de goji jugo

Transcrição

de goji jugo
Universo
[email protected]
Ano X
nº 062
“Fé inabalável é somente aquela que pode encarar a razão,
face a face, em qualquer época da humanidade” Allan Kardec
JORNAL BIMESTRAl
janeiro/fevereiro de 2014
Espírita
distribuição gratuita
Tatuagem e piercing
numa visão espírita
“Alguém nos questionou
se usar uma tatuagem
na pele teria influência
sobre o perispírito. Há
dirigentes de casas
espíritas advertindo
que todas as pessoas
que fizeram ou pensam
em gravar tatuagens
ou usar piercings
automaticamente
estarão em processo
de obsessão”.
“Tatuagem não
muda o caráter,
apenas o expõe...”
| Qual a importância do corpo físico | Na Bíblia e no espiritismo, os anjos e os demônios são humanos |
| Ação dos obsessores nos centros espíritas | A tarefa dos enxovais | Casamento não é para você |
| Deve-se cobrar manutenção na casa espírita? | Obsessão coletiva nas casas espíritas |
| Construção do reino em nós | lar de dissenções ou escola de aprendizado? | O escriba enganado |
editorial
Qual a importância do corpo físico
N
ão temos, nesta edição, a
intenção de magoar, ferir e
nem maltratar nossos irmãos,
usuários sobre as questões
das quais iremos abordar aqui, mais
especificamente nas linhas de nossa
Cultura Espírita pelo articulista e irmão
Jorge Hessen. Nossa ideia é orientar,
ou seja, trazer à baila a responsabilidade que sempre recai sobre nossos
ombros quando a questão, imediatamente, se refere após a morte física,
em nos encontrarmos em outros
planos, geralmente os não tão sonhados, por aquilo que causamos à nossa
vida física. A intensidade de sentimentos recaem sobre as sombras do mal
nas parcelas do novo aprendizado,
os quais se revelarão em amarguras,
tristezas e arrependimentos insuportáveis...
Lembramos que a Doutrina Espírita
evidencia que o corpo físico não é patrimônio nosso, é um empréstimo. É muito
mais um patrimônio de Deus e por isso
devemos zelar por ele... O corpo físico é
herança paterna elaborada para servir
de veículo ao Espírito nas suas variadas
reencarnações na Terra.
É com ele que o Espírito pratica
seus conhecimentos e vive experiências necessárias, melhorando-se
dia a dia. Dessa forma, devemos ter
para com nosso corpo carinho e uma
atenção especial, zelando e ofertando-lhe o que de melhor a natureza pode
lhe dar.
Entretanto, sobre o tema que
abordamos, pesquisas indicam que
mais da metade das pessoas que
fazem tatuagens se arrependem. É
o caso da analista de importação e
exportação Adriana Santos. Diz ela:
“Tenho três tatuagens. Fiz quando
tinha 20 anos. Hoje, pensaria melhor
antes de fazer qualquer desenho sobre
a pele, pois sei que tirar é muito difícil
e quando eu estiver com a pele envelhecida as tatuagens vão perder o sentido e poderão até ficar deformadas”.
Quanto a isto, pensamos que
o bom senso é a melhor medida.
A Doutrina Espírita não se impõe
contra esse fato, apenas, como já
dissemos, orienta. Colocamos aqui o
que acreditamos ser a maneira certa
de agirmos para não sofrermos num
futuro aparentemente distante. Mas a
decisão em seguir ou não deixamos
a critério de cada um. Primamos pelo
livre-arbítrio.
Não é a tatuagem que mostrará
o caráter de uma pessoa. Apesar que
há certos desenhos funestos, sensuais,
com palavreados chulos que poderão
ser formadores de preconceito, além
de atrair espíritos funestos, sensualistas
que marcarão a psicosfera mental e
perispiritual aonde a pessoa poderá
levar após sua desencarnação.
A Doutrina ensina ter cuidado com
o corpo físico. E certas atitudes são verdadeiras agressões que, muitas vezes,
ferem a parte adornada, causando
danos irreversíveis ao corpo físico.
Durante o processo de tatuagem, a
pele é perfurada de 80 a 150 vezes por
segundo para injetar os pigmentos
coloridos. Os pesquisadores ressaltam que os instrumentos entram em
contato com o sangue e fluidos corporais. Com isso, infecções podem ser
transmitidas se o instrumento é usado
em mais de uma pessoa sem ser esterilizado ou devidamente higienizado.
Além disso, as tintas próprias da
tatuagem não são mantidas, muitas
das vezes, em embalagens esterilizadas e podem servir de transporte
para infecções graves. Outros riscos
relacionados à tatuagem apontados
pelo estudo incluem reações alérgicas,
HIV, hepatite B, infecção por fungos e
bactérias, além de outros riscos associados à remoção de tatuagens.
A pessoa tatuada só poderá doar
sangue após um ano. Então, se um
filho, um amigo, um parente precisar
de nosso sangue antes de um ano,
não poderemos socorrer. Segundo
Divaldo Pereira Franco, pessoas que
tatuam o corpo inteiro ou o enchem
de piercings são almas que ainda
trazem reminiscências vivas de encarnações em épocas bárbaras, quando
guerreiros sanguinários se utilizavam
desses meios para se impor frente aos
adversários.
Mas muitas pessoas também
fazem tatuagem por estar na moda,
pelo conflito da adolescência etc.
Mais tarde, como diz o comentário
de Adriana Santos, muitos se arrependem. Então, a Doutrina deve orientar
e esclarecer quanto possível. Proibir
nunca. Respeitar sempre. Confira
abaixo algumas orientações sobre
reações no organismo.
Reação da pele
Segundo a dermatologista Mônica
Carvalho, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Dermatológica,
a grande preocupação do ponto de
vista médico, contudo, é a reação da
pele com a penetração da tinta da
tatuagem, que pode causar alergias.
A hiperpigmentação pós-inflamatória é provocada pela pele em
sua tentativa de produzir melanina
protetora contra alguma lesão. Essa
melanina excessiva pode causar manchas. Já a hipopigmentação transitória
ocorre porque determinada quantidade de melanina normal foi destruída no momento da aplicação da
tatuagem junto com a melanina-alvo.
Contaminação
Além da desorganização no ciclo
de produção de melanina, a tatuagem
pode causar em algumas pessoas
desconforto, que consiste em um tipo
de queimação na área tatuada, o que
pode ser minimizado com a aplicação
prévia de anestésicos tópicos.
Questão que preocupa é o risco
de várias doenças que podem ser
transmitidas na ocasião da aplicação
da tatuagem. Algumas incuráveis
e mortais como AIDS e todas as
transmissíveis através de sangue
contaminado.
Arrependimento
Tirar a tatuagem é frequentemente mais complicado e doloroso
do que fazê-la. A dermatologista
afirma que muitas vezes é necessário
aplicar anestesia local. Mesmo assim,
o laser pode não ser capaz de eliminar
a tatuagem totalmente e a pele nunca
voltará a ser o que era antes.
A técnica mais utilizada atualmente no mundo todo para remoção
de tatuagem, diz a doutora, é o laser
de rubi, que, no entanto, é mais eficaz
quando o pigmento é escuro. Quando
o pigmento é amarelo ou vermelho,
ele não é muito eficiente. Há também
os métodos que compreendem a
excisão, a dermoabrasão, peellings
químicos e o laser CO2.
Melhor opção
Como dissemos é o bom senso,
mas a opção para quem quer fazer
tatuagem e não tem certeza de que
a quer por toda a vida é a tatuagem
de henna, que é temporária. A prática
de marcar o corpo com henna vem
de uma tradição do sul da Ásia. Os
desenhos podem ser feitos em mãos,
pés e rosto sem riscos, pois o tempo
médio de duração é de uma a duas
semanas.
Encerrando, nossos sofrimentos,
nossas dores físicas em geral, na
senectude, advinda de nossas faltas,
de nossos abusos na juventude, de
quando acreditavámos que tudo
podiamos fazer com o corpo físico,
porque ele tem vigor e nada pede de
reparo imediato aos excessos cometidos. Disse Paulo: “tudo me é lícito, mas
nem tudo me convém”.
Daí o necessário repúdio as
drogas, desde as mais simples, como o
cigarro e a bebida alcoólica, até as mais
graves. Daí também o cuidado com a
higiene, com a alimentação e com os
sentimentos equilibrados, enfim, com
a saúde do corpo. Como diz Joanna de
Ângelis no livro Dias gloriosos: “Todo
corpo físico merece respeito e cuidados, carinho e zelo contínuos, por ser
a sede do Espírito, o santuário da vida
em desenvolvimento.”
Boa leitura,
O editor.
