Le Portugal - Jornal comunitário em Português | ABC Portuscale
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abc PORTUGAIS - FRANÇAIS AO N ~ Portuscale Não ao Acordo Ortográfico Num.18 Ano / An I 6 de Dezembro / 6 décembre 2014 • jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português • Oléoduc Énergie Est: pas de «plan B» à Cacouna, mais... Une étude examine sept autres emplacements que Cacouna pour l’oléoduc Énergie Est, dont Lévis-Est (photo). Ce secteur aurait nécessité les travaux de construction les moins dispendieux, mais le rejet du projet Rabaska par la population en 2007 semble avoir pesé contre lui. Photothèque Le Soleil, Pascal Ratthé Michel Corbeil Le Soleil (Québec) Il n’y a pas de «plan B» à Cacouna pour le port pétrolier que TransCanada Pipelines veut y construire, affirme la compagnie. Mais elle a en main une étude examinant sept autres emplacements, dont un à Lévis apparaît comme une option valable pour ses installations. Mais uma no se passou sobre uma das datas mais importantes da História Pátria. Aquela que nos garantiu, até agora, a Independência Nacional. É por assim dizer o símbolo do portuguesismo. Foi o dia em que 40 valentes conspiradores, libertaram o país e o povo, do jugo espanhol. Sem receios, contra traidores e ocupantes usurpadores, eles souberam contornar os obstáculos e ferir à morte o traidor Miguel de Vasconcelos, protector de Duquesa representante do monarca espanhol. O país recuperou assim a independência nacional. Portugal podia outra vez respirar aliviado e livre. Un rapport daté de septembre 2014 dresse une analyse détaillée de huit endroits. Les noms ont déjà circulé dans les médias au sujet du complexe qui servira de terminal de transbordement pour le pétrole, dont celui tiré des sables bitumineux de l’Alberta, que transportera l’oléoduc Énergie Est. Querem agora eliminar a data e o feriado que a acompanha. Dir-se-ia que existem outros Vasconcelos disseminados por entre gente de bem… O feriado dos feriados, o mais antigo dos feriados civis, o mais alto dos feriados patrióticos e o mais nacional de todos os nossos feriados, como alguém já lhe chamou, deve ser reposto com toda a significação que transporta. Le dossier «Méthodes alternatives pour la réalisation du projet» de pipeline en vient à la conclusion que «les sites suivants ont été éliminés dans le cadre de ce processus de sélection initiale». Le port de Québec, Saint-Nicolas, Pointe-SaintDenis, Île Verte et Île du Bic ont été jugés inadéquats. Assine a petição que se encontra na Caixa Portuguesa e no Restaurante Portuscale, fazendo assim um acto patriótico. A Pátria lhe agradecerá. Visitez Le Portugal Il s’agit de Saint-Nicolas, Lévis-Est et du port de Québec, dans la région de la capitale, de même que de Pointe-Saint-Denis, Gros-Cacouna, Île Verte, Île du Bic et Baie-des-Sables, dans l’Est, tous évidemment sur la rive sud du SaintLaurent. Des restrictions à l’utilisation de pétroliers Suezmax, qui peuvent transporter 1,1 million de tonnes de pétrole brut, servent à appuyer ce verdict dans certains cas. Des difficultés techniques à résoudre sont aussi évoquées. «On ne regarde rien d’autre» L’aménagement sur les trois emplacements restants ne pose pas de problématique insoluble. Mais Tim Duboyce, le porte-parole de TransCanada, a insisté qu’aucune alternative à l’endroit annoncé ne fait l’objet d’une réflexion. Cont. page.2 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale A Chuva e o Bom Tempo Tantas vezes vai o cântaro à fonte… 2 Não somente entre nós — igualmente em toda a Europa e até além-mar — Portugal e José Sócrates têm andado nas bocas do mundo. Pelas piores razões. E sendo Portugal um país quase totalmente virado e dependente do Turismo, digamos que esta publicidade seria bem dispensada. Todavia, neste debate turvo que envolve investigações financeiras, branqueamento de fundos consideráveis, corrupção e todo o rol de manigâncias “socretinas” que se acumularam ao longo dos anos, mesmo antes, segundo certos testemunhos, da sua posição no cargo de primeiro-ministro, é necessária coerência e lucidez. No círculo de amigos e protegidos como por entre o povo amorfo e apenas exaltável com uma jogada falhada do clube preferido, durante demasiado tempo ignorou-se ou fez-se vista grossa do paradigma fundamental: idoneidade. Ora, um membro de qualquer governo terá de ser intocável. Não pela protecção do compadrio, antes pela honestidade e transparência das suas acções. Mas, em todos os governos do Estado Português depois dos abrileiros, a mesa esteve sempre posta para os insaciáveis comensais que contribuíram na mais forte escala para a situação que prevalece e cuja solução não se vislumbra no horizonte. Têm sim, sido avançados esquemas que a nada conduzem e cada vez mais, dilapida-se o património português e a dívida não cessa de aumentar. É, como digo acima, responsabilidade de todos os governos que passaram. Não apenas do actual e também não se pode responsabilizar apenas José Sócrates. No seu caso, acreditamos que o “super” magistrado Carlos Alexandre e a sua equipa de investigadores, têm boas razões de pensar que possuem provas concludentes das traficâncias engendradas pelo antigo PM, com a colaboração de várias outras figuras conhecidas nos meios portugueses. E que agora ganham galões internacionais, devido à exponencial divulgação na imprensa internacional sobre a detenção do ex-pm e 3 dos acólitos mais próximos. Tenho para mim que Sócrates se pensava imunizado. É certo que no tempo em que foi chefe do governo, sempre manobrou para manipular a informação e a Justiça, graças aos maçónicos que colocou em lugares chave a fim de o protegerem de qualquer desvairo. E assim, confiando na sua boa estrela, entretinha no seu presépio os três reis magos que agora se encontram como ele, detidos preventivamente. A lista dos produtos da corrupção que lhe são apontados é longa. Os valores adquiridos também. Pode dizer-se que ele actuou impunemente em repetidas acções, autoritário e arrogante, convencido da sua perspicácia e capacidade de iludir, de ludibriar toda a gente. Desde o “buraco” do seu diploma em engenharia cujo exame parece ter sido feito um domingo e confirmado por velho amigo na Universidade Independente, até ao condo parisiano aonde se deslocava todas as semanas o fiel motorista levando-lhe avultadas somas em dinheiro vivo, a vida de José Sócrates tem sido uma de mentiras, de manipulações, corrupções e crápulices, que lhe permitiram acumular copiosa fortuna. Neste rosário juntam-se várias seitas de amigos que não se ficaram atrás no aproveitamento das riquezas do Estado. E esse Estado, empurrado para um beco sem saída, ficou potencialmente falido, em ruptura declarada dos avanços sociais e na consequente quebra nos rendimentos das famílias e, em especial, as de mais frágeis rendimentos. A situação hoje não é mais lustrosa. É mais a continuação do crónico sistema estabelecido, muito criticado mas jamais alterado, porque os que vêm ajeitam-se bem nos fofos das cadeiras, nos gabinetes e demais benesses. Um dia, também, confiemos, haverá um Carlos Alexandre que decidirá de chamar à pedra estes aproveitadores. Alguns dizem que pior que ter um ex-primeiro-ministro preso é ter o actual à solta... Porque se José Sócrates embarcou numa carruagem que lhe foi legada pelo antecessor, certamente a deixará a eventual sucessor se, entretanto, não vierem a lume alguns casos que andam escondidos da maioria e que farão sobressaltar a adormecida opinião pública. Relaxada e irresponsável opinião pública! Em qualquer parte do mundo, há muito que os eleitores teriam forçado a demissão desta gente em nome da sustentabilidade do Estado. Da integridade. Da independência nacional. Porém, como o povo anda anestesiado, indolente e amorfo, todos os Sócrates desta terra se ajeitam na espoliação do bem nacional e na acumulação de riquezas à conta do orçamento. Esperemos que o magistrado joga com ases na mão porque se o próximo governo for socialista, estou em crer que tudo farão para ilibar José Sócrates das suas elementares responsabilidades. É importante que o seu processo avance rapidamente e de forma clara. De contrário, arrisca-se que o ex-PM seja não só ilibado, como transformado em mártir…o que na sua teatral eloquência lhe assentaria como uma luva. No entanto, face às múltiplas traficâncias, neste vai e vem de provas e de suspeitas, tantas vezes vai o cântaro à fonte….que um dia lá deixará a asa. Confiemos. Raul Mesquita jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Cont. de la page 1 «C’est Cacouna et il n’y a pas de «plan B». Sur le plan des décisions d’affaires et de développement, il n’y a aucune discussion pour d’autres sites. On ne regarde rien d’autre.» M. Duboyce n’a pas voulu commenter pourquoi certains emplacements sont écartés tandis que Lévis-Est et Baie-des-Sables répondent aux principaux critères. Le porte-parole a indiqué qu’il ne peut savoir à quel document Le Soleil fait référence. Si des sites sont écartés, c’est sûrement sur la base d’analyse technique, s’est-il contenté de spéculer. Pétroliers et bélugas L’analyse jette un éclairage particulier sur le choix de la compagnie. L’aspect financier semble l’avoir emporté sur celui de l’environnement. Parmi les trois sites, seul Cacouna se trouve «à l’intérieur de l’habitat essentiel désigné du béluga». Les auteurs notent qu’à Lévis, «les mammifères marins ne fréquentent pas» évidemment le secteur tandis que Baie-des-Sables ne pose pas problème à «l’habitat essentiel» du béluga. Les coûts pour aménager les installations varient. Baie-des-Sables apparaît hors de prix. L’étude évalue qu’il aurait fallu 840 millions $ pour construire le terminal maritime dans la localité située près de Matane. À cela s’ajoutent plus de 675 millions $ pour le raccordement à la conduite principale, 135 kilomètres plus loin, qui doit se rendre à Saint-Jean, au Nouveau-Brunswick. Construire le complexe de transbordement à Cacouna s’élève, en comparaison, à 700 millions $. Les 40 kilomètres qui séparent cet emplacement du pipeline principal représentent un investissement de 200 millions $. Lévis-Est aurait nécessité les travaux de construction les moins dispendieux, soit 740 millions $ pour le terminal et 42 millions $ pour se rendre à la canalisation principale. Mais un facteur tout autre qu’environnemental et financier semble avoir pesé contre Lévis-Est. Les rédacteurs de l’étude rappellent «qu’il est important de mentionner que près de 70 % de la population a voté contre le projet Rabaska, en 2007». Rabaska est ce projet de Gaz Métro pour aménager un terminal de transbordement du gaz naturel destiné à l’exportation. Un mouvement d’opposition s’est fait entendre, mais tout indique que les conditions de marché pour le gaz naturel ont mis sur la glace le projet. Le port de Québec, une option «pas viable du point de vue économique» Bâtir sur les terrains du port de Québec le terminal pétrolier de TransCanada aurait représenté assurément une prouesse technique, mais aussi un «défi économique de taille», estime une étude produite en septembre pour le promoteur. Selon le rapport «Méthodes alternatives pour la réalisation du projet» Oléoduc Énergie Est, le degré de difficulté aurait été très élevé. Les auteurs précisent que «ce site n’a pas fait partie de la seconde ronde de sélection» qui a comparé huit emplacements. L’écueil le plus important tient au fait que la canalisation pour arrimer les installations portuaires au pipeline principal aurait dû repasser sous le SaintLaurent. «Le latéral devrait franchir le fleuve, ce qui représente un certain nombre de défis techniques d’importance et n’est vraisemblablement pas viable du point de vue économique.» Première «à haut risque» Le Soleil a rendu public un rapport qui présente comme une première mondiale «à haut risque» la première méthode examinée par TransCanada pour que la conduite principale du pipeline franchisse le Saint-Laurent à la hauteur de SaintAugustin. L’entreprise albertaine examine d’autres procédés qu’une traverse par «forage directionnel horizontal». Selon le dossier obtenu, l’exploitation d’un tel terminal aurait entraîné «un certain nombre de facteurs opérationnels pour assurer une navigation sécuritaire». Le recours à des remorqueurs se serait imposé pour les grands pétroliers de la classe Suezmax. «L’emplacement proposé pour le terminal créerait une grave interférence dans l’exploitation actuelle et future des quais 54 et 55», poursuivent les auteurs. Ils précisent que cela aurait nui aux plans d’expansion du port. En octobre, Le Soleil a révélé que les dirigeants de l’Administration portuaire de Québec planifient l’érection de nouvelles installations pour exporter du pétrole brut provenant des sables bitumineux de l’Ouest canadien. Le rapport de TransCanada laisse entendre que ce ne seront pas des produits pétroliers d’Oléoduc Énergie Est. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français e abc portuscale D. Sancho I, 2 roi de Portugal. 1ère dynastie ou dynastie de Bourgogne. