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expediente | editorial
3
Editorial
Editora AnimalWorld | Uma referência no Agronegócio
Com a proposta de informação atualizada e de alto nível, a AnimalWorld hoje é referência de know-how em
suinocultura, avicultura e bovinocultura, aproximando
empresas, médicos veterinários, produtores, universidades, executivos e gestores do agrobusiness mundial.
O planeta Terra alcançou 7 bilhões de pessoas e a suinocultura brasileira terá papel importante na alimentação da humanidade. Alguns passos para que o setor
corresponda a essa responsabilidade histórica estão sendo dados. Outros ainda
precisam ser concretizados.
Esta edição da PorkWorld traz a primeira entrevista exclusiva para revistas do
agronegócio com o próximo diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), José Graziano Silva. Ele é o primeiro latino-americano a assumir o principal cargo da ONU (Organização das Nações Unidas) destinado a combater a fome no mundo.
Revista PorkWorld, liderança construída
com credibilidade e eficiência.
Presidente
Flavia Roppa Cunha
[email protected]
jornalismo
Daniel Azevedo Duarte [Gerente de Jornalismo]
[email protected]
Felipe Guerra [Web Repórter]
[email protected]
Heloisa Toreti (Web Repórter)
[email protected]
Comercial
Guilherme Reis [Gerente Comercial]
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Valcir Callogeras [Executivo de contas]
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Karla Bordin [Executiva de contas]
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Administrativo/financeiro
Nanci Junqueira [Analista Financeira]
[email protected]
logística
Patrícia Mendonça
[email protected]
Marketing
Cristina Amorim [Marketing]
[email protected]
Os desafios e oportunidades para a suinocultura brasileira colaborar com este
objetivo são analisados por especialistas do setor em uma reportagem especial
nesta edição. Trazemos também a defesa do executivo da Elanco, o estadunidense Jeff Simons, sobre o uso da tecnologia para aumentar a produtividade de
alimentos e permitir o acesso a toda população mundial.
Além dele, a doutora Maria Stella Saab detalha o perfil da suinocultura brasileira e
do consumo interno do produto de carne suína. Esta edição apresenta, ainda, a
cobertura sobre o Fórum de Líderes em Suinocultura que, com um novo conceito
de evento, focado em gestão, trouxe informação valiosa para o setor.
Além disso, temos uma matéria sobre o Consórcio Suino Paulista e os artigos
técnicos “Como interpretar corretamente exames de diagnóstico e monitorias de
doenças de suínos”, do professor Roberto Guedes, e “Fábrica de ração: gestão
de processos e controle de qualidade”, do consultor Roniê Pinheiro.
Mas não nos esquecemos das tradicionais seções da PorkWorld (Estatísticas,
Pregão, Boletim Cepea, Nacionais, Internacionais, etc) que nos torna, enfim, a
revista com a melhor e mais completa informação do segmento.
Boa Leitura!
Diagramação e arte
Quadratta Comunicação & Design
www.quadratta.com.br
Eventos
Guilherme Fray [Gerente de Eventos]
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Atendimento ao cliente
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Publicações
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• www.AveWorld.com.br
• www.BeefWorld.com.br
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Eventos
• Fórum de líderes em Suinocultura
• Fórum de líderes em Avicultura
• PorkExpo
CONTATO | ADMINISTRAÇãO | PUBLICIDADE
PABX: 55 19 3709-1100
AV. José Rocha Bonfim, 214 | Salas Paris 220 e 221
13080-650 Center Santa Genebra – Campinas/SP
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1 ano R$ 140,00 | 2 anos R$ 250,00 |
Anteriores R$ 29,90 Quer Assinar?
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Flavia Roppa Cunha
Presidente
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• Agroceres Pic
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• Bayer
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• Pisani
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• Suin
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• XP Agro
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
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expediente | editorial
Editorial
Editora AnimalWorld | Uma referência no Agronegócio
Com a proposta de informação atualizada e de alto nível, a AnimalWorld hoje é referência de know-how em
suinocultura, avicultura e bovinocultura, aproximando
empresas, médicos veterinários, produtores, universidades, executivos e gestores do agrobusiness mundial.
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O planeta Terra alcançou 7 bilhões de pessoas e a suinocultura brasileira terá papel importante na alimentação da humanidade. Alguns passos para que o setor
corresponda a essa responsabilidade histórica estão sendo dados. Outros ainda
precisam ser concretizados.
Sucesso
Fórum de Líderes lança novo conceito no Brasil
Esta edição da PorkWorld traz a primeira entrevista exclusiva para revistas do
agronegócio com o próximo diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), José Graziano Silva. Ele é o primeiro latino-americano a assumir o principal cargo da ONU (Organização das Nações Unidas) destinado a combater a fome no mundo.
Revista PorkWorld, liderança construída
com credibilidade e eficiência.
Presidente
Flavia Roppa
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jornalismo
Daniel Azevedo Duarte [Gerente de Jornalismo]
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Felipe Guerra [Web Repórter]
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Comercial
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Os desafios e oportunidades para a suinocultura brasileira colaborar com este
objetivo são analisados por especialistas do setor em uma reportagem especial
nesta edição. Trazemos também a defesa do executivo da Elanco, o estadunidense Jeff Simons, sobre o uso da tecnologia para aumentar a produtividade de
alimentos e permitir o acesso a toda população mundial.
Além dele, a doutora Maria Stella Saab detalha o consumo interno brasileiro de carne suína e o especialista inglês, Mike Varley, descreve as iniciativas que salvaram a
suinocultura britânica da falência por meio da agregação de valor. Esta edição apresenta, ainda, a cobertura sobre o Fórum de Líderes em Suinocultura que, com um
novo conceito de evento, focado em gestão, trouxe informação valiosa para o setor.
Além disso, temos uma matéria sobre o Consórcio Paulista de Suinocultores e os
artigos técnicos “Alternativas nutricionais para minimizar os gargalos da eficiência
reprodutiva”, do especialista Theo van Kempen, “Como interpretar corretamente
exames de diagnóstico e monitorias de doenças de suínos”, do professor Roberto
Guedes, e “Fábrica de ração: gestão de processos e controle de qualidade”, do
consultor da Integrall, Roniê Pinheiro.
Eventos
• Fórum de líderes em Suinocultura
• Fórum de líderes em Avicultura
• PorkExpo
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porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
Estatísticas
Brasil depende menos
da Rússia
62
Suinocultura
paulista
Como interpretar um
diagnóstico em suínos
52
Brasil
Embaixador da China
fala em parceria
Seções
10 Notícias Nacionais
Boa Leitura!
24
Personalidade da Suinocultura
14 Notícias Internacionais
18
Frases do Agronegócio
22 Radar Corporativo
26 Imagem da Edição
Flavia Roppa
Presidente
36
Mercado II
58 Brasilzão
#editoraanimalworld
66 Manejo
92
Especial Comercial
@ed_animalworld
Sanidade
Consórcio, selo e PNDS
Mas não nos esquecemos das tradicionais seções da
PorkWorld (Estatísticas, Pregão, Nacionais, Internacionais,
etc) que nos torna, enfim, a revista com a melhor e mais
completa informação do segmento.
Publicações
Revista PorkWorld & Revista AveWorld
Portais de Notícias
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94 Colunistas
30
MERCADO i
Mercado da Carne
Suína no Brasil
98
Gestão e Empreendedorismo
100Pessoas e Empresas
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• Agroceres Multimix
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• Bayer
• Big Dutchman
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• DB Danbred
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• Edege
• Elanco
• Fatec
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• M.CASSAB
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• Microsal
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• Ouro Fino
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• Phibro
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• PolySell
• Stemac
• Suin
• TOPGEN
• Topigs
• Uniquímica
• Vencofarma
• Weda
• XP Agro
102 Pregão
104 AnimalWorld News
106Agenda
108Site
110 Receita
06
Entrevista
As ideias de José Graziano,
próximo diretor-geral da FAO
6
entrevista
entrevista
Missão:
7
Erradicar a
fome do mundo
José Graziano é o primeiro latino-americano a comandar a FAO
texto Daniel Azevedo
A
Divulgação
responsabilidade de combater
a fome no mundo é de todos,
como humanos. Mas ao assumir
a direção-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação) em
janeiro de 2012, José Graziano
Silva comandará o órgão máximo
mundial para este fim.
Ele é o primeiro latino-americano a ocupar o cargo e
tem, pelo menos até julho de 2015, para avançar expressivamente rumo ao objetivo de erradicar a fome do
planeta até 2025. Tudo isso, preservando o meio ambiente, a sanidade dos alimentos, entre outros pontos.
Graziano venceu as eleições para o cargo com votos
de 92 países (de 180 votantes) e sua vitória teve boa
aceitação na comunidade internacional. “Ele tem experiência e compromisso para transformar o nosso sistema alimentar falido e conduzir à mudança para um novo
futuro agrícola”, disse o grupo Oxfam, ONG de ativistas
sociais que tem como bandeira o combate a fome.
De fato, Graziano foi responsável pela implantação do
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
Programa Fome Zero no Brasil (que
contribuiu com a saída de 28 milhões
de pessoas da linha de pobreza) durante o governo Lula e pesquisa sobre
a distribuição de renda desde a década de 1970, sendo mestre pela USP,
doutor pela Unicamp e pós-doutorado
pela Universidade da Califórnia e na
University College London.
A PorkWorld, uma vez mais, saiu na
frente e entrevistou Graziano no início
de novembro, cerca de dois meses
antes dele assumir o cargo. O próximo diretor-geral da FAO apresentou as
prioridades do órgão para sua gestão
e, também, sua posição pessoal sobre temas de interesse global (como
subsídios, papel da iniciativa privada,
sustentabilidade, segurança alimentar,
acesso a alimentos, etc) e, especificamente, para o agronegócio.
Confira a íntegra:
O senhor é o primeiro sulamericano eleito diretor-geral da FAO.
Trata-se de um sinal da percepção
mundial de que nosso continente
tem um papel fundamental na produção de alimentos nas próximas
décadas?
José Graziano | Minha eleição
reflete a esperança de que é possível
crescer com inclusão social. Vários pa-
íses que compartilham essa esperança somaram-se à minha candidatura.
Também quero destacar o apoio decidido que recebi de blocos de países
da América do Sul (Unasul), do Mercosul, do Caribe (Caricom) e dos países
de língua portuguesa (CPLP). Foram
apoios fundamentais para a eleição. O
fato de o continente sul-americano ser
um dos celeiros do mundo mostra que
a agricultura pode ser um motor de desenvolvimento e que a agricultura familiar e o agronegócio não são modelos
excludentes.
Quais são suas prioridades na direção-geral da FAO?
José Graziano | Eu apresentei
um programa para a FAO baseado
em cinco pilares: erradicar a fome;
avançar rumo à produção e ao consumo sustentável de alimentos; criar um
sistema de governança da segurança
alimentar mundial mais justo e efetivo;
concluir a reforma da FAO; e ampliar
as parcerias e Cooperação Sul-Sul. O
eixo central está posto na erradicação
da fome. Os outros pilares são importantes na medida em que contribuem a
alcançar esse objetivo.
Quais são os planos da FAO para
alimentar quase 1 bilhão de pes-
soas que passam fome no mundo?
Basta apenas produzir mais?
José Graziano | O mundo já produz hoje alimentos suficientes para
satisfazer as necessidades de todas
as pessoas. Com poucas exceções, a
fome é um problema de acesso. Uma
maneira de melhorar o acesso é aumentando a produção nas áreas onde
se concentra a fome no mundo. Por
incrível que pareça, a fome e a pobreza extrema se concentram nas áreas
rurais dos países em desenvolvimento.
Por isso a importância de se investir na
agricultura familiar.
Podemos seguir produzindo utilizando o modelo predominante hoje
em dia?
José Graziano | O atual padrão
de produção é ambientalmente insustentável. A Revolução Verde foi responsável por um grande salto de pro-
“O eixo central
da FAO está posto
na erradicação
da fome”
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
8
entrevista
dutividade agrícola a partir dos anos
60, baseando-se no uso intensivo de
recursos naturais e insumos agrícolas.
No entanto, o modelo adotado tem um
impacto significativo no meio ambiente. Precisamos investir em uma revolução duplamente verde, que aumente
a produtividade agropecuária de maneira sustentável. A FAO chama esse
novo paradigma de save to grow - preservar para crescer.
Pode haver um “Fome Zero” mundial?
José Graziano | Cada país tem
suas próprias características e não podemos simplesmente exportar um modelo fechado ou soluções prontas - seja
do Brasil ou de qualquer outro país. No
entanto, diversas políticas adotadas
pelo Brasil podem ser adaptadas. Em
diversos países da América Latina e
Caribe, por exemplo, a FAO já está trabalhando em conjunto com o governo
brasileiro a implementação de programas que vinculam a produção da agricultura familiar à alimentação escolar,
garantindo uma alimentação saudável
entrevista
para as crianças em idade escolar, garantindo renda para a agricultura familiar e injetando recursos nos mercados
locais.
PorkWorld | Quais são os pontos-chave para preparar a produção
mundial de alimentos para atender
9 bilhões de pessoas em 2050?
José Graziano | A FAO calcula
que, se mantivermos o atual padrão
de consumo, precisaremos aumentar
a produção de alimentos em 70% para
satisfazer as necessidades de uma
população que chegará a 9 bilhões de
pessoas em 2050.
Precisamos investir em quatro linhas
de ação para promover a segurança
alimentar: garantir que as tecnologias
agrícolas sejam acessíveis a todos
produtores; recuperar a produção de
alimentos tradicionais para o consumo
local; fortalecer as redes de proteção
social; e adotar padrões de produção
e consumo mais sustentáveis. Hoje, se
desperdiça muita comida na produção,
transporte e no consumo.
A mudança no padrão de consumo é
“Hoje, se desperdiça muita comida na
produção, transporte e no consumo”
fundamental. Não podemos generalizar
o padrão que temos hoje nos países
ocidentais e nas nossas classes média
e alta. Uma mudança no padrão aliviaria a pressão sobre os recursos naturais
e melhoraria a qualidade da nossa alimentação. Hoje cerca de 2 bilhões de
pessoas no mundo sofrem de sobrepeso e obesidade, que também é resultado de uma má alimentação.
Muito se fala da necessidade de
aumentar os investimento nos países em desenvolvimento para obter
maior produção em diversos produtos alimentícios. O senhor defende
investimento internacional “barato”
(sem juros de mercado) nestas regiões e para estes fins?
José Graziano | O investimento
na agricultura é essencial e muitos países pobres e em desenvolvimento dependem da solidariedade internacional
para colocar os recursos que precisam
no campo. Por isso, é importante reverter a tendência de queda da parcela
destinada à agricultura pela cooperação internacional. Entre a década de 80
e hoje, essa parte caiu de 17% a 5%.
Também precisamos estimular o investimento do setor privado. Juros baixos
é uma forma de fazê-lo, mas não é o
suficiente. É importante desonerar os
investimentos de médio-longo prazo e
aqueles que geram emprego.
E da produção de aves e
suínos que tem o melhor
custo-benefício entre as
proteínas animais?
José Graziano | A
America do Sul é responsável por boa parte da exportação de carne de aves,
suína e bovina a nível mundial. Milhões de pessoas
se alimentam com os produtos da região.
Na América Latina e Caribe, a FAO tem um programa de campo
ativo relacionado à produção pecuária
e à prevenção e controle de doenças
transfronteiriças. Entre elas destaca-se
o apoio ao plano continental de erradicação da peste suína clássica até
2020, ao controle e erradicação da febre aftosa nos países andinos e Venezuela e o contínuo trabalho de fortalecer os serviços veterinários nacionais.
Esse é um trabalho que não podemos
descuidar e que beneficia e envolve
tanto grandes quanto pequenos produtores.
“Os subsídios à
exportação agrícola dos
países desenvolvidos
distorcem os preços
internacionais”
que por diversas razões não estão ao
alcance de todos. Se nós conseguirmos compartilhar essas técnicas e
experiências, teríamos um importante
ganho de produtividade por parte dos
pequenos produtores.
Qual é o papel do Brasil neste contexto?
José Graziano | O Brasil e outros
países que têm experiências e conhecimentos valiosos na agricultura devem
compartilhá-los com outros países em
desenvolvimento. Por exemplo, como
já vem fazendo a Embrapa, transferindo tecnologia de agricultura tropical
para países da África.
Outro exemplo: a Argentina pode compartilhar seus conhecimentos no plantio direto, que ajuda a preservar solo e
água, e pode ser adaptado aos países
africanos. A FAO pode ser um catalisador dessa Cooperação Sul-Sul.
O que o senhor pensa sobre os
subsídios dos países industrializados ao setor agropecuário?
José Graziano | Os subsídios à
exportação agrícola dos países desenvolvidos distorcem os preços internacionais. Se chegarmos a um acor-
9
do nas negociações comerciais para
eliminar esses subsídios, acho que já
seria um avanço importante. Considerando que os produtos agropecuários
estão em um nível recorde, esse poderia ser um bom momento para fazê-lo.
Que contribuição o setor privado
pode dar à luta contra a fome?
José Graziano | A luta contra a
fome é um desafio grande demais para
apenas uma organização ou país. Precisamos de um esforço articulado entre
distintos setores: governos, agências
internacionais, mundo acadêmico, setor privado e sociedade civil.
O setor privado pode contribuir de diversas maneiras: adotando técnicas de
produção mais sustentáveis ambientalmente, incluindo pequenos produtores
nas cadeias produtivas, e investindo
em pesquisas e desenvolvimento de
tecnologias acessíveis também pelos
pequenos produtores.
O setor tem ainda um papel importante
na criação de mercados mais eficientes e transparentes para que os preços
sejam mais estáveis. A volatilidade que
vemos hoje traz incertezas para produtores e consumidores.
E lembrar que a segurança alimentar
começa em casa: também é importante garantir aos empregados, famílias e
entorno uma alimentação adequada e
condições de vida dignas.
O senhor apoia a ideia da criação de
uma rede mundial de colaboração
científica (sem copy right) com foco
na produção de alimentos? Isso poderia ser estendido para o setor de
medicamentos, vacinas, etc.?
José Graziano | Eu acho que é
importante separar investimentos em
inovação por parte do setor privado daquelas tecnologias que já são de domínio público.
Nós precisamos dos investimentos do
setor privado na produção de alimentos. Não vejo problemas em que eles
lucrem com esses investimentos.
Do outro lado, temos várias tecnologias cuja difusão está autorizada mas
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
notícias nacionais
notícias nacionais
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Rússia enviará missão ao Brasil para
avaliar inspeção de carnes
SXC
A exportação brasileira de carne suína chegou a 518,5
mil ton nos últimos 12 meses, segundo a Abipecs. O
número está 9,2% abaixo do exportado nos 12 meses
anteriores (570,9 mil ton). As receitas, por outro lado,
subiram de US$ 1,3 bilhão para US$ 1,4 bilhão (3,6%).
Setembro, último mês citado pela Abipecs, registrou
queda de 9,6 mil ton na exportação comparando 2010
a 2011, ficando em 41,4 mil toneladas. As receitas caíram de US$ 123,7 milhões para US$ 113,9 milhões.
Frigorífico Languiru
de suínos terá investimento
de R$ 40 milhões
O Brasil decidiu questionar na
OMC o embargo à carne suína
brasileira pela África do Sul. O
mecanismo utilizado é chamado de Specific Trade Concern
e tem como objetivo forçar o
governo sul-africano a explicar a continuidade das barreiras. Se não funcionar, o Brasil
pode pedir para a organização
a abertura de um painel para
julgar o assunto. A África do Sul
mantém desde 2005 o embargo a carne suína brasileira, por
conta de focos de febre aftosa
no MT e PR. No ano seguinte, o
país recebeu status de livre da
doença, mas as exportações
não foram retomadas.
Brasil exporta menos carne
suína em 12 meses
O novo frigorífico da Languiru, que será construído em Poço das Antas, Rio Grande do Sul, terá
investimentos de R$ 40 milhões e iniciará suas
atividades até abril de 2012. A unidade industrial
contará com 300 colaboradores e terá capacidade para abater duas mil cabeças por dia. Até 50%
da carne será exportada, volume igual ao de produtos avícolas embarcados hoje. O ingresso no
mercado de suínos irá gerar receita adicional de
R$ 80 milhões por ano.
Exportações brasileiras de
carne crescem em outubro
As exportações brasileiras de carnes suína, bovina e
de frango in natura aumentaram em outubro na comparação com setembro, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Quando comparadas a outubro de 2010, apenas as vendas externas de carne
de frango aumentaram. No caso da carne suína, os embarques
cresceram 9,4% para 38,4 mil toneladas em outubro, ante 35,1
mil ton exportadas em setembro. Na comparação com as 42,3
mil ton vendidas em outubro do ano passado, houve queda
de 9,22%. A receita das exportações em outubro foi de
US$ 120,2 milhões, ante US$ 101,5 milhões em setembro e US$ 113,5 milhões em outubro de 2010.
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Brasil questiona
barreiras da
África do Sul
à carne suína
Em outubro, os preços do suíno vivo apresentaram
movimentos distintos nas regiões acompanhadas
pelo Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (Cepea). Em várias, os preços não conseguiram se sustentar, destoando do comportamento altista que costuma caracterizar outubro.
Considerando-se a série histórica de preços
nominais do suíno vivo negociado em São
Paulo, Minas Gerais e nos Estados do Sul
do país a partir de 2006, as cotações subiram em outubro de todos os anos, com
exceção de 2008, quando a crise financeira
mundial afetou a economia como um todo.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
O Brasil já começa a viver a expectativa de exportar
carne suína para a China, pois o acordo firmado entre
os países começa a vigorar no final deste mês. A Aurora, uma das três empresas brasileiras autorizadas a
embarcar a proteína aos chineses, prevê fechar o primeiro contrato em janeiro de 2012. Em abril, foi firmado
um acordo que autoriza, inicialmente, três frigoríficos
brasileiros a exportar à China: uma planta da Aurora,
de Santa Catarina, um frigorífico da BrasilFoods de
Goiás, e uma planta da Marfrig do Rio Grande do Sul.
A Comissão de Agricultura,
Pecuária, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural rejeitou
no dia 19 de outubro o projeto de lei que
obriga a inclusão da mensagem de alerta “contém
ingrediente suíno” nos rótulos de alimentos que contenham
esses ingredientes. O autor do projeto, deputado Lincoln
Portela (PR-MG), argumenta que a necessidade de distinção
está relacionada a dois fatores: saúde e religião.
Preços do suíno vivo não mantêm
alta típica de outubro em 2011
Uma missão técnica do Serviço
Federal de Supervisão Veterinária e
Fitossanitária da Rússia deve vir ao
Brasil entre o fim de novembro e o
início de dezembro. A viagem tem
o objetivo de avaliar o sistema de
inspeção nacional e visitar as empresas brasileiras habilitadas para
exportar para o mercado russo.
Exportações de suínos à
China começam em janeiro
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As exportações brasileiras de carne suína para a Argentina cresceram de janeiro a agosto de 2011 em
comparação ao período em 2010. No primeiro ano, o
País enviou 25,5 mil toneladas do produto, número que
cresceu para 29,2 mil toneladas em 2011 (14,6%). As
receitas tiveram crescimento percentual maior, subindo de US$ 70,7 milhões para US$ 86,3 milhões (22%).
Agricultura rejeita
alerta em rótulos
de alimentos de
origem suína
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Argentina
compra mais
carne suína
do Brasil em
2011
11
SXC
10
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
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notícias internacionais
notícias internacionais
Rabobank prevê queda drástica em
produção de proteína nos EUA
O Rabobank anunciou uma previsão
pessimista para a produção de proteínas dos Estados Unidos. A produção
de carne vermelha e de frango deve
cair aproximadamente 5% em meados
de 2012 devido aos cortes causados
pela falta de oferta em alimentação dos
animais. O declínio da produção pode
levar a uma forte queda na disponibilidade do produto em 2012. Os preços
da carne suína em 2012 devem subir
até 10% em comparação a 2011 devido à forte demanda por exportação e
os sólidos preços internos.
EUA podem bater recorde em exportação
de carne suína
Os EUA devem bater recorde nas exportações de carne suína em 2011,
alcançando a marca de US$ 5 bilhões. Em agosto, os embarques
alcançaram US$ 531,2 milhões, o
maior valor mensal do ano. O recorde atual foi aferido em 2008, época em que o país exportou US$ 4,9
bilhões em carne suína. As vendas
para outros países se tornaram um
fator importante para o setor devido
à valorização do produto. Em 2011,
o país embarcou 25% de sua produção total da carne. O Japão é o principal destino da carne suína estadunidense, seguido do México.
Rússia aumenta
Exportação de carnes
produção de carne em setembro
surpreende nos EUA
A produção de carne na Rússia cresceu 4,4% nos nove primeiros meses de 2011 em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Serviço Federal de Estatísticas da Rússia (Rosstat), e chegou a 7,1 milhões de ton. Se
o país cossaco mantiver a média trimestral de produção (2,4
milhões de ton), pode fechar 2011 com quase 10 milhões de
ton (33,3% a mais que o previsto pela FAO).
Canadá registra aumento na
produção de suínos
O inventário de suínos criados no Canadá apontou um plantel de 12 milhões de cabeças em outubro. Segundo dados
trimestrais do Departamento de Agricultura dos EUA (Usda),
o número está 1% acima do registrado em outubro de 2010
e pouco acima de 1% do aferido em outubro de 2009. O
número de animais reprodutores totalizou 1,3 milhão de cabeças, pouco acima do registrado em 2010 e 1% acima do
trimestre passado.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
As exportações de carne bovina e suína dos EUA apresentam ritmo recorde neste ano mesmo com preços elevados.
Assim, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) prevê que a produção de suínos do país aumentará
2% no ano que vem. Já os embarques de suínos devem
superar o recorde de 2008, de 2,13 milhões de toneladas.
Até agosto, os EUA enviaram mais carne suína para o Exterior do que em todo o ano de 2007 e duas vezes mais
do que em 2002, totalizando 1,49 milhão de
toneladas.
China deve estimular produção de
suínos para atender demanda
O primeiro-ministro da China Wen
Jiabao mostrou preocupação com a
suinocultura chinesa. Ele apontou diversos fatores que complicam a área
e o país, como a inflação, custos de
criação, demanda de economias ri-
cas caindo e a pressão por garantir
o emprego de milhões de universitários e migrantes rurais. Segundo ele,
maior produção e estabilidade no
preço dos insumos são necessários
para tranquilizar o setor.
União Europeia prevê
aumento na produção de
carne suína
Dados da UE indicam que a produção de carne suína
deve crescer 1,7% em 2011. Os índices devem ficar estáveis em 2012. As exportações em 2011 podem exceder
os níveis de 2010 em 13,4%. Em particular, as vendas
para a Coreia do Sul, China e Hong Kong tiveram bom
desempenho. No entanto, prevê-se queda de 4,3% nas
exportações em 2012. As importações do produto devem cair 30,5% em 2011 e 24% em 2012 comparando os
números aos dados de 2010. O consumo da carne deve
crescer 0,6% em 2011 e 0,5% em 2012.
Livre-comércio trará
US$ 772 milhões
com carne suína, diz
conselho nos EUA
Suinocultores dos EUA cumprimentaram a aprovação dos acordos de livre
comércio com a Colômbia, Panamá e
Coreia do Sul. Segundo eles, os mercados devem gerar aproximadamente
US$ 772 milhões em novas vendas a
partir da execução integral do acordo.
Segundo o economista Dermot
Hayes, mais de
10 mil empregos
devem ser criados no setor.
15
16
notícias internacionais
Suinocultores da UE lutam para cumprir
novas regras para reprodutoras
Os suinocultores da União Europeia
passam por decisões difíceis para
adaptar ou não suas instalações às
novas regras do bloco econômico que
vigorarão em 2013. Dentre as novas
exigências, os produtores deverão reduzir o uso de baias para a criação de
suínas reprodutoras e priorizar
alojamentos em grupo. Outras
regulações para bem-estar e
restrições ambientais devem ser
executadas em vários países europeus nos próximos anos.
Hong Kong deve ser principal importador
de carne suína do Brasil em 2011
Rebanhos suínos
diminuem em
vários países da
Europa
Pesquisas realizadas na Europa
pela British Pig Executive indicam
que vários países da região estão
diminuindo seus rebanhos suínos.
Os principais responsáveis pelas
quedas são o forte aumento no
custo de alimentação dos animais
e a desvalorização da carne em algumas regiões. As maiores quedas
registradas ocorreram na Polônia
(12,8%), Suécia (9,5%), Itália (7,5%),
Espanha (7,3%), Hungria (6%), Dinamarca (4,5%), Romênia (2,7%),
Alemanha (2,6%) e França (1,2%).
De janeiro a outubro deste ano, o Brasil exportou 120,73 mil toneladas de
carne suína para a Rússia, enquanto vendeu para Hong Kong, no mesmo
período, 107,50 mil t. O presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro de Camargo Neto,
prevê que ainda neste ano Hong Kong passará a ser o primeiro destino para
a carne suína brasileira. “Está quase superando a Rússia”, comenta. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, em 2012, a Rússia deixará
de ser o segundo maior importador mundial. Nessa posição, entrará a soma
de Hong Kong e China. O primeiro comprador é o Japão, com 1,2 milhão de
toneladas/ano.