Universo Espírita, jornal bimestral contendo: Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais, com sede à rua Capitão Alberto
Mendes Júnior, 177, cep 06070-000-, Osasco, SP. Jornalista responsável: Bráulio de Souza - MTB 20049 e Renê Reinaldo da Silva MTB 12999 (in memoriam); Coordenação/Direção/Redação: Eduardo Mendes; Revisores: Luciana Cristillo Mendes, Antonieta S. G. Souza e Giovanna Camila Ramalho; Financeiro e captação: José Carlos Beraldo; Diagramação: Jovenal Alves Pereira MTB 73902 ; Impressão: Gráfica Yara; Tiragem: 15.000 exemplares; Distribuição: Osasco
e Grande São Paulo; e-mail: [email protected]; Telefones: (11) 3447-2006/97165-6437 ou (11) 3449-8045
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JORNAL Universo ESPÍRITA | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 |
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DISCUTINDO A BÍBLIA
eventos
Na Bíblia e no espiritismo, os anjos
e os demônios são humanos
SÉRGIO SANTOS
O Cantor e divulgador da Doutrina Espírita, Sérgio Santos e sua esposa Marlene,
da cidade de Uberaba-MG, estarão se
apresentando em Osasco e região.Venha
assistir e se emocionar com a voz do Sérgio
Santos e Marlene, nas apresentações do
Evangelho Musical.
ENTRADA FRANCA.
21 de Fevereiro, das 8h às 11h - Obreiros
do Amor e Misericórdia – OAM, Estrada José
Matias de Camargo,1.290, Embu das Artes.
21 de fevereiro, das 20h às 21h30. - Núcleo
de Estudos Espíritas Allan Kardec – NEEAK - Av.
Eng. Vitor Freire, 393 –Jaguaré – São Paulo – SP
22 de fevereiro, das 19h às 20h30 - Pronto
Socorro Espiritual Pais e Filhos - R. Raul
Torres, 20 – Campesina – Osasco – SP
23 de fevereiro, das 9h às 10h30 - Lar
Jesus entre as Crianças - R. João Kaufmann,
437 – Rochdale – Osasco – SP tel. 3687 8261
24 de fevereiro, das 19h às 20h30 - Centro
Espírita Seara de Jesus - R. Allan Kardec, 173
– Bela Vista – Osasco – SP
25 de fevereiro, das 20h às 21h - Grupo
Espírita Irmã Marisa - R.15 de Novembro,
309 – Jaguaribe – Osasco – SP
M
uitos teólogos, padres
e pastores do século
XX não acreditavam na
existência do demônio. É que eles não admitiam que
Deus tivesse um concorrente, disputando com Ele – como diziam e
ainda muitos dizem – a conquista
das almas. E eram mitológicas e
meio fantasiosas as ideias sobre
anjos, demônios, diabos, Lúcifer
etc.
Hoje se sabe que demônios
são os próprios espíritos humanos.
Aliás, na época em que a Bíblia
foi escrita, como já demonstrei
em outras matérias desta coluna,
a palavra grega “daimon” (plural
“daimones”) significava alma ou
espírito de um morto. E, pela hermenêutica, a interpretação correta
de um texto antigo tem que ser
de acordo com o significado das
palavras na época em que foi
escrito. Mas os teólogos acabaram
mudando o significado não só de
demônios, mas também de muitas
outras palavras bíblicas. E muito
contribuiu também com isso o
fato de Jesus ter tirado das pessoas
apenas demônios maus (atrasados), pois os bons (evoluídos) não
perturbam as pessoas. Já os de
alto nível de evolução são os anjos
E sobre demônios e anjos,
muito se deve a Kardec, o primeiro
cientista a estudar esse assunto. E
essa iniciativa kardequiana aconteceu quando a Igreja, recém-saída
da Inquisição, estava moralmente
debilitada para combater o materialismo efervescente do século
XIX. E, então, foi também Kardec
que, com suas pesquisas espíritas,
deu uma freada no materialismo
daquela época, contrapondo sua
famosa obra O Livro dos Espíritos
às obras materialistas de Marx e
Comte, entre outros autores. Mas
outras correntes filosófico-religiosas têm contribuído também
para com o esclarecimento sobre
demônios, anjos e outras questões
espiritualistas. Teólogos antigos já
admitiam isso. Orígenes com sua
tese da apocatástase ensinava
que os demônios, no futuro, se
regenerariam, já vislumbrando que
eles eram seres humanos. Aliás,
a Bíblia ensina a regeneração de
tudo (São Mateus 19:28; Isaias 45:23;
e Romanos 14:11).
Para Jesus, Deus não quer que
se perca nenhuma das ovelhas da
Casa de Israel que lhe foram confiadas (Mateus 18:14). Por ser Jesus
o Salvador não de meia dúzia de
espíritos, mas do mundo, essas ovelhas são todos nós que estamos em
evolução pelas reencarnações: “Ao
vencedor, fa-lo-ei coluna no santuário do meu Deus. E dali jamais
sairá” (Apocalipse 3:12). E será que
algum poder anulará a vontade do
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Pai de salvar todos os seus filhos?
Não é, pois, por acaso, que Deus e
Jesus se preocupam mais com os
que estão doentes moralmente:
“Eu não vim para os justos, mas
para os pecadores” e “Os sãos não
precisam de médicos” (Mateus 9:12;
e Marcos 2:17).
Os antigos anjos maus e rebeldes são também espíritos humanos
ou demônios atrasados. E os não
rebeldes são anjos ou demônios bons ou já mais evoluídos.
Quando são Pedro foi libertado da
prisão por um anjo, para muitos
o de Tiago Maior, que havia sido
degolado a mando de Herodes,
ele, Pedro, chegando à casa de são
Marcos, assustou as pessoas, que
exclamaram “É o seu anjo” (Atos
12:15), pois elas achavam que são
Pedro também já estava morto por
ordem de Herodes.
NOITE DE PINTURA MEDIÚNICA
E FEIRA DO LIVRO ESPÍRITA
O Centro Espírita Seara de Jesus, dentro de
sua programação de Aniversário, realizará
“Noite de Pintura Mediúnica e Feira do
Livro Espírita.”
Grupo de médiuns da Federação Espírita
do Estado de São Paulo-FEESP, estará efetuando pintura mediúnica em telas que
serão leiloadas posteriormente e em contra
capa de livros adquiridos no dia do Evento.
Você adquire um livro espírita e recebe
gratuitamente em sua contra capa uma
pintura mediúnica personalizada. Venha
se emocionar com quadros de pintores
famosos que estão na espiritualidade.
Teremos também “Feira do Livro Espírita”,
onde você poderá adquirir livros: romances,
obras básicas, estudos, relatos, científicos
por preços especiais.
A renda auferida será destinada a manutenção das Obras Sociais do Seara de Jesus. Dia
15 de fevereiro, das 15h às 20h
NOTA – A pintura Mediúnica ocorrerá das
18h às 20h. Local: Centro Espírita Seara de
Jesus – R. Allan Kardec, 173 – Bela Vista –
Osasco – SP. Haverá também Pizzas em
pedaço, Salgados/Doces, Refrigerante e
Bazar Beneficente
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• Todas as Matérias
Ensinos Fundamental I, II e Médio
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3
ensinamento
Ação dos obsessores nos centros espíritas
Suely Caldas Schubert
“(...) Os ocasionadores de perturbações não se encontram somente
no meio delas (das Sociedades e
das reuniões), mas também no
mundo invisível. Assim como há
Espíritos pro-tetores das associações, das cidades e dos povos,
Espíritos malfeitores se ligam aos
grupos, do mesmo modo que aos
Indivíduos. Ligam-se, primeiramente, aos mais fracos, aos mais
acessíveis, procurando fazê-los
seus Instrumentos e gradativamente vão envolvendo os conjuntos, por isso que tanto mais prazer
maligno experimentam, quanto
maior é o número dos que lhes
caem sob o jugo.”
área sob nosso interesse. Somos assim
espreitados, analisados, acompanhados. Meticulosamente examinados,
eles avaliam a nossa posição espiritual,
a sinceridade dos nossos propósitos, a
perseverança no bem, o esforço que
estamos despendendo para melhorar
e, é claro, as brechas que apresentamos. Nossas falhas e deficiências são
observadas e aproveitadas por eles.
Têm mesmo a intenção declarada de
nos tirar do caminho, empregando,
para atingir tal intento, todas as armas
de que dispõem.
Se estivermos invigilantes, des-
gerando argumentos do tipo: “as reuniões são boas, mas hoje eu não vou
porque trabalhei muito”; “eu já produzi
muito nas reuniões, por isto vou faltar
hoje, não faz mal”; “eu sou muito assíduo, todo mundo falta, menos eu”;
“estou cansado, vou orar em casa, faz
o mesmo efeito” etc.