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français développer l’économie de ces régions avec un pouvoir local - les municipales d’aujourd’hui - et, il reçut le titre de fondateur des villes, ou le repeuplement des villes. Ces chartres constituent des agglomérations bénéficiant d’une certaine autonomie, sous l’autorité de magistrats élus par l’assemblée des hommes bons - propriétaire de la ville avec un certain savoir - qui participent dans les listes électorales et élisent les membres de la municipalité. Le roi Sancho I va distribuer des terres à la population et les incite à les cultiver. Les champs abandonnés deviennent de terres de production. Les guerres entre le Portugal et le royaume de León et par les invasions des Maures, le pays est ravagé par la faim et la peste. Entre 1202 et 1207, le roi D. Sancho I, entre en conflit avec le Saint Siège et les autorités ecclésiastiques portugaises, ce que va lui valoir l’excommunication du roi par le pape Innocent III. En 1210, le roi décide de faire la paix avec l’église et se soumet à leurs exigences. Le Pape Innocent III émet de quantités de bulas pour résoudre le conflit entre Braga et Saint Jacques de Compostelle. Le roi, après avoir restauré les finances du pays, va promouvoir la culture du royaume et envoi des étudiants dans les grandes écoles étrangères ; Boulogne (3), Montpellier (2) et Paris. En 1199, le roi fonde la ville de Guarda, et 1202 fait transférer le diocèse d’Idanha-a-Velha pour Guarda, ce que donne lieu à la construction de la cathédrale (Sé) (la primitive), de Guarda, car, D. Fernando, donne l’ordre de la démolir, en conflit avec la guerre de la Castille. L’actuelle cathédrale, date de 1390, début de la construction. Les guerres avec la Castille, León, Rome et l’agression arabe dans les territoires portugais, toutes conjonctures externes, plus les catastrophes naturelles, la faim et les pestes, n’ont pas été une tâche facile pour son règne. Malgré toutes ces difficultés, D. Sancho I, a continué à enrichir son pays. Il était supérieur à celui de l’héritage de son père, D. Afonso Henriques. 3 D. Sancho I meurt le 26 mars 1211. Son tombeau se trouve au monastère de Santa Cruz à Coimbra. D. Sancho I, Le Fondateur, pour avoir fondé de nombreuses villes. Le prince Sancho est né le 11 novembre 1154, à Coimbra, fils de D. Afonso Henriques et de D. Mafalda. Le Portugal, à la recherche d’une paix durable avec la Castille et l’Aragon, le prince Sancho, se marie en 1174, avec la princesse Dulce d’Aragon (1), fille de Raimundo Berenguer, comte de Barcelone et roi d’Aragon (1). En 1170, et, à Coimbra, le prince Sancho prend le titre de chevalier, comme est la coutume dans le royaume. C’est à partir de cette année que le prince Sancho est associé au gouvernement du royaume avec son père D. Afonso Henriques. En 1178, le prince Sancho envahit l’Andalousie (1) et met à sac les environs de Séville (1), et empêche les maures de pénétrer en territoire portugais. De retour au Portugal, et à la menace des maures, le prince Sancho est envoyé à Santarém, en 1184, pour défendre la région, face aux forces arabes de Ysuf I. En 1185, à la mort de son père, le roi D. Afonso Henriques, le prince Sancho, monte sur le trône du royaume, et c’est à Coimbra qu’il est acclamé roi du Portugal, avec le titre D. Sancho I. Il maintient la ville de Coimbra, le centre du royaume et capitale. D. Sancho I, a déjà une grande expérience de la guerre, de la politique du royaume, les disputes territoriales, ce qui va faciliter la passation du pouvoir et mieux gérer et à élargir son royaume face os maures et aux royaumes de la Castille et de León. Il signait des traités de paix avec les royaumes voisins. Le nouveau roi portugais met fin aux guerres frontalières entre le Portugal et la Galice et va continuer l’expulsion des maures du territoire portugais jusqu’à l’Algarve et conquiert Silves aux maures, en 1189. Dès 1190, il se donne le titre : roi du Portugal et de l’Algarve. L’année suivante les maures conquirent à nouveau Silves, ainsi que d’autres villes conquises par son père, D. Afonso Henriques. Sancho I, va distribuer de nombreuses chartres (foral) aux villes conquises. Il va également faire de donations aux Ordres Militaires ; Templiers et Hospitaliers, en leur offrant des châteaux, contre les incursions des maures et ainsi protégeant la population qui s’installait dans les villes conquises aux maures. Dès 1186 le roi portugais va donner de concession des châteaux d’Almada, de Palmela et d’Alcácer dos Sal aux Ordres de Saint Jacques. En 1187, il va donner les châteaux d’Alcanede, d’Alpedriz et de Juromenha aux Ordres d’Évora. Sancho I, va ainsi C’est son fils, Afonso qui lui succède, avec le titre de D. Afonso II. Il y a eu plusieurs enfants légitimes et illégitimes. Parmi tous ses enfants : Fernando quitte le Portugal pour Paris, et en 1212, se marie avec Jeanne (Joana) comtesse de Flandre (4). Il restera connu en France, comme Ferdinand de Portugal. Il fut prisonnier dans la bataille de Bouvines (2) en 1214, et il, ne fut libéré qu’en 1226, avec l’intervention du pape Honoré III. L’infante Teresa se marie avec Afonso IX de León, l’infant Afonso (devenu le roi Afonso II de Portugal), se marie avec Urraca e Castille, l’infant Pedro se marie avec Aurembiaux d’Urgel, l’enfante Mafalda se marie avec Henrique I de Castille et l’enfante Berengária se marie avec Valdemar II de la Danemark. (1) (2) (3) (4) Dans l’actuelle Espagne Dans l’actuelle France Dans l’actuelle Italie Dans l’actuelle Belgique Photos : 2014-02-01 Æ Statue de D. Sancho I, à côté de la Sé de Guarda 2014-02-02 ÆSé de Guarda 2014-02-03 ÆDrapeau sous le règne de D. Afonso Henriques et une partie du règne de D. Sancho I 2014-02-04 Æ Drapeau sous le règne de D. Sancho I Manuel do Nascimento jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Lições do enólogo 7- 8 / 44 4 Prochaine edition: PALADAR jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Rosa dos Ventos Villages historiques À ne pas manquer • • • • • • • • • • parcourir les rues étroites de Piódão et y admirer les fenêtres et les portes bleues essayer un vol en parapente à Linhares da Beira goûter les « sardinhas doces de Trancoso », petits gâteaux aux amandes en forme de sardines admirer les ruines du château et de l’ancien Hôtel de Ville à Marialva et du palais Paço de Castelo Rodrigo parcourir les remparts d’Almeida construits en forme d’étoile découvrir les visages du gouverneur et de son épouse, sur deux maisons de Castelo Mendo découvrir l’histoire de Belmonte au musée interactif (Museu interativo) faire une pause près de la fontaine Chafariz da Bica à Castelo Novo et admirer l’architecture de la place apprécier les différentes phases de construction de la cathédrale d’Idanha-a-Velha ramener de Monsanto un « adufe », instrument de musique du folklore régional, ou une « marafona », poupée en tissu Castelo Rodrigo Du sommet d’une colline, le petit village de Castelo Rodrigo domine le plateau qui s’étend vers l’Espagne, à l’Est, et jusqu’à la profonde vallée du Douro, au Nord. Selon la tradition, ce fut Afonso IX de Léon qui la fonda, pour en faire don au Comte Rodrigo Gonzalez de Girón, qui la repeupla et lui donna son nom. Avec le Traité de Alcanices, signé en 1297 par D. Dinis de Portugal, roi et poète, elle devint propriété de la couronne portugaise. Castelo Rodrigo conserve les traces de quelques épisodes de dispute territoriale. Le premier eut lieu moins de cent ans après son intégration au Portugal, durant la crise dynastique de 1383-1385. D. Beatriz, unique fille de D. Fernando de Portugal était mariée au roi de Castille. Avec la mort de son père, et son accès au trône, le Portugal perdit son indépendance à la faveur de la Castille. Castelo Rodrigo prit parti pour D. Beatriz, mais D. João, Maître de Avis réussit à vaincre les castillans lors de la Bataille d’Aljubarrota, en 1385 et de ce fait il fut couronné roi du Portugal sous le nom de D. João I. En représailles les seigneurs de Castelo Rodrigo prirent parti pour la Castille, le nouveau roi ordonna que le bouclier et les armes du Portugal fussent représentées en position inversée sur le blason des armoiries. Plus tard, au XVIè siècle, quand Filipe II d’Espagne annexa la couronne Portugaise, le Gouverneur Cristóvão de Mora devint défenseur de la cause de Castille, et subit la vengeance de la population qui mit le feu à son énorme palais le 10 Décembre 1640 dès que la Restauration fut annoncée (le 1er Décembre), les ruines au sommet du mont, près du château sont les vestiges de cette ancienne histoire. Lieu de passage des pèlerins qui se rendent à Saint Jacques de Compostelle, les légendes racontent que S. Francisco de Assis aurait séjourné ici lors de son pèlerinage sur la tombe du Saint. Sa quiétude retrouvée, Castelo Rodrigo mérite une visite pour ses gloires passées, pour la beauté et la propreté du lieu, pour ses maisons intra-muros, pour son pilori manuélin et aussi pour l’émouvante image de Santiago Matamouros conservée à l’Église de Reclamador Marialva Du fait de sa splendide situation sur un mont rocheux difficile d’accès, sur la Rose des Vents rive gauche du fleuve Alva, le petit village de Marialva fut une importante forteresse au Moyen Âge. Cette même situation fut la cause de son déclin. Quand les guerres se firent avec des armes à feu, les vieux châteaux médiévaux devinrent obsolètes et perdirent leur fonction de défense et de protection des populations, qui partirent habiter hors des enceintes fortifiées des citadelles. Ville aux racines très anciennes, elle était déjà habitée au VIè siècle avant JC. par la tribu des Aravos. Elle fut successivement occupée par des Romains (qui lui donnèrent le nom de Civitas Aravorum), par des Suèves et des Arabes qui s’installèrent dans sa forteresse défensive. Ce fut Fernando Magno, roi de Léon, qui la conquit en 1063, et lui donna le nom de Malva, plus tard Marialva. On raconte aussi que le roi du Portugal, D. Afonso II aurait fait don de la ville en 1217 à une amoureuse, D. Maria Alva, qui serait à l’origine du nom du village. Le château fut réédifié par D. Sancho II du Portugal, aux environs de 1200, sur les ruines de la forteresse romanisée. C’est l’un des plus grand de la région, offrant un magnifique panorama sur la Montagne de Marofa et la région environnante. Des chaussées médiévales entourées de murs et de portes gothiques conduisent à une petite place où se trouve un élégant pilori tout en granit, du XVè siècle, l’ancienne prison et le tribunal. L’église Matrice, avec un portail manuélin, est consacrée à Saint Jacques et date du XVIè siècle. Ancienne route des pèlerins, Marialva célèbre encore le jour de l’Apôtre (25 juillet), le marché annuel de Saint Jacques. Almeida Classé village historique, Almeida est un village fortifié qui vu du ciel ressemble à une étoile de 12 branches, autant de branches que de boulevards et de ravelins qui entourent le lieu sur un périmètre de 2500 mètres. Cette notable place forte fut édifiée au XVIIè et XVIIIè siècles, autour d’un château médiéval, dans un lieu extrêmement important comme point de défense stratégique de la région, puisqu’il se trouve sur un plateau à environ 12 kms de la ligne frontière avec l’Espagne, définie par le Traité de Alcanices en 1297, date où Almeida devint portugaise. Almeida est l’un des meilleurs exemples de fortification bastionnée existante au Portugal. Cela se traduit par des murailles en pierre de taille entourées d’un vaste fossé qui rendaient difficile le passage des envahisseurs, des boulevards stratégiquement placés qui permettaient l’observation de tout le territoire alentour, trois portes ouvertes en tunnel et voûtées, de fausses portes pour tromper les envahisseurs, des prisons souterraines qui, dotées de tout le nécessaire à la survie en cas de guerre, pourraient servir d’abri à toute le population. Almeida fut, tout au long des siècles, le théâtre de luttes, parmi lesquelles se distinguent les Guerres de la Restauration (XVIIè siècle), lorsque les espagnols furent définitivement écartés du trône du Portugal, et les invasions françaises au XIXè siècle lorsque les troupes napoléoniennes l’encerclèrent durant une longue période, le château et une partie de la muraille ayant alors été gravement détruits par l’explosion d’une énorme quantité de poudre emmagasinée dans les soutes à poudre, ce qui provoqua sa reddition. À l’intérieur de la fortification, l’ensemble harmonieux de maisons, et les nombreux édifices religieux et civils éparpillés dans les rues étroites qui conservent l’atmosphère d’autres temps, méritent une visite. à suivre 5 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale Agora, o caso Sócrates faz espécie... Uma notícia auspiciosa de teor bem arrelvado... Brasilino Godinho Brasilino Godinho Estou à vontade para escrever sobre este caso, visto que bastantes vezes critiquei o político José Sócrates. Nesta manhã de 16 de Novembro de 2014, acabamos de ler no SAPO a notícia que transcrevemos em continuidade das breves considerações que vamos fazer em seguida. A prisão de José Sócrates ocorreu ontem (21 de Nov.) cerca das 