Le Portugal - Jornal comunitário em Português | ABC Portuscale

Transcrição

Le Portugal - Jornal comunitário em Português | ABC Portuscale
abc
PORTUGAIS - FRANÇAIS
AO
N
~
Portuscale
Não ao Acordo Ortográfico
Num.18
Ano / An I
6 de Dezembro / 6 décembre 2014
• jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português •
Oléoduc Énergie Est: pas de «plan B» à
Cacouna, mais...
Une étude examine sept autres emplacements que Cacouna pour l’oléoduc
Énergie Est, dont Lévis-Est (photo). Ce secteur aurait nécessité les travaux
de construction les moins dispendieux, mais le rejet du projet Rabaska par la
population en 2007 semble avoir pesé contre lui.
Photothèque Le Soleil, Pascal Ratthé
Michel Corbeil
Le Soleil
(Québec) Il n’y a pas de «plan B» à Cacouna pour le port pétrolier que
TransCanada Pipelines veut y construire, affirme la compagnie. Mais elle a en
main une étude examinant sept autres emplacements, dont un à Lévis apparaît
comme une option valable pour ses installations.
Mais uma no se passou sobre uma das datas mais importantes da História Pátria.
Aquela que nos garantiu, até agora, a Independência Nacional. É por assim
dizer o símbolo do portuguesismo. Foi o dia em que 40 valentes conspiradores,
libertaram o país e o povo, do jugo espanhol.
Sem receios, contra traidores e ocupantes usurpadores, eles souberam contornar
os obstáculos e ferir à morte o traidor Miguel de Vasconcelos, protector de
Duquesa representante do monarca espanhol.
O país recuperou assim a independência nacional.
Portugal podia outra vez respirar aliviado e livre.
Un rapport daté de septembre 2014 dresse une analyse détaillée de huit endroits.
Les noms ont déjà circulé dans les médias au sujet du complexe qui servira de
terminal de transbordement pour le pétrole, dont celui tiré des sables bitumineux
de l’Alberta, que transportera l’oléoduc Énergie Est.
Querem agora eliminar a data e o feriado que a acompanha. Dir-se-ia que
existem outros Vasconcelos disseminados por entre gente de bem…
O feriado dos feriados, o mais antigo dos feriados civis, o mais alto dos feriados
patrióticos e o mais nacional de todos os nossos feriados, como alguém já lhe
chamou, deve ser reposto com toda a significação que transporta.
Le dossier «Méthodes alternatives pour la réalisation du projet» de pipeline en
vient à la conclusion que «les sites suivants ont été éliminés dans le cadre de ce
processus de sélection initiale». Le port de Québec, Saint-Nicolas, Pointe-SaintDenis, Île Verte et Île du Bic ont été jugés inadéquats.
Assine a petição que se encontra na Caixa Portuguesa e no Restaurante
Portuscale, fazendo assim um acto patriótico. A Pátria lhe agradecerá.
Visitez
Le
Portugal
Il s’agit de Saint-Nicolas, Lévis-Est et du port de Québec, dans la région de la
capitale, de même que de Pointe-Saint-Denis, Gros-Cacouna, Île Verte, Île du
Bic et Baie-des-Sables, dans l’Est, tous évidemment sur la rive sud du SaintLaurent.
Des restrictions à l’utilisation de pétroliers Suezmax, qui peuvent transporter 1,1
million de tonnes de pétrole brut, servent à appuyer ce verdict dans certains cas.
Des difficultés techniques à résoudre sont aussi évoquées.
«On ne regarde rien d’autre»
L’aménagement sur les trois emplacements restants ne pose pas de problématique
insoluble. Mais Tim Duboyce, le porte-parole de TransCanada, a insisté qu’aucune
alternative à l’endroit annoncé ne fait l’objet d’une réflexion.
Cont. page.2
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A Chuva e o Bom Tempo
Tantas vezes vai o cântaro à fonte…
2
Não somente entre nós — igualmente em toda a Europa e até além-mar —
Portugal e José Sócrates têm andado nas bocas do mundo. Pelas piores
razões. E sendo Portugal um país quase totalmente virado e dependente
do Turismo, digamos que esta publicidade seria bem dispensada. Todavia,
neste debate turvo que envolve investigações financeiras, branqueamento
de fundos consideráveis, corrupção e todo o rol de manigâncias “socretinas”
que se acumularam ao longo dos anos, mesmo antes, segundo certos
testemunhos, da sua posição no cargo de primeiro-ministro, é necessária
coerência e lucidez.
No círculo de amigos e protegidos como por entre o povo amorfo e apenas
exaltável com uma jogada falhada do clube preferido, durante demasiado
tempo ignorou-se ou fez-se vista grossa do paradigma fundamental:
idoneidade. Ora, um membro de qualquer governo terá de ser intocável.
Não pela protecção do compadrio, antes pela honestidade e transparência
das suas acções. Mas, em todos os governos do Estado Português depois
dos abrileiros, a mesa esteve sempre posta para os insaciáveis comensais
que contribuíram na mais forte escala para a situação que prevalece e cuja
solução não se vislumbra no horizonte. Têm sim, sido avançados esquemas
que a nada conduzem e cada vez mais, dilapida-se o património português e
a dívida não cessa de aumentar.
É, como digo acima, responsabilidade de todos os governos que passaram.
Não apenas do actual e também não se pode responsabilizar apenas José
Sócrates.
No seu caso, acreditamos que o “super” magistrado Carlos Alexandre e a
sua equipa de investigadores, têm boas razões de pensar que possuem
provas concludentes das traficâncias engendradas pelo antigo PM, com a
colaboração de várias outras figuras conhecidas nos meios portugueses. E
que agora ganham galões internacionais, devido à exponencial divulgação
na imprensa internacional sobre a detenção do ex-pm e 3 dos acólitos mais
próximos.
Tenho para mim que Sócrates se pensava imunizado. É certo que no tempo
em que foi chefe do governo, sempre manobrou para manipular a informação
e a Justiça, graças aos maçónicos que colocou em lugares chave a fim de
o protegerem de qualquer desvairo. E assim, confiando na sua boa estrela,
entretinha no seu presépio os três reis magos que agora se encontram como
ele, detidos preventivamente.
A lista dos produtos da corrupção que lhe são apontados é longa. Os valores
adquiridos também. Pode dizer-se que ele actuou impunemente em repetidas
acções, autoritário e arrogante, convencido da sua perspicácia e capacidade
de iludir, de ludibriar toda a gente. Desde o “buraco” do seu diploma em
engenharia cujo exame parece ter sido feito um domingo e confirmado por
velho amigo na Universidade Independente, até ao condo parisiano aonde
se deslocava todas as semanas o fiel motorista levando-lhe avultadas
somas em dinheiro vivo, a vida de José Sócrates tem sido uma de mentiras,
de manipulações, corrupções e crápulices, que lhe permitiram acumular
copiosa fortuna. Neste rosário juntam-se várias seitas de amigos que não
se ficaram atrás no aproveitamento das riquezas do Estado. E esse Estado,
empurrado para um beco sem saída, ficou potencialmente falido, em ruptura
declarada dos avanços sociais e na consequente quebra nos rendimentos
das famílias e, em especial, as de mais frágeis rendimentos. A situação hoje
não é mais lustrosa. É mais a continuação do crónico sistema estabelecido,
muito criticado mas jamais alterado, porque os que vêm ajeitam-se bem nos
fofos das cadeiras, nos gabinetes e demais benesses. Um dia, também,
confiemos, haverá um Carlos Alexandre que decidirá de chamar à pedra
estes aproveitadores.
Alguns dizem que pior que ter um ex-primeiro-ministro preso é ter o actual
à solta...
Porque se José Sócrates embarcou numa carruagem que lhe foi legada pelo
antecessor, certamente a deixará a eventual sucessor se, entretanto, não
vierem a lume alguns casos que andam escondidos da maioria e que farão
sobressaltar a adormecida opinião pública. Relaxada e irresponsável opinião
pública! Em qualquer parte do mundo, há muito que os eleitores teriam
forçado a demissão desta gente em nome da sustentabilidade do Estado.
Da integridade. Da independência nacional.
Porém, como o povo anda anestesiado, indolente e amorfo, todos os Sócrates
desta terra se ajeitam na espoliação do bem nacional e na acumulação de
riquezas à conta do orçamento. Esperemos que o magistrado joga com ases
na mão porque se o próximo governo for socialista, estou em crer que tudo
farão para ilibar José Sócrates das suas elementares responsabilidades.
É importante que o seu processo avance rapidamente e de forma clara.
De contrário, arrisca-se que o ex-PM seja não só ilibado, como transformado
em mártir…o que na sua teatral eloquência lhe assentaria como uma luva.
No entanto, face às múltiplas traficâncias, neste vai e vem de provas e de
suspeitas, tantas vezes vai o cântaro à fonte….que um dia lá deixará a asa.
Confiemos.
Raul Mesquita
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Cont. de la page 1
«C’est Cacouna et il n’y a pas de «plan B». Sur le plan des décisions d’affaires et
de développement, il n’y a aucune discussion pour d’autres sites. On ne regarde
rien d’autre.»
M. Duboyce n’a pas voulu commenter pourquoi certains emplacements sont
écartés tandis que Lévis-Est et Baie-des-Sables répondent aux principaux
critères. Le porte-parole a indiqué qu’il ne peut savoir à quel document Le Soleil
fait référence. Si des sites sont écartés, c’est sûrement sur la base d’analyse
technique, s’est-il contenté de spéculer.
Pétroliers et bélugas
L’analyse jette un éclairage particulier sur le choix de la compagnie. L’aspect
financier semble l’avoir emporté sur celui de l’environnement.
Parmi les trois sites, seul Cacouna se trouve «à l’intérieur de l’habitat essentiel
désigné du béluga». Les auteurs notent qu’à Lévis, «les mammifères marins ne
fréquentent pas» évidemment le secteur tandis que Baie-des-Sables ne pose
pas problème à «l’habitat essentiel» du béluga.
Les coûts pour aménager les installations varient. Baie-des-Sables apparaît hors
de prix. L’étude évalue qu’il aurait fallu 840 millions $ pour construire le terminal
maritime dans la localité située près de Matane. À cela s’ajoutent plus de 675
millions $ pour le raccordement à la conduite principale, 135 kilomètres plus loin,
qui doit se rendre à Saint-Jean, au Nouveau-Brunswick.