Procuram disseminar a desconfiança entre os participantes, dando
origem a pensamentos desta ordem:
“será que falaram isto para mim?”;
“acho que estão insatisfeitos comigo”;
“acho que não confiam na minha
mediunidade” etc.
cuidados, ofereceremos campo às
mentes desequilibradas que se acercarão de nós e, encontrando desguarnecidas as nossas defesas, terão
possibilidades concretas de conseguir
o nosso afastamento e de se regozijarem com a nossa queda.
Muitos são os meios usados pelos
obsessores, quase todos eles bastante
estudados, pois já sabemos que sua
ação é organizada. Utilizam várias técnicas, insuflando nos integrantes dos
grupos as ideias que elaboram. Usam,
por exemplo, a ideia do comodismo
para afastar as pessoas das reuniões,
São muitos, como é fácil de se
imaginar, os recursos empregados,
ressaltando-se também as manobras
no sentido de aguçar o amor-próprio,
o melindre, o personalismo, o apego
aos pontos de vista pessoais, a vaidade
e toda a coorte de deficiências que
avassalam o ser humano.
A ação desses obsessores, logicamente, não fica circunscrita aos
grupos mediúnicos. Ela se alastra à
procura de terreno fértil e o que foi
dito para as reuniões vale igualmente
para todo o movimento Espírita.
Essa é a razão pela qual os Ben-
(O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 340)
I
nteressados em prosseguir usufruindo dos vícios e do que consideram prazeres, grande multidão
de Espíritos tudo faz para impedir
qualquer esforço que vise libertar o
ser humano da inferioridade.
Através dos encarnados, têm esses
Espíritos possibilidades de sustentar
o intercâmbio de energias desequilibrantes. Por isso, lutam por manter
as posições conquistadas junto aos
homens, como também se empenham em impedir-lhes a renovação
para o bem.
Sob esse aspecto, toda e qualquer
atividade nobre que tenha por escopo
livrar as criaturas humanas do jugo
das paixões inferiores será objeto de
suas investidas, a fim de obstar-lhe o
desenvolvimento. Natural, pois, que
os Grupos Espíritas que lidam direta-mente com esses irmãos desencarnados sejam alvo de seu assédio, que se
mostra especialmente intenso.
Todos nós, lidadores da desobsessão, não ignoramos que somos vigiados atentamente pelos obsessores. Ao
nos ligar a algum caso de obsessão,
automaticamente passamos a receber
as vibrações negativas dos perseguidores invisíveis, que estão atuando na
feitores Espirituais não se cansam
de alertar-nos, reiterando a cada dia
os apelos à nossa reforma íntima.
A maioria de nós ainda é bastante
teórica, sabendo de cor e salteado
páginas, citações, livros, mas pouco
conseguindo vivenciar os ensinamentos adquiridos.
Os perseguidores estão cientes
disso. Sabem perfeitamente o quanto
nos é difícil vencer as paixões que nos
escravizam, sobretudo nas ocorrências
do cotidiano. É através dessas pequenas brechas que tentam solapar as
nossas disposições mais nobres.
E, quando sintonizados em faixas
inferiores, envolvidos por essas vibrações, esbarramos com os problemas
de que outros companheiros são
portadores, deixamos que a nossa
inferioridade contumaz assome, surgindo, em consequência, os atritos, as
rixas, as divergências difíceis de serem
contornadas.
Não estamos querendo dizer que
não deva haver divergências. Estas são
normais, o que desejamos frisar é que
devemos vencer o apego aos pontos
de vista e opiniões pessoais, os ciúmes
e as idiossincrasias que perturbam
o entendimento, a fraternidade, a
união. E não tenhamos dúvidas: disso
se aproveitam os obsessores para
fomentar a cizânia.
É admirável, sob todos os aspectos, a presciência de Kardec a esse
respeito. Profundo conhecedor da
alma humana, legou-nos preciosas
advertências às quais deveríamos
estar atentos e, sobretudo, sempre
predispostos a atendê-las. É do que
trata o magistral capítulo 29 de O
Livro dos Médiuns — que por si só
é um repositório de ensinamentos
tão oportunos e atualíssimos que se
diria ter sido escrito nos dias de hoje.
Nossa preocupação, pois, deve
ser a de sentir e viver os ensinos da
Doutrina Espírita. Se alguma competição haja de existir entre nós, “outra
não deverá ser senão a de fazer cada
um maior soma de bem” (Ob. cit.,
item 349).
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caridade
A tarefa dos enxovais
V
Orson Peter Carrara
oluntários anônimos ou vinculados a grupos de diferentes denominações religiosas
dedicam-se ao amparo de
gestantes carentes com a distribuição
de enxovais para os bebês que vão
chegar; em alguns casos, inclusive,
com cursos de orientação sobre os
cuidados com a gestação e com os
futuros filhos. A partir da arrecadação e de doações provenientes de
diversas fontes para a aquisição de
tais enxovais, o fato é que há décadas o importante trabalho existe em
muitas cidades e grupos, sem falar
das iniciativas individuais, com a
confecção de roupinhas, sapatinhos
e outros acessórios de atendimento
aos recém-nascidos.
Sobre o tema, trago duas diminutas histórias de um ângulo que talvez
o leitor não se tenha dado conta:
1 – A pobre mulher, já com oito
filhos numa verdadeira escada cronológica, aguardava o nono rebento
e procurou ajuda para receber a
doação de um enxoval para o bebê.
Vivendo com muita dificuldade familiar, muito magra e quase passando
fome, o marido estava desempregado e entregou-se à bebida, chegando violento em casa todo dia,
atingindo a esposa e os filhos. Ela não
reclamava do marido, dizia que ele
era bom e tentava afogar a angústia
do desemprego na bebida. Feito o
cadastro e avaliação, ela recebeu a
farta sacola com as roupinhas. Foi
de surpresa em surpresa, chegando
às lágrimas, com a qualidade, quantidade e beleza das peças acumuladas que lhe eram doadas. Chorou
de intensa emoção e comoveu o
marido da mesma forma que, percebendo receber tanta generosidade
de pessoas que nem conhecia,– fez
inúmeras perguntas sem entender
o fato de receber tantos mimos e
acessórios extras em meio às bonitas
e cheirosas roupinhas para o filho
que chegaria –, tomou uma decisão:
largou a bebida e mudou o rumo
da própria vida. Logo conseguiu um
emprego e a vida do casal, embora
difícil, voltou à normalidade.
2 – A moça, muito jovem e
humilde, engravidara do namorado
que, como sempre ocorre, ao saber
da gravidez a abandonou. Filha única,
foi rechaçada pelo pai já idoso em
virtude da gravidez não programada,
até por uma questão cultural de
formação do pai, habituado à rigidez dos costumes. Sensibilizou-se,
todavia, com o farto enxoval que a
filha recebeu em doação. Não podia
acreditar na generosidade de pessoas
desconhecidas. Embora mantivesse
postura inflexível ante os primeiros
meses, deixou-se vencer pelas vibrações que aquelas peças emitiam,
chegando a afirmar: “Se até Deus está
ajudando, por que não vou ajudar?
Eu a aceito de volta com meu neto”.
As duas pequenas histórias revelam algo extraordinário. Não são
as doações em si, mas o amor com
que foram planejadas, organizadas e
mesmo entregues. Usei o exemplo
dos enxovais, mas poderia falar sobre
a distribuição de sopa ou o atendimento a mendigos, idosos e famílias
inteiras, ou os atendimentos médicos
e odontológicos, entre outros, de
voluntários abnegados na área de
saúde ou da educação, como a alfabetização etc., entre outras notáveis
iniciativas humanitárias em favor da
população mais carente.
É que todo gesto ou iniciativa
impregnada de amor, do desejo de
ajudar, de aliviar a agrura do semelhante, igualmente impregna o material usado e beneficia diretamente
aqueles que recebem os benefícios,
muito além do próprio objeto ou
acessórios doados e recebidos.
Os gestos desprendidos de amor
em favor do próximo operam autênticos milagres de transformação em
favor do bem e da harmonia individual e coletiva. O amor é capaz de
impregnar ambientes, sensibilizar
corações endurecidos, despertar
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a esperança e a alegria de viver.
Onde colocamos o amor, tudo se
transforma. Como no caso das duas
histórias.
As duas bonitas histórias – num
total de sete – estão no último capítulo do extraordinário livro Diversidade dos carismas, de Hermínio
Miranda. O capítulo tem o nome “Os
carismas e a caridade”, que desejo
recomendar aos leitores.
Agora uma última análise: esses
gestos de desprendimento, de renúncia em favor do próximo, do amor
que procura e se preocupa com o
bem-estar alheio, nada mais é que a
maravilhosa influência do Cristo nos
corações humanos. Sua presença
ilumina, convoca ao bem e faz sentir
o autêntico amor que confia e sente
a dor alheia, procurando minorá-la.
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Surge novamente o Natal, e a
presença doce e suave do Mestre da
Galileia nos pede para olhar à nossa
volta, antes da satisfação própria
no consumismo, e atender à massa
humana carente de amor. Como
faremos? O que faremos? Para quem?