22h:30’. A publicidade, o espectáculo folclórico que, de imediato, se lhe seguiu e a própria detenção, suscitam muita estranheza. Desde logo, acontecerem nesta altura em que o governo está em transe agónico. Também em coincidência com o congresso do Partido Socialista. Depois, o facto insólito de ter a detenção, no aeroporto, sido filmada pela SIC. Impressiona como as televisões estão bem informadas das acções policiais envolvendo determinadas figuras públicas. A seguir, veio o comunicado da Procuradoria-Geral da República confirmar a prisão e citando o nome de José Sócrates, mas omitindo os nomes de outros três detidos,* cujas detenções não tiveram registos de reportagem por parte das televisões. Formulo algumas pertinentes interrogações: 6 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - Porquê o nome de Sócrates foi, de chofre, mencionado e não os nomes dos outros três detidos? Não houve qualquer explicação. - Porquê a televisão marcou presença na detenção de Sócrates e não acompanhou as detenções dos outros três detidos? - Porquê, em início de investigação deste caso Sócrates, não prevaleceu o segredo de justiça? - Porquê outros indivíduos envolvidos em processos de grandes delitos não foram até agora presos? - Porquê continua a haver fugas de informação quanto a escutas e a desenvolvimentos de alguns processos? Porquê ainda não vão decorridas vinte e quatros horas sobre a detenção de José Sócrates já há jornais a publicar no Facebook detalhes do processo de acusações que pesam sobre ele? Então o processo não foi anunciado como estando sob segredo de Justiça? - Porquê tão espectacular transparência mediática com o caso de Sócrates, enquanto em outros casos como os do BPN, BPP, BES e, sobretudo, o da obscura compra dos dois submarinos que há anos está encalhado, persistem bem acauteladas as singulares opacidades? - Porquê o Estado, o Governo e a Justiça, num tempo de situação de falência das contas públicas e de indecentes cortes de vencimentos dos funcionários públicos e das pensões dos aposentados da Função Pública, não se empenham em reaver os cinco milhões de euros das luvas recebidas por anónima entidade – um facto denunciado por Ricardo Salgado, ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES)? - Porquê este desinteresse em descobrir a identidade de quem se apropriou de cinco milhões de euros do Erário – ou seja: dos dinheiros dos contribuintes? Fica-se pensando que, nesta altura, se montou um espectacular cenário mediático para entreter o público e desviar-lhe a atenção dos grandes problemas que afectam a sociedade portuguesa e de outras grandes actividades criminosas que nem minimamente são penalizadas. Dá a impressão que há algo escondido e que só se pretende causar alarido em torno de José Sócrates, talvez visando objectivos de natureza política/partidária, com especial incidência no Partido Socialista. Se bem julgo - e os usos e costumes do Estado a que chegámos, geralmente, são concordantes com as minhas previsões – estão os portugueses perante mais alguns mistérios, dos muitos que têm marcado o dia-a-dia da sociedade portuguesa contemporânea. Merece realce o facto de que começa mal o desenrolar desta narrativa – utilizando a expressão usada por José Sócrates nalgumas intervenções televisivas. Porém, faça-se Justiça! Se é que ela existe e ainda se consegue impor neste Estado português a que chegámos; o qual, não é de Direito, como temos assinalado nas nossas crónicas dos últimos anos. Para já todos, leitores descomprometidos, atentos, à uma, digamos: Aqui há gato! Que além de estar escondido até tem o cuidado de não mostrar o rabo... Não vá alguém pisá-lo e o Diabo tecê-las... * Esta manhã, doze horas após a divulgação do comunicado da Procuradoria Geral da República, foi dada informação sobre as identidades dos três outros detidos. Só que pecou por tardia. Diferente teria sido o sentido informativo (e a configuração interpretativa) se tivesse ocorrido, em simultâneo, através do comunicado feito. Há a destacar que se trata de uma informação que dá ideia de ser auspiciosa para Miguel Relvas, deixando antever que afinal: “Tudo como dantes, quartel general em Abrantes”. O leitor fica a compreender que, apesar dos nove meses (quando se antevia um breve desfecho) de gestação de um processo de averiguações sobre a famigerada licenciatura arrelvada de Miguel Relvas, ainda não se vislumbra o nascimento do ser que virá à luz do dia. Fica o receio de que, com parto tão difícil, o nascituro seja um nada-morto – como já indicia a notícia e que a acontecer, trará um grande alívio e satisfação a Relvas. E não só... Ficarão inegavelmente abertas as possibilidades de proliferarem como cogumelos, em matas transmontanas, as licenciaturas arrelvadas das rapaziadas das jotas. Desde logo, o campo - de tão bem adubado - estará propício a grandes e proveitosas colheitas. Também o país ficará assim mais apetrechado para prosseguir o aproveitamento da riqueza decorrente dos saberes de jovens super dotados e melhor licenciados que, rapidamente, ascendem a ministros e (ou) a posições de especialistas e de chefia dos esplendorosos gabinetes ministeriais e das prestigiadas comissões parlamentares. Pelos vistos, resta aos estupefactos indígenas esperar pela pancada... Juíza nega acesso ao processo da licenciatura de Relvas Ana Petronilho [email protected] Juíza impede jornalistas e advogados de consultar o processo. Especialistas dizem que a decisão, ainda que legal, é “juridicamente errada” e pouco fundamentada. A juíza, que tem em mãos há nove meses o processo administrativo que envolve a Universidade Lusófona sobre alegadas irregularidades na licenciatura de Miguel Relvas, nega o acesso ao processo. A decisão da juíza é fundamentada no artigo 164º do Código de Processo Civil (CPC), pela “circunstância de os autos conterem dados pessoais respeitantes a uma das partes”, ou seja, a Miguel Relvas. O indeferimento da juíza Isabel Portela Costa chegou ontem ao Económico, – num despacho com data de 10 de Março – três meses depois de o Económico ter pedido para consultar o processo, que não está em segredo de justiça. E o indeferimento estende-se a jornalistas e advogados. No documento lê-se ainda que “quanto aos pedidos de informação e esclarecimentos, indeferemse, também, uma vez que a lei não prevê que o Tribunal preste, a quem não é parte, quaisquer esclarecimentos ou informações sobre processos judiciais em curso”. Mas esta é uma decisão que os especialistas ouvidos pelo Económico contestam e dizem não ser suficientemente fundamentada. Ora, segundo o artigo 164º do CPC, invocado pela magistrada do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa, “o acesso aos autos é limitado nos casos em que a divulgação do seu conteúdo possa causar dano à dignidade das pessoas, à intimidade da vida privada ou familiar ou à moral pública, ou pôr em causa a eficácia da decisão a proferir”. O mesmo artigo prevê que pode ser barrado o acesso a processos “de anulação de casamento, divórcio, separação de pessoas e bens e os que respeitem ao estabelecimento ou impugnação de paternidade”. Segundo os especialistas ouvidos pelo Económico,a decisão de Isabel Portela Costa pode ser “juridicamente errada, mas não será ilegal”. Isto porque “a situação em apreço não parece enquadrar-se em nenhum destes conceitos”. Mais: os especialistas defendem que a juíza deveria ter fundamentado melhor as razões porque nega a consulta do processo. Para João Luís Traça, sócio da Miranda, “a boa administração da justiça provavelmente justificaria um despacho mais detalhado sobre os fundamentos”. O processo em causa pode resultar na anulação da licenciatura de três anos do ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, que foi concluída em apenas um ano. A investigação do Ministério Público fechou a 21 de Fevereiro deste ano, véspera do último congresso do PSD onde foi anunciado o regresso de Relvas à política activa, e chegou à juíza seis dias depois. Ainda não há uma data prevista para a decisão e, ao Económico, o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais justifica o atraso da juíza – que tinha três meses para proferir decisão – dizendo que a magistrada tem “um elevado número de processos (...) muitos deles mais antigos”. (Fim de transcrição) jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français L’ultime combat de Jean Doré Il s’accroche, même si sa vie vient de prendre une tangente mortelle. «Je ne pouvais pas m’effondrer devant ma femme et mes enfants.» L’ex-maire de Montréal Jean Doré est atteint d’un cancer du pancréas. En septembre, il a appris que sa maladie était incurable. Jean Doré se tait. Il a des larmes dans la voix et dans les yeux. Il est ému, chaviré. Il ne craquera qu’une fois pendant les deux heures d’entrevue. Le reste du temps, il parlera avec sa verve légendaire et son habituelle passion. Nous sommes dans la cuisine de son petit appartement de la rue Saint-Norbert, en plein cœur du centre-ville de Montréal. Dehors, il neige, la première bordée de l’hiver. Une neige lourde qui fond en s’écrasant sur l’asphalte mouillé. Jean Doré a perdu 50 livres et tous ses cheveux, lui qui était connu pour sa célèbre tignasse. Il a conservé sa carrure, ses épaules larges, mais sa charpente s’est affaissée, fragilisée sous les coups agressifs de la chimiothérapie. Une chimio palliative et non curative. Il peut étirer son espérance de vie, voler du temps, grignoter des mois, 18, 36 si tout va bien. Et prier pour que la science découvre rapidement un remède. Le cancer, un mot qui donne le vertige. Le verdict a assommé, puis révolté Jean Doré. «J’ai eu un moment de rage dans les jours qui ont suivi le diagnostic. Je venais de passer le plus bel été de ma vie, j’étais en pleine forme, pis là, paf! T’es pogné avec un cancer! Mon père est mort à 94 ans, mon grand-père à 93. J’ai tiré le mauvais numéro. Pourquoi moi, tabarnac?» Il a vu un psychologue de l’hôpital Saint-Luc. Sa femme et ses filles de 28 et 40 ans aussi. Toute la famille l’a consulté, seul ou en groupe. «Il nous apprend comment se préparer à mourir et comment aider les proches à accepter la mort. Quand on est atteint, il ne faut pas rester seul. Le psychologue m’a permis de me libérer, de sortir ma peine, d’exprimer mes peurs et le sentiment d’injustice.» PHOTO MARCO CAMPANOZZI, LA PRESSE Ma Presse Michèle Ouimet La Presse À 69 ans, Jean Doré livre son ultime combat, celui contre le cancer du pancréas. Maire de Montréal de 1986 à 1994, il a chassé du pouvoir le Parti civique de Jean Drapeau. Il s’est battu pour dépoussiérer Montréal et lui insuffler une vie démocratique. Doré est un battant. La Presse l’a rencontré. En 1990, Jean Doré est réélu à la mairie de Montréal avec 59% des voix. Hôpital Saint-Luc, 17 septembre. Jean Doré fixe l’horloge sur le mur. L’opération doit durer six ou sept heures. Il calcule: il devrait se réveiller vers 18h, débarrassé des métastases qui squattent son pancréas. Le cancer. Il est encore sous le choc. Pendant l’été, il avait joué au tennis trois fois par semaine, a fait de la bicyclette et il s’était débarrassé de son embonpoint. «Crisse! J’étais en pleine forme, raconte Jean Doré. Pis là, je me ramasse sur un lit d’hôpital, j’ai de la misère à me lever, je dois réapprendre à marcher droit et j’ai 50 broches qui me vont des seins au nombril!» Deux semaines plus tôt, il avait passé un bilan de santé. La grande forme pour un homme de 69 ans, même pas de cholestérol. Puis, les premiers symptômes sont apparus. «Je jouais à la pétanque avec un ami médecin. Je lui ai dit que mon pipi était jaune orange et mes selles, blanches. Il m’a averti: «C’est sérieux.» Le lundi matin, je rentrais à l’hôpital pour passer des tests.» Le diagnostic tombe le 16 août: cancer du pancréas, un cancer silencieux, indétectable, qui se développait depuis deux ans et demi. Le médecin croit que les métastases n’ont touché que la tête du pancréas. Il est «opérable». Jean Doré est optimiste. Le 17 septembre, il fixe donc l’horloge et se dit que tout sera terminé vers 18h. Mais les choses ne tournent pas comme il l’avait imaginé. Il se réveille à 14h, beaucoup trop tôt. Il est inquiet. «Je me suis dit: «Ils m’ont ouvert, puis refermé sans m’opérer, c’est incurable».» On le transporte dans sa chambre. Quand il voit le visage décomposé de sa femme et de ses deux filles, ses doutes se confirment. Aujourd’hui, Jean Doré est serein. Il canalise toute son énergie dans son ultime combat, celui de sa vie. «Je vis d’espoir grâce au soutien de mes proches.» Il suit religieusement sa chimiothérapie: trois semaines de traitement, suivies d’une semaine de repos. Il respectera ce rythme jusqu’en avril. Après, tout sera réévalué: la réaction de son corps, la résistance des métastases, son espérance de vie. «Il ne faut pas perdre espoir, je dois garder l’esprit positif. Il faut que je retrouve ma forme, mon énergie et la sérénité pour mener mon combat. Peut-être que la science va progresser.» Il doit manger pour ne pas perdre trop de poids, même s’il n’a pas faim. Il fume parfois un peu de pot pour stimuler son appétit. «Je pèse 175 livres. Je suis à la limite.» Il a sauté un traitement de chimio parce que son système immunitaire était trop affaibli. Il est parti à sa maison de campagne pour chasser son cafard. «J’ai préparé les affaires de Noël. Je m’en occupais avec beaucoup d’intensité. Je mordais là-dedans. J’ai le goût que ça continue.» Jean Doré mène son combat quotidien: monter les 50 marches qui mènent à son logement en reprenant son souffle à chaque palier, dormir, manger, garder le moral, vivre et survivre en espérant que la science fasse le reste. En quelques dates: 1944 Jean Doré est né le 12 décembre 1944 dans le quartier Centre-Sud. 1967 Il est élu président de l’Association générale des étudiants de l’Université de Montréal. À la fin des années 60, il obtient une licence en droit. 