Graxaria Brasileira

Transcrição

Graxaria Brasileira
Revista
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Ano 1 / Edição 04 / Jul-Ago 2008 / www.editorai9.com.br
Graxaria Brasileira
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Indústria de Farinha e Gordura AnimalG
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Biocombustíveis:
a Promessa
do Sebo
Editorial
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Ano 1 / Edição 04 / Jul-Ago 2008 / www.editorai9.com.br
Graxaria Brasileira
Indústria de Farinha e Gordura Animal
Biocombustíveis:
a Promessa
do Sebo
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Edição 04
julho/agosto 2008
Prezado Leitor,
A busca por matrizes energéticas alternativas tem sido uma
das principais questões de debate atuais. Antes de ser apenas por
esgotamento de reservas de Petróleo – a principal matriz utilizada hoje
em dia –, o que tem motivado a descoberta de outras fontes são os
sinais claros de que o excesso de gases estufa, gerados pela queima
de combustíveis fósseis, enviados para a atmosfera, está influindo
criticamente no chamado aquecimento global. E com conseqüências
diretas para a “saúde” do planeta, comprometendo inclusive a nossa
sobrevivência. A meta é encontrar fontes mais limpas e com melhor
aproveitamento energético.
O setor das graxarias está envolvido diretamente nessa busca.
Além de se preocupar em fazer o dever de casa com a definição
de processos mais limpos, pode dar uma enorme contribuição. A
utilização de gordura animal surge como uma grande alternativa,
contribuindo para gerar um combustível mais limpo e menos poluente,
além de ainda gerar recursos e economias para as agroindústrias. A
Revista Graxaria Brasileira mostra nesta edição algumas experiências
do setor, quais são as opções, caminhos e perspectivas dessa
promessa conhecida como sebo ou gordura animal.
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São iniciativas louváveis como a do proprietário da fazenda Pork
Terra, João Paulo Muniz, que sistematizou a sua própria usina de
biocombustível, no que poderíamos chamar de uma solução “caseira”.
Assim, ele chegou a alcançar algo buscado por muitos hoje em dia: a
auto-suficiência energética. E ainda colaborando com a comunidade.
Sem grandes confetes (como ele, o próprio Muniz, pede), chamamos
atenção para o fato de que ele gosta de se ver apenas como um
empresário que encontrou solução para os seus problemas, solução
que pode ser utilizada por todos. Como mostra a matéria de capa,
muito ainda está por vir quando o assunto é biocombustível. Mas
esperamos que o setor das graxarias possa se fortalecer mais ainda
com esta nova seara de atuação.
Boa Leitura!
Daniel Geraldes
Editor Chefe
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Sumário / Expediente
06
notícias
5
Diretor
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
26
Em Foco 1
Jornalista Colaborador
Paulo Celestino - MTB 998/RN
Publicidade
[email protected]
[email protected]
28
Em Foco 2
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
[email protected]
30
capa
32
Foco na qualidade
34
36
Redação
Lucas Priori
[email protected]
entrevista
caderno técnico 1
Conselho Editorial
Bruno Montero
Clênio Antonio Gonçalves
Daniel Geraldes
Luiz Guilherme Razzo
Valdirene Dalmas
Comitê Tecnico
Cláudio Bellaver
Dirceu Zanotto
Lucas Cypriano
Fontes Seção “Notícias”
BeefPoint, Avisite, Valor Econômico, Gazeta
Mercantil, Sincobesp, Abra, Sindirações, National
Render, Embrapa, Biodiesel, AgriPoint, Aliança
Pecuarista.
Foto de capa
Foto Rogério Reis,
Divulgação Petrobras
Impressão Gráfica
Vox Editora
Distribuição
ACF Alfonso Bovero
40
caderno técnico 2
44
caderno técnico 3
49
Ponto de Vista
Editora i9
Rua Leôncio de Carvalho, 303 / Conj. 101
Cep: 04003-010 / São Paulo - SP
Tel/Fax. (11) 3213-0047
A Revista Graxaria Brasileira é uma
publicação bimestral da Editora i9.
A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação do mercado
de Graxarias, clientes de graxarias, fornecedores de:
máquinas, equipamentos, insumos, matérias-primas, biodisel,
frigoríficos e prestadores de serviços, com tiragem
de 4.000 exemplares.
Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia,
projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes. É enviada
aos executivos e especificadores destes segmentos.
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores
e não necessariamente refletem as opiniões da revista.
Não é permitida a reprodução total ou parcial das matérias
sem expressa autorização da Editora.
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MAPA propõe novas normas para
indústria da alimentação animal
Diplomata lidera em crescimento
de vendas no Paraná
Com a publicação, na edição do Diário Oficial da União, da Portaria nº 97, de 28 de
Uma surpresa aguarda os leitores paranaenses da 35ª edição do anuário
julho de 2008, o Secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura coloca
“Melhores & Maiores”, publicação da conceituada revista “Exame” que lista
em consulta pública proposta de Instrução Normativa sobre procedimentos para o
as 500 maiores empresas do País com faturamento anual superior a US$
registro e renovação de registro de produtos destinados à alimentação animal e dos
156,4 milhões.
estabelecimentos que os produzam, fabriquem, manipulem, fracionem, importem e/
ou os comercializem.
em primeiro lugar o frigorífico Diplomata, complexo de abatedouros de
O ranking das dez maiores do Paraná em crescimento de vendas traz
De acordo com a Portaria publicada, o texto ora colocado sob consulta pública
frangos controlado pelo Grupo Alfredo Kaefer, com sede em Cascavel e
– aberta pelo prazo de 30 dias – está disponível no site do MAPA (http://www.
unidades em Londrina, Mandirituba e Capanema, além de Xaxim (SC) e
agricultura.gov.br em Serviços/Alimentação Animal). Sugestões e proposições a ele
Campo Grande (MS).
devem ser endereçadas ao Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários - DFIP,
Secretaria de Defesa Agropecuária - SDA, Anexo “A”, sala 443, 4o andar, Ministério da
maior que 2006, a Diplomata suplantou algumas das mais importantes
Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, Esplanada dos Ministérios - Brasília - DF,
organizações empresariais do Estado, como o grupo Positivo (2º colocado) e a montadora Renault (3º).
CEP 70.043-900 ou encaminhadas ao DFIP através do Fax (61) 3218 2727, ou, ainda,
do e-mail [email protected] .
e externo, espelha a performance das exportações de frango durante o ano passado, quando o setor estabeleceu seu
recorde histórico de vendas.
Conforme a Secretaria de Defesa Agropecuária, durante e após o prazo estipulado
Registrando em 2007 um faturamento de quase R$ 1,2 bilhão, 55,1%
O resultado, além de premiar o esforço desenvolvido pela Diplomata para ampliar sua presença nos mercados interno
na Portaria, a Coordenação de Produtos para Alimentação Animal do Departamento de Fiscalização de Insumos Pecuários
poderá articular-se com os órgãos e entidades envolvidas e aqueles que tenham manifestado interesse na matéria, para
com 418 milhões de quilos comercializados entre janeiro e junho, o volume já é 4% maior que o registrado no mesmo
que indiquem representantes nas discussões, visando à consolidação de texto final.
período de 2007.
Quando a nova Instrução Normativa for aprovada, revogará pelo menos seis Portarias, a mais antiga delas datada de
junho de 1976 e, portanto, em vigor há mais de 30 anos.
A expectativa para 2008 é de manter o ciclo virtuoso, com acréscimo de 12% no acumulado do ano. A meta é factível:
Também publicada pela “Exame”, a edição 2008-2009 do anuário do Agronegócio traz outra boa notícia para o Grupo
Alfredo Kaefer, que em 2007 completou 30 anos de atividades. Classificada em 67º lugar entre as 400 maiores do País,
a Diplomata sobe para o quarto lugar quando o critério de avaliação é o de melhor empresa do setor de aves e suínos.
Arantes conclui compra da
Sertanejo Alimentos
A Arantes Alimentos, com sede em São José do Rio Preto (SP), concluiu a
Programa de resíduos é
aprovado pelos europeus
compra da Sertanejo Alimentos, em negócio que atingiu R$ 94,8 milhões.
A Sertanejo é a segunda maior indústria avícola do estado de São Paulo,
atestou e comprovou, mais uma vez, a equivalência do Plano Nacional
com uma carteira de 18.000 clientes ativos. O negócio consolida a Arantes
de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) com os requisitos
Alimentos como uma das maiores produtoras de proteínas animais do
europeus. O parecer foi enviado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Brasil.
Abastecimento (Mapa). O reconhecimento está relacionado às garantias
Marco Garcia, Investor Relations Officer da Arantes, explica que a
de qualidade e segurança dos produtos de origem animal produzidos
aquisição da Sertanejo está dentro de um contexto de “sinergias comerciais
no Brasil e consumidos no mercado interno e em todo o mundo.
e logísticas com os nossos produtos bovinos. Há também similaridades
com os produtos dos frigoríficos Hans e Eder, tradicionais produtores de
cobre todos os grupos relevantes de substâncias requeridas pela
embutidos finos no Brasil, que também foram recentemente adquiridos
Diretiva do Conselho 96/23/EC (legislação base da área de resíduos na
pela Arantes Alimentos”.
“Em comparação com anos anteriores, o plano nacional de resíduos
Europa) e que progressos significantes têm sido feitos pelas autoridades
A Arantes tem oito unidades de abate de bovinos: três em Goiás Cachoeira Alta, Santa Fé de Goiás e Jataí; três em Mato Grosso - Canarana,
O escritório de Alimentação e Veterinária da União Européia (FVO)
competentes na implementação do plano”, aponta o relatório.
“A confirmação do reconhecimento da equivalência do PNCRC com os requisitos europeus é de extrema importância
Pontes e Lacerda e Nova Monte Verde; uma em Imperatriz (MA) e outra em Unaí (MG). Opera ainda quatro plantas
para o país, uma vez que a União Européia é considerada o mercado mais restritivo e serve de balizador internacional
de embutidos: duas da Eder, no Estado de São Paulo, uma da Hans (Jundiaí/SP) e uma nova, recém-adquirida em
para os demais países e blocos importadores de alimentos do Brasil”, ressaltou o chefe de Controle de Resíduos e
Belo Horizonte (MG). A empresa processa e comercializa dezenas de produtos de origem animal de alta qualidade,
Contaminantes da Área Animal, do Mapa, Héber Brenner.
em âmbito nacional e internacional. Empregando hoje mais de quatro mil pessoas diretamente, a Arantes busca
ser referência de qualidade e solidez no mercado. Para 2008, a Arantes prevê alcançar capacidade de abate de
ter acesso a alimentos com os mesmos níveis de qualidade e segurança que têm os consumidores mais exigentes do
1,150 milhão, 640 mil a mais que no último ano.
mundo. “Esta é a principal meta do PNCRC no curto prazo juntamente com a ampliação do programa para outras espécies
Segundo ele, a ampliação e a otimização do plano são fundamentais para que os consumidores brasileiros possam
animais, como avestruz, coelhos, caprinos e ovinos”, complementou.
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Notícias
Consumidores Confiantes
na Segurança dos Alimentos
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Uso das FOA
A re-utilização de produtos não-comestíveis na cadeia da carne é de
vital importância, por ser uma prática ecologicamente correta por gerar
O mais recente relatorio mostra que os consumidores confiam na segurança do
produtos nobres à partir de sub-produtos do abate animal que poderiam
alimentos que compram nos supermercados, mas a confiança está fragilizada.
ser destinados ao meio-ambiente. Esses produtos apresentam alta
viabilidade econômica, tanto no tangente à sua industrialização, como
De acordo com Instituto de Marketing de Alimentos (FMI), o relatório 2008 americano
sobre tendências do consumidor de mercearias, 81% dos consumidores confiam nos
quanto à sua utilização nos mais diversos ramos.
alimentos que compram nas lojas. No entanto, somente 11% estão “completamente
confiantes” , abaixo dos 15% de 2007, equanto 70% são “pouco confiantes”.
Origem Animal (POA), como Farinhas de Carne e ossos, de Vísceras de
Consumidores confiantes na segurança dos alimentos de restaurantes aumentaram em
aves, de Sangue, de Penas, de Peixes e de todas as gorduras animais,
65%, maior do que os 43% em 2007.
propiciam um aumento na palatabilidade e textura da dieta, sendo
considerados ingredientes imprescindíveis para algumas espécies, como
Consumidores permanecem preocupados sobre consumirem produtos derivados de
Além de baratear os custos das dietas animais, o uso de Produtos de
animais clonados. O estudo afirma que 77% que não sentem-se confortáveis, incluindo
camarões, cães e gatos, aves e suínos por apresentar proteína de ótima digestibilidade para esses animais.
44% que são “totalmente não confortáveis” – acima significativamente dos 61 % e 31%,
respectivamente, em 2007. Mais de 8 em 10 consumidores (81%) acreditam que alimentos
cálcio, com alta digestibilidade de todos os seus nutrientes.
de animais clonados devam ser declarados nos rótulos. De fato, aproximadamente 6 em
10 (58%) apóia fortemente este ponto de vista.
seus clientes, atendendo a todos os padrões estabelecidos pelos clientes.
As FOA além de fornecer Proteína de ótima qualidade, têm em sua composição ácidos graxos essenciais, fósforo e
Com investimentos pesados na renovação do setor, os fabricantes de POA, produzem farinhas e óleos confiáveis aos
O estudo também relata que os altos custos dos combustives e alimentos e outros fatores econômicos apresentam
forte impacto em como os consumidores fazem suas compras, cozinham e fazem as refeições. Americanos estão
Garantias no uso das FOA:
cozinhando mais em casa e comendo com menos frequência em restaurantes (71%).
* Matéria-prima com controle de procedência
* Boas práticas de fabricação implantadas
De fato, as familias fazem suas refeições principais em restaurantes somente 1,2 vezes por semana, abaixo dos 1,3
vezes em 2007 e 1,5 em 2006.
* Granulometria padronizada
* Ausência de peróxido
O estudo completo esta disponível no site da FMI : www.fmi.org
Caracterização Energética e Testes
de Compactação da Cama de Frango
com três tipos de resíduos:
Casca de Arroz Moído, Cepilhos de Madeira e Capim Moído.
Preocupados com a proibição da cama de frango na alimentação de bovinos, devido à existência de
farinhas de origem animal, a Abra (Associação Brasileira de Reciclagem Animal), busca uma solução, ou
seja, criar um novo nicho de mercado para utilização da cama de frango.
Portanto em parceria com a ABEF (Associação Brasileira dos Exportadores de Frango), foi proposto à
Fundação de Tecnologia Florestal e Geoprocessamento (Anexo ao IBAMA), localizado em Brasília-DF, a
realizar um estudo da Caracterização Energética e Testes de Compactação da Cama de Frango com três
tipos de resíduos: Casca de Arroz Moído, Cepilhos de Madeira e Capim Moído.
Este estudo sob coordenação do Dr. Waldir Quirino, tem como objetivo, analisar o teor de umidade, o
poder calorífico superior e inferior, a análise química imediata (teor de voláteis, teor de carbono fixo e teor
de cinzas), análise de combustão e a possibilidade de aglomeração como peletes ou briquetes.
Estes parâmetros permitirão comparar as propriedades energéticas da cama de frango com um
combustível tradicional de biomassa (lenha ou carvão vegetal) e verificar a possibilidade de sua aglomeração
com ou sem aglutinantes. Com os resultados das análises, será elaborado um relatório técnico ilustrado,
analisando as possibilidades da utilização cama de frango como combustível. A previsão de entrega do
estudo é para 3ª semana de setembro, onde será retransmitido os resultados para divulgação.