Eis uma descoberta pessoal, que
cada um fará à sua forma. Não há uma
receita própria. Francisco de Assis,
despojado de tudo, rejeitado pela
família, incompreendido por todos,
achou seu caminho e fez-se instrumento de paz para o mundo... E nós,
o que estamos fazendo? Deixamo-nos consumir pelo pessimismo e
pela reclamação, ou procuramos
nosso caminho para igualmente
servir de alguma forma, pelo menos
em gratidão ao Mestre que conduz a
Humanidade?
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Cultura espírita
Tatuagem e piercing numa visão
“A
Jorge Hessen
lguém nos questionou se usar
uma tatuagem na pele teria
influência sobre o perispírito.
Há dirigentes de casas espíritas
advertindo que todas as pessoas que
fizeram ou pensam em gravar tatuagens
ou usar piercings automaticamente
estarão em processo de obsessão.
Alguns cristãos baseiam-se nas Antigas
Escrituras, onde encontramos advertência aos israelitas de “que não deveriam
marcar o corpo, fazer cicatrizes com
açoites como autoflagelo, por nenhum
motivo.”(1)
Conhecemos líderes espíritas convictos de que pessoas que tatuam o
corpo inteiro ou o enchem de piercings
são espíritos primários que ainda carregam lembranças intensas de experiências pretéritas, sobretudo dos tempos
dos bárbaros, quando belicosos e cruéis
serviam-se dessas marcas na pele para
se impor ante os adversários.
Positivamente não identificamos
pontos de caráter prático no uso de tatuagens, especialmente se a lesão imposta
ao próprio corpo for por mero capricho.
Isso sim, refletirá invariavelmente no
perispírito, já que, sendo o corpo físico
(templo da alma) um consentimento
divino para nossas provas e expiações,
devemos mantê-lo dignamente protegido e saudável. Entretanto, será que o
uso de piercings e tatuagens sobrepujam qualidades morais? Quem pode
penetrar na intimidade do semelhante
e saber o que aí ocorre?
Sob a percepção histórica, a tatuagem é uma técnica ancestral que se
esvai na memória cultural das civilizações. Antigamente, eram aplicadas para
marcar o corpo de um escravo com o
símbolo do proprietário. Gravavam-se os
corpos das prostitutas com o emblema
de um reino, governo ou Estado. Servia
também para estigmatizar o corpo da
mulher adúltera. Ainda hoje é tradição
o seu uso no corpo de príncipes de
tribos beduínas, africanas e das ilhas
do pacífico.
Presentemente, servem
para marcar o corpo de
membros de gangues,
grupos de atletas esportistas (surfe, motociclismo),
“beatniks” (movimento
sociocultural nos anos 50 e
princípios dos anos 60 que
adotaram um estilo de vida
antimaterialista, na sequência da 2ª Guerra Mundial),
hippies, roqueiros. Nos dias
de hoje, estão alastrados
principalmente entre jovens
comuns.
Os que se tatuam
devem procurar identificar seus motivos íntimos.
Recordemos que o corpo
é o templo do Espírito e não nos pertence; portanto, é importante preservá-lo contra agressões que possam mutilar a sua composição natural. Há os que
usam vários brincos, piercings e outros
adereços. Haveria a mutilação espiritual
por causa desses apetrechos? Talvez
sim, provavelmente não! O certo é que
o perispírito é efetivamente lesado pela
defecção moral e pelo desequilíbrio
emocional que leva a suicídios diretos
e indiretos, vícios físicos e mentais, rancores, pessimismos, ambição, vaidade
desmesurada, luxúria.
Esfola-se o corpo espiritual todas
as vezes que se prejudica o semelhante através da maledicência, da
agressividade, da violência de todos os
níveis e da perfídia. Destarte, analisado
por esse prisma, os adereços afetam
menos o corpo perispirítico. Principalmente porque na atualidade muitos
desses adornos que ferem o corpo
físico podem ser revertidos, já na atual
encanação, o que, naturalmente, não
repercutirá no tecido perispiritual.
André Luiz elucida que o perispírito
não é reflexo do corpo físico; este é que
reflete a alma. “As lesões do corpo físico
só terão, pois, repercussão no corpo
espiritual se houver fixação mental do
indivíduo diante do acontecido ou se
o ato praticado estiver em desacordo
com as leis que regem a vida.” (2). As
tatuagens e as pequenas mutilações
que alguns indivíduos elaboram como
forma de demonstrar amor a exemplo
de alguém que grava o nome do pai ou
da mãe no corpo de modo discreto não
trariam, logicamente, os mesmos efeitos
que ocorreriam com aqueles que se
tatuam de modo resoluto, movimentados por anseios mais grosseiros.
Curiosamente, muitas pessoas,
retornando ao plano espiritual, podem
optar pelo uso dos adornos aqui discutidos. Segundo o autor do livro Nosso Lar,
“os desencarnados podem, sob o ponto
de vista fluídico, moldar mentalmente
e de maneira automática, no mundo
dos Espíritos, roupas e objetos de uso e
gosto pessoal. Destarte, é perfeitamente
possível, embora lamentemos, que
um ser no além-túmulo permaneça
condicionado aos vícios, modismos e
tantas outras coisas frívolas da sociedade
terrena.” (3).
No que concerne às tatuagens,
especificamente, por serem um tipo
de insígnia permanente, podem, sem
dúvida, ocasionar conflitos mentais. A
começar na atual encarnação, quando
chega a ocasião em que o tatuado se
arrepende, após ter mudado de ideia
em relação à finalidade da tatuagem.
Concebamos que seja o apelido, sobre-
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6
nome, o desenho ou algum emblema
de alguma pessoa que já não estima,
não ama ou qualquer outra silhueta que
já não aceita em seu corpo. Então, o que
era um mero enfeite culmina cansando
a estética e torna-se um problema particular de complexa solução.
Então, por que a pessoa se permite
tatuar? Nas culturas primitivas se usavam
tatuagens com finalidades mágicas,
para evocar a interferência de divindades, para o bem ou o mal. Hoje é, para
muitos indivíduos, uma espécie de ritual
de passagem envolvendo a integração
num grupo. Pode ser também de identificação. Pela tatuagem, a pessoa está
dizendo algo de si mesma.
Nas estruturas dos códigos espíritas, não há espaços para proibições.
Não obstante, a Doutrina dos Espíritos
oferece-nos subsídios para ponderação
a fim de que decidamos racionalmente
sobre o que, como, quando, onde fazer
ou deixar de fazer (livre-arbítrio). Evidentemente que não é o uso de tatuagens
que retratará a índole e o caráter de
alguém. Todavia, não podemos perder
de vista que alguns modelos de tatuagens, com pretextos sinistros, podem
ser classificados (sem anátemas) como
censuráveis e inadequados para um
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JORNAL Universo ESPÍRITA | Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 |
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testemunho
espírita
preender a pessoa de forma integral.
As características anunciadas no corpo
são resultados de seus estados mentais, reflexos das experiências culturais, aprendizados e interpretação de
mundo. Como dissemos, o Espiritismo
não proíbe nada e fornece-nos as
explicações para os fenômenos psíquicos. Assim sendo, as recomendações
doutrinárias não combatem, porém
conscientizam! Não são indiferentes
aos dramas existenciais e demonstram
como edificar e marchar no mais acautelado caminho.
Dissemos que o uso de piercings e
outros adereços e da própria tatuagem
por si só não caracteriza alguém com ou
sem moralidade. Investiguemos, porém,
as causas dessas atitudes. Quais sãos os
anseios, os sonhos, as crenças dos que
cobrem seus corpos com tais marcas?
Tatuagens e piercings são estágios
transitórios. Importa alcançar, porém, se
tais indivíduos estão mutilados psíquica,
emocional e espiritualmente. O que os
conduz muitas vezes a despedaçar a
barreira da ponderação e do juízo? Por
que atentam contra si, submetendo-se
a dores e sofrimentos incompreensíveis?
Para uns, o motivo é o modismo. Outros,
todavia, ainda se acham atrelados a
costumes de outras existências físicas e
trafegam do mundo inconsciente para o
consciente, derivando na transfiguração
do corpo biológico.
Perante questões controversas, as
mensagens kardecianas buscam na
intimidade do ser o seu real problema.
Convidam-nos ao autoconhecimento
e ao estágio do autoaprimoramento.
Sugere-nos sensatez, autoestima, altivez,
comedimento e a busca incessante de
Deus, o Exclusivo Ente, que facultara-nos
completar de contentamento e paz de
consciência.
Referências bibliográficas:
(1) Levítico 19:28; Deuteronômio 14:1-2.
(2) Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo.
Evolução em dois mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro, Ed. FEB, 1959.