1982 Il devient chef du Rassemblement des citoyens de Montréal (RCM). Aux élections du 14 novembre 1982, il fait élire 15 conseillers sur 54. 1986 Il est élu avec 70% des voix et remporte 55 des 58 postes de conseillers. 1990 Il est réélu avec 59% des voix. «Elles étaient effondrées, se rappelle Jean Doré. Elles se disaient que leur père allait mourir.» 1994 Il est battu par Pierre Bourque. Les métastases ont envahi son pancréas et quelques-unes ont atteint son foie. Son intuition était juste, son cancer est incurable. Il a mal partout. L’opération l’a épuisé. «C’est comme si un camion de 15 tonnes était passé sur mon corps. Ça fait mal.» 1998 Il tente un retour en politique avec un nouveau parti, Équipe Montréal. Il est battu à plate couture. Seuls deux conseillers sont élus. Pierre Bourque conserve le pouvoir. 7 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Comunicado IDP 25/11/2014 A Europa precisa da NATO? Alexandre Reis Rodrigues Ninguém está acima da Lei A luta contra a corrupção está na ordem do dia em todas as democracias europeias. Em Portugal, se mais fosse preciso, a detenção em circunstâncias gravosas e a prisão preventiva em 24 de Novembro do ex-primeiro ministro José Sócrates, tornou a corrupção em tema político central, seja qual for a verdade dos factos que vier a ser apurada. Os eventuais crimes de uma figura pública são um tema que tem de ser discutido, e o IDP apoia incondicionalmente quem se encontra encarregado de aplicar a justiça. Quando os factos que levam à detenção de figuras públicas são relevantes e consistentes para suportar a acusação, tudo deve ser feito para contrariar a ação de quem pretende branquear previamente o incriminado. O ex-primeiro ministro José Sócrates chegou a recolher 2.6 milhões de votos em eleições legislativas Quantos milhões dessas pessoas se sentem legitimamente enganadas, não sabemos. Mas sabe o IDP que qualquer pessoa de bem quer saber se ele praticou ou não os factos agora imputados. Os eventuais apoiantes de José Sócrates tudo farão para diminuir a credibilidade da acusação com o intuito de enfraquecer a sentença que se seguirá da verdade dos factos que vierem a ser apurados. E mesmo os adversários políticos diretos de José Sócrates têm razões penosas para silenciar o facto. Efectivamente - salienta o IDP - os factos que suportam a acusação contra o antigo PM, são comuns a políticos de outros partidos do chamado arco da governação. Este facto explica o aproveitamento mínimo que esses partidos estão a fazer do caso. Na verdade, não será de estranhar que alguns elementos, nomeadamente ex-presidentes de partido agora no poder, sigam a mesma sorte do antigo PM,. 8 Alerta o IDP que iremos assistir, nas próximas semanas e meses, a estratégias políticas que terão por objectivo distinguir entre políticos com carácter e sem carácter. Essas estratégias irão reconfigurar o discurso dos partidos do arco da governação, já muito fragilizados por escândalos sucessivos. Os líderes partidários do arco da governação terão de gerir as respectivas imagens, chegando mesmo a afastar elementos proeminentes que lhes asseguraram a chegada à liderança. Alerta ainda o IDP que os processos em curso sobre os casos Montebranco, Vistos Gold, Submarinos e outros, indicam que há novas figuras de proa a serem implicadas em breve, nomeadamente o vice-primeiro ministro e o antigo presidente do Conselho de Administração do BES que se sabe irá atacar a entidade reguladora bancária e, indirectamente, o Governo. Contrariando a fábrica de rumores que irá aturdir o país nas próximas semanas, adverte o IDP que os cidadãos se devem manter confiantes em quem se encontra encarregado de aplicar a justiça. Lisboa, 25 de Novembro de 2014 A Direção do IDP A pergunta pode parecer provocativa, inoportuna ou mesmo não fazer sentido, principalmente à luz da situação na Ucrânia e das recentes demonstrações do poder aéreo russo no espaço europeu, que alguns consideraram manobras de intimidação muito preocupantes, eventualmente sinais de um regresso à Guerra Fria, Pacto de Varsóvia, etc. No entanto, na minha perspectiva, se é uma pergunta provocativa será apenas pela forma como está formulada. Não pela essência da questão que levanta, que tem por detrás a preocupação de indagar se a actual NATO, tal como está a funcionar, é o que melhor serve os interesses europeus. É óbvio que a Europa precisa de uma aliança que corporize um estreito relacionamento com os EUA, mas a base em que assenta o actual, muito marcado por um acentuado desequilíbrio dos contributos militares dados pelas duas margens do Atlântico - que aliás continua a acentuar-se - não serve o propósito de manutenção da Aliança no nível de credibilidade que manteve na Guerra Fria. Está a servir apenas para dispensar os europeus de assumirem a sua quota de responsabilidades. Este é um efeito perverso que é preciso combater, talvez tentando responder à pergunta sobre “que fariam os europeus se não existisse a NATO”? A situação mantém-se porque é financeiramente atractiva para a Europa mas tem custos políticos pesados com que ninguém se parece preocupar, possivelmente porque afecta todos e nenhum em particular. Coloca os europeus numa posição de subserviência militar que, curiosamente, não se verifica em mais nenhuma área do relacionamento transatlântico e leva a confundir a NATO com os EUA, devido a uma presença política excessiva da potência líder. Esta condição não facilita a penetração da organização em algumas regiões, como é o caso, por exemplo, do Atlântico Sul. Facilita o arrastamento da NATO para empreendimentos e políticas que precisariam de ser mais temperadas pelos interesses europeus como foi o caso da tentativa americana de fazer aceitar o ingresso da Ucrânia e da Geórgia na NATO, processo parado no último instante pela Alemanha e França, mas que ficou mal resolvido com a manutenção de uma promessa de futuro ingresso. Como já tinha acontecido no caso da Geórgia, Moscovo aguardava apenas uma oportunidade de complementar com uma intervenção militar a indisponibilidade política que já tinha mostrado para aceitar qualquer cedência no caso da Ucrânia, que considera uma área quase sagrada de influência, como o território por onde no passado a Rússia foi várias vezes invadida. Por coincidência ou não, foram precisamente esses dois países que vieram a ser invadidos pela Rússia, o que, de momento, constitui a essência da crise de relacionamento com Moscovo. Infelizmente, a decisão da NATO na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, em Setembro, em resposta a esta situação só veio a dar razões a Putin de que não precisa de se preocupar com a NATO. O saldo das medidas tomadas não foram JDRI • Jornal de Defesa e Relações Internacionais •www.jornaldefesa.pt, além de algumas iniciativas militares de natureza simbólica, mas que mesmo assim aguardam validação em Fevereiro em cimeira de ministros da defesa, e da renovação do compromisso antigo, mas nunca honrado, de fazer crescer os orçamentos de defesa para 2% do PIB, no espaço de dez anos! Num ambiente de segurança que quase não tem pontos comuns com o da Guerra Fria - não obstante a actual postura da Rússia sugerir a ideia de um regresso ao passado -, a NATO não pode continuar a tentar manter-se organizada nas bases em que funcionou durante a Guerra Fria, isto é, assente quase apenas no potencial militar dos EUA, e em especial no seu arsenal nuclear. Isso deixou de ser possível por várias razões. Em primeiro lugar, porque tendo a Europa deixado de estar no centro das preocupações estratégicas dos EUA, a tendência que se acentua é estes esperarem que as crises sejam resolvidas localmente pelos primeiramente visados, como aconteceu, por exemplo, na crise Líbia. Em segundo lugar, porque, presentemente, há diferenças de interesses e de maneiras de encarar a solução para os desafios que se põem e a isso deve corresponder uma capacidade autónoma da Europa para os resolver. Posto isto, eu diria, em resposta à pergunta que constitui o título deste artigo, que se a NATO continua a servir para os europeus não terem que assumir a linha da frente da sua própria segurança então a Aliança está a ter uma função que compromete o seu futuro e a própria segurança da Europa. Já não sendo militarmente útil aos EUA, porque os europeus não se mostram capazes de dar uma contribuição relevante, deixará também de ser útil à Europa, apesar de continuar a ser necessária. abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Beethoven 9 Symphonies: O Mensch, gib acht! “Paris en perspectives”- dans la Galerie Entre les Lumières et la Révolution (6CD) «Ici pour l’instant» jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Compositeurs: Beethoven, Ludwig van Interprètes: Orchestre symphonique de Montréal (OSM), | Nagano, Kent | Pieczonka, Adrianne | Wall, Erin | Fujimura, Mihoko | O’Neill, Simon | Petrenko, Mikhail D’un « nouveau chemin » à un homme nouveau… Introduction par Kent Nagano Lorsque nous parlons aujourd’hui de « musique classique », particulièrement lorsque nous pensons à des compositeurs tels Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart et Ludwig van Beethoven, se forme alors l’image d’un âge d’or de la culture. Cette représentation est encore renforcée par les noms illustres d’artistes peintres ou d’auteurs qui viennent à l’esprit et donnent à cette époque un éclat sans pareil. Or si nous regardons cette période de plus près, particulièrement les années 1800-1830 qui furent celles de la principale période d’activité et de création de Beethoven, l’image qui se profile n’est assurément pas si «dorée» Ces années furent celles de complets bouleversements politiques, sociaux et intellectuels ; ce furent les années où la Révolution française de 1789 et ses conséquences sanglantes, terrifiantes, jetèrent l’Europe dans un grand trouble. Des années où l’arrivée de Napoléon Bonaparte offrit un rayon d’espoir au monde, vite replongé dans les guerres et l’asservissement, les hommes dans la misère et la confusion face à leur avenir. De nouveaux rapports de forces se développèrent à différents niveaux. L’ordre politique en Europe fut réajusté : les rapports anciens que l’on croyait dépassés, révolus, furent restaurés. L’idée « nationale » suscita une dynamique propre dont il était à ce stade encore impossible de connaître les conséquences. Le jeu des forces sociales intérieures et le nouvel ordre en Europe provoquèrent des transformations significatives dans l’expérience et les valeurs humaines. Une nouvelle image de l’homme, une nouvelle représentation de la société et du monde se forma dans la conscience des contemporains – reposant sur les thèmes hérités des lumières et désormais nouvellement appréhendés : la liberté, le progrès, l’autodétermination, le courage et la responsabilité tout comme la dignité et le bonheur. C’est pour cette nouvelle humanité que Beethoven composa sa musique ; il y vit son devoir d’artiste et la vérité de son art. L’idée d’une nouvelle humanité, d’une société nouvelle et d’un nouveau chemin à parcourir guida le compositeur, lui dicta la trame des pensées musicales que livra sa plume. C’est particulièrement vrai au regard de ses neuf symphonies. Dès sa première symphonie, qu’il commença en 1799, Beethoven établit la symphonie comme genre type d’une œuvre complexe, dont les quatre mouvements se distinguent chacun par une atmosphère et un caractère distincts, formant un tout grâce à leur complémentarité et leurs liens réciproques. Il est frappant que Beethoven soit fondamentalement resté attaché aux traditions établies par Haydn et Mozart ; il les a prises comme point de départ pour mieux s’en éloigner ensuite. Il en a repris les caractéristiques extérieures, mais en a transformé la « signification » dans le détail et dans l’ensemble de l’œuvre. Beethoven a composé neuf symphonies ; chacune d’elle possède un caractère si singulier, que nous préférons renoncer à une description d’ordre général. Avec elles, au travers d’elles, Beethoven donne de nouvelles dimensions, de nouvelles qualités à la musique orchestrale, et pose par là de nouvelles exigences face aux habitudes d’écoute du public. L’on y trouve une réflexion, des sensations, un esprit constructif dominant, une atmosphère comme des émotions – autant de qualités entrelacées d’une