Graxaria Brasileira

Transcrição

Graxaria Brasileira
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Revista
Ano 2 / Edição 11 / Set-Out 2009 / www.editorastilo.com.br
Graxaria Brasileira
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Indústria de Farinha e Gordura AnimalG
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Indústria
de
Graxaria
Mercado Concentra Forças e Aposta em 2010
Em Foco
A Era dos Grupos Proteínas
Foco na Qualidade
Energia das Farinhas e Gorduras Animais
Editorial
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Revista
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Ano 2 / Edição 11 / Set-Out 2009 / www.editorastilo.com.br
Graxaria Brasileira
Indústria de Farinha e Gordura Animal
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Indústria
de Graxaria
Mercado Concentra Forças e Aposta em 2010
Em Foco
A Era dos Grupos Proteínas
Foco na Qualidade
Energia das Farinhas e Gorduras Animais
Edição 11
Setembro/Outubro 2009
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Sempre buscando
cada vez mais notícias
Se 2008 foi abruptamente terminado no mês de setembro
com a erupção da crise econômica mundial, o ano de 2009
nem terminou e as expectativas já estão voltadas para 2010.
A “marola” veio, a ressaca foi forte, e mesmo não tendo os
mesmos impactos que em outros países ou setores, a crise
provocou seus estragos. Mesmo com a baixa nos abates e
consequentemente menos matéria-prima, o mercado conseguiu
chegar a um equilíbrio de preços e vem buscando alcançar os
níveis anteriores à crise. Mas antes da lamentação, é importante
já ver no horizonte quais são as estratégias para recuperar o
fôlego. Como mostramos no número anterior e o tema vem
à tona mais uma vez, o biodiesel é uma das maiores apostas
das graxarias para retomada em 2010, principalmente com o
aumento da mistura de biodiesel para 5%. Sempre buscando
cada vez mais notícias para mantê-lo melhor informado sobre
os acontecimentos e fatos do setor, trazemos nesta edição a
entrevista com o diretor-executivo do Grupo GR, José Mario
Moreira da Silva. Além de contar um pouco da história, situação
e planos do Grupo, ele reforça a necessidade de cada vez mais
o segmento ser visto como um serviço de utilidade pública
devido a sua importância para o meio ambiente, além da própria
necessidade de ser mais conhecido pela sociedade.
Boa leitura!
Daniel Geraldes
Editor Chefe
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Sumário / Expediente
06
notícias
22
Em Foco 1
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Diretor
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
Jornalista Colaborador
Paulo Celestino - MTB 998/RN
Publicidade
[email protected]
24
Em Foco 2
28
Em Foco 3
Redação
Lucas Priori
[email protected]
34
capa
40
Foco na qualidade
42
[email protected]
Pet Food On Line
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
[email protected]
Conselho Editorial
Bruno Montero
Claudio Mathias
Clênio Antonio Gonçalves
Daniel Geraldes
Luiz Guilherme Razzo
Valdirene Dalmas
Comitê Tecnico
Cláudio Bellaver
Dirceu Zanotto
Lucas Cypriano
Fontes Seção “Notícias”
BeefPoint, Avisite, Valor Econômico, Gazeta
Mercantil, Sincobesp, Abra, Sindirações, National
Render, Embrapa, Biodiesel, AgriPoint, Aliança
Pecuarista.
Impressão Gráfica
Gráfica Bandeirante
44
entrevista
48
caderno técnico 1
52
caderno técnico 2
56
Agenda
57
Ponto de Vista
Distribuição
ACF Alfonso Bovero
Editora Stilo
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
Cep: 04004-000 / São Paulo (SP)
(11) 3213-0047
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A Revista Graxaria Brasileira é uma
publicação bimestral da Editora Stilo.
A Revista Graxaria Brasileira é uma publicação do mercado
de Graxarias, clientes de graxarias, fornecedores de:
máquinas, equipamentos, insumos, matérias-primas,
biodisel, frigoríficos e prestadores de serviços, com
tiragem
de 4.000 exemplares.
Distribuída entre as empresas nos setores de engenharia,
projetos, manutenção, compras, diretoria, gerentes.
É enviada aos executivos e especificadores destes
segmentos.
Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores
e não necessariamente refletem as opiniões da revista.
Não é permitida a reprodução total ou parcial das
matérias sem expressa autorização da Editora.
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Nutrição Avançada, Hidratação
Garantida
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solução exclusiva, desenvolvida especificamente para nutrição e hidratação de leitões.
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Sincobesp é homenageado em
Happy Hour da Central de
Serviços da Fiesp
Sempre atenta às tendências e necessidades do mercado, a Eurotec Nutrition lança
Mediante licença exclusiva da Land O’ Lakes Inc. (USA), a Eurotec Nutrition inicia
produção no Brasil do UltraCare Gel, produto formulado para incentivar o consumo de
alimento nas fases críticas do desenvolvimento dos leitões, como desmama, vacinação,
transporte ou doenças.
Paulo (Fiesp), 15 dirigentes de sindicatos e diretores de diversos departamentos da entidade, participaram do Happy Hour
A desidratação dos leitões nestas circunstâncias pode causar significativas perdas
Em agosto passado, 95 convidados, entre eles Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São
no desempenho e produtividade do lote, pois em casos avançados prejudica o funcionamento de seu organismo e sua
em homenagem ao Sindicato Nacional dos Coletores e Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal (Sincobesp),
capacidade de absorção de nutrientes.
promovido pela Central de Serviços (Cser) da Fiesp na sede da
federação.
O UltraCare Gel proporciona nutrientes essenciais e hidratação adequada aos leitões, melhora sua saúde intestinal e
garante um crescimento sadio. Bons resultados na fase de creche são determinantes para o aproveitamento máximo na fase
de engorda.
ressaltou o papel socioambiental do setor de graxaria,
que transforma resíduos de animais (que possui um
Para mais informações acesse: www.euronutri.com.br.
Nelson Antonio Braido, vice-presidente do Sincobesp,
moroso processo de decomposição) em matéria prima para
fabricação de produtos de limpeza, higiene, proteína animal,
ração, adubo e biodiesel.
Cresce o abate de bovinos e
suínos e cai o de frangos
O abate de bovinos no país aumentou 5,5% no
segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre
anterior. O resultado interrompe uma sequência de quedas
observadas desde o terceiro trimestre do ano passado. Ao
todo foram abatidos, entre os meses de abril e junho de
2009, 6,844 milhões de cabeças de gado. Na comparação
com o mesmo trimestre de 2008, no entanto, houve queda
de 10,2% nos abates. Os dados fazem parte da Pesquisa
Trimestral do Abate de Animais, realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento
aponta que a melhora no desempenho de abate de bovinos
pode representar o início de uma reversão de ritmo de baixa.
O Mato Grosso continua sendo apontado como principal
produtor nacional, respondendo por 13,6% de todo o abate
no país Em seguida, aparecem São Paulo (13,3%), Mato
Grosso do Sul (12 2%) e Goiás (9,2%).
Suínos
O estudo revela, ainda, que o abate de suínos teve variações positivas tanto entre os dois primeiros trimestres (4,6%), como
na comparação com o trimestre anterior (3,6%), totalizando 7,588 milhões cabeças. A atividade ficou concentrada na Região
Sul (67,4%), principalmente em Santa Catarina (27,9%). A comercialização externa de carne suína aumentou 20,9% em volume,
em relação ao primeiro trimestre do ano, e de 14,6% no faturamento.
Frangos
Já o abate de frangos caiu 2,4% no segundo trimestre se comparado ao trimestre anterior. Em relação ao período que vai
de abril a junho de 2008 houve elevação de 3,8%. No primeiro trimestre deste ano, foram abatidas 1,168 bilhão de frangos.
A atividade teve maior expressão na Região Sul (60,1%): o Paraná foi o estado que respondeu pelo maior volume de abate
(26,5%). As exportações de carne de frango tiveram aumento de 16,1% em volume e de 28,0% em faturamento quando
comparadas ao trimestre anterior.
Paulo Skaf elogiou a iniciativa do encontro,
classificando-o como uma importante troca de experiência
e que “contribui de maneira efetiva para o desenvolvimento
dos sindicatos”.
Paulo Schoueri, diretor-titular da Cser, agradeceu a
presença dos convidados e o empenho de todos para a
realização do evento.
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CETESB –
Grupo de Trabalho GRAXARIA
Proposta de estruturação do Grupo de Trabalho de Graxaria da
Câmara Ambiental do Setor de Abates, Frigoríficos e Graxarias.
Abate de frangos sobre 3,8% em
relação ao primeiro trimestre de
2009
No dia 14 de setembro passado, na sede da CETESB (São
O abate de frangos no segundo trimestre de 2009 foi
orgânica. Marcelo deverá
de 1,168 bilhão de cabeças, segundo a Pesquisa Trimestral
Paulo) foi realizado mais um encontro/debate sobre o Grupo
apresentar informações
de Abate de Animais do Instituto Brasileiro de Geografia e
de Trabalho Graxaria presidido pelo Sincobesp. A abertura
sobre a caracterização dos
Estatística (IBGE).
da reunião foi realizada pelo Engº Armando Carlos Brandini,
principais pontos de geração
secretário da Câmara Ambiental do Setor de Abates,
de efluentes dentro do fluxo
observou-se queda de 2,4% no número de animais abatidos
Frigoríficos e Graxarias, que nesta reunião inicial do GT,
de processo dos subprodutos.
e aumento de 3,8% com relação ao primeiro trimestre de
orientou os presentes a respeito da atuação e importância
Ficou claro que o Tratamento
2009. O peso total das carcaças abatidas foi de 2,450
do Grupo para o desenvolvimento do setor e suas políticas.
dos Efluentes da Indústria de
milhões de toneladas, indicativo de queda de 4,2% com
Subprodutos torna-se objeto
relação ao segundo trimestre de 2008 e aumento de 4,9%
aumento de produção (20,2%).
consultor Alexandre Ferreira, coordenador do GT - Graxarias
de desenvolvimento do GT.
com relação ao primeiro trimestre de 2009.
para continuidade dos trabalhos.
aumento de 16,1% em quantidade exportada no segundo
Agradeceu a presença de todos e passou a palavra ao
Alexandre Ferreira expôs como objetivos iniciais do GT
Na seqüência houve
Comparando com o obtido no mesmo período de 2008,
A região Sul do país contribui com 60,1% de todo o
A comercialização externa de carne de frango teve
a apresentação do Engº André Berg que deverá preparar
abate nacional de frangos. O Paraná é o principal Estado,
trimestre de 2009, comparativamente ao primeiro trimestre
identificar os pontos críticos da cadeia de processamento
trabalho semelhante porém direcionado à ao tratamento
responsável por 26,5% da produção. Alagoas teve a queda
deste ano, segundo dados da SECEX. O faturamento teve
de subprodutos de modo a apontar os riscos ambientais da
de gases, envolvendo a análise dos pontos de geração e as
mais significativa (60,4%), enquanto que o Mato Grosso teve
variação positiva, aproximadamente de 28,0%.
atividade e apresentar alternativas que atendam à legislação,
alternativas tecnológicas disponíveis.
à capacidade das indústrias e à disponibilidade técnica de
equipamentos e serviços.
Indústria de Subprodutos tornou-se o segundo objeto de
Setor de Máquinas Cresce
desenvolvimento do GT.
do ano, a indústria de máquinas e equipamentos,
de 850 novos funcionários (em um universo de 231 mil;
momento pela divulgação do trabalho já realizado. Neste sentido
termômetro da saúde econômica do País, dá sinais de que
antes da crise, eram 250 mil).
haverá o contato com algumas mídias para efetivar estas ações.
voltou a crescer. O faturamento do setor foi de R$ 6,04
bilhões em agosto, alta real de 18% na comparação com
de crédito para a aquisição de máquinas que, de acordo com
julho, segundo dados da Associação Brasileira de Indústria
a Abimaq, totaliza R$ 12 bilhões, Carlos Pastoriza, diretor-
de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
secretário da organização, diz que o crescimento registrado
em agosto não pode ser atribuído aos financiamentos.
Em seguida Alexandre passou a palavra ao Engº Marcelo
Pohlmann, diretor técnico da Brasworld, que há 12 anos
atua de forma profissional e acadêmica (está cursando
doutorado na área) no tratamento de efluentes de natureza
Desta forma o Tratamento dos Gases de Processo da
Com referência ao Plano de Emergência decidiu-se no
Frigorífico JBS compra rival
Bertin e cria gigante da carne
bovina no Brasil
Pelo acordo anunciado, os controladores do JBS irão transferir todas as suas ações
para uma holding batizada de “Nova Holding”, que reunirá ainda 73,1% do capital social da
Bertin mediante aporte de seus atuais controladores.
Após essas transferências, o controle tanto de JBS quanto de Bertin já passará a ser
detido pela Nova Holding. A estimativa das empresas é de que o peso da JBS na holding
será de 60%, com o Bertin representando os 40% restantes, de acordo com dados referentes a 30 de junho último.
A JBS informa que as duas partes ainda estão analisando a melhor estrutura para a integração de suas operações.
Além da aprovação dos órgãos de defesa da concorrência no Brasil e no exterior, o sucesso da transação também depende
do êxito no processo de capitalização da subsidiária do JBS nos Estados Unidos, que estaria em “negociações avançadas” para
obter US$ 2,5 bilhões mediante subscrição privada em seu capital.
A empresa esclarece que, quando concluída, essa operação resultará em uma participação máxima de 26,3% para os
subscritores no capital da JBS USA.
Os bancos JP Morgan e Santander Brasil atuaram como assessores financeiros exclusivos da JBS e da Bertin,
respectivamente, para a operação.
A JBS também anunciou um acordo para comprar o controle da Pilgrim´s Pride, empresa americana do setor de frango. A
subsidiária americana da JBS vai comprar ações correspondentes a 64% do capital social total e votante da Pilgrim´s Pride e os
atuais acionistas da empresa ficarão com os 36% restantes.
De acordo com a companhia americana, a JBS pagará US$ 800 milhões pela participação, em dinheiro. O acordo anunciado
avalia a Pilgrim´s Pride em US$ 2,8 bilhões.
Apesar de contabilizar perdas de 22,3% no faturamento
O resultado leva o faturamento de volta aos níveis de
contratações e demissões foi positivo, com a incorporação
Embora o governo tenha anunciado em julho uma linha
dezembro de 2008 e para longe dos R$ 3,99 bilhões de
janeiro deste ano, nível mais baixo do setor em 24 meses.
Por isso, a expectativa para os próximos meses é otimista,
“Não deu tempo de se sentirem os efeitos do crédito.
Representantes das indústrias afirmam ainda que agosto foi
especialmente porque a linha só vale até o fim do ano, então
o primeiro mês desde outubro de 2008 em que o saldo de
deve haver muitos pedidos”, diz.
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Marfrig compra Seara
Alimentação em risco
A Marfrig vai desembolsar US$ 706,2 milhões em dinheiro
O mundo precisará produzir 70% a mais de alimentos até 2050 para alimentar
e assumir US$ 193,8 milhões em dívida para comprar os
uma população extra projetada em 2,3 bilhões de pessoas, de acordo com a
ativos da Seara, controlada pela americana Cargill, no Brasil
Agência para Agricultura e Alimentos (FAO, na sigla em inglês), da Organização das
e no exterior. O negócio envolve as áreas de aves, suínos e
Nações Unidas.
produtos industrializados, que tem faturamento líquido anual
de US$ 1,7 bilhão, além dos direitos de exploração da marca
cereais destinados à alimentação humana e animal deverá subir para 3 bilhões de
Seara.
toneladas nesse período, e mais ainda será necessário para atender à indústria de
biocombustíveis. De acordo com a agência, isso representaria uma elevação de
A transação coloca a Marfrig, que até pouco tempo atrás
Em documento divulgado, a organização aponta que a demanda global por
era concentrada no segmento de bovinos, como principal
quase 1 bilhão de toneladas, já que a produção de cereais no mundo hoje soma
concorrente da BRF - Brasil Foods, empresa que nasceu da
cerca de 2,1 bilhões de toneladas.
aliança entre Sadia e Perdigão. “A Marfrig expandirá seu
potencial com alimentos processados no Brasil, firmando-
de toneladas para alcançar os 470 milhões de toneladas que a FAO estima serem
se como o segundo maior player no mercado interno e de
necessárias para 2050. “Mas estamos cautelosamente otimistas com o potencial
exportação de aves e suínos e uma dos maiores do mundo”,
do mundo em conseguir se alimentar em 2050”, disse Hafez Ghanem, diretor-
diz a empresa.
geral-assistente da FAO, que é sediada em Roma. Ghanem acrescentou, porém, que as mudanças climáticas e o advento dos
biocombustíveis podem ser uma grande ameaça à agricultura.
A Marfrig atua em aves desde o ano passado, quando
comprou as operações da americana OSI no Brasil e na Europa,
A produção de carnes, por sua vez, deveria crescer em mais de 200 milhões
Segundo a organização internacional, os investimentos em agricultura e na melhoria dos acessos aos alimentos também
além da DaGranja.
valor adicionado com a capacidade de produção de 17.500
devem ser incrementados. Caso contrário, 370 milhões de pessoas ficarão sem alimentos até 2050 (ou 5% da população
toneladas/mês;
mundial). Até o fim deste ano, 1 bilhão deverão enfrentar a fome.
reserva de crédito de longo prazo de R$ 1,3 bilhão com o
- Terminal portuário privativo para cargas frigoríficas e cargas
banco Bradesco, a fim de garantir o compromisso firmado com
secas (Braskarne) em Itajai (SC)
em cerca de 120 milhões de hectares nos próximos 40 anos em países em desenvolvimento, principalmente na América Latina
a Cargill, que tem caráter irrevogável.
- Marca “SEARA” e demais marcas operadas neste segmento;
e na África Subsaariana.
Ainda segundo o documento, “o financiamento da
- Operações de distribuição e comercialização no exterior,
aquisição poderá envolver aumento de capital da Marfrig
localizadas no Reino Unido, Japão e Singapura, detentoras
contaminação química ou falta de infra-estrutura, lembrou o documento.
através de oferta primária de ações”.
de quotas de exportação/importação a partir do Brasil para
diversos países;
Conforme o comunicado da companhia, foi feita uma
Os negócios que serão adquiridos pela Marfrig constituem-
se em:
- 9 (nove) fábricas de ração localizadas em SC, PR, SP e MS;
- 7 (sete) unidades industriais de aves com a capacidade de
- 6 (seis) granjas de matrizes de aves em SC, PR, SP e MS com
abate de 1,2 milhão de aves/dia e 2 (duas) unidades industriais
cerca de 3.000 produtores integrados de aves e suínos.
de suínos com a capacidade de 5.800 cabeças/dia;
- 3 (três) plantas de industrializados e processados de
concluída no quarto trimestre deste ano.
A expectativa da Marfrig é de que a aquisição seja
A área de terra agricultável também mereceu atenção no documento divulgado ontem pela FAO: a expansão terá de se dar
Outro desafio para os anos que virão será tornar agricultáveis porções de terra que hoje não estão em uso por
Mais em www.fao.org.
Plásticos a partir
de Penas de Aves
As penas de frangos e galinhas são um subproduto
indesejado na indústria avícola. Agora, cientistas americanos
Reino Unido: oferta de carne
bovina deve cair em 2010
Em sua última atualização trimestral de julho de 2009, o Agriculture and Horticulture
Development Board (AHDB) do Reino Unido prevê um declínio significante na oferta de
carne bovina em 2010.