Construire le complexe de transbordement à Cacouna s’élève, en comparaison,
à 700 millions $. Les 40 kilomètres qui séparent cet emplacement du pipeline
principal représentent un investissement de 200 millions $.
Lévis-Est aurait nécessité les travaux de construction les moins dispendieux, soit
740 millions $ pour le terminal et 42 millions $ pour se rendre à la canalisation
principale. Mais un facteur tout autre qu’environnemental et financier semble
avoir pesé contre Lévis-Est.
Les rédacteurs de l’étude rappellent «qu’il est important de mentionner que près
de 70 % de la population a voté contre le projet Rabaska, en 2007». Rabaska est
ce projet de Gaz Métro pour aménager un terminal de transbordement du gaz
naturel destiné à l’exportation. Un mouvement d’opposition s’est fait entendre,
mais tout indique que les conditions de marché pour le gaz naturel ont mis sur la
glace le projet.
Le port de Québec, une option «pas viable du point de vue
économique»
Bâtir sur les terrains du port de Québec le terminal pétrolier de TransCanada aurait
représenté assurément une prouesse technique, mais aussi un «défi économique
de taille», estime une étude produite en septembre pour le promoteur.
Selon le rapport «Méthodes alternatives pour la réalisation du projet» Oléoduc
Énergie Est, le degré de difficulté aurait été très élevé. Les auteurs précisent que
«ce site n’a pas fait partie de la seconde ronde de sélection» qui a comparé huit
emplacements.
L’écueil le plus important tient au fait que la canalisation pour arrimer les
installations portuaires au pipeline principal aurait dû repasser sous le SaintLaurent. «Le latéral devrait franchir le fleuve, ce qui représente un certain nombre
de défis techniques d’importance et n’est vraisemblablement pas viable du point
de vue économique.»
Première «à haut risque»
Le Soleil a rendu public un rapport qui présente comme une première mondiale
«à haut risque» la première méthode examinée par TransCanada pour que la
conduite principale du pipeline franchisse le Saint-Laurent à la hauteur de SaintAugustin. L’entreprise albertaine examine d’autres procédés qu’une traverse par
«forage directionnel horizontal».
Selon le dossier obtenu, l’exploitation d’un tel terminal aurait entraîné «un certain
nombre de facteurs opérationnels pour assurer une navigation sécuritaire». Le
recours à des remorqueurs se serait imposé pour les grands pétroliers de la
classe Suezmax.
«L’emplacement proposé pour le terminal créerait une grave interférence dans
l’exploitation actuelle et future des quais 54 et 55», poursuivent les auteurs. Ils
précisent que cela aurait nui aux plans d’expansion du port.
En octobre, Le Soleil a révélé que les dirigeants de l’Administration portuaire
de Québec planifient l’érection de nouvelles installations pour exporter du
pétrole brut provenant des sables bitumineux de l’Ouest canadien. Le rapport
de TransCanada laisse entendre que ce ne seront pas des produits pétroliers
d’Oléoduc Énergie Est.
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e
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D. Sancho I, 2 roi de Portugal.
1ère dynastie ou dynastie de Bourgogne.
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développer l’économie de ces régions
avec un pouvoir local - les municipales
d’aujourd’hui - et, il reçut le titre de
fondateur des villes, ou le repeuplement
des villes. Ces chartres constituent
des agglomérations bénéficiant d’une
certaine autonomie, sous l’autorité de
magistrats élus par l’assemblée des
hommes bons - propriétaire de la ville
avec un certain savoir - qui participent
dans les listes électorales et élisent
les membres de la municipalité. Le roi
Sancho I va distribuer des terres à la population et les incite à les cultiver. Les
champs abandonnés deviennent de terres de production.
Les guerres entre le Portugal et le royaume de León et par les invasions des
Maures, le pays est ravagé par la faim et la peste. Entre 1202 et 1207, le roi D.
Sancho I, entre en conflit avec le Saint Siège et les autorités ecclésiastiques
portugaises, ce que va lui valoir l’excommunication du roi par le pape Innocent
III. En 1210, le roi décide de faire la paix avec l’église et se soumet à leurs
exigences. Le Pape Innocent III émet de quantités de bulas pour résoudre le
conflit entre Braga et Saint Jacques de Compostelle.
Le roi, après avoir restauré les finances du pays, va promouvoir la culture du
royaume et envoi des étudiants dans les grandes écoles étrangères ; Boulogne
(3), Montpellier (2) et Paris. En 1199, le roi fonde la ville de Guarda, et 1202
fait transférer le diocèse d’Idanha-a-Velha pour Guarda, ce que donne lieu à la
construction de la cathédrale (Sé) (la primitive), de Guarda, car, D. Fernando,
donne l’ordre de la démolir, en conflit avec la guerre de la Castille. L’actuelle
cathédrale, date de 1390, début de la construction.
Les guerres avec la Castille, León,
Rome et l’agression arabe dans les
territoires portugais, toutes conjonctures externes, plus les catastrophes
naturelles, la faim et les pestes, n’ont
pas été une tâche facile pour son règne.
Malgré toutes ces difficultés, D. Sancho
I, a continué à enrichir son pays. Il était
supérieur à celui de l’héritage de son
père, D. Afonso Henriques.
3
D. Sancho I meurt le 26 mars 1211.
Son tombeau se trouve au monastère
de Santa Cruz à Coimbra.
D. Sancho I, Le Fondateur, pour avoir
fondé de nombreuses villes.
Le prince Sancho est né le 11 novembre 1154, à Coimbra, fils de D. Afonso
Henriques et de D. Mafalda. Le Portugal, à la recherche d’une paix durable avec
la Castille et l’Aragon, le prince Sancho, se marie en 1174, avec la princesse
Dulce d’Aragon (1), fille de Raimundo Berenguer, comte de Barcelone et roi
d’Aragon (1). En 1170, et, à Coimbra, le prince Sancho prend le titre de chevalier,
comme est la coutume dans le royaume. C’est à partir de cette année que le
prince Sancho est associé au gouvernement du royaume avec son père D.
Afonso Henriques. En 1178, le prince Sancho envahit l’Andalousie (1) et met à
sac les environs de Séville (1), et empêche les maures de pénétrer en territoire
portugais. De retour au Portugal, et à la menace des maures, le prince Sancho
est envoyé à Santarém, en 1184, pour défendre la région, face aux forces arabes
de Ysuf I. En 1185, à la mort de son père, le roi D. Afonso Henriques, le prince
Sancho, monte sur le trône du royaume, et c’est à Coimbra qu’il est acclamé roi
du Portugal, avec le titre D. Sancho I. Il maintient la ville de Coimbra, le centre du
royaume et capitale. D. Sancho I, a déjà une grande expérience de la guerre, de
la politique du royaume, les disputes territoriales, ce qui va faciliter la passation du
pouvoir et mieux gérer et à élargir son royaume face os maures et aux royaumes
de la Castille et de León. Il signait des traités de paix avec les royaumes voisins.
Le nouveau roi portugais met fin aux guerres frontalières entre le Portugal et
la Galice et va continuer l’expulsion des maures du territoire portugais jusqu’à
l’Algarve et conquiert Silves aux maures, en 1189. Dès 1190, il se donne le titre :
roi du Portugal et de l’Algarve. L’année suivante les maures conquirent à nouveau
Silves, ainsi que d’autres villes conquises par son père, D. Afonso Henriques.
Sancho I, va distribuer de nombreuses chartres (foral) aux villes conquises. Il va
également faire de donations aux Ordres Militaires ; Templiers et Hospitaliers, en
leur offrant des châteaux, contre les incursions des maures et ainsi protégeant
la population qui s’installait dans les villes conquises aux maures. Dès 1186 le
roi portugais va donner de concession des châteaux d’Almada, de Palmela et
d’Alcácer dos Sal aux Ordres de Saint Jacques. En 1187, il va donner les châteaux
d’Alcanede, d’Alpedriz et de Juromenha aux Ordres d’Évora. Sancho I, va ainsi
C’est son fils, Afonso qui lui succède, avec le titre de D. Afonso II.
Il y a eu plusieurs enfants légitimes et illégitimes. Parmi tous ses enfants : Fernando
quitte le Portugal pour Paris, et en 1212, se marie avec Jeanne (Joana) comtesse
de Flandre (4). Il restera connu en France, comme Ferdinand de Portugal. Il fut
prisonnier dans la bataille de Bouvines
(2) en 1214, et il, ne fut libéré qu’en
1226, avec l’intervention du pape
Honoré III. L’infante Teresa se marie
avec Afonso IX de León, l’infant Afonso
(devenu le roi Afonso II de Portugal),
se marie avec Urraca e Castille, l’infant
Pedro se marie avec Aurembiaux
d’Urgel, l’enfante Mafalda se marie
avec Henrique I de Castille et l’enfante
Berengária se marie avec Valdemar II
de la Danemark.
(1)
(2)
(3)
(4)
Dans l’actuelle Espagne
Dans l’actuelle France
Dans l’actuelle Italie
Dans l’actuelle Belgique
Photos :
2014-02-01 Æ Statue de D. Sancho I, à côté de la Sé de Guarda
2014-02-02 ÆSé de Guarda
2014-02-03 ÆDrapeau sous le règne de D. Afonso Henriques et une
partie du règne de D. Sancho I
2014-02-04 Æ Drapeau sous le règne de D. Sancho I
Manuel do Nascimento
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Lições do enólogo 7- 8 / 44
4
Prochaine edition: PALADAR
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Rosa dos Ventos
Villages historiques
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parcourir les rues étroites de Piódão et y admirer les fenêtres et les portes bleues
essayer un vol en parapente à Linhares da Beira
goûter les « sardinhas doces de Trancoso », petits gâteaux aux amandes en forme de sardines
admirer les ruines du château et de l’ancien Hôtel de Ville à Marialva et
du palais Paço de Castelo Rodrigo
parcourir les remparts d’Almeida construits en forme d’étoile
découvrir les visages du gouverneur et de son épouse, sur deux maisons
de Castelo Mendo
découvrir l’histoire de Belmonte au musée interactif (Museu interativo)
faire une pause près de la fontaine Chafariz da Bica à Castelo Novo et
admirer l’architecture de la place
apprécier les différentes phases de construction de la cathédrale
d’Idanha-a-Velha
ramener de Monsanto un « adufe », instrument de musique du folklore
régional, ou une « marafona », poupée en tissu
Castelo Rodrigo
Du sommet d’une colline, le petit village
de Castelo Rodrigo domine le plateau
qui s’étend vers l’Espagne, à l’Est, et
jusqu’à la profonde vallée du Douro, au
Nord. Selon la tradition, ce fut Afonso
IX de Léon qui la fonda, pour en faire
don au Comte Rodrigo Gonzalez de
Girón, qui la repeupla et lui donna son
nom. Avec le Traité de Alcanices, signé
en 1297 par D. Dinis de Portugal, roi
et poète, elle devint propriété de la
couronne portugaise.