Maiores Informções:
ABRA
Contatos: (61) 4501-7199
E-mail: [email protected]
Site: www.abra.ind.br
* Padronização nos teores de minerais e proteína
* Ausência de contaminantes
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Notícias
Mapa interdita graxarias que não
esterilizam farinha de carne e ossos
Desde o final de julho, Fiscais Federais Agropecuários da Secretaria de
Defesa Agropecuária (SDA) interditaram a produção de farinha de carne e osso
das graxarias que não implementaram o processo de esterilização das matériasprimas empregadas. A obrigatoriedade da esterilização é uma medida preventiva
que, se efetivamente implantada, permitirá a reclassificação do Brasil, junto à
Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), como país de risco desprezível para
Encefalopatia Espongiforme Bovina EEB (doença da vaca louca).
A OIE recomenda aos países esterilizar a farinha de carne e osso a 133º Celsius,
durante 20 minutos. Atualmente, a OIE inclui o Brasil na categoria dos países com
risco controlado mesmo sem nunca ter sido registrada a ocorrência da EEB no
rebanho brasileiro. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa)
determina, por meio da Instrução Normativa nº 15 de 2003, a esterilização da
farinha. Para isso, os frigoríficos e graxarias independentes devem dispor dos
equipamentos necessários para a esterilização.
Após sucessivas prorrogações, foi estabelecido o dia 30 de junho como prazo final para comprovar a efetiva
implementação do processo de esterilização. As fiscalizações constataram que a maior parte das graxarias se adequou
ao cumprimento da exigência. No entanto, cerca de 60 estabelecimentos ainda persistem em não obedecer a norma do
Mapa.
Entre os dias 28 de julho e 1º de agosto, os fiscais interditaram as graxarias localizadas nos estados do Paraná, São
Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Rondônia e Rio de Janeiro, que não instalaram o esterilizador. As
ações de interdição foram coordenadas pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) da SDA.
Foram listados 42 estabelecimentos, dos quais 37 encontravam-se em atividade e cinco estavam paralisados. Contudo,
somente 17 foram interditados, uma vez que os outros 25 adquiriram os equipamentos de esterilização. A inspeção será
finalizada quando todos os estabelecimentos estiverem realizando a esterilização de 100% dos resíduos de ruminantes.
Mais informações sobre a ação pelo telefone (61) 3218-2296.
Independência compra o
paraguaio Guarani
Com o contrato de compra e venda do frigorífico Guarani, em território
paraguaio, o Independência começa o processo de internacionalização.
O valor do negócio, que inclui a unidade de abate e a marca, é US$ 14
milhões, segundo o diretor-financeiro do Independência, Tobias Bremer. A
previsão é que o negócio seja concluído no próximo trimestre.
A entrada no Paraguai é estratégica porque o país vizinho é hoje,
segundo Bremer, o maior exportador de carne bovina para o Chile, mercado
que está fechado para a carne brasileira - com exceção da produção do Rio
Grande do Sul - desde o fim de 2005.
Além disso, o Independência também vê potencial de exportar para a
União Européia a partir do Paraguai, informou notícia do Valor Econômico.
A fábrica localizada em Assunção abate 500 animais por dia, o equivalente a 10% do abate diário de todo o
Paraguai, informou o executivo, confirmando que esse é “o primeiro passo para fora” e a empresa seguirá “atenta a
oportunidades”.
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Notícias
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Frigorífico Marfrig compra ativos
do OSI por US$ 680 mi
Produção de ração deve
crescer 10% em 2008
O frigorífico Marfrig, um dos maiores processadores de carne do País, anunciou a compra de ativos do grupo
americano OSI no Brasil e em países da Europa. Maior fornecedor de carne para o McDonald?s, o OSI vendeu para
o Marfrig 15 unidades de processamento de aves e outros animais, por US$ 680 milhões. Desse total, US$ 400
milhões serão pagos em dinheiro e US$ 280 milhões em ações ordinárias da Marfrig. O negócio poderá envolver
mais US$ 220 milhões, dependendo do desempenho das unidades européias.
Com a compra das empresas do grupo OSI no Brasil e na Europa, o Marfrig estima um aumento de US$ 2 bilhões
(R$ 3,24 bilhões) na receita líquida anual. Esse valor representa quase a totalidade do faturamento registrado pelo
grupo no ano passado, de R$ 3,34 bilhões. O Marfrig fez várias aquisições nos últimos meses, mas a compra dos
ativos do OSI é o negócio mais importante feito pelo grupo. Com as fábricas do OSI, o Marfrig dobra de tamanho,
e aumenta sua presença em alimentos industrializados, processamento de aves e avança no mercado europeu.
No Brasil, as empresas do grupo OSI compradas pelo Marfrig são a Braslo Produtos de Carnes, importante
fornecedor de redes de fast-food; a Penasul Alimentos, produtora de industrializados e frangos, dona da marca
Pena Branca no Sul do País; e a Agrofrango, de
crescente dependência dos aditivos importados, a produção da indústria de
abate de frangos. Na Europa, o Marfrig comprará o
alimentação animal deverá crescer 10,2% neste ano e atingir a marca de 59
grupo Moy Park, da Irlanda do Norte, que abastece
milhões de toneladas. De acordo com o Sindicato Nacional das Indústrias de
redes como McDonald?s e KFC.
Alimentação Animal (Sindirações), o setor deverá gastar US$ 20 bilhões em
Mesmo pressionada pela alta dos custos das matérias-primas e pela
matérias-primas neste ano, aumento de 53,8% frente os US$ 13 bilhões do ano
anterior. No primeiro semestre, a produção atingiu 28,1 milhões de toneladas,
crescimento de 12%.
Aquisição
da Marfrig
preocupa
pecuaristas
britânicos
“Até meados de 2007 tínhamos um “céu de brigadeiro” no setor. Mas o
aumento no preço do milho e dos aditivos acendeu a luz amarela”, avalia
Ariovaldo Zanni, diretor executivo do Sindirações. Ele informou que só o custo
com milho subiu 100% no último ano. Alguns aditivos, como a vitamina E,
subiram mais de 300% no período. Ele disse ainda que é necessário repensar
a cadeia de suprimentos, pois a grande dependência de aditivos importados
pode prejudicar o setor.
“Acreditamos que daqui a 12 anos, se não houver nenhum imprevisto,
produziremos 150 milhões de toneladas de ração. Isso demandará 90
adquire
milhões de toneladas de milho e o dobro de suplementos”, explica Zanni.
maior processadora de aves do Reino Unido”, o
De acordo com o sindicato, o custo com aditivos deve saltar de US$ 800
Farmers Guardian - literalmente, guardião dos
milhões em 2007 para US$ 1,2 bilhão neste ano. A China fornece 30% desse
agropecuaristas (britânicos) – revela que a compra
total ao Brasil.
da Moy Park pelo grupo brasileiro Marfrig está causando preocupação aos pecuaristas locais.
Sob
o
título
“Empresa
brasileira
Zanni acrescenta que para resolver esse gargalo é necessário que o governo
Citando que essa compra, combinada com outras aquisições no Brasil, torna a Marfrig a nona maior processadora
estimule a instalação de indústrias no setor e otimize o fluxo de autorizações
avícola do mundo (na União Européia a Moy Park é, sozinha, a nona maior do setor), o Farmers Guardian ressalta
para importação dos aditivos. “A iniciativa privada fez um acordo para fomentar
que os abates de aves da Marfrig agora chegam aos 8,5 milhões de cabeças semanais e fortalecem sua posição de
o fluxo comercial da China para o Brasil. Mas nesse mercado competitivo é
quarto maior processador de carne bovina do mundo.
necessário mais agilidade nas autorizações”, afirmou.
Mas há também preocupação com a transferência da empresa para “donos não-britânicos”, fato denunciado
Érico Pozzer, vice-presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), disse
pela citação da venda, há uma semana, de outra líder do setor no Reino Unido, a Grampian Foods (3,8 milhões
que o aumento da ração impacta diretamente o custo de produção. “Ano
de frangos por semana). A Grampian foi adquirida pelo grupo holandês Vion, o que – nas palavras do Guardian –
passado o custo do quilo do frango vivo era de R$ 1,10. Atualmente é cerca
“deixa 20% da capacidade de processamento de frangos do Reino Unido nas mãos de proprietários estrangeiros”.
de R$ 1,80”, disse. Ele informou que caso as exportações de milho diminuam
por causa da queda no câmbio, no segundo semestre as despesas deverão
No caso da Marfrig, porém, o temor se concentra, especialmente, na carne bovina. E o Guardian observa que a
National Farmers’ Union (União Nacional de Agricultura, espécie de CNA da agricultura britânica) já se posicionou
recuar.
contra a compra da Moy Park pela Marfrig, pois teme que o negócio se transforme em “verdadeiro Cavalo de Tróia
com o qual a carne bovina sul-americana irá invadir o mercado britânico”.
bons olhos a possibilidade de maior oferta de milho no mercado. Ele observa
que o custo da ração para quem cria gado confinado é de R$ 5 por arroba,
Conforme o Guardian Farms, a NFU está organizando um encontro com a Marfrig e a Moy Park para discutir as
implicações que o novo empreendimento terá junto aos membros da entidade.
O analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa, também enxerga com
que atualmente é cotada por até R$ 90. “A redução na pressão dos custos com
suínos e frangos é importante porque esse tipo de carne competiria menos
com a bovina”, disse.
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Ferrovia mudará cenário
agropecuário no Tocantins
Com R$ 1,4 bilhão, bancados pela Companhia Vale do Rio Doce, vencedora do
leilão de subconcessão que lhe dá o direito de operar a ferrovia, a Norte-Sul deve
ganhar em dezembro deste ano porte para mudar a economia do Tocantins e alterar
de vez a movimentação de carga de parte do Centro-Oeste.
“A estrada de ferro vai mudar o mapa agrícola do país. É um novo movimento de
colonização da região”, destacou o diretor da área de comercialização de logística da
Vale, Marcello Spinelli.
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Câmaras analisam a revisão do Riispoa
As Câmaras Setoriais das Cadeias Produtivas de Carne Bovina, Eqüideocultura, Caprinos e Ovinos e de Aves e Suínos
se reuniram em Brasília, na sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No encontro, o Departamento
de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
apresentou a proposta de revisão do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal
(Riispoa).
ARG: frigoríficos investem na
ampliação da produção
Não é exagero. Com mais de 500 quilômetros de extensão, trecho que ligará o
município de Guaraí, na região do médio Tocantins, até Açailândia (MA), onde a ferrovia
encontra a Estrada de Ferro Carajás, o corredor ferroviário deflagrou negociações que
suficiente para destinar a maior parte (75%) da capacidade de estoque ao mercado
irrigarão como nunca a economia tocantinense. Novos acordos já elevaram a área
interno, os frigoríficos brasileiros trabalham para aumentar a produção na Argentina.
plantada em 22% em relação à safra passada e o preço das terras duplicou em um ano,
Isto porque a exportação está limitada ao que exceder este percentual.
atingindo mais de R$ 8 mil por hectare.
produtos de maior valor agregado visando o mercado externo - termoprocessados no
Basta olhar o mapa mundial para compreender o significado do corredor Centro-
Após um decreto obrigando os frigoríficos a comprovar a existência de mercadoria
JBS-Friboi e Marfrig estão investindo no aumento da capacidade de fabricação de
Norte, elevado agora à escala de milhões de toneladas. De lá, partem os grandes navios
caso da JBS e hambúrgueres e salsichas no do Marfrig.
graneleiros para a Europa, os Estados Unidos ou para o canal do Panamá (acesso mais
curto para o oceano Pacífico rumo à Ásia). Mas hoje a produção atual de Tocantins não
cotada a US$ 21 mil a tonelada, foram por água abaixo com as restrições impostas pelo governo para segurar a inflação
supera 800 mil toneladas por ano. Por isso, as grandes tradings em operação no Brasil, entre as quais Bunge, Cargill,
no mercado interno, onde há um rígido controle de preços para 13 cortes mais populares.
Multigrain e Caramuru, negociam a expansão da produção local ou estudam entrar na região. “O Tocantins é um estado
novo, com produção inferior a 1 milhão de toneladas por ano, mas surge agora como opção de negócios”, confirmou o
semestre não foi fácil para a indústria. Além dos bloqueios às vendas externas, eles foram atingidos pela paralisação dos
vice-presidente da Caramuru, César Borges de Sousa.
agricultores e pecuaristas dos país, que durou 101 dias.
Segundo o gerente da Norte-Sul, Eduardo Calleia Junger, a perspectiva é ter, dentro de cinco anos, cerca de 8,8
Os planos de atingir o mercado internacional através da Argentina, que tem 28 mil toneladas anuais na Cota Hilton -
As exportações sempre foram uma forma de compensar a baixa rentabilidade das vendas domésticas e o primeiro
A Quickfood, principal empresa do grupo Marfrig, perdeu 15% em abate. A JBS já havia anunciado prejuízo de R$ 6,6
milhões de toneladas de grãos descendo até o porto de Itaqui. Sem contar os volumes que poderão ser gerados pelo
milhões no primeiro trimestre.
transporte de combustível (derivados de petróleo, álcool e biodiesel) ou outros tipos de agroindústria, como a da carne
bovina.
para expandir capacidade de produção, eficiência e desenvolvimento de novos produtos. Do total, US$ 5 milhões serão
destinados à elevação de produção de hambúrgueres em 50%, para 3,75 mil toneladas de hambúrgueres por mês.
Caminho que beneficiará o ex-militar e integrante do Projeto Calha Norte, que é produtor no Tocantins, Charbi
Para driblar a crise, o Marfrig programou para os próximos meses um investimento de US$ 20 milhões em projetos
Mackhoul Harddy. A carne bovina produzida na região enfrenta um problema de logística para a exportação. Os contêineres
despachados do Tocantins para a Europa são carregados em caminhões por 2,8 mil quilômetros até alcançarem o
de carnes termoprocessadas, que representam 40% de sua produção no país. A Swift destinava 80% da produção ao
apinhado porto de Santos (SP). Embarcada num navio, a carne viaja de volta ao topo do Brasil, agora por via marítima. São
mercado externo em 2005, hoje já mudou a relação para 60%-40%, e até o fim do ano chegará a 50%-50%. O grupo está
1.600 milhas náuticas, cerca de 2.900 quilômetros, totalizando 5.700 quilômetros. “A Norte-Sul vai reduzir a um quinto
investindo US$ 32 milhões para ampliar a produção.
essa distância e abrir um novo mercado para a indústria de frigoríficos da região”, acredita Harddy.
MG reduz em 17% os abates
clandestinos no estado
Minas Gerais conseguiu reduzir os abates clandestinos de 55% no início da década, para
38% hoje. Com isso, mais de 600 mil animais deixaram de ser abatidos anualmente de
forma irregular e agora são enviados para frigoríficos inspecionados.
“Ainda não é o ideal, mas já é um grande avanço”, comentou o secretário de Estado de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues.
Segundo ele, são abatidos anualmente em Minas, 4 milhões de cabeças. No ano passado,
o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) emitiu 2,472 milhões de Guias de Trânsito Animal
(GTA) para envio de bovinos para o abate. “A GTA só é emitida para envio de animais aos
frigoríficos inspecionados, isso mostra que a clandestinidade corresponde a menos da metade do total abatido”, explicou.
Ele destacou ainda que alguns especuladores chegam a falar em uma taxa da informalidade de 63%, baseada na
quantidade de couro curtido. “Essa relação é equivocada”.
