tico Fonseca São muitas as atitudes que podem ser tomadas para melhorar a qualidade de vida, inclusive no trabalho. Apesar do aumento da competitividade e das pressões do dia-a-dia, as soluções são simples e bastante prazerosas. Apontado como a doença do século, o estresse tem levado número crescente de pessoas a buscar soluções fora da medicina convencional para aliviar dores e tensões, problemas que afetam pelo menos um quarto dos funcionários do Banco do Brasil. Os tratamentos alternativos prometem devolver o equilíbrio físico, emocional e espiritual a quem vive com os nervos à flor da pele. Antes restritos a iniciados, e quase sempre a entusiastas, essas terapias vêm inclusive ganhando espaço nos receituários médicos. Hoje, é comum encontrar nas prescrições dos profissionais de saúde indicações desse tipo. “O procedimento alternativo, sendo bem indicado, não está à margem do tratamento convencional”, 18 Ação abr-mai/ 2005 reconhece o psiquiatra e psicoterapeuta Augusto César de Farias Costa, membro do Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal. “Mas não existe nenhuma terapia que sirva para todos, nem para todo e qualquer momento e estágio do estresse”, lembra ele. As opções não-convencionais incluem fitoterapia (uso de ervas e chás da flora brasileira), homeopatia, acupuntura, meditação zen, ioga, cromoterapia, RPG, alongamentos e mas- sagens terapêuticas – como shiatsu, ayurvédica e anos. Pelo menos uma do-in. Parte-se do princípio de que os males do vez por mês, ela frecorpo não têm origem meramente física. Assim, qüenta sessões de cuidar dos desequilíbrios emocionais é tão imporshiatsu ou drenagem tante quanto tratar as manifestações mais visíveis. linfática. “Após a O shiatsu – palavra chinesa que significa sessão, me sinto mais pressão com os dedos – é um tipo de massagem equilibrada e harmuito indicada para pacientes que vivem situações monizada. A massagem de estresse. O princípio da massagem é o mesmo desbloqueia a energia da acupuntura: o toque das mãos estimula pontos dos pontos que estão energéticos do corpo, atuando no desbloqueio de congestionados”, tensões acumuladas pela sobrecarga diária. garante. A origem do shiatsu é chinesa, mas a massaA maior parte dos O gerente Amílcar Tavares gem foi aperfeiçoada no Japão no início do século pacientes da terapeuta faz ioga há dois anos: maior passado. A modalidade mais comum hoje é uma Lídia de Freitas, que rendimento no trabalho fusão das técnicas desenvolvidas em cada um dos trabalha com shiatsu e dois países. Além dos procedimentos inerentes à drenagem linfática há mais de dez anos, chega ao técnica, o ambiente em que é feita a massagem, consultório apresentando quadro de estresse físico incluindo a música, contribui para o relaxamento. e emocional, ansiedade, insônia, dores musculares Logo após a primeira sessão, o paciente já e nas articulações. Não é à toa que ela tem um percebe melhora significativa no quadro de tensão número significativo de bancários na lista de cliene rigidez muscular, no excesso tes. “A massagem é um coadde ansiedade e um alívio nas juvante no relaxamento e A ioga tranqüiliza a dores de coluna – sintomas ajuda a pessoa a se preparar normalmente agravados pelo física e emocionalmente para mente, controla as ritmo frenético de vida. O efeito tomar novas atitudes”, afirma. da massagem pode durar de Ela orienta os pacientes a busemoções e tonifica o três a cinco dias após a tecar algum tipo de prazer, um corpo. rapia. A freqüência das sessões hobby, como forma de não irá variar de acordo com o esocupar todo o tempo apenas tado do paciente – em épocas de maior tensão, o com obrigações. “É preciso desenvolver a mais indicado é que ele se submeta à massagem consciência de que a vida não é só deveres. Desepelo menos uma vez por semana. quilíbrio causa