Castelo Rodrigo conserve les traces de quelques épisodes de dispute territoriale.
Le premier eut lieu moins de cent ans après son intégration au Portugal, durant
la crise dynastique de 1383-1385. D. Beatriz, unique fille de D. Fernando de
Portugal était mariée au roi de Castille. Avec la mort de son père, et son accès
au trône, le Portugal perdit son indépendance à la faveur de la Castille. Castelo
Rodrigo prit parti pour D. Beatriz, mais D. João, Maître de Avis réussit à vaincre
les castillans lors de la Bataille d’Aljubarrota, en 1385 et de ce fait il fut couronné
roi du Portugal sous le nom de D. João I. En représailles les seigneurs de Castelo
Rodrigo prirent parti pour la Castille, le nouveau roi ordonna que le bouclier et
les armes du Portugal fussent représentées en position inversée sur le blason
des armoiries.
Plus tard, au XVIè siècle, quand Filipe II d’Espagne annexa la couronne
Portugaise, le Gouverneur Cristóvão de Mora devint défenseur de la cause de
Castille, et subit la vengeance de la population qui mit le feu à son énorme palais
le 10 Décembre 1640 dès que la Restauration fut annoncée (le 1er Décembre),
les ruines au sommet du mont, près du château sont les vestiges de cette
ancienne histoire.
Lieu de passage des pèlerins qui se rendent à Saint Jacques de Compostelle,
les légendes racontent que S. Francisco de Assis aurait séjourné ici lors de son
pèlerinage sur la tombe du Saint.
Sa quiétude retrouvée, Castelo Rodrigo mérite une visite pour ses gloires
passées, pour la beauté et la propreté du lieu, pour ses maisons intra-muros, pour
son pilori manuélin et aussi pour l’émouvante image de Santiago Matamouros
conservée à l’Église de Reclamador
Marialva
Du fait de sa splendide situation sur un mont rocheux difficile d’accès, sur la
Rose des Vents
rive gauche du fleuve Alva, le petit
village de Marialva fut une importante
forteresse au Moyen Âge.
Cette même situation fut la cause
de son déclin. Quand les guerres
se firent avec des armes à feu, les
vieux châteaux médiévaux devinrent
obsolètes et perdirent leur fonction
de défense et de protection des
populations, qui partirent habiter hors des enceintes fortifiées des citadelles.
Ville aux racines très anciennes, elle était déjà habitée au VIè siècle avant JC.
par la tribu des Aravos. Elle fut successivement occupée par des Romains (qui
lui donnèrent le nom de Civitas Aravorum), par des Suèves et des Arabes qui
s’installèrent dans sa forteresse défensive. Ce fut Fernando Magno, roi de Léon,
qui la conquit en 1063, et lui donna le nom de Malva, plus tard Marialva. On
raconte aussi que le roi du Portugal, D. Afonso II aurait fait don de la ville en
1217 à une amoureuse, D. Maria Alva, qui serait à l’origine du nom du village. Le
château fut réédifié par D. Sancho II du Portugal, aux environs de 1200, sur les
ruines de la forteresse romanisée. C’est l’un des plus grand de la région, offrant
un magnifique panorama sur la Montagne de Marofa et la région environnante.
Des chaussées médiévales entourées de murs et de portes gothiques conduisent
à une petite place où se trouve un élégant pilori tout en granit, du XVè siècle,
l’ancienne prison et le tribunal. L’église Matrice, avec un portail manuélin, est
consacrée à Saint Jacques et date du XVIè siècle.
Ancienne route des pèlerins, Marialva célèbre encore le jour de l’Apôtre (25
juillet), le marché annuel de Saint Jacques.
Almeida
Classé village historique, Almeida est un village fortifié qui vu du ciel ressemble à
une étoile de 12 branches, autant de branches que de boulevards et de ravelins
qui entourent le lieu sur un périmètre
de 2500 mètres. Cette notable place
forte fut édifiée au XVIIè et XVIIIè
siècles, autour d’un château médiéval,
dans un lieu extrêmement important
comme point de défense stratégique
de la région, puisqu’il se trouve sur un
plateau à environ 12 kms de la ligne
frontière avec l’Espagne, définie par le
Traité de Alcanices en 1297, date où
Almeida devint portugaise.
Almeida est l’un des meilleurs exemples de fortification bastionnée existante au
Portugal. Cela se traduit par des murailles en pierre de taille entourées d’un
vaste fossé qui rendaient difficile le passage des envahisseurs, des boulevards
stratégiquement placés qui permettaient l’observation de tout le territoire alentour,
trois portes ouvertes en tunnel et voûtées, de fausses portes pour tromper les
envahisseurs, des prisons souterraines qui, dotées de tout le nécessaire à la
survie en cas de guerre, pourraient servir d’abri à toute le population.
Almeida fut, tout au long des siècles, le théâtre de luttes, parmi lesquelles se
distinguent les Guerres de la Restauration (XVIIè siècle), lorsque les espagnols
furent définitivement écartés du trône du Portugal, et les invasions françaises au
XIXè siècle lorsque les troupes napoléoniennes l’encerclèrent durant une longue
période, le château et une partie de la muraille ayant alors été gravement détruits
par l’explosion d’une énorme quantité de poudre emmagasinée dans les soutes
à poudre, ce qui provoqua sa reddition.
À l’intérieur de la fortification, l’ensemble harmonieux de maisons, et les nombreux
édifices religieux et civils éparpillés dans les rues étroites qui conservent
l’atmosphère d’autres temps, méritent une visite.
à suivre
5
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Agora, o caso Sócrates faz espécie...
Uma notícia auspiciosa de teor bem
arrelvado...
Brasilino Godinho
Brasilino Godinho
Estou à vontade para escrever sobre este caso, visto que bastantes vezes
critiquei o político José Sócrates.
Nesta manhã de 16 de Novembro de 2014, acabamos de ler no SAPO a notícia
que transcrevemos em continuidade das breves considerações que vamos fazer
em seguida.
A prisão de José Sócrates ocorreu ontem (21 de Nov.) cerca das 22h:30’. A
publicidade, o espectáculo folclórico que, de imediato, se lhe seguiu e a própria
detenção, suscitam muita estranheza.
Desde logo, acontecerem nesta altura em que o governo está em transe agónico.
Também em coincidência com o congresso do Partido Socialista.
Depois, o facto insólito de ter a detenção, no aeroporto, sido filmada pela SIC.
Impressiona como as televisões estão bem informadas das acções policiais
envolvendo determinadas figuras públicas.
A seguir, veio o comunicado da Procuradoria-Geral da República confirmar a
prisão e citando o nome de José Sócrates, mas omitindo os nomes de outros
três detidos,* cujas detenções não tiveram registos de reportagem por parte das
televisões.
Formulo algumas pertinentes interrogações:
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- Porquê o nome de Sócrates foi, de chofre, mencionado e não os nomes dos
outros três detidos? Não houve qualquer explicação.
- Porquê a televisão marcou presença na detenção de Sócrates e não acompanhou
as detenções dos outros três detidos?
- Porquê, em início de investigação deste caso Sócrates, não prevaleceu o
segredo de justiça?
- Porquê outros indivíduos envolvidos em processos de grandes delitos não
foram até agora presos?
- Porquê continua a haver fugas de informação quanto a escutas e a
desenvolvimentos de alguns processos?
Porquê ainda não vão decorridas vinte e quatros horas sobre a detenção de
José Sócrates já há jornais a publicar no Facebook detalhes do processo de
acusações que pesam sobre ele? Então o processo não foi anunciado como
estando sob segredo de Justiça?
- Porquê tão espectacular transparência mediática com o caso de Sócrates,
enquanto em outros casos como os do BPN, BPP, BES e, sobretudo, o da
obscura compra dos dois submarinos que há anos está encalhado, persistem
bem acauteladas as singulares opacidades?
- Porquê o Estado, o Governo e a Justiça, num tempo de situação de falência
das contas públicas e de indecentes cortes de vencimentos dos funcionários
públicos e das pensões dos aposentados da Função Pública, não se empenham
em reaver os cinco milhões de euros das luvas recebidas por anónima entidade
– um facto denunciado por Ricardo Salgado, ex-presidente do Banco Espírito
Santo (BES)?
- Porquê este desinteresse em descobrir a identidade de quem se apropriou de
cinco milhões de euros do Erário – ou seja: dos dinheiros dos contribuintes?
Fica-se pensando que, nesta altura, se montou um espectacular cenário
mediático para entreter o público e desviar-lhe a atenção dos grandes problemas
que afectam a sociedade portuguesa e de outras grandes actividades criminosas
que nem minimamente são penalizadas.
Dá a impressão que há algo escondido e que só se pretende causar alarido em
torno de José Sócrates, talvez visando objectivos de natureza política/partidária,
com especial incidência no Partido Socialista.
Se bem julgo - e os usos e costumes do Estado a que chegámos, geralmente,
são concordantes com as minhas previsões – estão os portugueses perante
mais alguns mistérios, dos muitos que têm marcado o dia-a-dia da sociedade
portuguesa contemporânea.
Merece realce o facto de que começa mal o desenrolar desta narrativa – utilizando
a expressão usada por José Sócrates nalgumas intervenções televisivas.
Porém, faça-se Justiça! Se é que ela existe e ainda se consegue impor neste
Estado português a que chegámos; o qual, não é de Direito, como temos
assinalado nas nossas crónicas dos últimos anos.
Para já todos, leitores descomprometidos, atentos, à uma, digamos: Aqui há
gato! Que além de estar escondido até tem o cuidado de não mostrar o rabo...
Não vá alguém pisá-lo e o Diabo tecê-las...
* Esta manhã, doze horas após a divulgação do comunicado da Procuradoria
Geral da República, foi dada informação sobre as identidades dos três outros
detidos. Só que pecou por tardia. Diferente teria sido o sentido informativo (e
a configuração interpretativa) se tivesse ocorrido, em simultâneo, através do
comunicado feito.