As informações são da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
Com o conflito aparentemente perto do fim, o JBS Swift espera recuperar as perdas do primeiro semestre com a venda
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Bertin caminha para abertura de
capital com novo CEO
USDA não acredita em redução na
falta de alimentos
No cargo de CEO da Bertin S.A, o executivo João Pinheiro Nogueira Batista terá a
A alta dos alimentos e do petróleo já ampliou o grupo dos que passam
incumbência de promover a abertura de capital da empresa, “aprofundar” a governança
fome em 133 milhões de pessoas. A informação é do Departamento de
corporativa da companhia e “introduzir um modelo de gestão novo”.
Agricultura dos EUA (USDA), que mudou sua previsão sobre a falta de comida
nos próximos dez anos, apostando no agravamento do problema e não em
A abertura de capital, que vinha sendo prometida para o primeiro semestre deste ano
e acabou sendo adiada após um aporte de R$ 1 bilhão do BNDESPar na Bertin S.A., o que
sua redução.
deu ao banco uma participação de 13,2% no capital da empresa. A injeção de recursos do
BNDESPar para financiar o crescimento da Bertin S.A ainda não acabou. Faltam outros R$ 1,5 bilhão, que podem elevar a
destacou que o número de pessoas “sem garantia de ter alimentos” em 70
participação do banco estatal a 27,5%.
países em desenvolvimento cresceu para 982 milhões em 2007.
O executivo também terá um papel importante na estratégia da companhia com a tarefa, por exemplo, de definir o
A Avaliação sobre Segurança Alimentar, um relatório anual do USDA,
A quantidade de pessoas com dificuldade para obter comida pode saltar
foco nas futuras aquisições, tanto no Brasil como fora daqui. “Vamos examinar o que realmente interessa. Definir o foco
para 1,2 bilhão em 2017, revertendo a previsão de 2007 sobre a possibilidade
estratégico, o que é preciso focar e o que tem de abandonar”, entregou.
de a fome diminuir nos próximos dez anos em todas as regiões do planeta.
Além de Batista, também foi contratado como CFO (principal executivo financeiro) Ronald Seckelmann, que atuou na Klabin.
“Até a próxima década, a desaceleração da economia global deve combinar-se com a alta do preço dos combustíveis e
Apontado como um dos responsáveis pela reorganização e pela estratégia para o mercado de capitais do grupo Suzano,
dos alimentos, contribuindo para a deterioração da segurança alimentar no mundo”, disse o órgão.
Batista afirmou que seu objetivo na Bertin S.A. “é agregar valor” à empresa. Assim como fez na Suzano Petroquímica, que
Os preços do trigo, do milho, da soja e do arroz dispararam para patamares recordes nos últimos meses em meio
foi vendida para a Petrobras por R$ 2,7 bilhões. “Em 2002, a ação valia R$ 1,00, quando foi vendida, valia R$ 11,00”.
a safras ruins em várias partes do planeta e à demanda crescente de economias emergentes por biocombustíveis e
produtos alimentícios. Em todo o mundo, houve cancelamento de exportações e aumento das filas para obter alimentos
gratuitamente e distúrbios violentos provocados pela falta de comida.
Tyson vende operação de carne
bovina do Canadá
A Tyson Foods Inc. está vendendo sua operação de carne bovina do Canadá para a XL Foods, uma companhia
processadora de carne bovina canadense, por C$ 107 milhões (US$ 105,93 milhões).
A Tyson disse que a XL Foods planeja continuar operando a fábrica, Lakeside Packers, localizada em Brooks, Alberta,
após o término da venda, que deverá ocorrer em setembro.
A planta emprega 2.300 pessoas e tem capacidade de abate e processamento de 4700 bovinos por dia.
O pagamento será feito em duas partes, sendo pagos C$ 57 milhões (US$ 56,43 milhões) no fechamento do acordo,
e os C$ 40 milhões (US$ 39,60 milhões) restantes e os juros serão pagos em cinco anos.
A Tyson disse que a planta Lakeside não está mais adequada à estratégia internacional de longo prazo da
companhia.
EUA: indústria de alimentos pede a
Bush suspensão de imposto do etanol
Em carta subscrita por mais de 30 instituições e empresas do país, a indústria
norte-americana de alimentos pediu ao presidente do país, George W. Bush, a
suspensão do imposto de importação incidente sobre o etanol. Entregue na semana
passada, a carta leva a assinatura das principais entidades de produção animal
dos EUA (de bovinos, suínos, frangos, perus, ovos) e de empresas como Pilgrims,
Tyson, Smithfield, Coca-Cola e Pepsi.
Citando o Departamento de Agricultura dos EUA, o documento ressalta que em
2008 o país conviverá com o menor estoque de milho registrado desde os anos 1930.
E observando que a inflação ocasionada pelos grãos é extremamente perigosa para
a economia norte-americana, requer de Bush o exercício da autoridade conferida
pela constituição para suspender a taxa de 54 centavos de dólar por galão incidente sobre o etanol importado.
Além disso, a elevação do preço dos alimentos e do custo dos transportes levaram os EUA, o maior doador de comida
do mundo, a diminuir esse tipo de remessa em cerca de 50% nos últimos cinco anos.
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Exportações de frango do Brasil
crescem 19% no semestre
Oriente Médio lidera as exportações
de frango, calcula ABEF
As vendas externas de carne de frango do Brasil subiram quase 58%
O Oriente Médio continua a ser o principal mercado do frango brasileiro no exterior. Segundo dados divulgados pela
em valor no primeiro semestre do ano ante igual período de 2007, de
Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), a região liderou a lista de compradores do Brasil
acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de
no primeiro semestre tanto em volume como em receitas.
Frango - Abef. A receita com os embarques alcançou US$ 3,37 bilhões
enquanto os volumes somaram 1,8 milhão de toneladas no período, alta
aumento de 21% sobre o mesmo período de 2007. As receitas cresceram ainda mais (69%) e chegaram a US$ 969 milhões
de 19% em relação ao primeiro semestre de 2007.
nos primeiros seis meses deste ano.
O presidente da Abef, Francisco Turra, disse que a demanda aquecida
Foram embarcadas 559 mil toneladas de carne de franco ao mercado do Oriente Médio entre janeiro e junho, um
A Ásia foi o segundo maior destino dos frangos brasileiros no semestre. As vendas para a região renderam US$ 850
garantiu o aumento da receita e permitiu ao setor elevar os preços em
milhões, um crescimento de 61% em comparação com o mesmo período de 2007. Foram embarcadas 454 mil toneladas,
dólar. “Considerando os problemas cambiais - o dólar perdendo força -
um aumento de 61%.
foi surpreendente o desempenho”, afirmou. Segundo Turra, a perspectiva
é de que a demanda siga aquecida neste semestre. Assim, as vendas
primeiro semestre do ano passado. Foram comercializadas 283 mil toneladas, um acréscimo de 4%.
externas devem alcançar US$ 6,5 bilhões, disse o dirigente, superando
os US$ 6 bilhões previstos anteriormente.
de 155% sobre os primeiros seis meses de 2007. Foram exportadas 151 mil toneladas, um crescimento de 88%.
Levando em conta apenas o desempenho de junho, os embarques de frango do Brasil somaram 330 mil toneladas, 27% mais do
A União Européia foi o terceiro mercado, com importações no valor de US$ 764 milhões, 32% a mais do que no
Os demais países da América do Sul aparecem na quarta colocação com compras de US$ 242 milhões, um aumento
A África vem na quinta colocação. Os países do continente importaram 127 mil toneladas, 12% a mais do que no
que no mesmo mês de 2007. Em receita, as vendas do produto totalizaram US$ 652 milhões, alta de 66% na mesma comparação.
período de janeiro a junho do ano passado. As receitas chegaram a US$ 125 milhões, um aumento de 29%.
O preço médio do frango brasileiro na exportação em junho foi de US$ 1.974 por tonelada, alta de 30,45% sobre o
O sexto maior mercado foi a Rússia. Foram embarcadas 87 mil toneladas para lá, 2% a menos do que no mesmo
mesmo mês de 2007. No semestre, a cotação média foi de US$ 1.834 por tonelada, um incremento de 32%.
período de 2007. As exportações renderam US$ 169 milhões, um acréscimo de 46%.
Turra disse que no segundo semestre tradicionalmente a demanda é maior, em parte por causa dos festejos do
Em termos de valores, os cortes de frangos foram as mercadorias mais exportadas no semestre (US$ 1,8 bilhão),
Ramadã em países muçulmanos. Além disso, o Chile abriu seu mercado para o frango brasileiro e “há boas perspectivas”
seguidos dos frangos inteiros (US$ 1 bilhão), das carnes de frango salgadas (US$ 336 milhões) e dos processados (US$
de venda para a China, afirmou Turra. Segundo ele, para que as vendas de aves àquele país se concretizem falta a
249 milhões).
abertura do mercado brasileiro ao peito de frango cozido salgado chinês.
O presidente da Abef avalia que a entrada do produto chinês não representa ameaça ao Brasil já que existe demanda
na própria China e não há excedentes do produto.
Apesar de destacar o quadro positivo para as vendas externas, Turra disse que o cenário ainda é de custos elevados
JBS reabre unidade da marca Swift
na Argentina
na produção de frango e de dólar desvalorizado. “O câmbio continua preocupando e (...) não há cenário para queda dos
grãos , no mínimo se mantém”, comentou.
brasileiro JBS-Friboi reabriu ontem a fábrica da marca Swift Argentina, em Pontevedra. A
Ele destacou que a produção brasileira de frango cresce no mesmo ritmo que as exportações - cerca de 20%. Se esse aumento
Por trabalhar com carne que não tem restrições para ser exportada, o frigorífico
perdurar no ano, a produção brasileira alcançará 12,5 milhões de toneladas. Isso significa chegar ao segundo lugar no ranking
unidade é responsável pela elaboração de produtos termoprocessados.
mundial, atrás dos EUA (16 milhões de toneladas) e superar a China, onde a produção estagnou em 12 milhões, disse Turra.
A fábrica que será reinaugurada abriga também o centro de distribuição para o
consumo argentino. A JBS Swift Argentina reorientou suas operações para o mercado
Marfrig compra marca de
beef jerky Pemmican
ligados à produção de beef jerky da ConAgra Foods, Inc.,por US$ 25 milhões.
cv
No acordo a ConAgra Foods venderá e distribuirá a marca de beef jerky “Pemmican” para a
Marfrig dentro de sua já existente Divisão de Produtos de Consumo. O acordo também prevê a
produção de beef jerky da marca “Slim Jim” pela Marfrig para a ConAgra Foods.
O Marfrig possui uma fonte diversificada de produção de beef jerky através de suas unidades
no Brasil, Argentina e Uruguai, com uma capacidade combinada de 27 ton/dia, e uma unidade
de embalagem e distribuição na Mirab (Detroit, EUA).
Com mais de 35 anos de tradição, a marca Pemmican é fortemente reconhecida nos Estados Unidos. A palavra
“pemmican” é de origem norte-americana e foi usada pelos nativos para descrever uma alta fonte protéica alimentar feita
de carne seca e frutos.
A unidade, que estava completamente abandonada, pertencia ao grupo CEPA e foi totalmente recuperada pela
companhia brasileira.
O grupo Marfrig anunciou a assinatura de um compromisso de compra e venda para
aquisição da marca Pemmican através de sua subsidiária Mirab USA Inc., além de equipamentos
interno, em linha com a política defendida por Cristina Kirchner, e teve um crescimento doméstico.
Segundo a empresa, a aquisição da marca Pemmican fortalece a sua participação no mercado de meat snacks, assim
como fornece ao Grupo uma forte parceria com a ConAgra Foods nos Estados Unidos, reforçando o investimento do Grupo
na distribuição de alimentos e chegando mais perto de seus clientes finais com uma marca reconhecida e tradicional.
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Notícias
Mafra (SC) aguarda chegada da
Sadia
O acesso ao site do município catarinense de Mafra (www.mafra.
sc.gov.br) leva a um “convite sadia” pelo qual o governo de Santa Catarina,
a Prefeitura local e a Sadia S.A. convidam para a assinatura do protocolo
de intenções e anúncio dos investimentos da empresa no município.
Localizada às margens do Rio Negro (que define parte da divisa entre
Paraná e Santa Catarina), a cidade de Mafra está integrada ao município
paranaense de Rio Negro e deve receber, conforme informações locais,
uma fábrica de ração da Sadia, além de dois abatedouros (um de aves, outro de suínos), um incubatório e uma unidade
armazenadora de grãos. O empreendimento deve entrar em funcionamento dentro de 18 meses, ou seja, no início de 2010.
Há indicações, porém, de que o abatedouro de frangos será construído em outro município, não necessariamente em
Mafra. Segundo um jornal catarinense, pode ser até fora de Santa Catarina. Neste caso, o Paraná é, por ora, o principal
candidato.
Agronegócio deve salvar a balança
comercial em 2008
Com superávit estimado em US$ 52,2 bilhões neste ano, a exportação do agronegócio deverá ser a salvação do
saldo comercial brasileiro. O valor é quase o dobro do projetado para o saldo da balança comercial brasileira, de US$ 28
bilhões, segundo cálculos da RC Consultores. No ano passado, o superávit do agronegócio foi de US$ 42 bilhões, só US$
2 bilhões acima do saldo positivo da balança comercial como um todo, de US$ 40 bilhões.
Preços recordes de commodities, especialmente de soja e carnes, devem garantir o desempenho positivo. A estimativa
é que as vendas externas do agronegócio somem US$ 60,5 bilhões em 2008, US$ 12 bilhões a mais que no ano anterior
e 32% das exportações totais da balança comercial, projetadas em US$ 190 bilhões.
Mas os problemas de falta de competitividade das exportações brasileiras de manufaturados, provocados pelo câmbio
valorizado e pela falta de uma política industrial, podem aparecer na forma de déficits comerciais crônicos quando a
economia global desacelerar e a bolha de especulação dos preços de commodities estourar, cenário que ainda não está
previsto para este ano, dizem analistas.
Volume de embarque de carne cai
19%; receita aumenta 13%
O novo momento do ciclo pecuário, marcado pela menor oferta de animais para
abate, repercute nos embarques brasileiros de carne bovina. No primeiro semestre,
frigoríficos do país exportaram 1,1 milhão de toneladas em equivalente-carcaça,
uma redução de 19% em volume na comparação com igual período do ano passado,
informou a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne).
Também pesaram para essa baixa as restrições da União Européia à carne brasileira
e a alta dos preços dos cortes bovinos, sempre um fator que limita as aquisições. Em
contrapartida, justamente as cotações em elevação fizeram com que as receitas das
exportações aumentassem, apesar do número menor de contêineres embarcados. O valor chegou a US$ 2,5 bilhões, 13%
mais do que os seis primeiros meses de 2007. Segundo a Abiec, o preço da tonelada exportada pelo Brasil cresceu 40% no
primeiro semestre, para US$ 3.500.
Os exportadores identificaram na União Européia -que restringiu compras do Brasil no início do ano por falhas no
sistema de rastreamento dos rebanhos-, nos países do Leste Europeu e em novos compradores da Ásia -interessados em
produtos mais em conta- os principais fatores de encolhimento nas aquisições externas de carne bovina do país.
Para reverter esse recuo, a Abiec apóia ações para reabrir o mercado do Chile, aprimorar o Sisbov (o serviço nacional
de rastreabilidade) - para retomar volume na Europa - e conquistar novos mercados na Ásia, em especial a Indonésia.
