Paginação Relatório Secil 2005
Transcrição
Paginação Relatório Secil 2005
Relatório de Sustentabilidade 2005 Empresa relatora do presente documento SECIL – Companhia Geral de Cal e Cimento, S.A. Capital: 264 600 000 Euros Sede: Outão – SETÚBAL Contribuinte nº 500 243 590 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 1. Visão e Estratégia 5 1.1 Visão, Missão, Valores e Estratégia 6 1.2 O Desafio do Desenvolvimento Sustentável na Estratégia do Grupo SECIL 2. Perfil 11 2.1 Perfil Organizacional 12 2.2 Perfil do Relatório 21 2005 Índice 8 2.3 Âmbito do Relatório 22 3. Estrutura e Governação 23 3.1 Estrutura de Governação 24 3.2 Participação das Partes Interessadas 27 3.3 Políticas Abrangentes e Sistemas de Gestão 32 4. Indicadores de Desempenho 37 4.1 Desempenho Económico 38 4.2 Desempenho Ambiental 40 4.3 Desempenho Social 57 5. Objectivos Estratégicos para o Período 2005-2010 67 Grelha dos Indicadores 69 Glossário 75 3 Sobre o Relatório Este é o primeiro Relatório de Sustentabilidade do Grupo SECIL, relativo à actividade desenvolvida nas fábricas de cimento que laboram em Portugal, e surge como uma evolução natural do Relatório Ambiental e Social que a Empresa tem vindo a publicar desde 1999, juntamente com o Relatório e Contas. Através desta publicação, a SECIL pretende formalizar a sua atitude face às questões económicas, ambientais e sociais e divulgar, de forma clara e transparente, o desempenho da sua actividade. Também disponível em www.secil.pt Visão e Estratégia 1 1.1. Visão, Missão, Valores e Estratégia VISÃO E ESTRATÉGIA A nossa Missão No Grupo SECIL, trabalhamos para fornecer soluções e serviços de elevada qualidade na área do cimento e materiais de construção, de modo compatível com um desenvolvimento sustentado, gerando valor acrescentado para Accionistas, Clientes, Colaboradores e demais partes interessadas. Os Valores em que Acreditamos Como Grupo Empresarial, e como indivíduos, temos como princípio orientador fundamental a EXCELÊNCIA, presente, tanto no nosso comportamento perante Clientes, Accionistas, Colaboradores e demais partes interessadas, como na procura constante da satisfação das necessidades e expectativas destes. A qualidade dos nossos produtos e serviços e os fortes valores sociais e ambientais em que acreditamos determinam o nosso próprio desenvolvimento económico enquanto Grupo. A RESPONSABILIDADE é um dos valores mais importantes para nós, uma vez que o valor entregue ao Cliente do Grupo depende da responsabilidade de cada Colaborador que, na nossa realidade Empresarial, se traduz na definição clara e objectiva da sua função e dos seus objectivos, devidamente alinhados com os objectivos estratégicos do Grupo. Mas este valor aplica-se também na nossa conduta perante os próprios Colaboradores, Comunidades Locais e demais partes interessadas. A QUALIDADE e INOVAÇÃO são outros valores sempre presentes no nosso Grupo, constituindo um exemplo na Indústria Portuguesa. O Grupo SECIL dá valor ainda à TRANSPARÊNCIA das suas actividades, através de uma política de comunicação e diálogo com todas as partes interessadas, promovendo, junto dos seus Fornecedores e Clientes e de todas as partes interessadas, a adopção de práticas coerentes com a sua política de negócio, ambiental e social. A Visão que temos para o Grupo SECIL O Grupo SECIL pretende ser um grupo internacional de cimento e materiais de construção, de referência em qualidade e custos, com elevada rentabilidade e um comportamento social e ambiental exemplar. A nossa Estratégia A Estratégia do Grupo foca-se em três pilares: RENTABILIDADE, numa perspectiva de continuar a gerar mais valor para o Accionista e para todas as partes interessadas; CRESCIMENTO, de modo a ganhar mais volume e posicionamento no mundo global e plano; SUSTENTABILIDADE, gestão do equilíbrio entre responsabilidade social, respeito pelo ambiente e prosperidade económica. 6 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Em termos de RENTABILIDADE, acreditamos que a criação de valor enquanto Grupo Empresarial está intimamente ligada com a delegação de competências e a criação de centros de resultados com autonomia de decisão, tão fundamentais para nós, de modo a permitir criar uma estrutura internacional mais sólida e coesa, onde se dê primazia à eficiência, ao rigor e à obtenção de sinergias. Para fazer face às nossas ambições de CRESCIMENTO, é essencial termos uma postura constante e contínua na procura de novas oportunidades, essencialmente nos mercados mediterrâneos, que estão (geograficamente) e são (culturalmente) mais próximos de nós, Portugal e Portugueses. Contudo, é necessário garantir escoamentos estáveis, intervindo através de acções directas nesses e noutros mercados, como seja o desenvolvimento de uma política de moagens em mercados específicos a determinar, e estarmos sempre atentos a novas oportunidades globais para instalações fabris. No que toca à natureza do nosso negócio central – CIMENTO, é fundamental que a nossa estratégia de negócio contemple uma estratégia forte no que diz respeito aos canais de distribuição dos mercados a jusante do Cimento, principalmente no espaço Ibérico, e potencie a utilização do cimento branco junto do mercado. Como aspecto fundamental da nossa prática relacionada com a SUSTENTABILIDADE, apostamos essencialmente nos conceitos de racionalização e respeito, mais concretamente na utilização de combustíveis alternativos como forma de reduzir as emissões de CO2, na redução da taxa de incorporação de clínquer, através da adição de matérias-primas secundárias, de modo a conseguirmos uma exploração mais racional dos nossos recursos naturais, no forte apoio e participação nas actividades das comunidades locais onde estamos instalados, numa política de acção social junto dos nossos Colaboradores, suas famílias e entidades locais. 7 1.2. O Desafio do Desenvolvimento Sustentável na Estratégia do Grupo SECIL Sustentabilidade do Universo SECIL: A partida, o caminho já percorrido e a melhoria contínua rumo à garantia do futuro dos que nos seguem e que em nós confiam. O Grupo SECIL, nomeadamente na sua componente cimenteira, tem cumprido um percurso de actuação ambientalmente responsável, iniciado no Outão, já desde a década de 60, data do primeiro estudo de recuperação paisagística das pedreiras. Ao longo das décadas de 70 e 80, em qualquer das três fábricas de cimento, foram efectuadas alterações importantes no sentido da redução drástica dos consumos energéticos, tendo, inclusivamente, a fábrica Maceira-Liz, sido pioneira na utilização de combustíveis alternativos, permitindo uma poupança adicional de combustíveis fósseis naturais. Na sequência deste percurso, a Administração da SECIL, no âmbito do Plano a Médio Prazo de 1996-2000, decidiu aprovar o projecto de implementação de um Sistema de Gestão Ambiental nas suas fábricas de cimento – Outão, Maceira-Liz e Cibra-Pataias. Esta decisão resultou da vontade expressa de adoptar um perfil vencedor para o grupo cimenteiro da SECIL face aos desafios do Século XXI: a Satisfação Plena dos Clientes num Quadro de Desenvolvimento Sustentável. Entre 1998 e 2001, as três instalações obtiveram a certificação em qualidade e ambiente, permitindo o sistema de gestão implementado assegurar o compromisso constante da Política Ambiental da SECIL/CMP – A Melhoria Contínua do Desempenho Ambiental, assente na co-responsabilidade de todos os Colaboradores, na integração do ambiente nas estratégias de desenvolvimento da Empresa e na valorização de matérias-primas e combustíveis alternativos, garantindo uma total transparência das suas actividades através de uma política de comunicação e diálogo com todas as partes interessadas. Em 2002, foi criado o Grupo de Desenvolvimento Sustentado com o objectivo de vir a integrar, progressivamente, a sustentabilidade na gestão estratégica do Universo SECIL. Continuando a cumprir com determinação este seu objectivo, em 2003 a SECIL aderiu ao Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, a nível nacional, e à Cement Sustainable Initiative no âmbito do World Business Council for Sustainable Development, a nível internacional. Nesse mesmo ano, na busca de uma actuação transparente, condição básica para assegurar a credibilidade junto dos diferentes stakeholders, a SECIL criou a primeira Comissão de Acompanhamento Ambiental, na fábrica do Outão, visando simultaneamente a audição das expectativas e manter informada a comunidade envolvente dos principais desenvolvimentos estratégicos previstos, de modo a conseguir, na medida do possível, a melhor integração dos projectos e ambições futuros de todas as partes interessadas. Está prevista a criação das Comissões de Acompanhamento nas restantes instalações fabris em 2006. Em 2003, o Grupo de Desenvovimento Sustentado encetou a implementação do projecto “Integrar Progressivamente a Sustentabilidade na Gestão Estratégica do Grupo SECIL”, apoiado pelo Centro para o Desenvolvimento Empresarial Sustentado (CENDES), do Instituto 8 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI), com o objectivo global de tornar as empresas mais eficientes em termos económicos e ecológicos. Em 2005, a fábrica do Outão obteve a certificação do seu Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho, prevendo-se a certificação das restantes unidades cimenteiras em 2006. Nesse ano foi ainda solicitado o registo no Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria (EMAS) das três fábricas. Assim, após a publicação anual dos Relatórios Ambientais e Sociais, chegou o momento da emissão do primeiro Relatório de Sustentabilidade do Grupo Cimenteiro Nacional da SECIL, relativo ao exercício de 2005. Embora tenhamos procurado manter com firmeza a coerência de valores e princípios nesta caminhada iniciada há já alguns anos, estou ciente da responsabilidade da melhoria contínua a perseguir com tenacidade, em parceria com todos os nossos stakeholders, no longo caminho ainda a percorrer na senda da sustentabilidade, única via de poder estar à altura daqueles que em nós confiam para garantir um futuro com uma qualidade de vida digna. O Presidente do Conselho de Administração 9 Página intencionalmente em branco Perfil 2 PERFIL 2.1. Perfil Organizacional Breve Historial da Empresa A primeira fábrica de cimento construída em Portugal, em 1886, na zona de Alcântara, utilizava, como matéria-prima, os calcários margosos extraídos do Vale da Rasca, no Outão. Em 1896 foi constituída a Garcia Machado Bosse & Cie; os recursos minerais então utilizados para o fabrico do cimento eram provenientes da Arrábida. Em 1904, associaram-se a esta sociedade vários técnicos belgas, tendo sido formada a Compagnie des Ciments du Portugal, com sede em Bruxelas, que instalou a sua primeira fábrica de cimento, no Outão, junto ao rio Sado, precisamente pela riqueza geológica da região e pela facilidade das vias de comunicação oferecidas pelo local. Em 1906, foram instalados dois fornos verticais, com uma capacidade de produção de 10 000 t/ano. Em 1913, arrancou um terceiro forno vertical idêntico aos anteriores. Devido a razões várias relacionadas com a Primeira Guerra Mundial, a Compagnie des Ciments du Portugal entrou em liquidação, tendo sido constituída a Companhia Geral de Cal e Cimento. Em 1918, as instalações e terrenos envolventes à fábrica do Outão foram comprados por esta sociedade, que os arrendou, em 1925, à Sociedade de Empreendimentos Comerciais e Industriais, Lda., fundada pelo Dr. Baltazar Cabral. Esta última fez grandes investimentos e criou a marca SECIL. Em 1930, ocorreu a fusão das duas sociedades e constituiu-se uma nova empresa, a SECIL - Companhia Geral de Cal e Cimento, S.A. Em 1931, e na sequência da união com duas companhias dinamarquesas, a F. L. Smidth & Co. e a Hojgaard & Schultz A/S, a fábrica do Outão sofreu uma grande remodelação e foi introduzida uma nova dinâmica fabril. Nesse ano arrancou o primeiro forno rotativo por via húmida e a ele se seguiram mais seis. Com a entrada em laboração do forno VII, a SECIL atingiu uma capacidade de produção de um milhão de toneladas de clínquer, tornando-se na maior fábrica de cimento de Portugal. Em 1957, a SECIL criou, em Angola, a Companhia de Cimentos SECIL Ultramar. Em 1975, quando da nacionalização do sector cimenteiro, a SECIL passou a ser uma empresa privada com a maioria do capital público. Perante o forte crescimento do consumo interno de cimento e o aumento do preço dos combustíveis, impunha-se reduzir os custos de produção e aumentar a capacidade instalada. Por este motivo, em 1976, entrou em funcionaEvolução do número de Fornos mento o forno VIII, o primeiro por via seca, Forno Ano de Instalação Capacidade de Produção I 1931 46 000 com uma capacidade de produção de II 1934 50 000 790 000 t/ ano. Este foi, também, o primeiro III 1947 70 000 forno com comando centralizado e computoIV 1950 165 000 rizado. Nesta altura, mantiveram-se ainda V 1959 180 000 VI 1966 250 000 em funcionamento os fornos IV, V, VI e VII. VII 1972 400 000 Em 1984, entrou em funcionamento o forno 12 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 IX, o último a ser instalado, com uma capacidade de 1 000 000 t/ano. O combustível então utilizado, o fuel, foi substituído pelo carvão, por razões de redução de custos. Em 31 de Dezembro de 1985, os fornos V, VI e VII foram desactivados, encerrando assim, definitivamente, o ciclo de utilização de via húmida. Em 1994/1995, e no âmbito da privatização do capital público no sector cimenteiro, a SECIL passou a ser uma empresa de capital inteiramente privado. Nessa altura adquire a CMP – Cimentos Maceira e Pataias, S.A., passando a ser detentora das fábricas Maceira-Liz e CibraPataias. No ano 2000, a SECIL adquire a Société des Ciments de Gabès, empresa reprivatizada pelo Governo da Tunísia, passando a ter uma fábrica de cimento com uma capacidade de produção de cimento de 1 100 000 t/ano. Nesse mesmo ano foi estabelecido um Contrato com o Governo Angolano para a exploração de uma unidade fabril no Lobito, pela Empresa TecnoSecil, da qual a SECIL detém 70% do capital. Em 2002, a SECIL adquire 21,2% da CDS - Ciment de Sibline, sal., empresa localizada a sul de Beirute, no Líbano, e, em 2004, 51% do capital da fábrica de cimento Encime, localizada na baía do Lobito, em Angola. Actualmente, o accionista maioritário da SECIL é a SEMAPA – Sociedade de Investimentos e Gestão, SGPS, S.A., uma holding cotada na Bolsa de Valores de Lisboa, que tem como accionista maioritário a família Queiroz Pereira, com fortes tradições nas actividades industrial e financeira portuguesas. No ano de 2004 foi estabelecida uma parceria entre a SEMAPA e a sociedade irlandesa CRH, consubstanciada na aquisição por esta de 45,126% do capital social da SECIL e 49% dos direitos de voto. A CRH é um dos maiores fabricantes mundiais de cimento, betão-pronto, inertes e asfalto e está fortemente inserida nos circuitos de distribuição de materiais de construção em 23 países da Europa e nos Estados Unidos. A SECIL volta, assim, a ter uma participação internacional no seu capital, tendo sido estabelecida uma parceria com amplas potencialidades para as duas Empresas. 