Robobank vê queda de participação da
carne suína na China
O aumento no consumo de carne bovina, ovina e frutos do mar pelos chineses
levou a uma queda na participação da carne suína no mercado do país. “A participação do produto no mercado de consumo de carne caiu de 80% em 1985 para
65% em 2010. Apesar da queda na participação e do aumento nos preços, o consumo médio
per capita cresceu de 25,8 kg em 1996 para 37,4 kg em 2010”, segundo estudo do Rabobank.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
frases do agronegócio
Abipecs
“O setor consolida sua independência em relação
ao mercado russo”
do presidente da Abipecs,
Pedro de Camargo Neto, sobre
desempenho das exportações
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
César Machado/Agrostock
do diretor geral da empresa
espanhola El Pozo Alimentación,
Rafael Fuertes
“Precisamos saber onde vai chover mais
e onde vai chover menos”
do coordenador do Programa Fapesp de Pesquisa sobre
Mudanças Climáticas Globais, Reynaldo Victoria
“Precisamos de adequações para avançar e isso
tem que acontecer no Congresso Nacional, pois
estamos falando de lei”
“Os criadores de suínos devem prestar atenção
em todos os detalhes, otimizando a produção
dos animais”
“Estamos muito satisfeitos pois melhoramos
vários procedimentos de nossa granja, comprovamos nossa qualidade e, certamente, teremos
mais portas abertas”
“O Selo garante qualidade e sanidade aos consumidores e sustentabilidade à cadeia. Vamos
fomentar isso cada vez mais no Estado”
do sócio-proprietário da J.A. Agropecuária, Alberto Van den
Broeck, sobre obtenção do Selo Suíno Paulista
da secretária de Agricultura e Abastecimento de São Paulo,
Mônika Bergamaschi
do presidente da APCS,
Valdomiro Ferreira Júnior
do especialista em agronegócio,
Marco Fava Neves
“Temos que intensificar os trabalhos na
área de consumo interno que ainda é baixo,
mas, com certeza,
irá aumentar”
do consultor Osler Desouzart
do presidente da Acrismat, José João Bernardes
do consultor estadunidense Dennis DiPietre
“O consórcio está nascendo com 38 mil matrizes. O
objetivo é aumentar nosso
poder de negociação para
comprar insumos e, também,
para vender carne suína”
César Machado/Agrostock
César Machado/Agrostock
César Machado/Agrostock
Wanderson Araújo
da senadora Katia Abreu sobre
a votação no Senado
“O agro é o
nosso negócio”
“As empresas brasileiras precisarão adotar
uma estratégia para se
posicionar nos principais mercados”
de Guilherme Melo, Rabobank
“Os investimentos em logística são muito importantes
para a continuidade do desenvolvimento do Brasil.
Não há razão para que os investimentos não alcancem
uma expansão expressiva nos próximos anos”
Ricardo Luso
do presidente da Câmara dos
Deputados, Marco Maia
“Vemos como oportunidade investir no Brasil,
não para exportar, mas
para vender aqui mesmo já que o brasileiro
pode consumir muito
mais carne suína”
“O Novo Código Florestal
deve ser aprovado até o
fim de novembro”
do consultor veterinário
estadunidense Hans Rotto
César Machado/Agrostock
“Vamos colocar o
projeto de lei dos
genéricos veterinários
para votação pois
está pronto e tenho
certeza que vai
promover uma redução
significativa dos preços
ao consumidor”
do presidente da ABCS, Marcelo Lopes
“O desenho de gestão em
uma granja deve ser em
forma de círculo, para que
não haja pontas e, assim,
todo o processo seja realizado de forma igualitária”
César Machado/Agrostock
do relator do Novo Código
Florestal, Aldo Rebelo
“O PNDS, enfim, chegou
ao principal mercado
consumidor do País. Vamos investir R$ 2 milhões
em dois anos para trabalhar informação ao produtor,
indústria e varejo para, com certeza,
ter êxito em São Paulo também”
Editora AnimalWorld
“Muitas ONGs
estrangeiras são
financiadas para atrasar
o desenvolvimento do
Brasil com pretextos
ambientalistas mas
temos grande nível de
preservação e grande
rigor de legislação”
Divulgação
do diretor-geral da Seara
Alimentos, Mayr Bonassi
Agência Câmara
“Sobre a logística
no País, existe até
uma brincadeira: o
Brasil poderia morrer
parado, mas nunca
de barriga vazia”
19
frases do agronegócio
Roberto Stuckert Filho e SCS
18
do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, sobre determinação
da presidente Dilma Roussef para “atacar” tais gargalos
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
22
radar corporativo
radar corporativo
Entre as melhores do Brasil
A Boehringer Ingelheim foi premiada
com o 14º lugar na classificação geral
entre as “Melhores Empresas para Trabalhar – Brasil” pelo ranking da Great
Place to Work de 2011, que avaliou 923
companhias brasileiras pela opinião
dos funcionários. A empresa também
teve a melhor avaliação entre as indústrias farmacêuticas e sexta melhor en-
tre as melhores da indústria.
Para a Boehringer Ingelheim, que figura no ranking há 10 anos, o mérito
está diretamente relacionado a uma
gestão e um ambiente de trabalho
que favorecem a ação empreendedora, a expansão contínua de conhecimento, o treinamento e o aprendizado pela prática e pela discussão
aberta.
“Para estimular e inspirar nossos funcionários, subsidiamos nossas equipes com flexibilidade, mobilidade e
autoconfiança, preparando-as para
assumir responsabilidades e serem
capazes de pensar e agir globalmente”, afirma o presidente da companhia, Martin Nelzow.
lança matriz
Camborough no Brasil
A Agroceres PIC lançou no Brasil, durante evento realizado em Contagem,
Minas Gerais, a nova versão de sua
matriz global: a Camborough. Líder nos
principais mercados da suinocultura
mundial, a nova fêmea será disponibilizada inicialmente para granjas de Multiplicação de Rebanho Fechado (MRF).
Desenvolvida para atender as exigências dos mais modernos sistemas de
produção, a Camborough reúne caracporkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
terísticas fundamentais para a competitividade e lucratividade, como alta
prolificidade, ótima habilidade materna
e longevidade. Fêmea de alto potencial genético, a Camborough produz
leitões de excelente eficiência de crescimento, conversão alimentar e qualidade de carcaça.
“A matriz Camborough se encaixa perfeitamente no conceito de balanço econômico, no qual se priorizam índices
zootécnicos cujo foco está em obter
mais quilos de carne por desmamados/
porca/ano”, explica José Henrique Piva,
diretor de serviços técnicos da PIC.
DB-DanBred
reunirá líderes
da suinocultura
em cruzeiro pelo
Atlântico
O 4º Seminário Nacional DB-DanBred , que será realizado em março
de 2012, vai debater os rumos e tendências da suinocultura a bordo do
navio Vision of the Seas; uma atração
à parte graças à estrutura oferecida
aos viajantes.
Com capacidade para mais de 2,4
mil passageiros, o navio vai sediar
três dias de programação diferenciada em pleno oceano Atlântico no roteiro Santos-Búzios - Santos. Na programação palestrantes renomados
e temas que abordam os principais
desafios do setor.
Os destaques são Heloísa Schürmann, o economista e empresário
Wilfredo Schürmann, que navegaram
ao redor do mundo por dez anos, e
a jornalista da Globo News Cristiana
Lobo, que cobre a política brasileira
há mais de 30 anos.
“É com orgulho que apresentamos
o 4º Seminário Nacional DB-DanBred De Vento em Popa. É uma
grande oportunidade de compartilhar conhecimento e experiências
em um ambiente diferenciado”,
afirma Breno Teixeira, assessor de
comunicação e coodenador do Seminário DB-DanBred.
Rabycort corta AGCO fecha compra da GSI Holdings
anunciou, no início de outuJá a GSI, com seus equipamentos e
cauda e orelha Abro,AGCO
a compra da GSI Holdings por
serviços de alta qualidade, proporciona
com segurança US$ 940 milhões. A GSI é uma fabri- uma posição sólida nos segmentos de
O Rabycort é um equipamento mecânico-eletrônico em formato de alicate que
tem por finalidade realizar através de um
equipamento seguro, especializado e
altamente tecnológico, a caudectomia
(corte da cauda) e a conchectomia (corte da orelha) com cauterização instantânea de forma otimizada e segura em
animais. Prático, leve, de fácil manuseio
e bivolt o alicate é feito de plástico injetado e possibilita maior rapidez no procedimento, segurança ao operador e
ao animal, redução de custos e
a possibilidade de se limitar à
distância exata do corte.
cante mundial líder no segmento de
armazenagem de grãos e sistemas
de produção de proteína com um
faturamento de US$700 milhões de
dólares/ano.
As principais marcas da AGCO no
Brasil - Massey Ferguson e Valtra possuem forte participação
de mercado no segmento de
tratores agrícolas. “Os tratores
e colheitadeiras com a tecnologia avançada da AGCO obtiveram posicionamento sólido
nas vendas na América
do Sul”, relata Martin Richenhagen, Chairman,
Presidente e CEO da
AGCO.
armazenagem de grãos secos e produção de proteínas para aves e suínos.
Além da compra da GSI, a AGCO anunciou novos investimentos para as suas
plantas no Brasil e em outros países da
América do Sul. A programação até meados de 2012 atinge R$ 100 milhões.
23
24
personalidade da suinocultura
Luciano Roppa
Ser o primeiro pressupõe vários predicados como liderança, visão, iniciativa, legado, coragem, entre outros. Na
carteirinha de filiação da Associação
Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (Abraves), Luciano
Roppa tem o número “01” e foi seu
primeiro presidente.
Médico veterinário pela Faculdade de
Medicina Veterinária de Botucatu em
1972, Roppa construiu uma carreira
repleta de legados para o setor em
quase 40 anos de profissão. Certamente, foi um dos participantes ativos
para a notável evolução técnica, produtiva e mercadológica que a suinocultura brasileira atravessou desde a
década de 1970.
Editora AnimalWorld
Contribuição
“Acredito que uma contribuição importante, em conjunto com outros profissionais, foi a fundação da Abraves,
em 1983, a organização no Brasil do
1º Congresso Latino Americano de
Suinocultura em 1986, do congresso
mundial da International Pig Veterinary
Society (IPVS) em 1988, e as inúmeras
palestras sobre os “Mitos e verdades
da carne suína”. Hoje a Abraves é
uma das associações mais importantes do setor e a carne suína melhorou
muito o seu conceito em relação aos
mitos do passado. Contribuímos para
isso mostrando, com base científica,
os benefícios e
a qualidade da
carne suína. As
campanhas para
aumento do consumo de carne
suína usam estes argumentos
até hoje, mas
com grande evolução em relação
aos tipos de cortes”, comenta.
“O Brasil é o quarto maior
exportador e contribuímos
para isso mostrando, com
base científica, os benefícios
e a qualidade da carne suína.”
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
De fato, o congresso da IPVS abriu as
portas para a suinocultura brasileira alcançar outro nível de reconhecimento
internacional. Foram 2,5 mil congressistas que conheceram a qualidade da
produção e a força dos técnicos brasileiros em uma época em que o Brasil,
praticamente, não tinha exportações.
“Naquela época o Brasil era apenas o
8º maior produtor e hoje é o 4º. Não exportávamos e, atualmente, somos também o quarto maior exportador”, diz.
Iniciativa privada
Mas Roppa também desempenhou
papel destacado no setor privado.
Depois do primeiro emprego na Fazenda Paineira (na época uma granja
de Reprodutores Suínos na região de
Sorocaba), desenvolveu carreira ascendente na Guabí, entre 1975 e 1994,
até se dedicar exclusivamente a Nutron
Alimentos, onde foi sócio-fundador.
Atuou como diretor-comercial de 1995
a 2002, período em que ela foi comprada pela multinacional Provimi (1997).
Foi diretor-presidente entre 2002 e
2009 e Vice-Presidente Sênior de junho
de 2010 a setembro de 2011 na diretoria mundial da Provimi. A capacidade
administrativa que o levou a tantos cargos de destaque coroava uma expertise técnica reconhecida e premiada
várias vezes no Brasil e no exterior.
Consultor
Desde 1º de outubro deste ano, Roppa tem sua empresa de consultoria
– a LRoppa Consulting - e se dedica,
também, a proferir palestras sobre os
mercados do Brasil, América Latina
e Mundial, sendo um dos especialistas agenciados pela AgroAssessoria
([email protected]). “Estou
atuando como consultor independente
e palestrante. Começo mais um ciclo e
espero que ele dure pelo menos mais
uns 20 anos”, brinca.
imagem da edição
Occupy Wall Street
26
Por um mundo mais justo
A desigualdade e a instabilidade econômica mundial motivaram o movimento “Ocupe Wall Street” (do inglês, “Occupy Wall Street”) que começou em 17 de setembro em
Nova Iorque, chegou a mais de 950 cidades em 82 países
e chamou a atenção do mundo. Jovens, idosos, mulheres,
homens, negros, brancos – ou representantes de “99% da
população”, com diz um dos slogans do protesto - acamporkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
param em locais públicos por todo o planeta e, com suas
críticas à ganância do sistema financeiro, conseguiram até o
reconhecimento do presidente americano, Barack Obama,
e a simpatia do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon. Por
outro lado, como em toda grande mobilização, houve confrontos com policiais, centenas de prisões e depredações.
A questão é: eles serão ouvidos?
28
estatísticas
Exportação cai, mas dependência
da Rússia diminui até setembro
Ucrânia, Hong Kong e Argentina importaram mais em 2011
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
Exportações brasileiras
de carne suína por destino
Exportação de carne
suína brasileira
Fonte: Abipecs
Fonte: Abipecs
Valor (US$ Mil)
160.000
20102011
140.000
120.000
100.000
80.000
60.000
40.000
agosto
setembro
julho
maio
junho
abril
março
fevereiro
0
janeiro
20.000
60.000
20102011
50.000
40.000
30.000
20.000
setembro
julho
agosto
junho
maio
abril
março
janeiro
10.000
0
Países
VOLUME
Toneladas
Participação
Russia, Fed.da
117.818
30,19
Hong Kong
Ucrania
Argentina
Angola
Cingapura
Uruguai
Albania
Emir. Arabes Un.
Haiti
Outros
TOTAL
94.232
45.830
29.177
25.598
18.523
11.631
6.246
4.676
4.488
32.029
390.249
24,15
11,74
7,48
6,56
4,75
2,98
1,60
1,20
1,15
8,21
100,00
Países
VALOR
US$ Mil
Participação
Russia, Fed. da
366.877
34,45
Hong Kong
226.725
Ucrania
133.859
Argentina
86.287
Cingapura
57.156
Angola
51.450
Uruguai
33.541
Albania
15.437
Emir. Arabes Un. 11.780
Armenia
9.700
Outros
72.254
TOTAL
1.065.066
Volume (toneladas)
fevereiro
A
s exportações brasileiras
de carne suína tiveram
queda de 5,32% em volume (390,25 mil ton) e
alta de 5,53% em valores (US$ 1,06 bilhão) na comparação
entre os períodos de janeiro a setembro de 2010 e 2011. Apesar disso, o
desempenho foi comemorado já que
demonstra menor dependência do
mercado russo, fechado aos produtos
brasileiros desde junho.
“Após cem dias de restrições impostas pela Rússia à carne suína brasileira, os prejuízos continuam, mas o
setor consolida sua independência em
relação àquele mercado, tradicionalmente o principal comprador”, disse
o presidente da Associação Brasileira
da Indústria Produtora e Exportadora
de Carne Suína (Abipecs), Pedro de
Camargo Neto.
Camargo Neto explica que, apesar do
embargo, o desempenho, em setembro, não foi ruim e chegou a 41,4 mil
ton e receita de US$ 113,85 milhões.
O resultado significa queda de 18,86%
no volume geral e de 8,05% no faturamento para o mês. O preço médio,
entretanto, aumentou 13,31%, comparado com setembro de 2010.
Apesar da queda nas vendas para a
Rússia, houve crescimento nos embarques para Ucrânia, Hong Kong e
Argentina. Nos três países, a elevação
ocorreu tanto em setembro como no
acumulado do ano.
21,29
12,57
8,10
5,37
4,83
3,15
1,45
1,11
0,91
6,78
100,00
Ucrânia: +93%
Situação inversa aconteceu com a
Ucrânia: a variação positiva nas vendas
de carne suína para aquele mercado foi de
93% em volume, em setembro (10,19 mil ton),
e de 114,9% em valor (US$ 30 milhões).
Hong Kong: +73%
Em setembro, as importações de
Hong Kong cresceram 73,66% em
toneladas (14,73 mil ton) e de 132,5% em
receita (US$ 38,49 milhões), na comparação
com o mesmo mês de 2010.
Argentina: +8%
O Brasil exportou 3,96 mil ton, com
faturamento de US$ 12 milhões, uma
variação de 8% em volume e de 18,62%
em receita, em relação a setembro de 2010.
De janeiro a setembro, o Brasil embarcou
29,18 mil ton para o vizinho, um crescimento
de 14,62% em relação aos nove primeiros
meses de 2010.
Rússia: -90%
A Rússia permanece como o primeiro
comprador em 2011, seguido de Hong
Kong, Ucrânia, Argentina e Angola. Porém,
os números de setembro mostram as perdas:
redução de 90,13% em volume (apenas 2,25
mil ton), na comparação com igual mês do
ano passado, e de 88,61% em valor.
De janeiro a setembro, o Brasil vendeu ao país
117,8 mil ton e teve faturamento de US$366,9
milhões. Houve queda de 37,55% em volume
e de 28,52% em receita, na comparação com
o mesmo período de 2010.
30
mercado I
mercado I
O mercado da carne
suína no Brasil
Pesquisadora traz detalhado estudo
sobre o produto no mercado interno
texto Maria Stella B. L. de Melo Saab1
e Marcos Fava Neves2
“Uma das
principais razões
para o baixo
consumo de carne
suína no Brasil é a
questão cultural”
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
A
pesar de ser a
carne mais consumida no mundo (15,2 kg/hab/
ano em 2009),
o consumo de
carne suína ainda ocupa apenas o terceiro lugar no Brasil. O consumo anual em 2010 foi de apenas
13,8 kg/hab/ano, bastante baixo se
comparado ao consumo no país de
carne de frango e bovina (37 e 36 kg/
hab/ano respectivamente).
À medida que cresce a renda da população, no entanto, a tendência é que
a qualidade da alimentação das pessoas melhore de uma maneira geral
e, nesse contexto, a carne tem grande vantagem, já que normalmente é
um item caro na cesta de consumo do
consumidor de alimentos. Esse fenômeno vem ocorrendo também no Brasil. Porém, não se percebeu ainda um
grande incremento no consumo de
carnes em geral. Além do fator preço,
uma das principais razões para o baixo consumo de carne suína no Brasil
é a imagem do produto como pouco
saudável, gorduroso e proveniente de
um animal “sujo”, alimentado com sobras de alimentos, mais conhecida como “lavagem”, que vive em cercados
chamados de “chiqueiros”. Trata-se de
uma questão cultural.
Além disso, há o problema da maneira como o produto é comercializado
no ponto final de venda: porções grandes e pouco convenientes, que apenas podem ser consumidas por uma
família grande (o que é pouco comum
hoje em dia), e que demandam um longo tempo de preparo; baixa variedade
de cortes, o que proporciona pequenas margens ao varejo, que por outro
lado não tem incentivo para mudar esse cenário. Interessante notar que cerca de 65% do consumo brasileiro é baseado em embutidos, como salsichas,
salame e presunto.
Revolução
Até a metade do século XX, o uso da
gordura animal na nutrição humana
era comum no Brasil. Naquele tempo,
a gordura do suíno (banha) era tão importante quanto o lombo ou o pernil.
Os suínos tinham apenas de 40 a 45%
de carne magra na carcaça e de 5 a 6
centímetros de gordura externa. Com
o desenvolvimento da gordura vegetal,
como as margarinas, a gordura do suíno deixou de ser usada. Novas raças
foram selecionadas para produzir um
tipo de animal com carne magra.
O resultado foi uma mudança revolucionária na cadeia produtiva do suíno no Brasil, levando ao tipo moderno
de suíno encontrado nos dias de hoje:
um animal com 58 a 62% de carne magra na carcaça e apenas de 1,2 a 0,8
centímetros de gordura externa. Além
disso, cortes de lombo, pernil e paleta
de suínos, comparados com os cortes
31
Figura 1 Cadeia dos suínos no Brasil (Fontes: SAAB; NEVES, 2009, p. 248.)
Indústria de Rações
14.195 milhões de toneladas
métricas* em 2007
Produção Industrial (63%)
Matrizes Alojadas
Produção de
Subsistência (27%)
1.476 matrizes alojadas
(milhares de cabeças)
(21,6 terminados/matriz/ano)
887 matrizes alojadas
(milhares de cabeças)
(5,6 terminados/matriz/ano)
2.362 milhares de cabeças
(15,8 animais terminados/
matriz/ano)
Produção Industrial
(90% da produção total)
Produção de Subsistência
(10% da produção total)
Produção Total
de Suínos
31.806 milhares de cabeças
(83,1 peso médio de carcaça)
5.036 milhares de cabeças
(70,3 peso médio de carcaça)
36.842 milhares de cabeças
(81,4 peso médio de carcaça)
Abate com SIF
(Inspeção Federal)
Abate com outros
tipos de inspeção**
24.3 milhares de cabeças
10.09 milhares de cabeças
Autoconsumo
2.462 milhares de cabeças
Abate Total
34.380 milhares de cabeças
2.998 milhares de toneladas
Exportações
Mercado Interno
606 mil toneladas
2.392 milhares de toneladas
Supermercados (60%)
Açougues (40%)
1.435 mil toneladas
957 mil toneladas
consumidor final
*toneladas métricas: A tonelada métrica, cujo símbolo é t, consiste numa unidade de massa que não pertence
ao sistema internacional (SI) e é equivalente a 103 kg. Por razões de extensão, o sistema internacional permite
utilizá-la juntamente com suas unidades de massa.
**existem no Brasil estabelecimentos inspecionados por órgãos municipais (SIM – Sistema de Inspeção Municipal) e estaduais (SIE – Sistema de Inspeção Sanitária do Estado). A carne oriunda desses estabelecimentos
somente pode ser comercializada no âmbito da inspeção a que foi submetida. Assim, os estabelecimentos inspecionados pelo sistema municipal são autorizados, apenas, a comercializar seus produtos dentro do próprio
município. Já a carne oriunda de estabelecimento inspecionado pelo estado pode ser comercializada apenas no
âmbito estadual. Somente a carne inspecionada pelo SIF (Sistema de Inspeção Federal) pode ser comercializada
em nível nacional e para exportação.
tradicionais, apresentaram redução de
20 a 24% no teor de gordura e ficaram
40% mais magros quando a gordura
externa foi retirada, apresentando de 3
a 5% de gordura por 100 g.
A despeito de todas essas melhorias
tecnológicas e desenvolvimentos genéticos pelos quais a cadeia vem passan-
do (especialmente com relação à segurança do alimento e à produção de
carne magra), os produtores e a indústria ainda não foram capazes de informar, inovar e cativar os consumidores.
Um breve desenho da cadeia de suínos no Brasil procura mostrar sua real
dimensão no país.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
32
mercado I
Produção
O Brasil é também um ator importante em termos de produção mundial
de suínos, sendo o quarto maior produtor e o quarto maior exportador. Ao
contrário da maioria dos países europeus, onde a produção de suínos vem
caindo, no Brasil ela vem aumentando,
sendo estimado um crescimento de
24% entre 2010 e 2019.
A produção de suínos de alta qualidade, chamada produção industrial (ao
contrário da produção de subsistência,
principalmente destinada ao consumo
dentro da propriedade rural onde acontece), cresceu 9% em 2009, tendo atingido 2,87 milhões de toneladas e já é
responsável por 90% de toda a produção brasileira de suínos. Esses resultados foram principalmente atingidos
pelo significante aumento das exportações, já que os mercados externos exigem maiores níveis de qualidade.
A produção doméstica, ou de subsistência, presente principalmente nas
regiões norte e nordeste, de fato vem
caindo a uma taxa de 8% ao ano aproximadamente e, ainda que represente
26% do rebanho, teve uma participação de apenas 10% da produção de
suínos em 2009, enquanto correspondia a 29% da produção em 2002.
Evolução genética
Especialistas brasileiros também investiram na evolução genética da espécie por 20 anos, o que reduziu em
31% a gordura da carne, 10% do colesterol e 14% de calorias, tornando a carne suína brasileira mais magra e nutritiva, além de saborosa.
Consequência de investimento, a produção vem crescendo em torno de 4%
ao ano, sendo os estados do Sul (PR,
SC e RS) os principais produtores de
suínos do país. Atualmente, o Brasil representa 10% do volume exportado de
carne suína no mundo, chegando a lucrar mais de US$ 1 bilhão por ano.
Esses fatores apontam para um crescimento ainda mais satisfatório: estima-se que a produção de carne suíporkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
mercado I
na atinja média anual de crescimento
de 2,84%, no período de 2008/2009 a
2018/2019, e seu consumo, 1,79%. Em
relação às exportações, a representatividade do mercado brasileiro de carne
suína saltará de 10,1%, em 2008, para
21% em 2018/2019.
Em 2008, o valor da produção brasileira de suínos chegou a cerca de US$3,3
bilhões. A produção alcançou 2,71 milhões de toneladas de carne (o que
corresponde a 32,8 milhões de cabeças abatidas). De 2000 a 2008, a produção total de suínos no Brasil cresceu
6,4%. Desde 2004 a produção de suínos tem apresentado grande crescimento, recobrando a queda de 2002,
quando foi reduzida em cerca de 2,11%
devido aos altos custos do milho e da
soja, principalmente. De 2005 a 2010
esse aumento foi de 21,8%, acompanhando o crescimento da demanda interna e das exportações.
ponsável pela renda de cerca de 2,7
milhões de pessoas.
Além disso, o alojamento de matrizes
de subsistência vem decrescendo.
De qualquer maneira, o maior impulso na produção acontece por causa
do crescimento da produtividade das
matrizes industriais (entre 20,5 e 23
animais terminados/matriz/ano, dependendo da região).
Novas fazendas foram criadas no lugar
de outras mais antigas e menos produtivas e foram intensificados os esforços
no sentido de repor os rebanhos com
animais de melhor potencial genético.
A organização da cadeia de suínos difere entre as várias regiões no Brasil. A
região sul é bastante tradicional na produção e nela estão concentrados os
maiores produtores. Santa Catarina, localizada nessa região, é o maior estado produtor do Brasil, com aproximadamente 26% do total produzido no País.
Concentração
Novas fronteiras
Segundo a Abipecs (2010), “o aumento da renda interna, o crescimento da
população e das exportações são os
três principais fatores que têm garantido uma sólida base de expansão da
cadeia produtiva”.
Um processo de concentração está
acontecendo, reduzindo o número de
produtores de suínos dedicados à atividade, mas mantendo altos níveis de
produtividade. Ainda assim, segundo estimativas da Faesp/Senar, mais
de 730 mil pessoas dependem diretamente da suinocultura no Brasil, res-
No entanto, nos últimos anos, a produção vem crescendo mais no centro-oeste do que nas regiões sul e sudeste. Entre 2004 e 2007, a produção no
centro-oeste aumentou 42%, enquanto o crescimento no sul foi de 8,2%. As
propriedades maiores e mais profissionalizadas e a proximidade da área
agrícola (especialmente grãos, como
milho e soja) mais os benefícios oferecidos pelo Estado e a tecnologia avançada impulsionaram o avanço da suinocultura na região. Esses fatores têm
atraído produtores e grandes empresas a se instalarem na região.
Diferentemente do centro-oeste, o sul
tem uma tradição de pequenas pro-
priedades rurais, a maioria das quais são administradas pelas próprias famílias proprietárias. De acordo
com a Scot Consultoria, 81,7% do rebanho suíno está
localizado em propriedades com menos de 100 hectares e cerca de 40% dos produtores são integrados. Os
outros 60% representam produtores independentes.
Produtores integrados têm acordos contratuais com a
indústria, o que pode ser caracterizado por diferentes
modelos de relacionamento. Os produtores independentes não têm nenhum acordo com a indústria, enquanto os chamados semi-integrados adquirem animais de terceiros para engorda ou venda. Em Santa
Catarina, 82% do total dos abates são originados de
sistemas de integração. Os outros 18% são representados por produtores independentes.
São fatores de competitividade do Brasil a constante atualização
do parque industrial nacional, principalmente pela indústria exportadora. No Brasil, todas as partes do suíno são utilizadas, o que
torna o país altamente competitivo até a saída das granjas industriais de suínos. No entanto, a partir daí perde-se competitividade
(estradas ruins, portos ineficientes, carga fiscal excessivamente
elevada, os caminhões brasileiros duram menos que os de outros
países, também devido às más condições de conservação das
estradas). Muito do que se ganha no campo e indústria, perde-se
com problemas no ambiente institucional, que é marcado por disputas entre o governo e a iniciativa privada, no sentido de que ambos julgam ser falha alheia os problemas estruturais encontrados
principalmente quanto à estrutura logística nacional.