dor física e psíquica.” Tão indicadas quanto o shiatsu para combater o estresse, a massagem ayurvédica – com seus MUDANÇA DE RUMO mais de 4 mil anos de tradição indiana – e a dreUma “reengenharia do cotidiano” é o que nagem linfática têm poderes relaxantes e outros também recomenda o francês Antoine Stauder, adicionais. Ambas melhoram a circulação sangüídiretor e professor da Etna – nea e desintoxicam os tecidos, além de terem efeiEscola de Terapias Naturais, to sobre a retenção de líquidos. Apesar de ser conhecida por suas funções estéticas – no tratamento e prevenção de celulites –, a drenagem linfática também é indicada em pré e pós-operatórios. Débora Carneiro, gerente de Administração do BB em Brasília, é adepta das terapias alternativas há quatro Ação abr-mai/2005 19 de Brasília. Segundo ele, para cuipela Associação Brasileira de Medar do estresse é preciso adotar dicina – capaz de promover o mudanças na rotina que vão da equilíbrio do organismo. O méalimentação ao ritmo de vida, pastodo consiste no estímulo de ponsando pela prática cotidiana de tos localizados na superfície do exercícios e pela intensificação da corpo. Por meio de agulhas, laser atividade sexual. ou pressão, os mecanismos nerAlterações simples no dia-avosos/neurais ou neuro-humorais dia, como dormir 8 horas e 15 do indivíduo são ativados e resminutos por noite (sim, estes 15 pondem de forma local ou sistêminutos são essenciais), adotar mica à terapêutica, também origiuma alimentação natural, fazer nária da China. Os resultados O acupunturista Henrique Souza: caixas caminhadas e manter contato com de banco absorvem queixas e aparecem logo após as primeiras problemas dos clientes a natureza já contribuem para sessões. melhorar a qualidade de vida. No cardápio saudável prescrito por Stauder não enEM BUSCA DE EQUILÍBRIO tram açúcar, café, carnes vermelhas, refrigerantes Para os acupunturistas, o corpo possui duas nem leite e derivados. No lugar, dá-lhe cereais forças de equilíbrio: o yin e o yang. Desbalanceaintegrais, leguminosas, verduras e frutas. das, elas podem desencadear transtornos e doenÀ primeira vista, pode parecer contraditório, ças variadas. A acupuntura tem aplicação abranmas o estresse também pode ter seu lado positivo. gente. Serve, por exemplo, para o tratamento de “Um bom treinamento faz toda a diferença. Corpo casos de insônia, alterações de humor, depressão, e alma preparados crescem com os ansiedade, enxaquecas ou gastrite. Uma de suas desafios. A forma como cada vantagens é não causar efeitos colaterais – o máum reage ao estresse é que ximo que pode acontecer é uma sensação de sefaz a diferença. Ele pode ser dação após a sessão, e que ainda assim é raro. uma oportunidade de enO fisioterapeuta Henrique Afonso Souza grandecimento, incenNeto, que atua com acupuntura em Brasília, conta tivando a pessoa a desenque, no caso dos bancários que procuram o tratavolver melhor suas atividamento, os sintomas variam de acordo com as fundes”, diz Stauder. ções desempenhadas no trabalho. Os que atuam A acupuntura é outra no atendimento ao público, como os caixas, apreopção de terapia – já consentam ansiedade e dores musculares associadas siderada uma ao estresse. Segundo o terapeuta, estes funcionáespecialidade rios chegam, em muitos casos, a somatizar as médica queixas dos clientes – o que acaba resultando no aparecimento, no próprio organismo, de males alheios. Já aqueles Exercícios simples que têm cargos executivos apresentam, em geral, estresse emode relaxamento cional caracterizado por distúrbios são capazes de de sono, irritabilidade e fobias. Souza Neto procura despermanter o tar em seus pacientes atitudes que também envolvam atividades praestresse zerosas e cuidados com repouso e sob controle. alimentação. “Quando a exigência sobre o indivíduo supera a 20 