As ofertas de carne bovina para o último trimestre desse ano deverão estar de acordo
com a do ano passado, de 222.000 toneladas. Até agora nesse ano, as ofertas de touros e
novilhos vêm sendo menores e essa tendência deverá continuar pelo resto do ano. Entretanto,
o rendimento de novilhas vem sendo forte e isso deverá continuar pelo resto de 2009.
Entretanto, esses abates de novilhas indicam uma menor retenção e um declínio geral
no rebanho de cria, o que refletirá nas ofertas a partir de 2010. Como resultado disso, os
números de animais prontos para abate deverão cair em 41.000 cabeças, para 1,98 milhão
de cabeças no próximo ano. As ofertas de vacas e touros adultos deverão cair em 30.000 cabeças. Isso levará a uma queda na
produção de 32.000 toneladas para 832.000 toneladas durante 2010.
O consumo deverá declinar em 21.000 toneladas em 2010, com a demanda por cortes de maior valor permanecendo fracos
enquanto as vendas de carne moída permanecerão fortes.
querem transformá-las em um produto biodegradável como um
plástico especial.
O químico do Laboratório de Gestão Ambiental e Utilização
de Bioprodutos do Serviço de Pesquisa Agrícola (ARS, da
sigla em inglês), dos Estados Unidos, Walter Schmidt, vem
desenvolvendo alternativas para o aproveitamento de penas de
aves descartadas pela indústria avícola. De acordo com nota
divulgada pelo site WorldPoultry, ele criou, em parceria com
o Horticultural Research Institute (HRI), vasos plásticos para plantas, a partir das penas, que podem se desintegrar no meio
ambiente em períodos variáveis de um a cinco anos.
Estes vasos têm a mesma aparência de vasos plásticos comuns. Segundo o químico, o plástico derivado de penas de
aves pode ser moldado normalmente e conta com propriedades similares às do plástico polietileno e do polipropileno. “Isto
faz do plástico derivado de penas um material único para a indústria de embalagem ou para qualquer outra aplicação, onde
resistência e biodegradabilidade são exigidas”, explica Schmdit.
Atualmente, o pesquisador está trabalhando para o desenvolvimento de vasos e outros utensílios 100% biodegradáveis
para a horticultura. “Várias empresas estão envolvidas nesta fase da pesquisa para a determinação de especificações para uma
produção de escala. O plástico derivado de penas não só ajudará a minimizar o problema do impacto ambiental como criará
uma alternativa correta e lucrativa para as penas de descarte”.
Fonte: Avicultura Industrial
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O desafio de gerar energia limpa
estará concentrado nos países em desenvolvimento
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nas próximas décadas. Nos países desenvolvidos esta
presunto de Parma e o vinho do Porto têm em comum? São
demanda já está estável. Hoje, 80% da necessidade
produtos reconhecidos por sua qualidade e características
energética mundial é atendida por combustíveis de
típicas, aliados à história e à tradição do país ou região em
origem fóssil. Dados apresentados pelas Organizações
que são produzidos.
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)
apontam que, até 2020, 50% desta demanda energética
geográfica (IG) vem ganhando espaço no Brasil. Já são várias
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poderia ser atendida apenas com a melhoria de eficiência
as cadeias produtivas que se utilizam dessa ferramenta de
dos atuais sistemas de geração, atrelada à economia de
mercado para conferir diferenciais de qualidade e segurança
uso. Especificamente em relação ao combustível para
aos alimentos que produzem.
genuíno, cuja espeficidade se deve à sua origem, e aumenta
transporte, 30% das emissões de CO2 poderiam ser
seu valor agregado”, completa.
reduzidas com a aplicação de tecnologias já disponíveis.
Paraty (RJ), o café do Cerrado mineiro e o couro do Vale dos
No entanto, em 2050, a demanda deverá ser o dobro da
Sinos são alguns dos produtos que já contam com selos de
Gaúcho abre caminho para que outros setores produtores
existente hoje.
indicação geográfica no Brasil.
de proteína animal também obtenham o selo. Inclusive, a
avicultura e a suinocultura.
Carne com Garantia de Origem
O crescimento da demanda energética no mundo
O atendimento deste déficit energético passa pelos
O que o champagne francês, os charutos cubanos, o
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Muito utilizado na Europa, o conceito de indicação
Os vinhos gaúchos do Vale dos Vinhedos, a cachaça de
A grande novidade é que o setor de carnes acaba de
Segundo Borba, a certificação da carne do Pampa
governos e suas políticas para o setor, obrigados a lidar
entrar para o seleto grupo de produtos com esse tipo de
com novas variáveis, como o impacto ambiental que a
certificação.
para obter esse tipo de certificação. No Brasil há várias
sua geração e uso irá causar. Atrelado a isto, há o que se
“Tanto o setor avícola quanto o suinícola têm potencial
regiões tradicionais na criação de aves e suínos”, avalia o
chama “pobreza energética”: 1,6 bilhão de pessoas em
Carne gaúcha
técnico do Mapa. “Tudo vai depender da história, da região,
todo o mundo sem acesso a qualquer tipo de energia.
da forma como são criados os animais. Esses são alguns dos
Como atender a esta necessidade futura com o menor
Meridional acaba de receber a chancela geográfica. “Trata-se
critérios que justificam a indicação”, explica.
impacto possível ao meio ambiente disponibilizando, ao
da primeira carne brasileira com indicação de procedência”,
mesmo tempo, fontes de energia para as pessoas sem
afirma Luiz Alberto Machado Borba, médico veterinário
Borba, o governo brasileiro tem procurado estimular
A carne bovina do Pampa Gaúcho da Campanha
De olho nos benefício desse tipo de ferramenta, explica
acesso no mundo? Para a FAO, não se deve apostar em
em energia, ele precisa compreender como fazer, os
do Serviço de Política e Desenvolvimento Agropecuário
a formação de associações para a produção de carnes
uma única alternativa, principalmente aos combustíveis
benefícios e que terá apoio neste processo”, acredita
nos Estados (Sepdag), da Superintendência Federal de
certificadas com indicação geográfica e de procedência. Para
fósseis, assim como os pequenos produtores rurais
Dubois. O principal gargalo a ser enfrentado é a
Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (SFA-RS),
tanto, criou um departamento específico para este fim.
devem ser inseridos em cadeias produtivas ou se
“O Governo através do Ministério da Agricultura tem um
logística. O desafio está em transportar a biomassa até
órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
utilizarem da biomassa para a geração de energia em
os locais de geração, quando feita em uma usina ou
Abastecimento (Mapa).
departamento específico para ajudar as cadeias produtivas a
pequena escala, atendendo as necessidades de uma
utilizada por uma empresa agroindustrial para alimentar
obterem a certificação de origem e a indicação geográfica”,
propriedade ou pequena região.
alguns de seus processos.
Os produtos com esse símbolo inspiram maior confiança
afirma.
ao consumidor. Essa chancela assegura que o produto é
“É possível inserir pequenos agricultores na produção
Escolher uma variedade vegetal não utilizada em
de matérias-primas para empresas de grande escala”,
alimentação humana ou animal também nem sempre
afirma Olivier Dubois, coordenador do Programa de
é a solução mais indicada para a geração energética.
Bioenergia da FAO. Dubois debateu o tema dentro do
Dubois cita o exemplo da Tanzânia. O país africano
GP de Ciências Ambientais realizado pelo Instituto de
desenvolveu um projeto para produção de biodiesel a
Estudos Avançados (IEA), da Universidade de São Paulo
partir da jatropha, conhecida por aqui como pinhão-
(USP), na última sexta-feira (04/09). Na opinião de
manso. Hoje, ele afirma, o produto apodrece nas mãos
Dubois, os governos ainda têm muitas dificuldades em
dos produtores, que viram o preço cair e o mercado
direcionar e orientar os sistemas produtivos a adotarem
encolher. “Veja, se fosse um cultivo alimentar ou com
iniciativas sustentáveis de produção. O grande desafio
outra finalidade, o produtor teria uma alternativa de
está em integrar a produção de alimentos e de energia.
comercialização que agora não tem”, ressalta.
Uma alternativa é o uso dos resíduos da produção para
fins energéticos e outros, como adubagem. “Resíduos
envolver todos os elos da cadeia, assim como governo
gerados no campo devem ficar no campo”, afirma.
e sociedade. E defende o fim de posições radicais,
G argalo
Para o coordenador do Programa de Bioenergia da
Dubois afirma que questões como esta deve
favoráveis ou contrárias, aos biocombustíveis. Para
ele, elas impedem o avanço das discussões e a busca
por soluções viáveis. “Para problemas complexos não
FAO, seria importante que cadeias agroindustriais ou
há soluções simples ou fáceis; tem que se sentar e
governos criassem uma empresa ou um departamento
discutir sobre os mais diferentes ângulos do problema”,
específico para a área energética visando orientar os
sentencia o coordenador.
produtores. “O produtor não precisa se especializar
Redação Avicultura e Suinocultura Industrial
“A conquista do selo de IG traz inúmeros benefícios.
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Fonte: Redação Avicultura e Suinocultura Industrial.
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País terá folga para fabricar
biodiesel mesmo com B5
MT: redução de ICMS
eleva abate fora do esta
Apesar da crise financeira, que afetou os negócios de equipamentos
A redução do ICMS para a saída interestadual de gado
desde o início deste
para usinas de biodiesel, a capacidade de produção do biocombustível já
em pé destinado para abate está em vigor desde abril e foi
ano. O frigorífico
instalada no Brasil atenderá sem problemas a demanda adicional gerada por
prorrogado para o dia 30 de setembro. A Acrimat vai pedir a
Independência está
um aumento da mistura no diesel no ano que vem, segundo executivo do
prorrogação mais uma vez.
com as unidades
principal fornecedor da indústria de equipamentos para o setor.
de Confresa e Nova
da base de cálculo do Imposto sobre a Circulação de
Xavantina fechadas,
para o país elevar em 2010 a mistura de biodiesel no diesel de 4 para 5 por
Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), ou seja, de 7%
o grupo Margem
cento do total (B5), o que geraria uma demanda adicional de 25 por cento do
para 3,5%, nas operações relativas a saídas interestaduais de
também parou de
biocombustível produzido, em sua maioria, a partir de soja no Brasil.
gado em pé para abate, oriundas dos municípios da região
abater no município
O Ministério de Minas e Energia (MME) afirmou que já está tudo certo
“Hoje o Brasil poderia ter avançado em B5, B6... já possibilitaria
Os impactos são grandes com a redução de 29,166%
Nordeste de Mato Grosso.
de Barra do Garças e o grupo Arantes em Canarana. As
atender um percentual de mistura maior do que B4... A capacidade instalada de produção está perto de 4 bilhões de litros,
únicas plantas que continuam abatendo são da Friboi em
considerando as plantas em operação e as contratadas”, disse à Reuters o vice-presidente de Tecnologia e Desenvolvimento da
Criadores de Mato Grosso (Acrimat) - ao Imea (Instituto
Barra do Garças e o frigorífico Quatro Marcos em Vila Rica.
Dedini Indústrias de Base, José Luiz Olivério.
Mato-grossense de Economia Agropecuária) do resultado
As duas unidades de abate que funcionam ficam distantes
do número de animais do Mato Grosso abatidos em outros
uma da outra 900 quilômetros, o que torna o problema
fabricação de 2,5 bilhões de litros em 2010, segundo o MME.
estados em ano, mostra que em janeiro deste ano 1.288
logístico ainda mais sério.
animais foram abatidos fora de Mato Grosso e em julho esse
acrescentou Olivério, durante um seminário de biodiesel.
número aumentou para 6.186 cabeças, registrando uma alta
estadual em reduzir o ICMS do produtor para que ele
Assim, o executivo avalia que, até o final de 2010, o país terá capacidade para produzir ao menos 4 bilhões de litros.
de 380%, o que representa 4.898 animais a mais.
possa abater seu gado em outros estados e ter um preço
“O problema da matéria-prima é o da disponibilidade, a soja é predominante, está disponível em todos os lugares e é mais
competitivo do boi”, avaliou Vacari.
Para a produção do B4, a necessidade de biodiesel é de cerca de 2 bilhões de litros ao ano, enquanto o B5 exigiria a
“Unidades para 3,2 bilhão de litros já poderiam funcionar, e outras para 800 milhões de litros estão em construção”,
O levantamento solicitado pela Associação dos
Segundo o levantamento do Imea os principais destinos
“Por isso é muito importante essa medida do governo
competitiva, exceto em algumas regiões pequenas”, disse Olivério, que acredita, entretanto, que outras matérias-primas viáveis
dos animais são os estados de Goiás com uma alta de 429%,
para o biocombustível aparecerão em menos de dez anos.
Minas Gerais com aumento de 1.469% e São Paulo com alta
produtores têm de registrar as operações no Sistema de
Atualmente, a soja responde por 80 por cento da matéria-prima do biodiesel no Brasil.
de 256%. “O abate em outros estados é uma alternativa
Digitação de Notas Fiscais de Saídas (NFi) ou emitir a Nota
“Ninguém pode ficar sujeito a uma commodity que oscila de preço, porque o preço de biodiesel tem como referência o
para o pecuarista que está em dificuldades para abater o
Fiscal Eletrônica (NF-e) para comprovar as transações
diesel. No nível que nós estamos, ainda não chega a ser um problema tão grande, mas imagine um B10, por exemplo, você
seu gado. Isso torna o preço do boi mais competitivo, pois
comerciais. A medida beneficia os municípios de Água Boa,
teria um problema maior para garantir a oferta, é preciso ter flexibilidade”, explicou.
para abater aqui no estado, o gado tem que percorrer uma
Alto da Boa Vista, Bom Jesus do Araguaia, Campinápolis,
Entre os outros óleos vegetais analisados pelo setor no Brasil para a produção de biodiesel estão o de palma, de girassol,
Para usufruir do benefício de redução do ICMS, os
distância considerável”, disse o superintendente da Acrimat,
Canabrava do Norte, Canarana, Cocalinho, Confresa, Gaúcha
de pinhão-manso, sendo esta última matéria-prima uma das mais promissoras, mas com pouca pesquisa agronômica já
Luciano Vacari. Ele ressaltou que a Acrimat vai pedir que
do Norte, Luciara, Nova Nazaré, Nova Xavantina, Novo
concluída.
a redução do ICMS seja novamente prorrogada até que a
Santo Antônio, Porto Alegre do Norte, Querência, Ribeirão
situação dos frigoríficos se normalize.
Cascalheira, Santa Cruz do Xingu, Santa Terezinha, São Felix
O rebanho bovino de Mato Grosso é o maior do
do Araguaia, São José do Xingu, Serra Nova Dourada, Vila
Brasil com 26 milhões de cabeças e a região Nordeste é
Rica, Araguaiana, Barra do Garças, General Carneiro, Novo
responsável por 24% desse rebanho com mais de 6 milhões
São Joaquim, Pontal do Araguaia, Araguainha, Santo Antônio
e São Bento do Sul,
de cabeças (Imea). Quatro das seis plantas frigoríficas na
do Leste, Ponte Branca, Ribeirãozinho, Torixoréu, Aripuanã e
na produção de carnes, um gigante na produção de suínos,
cidades que ficam
região estão fechadas em processo de recuperação judicial
Colniza.
aves e bovinos, prepara-se para um forte crescimento no
distante de Itaiópolis
segundo semestre de 2009, e, principalmente, em 2010.
em um raio de 100 km
A empresa está contratando 750 aviários para atender o
para a contratação de
seu frigorifico instalado no município de Itaiópolis (SC) .
novos produtores de
A Poli-Nutri vai
investir R$ 15 milhões
Até o final do ano, o frigorifico estará habilitado pelo Mapa
frango. O produtor terá
para exportar. Para isso, já conseguiu R$ 120 milhões
financiamento através
em recursos junto a bancos regionais, que estão sendo
do Banco Sicoob. Os novos produtores terão acesso a R$
companhia, que em 2009 completa 20 anos de vida. As obras da planta, que ficará em
aplicados na expansão da sua rede de integrados. A meta
250.000,00 por granja/CPF, com prazo de pagamento de 8
Treze Tílias (SC), já estão em andamento e devem ser concluídas, segundo o cronograma da
é abater 350.000 frangos/dia em Itaiópolis, para isso será
anos com juros de 6,75% ao ano.
empresa, no fim de 2010.
necessário no mínimo 3.500 empregados.
cada granja construída significa novos 10 empregos diretos
anuais, segundo José Leandro Bruzeguez, diretor de nutrição e formulação da companhia
Aurora em Canoinhas e Sadia em Mafra, a Tyson deverá
no frigorifico. Itaiópolis espera uma enxurrada de novos
- a Poli-Nutri não revelou seu faturamento total. Da planta sairão rações prontas e também
intensificar a contratação de integrados dentro desses dois
investimentos, assim como aconteceu em Chapecó (SC)
premix para aves, suínos ruminantes e também para o segmento de aquicultura. “Será nossa
municípios. A empresa também vai fazer uma parceria com
e Concórdia (SC) com a Sadia e em Videira (SC) com a
planta mais completa”, diz o executivo.
as prefeituras catarinenses de Monte Castelo, Papanduva,
Perdigão. O frigorifico funciona como um imã na atração de
Major Vieira, Irineopolis, Três Barras, Bela Vista do Toldo,
novos investimentos para a cidade.
unidades de Maringá (PR) e Eusébio (CE). A quarta planta, com capacidade mensal de 3 mil
Porto União, Rio Negrinho, Santa Terezinha, Campo Alegre
toneladas, fica em Osasco (SP).
Tyson Projeta Expansão em SC
A norte-americana Tyson Foods, maior empresa mundial
Com o adiamento da instalação dos frigoríficos da
Os municípios serão beneficiados com esta ação, pois
Fonte: Redação Avicultura Industrial.
A Poli-Nutri vai investir R$ 15 milhões em uma nova fábrica de rações, a quarta da
Na fase inicial de operações, a nova unidade deverá gerar receita de R$ 40 milhões
A fábrica terá capacidade de produção mensal de 5 mil toneladas, volume similar ao das
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Maior frigorífico de abate de
frango começa a operar no
Espírito Santo
O maior frigorífico para o abate de frangos do Espírito
Santo entrou em operação. O governador em exercício, Ricardo
Ferraço, acionou o sistema que colocou em funcionamento as
máquinas do setor de produção.
A data foi marcada por uma celebração religiosa, no
Uniaves, com as presenças do prefeito de Castelo, Cleones
Nascimento; do diretor presidente do Uniaves, Ricardo Brunoro;
do presidente do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência
Técnica e Extensão Rural (Incaper), Evair Vieira de Melo; do
diretor de Crédito e Fomento do Banco de Desenvolvimento
do Espírito Santo S/A (Bandes), José Antonio Bof Buffon; do
prefeito de Afonso Cláudio, Wilson Costa, lideranças locais e
trabalhadores que vão atuar no frigorífico.
Para construir o Uniaves foram investidos R$ 45 milhões e
todo”, ressalta o governador em exercício, Ricardo Ferraço.
a viabilização do empreendimento, que tem capacidade para
abater 150 mil frangos por dia e vai gerar 500 empregos,
Uniaves vai seguir regras internacionais de produção. Segundo
contou com apoio do Bandes, do Banestes e do Grupo Executivo
o diretor presidente da empresa, Ricardo Brunoro, o processo
para Recuperação Econômica do Espírito Santo (Geres).
produtivo será integrado para garantir um controle rígido em
todas as fases. ‘Com a granja integrada ao abate vai ser possível
“Muitos desafios foram superados para chegarmos nesse
Tido como um dos frigoríficos mais modernos do Brasil, o
dia e o Governo do Estado está presente na consolidação
dominar o ciclo e as etapas que vão desde a matéria-prima
desse empreendimento grandioso, que vai marcar a história
até o produto final. Num mercado competitivo como esse que
da avicultura capixaba. O frigorífico fica em Castelo, mas
vivenciamos atualmente pequenos detalhes fazem a diferença”,
sem dúvida alguma ele possui importância regional para o
afirma Brunoro.