Competitividade
Diretamente relacionada a melhoramentos genéticos, a inseminação artificial vem sendo largamente utilizada em sistemas de
produção tecnicamente avançados. A inseminação artificial permite a rápida difusão das características desejadas no rebanho,
a padronização da produção, melhor uso de capados superiores, entre muitas outras vantagens. Além disso, esse aumento
confirma o crescimento no Brasil da suinocultura industrial, que
se utiliza basicamente desta técnica, com o fim de obter maior
Os custos de produção em Goiás são normalmente
mais altos que em Santa Catarina. Apesar dos custos mais baixos de alimentação em Goiás (o custo da
ração de suínos era 5,4% mais alto em Santa Catarina), os investimentos realizados na moderna estrutura de produção (instalações e equipamentos) em
Goiás aumentam os custos fixos.
O custo total de produção em Goiás em 2008 era 5%
mais alto que em Santa Catarina. Mas a estrutura de
custo é bastante similar em ambos os estados: entre
70 e 78% dos custos totais referem-se a alimentação;
de 6 a 7% refere-se a mão de obra; de 3 a 6% a transporte; e de 2 a 3% a produtos de saúde animal.
33
Inseminação Artificial
“Apesar de ser a carne mais
consumida no mundo, o consumo
de carne suína ainda ocupa
apenas o terceiro lugar no Brasil”
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
34
mercado I
padronização de seu rebanho. Por
sua vez, na suinocultura de subsistência a inseminação artificial não é utilizada, e as consequências são inúmeras, inclusive a falta de padronização
do rebanho e posteriormente da qualidade da carne.
A nutrição também tem apresentado
grande progresso, com várias
técnicas de análise
de alimentos, sendo
hoje uma ferramenta fundamental para a produção de
suínos. A base de sua alimentação hoje no Brasil
são o milho e
a soja, suplementados por
minerais e vitaminas. A incerteza dos preços
desses cereais, porém, é uma grande vulnerabilidade, já que a alimentação representa cerca de
70% do total dos custos de produção,
conforme exposto acima.
União Europeia, o Canadá, o Brasil e a China são responsáveis por 96% das exportações mundiais.
O Brasil tem aumentado sua participação no mercado mundial, passando de 4% em 2000 para 11% em 2009.
Assim, o país participa atualmente com
“Os EUA, a UE,
o Canadá, o Brasil
e a China são
responsáveis por
96% das exportações
mundiais”
Mercado Externo
A carne suína tem uma produção mundial de 115 milhões de toneladas. No
entanto, é tradicionalmente um produto de comercialização interna, já que
existe produção de suínos em quase
todos os países do mundo. Comparado ao de outros tipos de carnes, o
comércio internacional é baixo, sendo
que apenas 5,5% da produção mundial de carne suína são comercializados internacionalmente, segundo o
FAO Outlook, bastante abaixo dos 10%
das carnes bovina e de frango.
Assim mesmo, o comércio internacional de carne suína movimenta 5,4 milhões de toneladas e gera uma receita
anual de aproximadamente US$ 11,9
bilhões, bastante concentrado em cinco países importadores (Japão, Federação Russa, México, Coreia do Sul
e Hong Kong). Os Estados Unidos, a
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
3% da produção e 11% das exportações mundiais. As exportações têm crescido, apesar do grande número de barreiras comerciais e sanitárias impostas pelos países importadores, do aumento dos subsídios dos países europeus e
do crescimento da concorrência internacional.
Esse aumento deve-se basicamente às estratégias das
empresas e aos avanços tecnológicos e organizacionais
incorporados por elas e por toda a cadeia nos últimos
anos, adequando-se aos países importadores e conquistando novos mercados.
Comparando com 1997, quando o país havia exportado 64
mil ton., o crescimento é de 900%, em um período de 10
anos. O fato de o preço médio ter aumentado 33,2% de 2005
a 2007 também merece atenção e pode ser explicado, entre
outros fatores, pela mudança na carne exportada, que costumava ser basicamente meias carcaças e atualmente compõe-se principalmente de cortes nobres e processados.
Tal fato explica-se pelos altos preços do mercado internacional e também pelas estratégias particulares das empresas, que priorizaram preço em vez de volume.
1. Mestre e Doutora em Administração de Empresas pela FEA/USP.
Associada da Markestrat.
2. Professor de Marketing e Estratégia da FEARP/USP. Sócio da Markestrat.
36
mercado II
mercado II
O papel da tecnologia no
século XXI
Objetivo é produzir alimentos mais seguros,
acessíveis e em abundância
texto Jeff Simmons
Uma produção de alimentos altamente
eficiente pode ajudar a acabar com a
fome mundial, reduzir os custos dos
alimentos, proteger os direitos do
consumidor e salvaguardar nossas
fontes de recursos naturais. Alcançar
esse objetivo demanda protegermos
os direitos de toda a cadeia alimentar
de usar tecnologias novas e já
existentes, enquanto asseguramos as
escolhas dos consumidores.
U
ma onda crescente de insegurança
alimentar ameaça mais de 1 bilhão
de pessoas em todo o mundo. Os
custos globais dos alimentos estão crescendo a níveis perigosos,
alcançando alta recorde em janeiro de 2011. E espera-se que esses
preços persistam, de acordo com o
a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação).
Nós estamos em uma encruzilhada. Nos últimos dois
anos, a recessão econômica global diminuiu o poder de
compra do consumidor e aumentou a insegurança alimentar. Nos próximos dois anos, o abastecimento apertado e aumento do preço dos alimentos poderão levar
um sistema já estendido ao limite. E a quantidade de
pessoas que passam fome não está mais diminuindo.
Na verdade, o número de desnutridos poderá crescer
gradativamente à medida que a população chega a 9 bilhões de pessoas até o meio deste século.
Existem muitas razões – abrangendo desde a pobreza e
a política até problemas de desperdício, apodrecimento
de alimentos e problemas de infraestrutura. Porém, isto
é moralmente inaceitável e não precisa continuar. Diferentemente de outros problemas globais como HIV/AIDS, um componente significativo para a solução da fome
37
mundial já existe: a tecnologia para a produção eficiente e abundante de alimentos seguros e a custos acessíveis. A necessidade de ação é urgente.
Existe, porém, um mito no meio do caminho: o de que
as pessoas não querem tecnologias seguras, modernas
e eficientes sendo utilizadas na produção de alimentos.
Na verdade, uma pesquisa conduzida para este artigo
– incluindo 28 pesquisas independentes representando
mais de 97 mil pessoas de 26 nações – expõe esse mito
(ver o Apêndice na última página). Tomados em conjunto, esses dados mostram que cerca de 95% das pessoas são neutras ou apoiam totalmente o uso de tecnologia para produzir sua comida.
É chegada, então, a hora de encerrarmos este debate.
Agir de acordo com o mito cria incontáveis dificuldades:
altos custos dos alimentos, uma população injustamente privada de alimento suficiente, ameaça aos direitos
básicos do consumidor e um insustentável esgotamento de fontes de recursos naturais.
Cada minuto que adiamos é mais um minuto em que
12 crianças morrerão de fome. Isso é moralmente errado, já que soluções existem. Fatos asseguram um futuro com mais esperança, onde o direito de escolha do
consumidor e o direito de uso de tecnologias seguras e
eficientes pelos fazendeiros são protegidos, e o imperativo moral de alimentar o mundo é finalmente atingido.
Shutterstock
Hora de Agir
Acesso a tecnologias seguras
e comprovadas de aumento
da eficiência garantem:
OS TRÊS DIREITOS
1 ALIMENTO
um direito humano básico
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
2 ESCOLHA
um direito do consumidor
3 SUSTENTABILIDADE
um direito do meio ambiente
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
Sumário Executivo
Em 2050, precisaremos de 100% mais comida e, de acordo com
o FAO (ONU), 70% dela deverá vir de tecnologias que aumentam
a eficiência.
Direito 1: ALIMENTO
Um direito humano básico
Alimentação segura e de preço acessível deve ser um direito de todos
Em 2050,
a população
mundial irá receber
100% mais
alimento, e
70% destes
alimentos deverão vir
de tecnologias que
aumentam a eficiência
Tecnologia definida:
1. Práticas fazer melhor
2. Produtos usar ferramentas e tecnologias novas, inovadoras
3. Genética melhorar os atributos desejados em plantas e animais
Devemos pedir uma trégua no debate sobre o papel da tecnologia na
produção sustentável de alimentos seguros, acessíveis e abundantes
se quisermos proteger os Três Direitos:
1. Garantir o direito humano das pessoas em todo o mundo de ter
acesso a alimentos de preço acessível.
2. Proteger o direito de todos os consumidores de gastar sua verba alimentar na maior variedade de escolhas de alimentos.
3. Criar um sistema global sustentável de produção de alimentos, o
que é um direito do meio ambiente.
Ponto chave
O desafio da fome mundial é complexo e multifacetado. Permitir a
toda a cadeia alimentar o acesso a tecnologias seguras de aumento
da eficiência é componente essencial de uma solução abrangente
ao desafio – local e globalmente. Além disso, proteger o direito de
escolher estas tecnologias pode tornar o sonho de comida segura,
acessível e abundante uma realidade em todo o mundo.
Meus olhos se abriram para a realidade da fome há alguns
anos, quando conheci um homem chamado Joaquim, enquanto eu estava vivendo e trabalhando no Brasil. Como
muitos americanos trabalhando em outro país, eu vivia dentro de uma bolha em um condomínio fechado, contando
com os serviços de um motorista e um guarda-costas. Mas
minha bolha estourou quando comecei uma amizade com o
porteiro do meu condomínio, Joaquim.
Um dia, tarde da noite, uma batida na minha porta quebrou
o silêncio. Eu abri; e lá estava o Joaquim com duas jovens
meninas ao seu lado. Com uma expressão de dor, ele explicou que suas filhas não comiam havia dois dias. Ele perguntou se eu poderia ajudar. Ver pela primeira vez uma expressão de fome tão de perto transformou isso em questão
pessoal, e imediatamente percebi a necessidade de ajudar
não só um ser humano, mas toda a humanidade.
Olhando para as filhas de Joaquim, eu vi expressões de
fome pela primeira vez. Emocionalmente, eu achei aquilo
inaceitável. Percebi que, em meu papel como líder em produção de alimentos, eu não poderia me esconder dessa
verdade; eu tinha a responsabilidade pessoal de agir. Resolver o problema da fome se transformou mais em uma
causa pessoal do que um abstrato “problema global”.
A história de Joaquim não é incomum.
Sua batalha não é diferente daquela de 91
mil famílias “em insegurança alimentar”
que moram em Indiana central, EUA, perto de onde hoje eu vivo com minha família.
Esta é uma região assolada por bolsões
de pobreza e fome sobre a qual Barry
Rodriguez, diretor do World Next Door,
posta frequentemente em seu blog. Barry costuma me contar sobre as pessoas
que ele conhece, que batalham contra
a fome e contam com programas de
almoço escolar e organizações de caridade para amealhar refeições.
Enquanto a maioria dos residentes do
mundo industrializado não é confrontada pela ameaça da fome, muitos
lidam com crises aleatórias de insegurança alimentar e se esforçam significativamente procurando pela próxima
refeição. Encontrar nutrição é o desafio diário para um número crescente de
crianças em países desenvolvidos.
O problema da pobreza e da fome infantil se estende pelo mundo todo em:
• Duas em cada cinco crianças vivendo no interior de Londres.
• Uma em cada oito crianças na França.
• Uma em cada sete crianças no Japão.
• Uma em cada cinco crianças nos Estados Unidos.
No mundo em desenvolvimento, a fome é provavelmente o maior problema
de saúde. A falta de alimento mata
mais pessoas no mundo inteiro todo
ano do que guerras, AIDS, malária e
tuberculose juntos. De acordo com o
World Food Programme, a cada hora,
720 crianças ao redor do mundo morrem devido à falta de comida.
Entre 2008 e 2010, estima-se que 18,25
milhões de pessoas ao redor do mundo
morreram de desnutrição. Isso é mais
do que a população total de Singapura, Chengdu (China), São Petersburgo
(Rússia) e Caracas (Venezuela) juntos.
E todas essas mortes aconteceram
desde que eu escrevi meu primeiro
artigo sobre a fome. É o equivalente a
60 aviões jumbo caindo do céu todo
santo dia. Se isto acontecesse, nós não
permitiríamos que continuasse. Permitiremos que essa grave injustiça social
continue, e potencialmente piore nos
meses e anos que estão por vir? Continuaremos a negar o acesso à tecnologia a muitas das pessoas que podem
ajudar a combater essa injustiça, os
produtores de alimento do mundo?
entra neste mundo com dois direitos
fundamentais – o direito a um futuro
esperançoso e o direito à alimentação
suficiente. Ainda assim, em muitos países, esse último direito, se existe, vem
com um alto custo.
• Aproximadamente 3 bilhões de pessoas – 43% da população do mundo
– atualmente vive com menos de 2
dólares por dia.
• Mais de um terço dos mais pobres
do mundo vivem com menos de 1
dólar por dia, ou o que muitos de
nós lendo esse artigo deve gastar
em uma garrafa de água.
• N os países mais pobres do mundo, cidadãos podem gastar desde
a metade até 80% de sua renda
em alimentação.
Manter acessíveis os preços dos alimentos é essencial para criar um maior
acesso para aqueles que vivem com
baixa renda. Devido à contínua inova-
39
Shutterstock
mercado II
mercado II
Shutterstock / SXC
38
A subida do preço
dos alimentos de
alto custo
Eu acredito que cada criança nascida nesse planeta
Segurança alimentar e Regulamentação com embasamento científico
Somente as autoridades regulatórias e governamentais formais deveriam supervisionar a
segurança alimentar e a disponibilidade das
tecnologias de produção de alimentos.
Para deixar claro, este artigo de forma alguma
defende o uso de qualquer tecnologia moderna de produção de alimentos que possa ter um
impacto negativo na segurança dos alimentos.
Manter a segurança do suprimento global de
alimentos é um imperativo indiscutível. Esta
é uma premissa fundamental deste artigo.
Produtores de alimentos do mundo todos têm
um papel crítico neste esforço. Entretanto, somente as autoridades regulatórias e governamentais mundiais autorizadas – por exemplo,
o USDA e o FDA, dos EUA, EMA, CODEX,
OMS, o Ministério da Agricultura da China,
a Comissão de Segurança Alimentar do Ja-
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
pão e agências similares – deveriam manter autoridade definitiva para estabelecer, supervisionar e
aplicar padrões estritos de segurança dos alimentos
em todas as nações.
E dados mostram que seus esforços estão gerando
melhorias. Um relatório recente do European Food
Information Council [Conselho Europeu de Informação sobre a Alimentação] mostra que a segurança alimentar melhorou significantemente comparado a 40
anos atrás, o que o EUFIC credita a “avanços tecnológicos modernos” abrangendo desde a pasteurização
a ferramentas analíticas que podem medir substâncias indesejadas até em em quantidades ínfimas.
Nos EUA, o Foodborne Diseases Active Surveillance Network [Rede de Vigilância Ativa de Doenças
Transmitidas por Alimentos] do FDA registrou um
declínio de 1/3 no número de doenças transmitidas
por alimentos entre 1996 e 2009 – a 34,8 incidentes
por 100.000 residentes. Para contextualizar, 3.311
dentre 100.000 residentes se envolveram em um
acidente de automóvel em 2008.
Incidências de Doenças Transmitidas por
Alimentos nos EUA (por 100.000 pessoas)
60
40
É de grande importância que estes órgãos reguladores mantenham o controle
sobre a disponibilidade das tecnologias no mercado. Sua autoridade não pode
ser substituída por grupos não-regulados que fazem reclamações injustificadas e não baseadas em fatos. Dar atenção a estas reclamações pode resultar
na confusão do mercado, perda de confiança do consumidor e o estabelecimento de padrões inválidos que podem pôr em risco o bem-estar dos consumidores, dos animais de produção e do meio-ambiente.
Tecnologia Mantém o Custo da Comida Baixo
Comparação de custos ajustados à inflação para as principais
mercadorias adquiridas pelos consumidores (1960 a 2009)
350%
300%
337%
Petróleo *Ajustado a 2009
250%
51,2
34,8
20
1 em cada 6
pessoas no
mundo passa
fome em 2010
0
1996
2009
Enquanto tecnologias e práticas de segurança de alimentos
continuam a evoluir, a taxa de doenças transmitidas por
alimentos nos EUA diminuiu aproximadamente 1/3.
1/6 da população mundial
não tem o suficiente para
comer a cada dia.
200%
150%
100%
1,02
bilhões
50%
54%
63%
47%
15%
Nos últimos 50 anos, os preços
0%
ajustados à inflação para os
Petróleo Milho Trigo
Arroz
Leite
principais alimentos diminuíram.
Compare ao preço do petróleo, 1960* $21.35 $7.58 $12.96$1,135.12 $22.89
que cresceu mais que o triplo. 2009 $71.88 $4.12 $6.15$168.19 $14.40
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
40
mercado II
ção na produção de alimentos, temos
sido capazes de manter os preços dos
alimentos incrivelmente baixos. Os
custos de produção do milho, trigo, arroz e leite chegam a ser de 40 a 85%
menores do que em 1960, com base
em preços ajustados pela inflação.
Enquanto isso, os preços do petróleo,
um insumo fundamental na produção
de alimentos, subiram disparados,
custando 337% mais do que em 1960
(valores ajustados pela inflação). Por
exemplo, o preço médio do leite hoje
é US$ 14,40 por hundredweight (45kg),
mas o preço médio de 1960 ajustado à
inflação faria com que esta quantidade
de leite custasse US$ 22,89 hoje.
A Fundação Gates identificou a agricultura como motor essencial para promover as melhorias em saúde e na redução da pobreza para os cidadãos do
mundo em desenvolvimento. Bill Gates
em sua carta anual de janeiro de 2011
observou: “Quando fazendeiros aumentam sua produtividade, a nutrição
também melhora e a fome e a pobreza
são reduzidas. Em países como Ruanda, Etiópia e Tanzânia, investimentos
em sementes, treinamento, acesso a
mercados e políticas agrícolas inovadoras estão fazendo uma diferença real”.
A pobreza é uma questão complexa,
e as soluções para os desafios relacionados entre pobreza e política,
provavelmente, ocorrerão ao longo de
algumas décadas. Mas uma coisa pode ser feita agora, em nível global, e se
resume a escolha e tecnologia.
Os produtores de alimentos em todo o
mundo devem ser livres para escolher
dentre uma variedade de ferramentas
e métodos seguros e comprovados
para o cultivo de uma abundância de
alimentos com máxima eficiência. E
as pessoas em todos os lugares devem ser livres para escolher dentre
uma variedade de alimentos seguros,
saudáveis e acessíveis para si e suas
famílias. O mundo ainda busca uma
cura para a AIDS, o câncer e a doença de Alzheimer. A fome é um problema para o qual já temos uma arma
poderosa: a tecnologia.
Mas apesar do imperativo de permitir que os alimentos tenham custos
acessíveis para os mais necessitados,
persiste o mito de que a maioria das
pessoas é inflexivelmente contra o uso
de tecnologias de redução de custos
da produção de alimentos. Os dados,
entretanto, mostram o contrário.
SXC
Direito 2: ESCOLHA
Um direito do consumidor
Mito esclarecido: O
que os dados sobre
as atitudes e comportamentos dos consumidores mostram?
Na preparação deste artigo, um projeto
de pesquisa foi realizado para determinar como e porque pessoas em todo o
mundo fazem as escolhas alimentares
que fazem – e, mais especificamente,
como consideram as tecnologias de
produção de alimentos.
O International Consumer Attitudes Study – ICAS (Estudo Internacional sobre Atitudes dos Consumidores)
foi conduzido por dois economistas
agrícolas que revisaram mais de 70
relatórios e estudos sobre atitudes e
comportamentos dos consumidores
de todo o mundo. Destes, 27 corresponderam ao nosso critério de uso de
perguntas abertas ou dados reais sobre gastos dos consumidores, que foporkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
ram então analisados. Este estudo foi
seguido por uma validação feita pela
Companhia Nielsen.
Isto posto, estes estudos representam
as opiniões de mais de 97 mil pessoas
em 26 países.
O quê o projeto ICAS revelou?
• 95% dos consumidores são Compradores de comida. Eles escolhem
alimentos produzidos pela agricultura
moderna e são neutros ou apoiam
o uso de tecnologias que melhorem
a eficiência para cultivar alimentos.
Em geral, estes compradores fazem
compras baseadas em sabor, custo e
nutrição (nesta ordem).
Alguns podem indagar por que a segurança do alimento não está no topo da
lista. Como eu observei em meu trabalho
anterior, a pesquisa mostra que o “padrão” para a maioria dos consumidores
é uma convicção de que as comidas que
eles compram são seguras para comer.
Em geral, apenas nas raras ocasiões
em que “recalls” de comida apare-
Estudo de Validação:
Fatores que Influenciam
as Decisões nas Compras
de Alimentos
Companhia Nielsen, Out. 2010
Sabor
43,48%
Outros 1,99%
Nutrição
23,02%
Custo
31,51%
De acordo com uma pesquisa de 2010 com
26.653 lares americanos, os fatores mais
importantes na compra de comida são sabor,
custo e nutrição.
mercado II
cem nas manchetes é que os consumidores consideram mudar seus
comportamentos de compras - ao
menos temporariamente.
A maioria dos consumidores de comida não toma decisões de compras
cotidianas baseada em preocupações
com a segurança da comida ou em
como eles se sentem sobre a política
alimentar ou assuntos políticos como
direitos dos animais.
• 4% são Compradores de estilo de
vida que compram comida baseados em grande parte em fatores de
estilo de vida: etnicidade e vegetarianismo, ou apoio a fornecedores de
alimentos orgânicos, de produção
local e de feiras, entre outros. Para
este grupo, o dinheiro não é um fator
para a decisão de compra.
A pesquisa mostra que os dois grupos
tendem a coincidir em muitas áreas,
dependendo de gostos e preferências
pessoais. Em outras palavras, não são
segmentos distintos de mercado. Em
2010, 75% dos compradores tradicionais de comida nos Estados Unidos
também compraram habitualmente alimentos orgânicos, mesmo que
custassem mais. Dados de scanner
de código de barras comprovam isto,
da mesma maneira que mostram que
nenhum consumidor norte-americano
compra apenas produtos orgânicos.
Similarmente, muitos dos que tem preferência por alimentos produzidos localmente regularmente compram produtos que não podem ser cultivados
em seu clima local, como bananas e
grãos de café consumidos por cidadãos da União Europeia.
Uma característica que ambos grupos
compartilham: eles querem exercitar
seu direito de escolha.
Para validar isto ainda mais, nós encomendamos em outubro de 2010 à
Companhia Nielsen uma pesquisa de
26.653 casas norte-americanas, para
determinar o fator mais importante nas
decisões de compra dos alimentos.
Usando uma técnica de concessão
[tradeoff], os resultados demonstraram que o sabor era o fator mais imporkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
Estudo Internacional de Atitudes do Consumidor
The International Consumer Attitudes Study (ICAS)
Enquetes de Opinião
• 28 estudos
• 26 países
• Mais de 97.000
consumidores
• 2001 - 2010
Dados de gastos
99%
Comprador de
alimento: 95%
• Sabor
• Custo
• Nutrição
Comprador de
estilo de vida: 4%
• Produtos
• Orgânicos/produção local
• Feiras
Margem
• Proibições a alimentos
• Restrições
• Proposições
A análise de 28 estudos que observaram as
atitudes e comportamentos dos consumidores em
relação à compra de alimentos mostra que 99%
das pessoas escolhem comer alimentos cultivados
tradicionalmente, alimentos escolhidos de acordo
com seu estilo de vida ou ambos. Apenas uma
mínima porcentagem quer eliminar as escolhas
de alimentos banindo tecnologias e/ou métodos
agrícolas específicos.
Shutterstock
42
portante (43,48%), seguido por custo
(31.51%), e nutrição (23,02%). O 1,99%
restante selecionou uma variedade de
outras escolhas.
Finalmente, os dados mostram que as
vendas globais de alimentos produzidos
sem a maioria das ferramentas de tecnologia representam menos de 2% de
todas as vendas globalmente — uma
porcentagem que não está projetada
para mudar significativamente até 2014.
Vista da margem
Imagine, por exemplo, se um pequeno
grupo marginal começasse a defender
uma legislação para proibir todas as
comidas kosher. Consumidores que
têm esta preferência ficariam enfurecidos por terem seu direito de escolha
tirado deles.
Ainda assim, um grupo marginal
(1,66% de consumidores norte-americanos, de acordo com pesquisa comissionada pela Companhia Nielsen)
parece acreditar que a maioria dos
consumidores é ingênua.
Este grupo participa de protestos, piquetes e comícios para “proteger” os
consumidores das “ameaças” da produção moderna de alimentos. Embora
estes grupos às vezes sejam pouco
44
mercado II
mercado II
zer suas próprias escolhas na compra
de alimentos, e não que elas sejam feitas por outros para eles.
Este grupo marginal também deveria
ter uma escolha. Se eles têm dados
científicos críveis que provem suas reivindicações, deveriam escolher compartilhar esta informação não com a
mídia ou on-line, mas com os órgãos
regulatórios apropriados, autorizados
a examinar e agir sobre estes dados.
Nós apreciamos que os consumidores
façam perguntas duras, mas quando a
escolha é retirada sem uma revisão regulatória e baseada na ciência, todos
nós perdemos cada vez mais.
Uma proposta sem
vencedores: O que
Acontece quando
retiramos a opção
de escolha do
consumidor?
Quando ativistas de grupos marginais
conseguem influenciar os legisladores
para decretar novas leis ou mudar leis
que dão diretrizes para a produção de
alimentos, a segurança dos alimentos,
a escolha, a acessibilidade financeira e
o acesso podem ser todos comprometidos. Exemplos disto são abundantes.
Considere a Califórnia, EUA. A Proposição 2, passada na Califórnia em 2008,
Shutterstock
mais que algumas pessoas com os
mesmos pensamentos e talento para
ganhar acesso à mídia, eles podem
ser eficazes em influenciar a mídia local, regional e até mesmo nacional - e
também a legislação. Os resultados de
seus esforços, que incluem proibições
a tecnologias seguras e eficientes de
produção de alimentos, tendem a ter
consequências frequentemente negativas e de longo alcance, não importa
o quão não-intencionadas sejam.
Suas razões para estes limites e proibições são tipicamente guiadas por
emoção e medo no lugar de fatos, e
suas ações ignoram o direito da pessoa com fome de ser alimentada. Então, ao invés de ajudar os outros, a
“margem” está condenando mais dos
pobres e famintos do mundo à morte.
Assim, onde faz sentido, líderes da cadeia alimentícia global e organizações
devem se unir para se manifestarem a
favor de padrões altos de segurança
alimentar, mas contra proibições insensatas em tecnologias que aumentam a
eficiência e podem salvar vidas - proibições que elevam o custo da comida,
diminuem sua produção e aumentam a
depleção de recursos naturais.
Como o ICAS e outras pesquisas mostram, 99% dos consumidores querem
escolher baseados no sabor, custo,
nutrição e algum estilo de vida. Os
consumidores querem o direito de fa-
2009 (real)
Global
Euro-
2014 (projetado)
Global
Euro-
3 Bilhões
Comida a preços acessíveis pode ser uma
questão de vida ou morte para as 3 bilhões
de pessoas no mundo que vivem com
menos de US$2 por dia.
pretendia criar “padrões humanitários
para animais de fazenda” impondo, em
parte, como os produtores de ovos deveriam abrigar suas galinhas.
A análise feita por pesquisadores agrícolas no University of California Agricultural Issues Center (Centro de Questões
Agrícolas da Universidade da Califórnia) os levou a concluir que:
• A Proposição 2 aumentaria os custos da produção de ovos na Califórnia em 20%.
Percentual de Vendas
de Comida Orgânica
Como porcentagem de todas as
vendas de alimentos, alimentos
orgânicos cultivados sem determinadas
tecnologias representam menos de
2% das vendas mundiais. Mesmo
em regiões industrializadas como
Europa e EUA, mais de 97% da renda
dispendida com alimentação para
alimentação são gastos em produtos
cultivados utilizando tecnologia – uma
porcentagem projetada para mudar
bem pouco até o ano 2014.
• Esta perda de competitividade entre
os produtores de ovo da Califórnia
poderia resultar na eliminação completa da indústria de produção de
ovo daquele estado até 2015, quando a lei entra em vigor.
• Se leis como a Proposição 2 se tornassem padrões nacionais, os consumidores americanos deveriam esperar que os preços do ovo subissem
pelo menos 25%, sem mencionar o
impacto do preço em muitas comidas
que incluem o ovo como ingrediente.
“Arroz Dourado”:
esperança para
milhões descartada
Criado por pesquisadores suíços em
1999, o que veio a ser chamado de
“Arroz Dourado” é um tipo modificado
de arroz que contém beta-caroteno,
que o organismo humano converte em
vitamina A. A deficiência de vitamina A
é um problema sério de saúde pública
em todo o mundo, e contribui com até
3 milhões de mortes evitáveis de crianças a cada ano.
Os inventores do “Arroz Dourado” não
se preocuparam com lucro, ao invés,
consideraram seu empreendimento
puramente humanitário. Eles estavam
preparados para ceder uma licença
grátis para fazendeiros em nações em
desenvolvimento para plantar, cultivar,
vender e replantar o grão à vontade.