13 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I D A D E GRUPO SEMAPA GRUPO CRH 47,0% 45,1% 2005 ACÇÕES PRÓPRIAS 7,9% CMP, S.A. CM PARTIN, SL SECIL BETÕES E INERTES, SGPS, S.A. 100% 100% 93,7% CONDIND, LDA. ICV, LDA. CABO VERDE SECIL UNICON, SGPS, S.A. CIMENTAÇOR, LDA. CIMENTOS MADEIRA. S.A. SECIL MARTINGANÇA, LDA. ECORESÍDUOS LDA. 100% 37,5% 50,0% 25,0% 14,3% 51,2% 50% PARSEINGES, SGPS, S.A. CHRYSO, S.A. CIMIMPART, SGPS, S.A. SECIL PREBETÃO, S.A. BETÃO LIZ, S.A. 100% 40,0% 100% 42,5% 33,4% PRESCOR, LDA. 35% UNIBETÃO, S.A. SULBETÃO, S.A. SECIL-BETÃO, S.A. LISCONCRETO-UNIBETÃO, S.A. CAMILO&LOPEZ LDA. 93,7% 93,7% 93,7% 93,7% 93,7% PEDREIRAL, S.A. SECIL BRITAS, S.A. ECOB, S.A. 93,7% 93,7% 93,7% BRITOBETÃO, LDA. AVE, S.A. SOBIOEN, S.A. ARGIBETÃO, S.A. VIROC PORTUGAL, S.A. SETEFRETE, SGPS, S.A. MACMETAL, LDA. IRP, S.A. LUSOCIL, S.A. 51% 51% 90,9% 32,8% 25% 51,2% 51,2% 51,2% 68,4% HOTELARIA E IMOBILÁRIA, S.A. 93,7% 93,7% SECIL ALGERIE, SPA CIMENT DE SIBLINE LÍBANO TECNOSECIL, SARL ANGOLA TERCIM, S.A. CARCUBOS, LDA. 98% 28,6% 100% 100% 93,7% PARCIM, B.V. HOLANDA FLORIMAR, LDA. SECIMENT, B.V. HOLANDA ASTAKOS GRÉCIA SERIFE, LDA. PARSECIL, SL. SECIL ENERGIA SCG TUNÍSIA 100% 100% 100% 50% 58,4% 100% 100% 98,7% 100% SECILPAR, SL. ESPANHA SOMERA TRADING INC. PANAMÁ SUD-BETON TUNÍSIA SILONOR, S.A. SECIL LOBITO,S.A. 100% 100% 98,7% 100% 51% HEWBOL, SGPS, LDA. ZARZIS BETON TUNÍSIA 100% 79% PHAISTOS, S.A. JOBRITA, S.A. SECIL CABO VERDE, LDA. 100% 14 15 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I D A D E GRUPO SEMAPA GRUPO CRH 47,0% 45,1% 2005 ACÇÕES PRÓPRIAS 7,9% CMP, S.A. CM PARTIN, SL SECIL BETÕES E INERTES, SGPS, S.A. 100% 100% 93,7% CONDIND, LDA. ICV, LDA. CABO VERDE SECIL UNICON, SGPS, S.A. CIMENTAÇOR, LDA. CIMENTOS MADEIRA. S.A. SECIL MARTINGANÇA, LDA. ECORESÍDUOS LDA. 100% 37,5% 50,0% 25,0% 14,3% 51,2% 50% PARSEINGES, SGPS, S.A. CHRYSO, S.A. CIMIMPART, SGPS, S.A. SECIL PREBETÃO, S.A. BETÃO LIZ, S.A. 100% 40,0% 100% 42,5% 33,4% PRESCOR, LDA. 35% UNIBETÃO, S.A. SULBETÃO, S.A. SECIL-BETÃO, S.A. LISCONCRETO-UNIBETÃO, S.A. CAMILO&LOPEZ LDA. 93,7% 93,7% 93,7% 93,7% 93,7% PEDREIRAL, S.A. SECIL BRITAS, S.A. ECOB, S.A. 93,7% 93,7% 93,7% BRITOBETÃO, LDA. AVE, S.A. SOBIOEN, S.A. ARGIBETÃO, S.A. VIROC PORTUGAL, S.A. SETEFRETE, SGPS, S.A. MACMETAL, LDA. IRP, S.A. LUSOCIL, S.A. 51% 51% 90,9% 32,8% 25% 51,2% 51,2% 51,2% 68,4% HOTELARIA E IMOBILÁRIA, S.A. 93,7% 93,7% SECIL ALGERIE, SPA CIMENT DE SIBLINE LÍBANO TECNOSECIL, SARL ANGOLA TERCIM, S.A. CARCUBOS, LDA. 98% 28,6% 100% 100% 93,7% PARCIM, B.V. HOLANDA FLORIMAR, LDA. SECIMENT, B.V. HOLANDA ASTAKOS GRÉCIA SERIFE, LDA. PARSECIL, SL. SECIL ENERGIA SCG TUNÍSIA 100% 100% 100% 50% 58,4% 100% 100% 98,7% 100% SECILPAR, SL. ESPANHA SOMERA TRADING INC. PANAMÁ SUD-BETON TUNÍSIA SILONOR, S.A. SECIL LOBITO,S.A. 100% 100% 98,7% 100% 51% HEWBOL, SGPS, LDA. ZARZIS BETON TUNÍSIA 100% 79% PHAISTOS, S.A. JOBRITA, S.A. SECIL CABO VERDE, LDA. 100% 14 15 O Universo SECIL Mantendo o núcleo central da sua actividade na produção de cimento, a SECIL integra actualmente um conjunto de cerca de 50 empresas, que operam em áreas complementares, e que constituem “O Universo SECIL”. Na fabricação do betão-pronto, a SECIL encontrou a primeira e natural via de expansão do seu negócio e, hoje, esta é a sua segunda área de investimentos, facturação e criação de emprego. Nesta actividade, a SECIL controla três empresas subsidiárias – Unibetão, Secil-Betão e Sulbetão - e adquiriu participação noutra - Betão-Liz, mantendo-as com gestão independente, do fabrico à distribuição. Mantendo-se fiel ao propósito de desenvolver a Empresa com base em actividades complementares, onde o seu know-how possa ser valorizado e onde a inovação possa constituir valor acrescentado, a SECIL participa ainda em empresas que se dedicam à fabricação e comercialização de novos produtos para a indústria da construção civil em diversas áreas, tais como: • • • • Prefabricação ligeira e pesada de betão, através da Secil Prebetão e Argibetão Revestimentos, na Secil Martingança Painéis de madeira-cimento, na Viroc Portugal Rebocos prontos projectáveis e produtos prontos para bricolagem, na Secil Martingança Além disso, a SECIL gere participações em Empresas que desenvolvem actividades complementares da sua actividade principal, como sejam, a exploração de Pedreiras (Secil Britas, ECOB, Pedreiral), a concepção e implantação de projectos industriais (CONDIND) e o desenvolvimento de soluções no domínio de preservação do ambiente e utilização de resíduos para obtenção de energia (ECORESÍDUOS). É justamente através de empresas participadas, como a ECORESÍDUOS, a PRESCOR, a SOBIOEN e a AVE, que será possível dar continuidade, na SECIL, a uma política de recuperação e aproveitamento de resíduos e outros produtos susceptíveis de serem utilizados como combustíveis, ou como matérias-primas, possibilitando a diminuição do consumo de materiais não renováveis. O reconhecimento da sua responsabilidade social no domínio ecológico tem levado a SECIL a proceder à constante modernização das suas fábricas e à aquisição e instalação dos mais eficazes equipamentos dirigidos à preservação ambiental. Com a formação do seu pessoal, a instalação desses equipamentos, a implantação de acções específicas de recuperação paisagística e a participação em empresas valorizadoras de resíduos, a SECIL procura obter um saldo globalmente positivo entre os efeitos da sua actividade e as vantagens económicas e sociais que dela advêm para a comunidade. O Grupo Cimenteiro Maceira Pataias Portugal Outão Tunísia Gabès Lobito Angola 16 Beirute Líbano R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 O Processo de Fabrico de Cimento 1 Matérias-Primas Materiais de Correcção 2 3 Cru 4 Combustíveis Fósseis e Alternativos Clínquer 5 Clínquer Gesso Aditivos Cimento 6 Expedição em Sacos Expedição a Granel 17 1. Extracção de Matérias-Primas As matérias-primas principais para o processo de fabrico do cimento são os calcários, as margas ou argilas, cuja extracção é efectuada em Pedreiras próprias, localizadas no perímetro fabril. A exploração é a céu aberto, a partir da cota mais elevada, em patamares ou andares, sendo o desmonte efectuado com explosivos ou por meios mecânicos, criteriosamente aplicados de modo a minimizar as vibrações. Os principais impactes ambientais associados a esta actividade de extracção, designadamente sobre a biodiversidade, são minimizados através da execução de Planos Ambientais de Recuperação Paisagística (PARP) nas frentes já finalizadas, havendo ainda a preocupação de reduzir a utilização de recursos naturais, através da incorporação de outros materiais como matérias-primas secundárias. 2. Preparação, Transporte, Armazenagem e Pré-Homegeneização Após extracção, o material apresenta-se em blocos com dimensões que podem ir até cerca de 1m3, pelo que se torna necessário reduzir o seu tamanho a uma granulometria compatível com o transporte, armazenagem e alimentação das fases seguintes de fabrico, operação que é feita no britador. Numa fábrica de cimento é necessário prever uma armazenagem de grandes quantidades de matérias-primas, a fim de evitar perdas de produção e garantir trabalho em regime contínuo. Essa armazenagem pode ser combinada com uma função de pré-homogeneização. 3. Obtenção do Cru As matérias-primas seleccionadas (calcário e marga) e os materiais de correcção (areia e óxido de ferro) são depois dosificadas, tendo em consideração a qualidade do produto a obter - clínquer, operação que é controlada através de computadores de processo. Definida a proporção das matérias-primas, elas são retomadas dos locais de armazenagem e transportadas para moinhos onde se produz o chamado "cru", isto é, uma mistura finamente moída, em proporções bem definidas, do conjunto das matérias-primas. Nessa moagem são normalmente utilizados moinhos tubulares, de duas câmaras, com corpos moentes (bolas metálicas de diversos diâmetros), ou moinhos verticais de mós. Em qualquer dos casos, é necessário secar as matérias-primas; para a economia do processo, aproveita-se, com frequência, o calor contido nos gases de escape dos fornos que, simultaneamente, fazem o transporte do cru dos moinhos aos silos de armazenagem. 4. Clinquerização O cru é extraído dos silos de armazenagem e introduzido no sistema de pré-aquecimento (torre de ciclones), onde é aquecido pelos gases de escape resultantes da queima do combustível. O material entra então no forno, deslocando-se ao longo deste devido à sua rotação e ligeira inclinação, prosseguindo o aquecimento e desenrolando-se as reacções físico-químicas do processo da clinquerização, obtendo-se o clínquer. A partir dos 1450º C inicia-se o arrefecimento do clínquer, ainda dentro do forno, sendo completado nos arrefecedores (de satélites ou de grelha), onde é introduzido ar em contracorrente com o clínquer, aproveitando-se este ar aquecido como ar de queima secundário. Desta forma há uma recuperação parcial do conteúdo térmico do clínquer. A minimização do consumo de energia é conseguida através da utilização de fornos com pré-aquecedor, considerada uma Melhor Técnica Disponível (MTD); a utilização de combustíveis alternativos permite também reduzir o consumo de combustíveis fósseis. 18 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 A reduzida emissão de partículas é assegurada através de sistemas de despoeiramento (filtros de mangas e/ou electrofiltros), instalados nas linhas de produção de clínquer, e a minimização das emissões de gases através de sistemas de controlo automatizado da condução dos fornos, ambas as soluções também consideradas MTD. 5. Moagem de Clínquer e Armazenagem de Cimento O cimento é moído em moinhos tubulares horizontais, com corpos moentes. O clínquer, o gesso (regulador da presa do cimento) e os aditivos inertes são moídos, em proporções bem definidas, de acordo com o plano de qualidade, obtendo-se os diferentes tipos de cimento, com características específicas e adequadas à sua utilização, os quais são armazenados nos respectivos silos devidamente identificados. A minimização do consumo de energia eléctrica é conseguida através da adopção da tecnologia de moagem em circuito fechado e com separadores de 3ª geração, considerada como MTD. A reduzida emissão de partículas é assegurada por filtros de mangas, também classificados como MTD. 6. Embalagem e Expedição A comercialização do cimento é feita quer a granel, em cisternas ferroviárias e rodoviárias ou em navios, quer em sacos, sobre paletes de madeira ou em pacotões plastificados. O ensacamento é feito em linhas de enchimento de sacos e de paletização ou de empacotamento automatizadas. A minimização da emissão de partículas é assegurada por filtros de mangas ao longo das linhas de transporte do cimento até ao contentor em que é expedido. O consumo de materiais de embalagem depende do mercado (cerca de 50% do cimento consumido no mercado nacional é ensacado), dos meios de transporte disponíveis (rodovia, ferrovia e marítimo) e de outras condicionantes. Os sacos de 40 kg, introduzidos em 2003 para substituição dos sacos de 50kg, permitiram uma utilização mais ergonómica desta embalagem em obra. Gama de Produtos Da pequena construção à grande obra de engenharia civil, a SECIL oferece uma gama alargada de tipos e classes de cimentos cinzentos e brancos, certificados segundo a Norma Europeia de Cimentos EN 197-1 e detentores da marcação CE, os quais são sujeitos a um permanente e rigoroso controlo de qualidade, desde a fase da produção até à sua colocação no mercado. Produtos Comercializados Clínquer Clínquer cinzento Clínquer branco Cimento CEM I 42,5R CEM I 52,5R Cimento Portland de Calcário CEM II/B-L 32,5N Cimento Portland de Calcário CEM II/A-L 42,5R Cimento Pozolânico CEM IV/A (V) 32,5R Cimento Pozolânico CEM IV/B (V) 32,5R CEM I 52,5R (br) CEM II/A-L 52,5N (br) CEM II/B-L 32,5R (br) SECIL-Outão Maceira-Liz Cibra-Pataias X X X X X X X X X X X X X X X X X X 19 Comercialização dos Produtos A SECIL é responsável pela distribuição e comercialização da totalidade dos produtos fabricados nas três unidades fabris, sendo estas duas actividades asseguradas pelo Departamento Comercial, através de uma estrutura orgânica e funcionalmente integrada. A distribuição do cimento é efectuada através de Entrepostos Comerciais localizados em vários pontos do País. SERVIÇO A CLIENTES FÁBRICAS 1 DIRECÇÃO COMERCIAL 1 SECIL - OUTÃO 2 VENDAS NORTE 2 MACEIRA - LIZ 3 VENDAS CENTRO 3 CIBRA - PATAIAS 4 VENDAS SUL 3 5 4 6 2 ENTREPOSTOS REGIÕES 7 1 8 9 20 NORTE 1 LEIXÕES (Granel) CENTRO 2 LEIXÕES (Ensacado) SUL 3 VIANA DO CASTELO (Ensacado) 4 VIANA DO CASTELO (Granel) 5 BRAGA (Tadim) 6 TROFA 7 PENAFIEL 8 PINHÃO (Estação da CP) 9 GODIM 10 12 11 17 2 16 3 10 ESTARREJA 15 11 MANGUALDE (Estação da CP) 12 AVEIRO (Terminal Comercial Sul) 14 13 LISBOA (Poço do Bispo) 14 LINHÓ 19 13 1 15 TORRES VEDRAS (Estação da CP) 16 CASTELO BRANCO (Sarnadas) 17 FUNDÃO 18 18 ST.º ANDRÉ (Sines) 19 ESTREMOZ (Estação da CP) 20 SANTA MARIA DA FEIRA 21 VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO 21 20 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Apoio Técnico A SECIL aposta numa ampla e duradoura relação com todos os seus Clientes e mantém com estes o compromisso de procurar melhorar continuamente o desempenho dos seus produtos e serviços. Com o intuito de responder eficazmente às crescentes necessidades do mercado e optimizar a aplicação dos seus produtos, a Empresa disponibiliza aos seus Clientes uma equipa de profissionais qualificados para realizar o diagnóstico de problemas, a análise critica e os ensaios e experiências que forem necessários para encontrar as soluções mais adequadas ao Cliente de actividade industrial, ou a cada obra em particular. O Laboratório de Betões, sito na fábrica Secil-Outão, é fundamental na prestação deste serviço de apoio pós-venda, tendo como missão apoiar o Cliente para que seja encontrada uma solução que satisfaça os requisitos específicos pretendidos, realizando um trabalho de parceria com os Clientes. Igualmente, sempre que solicitados, os laboratórios de controlo da qualidade dos cimentos de cada uma das fábricas complementam a prestação deste serviço. As acções de assistência técnica a Clientes podem compreender várias tarefas, como sejam: a) Promoção do cimento produzido b) Tratamento de reclamações c) Recolha e divulgação de informação técnica nos contactos com Clientes e organismos oficiais d) Realização de ensaios laboratoriais e) Ensaios de caracterização de inertes – ensaios físicos, químicos e mecânicos f) Ensaios em betão fresco g) Ensaios em betão endurecido h) Estudo de composição de betões i) Estudos de comportamento de betões em diferentes situações climáticas j) Consultorias 2.2 Perfil do Relatório Este é o primeiro Relatório de Sustentabilidade da SECIL e surge como uma evolução natural do Relatório Ambiental e Social que a Empresa tem vindo a publicar há já alguns anos, juntamente com o Relatório e Contas. A elaboração do Relatório teve o apoio do CENDES/INETI, no âmbito do projecto “Integrar Progressivamente a Sustentabilidade na Gestão Estratégica do Grupo SECIL”. O presente documento foi preparado com base nas linhas de orientação da Global Reporting Initiative (GRI, 2002) e nas preocupações manifestadas pelos nossos principais stakeholders. Foram igualmente considerados os indicadores recomendados pela Cement Sustainability Initiative (CSI), uma iniciativa voluntária de empresas multinacionais do sector com o objectivo de integrar a problemática da sustentabilidade na agenda do sector cimenteiro internacional, no âmbito do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD). Apesar deste primeiro relatório não ter sido verificado por uma entidade externa, muitos dos dados apresentados foram já auditados no âmbito de outros processos (os dados económicos, no âmbito da auditoria ao Relatório e Contas de 2005, e os dados ambientais, relativos ao período 2001 a 2004, na validação das Declarações Ambientais das fábricas de cimento, para efeitos de registo no EMAS). 21 De modo a organizar, internamente, o conjunto de indicadores de sustentabilidade aplicáveis à nossa realidade, foi desenvolvido um Sistema de Informação Centralizado, com o objectivo de optimizar o processo de recolha e tratamento de dados, tornando-o mais robusto e expedito. 2.3 Âmbito do Relatório As informações divulgadas neste Relatório dizem respeito à actividade principal da SECIL, fabrico e comercialização de cimento. Os indicadores de desempenho apresentados referem-se ao período compreendido entre 2001 e 2005 e respeitam, exclusivamente, às três unidades cimenteiras operantes em Portugal. Informações adicionais, comentários ou sugestões podem ser obtidos junto de: José Bravo Ferreira Gestor de Qualidade, Ambiente e Segurança da Empresa SECIL – Companhia Geral de Cal e Cimento, SA Fábrica SECIL-Outão - Apartado 71 2901-864 Setúbal Tel.: 212 198 230 / 265 534 766 Fax: 265 234 629 e-mail: [email protected] 22 Estrutura e Governação 3 ESTRUTURA E GOVERNAÇÃO 3.1 Estrutura de Governação O Modelo de Governo do Grupo SECIL está focado, essencialmente, em dar suporte às questões críticas e estratégicas de negócio, de forma a garantir o alinhamento e a convergência de toda a Organização para a concretização dos objectivos de negócio. O Grupo SECIL encontra-se numa fase de consolidação e evolução de um Grupo Empresarial enquadrado no mercado português para um Grupo Internacional, o que implica o repensar da estrutura organizacional. Actualmente, a estrutura organizacional está segmentada em Portugal por divisões de negócio: Cimento; Betão e Inertes; Cal e Argamassas e Prefabricados e Materiais de Construção. Todavia, o desenvolvimento futuro esperado do Grupo, associado à internacionalização já em curso na Tunísia, Líbano e Angola, permite definir o novo modelo organizacional, que poderá tirar partido de sinergias e facilitar o acesso a know-how técnico e de negócio, através da especialização em torno das divisões de negócio já identificadas em Portugal, mas com um alcance internacional. A título ilustrativo, na Tunísia, o Grupo já dispõe de uma operação com presença em cimento e betão. O Grupo poderá em breve desenvolver uma estrutura organizacional mais adaptada a enfrentar os desafios correspondentes a uma empresa internacional a operar em três continentes e multi-produto. Modelo de Governo da SECIL O Grupo SECIL, apesar de não ser uma empresa cotada em bolsa, tem procurado consistentemente aplicar as melhores práticas de governação com o objectivo de assegurar os adequados mecanismos de check and balances associados a uma empresa com importantes responsabilidades na sociedade onde está implantada e perante todos os seus stakeholders. Por forma a assegurar o contínuo comprometimento do Conselho de Administração da SECIL com o Desenvolvimento Sustentável e uma sólida Política de Ambiente, foi atribuído ao membro do Conselho de Administração, Eng.º Carlos Abreu, a responsabilidade de assegurar a dinamização de todas as acções da Empresa neste âmbito. 