Espírito Santo. Municípios como Castelo, Domingos Martins,
Marechal Floriano, Afonso Cláudio, Santa Maria de Jetibá
avicultura de corte do Espírito Santo. Antes, sem uma unidade
e outros, que têm a avicultura como atividade regular,
de processamento, os produtores vendiam o frango vivo para
terão ampliadas as oportunidades. O Uniaves conta com
ser abatido em outros estados. Essa comercialização, em alguns
tecnologia de alta qualidade e terá a produção ofertada
casos por oferecer risco à sanidade dos animais devido ao
nos mercados nacional e internacional. Isso é muito bom
longo deslocamento, era restringida para garantir a segurança
para todos nós capixabas, ainda mais nesse ambiente de
alimentar e a saúde dos consumidores. Agora, com o novo
incerteza e instabilidade econômica. São novos empregos
frigorífico, os avicultores capixabas têm nova opção para a
e novas chances de negócios. Isso se transforma em renda,
venda de frango.
movimenta o comércio e fortalece a economia como um
O novo frigorífico vai preencher uma lacuna que existia na
(Gazeta on-line) (Redação)
Em franca expansão, consumo de
aves na China aumenta 35% em
10 anos
Enquanto o Departamento de Agricultura dos EUA aponta que no ano passado
os chineses consumiram perto de 10 kg de carnes de aves, a Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) indica que ele pode ser um
pouco maior, de quase 11,5 kg.
Paralelamente, porém, o órgão representativo dos países desenvolvidos sugere
que, doravante, deve ocorrer verdadeira explosão de consumo entre os chineses,
o que pode elevar o consumo de 2018 para cerca de 15,5 kg per capita - uma
evolução de 35% em apenas uma década.
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distrito de Aracuí, em Castelo, local onde está implantado o
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Agronegócio: Brasil será líder
de mercado em 2020
mercado de agronegócio mundial, superado apenas pelos
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ao ano, dependendo do segmento, na última década. Fayet
anunciado formalmente com o governo de Goiás, Estado que concentrará todas essas
frentes de trabalho, mas alguns dos projetos já estão em fase de andamento inicial.
Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) Luiz
Antonio de Camargo Fayet, a expectativa é de que até 2020
distante 200 quilômetros de Goiânia. A unidade terá capacidade de produção de 110
O agronegócio brasileiro cresceu em média de 7% a 10%,
milhões de litros anuais de biodiesel e de 11 mil toneladas de glicerina. O cronograma
inicial previa conclusão das obras em um ano, mas já existe a expectativa de término
salienta que o Brasil também teve uma grande expansão
em dez meses, segundo o vice-presidente da Caramuru, César Borges.
nas exportações do setor, no mesmo período. Ele informa
que o País é responsável por cerca de 1,5% do total das
patamar sobe para algo em torno de 7%. Fayet explica que
isso se deve, principalmente, ao crescimento da população
mundial e da sua renda.
Outro ponto destacado pelo pesquisador é a escassez
no planeta de novas áreas para serem incorporadas
no agronegócio. Segundo ele, de cada quatro hectares
disponíveis no mundo, um encontra-se no Brasil. “Nós
estamos detendo perto de um quarto das áreas ainda a
serem agregadas no agronegócio”, enfatiza Fayet. No caso,
o Cerrado é a região que apresenta o maior potencial de
desenvolvimento.
O especialista ainda ressalta que os produtos ligados
ao agronegócio sofreram um impacto menor do que os
industrializados com a crise econômica internacional.
O presidente do Conselho Regional de Economia do Rio
Grande do Sul (Corecon/RS), economista José Luiz Amaral
Machado, concorda que o Brasil tem um enorme potencial
para fornecer alimentos ao mundo. “No entanto, tenho
o receio no atraso que temos na área de infraestrutura”,
argumenta Machado.
Fayet complementa que o País tem um custo logístico
que varia de 5% a 10% do PIB. “Vivemos um apagão
portuário”, lamenta o consultor. Para ele, uma solução para
esse cenário é aumentar o número de empreendedores
privados dentro do sistema portuário, intensificando a
concorrência nesta área. Pois hoje, afirma Fayet, existe uma
concentração muito grande nas operações portuárias.
Efeito da Gripe A sobre o
consumo de carne suína
Em meados de julho eu participei de um evento promovido pela FAEP
(Federação da Agricultura do Estado do Paraná), em Curitiba, com uma
apresentação sobre tendências para os mercados de proteínas de origem animal.
Mostrei que, entre o estouro da crise mundial (mais ou menos em setembro
de 2008) e maio de 2009, os preços da carne de frango no atacado haviam
recuado cerca de 9%. Para a carne bovina, a queda havia sido de 10%.
Já no caso da carne suína, a retração havia alcançado 35%, ou seja, mais do
que o triplo da variação observada para as proteínas concorrentes ao longo do mesmo período. Isso levava a crer que as vendas de
carne suína estavam sofrendo pressão adicional, ou seja, não estariam sendo negativamente impactadas apenas pelos efeitos nefastos
da crise internacional.
Estaria a Gripe A, inicialmente e equivocadamente tratada de Gripe Suína (e parte da mídia ainda insiste no nome), afastando os
consumidores? É possível que sim.
Algumas associações de produtores acreditam que a Gripe A tenha levado a uma queda de 20% no consumo de carne suína no
Brasil. Essa tese é polêmica. Alguns aceitam, outros não. Faltam dados para sustentá-la, ou seja, falta pesquisa.
Na China, porém, a US Meat Federation realizou em agosto uma pesquisa com 1,2 mil consumidores (200 em cada uma das 6
principais cidades chinesas). E nada mais, nada menos que 64% deles disseram ter parado de comer carne suína por conta da nova
gripe. Essa informação foi divulgada ontem pelo Meat and Livestock Australia (MLA).
O Brasil não é a China. Mas a pesquisa aponta que, apesar do ceticismo de alguns, a doença pode realmente estar afetando
significativamente o consumo de carne suína em nível global.
No total, os aportes somarão R$ 104,75 milhões. Um montante de R$ 54 milhões
será destinado à construção de uma planta de biodiesel no município de Ipameri,
o País ultrapasse os norte-americanos.
exportações globais. Quando se refere ao agronegócio, esse
Nos próximos dois anos, a Caramuru vai investir mais de R$ 100 milhões para
especialmente sua presença no mercado de biodiesel. O programa de desembolsos foi
Estados Unidos. E, conforme o economista e consultor da
aumento de sua capacidade de processamento de grãos, em iniciativa que ampliará
Atualmente, o Brasil é a segunda maior locomotiva do
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Caramuru investe em soja
Esse é um bom case para as demais cadeias produtivas, incluindo aí a carne bovina. Campanhas consistentes de esclarecimento e
de defesa de imagem devem ser implementadas rapidamente em casos que envolvam saúde pública. O pânico é inimigo das vendas.
Ipameri será, com isso, o quarto município com unidades industriais da companhia. Em Itumbiara (GO), a empresa atua
no processamento de soja e milho, com extração e refino de óleos desses grãos e também de girassol e canola. Na também
goiana São Simão a companhia processa soja e produz biodiesel e, em Apucarana (PR), as atividades são de processamento de
milho e gérmen de milho.
O pacote de investimento incluirá um desembolso de R$ 30 milhões para aumento de capacidade de produção de biodiesel
e também no processamento de soja em São Simão. A capacidade atual de fabricação de biodiesel da Caramuru no município
é de 110 milhões de litros - o número será elevado para 187 milhões. A capacidade de processamento de soja em São Simão,
por sua vez, crescerá 40% nos próximos dois anos, de acordo com o cronograma apresentado ontem, passando de 495 mil
para 693 mil toneladas por ano.
Com os investimentos, a companhia aumentará em 170% sua capacidade de produção de biodiesel, que antes concentrava-
se exclusivamente na planta de São Simão. De acordo com os dados compilados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás
Natural e biocombustíveis (ANP), a produção de biodiesel da Caramuru somou 108,3 milhões de litros em 2008, praticamente
o total da capacidade então disponível. No primeiro semestre deste ano, a produção de biodiesel da Caramuru somou mais de
56 milhões de litros, volume 11% superior ao do mesmo período de 2008.
“O mercado de biodiesel está com boas perspectivas no momento”, afirma César Borges. A mistura obrigatória de biodiesel
ao diesel mineral, passou de 3% para 4% em julho e, segundo o cronograma estipulado pelo governo, passará a 5% em 2010.
Os investimentos da Caramuru incluirão ainda o complexo de Itumbiara. Serão três as frentes de trabalho no município,
ao qual serão destinados, ao longo de dois anos, R$ 20,75 milhões. A companhia vai implantar na cidade uma unidade de
produção de bebidas à base de soja, que terá capacidade de 37,8 milhões de litros anuais. Também será instalada uma planta
para fabricação de embalagens pré-forma, além de ampliada em 22,5%, para 262,8 mil toneladas anuais, a capacidade da
planta de produção de derivados de milho.
Carne Mais Barata
Desde o dia 1º de setembro, entrou em vigor regime especial de tributação que
isenta a produção e comercialização de carnes e produtos resultantes de abate em
frigorífico paulista da cobrança do Imposto sobre Operações relativas à Circulação
de Mercadorias (ICMS) e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação.
Medida reduz a carga tributária de 7% para zero e beneficia setores industriais,
atacadistas e empresas de varejo de carnes bovina, suína e de aves. É o que comenta
o vice presidente da Associação Paulista de Supermercados, Eduardo Kawakami. “O
Estado não produz tanta carne, ou seja, reduzindo a tarifa, mais pessoas vão comprar, porque a carne não é um item barato, o
custo de produção é alto”, fala.
Kawakami ainda ressalta que iniciativa deve diminuir inclusive o mercado informal, visto que os preços são mais em conta.
Isenção é válida para a distribuição de carnes e demais produtos comestíveis frescos, resfriados, congelados, salgados, secos
ou temperados, resultantes do abate de aves, leporídeos, como coelhos e lebres, e animais dos rebanhos bovino, bufalino,
caprino, ovino e suíno.
O gerente de açougue, Mário Sérgio Stefanini, diz que a expectativa é que as vendas aumentem no estabelecimento. “É uma
ótima notícia, pois o custo de produção da carne é caro, quanto mais alto, mais pesa no bolso do consumidor”, fala.
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Retomada das Rações
no primeiro semestre demanda total de 27,4 milhões de
base tecnológica
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toneladas, volume 3,8% menor que o apurado no mesmo
deve ratificar
humanos (totais e fatais) de Influenza Aviária do tipo H5N1 registrados no mundo
período de 2008, segundo dados apurados pelo Sindicato
o prognóstico
desde as primeiras ocorrências do atual surto (final de 2003). E revelou que nestes
Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações).
de queda no
(quase) seis anos da doença, foram oficialmente registrados 438 infecções humanas,
Mesmo com o recuo, a entidade mantém projeção de
faturamento total
262 das quais levaram o paciente à morte.
aumento de 5% na movimentação neste ano.
do setor - em
Feitas as contas, é um “quase nada” frente à pandemia de Influenza A causada pelo H1N1 que, em pouco mais de três meses
2008, o setor
(primeiras ocorrências foram registradas no final de abril passado), soma mais de 160 mil casos (número da OMS divulgado há
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sobre a indústria começou a perder força nos meses mais
registrou receita
uma semana), dos quais 1.154 foram casos fatais.
recentes. No primeiro quadrimestre, a queda da demanda
de US$ 16 bilhões.
havia sido de 5,9% na comparação com o intervalo entre
A queda da receita
de H5N1, enquanto os casos fatais são quatro vezes maiores. E, mesmo assim, o “velho” vírus aviário continua a causar muito
janeiro e abril de 2008, para 17,6 milhões de toneladas.
das fabricantes em dólar também deverá ocorrer em virtude
mais preocupação que o “novo” vírus. Essencialmente, porque a mortalidade causada por estes é inferior a 1%. Já o H5N1
“Alguns segmentos mostraram melhoria nos últimos dois
da valorização do real.
matou quase 60% dos infectados, daí sua virulência maior. Ou seja: enquanto o H1N1 se destaca pela rápida disseminação, o
meses. Em outros, essa melhora ocorreu apenas a partir de
Ainda que abatido pela crise econômica, o setor de nutrição
destaque (e o perigo) do H5N1 está na alta letalidade.
julho e não aparecem nos dados do primeiro semestre”, diz
animal não viveu exclusivamente quedas generalizadas
Ariovaldo Zanni, diretor-executivo do Sindirações.
no primeiro semestre. A demanda no segmento voltado à
e da Ciência neste instante. Porque a simples combinação de ambos pode levar não a uma mera pandemia, mas à pandemia
aquicultura cresceu 10% no período, para 190 mil toneladas.
definitiva.
O mercado brasileiro de nutrição animal registrou
O declínio também mostra que o impacto da crise
No segmento de rações para avicultura, o mais
A redução da
O que cientistas mais temem é possível
combinação entre H1N1 e H5N1
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou uma atualização dos casos
Em outras palavras, independente até do tempo mais curto, o número de casos de H1N1 é quase 400 vezes maior que o
Embora diferentes entre si, são as duas características básicas dos dois vírus que representam o maior desafio da Medicina
importante para as indústrias de nutrição animal do
“Este setor tem crescido muito”, atesta Nilton Ribera Perez,
País, o recuo do volume foi de 3,4%, para 12,7 milhões
presidente da Evialis.
de toneladas. Apesar da queda, há bons indícios para a
segunda metade do ano - alguns deles sustentam a projeção
do País, intensificou, a partir de 2008, um processo de
do Sindirações de crescimento no ano. “Esperava-se que o
diversificação de suas frente de atuação. Ela reforçou sua
alojamento de pintinhos caísse muito, mas ele se manteve
presença no segmento de animais de companhia e pretende
no mesmo nível em que estava no ano passado”, afirma
sustentar em 20% a fatia de vendas de ração para peixe
o que representa um crescimento de 510% em relação ao resultado de R$ 66,399 milhões apurado em
Zanni.
e camarão. A empresa concluiu em 2008 a compra das
igual intervalo de 2008. O Ebitda (sigla em inglês para lucros antes de juros, impostos, depreciação e
operações de nutrição animal da Cargill.
amortização) da companhia avançou 12% na mesma base de comparação, somando R$ 183,394 milhões
de produtos de maior valor agregado. O segmento de
entre abril e junho deste ano. A margem Ebitda ficou em 7,6% no segundo trimestre, abaixo da margem
premix - compostos nutricionais formados por vitaminas e
que 2009 fosse ser desastroso, argumenta José Leandro
de 11,4% verificada no segundo trimestre do ano passado.
aminoácidos, entre outros produtos - recuou 8% na primeira
Bruzeguez, diretor de nutrição e formulação da Poli-Nutri. “Não
metade do ano. “Isso pode ter um efeito mais à frente.
foi ruim como se previa”, afirma. “Os dados sobre emprego
avanço de 97,5% em relação a igual intervalo de 2008. O resultado financeiro deu um salto no período,
A produtividade pode cair por causa da redução da base
no País estão melhores. Vai ser essencial sabermos como se
impulsionando o lucro líquido. No segundo trimestre de 2009, a Marfrig teve um resultado financeiro
tecnológica”, argumenta o dirigente.
comportarão as exportações [de carne] daqui para a frente”.
positivo de R$ 371,839 milhões, ante resultado negativo de R$ 19,497 milhões no mesmo período de 2008.
Motivo a lamentar, contudo, é a queda do consumo
A empresa, a maior do segmento de nutrição animal
A indústria de rações imaginava, no início do ano,
Plantel de frangos em criação
registra novo recorde
Partindo do princípio de que um frango é abatido com 42 dias de idade, em média (assim, por
exemplo, o plantel total ora em criação compreende, além dos pintos alojados nos 25 primeiros
dias de agosto, também aqueles alojados nos últimos 17 dias de julho), o Brasil cria, neste
instante, cerca de 677,8 milhões de cabeças de frangos, volume que supera ligeiramente os 677,3
milhões de cabeças alcançados em outubro de 2008. É, portanto, um novo recorde.
Esses números não consideram a mortalidade ocorrida no período de criação. Mesmo assim
servem para demonstrar que neste ano o setor vem andando “bem mais ligeirinho” que em 2008.
No ano passado, o menor plantel em criação (sem considerar o recuo compulsório ocorrido no final de ano em
consequência da crise econômica mundial) foi de 600 milhões de cabeças (abril/08). Portanto, o espaço de tempo decorrido
entre o mínimo e o máximo plantel em criação foi de seis meses, com uma variação da ordem de 12,5% ou pouco mais de 75
milhões de cabeças.
Em 2009, o mínimo (575 milhões de cabeças) foi registrado no início de fevereiro e o máximo cinco meses depois, em julho.
Além disso, com uma diferença de 17,3% ou 100 milhões de cabeças a mais.
A esclarecer que na projeção dos números de agosto corrente foi adotado o mesmo alojamento de julho passado, ou seja,
um volume total, no mês, da ordem de 500 milhões de cabeças, com certeza o mínimo a ser registrado neste mês.
Marfrig registra alta de 510%
no lucro do 2º trimestre
A Marfrig Alimentos registrou lucro líquido de R$ 405,039 milhões no segundo trimestre de 2009,
A receita líquida do frigorífico no segundo trimestre atingiu R$ 2,403 bilhões, com um forte
Fonte Agência Estado – Tatiana Freitas
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Dejetos de animais: poucos
projetos deram certo em SC
FENAGRA 2010
Feira Nacional das Graxarias
Diversos projetos relacionados à geração de energia por
meio de dejetos de suínos e de aves já foram discutidos em
Santa Catarina, mas poucos saíram do papel. Um dos mais
graxarias no Brasil.
relevantes, o da empresa americana ContourGlobal, que
pretendia investir US$ 280 milhões e construir quatro usinas
próximo ano, que será realizado nos dias 25 e 26 de março.
de biomassa, cuja matéria-prima seria a cama aviária (local de
As chamadas para os trabalhos apresentandos já foram abertas pelo Sincobesp.
absorção do dejeto das aves), e uma usina de biogás a partir de
Para a edição de 2010 já foram confirmados as presenças de diversas autoridades: Reinhold Stephanes (Ministro da Agricultura,
esterco suíno, foi adiado, informou Paulo Meller, presidente da
Pecuária e Abastecimento), Roberto Rodrigues (Coordenador do Centro de Agronegócios FGV), Roberto Mangabeira Unger (Ministro
Celesc Geração, que seria parceiro do projeto.
Extraordinário de Assuntos Estratégicos) e Silvio Crestana (Presidente da Embrapa).