Seu único obstáculo? “Arroz dourado”
é um organismo geneticamente modifi
cado (GMO). Foi proibido na UE e, como resultado, na África, onde poderia
salvar um número incontável de vidas
- apesar do fato de que 57 países já
aprovaram a plantação ou importação
de safras “biotech” ou produtos derivados delas. Na verdade, os desenvolvedores desta tecnologia capaz de salvar
vidas estimam que, desde 2002, mais
de 250 mil mortes devido à fome poderiam ter sido evitadas se o “Arroz Dourado” tivesse sido aprovado para uso.
Uma mudança de
pensamento da União
Europeia?
A maré na Europa, depois de muitos
anos, parece estar virando para o lado oposto do ponto de vista extremo,
rumo a uma aproximação mais baseada em fatos à proteção dos direitos
do consumidor e à capitalização sobre
a capacidade da tecnologia de ajudar
a acabar com a desnutrição e a fome.
Paolo De Castro, presidente do Comitê
de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, concorda.
“Nós devemos muito a nossos fazendeiros, e eles merecem o direito de escolher usar as tecnologias que os ajudarão a maximizar sua produtividade
- reconhecendo que estas tecnologias
devem ser comprovadamente seguras
e eficazes”, ele escreve.
“É reconhecido globalmente que a
pergunta fundamental hoje é como
prover segurança alimentar de modo
sustentável a preços de mercado razoáveis. E nós precisamos acrescentar:
dentro de uma estrutura política amplamente aceita por nossos cidadãos.
Os fazendeiros da UE devem ter permissão para escolher as ferramentas
“Os fazendeiros da
União europeia devem
ter permissão para
escolher as ferramentas
de que eles precisam
para prosperar, e nossos
cidadãos devem ser livres
para selecionar dentre a
mais ampla variedade de
escolhas de alimentos,
tornada possível por
nossos modernos
empreendimentos de
produção de alimentos.”
Paolo De Castro
Presidente do Comitê do Parlamento
Europeu para Agricultura e
Desenvolvimento Rural
de que eles precisam para prosperar, e
nossos cidadãos devem ser livres para
selecionar da mais ampla variedade
de escolhas de comida, tornada possível por nossos modernos empreendimentos de produção de alimentos.”
Com a liderança de pessoas como Paolo De Castro e amplo apoio do consumidor, está na hora de superar o mito e virar o diálogo em direção a uma
pergunta muito mais importante: como
podemos alimentar sustentavelmente
nosso mundo em crescimento?
SXC
4%
43% da população
mundial vive com
menos de US$2 por dia
45
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
mercado II
mercado II
Direito 3: SUSTENTABILIDADE
Um direito do meio ambiente
Tecnologia rende
sustentabilidade: a
solução certa e ambientalmente correta
Finalmente, a responsabilidade de prover um suprimento de comida abundante e disponível, com uma ampla variedade de escolha para o consumidor,
deve ser viabilizada ao mesmo tempo
em que protegemos os recursos naturais - a terra, água e ar - que nos sustentam. Os fatos são convincentes e
deixam pouco espaço para argumento. Tecnologias de produção ajudam
aos fazendeiros cultivar mais comida
com maior eficiência, permitindo-lhes
alimentar mais pessoas enquanto
consomem menos recursos naturais e
geram menos dejetos. Uma produção
moderna e eficiente de alimentos é ambientalmente sustentável.
Os dados falam por si. Por exemplo,
desde 1944, a produção anual de leite por vaca quadruplicou nos Estados
Unidos, o que significa que necessitamos de bem menos vacas para suprir a
demanda de leite. Consequentemente:
• 76% menos esterco está sendo produzido para cada galão (4,5 litro) de
leite vendido.
• A produção moderna de todo galão
• A “pegada ecológica de carbono” para cada libra de carne bovina que compramos hoje é 18% menor do que era
há apenas uma geração.
Nós vimos ganhos similares na produção de grãos. Em
1961, um acre de trigo tinha a capacidade de alimentar
globalmente em torno de duas pessoas. Hoje podemos alimentar quase seis pessoas com aquele mesmo acre de terra. De forma similar, dados globais mostram que um acre de
arroz alimentava quatro pessoas em 1961 e em 2009 dobrou
para mais de oito pessoas.
Ainda assim, nós temos de continuar melhorando. Para assegurar que nossa crescente população global tenha comida suficiente, precisaremos produzir alimento com máxima
eficiência e com o menor impacto possível no ambiente. Como observa o Dr. Jason Clay, do WWF (World Wildlife Foundation), “para alimentar 9 bilhões de pessoas e manter o planeta, temos que congelar a pegada ecológica de carbono.
Se excedermos a capacidade produtiva do planeta, estaremos retirando a base de recursos de que nossos filhos e
nossos netos necessitarão. Nós temos de usar menos para
produzir mais a partir de menos.”
Shutterstock
46
de leite requer 65% menos água e
90% menos terra do que em 1944.
• A “pegada ecológica de carbono”
para um galão de leite em 2007 foi
63% menor que em 1944.
A história se repete para cada quilo de
carne bovina, no caso da carne.
• Precisamos de quase 1/3 menos bovinos hoje para suprir a demanda de
carne do que em 1977.
• Cada libra (cerca de meio quilo) de
carne bovina produzida hoje nos
EUA requer 14% menos água e 34%
menos terra, e a produção de carne
bovina, produzida hoje nos EUA gera
20% menos esterco do que em 1977.
impactar os desafios morais, econômicos e
ambientais que enfrentamos.
1. “Não precisamos de tecnologia
para alimentar o mundo – precisamos
de soluções para questões políticas e
pobreza.” Na realidade, nós precisamos
de todos os três. Mas a tecnologia é uma
solução que existe hoje e pode gerar resultados imediatos. Como declarou Bill
Gates, “quando os fazendeiros aumentam sua produtividade, a nutrição melhora e a fome e a pobreza são reduzidas”. E
isso se destacou também na Revolução
Verde, de acordo com experts que destacam o trabalho de Norman Borlaug na
criação de grãos de alto-rendimento, ao
qual é creditada a salvação de milhões
de famintos no Século 20. A tecnologia
não é a única solução, mas é uma solução que pode ser implantada hoje para
2. “Se os consumidores de alimentos
soubessem dos fatos, eles não escolheriam alimentos produzidos usando certas
tecnologias.” Quem tem dados críveis que
ponham em questão a segurança de qualquer
tecnologia de produção de alimentos, nova ou
atual, deveria, de qualquer jeito, compartilhá-los com os órgãos reguladores apropriados.
Porém, se eles tiverem apenas opiniões, eles
devem aos consumidores o reconhecimento
de que é este o caso. Os grupos marginais
precisam entender que a segurança dos
alimentos pode não ser uma questão para
eles, mas suas ações podem excluir o direito de escolha de pessoas com fome – até
mesmo de pessoas famintas – ao redor do
mundo. Isso é moralmente errado.
Além disto, o estudo do ICAS para este artigo mostrou que 99% dos consumidores
globais tomam suas decisões de compras
baseados em sabor, custo, nutrição ou algum fator de estilo de vida.
3. “Tecnologias de produção de alimentos prejudicam nosso meio ambiente.”
Métodos modernos de produção de alimentos, na verdade, reduzem o uso de recursos
naturais preciosos como terra e água – ao
mesmo tempo em que geram ainda menos
desperdício. Eficiência é o único modo de
otimizar nossos recursos escassos e satisfazer a necessidade futura de dobrar a produção de comida.
Shutterstock / SXC
Esta é uma questão complexa, e frequentemente gera três desafios comuns.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
Tecnologias que aumentam a eficiência
podem reduzir drasticamente o uso de
recursos na fazenda
Uso de Água
1977
2007
Um modo revelador para avaliar o impacto da tecnologia é
considerar a agricultura no Brasil e no Reino Unido.
Historicamente, o Reino Unido foi um importante produtor
e fornecedor de comida para a Europa. Porém, nas últimas
décadas, as políticas da UE limitaram o acesso dos fazendeiros do Reino Unido às tecnologias - e a legislação em
conjunto com uma minoria “barulhenta”, impactaram as práticas e políticas. Enquanto havia múltiplos fatores em jogo
durante este tempo, o Reino Unido perdeu 60.000 fazendeiros e trabalhadores rurais (entre 1998 - 2001) e em 2007,
as importações de carne no Reino Unido foram 389% mais
altas do que as exportações. Ademais, o faturamento das
fazendas caiu 71% entre 1995 e 2001 e foi negativo em sete
de 11 anos entre 1998 e 2009.
Estas decisões políticas mais amplas contribuíram para arruinar a competitividade do setor agropecuário da UE. No
fim das contas, um país que um dia foi responsável por alimentar outros países viu uma dramática virada na balança
comercial e agora depende fortemente das importações de
outros produtores de menor custo, como o Brasil.
Em menos de uma geração, o Brasil se transformou de
importador de alimento a um dos mais eficientes produtores - e exportadores - de alimentos do mundo. Entre 1996
e 2006, o valor da produção total de safra do Brasil aumentou 365%. As exportações de carne bovina aumentaram dez vezes em uma década, e o Brasil é agora o maior
exportador do mundo de carne bovina, avícola e cana de
açúcar. E muito disto foi realizado sem subsídios governamentais significativos.
1944
14% menos
65% menos
por galão de leite
do que em 1944
por libra de
carne boniva do
que em 1977
2007
Uso de Terra
1977
1944
34% menos
90% menos
por galão de leite
do que em 1944
2007
por libra de
carne boniva do
que em 1977
O impacto da tecnologia
Desafios aos Três Direitos
47
2007
Produção de esterco
1977
1944
20% menos
2007
por libra de
carne boniva do
que em 1977
76% menos
por galão de leite
do que em 1944
2007
Pegada ecológica de carbono
1977
1944
18% menos
2007
por libra de
carne boniva do
que em 1977
63% menos
por galão de leite
do que em 1944
2007
Dados coletados e analisados ao longo de décadas provam
que avanços na eficiência agropecuária têm efeitos positivos
e de longo alcance no meio-ambiente.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
mercado II
mercado II
O segredo para a marcante reviravolta
do Brasil? Em grande parte, foi um clima político que encorajou a proteção
do meio-ambiente do Brasil ao mesmo
tempo em que ampliou as escolhas de
tecnologia agrícola - disponibilizada
pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa).
Desenvolvendo tecnologias que variam
da genética de novas sementes a novas raças de gado, a Embrapa obteve
avanços em pesquisa e tecnologia para
encarar alguns dos desafios de produção de alimentos mais intimidadores
do mundo. E fizeram isto de uma forma
que não apenas amplia as escolhas de
tecnologias disponíveis para os produtores, mas também ajuda a proteger e
preservar o meio-ambiente do Brasil.
Marcus Vinicius Pratini de Moraes, antigo Ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), antigo presidente da ABIEC - Associação Brasileira
das Indústrias Exportadoras de Carne,
membro do conselho da JBS S.A. e da
COSAN, atribui a transformação agrícola do Brasil a cinco fatores-chave:
1. Sol
2. Solo
3. Liderança empreendedora
4. Tecnologia
5. Políticas de pró-agricultura
“Entendemos que a biotecnologia tem
muito a contribuir para a agricultura e a
humanidade”, diz Pratini.
O Brasil pode servir como modelo para outros países que lutam atualmente
contra a insegurança alimentar. Abarcando os avanços da ciência, o país
obteve importante renda com as exportações, e também forneceu alimentos a custos mais acessíveis e saudáveis à sua população, transformando
as lutas de uma nação em um triunfo
econômico e humanitário.
“É por isso que eu apoio totalmente o
desenvolvimento científico”, diz Pratini.
“Porque pode melhorar a qualidade de
vida para toda a humanidade ao prover uma solução segura para alcançar
a segurança alimentar”.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
O ponto de vista do consumidor:
Pesquisa aberta, concessões (tradeoffs) e gastos:
chaves para a compreensão do consumidor
por Dennis DiPietre, economista e escritor
por John Strak, economista e pesquisador do mercado consumidor
Pode ser perigoso supor que nós sabemos o que os consumidores pensam.
Mesmo assim, muitas das pesquisas de
mercado que eu vejo sobre suas visões
no uso de tecnologia na produção de
alimentos faz exatamente isso. Fazem
suposições falhas que, em troca, rendem
resultados questionáveis.
Então como podemos saber o que os
consumidores realmente pensam? Minha
resposta - realizando pesquisas que: 1)
têm perguntas abertas, 2) usam cenários
de concessão (tradeoff s) e 3) são baseadas em comportamentos. (Este é o tipo de
pesquisa que foi resumida neste artigo).
Deixe-me explicar.
Perguntas abertas não dão nenhuma
dica de como responder. Exemplo: “Que
preocupações você tem sobre a comida
que você e sua família come?” Contraste
esta com uma pergunta enviesada: “Quanta
preocupação você tem sobre X em sua comida?” Qual delas revela melhor a verdadeira
convicção dos consumidores? Aposto na
pergunta aberta.
Além disso, os dados de 2010 da Companhia
Nielsen citados neste artigo efetivamente analisam concessões (tradeoff s). Eles perguntam: “Qual é o fator mais importante em suas
decisões de compra de comida: custo, sabor,
nutrição ou algum outro fator?” Selecionando
apenas uma opção, o consumidor abre mão ou
compensa as outras três – uma simulação justa das decisões que os consumidores fazem
diariamente na vida real.
Mas será que “fazem” de fato o que “dizem”?
Não devemos supor que sim. Um modo útil
para solucionar este conflito “dizer X fazer” é
examinar comportamentos. Por exemplo, poderíamos perguntar a alguém quanto de seus
Dr. Strak é Professor Especial de Economia Alimentar, Universidade de Nottingham, Inglaterra.
49
Ponto de vista de um economista:
Por que a perda de escolha significa perda para todos
Shutterstock / SXC
48
gastos com comida vai para produtos orgânicos - ou poderíamos somar recibos
de caixas registradoras. Uma abordagem
nos dará opiniões, a outra, fatos.
Este artigo fez um trabalho valioso de
tentar apresentar uma visão imparcial dos
consumidores - um exercício útil. Mas
talvez falhe no ponto mais importante.
Alimentar o mundo responsável e sustentavelmente requererá tecnologia. Infelizmente, ciência, negócios e a mídia não
fizeram um bom trabalho para explicar os
benefícios das tecnologias ao comprador
na loja. Os consumidores precisam de
informação robusta sobre o que a ciência
oferece à sociedade. E a cadeia alimentícia precisa de visões imparciais dos consumidores. Este artigo é um bom ponto de
partida para mais discussão. Que venham
as concessões!
Como economista e educador, eu sei que exemplos simples às vezes podem ajudar a
explicar teorias econômicas complexas. Quando se trata da escolha do consumidor, segue
um exemplo do que acontece quando deixamos os outros fazerem escolhas para nós.
Recentemente, depois de abrir os presentes de aniversário dados por mim e minha
esposa, minha filha nos agradeceu e então perguntou a sua mãe se ela poderia trocar
vários itens. Adivinhar as preferências de alguém, apesar do quão bem intencionado
ou quão bem você ache que conhece a pessoa, pode ser difícil e caro. Após as trocas,
todos nós ficamos mais contentes, pois minha filha satisfez suas preferências mais
precisamente, e nós ficamos satisfeitos por saber que nosso presente foi apreciado.
Situações em que mudanças ou até mesmo políticas de governo que tragam satisfação a todos são às vezes difíceis de alcançar, mas quando acontecem, geralmente
consegue-se encontrar liberdade de escolha em suas raízes. A principal razão é que
ninguém sabe suas preferências melhor do que você.
Em nenhum lugar é mais crítico preservar a escolha do que em produção e consumo
de alimentos. Apesar da legítima responsabilidade dos governos de assegurar um
suprimento seguro de comida, é crescentemente popular para grupos de interesse
usarem o governo para fazer coisas como aumentar o custo da comida importada, requerer que governos locais comprem
comida produzida localmente, ou restringir tecnologias seguras e comprovadas, que podem ser
usadas para aumentar a produtividade agropecuária ou reduzir o custo da comida. Governos
de grandes cidades estão até mesmo proibindo os moradores de comprar certos tipos de
comidas e começando a ditar, por exemplo,
quanto sal um chefe de cozinha pode usar para
preparar um prato de restaurante.
Quando um grupo relativamente pequeno consegue influenciar políticas públicas para impor
suas preferências privadas a todos, ele impõe custos altos à sociedade. Economistas chamam estes
custos de perdas de peso morto, pois todos no mercado, comprador e vendedor, levam a pior. Os compradores
não conseguem encontrar os atributos que querem, os vendedores pagam custos mais altos na cadeia de suprimentos e
sofrem redução nas vendas. É como escolher deliberadamente
um presente para alguém sobre quem você não sabe nada e depois restringir ou prevenir sua capacidade de trocá-lo. Não é uma
coisa agradável para se fazer - e eleva os custos para todos.
Dr. DiPietre recebeu seu
Ph.D. da Universidade de Iowa
(EUA). Por meio de sua firma,
KnowledgeVentures, LLC, ele é
consultor de companhias líderes
de produção de alimentos em todo
o mundo.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
mercado II
A necessidade de avançar de forma
robusta para combater a fome mundial
nunca foi mais urgente. Os estoques
de grãos estão a níveis alarmantemente baixos. Os preços dos alimentos estão em altas recordes, com expectativa
de alta. A população está rapidamente rumando aos 9 bilhões. Nós temos
uma janela de oportunidade excepcional: Uma luz foi jogada no assunto. A
necessidade é premente!
O mito foi descortinado. Para tornar
comida segura, acessível e abundante uma realidade, nós temos que focar
nos três direitos fundamentais que
vêm do acesso à tecnologia:
1. Comida – um direito humano
básico | Negar inovações seguras
e comprovadas, que tornem a produção de comida mais eficiente é desumano e deveria ser considerado moralmente inaceitável.
2. Escolha – um direito do consumidor | Todos os consumidores
deveriam ter o direito de gastar seu
orçamento alimentar da forma que
acharem mais adequado. Os que precisam de escolhas de comida acessíveis deveriam encontrá-las prontamente disponíveis. Consumidores
mais abastados também devem ter
opções de alimentos de acordo com
seu estilo de vida
3. Sustentabilidade – ambientalmente correto | Continuar a salvaguardar nossos recursos naturais
enquanto nos empenhamos para alimentar mais de 9 bilhões de pessoas
até 2050 requererá níveis de eficiência
na produção de alimentos nunca antes atingidos. A tecnologia nos ajudou
a aumentar a expectativa de vida humana, virtualmente eliminar a varíola
do planeta e enviar o homem à lua.
Igualmente, tecnologias agropecuporkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
árias seguras e comprovadas para
agricultura e alimentos podem ajudar
os fazendeiros do mundo a produzir
mais com menos.
Hora de agir – O que
você pode fazer?
• Torne pessoal | Junte-se a mim no
objetivo de fazer do fim da fome global uma missão pessoal. Saia de sua
“bolha”. Veja a fome de perto e você
se tornará um ativista para a comida
segura, abundante e de preço acessível. Pode haver um assunto moral mais
importante para encarar? Está na hora
de todos nós fazermos da comida um
direito para todos, em todos os lugares. Faça disto uma questão sua.
• Engage-se | Muito importante para
os leitores deste artigo: comprometa-se com os influenciadores da cadeia
alimentícia mais influentes que você conheça. O “discurso de guardanapo” é
bem simples: Comida segura, acessível
e abundante = Tecnologia + Escolha.
Soluções para os desafios de eliminar a
fome mundial e maximizar a escolha do
consumidor existem. Só trabalhando juntos podemos implementar com sucesso
estas soluções. Para engajar-se ainda
hoje, comece visitando www.plentytothinkabout.org.
• Apoie | Finalmente, esteja pronto
para apoiar os 99% dos cidadãos do
mundo que querem livre escolha e um
suprimento de comida saudável, acessível e segura - bem como apoiar os
órgãos reguladores que tornam possível produzir esta comida. Quando você souber de grupos de ativistas marginais que buscam eliminar escolhas,
banir práticas ou até mesmo eliminar
proteína animal de nossas dietas, peça respeitosamente que provem suas
afirmações usando dados científicos,
SXC
CONCLUSÕES e pensamentos finais
econômicos e ambientais, e compartilhe com os órgãos reguladores.
Moralmente, cientificamente, economicamente, ambientalmente e socialmente, os dados apoiam o uso
de tecnologia.
Todos estes fatos se alinham para
apoiar uma posição com que todos
nós concordamos: comprometer-nos
a assegurar que um suprimento global
de alimentos seguros, abundantes e
de preços acessíveis pode se tornar
uma realidade em nossas vidas.
Jeff Simmons
e sua esposa, Annette, vivem em
Carmel, Indiana
com seus seis filhos. Jeff é defensor ativo da tecnologia alimentar e
seu papel de prover produção mais
acessível, eficiente e sustentável de carne, laticínios e ovos. Em 2009, ele publicou um artigo sobre tecnologia de comida no século
21, “O custo dos alimentos e as escolhas dos
consumidores - Porque o agronegócio precisa de tecnologia para atender à demanda
crescente por alimentos saudáveis, nutritivos e com custos razoáveis.” Ele é Presidente da Elanco, a divisão de saúde animal de
Eli Lilly e Companhia (NYSE: LLY), onde a visão da companhia é “comida e companheirismo enriquecendo vidas.” A Elanco desenvolve tecnologias inovadoras e seguras para
fazer animais de produção mais saudáveis e
efi cientes. A companhia está trabalhando em
um esforço humanitário para ajudar a acabar
com a fome na infância em sua cidade natal, Indianapolis, e retirar 100.000 famílias
de países em desenvolvimento da fome, por
meio de de parcerias. Jeff tem bacharelado
em Economia e Marketing Agrícola pela Universidade de Cornell (1989). Ele se mantém
conectado a aspectos fundamentais da cadeia alimentícia por meio da fazenda de sua
família em Nova Iorque, relacionamentos na
cadeia alimentícia global, palestras e o debate contínuo de políticas e abordagens para
possibilitar a produção de alimentos seguros,
abundantes e de preço acessível.
Assessoria de imprensa
50
52
brasil
brasil
Consumo interno
Lívia Machado,
coordenadora do PNDS
Quais são os
desafios
(e oportunidades)
na produção de suínos
no Brasil?
“O primeiro é entender que o consumidor é sempre o agente que faz girar qualquer atividade econômica. E o segundo
é que ele sabe cada vez mais o que quer quanto a qualidade, sanidade e preço. Em uma pesquisa da ABCS, concluímos que o primeiro fator limitante para o consumo de carne suína é o preconceito contra o produto pela associação
à obesidade, falta de praticidade, etc. Por isso, trabalhamos
no PNDS as questões de sanidade, praticidade, qualidade e
outros pontos para conquistar os consumidores. Sabemos
que 35% dos consumidores escolhem alimentos por prazer e sabor e outros 34% por temas ligados a saúde. A carne suína já tem tudo isso. Os desafios, assim, são dois. O
da informação para diminuir o preconceito e, depois, que o
produto em porções práticas chegue aos pontos de venda”
Logística
Dilvo Grolli,
diretor-presidente da Coopavel
Setor detém o maior potencial de crescimento entre as carnes no País
texto Daniel Azevedo
D
esde 1970, a produção brasileira de suínos aumentou mais
de 371% (saltando
de pouco mais de
700 mil toneladas
para, segundo previsões, 3,3 milhões de ton em 2011). Os
produtores, a indústria, o governo e os
pesquisadores se deram conta de que,
além de aumentar o consumo no mercado interno, teríamos grande destaque no comércio mundial do produto.
Assim, assumimos o posto de quarto maior produtor no mundo e quarto
maior exportador com previsão de exportar até 636 mil ton de carne de suína em 2011, ter receita cambial na casa
dos bilhões de dólares e manter 750 mil
empregos diretos e 2 milhões indiretos.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
A carne suína é o produto de origem
animal mais produzido no mundo, com
previsão de 110 milhões de ton para
2011. O produto também é o mais consumido no planeta apesar de grandes
diferenças nas médias per capita em
diferentes países e regiões.
Internamente, o consumo per capita
de carne suína no Brasil gira em torno
de 14 quilos ao ano enquanto chega a
mais 50 quilos em países como Áustria e Dinamarca. No exterior, o produtor brasileiro tem grandes oportunidades por produzir com alta qualidade e
preços competitivos e dispor de recursos naturais abundantes.
Os números mostram a força e a eficiência do setor produtivo mas revelam
que desenvolvemos apenas fração do
nosso potencial. Por isso, a PorkWorld
decidiu colher depoimentos de especialistas nos diferentes elos da cadeia
sobre quais seriam os desafios (e oportunidades) para o setor que talvez tenha
o maior possibilidade de crescimento
no setor de carnes do Brasil.
Os desafios são grandes, profundos
e de toda ordem. O alerta dos especialistas, em alguns casos, são novidades. O sucesso recompensa quem
chega primeiro. Em outros casos, já
foram repetidos à exaustão mas não
houve mudança. É obrigação não se
conformar e insistir. Afinal, falamos da
responsabilidade com a nossa gente
e, mesmo, em alimentar o mundo.
A seguir, a íntegra dos comentários
de autoridades e especialistas:
“O Brasil é a 7ª economia do mundo mas só aplica 1,5% da
arrecadação em logística ou infraestrutura. Temos uma boa
capacidade de produção, no entanto, com custo muito alto
até chegar ao consumidor ou o porto. Perdemos muito por
isso. Para 2011, estavam previstos R$ 17,95 bilhões de investimento pelo governo. Isso é muito pouco para um país que
quer ser protagonista na produção de carne pois tem terra,
tecnologia e mão de obra qualificada. Somos um país superavitário na balança comercial do agronegócio em US$ 63
bilhões e poderíamos exportar muito mais se a logística não
atrapalhasse. Hoje, não adianta sermos eficientes no campo se não formos da porteira”
53
Estratégia
Pratini de Moraes,
ex-ministro da Agricultura
“O momento é para o intercâmbio de informações e ideias
entre os produtores de suínos para corrigir falhas estratégicas que freiam o crescimento da suinocultura nacional. Um
dos erros que nos deixou vulneráveis foi a concentração de
nossas exportações no mercado russo e o baixo investimento
no mercado consumidor brasileiro. O grande trunfo do Brasil é o seu mercado interno e, na suinocultura, há um longo
e promissor caminho a percorrer. Enquanto isso, é preciso
incentivar ações do governo para estabelecer, com o principal mercado no exterior, normas comerciais que reduzam a
vulnerabilidade imposta à suinocultura brasileira. O abuso de
normas sanitárias é outro ponto que requer ação enérgica do
governo na OIE, OMC e FAO, cujas ações se concentram em
proteger os interesses dos importadores”
Independentes
Wolmir de Souza,
presidente do INCS
“O maior desafio para o setor também pode ser a grande
oportunidade. Quero lembrar dos pequenos e médios que
hoje, somente em Santa Catarina, abatem 12 mil suínos por
dia, fora das grandes cooperativas e indústrias. Os pequenos
e médios independentes sofrem com as oscilações do mercado muito mais. Assim, o principal é entender o setor como
uma cadeia. Não só as grandes indústrias. O governo precisa
valorizar os pequenos e médios pois tem políticas muito voltadas apenas para a exportação. Os independentes têm qualidade para ocupar os mesmo lugares nos supermercados e
atender o mercado interno e até externo. Do governo, esperamos programas de valorização, qualificação e certificação”
Produtividade e logística
Fabiano Coser,
diretor-executivo da ABCS
“A oportunidade é manter e melhorar a nossa elevada produtividade na relação grão/carne. Nossa conversão alimentar é um grande trunfo e oportunidade para sermos um dos
países com maior produção e exportação do planeta. Já o
grande desafio é a logística desde transporte dos grãos até
as granjas, os animais terminados até os frigoríficos e o pro-
duto até o consumidor ou os portos. Muito acaba sendo perdido no transporte. Temos, por exemplo, grande potencial
produtivo no Centro-oeste do País, mas como levar isso aos
principais centros consumidores ou aos portos? Se a logística estivesse equacionada teríamos um crescimento mais rápido e mais ganho para a cadeia produtiva”
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
54
brasil
Exportações
Pedro Camargo Neto,
presidente da Abipecs
“Dependemos muito da sanidade para garantir portas abertas
no exterior. Precisamos de estabilidade para ter avanços nas exportações. Nosso sistema de sanidade deve ser eficiente para depois convencer outros países. Assim, precisamos de mais
atenção nos gargalos internos que começam pela falta de prioridade política. Antes de investir é preciso o governo ter isso como
prioridade. Somente assim haverá mais investimentos. Quanto
às oportunidades, estamos bem encaminhados para acessar os
mercados de Japão e Coreia do Sul, respectivamente, o primeiro
e terceiro maiores importadores de carne suína. Mas é difícil fazer
uma previsão sobre quando exportaremos para tais mercados”
Política
Marcelo Lopes,
presidente da ABCS
“A primeira coisa é estimular a suinocultura de forma mais consistente com políticas de longo prazo e não só apagar incêndios. Para isso, fortalecemos a ABCS junto ao executivo e legislativo para aprovar o preço mínimo para os suínos e, também, o
preço máximo para insumos como os grãos. Isso asseguraria
um sistema operante que permite melhor planejamento para os
produtores. Sabemos que o Mapa cogita adotar o preço máximo para grãos e isso já seria um grande passo. Temos rodado
o País e sentimos boa resposta dos associados quanto a coesão do setor. Nosso trabalho é de informação para fortalecer o
sistema ABCS. Depois, temos assessores que nos representam no congresso e no executivo federal, coisa que a associação nunca teve. O resultado disso é a promessa do Mapa sobre
as políticas que o setor demanda em curto prazo”
Gestão
Guilherme Melo,
consultor do Rabobank
“A forte demanda, combinada com a limitação de recursos,
deve continuar impactando na suinocultura. Isto deve ser
sentido nos ainda altos e voláteis preços dos insumos, que
aparentemente não mudarão no curto-médio prazo. As margens do setor devem continuar sob pressão, o que diminuirá
ainda mais o espaço para erros operacionais e exigirá mais
habilidades do produtor quanto à gestão comercial da produção com o objetivo de minimizar riscos de compra de insumos e maximizar a receita com a venda de suínos. A excelência na gestão econômica-financeira passa a ser fator
chave de sucesso para a atividade”
Custos
Rovério Freitas,
gerente de suínos da M. Cassab
“Este ano está difícil, pois os custos subiram bastante. Desde
outubro de 2010, o preço do milho cresceu cerca de 23%. Isso impacta de forma negativa no setor. Por outro lado, a busca
de alternativas como o arroz e outros é usada para reduzir custos em certas regiões. Assim, as alternativas para redução do
uso do milho têm uma importância muito grande para o último
trimestre. Apesar de sinais de aumento da área de milho para
2011/2012, o crescimento da exportação e da demanda interna
leva o mercado a ficar atento a 2012, que pode ter preços menores, mas não como os produtores precisam. Em relação à
qualidade, o setor busca cada vez mais uma produção de ração com o máximo de segurança para os animais e o consumidor final, com controles eficientes e fornecedores que mantenham qualidade e padronização em todos os ingredientes”
Volatilidade
Ricardo Esquerra, gerente de
Produtos da Novus do Brasil
“Os produtores suportaram este ano uma das realidades
mais intrínsecas do setor, a volatilidade. Ciclos curtos de
preços favoráveis com bons ganhos e quedas precipitadas
com perdas, e uma dificuldade para prever o preço do suíno no curto prazo. Nossa recomendação é ter foco no manejo do risco fixando o preço de insumos a pagar e o preço de venda de produtos suinícolas a meio prazo em seus
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
mercados quando possível, e aumentar competitividade
como prioridade. Por exemplo, há amplas oportunidades
de reduzir custos melhorando a conversão lucrativamente;
ou incorporando o conceito de longevidade da matriz na
avaliação de produtividade no dia ao dia, ou focando na
matriz como ferramenta para reduzir custo de produção da
sua progênie”
58
BRAZILZÃO
BRAZILZÃO
Chácara Vó Ita
campeã em prolificidade
Proprietário Mateus Simão apresenta “segredos” para o melhor desempenho
texto: Daniel Azevedo fotos: Chácara Vó Ita
O
objetivo de todo trabalhador, seja suinocultor ou de outra
atividade, é alcançar o melhor desempenho possível. No
quesito prolificidade de matrizes suínas, pai e filho Mateus
e Marcello Simão, da Chácara Vó Ita, foram os melhores do
Brasil em 2011 com admiráveis 32,2 leitões desmamados por
fêmea em um ano.