(3) Xavier, Francisco Cândido. Nosso Lar, ditado
pelo Espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed.
FEB, 1955.
Casamento não é para você
E
stando casado apenas por um
ano e meio, eu recentemente
cheguei à conclusão de que
casamento não é para mim.
Agora, antes que você comece a imaginar coisas, continue lendo.
Conheci minha esposa na escola
quando tínhamos 15 anos. Nós
éramos amigos havia dez anos, até
que… até que decidimos que não
queríamos ser apenas amigos. Eu
recomendo fortemente que melhores
amigos se apaixonem. Haverá bons
tempos para todos.
No entanto, me apaixonar por
minha melhor amiga não me impediu
de ter certos medos e ansiedades
sobre me casar. Quanto mais eu e Kim
nos aproximamos da decisão de nos
casarmos, mais fui tomado por um
medo paralisante. Eu estava pronto?
Estava fazendo a escolha correta? Kim
era a pessoa certa para mim? Ela me
faria feliz?
Então, certa noite, eu compartilhei
esses pensamentos e preocupações
com meu pai.
Talvez cada um de nós tenha
momentos em nossas vidas em que
parece que o tempo fica mais lento,
ou o ar fica parado, e tudo ao nosso
redor parece encolher, marcando
aquele momento que você nunca
vai esquecer.
Meu pai dando suas respostas às
minhas preocupações foi um grande
momento para mim. Com um sábio
sorriso ele disse: “Seth, você está sendo
totalmente egoísta. Então eu vou
simplificar as coisas: casamento não é
para você. Você não se casa para ser
feliz, você se casa para fazer alguém
feliz. Mais que isso, seu casamento
não é para você, você está casando
para uma família. Não apenas para os
parentes e todas essas besteiras, mas
pelos seus futuros filhos. Quem você
quer que te ajude a criá-los? Quem
você quer que os influencie? Casamento não é para você. Não é sobre
você. Casamento é sobre a pessoa
com quem você se casou.”
Foi nesse exato momento que eu
soube que Kim era a pessoa certa para
mim. Percebi que eu queria fazê-la
feliz; vê-la sorrir todos os dias, vê-la
gargalhar todos os dias. Queria ser
parte da família dela, e a minha família
queria que ela fosse parte da nossa. E
lembrando de todas as vezes em que
a vi brincando com meus sobrinhos,
eu soube que ela era a pessoa com
quem eu gostaria de construir nossa
própria família.
O conselho de meu pai foi ao
mesmo tempo chocante e revelador.
Foi na contramão da “filosofia Walmart” de hoje, que é: se não te faz feliz,
você pode devolver e pegar um novo.
Não, um verdadeiro casamento
(e um verdadeiro amor) nunca é
centrado em você. É centrado na
pessoa que você ama – seus desejos,
suas necessidades, suas esperanças,
e seus sonhos. O egoísmo exige: “O
que há aí para mim?”, enquanto o
amor pergunta: “O que eu posso dar?”
Há algum tempo, minha esposa
me mostrou o que é amar sem egoísmo. Por muitos meses, meu coração
endureceu com uma mistura de
medo e ressentimento. Então, quando
a pressão chegou a um nível insuportável, as emoções explodiram. Eu era
insensível. Eu era egoísta.
Mas, ao invés de se igualar ao
meu egoísmo, Kim fez algo além
do maravilhoso – ela mostrou um
transbordamento de amor. Deixando
toda a dor e angústia que eu havia
causado, ela amorosamente me
tomou em meus braços e acalmou
minha alma.
Percebi que tinha esquecido o
conselho do meu pai. Enquanto o
lado de Kim no casamento tinha sido
me amar, meu lado do casamento era
só sobre mim. Essa terrível descoberta
me levou às lágrimas, e prometi à
minha esposa que tentaria ser melhor.
Para todos que estão lendo esse
texto – casados, quase casados,
solteiros, ou mesmo solteirão ou
solteirona – eu quero que você saiba
que casamento não é para você.
Nenhuma relação de amor verdadeiro
é para você. O amor é para a pessoa
que você ama.
E, paradoxalmente, quanto mais
você verdadeiramente ama essa
pessoa, mais você recebe. E não
apenas dessa pessoa, mas dos amigos
dela e da família dela e milhares de
outras pessoas que você nunca teria
conhecido se seu amor permanecesse egoísta.
Na verdade, amor e casamento
não são para você. São para os
outros.
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7
HOMENAGEM
entendimento
Deve-se cobrar man
Por José Muniz de Souza
A
Quem foi Chico Xavier
Pelo Espírito Eugênia
Médium: Benjamin Teixeira de Aguiar
E
le nasceu pobre, no interior brasileiro, em meio a uma cultura
semifeudal. Maneiras delicadas, mestiço, pouco agraciado
com beleza física, só teve oportunidade de cursar até o
quarto ano do ensino fundamental. Em suma: o quadro
circunstancial para propiciar, à perfeição, o surgimento de um
“João Ninguém” – nos dizeres jocosos que aqui nos permitimos
utilizar, em caráter de reforço ao justo valor da personalidade a
quem aludimos.
Um estudo levado a cabo por um representante da NASA,
no final dos anos 1970, revelou que ele possuía 20 metros de
diâmetro de aura – um fenômeno intimamente relacionado à
qualidade e elevação dos sentimentos de um indivíduo. Mais
de 400 livros psicografados, assinados por centenas de autores
espirituais, versando desde ciência avançada até literatura erudita.
Centenas de obras sociais diretamente inspiradas por seu trabalho,
ícone transreligioso admirado por todos os segmentos culturais
brasileiros, década sobre década.
Gênio mediúnico? Alma santa por suas virtudes, incontestavelmente acima do normal? Sim, não nutrimos dúvidas quanto
a estas qualificações. Todavia, no que concerne à função que
desempenhou durante sua prolífera e gloriosa reencarnação (e
que ainda exerce, para além da matéria densa), na “Pátria do Cruzeiro”, diríamos que, simbólica, mitológica ou arquetipicamente
falando (ou como se queira entender), Francisco Cândido Xavier, o
adorável Chico Xavier, foi, no nosso parecer, o “Avatar” (*) brasileiro
do século XX.
(Psicografia recebida em 2/4/2013, 103º aniversário de nascimento de Chico Xavier)
(*) Conceito do hinduísmo, empregado para fazer referência a seres pretensamente em
faixa búdica de consciência, considerados encarnações da Divindade. Como fica claro
no texto, a Mestra Espiritual faz uma utilização metafórica do termo, para dar uma ideia
da importância sagrada e dimensão ciclópica da missão que Chico Xavier realizou como
médium e porta-voz da Espiritualidade Sublime para o país e além-fronteiras.
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8
A
Adaptado por Osvaldo Lira
questão sobre a taxa de manutenção da Casa, dependendo da
óptica como é vista, pode criar
um choque. Por isso, peço que
aqueles que lerem este artigo se despojem
de opiniões preconcebidas e se coloquem a
uma análise mais profunda sobre este tema.
Todos temos o direito de discordar e de
concordar. Quero apenas levar um pouco de
luz a este tema muito melindroso referente
às Casas Espíritas.
Antes de abordar o assunto, é preciso
referir-nos às Instituições Espíritas que
apresentam vários médiuns de cura, que
incorporam os espíritos dos Doutores
Adolfo Fritz, Bezerra de Menezes, Camilo Salgado, Nakamura etc., e atendem o público
para promover o socorro de doentes com
enfermidades que a medicina ortodoxa não
alcança. Além do atendimento médico-espiritual oferecido, desenvolvem também,
os trabalhos de esclarecimentos e desobsessão, atendimentos fraternos.
Os Espíritas, à primeira vista, assustam-se, dizendo que a taxa de manutenção
da Casa é um absurdo, e argumentam
que Espiritismo deve ser dado de graça,
porque de graça o recebemos, e assim
afirmou Jesus.
Ora, sabemos disso.
Aliás, trata-se do Capítulo XXVI do Evangelho Segundo o Espiritismo; porém, parece
que quem não entendeu bem o citado capítulo são os que se alvoroçaram em críticas
àqueles que levantam tal maneira de agir.
Para que compreendamos bem, lembramos que recebemos de graça a mediunidade, as orientações do Alto, as intuições,
a presença dos Espíritos Caravaneiros, dos
Espíritos médicos, enfim, todos os socorros
espirituais, por isso os repassamos de graça.
Mas, como não se podem realizar sessões
desobsessivas em praças públicas, ou em
local ermo, torna-se evidente que precisamos de um prédio material, com conforto,
recursos hídricos, luz elétrica, cadeiras,
mesas, livros, geladeira, ventiladores, o que
implica em impostos, limpeza, organização,
papéis, computador etc., e isso tudo custa
dinheiro. Se custa dinheiro, não recebemos
de graça, portanto
não podemos dá-los
de graça. Lógico e
justo que as despesas
materiais sejam rateadas entre os frequentadores. Afinal, querer
receber de graça o
que é oneroso para
uma associação é uma
atitude, se não desonesta, insensível.