Há a destacar que se trata de uma informação que dá ideia de ser auspiciosa
para Miguel Relvas, deixando antever que afinal: “Tudo como dantes, quartel
general em Abrantes”.
O leitor fica a compreender que, apesar dos nove meses (quando se antevia
um breve desfecho) de gestação de um processo de averiguações sobre a
famigerada licenciatura arrelvada de Miguel Relvas, ainda não se vislumbra o
nascimento do ser que virá à luz do dia. Fica o receio de que, com parto tão difícil,
o nascituro seja um nada-morto – como já indicia a notícia e que a acontecer,
trará um grande alívio e satisfação a Relvas.
E não só... Ficarão inegavelmente abertas as possibilidades de proliferarem como
cogumelos, em matas transmontanas, as licenciaturas arrelvadas das rapaziadas
das jotas. Desde logo, o campo - de tão bem adubado - estará propício a grandes
e proveitosas colheitas. Também o país ficará assim mais apetrechado para
prosseguir o aproveitamento da riqueza decorrente dos saberes de jovens super
dotados e melhor licenciados que, rapidamente, ascendem a ministros e (ou) a
posições de especialistas e de chefia dos esplendorosos gabinetes ministeriais
e das prestigiadas comissões parlamentares.
Pelos vistos, resta aos estupefactos indígenas esperar pela pancada...
Juíza nega acesso ao processo da licenciatura de Relvas
Ana Petronilho
[email protected]
Juíza impede jornalistas e advogados de consultar o processo. Especialistas
dizem que a decisão, ainda que legal, é “juridicamente errada” e pouco
fundamentada.
A juíza, que tem em mãos há nove meses o processo administrativo que envolve
a Universidade Lusófona sobre alegadas irregularidades na licenciatura de
Miguel Relvas, nega o acesso ao processo. A decisão da juíza é fundamentada
no artigo 164º do Código de Processo Civil (CPC), pela “circunstância de os
autos conterem dados pessoais respeitantes a uma das partes”, ou seja, a
Miguel Relvas.
O indeferimento da juíza Isabel Portela Costa chegou ontem ao Económico, –
num despacho com data de 10 de Março – três meses depois de o Económico
ter pedido para consultar o processo, que não está em segredo de justiça. E
o indeferimento estende-se a jornalistas e advogados. No documento lê-se
ainda que “quanto aos pedidos de informação e esclarecimentos, indeferemse, também, uma vez que a lei não prevê que o Tribunal preste, a quem não é
parte, quaisquer esclarecimentos ou informações sobre processos judiciais em
curso”.
Mas esta é uma decisão que os especialistas ouvidos pelo Económico contestam
e dizem não ser suficientemente fundamentada. Ora, segundo o artigo 164º
do CPC, invocado pela magistrada do Tribunal Administrativo do Círculo de
Lisboa, “o acesso aos autos é limitado nos casos em que a divulgação do seu
conteúdo possa causar dano à dignidade das pessoas, à intimidade da vida
privada ou familiar ou à moral pública, ou pôr em causa a eficácia da decisão
a proferir”. O mesmo artigo prevê que pode ser barrado o acesso a processos
“de anulação de casamento, divórcio, separação de pessoas e bens e os que
respeitem ao estabelecimento ou impugnação de paternidade”. Segundo os
especialistas ouvidos pelo Económico,a decisão de Isabel Portela Costa pode
ser “juridicamente errada, mas não será ilegal”. Isto porque “a situação em apreço
não parece enquadrar-se em nenhum destes conceitos”. Mais: os especialistas
defendem que a juíza deveria ter fundamentado melhor as razões porque nega
a consulta do processo.
Para João Luís Traça, sócio da Miranda, “a boa administração da justiça
provavelmente justificaria um despacho mais detalhado sobre os fundamentos”.
O processo em causa pode resultar na anulação da licenciatura de três anos do
ex-ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, que foi concluída em apenas
um ano. A investigação do Ministério Público fechou a 21 de Fevereiro deste
ano, véspera do último congresso do PSD onde foi anunciado o regresso de
Relvas à política activa, e chegou à juíza seis dias depois. Ainda não há uma
data prevista para a decisão e, ao Económico, o Conselho Superior dos Tribunais
Administrativos e Fiscais justifica o atraso da juíza – que tinha três meses
para proferir decisão – dizendo que a magistrada tem “um elevado número de
processos (...) muitos deles mais antigos”.
(Fim de transcrição)
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L’ultime combat de Jean Doré
Il s’accroche, même si sa vie vient de prendre une tangente mortelle. «Je ne
pouvais pas m’effondrer devant ma femme et mes enfants.»
L’ex-maire de Montréal Jean Doré est atteint d’un cancer du pancréas. En
septembre, il a appris que sa maladie était incurable.
Jean Doré se tait. Il a des larmes dans la voix et dans les yeux. Il est ému,
chaviré. Il ne craquera qu’une fois pendant les deux heures d’entrevue. Le reste
du temps, il parlera avec sa verve légendaire et son habituelle passion.
Nous sommes dans la cuisine de son petit appartement de la rue Saint-Norbert,
en plein cœur du centre-ville de Montréal. Dehors, il neige, la première bordée de
l’hiver. Une neige lourde qui fond en s’écrasant sur l’asphalte mouillé.
Jean Doré a perdu 50 livres et tous ses cheveux, lui qui était connu pour sa
célèbre tignasse. Il a conservé sa carrure, ses épaules larges, mais sa charpente
s’est affaissée, fragilisée sous les coups agressifs de la chimiothérapie. Une
chimio palliative et non curative. Il peut étirer son espérance de vie, voler du
temps, grignoter des mois, 18, 36 si tout va bien. Et prier pour que la science
découvre rapidement un remède.
Le cancer, un mot qui donne le vertige. Le verdict a assommé, puis révolté Jean
Doré.
«J’ai eu un moment de rage dans les jours qui ont suivi le diagnostic. Je venais
de passer le plus bel été de ma vie, j’étais en pleine forme, pis là, paf! T’es pogné
avec un cancer! Mon père est mort à 94 ans, mon grand-père à 93. J’ai tiré le
mauvais numéro. Pourquoi moi, tabarnac?»
Il a vu un psychologue de l’hôpital Saint-Luc. Sa femme et ses filles de 28 et
40 ans aussi. Toute la famille l’a consulté, seul ou en groupe. «Il nous apprend
comment se préparer à mourir et comment aider les proches à accepter la mort.
Quand on est atteint, il ne faut pas rester seul. Le psychologue m’a permis de
me libérer, de sortir ma peine, d’exprimer mes peurs et le sentiment d’injustice.»
PHOTO MARCO CAMPANOZZI, LA PRESSE
Ma Presse
Michèle Ouimet
La Presse
À 69 ans, Jean Doré livre son ultime combat, celui contre le cancer du pancréas.
Maire de Montréal de 1986 à 1994, il a chassé du pouvoir le Parti civique de
Jean Drapeau. Il s’est battu pour dépoussiérer Montréal et lui insuffler une vie
démocratique. Doré est un battant. La Presse l’a rencontré.
En 1990, Jean Doré est réélu à la mairie de Montréal avec 59% des voix.
Hôpital Saint-Luc, 17 septembre. Jean Doré fixe l’horloge sur le mur. L’opération
doit durer six ou sept heures. Il calcule: il devrait se réveiller vers 18h, débarrassé
des métastases qui squattent son pancréas.
Le cancer. Il est encore sous le choc. Pendant l’été, il avait joué au tennis trois
fois par semaine, a fait de la bicyclette et il s’était débarrassé de son embonpoint.
«Crisse! J’étais en pleine forme, raconte Jean Doré. Pis là, je me ramasse sur un
lit d’hôpital, j’ai de la misère à me lever, je dois réapprendre à marcher droit et j’ai
50 broches qui me vont des seins au nombril!»
Deux semaines plus tôt, il avait passé un bilan de santé. La grande forme pour
un homme de 69 ans, même pas de cholestérol.
Puis, les premiers symptômes sont apparus.
«Je jouais à la pétanque avec un ami médecin. Je lui ai dit que mon pipi était
jaune orange et mes selles, blanches. Il m’a averti: «C’est sérieux.» Le lundi
matin, je rentrais à l’hôpital pour passer des tests.»
Le diagnostic tombe le 16 août: cancer du pancréas, un cancer silencieux,
indétectable, qui se développait depuis deux ans et demi.
Le médecin croit que les métastases n’ont touché que la tête du pancréas. Il est
«opérable». Jean Doré est optimiste.
Le 17 septembre, il fixe donc l’horloge et se dit que tout sera terminé vers 18h.
Mais les choses ne tournent pas comme il l’avait imaginé. Il se réveille à 14h,
beaucoup trop tôt. Il est inquiet. «Je me suis dit: «Ils m’ont ouvert, puis refermé
sans m’opérer, c’est incurable».»
On le transporte dans sa chambre. Quand il voit le visage décomposé de sa
femme et de ses deux filles, ses doutes se confirment.
Aujourd’hui, Jean Doré est serein. Il canalise toute son énergie dans son ultime
combat, celui de sa vie.
«Je vis d’espoir grâce au soutien de mes proches.»
Il suit religieusement sa chimiothérapie: trois semaines de traitement, suivies
d’une semaine de repos. Il respectera ce rythme jusqu’en avril. Après, tout sera
réévalué: la réaction de son corps, la résistance des métastases, son espérance
de vie.
«Il ne faut pas perdre espoir, je dois garder l’esprit positif. Il faut que je retrouve
ma forme, mon énergie et la sérénité pour mener mon combat. Peut-être que la
science va progresser.»
Il doit manger pour ne pas perdre trop de poids, même s’il n’a pas faim. Il fume
parfois un peu de pot pour stimuler son appétit.
«Je pèse 175 livres. Je suis à la limite.»
Il a sauté un traitement de chimio parce que son système immunitaire était trop
affaibli. Il est parti à sa maison de campagne pour chasser son cafard. «J’ai
préparé les affaires de Noël. Je m’en occupais avec beaucoup d’intensité. Je
mordais là-dedans. J’ai le goût que ça continue.»
Jean Doré mène son combat quotidien: monter les 50 marches qui mènent à son
logement en reprenant son souffle à chaque palier, dormir, manger, garder le
moral, vivre et survivre en espérant que la science fasse le reste.