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JBS banco irá disponibilizar
financiamento a produtores
Biodiesel provoca alta no diesel
e pressiona inflação
A JBS SA, maior fornecedora de carne bovina do mundo, pretende financiar 4 mil
A exigência do governo federal de elevar o percentual de biodiesel na mistura do diesel, em
criadores brasileiros para ajudá-los a engordar os animais mais rapidamente, depois que a
tempos de alta das commodities, fez com que o preço do combustível subisse 2,1% na bomba
oferta de carne bovina caiu e os preços subiram.
em julho, em comparação com o preço médio de maio. O reajuste tem efeito cascata na inflação,
porque provoca elevação dos custos do frete e dos produtos no atacado até chegar ao varejo. O
A JBS planeja contar com até 350 milhões de reais em empréstimos concedidos até 2011,
disse José Geraldo Dontal, diretor da nova divisão de financiamento da JBS. “Ao financiar
setor de logística responde por 76% do consumo de diesel no país.
fazendas de engorda e confinamentos, vamos diminuir o tempo de engorda”, explicou Dontal, principal executivo do JBS
Banco, a recém-criada divisão bancária da empresa, sediado em São Paulo. Ele disse que a empresa prevê conceder 100
dos preços dos combustíveis de perto. O reajuste do diesel em julho ficou dentro da expectativa da
milhões de reais em empréstimos no primeiro ano.
equipe econômica. Os técnicos da Fazenda projetavam que, ao aumentar o percentual obrigatório
de biodiesel na mistura do diesel de 2% para 3%, o reajuste de preços seria também de 2% a 3%.
A JBS vai mirar em seus maiores fornecedores de gado, que atendem cerca de 80% de suas necessidades. Os criadores, que
normalmente têm dificuldade para obter financiamento junto aos bancos, poderão amortizar a dívida com o próprio gado, disse Dontal.
EUA: Tyson quer produzir
combustível renovável
A Tyson Foods e a Syntroleum Corp. obtiveram aprovação para seu plano de construir e financiar a primeira planta de combustível
Preocupado com o impacto na inflação, o Ministério da Fazenda monitora a escalada semanal
A Fazenda esperava, ainda, reajuste de 11% no diesel de maio a julho. O reajuste nos últimos três
meses foi de 11,6%. O impacto dessa alta de preços no IPCA -índice usado no controle da meta de
inflação- é de 0,02%. A projeção de aumento nos últimos três meses inclui o reajuste de 15% na refinaria,
praticado pela Petrobras em maio. A variação cai para o consumidor final por causa do desconto da Cide-Combustíveis.
Para um técnico da Fazenda, o preço do diesel não deve subir mais no segundo semestre. Ele pondera que a cotação
internacional da soja estacionou e não há projeção de reajustes abruptos até o fim do ano.
renovável sintético da Dynamic Fuels, em Geismar, Louisiana, liberando o caminho para que a construção da planta tenha início.
do biodiesel foi de cerca de 70% no leilão para o terceiro trimestre, de R$ 1,80 o litro para R$ 3,10. “Quase 80% desse
A Dynamic Fuels é uma joint venture entre a Tyson e a Syntroleum, onde cada uma tem 50%, para converter gorduras não
comestíveis, de baixa classificação, em combustíveis renováveis de transporte para os mercados militar e civil.
Além da aprovação da planta, a Tyson e a Syntroleum aprovaram o orçamento para o projeto de US$ 138 milhões. A construção
deverá começar em outubro e a finalização mecânica da planta deverá ocorrer no final de 2009.
Uma vez que estiver operacional, a planta de Geismar deverá produzir cerca de 75 bilhões de galões (aproximadamente 284
milhões de litros) de combustível renovável sintético anualmente.
Segundo o presidente do Sindicom (Sindicato das Distribuidoras de Combustível), Alíseo Vaz, o aumento do preço
reajuste foi culpa do aumento da soja no período”, disse.
Alta dos preços deve durar mais
que o esperado
Com a estimativa de que a oferta de bois será normalizada apenas em 2011,
os pecuaristas continuarão vivendo por um bom tempo a maré de preços altos
A Fenagra 2009 – Feira Nacional das Graxarias,
vivida pelo setor.
em sua 4ª edição constitui o mais importante evento
nacional do setor de graxarias no Brasi.
deve, entre outros motivos, ao volume de matrizes abatidas principalmente a
A baixa oferta de bovinos que está levando a preços recordes na safra se
Mesmo dobrando o número de expositores para
partir de 2005. “Acredito que o ciclo de bons preços será mais longo do que
2009, já foram vendidos todos dos estandes para a
se imagina. Não temos estimativas do número, mas a retenção de matrizes
edição do próximo ano, que será realizado nos dias 26
que está sendo feita nesse momento é menor do que a necessária”, destacou o
e 27 de março. diretor operacional da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Juan
As chamadas para os trabalhos apresentandos já foram abertas pelo Sincobesp.
Lebrón.
Para a edição de 2009 já foram confirmados as presenças de diversas autoridades: Reinhold Stephanes (Ministro da Agricultura,
Segundo Lebrón, um dos motivos para a retenção insuficiente, em sua
Pecuária e Abastecimento), Roberto Rodrigues (Coordenador do Centro de Agronegócios FGV), Roberto Mangabeira Unger (Ministro
opinião, é a descapitalização de alguns produtores, que estão preferindo abater a fêmea.
Extraordinário de Assuntos Estratégicos) e Silvio Crestana (Presidente da Embrapa).
Quanto aos preços, não há estimativas sobre teto máximo para 2008. “Seria futurologia afirmar algo assim. Partimos de
Com a participação de empresas nacionais e internacionais, e visitantes de outros países da América Latina, da Itália e USA, o
um pressuposto de que o ciclo ficou alterado a partir de 2005, não sabemos exatamente quantas matrizes foram abatidas
evento consolida o Brasil dentro do cenário mundial graxeiro. Durante dois dias a mais avançada tecnologia, as empresas mais
nesses últimos anos. O senso agropecuário feito no ano passado pelo governo não saiu até hoje, não temos certeza de
significativas e os visitantes mais interessados encontrar-se-ão em São Paulo, a capital de negócios do país.
números”, observou o pecuarista e presidente da Associação Brasileira do Novilho Precoce, Constantino Ajimasto Júnior.
Convidamo-os a participarem deste evento, mostrarem seus produtos aos profissionais, dirigentes, técnicos e compradores do
O que é bom para os produtores, não é nada favorável à indústria. Além do alto preço da matéria-prima, outro ponto
mercado global que estarão presentes, realizando contatos e novos negócios.
preocupante é a capacidade ociosa atual da indústria após os processos de abertura de capital, que se intensificaram
Com o apoio do Sincobesp – Sindicato Nacional dos Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal – o evento é direcionado
a partir do ano passado. “Os frigoríficos investiram em ampliação de capacidade para atrair os investidores”, lembrou
a toda a cadeia produtiva do setor – graxarias, fabricantes de máquinas/equipamentos, produtos e matérias-primas, tecnologia,
Lebrón. Atualmente, essas empresas possuem capacidade instalada de abate de 70 milhões de cabeças por ano, sendo
serviços e seus clientes.
que a oferta foi de 45 milhões de cabeças em 2007.
A situação deverá intensificar ainda mais rapidamente os processos de fusões e aquisições do segmento. Para a Fitch
Ratings, três dos maiores frigoríficos do país - Minerva S.A. , Grupo Bertin e o Independência S.A. - deverão apostar fichas,
Maiores Informações:
Daniel Geraldes
Tel/Fax.: (55) 11 3213-0047
[email protected]
já neste ano, em aquisições de frigoríficos de menor porte no Brasil.
A desvalorização dos ativos das empresas menores em 2008, por conta do ano difícil do setor, estimulará aquisições
de novas plantas por quem está mais capitalizado.
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Chile: Mapa assina acordo para
carne suína e de aves
O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Inácio Kroetz,
participou do seminário Agronegócio Brasileiro: qualidades e potencialidades, na sede do Serviço Agropecuário Chileno
(SAG), em Santiago.
Durante o evento, Kroetz apresentou às autoridades sanitárias chilenas a estrutura de defesa agropecuária no Brasil e
o processo de certificação de produtos de origem animal. O secretário ainda detalhou ações desenvolvidas pela Secretaria
de Defesa Agropecuária (SDA), que permitiram a oficialização do acordo para exportação de carne suína e de aves para
o mercado daquele país.
Produtores e exportadores brasileiros de carne suína e de aves também participaram do evento. A Abef e a Abipecs
mostraram aos chilenos o sistema de produção e as potencialidades do mercado brasileiro. O SAG também apresentou
os requisitos para importação de produtos de origem animal previstos na legislação.
Em relação à carne bovina, Kroetz disse que será definido um cronograma de ações a serem desenvolvidas pelos
dois países para que o Chile atenda ao pleito brasileiro de reconhecimento de 11 unidades federativas como livre de
febre aftosa com vacinação. Esse reconhecimento permitirá que outros estados exportem carne bovina para o Chile.
Atualmente, só o Rio Grande do Sul está habilitado a exportar esse produto para o mercado chileno.
Em junho, o governo chileno reconheceu o estado de Santa Catarina como livre de febre aftosa sem vacinação.
Independência: crescem as vendas
ao mercado interno
O frigorífico Independência S.A informou que a atuação da empresa no mercado brasileiro cresceu. As vendas no mercado
interno avançaram 93% no período, para R$ 214,8 milhões, enquanto as exportações caíram 0,3%, para R$ 213,6 milhões. A
empresa relata que fechou o segundo trimestre deste ano com receita bruta de R$ 429 milhões, 31,6% mais do que em igual
intervalo de 2007 e um lucro líquido de R$ 10,935 milhões no segundo trimestre, alta de 70% ante o mesmo período de 2007.
A receita cresceu devido ao aumento de 24% no abate de bovinos. Isso foi possível, segundo o Independência, porque
a companhia tem 43% de sua capacidade de abate concentrada em Mato Grosso, Goiás e Rondônia, “onde o fornecimento
de gado é mais abundante e, consequentemente, os preços da arroba são menores do que outras regiões do país”.
O Independência S.A. informou o início das atividades de abate e desossa na unidade de Confresa/MT, que foi arren-
dada no final de 2007, juntamente com as unidades de Juína e Pontes e Lacerda, em um acordo de cinco anos.
A unidade inicia com capacidade de abate de 800 cabeças/dia, com planos de chegar à capacidade plena de 1.500
cabeças/dia no futuro. A região de Confresa, noroeste do estado de Mato Grosso é uma região tipicamente de gado de
corte. Em um raio de 200 km da unidade existe um rebanho de cerca de 6,2 milhões de cabeças.
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Em Foco 1
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Inspeção industrial
100 anos garantindo qualidade de
produtos de origem aninal
Brasília (28.7.2008) - Há 90 anos o consumidor
pela fiscalização dos matadouros e dos estábulos para
brasileiro ao comprar carnes, sucos, manteigas, leites
o melhoramento da higiene alimentar”, dizia a lei que
e derivados e outros produtos de origem animal e
criou a diretoria.
vegetal têm uma garantia de qualidade estampada nos
rótulos. É o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF),
Produtos de Origem Animal foi instituído em 1915.
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
O decreto trazia 23 artigos com regras básicas de
(Mapa). O selo significa para a população que aquele
inspeção sanitária. A regulamentação aconteceu durante
produto tem procedência conhecida, está registrado e
a primeira guerra mundial (1914-1918), quando o Brasil
foi inspecionado pelo governo. Mas a inspeção sanitária
começou a exportar carne para atender à demanda
no Brasil existe desde 1909.
mundial por alimentos pelos países aliados. Frigoríficos
ingleses e norte-americanos instalaram técnicas mais
Durante o governo do presidente Nilo Peçanha,
Porém, o primeiro Regulamento de Inspeção de
esta atividade cabia à Diretoria de Indústria Animal, do
modernas de produção em território brasileiro.
então Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.
Na época, o trabalho de inspeção tinha a finalidade
formou no Brasil, a liberação de partidas de carne para os
essencial de “velar sobre o estado sanitário do gado,
países em guerra era feita por profissionais estrangeiros
tomando e propondo todas as medidas capazes de
contratados ou por médicos microbiologistas brasileiros.
evitar e combater epizootias, concorrendo também
As inspeções eram itinerantes e os fiscais podiam ser
Até 1917, quando a primeira turma de veterinários se
transferidos para qualquer ponto do território nacional,
do trabalho desenvolvido pelo SIF. Hoje, o Brasil exporta
por ordem do Ministério da Agricultura.
carne para mais de 140 países, inclusive para mercados
Selo - Neste período, o carimbo que certificava os
altamente exigentes em relação à qualidade dos produtos
produtos inspecionados pelo ministério levava as
como os da União Européia, Estados Unidos e Rússia. O
letras iniciais do Serviço de Indústria Pastoril, SIP. Com
SIF também é o responsável pela inspeção sanitária dos
a reorganização da área de inspeção, quando foram
produtos comercializados no Brasil.
criados os serviços estaduais, nas fábricas e entrepostos
de carnes, usinas de pasteurização de leite e fábricas
padrão nacional de qualidade do serviço de inspeção
de laticínios.
sanitária, foi editado o Decreto nº 5.741 de 2006
Marco - Trinta anos depois, foi publicado o Regulamento
que criou o Sistema Unificado de Atenção à Sanidade
de Inspeção Industrial e Sanitário de Produtos de Origem
Agropecuária (Suasa). O Suasa é um sistema coordenado
Animal (Riispoa), pelo Decreto nº 30.691/1952, até hoje em
pelo poder público com o objetivo de controlar as
vigor. A norma representa o principal marco da inspeção
atividades de saúde, sanidade, inspeção, fiscalização,
industrial e sanitária de produtos de origem animal, pois
educação, vigilância animal, vegetal, de insumos,
consolidou toda legislação específica do tema e reuniu as
produtos e subprodutos de origens animal e vegetal.
técnicas de fiscalização das novas atividades nas áreas de
pescados, ovos, mel e cera de abelhas. Com o Riispoa, a
de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi/Poa).
responsabilidade pela fiscalização ficou dividida entre o
O objetivo do Sisbi/Poa é harmonizar e padronizar os
governo federal, estados e municípios.
procedimentos de inspeção e fiscalização dos produtos
SIF - Em 1971, voltou a ser responsabilidade exclusiva do
de origem animal no País. O Ministério da Agricultura,
Ministério da Agricultura, o Serviço Inspeção Federal (SIF),
Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio do SIF,
de cpmtência do Departamento de Inspeção de Produtos
coordena o Sisbi/Poa. Toda a execução da política de
de Origem Animal (Dipoa). O bom nível atual do parque
defesa sanitária e fitossanitária no Brasil está a cargo
de indústrias de carne e derivados no Brasil é resultado
da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa (SDA).
Mais recentemente, e com o objetivo de impor um
O Suasa também é integrado pelo Sistema Brasileiro
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Em Foco 2
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Dejeto animal poderia
gerar até 2,4% da
energia nos EUA
Bovinos, suínos e aves poderiam representar até 2,4%
tal, da Universidade do Texas, em Austin, o estudo é o
da geração de energia elétrica nos EUA se seus dejetos
primeiro que quantifica esse novo potencial de energia
fossem "levados a sério" pelo governo americano. Isso é
limpa no país.
o que diz um estudo inédito desenvolvido por pesquisadores do Texas, que calcularam o potencial de conversão
em eletricidade dos gases liberados pelos dejetos desses
animais. No Brasil, as estimativas de potencial energético
com a suinocultura também são pequenas.