Ação abr-mai/ 2005 capacidade de se adaptar a mudanças ou pressões, o estresse deixa de ser uma reação positiva como mecanismo de solução de problemas e passa a ser danoso”, diz. A cromoterapia é outra técnica relativamente recente que utiliza cores para tratar o corpo e a mente. Geralmente, a cromoterapia é associada a outros tipos de tratamento, como a acupuntura. A Rússia é pioneira nesse campo e aplica o método de forma regular. Acredita-se que a cromoterapia tem uma matriz fisiológica que influencia o estado de humor das pessoas. Já se sabe que cores quentes, como vermelho e laranja, excitam, e cores frias, como os tons pastéis, acalmam as pessoas. O gerente de agência Amílcar Tavares de Castro aderiu à ioga para compensar as pressões diárias do trabalho. Praticante há dois anos, ele melhorou a concentração e obteve mais discernimento e tranqüilidade para tomar decisões. “A A terapeuta Lídia de Freitas: ioga funciona shiatsu e drenagem linfática para como válvula de combater estresse escape e trouxe mais qualidade ao meu dia-a-dia. Outra vantagem é que pode ser praticada em casa”, comenta. Duas vezes por semana, Amílcar freqüenta a academia e, durante quatro dias, faz exercícios em casa, depois do trabalho. A ioga é uma filosofia indiana com efeito relaxante que utiliza a respiração e a postura como forma de melhorar a agilidade, tanto física quanto mental, e de reduzir a tensão. Tem como objetivos tranqüilizar a mente, controlar as emoções, promover flexibilidade física e boa saúde. A atividade BB reconhece problemas e implanta programa que inclui práticas antiestresse na rotina de trabalho. pode vir a fazer parte do programa de qualidade de vida do BB – em fase de implantação – que prevê uma verba mensal e espaços nas agências para prática de atividades antiestresse. O psicoterapeuta Augusto César de Farias Costa recomenda procurar um médico que vai definir qual método seguir. Pela gravidade da doença, a avaliação do quadro de estresse deve sempre considerar um conjunto de fatores: profissionais, familiares, ambientais; nunca apenas aspectos isolados. “Cada caso deve ser avaliado em um contexto transdiciplinar”, reforça. A partir dessa avaliação é possível detectar a origem da doença e, então, estabelecer a terapia mais adequada que, cada vez mais, une métodos tradicionais à medicina alternativa. Os procedimentos prescritos variam de acordo com os sintomas e os níveis da doença. A gerente do BB Débora Carneiro faz drenagem linfática para encontrar equilíbrio Ação abr-mai/2005 21 COBERTURA DO PLANO DE SAÚDE Nem todo mundo tem o orçamento folgado o bastante para pagar sessões de terapia. Os planos da Cassi só cobrem despesas com acupuntura. Basta que o interessado apresente o pedido médico e se submeta a uma perícia feita por profissionais da caixa de assistência do BB. Só assim, o início do tratamento é autorizado. III CONFERÊNCIA DE SAÚDE O Conselho de Usuários da CASSI-DF vai promover, em 18 de maio, a III Conferência de Saúde. Na conferência, além de palestras, haverá a eleição dos novos integrantes do conselho para a gestão 20052007. Todos os usuários da Caixa de Assistência no Distrito Federal podem participar. Os interessados em representar os beneficiários poderão se inscrever no Sindicato dos Bancários do DF, local da conferência, no próprio dia, das 17h30 às 19h. As inscrições dos representantes de entidades de associados, como AABB, AAFBB e ANABB, já estão encerradas. O Conselho de Usuários atua no acompanhamento e na discussão das ações de saúde da Cassi. Na última gestão a ANABB esteve representada por Ana Lúcia Landin e Douglas Scortegagna. GONÇALVES RECEBE HOMENAGEM NA NA MEDIDA MEDIDA DO DO SEU SEU BOLSO BOLSO SHIATSU - cada sessão, que dura aproximadamente 1h30, custa entre R$ 50 e R$ 120. DRENAGEM LINFÁTICA - procurada