Com a participação de empresas nacionais e internacionais, e visitantes de outros países da América Latina, da Itália, Áustria,
“Não falamos com a empresa há sete meses. O projeto
A Fenagra 2010 – Feira Nacional das Graxarias, em sua 5ª edição constitui o mais importante evento nacional do setor de
Mesmo aumentando em 30% o número de expositores para 2010, já foram vendidos todos dos estandes para a edição do
não foi sepultado de vez, porque voltaremos a conversar
Alemanha e USA, o evento consolida o Brasil dentro do cenário mundial graxeiro. Durante dois dias a mais avançada tecnologia, as
sobre isso no fim deste ano, mas está parado no momento”,
empresas mais significativas e os visitantes mais interessados encontrar-se-ão em São Paulo, a capital de negócios do país.
comenta Meller. Segundo ele, a ContourGlobal já indicou que
sua intenção, depois do estouro da crise econômica mundial em
Aurora, Mário Lanznaster, possui há três anos um projeto de
mercado global que estarão presentes, realizando contatos e novos negócios.
setembro, seria dar prioridade às obras em andamento no Brasil
geração de energia através de biodigestores a partir do uso
em vez de entrar em novos projetos.
de dejetos suínos na Granja Master. Esse desenvolvimento
a toda a cadeia produtiva do setor – graxarias, fabricantes de máquinas/equipamentos, produtos e matérias-primas, tecnologia,
consumiu R$ 250 mil em investimentos próprios e ocorreu mais
serviços e seus clientes.
A empresa americana iniciaria o projeto em 2008. Já havia
Convidamo-os a participarem deste evento, mostrarem seus produtos aos profissionais, dirigentes, técnicos e compradores do
Com o apoio do Sincobesp – Sindicato Nacional dos Beneficiadores de Subprodutos de Origem Animal – o evento é direcionado
escolhido os municípios para os investimentos. Presidente
por seu interesse pessoal por inovação do que por lucratividade.
Castelo Branco e Arabutã abrigariam as usinas de dejeto de
Nas suas estimativas, Lanznaster acredita que os recursos
Maiores Informações:
aves, com 30 MW cada. Já a usina de biogás a partir de esterco
aplicados só serão recuperados dentro de 15 a 20 anos.
Daniel Geraldes
suíno teria 10 MW e seria instalada em Braço do Norte.
Tel/Fax.: (55) 11 3213-0047
Meller afirma que também contribuiu para jogar água nos
Lanznaster, a geração por esterco ainda não se desenvolveu
[email protected]
planos o fato de a Celesc não ter sido bem-sucedida no leilão
no país por falta de interesse do governo. “Não há linhas de
www.fenagra.com.br
de energia A-3, no fim do ano passado - a oferta da empresa foi
financiamento específicas para isso. Para obter linhas normais,
superada pelos concorrentes que gerariam energia a partir de
você precisa comprovar lucratividade. Mas como comprovar
outra fonte: bagaço de cana. “Os concorrentes tiveram melhor
lucratividade de algo que é ainda tão novo no país?”
preço. A energia a partir da cama aviária é uma tecnologia nova,
não é tão competitiva”. A CountourGlobal possui um escritório
consumo que tinha da Celesc. O projeto foi feito em parceria
em São Paulo. A empresa foi procurada pela reportagem, mas
com a empresa local Geter, que desenvolveu a estrutura. A
não retornou o contato.
produção da Master é certificada pela Agecert e gera créditos de
carbono. Lanznaster ganha parte do que é comercializado. “São
Segundo Meller, há outros projetos em estudo com esterco
“Eu estou metendo a cara, mas devagar”, diz. Para
A geração própria de energia serviu para reduzir em 70% o
de aves em Santa Catarina, mas ainda não há nada concreto.
poucos recursos”, disse ele, sem revelar valores.
O diretor do Sindicarnes-SC, Ricardo Gouvêa, diz que quatro
empresas têm feito reuniões com o sindicato interessadas
Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas e Mato Grosso,
em usar a cama aviária. Ele não é contrário às iniciativas, mas
tendo investido R$ 90 milhões, em parte financiados pelo BNDES.
afirma que as agroindústrias temem que isso possa afetar o
O programa Suinocultura Sustentável Sadia, além de reduzir as
atual sistema de integração na produção de aves.
emissões de gases do efeito estufa, aposta na comercialização de
créditos de carbono, usando o mecanismo de desenvolvimento
Hoje, os produtores de aves recebem os pintos das
Já a Sadia tem biodigestores instalados em mil granjas em
agroindústrias para engorda. Os investimentos no aviário são
limpo. Por enquanto, contudo, está em fase de registro. Assim
do próprio produtor, o que inclui a cama aviária, podendo,
que concretizado, segundo a assessoria da empresa, o programa
portanto, comercializá-la. O preço pago pelas agroindústrias ao
se tornará apto a coletar e armazenar os dados dos sistemas
avicultor, contudo, varia de acordo com custos e produtividade.
instalados no campo para recebimento dos créditos.
Para Gouvêa, há dois riscos. Um deles é o de as usinas também
passarem a disputar o insumo usado nas camas aviárias
que prevê a colocação de 35 biodigestores em propriedades
(maravalha/lascas de madeira) com os produtores para compor
no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina até o fim de
a geração de energia, quando não houver dejetos suficientes.
outubro. Jorge Alves, gerente de P&D da empresa, diz que só
Isso faria o preço subir, podendo ampliar os custos de produção
nos biodigestores serão investidos R$ 2 milhões. A estatal
da ave. O outro seria o risco sanitário, relacionado ao transporte
doará os equipamentos aos produtores, não ganhando com a
das camas aviárias usadas pelas regiões do Estado.
comercialização da futura energia. “Para os produtores, essa
energia pode suprir toda a propriedade, mas para a Eletrosul
Embora as discussões mais recentes ocorram em torno das
A Eletrosul iniciou o programa sócio-ambiental Alto Uruguai,
aves, há algumas iniciativas já em operação na suinocultura,
seria muito pequena, não se viabiliza enquanto negócio. O
ainda que de forma restrita. O presidente da Coopercentral
intuito é fomentar o debate”.
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Dejetos de animais podem gerar
uma “Jirau”
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O reaproveitamento de matéria orgânica produzida
na atividade agropecuária, sobretudo o esterco de
animais, pode gerar um bilhão de kilowatts-hora por
mês, quantidade equivalente à que será produzida pela
usina hidrelétrica de Jirau e suficiente para abastecer
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uma cidade de até 4,5 milhões de habitantes. Produtores
agropecuários dispostos a investir no negócio podem
embolsar até R$ 1,5 bilhão com a venda da energia
elétrica, segundo estudo recém-concluído pela
Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), em parceria com Itaipu Binacional.
A matéria orgânica de onde a energia pode ser
gerada - classificada como biomassa residual - são
dejetos sólidos e líquidos de animais e restos de vegetais
inaproveitáveis para o consumo. Para fazer o tratamento
dos efluentes é necessária a utilização de biodigestores
que fazem sua degradação em processo que envolve
uma etapa em total ausência de ar. Os climas tropicais
- como o brasileiro - já facilitam essa degradação, pois
possuem maior biodiversidade de bactérias necessárias
no processo e o clima em si garante que o processo
biológico ocorra.
Além da energia produzida, o tratamento produz
biofertilizantes como subprodutos. O estudo sustenta
que esse aproveitamento pode diminuir substancialmente
a tradicional dependência brasileira de fertilizantes
importados. Com o tratamento do estrume e de outras
biomassas residuais, como a vinhaça de cana, pode-se
produzir 85% do nitrogênio, 43% do potássio e 15% do
fósforo necessários na safra de grãos 2008/09.
Só na criação de bois, aves e porcos confinados o
país gera 180 milhões de toneladas de esterco. O dado
não inclui a pecuária extensiva, que corresponde a
mais de 85% da produção nacional, mas dá uma ideia
da quantidade de material poluente despejado no
meio ambiente. Sem tratamento adequado, o estrume
contamina lençóis freáticos e leva até à pantanização
de áreas, além de colaborar com o aquecimento global.
Quando chega a depósitos de água, como rios e lagoas, o
excremento libera grandes quantidades de metano - gás
do efeito estufa considerado 21 vezes mais potente do
que o dióxido de carbono. Estima-se que o Brasil emita
cerca de 8% de todo o metano mundial.
Se todo o esterco animal do país se transformasse
em energia limpa, deixaria de ser lançado na atmosfera
o equivalente a 71,3 milhões de toneladas de CO2 aproximadamente um terço do que o desmatamento da
Amazônia gera anualmente em gases do efeito estufa.
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Com o direito de comercializar os créditos de carbono,
essa redução de emissões poderia garantir aos criadores
um faturamento anual de € 671 milhões - considerando
o valor de € 9,41 por tonelada de CO2, como citado no
estudo.
No Paraná, já existe mercado para a venda da energia
extra produzida pelo tratameno dos efluentes. A Copel
assinou em março deste ano os primeiros contratos para a
aquisição de energia da biodigestão da matéria orgânica.
Quatro produtores se interessaram em vender a energia,
que no total soma 524 kilowatts. Na Granja Colombari,
no município de São Miguel do Iguaçu, a energia gerada
a partir dos excrementos de 3 mil porcos é vendida para
a Copel e os produtores ainda comercializam os créditos
de carbono, previstos no Mecanismo de Desenvolvimento
Limpo do Protocolo de Kyoto.
Ainda hoje bastante incipiente, a introdução de
biodigestores no campo foi incentivada pelo governo
entre 1979 e 1983, mas a experiência não rendeu
bons resultados, principalmente devido às dificuldades
tecnológicas. De lá para cá, o governo gradativamente
diminuiu seus esforços, mas alguns produtores
mantiveram o processo por iniciativa própria. Sem
muito resultado, surgiram novos incentivos financeiros
e regulatórios, como uma linha de crédito especial
do BNDES para financiar até 90% dos projetos. Os
investidores também ficam isentos da taxa de pesquisa e
desenvolvimento, que alcança 1% da receita operacional
líquida, e podem inscrever seus projetos no Proinfa, para
a venda da energia à Eletrobrás, em contratos de 20 anos.
Um pequeno subsídio oficial para tornar o mais primitivo
dos produtos animais em fonte de bons negócios.
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Em Foco 1
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de instrução para participar das discussões e decisões e
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Desenvolvimento é diferente. Ele insere planejamento
de médio e longo prazo; exige um mediador, pois decisões
devem ser tomadas e conflitos irão ocorrer, esse mediador
é o Estado, que tem a prerrogativa de prezar pelo interesse
comum; necessita que os cidadãos possuam elevado grau
ter consciência de seus direitos e deveres; ainda é preciso
dispor de um ágil, democrático e robusto sistema de
organização e tratamento de informações o que subsidiará
a tomada de decisões, possibilitará o acompanhamento do
desenvolvimento e a detecção das correções necessárias.
Iniciativas em prol do desenvolvimento da produção
animal estão ocorrendo, sendo a mais importante delas os
programas de zoneamento econômico-ecológico liderado
por Ministérios e Estados. A maior parte desses programas
se concentra na região Norte do país, mas é fundamental
que eles também ocorram na região Centro-Sul, pois nessa
encontramos as maiores densidades de unidade animal
por área, bem como as maiores densidades humanas e os
conflitos pelo uso dos recursos naturais são notórios, sendo
a água o mais ameaçado em sua quantidade e qualidade.
Não há dúvida que a situação ambiental da produção
animal brasileira melhorou na última década com a inserção
de conhecimentos e tecnologias ambientais no cotidiano
das produções e com a adequação, cada vez maior, as
exigências da legislação ambiental. Agora que cumprimos o
Agronegócio no Brasil,
futuro e meio ambiente
então algumas coisas precisam ser mudadas, decisões
básico, precisamos dar maior qualidade ao que fazemos para
precisam ser tomadas e políticas precisam ser delineadas.
termos excelência produtiva e ambiental. Conhecimentos,
tecnologias e instrumentos existem para que essa qualidade
A
primeira
sustentabilidade,
e
principal
queremos
mudança.
Se
desenvolvimento
quisermos
e
não
seja atingida, cabe a nós utilizá-los para garantir a
crescimento. O crescimento por si só, ensina a história
sustentabilidade dos próximos dez anos.
mundial, sempre traz passivos ambientais enormes. Vivemos
um momento de crise econômica mundial, crise essa que teve
produções pecuárias e ainda mais da sustentabilidade, mas
Estamos distantes do desenvolvimento pleno de nossas
como um de seus motivos a busca insana pelo crescimento
dispomos dos recursos e conhecimentos necessários, então
Estudos de instituições nacionais como o Ministério da
conhecimentos e tecnologias para a realidade brasileira teve
sem medir as conseqüências, ou pior, medindo-as, mas
tudo se resume a querer e esse querer deve ser de todos.
Agricultura, Pecuária e Abastecimento e internacionais como
e terá como benefícios a geração de centenas de empregos,
acreditando que se algo desse errado a Mãe Estado, estaria lá
Em momentos de crise, paradigmas são mudados, esse é o
FAO, Banco Mundial e OECD são unânimes em afirmar que
aumento do poder aquisitivo, crescimento econômico de
para socorrer.
momento!
daqui dez anos o Brasil será a maior produtor de proteína
regiões, estados e do país.
animal do mundo. Projeta-se que 30% de toda carne
consumida no mundo terá o selo “Made in Brazil”. Analisando
como o maior produtor de proteína animal do mundo, isso
o presente, percebe-se que esses estudos têm grande chance
parece ser lógico. Mas não há como ignorar que chegamos
de serem confirmados devido à posição internacional que já
até aqui com alguns passivos. O principal deles é o ambiental.
ocupamos nas cadeias de bovinos de corte, frangos e suínos.
Internamente, a demanda também aumentará devido ao
dilemas ambientais da atualidade é a destruição do
intenso processo de urbanização do País, aumento da renda,
Bioma Amazônia pela bovinocultura de corte. Ministérios,
inserção cada vez maior da mulher no mercado de trabalho,
conglomerados agroindustriais, Confederações, Sindicatos,
consumidor mais instruído, todos esses são fatores que
Organizações Não-Governamentais se digladiam defendendo
contribuem para expansão e aumento do poder aquisitivo
posições, muitas vezes, movidas por interesses particulares,
do mercado interno e conseqüente escolha por produtos de
apesar de todos afirmarem que tem no conhecimento e no
origem animal. Estudos divulgados recentemente concluem
interesse nacional a única justificativa para seus discursos e
que nos últimos anos a Classe “E” brasileira apresentou níveis
ações.
de crescimento maiores que os verificados na China.
Todo esse crescimento que foi e será fruto da competência
deve ser feita: como queremos ser o maior? Arrisco a
do setor em produzir produtos pecuários e da competência
dizer que todos teriam a mesma resposta: o maior e com
das instituições de pesquisa em adaptar e desenvolver
sustentabilidade! Se todos concordarem com essa resposta,
Então a questão não é se chegaremos à próxima década
Basta ler as notícias para saber que um dos maiores
Se for fato que seremos o maior produtor outra questão
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Em Foco 2
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de frango, Pilgrim’s Pride, também pediu
processados, ter uma marca nacional e avançar
proteção contra a falência e tornou-se presa de
no mercado externo. Com a Seara, a Marfrig
concorrentes em melhor situação financeira.
se torna a segunda maior empresa de aves e
alguns
suínos no Brasil e na exportação. A aquisição
Afora
aventuras
financeiras
em
casos, foi principalmente a queda da demanda
permitirá à Marfrig ampliar seu acesso a
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internacional por carnes - e, consequentemente,
mercados como Japão, China, Rússia, Oriente
dos preços dos produtos vendidos - que fez
Médio, Europa, África do Sul. “A Seara era o
as empresas viverem dificuldades. Sobretudo
que faltava para termos uma marca nacional”,
aquelas
mercado
disse ontem Marcos Molina, presidente da
internacional, que em geral representa fatias
empresa, em teleconferência com analistas de
polpudas de receita e lucros para as maiores
investimentos para explicar a aquisição.
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companhias da área.
Seara
A era dos
“grupos de proteínas”
mais
dependentes
do
Mesmo com o crédito ainda escasso, a
A estratégia da empresa é que a marca
seja
um
guarda-chuva
para
outros
consolidação ganhou força: a Sadia, que em
produtos, mas as marcas regionais serão
2006 fizera oferta hostil pela Perdigão, teve de
mantidas, segundo a Marfrig. O investimento
ceder e foi comprada pela rival em maio deste
também reduz o peso dos bovinos na receita
ano, operação que resultou na Brasil Foods.
da empresa, que no total realizou, com a Seara,
A JBS arrendou unidades do Quatro Marcos, o
38 aquisições nos últimos três anos e investiu
Margen criou uma nova empresa, muito menor,
quase US$ 2 bilhões nos negócios fechados de
ideia que o Independência também espera ver
2007 para cá. A meta após a compra da Seara,
aprovada por seus credores na recuperação
segundo Molina, é que os industrializados
judicial. Marfrig e Bertin começaram a negociar
respondam por 50% da receita. No segundo
uma possível fusão, mas as conversas esfriaram.
trimestre deste ano, o segmento de aves,
Mas a Marfrig continuava com o carrinho de
suínos e industrializados representou 17% da
compras nos corredores do segmento: adquiriu
receita líquida de R$ 2,4 bilhões.
o negócio de perus da múlti francesa Doux no
Brasil, que enfrenta caminhos pedregosos há
diversificação se explicam e devem prosseguir
anos.
em virtude das estreitas margens de lucros
Conforme Rezende, os movimentos de
E não parou por aí. A Marfrig, que desde
em cada negócio isoladamente. Ampliado, o
sempre aposta na diversificação de “proteínas
portfólio garante escala, sinergias logísticas,
animais”, já conversava com a Seara. Controlada
redução de custos administrativos e maior
pela americana Cargill, a Seara tentava aparecer
poder de barganha com os clientes. O sócio
com
cenário
da PricewaterhouseCoopers prefere não fazer
turbulento, mas admitiu, em abril deste ano,
comentários sobre uma ou outra companhia,
que a crise deixaria marcas. A razão: 70% de
mas
suas receitas eram provenientes da exportação.
vem avançando nessa linha são aqueles de
Outros capítulos estão sendo escritos. Nos
melhor governança corporativa. Com ações
EUA, a brasileira JBS, que até hoje só atua em
negociadas em bolsa, JBS, Marfrig e Minerva
bovinos e suínos, negocia com a combalida
destacam-se nesse quesito entre os frigoríficos
Pilgrim’s.
originalmente de bovinos, de acordo com os
analistas que acompanham o comportamento
uma
sobrevivente
forte
no
Especialistas do segmento de carnes não
concorda
que
os
grupos
que
mais
têm dúvidas de que a crise financeira global
de suas ações.
americana OSI no País e na Europa. A Bertin, por
acelerou o processo de consolidação - que viria
carne bovina e de aves e suínos projetavam
sua vez, também testava novas fronteiras e já
de qualquer forma, mas em outro momento, já
Coopers contabilizou 640 fusões e aquisições
elevar investimentos, ampliar abates, produzir
tinha começado a atuar na área de lácteos com
que os frigoríficos ainda buscam agregar valor,
no
mais.
a compra da Vigor, em 2007.
melhorar margens e reduzir riscos relativos a
açúcar e álcool, frigoríficos, laticínios e café.
e consolidação, que já estavam em curso,
Veio o fatídico 15 de setembro, o Lehman
questões sanitárias. E, mesmo acelerada agora,
No primeiro semestre de 2009, os quatros
aprofundavam-se: a JBS acabava de comprar
Brothers quebrou e as empresas brasileiras de
a consolidação está longe de terminar, segundo
segmentos representaram 66% de um total
a Tasman, na Austrália, e a Smithfield Beef
carnes acusaram efeitos da crise financeira que
dez entre dez especialistas. “O futuro pertence
de 252 transações. “No agronegócios, temos
nos
se seguiu: a Sadia teve perdas bilionárias com
a grandes grupos de proteína animal”, diz José
observado consolidações e a transformação
derivativos cambiais exóticos e o frigorífico
Rezende, sócio da PricewaterhouseCoopers
de produtores rurais em pessoas jurídicas.