A propriedade, localizada em Castro, Paraná, venceu o prêmio “Melhores da Suinocultura – Agriness” e coroou o trabalho iniciado há exatos 20 anos quando o pai, Mateus, começou na atividade. “O
prêmio nos trouxe muita satisfação e orgulho, pois é a recompensa de todos os
esforços e dedicação de anos de trabalho”, comemora.
59
Chácara Vó Ita
A Chácara Vó Ita possui 47 hectares e
desenvolve a pecuária leiteira e de suínos. São, em média, 235 matrizes em
produção de ciclo completo em uma
estrutura que conta com seis barracões para a produção de animais desde a gestação até a terminação de 650
animais por mês.
“Desenvolvemos a atividade durante
muitos anos e com poucos recursos
mas com instalações simples e extremamente funcionais. Temos colaboradores na produção dos suínos em
uma equipe entrosada para que sejam
obtidas as metas desejadas”, diz Mateus que tem o apoio do filho Marcello,
que é técnico agrícola.
O desempenho invejável não foi alcançado à toa ou por sorte. Todas as
atividades na chácara seguem três pilares principais, entre outros, para isso.
O primeiro é o apoio da Cooperativa
Agropecuária Castrolanda; o segundo,
a boa genética; e o terceiro, uma equipe motivada e dedicada.
“O prêmio
nos trouxe muita
satisfação e
orgulho, pois é
a recompensa
dos esforços e
dedicação de
anos de trabalho”
INSTALAÇÕES COMPLETAS
E BEM EQUIPADAS:
GARANTIA DE ALTA
PRODUTIVIDADE
Gestação confinada
Matrizes em ambiente
adequado para desenvolver
potencial genético.
Maternidade
Unidade obtém melhor
prolificidade do País.
Creche
Leitões vivem uma das
fases mais importantes
na creche.
Barracão de engorda
Visão das instalações com os cilos de ração e equipe formada por Marcello Simão,
José Candido Botelho, Valdeci Oliveira Santos e Mateus Simão (da esquerda para direita).
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
“A Cooperativa nos dá suporte financeiro, técnico, nutricional, treinamentos e capacitação aos colaboradores.
A genética DanBred traz excelentes
resultados. Já a equipe é um item de
muita importância pois deve estar
sempre motivada, capacitada e dedicada inteiramente à atividade”, revela.
Simão: as instalações são
simples mas extremamente
funcionais.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
60
BRAZILZÃO
“Segredos”
Mas existem outros “segredos”. O
primeiro é a adoção do Procedimento Operacional Padrão (POP), que foi
elaborado junto à Cooperativa Castrolanda. Com o modelo, ficam definidas
as funções individuais e em equipe de
cada colaborador. “Levamos os POP’s
como uma receita de bolo e, assim,
temos em mãos todo o necessário.
Cabe a nós realizar as atividades descritas de maneira eficiente atingindo
sempre um bom desempenho”, conta.
Além do POP, a Chácara Vó Ita utiliza, também, o sistema de gerenciamento de informações zootécnicas e
financeiras S2 Agriness, que permite
acompanhamento instantâneo do real
“A Chácara Vó
Ita foi a melhor
do Brasil em
2011 com
admiráveis
32,2 leitões
desmamados
por fêmea em
um ano”
desempenho das granjas. “Além desse acompanhamento, o S2 Agriness
nos mostra onde temos deficiências
e qualidades de produção por vários
indicadores. Contribui muito como
ferramenta de motivação de nossa
equipe”, detalha.
Desafios
Apesar das técnicas, procedimentos
e dedicação, sempre existem grandes
desafios. Para quem alcançou o primeiro lugar, talvez, o maior deles seja
manter-se a frente. “O maior desafio é
manter os bons resultados. Fazer isso
por longo período é um grande desafio.
Mas, além disso, a suinocultura é muito instável no preço de venda e, muitas
vezes, trabalhamos abaixo do custo de
produção. Como não ditamos o preço,
buscamos redução de custos e maneiras mais rentáveis de produzir”, aponta.
Além disso, a produção exige outros
cuidados rigorosos como as boas
práticas de manejo, sanidade, biossegurança, padrões de vacinação, limpeza e acompanhamento de um veterinário. Por fim, Simão aponta, talvez,
a mais importante necessidade do
setor. “Notamos a falta de incentivo ao
consumo de carne suína. Existe tanto
marketing em alimentação saudável.
Por que não investir no consumo de
carne suína? É um produto rico em
nutrientes e saudável mas ainda sofre
preconceitos”, finaliza.
Tanque de água é parte da estrutura
Visão das instalações e entorno:
respeito ao meio ambiente.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
62
consórcio
consórcio
Consórcio Paulista:
o modelo associativo
de São Paulo
Produtores se unem para fortalecer setor no Estado
A
texto Daniel Azevedo
suinocultura
do
Estado de São
Paulo pode haver
iniciado uma nova era, no último
dia 21 de outubro,
com a fundação
do Consórcio Suíno Paulista. Reunidos pela Associação
Paulista de Suinocultores (APCS), o
Consórcio já nasceu grande pois congrega 15 produtores que somam 38
mil matrizes ou, praticamente, metade
do total do Estado (cerca de 80 mil).
O modelo associativo de São Paulo
difere do formato de cooperativa pois
mantém a autonomia de cada produtor mas traz a força das ações em
grupo. A formalização da associação
ocorreu em evento na cidade de Holambra, durante a entrega do Selo de
Qualidade Suíno Paulista à J.A. Agropecuária e anúncio da implantação do
PNDS (Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura) no Estado
de São Paulo.
“O consórcio está nascendo com a
maior transparência possível. O objetivo é aumentar nosso poder de negociação para comprar insumos e, também, para vender carne suína. Isso vai
tornar o setor mais forte no Estado e
trazer mais competitividade para todos
os integrantes”, comentou o presidente da APCS, Valdomiro Ferreira Júnior.
Tradicionalmente formada por produtores independentes, a suinocultura
paulista inova ao permitir que pequenos, médios e grandes produtores do
Estado possam se beneficiar de compras e vendas em conjunto sem a perda de autonomia administrativa. Apesar disso, haverá exigências para os
integrantes do Consórcio como qualidade, seguridade e sanidade.
Em 2010, o Estado de São Paulo consumiu mais de 750 mil toneladas e produziu cerca de 220 mil toneladas e,
mesmo sendo o maior mercado consumidor do País, dependeu da produção
de outros estados. “Estamos melhorando muito com esse novo modelo
para sermos mais competitivos tanto
no mercado interno brasileiro como
também no mercado externo. Temos mais potencial para crescer se
estivermos unidos”, disse Ferreira.
Entre os fundadores do Consórcio
Paulista estão a Fazenda Água Branca, Fazenda Brasil, Granja Vermelhi-
nha, Fazenda Ponte Alta, Fazenda Santo
Inácio, J.A. Agropecuária, Ianni Agropecuária, Agropecuária Bressiani, Agropecuária Nápoles, Agropecuária Arruda,
Cowpig, Agropecuária Junqueira, Agropecuária Cornélio, Fazenda Santa Rosa
e Agropecuária Toselo.
“O Consórcio
já nasceu grande
pois congrega 15
produtores que
somam 38 mil
matrizes”
63
A expectativa é de que as compras
conjuntas de insumos (milho, soja,
medicamentos e outros) comecem
já no primeiro trimestre de 2012 e as
vendas conjuntas até o segundo. “Estamos formando o Consórcio da maneira mais transparente possível, de
acordo com as legislações de associativismo e em parceria com o Mapa. A tendência é haver mais participantes e iniciarmos as operações já
no início de 2012”, previu Ferreira.
O Consórcio já contratou, por meio
de licitação pública, uma consultoria em advocacia para elaboração do contrato social e, também,
contará com os serviços de uma
empresa de análise de mercado
para orientar ainda melhor os integrantes, antes do início das operações conjuntas.
Produtores
“Nós estamos buscando, por meio do Consórcio, uma maneira de minimizar nossos custos de produção
pois importamos a maior parte dos insumos de outros estados. Estou otimista e acredito que é uma
maneira de nos unirmos mais para melhorar o custo de produção e fortalecer a nossa comercialização”
Antonio Ianni, da Ianni Agropecuária
“Isso fortalece a suinocultura paulista por meio da nossa união. O Consórcio também caminha para garantir
a qualidade da produção suinícola do Estado além, é claro, de melhorar nosso poder de negociação”
Demétrius Napoles, da Granja Napoles
“O sistema que estamos implementando é moderno. O slogan de que a união faz a força é verdadeiro.
Não é cooperativismo porque no consórcio todos têm a mesma filosofia e produzem sob a mesma bandeira
mas cada um responde pelos seus atos. A vantagem é o poder de barganha maior pois comprando em
volume se consegue melhores preços além de permitir mais planejamento”
Olinto de Arruda, da Fazenda Água Branca
“A suinocultura paulista é caracterizada por produtores independentes, não associados a nenhuma
agroindústria. Precisamos de uma representação comercial mais forte tanto nas compras como nas vendas.
Acreditamos que é uma semente que pode resultar na consolidação da sobrevivência da suinocultura paulista”
Cornélio van Ham, da Agropecuária Cornélio
“Estamos otimistas porque nos fortalece e elimina um pouco os intermediários.
Isso vai melhorar o preço e aumentar nossa condição no mercado”
Alberto van der Broek, da J.A. Agropecuária
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
64
consórcio
consórcio
“O Consórcio vai permitir que façamos as negociações em conjunto para conseguirmos melhores
condições de negociação frente ao mercado. Vamos manter nossa identidade como produtor independente e poder fazer compras e vendas com as vantagens do associativismo”
Pedro Roberto Gabone, da Fazenda Santa Rosa
“Eu estou otimista porque a reunião de suinocultores só pode trazer bons resultados. Nosso objetivo
é ser mais competitivo. O Estado de São Paulo tem uma suinocultura tecnificada e com animais de
qualidade o que precisamos é ser mais competitivos em preço. O Consórcio é o caminho para isso”
Pedro Toselo, Agropecuária Toselo (Granja Maiali)
“A vantagem é a melhor condição de compra e venda mas, com a exigência
de qualidade, também garantiremos qualidade aos consumidores”
Geraldo Salarolli, da Granja Vermelhinha
“É uma alternativa para se unir e comprar mais barato, diminuir o custo e depois
conseguir um benefício maior porque o mercado atualmente está muito difícil.
Estaremos mais preparados para este mercado e conseguir mais rentabildiade”
Marian Wolters, da Granja Ponte Alta
J.A. Agropecuária recebe Selo Suíno Paulista
O evento teve a presença da secretária
estadual de Agricultura e Abastecimento, Mônika Bergamaschi; do diretor
regional do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Ricardo Ribeiro; do presidente
da Associação Brasileira dos Criadores
Os irmãos e sócios, Alberto e João Gilberto van den Broek
de Suínos (ABCS),
Marcelo Lopes, da
prefeita de Holambra, Margareth Groth; do preA J.A. Agropecuária foi a quinta granja do
sidente da APCS, Valdomiro Ferreira Júnior, e
Estado de São Paulo a conseguir o selo
cerca de 300 presentes entre produtores, colade origem “Suíno Paulista”, do Programa
boradores e funcionários da J.A. Agropecuária.
de Qualidade Produto de São Paulo. A
Para o proprietário da empresa, Alberto Van
entrega oficial do selo ocorreu na cidade
den Broek, a obtenção do Selo Suíno Paulisde Holambra, interior do Estado, e atesta
ta é uma vitória que foi conquistada por toda
a qualidade, sustentabilidade e eficiência
sua equipe e vai garantir a qualidade de sua
de todo o processo produtivo e adminisprodução aos clientes dos dois açougues da
trativo da empresa.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
J.A. e frigoríficos. “Estamos muito satisfeitos pois pudemos melhorar vários procedimentos de nossa granja. Agora comprovamos nossa qualidade e, certamente,
teremos mais portas abertas”, disse.
Para a secretária de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Mônika Bergamaschi, o Selo tem importância extrema. “O
Selo garante a qualidade e a sanidade aos
consumidores e sustentabilidade à cadeia
pois é resultado de um trabalho bastante
profundo dos técnicos da secretaria. Vamos fomentar isso cada vez mais no Estado”, comentou.
As outras granjas que já possuem o Selo
Suíno Paulista são a Água Branca de Itu,
Fazenda Brasil em Jambeiro, Fazenda Santo Inácio em Brotas e Fazenda Ponte Alta
em Itararé. No mesmo dia foram assinados
contratos entre a certificadora WQS e as
granjas Ianni Agropecuária de Itu, Agropecuária Bressiani de Capivari e Agropecuária
Nápoles em Monte Alegre Azul, para inicio
da pré-auditoria para obtenção do selo.
PNDS chega a São Paulo
O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, anunciou um investimento de R$ 2 milhões
para lançamento e desenvolvimento das ações do PNDS no Estado de São Paulo nos
próximos dois anos. “O PNDS já está agindo e com expressivos resultados em Minas
Gerais e no Nordeste. Enfim, chegamos ao principal mercado consumidor do País.
Vamos trabalhar informação ao produtor, indústria e varejo para, com certeza, ter
êxito aqui também”, pontuou.
O objetivo do PNDS, que tem parceria do Sebrae, é aumentar em 2 kg o consumo
per capita nacional de carne suína até final de 2012 e chegar a 15 kg por pessoa
por ano. Segundo Lopes, um ano antes do prazo, “já estamos perto de alcançar o
objetivo”. Para isso, o programa trabalha em três níveis: produtores, processadores
e consumidores.
“O trabalho consiste em trazer informações aos produtores, indústria e consumidores
com objetivo de aumentar o consumo de carne suína. Quem comercializa ou processa
pode apresentar novos cortes mais práticos e consumidores terem mais informação
sobre a qualidade e os benefícios do consumo de carne suína”, explicou.
65
manejo
manejo
Fábrica de ração:
Gestão de Processos e
Controle de Qualidade
Rastreabilidade é uma exigência altamente
demandada no setor de alimentos
Shutterstock
A
Processos envolvidos
na produção de ração
com qualidade
 Recepção
 Moagem
 Dosagem e mistura
 Contaminações cruzadas (pontos
críticos e principais contaminantes)
 Identificação e armazenagem do
produto acabado.
 Limpeza e manutenção do sistema
(procedimentos e frequência)
 Biosegurança (controle de insetos,
pássaros e roedores)
 Recepção e Armazenagem das
Matérias Primas
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
Autor Roniê Pinheiro, da Integrall Soluções em Produção Animal
rastreabilidade na
produção animal
é uma exigência
amplamente demandada pelo setor de alimentos.
Vinculada ao conceito de qualidade, conjuga os interesses da empresa
e o atendimento das necessidades dos
clientes. Dentro dessa perspectiva, a
qualidade dos procedimentos na fabricação de rações vem sendo encarada
como uma vantagem competitiva e, no
caso específico de alimentos, a questão da segurança torna-se ainda mais
importante, uma vez que influencia,
diretamente, a saúde do consumidor,
diferenciando também os produtores
no que diz respeito ao desempenho
zootécnico e de produtividade.
Nessa lógica, a sistematização de
procedimentos de gerenciamento da
qualidade na fábrica de ração ganha
especial importância por conferir às
empresas um direcionamento nas
condutas no âmbito da produção e
aos consumidores, que possuirão
maior clareza das características dos
produtos alimentares, sendo utilizado
como um diferencial na qualidade da
carne produzida.
A adoção do programa análise de riscos, assim como o BPF (boas práticas
de fabricação), na manipulação de
ingredientes processados bem como
na produção de rações, tem como objetivo gerar procedimentos para a redução de riscos associados ao consumo de alimentos, bem como permitir
resultados satisfatórios na produção
de suínos.
Enfim, os ingredientes que compõem
as dietas dos animais devem estar
em conformidade com os sistemas
de qualidade oficiais vigentes para
produtos e subprodutos. Para os microingredientes, o uso responsável e
prudente passa pela aplicação da legislação vigente, nos prazos de retirada das rações, identificação laboratorial de resíduos nos produtos animais
e na determinação da concentração
do resíduo encontrado, devendo ser
usados somente produtos aprovados
para espécies e ou fases especificas,
nos níveis recomendados e com o período de retirada do produto.
A produção de Ração
Para que se tenha uma nutrição ajustada, garantindo a ingestão dos nutrientes dentro da exigência de cada
fase, deve-se trabalhar a partir de um
conhecimento das matérias primas,
através de análises a cada partida, garantindo a qualidade desde a chegada
à granja e uma estocagem eficiente,
prevenindo a formação de micotoxinas, com consequente perda no valor
nutricional. Portanto, devem-se adotar
critérios rígidos no recebimento das
matérias primas, além de um processo
de limpeza e controle de pontos críticos na fábrica e granja. Estes incluem
limpeza efetiva de equipamentos, silos
e cochos, possibilitando a ingestão de
uma ração balanceada e que não ofereça riscos à saúde dos animais.
A partir do conhecimento das matérias
primas pode-se desenvolver fornecedores, que mediante aos contratos,
disponibilizarão dentro de um padrão
previamente acordado, garantindo
uma estabilidade nos resultados ao
longo do ano.
Recepção e
Armazenagem das
Matérias Primas
Para que se tenha uma ingestão dentro do desejável, fatores como palatabilidade, digestibilidade, níveis nutricionais, estando ajustados a cada
fase, e a uniformidade da mistura, devem ser respeitados.
Assim, o uso de matérias primas com
qualidade deve ser uma busca constante, nas unidades de produção de
suínos de alto desempenho. Neste
contexto, a compra tendo como principal fator o preço, sem o devido cuidado no momento do recebimento, pode
acarretar em grandes perdas econômicas devido aos ajustes de formulação e/ou perda no desempenho.
Antes da descarga os produtos devem ser rigorosamente conferidos,
analisando principalmente o aspecto físico. Nesta etapa, são coletadas
amostras de toda matéria prima que
serão analisadas no laboratório. As
Shutterstock
66
67
Como amostrar produtos ensacados
 Lotes com 1 a 4 embalagens, coletar em 5 ou mais pontos,
 Lotes com 5 a 10 embalagens, coletar amostras de todas unidades,
 Lotes com 11 a 100 embalagens, amostrar 20% ou mais unidades,
 Lotes com mais de 100 embalagens, amostrar pelo menos
10% das unidades.
análises realizadas variam de acordo
com o produto recebido. No caso de
farinhas de origem animal são realizadas análises de peróxido, acidez, umidade e atividade de água. Para óleos
de origem animal são realizadas análises de peróxido e acidez. No caso
de matéria prima de origem vegetal
analisa-se umidade e ausência de
contaminantes físicos, químicos e biológicos. Ainda são enviadas amostras
para laboratórios externos que realizam análises complementares, como
análises bromatológicas.
Além da importância qualitativa, a classificação proporciona ao nutricionista
utilizar a melhor matriz nutricional que
“A sistematização
de procedimentos
de gerenciamento
da qualidade na
fábrica de ração
ganha especial
importância”
representará o padrão do ingrediente realmente formulado, garantindo o
consumo efetivo dos nutrientes, pelos
animais, pois estes defeitos interferem
no perfil nutricional deste ingrediente.
Pesquisas demonstram que o uso de
grãos avariados pode resultar numa
desvaloração energética da ordem de
6% no teor de gordura e 4% no teor
de proteína bruta. Em uma avaliação
conduzida pela Embraba, com várias
amostras de milho advindas de todas
as regiões do Brasil, observou-se que
os teores de gordura (EE) variaram de
1,41 a 6,09%, com média de 3,67%,
nos teores de proteína bruta (PB) houve uma variação de 7,32 a 10,55% com
média de 8,19%. Esta flutuação no perfil nutricional determina grande variabilidade no teor de nutrientes das dietas
impossibilitando uma formulação com
maior precisão na qual se obtenha os
melhores resultados a um menor custo.
Estas distorções podem ser corrigidas
com uma interação entre o classificador e o nutricionista por ocasião da formulação. Isso deve ser feito além das
análises bromato-químicas que devem
ser realizadas em rotina criando-se um
banco de dados com matrizes nutricionais melhores ajustadas.
Amostragem
Uma correta amostragem dos produtos ensacados passa por uma inspeção geral, identificação de possíveis
alterações como a presença de contaminantes e alteração de odor e cor.
Assim, com o uso de caladores, faz-se
coleta e identificação das amostras.
Para estes produtos, a quantidade de
amostras varia em função da quantidade de embalagens.
Para produtos à granel deve-se realizar
uma inspeção prévia verificando o estado de limpeza e conservação da carroceria, se foi transportado devidamente
coberto e com lona em boas condições, se a carga está seca e sem pontos ou partes molhadas e se há ou não
algum tipo de contaminação por material estranho (impurezas) ou insetos.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
manejo
O operador deve inserir o calador fechado, com uma inclinação de 10
graus, abrir e movimentá-lo de cima
para baixo, até preenchê-lo, retirando-o em seguida. Deve-se realizar coleta
em pelo menos 10 amostras, sendo
estas retiradas, em zig –zag, em diferentes pontos.
Amostragem em função
da quantidade
• Cargas inferiores a 100 ton. deve-se
amostrar 20 kg
• Cargas superioes a 100 ton. deve-se amostrar 15 kg para cada série
de 100 ton.
Para uma correta amostragem, é fundamental homogeneizar e dividir três
partes, sendo destinadas à classificação, contra-prova e uma ficando à
disposição do fornecedor.
Armazenagem
Para um adequado armazenamento
dos ingredientes utilizados na fábrica
de ração, estes devem ser identificados e classificados de acordo com o
Fatores que favorecem
a contaminação por fungos
e consequente aumento
na contaminação
por micotoxinas
 Presença de grãos quebrados,
injuriados ou avariados,
 Estocagem de grãos com alto teor
de unidade,
 Grandes flutuações de temperatura,
César Machado
 Uso de fungicidas e anti-fúngicos
em sub-dosagens.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
manejo
destino (uso e não uso), havendo uma
sequência que obedeça o prazo de
validade dos mesmos. Enfim, deve-se
sempre iniciar o uso pelos produtos
com menor prazo de validade (first in,
first out).
Um correto processo de armazenamento de produtos ensacados passa
pelo controle de insetos, roedores e
aves, pela utilização de estrados (10 a
15 cm de altura) e um programa efetivo
de limpeza de fábrica e silos.
Conhecendo-se as principais características das matérias primas utilizadas, pode-se estudar os fatores físicos
(temperatura, umidade, migração de
grão, produzido pelo calor que se desprende da respiração do próprio grão
e de microorganismos associados.
O teor de umidade é considerado o
fator mais importante no controle do
processo de deterioração de grãos armazenados. Se a umidade for mantida
a níveis baixos, os demais fatores terão
seus efeitos grandemente diminuídos.
A temperatura é outro fator que afeta
a armazenagem de grãos. Juntamente com a umidade, ela é considerada
um fator crucial à interação de fatores
bióticos e abióticos que promovem a
deterioração de grãos. Existe ainda
uma relação direta entre a temperatu-
“Para que se tenha uma nutrição
ajustada deve-se trabalhar a partir de
um conhecimento das matérias primas”
umidade, danos mecânicos) e biológicos (microorganismos, insetos,
ácaros) que afetam a conservação
destas. O conhecimento da ação desses fatores proporciona uma série de
dados que orienta de forma racional
a conservação desses produtos. O
armazenamento, quando tecnicamente conduzido, mantém a composição
química dos produtos (carboidratos,
proteínas, gorduras, fibras, minerais e
vitaminas) no seu estado natural.
A armazenagem de grãos é um conjunto de ciência, tecnologia e arte, ou
seja, um know-how baseado em extensiva observação experimental e experiência operacional. Em grãos armazenados, o organismo mais importante
é o próprio grão. Embora esteja em
estágio de dormência, tem todas as
propriedades de um organismo vivo.
A deterioração do grão é resultado da
ação de microorganismos, insetos,
ácaros, etc., que utilizam nutrientes
presentes no grão para crescimento e
reprodução. O desgaste pode ocorrer,
também, devido ao aquecimento do
ra de grãos armazenados e o número
de insetos que os infestam, bem como
entre a temperatura e a intensidade de
infecção fúngica nos grãos úmidos.
Os fungos mais comuns na armazenagem se desenvolvem mais rapidamente a temperaturas entre 28 e 32°C;
abaixo destes valores, sua presença
cai sensivelmente, e, a 4,5°C, pode-se
ter um controle bastante efetivo sobre
os mesmos.
A maioria dos insetos se mantém
dormentes a temperaturas inferiores
a 10°C e morrem quando elas são
superiores a 37,5°C. A temperatura
ótima para seu desenvolvimento e
reprodução é de aproximadamente
20°C, tendo sido demonstrado que,
resfriando-se este grão a menos de
20°C, reduz-se grandemente os riscos de ataque de insetos; a 17°C, o
grão já está protegido contra a maioria das espécies.
Enfim, a temperatura dos grãos armazenados é um bom índice do seu
estado de conservação. Toda variação brusca de temperatura deve ser
Efeito do coeficiente de variação das dietas
sobre a qualidade da mistura.
Fonte: Feed Manufacturing – Testing mixer performance. Bulletin MF-1172 Revised,
Kansas State University Cooperative Extension Service, Manhattan, KS MF-1172
Coeficiente
de Variação
Conceito
< 10 %
Excelente
Nenhuma
10 a 15 %
Bom
Inspecionar o misturador
Regular
Aumentar o tempo de
mistura, verificar o desgaste
e limpeza do misturador,
sobrecarga, ou sequência de
adição de ingredientes
Ruim
Fazer uma combinação das
checagens citadas acima
e consultar o fabricante do
equipamento
15 a 20%
César Machado
68
> 20%
encarada com bastante cautela, pesquisando-se, o mais rápido possível,
sua causa e procurando-se saná-la
através da aeração, para homogeneizar a temperatura dos grãos e impedir
a migração da umidade e a formação
de bolsas de calor.
Assim, os silos e outros depósitos que
recebem o produto a granel devem
ser equipados com dispositivos sensores à base de pares termoelétricos,
Dicas para uma
mistura adequada
A sequência da mistura, granulometria e fatores como a capacidade ou volume dos misturadores devem ser considerados
quando se deseja obter maior
homogeinidade das dietas.