24 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Conselho de Administração Comissão Executiva Divisão Cimento Divisão Betão e Agregados Fábrica Secil-Outão Divisão Novos Produtos Divisão Projectos Especiais Departamento Financeiro Departamento de Planeamento e Controlo de Gestão Assessoria Transportes Marítimos e Compras Especiais Assessoria Coordenação Funcional e Auditoria de Sistemas Departamento Comercial Departamento Jurídico Assessoria Comunicação Institucional Departamento de Recursos Humanos Assessoria Ecologia e Recuperação Paisagística Sistemas de Informática e Comunicações Departamento de Desenvolvimento Organizacional Secretaria Central Fábrica Cibra-Pataias Fábrica Maceira-Liz Coordenação de Vendas Planeamento e Controlo Técnico-Comercial Coordenação Logística Desenvolvimento e Qualidade Norte Logística e Distribuição Marketing e Qualidade Entrepostos Desenvolvimento Industrial Departamento Administrativo e de Organização Centro Comércio Internacional Sul Controlo de Crédito Sistemas de Informação Comercial Laboratório de Betões Aprovisionamento 25 Conselho de Administração Composto por treze membros com um mandato de três anos, com possibilidade de reeleição, o Conselho de Administração reúne-se cada três meses, com a seguinte composição: Presidente Vogais Pedro Mendonça de Queiroz Pereira Carlos Eduardo Coelho Alves Joaquim Dias Cardoso Mário José de Matos Valadas José Alfredo de Almeida Honório Francisco José de Melo e Castro Guedes Carlos Alberto Medeiros de Abreu Declan Doyle Anthony O’Loghlen Albert Manifold Sebastian Alegre Rossello Jim Mintern Michael O’Sullivan Comissão Executiva Composta por cinco membros do Conselho de Administração, dos quais cinco representam o accionista SEMAPA e dois o accionista CRH, a Comissão Executiva reúne-se semanalmente, com a seguinte composição: Presidente Carlos Eduardo Coelho Alves Mário José de Matos Valadas José Alfredo de Almeida Honório Jim Mintern Michael Gerard O’Sullivan Fiscal Único A actividade da Empresa é acompanhada pelo Fiscal Único que, ao abrigo das responsabilidades como Revisor Oficial de Contas, assume um papel de total independência com outros órgãos sociais da Empresa na defesa, quer dos interesses dos accionistas, quer da sustentabilidade da Empresa. As funções de Fiscal Único são asseguradas por: PricewaterhouseCoopers & Associados, SROC, Lda. representada por Abdul Nasser Abdul Sattar, R.O.C. 26 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 3.2 Participação das Partes Interessadas A SECIL reconhece que o seu sucesso depende, em grande medida, do bom relacionamento com as suas diferentes partes interessadas ou agentes, vulgarmente designados por stakeholders, que influenciam, ou são influenciados, de forma directa ou indirecta, pela sua actividade. Identificação e Selecção dos Principais Stakeholders O processo de auscultação dos stakeholders iniciou-se com a elaboração de uma listagem exaustiva de potenciais partes interessadas, baseada nos grupos de interesse indicados pela CSI, a saber: • • • • • • • • • Investidores, accionistas, entidades financeiras Organismos governamentais Fornecedores, Clientes, parceiros da cadeia de valor Comunidade local Trabalhadores, sindicatos Organizações não governamentais Juventude, mulheres, grupos minoritários Organismos de investigação, universidades, institutos politécnicos Associações Empresariais Dentro de cada um destes grupos, foram identificadas e seleccionadas as empresas e outras organizações com as quais a SECIL estabelece e mantém algum tipo de relação. O contacto com os stakeholders seleccionados, no sentido de recolher as suas principais preocupações e expectativas, foi estabelecido através de um inquérito individual dirigido por carta e/ou por correio electrónico e, no caso da fábrica Secil-Outão, a recolha dessa informação foi também efectuada durante uma das reuniões da Comissão de Acompanhamento Ambiental (CAA). Análise das preocupações/expectativas manifestadas A B C D E F G H I Stakeholders Grupo A Quem considerar neste Grupo? Quem estabelece o contacto? Identificação de Subgrupos Critérios: Importância a nível local Importância do ponto de vista do negócio Estabelecimento de Contactos Como conhecer as preocupações/ expectativas? Reunião da CAA E-mail Carta 27 Relacionamento entre a SECIL e os seus Principais Stakeholders Grupos de Interesse Principais Canais de Comunicação Accionistas Reuniões periódicas Outras Iniciativas Promovidas pela Empresa Relatórios regulares Relatório e Contas (anual) Relatório Ambiental e Social (anual) Colaboradores Intranet Realização das Festas de Aniversário das Fábricas Newsletter interna mensal Desenvolvimento de iniciativas de carácter lúdico e (SECIL Informação) cultural, através da Casa do Pessoal da SECIL e da Painéis informativos nas fábricas CMP. Encontros de Quadros Avaliação de desempenho face ao estabelecimento de objectivos (Quadros) Reuniões periódicas Inquéritos a Colaboradores Clientes Site Internet Brochuras informativas Participação em Feiras Empresariais do Sector Programa de visitas do Departamento Comercial Inquéritos de Satisfação Fornecedores Selecção e avaliação de fornecedores Inquéritos a Fornecedores Comunidade Comissão de Acompanhamento da Protocolos de financiamento e colaboração com Envolvente fábrica SECIL-Outão (constituída em Autarquias e Associações Locais Janeiro de 2003) Durante o ano de 2005 foi decidido constituir as Comissões de Acompanhamento das fábricas Maceira-Liz e Cibra-Pataias, o que se prevê venha a ocorrer durante o primeiro semestre de 2006 • Protocolo com a Câmara Municipal de Setúbal e 82 Associações Locais • Protocolo com a Junta de Freguesia da Maceira para financiamento de vários melhoramentos locais • Protocolo com a Câmara Municipal de Alcobaça e Junta de Freguesia de Pataias para financiamento da construção do Complexo Municipal de Piscinas de Pataias Campanha “Se é Importante para Setúbal, é Importante para a SECIL” (2005) Doações financeiras e em espécie a múltiplas instituições Apoio à Escola Secundária D. Manuel Martins Concurso de Postais de Natal nas Escolas do 1º Ciclo do ensino básico Realização de Semanas Portas Abertas Visitas de estudo às Fábricas Visitas ao Museu do Cimento da Fábrica Maceira-Liz Realização dos Prémios SECIL de Arquitectura e Engenharia Civil Patrocínio de Espectáculos e Provas Desportivas 28 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E Grupos de Interesse Media Principais Canais de Comunicação Outras Iniciativas Promovidas pela Empresa Atendimento personalizado das Realização de Campanha Publicitária temática solicitações dos jornalistas “Responsabilidade Social” Organização de Encontros com a Patrocínio de programa televisivo sobre Imprensa local Arquitectura 2005 Realização de visitas às fábricas Comunidade Desenvolvimento de Projectos Conjuntos Patrocínio de Publicações, Conferências e Académica Realização de visitas de estudo às Seminários fábricas Apresentações em Instituições de Ensino Comissão de Acompanhamento Ambiental da Fábrica Secil-Outão Em Janeiro de 2003, e após seis meses de preparação, foi constituída, de forma voluntária, a CAA da Secil-Outão. Esta Comissão integra, além de representantes da própria Empresa, as seguintes entidades da sociedade civil: Câmara Municipal de Setúbal, Junta de Freguesia da Anunciada, Junta de Freguesia de São Lourenço, Junta de Freguesia de São Simão, Serviço Regional de Saúde de Setúbal, Delegado de Saúde de Setúbal, Hospital do Outão, QUERCUS (Organização Não Governamental), Região de Turismo da Costa Azul, Instituto Politécnico de Setúbal, Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão e Parque de Campismo adjacente às instalações da fábrica. Com a criação desta CAA, a SECIL pretende estabelecer um diálogo directo e transparente com a sociedade, dando-lhe a conhecer a sua actividade, no sentido de se gerar uma troca de impressões e sugestões que possam contribuir para a melhoria efectiva do desempenho da Empresa, através da incorporação das questões ambientais no seu desenvolvimento estratégico. SECIL de Portas Abertas A SECIL desenvolve uma política de transparência e proximidade com as comunidades envolventes às fábricas, sendo efectuadas visitas às instalações fabris para grupos interessados (com especial destaque para estudantes e profissionais relacionados com as áreas de engenharia). Complementarmente, a fábrica Secil-Outão abre, desde 2004, as suas portas à generalidade da população durante uma semana, tendo contabilizado cerca de 365 visitantes entre os dias 4 e 10 de Julho de 2005. Neste período, a fábrica foi visitada não apenas por cidadãos anónimos, mas também por inúmeros profissionais da comunicação social, que 29 puderam verificar, in loco, o desenrolar do processo de testes à co-incineração de resíduos industriais banais. As visitas organizadas durante a Semana de Portas Abertas integraram uma apresentação em sala, uma visita detalhada às instalações da fábrica Secil-Outão (incluindo a recuperação da pedreira, zona de requalificação paisagística da Antiga Fábrica de Via Húmida e Sala de Comando), um período de esclarecimento de dúvidas e ainda o preenchimento de questionários através dos quais os visitantes manifestavam a sua opinião acerca do desempenho ambiental da fábrica. Os visitantes puderam, assim, compreender melhor o funcionamento desta fábrica e apreciar o enfoque colocado no seu desempenho ambiental. Os dados apurados nos questionários permitem concluir que a iniciativa se saldou num êxito, uma vez que os visitantes se manifestaram generalizadamente esclarecidos acerca do processo fabril, dissiparam dúvidas acerca do processo de valorização energética de resíduos e tomaram conhecimento dos avultados investimentos efectuados, quer em aquisição de tecnologia de controlo ambiental quer na vasta operação de recuperação paisagística do Vale das Mós. Equipa de Monitores Os visitantes da Semana Portas Abertas foram acolhidos, esclarecidos e acompanhados por uma equipa de engenheiros vocacionados para monitorizar as visitas e garantir que todas as dúvidas ficassem esclarecidas. Os dados apurados no questionário demonstram que a grande maioria dos visitantes considerou que a informação disponibilizada era clara e adequada, assim como a duração da visita e a sua interligação com as apresentações efectuadas na sala, o que atesta a qualidade das intervenções dos nossos monitores. Entre os vários comentários recebidos de visitantes, transcrevemos parcialmente a mensagem electrónica recebida de Manuela Duarte: “Caros Srs. Estive recentemente de visita às vossas instalações no âmbito da semana de portas abertas, e aquilo que posso dizer é: Muito Obrigado. Por todo o cuidado que têm em preservar a natureza, pelo respeito pelo património ambiental do planeta. Como moradora na região (Azeitão), estou agora mais esclarecida (…) e estou pronta a esclarecer os menos esclarecidos, e a recomendar-lhes uma ida à Secil Outão. Cumprimentos Manuela Duarte” 30 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E A Comissão de Acompanhamento Ambiental, que reuniu dia 11 de Julho, teve oportunidade de acompanhar todas as fases de teste dos resíduos, visitando pormenorizadamente as instalações onde são manuseados os resíduos e efectuados os testes de controlo. 2005 Imagens do anúncio televisivo 31 3.3 Políticas Abrangentes e Sistemas de Gestão A SECIL tem como principal objectivo a Satisfação Plena dos seus Clientes e compromete-se a exercer a sua actividade num quadro de equilíbrio de Desenvolvimento Sustentável, visando o progresso compatível com a obtenção de níveis de desempenho ambiental cada vez mais elevados. Este compromisso de melhoria contínua do desempenho ambiental assenta na co-responsabilidade de todos os trabalhadores, na integração do ambiente nas estratégias de desenvolvimento da Empresa e na valorização de resíduos, como matérias-primas secundárias e combustíveis alternativos, garantindo uma total transparência das suas actividades, através de uma política de comunicação e diálogo com todas as partes interessadas. Sistemas de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança Na sequência do Plano de Médio Prazo 1996-2000, a Administração da SECIL decidiu implementar um Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) e de Gestão Ambiental (SGA) em todas as fábricas de cimento operantes em Portugal. Esta decisão resultou da vontade expressa de adoptar um perfil vencedor para o Grupo Cimenteiro face aos desafios do século XXI: garantir a Satisfação Plena dos Clientes num quadro de Desenvolvimento Sustentável. Os sistemas de gestão foram implementados de acordo com referenciais normativos internacionais - as Normas NP EN ISO 9000, para o SGQ, e NP EN ISO 14001, para o SGA. A primeira unidade fabril do Grupo a obter a certificação dos seus sistemas foi a Secil-Outão, em Dezembro de 1998, tendo a CMP obtido o mesmo reconhecimento em 2001. A SECIL orgulha-se de ter sido a primeira cimenteira Nacional e da Península Ibérica e uma das primeiras a nível europeu, entre as mais de 330 existentes, a obter a certificação ambiental. Um dos aspectos mais relevantes do processo de certificação do SGA foi o energético, onde se realizaram importantes investimentos no aproveitamento racional e redução do consumo de energia. Estes investimentos contribuíram decisivamente para o facto de o sector Português ter sido considerado o segundo com a melhor performance energética da Europa, de acordo com um estudo encomendado pela DG XVII da Comissão Europeia. Aliás, já em 1990, as preocupações da SECIL com o consumo racional de energia tinham sido distinguidas com o prémio EDP desse ano. A implementação dos sistemas permitiu iniciar um ciclo de melhoria contínua nas unidades fabris, através: i) do estabelecimento de objectivos e metas consequentes; ii) da definição de programas de gestão com vista ao cumprimento desses objectivos; iii) da monitorização dos resultados das acções planeadas, de modo a verificar o cumprimento dos objectivos e a determinar eventuais desvios; iv) do desencadear de acções correctivas e/ou preventivas visando manter os processos controlados dentro do quadro de evolução previsto; v) do estabelecimento de acções de auditoria aos sistemas, permitindo avaliar a sua eficácia na garantia da obtenção dos objectivos visados e conduzindo à sua revisão e optimização; vi) do desenvolvimento da consciência e co-responsabilidade de todos os Colaboradores, como factores-chave de sucesso para se atingirem os níveis de desempenho pretendidos. Por forma a garantir o funcionamento dos sistemas, foi estabelecida uma estrutura funcional única, constituída por órgãos de decisão – o Conselho Geral da Qualidade, Ambiente e Segurança (CGQA) da Empresa e a Comissão da Qualidade, Ambiente e Segurança das Fábricas (CQAS e CQAC) e por responsáveis pela manutenção dos sistemas – o Gestor da Qualidade, 32 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Ambiente e Segurança da Empresa (GQAE), representante da Direcção, pelos Gestores da Qualidade, Ambiente e Segurança das Fábricas (GQAS e GQAC) e pelo Gestor da Qualidade e Ambiente do Departamento Comercial (GQAD). Organigrama Funcional do SGQAS Em 1999, foi estabelecido um Contrato de Melhoria Contínua do Desempenho Ambiental para o Sector Cimenteiro, entre os Ministérios da Economia e do Ambiente e o Sector Cimenteiro Nacional, que a SECIL subscreveu. Neste Contrato foram previstas acções e investimentos em vários domínios, nomeadamente na melhoria do controlo da emissão de partículas, na montagem de instalações de limpeza industrial, na monitorização ambiental e no aumento da eficiência energética e ambiental de alguns moinhos. A sua realização foi devidamente acompanhada por uma Comissão de Avaliação, conforme previsto. O volume global de investimento associado às acções concretizadas foi de 90,49 M€, com a seguinte distribuição por instalação: Volume de Investimento (M€) Secil-Outão Maceira-Liz Cibra-Pataias TOTAL 42,63 20,90 26,96 90,49 No âmbito deste Contrato foi ainda assumido, por parte de todas as unidades cimenteiras nacionais, o compromisso de obtenção do registo no EMAS. Em Agosto de 2005, foram entregues na Autoridade Competente – Instituto do Ambiente (IA) os pedidos de registo no EMAS das fábricas Secil-Outão, Maceira-Liz e Cibra-Pataias. Durante o ano de 2001, a Secil-Outão iniciou o projecto de implementação de um Sistema de 33 Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho (SGSST), com base no referencial normativo OHSAS 18001: 1994 (Occupational Health and Safety Assessment Series). Este sistema foi certificado em 2005, tendo sido a primeira unidade cimenteira do País a obter tal reconhecimento. As outras duas fábricas de cimento do Grupo encontram-se em vias de alcançar o mesmo objectivo. Sistemas de Gestão Qualidade Ambiente Segurança Referencial Normativo NP EN ISO 9001 NP EN ISO 14001 EMAS OHSAS 18 001/NP4397 Aguarda registo Maceira-Liz √ √ √ Estado da Certificação Cibra-Pataias √ √ √ √ Previsto para 2006 Previsto para 2006 SECIL-Outão √ √ Licenciamento Ambiental De acordo com a Directiva Europeia relativa à Prevenção e Controlo Integrados de Poluição (PCIP), transposta para o direito interno através da publicação do Decreto-Lei nº 194/2000, de 21 de Agosto, todas as instalações existentes, abrangidas pelo referido diploma, terão que obter a respectiva Licença Ambiental até 31 de Outubro de 2007. Durante o ano de 2005, iniciaram-se os trabalhos necessários à obtenção do licenciamento ambiental das três unidades fabris. Principais Afiliações, Iniciativas e Projectos no Âmbito do Desenvolvimento Sustentável Principais Afiliações Internacional GRI – Global Reporting Initiative CSI - Cement Sustainability Initiative Nacional ATIC - Associação Técnica da Indústria de Cimento AFLOPS - Associação de Produtores Florestais de Setúbal BCSD Portugal – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável CEPA/AIP – Conselho Estratégico para o Ambiente / Associação Industrial Portuguesa Entidade que tem no seu objecto o desenvolvimento de acções de preservação e valorização das florestas, dos espaços naturais, da fauna e da flora, bem como a valorização do património fundiário e cultural dos seus associados. Na qualidade de membro do Conselho Executivo da CEPA, a SECIL participou em diversas intervenções desta associação, nomeadamente na elaboração de pareceres sobre propostas de novos diplomas legislativos, na área do ambiente. Iniciativas e Projectos 2001 Início do projecto “Gestão Ecológica de Áreas Revegetadas: um Caso de Estudo em Pedreiras Calcárias Mediterrânicas”, na sequência do protocolo entre a SECIL e o Centro de Ecologia e Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências de Lisboa. 