Aliás, é típico do
frequentador Espírita
se calar, fingir que não
sabe que a Instituição
tem despesas, deixar
que os administradores deem seu jeito,
enquanto muitos têm
condições de contribuírem e se eximem da tarefa, pois todas
as vezes que necessitam são atendidos em
plenitude por abnegados confrades.
Os frequentadores do Espiritismo, em
geral, fazem uma ideia ilógica e errônea,
mas a seu favor, de que os Espíritas que
propalam tanto a caridade têm obrigação
de lhes dar tudo, inclusive o que não faz
parte da recomendação do Cristo, que são
os custos materiais da Casa. O erro estaria na
implantação do Espiritismo no Brasil, que fez
questão de deixar de lado suas raízes verdadeiras, incentivadas pelo próprio Kardec na
Sociedade Espírita de Paris, onde todos os
que frequentavam pagavam uma taxa para
manutenção da Casa.
As Casas Espíritas passam anos oferecendo os seus socorros ao público e
tentando contar com a compreensão, o
bom senso e a boa vontade dos frequentadores para que custeiem as despesas
materiais, que são feitas em benefício do
próprio público, mas chegou-se a um
ponto de atingir o esgotamento. Muitos
são curados, muitos beneficiados, muitos
que deixavam de gastar grandes somas
em remédios e viagens de curas ao exterior, nos pagamentos de planos especiais
de saúde, mas ninguém, mesmo sendo
exortados, se alerta com as necessidades
materiais de uma Casa Espírita.
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pessoas que procura a Casa, bem como
os que procuram outras instituições
Espíritas, agiam e agem como aves
de arribação. Chegam, descansam-se,
alimentam-se, curam-se e logo partem.
Só regressam noutro verão, quando
são novamente visitados por outra
enfermidade. Deixam as despesas que
provocaram para os dedicados Espíritas
de boa vontade. Estes, sim, agem como
verdadeiros mendigos, pedindo de
casa em casa objetos usados para realizarem bazares e angariar fundos para
manutenção da Instituição, na mais
pura intenção de que estão fazendo
o máximo para ajudar o necessitado.
Necessitado? De quê?
Mais tarde, a ave de arribação
voltará sorridente, cumprimentando
a todos, pedindo novamente socorro,
e receberá de novo, mas sumirá novamente ao se sentir satisfeita, deixando
os banheiros sujos, a conta de luz a ser
paga, a água à espera, as paredes e
bancos necessitando reformas. Algumas até reclamam, exigindo bancos
estofados como viram nas igrejas reformadas no intervalo em que ficaram
distante do convívio espírita.
Todo Centro Espírita deve ser uma
Associação, segundo nosso Código Civil
em vigor. Associação é uma instituição
A
jurídica que precisa impor taxa de contribuição a cada associado ou frequentador para mantê-la, conforme diz a Lei.
Todo aquele que procura ajuda
em uma Associação (coloca-se aqui
qualquer igreja ou denominação que
valha) é convidado a associar-se, posto
que uma Associação seja fundada para
prestar socorro aos seus associados. E
é esse o objetivo jurídico de qualquer
associação existente no Brasil. Para
associar-se, como consequência, é
preciso pagar uma taxa de responsabilidade do associado, que se destina
à manutenção da casa. Como a pessoa
quer frequentar a Casa, mas não deseja
associar-se, então justo será que ela
pague a taxa de manutenção com
validade de trinta dias; de outra feita,
o associado é que estaria pagando
as despesas que não deu causa. As
despesas que o frequentador causou,
na parte material, mais uma vez lembramos, nada têm a ver com o Espiritismo;
portanto, não podemos dá-las de
graça, pois não as recebemos de graça.
Este enfoque é colocado no ponto de
vista jurídico.
O que seria condenável é se os
recursos angariados fossem usados
em benefício próprio dos dirigentes,
mas isso não ocorre. Os recursos são
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da própria Instituição, contabilizados e
nela empregados.
Temos constatado a grande precariedade que enfrentam os Centros
Espíritas de todo o Brasil. Todas as Casas
Espíritas deveriam cobrar uma taxa de
manutenção de seus associados e de
quem as frequenta, para ter uma sede
bonita, bem acabada. Mas por que não
o fazem? Certamente por medo da opinião pública. Se cobrassem, estariam
cobrando os custos materiais, e não os
recursos espirituais, nada recebendo
pelo socorro espiritual que prestam.
Por outro lado, não somos contra
se um grupo de pessoas abnegadas
resolverem se reunir, custear todas as
despesas de uma Associação para
prestar socorro a todos, indistintamente,
sem nada cobrar da parte material.
Isso depende de cada associação.
Porém, se isso ocorrer, não será bom
exemplo, pois contribuirá para que as
pessoas abastadas continuem se aproveitando da boa vontade das outras,
não aprendam a disciplinar o convívio
social perfeito, onde se deve dividir
tudo igualitariamente numa sociedade,
principalmente as despesas. Além do
mais, servirá para incentivar a omissão,
que já é praxe, e dificultar a subsistência
de inúmeros Centros Espíritas que apresentam construções velhas, toscas, feias,
sem conforto, quando merecem um
prédio de boa apresentação para divulgação da Terceira revelação de Deus.
Como dizemos anteriormente, é
algo que muitos não concordam, e
temos que respeitar as várias opiniões,
mas fica algo que devemos pensar: dar
sempre o peixe ou ensinar a pescar?
Buscar sempre e compartilhar, ou
receber e não contribuir? Dai a César o
que é de César (despesas materiais, pois
estamos encarnados) e a Deus o que é
de Deus (bênçãos, pois somos também
espíritos eternos).
Seja qual for sua posição em relação ao tema, busque sempre ser um
excelente Cristão, pois no leme de
nossas vidas está Jesus.
José Muniz de Souza é diretor-executivo
da Associação Espírita Luz de Cáritas
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Chico Xavier
“Graças a Deus,
não me lembro
de ter revidado
a menor ofensa
das inúmeras que
sofri, certamente,
objetivando,
todas elas, o meu
aprendizado, e
não me recordo
de que tenha,
conscientemente,
magoado a
quem quer que
fosse...”
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9
ensinamento
DOUTRINA
Obsessão coletiva
nas casas espíritas
Construção do reino em nós
É
Por Tiago Roosevelt
comum, nas Instituições
Espíritas, a crença de que elas
possuem proteção superior,
o que é real. No entanto, elas
também possuem inimigos naturais, afinal, Espíritos menos felizes
desaprovam, por uma questão
lógica, o trabalho de libertação da
Doutrina Espírita.
Crer que os Espíritos nos protegem e isso dispensa nossos
cuidados é ilusão, afinal, todos os
Espíritos são livres, bons e maus,
sem contar que nós, encarnados,
também.
Desta maneira, atraímos e
somos atraídos o tempo todo
por meio de nossas disposições
mentais. E da mesma forma que
os processos obsessivos podem
incluir as pessoas, podem envolver
grupos inteiros ou Centros Espíritas
completos.
Não nos esqueçamos de que
estamos em períodos de experimentação, de provas e expiações.
Certamente que cada Espírita
ao ler esse texto deve pensar:
“No meu Centro Espírita, isso não
acontece!”
Porém, o bom senso pede
cautela e análise das condições
do Centro, tanto de convivência
entre seus trabalhadores, como de
fidelidade ao que ensinam as obras
deixadas por Allan Kardec.
Vejamos o que encontramos
em O Livros dos Médiuns, no capítulo 29, item 340 sobre esse assunto:
“Assim como há Espíritos protetores
das associações, das cidades e dos
povos, Espíritos malfeitores se ligam
aos grupos, do mesmo modo que
aos indivíduos. Ligam-se, primeiramente, aos mais fracos, aos mais
acessíveis, procurando fazê-los seus
instrumentos e gradativamente
vão envolvendo os conjuntos, por
isso que tanto mais prazer maligno
experimentam, quanto maior é o
número dos que lhes caem sob
o jugo”.
Isso nada tem a ver com os
níveis sociais, culturais ou de inteligência. Aliás, quanto mais acreditamos que somos intocáveis, mais
vulneráveis ficamos, e isso serve
para indivíduos ou grupos inteiros,
lembramos.
No mesmo capítulo e item,
ainda lemos: “Se enérgica resistência
o não levar ao desânimo, a obsessão
se tornará mal contagioso, que
se manifestará nos médiuns, pela
perturbação da mediunidade, e nos
outros pela hostilidade dos sentimentos, pela perversão do senso
moral e pela turbação da harmonia”.
Dessa forma, quando apenas um
membro do Centro Espírita não está
bem, é evidência de que o mal está
por perto.