manière alors radicalement nouvelle. Elles sont l’expression d’une conscience cherchant à saisir les choses de ce monde et envisageant le monde dans un processus d’évolution. Ce processus tend vers un but : l’idée d’une humanité meilleure. Ces symphonies instaurent un nouveau rapport entre la musique et le public, entre les artistes et le public, créant dès lors une nouvelle compréhension de l’art de la musique dans la société. Une pratique nouvelle de la culture est de cette manière engagée, une pratique qui replace les œuvres jadis créées dans la lumière de rapports actuels – ce qu’elle doit faire, toujours et encore, pour mettre ces œuvres en résonance avec la dimension existentielle de nos expériences humaines. Maria Fernanda Pinto Première exposition de photos d’une jeune femme, d’origine portugaise. Sandra-Isabel est née à Faro, en Algarve et y a vécu jusqu’à l’âge de 24 ans. Ensuite elle est venue rejoindre sa famille à Paris, où elle vit désormais et travaille comme gardienne d’immeuble à Paris, dans le 11ème arrondissement. Sandra-Isabel aime Paris, “même si la vie n’est pas toujours facile, j’ai un assez bon contact avec les gens, j’aime y faire la fête et de longues balades...” nous dit la photographe.Elle a toujours aimé et pratiqué la photo avec passion, mais depuis 5 ans elle s’y intéresse plus sérieusement. Ses photos nous parlent d’eau, de ciel, de reflets et surtout de mises en perspectives. Sandra Isabel photographie aussi des concerts (jazz, reggae, chanson française, etc.), dont elle considère le résultat surprenant! Cette première exposition, lui faisait un peu peur mais le dynamisme de la jeune Galerie “Ici pour l’instant” et la sympathie d’Olivier Dacher,* son propriétaire, lui ont donné le courage nécessaire. Durant 15 jours, en novembre, Sandra-Isabel y exposera ses photographies. Alerté par le “Journal du Dimanche” qui a fait un article sur Sandra Isabel, le programme “Les grosses têtes” d’RTL lui a téléphoné et Laurent Ruquier l’a interviewée en direct ; la radio Alfa (radio portugaise de Paris) et la Radio Télévision Portugaise – RTP, ont fait de même. * Olivier Dacher, diplômé en Droit Public à La Sorbonne”, s’est retourné vers les Arts, a fait l’École des Gobelins, a fréquenté aussi l’École de gravure Duperré et ouvert cette année, son atelier-galerie, «Ici pour l’instant», où il pratique le Dessin et la Gravure et expose ses œuvres. Il y présente régulièrement d’autres artistes. Atelier/Galerie «Ici pour l’instant» 158, rue de Charreton, 75012 Paris 9 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français TEMPO DE POESIA - VI LUÍS VAZ DE CAMÕES Escolha de Isabel Meyrelles Colaboração de Maria Fernanda Pinto Era filho único de Simão Vaz de Camões e de D. Ana de Sá e Macedo. Pouco se sabe com certeza sobre a sua vida, salvo que é um poeta conhecido no mundo inteiro. Aparentemente nasceu em Lisboa em 524, e faleceu nesta mesma cidade em Junho de 580. Sobre a sua infância tudo é conjectura mas, ainda jovem, consta ter recebido uma sólida educação nos moldes clássicos, na Universidade de Coimbra, dominando o latim e conhecendo a Literatura e a História antigas e modernas. Certos literatas comparam «Os Lusíadas» à «Odisseia » de Homero, como sendo também uma epopeia. Luís de Camões partiu para África, Ceuta, como soldado e aí num combate, ficou cego de um olho, como se vê nos desenhos da época. Voltou a Lisboa, foi recebido na corte que frequentou regularmente. O amor 10 Camões declamando para D. Sebastião Aconteceram-lhe mil peripécias, boas e más e partiu de novo como soldado para a Índia e para Macau. Uma grande parte de «Os Lusíadas» já estava escrita quando o barco onde ele ia naufragou no delta do Mékong : Luís de Camões, conseguiu a nado, salvar o manuscrito levantando-o com uma mão, nadando com o outro braço. Viveu miseravelmente em Goa e conseguiu voltar a Portugal com a ajuda de amigos. Publicou «Os Lusíadas» em 572 e faleceu entre 579 e 580, na maior miséria. Luís de Camões, foi sepultado na Igreja de Santa Ana, destruída depois com o terramoto de 755. A riqueza da sua obra, «Os Lusíadas» inclusos, faz com que ele seja o mais exímio poeta português. Amor, com a esperança já perdida. Teu soberano templo visitei; Por sinal do naufrágio que passei, Em lugar dos vestidos, pus a vida. Que queres mais de mim, que destruída Me tens a glória toda que alcancei? Não cuides de forçar-me; que não sei Tornar a entrar onde não há saída. Vês aqui alma, vida e esperança, Despojos doces de meu bem passado, Enquanto o quis aquela que eu adoro. Nelas podes tomar de mim vinganças ; e, se inda não está de mim vingado, Contenta-te co’as lágrimas que choro. Amor é fogo que arde sem se ver ; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É quere estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade. Se tão contrário a si é o mesmo Amor? A Ilha dos Amores O velho do Restelo Transforma-se o amador na cousa amada, Por virtude do muito imaginar; Nâo tenho logo mais que desejar, Pois em mim tenho a parte desejada. Se nela esta minha alma transformada. Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar, Pois consigo tal alma está liada. Mas esta linda e pura sem ideia, Que, como o acidente em eu sujeito, Assim com a alma minha se conforma. Está no pensamento como ideia ; [E] o vivo e puro amor de que sou feito, Como a matéria simples busca a forma. O dia em que nasci moura e pereça, Não o queria jamais o tempo dar; Não torne mais ao Mundo, e, se tornar. Eclipse nesse passe o Sol padeça. A luz Ihe falte, o Sol se [Ihe] escureça, Mostre o Mundo sinais de se acabar, Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça. As pessoas pasmadas, de ignorantes. As lágrimas no rosto, a cor perdida, cuidem que o Mundo já se destruiu. O gente temerosa, não te espantes, Que este dia deitou ao Mundo a vida Mais desgraçada que jamais se viu! jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français “L’envers de la Réalité” Exposition de l’Art Surréaliste au Consulat Général du Portugal à Paris Dans une réalisation du Consulat Général du Portugal à Paris et de la GAPP (Galerie d'Art Portugal Presente), des sculptures de Isabel Meyrelles et peintures de Santiago Ribeiro, basées dans le Surréalisme, vont être présentées au public du 4 décembre au 8 janvier 2015. Certaines personnes disent que le surréalisme est finit, mais ce n’est pas exact. Il est le mouvement le plus lié à l’imagination, toujours vivant et appartenant à tout le monde artistique et littéraire, comment peut-il disparaître ? Il y a de plus en plus d’amateurs, adorateurs inconditionnels de ce courant de liberté. D’ailleurs le surréalisme portugais, peut-être en raison de sa propre nature, est le lien inextricable entre la poésie et la peinture. Le Surréalisme, né après la première Guerre Mondiale, est caractérisé par son opposition à toutes conventions sociales, logiques et morales. C’est un mouvement autant littéraire qu’artistique du début du XXème siècle, où prime le rêve, l’instinct, le désir et la révolte, visant à libérer la création de toute contrainte et de toute logique, comme le sentait André Breton, qui était surtout désireux de garder la pureté originale du mouvement. Le Surréalisme par la parole, la peinture, la sculpture continue pour tous, comme la vie – insistante, concrète, quotidienne, réelle, prouve que «le surréalisme international» est toujours vivant! L’exposition “L’envers de la Réalité” à Paris, berceau de ce mouvement , est la preuve que le “surréalisme international”, continue aussi, bien vivant. O Cônsul de Portugal, o artista Santiago Ribeiro e Maria Fernanda Pinto, nossa colaboradora em Paris. “L’envers de la Réalité” aura lieu au Consulat Général du Portugal à Paris avec Isabel Meyrelles et Santiago Ribeiro. Le Prof. Aníbal Pinto de Castro (Fundação Cupertino de Miranda) a dit que, Isabel Meyrelles est sans doute un exemple de vitalité esthétique; douée d’une haute créativité, très indépendante de critères et options, bien dans la lignée de André Breton et Cruzeiro Seixas, elle a réussi a exprimer son monde intérieur par la maîtrise de la parole et le sens des formes des Arts Plastiques. La poésie fait aussi partie intégrante de sa vie, elle a écrit plusieurs livres et Anthologies de poésie. Selon l’écrivant et poète António Arnaut, la peinture de Santiago Ribeiro nous donne le réel et le fictif, l’irréel et sa pénombre, le mouvement et son hyperbole, tel que le goût du semeur qui caresse son champ cultivé. Si son trait est surréaliste comme ses tableaux nous montrent, dans un juste équilibre de couleurs, il y a une autre réalité, comme si les figures qui nous interpellent fussent nos propres ombres, levées du fond de notre mémoire. Isabel Meyrelles habite à Paris depuis 1950, où elle a créé la plus grande partie de son œuvre artistique. Elle va souvent au Portugal, où elle expose régulièrement à Lisbonne et à la Fondation Cupertino de Miranda. Isabel Meyrelles est Commandeur de l'Ordre de Sant'Iago da Espada, prix qui lui a été attribué par le président de la République portugaise. Au Portugal, Santiago Ribeiro, un des peintres surréalistes portugais, les plus actifs, transposant le Surréalisme vers le XXI. ème siècle, a organisé avec un dynamisme sans faille, la promotion de l’International Surrealism Now partout dans le monde en partant de Coimbra en 2010, avec l’appui et organisation de la Fondation Bissaya Barreto (où on peut trouver encore des œuvres). Vernissage – 4 Décembre 2014, au 18h30 et l'exposition sera ouverte au public, du lundi au vendredi 8h00 -18h00, jusqu’au 8 Janeiro, 2015. Lieu: Consulat Général du Portugal à Paris N ° 6, rue Georges Berger , 75017, Paris téléph. – (00 33) 563 381 00 e-mail:[email protected] Maria Fernanda Pinto, Paris Isabel Meireles e o Embaixador Seixas da Costa aqundo da imposição da condecoração da Ordem de Santiago de Espada, em Paris 11 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Votre Santé abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français cas, entraîner une dysfonction érectile. Elle survient le plus souvent sans cause connue ou peut être consécutive à une blessure qui provoque une cicatrisation fibreuse dans les tissus péniens. Même quand elle semble sans cause apparente, elle est sans doute due à de microtraumatismes du pénis. Les troubles peuvent être, suivant les cas, de nature provisoire ou permanente. Section spéciale Dysfonction sexuelle (2) La dysfonction sexuelle masculine Sommaire Dysfonctions sexuelles : qu’est-ce que c’est? Symptômes des dysfonctions sexuelles Personnes à risque, facteurs de risque et prévention Traitements médicaux des dysfonctions sexuelles Les dysfonctions sexuelles et les troubles du désir peuvent toucher tout le monde, autant les hommes que les femmes et se manifester à tout âge. La sexualité censée être épanouissante peut alors peser lourd sur les épaules d’un couple. Peu importe le problème, il est souvent difficile de discerner ce qui est physiologique de ce qui est psychologique. Les idées, les pensées et les sentiments ont au moins autant d’importance que les manifestations physiques. Principales formes de dysfonction sexuelle masculine 12 La sexualité avec l’âge Il peut être rassurant de savoir que, pour la majorité des gens, tous les mécanismes physiologiques pour atteindre la satisfaction sexuelle sont présents, peu importe l’âge. Qui plus est, être actif sexuellement contribue à une bonne santé physique, ce qui augmente la longévité! Cependant, le couple traversera parfois une période d’ajustement (souvent aux abords de la retraite), qui l’amènera à explorer de nouveaux moyens de vivre la sexualité. Avoir des attentes irréalistes peut entraver cette recherche. Sachons qu’il est normal qu’avec l’âge : l’intensité des sensations et de l’orgasme soit moins puissante; le pénis en érection soit moins rigide et moins élevé; et que l’excitation sexuelle arrive plus lentement et demande une stimulation plus directe de la part de la (ou du) partenaire. États ou situations à l’origine des dysfonctions sexuelles Parmi les principales : Problèmes de santé physique. Plusieurs problèmes de santé peuvent être à l’origine d’une dysfonction érectile et, parfois, d’une libido plus faible. Diabète : l’excès de glucose dans le sang porte atteinte aux mécanismes de l’érection; Dysfonction érectile. On peut diagnostiquer une dysfonction érectile lorsque s’installe une incapacité répétée d’avoir une érection ou de la maintenir convenablement durant le coït. Elle ne doit pas être confondue avec la panne érectile isolée ou occasionnelle qui, bien que souvent vécue de manière gênante, devrait être perçue pour ce qu’elle est : normale. La grande majorité des hommes connaissent un jour ou l’autre de telles périodes sans que leur vie ou celle de leur partenaire n’en soit pour autant perturbée. La dysfonction érectile touche environ 20 % des hommes âgés de 50 ans à 59 ans, une proportion qui augmente avec l’âge et la maladie. Il n’en demeure pas moins qu’un homme en bonne santé peut demeurer actif sexuellement jusqu’à un âge avancé. Troubles cardiaques