principalmente por mulheres, as sessões têm preços que variam de R$ 50 a R$ 120. ACUPUNTURA - caso o paciente tenha que arcar com as sessões, os preços variam de R$ 40 a R$ 150. IOGA - varia de R$ 60 a R$ 180, dependendo da freqüência e do tipo de aula – em academia, instituto ou particular (preços pesquisados em Brasília) 22 Ação abr-mai/ 2005 Mais de 230 pessoas, entre diretores da ANABB, integrantes dos Conselhos Deliberativo e Fiscal e amigos, estiveram no jantar promovido no dia 29 de abril, em São Paulo, em homenagem ao presidente do Conselho Deliberativo, Antonio Gonçalves. O conselheiro foi homenageado pelos importantes serviços prestados à Associação. Gonçalves é aposentado mas não descansa, atuando em várias atividades. Além de presidir o Conselho Deliberativo da ANABB, Antonio Gonçalves é diretor-secretário da Associação Nacional dos Sindicatos das Pequenas Indústrias e conselheiro da Telesp Participações e do Banco do Povo de São Paulo. Participa das reuniões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, do Governo Federal, e ainda preside a Associação de Amigos do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Durante a noite, no Hotel Blue Tree Ibirapuera, foi exibido um vídeo sobre a vida e o trabalho do conselheiro deliberativo. Outros três conselheiros já foram homenageados pela ANABB. No ano passado, a Associação promoveu tributos a Rosalvo Serrano, do Rio Grande do Norte, Camillo Calazans, de São Paulo, e Mário Juarez, do Rio Grande do Sul. A SUADA VIDA DOS APOSENTADOS presidente de Negócios Internacionais e Atacado do BB. Já Geraldo Magela, também economista, estava sem cargo político de importância desde a eleição de 2002, quando perdeu o governo do Distrito Federal para Joaquim Roriz. Magela iniciou a carreira política no sindicato, no fim da década de 70. Nos anos 90, foi eleito deputado distrital e deputado federal pelo PT. SEMINÁRIO DA CASSI Mais de 500 aposentados participaram do 11º Campeonato de Integração dos Funcionários Aposentados do BB – CINFAABB –, que ocorreu em Florianópolis entre os dias 16 e 23 de abril. Equipes de 18 associações atléticas do BB de todo o País, com exceção da região Norte, disputaram torneios de tênis, sinuca, natação e futebol minicampo nas faixas-etárias de 45 e 60 anos. O público também marcou presença. Três mil pessoas estiveram na ilha torcendo pelos atletas. O CINFAABB é promovido uma vez por ano pela Federação Nacional das AABBs – FENABB –, e teve o apoio da Cooperforte, Cassi, Bancorbrás e de AABBs. BANCÁRIOS BANQUEIROS Os funcionários do Banco do Brasil Rossano Maranhão e Geraldo Magela foram confirmados nos cargos de presidente do BB e do Banco Popular do Brasil, respectivamente. Mestre em Economia Política, Maranhão assumiu o BB interinamente em novembro do ano passado, em substituição a Cássio Casseb. Antes, chegou a ser vice- Os diretores eleitos da Cassi se reuniram nos dias 31 de março e 1º de abril, na sede da ANABB, em Brasília, para avaliar a negociação do déficit da entidade com o Banco do Brasil. O déficit é causado principalmente pela redução da contribuição do BB de 4,5% para 3%, para os funcionários contratados depois de 98. BATALHA CONTRA A PP Diretores eleitos e conselheiros da Previ pediram, no começo do mês, uma audiência com o presidente do BB, Rossano Maranhão, para tratar das distorções nos benefícios provocadas pela Parcela Previ. Em carta, os representantes da Previ reafirmaram que a solução para o problema está no caixa do Fundo de Pensão, que acumulou R$ 9,7 bilhões em superávits e ainda tem mais R$ 5,5 bilhões no Fundo Paridade. Os conselheiros Valmir Camilo, José Ricardo Sasseron, Antônio Carlos Rios, José Wilson da Silva, e os diretores Erik Persson, Cecília Garcez e Francisco Alexandre pretendem discutir também a reforma do estatuto da