2002 Criação do Grupo de Desenvolvimento Sustentado da SECIL, constituído por Colaboradores pertencentes a todos os ramos de actividade do Grupo SECIL, de modo a iniciar as bases que permitam a introdução da sustentabilidade no seio do Grupo. Continuação do projecto “Gestão Ecológica de Áreas Revegetadas: um Caso de Estudo em Pedreiras Calcárias Mediterrânicas” 2003 Início do projecto “Integrar Progressivamente a Sustentabilidade na Gestão Estratégica do Grupo SECIL”, desenvolvido com o CENDES/INETI. A convite das entidades oficiais, a SECIL participou na recolha de informação relativa ao funcionamento do Sector Cimenteiro, quer no passado, quer em termos de previsão para o futuro próximo, no âmbito do Plano Nacional para as Alterações Climáticas e do Plano Nacional dos Tectos de Emissões. No âmbito da aplicação da Directiva PCIP, a solicitação da respectiva Comissão Consultiva, a SECIL integrou o Grupo de Trabalho do Sector Cimento que elaborou um documento de caracterização deste Sector, ao nível nacional, incluindo as previsões de adopção, a curto-médio prazo, das Melhores Tecnologias Disponíveis. A convite do CENDES, a SECIL participou na primeira rede temática comunitária sobre o desenvolvimento de Sistemas Produto/Serviço Sustentáveis, denominada SUSPRONET, a qual visa a criação de excelência e disseminação das melhores práticas no domínio do desenvolvimento dos serviços associados aos produtos, contribuindo para os objectivos comunitários associados à Política Integrada do Produto, ao Desenvolvimento Sustentável e ao Aumento da Competitividade. 34 2004 Início do projecto Ecotechnology for Environmental Restoration of Limestone Quarries, projecto ibérico que visa a excelência na recuperação paisagística de pedreiras. 2005 Participação da SECIL no Young Managers Team Portugal R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E Projecto 2005 “Integrar Progressivamente o Conceito de Sustentabilidade na Estratégia de Desenvolvimento do Grupo SECIL” No início de 2004 , foi realizado no INETI o workshop de arranque do projecto, com a presença do Presidente do INETI e do Presidente da Comissão Executiva da SECIL, do Grupo de Desenvolvimento Sustentado da SECIL (GDSS), da equipa do CENDES e das Administrações e Técnicos designados para as equipas afectas ao projecto das empresas /instalações envolvidas, a saber: SECIL(Outão), CMP (Maceira-Liz), Unibetão (Frielas), Betopal (Queluz), Secil Britas (Penafiel), Argibetão (Cartaxo), Secil Martingança (Maceira), Secil-Prebetão (Montijo), Enersis (Hídrica Penacova e Eólica Igreja Nova) e Cal Brita (Fornecedor de Agregados). Neste workshop foram abordados os seguintes assuntos: • A sustentabilidade como base de um novo modelo de gestão; • Apresentação do projecto; • Aplicação prática da sustentabilidade no grupo SECIL - exemplo da Secil PREBETÃO Setúbal; • A intervenção das empresas junto do mercado. Em Março de 2004, foram efectuadas as visitas às empresas, de acordo com o planeamento do projecto, com vista à caracterização das mesmas de forma a seleccionar as ferramentas de gestão a aplicar em cada caso. Em Abril de 2004, o CENDES elaborou os planos de acção a aplicar em cada caso que foram aprovados pelo GDSS. Em Maio de 2004, realizou-se um workshop em que estiveram presentes as Administrações e Técnicos das equipas das empresas envolvidas, onde foi dada formação específica sobre as ferramentas seleccionadas para cada caso, como a aplicação do Manual Prepol para as áreas de Fornecedores de Inertes e Produção Mais Limpa, Avaliação do Ciclo de Vida do Produto e Análise de Valor, apresentação das directrizes da GRI e selecção de indicadores a incluir no Relatório de Sustentabilidade, apresentação da plataforma on-line para o projecto e, ainda, a apresentação de um projecto PSS (Product Service System) com potencial de implementação no Grupo SECIL. Entre Abril e Novembro de 2004, desenvolveram-se os trabalhos em cada uma das empresas, tendo sido feito um ponto de situação com todos os intervenientes envolvidos no início de Novembro, em que se procedeu à preparação das equipas para as sessões de brainstorming que se realizaram até final do ano e algumas já no início de 2005. Ao longo de 2005, as diferentes equipas analisaram a viabilidade técnica e económica das acções levantadas nas sessões de brainstorming. Posteriormente, elaboraram a proposta de Plano de Acções a desenvolver nos próximos anos. Participação no YMT PT Durante o ano de 2005 decorreu a 1ª edição do projecto Young Managers Team Portugal (YMT PT), uma iniciativa do BCSD Portugal que reuniu um conjunto de 17 Empresas nacionais, num total de 22 participantes, com idades compreendidas entre os 25 e os 32 anos. Foram constituídas duas equipas que, ao longo de um ano, desenvolveram uma agenda de trabalho dedicada aos temas da Inovação e da Mobilidade Urbana Sustentável. O jovem quadro que representou a SECIL neste projecto participou no Grupo de Trabalho dedicado à Inovação Empresarial – hoje reconhecida como pilar fundamental para o desenvolvimento económico e social do País – cujo objectivo foi promover um processo de reflexão sobre a forma como o desenvolvimento económico, baseado na inovação, pode e deve incorporar os princípios da sustentabilidade. A participação de jovens quadros neste tipo de iniciativas constitui uma oportunidade de crescimento profissional e de criação de uma rede de contactos, através da qual é possível partilhar melhores práticas e soluções no âmbito do desenvolvimento sustentável. 35 Página intencionalmente em branco 4 Indicadores de Desempenho 4 INDICADORES DE DESEMPENHO 4.1. Desempenho Económico Evolução dos Principais Indicadores Económicos 2001 Activo Líquido Capitais Próprios EBIT* EBITDA** Investimento Líquido Passivo Financeiro Rentabilidade do Activo Rentabilidade dos Capitais Próprios Resultados Líquidos Volume de Negócios Vendas de Cimento e Clínquer Portugal Cimento Cinzento Cimento Branco Clínquer Estrangeiro Cimento Cinzento Cimento Branco Clínquer Vendas de Cimento e Clínquer Portugal Cimento Cinzento Cimento Branco Clínquer Estrangeiro Cimento Cinzento Cimento Branco Clínquer * EBIT - Resultados operacionais da Empresa 2003 2004 2005 1 066 1 063 1 153 424 453 461 94 91 49 135 138 103 249 71 26 454 385 476 8,2 6,0 4,9 20,6 14,2 12,2 87 64 56 301 294 240 4 094 3 913 3 471 4 035 3 814 3 145 3 932 3 714 3 064 103 96 82 0 4 0 59 99 326 41 48 121 4 0 0 14 51 206 288 431 280 221 229 028 284 114 275 097 220 320 272 521 264 073 210 991 11 593 10 812 9 329 0 212 0 4 317 5 124 8 708 3 10 € 3 166 3 774 3 963 3 10 € 419 11 16 3 10 € 732 1 339 4 729 **EBITDA = EBIT + Amortizações + Provisões 962 313 53 105 20 403 5,8 17,9 56 261 3 906 3 423 3 325 74 24 483 266 0 217 247 514 232 939 223 559 8 120 1.260 14 575 9 555 34 4 986 1 067 353 40 100 38 443 5,4 16,4 58 267 3 736 3 330 3 244 86 0 406 225 0 181 249 641 231 442 221 908 9 534 0 18 199 10 192 32 7 975 M€ M€ M€ M€ M€ M€ % % M€ M€ 3 10 t 3 10 t 3 10 t 3 10 t 3 10 t 3 10 t 3 10 t 3 10 t 3 10 t 3 10 € 3 10 € 3 10 € 3 10 € 3 10 € 2002 Em 2005, e pelo quarto ano consecutivo, o consumo de cimento no mercado interno sofreu um decréscimo em relação ao ano anterior na ordem dos 5,5% (entre 2004 e 2005). Esta evolução negativa na procura de cimento reflecte a situação de recessão que o sector da construção atravessa, quer na área da habitação, quer na área das obras públicas. A quebra da construção residencial é consequência da evolução negativa do rendimento disponível das famílias e da diminuição da oferta de habitação para níveis mais compatíveis com a procura. A diminuição do sector das obras públicas decorre da contracção da actividade económica resultante, essencialmente, de uma política económica dominada pela contenção das despesas públicas. Apesar deste contexto globalmente recessivo, a SECIL melhorou o seu dinamismo comercial e postura de proximidade e serviço ao Cliente, o que lhe permitiu manter a quota de mercado. As vendas de clínquer e cimento atingiram 3,7 milhões de toneladas, correspondentes a 249 M€; comparativamente a 2004, verificou-se um ligeiro aumento em valor (cerca de 0,5%), apesar da diminuição das quantidades (em cerca de 4,4%). Em termos de mix dos produtos vendidos, continuou a registar-se o aumento do cimento a granel, em particular, do tipo II 42,5. As vendas do cimento branco aumentaram cerca de 15% relativamente a 2004, tendência justificada pela implementação do plano de promoção do cimento branco. Nesta área salienta-se ainda o lançamento de um produto novo, cimento branco tipo II 52,5 N, ensacado. As vendas para o mercado externo atingiram 406 000 t, tendo sofrido um decréscimo de cerca de 16% em relação a 2004, no entanto em valor registaram um acréscimo de 25%. 38 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 O cimento SECIL foi incorporado em várias obras relevantes e de prestígio, já concluídas ou em curso de realização, designadamente a Ponte do Carregado, a Linha Vermelha do Metro de Lisboa, a Basílica de Fátima e várias obras de arte na rede nacional de estradas e auto-estradas, nomeadamente na A10 e na A13. A produção global de cimento registou um ligeiro decréscimo face a 2004 (-2,3%). O cimento produzido nas três fábricas continuou a apresentar características finais bastante homogéneas e elevados padrões de qualidade, aspecto que se considera essencial para garantir um reconhecimento geral no mercado sobre o alto nível de exigência por que se pauta a SECIL. Informação Complementar Informação mais completa sobre o desempenho económico e financeiro do Grupo SECIL encontra-se disponível no Relatório e Contas de 2005 em www.secil.pt. Fluxos Financeiros com os Principais Stakeholders CLIENTES Vendas 526 489 106 € COLABORADORES ASSOCIAÇÕES ESTADO E AUTARQUIAS Salários 51 861 814 € Mecenato 877 498 € Impostos 16 539 082 € Dividendos 19 891 344 € Juros 14 060 177 € Pagamentos 403 628 912 € ACCIONISTAS INSTITUIÇÕES BANCÁRIAS FORNECEDORES Outros Recebimentos 195 490 € Total de Recebimentos 526 684 596 € Total de Pagamentos 506 658 827 € Saldo para a Empresa 20 025 769 € Total Disponível para Investimento 57 916 529 € Prémios de Emissão 40 500 € Investimentos Financeiros 11 270 647 € Investimentos Industriais Refinanciamento Líquido 46 645 882 € 37 850 260 € 39 4.2. Desempenho Ambiental Evolução dos Principais Indicadores Ambientais Consumo de Materiais Matérias-Primas Naturais Matérias-Primas Secundárias Consumo de Energia Energia Térmica Energia Eléctrica Consumo de Combustíveis Combustíveis Fósseis Combustíveis Alternativos Emissões Atmosféricas Partículas NOx SOx CO2 Consumo de Água Captações subterrâneas próprias Biodiversidade Instalações fabris com PRPP Resíduos Produção total de resíduos Destino final dos resíduos produzidos Valorização interna Valorização externa Eliminação externa 2001 2002 2003 2004 2005 kt kt 5 677 152 6 032 172 5 164 153 5 988 180 5 699 214 TJ GWh 11 003 377 10. 184 362 8 469 321 10 041 362 10 608 384 kt kt 327 7,9 336 8,6 259 14,3 302 25,7 301 57,2 kt kt kt Mt 0,094 5,2 0,8 2,6 0,080 4,7 0,3 2,7 0,104 4,2 0,7 2,3 0,108 6,8 0,9 2,7 0,046 5,9 0,7 2,6 103 m3 1 354 1 341 1 293 1 396 1 039 % 100 100 100 100 100 kt 20,1 5,1 8,8 8,5 6,9 % % % 66 18 16 22 25 53 25 51 24 36 43 20 55 28 17 Consumo de Materiais Quando as matérias-primas naturais não têm as características necessárias e suficientes para o fabrico do cimento, torna-se por vezes necessário efectuar correcções, recorrendo a outros materiais. Por exemplo, o teor em sílica pode ser corrigido através da adição de areia natural à mistura dos calcários e das margas, podendo eventualmente utilizar-se areias de fundição ou resíduos industriais ricos em sílica. A correcção do teor em óxido de ferro pode ser feita pela adição de cinzas de pirite1, ou pela adição de granalha de ferro2. No caso do fabrico do cimento branco, para o qual as matérias-primas principais são os calcários brancos, os caulinos e as areias, podem adicionar-se, desde que devidamente doseadas, natas de mármore3 ou chacotas e vidrados4. Ao nível da moagem do cimento, além da adição de gesso que funciona como regulador de presa, podem ainda ser introduzidos aditivos calcários (calcário britado e fíler calcário) e outros constituintes (escórias siderúrgicas5 e cinzas volantes6), consoante o tipo de cimento que se pretende fabricar, e de acordo com a Norma NP EN 197-1. Na moagem do cimento branco, e em substituição do gesso natural, pode ser utilizado gesso de formas7. O aproveitamento destes materiais no processo de fabrico do cimento, além de contribuir para 1 resíduo industrial resultante da ustulação das pirites 2 resíduo industrial da actividade da construção naval, resultante da decapagem dos navios 3 resíduo da indústria dos mármores e dos calcários 4 resíduos da indústria do barro branco 5 escórias granuladas de alto-forno 6 fracção mais fina das cinzas do carvão queimado nas centrais termoeléctricas 7 resíduo proveniente da indústria cerâmica 40 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 a preservação dos recursos naturais, uma vez que substituem parte das matérias-primas naturais, evidencia o compromisso que a Empresa assumiu na sua Política Ambiental de "colaborar com as autoridades e as outras indústrias no sentido da redução e valorização de materiais residuais, incorporando-os no seu fabrico, sempre que possa assegurar um tratamento ambiental mais favorável e compatível com a qualidade dos seus processos e produtos". Consumo de Materiais Matérias-Primas Naturais Matérias-Primas Secundárias Taxa de utilização de matérias-primas secundárias como percentagem do consumo total de matérias-primas kt kt 2001 5 677 152 2002 6 032 172 2003 5 164 153 2004 5 988 180 2005 5 699 214 % 2,61 2,77 2,87 2,93 3,62 Consumo de Materiais - Global Fábricas % kt 8 000 3 7 000 2 6 000 1 0 5 000 2001 Matérias-Primas Naturais 2002 2003 2004 2005 Taxa de Utilização de Matérias-Primas Secundárias Consumo de Energia O fabrico do cimento é um processo extremamente exigente do ponto de vista energético, dado que incorpora elevadas quantidades de energia térmica (sobretudo na fase de clinquerização) e eléctrica (nas diversas fases de moagens). Sendo a energia o principal factor de custo envolvido na produção de cimento, representando cerca de 30 a 40% do custo global, naturalmente que ao longo dos anos sempre houve uma preocupação na monitorização rigorosa dos consumos fabris, na promoção da utilização racional dos recursos e na procura constante de alternativas energéticas. Tradicionalmente têm sido os combustíveis fósseis – hulhas, lenhites, gás natural, fuelóleo e petcoque (produtos derivados da destilação do petróleo) - a fornecer a energia caloríficia necessária à indústria cimenteira; a passagem do processo de fabrico por via húmida para via seca foi, sem dúvida, a alteração tecnológica que contribuiu de forma mais significativa para a redução do consumo de energia térmica8. A introdução dos cimentos compostos no mercado, em 1989, também contribuiu para a redução do consumo de energia, uma vez que estes cimentos, ao incorporarem uma menor quantidade de clínquer (através da sua substituição por aditivos como cinzas volantes, escórias ou fíler calcário), requerem, por conseguinte, um menor consumo energético. A SECIL tem realizado importantes investimentos nas suas unidades fabris, no sentido da optimização dos equipamentos e, consequentemente, na redução dos seus consumos eléctricos. Destacam-se, entre outros, a montagem de prensa de rolos para pré-moagem do clínquer, a 8 O processo por via húmida obrigava a um consumo calorífico de grandes proporções, dado que era necessário proceder à evaporação da água de diluição utilizada para a homogeneização das matérias-primas. A crise energética do início da década de 70 forçou o encerramento de grande parte das fábricas por via húmida, optando-se por um processo de homogeneização que prescinde da prévia diluição das matérias-primas em água e que, por isso mesmo, é designado por via seca. A homogeneização, neste caso, é conseguida após moagem muito fina das matérias-primas, por sistemas adequados. 