Company. Também em 2008, a Marfrig, que
Independência
responsável pelo setor de agronegócios.
São movimentos que tendem a gerar muita
já se expandia pela América do Sul, fazia sua
mesmo caminho de Margen, Quatro Marcos
No caso da Seara, o que moveu a Marfrig
formalização em áreas até hoje marcadas por
estreia em aves, com a compra, no Brasil, de
e outras tantas empresas menores de aves e
foi a possibilidade de elevar margens com o
informalidade. Isso é muito bom para o País”,
DaGranja e Pena Branca, além das operações da
suínos do País. Lá fora, a gigante americana
aumento de produção de industrializados e
afirma.
Há pouco mais de um ano, frigoríficos de
Movimentos
Estados
de
Unidos,
internacionalização
onde
havia
entrado
em 2007 com a aquisição da Swift Foods
pediu
recuperação
judicial,
Em 2008, revela Rezende, a Pricewaterhouse
Brasil,
58%
delas
nos
segmentos
de
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Em Foco 3
31
Por Alexandre Inácio
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Fusão Bertin x
JBS-Friboi: quais
as conseqüências?
Por Lygia Pimentel e Alcides Torres
JBS irá focar na
integração das
operações
A JBS-Friboi comprou o Bertin? Foi uma fusão? Quem
de
controla quem? Quais são as implicações para os outros
anunciar a compra da Pilgrim’s Pride,
segmentos da cadeia? A especulação tem sido grande acerca
nos Estados Unidos, e de se fundir com
desse assunto.
Menos
de
uma
semana
depois
a Bertin S/A, em entrevista ao jornal
O Estado de S.Paulo, o presidente da
JBS, Joesley Batista, disse que o foco da
empresa agora está voltado totalmente
para a integração das operações. Mas
acredita que isso não será difícil, porque
A Scot Consultoria esteve no Interconf, onde algumas
informações foram divulgadas. O acordo ainda está sujeito
a alterações e mudanças, mas algumas posições foram
estabelecidas. Na verdade, o que importa é o seguinte: a
operação consiste em uma fusão entre empresas. A JBS-Friboi
fica com 52% da holding, o Banco Nacional do Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) fica com 27%, o Bertin com 10% e
a JBS criou uma estrutura para isso, com
o restante pertence a acionistas minoritários.
todas as compras feitas nos últimos anos.
Para o executivo, o grupo não tem mais
com outras empresas que fazem parte da sua administração,
muito espaço para crescer na área de
entre elas, os frigoríficos, o curtume Bracol, a Vigor, seus
bovinos, mas tem muito espaço em suínos
confinamentos e demais segmentos.
e, eventualmente, em frangos. Mas, de
certa forma, descarta entrar na área de
operação.
frangos no Brasil. “Eu não pactuo dessa
ideia de que ser segundo lugar de uma
empresa dominante é um bom negócio”,
disse, em referência à BRF, formada com a
fusão entre Perdigão e Sadia. Mas revelou
Além disso, o Bertin ainda participa da gestão e entra
A preocupação gira em torno do desdobramento dessa
De acordo com pesquisa da Scot Consultoria, levando em
consideração as principais indústrias do país (entre plantas
ativas, inativas e paralisadas), a JBS-Friboi é responsável
por 21,8% dos abates (o que não significa a capacidade de
abate total). O grupo Bertin é responsável por 17,3% e a
fusão gerará um gigante capaz de abocanhar 39% do abate
que chegou a fazer uma oferta pela Sadia.
nacional.
“Eu tentei comprar, mas não dei conta.”
De cada dez bois, 3,9 serão abatidos pelo JBS-Bertin.
Perguntado sobre o o processo de
O Brasil possui mais de 750 plantas frigoríficas em
integração com a Bertin, o presidente da
funcionamento, sendo que mais de 100 dessas unidades
JBS, comentou: “ao longo desses anos,
pertencem aos maiores grupos. Segundo a Abrafrigo
nós
(Associação
crescemos
temos
um
com
processo
aquisições.
bem
Nós
consolidado
de incorporação de empresas, tanto que
o mercado até hoje se assusta de como
assumimos a (americana) Swift tão rápido.
Acredito que temos passos necessários
a serem feitos para essa incorporação
do Bertin e da Pilgrim’s e não teremos
Brasileira
de
Frigoríficos)
90%
da
carne
exportada é processada por esses grupos e 35% do mercado
interno também é abastecido por eles.
Para os pequenos grupos frigoríficos, o desempenho
poderá ser prejudicado em função da concentração. Como
ficará o preço da carne para o varejo?
Para o fazendeiro, a notícia não é bem-vinda: se a
concorrência diminui, o preço da arroba perde sustentação.
Na outra ponta, a fusão significa consolidação no
dificuldades. A cultura da JBS é muito fácil
mercado. Para o fazendeiro, maior confiança em termos
de ser compreendida, é muito clara. Você
de segurança de recebimento (será?). Para o comprador de
não precisa de mais do que um dia para
carne doméstico e internacional, segurança da entrega e
entender o jeito que a gente pensa”.
padronização, em função do volume.
“O produtor está entendendo cada vez
O governo também gosta. É menos gente para fiscalizar.
mais o papel da JBS nessa cadeia produtiva.
Da crise a única certeza. A concentração dos agentes de
O que temos de fazer é levar o produto do
mercado. Menos frigoríficos, menos supermercados e, por
campo até a mesa do consumidor. Acho
que a JBS, mais do que qualquer um, tem
se mostrado um agente que adiciona valor
fim, menos pecuaristas.
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Em Foco 3
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à cadeia. Quanto mais a gente cresce,
de esperar um pouco para aprender mais
mais a gente tem tido condições de escoar
sobre esse negócio. O Brasil está muito
o produto do pecuarista de forma mais
consolidado nesse mercado, com Sadia
eficiente, adicionando valor, levando o
e Perdigão. Pessoalmente, eu não pactuo
produto a lugares mais distantes, onde se
dessa ideia de que ser segundo lugar
remunera melhor, industrializando. Hoje,
de uma empresa dominante é um bom
o produtor entende a cadeia produtiva e
negócio, eu acho um mau negócio. Se tem
não tem mais aquela miopia de pensar
uma coisa que a JBS muito provavelmente
que o frigorífico vai matar o pecuarista
não vai fazer é disputar esse segundo
porque está pagando menos pelo boi.
lugar no Brasil, que é muito escuro, frio e
A JBS opera no mercado futuro para o
úmido”.
produtor, abrimos um banco para suportar
o produtor, aumentamos nossas unidades
dei conta. Fiz uma oferta e não quiseram.
de abate para poder estar mais perto
Falei com o Luis (Fernando Furlan) várias
do rebanho, facilitar o escoamento da
vezes, porque eu achava que fazia sentido
produção”, completou Batista se referindo
para a JBS, mas para concorrer com as
ao processo de consolidação que o setor
sinergias da Perdigão e Sadia a gente
vem passando.
teria de pagar tão mais caro que não fazia
Comentando o crescimento da JBS nos
sentido. Eu disse para ele (Furlan) que,
últimos anos, Joesley enfatiza, “eu não
como preservação de capital, a melhor
faço a menor ideia de onde estaremos
alternativa seria a fusão. Foi algo que
nos próximos três anos. Dito isso, nós
tivemos falando, mas não caminhou”.
sempre
tivemos
na
nossa
cabeça
os
“Eu tentei comprar a Sadia, mas não
“Nosso próximo passo, e que é motivo
próximos dois, três, quatro passos que
do IPO nos Estados Unidos, é expandir a
deveríamos perseguir. Por exemplo, em
distribuição direta globalmente, construir
2004 nós faturamos US$ 1 bilhão. Em
a
2005 nós pegamos um avião e fomos
de
para Dallas visitar a Swift. Ela faturava
congelados
US$ 10 bilhões, mas nós tínhamos na
distribuir
cabeça que precisávamos dar um jeito de
varejos, aos restaurantes. Queremos ter
comprar a empresa. Nós não fazíamos
acesso ao cliente. Nós temos crescido
menor ideia de como, mas tínhamos isso
muito no Brasil nesse segmento, mas
na cabeça dois anos antes. Em 2007,
achamos que tem espaço para crescer
calhou de comprarmos. Não foi por um
mais. Com o Bertin acho que poderemos
acaso. Nós não somos seduzidos por
andar ainda mais nesse caminho. Esse é o
oportunidades casuais. Todos os nossos
nosso plano do IPO, instalar vários centros
passos, normalmente, começam a serem
de distribuição, ter a distribuição direta
idealizados dois anos antes”.
com caminhões. Nosso foco ainda não é
nos alimentos processados. Num segundo
“Quando olhamos para 2010 e 2011
nossos pensamentos são simples e não
maior
e
mais
distribuição
e
eficiente
direta
refrigerados.
diretamente
plataforma
de
aos
produtos
A
ideia
passo, talvez”, finalizou Joesley Batista.
guardam grande complexidade. Em boi
a gente não pode crescer muito, nem no
Brasil, nem nos EUA. A gente pode crescer
em suínos em qualquer lugar do mundo,
seja no Brasil, Europa, EUA. O frango é
algo novo que entramos, e nos EUA, temos
é
pequenos
A matéria é de Alexandre Inácio, publicada no
jornal O Estado de S.Paulo, resumida e adaptada
pela Equipe BeefPoint
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Por
Por Paulo
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Feliz
Ano Novo
Mercado concentra forças e aposta em 2010 para
esquecer de vez os impactos da crise econômica
mundial
Há pouco mais de um ano, a tempestade da
como um dos maiores geradores de impactos
crise econômica mundial estava armada e veio a
para o segmento. “O Custo Brasil influencia
alterar totalmente as dinâmicas de atuação das
totalmente no setor. Os custos estão cada vez
empresas. Os investimentos foram suspensos,
mais elevados. Um exemplo é o óleo diesel
os referenciais foram perdidos, e eram poucos
que, na década de 90, tinha o preço girando
os que arriscavam mirar para o horizonte e
em torno de R$ 0,30 e hoje está quase R$ 2,00.
dizer o que vinha pela frente. De lá para cá,
Só neste item, dá para se perceber quanto os
já é possível dizer que o impacto para o Brasil
custos se elevam”, destaca. Quanto ao impacto
não foi dos maiores mas, mesmo assim, o
das normativas do Ministério da Agricultura,
país não deixou de ser atingido pela “marola”.
ele avalia que já estão mais diluídas. “Somos
Para o segmento de graxarias e subprodutos
totalmente a favor das normativas, que vieram
animais, não foi diferente. O segmento vinha a
para ajustar um setor que não estava em
“mil” com a economia aquecida, abates lá em
ordem”, afirma.
cima, o que trouxe alterações de preços bem
atípicas para o mercado.
Argus, Ricardo Di Pretoro, o mercado se
mostrou
Neste meio tempo, com a redução de
Para o gerente comercial do frigorífico
excelente,
mantendo-se
bom
o
abates e sem sobras de matéria-prima, houve
ano inteiro. E o executivo já prevê alta no
um certo equilíbrio dos preços, o que trouxe
término desse segundo semestre. Situado na
uma certa estabilidade para o mercado. Ainda
cidade de São José dos Pinhais, o frigorífico
não há muitos motivos de comemoração e
Argus também conta com duas unidades de
as empresas esperam se refazer em níveis
distribuição, uma na cidade de Ponta Grossa
de produção anteriores aos da crise. Mas é
e outra no litoral paranaense, tendo em seu
algo que deve ficar mesmo para 2010. Uma
quadro mais de 300 colaboradores. Mesmo em
das maiores expectativas é com o biodiesel, a
meio à ressaca da crise econômica mundial, o
partir do aumento da mistura de 3% para 5% no
Argus já começou com grandes investimentos
diesel mineral.
no setor de abate. E para 2010, o executivo
O diretor industrial da Giglio, Rodrigo
informa que pretende iniciar atividades no
Giglio, analisa que o mercado em 2009 se
mercado externo, com aumento de 20% a 25%
mostrou estável, mas abaixo das expectativas,
na capacidade de abate. Para atender a essa
embora as metas das empresas venham sendo
demanda, devem contar com uma parceria
atingidas. Para o próximo ano, as perspectivas
também externa.
são de otimismo, principalmente em relação
ao aumento da mistura de biodiesel ao diesel
de 25 anos na empresa, o executivo analisa o
normal para 5% (B5), antecipando a meta
setor e aponta a carga tributária como um dos
anteriormente prevista para 2013. Fundada
maiores empecilhos não só para o segmento,
em 1932, como Giglio Ltda., na cidade de São
como também para o próprio desenvolvimento
Paulo, a empresa se transferiu para de São
nacional. O ambiente em que as empresas
Bernardo, em 1950, como Giglio S.A. Indústria
exportadoras
e Comércio. Hoje, a empresa conta com 300
detrimento das empresas focadas no mercado
funcionários, sendo voltada para a coleta
interno é o ponto atacado. Na opinião do
e industrialização de osso e sebo, coleta de
executivo, é preciso priorizar o crescimento
óleo vegetal usado, que faz desde 1979, e
das pequenas indústrias para combater o
fabricação de sabão em pedra, detergentes,
monopólio criado no setor. Mas ele já vê uma
amaciantes de roupas, desinfetantes e água
sensibilização do Governo em questões como
sanitária, segmentos em que está presente
o PIS/Cofins. Pretoro também destaca a área
desde 1986.
de fiscalização dos produtos como um dos
Rodrigo
Giglio
aponta
o
Custo
Brasil
Com formação na área econômica e mais
obtinham
vantagens
em
maiores empecilhos, sobretudo a falta de
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maior intercâmbio entre as esferas federal,
mercado externo”, finalizou Pretoro.
inclusive investindo em uma nova unidade
estadual e municipal. “O esforço e dedicação
O gestor ambiental, José Fernandes Moreira,
e também estamos buscando informações
empecilhos para o segmento ainda é a falta
Ainda segundo Moreira, um dos maiores
do Ministério da Agricultura minimiza os
reforça que a crise impactou o segmento,
sobre o setor de oleoquímico para realizarmos
de apoio por parte do governo às empresas,
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problemas, mas, acertando isso, o nosso
tendo
a
investimento em uma unidade neste setor.
além da alta carga tributária. “A partir do
mercado será modelo para o mundo”, afirma.
inadimplência e a queda no abate. Com isso,
Resta para nós aguardarmos os resultados
momento que as empresas do setor passem
Ele também lança um olhar de cautela para
as graxarias passam por um momento de
deste último trimestre e trabalharmos para
a ser reconhecidas como recicladoras, e a
o mercado com as grandes fusões e critica que
poucas oportunidades. Ele aponta ainda o risco
que ele se apresente melhor que os últimos
taxa tributária for diminuída, estaremos em
isso venha sendo feito com apoio e crédito do
da fusão e aquisições entre grandes grupos
resultados”, avalia.
condições de assumimos o posto de maior
BNDES. “Isso vem criando grande desequilíbrio
alterar a dinâmica de mercado. Para ele, o
produtor de proteína animal destinada à
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no setor e o preço a ser pago no futuro será
momento ainda é de mudanças. “A crise ainda
cidade de Nova Esperança, no Paraná, e
alimentação animal”, afirma.
muito alto, principalmente pelas indústrias de
é sentida no setor e as fusões e aquisições
atua principalmente no mercado paranaense
pequeno e médio porte, como também por toda
que estão ocorrendo no momento criam um
coletando
abatedouros
a Fenagra 2010, a qual vê como uma grande
a cadeia produtiva”, comentou. Pretoro aposta
clima de instabilidade. Essa união de grandes
da região. Seus principais clientes também
oportunidade de intercâmbio de conhecimento
na expansão das exportações para garantir
grupos poderá criar monopólios e isso irá tirar
estão no mesmo Estado e atualmente possui
e
o crescimento das indústrias nacionais. Para
o poder de negociação que necessitamos para
em seus quadros 25 funcionários. Atende
expectativa para o evento é muito grande, pois
isso, ele vê que se faz necessário o esforço
mantermos o mercado estável”, disse.
principalmente grandes empresas na área
vários empresários do setor participam. Isso
mútuo e direcionado para se reduzir o custo e
de
também
proporciona uma grande troca de informações
ampliar a capacidade de produção, oferecendo
muito boas em virtude do bom desempenho
sendo procurados por empresas que atuam
e experiências. Como o evento acontece no
mais qualidade ao mesmo tempo em que conta
de 2008 até a chegada da crise. Isso trouxe
exclusivamente no segmento de Pet Food,
primeiro trimestre do ano, temos oportunidade
com preços mais competitivos.
dificuldades, principalmente para as pequenas
firmando parcerias de fornecimento de farinha
de alteramos alguma projeção para o resto do
ano”, finaliza Moreira.
como
principais
conseqüências
Para Moreira, as expectativas de 2009 eram
A Ossonorte foi fundada em 1994 na
matéria
avicultura
e
prima
em
suinocultura,
e
Para o próximo ano, Pretoro aguarda a
empresas. No caso da Ossonorte, os planos
de carne de alta proteína para a produção de
participação do Argus na Fenagra. “A nossa
estratégicos para 2009 foram revistos devido
ração.
empresa
às
sempre
quer
estar
presente
na
mudanças
econômicas.
Mas
isso
não
Fenagra, primeiro por ser uma associada do
impediu que as metas viessem a ser alcançadas
Sincobesp, por participar e acreditar neste
e inclusive já apostam na expansão e também
árduo e bem sucedido trabalho desenvolvido,
no
tanto na feira como no sindicato, onde
especificamente o de oleoquímico. O objetivo é
conseguimos modernizar a imagem deste
verticalizar o sistema de produção de gorduras
setor tão importante para a sociedade e para
animais.
o crescimento das exportações de carne do
investimentos nos dois primeiros trimestres de
Brasil, suprindo as mais altas exigências do
2009, mas já voltamos ao nosso plano inicial,
investimento
“Apenas
em
outros
segmentos,
postergamos
alguns
O gestor já demonstra expectativa com
de
tendências
do
mercado.
“Nossa
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Foco na qualidade
Por: Claudio Bellaver
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Claudio Bellaver
Med. Vet., PhD, ProEmbrapa e QualyFoco - Consultores
Associados, Concórdia SC - [email protected]
Qualidade: Energia das
farinhas e gorduras
animais
Em nutrição animal a energia é um parâmetro importante
experimentos animais, podem antecipar os valores in
da qualidade, mas não é considerada como um nutriente. É
vivo, através de analises laboratoriais. Existem algumas
produzida no metabolismo intermediário do animal quando
variações na expressão da EM podendo ser aparente (EMA)
as moléculas orgânicas (lipídios, proteínas, carbohidratos)
ou verdadeira (EMV); ainda podem levar em consideração
são ingeridas e digeridas. Após, se oxidam durante os
as perdas do metabolismo protéico e, nesse caso é
processos bioquímicos na mitocôndria da célula ou na via
chamada de EMA ou EMV corrigida para nitrogênio (EMAn
glicolítica anaeróbia gerando ATPs (energia) e dois produtos
ou EMVn). Assim, não tem finalidade a determinação da EB
finais, CO2 e H2O. A energia dos alimentos é expressa em
das farinhas animais. Valores típicos de EMA para suínos
calorias (cal) ou joules (1cal = 4,184 joules). Cal é o calor
oscilam em torno de 2.225 kcal/kg de farinha de carne e
necessário para elevar a temperatura de 1 g de água de
ossos, 2.860 kcal/kg de farinha víscera de aves e 8.180
16,5° a 17,5° C. Pode ser medida de varias formas, sendo
kcal/kg de óleo de frango. Para aves de corte os valores
que na forma de energia bruta (EB) não tem significado
médios situam-se em torno de 2.495 kcal EMVn/kg para a
nutricional, passando a ter significado quando é digestível
farinha de carne e ossos, 3.120 kcal EMVn/kg de farinha
(ED), metabolizável (EM) ou, como energia liquida (EL).
