Ouro - RedeAPLmineral

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MINISTÉRIO DE
MINAS E ENERGIA
OURO
Descrição: Este documento contém informações sobre as principais características físicas e químicas desse
grupo de minerais, suas aplicabilidades e formas de ocorrência.
Palavras-chave: composição química, propriedades óticas, cor, dureza, clivagem, densidade, cor, brilho,
diversidades mineralógicas, usos, ocorrências.
1.
FAMÍLIA/GRUPO: Elemento Nativo, Ouro.
2.
FÓRMULA QUÍMICA: Au
3.
COMPOSIÇÃO: Existe uma série completa de solução sólida entre o ouro e a prata e a maioria do ouro
contém alguma prata. O ouro Califórnia contém 10 a 15 por cento. Quando a prata está presente em
quantidades maiores que 20 por cento, conhece-se a liga por eletro. Podem estar presentes pequenas
quantidades de cobre e ferro, assim como traços de bismuto, chumbo, estanho, zinco, e platina. A pureza
do ouro é expressa em partes por 1000. A maioria do ouro contém aproximadamente 10 por cento de
outros metais, tendo assim uma pureza de 900. Outra forma de medir a pureza do ouro é classificando-o
em kilates (K). Neste caso o ouro totalmente puro possui 24k.
4.
CRISTALOGRAFIA: Isométrico – Classe: hexaoctaédrica.
5.
PROPRIEDADES ÓPTICAS: Anisotrópico
6.
HÁBITO: Comumente, os cristais são octaédricos, raramente mostram as faces do dodecaedro, do cubo e
do trapezoedro. Muitas vezes com hábito dendrítico (ramos de árvores). Raramente em placas, escamas
ou massas irregulares.
7.
CLIVAGEM: Não possui clivagem.
8.
DUREZA: 2,5 – 3.
9.
DENSIDADE: 15 a 19,3
10. FRATURA: Não se observa esta propriedade.
11. BRILHO: Metálico
12. COR: Amarelo do ouro a pálido, depende da percentagem de prata presente.
13. TRAÇO: Amarelo do ouro, brilhante.
14. VARIAÇÕES: Até 1983 eram conhecidos 18 minerais de ouro, dos quais o ouro nativo é o mais comum.
15. PROPRIEDADES DIAGNÓSTICAS: O ouro distingue-se de certos sulfetos amarelos (pirita e calcopirita)
e das lâminas amarelas de micas alteradas por sua maleabilidade, sua insolubilidade no ácido nítrico e sua
densidade relativa alta.
16. CONSIDERAÇÕES GERAIS: É o mais maleável e o mais dúctil dos metais, permitindo obter até 2.000
metros de fio com apenas 1 grama de metal, ou lâminas de apenas 0,0001 milímetro de espessura. Ponto
de fusão 1064,5º graus Celsius. É bom condutor de calor e eletricidade e não é afetado nem pelo ar, nem
pela maioria dos reagentes químicos. Pode-se obtê-lo a partir dos seus principais minerais-minérios, que
são ouro-nativo, krennerita, calavarita, eletro, silvanita e pirita.
Referências:
BRANCO, P. M. (1984) Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 132.
DANA, J. D.(1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ, p.__.
http://www.geology.hpg.ig.com.br/textos/ouro.html
http://artesania.criolla.vilabol.uol.com.br/saibamais.htm
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APLICAÇÕES
No campo industrial a joalheria permanece como o maior setor individual de consumo de ouro em
todo o mundo, embora as aplicações em eletrônica venham apresentando constante incremento e a
dentística ainda permaneça como uma importante aplicação em muitos países.
O grau de pureza do ouro (fineness) é dado pela proporção de ouro puro em partes por mil ou pela
relação: [1000 x (Au / Au+Ag)].
Assim o ouro nativo, de pureza 900, contém 90% de ouro, mas pode conter entre 85-95% de Au, o
restante é constituído por Ag e Cu, em geral.
A quilatagem é uma outra medida de pureza do ouro, sendo usada na classificação joalheira: 24, 22,
18, 14, 12 e 9 quilates (ct). O ouro puro tem 24 ct (100% Au). O ouro 18 tem ¾ desse metal e ¼ de
outro elemento. E assim por diante.