41 Calcário Marga Caulinos Argila Branca Resíduos de corte e serragem de pedra Tijolos refractários, Mistura de RCD Chicota e vidrado Rejeitados de pó e placas Lamas de Cal Lamas de ETARI Granalha de Ferro Cinzas de Pirite Areias de Fundição Pós finos de Cal e Cimento Rejeitados de pó e placas Areia 2 1 3 4 adopção de separadores dinâmicos nos moinhos de cimento, a substituição do transporte pneumático por transporte mecânico de materiais e a montagem de cascatas nos grandes ventiladores dos fornos e moinhos de cru. A redução do consumo de energia, na óptica do desenvolvimento sustentável, passa, cada vez mais, pela promoção de medidas que permitam atingir a eficiência energética e pela aposta em energias renováveis ou alternativas. No entanto, o mix de produtos e de combustíveis utilizados condiciona fortemente os níveis de consumo. Consumo de Energia Energia Térmica Energia Eléctrica TJ GWh 2001 11 003 377 2002 10 184 362 2003 8 469 321 2004 10 041 362 2005 10 608 384 Utilização de Combustíveis Alternativos Em 1986, e após estudos prévios, arrancou na fábrica Maceira-Liz a primeira instalação do País para a queima de pneus usados. A principal diferença dos pneus, enquanto combustível, em relação aos combustíveis fósseis reside no facto de não ser, ao contrário destes, um combustível de fluxo contínuo e de a sua combustão ser muito mais lenta, em consequência da sua dimensão. Em 2005, a percentagem de substituição de combustível tradicional por pneus foi cerca de 12%, em relação ao consumo calorífico total da fábrica Maceira-Liz e 3,4% em relação ao consumo calorífico das três unidades fabris nacionais. Biomassa de origem vegetal Em 2004 iniciou-se, na fábrica SECIL-Outão, o processo de valorização energética de resíduos de natureza vegetal, de acordo com a Autorização Prévia nº 47/2004-RI. Em 2005, o Instituto Nacional de Resíduos (INR) concedeu licença9 para a valorização energética dos seguintes resíduos industriais banais (RIB’S): Pneus na Maceira-Liz - Farinhas de carne e osso (LER 02 02 03) - Chips de pneus usados (LER 19 12 04) - Resíduos do tratamento mecânico de veículos em fim-de-vida (LER 19 12 12) Consumo de Combustíveis Fósseis Alternativos kt kt 9 Licença DRG 1200 de 24 de Junho de 2005 42 2001 327 7,9 2002 336 8,6 2003 259 14,3 2004 302 25,7 2005 301 57,2 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Fluff Pneus Chips de pneus RDF Estilha de Madeira Farinha e gorduras animais Petcoque Fuel Gesso Gesso de formas Cinzas volantes Escórias Filer calcário Pó de despoeiramento 5 6 Fluxo de Materiais Processo de Fabrico: Exemplos de resíduos valorizados como matérias-primas secundárias Exemplos de resíduos valorizados como combustíveis alternativos Combustíveis fósseis tradicionais Matérias-primas naturais 1. Extracção de Matérias-Primas 2. Preparação, Transporte, Armazenagem e Pré-Homogeneização 3. Obtenção de Cru 4. Clínquerização 5. Moagem de Clínquer e Armazenagem de Cimento 6. Embalagem e Expedição Biomassa de origem animal Chips de pneus usados 4.1% Fluff 5.6% Fósseis Alternativos Fósseis Alternativos Biomassa 90.3% Taxa de utilização de combustíveis como percentagem do consumo térmico total - 2005 Biomassa Vegetal A SECIL desenvolveu uma parceria com a AFLOPS para implementar um programa de substituição de parte dos combustíveis fósseis utilizados por resíduos florestais. Esta é uma fonte de energia renovável que, além de permitir reduzir as emissões de CO2 para a atmosfera, permite também reduzir a dependência da Empresa em relação aos combustíveis tradicionais e importados. O projecto de utilização de energias renováveis inspirou-se nas experiências realizadas, com sucesso, na Alemanha e na Áustria. O investimento rondou os cinco milhões de euros e incluiu a instalação de máquinas de triturar madeira em zonas florestais, tendo a primeira unidade sido instalada junto da localidade de Comporta, com o objectivo de alimentar a fábrica Secil-Outão. A utilização de resíduos florestais por parte da SECIL traz também benefícios para a AFLOPS; com esta colaboração torna-se viável fazer a limpeza das matas, diminuindo o risco de incêndio, o que, como se compreende, tem uma importância ambiental significativa. 43 Consumo de Água A água utilizada nas instalações fabris provém de captações próprias, subterrâneas e superficiais, devidamente licenciadas pelas entidades competentes, sendo sujeita a tratamento adequado, conforme o fim a que se destina. Na produção de cimento por via seca, o consumo de água não é muito significativo; a principal utilização deste recurso encontra-se associada aos circuitos de arrefecimento de máquinas e equipamentos, ao condicionamento de gases dos fornos e ao arrefecimento dos moinhos de cimento, sendo ainda utilizada em lavagens, rega dos espaços verdes, na actividade de recuperação paisagística das pedreiras e ainda na humidificação dos caminhos, sobretudo na época estival, como forma de minimizar a emissão difusa de partículas. Os sistemas de arrefecimento de máquinas e equipamentos são em circuito fechado, o que permite o aproveitamento e reutilização da água industrial, reduzindo significativamente o consumo de água do processo e minimizando a produção de efluentes líquidos. Consumo de Água Captações subterrâneas próprias 103 m3 2001 1 354 2002 1 341 2003 1 293 2004 1 396 2005 1 039 Impactes sobre a Biodiversidade De um modo genérico os impactes ambientais de uma fábrica de cimento, sobre a biodiversidade, encontram-se maioritariamente associados às operações resultantes da exploração das pedreiras. Com efeito, e em consequência da remoção do coberto vegetal, esta actividade interfere directamente sobre o número de espécies vegetais e, consequentemente, sobre a diversidade florística local. No que respeita aos impactes sobre a fauna, estes poderão estar relacionados com a redução das fontes de alimento e uma eventual alteração na hierarquia da cadeia alimentar, bem como com a perturbação ou destruição de nichos ecológicos. Sendo das pedreiras que a SECIL extrai as principais matérias-primas necessárias ao processo de fabrico do clínquer e cimento, produtos que a Empresa devolve à sociedade, justo é que essa vantagem que a Natureza lhe confere seja retribuída com um grande empenho na correcção dos desequilíbrios ecológicos, que são o preço de qualquer actividade económica. As três unidades fabris dispõem de Planos Ambientais de Recuperação Paisagística (PARP) aprovados e em execução. Recuperação Paisagística das Áreas Exploradas Os primeiros estudos de recuperação paisagística das pedreiras da Secil-Outão foram realizados em 1965, cerca de uma década antes da criação do Parque Natural da Arrábida (PNA)10. O estudo prévio data de 1973, e após a sua aprovação, ficou determinado que seriam efectuados Projectos a Médio Prazo (1981/2000 e 2000/2015) e Projectos de Execução trienais. O Projecto de Recuperação Paisagística foi concluído em 1981, tendo os trabalhos sido iniciados no triénio de 1982/84. O PARP das pedreiras da fábrica Maceira-Liz foi aprovado em 1994, em articulação com o Plano de Lavra, permitindo a recuperação em simultâneo com a exploração. 10 O PNA foi criado a 28 de Julho de 1976, pelo Decreto-Lei n.º 622/76, e encontra-se dividido em: Reserva Natural Integral (RNI); Reserva Natural Parcial (RNP) e Reserva Paisagística. Apesar de estar inserida no PNA, a propriedade da SECIL não se encontra em nenhuma destas reservas classificadas. A área total da propriedade é de 424,7 ha, sendo limitada a Norte pela estrada nacional EN 379 e pela estrada municipal 528; a Sul pelo Oceano Atântico; a Este pelo Rio Sado; e a Oeste pelos lugares de Lameiras e Casal de Castelejo. 44 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Relativamente às pedreiras da fábrica Cibra-Pataias, no ano 2000 foi efectuado o pedido de criação de Área de Reserva ao Instituto Geológico e Mineiro, cuja aprovação só veio a ser publicada em Diário da Republica no final de 2002. Os trabalhos desenvolvidos durante o ano 2005 encontram-se sistematizados no quadro seguinte: SECIL-Outão Maceira-Liz Cibra-Pataias √ √ √ 4 100m2 4 000m2 - Limpeza e manutenção das áreas plantadas 2 000m2 1 200m2 PARP aprovado e em execução Principais trabalhos desenvolvidos em 2005 Plantações 5 434un + 6 744*un Sementeiras 2 840m2 + 61 980* m2 Hidrossementeira 19 530m2 + 36 140*m2 Na hidrossementeira foi testada a adição de uma mistura de flores silvestres 17 930m2 - Modelação do talude do 1º piso D da Pedreira de Marga, com regularização e estabilização de todo o talude; Preparação do terreno (para futuras sementeiras e plantações) - Colocação de 6 000t de terras para modelação do talude F da Pedreira Alva de Pataias - Colocação de terra vegetal na zona envolvente do britador - Colocação de terra vegetal no talude do 1º piso D da Pedreira da Marga, para futura plantação de pinhal Outros - Instalação de um sistema de rega por nebulização na Pedreira de Marga - Execução do Projecto ECOQUARRY no talude 180/160 - Colocação de um sistema de rega por aspersão numa área adjunta à estrada de acesso à fábrica, tendo sido também reforçada a hidrossementeira - Erradicação de acácias - Arranjo paisagístico na envolvente do britador * Na requalificação Visual e Paisagística da antiga fábrica por Via Húmida TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO APLICADAS Hidrossementeira e sementeira a lanço A hidrossementeira e a sementeira a lanço têm originado resultados bastante positivos na aderência das sementes ao solo e à rocha, permanecendo o tempo suficiente para que haja germinação. A hidrossementeira é uma técnica que tem como finalidade acelerar os processos de vida no solo e consiste na projecção contra os taludes de uma mistura constituída por sementes (herbáceas e arbustivas); fertilizantes; fibra de madeira (estilha); um fixador (guam ou goma arábica), não tóxico e biodegradável; e por um corante natural de cor verde. Este corante é utilizado como marcador, com o intuito de controlar e manter as zonas já trabalhadas e também para minimizar o impacte visual. Devido às condições geológicas existentes, nomeadamente os taludes mais íngremes, é necessário complementar a hidrossementeira com a sementeira a lanço (maioritariamente sementes de gramíneas). Este método é utilizado com vários objectivos: corrigir as zonas onde é realizada a hidrossementeira; minimizar a acção nociva do pisoteio e das chuvas e atingir os lugares onde o hidrossemeador não consegue chegar. Hidrossementeira em aplicação 45 TÉCNICAS DE RECUPERAÇÃO APLICADAS Polímero O polímero (policrilato de sódio) é uma substância super absorvente que permite fixar a água das chuvas e/ou das regas, podendo absorver 350 vezes o seu peso. No período estival, a água retida no polímero é fornecida progressivamente às plantas, evitando a sua rápida infiltração ou evaporação. O polímero é um produto biodegradável dado que, após sete anos aproximadamente, integra-se no meio. Rede de rega por aspersão A insuficiência de substrato, como armazenador de água e vida microbiana, implica a necessidade de rega regular, de modo a assegurar o desenvolvimento e o crescimento das plantas. O sistema de rega por aspersão, amovível, tem sido utilizado durante os primeiros três anos – fase de manutenção, enquanto as plantas são jovens e ainda não atingiram um estado autónomo. Tutores Os tutores são utilizados nas plantações, nomeadamente na sustentação de espécies arbóreas, para que seja minimizada a acção nociva do vento. Estes podem ser canas secas ou ferros (no caso de plantas maiores). Utilização de tutores nas plantações Muro Ecológico O muro ecológico foi uma experiência realizada para estabilização de uma zona difícil da Pedreira de Marga da Secil-Outão. Consistiu numa estrutura de betão composta por vários compartimentos, apoiada no talude, de modo a evitar o arrastamento e o desprendimento de terras por acção da chuva, nos quais foi colocada terra vegetal e plantas. A composição do muro foi estudada e desenvolvida pelo Laboratório de Betões da SECIL. Início da construção do Muro Ecológico (Julho e Dezembro de 1998) 46 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Recuperação das Pedreiras da Secil-Outão “O projecto de recuperação paisagística das Pedreiras do Outão tem a finalidade de repor a vegetação existente antes da abertura de pedreira. Não se pretende obter a mesma forma, pelo que não se propõe o enchimento com materiais estranhos, entulhos e muito menos lixos. Assim, propõem-se o revestimento vegetal das plataformas para se obter a estabilidade do meio”. (in Comunicação apresentada nas II Jornadas da Indústria Mineral Portuguesa pelo Arquitecto Paisagista Edgar Sampaio Fontes, Abril de 1996) Uma das novidades de concepção do Projecto de Recuperação Paisagística das Pedreiras do Outão foi permitir que, pela primeira vez, se procedesse à recuperação da paisagem durante a exploração e não só no seu final de vida. Tradicionalmente, a exploração de uma pedreira a céu aberto, e em encosta, processa-se a partir dos pontos de cota mais baixa. Neste caso, só depois de ser dado por terminado todo o trabalho de extracção é possível começar a recuperação; com dois grandes inconvenientes: atrasa todo o processo de recuperação e obriga a Empresa a despender avultadas verbas quando já não pode contar com proventos resultantes dos materiais extraídos. Ao invés, a técnica utilizada na Secil-Outão foi começar a explorar à cota mais elevada, libertando à recuperação áreas de trabalho, conseguindo-se assim a simultaneidade da exploração e da recuperação. Conseguir que as zonas recuperadas apresentem um aspecto, tanto quanto possível, semelhante às zonas envolventes e não atingidas pelo desmonte não é uma tarefa fácil. Para recuperar é preciso estabilizar os taludes, o que por vezes é complicado devido à inclinação dos estratos (no caso da Pedreira de Calcário), ou pela presença de argilas (no caso da Pedreira de Marga). Por outro lado, o calcário é uma rocha sedimentar cujo sistema de circulação e retenção da água não é bem conhecido, obrigando a cuidados suplementares no processo de rega e posterior desenvolvimento das plantas. Para se poder dispor das diferentes espécies necessárias, nas quantidades e épocas convenientes, foi criado um viveiro com multiplicação ao ar livre e em estufas, onde, com a antecedência prevista nos Projectos de Recuperação, é possível dispor das plantas com garantia de origem, uma vez que as sementes são colhidas nas imediações. As plantas saem do viveiro para o local definitivo quando atingem um desenvolvimento suficiente para se autonomizarem. Mesmo assim, após um triénio de plantações, mantém-se, para a mesma área, um triénio de manutenção e outro de vigilância. As espécies de plantas utilizadas na reflorestação são as seguintes: Folhado (Viburnum tinus L.), Murta (Myrtus communis L.), Aroeira (Pistacia lentiscus L.), Medronheiro (Arbutus unedo L.), Carrasco (Quercus coccifera L.), Carvalho Cerquinho (Quercus faginea Lam.), Sabina da praia (Juniperus phoenicea L.), Madressilva (Locinera implexa Aiton), Giesta (Cytisus grandiflorus DC.), Rosmanhinho (Lavandula stoechas L.), Alecrim (Rosmarinus officinalis L.), Pinheiro do Alepo (Pinus halapensis Miller), Zambujeiro (Olea europea var. sylvestris L.), Alfarrobeira (Ceratonia siliqua L.), Piorno (Lygos monosperma L.), Pascoinha (Coronilha valentina L.) e Lentisco (Phillyrea angustifolia L.). 47 No projecto de execução trienal é quantificado o custo dos trabalhos e executada uma garantia bancária para esse valor. O PNA efectua vistorias a fim de verificar o cumprimento das acções previstas, só autorizando o levantamento da caução bancária, feita pela SECIL em favor da Câmara Municipal de Setúbal, caso as mesmas sejam cumpridas. 48 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Participação da SECIL num projecto ibérico que visa a excelência na recuperação paisagística de Pedreiras O EcoQuarry - Ecotechnology for Environmental Restoration of Limestone Quarries é um projecto desenvolvido no âmbito do programa LIFE Ambiente, que integra a participação de seis centros de investigação universitária, nomeadamente a Universidade de Barcelona, coordenadora do projecto, e o Centro de Ecologia e Biologia Vegetal da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, juntamente com 17 Empresas participantes, onde a SECIL se integra. O projecto teve início em 2004 e terá uma duração de três anos, com finalização prevista em Agosto de 2007. O EcoQuarry visa aplicar as melhores técnicas no domínio de recuperação paisagística de pedreiras de céu aberto, em condições mediterrânicas, de modo a atingir um equilíbrio económico/ambiental associado à recuperação de pedreiras. Os objectivos a atingir são os seguintes: • • • • Implementar à escala real as últimas novidades em recuperação de pedreiras em clima mediterrânico; Obter uma melhoria nos resultados das intervenções da recuperação desenvolvendo processos de controlo de qualidade normalizados; Fomentar o uso racional dos recursos naturais e um incremento na fixação de carbono; Transferir directamente os procedimentos a grandes e pequenas empresas do sector extractivo. O projecto compreende quatro fases: 1ª Fase – Implementação de experiências-piloto: uso de herbáceas mais adaptadas a cada zona; incremento da diversidade de espécies arbustivas (sementeira, plantação e maior distribuição das massas vegetais); 2ª Fase – Controlo de qualidade: optimização dos recursos e das intervenções (dosificação); 3ª Fase – Avaliação dos resultados (eficácia e eficiência); 4ª Fase – Elaboração de sistemas de qualidade ambiental para restauração (protocolos de qualidade, manual de recuperação). Para a realização deste projecto, a SECIL disponibilizou uma área de 2 114,95 m2 da Pedreira de Marga. 49 Requalificação Visual e Paisagística do Vale das Mós No início do ano 2000, tendo sido constatada a necessidade de requalificar visual e ambientalmente toda a zona do Vale das Mós e a área adjacente à estrada do Outão, foi deliberado pela SECIL apresentar um vasto projecto de requalificação. Foram demolidas todas as estruturas industriais obsoletas. Foi traçada uma nova linha de água, agora com um novo percurso, mais adequado à nova finalidade. A reabilitação dos edifícios industriais ainda em utilização e o arranjo paisagístico de toda a área intervencionada fazem parte do Plano de Requalificação. O terreno foi modelado através de amplas movimentações de terras, após o que se procedeu à vasta plantação de espécies como o carvalho cerquinho, o pinheiro de Alepo, o medronheiro, a alfarrobeira, o rosmaninho, o alecrim e o zimbro, entre outras espécies autóctones da Serra. Os trabalhos desenvolveram-se entre 2001 e 2005, tendo desse esforço resultado a criação de uma zona requalificada com a integração dos elementos naturais com os elementos construídos ainda subsistentes. É assim permitida a operação da fábrica em perfeitas condições técnicas no enquadramento paisagístico que permite uma melhor inserção do património construído na paisagem natural. A SECIL investiu mais de 20 milhões de euros neste projecto. Apesar da conclusão desta requalificação não ser obrigatória por lei, a SECIL entende que este projecto é um dos marcos mais importantes da sua Responsabilidade Social e Empresarial na procura do Desenvolvimento Sustentável. 