Do ponto de vista ambiental, os pesquisadores tam-
bém apontaram ganhos. Se os gases desses animais fossem convertidos em energia, o setor elétrico deixaria de
jogar na atmosfera 4% dos gases de efeito estufa a ele
atribuídos, responsáveis pelo aquecimento do planeta. "A
produção de biogás a partir de dejetos animais tem o benefício menos controverso de reutilização de uma fonte
existente de emissões de gases e o potencial de melhorar
o meio ambiente", diz o paper, intitulado "Cow Power: The
Energy and Emissions Benefits of Converting Manure to
Biogas" ("O poder das vacas: os benefícios energéticos e
das emissões da conversão de dejetos em biogás").
Publicado pelos pesquisadores Amanda D. Cuellar, do
Departamento de Engenharia Química, e Michael Webber,
do Centro Internacional para Política Energética e Ambien-
Segundo o documento, o rebanho bovino, suíno e
de aves produz somente nos Estados Unidos mais de
1 bilhão de toneladas de dejetos anualmente. A maior
parte é coletada em tanques ou simplesmente deixada ao ar livre para decomposição, em processos que
liberam gás metano e, em menor parte, óxido nitroso,
ambos extremamente nocivos ao ambiente.
Hoje, países como o Brasil e o México já capturam
solto e nos Estados Unidos é confinado", ressalta.
através de dutos os gases liberados nas granjas, que
então são queimados e convertidos em dióxido de car-
projetos porque não ratificaram o Protocolo de Kyoto.
bono, o CO2. O fato de o CO2 ser menos nocivo que o
Mas o estudo do Texas aponta as vantagens - energé-
metano ou o óxido nitroso faz com que essas granjas
ticas e ambientas - da conversão.
estejam aptas a aderir ao chamado Mecanismo de De-
senvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kyoto. Por
de toneladas de gases-estufa em 2005 nos EUA, cerca
esse mecanismo, países em desenvolvimento podem
de 7% das emissões totais do país neste ano, segun-
vender créditos aos países desenvolvidos. Por conven-
do a Agência de Proteção Ambiental (EPA, em inglês).
ção, cada tonelada de CO2 equivale a um crédito de
Desse volume, 50,8 milhões de toneladas de CO2 fo-
carbono no mercado internacional.
ram resultado dos dejetos animais.
A geração de energia é geralmente uma segunda
Os Estados Unidos não desenvolvem ainda esses
A agricultura como um todo emitiu 536 milhões
Os pesquisadores do Texas compararam o po-
etapa e ainda engatinha em muitos países. No Brasil, a
tencial energético do carvão, amplamente usado nos
Sadia realiza estudos de viabilidade técnica para gerar
EUA, e dos animais. Os Estados Unidos consomem 3,8
energia elétrica para seus produtores integrados no fim
trilhões de kWh por ano. Pelos cálculos dos pesqui-
de 2009.
sadores, o biogás animal poderia chegar a 108,8 bi-
De acordo com José Domingos Miguez, secretário-
lhões de kWh, praticamente 2,9% do consumo total. A
executivo da Comissão Interministerial de Mudança
representação de cada espécie, segundo os autores,
Global do Clima - a autoridade máxima do assunto no
seria da seguinte forma: gado de corte geraria 10,5
país -, o potencial estimado de geração elétrica no Bra-
bilhões de kWh; gado de leite, 10,8 bilhões de kWh;
sil de dejetos animais seria pequeno. Em um cálculo
suínos, 14,5 bilhões de kWh; aves, 14,7 bilhões de
rápido, ele estima algo entre 300 a 500 MW/ano, de-
kWh; e outros rebanhos 58,2 milhões de kWh.
pendendo da eficiência e considerando-se um estoque
de 35 milhões de suínos no país. "Aqui só os suínos
7,08 bilhões de toneladas em 2006, segundo dados
poderiam gerar energia, já que o nosso gado é criado
do Departamento de Energia.
As emissões dos EUA de gases-estufa atingiram
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Capa
31
Por: Paulo Celestino
Biocombustíveis
A promessa
do sebo
De
experiências
“artesanais”
a grandes investimentos de grupos agroindustriais, a gordura
animal vai tomando o seu lugar como matéria-prima para a produção de biocombustível
surgiu
têm se interessado em investir na construção de
como uma alternativa de matéria-prima
usinas produtoras de biocombustíveis ao mesmo
para a produção de biocombustível,
tempo em que o desenvolvimento de equipamentos
o otimismo tomou conta do setor de
e técnicas de aproveitamento e refino já atinge
graxarias. O estabelecimento pelo
resultados satisfatórios. Esse é o cenário inicial de um
Quando
a
gordura
Ministério
(MME)
das
do
animal
Minas
Plano
e
Energia
Nacional
do
Biodiesel se tornou um novo
marco para o mercado. Uma
filme chamado biocombustíveis, no qual as gorduras
animais têm um papel de destaque no desenrolar da
trama.
Há experiências “artesanais”, como a da Fazenda
prosperidade
Pork Terra, localizada no Estado de São Paulo, e seu
acenava e, desde então, o
proprietário, João Paulo Muniz (ver entrevista na página
mercado vem se expandindo
XX). Com o aproveitamento da gordura animal do
nova
fase
de
velocidade.
abate de porcos de sua fazenda, ele vem alimentando
Derrubando a sazonalidade
biodigestores para a produção local de biocombustível
do setor, a alavancagem
para utilização nos veículos da propriedade e também
de preços e volumes foi
de biogás para a geração de energia. Com isso, ele se
imediata. Grandes grupos
tornou auto-suficiente quando o assunto é energia. Há
a
uma
boa
dois anos não sabe o que é uma bomba de óleo diesel
o custo do frete, os insumos, além de toda a infra-
convencional. O processo representa uma economia
estrutura a ser mantida.
de 50% do custo do combustível comum. E ele ainda
interage, realizando trocas com a comunidade, que
de biodiesel e a própria vocação do setor como fatores
fornece óleo de cozinha usado e também a gordura
decisórios para a entrada no mercado. “Voltados
animal produzida no abatedouro local. O maquinário
para a prestação de serviços para frigoríficos e para
foi desenvolvido e ajustado pela própria equipe
o comércio (açougues e supermercados), os volumes
da fazenda. O projeto já está sendo vendido para
produzidos por unidade são pequenos em relação à
agropecuárias e empresas. “Aquilo que ia pelo ralo é
produção necessária para se viabilizar uma indústria de
o que me permite ter lucro na propriedade e mantê-la
biodiesel. Poucas empresas no Brasil terão condições
funcionando atualmente”, diz Muniz.
de produzir em escala”, avalia Esteves.
Localizada em Dourados (MS), a Agroindustrial
A São Francisco vê a complexidade para a produção
“A indústria de biodiesel é uma empresa química
São Francisco optou neste ano pela venda de 50%
de processamento com grande capacidade de compra,
de sua produção de sebo a produtoras de biodiesel.
precisa estar estrategicamente instalada e com grande
Com isso, passou a agregar novos clientes como a
capacidade de estocagem tanto de matéria-prima
Biocapital Participações, a Caramuru Alimentos e o
como de produto acabado. Esta situação envolve uma
Grupo Bertin. A opção de mercado é responsável por
grande soma de recursos e gestão extremamente
25% do faturamento da companhia, cuja produção
profissionalizada. Nosso setor é composto de empresas
ainda é dividida para o atendimento dos setores de
regionalizadas com administração familiar na sua
ração animal e de higiene e limpeza. Segundo o sócio-
maioria e com baixa capacidade de investimento”,
proprietário da Agroindustrial São Francisco, Benilson
explica ainda o sócio-proprietário da São Francisco.
Esteves Tangerino, a empresa não pretende investir
na produção própria de biocombustível. A melhor
o mercado vai se comportar, mas a queda do preço
estratégia seria o fornecimento para as grandes
do sebo já está ocorrendo. É fato que o Brasil produz
produtoras. Ele acredita que haverá uma consolidação
muito sebo, mas é consenso que o sebo disponível
de mercado, com o surgimento de empresas produzindo
não dará conta de toda a demanda. As oleaginosas
grandes volumes ou atendendo as existentes, como a
serão ainda uma grande fonte de matéria-prima. Um
Petrobras, que deve oferecer melhores preços.
outro elemento a ditar a “toada” é a concorrência com
Por outro lado, o Frigorífico Independência vem
outros setores aproveitadores do sebo que também
fazendo testes para o aproveitamento interno da sua
se encontram em expansão, como o de higiene e
produção de sebo. Os planos são de montar cinco usinas
limpeza.
em cinco unidades de abate, com a expectativa de gerar
até 30 mil litros por dia por equipamento, totalizando
bom caminho a se percorrer. O futuro é desafiador.
150 mil litros. Isso será o suficiente para abastecer
As
uma frota de 800 pequenos tratores e caminhões
equipamentos que garantam a qualidade final do
de transporte de carga da companhia. A opção de
produto. Ou seja, o sebo terá de ter mais qualidade,
equipamentos foi por utilizar processadores de biodiesel
apresentando índice baixo de acidez, sem umidade,
modulares automáticos. Eles são pequenos e podem ser
sem sujeiras. Há ainda a questão ambiental a ser levada
transferidos para perto da matéria-prima. A expansão
em consideração. “Não podemos esquecer também da
da iniciativa vai depender do desenvolvimento e dos
questão do meio ambiente, não só por exigência legal,
resultados dos testes atuais, além do custo-benefício
mas por responsabilidade social. Há graxarias muito
apresentado. Mas a empresa se mostra otimista. “O
antigas, com equipamentos obsoletos e poluentes.
investimento inicial necessário não é tão expressivo”,
É dever dos proprietários atentar para as emissões
garante a gerente corporativa da área de Energia do
atmosféricas, de efluentes e resíduos sólidos e investir
Independência, Elisabeta Taddeucci.
para minimizar e/ou mitigar os impactos negativos
Há quem ache que ainda é cedo para predizer como
Neste
momento,
graxarias
terão
acena-se
de
que
investir
em
ainda
há
um
processos
e
Para se tomar a decisão de começar a produzir
relacionados à atividade das graxarias. A preocupação
biocombustível ou fornecer para o mercado, as
ambiental agrega valor ao produto”, alerta Taddeucci.
variáveis são consideráveis. Uma delas é saber se será
E, provavelmente, o mercado deve assistir também ao
para uso próprio ou para entrar no mercado, fornecer
estabelecimento de regras e especificações por parte
às refinarias, participando de leilões, ou ainda para
dos órgãos governamentais. Desse modo, o enredo
exportação. A capacidade de produção é outro fator,
da história ainda não está definido e muita ação deve
levando-se em consideração o tipo de equipamento,
rechear o roteiro. Mas, pelo visto, os seus atores já
a disponibilidade da matéria-prima, a localização e
estão bem a postos.
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Foco na qualidade
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Por: Claudio Bellaver
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sobre a necessidade continua de controles internos e laboratoriais, bem
como na necessidade de certificação de qualidade e origem. Assim, se a
qualidade dos ingredientes é importante, o fabricante que os produz, deve
atender especificações da qualidade demandada independentemente da
obrigatoriedade da norma. Define-se que a base para o estabelecimento
Claudio Bellaver
de uma rotina de verificação da qualidade são as especificações de
Med. Vet., PhD, ProEmbrapa e QualyFoco - Consultores
qualidade, tanto de matérias primas, como das dietas animais fabricadas.
Associados, Concórdia SC - [email protected]
As especificações dos ingredientes dependem de disponibilidade no
mercado e natureza do ingrediente com seus padrões conhecidos, dados
por: a) provas sensoriais, b) provas rápidas e c) provas de laboratório.
Particularmente, no caso das farinhas de origem animal, as provas
sensoriais devem se concentrar na cor, odor, tamanho visual das
partículas, umidade e gordura ao tato, empedramento, presença de
Gestão da qualidade de
produtos nas fábricas de
farinhas e gorduras animais.
matérias estranhas e embalagem de recebimento. As provas rápidas
devem buscar medir o tamanho das partículas que pode ser feito com
auxilio do granulômetro, obter valores de composição bromatológica
por estimativas através de refletância próxima do infravermelho - NIR,
determinação rápida da gordura e de minerais, densidade e microscopia
do ingrediente. Já, as análises de laboratório, devem se concentrar em
itens como: umidade, densidade, energia, gordura, proteína, cinzas,
cálcio e fósforo, aminoácidos, solubilidade em pepsina na concentração
Há pouco mais de uma década a qualidade passou
da cadeia produtiva. Um aspecto importante é que a
0,0002%, índices de peróxido e de acidez, rancidez, putrefação (aminas)
a ter uma importância maior nos sistemas de produção
garantia da qualidade implica em aumento de custos,
e bacteriológico.
e/ou fabricação dentro do setor do agronegócio. As
do que decorre a pergunta: se o cliente poderá pagar
ferramentas ligadas à padronização, certificação e
os preços resultantes da implantação de pa¬drões
por alguns compradores com exigências especificas tais como ausência
rastreabilidade de produtos e/ou processos passaram
de qualidade? Portanto, se o produto com padrões
de bactérias, de resíduos de enro/ciprofloxacina, de violeta de genciana
a ter destaque na gestão da qualidade dos produtos e
superiores custar mais e se o cliente/consumidor
(uso proibido em rações), teor de cinzas e com níveis controlados de
processos de fabricação. Surgiram as boas práticas, os
não puder diferenciar do produto sem o padrão de
antioxidantes no produto final.
procedimentos operacionais padrão, as certificações
qua¬lidade em um mercado não normalizado, então
da família ISO, o APPCC, os manuais de qualidade local,
o apelo será o de escolher pelo produto mais barato e
qualidade não é um item apenas para facilitar/padronizar o comércio. Os
o GlobalGAP, etc. Isso tudo envolve a interatividade
com eventual menor quali¬dade. Evidentemente, uma
verdadeiros beneficiados são os consumidores finais que terão produtos
de vários agentes dentro da mesma cadeia produtiva,
decisão econômica e contra a segurança dos alimentos,
como carnes, leite e ovos de melhor qualidade se esses aspectos forem
onde o Estado passa a ter uma função normalizadora
portanto não sustentável.
considerados, controlados e garantidos com os certificados de qualidade
e fiscalizadora de um dado sistema de produção ou
Felizmente, estamos avançando pelo caminho da
emitidos por Empresas Acreditadas. Será assim atendida uma das
fabricação. A função do Estado nesse caso é prover de
qualidade em vários aspectos e também na produção
premissas básicas da fabricação de rações que é a de que a qualidade
informações nem sempre disponíveis a todos os agentes
de farinhas e gorduras animais, embora ainda tenha
resultante é derivada da qualidade dos ingredientes que compõem a ração.
da cadeia produtiva de modo a padronizar o mínimo de
muito a se fazer, mas avançamos. Se por um lado,
Portanto, a qualidade dos ingredientes (farinhas e gorduras animais) que
qualidade desejada. É preciso que a sociedade tenha
conseguiu-se inicialmente regulamentar o setor com
participarão das rações é um item fundamental e talvez o mais importante
garantia de que a qualidade está sendo contemplada
base na Instrução Normativa No. 15/2003 do MAPA
para observar na fabricação. Evidentemente que há necessidade de manter
dentro dos sistemas de produção e/ou fabricação e
e recentemente melhorada e substituída pela IN
a qualidade também durante e após a fabricação e em todos os elos da
que ocorra a simetria de informações em todos os elos
34/2008; por outro lado, há um alerta muito claro
cadeia produtiva animal.
Isso considerado resta ainda alguns aspectos de qualidade requeridos
É preciso portanto, que fabricantes em geral tenham em conta que a
34
Entrevista
35
Por Paulo Celestino
900 ml de biocombustível e 100 ml de glicerina. O processo
representa uma economia de 50% em relação ao custo do
combustível comum.
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RGB – A Pork também repassa o excedente para a
comunidade. Como se dá esse processo?