Grande parte do ouro empregado em joalheria é em ligas com prata, cobre e zinco, para a produção
de diversas tonalidades de ouro amerelo (18 ct), ou níquel, cobre e zinco para ouro branco (18 ct). A
maior parte desse ouro é de 14 ct. É de se verificar que tal como nos demais campos a demanda para
joalheria tem sofrido grandes variações de mercado.
*Algumas variações, ligas metálicas, do ouro:
Ouro azul: ouro 18 ct com 16% de cobre e 9% de prata;
Ouro baixo: com altas porcentagens de outros metais;
Ouro fino: ouro puro 24 ct;
Ouro cinza: ouro 18 ct com 8% de cobre e 17% de ferro branco puro;
Ouro dezoito quilates ou ouro setecentos e cinqüenta: denominação comum a todas as ligas com 75% de ouro;
Ouro quatorze quilates: liga com 58,33% de ouro;
Ouro gris: ouro 18 ct com 10% de prata, 5% de níquel e 10% de zinco;
Ouro lilás: ouro 18 ct com 25% de zinco;
Ouro marrom: ouro 18 ct com 6% de zinco e 19% de paládio;
Ouro pérola: ouro 18 ct com 10% de cobre e 15% de prata;
Ouro púrpura: ouro 18 ct com 23% de alumínio e 2% de tório;
Ouro verde: ouro 18 ct com 22,5% de prata, 1% de cobre e 1,5% de níquel ou liga contendo 78,9% de prata de
21,1% de ouro;
Ouro rosa: ouro 18 ct com 22% de cobre;
Ouro vermelhão: ouro 18 ct com 25% de cobre;
Ouro bismútico: ouro 18 ct com até 3% de bismuto;
Nas indústrias eletrônica e elétrica, o ouro é empregado como acabamento em conectores como fina
cobertura sobre paládio em contatos de relê de telefone, na fabricação de transistores e de
componentes eletrônicos, em circuitos semicondutores, circuitos impressos e em condutores de baixa
energia, assim como potenciômetros de alta resistência, válvulas termiônicas, equipamentos de
vácuo, satélites, cabos submarinos e capacitores. Tais aplicabilidades devem-se à sua densidade,
ductibilidade, condutividade térmica e elétrica, resistência à corrosão e à alta pressão e propriedades
lubrificantes.
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Outros usos incluem os das indústrias de essências para perfumarias, em tanques pressurizados de
amônia liquida, em válvulas de segurança contra altas pressões, laminação de vidros, construção civil
como pó de revestimento em cúpulas de edifícios e pilastras, na produção de aurotionalato de sódio
para o tratamento de artrite, e nas indústrias têxteis, de impressão, plásticas, cerâmica, porcelana,
fibra de vidro, cristais, em odontologia, usualmente na forma de ligas (60% ou mais de ouro) com
prata, cobre, platina e paládio, na produção de equipamentos e moldes.
Referências:
BRANCO, P. M. (1984) Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 133.
DNPM (1988). Principais depósitos minerais do Brasil. DNPM/CVRD, vol. II, p. 290-291.
OCORRÊNCIAS
Ocorre, no estado nativo, em aluviões e veios de quartzo associados às rochas intrusivas ácidas e
muito espalhado na crosta terrestre, geralmente associado ao quartzo ou à pirita. Encontrado
formando ligas naturais com cobre, alumínio, chumbo, zinco, estanho, ferro, platina e paládio,
apresentando afinidade marcante com telúrio (teluretos), bismuto e arsênio e menos com o antimônio
(antimonieto), e possivelmente com o selênio (selenieto).
A cristalização do ouro dá-se em diversas formas, como: agregados geminados ou reticulados,
dendrítica, arborescente, filiforme, esponjosa, capilar, pepitas, placas, escamas, laminas, palhetas,
ramos e partículas finíssimas.
DESCRIÇÃO DAS OCORRÊNCIAS
Embora o ouro seja um elemento raro, ele ocorre largamente distribuído na natureza em pequenas
quantidades. Geralmente é encontrado em veios que tenham relações genéticas com tipos de silicatos
de rochas ígneas. A maior parte do ouro ocorre como metal nativo.
A fonte principal do ouro são os filões hidrotermais, em veios de ouro-quartzo, onde, junto com a
pirita e outros sulfetos foram depositados por acessão de soluções contendo esses minerais. Na
superfície da Terra e próximo dela, os sulfetos contendo ouro oxidam-se naturalmente, libertando o
ouro e tornando fácil sua extração. Estes minérios são chamados “livres”, pois são facilmente
recuperados através de almagamação com mercúrio. Quando os sulfetos estão presentes, usam-se
processos de cianetação ou de cloração.