50 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 SECIL na Imprensa Pela sua pertinência, oportunidade e clareza, transcrevemos este artigo, de Isabel Cabral, da Vida Económica, a quem agradecemos a colaboração. SECIL investe 22 milhões na requalificação ambiental Apesar de não ser obrigatório por lei, a SECIL iniciou em 2001 um projecto que visa a recuperação ambiental e requalificação paisagística da Pedreira do Outão através de capitais próprios. As pedreiras abandonadas e em exploração dão agora lugar a cerca de um milhão de plantas. Até porque a fábrica só tem mais 30 anos de vida. A SECIL, uma das maiores empresas a operar em Portugal - produz anualmente mais de dois milhões de toneladas de cimento nas fábricas do Outão, junto à serra da Arrábida -, já investiu, desde 2001,cerca de 22 milhões de euros na requalificação visual e paisagística. Devido ao impacto que as instalações da antiga fábrica representavam ,e apesar de não ser obrigatório por lei, a SECIL mostrou-se preocupada e iniciou em 2001 um projecto que visa não só o desmantelamento das estruturas fabris, como a recuperação de toda a área. Foi precisamente no âmbito da Segunda Semana de Portas Abertas,que está a decorrer desde o dia 11 e se prolonga até 17 de Julho ,que a “Vida Económica” pôde ver “in loco” o plano de recuperação ambiental e requalificação paisagística da Pedreira do Outão. O projecto, iniciado em 1982, inclui a recuperação da fauna e da flora locais, assim como da contínua exploração da pedreira. “Já atingimos o máximo de área autorizada explorada. Agora só podemos fazê-lo em profundidade”, explicou Júlio Abelho, director da fábrica. A verdade é que a exploração de pedra está agora a ser feita de cima para baixo: “Tem um maior impacto de início, mas quando chegamos à parte inferior, a superior começa a ficar recuperada. O nosso objectivo é recuperar a paisagem durante a exploração e não no final da mesma”. A ideia é permitir uma reconstituição visual e paisagística continuada. Por isso mesmo a paisagem será idêntica à de um vale. Desde 1982, altura em que este plano foi posto em prática, até 2004 os custos directos da recuperação paisagística atingiram os seis milhões de euros. Durante este tempo foram colocadas cerca de um milhão de plantas mediterrânicas nas pedreiras abandonadas e em exploração. Para que fossem semeadas as plantas de origem, ou seja, as mesmas que abundam na Serra da Arrábida, foi criado um viveiro que permite a multiplicação ao ar livre e em estufas. No total são 17 espécies mediterrânicas diferentes. Para a reflorestação, muitas das vezes dificultada pela inclinação das áreas exploradas e pelo clima, são utilizadas técnicas como a hidrossementeira, o “greenfix” e o muro ecológico. “A taxa de sucesso é de 90% porque as plantas são da zona e sobrevivem”, apontou Júlio Abelho, director da fábrica de Outão. Esta mesma recuperação paisagística abrange uma área total de 78,4 hectares. Isabel Cabral 51 Recuperação das Pedreiras da CMP O PARP das Pedreiras da fábrica Maceira-Liz prevê que estas constituam, no futuro e quando finalizadas, uma área lagunar cujos taludes marginais estarão cobertos de vegetação autóctone. Actualmente estão a ser implantadas cortinas arbóreas em torno das zonas em exploração, com vista a minimizar o impacte visual. Os taludes já explorados e finalizados têm sido revestidos com diversas espécies vegetais autóctones. Nas áreas de exploração em curso, particularmente na Pedreira dos Calcários, dado o facto de ter sido necessário, desde a década de 60 do século passado, a instalação de uma estação de bombagem, por forma a garantir o bombeamento para a Ribeira da Maceira, das águas acumuladas no piso inferior, resultantes quer da drenagem das águas pluviais, quer dos “olhos de água” provenientes do maciço calcário, tornou-se possível controlar o nível de água no piso inferior (4º. piso) da referida Pedreira. Esta situação permitiu criar e manter uma zona lagunar que, não afectando o avanço das frentes do referido piso, acabou por dar lugar ao aparecimento e conservação de um coberto vegetal biodiverso. Este quadro, criado intencionalmente para aumentar a biodiversidade e modificar a aridez de áreas calcárias nuas, passado algum tempo veio a ser enriquecido pelo aparecimento de colónias de aves aquáticas que passaram a ser sedentárias neste habitat, entre outras espécies, galinhas de água, galeirões, patos-reais, tornando-se ex-libris da Pedreira dos Calcários da fábrica Maceria-Liz, tendo sido até criado, sobranceiro à Pedreira, um posto de observação do referido ecossistema. Emissões Atmosféricas Emissão de gases com efeito de estufa O principal gás com efeito de estufa (GEE), resultante do processo de fabrico do cimento, é o dióxido de carbono (CO2), sendo a sua emissão directa proveniente de duas fontes distintas: i) da calcinação dos carbonatos presentes nas matérias-primas principais (calcários e margas), que contribuem em cerca de 60% para a emissão total; ii) da queima dos combustíveis nos fornos, uma vez que o carbono do combustível se combina com o oxigénio do ar, durante a combustão, formando o CO2, contribuindo para os restantes 40%. O único modo de reduzir o peso das emissões provenientes da calcinação das matérias-primas consiste na utilização de matérias-primas já descarbonatadas na alimentação dos fornos e no 52 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 fabrico de cimentos compostos, os quais, segundo a Norma Europeia NP EN–197-1, incorporam menor quantidade de clínquer. A SECIL tem procurado fomentar a utilização destes tipos de cimento, mas estará sempre dependente das tendências dominantes nos mercados onde opera. Uma forma de reduzir as emissões provenientes dos combustíveis passa pela utilização de combustíveis com menor incorporação de carbono, ou com ciclo de vida neutro, como é o caso da biomassa. Com efeito, e ao contrário do que sucede com os combustíveis fósseis, que levaram milhares de anos a formarem-se e a sua utilização está a ser feita num curto período de vida da nossa civilização, não havendo por isso neutralização do carbono em tempo útil, a biomassa, seja de origem animal ou vegetal, tem ciclo de vida neutro, i.e., a libertação de carbono durante a queima é compensada pela incorporação do mesmo carbono num curto tempo de vida dos organismos. Emissões de CO2 Globais Mt Específicas kg CO2/t clínquer Específicas kg CO2/t produtos cimentícios Taxa de incorporação de clínquer % Valores calculados com base no Protocolo de CO2 do WRI/WBCSD 2001 2,6 879 713 82 2002 2,7 875 674 77 2003 2,3 871 665 75 2004 2,7 858 694 80 2005 2,6 859 710 81 Medidas adoptadas pelo Grupo Cimenteiro SECIL no sentido de minimizar as emissões de CO2 Objectivo Global: Até 2015, reduzir em 10% as emissões específicas de CO2 por tonelada de produto cimentício, relativamente ao ano de 1990 • Utilização de matérias-primas secundárias, de preferência já descarbonatadas, para o fabrico do clínquer • Fabrico de cimentos compostos, com introdução de matérias-primas secundárias ao nível da moagem e a consequente redução da taxa de incorporação de clínquer Objectivo: Até 2008, reduzir a taxa de incorporação de clínquer para um valor médio de 76% • Utilização de combustíveis alternativos, nomeadamente biomassa, em substituição dos combustíveis convencionais não renováveis Objectivo: Aumentar a percentagem de utilização de combustíveis alternativos (com factores de emissão inferiores) de forma a atingir, em 2008, uma taxa de substituição de 16% • Minimização do consumo de energia térmica nos fornos Esta medida encontra-se, contudo, limitada pela tecnologia adoptada. A alteração de tecnologia só tem sentido se for associada a um aumento de produção, perspectiva não expectável a curto/médio prazo, face à evolução do mercado. As performances actualmente atingidas, dentro do tipo de tecnologia em cada fábrica, são aceitáveis. Emissão de gases com potencial acidificante Os principais gases libertados para a atmosfera, com responsabilidade directa no fenómeno de deposição ácida vulgarmente conhecido por “chuvas ácidas”, são os óxidos de azoto (NOx) e os compostos de enxofre (SOx), sendo a sua emissão essencialmente resultante da queima dos 53 combustíveis fósseis. A utilização de determinados combustíveis alternativos (pneus usados, p.e.) permite reduzir as emissões de NOx. Emissão de Gases com Potencial Acidificante Óxidos de Azoto (NOx) Emissão Total t Emissão Específica kg/t clínquer Óxidos de Enxofre (SOx) Emissão Total t Emissão Específica kg/t clínquer 2001 2002 2003 2004 2005 5,2 1,71 4,7 1,54 4,2 1,62 6,8 2,17 5,9 1,94 0,8 0,28 0,3 0,10 0,7 0,27 0,9 0,27 0,7 0,25 Outras emissões atmosféricas significativas Além das emissões já mencionadas, a produção de cimento é ainda responsável pela emissão de partículas sólidas não-nocivas, vulgarmente designadas por “poeiras”. As principais fontes fixas de emissão de partículas encontram-se associadas aos fornos de clínquer, aos moinhos de cimento e aos moinhos de combustível sólido. Estas emissões são rigorosamente controladas por modernos equipamentos, os filtros de mangas, considerados como a melhor tecnologia disponível para a remoção de partículas sólidas. Durante o ano 2000 foram instalados filtros de mangas novos nas duas linhas de produção da Maceira-Liz. Os fornos da Secil-Outão foram equipados com novos filtros de mangas em 2001, tendo sido montados em linha com os electrofiltros já existentes. Em 2003 foi instalado um novo filtro de mangas na Linha 3 de Cibra-Pataias e, em 2005, na Linha 2. Emissão de Partículas* Emissão Total Emissão Específica * Provenientes dos Fornos t kg /t clínquer 2001 0,094 0,031 2002 0,080 0,026 2003 0,104 0,040 2004 0,108 0,034 2005 0,046 0,015 As emissões difusas resultam principalmente das operações de transporte, armazenagem e manuseamento das matérias-primas, combustíveis sólidos, clínquer e cimento. Devido às baixas temperaturas, altura e velocidade com que são emitidas, assim como à elevada granulometria das partículas, estas emissões afectam essencialmente o interior das instalações fabris. No sentido de minimizar as emissões de partículas motivadas pela exploração das Pedreiras, nomeadamente nas frentes de desmonte e durante os movimentos dos equipamentos e veículos, é utilizado o método de aspersão de água nos caminhos por onde passa a frota das Pedreiras. Ainda com vista à redução das emissões difusas, as principais vias de circulação das fábricas são pavimentadas e regularmente limpas com aspiradores industriais e varredoras mecânicas. Ao longo de toda a cadeia de fabrico, desde a extracção das matérias-primas até à ensacagem do produto final, as fábricas têm instalados diversos equipamentos de despoeiramento (filtros de mangas), sendo as poeiras recolhidas reintroduzidas na linha produtiva e, deste modo, recicladas. Em zonas específicas estão montados sistemas fixos de limpeza por vácuo, com a reintrodução das poeiras igualmente na linha produtiva. 54 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Produção e Descarga de Efluentes O processo de fabrico do cimento não origina águas residuais industriais; a água consumida é essencialmente utilizada para o arrefecimento dos materiais, perdendo-se por evaporação, e para o arrefecimento dos equipamentos, sendo reciclada, após arrefecimento, numa torre de refrigeração. No entanto, são geradas águas residuais domésticas e outras provenientes de operações de lavagem e manutenção de veículos, podendo ainda resultar escorrências de águas pluviais em zonas de armazenagem a céu aberto de matérias-primas, combustíveis sólidos e resíduos. Contudo, desde o ano de 2005 que não existem águas de escorrências de combustíveis sólidos, uma vez que foram construídos, nas três fábricas, parques cobertos para a armazenagem desses combustíveis. Previamente à sua descarga no meio receptor natural, as águas residuais são conduzidas a um conjunto de pequenas unidades de tratamento (fossas sépticas, mini-ETARs e separadores de águas oleosas) que garantem a conformidade legal das suas características de qualidade (controlo efectuado de acordo com os respectivos Planos de Monitorização Ambiental que contemplam os parâmetros a analisar e as periodicidades de amostragem, de acordo com as exigências legais aplicáveis). Todos os pontos de descarga encontram-se devidamente licenciados pelas entidades competentes. Produção e Destino Final de Resíduos Os resíduos produzidos podem, de um modo genérico, dividir-se em três grandes grupos: i) resíduos directamente resultantes do processo fabril; ii) resíduos resultantes da manutenção de equipamentos e iii) resíduos equiparados a resíduos sólidos urbanos, resultantes de actividades acessórias. Em termos quantitativos, a produção de resíduos é praticamente irrelevante - representa cerca de 0,19% face à produção global de cimento, o que está de acordo com as próprias características da indústria cimenteira. Produção de Resíduos Produção Total Produção Específica kt kg/t cimento 2001 20 5,18 2002 5,1 1,33 2003 8,8 2,69 2004 8,5 2,32 2005 6,9 1,91 Os resíduos gerados são recolhidos e armazenados de forma individualizada e encaminhados para operadores devidamente licenciados para a sua gestão, privilegiando-se as soluções de valorização em detrimento das soluções de eliminação pura e simples. Ao nível das próprias instalações, são desenvolvidas operações de reciclagem (p.e. reintrodução no processo das poeiras recolhidas através dos filtros de mangas e electrofiltros) e de reutilização (como é o caso dos óleos usados para a lubrificação de alguns equipamentos). 17% Valorização Interna Valorização Externa Eliminação 28% 55% 55 Impactes Ambientais Significativos Associados ao Transporte Uma das principais preocupações manifestadas pelas comunidades onde as nossas unidades fabris se inserem prende-se com a circulação de veículos pesados pelas localidades. Com efeito, o transporte dos materiais necessários ao processo de fabrico do cimento, bem como a expedição dos produtos, constitui uma fonte de perturbação para as populações, em consequência do aumento do tráfego local, e uma actividade potenciadora de impactes ambientais significativos – aumento da emissão de gases de escape e da emissão difusa de partículas, aumento dos níveis de ruído e do risco de ocorrência de acidentes rodoviários. Consciente desta realidade, a SECIL tem envidado esforços no sentido de minimizar estes impactes, fomentando, na medida do possível, o transporte dos seus produtos por via ferroviária e marítima, em detrimento da rodoviária, embora esta gestão seja condicionada, de modo significativo, quer pela evolução do perfil dos principais mercados, quer pela sua localização. Navio auto-descarregador O “Roaz”, propriedade da SECIL, é um navio cimenteiro auto-descarregador, construído em 1990. Tem a possibilidade de ser carregado pneumaticamente, por gravidade e por camiões. A sua capacidade de descarga ascende a 230 toneladas de cimento por hora, através de duas linhas, podendo ser carregado no Outão em pouco mais de cinco horas. Alberga um total de 18 tanques de lastro, com uma capacidade total de 1 300 toneladas. Dispõe de três porões que acolhem até cerca de 2 700 metros cúbicos de cimento. 56 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 4.3 Desempenho Social Evolução dos Principais Indicadores Sociais Emprego e Relações Laborais Número de Colaboradores (efectivos e contratados) Tipologia de Contrato Contrato Permanente Contrato a Termo Cedência Temporária Colaboradores por sexo Masculino Feminino Média etária Taxa de Rotatividade Taxa de Absentismo Colaboradores Sindicalizados Formação Número de horas de formação/ano Saúde e Segurança Índice de Gravidade (Ig) Índice de Frequência (If) Índice de Duração ou Avaliação da Gravidade (Id) 2001 2002 2003 2004 2005 757 743 728 714 687 % % % 94,4 2,8 2,8 94,0 2,6 3,4 96,3 3,0 0,7 96,1 2,2 1,7 95,4 3,0 1,6 % % anos % % % 89 11 46,30 3,9 4,6 70,01 88 12 46,95 2,8 5,4 69,45 89 11 47,59 2,7 5,1 69,09 88 12 47,95 3,3 5,2 67,93 87 13 47,70 5,8 5,5 64,77 h 4 143 5 266 4 508 2 808 3 519 % % % 0,98 21,66 45,17 0,67 10,68 63,08 0,43 20,22 21,38 0,43 10,08 42,58 1,03 25,25 40,62 Práticas Laborais e Condições de Trabalho De forma a assegurar a melhoria do desempenho dos seus Colaboradores e a garantir, por conseguinte, o desenvolvimento dos seus negócios, o Grupo SECIL tem disponibilizado várias ferramentas de Gestão de Recursos Humanois, das quais se salientam as seguintes: Sistema de Análise de Resultados; Modelo de Competências; • Diagnósticos de Clima e Cultura Organizacional; • Plano de Formação Anual • • O Sistema de Análise de Resultados foi implementado em 2001 e consiste, em termos genéricos, numa revisão e discussão sistemática do cumprimento dos deveres e responsabilidades dos Colaboradores e da sua contribuição efectiva para a prossecução dos objectivos da unidade de trabalho e da Organização. O Modelo de Competências foi desenvolvido ao longo dos anos de 2004 e 2005 e contempla 12 competências: - três culturais ou de negócio; - quatro relacionais; - três técnicas de gestão; - duas técnico-funcionais. Em 2000 e 2004, realizaram-se dois Diagnósticos Organizacionais que visaram, fundamentalmente, analisar as opiniões e atitudes dos quadros face aos processos de funcionamento e gestão que têm vindo a ser implementados, e face ao desenvolvimento e expansão do Grupo. Este projecto decorreu sob orientação do Professor Doutor António Caetano, em colaboração com o Centro de Investigação e Intervenção Social do ISCTE (CIS). 