Para misturadores horizontais
não se deve ultrapassar a altura
dos helicóides em volume de ingrediente e para os verticais não
completar o volume suportado.
Deve-se fazer aterramento do
misturador há formação de cargas eletrostáticas, pelo atrito
entre os componentes da ração,
os helicóides e a rosca sem fim.
Ação Corretiva
através dos quais será possível obter
a temperatura em diferentes alturas e
regiões do interior da massa com bastante exatidão e rapidez.
Assim, antes do armazenamento os
grãos devem passar por um sistema de
pré-limpeza promovendo a remoção
de materiais contaminantes e partículas
menores ou maiores que os mesmos.
A qualidade dos grãos armazenados encontra-se sempre em perigo,
e o produto deve ser periodicamente
examinado. O método mais seguro é
examinar com frequência amostras
obtidas em diversos pontos da massa
armazenada. Felizmente, todos os fatores que ameaçam a perda de qualidade dos grãos causam aumento de
temperatura. Assim, o registro constante da temperatura (termometria)
dos grãos pode impedir um processo
de deterioração.
Mistura
Para uma correta dosagem é fundamental o uso de balanças que apresentem uma boa precisão e sensibilidade. A mistura deve ser ajustada em
função do equipamento que se vai
utilizar, do tipo e qualidade do misturador, sendo assim determinado o tempo adequado para se obter misturas
mais homogêneas.
69
Há diversos modelos de misturadores, sendo os mais utilizados o vertical
(rosca), horizontal (pás) e horizontal
(helicóides). O tempo de mistura vai
variar em função do tipo de misturador, sendo de 15, 6 e 3 minutos, para
o vertical, horizontal (pás) e horizontal
(helicoides) respectivamente.
Para a avaliação da qualidade das
misturas (homogeneidade), coleta-se, em diferentes tempos de mistura,
amostras de uma mesma batida. Desta forma, a partir de um marcador realiza-se a análise do coeficiente, sendo
esta determinante da qualidade final
da mistura. Faz-se, portanto, uso de
um indicador apropriado (micro-tracer,
manganês ou sal comum) e procede-se as coletas, em um mínimo de 10
amostras em três repetições, sendo
remetidas para análise. Dietas com
coeficiente de variação inferior a 10%
estão se dentro de um padrão considerado excelente para homogeinidade
das dietas (tabela ).
Os demais ingredientes devem
seguir a sequência abaixo:
1) Metade do farelo de soja
2) Calcário, fosfato, produtos de origem
animal como farinha de carne
3) Farelo de trigo ou outras fontes de
fibra (dietas de gestação e prélactação)
4) Segunda metade do fubá
5) Segunda metade do farelo de trigo
A adição do óleo deve ser iniciada em
pequenas porções após a adição da
primeira metade dos macros e finalizada
antes da adição final destes ingredientes.
A granulometria é fundamental para
a obtenção de dietas homogêneas e
que possam ser melhores digeridas e
aproveitadas pelos animais e tem como
principais objetivos reduzir o tamanho
das partículas dos ingredientes facilitando a homogeneização das misturas e
melhorando a digestibilidade das dietas.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
70
manejo
Alguns aspectos que dizem respeito
ao equipamento e/ou conservação dos
mesmos, como o número de rotação/
minuto, desgaste de peças como helicóide externa ou pá podem comprometer a qualidade da mistura e, portanto,
devem ser periodicamente vistoriados.
Para se obter uma mistura adequada
dos ingredientes é fundamental obedecer uma sequência na adição do mesmo ao misturador. Inicia-se este processo pela adição de macroingredientes,
como o fubá, na proporção da metade
definida para a dieta. Faz-se em seguida da adição da pré-mistura (vitaminas,
minerais e medicamentos), que foram
previamente pesados e diluídos em
fubá ou farelo de soja, o que possibilita
maior homogeneidade dos ingredientes de baixa inclusão, na mistura final.
Recomenda-se para as rações pré-iniciais, iniciais e lactação dietas com
diâmetro geométrico médio (DGM) de
400 a 600 µm, sendo na recria e terminação de 500 a 600 µm e para gestação e pré-lactação, variando de 600 a
O programa de qualidade
na fabricação deve basear-se
em sete pontos
1. Análise dos perigos
2. Identificação dos pontos críticos
3. Estabelecimento de medidas
preventivas com limites para os
pontos críticos
Principais pontos críticos de uma fábrica
1) Recepção, presença de impurezas, umidade, roedores, insetos e pássaros, microorganismos, termometria e aeração, diminuição de pó, goteiras e inflitrações.
2) Ensilagem, erro de rota, vazamento em caixas e caixotes, equipamentos auto-limpantes.
3) A parte mais crítica do silo é, sempre, a superior e este devem ser varridos pelo menos
2 x por semana até a altura do produto e uma vez/mês se forem esvaziados, sendo
limpos e desinfetados.
4) Moagem, capacidade, limpeza, granulometria.
5) Mistura, avaliar a qualidade,
6) E xpedição, cuidado com a mistura e troca de produtos, rações mal identificadas.
7) Transporte, caminhões limpos e verificar a presença de furos.
800 µm. O tamanho das partículas dos
ingredientes destinados à fabricação
de rações pode influenciar na digestibilidade dos nutrientes afetando o desempenho dos animais.
Há uma correlação direta entre o diâmetro dos furos nas peneiras e o DGM
das dietas. Assim para que se obtenha
os DGM citados acima deve-se trabalhar com as peneiras conforme descrito abaixo:
• Peneiras de 1,5 a 2,0 mm
pré-iniciais, iniciais e lactação.
• Peneiras de 2,5 a 3,0 mm
recria marrã, reposição, recria, e
terminação.
• Peneiras 3,0 a 3,5 mm
gestação e pré-lactação.
Controle de
Qualidade dos
Processos de
Fabricação
4. Estabelecimento de procedimentos
para monitorar os pontos críticos
5. Estabelecimento de ações corretivas
quando os pontos críticos forem
observados
6. Estabelecimento de procedimentos
para detectar se o sistema está
funcionando corretamente
Shutterstock
7. Manter relatórios de controle
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
O programa de análise de risco para
fábrica de ração é uma importante ferramenta e inicia-se a partir da Análise
de Perigo de diferentes locais da fábrica de ração.
A condução da análise de risco consiste em descrever o processamento dos
ingredientes que compõem as dietas,
estabelecendo um fluxograma para
estes produtos. Este processo consiste do acompanhamento da matéria
prima por todo trajeto, da recepção até
que seja ingerido pelos animais. Através desta metodologia se estabelece
os pontos críticos e gargalos para a
fabricação de dietas com qualidade.
Em uma próxima etapa, determinam-se
ferramentas de controle que indiquem
o nível de controle de risco no processo
de produção, para que não interfiram
na produtividade. Estas permitem mensurar, desde a lavoura, os limites críticos para a produção de dietas seguras.
Com os critérios estabelecidos, deve-se seguir uma rotina de monitoramento
dos processos de produção, utilizando
parâmetros zootécnicos, sanitários e
ou patológicos. A partir de uma análise
geral do processo de fabricação de ração, estabelecer ações corretivas que
permitam a obtenção de resultados
estáveis diante de alvos previamente
conhecidos. Como etapa final, a reavaliação periódica dos procedimentos
de monitoria e corretivos, tendo como
base parâmetros científicos.
Faz-se necessário ainda, um programa eficiente de limpeza da fábrica de
ração destinando um tempo semanal a limpeza e manutenção, tendo
como principais objetivos a melhora
do ambiente de trabalho, minimizar
a perda de ingredientes e rações,
reduzir as atividades microbianas e
infestação por insetos. Portanto, é
fundamental definir áreas e sistemas
de limpeza, promover treinamentos.
Enfim, é preciso gerenciar a fábrica
como setor efetivo da granja e entender que uma gestão eficiente impacta sobre toda granja.
72
sanidade
sanidade
Como interpretar
exames e
monitorias
de doenças de suínos
Professor orienta sobre
procedimentos para obter
diagnósticos corretos
texto Roberto Maurício Carvalho Guedes *
Q
ual a pergunta específica se quer responder enviando amostras para o laboratório? Este é, sem dúvida alguma,
o passo mais importante para se obter resultados que auxiliem na tomada de decisões. Para que o veterinário responsável pela submissão das
amostras tenha esta pergunta bem formulada, este já deve ter uma lista de
possíveis diferenciais, saber quais testes laboratoriais estão disponíveis para se confirmar uma suspeita ou outra, ter
uma idéia da sensibilidade e especificidade destes testes,
do tempo para recebimento dos resultados e dos custos para realização dos mesmos. Pode até parecer muito quando consideramos todo o conhecimento necessário para auxiliar o produtor a obter lucro no final de um período, mas
são condições preponderantes para que os exames complementares executados nos laboratórios confirmem ou refutem o diagnóstico clínico firmado pelo veterinário no mo-
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
mento de sua visita a granja. Tentaremos neste manuscrito
discutir aspectos relevantes relacionados aos pontos acima
citados com relação, principalmente, aos diferentes testes
disponíveis em laboratórios brasileiros.
Tipos de testes
Nos laboratórios existem testes diretos e indiretos. Os testes diretos detectam a presença do agente através de identificação por observação direta (ovos de parasitas, oocistos e sarna), isolamento (bactérias e vírus), detecção de
seus antígenos (imunofluorescência e imuno-histoquímica)
ou de seu ácido nucléico (PCR, hibridização in situ fluorescente-FISH, sequenciamento). Estes métodos diretos indicam infecção ativa no animal, que pode estar relacionada
à doença ou não, dependendo do agente pesquisado. Por
exemplo, a PCR para Salmonella sp. em amostras de fezes
indica que este animal está eliminando o agente, mas não
necessariamente que esteja doente, já que pode tratar-se
de um carreador saudável.
Os exames indiretos são caracterizados basicamente por diferentes tipos
de testes sorológicos e alérgicos que
detectam resposta imune do hospedeiro, decorrente de exposição prévia
ao agente ou ao antígeno do agente
infeccioso. Esta resposta imune pode ser humoral, representada por anticorpos, ou celular, representada, por
exemplo, pelo teste de reação cutânea. O exame indireto indica exposição do hospedeiro ao agente infeccioso em sua vida pregressa e não
necessariamente representa infecção
ativa no momento da coleta. A resposta imune decorrente da utilização
de vacinas ou enfermidades, que induzem anticorpos duradouros, são
exemplos claros desta condição.
Existem dois objetivos principais na
execução de testes laboratoriais. A
primeira, e mais frequente para suínos, é a identificação precisa da causa de surtos agudos de enfermidades que permitam a implementação
de medidas rápidas de
controle e prevenção em lotes sub-
73
sequentes. A segunda, mais comum
na avicultura, é a monitoria preventiva
para detecção de patógenos supostamente ausentes no rebanho. Uma variação desta segunda seria os protocolos de teste e remoção de animais
de rebanhos em programas de erradicação de enfermidades. Exames diretos são mais frequentemente utilizados
nos surtos de doença, enquanto os indiretos se aplicam mormente nos programas de monitoria, teste e remoção.
Agentes patógenos
“Elabore
adequadamente a
pergunta inicial que
pretende responder
com os exames”
Para a detecção de agentes patogênicos, a seleção de animais em fase
aguda, ou mesmo de animais em diferentes fases do processo infeccioso,
aumenta em muito a chance de detecção do agente e associação com
a lesão. Assim sendo, são utilizadas
amostras viciadas, ou seja, animais
enfermos, para coleta de material.
Além disto, a primeira impressão, mediante a observação das lesões macroscópicas, é normalmente formada pelo veterinário em campo, sendo
importante na orientação e direciona-
Detecção da causa de surtos de doenças
O padrão ouro para o
processo diagnóstico de
doença clínica é relativamente padronizado. O primeiro passo é a
identificação de lesões que justifiquem a ocorrência de sinais clínicos. O passo seguinte é a identificação do patógeno ou fator que pode
produzir as lesões observadas no
primeiro passo. A identificação conjunta de lesão (macro e∕ou microscópica) e patógeno (ou fator) é crítica e fundamental para a formação
do diagnóstico definitivo. Para investigações de doenças infecciosas, a
observação de lesões sem suporte
microbiológico limita consideravelmente as possibilidades diagnós-
ticas, mas permite no mínimo um direcionamento para o possível agente
envolvido. Por exemplo, meningite purulenta em um leitão de duas semanas de
vida indica meningite bacteriana. Entretanto, para o diagnóstico definitivo, culturas seriam necessárias para determinar se a causa seria Streptococcus suis,
Haemophilus parasuis, Escherichia coli
ou outros. Por outro lado, identificação
de microrganismos sem lesões é meramente a detecção de patógenos potenciais já que vários dos agentes causadores de doenças são ubíquos na
população de suínos e no ambiente.
No caso acima, este suíno com bactérias isoladas do cérebro poderia ter lesões histológicas indicativas de infec-
ção do vírus da Doença de Aujeszky,
que é muito mais relevante para o rebanho. A associação de lesões e patógenos evita o diagnóstico incorreto
de microrganismos detectados acidentalmente durante o curso de um
surto de outra doença. Por exemplo,
Actinobacillus pleuropneumoniae ou
Haemophilus parasuis podem ser
isolados de tonsila de animais com
pneumonias graves causadas por
Mycoplasma hyopneumoniae, Pasteurella multocida e influenza. Outro
exemplo clássico é a detecção PCV2
pela PCR em tecidos linfóides, sem a
visualização de lesões histológicas
compatíveis. Neste caso, a detecção
de PCV2 não tem significado algum.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
74
sanidade
mento dos testes. Importante salientar
que a capacidade de detecção e interpretação de lesões macroscópicas é
diretamente relacionada ao treinamento e experiência do veterinário ou patologista. Investimento em educação
continuada, interesse no assunto e até
mesmo a coragem de executar o procedimento levam a um aprendizado
gradativo e contínuo.
Técnicas
Na histopatologia, a semelhança da
avaliação de lesões macroscópicas, a
experiência do patologista em interpretar lesões em suínos aumenta em muito a chance dos comentários incluídos
no laudo serem úteis ao veterinário. De
uma maneira geral, o exame histopatológico permite no mínimo um direcionamento do processo patológico, como caracterizado anteriormente.
A imunofluorescência direta ou indireta, a imuno-histoquímica e a hibridação in situ, colorimétrica ou fluorescente são métodos de detecção
direta do agente em preparações de
fragmentos de órgãos. A imunofluorescência é pouco usada no Brasil,
possivelmente pela necessidade
de submissão de amostras frescas
que são congeladas rapidamente
e cortadas em micrótomos de congelação (criostato). São poucos os
laboratórios que possuem este equipamento, além do processo de leitura
permitir reduzida visualização dos tecidos e lesões, a preparação ser tem-
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
sanidade
porária e necessitar de microscópio
de fluorescência para leitura. O treinamento do técnico é fundamental para uma correta interpretação e está
diretamente relacionado a sensibilidade e especifidade do teste.
Já a imuno-histoquímica permite
uma visualização do órgão ou tecido,
bem como de lesões histológicas. No
Brasil, existe hoje uma maior disponibilidade de anticorpos para agentes infecciosos vários. A imuno-histoquímica é mais especifica que a histologia e
imunofluorescência e bem mais sensível. A hibridização in situ pelo método
colorimétrico é a técnica utilizada pelo
grupo do Dr. Joaquim Segalés para a
marcação de acido nucléico de PCV2
na Universidad Autônoma de Barcelona, Espanha, não sendo utilizada no
Brasil. Já a hibridização in situ fluorescente é uma opção diagnóstica que
está recentemente sendo pesquisada
na UFMG para detecção de diferentes espécies de Brachyspira. Assim,
quando não existe disponibilidade de
anticorpos para alguns agentes específicos, a hibridização
in situ fluorescente (FISH) torna-se
“Os exames
indiretos são
caracterizados
basicamente por
diferentes tipos de
testes sorológicos
e alérgicos”
uma alternativa viável, com sensibilidade semelhante à imuno-histoquímica.
Testes de Monitoria
Antes da discussão sobre testes específicos utilizados para remoção de
animais em programas de erradicação ou monitorias, é importante relembrar brevemente o significado de
sensibilidade e especificidade. De forma simples, sensibilidade é a habilidade de um teste detectar todos os
verdadeiramente positivos, enquanto
especificidade a habilidade de detectar somente os verdadeiramente po-
sitivos. Se um teste é 100% sensível,
não existirão falsos negativos (nenhuma amostra verdadeiramente positiva
deixará de ser detectada). E se um teste é 100% específico, não haverá nenhum falso positivo. Discussões sobre
sensibilidade e especificidade devem
ser feitas de forma conjunta, pois, frequentemente, uma afeta a outra inversamente. O fato importante é que não
existe teste 100% sensível e 100% específico, e consequentemente, o papel
do veterinário é fundamental na correta interpretação dos resultados. Neste sentindo, os níveis aceitáveis serão
também dependentes da pergunta inicial. Por exemplo, em programas de
erradicação de doenças específicas,
agências oficiais frequentemente utilizam testes altamente sensíveis para
identificação de indivíduos infectados.
Ao contrário, testes altamente específicos são frequentemente utilizados em
animais de elevado valor agregado,
provenientes de rebanhos supostamente negativos, como, por
exemplo, sorologia em animais
de quarentena.
Nos programas de monitoria, a estratégia epidemioló-
gica utilizada é o teste de detecção
por amostragem. Assim, tenta-se determinar se o agente de uma doença
está ou esteve presente em uma população de animais em uma data determinada, indicando se o rebanho é
positivo ou negativo. A definição do
tamanho amostral é dependente da
sensibilidade∕especificidade do teste a ser usado, do tamanho do rebanho ou lote a ser avaliado, da prevalência estimada de positividade para o
agente e do coeficiente de confiança.
Baseado em tabelas específicas de livros de epidemiologia, a amostragem
necessária para detecção de pelo menos um animal positivo em uma população de mais de 1000 animais, com
uma prevalência estimada de 10% e
um nível de confiança de 95%, é de
30 animais. Caso a prevalência estimada seja de 5%, a amostragem ser i a de 58 animais, nas mesmas con-
Isolamento bacteriano
O isolamento bacteriano
é uma técnica padrão ouro para boa parte dos agentes infecciosos, principalmente pelo fato de
permitir uma tipificação subsequente,
avaliação de sensibilidade antimicrobiana e até mesmo a preparação de
vacinas autógenas. Este isolamento é
rotineiramente utilizado para bactérias
aeróbicas ou aeróbicas facultativas.
Apesar do isolamento também poder
ser executado para bactérias anaeróbias, como Clostridium perfringens, C.
difficile, Brachyspiras hyodysenteriae
e B. pilosicoli, ou de crescimento fastidioso, como Lawsonia intracellularis,
Mycoplasma hyopneumoniae e Mycobacterium sp., normalmente são ne-
cessários meios de cultivo complexos,
condições específicas de pressões de
gases, um tempo maior para crescimento, além, é claro, de conhecimento
técnico específico. Desta forma, a PCR
e∕ou imuno-histoquímica vem sendo
utilizadas em substituição ao isolamento para detecção destes agentes.
O isolamento é também uma técnica padrão ouro no caso de vírus. Entretanto, são pouquíssimos os laboratórios brasileiros que realizam este
procedimento em amostras clínicas,
estando praticamente restrito a laboratórios ligados a instituições de pesquisa. Isto se justifica pelo elevado custo de manutenção das condições para
cultivo celular, necessárias para este
procedimento. Assim sendo, a semelhança de bactérias anaeróbia ou de
crescimento fastidioso, o isolamento
viral vem sendo substituído pelas técnicas de imuno-histoquímica e PCR.
A PCR é uma técnica extremamente
específica, mas sua sensibilidade está relacionada principalmente ao tipo
de amostra clínica utilizada. Por exemplo, a Nested PCR em amostras de
swabs bronquiais para M. hyopneumoniae é extremamente sensível, enquanto swabs nasais tem sensibilidade menor. Amostras de fezes contêm uma
série de inibidores da reação da PCR,
e consequentemente, a sensibilidade
desta técnica é reduzida. Como a PCR
em amostras fecais para pesquisa de
ácido nucléico de Brachyspiras e L. intracellularis tem uma sensibilidade menor, amostragem maior deve ser utilizada. Vale lembrar o comentário sobre a
PCR para detecção de Salmonella sp,
que não diferencia cepas patogênicas
de não patogênicas, e não diferencia
animais carreadores ou com infecção
relacionada ao quadro clínico de diarréia. Nesta mesma linha, a PCR em tecido linfóide para PCV2, citado anteriormente, leva a um erro de interpretação.
Hoje, no Brasil, é muito difícil detectar
animal negativo para PCV2 pela PCR.
Já a PCR quantitativa (qPCR) tem valor
diagnóstico para este agente uma vez
que possibilita a correlação da carga
viral com a enfermidade.
75
dições. Somente para realizarmos um
exercício mental, utilizando-se o primeiro exemplo de prevalência estimada de 10%, caso todos os 30 animais
amostrados forem negativos, teríamos
uma confiança relativa (95%) de que
menos de 100 animais seriam positivos na população de 1000 (<10% de
prevalência). Por outro lado, caso um
ou mais animais forem positivos, teríamos uma confiança relativa (95%) de
que pelo menos 100 animais da população de 1000, seriam positivos (>10%
de prevalência). Com isto, fica clara a
importância de saber o significado
dos resultados, dependendo dos índices escolhidos. Para não se perder
tempo e dinheiro executando testes
em amostragens insuficientes, é importante muitas vezes consultar previamente um estatístico ou um colega
mais experiente.
Os testes oficialmente estabelecidos
em suínos no Brasil são executados
nas granjas GRSC, onde, periodicamente, são feitos na granja (reação
alergênica tardia para Mycobacterium, reação comparada) ou amostras são coletadas (Sarna, Brucella,
Peste Suína Clássica e Doença de Aujeszky) para teste laboratorial, com a
finalidade de renovação da certificação destes rebanhos. Outro tipo de
teste de monitoria realizado rotineiramente em granjas comerciais são as
avaliações para determinação dos índices de pneumonia (IPP) e de Rinite
Atrófica (IRA). Estes índices avaliados
periodicamente e de forma consistente pelo mesmo técnico dão uma
noção razoavelmente boa sobre os
programas de controle utilizados no
rebanho. Ponto que vale discussão
é a periodicidade de execução dos
mesmos. Caso sejam realizados somente semestralmente ou anualmente, não ajudam em nada, pois, muito
tempo já terá passado e as ações surtirão efeito muito tardio. Estas avaliações devem ser feitas o mais frequentemente possível, e associadas com
os quadros clínicos no rebanho para
que realmente tenham utilidade.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
76
sanidade
Outras questões importantes
A importância da velocidade na obtenção dos resultados é
relativa. No caso de surtos, não há dúvidas sobre a relevância da velocidade para confirmação do diagnóstico clínico
a fim de que medidas sejam tomadas e os prejuízos minimizados. Entretanto, nos programas de monitoria a avaliação rotineira, frequência e especificidade são mais valiosos
do que a rapidez.
Custo também é relativo. É óbvio que novos testes terão custo mais elevado até que, com o tempo, a demanda por eles
aumente significativamente e com isto os custos de execução ou importação de kits e/ou insumos sejam diluídos. Não
se devem descartar testes mais caros baseado no custo. Deve-se considerar os benefícios reais que eles podem permitir. Exemplo típico é a tipificação de cepas de Escherichia coli
para detecção de fatores de virulência. O simples isolamento de cultura pura de E. coli beta-hemolítica não é suficiente para diagnóstico
e, se for o único parâmetro diagnóstico, pode levar ao uso de antimicrobiacruzada. Consequentemente, para
nos indevidos e até mesmo elaboração
avaliação destas marrãs o teste indide vacinas autógenas contra cepas
cado seria o DAKO, em duas etapas,
não patogêni cas. Desta forma, a delogo nos primeiros dias após a chegaterminação de que a cepa isolada é reda e outro uma semana antes da saíalmente patogênica pode gerar ecoda do lote para a granja livre. Exames
nomia no final pelo uso de antibióticos
outros como Nested PCR para M.
efetivos ou biológicos específicos.
hyopneumonia poderiam ser execuConsiderações finais
tados em swabes nasais ou lavados
bronquiais em animais soropositivos.
Elabore adequadamente a pergunta
São várias as técnicas sorológicas
inicial que pretende responder com os
disponíveis para detecção de antiexames. Trabalhe bem na lista de dicorpos para diferentes agentes, tenferenciais, pois um resultado negativo
do, cada um, características especípara um agente suspeito pode ser um
ficas. Somente para citar podem ser
resultado tão valioso como positividautilizados testes de inibição de hede para algum outro. Quanto mais afumaglutinação, Elisa, Elisa de comnilar suas suspeitas, mais os resultapetição ou bloqueio, imunofluoresdos laboratoriais serão úteis.
cência indireta, soroneutralização,
Compreenda bem a diferença entre os
soroaglutinação, fixação do complemétodos diagnósticos diretos e indiremento, dentre outros.
tos e tente conhecer a sensibilidade e
Testes outros como swabes tonsilares
especificidade dos testes disponíveis
em fêmeas de reposição para isolanos laboratórios.
mento bacteriano de Pasteurella mulUma boa conversa com os profissiotocida toxigênica ou Actinobacillus
nais dos laboratórios antes da colepleuropneumoniae, ou parasitológita de amostras normalmente é mais
co de fezes em matrizes e isolamenvaliosa do que a conversa depois do
to amostral de Salmonella em fezes e
exame pronto, principalmente, quande ambiente para controle de redudo solicita explicações para a interpreção de infecção são todos exemplos
tação dos resultados.
de programas usados com maior frequência em rebanhos nacionais.
*Professor da Escola de Veterinária da Universidade
Testes sorológicos
Todas as vezes que se pensa em uma
avaliação de monitoria, o teste sorológico está no topo da lista de técnicas
a serem utilizadas. Entretanto, particularmente para suínos, onde os kits
são praticamente todos importados
e os parâmetros de sensibilidade e
especificidade diferem entre si, mesmo que específicos para um mesmo
agente, fica cada vez mais evidente
que os resultados obtidos são raramente úteis para o veterinário ou produtor. Desta forma, é imperativo definir com exatidão a pergunta inicial
quando se solicita um perfil sorológico de um lote ou rebanho. Para isto as
definições vão desde a sensibilidade
e especificidade dos testes disponíveis, tamanho amostral para os estudos transversais (os mais frequentemente usados) e qual a aplicação
prática dependendo dos resultados.
Um exemplo prático seria a sorologia
de marrãs de reposição, supostamente negativas para M. hyopneumoniae,
durante a quarentena. Considerando
dois testes sorológicos, Elisa da IDEXX ou DAKO, o primeiro é mais sensível, mas menos específico, pois dá
reação cruzada com M. floculare. O
segundo é menos sensível, entretanto
é mais específico por não dar reação
Federal de Minas Gerais (UFMG).
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
78
sucesso
sucesso
Fórum de Líderes lança
Fórum de Líderes em Avicultura e
Suinocultura
Palestrantes
Debatedores
16
11
Palestras
16 horas
Networking
22 horas
Participantes
400
Patrocinadores
16
Eventos paralelos
5
Diferenciado
novo conceito
de evento no Brasil
texto Daniel Azevedo
fotos César machado/Agrostock
Evento é sucesso de público, nível de palestras e área para relacionamento
Ex-Bope
mobiliza plateia
com palestra
vibrante
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
I
Inovador, diferenciado, necessário e
sucesso. Essas foram algumas das palavras usadas pelos mais de 400 participantes para classificar os Fóruns de
Líderes em Suinocultura e Avicultura,
que ocorreram nos dias 14 e 15 de setembro no Hotel Mabu Thermas & Resort, em Foz do Iguaçu, Paraná.
O evento, organizado pela Editora AnimalWorld, trouxe ao
Brasil vários conceitos inovadores e inéditos no País. O primeiro deles foi a série de palestras com foco em gestão, o
que o diferenciou dos muitos eventos do setor direcionados
apenas para técnicas de produção.
Além da informação qualificada e diferenciada, o público presente também foi especial pois concentrou apenas líderes dos
segmentos de aves e suínos dos quatro cantos do Brasil e até
do exterior. Era esse o objetivo: trazer informação sobre gestão,
marketing e mercado para as pessoas em posição de decisão.
Os Fóruns também foram diferenciados. Os palestrantes com mais tempo de apresentação puderam trabalhar melhor seus temas e o público,
igualmente, interagir mais com grandes nomes como Ricardo Amorim,
Carlos Alberto Sardenberg, José Luiz
Tejon, Marcos Fava Neves, Reinhold
Stephanes, Guilherme Melo, Dennis
Di Pietre, entre outros.
“Os participantes e apoiadores receberam muito bem esse novo modelo de evento e elogiaram muito o
formato inovador. O grande objetivo do evento era reunir líderes em
um ambiente que favorecia relacionamento, com alto nível de palestrantes. O resultado superou nossas expectativas e dos participantes
também”, avaliou a presidente da
AnimalWorld, Flavia Roppa.
Palestras
Os Fóruns de Líderes em Suinocultura
e Avicultura ocorreram paralelamente
somando mais de 16 horas de palestras. No evento de suínos, o primeiro
dia de palestras contou com as apresentações do economista Ricardo
Amorim, do analista Guilherme Melo,
e do especialista Marcos Fava Neves
além de um debate com líderes.