ou athérosclérose (formation de plaques sur la paroi des artères, qui rétrécit leur ouverture); Baisse du désir. Autrefois exclusivement associée aux femmes, la panne du désir sexuel touche tout autant les hommes. Une infinité de facteurs peuvent nuire au désir. La culture, les valeurs, la situation économique et le contexte social en sont quelques-uns. En fait, un véritable trouble du désir est diagnostiqué lorsque la baisse de libido survient sans raison apparente et persiste dans le temps. En général, les facteurs impliqués dans la dysfonction érectile peuvent aussi altérer le goût pour l’activité sexuelle. Dépression; Éjaculation précoce. On peut diagnostiquer ce trouble sexuel lorsque, de manière systématique et incontrôlée, l’homme éjacule à la moindre excitation, souvent même avant d’avoir pénétré sa ou son partenaire. Le phénomène peut aussi être présent à la masturbation. Encore une fois, cette situation peut se présenter à l’occasion chez un homme normal et en bonne santé; il arrive à la plupart des hommes, un jour ou l’autre, d’éjaculer avant le moment où ils l’auraient souhaité. Chez l’éjaculateur précoce, le phénomène n’est pas occasionnel, il constitue plutôt une constante, un modèle comportemental exclusif. Ce trouble sexuel toucherait environ le tiers des hommes, ce qui en fait le trouble sexuel le plus fréquent1. L’éjaculation retardée ou anéjaculation. L’homme éprouve de la difficulté à éjaculer ou y parvient seulement si le coït est très long. Ce trouble est en augmentation. Il peut être dû à des problèmes de santé (diabète, maladie neurologique…), ou bien à la prise de certains médicaments, en particulier les antidépresseurs. Dans d’autres cas, il est lié à une retenue psychique, un manque de lâcher prise ou encore à la surconsommation d’images X qui entraîne l’excitation à monter d’une manière particulière qui ne se retrouve pas dans une relation de couple. Maladie de La Peyronie, bien qu’il ne s’agisse pas d’une dysfonction mais d’une maladie anatomique. Décrite pour la première fois en 1743 par le chirurgien français François de la Peyronie, cette maladie se caractérise par une phase de douleur puis une déformation du pénis en érection : courbure vers un côté, le haut ou le bas due à l’apparition d’une plaque fibreuse non élastique dans les tissus du pénis. Cela peut être douloureux pour l’homme, ou gênant sur le plan mécanique et l’empêcher (totalement ou en partie) d’avoir des rapports sexuels normaux. Cette maladie touche environ 1 % des hommes. Elle peut, dans certains Hypertension; Embonpoint ou obésité; Maladie grave ou chronique (maladie de Parkinson, sclérose en plaques, etc.); Hypogonadisme : un trouble hormonal qui engendre une carence en androgènes, des hormones responsables de l’émergence des caractères sexuels masculins; Lésion à la moelle épinière à la suite d’un accident, selon l’endroit et la gravité de la lésion. Par exemple, une lésion à la hauteur du cou peut altérer l’érection dite « psychogène », liée au désir, mais préserver l’érection réflexe, liée à un centre réflexe situé au bas du dos. Médicaments ou traitements. Certains traitements (contre l’hypertrophie bénigne de la prostate, par exemple) ou médicaments (certains antidépresseurs, antihistaminiques et médicaments qui baissent la pression artérielle, notamment) agissent sur la capacité à avoir une érection. Tabagisme, abus d’alcool ou de drogues. Ils peuvent contribuer à la dysfonction érectile. Difficultés dans le couple. Des conflits non réglés avec le ou la partenaire se répercutent souvent sur le désir d’entreprendre des rapports sexuels et de se laisser aller intimement avec sa (ou son) partenaire. Une homosexualité latente ou non reconnue peut avoir des conséquences sur le déroulement des relations sexuelles. Stress, dépression, anxiété. La tension nerveuse générée par des préoccupations (inquiétudes liées au travail, à la famille, aux difficultés financières, etc.), l’anxiété et la dépression réduisent bien souvent l’énergie et le désir sexuel. Il peut aussi y avoir une appréhension vis-à-vis des relations sexuelles, en raison de mauvaises expériences antérieures ou de la peur de l’échec, appelée anxiété de performance. En cas d’éjaculation précoce. Son origine implique souvent un ensemble de facteurs, dont certains sont psychologiques et d’autres physiologiques : une hypersensibilité du gland du pénis ou un problème cardiaque, de l’anxiété reliée à la performance sexuelle ou des difficultés relationnelles avec la ou le partenaire. jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français 13 PORTO CABRAL Le soleil embouteillé jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Inconduite dans l’armée : un haut gradé de Valcartier relevé de ses fonctions Les Forces canadiennes ont récemment relevé de ses fonctions pour «conduite inappropriée» un haut gradé en poste à Valcartier, dans une séquence d’événements qui fait grand bruit au sein de l’armée, depuis quelques jours. par Noémi Mercier et Alec Castonguay Les Forces canadiennes ont récemment relevé de ses fonctions pour «conduite inappropriée» un haut gradé en poste à Valcartier, dans une séquence d’événements qui fait grand bruit au sein de l’armée, depuis quelques jours. Il s’agirait d’une agression ou d’une inconduite sexuelle qui s’est produite le 18 octobre dernier, lors d’une soirée de gala soulignant le 100e anniversaire du Royal 22e Régiment, au Centre des congrès de Québec. Une fête à laquelle participaient plusieurs centaines de militaires. Le lieutenant-colonel Martin Bernier, commandant du Centre d’instruction de la 2e division des Forces canadiennes (l’armée de terre au Québec), a été relevé de ses fonctions de manière permanente, le 30 octobre dernier. Au Centre d’instruction de la 2e division, basé à Valcartier, près de Québec, le lieutenant-colonel Bernier dirigeait 815 personnes. C’est l’endroit où les militaires reçoivent des formations de perfectionnement. Son remplaçant à titre de commandant, le lieutenant-colonel Jean-François Cauden, est entré en poste lundi. L’enquête sur les allégations de conduite inappropriée du lieutenant-colonel Bernier est toujours en cours, mais les Forces canadiennes n’ont pas attendu sa conclusion avant de lui retirer son affectation. 14 Selon les informations obtenues par L’actualité, il a été muté à Ottawa. L’enquête «avance bien» et des sources indiquent que des accusations pourraient être déposées sous peu. Elle est menée par le Service national des enquêtes des Forces canadiennes (SNEF), le corps spécialisé de l’armée dans les investigations majeures. Lieutenant-colonel Martin Bernier, ancien commandant du Centre d’instruction de la 2e division des Forces canadiennes (secteur Québec). Photo tiré du site Facebook du Centre d’instruction Lieutenant-colonel Martin Bernier, ancien commandant du Centre d’instruction de la 2e division des Forces canadiennes (secteur Québec). (Photo tirée du profil Facebook du Centre d’instruction) «Nous avons pris des mesures immédiates», explique la capitaine Josée Bilodeau, responsable des affaires publiques à la 2e division de la Force terrestre. Elle précise que le lieutenant-colonel Bernier «est innocent jusqu’à preuve du contraire». le pays pour faire enquête. Son rapport est attendu au printemps prochain. Dans le dossier du lieutenant-colonel Bernier, les Forces canadiennes ont agi rapidement. Quelle est la nature de la «conduite inappropriée» qui a mené à la mutation et au remplacement du lieutenant-colonel Bernier à la tête du Centre d’instruction ? Cette question est sur toutes les lèvres au sein des troupes, non seulement à Valcartier, mais également dans toute la 2e division, où M. Bernier, un militaire d’expérience, est bien connu. Le brigadier général Stéphane Lafaut, commandant de la 2e division, a eu vent des allégations le 21 octobre, quelques jours après les événements. Il a suspendu avec solde le lieutenant-colonel Martin Bernier le 23 octobre, le temps que la chaîne de commandement retrace les événements. La police militaire confirme qu’une enquête est actuellement en cours sur un haut gradé concernant une agression et/ou une inconduite sexuelle qui serait survenue le 18 octobre dernier, lors du gala du 100e anniversaire du Royal 22e Régiment au Centre des congrès de Québec. Le 24 octobre, le patron de la Force terrestre, le lieutenant-général Marquis Hainse, lui a envoyé un «avis d’intention» de le relever de ses fonctions. M. Bernier a eu 48 heures pour y répondre. Le lieutenant-général Marquis Hainse a maintenu sa décision, qui est entrée en vigueur le 30 octobre. La police militaire affirme qu’elle ne peut divulguer le nom de la personne qui fait l’objet de l’enquête du SNEF tant que des accusations n’ont pas été déposées. Selon nos informations, cette enquête est la raison pour laquelle le lieutenantcolonel Martin Bernier a été relevé de ses fonctions. La capitaine Josée Bilodeau refuse toutefois de le confirmer et de dire s’il a été muté hors du Québec pour cette raison. «Je ne peux pas confirmer ou infirmer cette information, par respect pour le processus d’enquête», dit-elle. Depuis les révélations du magazine L’actualité, en avril dernier, sur les nombreux cas d’agressions sexuelles dans les Forces canadiennes, ce sujet est devenu très délicat au sein de l’institution. L’armée a examiné ses pratiques internes et a finalement décidé de confier à Marie Deschamps, une ancienne juge de la Cour suprême, le mandat de mener une révision de ses programmes et de cerner le problème. Elle parcourt actuellement ABC-portuscale. Crédits: Auteurs identifiés; Aicep; Santé Canada; Histoire du Canada; Internet et quelques inconnus. Compliation, coordination et montage: Raul Mesquita. [email protected] jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français O canto alentejano é património da Humanidade Sarau com Cristina Branco O canto alentejano, ou simplesmente cante, foi hoje reconhecido pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade. Motivo de regozijo para as pessoas, com o antropólogo Paulo Lima à cabeça, que organizaram o processo de candidatura e o apresentaram àquela agência da ONU, sediada em Paris. Motivo de júbilo e de orgulho também para Portugal ao ver uma das suas expressões musicais mais genuínas receber tão prestigiosa distinção. e João Paulo Esteves da Silva Entre nós, apesar de muito esforço e boas vontades, há muito poucos espectáculos de qualidade. Daqueles que não teremos vergonha ou acanhamento em convidar estrangeiros a assistir. Muitas vezes, senão sempre, as intenções são boas todavia, a falta de experiência e de conhecimentos na escolha do que poderia ser uma boa representação, condiciona os resultados. Não foi no entanto o espectáculo que nos foi proporcionado pelo Consuladogeral, na sexta-feira dia 28, pela batuta do novo Cônsul-geral no posto, Dr. José Guedes de Sousa, que soube trazer-nos dois artistas de envergadura, experientes e consubstanciados, que mantiveram o público, — que esgotou a Sala Oscar Paterson, na Universidade Concórdia, — em modo atentivo e agradecido pela qualidade da música que lhes foi oferecida. Os dois artistas completaram-se. Cristina Branco, que conhecia como fadista, fez variações para baladas e chega ao final com uma excelente interpretação do Fado Menor “Os meus olhos” que arrebatou a assistência. Quase poderíamos dizer que o Menor cresceu, agigantou-se, foi enorme. Foi silêncio e Fado. No momento da despedida, Cristina decidiu-se por uma balada transmontana, interessante, mas penso poder afirmar que todos esperavam outro fado, como ela sabe cantar. O pianista acompanhador e em solo — numa interpretação a meio do Sarau, foi extraordinário executante e deixou excelentes recordações nos apreciadores da boa música, que sabem separar os mestres dos aprendizes. João Paulo Esteves da Silva encontra-se no primeiro grupo. Sabemos que a Caixa Portuguesa, Adriana Simões e Helena Loureiro — Restaurantes Helena e Portuscale — colaboraram de perto no apoio logistico à iniciativa, o que mais créditos lhes darão junto da gente lusa. Creio que poderemos agradecer a realização deste certame, guardando a esperança nas palavras do Cônsul-geral, que disse não ser a última vez que nos seria proporcionado este tipo de espectáculo. Raul Mesquita E como tem ido a divulgação do canto alentejano na rádio portuguesa? Nas privadas de âmbito nacional nada existe e na estação pública vejo apenas a rubrica «Cantos da Casa», de Armando Carvalhêda, que de vez em quando dá a ouvir cinco modas durante uma semana (uma por dia). É claramente insuficiente e com a agravante de a transmissão ser em horários em que a maioria das pessoas está a dormir (05:55) ou a trabalhar (14:55), logo sem a disponibilidade mental e a atenção que o cante requer. A culpa do miserabilismo da rádio estatal no que ao cante diz respeito não pode, evidentemente, ser assacada a Armando Carvalhêda, pois o seu exíguo apontamento tem de abranger toda a música tradicional portuguesa e os horários de transmissão não são sua responsabilidade. As contas têm de ser pedidas a Rui Pêgo (director de programas) e a António Luís Marinho (director-geral de conteúdos) pelo desprezo e marginalização a que têm votado a música popular portuguesa (a tradicional e a de autor naquela inspirada). A este propósito, convém lembrar que foram eles mesmos que, de forma prepotente e afrontosa, decidiram suprimir da grelha da Antena 1 o programa que, desde que começou no dealbar dos anos 80, sempre acarinhou o cante. E não só o cante – também as outras modalidades da tradição oral alentejana: as modas acompanhadas à viola campaniça, o canto ao despique conhecido como «baldão» e as saias do Alto Alentejo, sem esquecer a poesia dita. Referimo-nos, como era fácil de intuir, ao maravilhoso «Lugar ao Sul», de Mestre Rafael Correia. Veículo de divulgação da cultura tradicional portuguesa, de todo o território continental e insular, se bem que com maior incidência no Algarve e na grande planície transtagana, o vasto arquivo do «Lugar ao Sul» constitui ele mesmo um inestimável património da nossa memória popular que importa resgatar às teias de aranha para a luz do éter (cf. É preciso resgatar a memória do «Lugar ao Sul»). À laia de ilustração do cante (porque mais importante do que discorrer sobre dele é ouvi-lo), aqui se apresenta a moda «Alentejo, Alentejo», pelo Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa. A letra principia com a célebre quadra da terra («Eu sou devedor à terra, / A terra me está devendo; / A terra paga-me em vida, / Eu pago à terra em morrendo.»), que esteve em destaque em, pelo menos, uma emissão do «Lugar ao Sul». Foi aí, aliás, que o escrevente destas linhas tomou contacto com ela e lhe ficou indelevelmente gravada na mente. Nesta gravação, a força que emana das vozes em uníssono – um uníssono vibrante e arrebatador – é tal que nos põe em pele de galinha e nos deixa os olhos marejados. Um portento! O cante da margem esquerda no seu máximo esplendor! Fica, desde já, manifestada a intenção de voltarmos ao canto alentejano para o celebrar mais amplamente e, desse modo, rendermos a devida homenagem a uma boa plêiade de grupos corais (masculinos, femininos e mistos). fr: je parle portugais...et vous ? pt: eu falo português...e você ? Apprendre à parler rapidement le portugais avec des cours gratuits en ligne. Méthode facile et ludique, avec mp3 et pdf à télécharger Cours portugais gratuit – Apprendre le portugais ... www.loecsen.com/travel/0-fr-67-3-16-cours-gratuit-portugais.html www.loecsen.com /travel/0-fr-67-3-16-cours-gratuit-portugais.html 15 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Desaparecidos para sempre no Mar do Norte O dia 15 de Novembro já foi feriado, há 90 anos. A razão foi o desaparecimentde Sacadura Cabral algures no Mar do Norte. Depois de fazer mais de oito mil quilómetros de Lisboa ao Rio de Janeiro, o aviador pioneiro não conseguiu completar o voo entre a cidade holandesa de Amesterdão e a capital portuguesa. Ainda hoje, não se sabe o que aconteceu ao companheiro de Gago Coutinho e tio-avô de Paulo Portas, a quem o Expresso pediu um sms. João Carlos Santos A primeira notícia diz encontrar-se são e salvo, ao lado dos outros pilotos que foram à Holanda buscar três hidroaviões. «O aparelho pilotado pelo comandante Sacadura Cabral, segundo nos comunicam do Centro de Aviação Marítima, já está em Cherburgo», lêse no vespertino «A Capital» de 17 de Novembro de 1924. Durante um mês, as novas serão menos precisas. Afinal, ninguém sabe, nem saberá, do aviador que dois anos antes fizera, com Gago Coutinho, a primeira travessia aérea do Atlântico, usando um revolucionário instrumento de navegação aérea. 16 Ou a informação do Centro de Aviação Marítima não está correta ou «A Capital» transformou a hipótese numa realidade. A Havas, a primeira agência de notícias do mundo, criada em 1835 e «avó» da France-Press, emitiu nesse dia 17 um telegrama dando apenas conta da amaragem forçada em Cherburgo, por «panne no motor» (como se traduzia na altura), do hidroavião pilotado pelo tenente Pedro Ferreira Rosado. Os jornais da manhã dessa segunda-feira acrescentavam à nota uma paragem normal da terceira aeronave, a do tenente Santos Mota, em Brest, na Bretanha, a paragem prevista antes da chegada a Lisboa. O comandante de 43 anos, piloto com feitos sem igual, deslocara-se à cidade holandesa com cinco colegas da Marinha a fim de levantarem três dos cinco hidroaviões da Fokker - uma empresa pioneira fundada em 1919 e fechada ao fim de 77 anos - comprados por Portugal, através de subscrição pública, para proporcionar uma volta ao mundo aos dois heróis da travessia do Atlântico em 1922. Como todos os companheiros, Artur Sacadura Freire Cabral e o cabo artilheiro mecânico José Pinto Correia saíram de Amesterdão no sábado, dia 15, mas não chegaram à cidade da Normandia nem à da Bretanha, nem jamais ali pousarão. A ligação entre Amesterdão e Lisboa não apresenta qualquer grau de dificuldade. Carlos Viegas Gago Coutinho, que conhecia muito bem o capitãode-fragata Sacadura Cabral, dirá ao «Diário de Lisboa», quatro dias depois do desaparecimento, que o voo era insignificante, «tanto assim que o único que chegou a Brest foi o Mota, exactamente o que tinha menos prática. O Rosado, aviador já experimentado, ficou em Cherburgo. E o Sacadura...» O contraalmirante não termina a frase, o jornalista pergunta-lhe o que pensa, vê-lhe «uma sombra no olhar», o aviador acaba por dizer que «ainda há quem pense que esteja vivo». Nesta notícia escrita pela hora de almoço de quarta-feira 19 e que ocupa toda a primeira página do vespertino, diz-se ser impossível afirmar que o comandante e o mecânico morreram. «Cem postos de telegrafia sem fios não recolhem uma notícia, Gago Coutinho está abatido. O sr. ministro da Marinha diz ‘desgraça!’». No outro vespertino, publica-se uma informação «fresca» vinda de Paris: «Dizem-nos particularmente de Ostende ter aparecido o cadáver do vosso glorioso aviador Sacadura Cabral». Não se confirma, a verdade é que foram encontrados destroços do hidroavião nº 496, por uma chalupa, e o estado em que apareceram «levam a pensar que se tenha produzido uma explosão», mas nada de corpos. As notícias são contraditórias de dia para dia. Tanto se diz que apareceu o corpo do aviador como se desmente a informação. É possível que o comandante esteja vivo, que tenha sido recolhido por um barco que não possuísse Telegrafia Sem Fios (T.S.F.) para comunicar, como também referem os jornais e os amigos de Sacadura desejam que tenha acontecido. «Eu continuo a pedir a Deus que ele continue ainda com vida e esteja a bordo de algum barco veleiro e que nós jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français com quem se cruzou em Inglaterra, Manora Thew, que lhe disse que o seu nome próprio significava boa sorte. Nesta ida a Amesterdão, o ímpeto de Sacadura mantém-se, apesar da fase difícil que atravessa. A perícia do primeiro director do curso de aviadores em Portugal não está em causa. Os seus olhos, porém, é que já não vêem o mesmo, sofrem de oftalmia. E o seu vício de fumar pode ter contribuído para o desastre, como algumas vozes fizeram circular. São muitas as dúvidas sobre o sucedido. «Qualquer viagem aérea é um ponto de interrogação», dizia Sacadura (leia uma entrevista dada pelo comandante em 1922, no nº 2 da coleção do Expresso «Grandes Entrevistas da História»). Pedro Rosado contaria mais tarde que «estava um nevoeiro denso que se pegava com o mar». E, defensor da tese do acidente, pormenorizou: «Voei sempre baixo, por vezes a dez metros da água, que estava tranquila, sem carneirada, um mar que se confundia com o nevoeiro». possamos vê-lo ainda», diz o aeronauta e inventor brasileiro Santos Dumont numa carta para Gago Coutinho, lamentando: «Porque não seguiu ele os meus conselhos de descansar depois de tão grande feito que foi a viagem PortugalBrasil?» A travessia até ao Brasil foi dura: mais de oito mil quilómetros percorridos, quase 80 dias de viagem, embora a voar tenha sido «pouco mais» de 60 horas. Nesta aventura, Sacadura aos comandos e Coutinho na navegação, com o instrumento que inventou, o Corrector, sofreram vários tormentos, entre eles uma espera por socorro no meio do Oceano, dentro do hidroavião a meter água e rodeado por dois tubarões... Parece que nada conseguia domar o espírito do pioneiro português, nem o facto de lhe terem detectado problemas oftalmológicos e aconselhado a deixar de pilotar aviões. O seu sonho era dar a volta ao mundo nos hidroaviões da Fokker. Artur Sacadura Freire Cabral, nascido em Celorico da Beira, a 23 de Maio de 1881, fez a escola politécnica e aos 16 anos tornou-se aspirante de Marinha. Três anos depois foi promovido a guarda-marinha, iniciando uma série de missões hidrográficas e geodésicas em África até passar a ser adjunto do comissário da missão portuguesa de limites de Angola e a ser nomeado subdirector de agrimensura da, à época, colónia portuguesa. «É um africanista», como diz o seu sobrinho-neto Paulo Portas. Só aos 35 anos se efectivará na aviação, ficando a depender do Ministério da Guerra, após arrancar um «Trés bon pilote» (Muito bom piloto) no curso de aeronáutica militar da Escola Militar de Chartres, em França. O sucedido nessa manhã de sábado de intenso nevoeiro entrará para o rol dos mistérios, levando o nome deste homem à galeria dos heróis desaparecidos tragicamente, sem explicação. A Fokker disse que fora um choque violento do hidroavião com a água, mas, tendo em conta a pane da máquina de Pedro Rosado, havia quem defendesse que o avião saíra avariado da fábrica. Quem contribuiu para alarmar ainda mais os espíritos foi António Ferro, o futuro secretário da Propaganda do Estado Novo. Na altura com 29 anos e jornalista do «Diário de Notícias», foi enviado a Ostende e de lá escreveu que um engenheiro da empresa holandesa tinha guardado três parafusos dos destroços, que pareciam ter sido cortados à tesoura, dando assim lastro à tese da explosão. Ainda a 27 de Novembro, na «Capital», dizia-se que se continuava a ignorar o que sucedera ao aviador, mas lamentava-se a «perda irreparável». Nessa mesma notícia, revelavam-se planos pessoais para o futuro: o casamento com uma jovem recém-viúva de um escritor que também era oficial da marinha. Mas a 2 de Dezembro, as esperanças perdiam-se e a notícia é que o Governo aguardava que se completassem 30 dias sobre o acidente para declarar a morte da tripulação do Fokker. «O desaparecimento de Sacadura Cabral e do seu bravo companheiro nas brumas do Passo de Calais, sem uma testemunha, quási sem um vestígio, tem o sabor heróico de uma lenda de glória», escreve-se em «A Capital» de 15 Dezembro, o dia decretado de luto nacional e feriado oficial e em que o Governo autorizou a «abertura dos créditos necessários para esse fim, bem como a fornecer o bronze necessário ao monumento a erigir, por subscrição pública, em Lisboa». Tem um espírito aventureiro, audaz, também solidário. Em 1902, o rei Dom Carlos louva-o por escrito ao tomar conhecimento de que o marinheiro, quando navegava por Moçambique, se atirou ao mar para salvar um grumete que se afogava, desprezando o risco que corria. O seu companheiro de viagem, o cabo Correia, era igualmente um homem voluntarioso, valente, fora ele quem pedira para ir nesta missão; o piloto Santos Mota deve-lhe a vida, se não fosse Pinto Correia, que o arrastou a nado, teria morrido afogado daquela vez, em Aveiro, quando o hidroavião chocou com a água não dando qualquer hipótese ao piloto. O Ministério da Marinha irá promovê-lo a segundo sargento «como se tivesse sido morto em combate». «No seu caso, toda a vaidade era legítima e todo o orgulho era desculpável», escreve Norberto Lopes, que foi ao Brasil cobrir para o «Diário de Lisboa» a chegada da equipa de heróis a 26 de Outubro de 1922. O jornalista, na altura com 22 anos e a três décadas de se tornar o director do vespertino, diz que, perante este «homem mais baixo do que alto, de olhos difíceis de definir entre o azul e o verde», se «justifica plenamente aquele dito de Pepino-o-Breve: os homens não se medem aos palmos». E diz mais: «a sua fisionomia é a do homem que nasceu para mandar, que está habituado a mandar, que sabe mandar, serenamente, friamente, sem uma precipitação, sem um arrebatamento, sem um entusiasmo». «Alguém, que muito de perto privou com ele, dizia-me que o seu segredo, uma das razões porque estava destinado a andar sempre de automóvel, enquanto os outros andam a pé, é a maneira indiferente, fria e pouco expansiva como trata os homens e a excessiva delicadeza com que distingue as mulheres», conta ainda Norberto Lopes sobre este pioneiro da aviação que é «um típico herói do amanhecer do seculo XX», como refere o actual vice-primeiro-ministro. Sacadura é um homem charmoso, diz-se que só mostra o sorriso a mulheres, não será assim tão radical mas é de lembrar que uma das promessas que deixou por cumprir foi baptizar um dos aviões que pilotasse com o nome de uma actriz * O texto da mensagem de Paulo Portas transcrito acima está em «linguagem sms». Fica aqui a «tradução»: «O meu tio-avô era um típico herói do amanhecer do