En quelques dates:
1944
Jean Doré est né le 12 décembre 1944 dans le quartier Centre-Sud.
1967
Il est élu président de l’Association générale des étudiants de l’Université de
Montréal. À la fin des années 60, il obtient une licence en droit.
1982
Il devient chef du Rassemblement des citoyens de Montréal (RCM). Aux élections
du 14 novembre 1982, il fait élire 15 conseillers sur 54.
1986
Il est élu avec 70% des voix et remporte 55 des 58 postes de conseillers.
1990
Il est réélu avec 59% des voix.
«Elles étaient effondrées, se rappelle Jean Doré. Elles se disaient que leur père
allait mourir.»
1994
Il est battu par Pierre Bourque.
Les métastases ont envahi son pancréas et quelques-unes ont atteint son foie.
Son intuition était juste, son cancer est incurable. Il a mal partout. L’opération l’a
épuisé. «C’est comme si un camion de 15 tonnes était passé sur mon corps. Ça
fait mal.»
1998
Il tente un retour en politique avec un nouveau parti, Équipe Montréal. Il est battu
à plate couture. Seuls deux conseillers sont élus. Pierre Bourque conserve le
pouvoir.
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Comunicado IDP 25/11/2014
A Europa precisa da NATO?
Alexandre Reis Rodrigues
Ninguém está acima da Lei
A luta contra a corrupção está na ordem do dia em todas as democracias
europeias. Em Portugal, se mais fosse preciso, a detenção em circunstâncias
gravosas e a prisão preventiva em 24 de Novembro do ex-primeiro ministro José
Sócrates, tornou a corrupção em tema político central, seja qual for a verdade
dos factos que vier a ser apurada.
Os eventuais crimes de uma figura pública são um tema que tem de ser
discutido, e o IDP apoia incondicionalmente quem se encontra encarregado de
aplicar a justiça. Quando os factos que levam à detenção de figuras públicas
são relevantes e consistentes para suportar a acusação, tudo deve ser feito para
contrariar a ação de quem pretende branquear previamente o incriminado.
O ex-primeiro ministro José Sócrates chegou a recolher 2.6 milhões
de votos em eleições legislativas Quantos milhões dessas pessoas se sentem
legitimamente enganadas, não sabemos. Mas sabe o IDP que qualquer pessoa
de bem quer saber se ele praticou ou não os factos agora imputados. Os
eventuais apoiantes de José Sócrates tudo farão para diminuir a credibilidade
da acusação com o intuito de enfraquecer a sentença que se seguirá da verdade
dos factos que vierem a ser apurados. E mesmo os adversários políticos diretos
de José Sócrates têm razões penosas para silenciar o facto.
Efectivamente - salienta o IDP - os factos que suportam a acusação
contra o antigo PM, são comuns a políticos de outros partidos do chamado arco
da governação. Este facto explica o aproveitamento mínimo que esses partidos
estão a fazer do caso. Na verdade, não será de estranhar que alguns elementos,
nomeadamente ex-presidentes de partido agora no poder, sigam a mesma sorte
do antigo PM,.
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Alerta o IDP que iremos assistir, nas próximas semanas e meses, a
estratégias políticas que terão por objectivo distinguir entre políticos com carácter
e sem carácter. Essas estratégias irão reconfigurar o discurso dos partidos
do arco da governação, já muito fragilizados por escândalos sucessivos. Os
líderes partidários do arco da governação terão de gerir as respectivas imagens,
chegando mesmo a afastar elementos proeminentes que lhes asseguraram a
chegada à liderança.
Alerta ainda o IDP que os processos em curso sobre os casos
Montebranco, Vistos Gold, Submarinos e outros, indicam que há novas figuras
de proa a serem implicadas em breve, nomeadamente o vice-primeiro ministro
e o antigo presidente do Conselho de Administração do BES que se sabe irá
atacar a entidade reguladora bancária e, indirectamente, o Governo.
Contrariando a fábrica de rumores que irá aturdir o país nas próximas
semanas, adverte o IDP que os cidadãos se devem manter confiantes em quem
se encontra encarregado de aplicar a justiça.
Lisboa, 25 de Novembro de 2014
A Direção do IDP
A pergunta pode parecer provocativa, inoportuna ou mesmo não fazer sentido,
principalmente à luz da situação na Ucrânia e das recentes demonstrações do
poder aéreo russo no espaço europeu, que alguns consideraram manobras de
intimidação muito preocupantes, eventualmente sinais de um regresso à Guerra
Fria, Pacto de Varsóvia, etc.
No entanto, na minha perspectiva, se é uma pergunta provocativa será apenas
pela forma como está formulada. Não pela essência da questão que levanta,
que tem por detrás a preocupação de indagar se a actual NATO, tal como está a
funcionar, é o que melhor serve os interesses europeus.
É óbvio que a Europa precisa de uma aliança que corporize um estreito
relacionamento com os EUA, mas a base em que assenta o actual, muito
marcado por um acentuado desequilíbrio dos contributos militares dados pelas
duas margens do Atlântico - que aliás continua a acentuar-se - não serve o
propósito de manutenção da Aliança no nível de credibilidade que manteve na
Guerra Fria. Está a servir apenas para dispensar os europeus de assumirem
a sua quota de responsabilidades. Este é um efeito perverso que é preciso
combater, talvez tentando responder à pergunta sobre “que fariam os europeus
se não existisse a NATO”?
A situação mantém-se porque é financeiramente atractiva para a Europa
mas tem custos políticos pesados com que ninguém se parece preocupar,
possivelmente porque afecta todos e nenhum em particular. Coloca os europeus
numa posição de subserviência militar que, curiosamente, não se verifica em
mais nenhuma área do relacionamento transatlântico e leva a confundir a NATO
com os EUA, devido a uma presença política excessiva da potência líder. Esta
condição não facilita a penetração da organização em algumas regiões, como
é o caso, por exemplo, do Atlântico Sul. Facilita o arrastamento da NATO para
empreendimentos e políticas que precisariam de ser mais temperadas pelos
interesses europeus como foi o caso da tentativa americana de fazer aceitar o
ingresso da Ucrânia e da Geórgia na NATO, processo parado no último instante
pela Alemanha e França, mas que ficou mal resolvido com a manutenção de
uma promessa de futuro ingresso.
Como já tinha acontecido no caso da Geórgia, Moscovo aguardava apenas uma
oportunidade de complementar com uma intervenção militar a indisponibilidade
política que já tinha mostrado para aceitar qualquer cedência no caso da Ucrânia,
que considera uma área quase sagrada de influência, como o território por onde
no passado a Rússia foi várias vezes invadida. Por coincidência ou não, foram
precisamente esses dois países que vieram a ser invadidos pela Rússia, o que,
de momento, constitui a essência da crise de relacionamento com Moscovo.
Infelizmente, a decisão da NATO na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo,
em Setembro, em resposta a esta situação só veio a dar razões a Putin de que
não precisa de se preocupar com a NATO. O saldo das medidas tomadas não
foram JDRI • Jornal de Defesa e Relações Internacionais •www.jornaldefesa.pt,
além de algumas iniciativas militares de natureza simbólica, mas que mesmo
assim aguardam validação em Fevereiro em cimeira de ministros da defesa, e
da renovação do compromisso antigo, mas nunca honrado, de fazer crescer os
orçamentos de defesa para 2% do PIB, no espaço de dez anos!
Num ambiente de segurança que quase não tem pontos comuns com o da Guerra
Fria - não obstante a actual postura da Rússia sugerir a ideia de um regresso
ao passado -, a NATO não pode continuar a tentar manter-se organizada nas
bases em que funcionou durante a Guerra Fria, isto é, assente quase apenas
no potencial militar dos EUA, e em especial no seu arsenal nuclear. Isso deixou
de ser possível por várias razões. Em primeiro lugar, porque tendo a Europa
deixado de estar no centro das preocupações estratégicas dos EUA, a tendência
que se acentua é estes esperarem que as crises sejam resolvidas localmente
pelos primeiramente visados, como aconteceu, por exemplo, na crise Líbia.
Em segundo lugar, porque, presentemente, há diferenças de interesses e de
maneiras de encarar a solução para os desafios que se põem e a isso deve
corresponder uma capacidade autónoma da Europa para os resolver.
Posto isto, eu diria, em resposta à
pergunta que constitui o título deste
artigo, que se a NATO continua a
servir para os europeus não terem
que assumir a linha da frente da sua
própria segurança então a Aliança está
a ter uma função que compromete o
seu futuro e a própria segurança da
Europa. Já não sendo militarmente
útil aos EUA, porque os europeus
não se mostram capazes de dar
uma contribuição relevante, deixará
também de ser útil à Europa, apesar
de continuar a ser necessária.
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Beethoven 9 Symphonies: O Mensch, gib acht! “Paris en perspectives”- dans la Galerie
Entre les Lumières et la Révolution (6CD)
«Ici pour l’instant»
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Compositeurs:
Beethoven, Ludwig van
Interprètes:
Orchestre symphonique de Montréal (OSM), | Nagano, Kent | Pieczonka,
Adrianne | Wall, Erin | Fujimura, Mihoko | O’Neill, Simon | Petrenko, Mikhail
D’un « nouveau chemin » à un homme nouveau… Introduction par Kent
Nagano
Lorsque nous parlons aujourd’hui
de « musique classique », particulièrement lorsque nous pensons à
des compositeurs tels Joseph Haydn,
Wolfgang Amadeus Mozart et Ludwig
van Beethoven, se forme alors l’image
d’un âge d’or de la culture. Cette
représentation est encore renforcée
par les noms illustres d’artistes peintres
ou d’auteurs qui viennent à l’esprit et
donnent à cette époque un éclat sans
pareil. Or si nous regardons cette
période de plus près, particulièrement
les années 1800-1830 qui furent celles
de la principale période d’activité et de
création de Beethoven, l’image qui se profile n’est assurément pas si «dorée»
Ces années furent celles de complets bouleversements politiques, sociaux et
intellectuels ; ce furent les années où la Révolution française de 1789 et ses
conséquences sanglantes, terrifiantes, jetèrent l’Europe dans un grand trouble.