O segundo dia de palestras às lideranças do setor de suínos teve as participações do especialista inglês Mike Varley,
do consultor americano Hans Rotto, do
palestrante Osler de Souzart e do pesquisador americano Dennis DiPietre.
79
Surpreendente
Ao final, um presente a todos os participantes que se reuniram em um
mesmo auditório. Uma palestra motivacional com o ex-capitão do Bope,
Paulo Storani, que mostrou como formar uma Tropa de Elite dentro de uma
empresa e, também, como encontrar o
“motivo certo pelo qual vale a pena lutar”. Quem foi se surpreendeu. Quem
não foi terá nova chance em 2012.
Networking
Outras 16 horas de intervalo entre
as palestras foram usados para networking na área dos lounges das empresas patrocinadoras. Os lounges
trouxeram mais inovação. Sem as divisórias, o espaço para as empresas receberem seus clientes se tornou muito
mais aconchegante e interativo, estimulando o networking e os negócios.
Além disso, eventos paralelos, como
da Agriness, DB Dambred e Weda, enriqueceram a participação de todos.
Área dos lounges priveliaram relacionamento
Auditório repleto confirmou sucesso
Empresas e líderes fechando negócios
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
80
sucesso
sucesso
Ricardo Amorim
apresenta novo panorama da economia
O economista Ricardo Amorim
apresentou um quadro sobre os
desafios e as oportunidades para o
Brasil no cenário mundial na abertura do ciclo de palestras do Fórum
de Líderes em Suinocultura. Muitos
países considerados superpotências e imbatíveis são, hoje, o retrato
do caos, de uma economia instável
e palco de uma crise sem igual.
Ao contrário de Estados Unidos e
Europa, Amorim afirmou que o Brasil tende a crescer cada vez mais.
“O País está fadado ao crescimento
nos próximos anos, e é praticamente impossível que não façamos a
diferença em relação aos outros
países,
sejam
eles emergentes
ou não”, explica.
Amorim também
apresentou a nova realidade do
Brasil, terceiro na
lista de crescimento e o quinto
mais populoso do mundo, e apontou o agronegócio como o motor da
economia brasileira. “Nosso desafio
agora é diminuir a deficiência competitiva de mercado, gerando uma
Fava Neves
debate tendências e demandas mundiais
em suinocultura
gestão de qualidade e com visão
diversificada. Desta maneira, podemos crescer a passos largos, pois
estaremos no rumo certo”, conclui
o palestrante.
Guilherme Melo
traz estratégia para crescimento da suinocultura
em mercados internacionais
O analista econômico do Rabobank, Guilherme Melo, apresentou em sua palestra algumas es-
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
tratégias para o
crescimento da
suinocultura em
mercados internacionais.
Segundo o analista, a carne mais
consumida em
todo mundo é a
suína e isso deixa espaço para
o
crescimento
da suinocultura
no País.
Apesar de o Brasil ser o quarto maior exportador,
seu volume negociado é duas vezes
menor que o do terceiro colocado, o
81
Canadá. Isso acontece por conta
das barreiras sanitárias, um dos
maiores entraves que o País enfrenta.
“As empresas brasileiras precisarão adotar uma estratégia para
se posicionar nos principais mercados. Os acordos com outros
países devem ser firmados, comprovando que a carne produzida
aqui tem qualidade e está livre de
doenças”, revela.
“Além disso, precisamos fazer
bem nossa lição de casa, acessando novos mercados, diluindo
riscos e aumentando investimentos para melhorar, cada vez mais,
a qualidade do nosso produto”,
conclui Melo.
“O agro é o nosso negócio”. Com
esta frase, o engenheiro agrônomo
Marcos Fava Neves abriu sua palestra, explicando sobre a importância
do agronegócio brasileiro para o cenário mundial.
Para ele, o mundo deveria aprender
com o Brasil a produzir
alimentos,
que auxiliarão no
abastecimento de
diferentes países,
principalmente os
emergentes, como China e Índia,
onde a população
cresce e não há espaço físico para novas áreas de plantio.
“Para se ter uma ideia, a população da
Índia cresce um Brasil a cada dez anos.
Será o país com a maior concentração
de pessoas, porém, com a menor área
para produção de alimentos”, revela Fa-
va Neves.
O Brasil ainda tem muito a se desenvolver no cenário mundial. Os
produtos possuem valor agregado,
e há possibilidade de um crescimento muito grande nos próximos
dez anos.
De acordo com Neves, “a agricultura
proporcionou uma revolução no país,
gerando mais desenvolvimento e tendo como retorno um reconhecimento causado pelas exportações, com
produtos de qualidade. Ainda temos
muito que melhorar e somente assim
conseguiremos chegar ao topo da indústria do agronegócio”, conclui.
Debate:
Cenários da suinocultura e
oportunidades para o Brasil
Um debate de alto nível finalizou o
primeiro dia de palestras no Fórum
de Líderes em Suinocultura. As lideranças apresentaram suas opiniões e
leituras sobre diferentes aspectos do
segmento.
Décio Bruxel, presidente da DB Dan
Bred, defendeu a organização e a diminuição custos por meio de uma melhor
conversão alimentar. “Com mão de
obra de qualidadse e preços competitivos, teremos possibilidade de uma
melhoria no mercado interno”, relatou.
Joster Macedo, diretor da Topigs, alertou sobre uma nova tendência de mercado, onde os produtores têm muita
lição de casa a fazer: “Temos que reduzir custo para produzir já que, com
a nossa moeda valorizada e salários
altos, os gastos
tornaram-se maiores”, frisou.
O espanhol Antonio Muñoz Luna,
da Universidade de
Murcia na Espanha,
apoiou a aplicação de regras para garantir
o sucesso no futuro: “A chave é focar em
uma diferenciação de padrões para países
que compram nossos produtos”, sugeriu.
O presidente do Grupo Master Agropecuária, Mario Faccin, defendeu a ideia
que o país não pode viver apenas com o
mercado interno. “Foi por conta do mercado externo que aumentamos a quali-
dade dos nossos produtos. Estamos
no limiar da liderança”, destacou.
Por fim, o diretor de mercado interno
da Abipecs, Jurandi Machado, acredita que “ainda temos que continuar
realizando mudanças, para conquistar cada vez mais espaço no mercado internacional e gerando uma
demanda maior de consumo do mercado interno”.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
82
sucesso
sucesso
Mike Varley
apresenta caso de sucesso da suinocultura britânica
O especialista em nutrição Mike
Varley abriu o segundo dia de palestras do Fórum de Lideres em
Suinocultura com sua palestra sobre as características e a exigência
dos consumidores de carne suína
no Reino Unido.
Varley defendeu que o país tem
um modelo de criação diferenciado em relação a outros países,
focado na criação ao ar livre, há
mais de dez anos.
Além disso, a regulamentação estabelece um número máximo de
animais no espaço, tempo mínimo
de 28 dias para desmame e liberação de grande quantidade de
palha para os
animais.
“Com todas essas
alterações
nos últimos dez
anos, tivemos um
aumento da demanda deste tipo
de carne no Reino Unido. Temos
um valor bom de
venda e ainda temos ao nosso lado os culinaristas
que apresentam
em seus programas diferentes maneiras de produção de pratos com
carne suína, o que gera um aumento no consumo”, completa.
Hans Rotto
debate sobre gerência da suinocultura
A forma correta de gerenciar uma
granja para garantir lucro foi o tema
da palestra do consultor veterinário
norte americano Hans Rotto. Para
ele, uma suinocultura de sucesso
deve ter objetivos claros, estabele-
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
cidos por protocolos escritos. Assim,
os funcionários compreendem de forma clara os objetivos e, assim, têm
mais eficiência na granja.
“O desenho dessa gestão deve ser em
forma de círculo, para que não haja
pontas e, assim, todo o processo
seja realizado de forma igualitária.
É necessário mostrar a cada uma
das pessoas envolvidas no projeto
que o trabalho realizado por elas é
essencial”, diz.
Rotto ainda defendeu que as expectativas devem ser definidas, visualizando oportunidades de melhoria e
de investimento, com o envolvimento de todos os níveis de atuação.
“O sucesso vem quando todos os
funcionários falam a mesma língua,
todo o tempo. Se todas as pessoas envolvidas na cadeia buscam o
mesmo norte, geraremos força para buscar melhorias e teremos uma
evolução contínua, aumentando o
nível de eficiência”, conclui.
83
Osler Desouzart
mostra panorama do mercado de suínos
O consultor, membro da Diretoria
Consultiva do World Agricultural
Forum e da equipe do The Sustainable
Food
Laboratory, Osler
Desouzart apresentou o panorama da carne
suína mundial e
o futuro desta indústria.
Com a expectativa de aumento
da demanda de
carnes, o Brasil
caminha para se
destacar entre os líderes na produção de carne suína. O País é o quinto
maior produtor mundial de carne
e sua exportação e produção têm
destaque. É necessário apenas um
trabalho intensivo no aumento do
consumo interno per capita.
“Estamos bem localizados no cenário mundial, atrás apenas de
grandes potências como Estados
Unidos, União Européia e Canadá. Pertencemos a um grupo de
líderes que é reconhecido e ainda
teremos muito mais destaque nos
próximos dez anos. Temos apenas que intensificar os trabalhos
na área de consumo interno, que
ainda é baixo, mas com certeza, irá
aumentar”, sustenta.
Dennis DiPietre
valoriza estratégia na produção de suínos
O consultor Dennis DiPietre finalizou
o ciclo de palestras do Fórum de
Líderes em Suinocultura e relacionou itens essenciais e estratégicos
para a qualidade de uma granja,
como espaço, água pura, espaço,
alimentação de qualidade, limpeza
e segurança.
Tais itens geram uma produtividade
maior e criam animais mais preparados para o abate. Para ele, é necessário prestar atenção em cada
detalhe para que haja um padrão
de eficiência. Os suínos devem ter o
mesmo peso, devem ingerir a mesma quantidade de ração e estar na
mesma condição de limpeza.
“Os criadores de suínos devem
prestar atenção em todos os de-
talhes, otimizando a produção dos
animais e, desta maneira, gerando
uma economia de tempo e dinheiro.
Se todos os elos da cadeia estiverem
funcionando juntos e de forma
correta, geramos uma gestão precisa e conseguimos mais sucesso”, garante.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
84
sucesso
EVENTOS PARALELOS
motivação para os produtores e, também, de reconhecimento para os vencedores”, pontuou.
Weda traz inovação
em alimentação de
suínos
“Melhores da Suinocultura – Agriness”
Equipe da Agriness e
campeões 2011
apresenta campeões no Fórum
Os vencedores da 4ª edição do prêmio “Melhores da Suinocultura - Agriness” foram apresentados a uma plateia de produtores e empresários, no
dia 14 de setembro, durante o Fórum
de Líderes em Suinocultura, em Foz do
Iguaçu, Paraná. O concurso, que teve 517 participantes de 12 estados do
Brasil, com plantel somado de 332 mil
matrizes, comprovou o valor das ferramentas de gestão da informação para melhorar a eficiência produtiva nas
granjas.
Cada produtor foi avaliado por índices de produtividade em reprodução
e maternidade. Os três primeiros colocados – Granja Vó Ita (PR), Granja
Passo da Lontra (PR) e Granja Rhaetia 101 (PR) - receberam troféus e laptops, além de uma viagem à Buenos
Aires para o primeiro lugar.
Everton Gubert, sócio-diretor da Agriness, destacou a importância da premiação. “É um trabalho que serve de
referência aos produtores do Brasil.
Por meio dele, os produtores podem
comparar seus desempenhos produtivos e, de quebra, ajudam com a construção de um banco de dados útil à cadeia produtiva”, disse.
As melhorias de produtividade constatadas na 4ª edição do prêmio atestam o sucesso e o valor da iniciativa.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
Segundo a Agriness, que completou
10 anos e atingiu a marca de 1 milhão
de matrizes gerenciadas em 2011, foi
identificado aumento médio de um leitão desmamado por fêmea/ano nas
granjas avaliadas desde a primeira
edição do prêmio há quatro anos.
O responsável pela área de negócios
da Agriness, Eduardo Hoff, frisou ainda que o concurso alcançou seu objetivo. “A contribuição do prêmio é mostrar ao produtor onde ele pode chegar
com a gestão adequada. Isso serve de
A Weda do Brasil apresentou, em sua
palestra no Fórum de Líderes em Suinocultura, toda a sua gama de produtos, com destaque para seu carro-chefe: os sistemas automatizados de
alimentação líquida para suínos.
Fundada em 1934, a empresa alemã
possui um portfólio completo, que engloba sistemas de alimentação líquida
e seca, passando por sistemas de gestação coletiva e instalações internas.
Atualmente, 78% dos animais alimentados com dieta líquida no Brasil são
atendidos por sistemas Weda. Além
disso, a empresa possui representações em mais de 40 países e possui
atendimento em mais de cinquenta
mercados diferentes. “Apresentamos
o maior grau possível de qualidade e
eficiência em sistemas de produção
suína”, revela Wienfried M. Leh, diretor da Weda no Brasil.
A empresa cria soluções inovadoras e
com alto grau de confiabilidade, projetando e produzindo tecnologias para sistemas de alimentação líquida e
Fabrício Ruschel fatura três noites em cruzeiro da DB Dan Bred
Klaus Pettinger apresenta soluções da Weda
gestação coletiva, com manejo centralizado, dieta individualizada e pré-programada. A Weda também produz equipamentos para instalações
internas de barracões e sistemas de
climatização.
AnimalWorld e DB Dan
bred premiam com
cruzeiro no Vision of
the Seas
O gerente de fomento da Alibem, Fabrício Ruschel, foi o ganhador de três
noites com acompanhante em um
cruzeiro no navio Vision Of the Seas
no sorteio realizado em parceria entre a Editora AnimalWorld e a DB Dan
Bred durante o Fórum de Líderes em
Suinocultura.
O Vision of the Seas, com capacidade para 2.435 passageiros, possui instalações requintadas a bordo. Há o
agradável SPA, duas piscinas, seis hidromassagens e o teatro Masquerade,
que apresenta entretenimento noturno,
como produções musicais contemporâneas. O roteiro é de encantar qualquer um: Santos – Búzios - Santos.
E isso é só o começo, pois é nesse cenário que acontece o 4º Seminário Nacional DB Danbred “De Vento em Popa”, que acontece entre os dias 16 e
19 de março de 2012, em uma grande
oportunidade de negócios e para estreitar relacionamento com os grandes
nomes do segmento.
86
sucesso
sucesso
Valdecir
Folador
Veja o que disseram sobre o Fórum:
presidente
da ACSURS
“É um evento bastante
seleto no qual as pessoas
que participam, tanto de
aves como de suínos,
exercem liderança. Isso faz
que o nível dos debates
seja bastante alto. Para as
lideranças do setor, é de
fundamental importância
pois podemos passar essa
mensagem ao produtor no
campo para que ele possa
se programar e escolher o
rumo apropriado. O Fórum
atende, sem dúvida, essas
expectativas e demandas”
Luiz Sinelli
diretor
comercial
da Ourofino
Agronegócio
“Queria dar os parabéns
pois os palestrantes são
extremamente competentes
e nos deixam realmente
muito motivados de estar
investindo em avicultura
e suinocultura. O Brasil é
a bola da vez. Temos que
investir em tecnologia e
genética que assim vamos
realmente conseguir
uma produção maior e o
melhoramento da qualidade
de vida para todos os
brasileiros”
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
Roberto Kaefer
sócio-diretor da
Globoaves
“Primeiro, eu quero agradecer o convite. Minha
impressão é de um evento espetacular, moderno
em visual, aconchegante. As palestras, como
do meu amigo Osler, acrescentaram muito. Aqui
se apresentam os conceitos atuais sobre como
administrar uma companhia. Quero dar meus
parabéns a vocês e digo que a AnimalWorld deve
seguir com isso”
“Acho que esse evento é importante em
especial pois estamos em um momento
conjuntural desfavorável e ele aponta
perspectivas e alternativas para os produtores.
Estamos em um momento desfavorável mas, a
longo prazo, nosso potencial é muito grande.
O Fórum atestou isso. Temos que pensar com
planejamento. Esse é o momento em que a
suinocultura despertou para a gestão”
Wienfried
Mathias Leh
diretor da
Weda do Brasil
“É a primeira edição do Fórum
de Líderes e, como crítica, acho
que faltou público. Tivemos
vários empresários aqui mas
percebemos que poderiam
ter vindo mais. Não sei o
porquê. Entramos aos 45 do
segundo tempo e gostamos.
Entendemos que o mais
importante é a qualidade do
público e não só a quantidade”
Mario
Faccin
presidente
da Master
Agropecuária
“No evento Fórum de Lideres,
foi possível olhar mais a fundo
um cenário de oportunidades,
debatendo mudanças para
uma maior conquista dos
mercados internos e externos
e apresentando uma gestão
de negócio favorável a todos
os produtores”
Marcelo
Lopes
Jurandi
Machado
diretor de
mercados da
Abipecs
Losivanio
de Lorenzi
presidente
da ACCS
“É um evento muito bem pensado
pois gestão é um conteúdo
que falta para a liderança e o
corporativismo. Então parabéns
para toda a equipe AnimalWorld.
Não é um evento para grande
plateias mas é um público que
toma decisão e tem que enxergar
diferente onde todo mundo vê
igual. O Fórum propõe mudanças
e vai se consolidar porque o
mercado precisa disso”
presidente
da ABCS
“O evento atende plenamente
nossas expectativas. Além
da gestão, acho importante a
informação chegar aos líderes.
É claro que a gestão passa
pela informação. O evento
traz uma visão global que é
muito útil para o gestor decidir.
Temos aqui formadores de
opinião. São pessoas que
vão levar as informações
necessárias para que o setor
tome o melhor rumo”
Lilian Pulz
gerente de contas
chave para suínos
da Phibro
87
“Eu gostei realmente porque foi um evento
diferenciado. A gente sabe que no Brasil, hoje, há
muitos eventos que são focados mais na parte técnica
e aqui tivemos mais informação sobre mercado e
gestão. Para mim, é outro foco importante para todo
o setor. Os lounges são realmente bem confortáveis e
pudemos recepcionar as pessoas muito bem”
Lívia
Machado
coordenadora
do PNDS
“O foco em gestão e
consumo somou bastante.
O que ficou é a necessidade
de os produtores focarem
no mercado interno. As
perspectivas do Brasil são
muito boas e o evento prepara
a gestão para aproveitar isso.
O evento trabalhou a gestão,
conceito americano, que nós
não temos muito desenvolvido.
Ficou claro que a gestão ligada
à medição de desempenho
é algo que temos que utilizar
cada vez mais”
Amilton Silva
de Souza
diretor de
Aves e Suinos
da Ourofino
Agronegócio
“Este Fórum de Líderes em Suinocultura está pautado na inovação
de abrir um debate em cima de gestão de pessoas, processos e
custo de produção, onde, busca-se aumentar o consumo de carne
suína tanto no mercado interno quanto no externo. Por isso, este é um
modelo especial de evento, que colocou grandes personalidades de
suinocultura em um mesmo espaço”
Fabiano Coser
diretor-executivo
da ABCS
“Esse tipo de evento promovido
pela AnimalWorld realmente
é uma inovação. Isso porque
o setor sempre tem feiras,
palestras técnicas e, hoje, os
palestrantes bateram na tecla
da gestão e inovação, abrindo
um novo campo de temas para
o segmento. Tenho certeza
de que ele vai se firmar como
importante evento do setor”
Dilvo Grolli
presidente
da Coopavel
“Esse Fórum de Líderes é o evento
mais importante que estamos
participando. O problema mais
grave do agronegócio brasileiro
está fora da porteira. Com o Fórum,
aumentamos a informação do
produtor. O Fórum é um encontro
de lideranças para discutir o papel
do nosso país na aldeia mundial.
O Fórum é a oportunidade e o
momento dos líderes decidirem e
formarem uma consciência coletiva
do nosso setor”
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
88
sucesso
Adelmo
Maia Pereira
coordenador
da Regional
Sul da
Vaccinar
sucesso
“Esse evento está muito bom e
acrescenta bastante coisa. Ele traz
informações confiáveis do mercado
e é isso que a gente precisa. Temos
palestrantes brasileiros e do exterior
que trazem informações lá de fora que
também enriquecem. Para mim é um
sucesso e muito bem vindo porque
acrescenta muito à suinocultura. O
pessoal de gerência que lida como
mercado fica mais preparado com
eventos com o esse”
Ivo Oltramari
Junior
diretor de Vendas
e Marketing de
Proteína Animal
da GSI
“A qualidade dos palestrantes
fez a diferença no primeiro
encontro de lideranças.
Os palestrantes trouxeram
informações atualizadas
sobre o mercado. Outro ponto
forte do evento foi a troca de
experiências. O intervalo entre
as palestras, de uma hora,
permitiu interação, inclusive,
com o grupo do Fórum de
Líderes em Suinocultura, que
acontecia simultaneamente. O
evento foi muito bem sucedido”
Flauri
Migliavacca
diretor técnico
da Mig-Plus
“Vi, até agora, duas
palestras e já poderia ir
embora porque foi um show
de profissionalismo em um
cenário completamente
novo que o Ricardo Amorim
e o Osler Desouzart
apresentaram. O evento
é muito profissional e
com nível excelente. Com
certeza o nome está
correto: Fórum de Líderes.
Parabéns!”
Vitor Hugo Brandalise
diretor geral da Tyson do Brasil
“Evento inteligente pela carência em gestão que o setor
possui. Foi uma grande iniciativa. Tivemos palestrantes
de qualidade que debateram temas interessantes e
relevantes. A palestra do Paulo Storani foi simplesmente
fantástica. Gostaria de parabenizá-los pelo nível de
vosso evento! Vocês estão de parabéns!”
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
“Tivemos palestrantes de alto
nível e, na suinocultura, sempre
chegamos à conclusão que o
futuro é o Brasil. Naturalmente,
temos que ser mais competitivos
com genética, na mão de obra,
na ração... Mas a avaliação
sobre o Fórum é muito positiva.
É um ambiente aberto, realmente
inovador, moderno e atual. Ficamos
realmente satisfeitos e esperamos
que esse Fórum continue”
89
lounges
Décio Bruxel
presidente da
DB Dan BRed
Eu gostei porque foi um evento diferenciado,
Lilian Pulz, gerente de contas chave da Phibro
Lounge Phibro
Carlos
Geesdorf
Equipe comercial da AnimalWorld e representantes da Weda no estande da empresa
Lounge da Weda
Equipe da Agriness demonstra soluções para
produtores em seu estande
Lounge Agriness
Estande da ABCS foi um dos mais movimentados
Lounge da ABCS
presidente da
APS
“É um evento interessante e
inovador na suinocultura. Acho
bom porque são realmente
os lideres das várias áreas
como sanidade, insumos e
dos próprios suinocultores
e, assim, existe boa troca de
experiências. Os palestrantes
trazem visões diferenciadas
sobre os cenários econômicos
e mercadológicos para que os
presentes possam disseminar
essas informações para outros”
“Acredito que o Fórum, pela sua
importância, deveria ter tido mais
presença. Acho que as pessoas
que não vieram, se soubessem,
teriam vindo. Eu mesmo vou falar
Valdemir
com meus colegas para virem no
próximo evento. Precisamos fazer Paulino dos
Santos
um movimento forte para que no
diretor
próximo tenha uma presença maior.
comercial da
A qualidade do público é muito boa”
Copacol
O evento une público selecionado, debatendo
temas relevantes. Para a MSD, é importante
apoiar Leonardo Burcius, gerente de produtos da
MSD Saúde
O Fórum abre um debate sobre gestão de processos, pessoas e custo de produção Amilton
Silva, diretor de aves e suínos da Ourofino
Agronegócio
Lounge xxxxxxx
Lounge Ourofino
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
90
sucesso
sucesso
91
álbum de fotos
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
92
especial comercial
especial comercial
Equipamento certo
para o resultado
esperado
U
Produtos garantem melhor desempenho
e seguridade aos plantéis
texto Daniel Azevedo
(com informações do Embrapa)
m dos principais fatores que contribuiu
com o aumento da produtividade do plantel de suínos brasileiro é a utilização de
equipamentos mais modernos e eficientes ofertados por empresas que atuam no
mercado nacional.
Instalações bem planejadas e equipamentos adequados reduzem os custos de produção, trazem maior eficiência à mão de obra, melhoram a conversão
alimentar, economizam recursos como água e ração e, também, diminuem o risco de contaminação dos animais com
doenças, entre outros fatores.
A lista de recursos a disposição dos suinocultores é ampla (vai desde nipples até pisos, sistemas eletrônicos de
distribuição de ração, etc) e atende a diversas necessidades para diferentes fases do ciclo de produção. A seguir,
apresentamos algumas das melhores soluções em equipamentos criadas por conceituadas empresas nacionais e
internacionais com atuação no Brasil e que podem ajudar a
melhorar o desempenho de sua granja.
Piso Maternidade M5060 garantem segurança e bem-estar
Segurança e bem-estar se tornaram critérios básicos na criação de animais e,
em especial, para a criação de suínos na
fase de maternidade. Diante das necessidades dos suinocultores, a Pisani desenvolveu o Piso Maternidade M5060.
O piso M5060 caracteriza-se por ser
um produto leve (1,54 kg), em material
PE-AD (Polietileno de alta densidade), com capacidade admitida para
suínos de até 7 kg, com medidas de
600x500x40mm e excelente encaixe
para baias de 1,60m de largura.
Os benefícios do Piso M5060 são eviporkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
dentes nos quesitos mais importantes
para os leitões em fase de maternidade: segurança e bem-estar.
Além disso, piso M5060 proporciona
aos suinocultores um expressivo ganho
de tempo na montagem e desmontagem por utilizar o sistema de machos
e fêmeas. O produto é adaptável a
qualquer estrutura de suspensão como
pedra, concreto, madeira, etc, enquanto os pisos atuais da concorrência se
adaptam somente à estrutura de ferro.
Por fim, o design do produto também
facilita a higienização.
93
apresenta lançamentos para produção de suínos
A Lubing, empresa alemã referência em
equipamentos para suínos e aves, apresenta as últimas novidades em nipples,
pisos plásticos e divisórias em PVC para
baias, todos produzidos na Alemanha.
Entre os nipples, a empresa disponibiliza uma linha completa de 12 modelos, entre os de chupeta chanfrada,
umedecedores de ração, válvulas mexicanas e bebedouros especiais para
cachaços e matrizes. Suas características e vantagens são o aço inox de
alta qualidade, a durabilidade, resistência química, fim do gotejamento,
vazão ideal, instalação ajustável e
encaixe totalmente compatível com o
padrão brasileiro.
Quanto aos pisos plásticos, os produtos da Lubing têm qualidade superior. São seis tipos de pisos: para
leitões, matrizes e o inovador piso
aquecido para leitões, com circulação de água quente. Todos eles são
peças robustas, produzidas com
matérias primas virgens e de grande
resistência, flexibilidade, montagem
fácil e prática, estabilidade e facilidade para limpeza.
Já as divisórias plásticas em PVC são
uma novidade no
mercado brasileiro.
Se trata de um sistema de divisórias leves,
práticas e resistentes. São
produzidos com matéria-prima de a l t a
qualidade e resistência, tratamento anti
UV, praticidade para montagem e limpeza além de evitar o acúmulo de sujeira e
melhorar o aproveitamento do espaço.
traz linha completa de equipamentos
A Edege Equipamentos Agropecuários
Ltda. possui uma linha completa de equipamentos para suinocultura, como silos,
comedouros para creche e terminação,
bebedouros, automação para matrizes,
dosadores de ração, ventiladores, climatizadores e exaustores; sendo a qualidade
de seus produtos referência no mercado.
A Edege atua em todo o Brasil direta-
mente ou por meio de seus representantes e possui uma equipe técnica com
larga experiência para orientar e conduzir
projetos de instalações para suinocultura. A empresa presta com ajuda de seus
profissionais toda a assistência técnica
necessária e peças de reposição para
garantir o máximo desempenho de seus
equipamentos.
A empresa, que tem sede em Chapecó, Santa Catarina, atua no mercado
brasileiro faz mais de 30 anos e é reconhecida pela alta qualidade de seus
produtos e eficiente assistência técnica
de pós-venda.
destaca soluções em equipamentos para suínos
suinocultura brasileira. Seus produtos
integram o “bem estar-animal” e a eficiência produtiva. A linha conta com bebedouros, comedouros e sistemas de
distribuição de ração que têm alta qualidade, design, praticidade e higiene.
Tais virtudes dos produtos da Suin diminuem o desperdício de insumos e geram
maior ganho de peso e melhor conver-
são alimentar nas diferentes fases da
vida dos suínos.
Entre os produtos, se destacam o bebedouro taça Sn 084 para leitões (que permite acesso à água já no primeiro dia de
vida); Drops para Gestação coletiva; e o
escamoteador para os leitões na maternidade (com menos consumo de energia).
A Suin é uma Indústria genuinamente
brasileira, criada em 1979, com
capital totalmente brasileiro e
tecnologia européia. O sócio
principal da empresa, de origem suíça, trouxe para o Brasil o que, na época, existia de
mais moderno na Europa.
traz sistema de alimentação eletrônico
O Call Matic 2 é um
sistema eletrônico
de alimentação individual para matrizes alojadas em
grupos. Combina
as vantagens do
alojamento em grupos e a
alimentação adaptada individualmente a cada animal.