João Paulo - Eu utilizo os dejetos originados na granja e
no frigorífico, através de um mini biodigestor, produzindo
o biogás. Ele é usado para acionamento de um motor que
movimenta um gerador, produzindo a energia elétrica para
casa dos trabalhadores, além do aquecimento da creche e de
uma maternidade da região.
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João Paulo Muniz
O produtor rural e suinocultor paulista, João Paulo Muniz,
pode ser considerado um visionário da agroenergia sustentável
brasileira.
Ele alcançou a auto-sustentabilidade de seu negócio
aproveitando tudo aquilo que ia pelo ralo de sua propriedade
e da comunidade em volta: os óleos de cozinha e a gordura
animal.
Considerados poluentes da natureza, hoje servem
– 30 vezes menos
poluente que o diesel comum –, e também energia na própria
fazenda. Faz dois anos que Muniz não sabe o que é um posto
de combustível. O excedente energético é ainda repassado para
a comunidade próxima à propriedade, alimentando creches
e até uma maternidade. Apesar do tamanho da façanha, o
proprietário da Fazenda Pork Terra e da empresa Biocom vê-se
para produzir biocombustível certificado
apenas como um empresário que encontrou uma solução para os
seus problemas que pode ser praticada por todos.
Hoje, viaja
por todo o país para prestar consultorias e ministrar palestras
sobre a realização do seu projeto.
O mesmo projeto de produção
de biocombustível já foi vendido para uma cooperativa e uma
agropecuária.
Para Muniz, a produção de biocombustível pelas
graxarias é essencial para otimizar os custos no processo.
“Aquilo que ia pelo ralo é o que me permite ter lucro na
propriedade e mantê-la funcionando atualmente”, afirma. E,
ainda na sua opinião, o Brasil poderá vir a ser o principal
fornecedor mundial de gordura animal para a produção desse
novo combustível.
Nessa entrevista para a Revista Graxaria
Brasileira (RGB), Muniz fala de seu projeto e das perspectivas e
vantagens da utilização da gordura animal para a produção de
combustível pelas graxarias.
Revista Graxaria Brasileira – A sua propriedade é hoje
totalmente sustentável?
João Paulo Muniz - A Pork Terra é sustentável, pois
trabalhamos com toda a cadeia produtiva, desde a criação
da matriz até o biocombustível, como produto. O processo
gera uma economia de aproximadamente 40%, pois zerei
a compra de combustível e diminuí em 50% o consumo
de energia elétrica. Também não compro mais o sabão
ou o detergente usados no frigorífico e na granja. Ainda
ocorre um excedente de glicerina que é incorporado na
ração como fonte energética. Tudo isso é feito sem gerar
qualquer resíduo para a natureza.
RGB - Como essa auto-sustentabilidade foi alcançada?
João Paulo - A granja Pork Terra tinha dois problemas. Um
era o dejeto dos animais e, o outro, a gordura resultante
do processo de abate e manipulação que o meu frigorífico
gera. Por meio das práticas adotadas na propriedade,
consegui zerar os dois problemas e gerar economia para
cobrir os custos da atividade de se produzir uma fonte
renovável de energia – o biocombustível. Hoje, toda gordura
que tenho é destinada à produção. Também utilizo o óleo
usado, outra fonte poluidora de redes urbanas de esgotos,
transformando-o em combustível. Faço campanhas para
recolhimento do óleo de cozinha em colégios e instituições.
As crianças se envolvem. Pago 50 centavos por cada litro
de óleo. Cerca de 40% do total da matéria-prima vem deles.
Outros 30% vem do abatedouro local e o restante é da minha
propriedade. Cada litro de óleo transformado gera cerca de
RGB - Qual a importância de se implantar processos como
este nas empresas do setor?
João Paulo - É essencial para a sociedade atual focar em uma
atividade na qual será produzido um elemento fundamental,
uma fonte de energia menos poluidora, o biodiesel, quando
comparada com o combustível fóssil, que hoje utilizamos
em larga escala. O biocombustível produzido chega a ser
30 vezes menos poluente do que o diesel comum. Acredito
que passo uma mensagem de cultura antipoluidora para a
comunidade em geral.
RGB - Toda a cadeia de subprodutos animais tem
condições de se tornar sustentável, respeitando o meio
ambiente e gerando lucros?
João Paulo - Sim, até porque minha propriedade é
convencional como todas as outras do país. Se eu consigo
resultados positivos não vejo o motivo pelo qual todos os
produtores não venham a adotar os procedimentos simples
que adotei. O processo pode seguramente ser implantado
em empresas de pequeno, médio e grande porte.
RGB - A sua estrutura física e de máquinas foi modificada
para a produção de biodiesel? Qual foi o investimento
necessário?
João Paulo - A estrutura foi “criada” para a produção. Hoje
tenho uma plataforma montada por minha equipe depois de
muito trabalho e experimentação. É bastante simples e se o
empresário possuir e colocar nela a matéria-prima (gordura
animal ou óleo vegetal usado ou novo) na parte da manhã,
à tarde ele já abastece sua frota com o biocombustível. Com
certeza, todo empresário pode ter sua plataforma de produção
auto-sustentável ao custo mínimo de aproximadamente cem
mil reais para uma produção de 300 litros por hora ou, para
uma maior produção, um investimento de cento e setenta mil
reais para 2 mil litros por hora.
RGB - O mercado de gordura animal voltada ao biodiesel
está em forte expansão. A seu ver, quais são os impactos
e benefícios para as graxarias?
João Paulo - Não vejo empecilhos ou impactos para as graxarias
desde que entrem na linha de produzir sem poluir. A matériaprima está disponível para elas, esse é o benefício. Portanto, é
colocar em prática o processo de produção “limpo”.
RGB - A produção de gordura animal supre a demanda
atual dentro do mercado de biodiesel? Qual a estimativa
de crescimento para os próximos anos?
João Paulo - Creio que não supre, mas irá colaborar
com uma boa parte do mercado de biodiesel. Quanto ao
crescimento, é difícil fazer uma previsão, mas acredito
que, tendo o Brasil um dos maiores rebanhos bovinos do
mundo, associado ao crescimento da suinocultura, o país
poderá passar a ser o maior produtor da matéria-prima, a
gordura animal.
RGB - O atendimento da demanda de biodiesel tende
a desequilibrar os outros mercados consumidores de
sebo e demais subprodutos?
João Paulo - Isso é relativo, pois como é a lei da oferta e
da procura que rege o mercado, são muitas as variáveis.
Hoje, por exemplo, a glicerina está em abundância e,
com o preço acessível, pode substituir uma boa parte do
sebo. Isso pode acontecer perfeitamente na atualidade e
faço isso há dois anos na minha empresa. No momento,
o sebo está em alta, mas acredito que o mercado irá se
estabilizar, voltando ao equilíbrio.
RGB - O senhor se vê como um visionário da
sustentabilidade dentro do segmento?
João Paulo - Eu me vejo como um empresário como todos
os outros, que por perseverança e trabalho, conseguiu
um objetivo. Eu me livrei de problemas e encontrei
soluções adotando procedimentos que podem ser
praticados por todos os interessados em sustentabilidade
e preservação.
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Por David L. Meeker
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é claro para um grupo é muitas vezes difícil de ser
haverá mais oposição da indústria de processamento.
visualizado por outros; o que é cientificamente óbvio para
A norma final entrará em vigor em 27 de abril de 2009.
um grupo não é para outros e o que é economicamente
O ponto central do regulamento final é a exigência de
importante depende do que cada um vende. Muitos
que os cérebros e medulas espinhais sejam removidos
comentários sobre a norma proposta reclamavam que ela
de todo o gado com 30 meses de idade ou mais, antes
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não “ia suficientemente longe” em comparação à posição
que os produtos derivados desses animais possam ser
da ANP. A FDA prestou bastante atenção aos comentários
processados em ingredientes para ração para qualquer
da ANP e à análise encomendada pela Informa Economics
espécie animal (o sebo pode ser usado sob certas
em 2005 e acredita que conseguiu um equilíbrio razoável
condições). Para verificações pela FDA, os processadores
entre deixar a norma sobre rações de 1997 como estava e
precisarão desenvolver e disponibilizar protocolos escritos
ser mais restritiva de acordo com o desejo de alguns.
para determinar a idade do gado e para demonstrar que
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A indústria de processamento soube que a norma seria
os cérebros e as medulas espinhais do gado com mais de
oficializada durante a reunião de primavera da ANP em
30 meses foram removidos “ou excluídos efetivamente da
Montreal, Canadá. Um ponto positivo foi o fato de que
ração animal.” O novo regulamento da FDA complementa
a indústria foi capaz de se reunir imediatamente para
a legislação sobre ração de 1997 a qual proíbe o uso de
estabelecer uma estratégia e responder de uma maneira
material derivado de mamíferos ruminantes na ração para
unificada.
ruminantes.
FDA libera novas normas
para rações animais
Futuros
desafios para processadores
Depois de lutar durante dois anos e meio contra
EEB, medidas direcionadas apenas à ração dos ruminantes
uma norma proposta, usando ciência, lógica e estudos
não foram suficientes para eliminar a transmissão total da
econômicos, a indústria de processamento foi informada,
infecção.” A Associação Nacional dos Processadores (ANP)
em abril, que novas normas para ração animal devem ser
argumentou que a minúscula quantidade de redução de
implementadas, para finalizar um acordo com a Coréia
risco não compensava o alto custo para indústria da carne,
do Sul sobre o comércio de carne bovina. A Food and
para os processadores e para os produtores de gado.
Drug Administration (FDA) apresentou este argumento
De acordo com a FDA, que recebeu mais de 840
algo confuso: “Ainda que a prevalência da Encefalopatia
comentários sobre a proposta, a norma, apresentada
Espongiforme Bovina (EEB) nos Estados Unidos seja
pela primeira vez em 2005 e finalizada com a publicação
muitíssimo menor do que nos países europeus com a
no Federal Register em 25 de abril de 2008, tem como
doença, dados da experiência européia demonstraram
objetivo uma maior redução do risco de disseminação
que, em países com alta circulação de infectividade da
da EEB entre o gado americano. Entretanto, aquilo que
Reconhecendo que a indústria lutou com dignidade,
mas perdeu, os processadores demonstraram, mais
Novas Exigências
uma vez, sua liderança e responsabilidade através do
planejamento para obedecer totalmente à FDA e trabalhar
Ração Animal,” ou MBPRA, proibindo seu uso em toda
com ela a fim de facilitar a transição. Entretanto, os
ração animal.
processadores manterão todas as opções em aberto,
MBPRA inclui:
incluindo ação legal, caso prove-se que os detalhes
• cérebros e medulas espinhais de gado com 30 meses
sejam inexecutáveis ou inatingíveis. A ANP promoverá
de idade ou mais;
reuniões com o Centro de Medicina Veterinária (CMV)
• carcaças inteiras de gado não inspecionadas (ante
da FDA para esclarecer os requisitos e ajudar a escrever
mortem) e usadas para consumo humano – a menos que
orientações detalhadas para o cumprimento da norma
se prove que tenham menos de 30 meses de idade ou os
e para os procedimentos de inspeção. Por exemplo, a
cérebros e as medulas espinhais tenham sido removidos;
indústria precisa saber especificamente o que a FDA quer
• carcaças inteiras de gado positivo para EEB;
dizer com “remoção eficiente” e quão severas podem ser
• sebo derivado de gado positivo para EEB;
as penalidades para os erros. Agora, a atenção é para os
• sebo do MBPRA que contenha mais de 0,15% de
detalhes – se o CMV cumprir a promessa de cooperar na
impurezas;
implementação pragmática da norma, provavelmente não
• carne bovina separada mecanicamente feita de MBPRA. O
para
Ração Animal
A norma final define “Material Bovino Proibido Para
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sebo usado para ração dos ruminantes tem mais restrições
equipamentos. Eles precisarão tingir ou marcar de outro
do que aquele usado na ração para não-ruminantes;
modo o MBPRA com um agente que seja facilmente
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• o sebo deve ter menos de
detectável durante inspeção visual. Também serão
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0,15% das impurezas
insolúveis em ração para ruminantes.
obrigados a rotular o MBPRA do seguinte modo: “Não
• o sebo do MBPRA deve ter menos de 0,15% de impurezas
Usar para Alimentar Animais.” Ademais, deverão manter
para ser utilizado em rações para não-ruminantes.
registros suficientes por pelo menos um ano e apresenta-
• o sebo não-derivado do MBPRA que tenha impurezas
los para a FDA quando solicitados. Os registros devem:
acima de 0,15% pode ser usado na alimentação de não-
• demonstrar que o material processado para uso na
ruminantes; entretanto, efetivamente, uma exigência
ração animal não foi manufaturado a partir do MBPRA,
de marketing de impurezas abaixo de 0,15% pode vir
produzido com o MBPRA ou contém MBPRA;
a se desenvolver, particularmente se a norma for mal
• demonstrar que os estabelecimentos que fornecem
interpretada.
material
bovino
aos
processadores
implementaram
procedimentos adequados para excluir o MBPRA de
Materiais Ainda Permitidos
na
Ração
maneira eficiente. Os registros relativos aos fornecedores
A legislação final continua permitindo os seguintes
mantidos pelos processadores devem incluir também:
materiais de mamíferos na ração animal, incluindo ração
(1) certificação ou outra documentação dos fornecedores
para ruminantes:
mostrando que o material bovino não contém MBPRA,
• sangue e seus derivados;
incluindo uma descrição dos procedimentos de separação
• gelatina;
utilizados; ou
• sebo contendo 0,15% ou menos de impurezas
(2) documentação de um outro método aceito pela FDA,
insolúveis;
tal como certificação por terceiros, para verificar se os
• produtos derivados de carne inspecionada que tenham
fornecedores excluíram o MBPRA de maneira eficiente.
sido cozidos e usados para alimentação humana e depois
• rastrear o MBPRA para assegurar que não está sendo
termo-processados para obter ração animal (tais como
utilizado na ração animal.
sobras de comida e embalagens de alimento à base de
celulose)
dos processadores que coletam animais mortos nas
• produtos lácteos (leite e proteínas do leite);
fazendas. Eles só poderão continuar estes serviços se
• proteína suína e proteína;
houver um número suficiente de animais para justificar o
• cama-de-frango usada para alimentar ruminantes.
equipamento e a mão-de-obra especializados para remover
A norma proposta aumentará os encargos econômicos
os cérebros e as medulas espinhais e se o clima estiver
A
responsabilidade é dos processadores
suficientemente frio para evitar a rápida deterioração. O
alto preço da gordura e a opção disponível de usar a carne
desenvolver
como fertilizante podem impulsionar o desenvolvimento
procedimentos escritos para especificar como o MBPRA
do processamento de resíduos do abate ou de não-ração,
é impedido de entrar no sistema de ração. Esses
porém os custos, incluindo o alto preço dos combustíveis
procedimentos devem estar disponíveis para que a
e as quantidades insuficientes de MBPRA em muitas áreas,
FDA possa rever e copiar. Esses registros devem incluir
irão prejudicar essa inovação.
os procedimentos, caso haja algum (as operações
As variáveis econômicas estão sempre mudando e os
que processem estritamente carne de aves ou suína
processadores
não precisarão dessa documentação), utilizado pelos
conseguir fazer o máximo possível com o máximo de
processadores para remover os cérebros e a medulas
material possível.
espinhais do gado com 30 meses de idade ou mais e
A ANP apelou à FDA e a outras agências governamentais
outros materiais de utilização proibida em toda a ração
para que abordassem o potencialmente enorme problema
animal (tais como a extremamente rara carcaça de gado
do declínio da indústria de transporte e de outras
positivo para EEB e a carne bovina separada mecanicamente
questões associadas aos resíduos do abate. Embora a
produzida a partir do MBPRA).