Quando os filões de ouro são submetidos à ação do tempo, o ouro liberado permanece no manto do
solo ou é transportado para riachos próximos (aluvião), formando depósitos secundários denominados
“pláceres”. Graças a sua elevada densidade, o ouro é separado do cascalho e areia por processos
mecânicos. Pode-se recuperar o ouro de aluvião pelo batimento das areias e lavagem posterior para
concentração dos minerais pesados, dos quais é fácil separar ouro. Para operações em grande escala
usam-se calhas. Lava-se a areia aurífera em calhas, onde o ouro é acumulado em travessões
estrategicamente colocados para retê-lo. Neste ponto, forma-se a amálgama com mercúrio que foi
posto atrás dos travessões. Algumas vezes, são empregados desmontes hidráulicos para remover o
cascalho das calhas. As dragas são utilizadas em muitas minerações de alúvios, onde se extraem ouro
de milhares de metros cúbicos de cascalho por dia. Algumas dragas podem operar economicamente
cascalhos, que contém, em média, mais de dez centavos de dólar, em ouro, por metro cúbico.
Entre as principais associações com outros minérios, podem ser citados:
1. Níquel-cobre em intrusões básicas estratiformes (tipo Sudbury, Canadá);
2. Sulfetos maciços contendo essencialmente Fé, Cu, Pb, e Zn em terrenos vulcano-sedimentares,
como na região de Noranda-Bathurst ou do tipo Kuroko, Japão;
3. Veios e massas polimetálicas contendo essencialmente sulfetos de Fe, Cu, Pb, e Zn em terrenos
vulcano-sedimentares, em vários cinturões vulcânicos no mundo;
4. Depósitos de Cu-Mo pórfiros;
5. Folhelhos e xistos piritosos e cupríferos e argentíferos do tipo red-bed, como na região central do
Peru;
6. Carbonatitos, África do Sul;
7. Depósitos de platinóides, África do Sul;
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8. Jazidas de areia negras, contendo magnetita, ilmenita e rutilo; e
9. Aluviões diamantíferos e estaníferos continentais.
No Brasil, ocorre nas jazidas de sulfetos de cobre da Chapada, Goiás; de Salobo, Pará; e de Camaquã,
Rio Grande do Sul; os placers diamantíferos de Diamantina, Minas Gerais, da Chapada dos Parecis e
da região do Araguaia – rio das Almas, Mato Grosso, além de muitos placers estaníferos de Rondônia
e Amazonas. Sendo os depósitos mais importantes os do Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais; AraciSerrinha, na Bahia; Crixás-Amaralina/Mara Rosa, Dianópolis, Cavalcante, em Goiás; arredores de
Cuiabá, em Mato Grosso.
*Quadrilátero Ferrífero: em geral a mineralização aurífera está disseminada em pirita, pirrotita,
arsenopirita, marcassita contida em leitos carbonáticos com quartzo, ankerita, dolomita, calcita e
anfibólio, sendo denominados de ‘LAPA SECA’, intercalados em xistos e filitos de natureza vulcânica e
sedimentares. Estudos indicam que os principais depósitos nessa região estão relacionados a
estruturas do tipo greenstone-belt;
*Araci-Serrinha: depósitos auríferos associados à uma seqüência vulcano-sedimentar que contornam
domos elípticos granito-gnáissicos;
*Crixás-Amaralina/Mara Rosa, Dianópolis, Cavalcante: depósitos auríferos associados a rochas
vulcano-sedimentares em estruturas greenstone-belt;
*Arredores de Cuiabá: depósitos auríferos tipo greenstone-belt onde o minério aparece de forma
disseminada, bandada, venulada e brechóide, todas enriquecidas em sulfetos, principalmente
calcopirita.
Site:
http://www.geology.hpg.ig.com.br/textos/ouro.html
Referências:
BRANCO, P. M. (1984) Glossário Gemológico, Ed. da UFRS, Porto Alegre, RS. p. 132.
DANA, J. D. (1978). Manual de Mineralogia, 1ª edição. 5ª revisão. Rio de Janeiro, RJ.
DNPM (1988). Principais depósitos minerais do Brasil. DNPM/CVRD, vol. II, p. 290-595.

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