Acidente do voo 1907 da Gol completa 4 anos

Veículo : Jovem Pan Cidade: São Paulo Seção: Notícias Data: 29.09.2010
Acidente do voo 1907 da Gol completa 4 anos
O acidente entre um jato Legacy e um avião Boeing da Gol aconteceu em 29 de setembro
de 2006
CRISTIANO BORGES/O POPULAR/AE
Após quatro anos, o acidente com o Boeing 737 da Gol e o jato Legacy que deixou 154 mortos, segue sem
punição dos culpados. O acidente entre um jato Legacy e um avião Boeing da Gol aconteceu em 29 de
setembro de 2006 e nenhum dos passageiros e tripulantes da aeronave da Gol sobreviveu.
Os pilotos americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino poderiam evitar o choque se ligassem o
transponder da aeronave executiva. Na ocasião, os quatro sargentos da aeronáutica não avisaram a
tripulação do Boeing sobre a aproximação do Legacy da Embraer.
Em entrevista ao repórter Daniel Lian, a presidente da Associação dos Parentes das Vítimas do Voo 1907,
Angelita De Marchi, lamentou que o tempo tenha passado e que nenhuma atitude efetiva tenha sido tomada.
Ela perdeu o marido e sublinhou que a morosidade da justiça agrava o sentimento de impunidade.
Angelita destacou que muitas famílias aceitaram o primeiro acordo por não acreditarem no Poder
Judiciário. A presidente da Associação dos Parentes das Vítimas do Vôo 1907 revelou que há uma grande
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revolta porque Jan Paul Paladino agora voa pela American Airlines e Joseph Lepore continua na Excel Air.
“A American Airlines, que é a maior companhia de aviação do mundo, contratou o piloto que responde a
dois processos criminais no Brasil. É um absurdo isso, qualquer empresa pede antecedentes criminais antes
de contratar uma pessoa. Aonde está a responsabilidade das empresas?”.
A Federação Brasileira das Associações dos Controladores de Tráfego Aéreo ainda critica a falta de
condições para a prestação desse serviço. O advogado da entidade, Roberto Sobral, enfatizou que houve
falha no sistema no dia do acidente e condena até os salários dos profissionais do setor. “Ninguém quer
apurar as falhas de sistemas que estão por trás. Eles não podem condenar sem ter provas, que mostram que
os controladores foram induzidos ao erro”.
Para o presidente da Associação Nacional em Defesa dos Passageiros do Transporte Aéreo, Claudio
Candiota, a situação da aviação permanece inalterada. Candiota enfatiza que os problemas tiveram início no
ano do acidente com a extinção do D.A.C e a criação da Anac. “Se eliminou um órgão que era 100%
profissionalizado e se criou a Anac, um órgão totalmente sem profissionalização e colocou-se na cúpula
desse órgão, diretores que não tem relação com a aviação. Nós transformamos uma agência técnica em uma
agência política”.
Cláudio Candiota acentuou que a situação da ANAC é ilegal, pois o artigo 12 da lei que criou a agência faz
uma exigência. O comando quer que todos ocupantes da direção da agência tenham elevado conceito no
campo da especialidade, mas muito deles nem são do ramo.
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