Previ. Na segunda semana de abril, o SisBB divulgou uma nota da Vice-Presidência de Gestão de Pessoas, dizendo que a redução da PP é um compromisso do Banco, mas que a decisão não depende exclusivamente da instituição, e também de sindicatos, da Secretaria de Previdência Complementar e do Departamento de Coordenação das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento. Ação abr-mai/2005 23 o Banco Pouca gente se lembra, mas o estatuto da CASSI aprovado em 1996 previa, sabiamente, uma revisão do texto estatutário em 2 anos (art. 70). Este cuidado se mostrou pertinente porque depois do substancial aumento da contribuição (1% para 3% a parte dos associados e 2% para 4,5% a parcela do Banco), que parecia dar condições de muitos anos de equilíbrio para a Cassi, o Banco do Brasil mudou drasticamente sua política de recursos humanos, estabelecendo 7 anos de vacas magras, praticamente sem qualquer reajuste salarial. Além disso, nunca é demais repetir que outras medidas (supressão de anuênio, achatamento das faixas do PCS; pagamento de 3% para os funcionários admitidos a partir de 98; não contribuição sobre os abonos) impactaram fortemente as já combalidas receitas não atualizadas pelos reajustes salariais. A chegada de um novo governo, democrático e popular, identificado com as causas dos trabalhadores trouxe a justa expectativa de dias melhores para o Brasil e para os brasileiros; para o Banco do Brasil e também para a Cassi. O passar do tempo, no entanto, sem que a expectativa se cumpra, faz lembrar Camões em seu célebre poema: “Sete anos de pastor Jacob servia/Labão, pai de Raquel, serrana bela;/Mas não servia ao pai, servia a ela,/E a ela só por prêmio pretendia.//Os dias na esperança de um só dia,/Passava contentando-se com vê-la;/Porém o pai usando de cautela,/Em lugar de Raquel lhe dava Lia”. O que assistimos até agora, passados mais de dois anos, é uma grande insensibilidade com a 24 Ação abr-mai/ 2005 Clausem Bonifácio CAMÕES, JACOB, situação da Caixa de Assistência, demonstrada pela total falta de interlocução do Banco com os dirigentes e conselheiros eleitos e pela crônica indisposição em abrir negociação para encaminhar com seriedade a solução dos problemas que provocam o desequilíbrio financeiro da CASSI, grande parte deles da responsabilidade do Banco do Brasil. Comparando com gestões anteriores do Banco, de Ximenes e Camargo, por exemplo, chamados no mínimo de insensíveis neo-liberais pelas mesmas pessoas que hoje estão no poder, a Cassi mereceu cuidado e consideração incomparavelmente maiores, inclusive na negociação de um novo estatuto, em 1996, que viabilizou seu funcionamento até aqui. Camões conclui assim seu soneto: “Vendo o triste pastor que com enganos/lhe fora assim negada a sua pastora,/Como se a não tivera merecida;/Começa de servir outros sete anos,/Dizendo: – Mais servira, se não fora/Para tão longo amor tão curta a vida!”. Agora, quando os déficits sucessivos do plano de associados reduzem as reservas da Caixa de Assistência a níveis preocupantes, é inadiável a abertura de um diálogo institucional entre os patrocinadores Banco do Brasil e Corpo Social, representado pelos dirigentes eleitos. Ninguém espera tratamento paternalista para a Cassi. O que se exige é que o Banco demonstre vontade política e designe interlocutores com alçada e interesse em encontrar soluções duradouras para a entidade responsável pela assistência à saúde de seus colaboradores. O tempo corre rápido demais e com ele podem se esvair nossa crença e esperança. Com certeza, o funcionalismo do BB, para não dizer os brasileiros, não terão amor tão devotado quanto Jacob para continuar “servindo” passivamente e aguardando final feliz para a sua história. Diretora Administrativa e Financeira da ANABB
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