E agora Harry? - franthiesco ballerini

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Domingo 3
Julho de 2011
ValeViver
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Fotos: divulgação
Cinema
E agora
Harry?
A franquia cinematográfica mais
lucrativa deste século chega ao fim
neste mês com a estreia de ‘Harry
Potter e as Relíquias da Morte Parte 2”, no dia 15; versão em 3D
é completamente desnecessária
Franthiesco Ballerini
São Paulo
F
oram exatos 10 anos nas salas
de cinema e um faturamento
de US$ 6,4 bilhões mundo
afora, tornando Harry Potter a franquia mais bem-sucedida de todos os tempos.
Neste mês, exatamente no dia 15, o oitavo
e último filme, “Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2” chega às telas do
mundo inteiro, no que será o maior lançamento da Warner no século 21 (até agora).
Tudo para faturar o máximo possível e pela
última vez da saga que facilmente chegará a
US$7 bilhões, mas que provavelmente não
será alcançada tão rápido por outras fran-
quias por um bom tempo.
E não adianta a Warner insistir porque
não haverá mais livros para sustentar a
série. A escritora J. K. Rowling chegou a
aparecer em público negando rumores de
que estaria escrevendo mais livros sobre o
bruxinho. Quando tais boatos se espalharam, o próprio ator protagonista, Daniel
Radcliffe, chegou a ligar pessoalmente para
a escritora para “tirar satisfações”. Isso porque nem ele, nem grande parte do elenco
querem mais continuar a viver os mesmos
personagens que os consumiram à exaustão por uma década. Especialmente o trio
vivido por Daniel, Emma Watson e Rupert
Grint, loucos para desvencilharem suas
imagens dos personagens e poderem seguir
adiante com a carreira artística.
Mas vamos ao que interessa, o filme.
AMIGOS
Os três continuam
na mesma luta; no
último filme, Ron
beija Herminone
Como a maioria dos fãs já sabe, o último
longa está pronto e devidamente guardado há meses, praticamente foi finalizado junto com a parte um do sétimo
livro. Isso significa que o estúdio economizou tempo e (muito) dinheiro para
produzir o epílogo, portanto, não foi problema algum para a Warner gastar US$ 10
milhões a mais para adaptar o filme para
a tecnologia 3D, opção majoritária em países como os Estados Unidos.
A batalha final agora vai reunir todo o
elenco, tornando uma guerra envolvendo
centenas de bruxos. De um lado Lorde Voldemort, de outro Harry Potter. Muitas mortes irão ocorrer, mas é melhor não estragar
a surpresa aqui. Dirigido novamente por
David Yates, que comandou “A Ordem da
Fênix” e “O Enigma do Príncipe”, o filme
Rai0-x
SETE
Foram sete livros lançados, mas
a última parte foi dividida em dois
capítulos nos cinemas
RENDA
No mundo todo, a série do bruxo
rendeu US$ 6,4 bilhões
SEM CHORO
Este é o último capítulo e não há
esperanças de uma nova história.
Grande parte dos atores não quer
mais viver nenhum dos personagens criados para a série
tem uma grande passagem de tempo, mas a
equipe decidiu não substituir o trio protagonista por atores mais velhos que parecessem eles, mas sim, envelhecê-los com o uso
de maquiagem e efeitos visuais. No elenco
de apoio, voltam os astros de sempre, como
Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes,
Emma Thompson, Julie Walters, Alan Rickman, Gary Oldman, entre outros. Quem
comanda a belíssima direção de fotografia é
o português Eduardo Serra, indicado ao Oscar duas vezes, por “Asas do Amor” (1997) e
“Moça com Brinco de Pérola” (2003).
Final
A expectativa com o gran finale é alta, visto
que a parte um faturou US$ 951 milhões no
mundo inteiro, considerado o maior faturamento da franquia desde 2001, invertendo
a lógica de que os últimos filmes chegam
sempre mais desgastados que os primeiros.
Para os fanáticos pelo livro, a má notícia
é que muitos detalhes são deixados de lado
para privilegiar cenas de ação e luta muito
mais generosas e bem construídas, o que
é uma boa notícia para os fãs da franquia
cinematográfica. Mas até para quem gosta
de filmes de ação, o início vai parecer um
pouco agitado demais, dando pouco tempo
para mergulhar na trama e apreciar a narrativa. O filme chega no seu ritmo adequado
apenas quando o trio chega a Hogwarts.