FDA registre na norma final que os custos são maiores do
Os
processadores
serão
obrigados
a
fazem
reavaliações
constantes
para
equipamentos
que originalmente estimados (entre US$ 65 milhões e US$
separados ao manipular o MBPRA uma vez separado, e
85 milhões), a agência não é cobrada por regulamentos
evitar que o MBPRA entre em contato com a ração animal,
sobre os resíduos do abate. As discussões da ANP com
com os ingredientes da ração ou com a superfície dos
os representantes do Departamento de Agricultura e
Os
processadores
precisarão
utilizar
Agência de Proteção do Meio-Ambiente dos Estados Unidos sobre essa
questão foram marcadas por ouvidos atenciosos e por expressões de
preocupação, mas por pouquíssima ação.
Impacto
sobre
Fábricas
de
Preparação
de
Carne Bovina
As fábricas de preparação de carne bovina devem:
• identificar meios para descartar o MBPRA;
• desenvolver procedimentos para separar o MBPRA das outras vísceras;
e
• fornecer certificação aos processadores de que tudo que será
processado para ração animal está livre de MBPRA.
De um modo geral, acredita-se que as restrições adicionais terão
pouco impacto nas grandes operações de preparação carne bovina que
utilizam gado com menos de 30 meses, mas pode causar algum prejuízo
nas fábricas de vacas de descarte e abatedouros menores, incluindo sua
relação com os processadores. As operações de abate de todos os portes
precisarão fornecer certificação dos fornecedores aos processadores
em relação à remoção do MBPRA e poderão enfrentar maiores taxas de
remoção dos resíduos do abate por aquela parte de seus subprodutos.
Exigências
em
Outros Países
A norma final permite aos países buscarem receber uma denominação
como não submetidos às exigências da norma final se forem “livres da
EEB” ou uma designação “risco insignificante” pela Organização Mundial
para Saúde Animal, ou OIE. À primeira vista, isso pode parecer uma
consideração desnecessária dado que poucos países têm na verdade
um risco menor do que os Estados Unidos. Entretanto, isso deve ser
considerado como um percurso pré-estabelecido para retornar a uma
situação mais normal uma vez que os Estados Unidos obtenham status
de risco insignificante da OIE, o qual deve acontecer dentro de apenas
alguns anos se não forem descobertos novos casos de EEB.
Próximos
passos para a
FDA
A FDA pretende trabalhar com os processadores para desenvolver
orientações para a indústria. Esperamos que métodos práticos
para demonstração da idade do gado, para remoção dos cérebros
e medulas espinhais dos animais mortos, e documentação aceitável
dos procedimentos possam ser desenvolvidos em parceria com os
representantes da indústria. A FDA precisará desenvolver novos
procedimentos de inspeção e proporcionar treinamento para os
funcionários de inspeção federais e estaduais, se desejar ir até o fim com
a sua intenção de aplicar rigorosamente a norma sem sérios prejuízos
para a indústria.
Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The National
Magazine of Rendering), edição de junho de 2008.
Reprodução autorizada pelo autor.
Tradução de Anna Maria Franco
Por David L. Meeker, PhD, MBA
Vice Presidente, Servicos Cientificos, National Renderers
Association (Associação Nacional de Processadores)
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Por Gary G. Pearl, DVM
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Realidades
de pesquisas
indústria de processamento evoluiu e se tornou melhor
compreendida devido à sua contribuição essencial à
de Educação e Pesquisa de Sub-Produtos Animais
A Universidade Clemson aceitou o desafio e o Centro
agricultura animal. Suas necessidades de pesquisa também
(Animal-Co-Products Reseach and Education Center -
evoluíram à medida que os mercados se modificaram
ACREAC) em Clemson, SC, foi o resultado da busca da
devido às mudanças nas práticas de alimentação de
indústria por um centro de pesquisas unificado.
animais, influências regulatórias e a concorrência de
produtos sintéticos a base de petróleo e outros substitutos
de comprometimento e investimento contínuo. Uma
da indústria química.
pesquisa de qualidade tem um custo. Entretanto,
Um grande evento de mudança se tornou evidente em
do ponto de vista da indústria, este custo deve ser
novembro de 1986 quando foi diagnosticada uma nova
considerado como investimento. Inúmeras empresas e
doença do gado: a encefalopatia espongiforme bovina
indústrias investem porção significativa de sua receita
(EEB). Subsequentemente, as indústrias de processamento
bruta em programas de desenvolvimento e pesquisa,
e rações se adaptaram à regra de 1997 da Food and Drug
considerando-os
Administration que proíbe o uso de proteínas animais
negócios.
derivadas de ruminantes em rações para gado bovino e
outros ruminantes.
investir em pesquisas, mas a indústria de processamento,
Uma emenda a esta regra que proíbe o uso de certos
que obedece ao princípio de que “poupando vinténs se
tecidos derivados de gado no alimento ou rações de
ganha milhões” e que sempre investiu em pesquisas,
animais foi proposta em outubro de 2005 e publicada
compreende a importância destes investimentos.
oficialmente em 25 de abril de 2008.
A indústria de processamento constatou que seus
acrescentou $ 2 bilhões ao setor de produção animal
programa históricos de pesquisa eram orientados
dos Estados Unidos. Assim, a parceria com uma
para nutrição animal e iniciativas de biocombustível
universidade de classe mundial, reconhecida por suas
e, que havia necessidade de pesquisas para utilização
pesquisas sobre animais e por seu importante papel na
de subprodutos do processamento de animais para
orientação prestada à indústria, é um fator positivo.
aplicações que não fossem alimentos ou rações. Isto
levou a Fundação de Pesquisa em Proteínas e Gorduras
agrícola desde 1889. A indústria de processamento
Outra realidade de pesquisas é que há a exigência
um
custo
necessário
para
fazer
Não se sabe exatamente quanto uma indústria deve
Já foi mencionado que a indústria de processamento
A
Universidade
Clemson
focaliza
o
segmento
(Fats and Protein Reserach Foundation - FPRP) a
auxilia a indústria de criação de animais há quase 200
são bem estabelecidas por meio das divisões de pesquisa
estabelecer uma política direcionando 75% de seus
anos.
interessados,
e desenvolvimento.
recursos para projetos de aplicação alternativa, mas
mantendo 25% focalizados em estudos de nutrição.
comum e histórico e desde o empeço a parceria entre
As
realidades
de
pesquisas
devem
servir
aos
Talvez fosse mais adequado rever as expectativas
A pesquisa direcionada a respostas das necessidades
Assim, as duas entidades possuem um background
de uma pesquisa antes de discutir pesquisas em geral.
e expectativas da indústria exige um alto grau de
Em 2005, a indústria, através da FPRP, adentrou
a Universidade Clemson e a FPRF, a ACREAC tem
Os resultados que cientistas ou empresa e indústrias
sinergismo. Quando esta indústria representa inúmeras
uma nova era de comprometimento para garantir uma
bases firmes em sua missão. A Universidade Clemson
esperam
diferentes.
companhias com diferentes capacidades e interesses que
base cientifica da exploração de usos alternativos e
é especial em vários de seus atributos. Atualmente
Entretanto, pesquisas são, basicamente, busca, indagação,
concorrem entre si, a situação fica ainda mais complicada.
econômicos dos subprodutos de tecidos animais. A
tem
investigação e estudo persistente para descobrir fatos
Este sinergismo exige que os pesquisadores tenham um
indústria empenhou-se em um processo intensivo
profissionais e pós-graduandos. Sua singularidade é
novos. Toda pesquisa deve ser iniciada com a certeza
conhecimento profundo e total da indústria. No caso de
de negociações com alguns institutos privados de
o seu comprometimento a um principio de educação
de que nem todas as expectativas serão atingidas. A
processamento, isto se torna muito complexo e é um
pesquisa; tornou-se nítida a realidade de que a
interdisciplinar com uma relação discentes/docentes
tendência dos cientistas é de focalizar os princípios básicos
processo continuo.
indústria não estava preparada para os investimentos
de 14 para 1 e com vários programas relacionados ao
da exploração e estabelecimento de fatos, para provar e
Na realidade, o grande público não compreende o
econômicos necessários para patrocinar uma pesquisa
cultivo da curiosidade intelectual.
defender uma hipótese. Os executivos de empresas estão
que é cada matéria prima e os sistemas especializados
dedicada por um instituto de pesquisas privado. Outro
mais interessados em aplicar criativamente as respostas
de processamento, os sistemas operacionais e os
problema resultante da utilização de um instituto de
da ACREAC , o corpo docente e os alunos tinham um
encontradas em novos produtos, aplicações e vantagens
padrões de qualidade associados ao processamento. E,
pesquisa privado seria que os benefícios de propriedade
conhecimento total da indústria de processamento e de
de mercado. Assim, no nosso mundo tão complexo, deve-
também, comparativamente poucos cientistas têm este
intelectual da indústria, derivados da pesquisa, seriam
sua importância na agricultura animal, muito maior do
se estabelecer uma relação sinergística entre as interações
conhecimento básico. O mesmo pode ser dito a respeito
colocados em risco. Ocorreu um estudo prolongado
qualquer outro campus da América do Norte. O campus
da pesquisa básica e aplicada.
de reguladores e legisladores.
com vários membros da Diretoria da FPRF discutindo o
reflete uma compreensão de que a pesquisa é o motor que
“conceito central” com várias instituições.
propulsiona o desenvolvimento econômico. Sua diretoria
de
uma
pesquisa
são
muito
Na área corporativa, estas interações e expectativas
Tendo sido descrita como a "indústria invisível", a
17.500
alunos
com
a
inscrição
de
3.315
Durante o desenvolvimento e subseqüente formação
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Caderno Técnico 2
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Projetos suspensos ou não completados não são
cubram totalmente as despesas de um aluno de pós-
seja continuadamente revista e avaliada. A transparência
conclusões aceitáveis para investimentos em pesquisas,
graduação não são prioridade em um laboratório moderno
deve ser encorajada para que atinja a maioridade. A
enquanto que projetos completados com conclusões
de pesquisa de universidades. Os primeiros projetos da
materiais acadêmicos, promocionais e de recrutamento
melhora de comunicação eficiente das prioridades para
inesperadas são realidades da pesquisa. Atrasos e
ACREAC não foram, na maioria, totalmente subvencionados.
da Universidade Clemson. E, certamente, ACREAC se
os membros da indústria é necessária. Os pesquisadores
dificuldades inesperadas ocorrem durante pesquisas.
Portanto, decisões devem ser tomadas para estabelecer
tornou um empreendimento colaborativo singular, no
precisam compreender a indústria de processamento e
Respeitando as restrições de propriedade intelectual,
os projetos da ACREAC. Seria um investimento melhor
qual a indústria de processamento e a Universidade
seus problemas, necessidades e oportunidades a fim de
uma transparência maior do progresso da pesquisa e
subvencionar
Clemson podem aprimorar a ciência e a tecnologia de
levar a pesquisa a uma conclusão aplicada.
de seus relatórios finais, bem como uma interpretação
altamente prioritários ou subvencionar parcialmente um
subprodutos animais através de prioridades de pesquisa
Os alunos e alunos pesquisadores de pós-graduação
de aplicações com valor agregado poderia aumentar
número maior de projetos de duração mais longa?
para aplicações novas e aperfeiçoadas. Continua sendo
são temporários, assim a educação sobre o negócio de
o valor da ACREAC aos olhos dos interessados. Os
o único centro de pesquisas do mundo com sua missão
processamento deve ser um processo contínuo.
investidores precisam de uma avaliação constante de
justificável em relação aos objetivos determinados, quer
focalizada exclusivamente em subprodutos animais.
seus investimentos
e os pesquisadores devem ser
seja positiva ou negativa e validada por uma revisão de
E os executivos da diretoria da Universidade, o corpo
à medida que os alunos se formam e educam outros sobre
recompensados pelo trabalho que desenvolvem. Na
pares. Assim, a ACREAC exige processos contínuos de
docente da ACREAC , pesquisadores e alunos são
a indústria de processamento. A Universidade Clemson
área acadêmica, a comunicação de suas contribuições
revisão de todas as entidades para avaliar o uso mais
extremamente dedicados ao seu sucesso.
está desenvolvendo vários novos programas para alunos da
à
eficaz de seus recursos. A estrutura organizacional
graduação para ensiná-los a se tornarem solucionadores de
recompensa.
de
problemas. Estes "grupos de pesquisa criativa" passam vários
disseminação
de pessoal e instalações. Uma "equipe de foco" de
pesquisa da ACREAC que usam recursos dos mais de
semestres investigando questões especificamente designadas.
dos benefícios da ACREAC e de sua importância na
cientistas interdisciplinares está conduzindo pesquisa
30 laboratórios da universidade. Assim, a alavancagem
Estes projetos fornecem uma excelente oportunidade para a
agricultura animal e utilização de seus subprodutos.
básica orientada pela indústria de processamento
financeira fornecida por este acordo colaborativo pode
indústria de processamento fazer suas perguntas e encontrar
para fornecer resultados aplicáveis e agregar valor
ser quantificada. Uma estimativa conservadora do total
a próxima geração de funcionários.
de
uma
aos seus produtos. O desempenho da ACREAC até o
dos gastos durante as operações iniciais de 2005-2008
Os projetos de pesquisa propostos pela ACREAC
responsabilidade compartilhada por todas as entidades
presente justifica que o mundo conheça melhor suas
chegou a $ !,5 milhões, dos quais a FPRF investiu cerca
exigem que os problemas e objetivos sejam amplamente
colaborativas. Talvez deva ser estabelecida uma força-
realizações e que seus membros sejam adequadamente
de 30%, ou seja, $528.500.
compreendidos.
tarefa de comunicação para aprimorar este processo.
considerados.
das
Nas recentes reuniões de primavera da FPRF discutiu-
em equipamentos e suprimentos para laboratórios
expectativas é necessária para que os resultados finais
se a possibilidade de explorar os benefícios de uma
Dra. Doris Helms, reitora-adjunta/vice reitora de Negócios
usados em parte para os projetos da ACREAC.
atinjam os objetivos estabelecidos.
reestruturação da estrutura do comitê de pesquisas
Acadêmicos, e Dr. Annel Greene, professor e diretor da
para reforçar o processo de comunicação.
ACREC, Universidade Clemson, Clemson, nos encontros
de abril de 2008 em Montreal, QB, Canada.
transmite a missão de responsabilidade pelo ensino,
pesquisa e amplos serviços públicos. Na realidade, a
pesquisa esta presente em quase missões, atividades e
Na Clemson, 36 professores e igual número de
alunos
de
pós-graduação
realizaram
projetos
A universidade pode adquirir $264.000 adicionais
Conforme mencionado anteriormente, há um custo
Da mesma forma, é muito importante que a ACREAC
Entretanto, o processo educacional se tornará exponencial
Uma
comunicação
colaborativa
e
eficiente
Pesquisas de qualidade exigem expectativas bem
pesquisa
Torna-se
se
torna
parte
necessária
uma
importante
de
sua
Esta conscientização promocional e o processo
transferência
de
informações
deve
ser
articuladas do resultado final e cronogramas realísticos.
operacional da Universidade Clemson , sob a direção
A pesquisa pode ser um processo lento e quando os
continua aumentando. Na realidade há um aumento de
da Dra. Doris R.Helms ,reitora-adjunta/vice-reitora de
resultados/ conclusões diferem do previsto, o pesquisador
custo de tudo que possui um preço. O custo atual de
Negócios Acadêmicos, é de $540 milhões, com mais $141
deve criar outro percurso para encontrar uma solução.
subvenção do estipêndio de um aluno de doutorado,sem
milhões derivados de doações/contratos/subvenções.