A Casa Espírita não é sua estrutura física, nem seu patrimônio
material, mas sim seus trabalhadores. Por isso não existe proteção
absoluta quando temos a liberdade
de nos ligarmos, pelo pensamento,
ao que desejamos.
Proteção real é comprometimento com o bem e como o Centro
Espírita é um elemento coletivo, a
avaliação de suas normas, procedimentos, prioridades e regras, são
fundamentais para uma prática
saudável.
Na Revista Espírita de março
de 1863, Allan Kardec escreve em
“Falsos irmãos e amigos inábeis”:
“Crer em sua própria infalibilidade,
recusar o conselho da maioria
e persistir num caminho que se
demonstra mal e comprometedor,
não é a atitude de um verdadeiro
Espírita”. Assim, divergências são
naturais, mas humildade e bom
senso para reavaliar nossa conduta
são imprescindíveis, e é preciso
sempre coragem para mudar o que
se pratica.
Cláudio Bueno da Silva
A
s verdadeiras vibrações do amor e da
fraternidade entre os
homens estão ainda
mais no plano da intelectualidade que do sentimento.
Ou seja, compreendemos a
importância do amor fraterno,
no entanto há uma distância
a percorrer entre o entendimento e a ação prática. Esse
amor que não sabemos sentir
plenamente é um projeto para
ser vivido num mundo ainda
um pouco distante para nós, e
quase utópico se avaliarmos as
condições do que somos hoje,
se prestarmos bem a atenção
naquilo que nos tem governado a
mente e na forma como vivemos. No
entanto, esse mundo de amor não é,
de forma alguma, inatingível. Estamos
caminhando em sua direção.
Jesus, com suas ideias libertadoras
e sua energia construtiva, quis abrir
espaços em nossa mente para a criação
dos fundamentos do homem de bem,
tão bem descritos por Allan Kardec em
“O Evangelho segundo o espiritismo”,
capítulo XVII, “Sede perfeitos”. Fundamentos estes que o homem vai aprendendo a “sentir” na medida em que os
compreende.
Esse crescimento interior nos lançará
ao estágio de superioridade moral e
intelectual do mundo feliz, que poderá
ser a própria Terra, no futuro, onde a
supremacia será derivada do mérito.
Aquele que se souber inferior não se
constrangerá em submeter-se à superioridade do outro, por sabê-la toda
moral, não impositiva, mas natural. O
superior tratará o inferior com caridade,
sem visar vantagem, como se vê na Terra
atual, onde uns e outros se escravizam
perpetrando uma relação de dependência mórbida.
No mundo onde o amor predomina, as ações visam o progresso
geral. Não há competição vaidosa,
a convivência é espontânea. A boa
natureza de cada um dá qualidade às
relações. A caridade está na base de
todos os atos. Não há preocupações
mesquinhas nem privilégios baseados
no interesse porque a igualdade deriva
da fraternidade.
Essas revelações feitas pelos espíritos superiores através da mediunidade
segura e confiável e que podem ser
encontradas nos livros de Allan Kardec,
servem de roteiro para enxergar o alvo a
ser atingido pela humanidade que hoje
vive na Terra, nos dois planos. Orientam
também sobre o que precisamos deixar
pelo caminho - porque não nos serve
para nada - para aportar nesse mundo
feliz que tanto almejamos: o reino de
Deus que Jesus prometeu. Reino que
está dentro e não fora de nós e que
quando construído representará a conquista sobre nós mesmos.
Um dia, quando tivermos o coração
esvaziado das mesquinharias e ilusões
que carregamos por tanto tempo,
estaremos prontos para viver o mundo
superior. Como seres livres que somos,
podemos tomar a iniciativa agora e nos
adiantar nessa tarefa, quitando o passado e ganhando méritos para o futuro,
sem precisar esperar que a humanidade
desperte antes. Somos únicos, livres e
independentes. Agindo com retidão,
princípio de justiça e sentimentos brandos, estaremos fazendo o certo e nos
aproximando desse ideal.
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na ponta da língua
A familia espírita - lar de dissenções
ou escola de aprendizado?
Antonieta de Souza Guimarães
Teixeira
P
arentesco consanguíneo ou
parentesco espiritual?
Em O Evangelho segundo
o Espiritismo, no capítulo XIV,
“Honrar pai e mãe”, temos um texto,
que nos oferece, de forma muito clara,
a diferença da família consanguínea e
da família espiritual, que, numa análise
magistral de Allan Kardec, abrangendo
como sempre uma realidade que se
nos apresenta, de forma inconteste,
abarca a reformulação do conceito
de família que vivemos hoje intensamente. Mas muitos de nós ainda não
absorvemos em nosso dia a dia...
Sabemos, pelas novas reformulações da lei brasileira, obviamente
inseridas na óptica mundial, que as
famílias diversificaram-se, tanto em sua
forma de composição, como em seu
conteúdo das relações interpessoais.
Dentro do Código Civil Brasileiro,
pela reformulação do conceito familiar
com o desmembramento do “Pátrio
Poder”, que a Constituição Federal,
“Carta Magna” da Nação, em 1988,
diversifica o poder Pátrio, que antes era
só do pai, para o casal de maneira igual,
para apenas a mãe, e, conforme o caso,
para os avós, e até tutores outorgados
pela lei.
Esse avanço trouxe vários enfoques
ao novo modelo familiar. Muitas obras
foram escritas, novos estudos sobre
as diversas “formas de composição
familiar” foram analisados e estudados.
Entretanto, na Doutrina Espírita, tais
conceitos já se pré-anunciavam desde
1857 com o lançamento de O Livro
dos Espíritos. O capítulo IV fala sobre
parentesco e filiação, especialmente
nas questões 204 e 205, em que os Espíritos explicam a Kardec a variedade de
Espíritos dos quais são constituídas as
famílias, e muitas vezes até Espíritos inimigos vêm fazer parte delas. Em 1864,
o Evangelho segundo o Espiritismo
corrobora tais revelações. A essa época,
os Espíritos já traziam essas questões à
análise e reflexão do homem, pois já
sabiam que certamente essas questões
seriam temas de grandes sofrimentos e
debates em nossa sociedade.
Hoje, a família brasileira engloba
várias formas de constituição que vão
além do modelo tradicional de pai,
mãe e filhos; temos agora: apenas mãe
e filhos; também apenas pai e filhos;
ainda pai, filhos e avós, ou mãe, filhos e
avós; ainda pai, madrasta e filhos do pai,
mais os filhos da madrasta e vice-versa;
vê-se ainda pai, mãe, filhos e namorados das filhas e ou dos filhos, que
moram juntos. Ainda é comum nos
nossos sertões e nas cidades do interior
as famílias patriarcais ou matriarcais, em
que os avós, com seus filhos e filhas,
Espírita é aquele que abraça e aceita toda e qualquer
forma de organização familiar, porque ele sabe
o quanto esse aprendizado, embora de difícil
concretização, é de suma importância para todos
nós, Espíritos caídos em busca da ascensão
netos e seus filhos e, muitas vezes, até
bisnetos; todos morando juntos, sob o
poder dos avós que frequentemente
são os donos da casa ou do terreno
em que todos se alojam.
Também começam a surgir mulheres solteiras que adotam filhos, casais
sem filhos próprios que adotam filhos;
e mais recentemente torna-se comum
em nossa sociedade casais homoafetivos (do mesmo sexo), que têm
seus próprios filhos (caso da cantora
brasileira Cássia Eller), ou que têm seus
filhos através de inseminação artificial
em barrigas de aluguel (caso do cantor
Michael Jackson), e, por fim, casais
homoafetivos que também adotam
crianças; casos constantemente mostrados, em novelas e filmes atuais.
Numa análise um pouco mais
aprofundada de tais contextos, con-
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cluímos que realmente o processo
de maturidade espiritual tem que
chegar; e esses avanços no cerne do
contexto mais apertado e dimensionado da aprendizagem humana, que
é a “família”, vêm fornecer ao Espírito
encarnado o verdadeiro sentido do
existir na troca constante de vibrações
psíquicas e espirituais. Pois é no desabrochar dessas energias constantes,
através dos choques de sentimentos
como amor, posse, revolta, ódios,
perdão, na reformulação de atitudes
vivenciadas obsoletas e, às vezes, até
preconceituosas que iremos aprender
a acelerar nosso poder dimensionador
de conviver, esquecer ofensas, negociar valores, recrudescer ou amenizar
egoísmos, abrir mão do orgulho fátuo,
aprendendo a dividir mais nossas emo-
ções e ações superiores.