século XX: altivo na confiança que tinha nele próprio, arrojado quanto aos feitos por fazer e arejado pelo mundo que conhecia. A ideia familiar que tenho dele e que não só não tinha medo como não tinha medo de ter medo, o que é uma qualidade pouco frequente. Era também de um patriotismo irrepreensível mas vivido a meias com a consciência da nossa exiguidade continental. Parece-me que morreu a fazer aquilo que adorava: voar e de preferência voar até mais além.» Paulo Portas 17 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français ITE, MISSA EST! (última crónica em jornais Ricardo Araújo Pereira Uma delicia de «testo»! Querido Portugal impressos dos Açores) Luiz Fagundes Duarte Durante os últimos catorze anos colaborei com estes folhetins, ininterruptamente – salvo em tempos de férias, ou aqui e ali quando os afazeres mo não permitiram –, no “Diário Insular”. O mesmo aconteceu, por onze anos, no "Açoriano Oriental". Nas minhas crónicas, falei de política, de pessoas, de acontecimentos. Para elas, recorri às minhas experiências, aos meus conhecimentos, às vozes do povo. Por causa delas, abdiquei de outras actividades, de horas de sono, do convívio familiar. Com elas, cheguei a muitas centenas de pessoas, que por esta via me ficaram a conhecer. Porém, chegou a altura de parar: é preciso saber-se quando se deve sair de cena. Estes anos coincidiram com os doze em que fui deputado, e com os vinte meses em que fui secretário regional. Se, no exercício das primeiras funções, o ter colaboração fixa em órgãos de comunicação social escrita era considerado normal e até útil – houve e há outros deputados que o fazem –, o mesmo já não aconteceu com o exercício das segundas: muita gente achou que eu, sendo membro de um governo, deveria ter interrompido a minha colaboração pessoal com os jornais; e estou mesmo convencido de que o facto de o não ter feito terá contribuído, por várias razões que me dispensarei de enunciar, para a minha demissão. Entendi, no entanto, que ser membro do governo não tira a capacidade de pensar de um homem, não o pode castrar, e sobretudo não lhe pode retirar a condição de homem livre. Continuei a escrever – ou seja, a emitir opiniões e a exprimir emoções – enquanto fui secretário regional, e contra todas as normas do politicamente correcto, pelas mesmas razões por que o fazia de antes (e recordo, a quem o não saiba, que comecei a escrever em jornais de circulação nacional no início dos anos de 1980): porque me apeteceu. A quem agradou, agradeço: ter-lhes-ei sido útil; a quem não agradou, agradeço igualmente: foram-me úteis. 18 Por definição, as duas margens de um rio nunca se tocam. E no entanto, durante todos estes anos eu estive com um dos pés em cada uma das margens de um dos rios que correm pela minha vida – e a minha vida, pessoal e profissional, vai muito mais além do que fui e do que fiz nos dezoito anos em que estive na política activa – : o pé esquerdo na margem direita, e o pé direito na margem esquerda. Querido Portugal, ou há regular funcionamento das instituições, ou há céu pouco nublado ou limpo. Vê lá isso, por favor. Temos de falar. Como sabes, o meu amor por ti tem resistido a tudo. Tu és pobre, sujo em vários sítios e estúpido muitas vezes. Mas há em ti uma certa ingenuidade que faz com que até os teus defeitos - e são tantos - me seduzam. Na maior parte das vezes não és mau, és só malandro. E tens três qualidades que compensam tudo o resto: a comida, a língua e o clima. Era precisamente sobre isto que te queria falar. Andas a desleixar-te. A comida já foi melhor. Bem sei que a culpa não é só tua. A União Europeia proíbe umas coisas, os nutricionistas desaconselham outras. Mas já não se encontram jaquinzinhos, os restaurantes receiam fazer cabidela e a medicina parece ter arranjado um método infalível para determinar o que é prejudicial à saúde: se sabe bem, faz mal. A língua também já não é o que era. Não me entendas mal: continua a ser a tua maior virtude. Não sei como é possível uma pessoa exprimir-se numa dessas línguas bárbaras que não distinguem o ser do estar. Embora os franceses e os ingleses, aparentemente, não o saibam, ser bêbado é muito diferente de estar bêbado. Mas, quando eu era pequeno, sectores era o nome que se dava aos professores. Hoje, sectores é a versão actualizada da palavra sectores. Na escola, os sectores explicam o que os sectores são. No meu tempo, o sector primário era a área de actividade que compreendia a agricultura e outras formas de produção de matérias-primas, e um sector primário era um professor do ensino básico. Agora, é tudo a mesma coisa, assim como «être» e «to be» significam tanto ser como estar. Outra coisa: isto do clima não pode continuar. Este verão foi muito fraco. Houve pouco sol e a água estava fria. Não se admite. A gente tolera a corrupção, a injustiça, a inveja, o subdesenvolvimento e tudo o mais que tu conseguires gerar. Mas tem de estar sol. Se é para não haver verão, nem subtilezas linguísticas, nem papas de sarrabulho, mais vale irmos para a Finlândia, onde as coisas funcionam. E a moral sexual das moças nórdicas é muito mais relaxada. Tens de escolher: ou há regular funcionamento das instituições, ou há céu pouco nublado ou limpo. Vê lá isso, por favor. De cara a montante e de costas a jusante. Porque foi assim, preocupado em conhecer as origens dos problemas e das situações de que me ocupava e não com a minha sobrevivência como político – e por isso me orientava para a nascente – que me assumi. Só conhecendo a origem do rio, e os seus acidentes de percurso até ao local onde o observamos, se pode saber porque é que ele às vezes seca, porque é que às vezes corre violento e outras calmo, e porque é que, também às vezes, transborda. O meu rio transbordou. Durante estes anos de política deparei-me com muitos problemas – uns que tinham a ver com as fraquezas e as forças das pessoas, outros com casos de polícia. Conheci muita gente: valentes e cobardes, seguros e inseguros, honestos e desonestos, verdadeiros e hipócritas. Conheci lutadores e ratos de navio. Conheci gente que me apoiou, e gente que me atraiçoou; uns, muitos, que foram meus amigos enquanto nas suas ficções pessoais eu podia constituir uma mais-valia, e que me escarneceram quando descobriram que eu já de nada lhes serviria – e outros, poucos, que continuam a honrar-me com a sua amizade. Aos primeiros, respeito-os – acreditando que o tempo dirá de que lado está a razão e a verdade; aos segundos, afianço que permaneço o mesmo, e que continuarei a escrever o que quiser, e onde e quando me apetecer – porque sou um homem da palavra. A todos eu conheço o nome. Não farei minhas as palavras que o evangelista Lucas (9:5) colocou na boca de Jesus dirigindo-se aos Apóstolos – até porque soaria a sacrilégio: “Se nalguma terra as pessoas não vos quiserem receber, quando saírem de lá sacudam o pó dos pés”. Não sacudirei o pó das sandálias com que percorri todas as nossas ilhas, até porque a terra que servi é minha de direito próprio: foi nos Açores que nasci e fui criado. Sou açoriano, doa a quem doer.Por isso, neste momento pensado, apenas direi: “Ite, missa est” – que em vulgar significa: “Ide, chegou a hora da despedida”. Como na Sapateia. [Última crónica publicada nos jornais Diário Insular, de Angra do Heroísmo, e Açoriano Oriental, de Ponta Delgada, aos quais agradeço o espaço de liberdade que sempre me concederam. A decisão de terminar é exclusivamente minha. Porém, continuarei a publicar aqui, ou em outros locais, ao ritmo que der e me aprouver] Um grande beijo, Ricardo jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Maison-Musées du Portugal MUDE - Museu do Design e da Moda . Casa-Museu Egas Moniz Colecção Francisco Capelo Maison Musée Egas Moniz Le MUDE est un édifice consacré à toutes les expressions du design. Cet espace permet la rencontre et le débat autour du design tout en développant un programme d’expositions temporaires et d’activités éducatives ainsi qu’une politique éditoriale. C’est également un espace favorisant les expériences et la créativité, présentant les propositions de nouveaux créateurs, assurant la promotion de nouvelles recherches et le dialogue avec les arts plastiques, l’architecture, le cinéma, la danse, la musique et la science. Le musée se présente comme une “œuvre en construction”. Tout en respectant l’architecture originale et loin de l’idée classique qu’on se fait d’un musée, c’est l’identité bien particulière de cet espace qui s’affirme. Dans les prochaines années, le musée deviendra un lieu en mutation constante, sa programmation occupera les différents niveaux en fonctions des travaux en cours. Ce musée est conçu comme un projet dynamique, expérimental, ouvert et innovant auquel pourra participer et que pourra accompagner l’ensemble des visiteurs, qu’ils soient de la région ou du dehors. Telle est la raison pour laquelle nous l’avons baptisé du nom “MUDE”, qui, en portugais, vient du verbe “MUDAR” qui signifie “CHANGER” afin de mettre en avant le désir de rechercher de nouvelles formes de présentation, de communication, de gestion mais également de développement urbain. Au-delà de sa valeur architectonique, cette maison musée expose de précieuses collections d’art constituées par l’homme de sciences et collectionneur portugais, le Professeur Egas Moniz (1874-1955), tels que du mobilier, des porcelaines, de la faïence et du verre, des peintures portugaises du XIXè et XXè siècles, de la gravure, de la sculpture, de l’orfèvrerie et des tapisseries. À noter tout particulièrement des objets et des documents scientifiques concernant les recherches médicales qui lui valurent l’attribution du Prix Nobel de Médecine en 1949. Contacts L’exposition permanente présente certaines des pièces qui montrent les modifications profondes intervenues au XXe siècle dans le design et dans la mode. Sont présentées de véritables icônes de leur époque, des propositions uniques qui ont cherché à (ré)inventer le présent et anticiper le futur. Ce sont aujourd’hui des pièces intemporelles, des objets qui continuent à nous émerveiller ou à nous faire réfléchir sur notre quotidien. Sans aucune entrave visuelle, l’exposition se présente dans un espace désincarné et à moitié détruit, comme une grande mise en scène autour des objets, de l’espace, du son et de l’image. Sans renoncer à être organisé sous son aspect historique, la disposition des différents noyaux permet de découvrir des dialogues parallèles entre les pièces, les époques et les designers présentés. Chaque visiteur aura une lecture et un parcours différent ; sans doute se laissera-t-il séduire par les pièces et transporter par les différents dialogues visuels proposés. Contacts Adresse: Rua Augusta, 24 1100-053 Lisboa Adresse: Rua Prof. Egas Moniz 3860-078 Avanca - Portugal 19 jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français Cátedra de Cultura Portuguesa da Universidade de Montreal COMUNICADO A Arte do Azulejo. Entre o Artesanato e a Cultura Erudita (L’art de l’azulejo. Entre artisanat et culture savante) uma instalação multimédia na Universidade de Montreal Carrefour des arts et des sciences, Faculdade das Artes e das Ciências Pavillon Lionel-Groulx - 3150, rue Jean-Brillant, 2e étage (salle C-2081) - Montréal 25 de Novembro de 2014 – 6 de Fevereiro de 2015 De segunda a sexta-feira, das 9h00 até às 17h00 Entrada Livre Informações e visitas fora do horário normal : Pauline Pourailly Responsable des expositions et des installations [email protected] (514) 343-6111 poste 32488 20 Transportes: Metro, linha azul : estações Université-de-Montréal e Côte-des-Neiges Autocarros : 51 e 119 *** A exposição é comissariada por Luís de Moura Sobral, Professor do Departamento de História da Arte e de Estudos Cinematográficos da Universidade de Montreal, e Titular da Cátedra de Cultura Portuguesa da mesma universidade, e conta com a colaboração do Museu Nacional do Azulejo, de Lisboa. A ideia central de L’art de l’azulejo. Entre artisanat et culture savante é a de envolvência e de densidade visual dos grandes conjuntos azulejares do universo português, que de alguma maneira se tratará de evocar no conceito museológico utilizado. A exposição sublinhará ainda a diversidade temática desta modalidade de decoração monumental, assim como o seu papel na elaboração de uma cultura visual especificamente portuguesa. A instalação é fundamentalmente constituída de : 1, uma série de cinco cápsulas videográficas em projeção simultânea (S. Lourenço de Almancil, Museu Nacional do Azulejo, Metropolitano de Lisboa, Palácio Fronteira, Temas do Azulejo Barroco); 2, sete painéis de azulejos antigos ilustrativos da evolução estética ao longo da História (deste o século XVI até ao século XX); 3, obras contemporâneas dos artistas montrealenses de origem portuguesa Joseph Branco, Carlos Calado, Joe Lima e Miguel Rebelo; 4, amostragens das técnicas de pintura de azulejos realizadas por Carlos Calado; 5, reproduções fotográficas em grande formato de três painéis do século XVIII; 6, série de cartazes sobre a história do azulejo produzidos pelo Instituto Camões I.C.