A
víscera de aves e 8.625 kcal EMA/kg de óleo de frango.
forma mais comum de expressão da energia dos alimentos é
Esses valores podem energeticamente ser comparados com
a EM aparente, que deriva da EB menos a energia das fezes,
a energia do milho que é de 3.350 kcal EM/kg de milho.
urina e gases da digestão. Portanto, é muito importante o
Considera-se que valores abaixo de 3.000 kcal de EM/kg
conhecimento da EM dos ingredientes para calcular e atender
podem ser considerados de média e baixa energia.
as exigências dos animais em energia durante as diversas
fases produtivas. Além disso, com a evolução genética dos
precisam ser investigados quanto às razões para tal. Sabe-se
animais é fundamental equilibrar energia e os nutrientes para
que as fontes protéicas de origem animal podem ter menores
obter-se o melhor desempenho animal e de carcaça, com o
valores de EM devido: a maior presença de cinzas na matéria
menor custo. Por exemplo, a relação do aminoácido lisina
prima (mais osso), ao processamento inadequado (queima
e EM é importante para o correto crescimento muscular,
por contato da proteína sensível nas paredes dos digestores,
sendo conhecido o efeito entre esses fatores e a deposição
e.g. sangue), a mistura com outras moléculas orgânicas
de proteína na carcaça.
formando complexos insolúveis, ao tempo de residência no
A medição da EM só pode ser feita in vivo, ou seja,
digestor, a temperatura de secagem excessiva, a espoliação
com animais; podendo, no entanto, existir equações de
do produto final, seja esse farinha ou gordura devido aos
predição matemáticas, que baseadas em estimativas com
peróxidos e acidez.
Valores abaixo de 2.800 kcal de EM/kg de produto
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Pet Food On Line
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Por Claudio Mathias
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Claudio Mathias
Andritz Feed & Biofuel
Divisão de Extrusão
[email protected]
[email protected]
Considerações práticas no
processo de Extrusão
QUAL TIPO DE EXTRUSORA COMPRAR ?
As empresas que produzem alimentos para humanos
e animais de estimação ou aquacultura e que já utilizam a
tecnologia de extrusão podem facilmente responder a esta
pergunta . Eles conhecem o tipo de produto e o volume que
é aceito por seu mercado, bem como qualquer vantagem
que seu concorrente deve ter na aparência do produto ou
funcionalidade devido às diferenças existentes em cada
equipamento / sistema de extrusão. De qualquer maneira, para
novas empresas neste mercado ou mesmo para produtores
experientes de alimentos que estão considerando entrar
rapidamente no mercado crescente de alimentos e rações
extrusadas esta decisão não é fácil . Eles têm muita dificuldade
na seleção de componentes e configurações necessárias, mas
quando a tarefa está cumprida, toda informação obtida e
todos os vários fatores levados em consideração, o número
de alternativas práticas é bem pequena. Frequentemente a
decisão final é baseada em fatores locais tais como custo e
assintência tëcnica fornecida pelo fabricante da extrusora. As
opções são suficientemente numerosas para gerar confusão
entre os que estão comprando pela primeira vez. O fato de
que muitos fabricantes de extrusoras são capazes de se
manter competitivos indica que a maioria encontrou nichos
de mercado exclusivos para suas máquinas.
Segue abaixo algumas considerações importantes para
seleção de uma extrusora na definição de um novo projeto:
- Tipo de produto que deverá ser produzido.
- Tipos de matérias-primas que serão utilizadas.
- As dimensões da planta de extrusão esperada para atender
o mercado atual e ainda considerando possibilidades de
crescimento a médio ou longo prazo.
- Capital disponível, custo de investimento e tempo de
retorno do mesmo
- Capacidade de produção, lembrando que para o inicio a
produção não estará utilizando 100% da capacidade e de um
modo geral as extrusoras não trabalham bem com baixas
taxas de produção. (abaixo de seu nominal)
- Previsão de custo operacional.
- Flexibilidade de produção tem um custo considerável, ou
seja, quantos produtos terão esta nova linha de produção?
Quantas trocas de produtos serão feitas diariamente? Estes
fatores terão interferência direta no custo de produção.
- Peças de reposição, tais como roscas, luvas, matrizes e etc.
qual será a vida útil das mesmas? As disponibilidades para
reposição? Quais serão os custos?
- Considerar a energia requerida pelos equipamentos e os
custos locais de vapor, energia elétrica e outras possibilidades.
- Expectativas de suporte local e capacidade de fornecimento
do fabricante, bem como disponibilidade do mesmo de pessoal
especializado para assistência técnica nas áreas operacionais
e de manutenção .
Com o passar do tempo os operadores do sistema de
extrusão tornam se familiarizados com as capacidades ,
características mecânicas e requerimentos de manutenção
do mesmo . Como resultado desse conhecimento do
operador haverá um aumento de credibilidade e confiança
entre os operadores, mecânicos e engenheiros da empresa
possibilitando inovações para melhorar a eficiência da
extrusora. Se a empresa já possui mão de obra experiente
a compra de um equipamento torna-se mais simples. Se
o fabricante de alimentos ou alimentos para animais de
estimação e/ou aqüacultura já está familiarizado com as
propriedades abrasivas do produto terá capacidade de
especificar as peças que devem compor a extrusora incluindo
as matrizes formadoras. Controles automatizados também
são desejáveis e seu uso deve ser considerado para a operação
que antecedem e procedem ao processo de extrusão.
houver necessidade de expansão futura, esta dever
ser considerada no projeto inicial e se houver capital
disponível o ideal é investir em tanques de estocagem
de maior capacidade e deixar espaço disponível para
instalação de uma nova linha de extrusão.
Extrusoras de rosca simples têm sido amplamente e
eficientemente utilizados na indústria de alimentos para
humanos e para animais de estimação e aquacultura a
mais de 60 anos. A crescente demanda por produtos
diferenciados tem levado produtores a procurar por novas
tecnologias tal como os extrusores de rosca dupla devido a
sua flexibilidade. Extrusores de rosca dupla custam quase
02 vezes mais que um extrusor de rosca simples e a decisão
de comprar um ou outro depende de vários fatores tais
como:
- Troca de produto muito freqüente.
- Produtos com alto conteúdo de gordura interna ( acima de
17% no material a ser extrusado).
- Adição de alto teor de carne fresca ( acima de 35% ) ,no
Encargos sobre excesso de capacidade e muita
flexibilidade podem ser elevados, se a nova linha de produtos
trabalha bem, alguns equipamentos opcionais podem nunca
ser completamente utilizados. A maioria das extrusoras não
irá operar bem com altas taxas de produção e também não
deve trabalhar com taxas de produção muito reduzidas,
cada equipamento tem sua faixa ideal de trabalho que
resulta em produtos com excelente cozimento e aparência.
O sistema de extrusão pode trabalhar a plena capacidade
durante parte do dia, enquanto a linha de ensaque
trabalha continuamente e isto requer transportadores e
tanques adicionais para estocagem do produto terminado
e adicionalmente retrabalho de produto é gerado cada vez
que se inicia o processo de extrusão. O ideal é trabalhar
bem no planejamento do novo projeto com levantamento
das necessidades e capacidades de cada processo anterior
e posterior ao processo de extrusão de forma a ter toda
a linha funcionando a 100% do tempo disponível. Se
material a ser extrusado.
- Produtos com tamanhos muito reduzidos, inferires a
1.5mm
- Produtos feitos com pó de densidade muito baixa.
- Formulações especiais. (tais como snacks e treats).
É muito importante considerar que já existem no mercado
extrusores de rosca simples que possuem dispositivos
adicionais para ajuste de energia mecânica e controle de
densidade que permitem trabalhar com parâmetros como
os citados acima não havendo a necessidade de muito
investimento como no caso da compra de uma extrusora de
rosca dupla.
Atualmente há extrusoras em operação com produtos
para camarões e utilizando matrizes com diamêtros de
furos muito pequenos, mas é de extrema importância
lembrar que para o bom funcionamento do equipamento é
necessário verificar, projetar e adequar todos os paramêtros
de processo anteriores e posteriores.
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Entrevista
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Por Paulo Celestino
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cidadão e a comunidade desconhecem.
Mas, comparando ao passado, no que tange a economia, cada vez mais o setor
vem atravessando dificuldades. Por exemplo, no Rio de Janeiro, o abate bovino/
desossa é realizado em pequena escala. Já no tocante ao bem-estar dos funcionários
e da comunidade, estamos investindo em tecnologia e evoluindo.
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RGB - Quanto ao mercado, como tem sido o ano de 2009?
José Mário - No início do ano, a crise mundial trouxe queda no preço da farinha e
do sebo. Atualmente, estamos desenvolvendo estratégias para colocar a farinha no
mercado com a mesma qualidade sem afetar o bolso do cliente. Quanto ao sebo,
dependemos que o mercado do biodiesel se fortaleça no Brasil.
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Quanto à empresa, as expectativas têm sido atingidas? Quais as ações
tomadas?
José Mário - Não. As empresas do setor vêm investindo milhões em alta tecnologia
para minimizar os impactos ambientais causados por seus processos, não apenas para
atender as legislações ou normas, mas sim para contribuir com um meio ambiente mais
saudável. Por exemplo, este ano, o Grupo GR investiu na compra de um esterilizador
de farinha, em reformas e manutenção, na contratação de consultores para atender as
necessidades e demandas da empresa, além das expectativas dos funcionários.
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José Mário
Moreira da Silva
Responsabilidade social,
econômica e ambiental
Atuando desde 1966, quando foi para o Rio de
Janeiro estudar Medicina , mas acabou atraído pelo
negócio de um tio , proprietário de um abatedouro de
frangos , J osé M ário M oreira da S ilva é hoje sócio e
diretor - executivo do G rupo GR, localizado em N ova
I guaçu, RJ, empresa fundada em 1972 e que hoje conta
com 500 colaboradores .
O executivo concedeu a seguinte entrevista
exclusiva para a R evista G raxaria B rasileira , na qual
fala sobre o mercado , sobre meio ambiente e reivindica
para o setor de graxarias o enquadramento na
categoria de serviço de utilidade pública , o que traria
isenções fiscais .
RGB - Qual sua avaliação do mercado de graxarias no atual
momento?
José Mário - Só quem viveu anos operando uma graxaria
percebe a diferença na evolução que o mercado, as leis e o
meio ambiente estabeleceram como desafio. As graxarias que
conseguiram superá-los, bem como os altos e baixos da crise
econômica, tiveram de se atualizar para agregar valor com
qualidade ao produto final. Sem falar no meio ambiente, que,
no passado, não era focado.
Sendo assim, não adianta “operar uma graxaria”, precisamos
fazer “gestão de serviço no setor de osso e sebo”. Com a criação
do Sincobesp e da Abra, o setor passou a ser conhecido no
mercado, agregando iniciativas ambientais e ao Estado onde
a empresa está, onde os sindicatos defendem um setor que o
RGB - Quais são as expectativas para 2010?
José Mário - Continuamos otimistas para um ano melhor em 2010. Estamos
desenvolvendo estratégias com ações inovadoras para o próximo ano. Em 2009, foi
criada a Grande Rio Reciclagem Ambiental, empresa do grupo GR, e temos como
expectativa que essa nova iniciativa seja a medida da excelência em relacionamento
e gestão de serviços de meio ambiente e saúde pública no Estado do Rio de Janeiro.
A Grande Rio Reciclagem Ambiental desenvolve atividades e campanhas de
educação e conscientização ambiental voltadas a organizações e comunidades do
Estado Rio de Janeiro e demais interessados, bem como implanta, participa e apoia
projetos de educação ambiental em parceria com órgãos públicos e empresas privadas.
Esperamos, ainda, que o setor de graxaria seja reconhecido e valorizado no que
tange a gestão de serviço, meio ambiente e saúde pública, que os incentivos fiscais
sejam conquistados e que os órgãos fiscalizadores não permitam que empresas
“clandestinas” atuem no mercado, comprometendo a performance das que estão
dentro dos padrões e normas exigidas pelos órgãos fiscalizadores.
RGB - Há previsão de novos investimentos ou ampliação ainda este ano? E
para 2010?
José Mário - A empresa investiu valores significativos em 2009. Vale ressaltar que
em 2008 a empresa começou investir na educação ambiental. Foi desenvolvido um
calendário institucional com o fluxo do processo do osso e sebo. Os calendários
foram distribuídos em açougues, supermercados e frigoríficos. Percebemos que
muitos dos nossos parceiros e consumidores desconheciam a responsabilidade
da empresa com o meio ambiente e com a saúde pública. Em 2009, estendemos o
programa educacional para as escolas.
É incrível como poucas pessoas conhecem o setor de graxaria. Me deixa feliz saber
que estamos disseminando a educação ambiental e valorizando a nossa categoria.
Em 2010, daremos continuidade ao nosso programa educacional, investindo no
programa de visitação e na infraestrutura para receber visitas à unidade fabril.
RGB - Percebe-se que a preocupação com a sustentabilidade, especialmente
ambiental, é uma constante no Grupo GR. Comente, por favor.
José Mário - Desde 1972, o Grupo GR pratica responsabilidade ambiental. Em
pesquisas realizadas em alguns açougues do Rio de Janeiro, detectamos que alguns
funcionários desconheciam o processo de uma graxaria. Aliás, não sabiam nem o que
significava uma graxaria. Diante deste fato, criamos um material educacional, um
calendário com o fluxo do processo de uma graxaria.
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Entrevista
45
os resíduos nas grandes cidades.
Depois, partimos para um programa eficaz de educação
ambiental, participamos da “Ação Global” em Saracuruna,
no Município de Duque de Caxias, RJ, onde compareceram
45 mil pessoas. Para quem não conhece, Ação Global é uma
iniciativa do SESI e da Rede Globo com o objetivo de oferecer
serviços relevantes e gratuitos nas áreas de saúde, educação,
alimentação, cidadania, esporte e lazer. E nós estávamos lá,
dando palestras educacionais para a comunidade de Saracuruna.
E o melhor de tudo é que, além de oferecer educação ambiental
para a comunidade, igrejas, empresa, restaurantes e outros, a
Grande Rio Reciclagem Ambiental apoia as Secretarias de Educação,
conforme está na Lei Federal n° 9.795. Educação ambiental, segundo
a Lei, é um componente essencial e permanente da educação
nacional, devendo estar presente em todos os níveis e modalidades
do processo educativo, formal e informal.
RGB - O Grupo GR tem a intenção de criar uma fundação
para tocar seus projetos de sustentabilidade? Como isso
funcionaria?
José Mário - Para manter este projeto de sucesso o custo é alto.
Desenvolvemos uma metodologia própria que requer cuidado
desde a implantação até a manutenção do projeto. Sendo
assim, estamos estudando a viabilidade de criar uma fundação,
bem como buscar patrocinadores que tenham interesse em
participar de um projeto de responsabilidade social, econômica
e ambiental.
RGB - Descreva, por favor, os projetos de tratamento de
efluentes e reciclagem de sucata tocados pelo Grupo GR.
José Mário - Esses são planos para 2010 e 2011. Já começamos
nossas obras da Estação de Tratamento de Efluentes, com
capacidade para atender nossa unidade e ainda oferecer o
serviço de tratamento de efluentes para clientes. Atualmente,
estamos em fase de negociação e planejamento para a gestão
de serviços de outros resíduos, bem como buscando tecnologias
para reciclar e transformar resíduos de difícil solução no Estado
do Rio de Janeiro.
RGB - Comente sobre a relação do Grupo GR com a
Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro.
José Mário - A Grande Rio Reciclagem Ambiental procurou
a Secretaria do Meio Ambiente para apresentar seu projeto
educacional e manifestar o interesse da empresa em investir no
Rio de Janeiro na construção de uma usina de biodiesel e biogás.
Fomos muito bem recebidos e a Secretaria demonstrou interesse.
RGB - Qual será a relação entre a iniciativa privada e o
poder público num processo como esse?
José Mário - As relações podem incluir o fornecimento de
biodiesel para as frotas de veículos e equipamentos do Estado,
a criação de decretos que apoiam a coleta de óleo de fritura
usado, o encaminhamento do projeto para a Secretaria de
Educação do Rio de Janeiro para que o projeto educacional se
estenda em toda a rede de escolas do Estado, além de orientar
a empresa sobre como buscar incentivos fiscais.
RGB - Um grupo como o GR, que além de suas unidades
de negócios, leva a cabo várias ações de cunho social.
RGB - Qual é o maior empecilho do setor de graxarias
hoje?
José Mário - A falta de apoio e orientação dos órgãos
fiscalizadores.
RGB - Os impactos das normativas do Ministério da
Agricultura estão mais diluídos no momento?
José Mário - As empresas do setor registradas no MAPA
cumprem as normativas. As demais, que têm registro somente
no município e no estado, não cumprem as determinações e
continuam operando. Isso é injusto perante um setor que
tem diversas exigências que devem ser cumpridas, com
investimentos altíssimos.
Há muitos empecilhos para a realização de sua missão
sustentável?
José Mário - Sim. Mas somos otimistas e determinados e
trabalhamos como formiguinhas. Multiplicamos o projeto para
pessoas voluntárias que se doam tanto quanto os funcionários
da Grande Rio Reciclagem Ambiental.
Sabemos que a educação ambiental surgiu nos anos 1970 e
até hoje o Estado e o Governo continuam lutando pelo que está
escrito na Constituição 1988, que em seu artigo 225, parágrafo
primeiro, inciso VI, determina que, “para garantir a efetividade
do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabe
ao poder público a incumbência de promover a educação
ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública, com vista à preservação do meio ambiente”.
Ao ler a Constituição, descobrimos o quanto a nossa empresa
contribui e ainda pode contribuir ao promover a educação ambiental.
Atuamos diretamente com algumas secretarias de educação. Um
exemplo foi o lançamento do projeto educacional em parceria
com a Secretaria Municipal de Educação de Duque de Caxias, em
setembro. Implantamos o projeto educacional em 60 escolas.
Temos grandes parceiros que nos motivam cada vez
mais, como a empresa Gerdau, que disponibiliza parte do
tempo de um voluntário para acompanhar a nossa empresa na
implantação do programa em seis escolas nas redondezas do
distrito industrial de Itaguaí, no Rio de Janeiro.
RGB - O Custo-Brasil influi no setor?
José Mário - Sim, influi. A logística é difícil. É preciso ter uma
estratégia, mas estamos nos aperfeiçoando.
Com relação à carga tributária, por ser altíssima inviabiliza
uma série de iniciativas em prol do meio ambiente. O setor,
em conjunto com o Sincobesp e a Abra, vem lutando por
isenções de impostos federais, estaduais e municipais, o
que os frigoríficos de carne já conquistaram, haja visto que
o setor de coleta do osso e sebo é um serviço de utilidade
pública, e que as empresas não são remuneradas por coletar
RGB - Você vê algum fator que pode alterar o equilíbrio do
mercado ou a forma de atuar das empresas?
José Mário - Sim. Existem quatro coisas que o setor precisa:
estabilização de preço dos produtos (farinha e sebo); incentivos
fiscais; reconhecimento das empresas do setor como prestadoras
de serviço de utilidade pública; e que os órgãos fiscalizadores
impeçam que as empresas ilegais atuem no mercado.
RGB - Quais empresas compõem o Grupo GR e como é a
estrutura societária?