O alojamento em grupos traz mais liberdade de movimentos e melhores condições físicas para cada matriz. A alimentação individual, controlada de forma
precisa por sistema eletrônico, satisfaz
as necessidades nutricionais, o que resulta em animais mais saudáveis e mais
leitões por matriz.
O Call Matic é o único sistema de alimentação que permite selecionar as
matrizes de forma automática. O sistema tem alto grau de segurança na
identificação dos animais por meio de
um transponder na orelha do animal,
que informa todos os dados específicos daquela matriz.
Assim, o sistema pode atender a grandes grupos (até 60 por estação) com
alimentação individualizada e com alto
nível de bem-estar.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
94
colunista
A Agricultura de Alto Desempenho
C
Marcos Fava
Neves
é professor titular
de Planejamento na
FEA-USP em Ribeirão Preto. Especialista em Agronegócios, é autor de 22
livros publicados
em 6 países e articulista da Folha de
São Paulo e do China Daily.
om o grande crescimento no
consumo mundial de produtos do agronegócio e a escassez de recursos básicos,
ganha consenso mundial a necessidade de melhorar o desempenho das
cadeias agroindustriais. O modelo que
passa a vigorar é o de se “fazer mais
usando menos”. Como fazer isto?
No uso e na gestão da terra, é preciso
mais produtividade, encurtar ciclos de
produção, maior eficiência de operação
e gerenciamento da terra e buscar tecnologias com menor impacto ambiental. Produtores de alta performance.
A produção vegetal necessita extrair
mais do potencial dos grãos para gerar energia ou proteína, variedades de
plantas mais eficientes na transformação dos escassos recursos naturais e
resistentes a condições adversas, como doenças, secas e outras restrições.
Na produção animal, demanda-se melhor compreensão de necessidades
nutricionais de todas as espécies, no
controle de doenças, na geração de
proteínas alternativas (como algas), microencapsulação controlando a
oferta de nutrien-
“O modelo
que passa a vigorar
é o de se ‘fazer
mais usando
menos’”
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
tes e desenvolvimento genético para sexagem animal. Tudo
dentro da exigência mundial de bem estar animal.
A agricultura necessita ampliar ferramentas para análise e
redução das perdas de alimentos em todos os elos e fortalecer processos para reciclar subprodutos, particularmente
da crescente produção de biocombustíveis. Demanda novas
soluções para mensurar e gerir os riscos de segurança alimentar, rastreando desde o fornecedor ao consumidor final.
A nova agricultura exige revolucionar a difusão e transferência de conhecimento, usando redes integradas e digitais na
comunicação da inovação e na fundamental atividade de
extensão, com transferência de tecnologia, acessibilidade e
adaptação para soluções localizadas.
A agricultura de alto desempenho não pode conviver com a
logística atual. É preciso investir para aperfeiçoar transporte,
capacidades de armazenamento e uso de fontes de combustível renováveis, reduzindo emissões de carbono.
Na pesquisa e inovação é necessário construir alianças com
bancos, universidades, institutos de pesquisa e até com os
concorrentes para melhor utilização dos ativos e desenvolver trabalho conjunto com os agentes de regulação, pela
harmonização dos sistemas reguladores em todo o mundo,
para melhorar a eficiência e reduzir custos de transação advindos de diferentes sistemas regulatórios.
Finalmente, a agricultura de alto desempenho vai exigir governos que busquem inovação e eficiência na gestão pública, promovam a formalização de cadeias ilegais e informais,
que em alguns mercados ainda representam 50% do consumo, e facilitem os fluxos financeiros e investimentos.
Esta lista não é exaustiva, mas alto desempenho é o que a
sociedade mundial demanda da agricultura, e o Brasil, por
possuir estes recursos em abundância, é visto como uma
solução ao problema e passará por radicais transformações
nos próximos dez anos. Será divertido acompanhar.
96
colunista
Brasil versus Brasil
S
omos tratados como predadores perigosos, carentes de tutela internacional, discurso que
espantosamente sensibiliza (e
mobiliza) setores internos formadores
de opinião.
A velha máxima do “dividir para reinar” (divide et regna), observada desde a Antiguidade e chancelada por
Maquiavel, em O Príncipe, tem sido
aplicada sistematicamente ao Brasil.
A segmentação da sociedade pelos
assim chamados movimentos sociais
gerou em seu entorno uma legião de
ONGs – estrangeiras em grande
parte –, que, em vez de gerar avanços, indispõem
os diversos grupos,
levando o país à divisão e à paralisia.
O resultado é um
país que luta
contra si mesmo.
Isso é particularmente nítido – e
grave – em setores em que o país
é pujante e projeta
sua inevitável expansão na economia internacional: minérios, energia, alimentos, meio ambiente.
Qualquer iniciativa para que esse extraordinário potencial seja explorado
– é o caso presente das hidrelétricas
de Jirau e Belo Monte – provoca a ação imediata dessas
ONGs, colocando em cena exércitos de lobistas, que, em
nome do politicamente correto, empenham-se em sabotar o
empreendimento. Pior: quase sempre conseguem.
Grandes empresários brasileiros confessam-se reféns dessas ONGs, às quais apoiam, inclusive financeiramente,
para, segundo um deles me confidenciou, “preservar sua
reputação”. É um quadro análogo ao das milícias nos morros cariocas ou da Máfia italiana que cobra para dar proteção. No caso em pauta, trata-se de pedágio moral: ou paga
ou é difamado.
Temos o maior potencial hídrico do mundo, a maior biodiversidade, um subsolo riquíssimo, a maior extensão territorial contínua de terras agricultáveis do planeta, mas estamos
impedidos de tocar nesse patrimônio que a natureza nos oferece.
Somos tratados como predadores
perigosos, carentes de tutela internacional, discurso que espantosamente sensibiliza (e
mobiliza) setores internos
formadores de opinião. A
ninguém ocorre averiguar
que os países que sediam
essas ONGs não praticam o
discurso que difundem e nem
sequer dispõem de meio ambiente para cuidar, de vez que
já o liquidaram por inteiro.
A estratégia é engenhosa. Inoculam
o vírus ideológico, produzindo crises
onde não há. É o caso do meio rural, em
que há anos proliferam invasões criminosas de
terras produtivas, coordenadas pelo MST, que nem personalidade jurídica possui.
“Uma legião de
ONGs – estrangeiras
em grande parte –, em
vez de gerar avanços,
Kátia Abreu
é senadora da
República (PSD-TO), é presidente
da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
levam o país
à divisão e à
paralisia”
Gestão & Empreendedorismo
Gestão & Empreendedorismo
Crescimento
Suinco: cooperativismo de resultados
Grupo investe R$ 25 milhões para inaugurar ampliação em 2012
texto daniel azevedo
A
gestão profissional é o principal motivo para o sucesso alcançado pela Cooperativa de
Suinocultores Ltda (Suinco)
desde o início de suas atividades em
2003. Por gestão profissional, se entende a não ingerência dos cooperados,
eficiência, não contratação de parentes
e outros preceitos que resultam em credibilidade, crescimento e resultados.
“Antes de fundar a Suinco, coloquei
vários produtores da região de Patos
de Minas em um avião para que eles
conhecessem os exemplos de sucesso e insucesso em diferentes lugares
do Brasil. Todos chegaram a conclusão que os resultados dependiam diretamente da gestão”, conta o presidente da cooperativa, Cláudio Nasser
de Carvalho.
SUINCO
Fundação
Assim, o empresário, que já atuava no
ramo de sementes, reuniu 36 produtores e fundou a Suinco que, hoje, já
conta com 68 cooperados, 35 mil matrizes e 2,4 mil trabalhadores diretos e
indiretos. Além da suinocultura, a Suinco também trabalha outras atividades
rurais, cultiva mais de 32 mil ha de lavouras e desenvolvem ainda bovinocultura de corte e leite (10 mil litros/dia),
em uma área de 47 mil ha.
“A cooperativa é o melhor modelo para
a suinocultura desde que seja adminis-
trada de maneira profissional. Se você
pensa em exportar, ainda mais. Se trata da ferramenta mais democrática para grandes e pequenos terem as mesmas oportunidades. A cooperativa é o
melhor sistema de reforma agrária do
mundo”, avalia.
Oportunidades iguais
Na prática, as “mesmas oportunidades” para grandes e pequenos produtores estão concretizadas em uma
série de serviços prestados aos cooperados como a central de compras,
assistência técnica, loja veterinária, frigorífico, nutrição especializada e sistema de gestão de qualidade. “Assim, os
cooperados podem contar, em todos
os elos da produção, com os melhores
recursos seja em insumos, assistência, orientação e qualidade”, pontua.
A preocupação com a qualidade merece detalhamento. O Sistema de Gestão da Qualidade da Suinco é certificado com base na norma NBR
ISO-9001:2008 que respalda processos administrativos, organizacionais e
produtivos e traz competitividade e reconhecimento por parte dos clientes e
do mercado. “Nossa política de qualidade visa atender as expectativas dos
nossos clientes, cooperados e colaboradores pela constante busca por melhorias e transparência nos relacionamentos”, sublinha.
Por isso, Nasser acredita que há muito espaço para crescer na suinocultura. De fato, serão investidos R$ 25
milhões na ampliação da capacidade produtiva da fábrica de rações,
frigorífico para processamento e outras instalações que devem estar
concluídas até fevereiro ou março de
2012. “Temos um espírito de cooperativa mas com contínuo investimento. Sem dúvida alguma existe espaço”, acredita.
O administrador, inclusive, indica
quais seriam tais espaços. “Acreditamos muito no mercado interno e no
pequeno varejo. Podemos criar novos mercados. Trabalhamos no grande e nas exportações mas, também,
com o pequeno varejo”, revela. Para
isso, continua, é preciso garantir a
qualidade e a rastreabilidade de todo
o ciclo, desde os insumos até as gôndolas, para os consumidores.
99
O presente visando o futuro
SUINCO
98
Cooperativa planeja ampliar
suas instalações em 2012
“A cooperativa é o
SUINCO
melhor sistema
de reforma agrária
do mundo”
O presidente da cooperativa, Cláudio Nasser de Carvalho,
e a atual sede da Suinco em Patos de Minas, MG.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
pessoas e empresas 101
Sidney Del Gaudio: GSI mira
consolidar liderança na América do Sul
Executivo brasileiro está à frente da multinacional no continente
A
multinacional GSI, líder mundial em armazenagem de
grãos e sistemas de produção de proteína, confiou
ao brasileiro Sidney Del Gaudio o
desafio de confirmar a liderança da
empresa na América do Sul. Recentemente adquirida pela AGCO, a GSI
espera manter a dianteira com seus
tradicionais pilares da qualidade, agilidade e bom relacionamento.
“Acredito que nesse período em que
estou à frente da empresa no Brasil,
conseguimos aproveitar o bom momento do agronegócio brasileiro. O
grupo aposta em produtos novos e na
abertura de novos mercados. Isso faz
que todos estejam sempre estimulados para o desenvolvimento de novos
projetos”, diz Gaudio.
Mas são muitos os fatores que deixam
os funcionários motivados e, por con-
sequencia, os clientes satisfeitos. A
qualidade dos equipamentos GSI, produzidos com materiais duradouros e
mão de obra qualificada, é amparado
por uma equipe de técnicos com um
forte relacionamento com os clientes
em toda a América do Sul.
“Mas a lista de fatores não para por aí.
O desejo em oferecer um atendimento com cada vez mais qualidade faz
com que a GSI supere seus prazos de
entrega, levando sua produção a qualquer região de cobertura em tempo
recorde”, detalha.
Assim, a empresa tem claro quais são
os próximos passos para crescer e
reforçar sua posição no mercado do
continente. “Aos poucos, vamos ampliar a produção na unidade fabril localizada no Rio Grande do Sul, na cidade
de Marau. A previsão é de que, em
dois anos, já seja necessário ampliar
O presidente da empresa, Sidney
Del Gaudio, analisa os benefíos que
a fusão trará para a empresa
“O desejo em oferecer um
atendimento com cada vez
mais qualidade faz com que
a GSI supere seus prazos”
Empresa foi comprada esse ano pela
AGCO e espera manter a dianteira
Divulgação
Fusão e Crescimento
a fábrica devido ao mercado aquecido
e às projeções das próximas safras de
grãos no país”, revela.
Aliás, a GSI opera justamente em um
dos principais gargalos do sistema do
agronegócio brasileiro: a armazenagem. “Essa realidade só pode ser mudada por um conjunto de ações, que
envolve a iniciativa do governo, a partir
da melhoria da própria infraestrutura e
logística do campo e suas condições
de financiamento”, opina.
Por parte da GSI, o retorno à fabricação
de sistemas de armazenagem na fábrica brasileira vem atender exatamente
esse déficit do mercado local. “Acreditamos no setor nacional, com safras recordes e a capacidade estática
de armazenagem inferior à produção,
para oferecer nosso produto não apenas para os produtores brasileiros, mas
também latino-americanos”, comenta.
A compra da GSI pela AGCO aumenta
a competitividade da empresa para alcançar tais objetivos. “Teremos maior
competitividade, reforço de nossa imagem e, sem dúvida, uma melhor distribuição de nossos produtos, assim
podemos resumir o grande benefício
desta fusão com a AGCO”, analisa.
Gaudio explica também que as companhias operam marcas fortes, tradicionais no segmento do agronegócio
e tal sinergia de brand vai possibilitar
uma posição de mercado ainda melhor, fortalecida também pela complementaridade dos negócios: do plantio
e colheita à armazenagem.
“Vamos trabalhar fortemente na identificação de sinergias que venham reduzir custos de produção e logísticas.
Porém, o nosso maior desafio será
transformar as inúmeras oportunidades que existem com esta fusão em
melhorias para os nossos públicos, em
um curto espaço de tempo, se possível
ainda em 2012”, prevê.
Divulgação
100 pessoas e empresas
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
102 pregão
pregão 103
Carne suína ganha competividade em
relação a boi e frango
A
valorização da carne bovina (2,11%) e de frango (3,7%) no mês de outubro, apesar de não
muito expressiva, favoreceu a competitiividade da carne suína no mercado interno. Apesar disso, a demanda pelo produto em outubro contrariou a tendência histórica de alta no
período e registrou queda de 1,7%.
Os dados do ìndice Esalq/BM & F Bovespa mostraram
que os patamares de preço da arroba bovina retomaram
os registrados em agosto deste ano (acima de R$ 101,34)
enquanto a carne de frango resfriada fechou a R$ 3,01 por
quilo em 31 de outubro. No mercado de suínos no atacado
de São Paulo capital, o preço da carcaça regular desceu
para R$ 3,97 por quilo.
Bovino
A oferta relativamente baixa de animais
resultou em menor número de negócios
no mercado pecuário no correr de setembro. Nesse contexto, os preços se
mantiveram próximos da estabilidade
na maioria das praças pesquisadas pelo Cepea. Em meados do mês, no entanto, os valores registraram pequenas
quedas. No acumulado de setembro,
o Indicador Esalq/BM&FBovespa teve
ligeira queda de 0,18%, fechando a R$
99,87 no dia 30. As pequenas baixas observadas em meados do mês estiveram
atreladas à oferta de animais de confinamento. Quanto às exportações, em setembro, o Brasil embarcou 74,2 mil toneladas
de carne bovina in natura, volume 12,6%
superior ao de agosto, mas 3,5% menor
que o de setembro de 2010, conforme
dados da Secex.
Suíno
Frango
Os preços da carne de frango subiram
em outubro, de acordo com levantamentos do Cepea. A sustentação veio
tanto da oferta quanto da demanda.
Do lado da oferta, colaboradores do
Cepea comentam ter reduzido, ainda
que de forma ligeira, o volume produzido, como tentativa de controlar a disponibilidade diante das oscilações do
mercado. Quanto à demanda, o mer-
No correr de outubro, os preços do suíno
vivo apresentaram movimentos distintos
entre as regiões acompanhadas pelo Cepea. Em várias, os preços não conseguiram se sustentar, destoando do comportamento altista que costuma caracterizar
outubro. Considerando-se a série histórica de preços em São Paulo, Minas Gerais e nos estados do Sul do País a partir
de 2006, as cotações subiram em outubro
de todos os anos, com exceção de 2008,
quando ocorreu a crise financeira mun-
dial. Em outubro deste ano, no entanto,
as quatro praças acompanhadas pelo
Cepea em Minas Gerais acumularam
quedas. Algumas localidades de Santa Catarina, Paraná e São Paulo conseguiram reajustes, mas em outras, prevaleceu a desvalorização do animal.
Somente no Rio Grande do Sul, produtores das quatro regiões pesquisadas
tiveram aumento de preço no acumulado do mês, mantendo-se alinhado com
o visto em anos anteriores.
No início de setembro, as cotações do milho nos mercados
interno e externo voltaram a ter altas expressivas, retomando
os patamares observados na primeira quinzena de junho e se
aproximando dos maiores patamares do ano. No Brasil, apesar
da proximidade da finalização da colheita de segunda safra, a
menor produção em relação ao esperado e o ritmo acelerado
de vendas deram o tom altista aos preços. No mercado externo,
as cotações chegaram próximas
aos níveis recordes históricos, mas
cederam na segunda metade do
mês, devido à realização de lucros
e preocupações com a crise econômica mundial. O Indicador Esalq/
BM&F Bovespa subiu 2,4% entre
31 de agosto e 30 de setembro, fechando a R$ 31,75/saca de 60 kg.
Se considerada a taxa de desconto NPR, na região de Campinas o
preço médio à vista foi de R$ 31,19/
sc de 60 kg no dia 30, também subindo 2,4% no mês. Na média das
regiões pesquisadas pelo Cepea,
houve pequena reação de 1,7% no
mercado ao produtor e de 1,9% nas
negociações entre empresas.
cado brasileiro segue aquecido e, segundo informações da Secex, as exportações também aumentaram em outubro.
De acordo com o órgão, o frango inteiro
resfriado no atacado chegou a valorizar
8,6%, com a média passando para R$
3,04/kg até dia 13 de outubro. Quanto ao
frango inteiro congelado, o aumento foi
de 5,5% até a mesma data, sendo negociado a R$ 3,07/kg.
Soja
Milho
Indicador de preços da soja CEPEA/ESALQ - média mensal: R$ 49,05/sc ou
US$ 28,83/sc
SOJA
Região/Praça
Diferenciais
R$
US$
Passo Fundo – RS
0,334
0,190
Ijuí – RS
2,371
1,351
Sudoeste Paraná
0,888
0,506
Oeste Paraná
1,048
0,597
Norte Paraná
1,205
0,687
Sorriso – MT
7,685
4,380
Ponta Grossa – PR
-0,261
-0,149
-2,883
-1,643
Paranaguá
Fonte: Cepea/Esalq
Nota: Diferencial = Indicador – Região; saca de 60 kg
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
nal. Diante disso, as cotações em dólares nas bolsas e nos Indicadores Cepea chegaram ao menor nível do ano.
Já quanto aos preços em Reais, nas
praças brasileiras, a média mensal de
setembro chegou a ser uma das maiores do ano – especialmente nos portos e nas regiões de Mato Grosso. Em
setembro, também houve o início dos
trabalhos de campo para a nova temporada no Brasil. O Indicador Esalq/
BM&FBovespa em dólar registrou forte queda de 20,1%, fechando a US$
25,87/sc de 60 kg. Em moeda nacional, o Indicador caiu 5,8% e finalizou
o mês a R$ 48,64/sc. Quanto à média
ponderada das regiões paranaenses,
refletida no Indicador Cepea/Esalq,
observou-se retração de 3%, fechando o mês a R$ 47,02/sc.
Indicador do Milho ESALQ/BM&FBovespa - média R$ 31,92/sc ou US$
18,19/sc de 60kg
Região/Praça
Milho
Em setembro, as cotações da soja em grão e derivados passaram
a refletir a instabilidade econômica mundial com maior intensidade. Os resultados foram maiores oscilações dos contratos futuros,
no Brasil e em Chicago, que chegaram aos preços no físico nacio-
Passo Fundo – RS
Ijuí – RS
Rio Verde – GO
Chapecó – SC
Ponta Grossa – PR
Norte Paraná
Cascavel – PR
Diferenciais
R$
US$
3,35
2,64
7,29
2,84
5,28
6,20
6,14
1,91
1,50
4,15
1,62
3,01
3,53
3,50
Fonte: Cepea/Esalq
Nota: Diferencial = Indicador – Região (mercado de lotes)
As cotações e informações do mercado foram
produzidas pela XP Investimentos.
[ano 11 | nov/dez 2011 | edição 65] porkworld
104 ANIMALWORLD NEWS
AgroAssessoria organiza seu evento
com know how e alto nível
A Editora AnimalWorld tem lançamentos
inéditos no Brasil previstos para o início do
próximo ano. O principal deles é a AgroAssessoria que, unindo criatividade e profundo
conhecimento do agronegócio, vai oferecer
soluções de comunicação e organização
completa de eventos para terceiros.
A AgroAssessoria dispõe de todo o know
how da Editora AnimalWorld para realização completa de eventos com qualidade internacional bem como agenciamento de palestrantes nacionais e
internacionais de primeiro nível.
Entre os serviços prestados pela AgroAssessoria estão a organização
do evento; a elaboração de programas científicos; indicação, negociação e contratação de palestrantes; assessoria de imprensa; divulgação e
marketing de eventos e cobertura jornalística em nossos portais e revistas.
Caso queira mais informações, a AgroAssessoria já pode ser contatada
pelo e-mail [email protected]. Mais uma vez, é a AnimalWorld
na frente para contribuir com o agronegócio brasileiro.
Conheça a integrante
do departamento
financeiro
Nanci Junqueira é a responsável pelo departamento financeiro da Editora AnimalWorld.
Cursando atualmente administração de empresas da Faculdade Comunitária de Campinas
(FAC), teve outras passagens pela empresa antes de retornar neste
ano. Também atuou
nos
departamentos administrativos
e financeiros de
outras empresas
como a Guabí e
a Nutriform.
AgroAssessoria
[email protected]
Editora marca presença
no XV Congresso
da Abraves
A Editora AnimalWorld participou do XV Congresso da
Abraves que aconteceu entre os dias 4 e 7 de outubro
em Fortaleza, Ceará, e foi
a primeira distribuir revistas
aos participantes do tradicional evento. A executiva
de contas, Karla Bordin,
reencontrou parceiros de
vários anos da Editora
AnimalWorld. “Fomos a
primeira revista a ser distribuída no evento
e, também, encontrei parceiros da AnimalWorld”, conta.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
AnimalWorld mostra
soluções para o setor no
Marketing Trends
O gerente comercial da AnimalWorld, Guilherme Reis,
apresentou em forma de palestra as soluções de marketing que o grupo oferece às
empresas do setor durante
o Marketing Trends, realizado no dia 18 de outubro,
em São Paulo. A presidente da AnimalWorld, Flávia
Roppa, participou do evento
assim como os executivos de contas, Karla Bordin e Valcir Callogeras, que distribuíram as revistas PorkWorld e
AveWorld, divulgaram a PorkExpo e fizeram networking.
106 agenda
Agenda
Novembro
XXXVIII Congresso brasileiro de Medicina Veterinária
(Conbravet)
Data: de 1 a 4 de novembro
Local: Costão do Santinho Resort - Florianópolis/SC
Info: www.conbravet2011.com.br
XIX Congresso Nacional de Porcicultura
Data: 3 e 4 de novembro
Local: Guatemala
Info: ????
I Suiminas
Data: 10 de novembro
Local: Sede da Asemg - Belo Horizonte/MG
Info: www.suiminas.com.br
I WorkShop DFSuin
Data: 18/11
Local: Auditório Sebrae - Brasília/DF
Info: [email protected]
XI Curso teórico-prático de processamento de
sêmen e IA em suínos
Data: de 21 a 25 de novembro
Local: Pelotas/RS
Info: [email protected]
PECforum
Data: 23 e 24 de novembro
Local: Center Convention - Uberlândia/MG
Info: [email protected]
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
XV Rodada Goiana de Tecnologia em
Manejo de Suínos
Data: 24 e 25 de novembro
Local: Parque Agropecuário Pedro Ludovico Teixeira Goiânia/GO
Info: www.ags.com.br
I Congresso sobre aditivos na alimentação
animal - Enzimas
Data: 30 de novembro e 1º de dezembro
Local: Auditório do Instituto Agronômico de Campinas
(IAC) - Campinas/SP
Info: www.cbna.com.br
janeiro
Seminário de Suínos de Banff
Data: de 17 a 21
Local: Alberta, Canadá
Info: www.banffpork.ca
Congresso de Suínos de Minnesota
Data: 18 e 19
Local: Minneapolis Convention Center - Minnesota,
Estados Unidos
Info: www.mnpork.com/porkcongress/index.php
XXXI Atualização Anual de Pesquisa em Suínos
Data: 25
Local: Ontário, Canadá
Info: www.centraliaswineresearch.ca
International Poultry Expo
Data: 23 a 27
Local: Atlanta, Estados Unidos
Info: : www.ipe11.org
108 site
www.porkworld.com.br
PorkNews
tem novidades
Portal PorkWorld é o melhor e
mais completo da suinocultura
O portal PorkWorld (www.porkworld.
com.br) publicou 573 notícias no mês
de agosto ou 18,1% (88 notícias) mais
que o segundo colocado entre os sites
brasileiros especializados em suinocultura. Em relação ao terceiro colocado, a vantagem sobe para mais de
55,2% (ou 204 notícias).
Mas como quantidade não é qualidade, nossas ferramentas de avaliação
indicam que, entre conteúdo exclusivo
e traduções, também estamos na frente. Do total de 573 notícias, 172 foram
traduções ou notícias exclusivas ou
437,5% mais que o segundo colocado
neste quesito (com 107). O terceiro co-
locado não teve nenhuma tradução ou
notícia exclusiva.
Nossa constante busca por melhorar
exige que tenhamos ferramentas para
medir a qualidade e a quantidade do
que produzimos. Como demonstrado,
somos o site especializado em suinocultura com maior produção de notícias e melhor qualidade informativa.
Seguiremos melhorando e contamos
com sua ajuda para isso. Esperamos
suas críticas, elogios e sugestões que
podem ser enviados por meio de comentários no próprio portal ou, ainda,
pelo e-mail [email protected].
Mega Portal PORKWORLD
Notícias Publicadas
1ª semana
de agosto
2ª semana
de agosto
3ª semana
de agosto
4ª semana
de agosto
5ª semana
de agosto
Total
PorkWorld
96
180
106
82
109
573
2º lugar
113
98
108
84
82
485
3º lugar
89
82
55
67
76
369
PorkWorld - 18,1% (ou 88 notícias) mais que o segundo colocado entre os sites brasileiros especializados
em suinocultura. Em relação ao terceiro colocado, a vantagem sobe para mais de 55,2% (ou 204 notícias).
#editoraanimalworld
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@ed_animalworld
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]
O esperado newsletter semanal
da PorkNews evoluiu. A nova versão do produto, que tem um mailing com mais de 7 mil nomes, ganhou novo layout, novas seções e
link para a revista PorkWorld digital. Tudo gratuitamente.
O novo layout privilegia a facilidade de visualização e, ao mesmo
tempo, ficou mais bonito com
maior destaque para fotos e infográficos. No aspecto editorial,
mantemos o número de notícias e
enriquecemos o produto com um
colunista, um artigo de opinião e
uma receita a cada semana.
Os 7 mil endereços que recebem
o material poderão, também,
acessar gratuitamente a versão
digital da revista PorkWorld que,
reconhecidamente, traz o melhor
conteúdo informativo, técnico e
opinativo sobre a suinocultura
no Brasil e no mundo. Se você
quer receber, basta se cadastrar
no site ou nos enviar um e-mail
para [email protected].
110 RECEITA
Escalope de alcatra suíno
Imagem meramente ilustrativa.
ao molho madeira
Outra solução de sucesso que abriga
perfeitamente a carne suína, este prato
tem várias opções de custo e de apresentação. A ele pode ser incorporado
o vinho Izidro, tradicional substituto brasileiro ao vinho madeira. As
grandes indústrias de alimentos já
oferecem o demi-glace pronto, faltando apenas acrescentar a água. A
carne suína apresenta-se suculenta
e saborosa. Sem dominar totalmente
a cena, aceita o molho madeira com
muitas vantagens.
Rendimento: per capita e para 10 porções
1 Para o molho, processar cebola, cenoura,
alho poró, alho e salsão e reservar.
Modo de preparo
2 Aquecer o azeite, dourar bem as carnes,
acrescentar os legumes processados, e dourar mais.
3
Acrescentar o vinho tinto e deixar reduzir, acrescentar o
louro, a pimenta do reino em grão.
4
5
6
Aguar e cozinhar em temperatura baixa por 6 horas.
Acrescentar o vinho madeira e o sal.
Fazer um caramelo com o açúcar e acrescentar
ao caldo.
7
Preparar um roux escuro com a
manteiga e a farinha e espessar o
molho.
8
Temperar os escalopes
com sal grosso e selar em
chapa, servir ao ponto,
regado com o molho
madeira.
porkworld [edição 65 | nov/dez 2011 | ano 11]