Destaque para a atuação de Alan Rickman como o professor Snape, sem dúvida
um dos personagens mais poderosos do
filme e a melhor participação do ator na série. Curiosamente, quando Alan Rickman
foi contratado para entrar na franquia, J.
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K. Rowling o contou alguns segredos de
Snape que só seriam revelados no último
livro –até então inédito. Isso fez do ator
uma das raras pessoas que soube do seu relacionamento com Lily Evans Potter, a mãe
do bruxinho. “Ele precisava entender perfeitamente, desde o começo, porque Snape
tem uma amargura por Harry Potter, que é
a prova viva da preferência de Lily por outro
homem”, disse Rowling na época do lançamento do último livro.
Uma coisa é certa: as mortes que ocorrem
no filme farão muitos dos fanáticos chorarem, mesmo sabendo que elas iriam acontecer por já terem lido no livro. Termina
de uma maneira doce, porém um tanto
depressiva e nostálgica. O 3D, por melhor
que tenha sido aplicado, é absolutamente
desnecessário na trama, tornando o filme
mais escuro e desconfortável, uma pena,
visto que foi o único filme da série com esse
formato. Portanto, não gaste reais a mais
se você tiver a opção de vê-lo em duas dimensões. A versão normal é ainda melhor, o
filme flui de maneira mais agradável.
As filmagens do último filme não foram
fáceis. Isso porque explosivos usados numa
cena de batalha pegaram fogo e queimaram
todo o set, fazendo com que os bombeiros
presentes demorassem 40 minutos para
controlar as chamas, sem falar na reconstrução do set, um dos principais do filme.
Ninguém se feriu ou se envolveu no incêndio. Para o último capítulo da saga, o papel
de Helena Ravenclaw seria dado para Kate
Winslet, mas a agente dela negou antes
mesmo de ela responder pessoalmente,
pois achava que sua cliente jamais gostaria
de entrar para a lista de mais um dos “quase
todos” atores britânicos do mundo que participaram de Harry Potter. Quem ficou com
o papel foi Kelly Macdonald.
Adaptação
O final também teve que ser mudado com
relação ao livro. Isso porque o personagem
de Jamie Waylett, Crabbe, amigo de Draco
Malfoy (Tom Felton), iria ter uma morte
espetacular, mas a prisão do ator por uso
de drogas mudou os planos e ele foi tirado
do roteiro. Em compensação, quem entra
em cena é a namorada do ator Tom Felton,
Jade Olivia, como a esposa dele mesmo,
Astoria Greengrass.
A saga também fecha com o esperado
beijo entre os personagens de Emma Watson e Rupert Grint. Na contabilidade geral, nem foi o beijo mais difícil de se filmar,
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BATALHA
Harry e Voldemort se
enfrentam pela última vez e
mesmo para quem já sabe o
final a cena ficou muito boa
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FINAL
Daniel Radcliffe chegou a
ligar para a autora dos livros
querendo saber se haveria
continuação da história
ValeViver
uma vez que foi preciso seis takes para
completar a cena, ao contrário do beijo de
Harry e Ginny (10), Ron e Lavender (15) e,
campeão absoluto, Harry e Cho (30). “Nós
crescemos juntos, eu a vi virar uma mulher. Parecia estranho fazer aquela cena,
mas acabou dando tudo certo”, declarou
Grint no lançamento de “Harry Potter e as
Relíquias da Morte – Parte 1”.
Os melhores momentos deste último
filme certamente são os protagonizados
por Harry Potter e Lorde Voldemort, especialmente a cena em que Harry empurra
ambos para um precipício. De tirar o fôlego.
Todos os mistérios acabam no dia 15 de
julho. Nada vai sobrar da franquia, pelo
menos é o que prometeu J. K. Rowling. No
entanto, fica a pergunta: se Harry Potter se
tornou a maior franquia de todos os tempos
logo na primeira década, o que será do restante do século 21? Haverá outra história tão
duradoura, lucrativa e fascinante que atraia
milhões de espectadores para os cinemas?
Nem as melhores bruxarias de Hogwarts
são capazes de decifrar este enigma. •