José Mário - O Grupo GR é composto pela Grande Rio
Alimentos, no mercado desde 1972, no segmento de graxaria
e saneantes. Em 2009, a Grande Rio Reciclagem Ambiental foi
constituída para assumir o setor de graxaria.
Atualmente, estamos criando uma empresa de tratamento
de efluentes e gestão de serviços de outros resíduos, cujo nome
ainda não foi definido. Estamos estudando a criação de uma
fundação para administrar o projeto de educação ambiental e a
criação das usinas de biogás e biodiesel.
A sociedade foi criada em 1972 por José Silveira e Pedro
Paulo de Barros Pereira. Nos últimos anos, houve fusões com
outras graxarias e foram incorporados outros sócios, também
pioneiros no setor de graxaria, incluindo Edson de Oliveira, José
Carlos Carvalho e o Sr. Denis.
RGB - Há algo que ainda gostaria de acrescentar e que não
tenha sido abordado nas questões acima?
José Mário - Desejo que o setor seja mais unido. Juntos,
iremos nos fortalecer e mostrar o quanto o processo de uma
graxaria é importante para o meio ambiente e, com isso, ganhar
visibilidade para sermos de fato empresas de “gestão de serviço
no setor de osso e sebo”. Se o nosso setor não existisse, o país
já estaria parado. Se não fosse o setor de graxaria, nenhum
avião iria decolar devido à quantidade de urubus no ar. Unidos,
poderemos reivindicar os nossos direitos como empresas de
serviço de utilidade pública.
Gostaria de finalizar com meus sinceros agradecimentos à
Revista Graxaria Brasileira, que vem se empenhando no setor, e
a todos os meus amigos e companheiros que contribuem com
o nosso trabalho em um setor tão competitivo.
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Por Tina Caparella
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alimentar no congresso anual dos membros
da UE devem agora ser harmonizadas e
da Associação de Processadores Europeus
aplicadas em toda a Europa.
(European
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a
Processadores europeus
moldam seu futuro
Desde
a
descoberta
da
encefalopatia
fazendas e também alguns usos industriais.
Processors
and
Renderers
Isto deve auxiliar a nova diretriz sobre
Association - EFPRA) em junho, em Cannes,
energia renovável da CE publicada uma semana
na França.
antes da reunião da EFPRA e explicada por
vice-diretora
Ewout Deurwaarder da Diretoria Geral para
geral da DG SANCO, a Diretoria Geral da
Energia e Transporte. Esta diretriz estabelece
Comissão Européia para Assuntos de Saúde
metas nacionais obrigatórias para energia
e Consumidores discutiu o progresso de uma
renovável, incluindo 10% de biocombustíveis
nova ABPR que foi proposta pela primeira
renováveis em combustíveis para transporte
vez em 2008 após um relatório de 2005 que
até
indicou a necessidade de regras mais claras
desenvolver planos de ação para energia
e adequadas ao risco. O Parlamento Europeu
renovável até dezembro de 20101 e todos
e o Conselho Europeu concordaram com a
os setores de energia renovável são agora
proposta em abril de 2009 e espera-se a
considerados,
adoção formal desta nova ABPR neste verão.
biocombustíveis renováveis devem cumprir
os critérios de sustentabilidade da diretriz.
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Fat
Paola
Testori
Coggi,
Coggi relatou que os principais motivos
para mudar o regulamento foram simplificação
e
2020.
Os
estados
membros
incluindo
Biocombustíveis
devem
aquecimento.
produzidos
a
Os
partir
assuntos
de refugos e resíduos – não há definição
relativos ao meio ambiente em conjunto
na diretriz, mas presume-se que gorduras
com as novas diretrizes sobre resíduos. A
animais estarão nesta categoria – participarão
nova ABPR reduzirá, também, os encargos
neste requisito de 10% em combustíveis para
administrativos
transportes e nas exigências dos membros
explicação
das
regras
dos
sobre
esta­b ele­c imentos
e
fará mudanças baseadas em ciência para
da
categorizar os produtos. Ela explicou que
combustível. Deurwaarder explicou que sob
EU
em
relação
aos
fornecedores
de
assim que proposta for formalmente adotada
o critério de sustentabilidade, resíduos e
e assinada pelos presidentes do Parlamento
refugos não agrícolas deverão economizar
e do Conselho Europeu passará a vigorar 15
pelo menos 35% nas emissões de gases de
meses após sua publicação no diário oficial.
efeito estufa (GEE). Ele disse que um valor
Ainda sobre outro assunto relacionado,
default de economia de 83% de GEE pode ser
Coggi falou sobre o Mapa da EEB da CE adotado
usado para biodiesel a base de óleo/gordura
em 2005 que levou às recentes mudanças
animal de resíduos, sem incluir as gorduras
nas regras sobre rações, tais como permitir
animais produzidas de material de categoria
farinha de peixe em dietas de substituição de
3 de acordo com ABPR, que são de animais
leite para ruminantes jovens e a possibilidade
adequados para consumo humano. Cálculos
de usar proteínas processadas de animais não
preliminares sobre GEE estão incluídos na
ruminantes em rações para aquicultura.
diretriz, mas ainda serão discutidos pelos
Karen Bucher, do Ministério da Agricultura
estados membros. A fim de cumprir a diretiva,
da França, forneceu mais informações sobre
cada estado membro da UE deverá redigir sua
a nova ABPR, sendo que a mudança chave
legislação e apresentá-la a CE para aprovação.
para os processadores é a explicação sobre
Em sua analise da indústria de subprodutos
espongiforme bovina (EEB) no Reino Unido
Basicamente, este regulamento transformou
outras áreas dos regulamentos da EU como
animais da Europa, Patrick Coelenbier da
em 1986, processadores de todo o mundo
a indústria de processamento européia em
alimentos e saúde humana e o meio ambiente.
EFPRA
tem tentado resolver os problemas sobre o
uma indústria de eliminação de resíduos, com
O exemplo mais significativo é quando o sebo
manteve-se estável nos últimos dois anos.
uso de seus produtos em várias aplicações,
milhões de toneladas métricas de proteínas
é usado como combustível em caldeiras.
Entretanto, as previsões para 2009 mostram
principalmente rações e a legislação. Mas,
animais incineradas anualmente.
Anteriormente, a ABPR estipulava que o
uma diminuição na produção de carne suína e
em nenhum local é a legislação mais rigorosa
caiu
sebo deveria ser tratado como um resíduo
bovina e um aumento da importação de aves,
do que na União Européia (EU) onde o
dramaticamente na Europa, de dezenas de
e regras severas de incineração de resíduos
traduzindo este fato em uma diminuição da
Regulamento No. 1774/2002, o regulamento
milhares de casos, no pico no fim da década
deveriam ser aplicadas e não as regras de
matéria prima disponível para processadores
sobre sub-produtos animais do Conselho
de 1980 e começo da década de 1990, a cerca
normais de emissão para combustíveis. A
europeus.
Europeu (ABPR) está em vigor desde 3 de
de 120 casos no ano passado nos 27 países
nova ABPR explica que o sebo pode ser um
processadores de subprodutos animais na
outubro de 2002. Por este regulamento, os
da União Européia, incluindo o Reino Unido.
produto combustível e as regras ambientais
Europa são a França, com 2,8 milhões de
produtos processados foram classificados em
A ABPR deveria ter duração temporária e já
de
ser
toneladas métricas, a Alemanha, com cerca de
três categorias e foi virtualmente proibido
esta em vigor há sete anos; agora surgiram
aplicadas. Como resultado desta explicação,
2,7 milhões de toneladas métricas, a Espanha,
o uso de todas as proteínas animais em
sinais de esperança para a reintrodução
as diferentes interpretações de muitos países
com 2,1 milhões de toneladas métricas, o
fertilizantes e rações para animais criados em
de proteínas e gorduras animais na cadeia
O
número
de
casos
de
EEB
emissão
de
combustíveis
devem
relatou
Os
que
a
cinco
produção
principais
européia
países
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Caderno Técnico 1
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Reino Unido com dois milhões de toneladas
a remover resíduos, mas que estes resíduos
métricas e a Itália, com um pouco menos de
conterão outros produtos como resíduos
1,5 milhões de toneladas métricas. No total,
de alimentos. Talvez o país com menos
18 países membros da EU processaram 15,5
processamento
milhões de toneladas métricas de subprodutos
acordo com Fernando Mendizabal, da APELSA
animais em 2008, dos quais 5,6 milhões de
Monterey SA de CV, não sobra muito matéria
toneladas métricas de materiais de alto risco
prima para processamento. No México, a
(categoria 1) e subprodutos animais com
“sopa de coluna espinhal” é tão popular
risco de contaminação
como o consumo de cérebros e cabeças de
por outras doenças
seja
o
México
onde,
de
animais(categoria 2).
gado. Mendizabal fez questão de salientar
Os mercados de proteína animal dos
que os mexicanos são saudáveis apesar de
processadores da Europa em 2008 incluíram
comer o que outros países proíbem em seus
39% em energia, 5% a menos que em 2007;
alimentos e na cadeia alimentar. Ele espera
33% em alimentos para pets, um aumento de
que a indústria de processamento do México
5% em relação a 2007; 24 % em fertilizantes
evolua em tecnologia, mas sabe que os
e 1% cada, em ingredientes de rações e
processadores precisarão lutar pela matéria
alimentos. Quanto às gorduras animais, 27%
prima a medida que mais subprodutos são
em energia, 4% menos que em 2007; 27% em
usados para consumo alimentar.
rações; 24% em óleos e sabão; 11% em rações
para pets, 2% a mais que em 2007; 5% para
está
alimentos e 5% para biodiesel, 1% a mais que
abordando a indústria de processamento,
em 2007.
pedindo ajuda para redigir regulamentos e
Coelenbier mencionou que a nova diretriz
ele acredita que o governo no futuro dará a
sobre energia renovável ajudaria a aumentar
devida importância ao papel desempenhado
o uso de gorduras animais em biodiesel
por esta indústria. Desafiou os processadores
devido a dois fatores. Se considerado como
a continuar produzindo produtos consistentes
produzido de resíduos, as gorduras animais
e de alta qualidade e explicar aos “de fora”
contariam duas vezes para créditos sob os
que
requisitos nacionais de energia renovável.
papel importante na cadeia de alimentação
Disse também que a indústria de rações
animal. Kaluzny acrescentou que a indústria
para pets está ficando mais interessada e se
deveria fazer publicidade do uso de gorduras
tornando mais importante para os produtos
animais em energia e do papel da indústria
processados na UE, aumentando o uso de
de processamento no sequestro de carbono,
gordura de aves, sebo, banha e gordura de
reduzindo as emissões de gases de efeito
ossos em 2008 em comparação a 2007.
estufa.
Em um esforço para determinar onde
Quanto ao papel do governo, Tunzelman
encantado
o
por
ver
processamento
os
legisladores
desempenha
um
A moderadora da mesa redonda, Ruth
estará a indústria de processamento do mundo
Jewkes, da Whisper Consultancy, enfatizou
nos próximos 10 anos, a EFPRA convidou
que a indústria precisa criar parcerias com
representantes de outras partes do globo
a indústria de alimentos e com grupos de
para participar em uma mesa redonda. Niels
agricultura animal para ajudar a suportar
Nielsen, da Daka a.m.b.a., representando
o
a
na
Europa,
declarou
que
a
indústria
de
papel
do
agricultura
processamento
animal.
no
Todos
futuro
da
mesa
processamento será uma das peças mais
concordaram que a indústria deve continuar
importantes
climáticas
na
e
solução
alimentação
das
mudanças
a ter uma atitude positiva e ser prudente
da
crescente
quanto a seu papel no futuro da agricultura
população mundial. Alan von Tunzelman,
animal.
da PVL Proteins, Nova Zelândia, prevê que a
sustentabilidade será um importante ponto
futuro antes do congresso da EFPRA ressaltou
da venda do processamento, enquanto David
a importância dos produtos processados
Kaluzny II, da Kaluzny Bros., Inc., preocupa-
no cenário mundial e a procura de novas
se que os Estados Unidos não reconhecem
aplicações. Stephen Woodgate, Presidente da
o processamento como parte importante da
Comissão Técnica da EFPRA, primeiramente
cadeia alimentar.
recapitulou as atividades do comitê durante
o último ano que envolveu basicamente
No Canadá, Martin Couture, da Sanimax,
acredita que os processadores continuarão
O
simpósio
trabalhos
nos
técnico
que
regulamentos
examinou
novos
o
ou
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a
do Codex Alimentarius para segurança de
and Proteins Research Foundation - FPRF),
alimentos; (2) a OIE para saúde animal e
informou
zoonoses; e (3) a Convenção Internacional de
modificou seus estatutos para permitir a
Proteção às Plantas para saúde das plantas.
presença do EFPRA na diretoria se assim
A 77ª Assembléia Anual da OIE foi realizada
desejarem. EFPRA votará esta decisão no
em maio de 2009 e mudanças de artigos
outono. Nates discutiu vários dos projetos
sobre EEB no Código de Saúde de Animais
de pesquisa da FPRF sobre o uso de produtos
Terrestres foram votadas e aprovadas.
processados em rações para aquicultura e
Entre as mudanças estava a eliminação
falou sobre seu envolvimento com a Aliança
das palavras “livre de proteína” ao se referir
Global de Aquicultura (Global Aquaculture
a sebo com menos de 0,15% de impurezas
Alliance) que permitiu que ele recebesse a
insolúveis como uma commodity “confiável”.
garantia de que produtos processados seriam
Outras mudanças incluíram a eliminação da
incluídos na redação do padrão para fábricas
referência de abaixo de 30 meses de idade
de rações do Best Aquaculture Practices.
para carne sem osso como uma commodity
Anunciou
confiável e o acréscimo de “mais de 30 meses
da FPRF: um, sobre a destruição de gripe
de idade” nas referências a gelatina de países
aviária por processamento que está para ser
que tem EEB controlada/indeterminada. Kahn
publicado em uma revista científica e outro
disse que é importante que o público saiba
sobre a análise do ciclo de vida de gordura
que as mudanças de códigos continuam
animal em biodiesel, também aguardando
garantindo produtos seguros.
publicação em uma revista
a
grupo
que
conclusão
de
a
organização
dois
projetos
emendados da EU,como a diretriz sobre
atual legislação da UE limita o uso a poucos
incineração de resíduos,uma norma sobre
produtos e a aceitação do mercado ainda
que o achado de novos casos de EEB é uma
(World Renderers Organization - WRO) realizou
produtos químicos, uma diretriz sobre os GEE
é um desafio, a despeito da pesquisa que
coisa boa, pois demonstra que os países
seu encontro anual apos o simpósio, quando
e a nova ABPR. Parte das metas do comitê
demonstra que produtos processados têm um
estão exercendo vigilância adequada. Disse,
foi decidido que vários outros paises em
para o próximo ano é completar os cálculos
bom valor nutricional na criação de peixes e
ainda, que é difícil explicar porque em um
desenvolvimento deveriam se tornar membros
de GEE para biocombustíveis e biolíquidos e
não representam problemas em termos de
único continente certo país encontra casos
antes que a WRO pudesse ser reconhecida
obter “clareza absoluta” sobre o sebo como
segurança alimentar ou saúde dos peixes.
e outro não, como o Canadá e os estados
como uma verdadeira organização mundial
produto combustível. O potencial do uso de
Unidos, ainda que tenha dito que isto não é
pela OIE. Woodgate salientou que os esforços
produtos processados europeus em ração
derivado de subprodutos animais foi discutido
uma crítica aos Estados Unidos.
da
para aquicultura foi discutido por Alberto
pelo Dr. Josef Kamphues, diretor do Instituto
Sergio Nates, presidente da Fundação
proteina” da descrição de sebo, fornecendo
Allodi, presidente da Comissão de Rações
de Nutrição Animal, Universidade de Medicina
para Pesquisa de Gordura e Proteinas (Fats
uma “pequena, mas importante vitoria de
para Peixes da Federação de Fabricantes
Veterinária, Alemanha, que declarou que o
Europeus de Rações Itália. Ele disse que
fósforo possui recursos limitados, altamente
a pesca oceânica chegou a um ponto de
utilizados em fertilizantes e dietas animais,
restrições naturais já que 70% dos oceanos
principalmente de suínos e aves. Apresentou
estão super explorados e, assim, a criação
vários estudos sobre a disponibilidade de
em aquicultura deve preencher este vazio.
fósforo nos subprodutos animais e maneiras
A indústria de aquicultura na Europa produz
de obter maior aceitação social do uso
1,4 milhões de toneladas métricas de peixes
prudente de subprodutos animais.
por ano, mas com o crescimento do consumo,
60% dos peixes e frutos do mar consumidos
Organização Mundial de Saúde Animal (World
na Europa são importados.
Organization for Animal Health ou OIE) no
A CE esta desenvolvendo estratégias para
estabelecimento de padrões mundiais para
uma indústria sustentável de aquicultura,
o uso e comércio de produtos processados
incluindo a substituição de óleo/farinha de
estava Sarah Kahn, diretora de comércio
peixe usada em rações. Allodi mencionou que
internacional da OIE. A OIE é uma organização
os peixes precisam de uma ampla gama de
intergovernamental
nutrientes, não um material específico como
estabelecida em 1924 com o mandato global
farinha de peixe e que com os níveis atuais de
de “aprimorar a saúde animal em todo o
preços, pode-se esperar uma substituição de
mundo” e é reconhecida pela Organização
10% ao ano.
Mundial de Comercio como uma das três
organizações
Ainda que produtos processados seja uma
alternativa para ingredientes de rações, a
O uso e não o desperdício de fósforo
Focalizando o papel desempenhado pela
irmãs
com
174
membros
responsáveis
pelo
estabelecimento de padrões : (1) A Comissão
Kahn também comentou que a OIE acredita
ao
A Organização Mundial de Processadores
WRO
ajudaram
a
remover
“livre
de
R
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bom senso”. Concordou-se que as estatísticas
das impurezas para ser usado em ração para
serviço ou aumentar as taxas já existentes,
destas características inflamável, corrosivo,
mundiais
não ruminantes.
principalmente para recuperar os custos de
reativo ou tóxico. O EPA declarou que os
de
processamento
devem
ser
G
r
a
x
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r
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a
coletadas para demonstrar a sua importância
• Sebo não derivado de CMPAF com mais
transporte de um produto que já não tem
restos e resíduos animais originários dos
para a indústria global e que representantes
de 0,15% de impurezas pode ser usado na
mais nenhum valor ou não pode ser vendido
abatedouros, incluindo CMPAF não estão
da WRO seriam enviados a varias conferências
alimentação de não ruminantes.
no mercado.
relacionados nem tem estas características. O
Quanto à eliminação do material proibido,
EPA está incentivando os órgãos de agricultura
B
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a
internacionais para oferecer oportunidades
Esta nova norma se junta à da proibição
educacionais a setores de rações, inclusive
da ração animal de 1997 que proíbe proteínas
os aterros são considerados uma opção, mas
estatais a trabalhar em conjunto com os
aquicultura.