57 Caracterização dos Recursos Humanos Evolução do Efectivo Entre 2001 e 2005 regista-se uma tendência de diminuição progressiva do efectivo. Número de Colaboradores* 760 740 720 700 680 660 640 2001 2002 2003 2004 2005 *Efectivos e Contratados a Termo Tipologia de Contrato Tomando como referência o ano de 2005, cerca de 95% dos Colaboradores são efectivos, 3% contratados a termo e 2% encontram-se na situação de cedência temporária. Colaboradores por Tipologia de Contrato (%) 90 4 80 3 70 2 60 1 2001 2002 2003 2004 Contrato Permanente 2005 Cedência Temporária Contrato a Termo Colaboradores por Sexo A maioria dos colaboradores é do sexo masculino, representando o sexo feminino, em 2005, cerca de 13%. Proporção de Colaboradores por Sexo (%) 80 11 12 11 12 13 89 88 89 88 87 2002 2003 2004 2005 60 40 20 2001 Masculino 58 Feminino R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Esta tendência verifica-se igualmente a nível da Direcção, onde a população feminina representa 16%. Composição da Direcção - Total (%) 3 97 80 14 15 14 16 86 85 86 84 2002 2003 2004 2005 60 40 20 2001 Masculino Feminino Em 2005, a média etária dos nossos Colaboradores situou-se nos 47,7 anos. Média Etária 48 47 46 45 2001 2002 2003 2004 2005 A taxa de rotatividade registou uma ligeira subida - de 3,9%, em 2001, para 5,8%, em 2005, o que, em grande parte, se pode explicar pelas saídas por mútuo acordo e pelas reformas verificadas em 2005. Pese embora o aumento desta taxa, pode ainda ser considerada baixa e explicada por dois factores fundamentais: idade e antiguidade. Taxa de Rotatividade* (%) 6 5 4 3 2 1 2001 2002 2003 2004 2005 *(Admissões + Saídas) / 2 Efectivo médio Tendo por base a expressiva percentagem de colaboradores em situação de efectividade e a diminuta taxa de rotatividade, consideramos oferecer aos nossos colaboradores um sentimento de segurança de trabalho, não só pela estabilidade do Grupo como também pelos benefícios, regalias e ainda pelo clima organizacional. 59 Em termos de absentismo, se analisarmos a linha de tendência entre os anos 2001 e 2005, tem-se verificado um ligeiro aumento Taxa de Absentismo (%) 5 4 3 2 1 2001 2002 2003 2004 2005 Relações Laborais No que respeita às relações laborais, há que referir a assinatura do Acordo de Empresa por um período de três anos (2005-2007). No Grupo SECIL existem Comissões de Trabalhadores e Sindicais, que reúnem frequentemente com a Administração da Empresa, sendo-lhes comunicadas as decisões que afectem directamente as condições de trabalho dos nossos Colaboradores. Um bom exemplo desta realidade, entre outros, é o Grupo de Acompanhamento do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (GASGST), na Secil-Outão, que conta com a presença activa de três elementos da Comissão de Trabalhadores. Tomando como referência o ano de 2005, a expressão percentual de colaboradores sindicalizados ronda os 64%. Colaboradores Sindicalizados (%) 80 60 40 20 2001 2002 2003 2004 2005 Benefícios e Retribuições Através do Acordo de Empresa celebrado com as Organizações Sindicais, a SECIL garante a todos os trabalhadores os seguintes benefícios: complementos de reforma e doença, 25 dias úteis de férias por ano, seguro de acidentes pessoais, subsídios a trabalhadores estudantes, auxílio escolar aos filhos de trabalhadores, entre outros. No domínio da saúde, para além da medicina preventiva, a Empresa possui postos médicos em cada uma das suas unidades fabris, onde são prestados cuidados de saúde a activos, reformados e respectivos familiares. Adicionalmente, existem planos médicos para trabalhadores e respectivo agregado familiar, que incluem cobertura de hospitalização, assistência ambulatória, maternidade, medicamentos, oftalmologia e estomatologia. 60 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Formação e Educação A política de Recursos Humanos do Grupo SECIL centra-se num investimento permanente na formação profissional e no reconhecimento da contribuição individual e colectiva dos seus colaboradores para os resultados atingidos. Esta política visa não só aperfeiçoar conhecimentos tecnológicos de forma a consolidar o investimento realizado em equipamentos e na implementação de processos mais inovadores, como também sensibilizar as pessoas para a mudança organizacional, facilitando o acompanhamento da estratégia de desenvolvimento da Empresa. O aperfeiçoamento tem em vista afectar Recursos Humanos a acções de formação que tenham como finalidade melhorias de desempenho. Esta finalidade espelha-se na formação contínua, que tem como objectivo a dotação das competências necessárias à melhoria do desempenho de funções, encontrando-se de igual forma presente nas novas formas de organização da formação, designadamente na integração da componente em contexto de trabalho, nos conteúdos de grande parte dos cursos, de forma a permitir uma maior e mais rápida apreensão e aplicação das competências adquiridas em cada curso. Assim sendo, a Empresa desenvolve competências, através de um plano de formação assertivo, para fazer face às exigências do curto, médio e longo prazo. Incluídos nas 15 794 horas de formação ministradas no Grupo SECIL, no ano de 2005, encontram-se mestrados, pós-graduações e programas avançados destinados a complementar formações académicas de base e a garantir que, fundamentalmente, os Quadros Superiores tenham ao seu dispor as “ferramentas” necessárias para levar a cabo a missão do Grupo. Como exemplo de formação especificamente concebida para outra franja da população ressaltamos o “Mega Programa” desenhado à medida da mais recente função criada – Oficial de Processo. Este programa decorre desde 2002, tendo abarcado, até agora, cerca de 29 Oficiais de Processo, com um volume de formação de 24 795 horas. Volume de Formação* 25 000 20 000 15 000 10 000 5 000 2001 2002 2003 2004 2005 *Horas de Formação x Número de Formandos 61 Saúde e Segurança dos Colaboradores As três fábricas têm um SGSST implantado segundo o referencial normativo OHSAS 18001:1999/NP4397. Actualmente, a única fábrica portuguesa de produção de cimento certificada em saúde e segurança no trabalho e a Secil-Outão, encontrando-se as outras duas fábricas em vias de alcançar o mesmo objectivo. O Grupo SECIL é membro da Task Force (TF) 3 da CSI, constituída pelas principais cimenteiras do mundo. No âmbito deste grupo, através de reuniões periódicas, procede-se à partilha de informação relacionada com saúde e segurança no trabalho (benchmarking), nomeadamente participação de acidentes de trabalho, principais causas de acidentes, acções correctivas e acções de melhoria, entre outras. Como exemplo do trabalho desenvolvido por este grupo, pode salientar-se o manual de “Melhores Práticas em Segurança para a Indústria Cimenteira”. Tendo em mente a definição de “saúde” da OMS - Organização Mundial de Saúde, “um estado de bem-estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença ou enfermidade”, o Grupo SECIL tem apostado decisivamente na melhoria das condições de realização do trabalho, valorizando o ser humano, através de uma intervenção em todos os factores que podem afectar o ambiente de trabalho e o colaborador, com vista a eliminar ou reduzir os riscos. O Grupo tem investido fortemente na modernização e adequação das instalações no que se refere à melhoria das condições de trabalho, por exemplo, através do reacondicionamento em termos de segurança de equipamentos de trabalho/máquinas, insonorização de equipamentos, instalação de sistemas de detecção e extinção de incêndio adequados a cada instalação, colocação de sinalética, entre outros. O princípio da melhoria contínua está sempre presente em matéria de saúde e segurança, sendo o principal input o feedback proveniente das inspecções e auditorias de segurança (internas e externas) e do GASGST. Estas inspecções e auditorias têm-se revelado ferramentas privilegiadas de melhoria do desempenho do SGSST, sendo com base nestas que se planeia a sensibilização/formação dos colaboradores em saúde e segurança no trabalho. As reuniões mensais do GASGST têm como principal objectivo a proactividade na resolução de assuntos relacionados com segurança e saúde no trabalho e a consulta e comunicação aos Colaboradores. Sendo a saúde dos Colaboradores uma das preocupações, os exames de Medicina do Trabalho são de fulcral importância, pelo que são realizados com periodicidade anual, o que permite um acompanhamento do estado de saúde. Todos os Colaboradores admitidos são sujeitos a exames médicos de admissão, de acordo com a legislação vigente. 62 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Nos gráficos seguintes apresenta-se a evolução dos índices de Frequência e Gravidade. Índice de Frequência* 25 20 15 10 5 2001 2002 2003 2004 2005 2003 2004 2005 *Nº Acidentes c/ Baixa x 106 Horas Trabalhadas Índice de Gravidade* 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 2001 2002 *Nº Dias Perdidos x 103 Horas Trabalhadas A evolução do número de dias perdidos, provocados por acidentes de traballho com incapacidade temporária absoluta, encontra-se abaixo representada. Índice de Avaliação da Gravidade 60 50 40 30 20 2001 2002 2003 2004 2005 63 Iniciativas Desenvolvidas com as nossas Comunidades Locais António Febra, Presidente da Junta de Freguesia de Maceira “A SECIL está a fazer um trabalho muito positivo” A freguesia de Maceira, com 12 500 habitantes, é uma das maiores entre as 29 freguesias do concelho de Leiria. A fábrica Maceira-Liz foi aqui inaugurada há 82 anos e a população desenvolveu-se ao seu redor. O SECIL Informação falou com António Febra, Presidente da Junta de Freguesia de Maceira, para saber como tem sido a relação da Secil com a região e que novos projectos estão a ser implementados. A fábrica Maceira-Liz completa, no dia 3 de Maio, 82 anos de actividade. Ao longo deste tempo, o que tem representado esta estrutura fabril para a freguesia de Maceira? Eu conheço a fábrica de Maceira desde sempre, o meu pai trabalhou lá. Houve desde o início uma ligação muito próxima com a população. Nos primeiros tempos, e até ao 25 de Abril, a fábrica proporcionava condições básicas e importantes aos seus trabalhadores e aos residentes da freguesia. Desde a utilização dos balneários - naquele tempo não havia aqui água canalizada - até à deslocação do médico e mesmo de uma parteira a casa das pessoas, tudo isso era proporcionado pela fábrica. Também se realizavam sessões de cinema aos fins-de-semana. Estabeleceu-se nessa altura uma relação de muito valor, quase paternal. Depois do 25 de Abril, com a criação de melhores condições por parte da Câmara, o povo passou a depender menos das estruturas da fábrica e houve um maior distanciamento. É verdade que a relação com a população desde aí nem sempre foi fácil mas, apesar de haver algumas vozes mais críticas, existe um sentimento de amizade para com a Fábrica de Maceira. Como avalia a relação entre a Junta de Freguesia da Maceira e a SECIL? A minha actuação como autarca tem sido sempre no sentido da cooperação. É preciso que o povo entenda as empresas e que estas entendam as suas necessidades. Depois de várias reuniões com a Administração da SECIL, verifiquei que há abertura e vontade para uma maior cooperação para o desenvolvimento da freguesia. Há ainda muito que pode ser feito, mas considero que a SECIL está a fazer um trabalho muito positivo. Pode dar alguns exemplos? Além do fornecimento de cimento e outros materiais para obras na freguesia, como por exemplo o alargamento de vias públicas, existem protocolos de apoio financeiro celebrados com a Câmara Municipal de Leiria que beneficiam a freguesia de Maceira. A Administração da SECIL manifestou-se aberta à continuidade deste tipo de cooperação e estou certo de que, em poucos anos, as pessoas na região que são mais críticas em relação à SECIL vão poder mudar de opinião. 64 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 A cooperação tem sido também visível pelo lado da Secil Martingança que, entre outros aspectos, nos forneceu um terreno para a construção do novo mercado. Esta obra vai arrancar dentro de um mês e é muito importante para a população de Maceira, que não tem um mercado em condições. Como interpreta os esforços desenvolvidos pela SECIL para a redução de impactes ambientais junto das suas fábricas? Penso que houve uma grande evolução em relação há alguns anos atrás. Eu fui o mentor de um movimento chamado “Maceira Saudável”, que alertou a SECIL para a necessidade de alguns cuidados ambientais aqui na região. Na altura, a fábrica garantiu-nos que iria colocar filtros de despoeiramento nas suas instalações e, de facto, cumpriu. A SECIL fez um grande investimento nesta área e penso que hoje se pode dizer que a fábrica tem um nível de poluição muito próximo do “zero”. O próprio director da fábrica, o Eng.º Castela, é uma pessoa muito interessada nos aspectos ambientais e isso é fundamental para as coisas correrem bem nesse campo. Eu gostava que a Maceira fosse uma das freguesias mais limpas e bonitas do concelho, e isto quer dizer que não pode ter poluição. Em cada visita que faço à fábrica de Maceira apercebo-me dos melhoramentos que vão sendo realizados a este respeito e isso deixame satisfeito. Anúncio publicado na imprensa regional de Setúbal A Secil estabelece um Protocolo tripartido com a Câmara Municipal de Setúbal e com várias dezenas de associações do concelho, através do qual financia, com uma verba de 230 000 €, múltiplas actividades desportivas, culturais e de inclusão social na região, beneficiando milhares de setubalenses. A Escola Secundária D. Manuel Martins, situada nas Manteigadas, em Setúbal, possui um Clube de Ambiente, denominado “Viva a Terra”, que tem beneficiado de apoio da SECIL no que respeita a actividades relacionadas com a criação de jardins e respectivas estruturas de rega. Anualmente, a Escola convida os seus parceiros e patrocinadores para a cerimónia de hastear da bandeira do Clube de Ambiente, aproveitando a ocasião para efectuar um balanço das iniciativas realizadas durante o ano e apresentar novos projectos, mobilizando assim apoios e dando prova de grande responsabilidade perante as demais entidades envolvidas. 65 Cronologia de uma Actuação Responsável 1965 Realização do primeiro Estudo de Recuperação Paisagística das Pedreiras da Secil-Outão, pelo Arquitecto Paisagista Prof. Edgar Fontes 1968 Início do processo de fabrico do cimento por via seca em Portugal, na fábrica Maceira-Liz 1972 Medalha de Prata da Direcção-Geral de Minas (Serviços Geológicos), pelos serviços prestados às Indústrias Extractivas 1976 Entrada em funcionamento do primeiro forno por via seca na fábrica Secil-Outão Criação do Parque Natural da Arrábida (PNA) 1981 Aprovação do Plano de Recuperação Paisagística das Pedreiras da Secil-Outão, pelo PNA 1982 Início dos trabalhos de Recuperação Paisagística das Pedreiras da Secil-Outão 1984 Elaboração do primeiro Plano a Médio Prazo (15 anos) para a Recuperação Paisagística das Pedreiras da Secil-Outão 1986 Início da queima de pneus usados na fábrica Maceira-Liz 1987 Ano Europeu do Ambiente – Secil-Outão recebe Prémio de Gestão Ambiental pela execução do Plano inovador de Recuperação Paisagística das Pedreiras 1990 SECIL-Outão recebe Prémio EDP de Consumo Racional de Energia 1991 Inauguração do Museu do Cimento da fábrica Maceira-Liz 1993 Estudo encomendado pela DG XVII da Comissão das Comunidades Europeias, Portugal considerado o 2º país com melhor performance energética, ao nível do sector cimenteiro europeu 1996 Comissão Executiva da SECIL decide sobre a implementação da SGQ e SGA no âmbito do Plano a Médio Prazo 1996 1998 Certificação ambiental e de qualidade da “Exploração de Pedreiras e Fabrico de Cimento na fábrica Secil-Outão” segundo a ISO 14001e ISO 9002 1999 Celebração do Contrato de Melhoria Contínua de Desempenho Ambiental para o Sector Cimenteiro com o Ministério do Ambiente e o Ministério da Economia (1999-2004) 2001 Início dos trabalhos de “A Requalificação Visual e Paisagística do Vale de Mós e Zona Ribeirinha” Certificação ambiental e de qualidade da “Exploração de Pedreiras e Fabrico de Cimento da CMP” 2002 Criação do Grupo de Desenvolvimento Sustentado da SECIL Adaptação do Sistema de Gestão da Qualidade à Norma NP EN ISO 9001:2000 2003 Constituição da Comissão de Acompanhamento Ambiental da Secil-Outão Transição da certificação do SGQ das três instalações, da ISO 9002:1995 para a EN ISO 9001:2000 2004 Certificação do SGSST da Secil-Outão, pelo referencial normativo OHSAS 18001 Início da valorização energética de biomassa vegetal como combustível alternativo na Secil-Outão 2005 Inauguração do espaço requalificado da Vale das Mós e Zona Ribeirinha Pedido de registo no EMAS das três instalações fabris Início do processo de valorização energética de RIBs na Secil-Outão 66 5 Objectivos Estratégicos para o Período 2005-2010 Pilares do Desenvolvimento Sustentável % afectação) Objectivos Ser considerada uma das melhores Empresas para trabalhar Social Ambiental Económico 60 20 20 Grau de Acções/Iniciativas Desenvolver uma pool de talentos, Cumprimento (%) 30 integrada numa cultura de mobilidade e accountability Assegurar uma melhoria contínua dos 30 níveis de segurança no trabalho, através da certificação de todas as instalações fabris nacionais, segundo a OHSAS 