Des années où l’arrivée de Napoléon Bonaparte offrit un rayon d’espoir au
monde, vite replongé dans les guerres et l’asservissement, les hommes dans
la misère et la confusion face à leur avenir. De nouveaux rapports de forces
se développèrent à différents niveaux. L’ordre politique en Europe fut réajusté :
les rapports anciens que l’on croyait dépassés, révolus, furent restaurés. L’idée
« nationale » suscita une dynamique propre dont il était à ce stade encore
impossible de connaître les conséquences. Le jeu des forces sociales intérieures
et le nouvel ordre en Europe provoquèrent des transformations significatives
dans l’expérience et les valeurs humaines. Une nouvelle image de l’homme, une
nouvelle représentation de la société et du monde se forma dans la conscience
des contemporains – reposant sur les thèmes hérités des lumières et désormais
nouvellement appréhendés : la liberté, le progrès, l’autodétermination, le courage
et la responsabilité tout comme la dignité et le bonheur. C’est pour cette nouvelle
humanité que Beethoven composa sa musique ; il y vit son devoir d’artiste et la
vérité de son art. L’idée d’une nouvelle humanité, d’une société nouvelle et d’un
nouveau chemin à parcourir guida le compositeur, lui dicta la trame des pensées
musicales que livra sa plume. C’est particulièrement vrai au regard de ses neuf
symphonies. Dès sa première symphonie, qu’il commença en 1799, Beethoven
établit la symphonie comme genre type d’une œuvre complexe, dont les quatre
mouvements se distinguent chacun par une atmosphère et un caractère distincts,
formant un tout grâce à leur complémentarité et leurs liens réciproques. Il est
frappant que Beethoven soit fondamentalement resté attaché aux traditions
établies par Haydn et Mozart ; il les a prises comme point de départ pour mieux
s’en éloigner ensuite. Il en a repris les caractéristiques extérieures, mais en
a transformé la « signification » dans le détail et dans l’ensemble de l’œuvre.
Beethoven a composé neuf symphonies ; chacune d’elle possède un caractère
si singulier, que nous préférons renoncer à une description d’ordre général. Avec
elles, au travers d’elles, Beethoven donne de nouvelles dimensions, de nouvelles
qualités à la musique orchestrale, et pose par là de nouvelles exigences face
aux habitudes d’écoute du public. L’on y trouve une réflexion, des sensations,
un esprit constructif dominant, une atmosphère comme des émotions – autant
de qualités entrelacées d’une manière alors radicalement nouvelle. Elles sont
l’expression d’une conscience cherchant à saisir les choses de ce monde et
envisageant le monde dans un processus d’évolution. Ce processus tend vers
un but : l’idée d’une humanité meilleure. Ces symphonies instaurent un nouveau
rapport entre la musique et le public, entre les artistes et le public, créant dès lors
une nouvelle compréhension de l’art de la musique dans la société. Une pratique
nouvelle de la culture est de cette manière engagée, une pratique qui replace les
œuvres jadis créées dans la lumière de rapports actuels – ce qu’elle doit faire,
toujours et encore, pour mettre ces œuvres en résonance avec la dimension
existentielle de nos expériences humaines.
Maria Fernanda Pinto
Première exposition de photos d’une jeune femme, d’origine portugaise.
Sandra-Isabel est née à Faro, en Algarve et y a vécu jusqu’à l’âge de 24 ans.
Ensuite elle est venue rejoindre sa famille à Paris, où elle vit désormais et travaille
comme gardienne d’immeuble à Paris, dans le 11ème arrondissement.
Sandra-Isabel aime Paris, “même si la vie n’est pas toujours facile, j’ai un assez
bon contact avec les gens, j’aime y faire la fête et de longues balades...” nous
dit la photographe.Elle a toujours aimé et pratiqué la photo avec passion, mais
depuis 5 ans elle s’y intéresse plus sérieusement. Ses photos nous parlent
d’eau, de ciel, de reflets et surtout de mises en perspectives. Sandra Isabel
photographie aussi des concerts (jazz, reggae, chanson française, etc.), dont
elle considère le résultat surprenant!
Cette première exposition, lui faisait un peu peur mais le dynamisme de la jeune
Galerie “Ici pour l’instant” et la sympathie d’Olivier Dacher,* son propriétaire, lui
ont donné le courage nécessaire. Durant 15 jours, en novembre, Sandra-Isabel
y exposera ses photographies.
Alerté par le “Journal du Dimanche” qui a fait un article sur Sandra Isabel, le
programme “Les grosses têtes” d’RTL lui a téléphoné et Laurent Ruquier l’a
interviewée en direct ; la radio Alfa (radio portugaise de Paris) et la Radio
Télévision Portugaise – RTP, ont fait de même.
* Olivier Dacher, diplômé en Droit Public à La Sorbonne”, s’est retourné vers les
Arts, a fait l’École des Gobelins, a fréquenté aussi l’École de gravure Duperré
et ouvert cette année, son atelier-galerie, «Ici pour l’instant», où il pratique le
Dessin et la Gravure et expose ses œuvres. Il y présente régulièrement d’autres
artistes.
Atelier/Galerie «Ici pour l’instant»
158, rue de Charreton, 75012 Paris
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TEMPO DE POESIA - VI
LUÍS VAZ DE CAMÕES
Escolha de Isabel Meyrelles
Colaboração de Maria Fernanda Pinto
Era filho único de Simão Vaz de Camões e de D. Ana de Sá e Macedo. Pouco se
sabe com certeza sobre a sua vida, salvo que é um poeta conhecido no mundo
inteiro. Aparentemente nasceu em Lisboa em 524, e faleceu nesta mesma cidade
em Junho de 580. Sobre a sua infância tudo é conjectura mas, ainda jovem,
consta ter recebido uma sólida educação nos moldes clássicos, na Universidade
de Coimbra, dominando o latim e conhecendo a Literatura e a História antigas
e modernas.
Certos literatas comparam «Os Lusíadas» à «Odisseia » de Homero, como
sendo também uma epopeia.
Luís de Camões partiu para África, Ceuta, como soldado e aí num combate,
ficou cego de um olho, como se vê nos desenhos da época. Voltou a Lisboa, foi
recebido na corte que frequentou regularmente.
O amor
10
Camões declamando para D. Sebastião
Aconteceram-lhe mil peripécias, boas e más e partiu de novo como soldado para
a Índia e para Macau.
Uma grande parte de «Os Lusíadas» já estava escrita quando o barco onde ele
ia naufragou no delta do Mékong : Luís de Camões, conseguiu a nado, salvar o
manuscrito levantando-o com uma mão, nadando com o outro braço.
Viveu miseravelmente em Goa e conseguiu voltar a Portugal com a ajuda de
amigos. Publicou «Os Lusíadas» em 572 e faleceu entre 579 e 580, na maior
miséria.
Luís de Camões, foi sepultado na Igreja de Santa Ana, destruída depois com o
terramoto de 755.
A riqueza da sua obra, «Os Lusíadas» inclusos, faz com que ele seja o mais
exímio poeta português.
Amor, com a esperança já perdida.
Teu soberano templo visitei;
Por sinal do naufrágio que passei,
Em lugar dos vestidos, pus a vida.
Que queres mais de mim, que destruída
Me tens a glória toda que alcancei?
Não cuides de forçar-me; que não sei
Tornar a entrar onde não há saída.
Vês aqui alma, vida e esperança,
Despojos doces de meu bem passado,
Enquanto o quis aquela que eu adoro.
Nelas podes tomar de mim vinganças ;
e, se inda não está de mim vingado,
Contenta-te co’as lágrimas que choro.
Amor é fogo que arde sem se ver ;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É quere estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade.
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
A Ilha dos Amores
O velho do Restelo
Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Nâo tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.
Se nela esta minha alma transformada.
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.
Mas esta linda e pura sem ideia,
Que, como o acidente em eu sujeito,
Assim com a alma minha se conforma.
Está no pensamento como ideia ;
[E] o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.
O dia em que nasci moura e pereça,
Não o queria jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar.
Eclipse nesse passe o Sol padeça.
A luz Ihe falte, o Sol se [Ihe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes.
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
cuidem que o Mundo já se destruiu.
O gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!
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“L’envers de la Réalité”
Exposition de l’Art Surréaliste au Consulat Général du Portugal à Paris
Dans une réalisation du Consulat Général du Portugal à Paris et de la GAPP
(Galerie d'Art Portugal Presente), des sculptures de Isabel Meyrelles et peintures
de Santiago Ribeiro, basées dans le Surréalisme, vont être présentées au public
du 4 décembre au 8 janvier 2015.
Certaines personnes disent que le
surréalisme est finit, mais ce n’est pas
exact. Il est le mouvement le plus lié
à l’imagination, toujours vivant et appartenant à tout le monde artistique et
littéraire, comment peut-il disparaître ?
Il y a de plus en plus d’amateurs, adorateurs inconditionnels de ce courant
de liberté.
D’ailleurs le surréalisme portugais,
peut-être en raison de sa propre nature, est le lien inextricable entre la poésie et la peinture.
Le Surréalisme, né après la première
Guerre Mondiale, est caractérisé par
son opposition à toutes conventions
sociales, logiques et morales. C’est
un mouvement autant littéraire qu’artistique du début du XXème siècle, où
prime le rêve, l’instinct, le désir et la
révolte, visant à libérer la création de
toute contrainte et de toute logique,
comme le sentait André Breton, qui
était surtout désireux de garder la pureté originale du mouvement.
Le Surréalisme par la parole, la peinture, la sculpture continue pour tous,
comme la vie – insistante, concrète,
quotidienne, réelle, prouve que «le
surréalisme international» est toujours
vivant!
L’exposition “L’envers de la Réalité” à Paris, berceau de ce mouvement , est la
preuve que le “surréalisme international”, continue aussi, bien vivant.
O Cônsul de Portugal, o artista Santiago Ribeiro e Maria Fernanda Pinto, nossa
colaboradora em Paris.
“L’envers de la Réalité” aura lieu au Consulat Général du Portugal à Paris avec
Isabel Meyrelles et Santiago Ribeiro. Le Prof. Aníbal Pinto de Castro (Fundação Cupertino de Miranda) a dit que, Isabel Meyrelles est sans doute un exemple de vitalité esthétique; douée d’une haute créativité, très indépendante de
critères et options, bien dans la lignée de André Breton et Cruzeiro Seixas, elle a
réussi a exprimer son monde intérieur par la maîtrise de la parole et le sens des
formes des Arts Plastiques. La poésie fait aussi partie intégrante de sa vie, elle a
écrit plusieurs livres et Anthologies de poésie.