A seguir, foram eleitos os
de mamíferos na ração de ruminantes. O
muitas empresas de manejo de resíduos estão
órgãos de gerenciamento de resíduos e de
seguintes novos membros da WRO para os
cumprimento dessa norma está próximo de
em dúvida se o material deve ou não ser
meio ambiente de seu estado para “garantir
próximos dois anos: Alan von Tunzelman, PVL
100% desde sua efetivação.
considerado um resíduo de risco. Em abril, a
o modo mais eficiente, seguro para o meio
Proteins, Nova Zelandia, presidente; David
No começo de abril de 2009, o FDA
Agência de Proteção do Meio-Ambiente (EPA)
ambiente e econômico de eliminação desses
Kaluzny II, Kaluzny Bros., Estados Unidos,
propôs prorrogar por 60 dias a data de
esclareceu esta questão, ao afirmar que o
resíduos.”
primeiro vice presidente; e Stephen Woodgate,
efetivação da norma final de 2008 e deixar
material MBPRA, que consistirá principalmente
EFPRA, em nome da Europa, segundo vice
um período de sete dias para comentários.
de cérebro e de medula espinhal de gado com
eliminação de resíduos será necessário para
presidente.
Muitos comentários indicaram que certas
30 meses ou mais de idade e das carcaças
cerca de 300.000 a 350.000 toneladas de
entidades
adequadamente
inteiras de gado morto (ao menos que esse
gado morto por ano. Espera-se, também, que
os que já são capazes de cumprir a norma
preparadas para cumprir a norma final e
gado tenha menos de 30 meses), deve ser
com a nova regra cerca de 15.000 toneladas
para que o façam o mais rápido possível. O
que não haviam sido desenvolvidos métodos
considerado um resíduo sólido no âmbito
de produtos derivados do abate deixarão de
objetivo da norma é reduzir ainda mais o
alternativos suficientes de eliminação dos
da Lei de Conservação e Recuperação dos
ser utilizados por processadores na produção
risco da Encefalopatia Espongiforme Bovina
resíduos das carcaças. Entretanto, a maioria
Recursos.
de ração animal.
(EEB) no gado americano.
dos comentários recebidos era contra o
Proposta inicialmente no fim de 2005, a
adiamento da data de promulgação da norma
sólido é considerado de risco se estiver
final podem ser encontradas no endereço
FDA divulgou 25 de abril de 2008 a norma
devido a preocupações com saúde pública e
especificamente
www.fda.gov/cvm/bsetoc.html.
final, “Substâncias proibidas para uso na
animal.
alimentação ou ração animal”, que define
“material bovino proibido para ração animal”
a data de 27 de abril de 2009 para efetivação
(cattle material prohibited from animal feed)
da norma, porém com uma extensão de 6
ou CMPAF e que proíbe seu uso em rações
meses para adesão, a agência lançou um
para animais um ano depois da publicação no
documento de orientação final, “Guia de
Federal Register.
cumprimento para pequenas entidades de
CMPAF includes:
processadores – Substâncias proibidas na
• cérebro e medulas espinhais de gado com
ração
30 meses de idade ou mais;
orientação
• carcaças inteiras de gado não inspecionado
exigências da norma final. O documento
(ante
também deve ajudar as instalações de abate
Entretanto, o FDA está incentivando
mortem)
e
usadas
para
consumo
não
estavam
Logo depois da decisão do FDA de manter
ou
alimentação
aos
animal”,
processadores
para
dar
sobre
as
humano
e fazendas que fornecem vísceras e gado
– a menos que demonstrado que tenham
morto aos processadores a compreender suas
menos de 30 meses, ou
obrigações sob a nova norma. O documento
– cérebro e medula espinhal removidos;
de orientação está disponível no endereço:
• carcaças inteiras de gado EEB positivo;
www.fda.gov/downloads/AnimalVeterinary/
• sebo derivado de gado EEB positivo;
GuidanceComplianceEnforcement/
• sebo de CMPAF que contenha mais de 0,15
GuidanceforIndustry/ucm052449.pdf.
% de impurezas;
• carne bovina separada mecanicamente a
a recolher gado morto ou material CMPAF
partir de CMPAF.
vai depender das empresas e muitas vezes
dos
O sebo usado para rações de ruminantes
A decisão dos processadores de continuar
locais.
A
Associação
Nacional
dos
tem mais restrições que o usado para não
Processadores acredita que os processadores
ruminantes:
de áreas de com muito gado continuarão com
• O sebo deve ser menos de 0,15% das
os serviços, mas que agora será necessária
impurezas
a verificação da idade dos animais. Os
insolúveis
em
ração
para
ruminantes.
processadores
• O sebo de CMPAF deve ter menos de 0,15%
proibido irão talvez começar a cobrar pelo
que
coletam
material
Nos
termos
desta
listado
lei,
ou
um
resíduo
exibir
uma
Calcula-se que um método alternativo de
Mais informações sobre a EEB e a norma
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Caderno Técnico 2
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National Renderers Association
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Recomendação
gases produzidos por decomposição
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a
O Papel do
Processamento na
Captura de Emissões
de Carbono
O
Congresso
começou
as
Processamento ou o processo de
de esterco, cama orgânica ou outro
material orgânica na pilha.
continua a considerar a implementação
À
medida
que
o
Congresso
Se a produção dos GEE é similar
de um sistema nacional de “cap and
quando a decomposição das carcaças
trade”, a indústria de processamento
ocorre naturalmente no meio-ambiente,
deve
estima-se que uma vaca leiteira adulta
viável de compensação das emissões.
adicione
Se
1,2
toneladas
métricas
ser
a
considerada
participação
uma
da
fonte
indústria
equivalentes a CO2 no meio-ambiente.
processadora fosse permitida, seriam
discrepância
criados incentivos financeiros para
entre a morte de cabeças de gado adulto
os fazendeiros e sitiantes para que
e a de novilhos, a liberação resultante
dispusessem de maneira apropriada
das emissões de CO2 do gado ainda
os animais, evitando assim a adição de
não processado é aproximadamente
GEE, reduzindo as preocupações com
492.000 toneladas por ano. Utilizando-
a expansão de doenças e liberando o
se a estimativa da Agência de Proteção
espaço limitado dos aterros.
Ambiental dos Estados Unidos para
a emissão média dos veículos, a
preconceito contra os produtos já
concessão de incentivos para que esses
reciclados através do processamento,
animais sejam processados equivaleria
rotulando-os como tecnologia “velha”,
a retirada adicional de 82.000 carros
e o reconhecimento de protocolos
das estradas por ano.
para
Considerando-se
Essas
a
estimativas,
entretanto,
Além disso, a existência de um
em
colocar
os
digestores
animais
anaeróbios
mortos
ou
em
supõem que metano e óxido nitroso
aterros
não sejam liberados durante o processo
o metano produzido como “nova”
de decomposição. Se 20% do carbono é
tecnologia, colocaria o processamento
liberado como metano e não como CO2
em
e 10% do nitrogênio de uma carcaça
direcionaria esses materiais orgânicos
é desprendido como óxido nitroso, o
a um final muito menos produtivo
potencial anual de aquecimento global
ano. Entretanto, se 20% do carbono do
e com desvantagens ambientais. O
para as carcaças que não são processadas
resultado
para
absorver
desvantagem
seria
e
queimar
competitiva
uma
e
compensação
deliberações a fim de instituir uma
transformar
animais
material orgânico em decomposição
aumenta para 2,1 milhões de toneladas
política
as
em gorduras e proteínas deve ser
é expresso como metano e 10% do
do desvio de carbono da reciclagem
(1,9 milhões de toneladas métricas)
emissões de gases de efeito estufa (GEE),
reconhecido como uma importante
nitrogênio é expresso como óxido
para
ou emissões de CO2 equivalentes a
promovendo também as tecnologias
tecnologia para evitar os GEE. Através
nitroso, a remoção desses produtos da
uma redução líquida (e um provável
aproximadamente 345.000 carros.
limpas e o crescimento econômico. Até
do
não-
cadeia de resíduos (porque estes GEE
aumento) das emissões de GEE.
agora, muitas propostas já foram feitas
comestíveis,
ricos em carbono e
tem potencial de aquecimento global
e a maioria cria um sistema de “cap and
nitrogênio,
em
muito maior do que o CO2) seria igual
trade” baseado no controle de emissões.
materiais utilizáveis. O processamento
a remoção de 12.263.316 carros das
Um fator primordial em todas essas
também
estradas americanas por ano.
Gordura animal
Além disso, o que mais pode
Farinha de carne e de ossos
Farinha de vísceras de aves
nacional
para
reduzir
discussões é a contenção de custos e a
subprodutos
processamento,
são
evita
resíduos
transformados
a
emissão
de
gás
carbônico (CO2) e de outros GEE
Tabela 1: Carbono
Carbono
Co2
CO2
(ton/métrica)
(Ton/métrica)
(U.S./Ton)
4.515.660
75,89
3.426.889
12.566.516
13.852.070
2.314.660
24,27
561.661
2.059.629
2.270.329
1.153.500
28,68
330.801
1.213.057
1.337.153
Farinha de penas
600.900
37,50
225.350
826.364
910.901
Farinha de suínos
720.711
25,59
184.427
676.300
745.486
Produtos derivados de sangue
102.512
37,50
38.444
140.976
155.397
4.767.571
17.482.842
19.271.337
ser feito? Aproximadamente 55% do
sobre famílias e negócios. A maior parte
processo normal de decomposição. O
gado que morre por ano nos Estados
das propostas legislativas debatidas
processamento é, em relação ao meio
Unidos não é processado e o grosso
permitem
ambiente, a mais eficiente e segura
é depositado em aterros ou deixado
tipo de programa de compensação
alternativa de eliminação de resíduos.
para decomposição. De acordo com o
para projetos que reduzam, evitem
Utilizando a estimativa da Agência
Departamento de Agricultura dos EUA,
ou sequestrem as emissões de GEE.
de Proteção Ambiental dos Estados
cerca de 4,3 milhões de cabeças de
Tal programa permitiria que essas
Unidos, de 5,46 toneladas métricas
gados morreram em 2007. Baseado nas
reduções de emissões permanentes e
de CO2 por carro, se todo o carbono
medidas dos GEE obtidas de estudos
Farinha de carne e de ossos
2.314.600
1.153.500
a
existência
de
algum
ar
Total de todos os produtos
9.407.823
Tabela 2: Nitrogênio
removido na forma de produtos processados
Produção
Nitrogênio
Nitrogênio
(ton/métrica)
(U.S./Ton)
55
203.685
224.522
65
119.964
132.236
% Proteína
qualificadas contassem como “créditos”
destes
fosse
de compostagem, a adição de uma
Farinha de vísceras de aves
de
entidades
expresso como CO2, a não remoção
tonelada métrica de carcaças de gado à
Farinha de penas
600.900
85
81.722
90.083
participantes a cumprir a lei e ao
desses produtos da cadeia de resíduos
pilha de compostagem resulta em duas
Farinha de suínos
720.711
58
66.882
73.724
mesmo tempo promover inovação na
seria igual a um aumento de 3.021.986
toneladas métricas de equivalentes
Produtos derivados de sangue
102.512
85
13.942
15.368
535.933
redução das emissões.
carros nas estradas americanas por
a CO2, acima e além de quaisquer
486.195
emissão
e
ajudaria
produtos
residuais
sem
% Carbono
pelo
no
resíduos
(ton/métrica)
Produção
que
liberados
de
removido na forma de produtos processados
necessidade de minimizar os impactos
seriam
eliminação
Total de todos os produtos
4.892.223
56
Agenda
Association of American Feed
Control Officials Midyear Meeting
Por Alexandre Ferreira
IX WORKSHOP EMBRAPA / SINCOBESP
Data: 27 e 28 de março de 2010
Data: 18 a 22 de Janeiro de 2010
Local: São Paulo – SP
Local: Redondo Beach, CA (USA)
Site: www.fenagra.com.br
VIRANDO O JOGO
Site: www.aafco.org
E-mail Sharon Krebs: [email protected]
31º Congresso Brasileiro Anclivepa
American Feed Industry
Data: de 17 a 20 de Abril de 2010
Data: 26 e 27 de Janeiro de 2010
www.anclivepa2010.com.br
Association Pet Food Conference
Ponto de Vista
Local: Belém – PA
Local: Atlanta, GA (USA)
Site: www.ife10.org
Interzoo 2010
31ª Feira Internacional de Produtos para Animais Domésticos
International Poultry Expo
Data: de 13 a 16 de Maio de 2010
ambiente principalmente no aspecto de controle de odores. No passado as
Data: 27 a 29 de Janeiro de 2010
Local: Nuremberg – Alemanha
empresas não sabiam exatamente como lidar com o problema, pois não havia a
Local: Atlanta, GA (USA)
www.interzoo.com
tecnologia disponível nos dias de hoje além do fato de a consciência ecológica
The National Renderers Association will be participating in
the expo for the second year.
Nossa atividade é conhecida por um histórico negativo em relação ao meio
Data: de 06 a 08 de Outubro de 2010
Ambiental do Estado de São Paulo) no intuito de expor algumas características
Cattle Industry Annual Convention and
Local: São Paulo – SP
inerentes à atividade, como a sazonalidade que determina um grande aumento
www.petsa.com.br
no consumo de carnes ao final de cada ano, com o conseqüente aumento na
Data: 27 a 30 de Janeiro de 2010
Horário: das 13 hrs as 21 hrs
geração de subprodutos.
Site: www.ipe10.org <http://www.ipe10.org> .
National Cattlemen’s Beef Association Trade Show
Local: San Antonio, TX (USA).
Site: www.beefusa.org <
V Fenagra - Feira Nacional das Graxarias
Data: 25 e 26 de Março de 2010
Local: São Paulo (SP)
Site: www.fenagra.com.br
E-mail: [email protected]
35º Congresso Mundial para
Veterinários de Pequenos Animais
Data: de 06 a 08 de Outubro de 2010
Local: Hotel Transamérica – São Paulo (SP)
Site: www.wsava2009.com
Em 2007 o SINCOBESP tomou a iniciativa de procurar a CETESB (Companhia
A partir deste diálogo, a CETESB compreendeu que o setor não poderia ser
penalizado por uma demanda concentrada da sociedade e passou a enxergar a
Cadeia de Produção de Carnes desde a sua geração até o consumo.
Dos esforços em comum (CETESB e SINCOBESP) na busca de alternativas,
resultou um trabalho ( Plano Estratégico de Emergência) e a formação da
Câmara Ambiental do Setor de Abate, Frigorífico e Graxaria.
A iniciativa foi do SINCOBESP, porém a representatividade da Câmara
envolve a participação de instituições como a ABIEC, a UBA (União Brasileira
de Avicultura ), a APA ( Associação Paulista de Avicultura ), o SINDICARNES
, o Sindicato Varejista de Carnes ( SP ) e o SINDIRAÇÕES, sempre sob a
coordenação da CETESB.
Os objetivos são entre outros o desenvolvimento de “Melhores Tecnologias”,
a “Avaliação do desempenho de equipamentos” além de “ Planos de capacitação
técnica”. Deste processo pode resultar a formação de conceitos e dispositivos
operacionais desenvolvido em conjunto pela cadeia de produção e pela
autoridade ambiental.
Da mesma forma que o setor evoluiu em termos sanitários com a
implantação da IN-34, pode-se evoluir em termos ambientais tendo como ponto
de partida a formação da Câmara. O desenvolvimento de uma cartilha com
“Boas Práticas Ambientais” assinalando os pontos críticos de controle de riscos
ambientais e recomendando ações direcionadas a evitá-los poderia ser um
resultado concreto deste trabalho.
Considero esta iniciativa uma virada no jogo, pois no lugar de reagir à
pressão dos órgãos ambientais, podemos atuar de maneira proativa tomando
a posição de participar da formação das decisões sobre temas que envolvem a
viabilidade de nossas empresas.
Aproveito esta oportunidade para convidar a todos os que de alguma maneira
participam da Cadeia de Carnes ( com ênfase nos subprodutos ) a apresentar
sua contribuição enviando dúvidas e sugestões ao SINCOBESP – sincobesp@uol.
com.br.
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ser fruto também de uma evolução.
9ª Pet South America
57
Fabricantes de equipamentos podem enviar suas alternativas tecnológicas
para o tratamento de efluentes líquidos e gasosos ; Consultores técnicos,
Pesquisadores, Engenheiros e Gestores ambientais podem contribuir com suas
experiências, projetos e pesquisas.
Alexandre Ferreira
Consultor Técnico em Processos Industriais.
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Assinaturas
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ASSINATURA DA REVISTA
Graxaria Brasileira
Você pode solicitar o recebimento da
Revista Graxaria Brasileira sem
qualquer custo.
Após preenchimento do formulário a
seguir, envie-o para:
Nome:
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
Cep: 04004-000 / São Paulo (SP)
(11) 3213-0047
ou por e-mail: [email protected]
Tipo de Empresa:
( ) Graxaria Independente Empresa:
( ) Graxaria / Frigorífico
( ) Fornecedor de Máquinas / Equipamentos
Endereço:
Nº:
( ) Fornecedor de Insumos e Matérias-Primas
( ) Prestadores de Serviços
Complemento:
Cidade: Cep:
( ) Biodiesel ( ) Cliente Graxaria
UF:
Fone: ( )
( ) Consultoria / Assessoria Fax:
( ) Universidades / Escolas
( )
E-mail:
( ) Outros:
Cargo:
Aboissa 3º Capa
Tel. (11) 3353-3000
[email protected]
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Celgon Agroindustrial
Tel. (51) 3447-5677
[email protected]
Chibrascenter 36
Tel. (11) 5521-3373
[email protected]
www.chibrascenter.com.br
AGM & PETT 55
Tel. (11) 3531-4333
[email protected]
Andritz Sprout do Brasil 4º
www.andritzsprout.com
[email protected]
Capa
43
Anhembi Agro Industrial
Tel. (11) 3685-8907
[email protected]
Atlas Tecnologia 21
Tel. (55) 3026-2655
www.atlas.eng.br
Bertin 25
Tel. (14) 3533-2000
www.grupobertin.com.br
Bovimex 23
Tel. (14) 3413-2700
www.bovimex.com.br
9
Braido
Tel. (11) 4368-4933
[email protected]
45
Dupps Company 5
Tel. (+1) 937-855-6555
www.dupps.com
Eurotec Nutrition 33
Tel. (48) 3242-4860
[email protected]
Farima 49
Tel. (44) 3544-1292
[email protected]
www.farima.com.br
Folem 49
Tel. (46) 3544-1447
[email protected]
www.folem.com.br
Frigorífico Argus 39
Tel. (41) 3382-3883
[email protected]
www.frigorificoargus.com.br
Gava 51
Tel. (11) 3105-2146
[email protected]
www.joaogava.com.br
Giglio 56
Tel. (11) 4368-1822
[email protected]
www.giglio.com.br
Grupo Braido 45
Tel. (11) 4227-9500
[email protected]
www.grupobraido.com
Informe Agro Business 43
Tel. (11) 3853-4288
[email protected]
www.agroinforme.com.br
Ipufol 49
Tel. (49) 3449-0372
[email protected]
LDS Máquinas 2º Capa
Tel. (14) 2104-3200
[email protected]
www.ldsmaquinas.com.br
56
Martec/Percon
Tel. (14) 3342-3301
Tel. (11) 4018-4222
Nutract 17
Tel. (49) 3329-1111
[email protected]
www.nutract.com.br
Permecar 27
Tel. (19) 3456-1726
www.permecar.com.br
Prestatti 49
Tel. (54) 2107-7500
www.prestatti.com.br
Qualyfoco 55
Tel. (49) 3444-1422
[email protected]
www.qualyfoco.netcon.com.br
Razzo 41
Tel. (11) 2164-1313
[email protected]
www.razzo.com.br
Sincobesp 53
Tel. (11) 3237-2860
[email protected]
www.sincobesp.com.br
Tremesa 37
Tel. (41) 3389-0055
[email protected]
www.tremesa.com
União Caldeiraria 13
Tel. (11) 4595-5077
[email protected]
www.uniao.srv.br
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