Comunicação
de
considerar a taxa de ensino, é de cerca $30,000 por ano,
Assim, o negócio de educação e pesquisa na sede da
expectativas é um componente importante de uma
sendo geralmente necessário um comprometimento por
ACREAC atinge $680 milhões. Este é um investimento
colaboração harmoniosa.
período de três anos. Estes comprometimentos exigem que
que exige processos contínuos de revisão por todas as
os projetos da ACREC sejam cuidadosamente priorizados.
entidades para avaliar o uso mais eficaz dos recursos
sejam compatíveis em relação aos objetivos do projeto,
alavancados: financeiros, pessoal e instalações.
sua metodologia e cronograma.
estudos com grandes subvenções. Subvenções que não
e
oportuna
das
variações
É importante que tanto a indústria quanto o pesquisador
uns
poucos
projetos
Pesquisa, para ser utilizada, deve ser transparente,
da ACREAC foi baseada na alavancagem financeira,
maior
para equipar e realizar um projeto. O atual orçamento
eficaz
completamente
Sem dúvida, o investimento para realizar pesquisas
Pesquisadores de pontas são muito procurados para
Parte deste material é resumo das apresentações da
Material técnico gentilmente cedido pela Revista Render (The
National Magazine of Rendering), edição de junho de 2008.
Reprodução autorizada pelo autor.
Tradução de Anna Maria Franco
Por Gary G. Pearl, DVM
Professor Adjunto, Ciência Veterinária e Animal
/Ciência de Alimentos e Nutrição Humana
Clemson University
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Caderno Técnico 3
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Por: Eng. Leandro Zanini Santos
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Afluente:
a água de abastecimento industrial
Fonte: apostila Controle e Tratamento de Poluentes – Dra. Taís H. Lacerda (Unimep)
Fig. 1 – Ciclo hidrológico.
- Qual a relação de consumo de água por tonelada de
Processos de Tratamento
finito, será objeto de disputas e posicionamentos
produto processado?
estratégicos pelas organizações. As projeções dizem que
- Qual a qualidade mínima necessária para a água
observamos que somente na idade média é que elas começam a se desenvolver em
em 2015, mais de 3 bilhões de pessoas (40% da população
utilizada no processo?
instalações de porte. Apresentaremos a seguir alguns dos processos mais utilizados
projetada) estarão vivendo em regiões de estresse
para adequação das águas para o consumo industrial.
hídrico. No Brasil, já temos vivenciado este estresse
abastecimento) são variados e dependeram da origem da
hídrico em regiões de alta densidade populacional e
fonte e dos parâmetros de qualidade a serem atendidos
Filtração
industrial, portanto o que parecia reservado ao futuro já
na aplicação. É no ciclo hidrológico (figura 1) que as
nos atinge no presente.
águas de superfícies (lagos, rios, represas, entre outras)
do elemento filtrante. Desde a época em que os egípcios inventaram o papel esta
Este alerta nos coloca a pensar sobre quais são
e as subterrâneas (lençóis, aqüíferos) adquirem suas
téc-nica é utilizada para purificar fluídos ou para recuperar materiais valiosos.
os principais objetivos e desafios do uso da água na
características físico-químicas e assim os interferentes
atividade industrial. Nossos questionamentos devem ser
ou contaminantes serão eliminados ou minimizados
(poliprolieno), celulose e aço inox. Os materiais construtivos (vasos, carcaças, suportes) podem
claros sob tais pontos:
durante o processo de tratamento.
ser em aço (carbono e inox), fibra de vidro e polímeros (ABS, polietileno, entre outros).
Não é de hoje que ouvimos que a água, como recurso
Os sistemas de tratamento dos afluentes (ou águas de
As técnicas para tratamento dos afluentes remetem aos tempos antigos, porém
A filtragem convencional funciona retendo os contaminantes no próprio corpo
Os elementos filtrantes mais utilizados no Brasil são: areia, quartzo, seixo, polime-ros
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- Floculação: ação mecânica (agitação) e química (cargas
Abrandamento
elétricas opostas) para aglutinação das partículas em
suspensão no afluente;
os sais de cálcio e magnésio do afluente. Atualmente, nos
- Decantação: processo físico de separação dos sólidos
processos industriais têm se adotado o uso de resina de
sedimentáveis, agora mais densos devido a adição dos
troca iônica do tipo catiônica.
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produtos químicos;
- Filtração: polimento final do tratamento através de uma
então necessária a sua regeneração a para recuperação da
barreira física (elemento filtrante).
capacidade de tratamento (ou troca iônica).
Fig. 2 – Separação por diferença na porosidade
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O abrandamento da água tem como proposta remover
Estas resinas operam pela saturação de sais, sendo
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Os equipamentos podem ser de operação manual (fig.
6) ou automatizada (fig.7), porém usualmente se utilizará
nos dois casos soluções regenerantes à base de cloreto
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de sódio diluído em água (salmoura).
Fig. 7 – Abrandador automático (2 unidades).
Portanto, a importância em escolher o processo
de tratamento adequado para a água de uso industrial
não só determina o custo de implantação do processo,
Fig. 4 – ETA Compacta Aberta.
como também será responsável por menores custos
operacionais e a viabilização de processos para redução
do uso da água (reuso em cascata).
Fig. 6 – Abrandador manual.
Fig. 3 – Filtro de Areia, construído em Aço Inox
Poderemos encontrar equipamentos que utilizam
materiais adsorventes também sendo chamados de
filtros, porém estes elementos (carvão ativado, zeólitas)
têm a função de reter elementos com Ferro Total
(desferrinização), Cloro Total (decloração), Cor, Manganês,
entre outros e que estão dissolvidos na água.
Também encontraremos equipamentos de composição
mista, os chamados bi-médias. Estes são recomendados
quando se deseja realizar um tratamento para polimento
da água, pois esta apresenta baixas concentrações de
elementos indesejáveis.
ETA (Estação
As ETA’s são unidades de tratamento que realizam,
de
Tratamento
de
Afluente)
Fig. 5 – Etapas de tratamento: Mistura hidráulica,
Floculação, Decantação e Filtragem de Polimento
em um mesmo espaço, processos físicos e químicos para
o tratamento da água de abastecimento. Elas podem ser
de modelo compacto fechado, compacto aberto e aberto.
Cloração
Sua aplicação se dá no tratamento de águas de
Como etapa de tratamento em águas subterrâneas e
superfícies, tais como rios, ribeirões, lagos e represas.
superficiais (mais comuns), a cloração consiste na dosagem
A finalidade dela é condicionar a água para o processo
de soluções à base deste químico (hiploclorito de sódio,
industrial, remover os sólidos sedimentáveis, cor, turbidez
hipoclorito de cálcio, dicloroisocianurato de sódio, etc...)
e a presença de microorganismos (ex: coliformes).
para a desinfecção da água de abastecimento.
Os processos normalmente desenvolvidos em uma
A sua aplicação ocorre por meio de bombas dosadoras,
ETA são:
sendo que estas podem ser controladas através de
- Mistura Hidráulica: mecanismo onde ocorre a mistura
sensores instalados na tubulação de água tratada para
do afluente com os produtos químicos floculantes e
a correção automática dos parâmetros pré-selecionados
corregedores de pH;
como reserva mínima de segurança.
Por: Eng. Leandro Zanini Santos
Gerente de Negócios da MULTIÁGUA. Formado em
Engenharia Química pelo UNIMEP – Universidade
Metodista de Piracicaba, Mestrando em Energia
Térmica pela UNICAMP-SP.
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Agenda
Por Alexandre Ferreira
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Mercoagro 2008
XXVI Congresso das Indústrias Saboeiras e Afins
Local: Chapecó (SC)
Data: 26 a 29 de outubro de 2008
Tel. (+55 49) 3323-4100
Local: João Pessoa (PB)
Data: 16 a 19 Setembro de 2008
Realização: ABISA – Associação Brasileira das
Horário: 13 às 20 horas
Indústrias Saboeiras e Afins
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Site: www.mercoagro.com.br
E-mail: [email protected]
Fats and Proteins Research Foundation Annual
AVISULAT- I Congresso Sul Brasileiro de
Meeting
Avicultura, Suinocultura e Laticínios
Encontro Anual da Fundação de Pesquisas de
Data: 19 a 21 de novembro de 2008
Gorduras e Proteínas
Local: Centro de Exposições Fundaparque, Bento
Data: 20 e 21 de Outubro de 2008
Gonçalves, RS
Local: Laguna Niguel, CA (USA)
Realização: ASGAV, SINDI-LAT, SIPS
E-mail: [email protected]
Telefone: (51) 3228-8844
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Ponto de Vista
Site: www.avisulat.com.br
National Renderers Association (NRA) 75th
Annual Convention
FENAGRA 2009
75º Convenção Anual da Associação Nacional
IV – Feira Nacional das Graxarias
Americana de Graxarias
Data: 26 e 27 de março de 2009
Data: 21 a 24 de Outubro de 2008
Local: São Paulo – SP
Local: Palm Springs – CA
Site: www.fenagra.com.br
E-mail: [email protected]
VIII WORKSHOP EMBRAPA / SINCOBESP
Data: 26 e 27 de março de 2009
Local: São Paulo – SP
Site: www.fenagra.com.br
Tratando os Odores
de Processo
Este é um tema que certamente já trouxe problemas ou preocupações para a maior parte das indústrias .
É importante encontrarmos algumas premissas básicas. Na verdade quando falamos em processamento,
cocção, tratamento térmico, etc., temos como objetivo desidratar o material em processo, ou seja, o trabalho dos
digestores é evaporar a água presente na matéria prima. Muitos fabricantes de equipamentos, estabelecem as
garantias de produção dos seus digestores na forma de capacidade de evaporação.
Uma vez estabelecido o conceito de que “cozinhar” os subprodutos implica em evaporar a umidade natural
do material, vamos assumir que o primeiro passo para o tratamento dos gases do processo seja a condensação
do vapor gerado. É necessário saber que os gases de processo são divididos em condensáveis ( água evaporada
) e incondensáveis. De fato são os gases incondensáveis os responsáveis pelos odores. O vapor funciona como
veículo e pode-se dizer que devem representar até 90% do volume total.
Para que um tratamento de gases seja eficiente, três fatores devem ser levados em consideração :
1.Vazão –
consiste no volume a ser captado, conduzido e tratado. Atenção especial deve ser dada aos picos
( variações de intensidade na evaporação ) e às entradas de ar do sistema ( por exemplo, abertura das bocas de
carga e/ou descarga )
2.Condensação –
uma vez que os gases e vapores do processo tenham sido captados e conduzidos
através de tubulação dimensionada conforme apontado acima, faz-se necessária a condensação do vapor. A
água evaporada durante a cocção, ao ser submetida a um sistema onde ocorre troca de calor, muda de estado,
se convertendo novamente em água. Vários sistemas estão disponíveis no mercado como os aerocondensadores
que funcionam como os radiadores dos automóveis com ar forçado contra uma tubulação por onde o vapor passa,
ou os trocadores de calor ( casco e tubo ou de placas) onde o fluxo de vapor encontra indiretamente um fluxo de
água que deve ser resfriada em uma torre de resfriamento.
3.Filtragem –
após a condensação sobram agora os gases incondensáveis, que mesmo em volume
bem menor, devem ser resfriados e conduzidos a um sistema de filtragem ou queima. Os órgão ambientais
normalmente aceitam melhor ou exigem a opção de queima, porém esta apresenta um elevado custo operacional.
Há ainda a lavagem química que submete os gases a uma pulverização de um coquetel com substâncias como o
cloro ou derivados. Restam os biofiltros que quando bem dimensionados apresentam ótimos resultados, porém
demandam mais espaço físico.
Os problemas normalmente surgem em conseqüência do dimensionamento inadequado de qualquer ponto do
sistema em relação ao volume e características dos gases gerados. É muito comum encontrarmos instalações que
foram crescendo em sua capacidade de produção ( cocção ) sem que o sistema de tratamento dos gases tenha
recebido o aporte proporcional. Outras situações recorrentes são : Deixar que o biofiltro atue como condensador,
enviando vapores a temperaturas elevadas ( o limite deve ser de 45°C ) que acabam por destruir as bactérias que
eliminam os odores indesejáveis ; Os sistemas de captação e condução não permitem
a expansão e/ou exaustão dos vapores provocando arraste de sólidos e/ou pressão
positiva nos digestores ( atrasando sua performance ) ; Processar subprodutos em
avançado estado de putrefação, fato que transforma uma graxaria em uma usina de
mau cheiro e que apenas um sistema de tratamento de gases superdimensionado
pode minimizar tal efeito.
Sugiro que esta verificação dos fatores que determinam a eficiência de um sistema
de tratamento de gases seja feita em cada graxaria e que uma atenção especial seja
dada nos casos de ampliação.
Até a próxima edição !
Alexandre Ferreira, consultor
técnico em processos industriais
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Assinaturas
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ASSINATURA DA REVISTA
Graxaria Brasileira
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( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos
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Complemento:
Cidade: Cep:
UF:
( ) Prestadores de Serviços
( ) Biodiesel ( ) Cliente Graxaria
Fone: ( )
( ) Consultoria / Assessoria Fax:
( ) Universidades / Escolas
( )
E-mail:
( ) Outros:
Cargo:
Aboissa 3º Capa
(11) 3353-3000
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Chibrascenter 15
(11) 5521-3373
[email protected]
www.chibrascenter.com.br
Hidromatic 48
(44) 2101-5500
[email protected]
www.hidromatic.com.br
Abra 47
(61) 4501-7199
[email protected]
www.abra.ind.br
Eurotec Nutrition 5
(48) 3242-4860
[email protected]
Informe Agro Business 9
(11) 3853-4288
[email protected]
www.agroinforme.com.br
AGM & PETT 39
(11) 3531-4333
[email protected]
Farima 29
(44) 3544-1292
[email protected]
www.farima.com.br
Ipufol 27
(49) 3449-0372
[email protected]
Folem 29
(46) 3544-1447
[email protected]
www.folem.com.br
Beta Automação 4º Capa
(11) 3787-2382
betaautomacao@betaautomacao.
com.br
www.betaautomacao.com.br
LDS Máquinas 2º Capa
(14) 2104-3200
[email protected]
www.ldsmaquinas.com.br
Gava 17
(11) 3105-2146
[email protected]
www.joaogava.com.br
Martec/Percon 45
(14) 3342-3301
(11) 4018-4222
Braido 17
(11) 4368-4933
[email protected]
Giglio 48
(11) 4368-1822
[email protected]
www.giglio.com.br
Multiágua 31
(19) 3462-2004
[email protected]
www.multiagua.com.br
Grupo Braido 13
(11) 4227-9500
[email protected]
www.grupobraido.com
Nutract 24
(49) 3329-1111
[email protected]
www.nutract.com.br
Anhembi Agro Industrial
(11) 3685-8907
[email protected]
Celgon Agroindustrial
(51) 3447-5677
[email protected]
39
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Qualyfoco 45
(49) 3444-1422
[email protected]
www.qualyfoco.netcon.com.br
Razzo 19
(11) 2164-1313
[email protected]
www.razzo.com.br
Sincobesp 25
(11) 3237-2860
[email protected]
www.sincobesp.com.br
Tigre 33
(11) 3392-6067
[email protected]
www.moinhostigre.com.br
Thor Máquinas 11
Tel. (55) 3211-1515
[email protected]
www.thor.com.br
União Caldeiraria 37
Tel. (11) 4595-5077
[email protected]
www.uniao.srv.br
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