18001 Aumentar a qualidade da comunicação 20 interna e externa Optimizarmos a produção de cimento, em harmonia com um elevado desempenho ambiental e uma relação saudável com as comunidades envolventes 35 35 30 Reduzir a incorporação de clínquer nos 50 cimentos, assegurando deste modo uma redução do consumo de matérias-primas naturais e uma redução da intensidade carbónica do produto Aumentar a utilização de combustíveis 30 alternativos, assegurando assim uma redução do consumo de combustíveis fósseis, a minimização das emissões de CO2 e permitindo a diminuição de deposição ou exportação de resíduos, através da sua valorização energética Melhorar a eco-eficiência na cadeia 30 de valor, estabelecendo sinergias com fornecedores e/ou parceiros do Grupo SECIL Auscultar as partes interessadas e estabe- 33 lecer a relação de transparência no exercício da nossa actividade, através da criação de CAA em todas as fábricas Sermos percebidos como parceiros tecnológicos preferenciais (best service provider) 40 20 40 Optimizar a qualidade e uniformidade 30 dos produtos Desenvolver um departamento 30 de I&D que assegure o fornecimento de soluções integradas e inovadoras no domínio da construção, através da endogeneização de novas tecnologias e soluções produto/serviço Crescermos e rentabilizarmos o negócio, num quadro de sustentabilidade 30 30 40 Atingir um volume e uma distribuição 30 geográfica do negócio que assegurem a sustentabilidade do mesmo Aumentar e diversificar a carteira de 30 Clientes Controlar rigorosamente os custos de 50 fabrico e distribuição Implementar, em novas unidades a integrar no Grupo, as boas práticas a nível de desempenho ambiental e das relações com as comunidades já adoptadas e em desenvolvimento no grupo cimenteiro nacional 68 20 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E GRELHA DOS INDICADORES Referencial de Indicadores Secção do Relatório 2005 GRI WBCSD Grau de E C Disponibilidade Página 1. Visão e Estratégia 1.1 Declaração da Visão e da Estratégia da Organização no que se refere à sua contribuição para o Desenvolvimento Sustentável X • 6 1.2 Declaração do Conselho de Administração ou do Presidente, com descrição dos pontos principais do Relatório X • 8 X • • • • • • • • • 2 2. Perfil Perfil Organizacional 2.1 Nome da Organização 2.2 Principais produtos e/ou serviços, incluindo marcas, se aplicável 2.3 Estrutura operacional da Organização 2.4 Estrutura funcional da Organização 2.5 Presença internacional 2.6 Tipo e natureza legal de propriedade 2.7 Mercados servidos 2.8 Dimensão da Organização 2.9 Lista das partes interessadas X X X X X X X X 16-21 16; 20 14-15 16 2; 13 16 16 27-31 Âmbito do Relatório Pessoa a ser contactada para esclarecimentos 2.10 2.11 Período a que se referem as informações 2.12 Relatório mais recente 2.13 Limites do relatório 2.14 Alterações significativas ocorridas desde o relatório anterior 2.15 Base de elaboração do relatório 2.16 Reformulação de informações X X X • • • • • • • Perfil do Relatório 2.17 Princípios ou protocolos da GRI aplicados 2.18 Critérios e definições 2.19 Alterações significativas 2.20 Políticas e procedimentos internos 2.21 Verificações imparciais do relatório 2.22 Informações adicionais X X X X X X 21 • • Rodapé de tabelas --• --• 21 • 22 • X • • • • • • • • X X X X 22 22 --22 --21 --- 3. Estrutura e Governação Estrutura de Governação 3.1 Estrutura de governação 3.2 Percentagem de administradores independentes e não-executivos 3.3 Especialização dos Membros do Conselho de Administração 3.4 Processos do Conselho de Administração 3.5 Remuneração dos Executivos 3.6 Estrutura da Organização 3.7 Missão e valores, códigos internos de conduta 3.8 Mecanismos para os accionistas fazerem recomendações ao Conselho de Administração Participação das Partes Interessadas 3.9 Base para identificação e selecção das principais partes interessadas 3.10 Formas de consulta às partes interessadas 3.11 Tipo de informação gerada pelas consultas às partes interessadas 3.12 Uso das informações resultantes da participação das partes interessadas Políticas Abrangentes e Sistemas de Gestão 3.13 Explicação sobre o princípio da precaução 3.14 Cartas e princípios voluntariamente subscritos 3.15 Principais adesões a associações industriais e empresariais 3.16 Políticas e/ou sistemas para gerir os impactes a montante e a jusante • Não Relevante ou Não Aplicável E- Indicador Essencial • Não Disponível X X X X X X X X X X X X X X X • • • • • • • • 24 ----26 --25 6 --- 27 27 27 reflectido nos indicadores reportados 32 34 34-35 32-34 • Parcialmente Disponível • Disponível C- Indicador Complementar 69 Referencial de Indicadores GRI Secção do Relatório E 3.17 3.18 3.19 X X Meios utilizados para gerir impactes indirectos Principais alterações e mudanças operacionais Programas de desempenho económico, ambiental e social 3.20 Estado da certificação relativa a sistemas económicos, ambientais e sociais WS21 Sistemas de Gestão (% totalidade, % instalações) WBCSD Grau de C Disponibilidade Página ----- X • • • • • • • • 38 ----- • • ----- • • 39 39 • • 39 39 39 39 --38 X X X • • • • • • • • X • • 39 --- • • • • • • • • 40-41 40-41 --- • • • • 40-42 --- X X 68 34 34 4. Indicadores de Desempenho 4.1 Indicadores de Desempenho Económico Impactes Económicos Directos Clientes Vendas líquidas EC1 EC2 Análise regional do mercado EC3 Custo dos bens, materiais e serviços EC4 Percentagem de contratos pagos segundo os termos estabelecidos EC11 Classificação de fornecedores Colaboradores EC5 Salários e benefícios sociais WS4 Salários e remunerações Investidores EC6 Distribuições aos investidores EC7 Aumento/decréscimo em ganhos retidos no fim do período Sector Público EC8 Soma de todos os tipos de impostos pagos EC9 Subsídios recebidos EC10 Doações discriminadas EC12 Gastos em infra-estruturas para negócios não-centrais WE1 Contribuição para o crescimento do PIB WE2 Investimento relacionado com a utilização de matérias-primas alternativas WE3 Compras de matérias-primas alternativas WE4 Investimento em negócios locais ou regionais X X X X X X X X X X X X X X Impactes Económicos Indirectos EC13 Impactes económicos indirectos WS11 Criação de emprego indirecto X 39 ------- 4.2 Indicadores de Desempenho Ambiental Materiais EN1 Consumo total de materiais por tipo (excepto a água) WA1 Consumo total de materiais WA5 Extracção na Pedreira EN2 Percentagem de materiais utilizados que são resíduos de fontes externas WA2 Matérias-primas alternativas WA3 Materiais reciclados utilizados WA4 Contaminação das matérias-primas WA26 Material de embalagem Energia EN3 Consumo directo de energia EN4 Consumo indirecto de energia EN18 Consumo anual de energia dos principais produtos EN19 Outros consumos indirectos de energia e suas implicações 70 X X X X X X X X X X X X 40-43 40-43 42-43 ----- ----- R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Referencial de Indicadores GRI Secção do Relatório Água EN5 Consumo total de água WA6 Consumo de água na Pedreira EN20 Fontes de água e ecossistemas/habitats significativamente afectados pelo consumo de água WA7 Saídas não-produto EN21 Consumo anual de água existente no solo e na superfície EN22 Reciclagem e reutilização total de água Biodiversidade EN6 Habitats ricos em biodiversidade WA11 Biodiversidade do ecossistema EN7 Impactes sobre a biodiversidade EN23 Total de terras para actividades de produção ou extracção WA9 Uso do solo na Pedreira EN24 Superfície impermeável de terras EN25 Impactes sobre áreas protegidas ou sensíveis EN26 Alterações dos habitats naturais WA10 Recuperação da área EN27 Protecção e requalificação de ecossistemas e espécies nativas EN28 Número de espécies na Lista Vermelha da UICN EN29 Unidades que operem ou pretendam desenvolver operações em áreas protegidas Emissões, Efluentes e Resíduos EN8 Emissão de gases com efeito de estufa WA16g CO2 WA19 Mitigação das alterações climáticas WA20 Redução das emissões de CO2 WA21 Compensação da emissão de CO2 EN9 Utilização e emissão de substâncias destruidoras de ozono EN10 NOx, SOx e outras emissões atmosféricas significativas WA16a Partículas WA16b Poeiras WA16c SO2 WA16e NO2 WA16f CO EN11 Quantidade total de resíduos por tipo e destino WA11 Total de resíduos gerados WA12 Resíduos reciclados WA13 Resíduos para aterro WA14 Resíduos incinerados WA15 Total de saídas não-produto EN12 Descargas significativas na água EN13 Derrames significativos EN30 Outras emissões indirectas relevantes de gases com efeito de estufa EN31 Produção, transporte, importação e exportação de resíduos EN32 Fontes de água significativamente afectadas pela descarga e escoamento de água WA17 Emissões totais – ciclo de vida WA18 Ar utilizado na combustão Fornecedores EN33 Desempenho ambiental dos fornecedores E WBCSD C X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Grau de Disponibilidade Página • • • • • • 40;44 --- • • • • • • • • • • • • 44 --44 ----40;44 44 ------44 44 44-52 44-52 --44 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • 52-53 52-53 53;68 53 43;52-53 • --- --53-54 54 54 53-54 53-54 --55 55 55 55 55 --55 ------------- 71 Referencial de Indicadores GRI Secção do Relatório E Produtos e Serviços EN14 Impactes ambientais significativos dos principais produtos e serviços EN15 Percentagem recuperável dos produtos vendidos ao fim do seu ciclo de vida X Conformidade EN16 Incidentes ou multas WS18 Conformidade X WBCSD C Grau de Disponibilidade Página • • --- X • • ----- X X X • • • • 56 56 ----- • --- • • • • • • 57; 58 57; 58-59 57; 58 X • 57; 60 X 60 X • • 62-63 60 X X • • • • • • • • • • X Transporte EN34 Impactes ambientais significativos do transporte utilizado WS23 Tipo de transporte WS24 Emissões da distribuição WS25 Consumo de combustível da distribuição X Gastos Ambientais EN35 Total de gastos ambientais e especificação por tipo X --- 4.3 Indicadores de Desempenho Social Práticas Laborais e Condições de Trabalho Emprego Mão-de-obra, estatuto, tipo de emprego e tipo LA1 de contrato de trabalho LA2 Criação de emprego e rotatividade WS1 Criação de emprego LA12 Benefícios dos Colaboradores além dos previstos por lei WS5 Emprego de expatriados WS6 Emprego de indígenas Trabalho e Relações Laborais LA3 Percentagem de empregados representados por organizações sindicais LA4 Procedimentos para consulta e negociação com os Colaboradores LA13 Representação formal de trabalhadores em tomadas de decisão ou Administração Saúde e Segurança LA5 Práticas sobre registo e notificação de acidentes e doenças ocupacionais LA6 Comités formais sobre saúde e segurança LA7 Tipo de lesões, dias perdidos, índice de absentismo e número de óbitos WA22 Segurança do subcontratado WS2 Absentismo WS15 Taxa de acidentes WS16 Gravidade dos acidentes LA8 Descrição de políticas ou programas a respeito de VIH/SIDA LA14 Evidência de conformidade substancial com as directrizes sobre SGSST LA15 Acordos formais com Sindicatos Formação e Educação LA9 Média de horas de formação por ano, por empregado e por categoria WS14 Programas de formação WS19 Workshops/formação LA16 Programas para apoiar a continuidade da vida laboral dos funcionários LA17 Gestão da capacidade e formação ao longo da vida profissional 72 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X • • • • • 60 ----- 60 57; 60 --57; 60 57; 63 57; 63 --34 60 57; 61 61 61 --61 R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E 2005 Referencial de Indicadores GRI Secção do Relatório Diversidade e Oportunidade LA10 Descrição de políticas ou programas promotores de igualdade de oportunidades LA11 Proporção homem/mulher e outros indicadores de diversidade culturalmente apropriados WS7 Diversidade da força de trabalho WS3 Satisfação no trabalho Direitos Humanos Trabalho e Relações Laborais HR1 Políticas de Direitos Humanos HR2 Impactes sobre os Direitos Humanos HR3 Procedimentos para avaliar os Direitos Humanos HR8 Formação de empregados E WBCSD C X X X X X X X X Grau de Disponibilidade Página • • • • --58-59 58-59 59 • • • • ------61 Não Discriminação HR4 Políticas que previnam todas as formas de discriminação X • --- Liberdade de Associação e de Negociação Colectiva HR5 Política de liberdade de associação X • --- Trabalho Infantil HR6 Políticas que excluam o trabalho infantil X • --- Trabalho Forçado e Compulsório HR7 Políticas para prevenir o trabalho forçado e compulsório X • --- Práticas de Disciplina HR9 Processos judiciais HR10 Política de não-retaliação e sistema efectivo e confidencial de recepção das queixas dos funcionários X • --- X • --- Práticas de Segurança HR11 Formação em direitos humanos para segurança dos funcionários X • --- Direitos Indígenas HR12 Políticas e procedimentos para tratar das necessidades das populações indígenas HR13 Queixas e reclamações da comunidade indígena HR14 Receita operacional X X X • • • ------- • • • • • • • • 28-31; 64-65 --28-29; 64-65 --28-29; 64-65 64-65 • --- • • ----- • • --- Sociedade Comunidade SO1 Políticas para gerir impactes sobre as comunidades WS8 Nível de ruído WS9 Eventos de envolvimento da comunidade WS10 Reclamações da comunidade WS12 Programas de apoio à comunidade WS13 Serviço comunitário SO4 Prémios recebidos relevantes para o desempenho social, ético e ambiental WS17 Prémios ambientais Suborno e Corrupção SO2 Políticas referentes a suborno e corrupção Contribuições Políticas SO3 Políticas para a gestão de lobbies e contribuições políticas SO5 Financiamento de partidos políticos Concorrência e Preços SO6 Decisões do tribunal SO7 Políticas para prevenir comportamentos anti-competitivos X X X X X X X X X X X X X 66 66 --- 73 Referencial de Indicadores GRI Secção do Relatório E WBCSD C Grau de Disponibilidade Página ----- X • • • • • --- X X • • • --- X • • --- X • • Investigação e Desenvolvimento Responsabilidade sobre o Produto Saúde e Segurança do Consumidor PR1 Políticas para preservar a saúde e a segurança do consumidor WS20 Satisfação dos Clientes PR4 Não-conformidade com a legislação referente à saúde e segurança do consumidor PR5 Reclamações relacionadas com a garantia de saúde e segurança do consumidor PR6 Conformidade voluntária com um código de conduta, selos ou rótulos dos produtos Produtos e Serviços Informações sobre o produto e a sua rotulagem PR2 PR7 Não-conformidade com a legislação referente a informações e rotulagem do produto PR8 Satisfação do consumidor X X X X X Publicidade PR9 Adesão a padrões e códigos voluntários relacionados com publicidade PR10 Violação de regulamentações em publicidade e marketing Respeito da Privacidade PR3 Respeito da privacidade do consumidor PR11 Reclamações relacionadas com a violação da privacidade de consumidores 74 X X ------- ----- --- --- R E L ATÓ R I O D E S U S T E N TA B I L I DA D E Acrónimos 2005 GLOSSÁRIO AFLOPS - Associação de Produtores Florestais de Setúbal AIP - Associação Industrial Portuguesa APCER - Associação Portuguesa de Certificação ATIC - Associação Técnica da Indústria de Cimento BCSD Portugal - Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável CAA - Comissão de Acompanhamento Ambiental CENDES - Centro para o Desenvolvimento Empresarial Sustentado do INETI CEPA - Conselho Estratégico para o Ambiente da AIP CGQA - Conselho Geral da Qualidade, Ambiente e Segurança CIS - Centro de Investigação e Intervenção Social do ISCTE CQAS - Comissão da Qualidade, Ambiente e Segurança da Secil-Outão CQAC - Comissão da Qualidade, Ambiente e Segurança da CMP CSI - Cement Sustainability Initiative EBIT - Earnings Before Interest and Tax EBITDA - Earnings Before Interest, Tax, Depreciation and Amortization EDP - Electricidade de Portugal EMAS - Eco Management and Audit Scheme - Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria ETAR - Estação de Tratamento de Águas Residuais GASGST - Grupo de Acompanhamento do Sistema de Segurança e Saúde no Trabalho GDSS - Grupo de Desenvolvimento Sustentado da SECIL GEE - Gases com Efeito de Estufa GQA - Gestor da Qualidade, Ambiente e Segurança Local GQAE - Gestor da Qualidade, Ambiente e Segurança da Empresa GRI - Global Reporting Initiative IA - Instituto do Ambiente INR - Instituto Nacional de Resíduos INETI - Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação ISCTE - Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa LER - Lista Europeia de Resíduos MTD - Melhor Técnica Disponível OHSAS - Occupational Health and Safety Assessment Series OMS - Organização Mundial de Saúde PARP - Plano Ambiental de Recuperação Paisagística PCIP - Prevenção e Controlo Integrados de Poluição PNA - Parque Natural da Arrábida PSS - Product Service System QUERCUS - Associação Nacional de Conservação da Natureza RIB - Resíduo Industrial Banal SGA - Sistema de Gestão Ambiental SGQ - Sistema de Gestão da Qualidade SGSST - Sistema de Gestão de Saúde e Segurança no Trabalho SUSPRONET - Rede Comunitária sobre o Desenvolvimento de Sistemas Produto/Serviço Sustentáveis TF - Task Force UICN - União Internacional para a Conservação da Natureza e dos seus Recursos YMT PT - Young Managers Team Portugal WBCSD - World Business Council for Sustainable Development 75 Página intencionalmente em branco
Documentos relacionados
Recuperação Paisagística e Biodiversidade – Julho 2007
Secil Outão Uma das novidades de concepção do Projecto de Recuperação Paisagística do Outão foi permitir que, pela primeira vez, se procedesse à recuperação da paisagem durante a exploração e não s...
Leia maisDeclaração Ambiental 2011
Instalação e de Exploração da fábrica foi necessário proceder à actualização do Plano de Desempenho Ambiental, no qual foi proposto os novos VLE e prazos de implementação das MTD’s respectivas. A r...
Leia mais