E, por fim, perceberemos que todas
essas ações íntimas não serão conquistadas e desenvolvidas senão através
de muita dor, muitas lágrimas, muitas
decepções e, na maioria das vezes,
por choques emocionais profundos,
que marcarão o ser por muitas outras
encarnações. Com certeza, acrescentarão um verdadeiro desprendimento
do ser de si mesmo, favorecendo-o a
outras vivências, muito mais profundas,
em direção a grupos maiores, nos
quais o desbordar do amor universal
será vivenciado de forma natural e
progressiva, em direção à conquista
da fraternidade amorosa, exercida e
exemplificada por Jesus através de seu
ensinamento “Quem são minha mãe
e meus irmãos? Em verdade vos digo:
Que minha mãe e meus irmãos são
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todos aqueles que fazem a vontade de
meu Pai que está nos céus”.
Portanto, irmãos, o Espírita é aquele
que abraça e aceita toda e qualquer
forma de organização familiar, porque
ele sabe o quanto esse aprendizado,
embora de difícil concretização, é de
suma importância para todos nós,
Espíritos caídos em busca da ascensão
através da prática constante do amor
absoluto ao próximo e da fraternidade
mais pura, que nos faz aconchegarmos
em nossos corações essas almas que
renascem, muitas vezes, por ato de
absoluta misericórdia de Deus; para, ao
chegar a este planeta de dor, já ser arrojado ao palco das dores maiores das
ruas, instituições e abrigos de crianças
abandonadas; e que precisam ainda,
desesperadamente, de um coração
fraterno, o qual muitas vezes irão ferir e
maltratar pelos próprios desequilíbrios
que portam consigo e para os quais
vêm depurar-se através do “cadinho”
da dor a dos choques emocionais, que
só serão gerados nos grupos familiares.
Atentemo-nos, irmãos, a essa
enorme problemática da vida na Terra.
Sempre que sentirmo-nos tocados
n’alma por essas famílias extremamente atingidas pela miséria material
e humana ou por uma criança frágil e
abandonada, sem a menor perspectiva
de um amanhã menos sombrio, devemos ligar nossas antenas de amor em
ação e mergulhar nessa maravilhosa
experiência da vivência de um amor
maior, um amor que “cobre a multidão
de pecados”, como nos ensinou o
divino Mestre Jesus, em seu Evangelho
vivido por seus atos.
Sejamos nós aqueles que tem
sempre espaço n’alma e amor sincero
no coração para fazer frutificar em nós
a voz suave de nosso Mestre maior a
dizer-nos: “Só o Amor cobre a Multidão de Pecados” e, como nos ensina
a Magna Doutrina Espírita, “Fora da
Caridade e, porque não, do Amor, não
há salvação”.
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| Ciência, Filosofia e Conseqüências Morais | Edição 62 | JORNAL Universo ESPÍRITA
11
MORAL CRISTÃ
O escriba enganado
A
chava-se o Mestre em casa de
Pedro; contudo, em localidades diversas, em derredor do
grande lago, propalava-se-lhe
a Boa Nova. Comentavam-se-lhe as
preleções qual se fora ele um príncipe
desconhecido, chamado à restauração
nacionalista.
Se aparecia em público, era
apontado como revolucionário
em vias de levantar a bandeira de
antigas reivindicações e, quando
no santuário doméstico, recebia
visitas corteses e indagadoras. Não
surgiam, no entanto, tão-somente
os que vinham consultá-lo acerca de
princípios libertários, mas também
os que, inflados de superioridades,
vinham discutir os problemas da fé.
Foi assim que o escriba Datan se
acercou familiarmente dele, sobraçando rolos volumosos e guardando
ares de mistério na palavra sigilosa e
malevolente.
Fez solene preliminar, explicando
os motivos de sua vinda.
Estudara muitíssimo.
Conhecia o drama de Israel,
desde os primórdios.
Possuía velhos escritos referentes às perseguições mais remotas.
Arquivara, cuidadoso, preciosas
tradições ocultas que relatavam
os sofrimentos da raça Assíria e no
Egito. Encontrava-se em ligação com
vários remanescentes de sacerdotes
hebreus de outros séculos. Discutia,
douto e perspicaz, sobre o passado
de Moisés e Aarão na pátria dos faraós
e recolhera conhecimentos novos
com respeito à Terra da promissão.
Em virtude da inteligência inata
com que sabia tratar os problemas do
revelacionismo, declarava-se disposto
a colaborar no restabelecimento da
verdade.
Pretendia contribuir não só com o
verbo inflamado, mas também com a
bolsa do banimento sumário de todos
os exploradores do Templo.
Depois de pormenorizada exposição, que o Senhor ouviu em silêncio,
aduziu o escriba entusiasta:
– Mestre, não será indiscutível a
necessidade de reforma da fé?
– Sim... – confirmou Jesus em
comentários
Datan, extremamente loquaz,
prosseguiu:
– Venho trazer-te, pois, a minha
solidariedade sem condições. Dói-me
contemplar a Casa Divina ocupada
por ladrões e cambistas sem consciência. Sou cultivador da lei, rigorista
e intransigente. Tenho o Levítico de
cor para evitar o contato de pessoas
e alimentos imundos. Cumpro as
minhas obrigações e não suporto
a presença de quantos dilapidam o
altar sob o pretexto de protegê-lo.
Fixou expressão colérica no olhar
de raposa ferida, baixou o tom de voz,
à maneira de denunciador comum, e
anunciou, sussurrante:
– Tenho comigo a relação de todos
os lagartos e corvos que insultam o
santuário de Deus. Ser-te-ei devotado colaborador para confundi-los
e exterminá-los. Meus pergaminhos
são brasas vivas da verdade. Conheço
os que roubam do povo miserável a
benefício dos próprios romanos que
nos dominam. O Templo está cheio
de rapinagem. Há feras em forma
humana que ali devoram as riquezas
do Senhor, lendo textos sagrados.
São criaturas melosas e escarninhas,
untuosas e traidoras...
O Cristo ouvia sem qualquer palavra que lhe demonstrasse o desagrado
e, ébrio de maledicência, o visitante
desdobrou um dos rolos, fixou alguns
apontamentos e acrescentou:
– Vejamos pequena galeria de criminosos que, de imediato, precisamos
conter. O Rabino Jocanan vive cercado
de discípulos, administrando lições,
mas é proprietário de muitos palácios, conseguidos à custa de viúvas
misérrimas; é um homem asqueroso
pela sovinice a que se confia. O Rabino
Jafé, desde muito, é um explorador
de mulheres desventuradas; do átrio
da Casa de Deus para dentro é uma
ovelha, mas do átrio para fora é um
lobo insaciável. Nasson, o sacerdote,
vale-se da elevada posição que desfruta para vender, a preços infames,
touros e cabras destinados aos sacrifícios por intermédio de terceiros que
lhe enriquecem as arcas; já possui três
casas grandes, cheias de escravos, em
Cesaréia, com vastos rebanhos de
carneiros. Agiel, um dos guardas do
sagrado candeeiro, enverga túnica
respeitável durante o dia e é salteador
durante a noite; sei quantas pessoas
foram por ele assaltadas no último
ano sabático. Nenrod, o zelador do
Santo dos Santos, tem sete assassínios
nas costas; formula preces comoventes no lugar divino, mas é malfeitor
contumaz, evadido da Síria. Manassés, o explicador dos Salmos de Davi,
vende pombos a preços asfixiantes,
criando constrangimentos às mulheres imundas que buscam purificação,
de maneira a explorar lhes a boa-fé.
Gad, o fiscal de carnes impuras,
tem a casa repleta de utilidades do
santuário, que cede modicamente,
enchendo-se lhe os cofres de ouro
e prata. Efrain, o levita, que se insinua
presentemente na casa do sacerdote,
é político sagaz; a humildade fingida
lhe encobre os tenebrosos planos de
dominação.
Reparando, porém, que Jesus
se mantinha mudo, o interlocutor
interrompeu-se, fixou-o com desapontamento e concluiu:
– Senhor, aceita-me o ministério.
Estou pronto. Informaram-me de que
te dispões a fundar um novo reino
e uma nova ordem... Auxiliar-te-ei a
massacrar os impostores, renovaremos
a crença de nosso povo...
Mas, Jesus, sorrindo agora, compassivo e triste, retrucou muito calmo:
– Datan, equivocas-te, naturalmente, qual acontece a muitos outros.
A Boa Nova é de salvação. Não procuro
delatores, nem carrascos, sempre valiosos nos tribunais. Estamos buscando
simplesmente homens e mulheres que
desejam amar o próximo e ajudá-lo,
em nome de nosso Pai, a fim de que
nos façamos melhores uns para com
os outros.
O Mestre, sereno e persuasivo, ia
continuar, mas o escriba eloquente,
tão profundo no conhecimento das
vidas alheias, enrolou os pergaminhos,
apressado, franziu os lábios amarelos
de cólera inútil e atravessou a soleira
da porta sem olhar para trás.
Mensagem extraída do livro Contos
e Apólogos, cap. 30
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12 JORNAL Universo ESPÍRITA
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