Selon l’écrivant et poète António Arnaut, la peinture de Santiago Ribeiro nous
donne le réel et le fictif, l’irréel et sa
pénombre, le mouvement et son hyperbole, tel que le goût du semeur qui
caresse son champ cultivé. Si son trait
est surréaliste comme ses tableaux
nous montrent, dans un juste équilibre
de couleurs, il y a une autre réalité,
comme si les figures qui nous interpellent fussent nos propres ombres,
levées du fond de notre mémoire.
Isabel Meyrelles habite à Paris depuis 1950, où elle a créé la plus grande
partie de son œuvre artistique. Elle va
souvent au Portugal, où elle expose
régulièrement à Lisbonne et à la Fondation Cupertino de Miranda.
Isabel Meyrelles est Commandeur de
l'Ordre de Sant'Iago da Espada, prix
qui lui a été attribué par le président de
la République portugaise.
Au Portugal, Santiago Ribeiro, un des
peintres surréalistes portugais, les plus actifs, transposant le Surréalisme vers
le XXI. ème siècle, a organisé avec un dynamisme sans faille, la promotion de
l’International Surrealism Now partout dans le monde en partant de Coimbra en
2010, avec l’appui et organisation de la Fondation Bissaya Barreto (où on peut
trouver encore des œuvres).
Vernissage – 4 Décembre 2014, au
18h30 et l'exposition sera ouverte au
public, du lundi au vendredi 8h00
-18h00, jusqu’au 8 Janeiro, 2015.
Lieu:
Consulat Général du Portugal à Paris
N ° 6, rue Georges Berger , 75017, Paris
téléph. – (00 33) 563 381 00
e-mail:[email protected]
Maria Fernanda Pinto, Paris
Isabel Meireles e o Embaixador Seixas da Costa aqundo da imposição da
condecoração da Ordem de Santiago de Espada, em Paris
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Votre Santé
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cas, entraîner une dysfonction érectile. Elle survient le plus souvent sans cause
connue ou peut être consécutive à une blessure qui provoque une cicatrisation
fibreuse dans les tissus péniens. Même quand elle semble sans cause apparente,
elle est sans doute due à de microtraumatismes du pénis. Les troubles peuvent
être, suivant les cas, de nature provisoire ou permanente.
Section spéciale
Dysfonction sexuelle (2)
La dysfonction sexuelle masculine
Sommaire
Dysfonctions sexuelles : qu’est-ce que c’est?
Symptômes des dysfonctions sexuelles
Personnes à risque, facteurs de risque et prévention
Traitements médicaux des dysfonctions sexuelles
Les dysfonctions sexuelles et les troubles du désir peuvent toucher tout le monde,
autant les hommes que les femmes et se manifester à tout âge. La sexualité
censée être épanouissante peut alors peser lourd sur les épaules d’un couple.
Peu importe le problème, il est souvent difficile de discerner ce qui est physiologique
de ce qui est psychologique. Les idées, les pensées et les sentiments ont au
moins autant d’importance que les manifestations physiques.
Principales formes de dysfonction sexuelle masculine
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La sexualité avec l’âge
Il peut être rassurant de savoir que, pour la majorité des gens, tous les mécanismes
physiologiques pour atteindre la satisfaction sexuelle sont présents, peu
importe l’âge. Qui plus est, être actif sexuellement contribue à une bonne santé
physique, ce qui augmente la longévité! Cependant, le couple traversera parfois
une période d’ajustement (souvent aux abords de la retraite), qui l’amènera à
explorer de nouveaux moyens de vivre la sexualité. Avoir des attentes irréalistes
peut entraver cette recherche. Sachons qu’il est normal qu’avec l’âge : l’intensité
des sensations et de l’orgasme soit moins puissante; le pénis en érection soit
moins rigide et moins élevé; et que l’excitation sexuelle arrive plus lentement et
demande une stimulation plus directe de la part de la (ou du) partenaire.
États ou situations à l’origine des dysfonctions sexuelles
Parmi les principales :
Problèmes de santé physique.
Plusieurs problèmes de santé peuvent
être à l’origine d’une dysfonction
érectile et, parfois, d’une libido plus
faible.
Diabète : l’excès de glucose dans
le sang porte atteinte aux mécanismes
de l’érection;
Dysfonction érectile. On peut diagnostiquer une dysfonction érectile lorsque
s’installe une incapacité répétée d’avoir une érection ou de la maintenir
convenablement durant le coït. Elle ne doit pas être confondue avec la panne
érectile isolée ou occasionnelle qui, bien que souvent vécue de manière gênante,
devrait être perçue pour ce qu’elle est : normale. La grande majorité des hommes
connaissent un jour ou l’autre de telles périodes sans que leur vie ou celle de leur
partenaire n’en soit pour autant perturbée. La dysfonction érectile touche environ
20 % des hommes âgés de 50 ans à 59 ans, une proportion qui augmente avec
l’âge et la maladie. Il n’en demeure pas moins qu’un homme en bonne santé peut
demeurer actif sexuellement jusqu’à un âge avancé.
Troubles cardiaques ou athérosclérose
(formation de plaques sur la paroi des
artères, qui rétrécit leur ouverture);
Baisse du désir. Autrefois exclusivement associée aux femmes, la panne du désir
sexuel touche tout autant les hommes. Une infinité de facteurs peuvent nuire au
désir. La culture, les valeurs, la situation économique et le contexte social en
sont quelques-uns. En fait, un véritable trouble du désir est diagnostiqué lorsque
la baisse de libido survient sans raison apparente et persiste dans le temps. En
général, les facteurs impliqués dans la dysfonction érectile peuvent aussi altérer
le goût pour l’activité sexuelle.
Dépression;
Éjaculation précoce. On peut diagnostiquer ce trouble sexuel lorsque, de manière
systématique et incontrôlée, l’homme éjacule à la moindre excitation, souvent
même avant d’avoir pénétré sa ou son partenaire. Le phénomène peut aussi être
présent à la masturbation. Encore une fois, cette situation peut se présenter à
l’occasion chez un homme normal et en bonne santé; il arrive à la plupart des
hommes, un jour ou l’autre, d’éjaculer avant le moment où ils l’auraient souhaité.
Chez l’éjaculateur précoce, le phénomène n’est pas occasionnel, il constitue
plutôt une constante, un modèle comportemental exclusif. Ce trouble sexuel
toucherait environ le tiers des hommes, ce qui en fait le trouble sexuel le plus
fréquent1.
L’éjaculation retardée ou anéjaculation. L’homme éprouve de la difficulté à éjaculer
ou y parvient seulement si le coït est très long. Ce trouble est en augmentation.
Il peut être dû à des problèmes de santé (diabète, maladie neurologique…), ou
bien à la prise de certains médicaments, en particulier les antidépresseurs. Dans
d’autres cas, il est lié à une retenue psychique, un manque de lâcher prise ou
encore à la surconsommation d’images X qui entraîne l’excitation à monter d’une
manière particulière qui ne se retrouve pas dans une relation de couple.
Maladie de La Peyronie, bien qu’il ne s’agisse pas d’une dysfonction mais d’une
maladie anatomique. Décrite pour la première fois en 1743 par le chirurgien
français François de la Peyronie, cette maladie se caractérise par une phase
de douleur puis une déformation du pénis en érection : courbure vers un côté,
le haut ou le bas due à l’apparition d’une plaque fibreuse non élastique dans les
tissus du pénis. Cela peut être douloureux pour l’homme, ou gênant sur le plan
mécanique et l’empêcher (totalement ou en partie) d’avoir des rapports sexuels
normaux. Cette maladie touche environ 1 % des hommes. Elle peut, dans certains
Hypertension;
Embonpoint ou obésité;
Maladie grave ou chronique (maladie de Parkinson, sclérose en plaques, etc.);
Hypogonadisme : un trouble hormonal qui engendre une carence en androgènes,
des hormones responsables de l’émergence des caractères sexuels masculins;
Lésion à la moelle épinière à la suite d’un accident, selon l’endroit et la gravité
de la lésion. Par exemple, une lésion à la hauteur du cou peut altérer l’érection
dite « psychogène », liée au désir, mais préserver l’érection réflexe, liée à un
centre réflexe situé au bas du dos.
Médicaments ou traitements. Certains traitements (contre l’hypertrophie bénigne
de la prostate, par exemple) ou médicaments (certains antidépresseurs,
antihistaminiques et médicaments qui baissent la pression artérielle, notamment)
agissent sur la capacité à avoir une érection.
Tabagisme, abus d’alcool ou de drogues. Ils peuvent contribuer à la dysfonction
érectile.
Difficultés dans le couple. Des conflits non réglés avec le ou la partenaire se
répercutent souvent sur le désir d’entreprendre des rapports sexuels et de se
laisser aller intimement avec sa (ou son) partenaire. Une homosexualité latente
ou non reconnue peut avoir des conséquences sur le déroulement des relations
sexuelles.
Stress, dépression, anxiété. La tension nerveuse générée par des préoccupations
(inquiétudes liées au travail, à la famille, aux difficultés financières, etc.), l’anxiété
et la dépression réduisent bien souvent l’énergie et le désir sexuel. Il peut
aussi y avoir une appréhension vis-à-vis des relations sexuelles, en raison de
mauvaises expériences antérieures ou de la peur de l’échec, appelée anxiété de
performance.
En cas d’éjaculation précoce. Son origine implique souvent un ensemble de
facteurs, dont certains sont psychologiques et d’autres physiologiques : une
hypersensibilité du gland du pénis ou un problème cardiaque, de l’anxiété
reliée à la performance sexuelle ou des difficultés relationnelles avec la ou le
partenaire.
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PORTO CABRAL
Le soleil embouteillé
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Inconduite dans l’armée : un haut gradé
de Valcartier relevé de ses fonctions
Les Forces canadiennes ont récemment relevé de ses fonctions pour «conduite
inappropriée» un haut gradé en poste à Valcartier, dans une séquence
d’événements qui fait grand bruit au sein de l’armée, depuis quelques jours.
par Noémi Mercier et Alec Castonguay
Les Forces canadiennes ont récemment relevé de ses fonctions pour «conduite
inappropriée» un haut gradé en poste à Valcartier, dans une séquence
d’événements qui fait grand bruit au sein de l’armée, depuis quelques jours.
Il s’agirait d’une agression ou d’une inconduite sexuelle qui s’est produite le 18
octobre dernier, lors d’une soirée de gala soulignant le 100e anniversaire du
Royal 22e Régiment, au Centre des congrès de Québec. Une fête à laquelle
participaient plusieurs centaines de militaires.
Le lieutenant-colonel Martin Bernier, commandant du Centre d’instruction de la
2e division des Forces canadiennes (l’armée de terre au Québec), a été relevé
de ses fonctions de manière permanente, le 30 octobre dernier.
Au Centre d’instruction de la 2e division, basé à Valcartier, près de Québec,
le lieutenant-colonel Bernier dirigeait 815 personnes. C’est l’endroit où les
militaires reçoivent des formations de perfectionnement. Son remplaçant à titre
de commandant, le lieutenant-colonel Jean-François Cauden, est entré en poste
lundi.
L’enquête sur les allégations de conduite inappropriée du lieutenant-colonel
Bernier est toujours en cours, mais les Forces canadiennes n’ont pas attendu sa
conclusion avant de lui retirer son affectation.
14
Selon les informations obtenues par L’actualité, il a été muté à Ottawa. L’enquête
«avance bien» et des sources indiquent que des accusations pourraient être
déposées sous peu. Elle est menée par le Service national des enquêtes des
Forces canadiennes (SNEF), le corps spécialisé de l’armée dans les investigations
majeures.
Lieutenant-colonel Martin Bernier, ancien commandant du Centre d’instruction
de la 2e division des Forces canadiennes (secteur Québec). Photo tiré du site
Facebook du Centre d’instruction
Lieutenant-colonel Martin Bernier, ancien commandant du Centre d’instruction
de la 2e division des Forces canadiennes (secteur Québec). (Photo tirée du profil
Facebook du Centre d’instruction)
«Nous avons pris des mesures immédiates», explique la capitaine Josée
Bilodeau, responsable des affaires publiques à la 2e division de la Force terrestre.
Elle précise que le lieutenant-colonel Bernier «est innocent jusqu’à preuve du
contraire».
le pays pour faire enquête. Son rapport est attendu au printemps prochain.
Dans le dossier du lieutenant-colonel Bernier, les Forces canadiennes ont agi
rapidement.
Quelle est la nature de la «conduite inappropriée» qui a mené à la mutation et
au remplacement du lieutenant-colonel Bernier à la tête du Centre d’instruction
? Cette question est sur toutes les lèvres au sein des troupes, non seulement à
Valcartier, mais également dans toute la 2e division, où M. Bernier, un militaire
d’expérience, est bien connu.
Le brigadier général Stéphane Lafaut, commandant de la 2e division, a eu vent
des allégations le 21 octobre, quelques jours après les événements. Il a suspendu
avec solde le lieutenant-colonel Martin Bernier le 23 octobre, le temps que la
chaîne de commandement retrace les événements.
La police militaire confirme qu’une enquête est actuellement en cours sur un
haut gradé concernant une agression et/ou une inconduite sexuelle qui serait
survenue le 18 octobre dernier, lors du gala du 100e anniversaire du Royal 22e
Régiment au Centre des congrès de Québec.
Le 24 octobre, le patron de la Force terrestre, le lieutenant-général Marquis
Hainse, lui a envoyé un «avis d’intention» de le relever de ses fonctions. M.
Bernier a eu 48 heures pour y répondre. Le lieutenant-général Marquis Hainse a
maintenu sa décision, qui est entrée en vigueur le 30 octobre.
La police militaire affirme qu’elle ne peut divulguer le nom de la personne qui fait
l’objet de l’enquête du SNEF tant que des accusations n’ont pas été déposées.
Selon nos informations, cette enquête est la raison pour laquelle le lieutenantcolonel Martin Bernier a été relevé de ses fonctions. La capitaine Josée Bilodeau
refuse toutefois de le confirmer et de dire s’il a été muté hors du Québec pour
cette raison. «Je ne peux pas confirmer ou infirmer cette information, par respect
pour le processus d’enquête», dit-elle.
Depuis les révélations du magazine L’actualité, en avril dernier, sur les nombreux
cas d’agressions sexuelles dans les Forces canadiennes, ce sujet est devenu
très délicat au sein de l’institution.
L’armée a examiné ses pratiques internes et a finalement décidé de confier à Marie
Deschamps, une ancienne juge de la Cour suprême, le mandat de mener une
révision de ses programmes et de cerner le problème. Elle parcourt actuellement
ABC-portuscale. Crédits:
Auteurs identifiés; Aicep; Santé Canada; Histoire du Canada; Internet
et quelques inconnus.
Compliation, coordination et montage: Raul Mesquita.
[email protected]
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O canto alentejano é património da
Humanidade
Sarau com Cristina Branco
O canto alentejano, ou simplesmente cante, foi hoje reconhecido pela UNESCO
como Património Cultural Imaterial da Humanidade. Motivo de regozijo para as
pessoas, com o antropólogo Paulo Lima à cabeça, que organizaram o processo
de candidatura e o apresentaram àquela agência da ONU, sediada em Paris.
Motivo de júbilo e de orgulho também para Portugal ao ver uma das suas
expressões musicais mais genuínas receber tão prestigiosa distinção.
e
João Paulo
Esteves da Silva
Entre nós, apesar de muito esforço e boas vontades, há muito poucos espectáculos
de qualidade. Daqueles que não teremos vergonha ou acanhamento em convidar
estrangeiros a assistir.
Muitas vezes, senão sempre, as intenções são boas todavia, a falta de experiência
e de conhecimentos na escolha do que poderia ser uma boa representação,
condiciona os resultados.
Não foi no entanto o espectáculo que nos foi proporcionado pelo Consuladogeral, na sexta-feira dia 28, pela batuta do novo Cônsul-geral no posto,
Dr. José Guedes de Sousa, que soube trazer-nos dois artistas de envergadura,
experientes e consubstanciados, que mantiveram o público, — que esgotou
a Sala Oscar Paterson, na Universidade Concórdia, — em modo atentivo e
agradecido pela qualidade da música que lhes foi oferecida. Os dois artistas
completaram-se. Cristina Branco, que conhecia como fadista, fez variações
para baladas e chega ao final com uma excelente interpretação do Fado Menor
“Os meus olhos” que arrebatou a assistência. Quase poderíamos dizer que o
Menor cresceu, agigantou-se, foi enorme. Foi silêncio e Fado. No momento da
despedida, Cristina decidiu-se por uma balada transmontana, interessante, mas
penso poder afirmar que todos esperavam outro fado, como ela sabe cantar.
O pianista acompanhador e em solo — numa interpretação a meio do Sarau, foi
extraordinário executante e deixou excelentes recordações nos apreciadores da
boa música, que sabem separar os mestres dos aprendizes.
João Paulo Esteves da Silva encontra-se no primeiro grupo.
Sabemos que a Caixa Portuguesa, Adriana Simões e Helena Loureiro —
Restaurantes Helena e Portuscale — colaboraram de perto no apoio logistico à
iniciativa, o que mais créditos lhes darão junto da gente lusa.
Creio que poderemos agradecer a realização deste certame, guardando a
esperança nas palavras do Cônsul-geral, que disse não ser a última vez que nos
seria proporcionado este tipo de espectáculo.
Raul Mesquita
E como tem ido a divulgação do canto alentejano na rádio portuguesa? Nas
privadas de âmbito nacional nada existe e na estação pública vejo apenas a
rubrica «Cantos da Casa», de Armando Carvalhêda, que de vez em quando dá a
ouvir cinco modas durante uma semana (uma por dia). É claramente insuficiente
e com a agravante de a transmissão ser em horários em que a maioria das
pessoas está a dormir (05:55) ou a trabalhar (14:55), logo sem a disponibilidade
mental e a atenção que o cante requer. A culpa do miserabilismo da rádio estatal
no que ao cante diz respeito não pode, evidentemente, ser assacada a Armando
Carvalhêda, pois o seu exíguo apontamento tem de abranger toda a música
tradicional portuguesa e os horários de transmissão não são sua responsabilidade.
As contas têm de ser pedidas a Rui Pêgo (director de programas) e a António
Luís Marinho (director-geral de conteúdos) pelo desprezo e marginalização a
que têm votado a música popular portuguesa (a tradicional e a de autor naquela
inspirada). A este propósito, convém lembrar que foram eles mesmos que,
de forma prepotente e afrontosa, decidiram suprimir da grelha da Antena 1 o
programa que, desde que começou no dealbar dos anos 80, sempre acarinhou
o cante. E não só o cante – também as outras modalidades da tradição oral
alentejana: as modas acompanhadas à viola campaniça, o canto ao despique
conhecido como «baldão» e as saias do Alto Alentejo, sem esquecer a poesia
dita. Referimo-nos, como era fácil de intuir, ao maravilhoso «Lugar ao Sul», de
Mestre Rafael Correia. Veículo de divulgação da cultura tradicional portuguesa,
de todo o território continental e insular, se bem que com maior incidência no
Algarve e na grande planície transtagana, o vasto arquivo do «Lugar ao Sul»
constitui ele mesmo um inestimável património da nossa memória popular que
importa resgatar às teias de aranha para a luz do éter (cf. É preciso resgatar a
memória do «Lugar ao Sul»).
À laia de ilustração do cante (porque mais importante do que discorrer sobre
dele é ouvi-lo), aqui se apresenta a moda «Alentejo, Alentejo», pelo Grupo Coral
e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa. A letra principia com a célebre quadra
da terra («Eu sou devedor à terra, / A terra me está devendo; / A terra paga-me
em vida, / Eu pago à terra em morrendo.»), que esteve em destaque em, pelo
menos, uma emissão do «Lugar ao Sul». Foi aí, aliás, que o escrevente destas
linhas tomou contacto com ela e lhe ficou indelevelmente gravada na mente.
Nesta gravação, a força que emana das vozes em uníssono – um uníssono
vibrante e arrebatador – é tal que nos põe em pele de galinha e nos deixa os
olhos marejados. Um portento! O cante da margem esquerda no seu máximo
esplendor!
Fica, desde já, manifestada a intenção de voltarmos ao canto alentejano para o
celebrar mais amplamente e, desse modo, rendermos a devida homenagem a
uma boa plêiade de grupos corais (masculinos, femininos e mistos).
fr: je parle portugais...et vous ?
pt: eu falo português...e você ?
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Desaparecidos para sempre no Mar do Norte
O dia 15 de Novembro já foi feriado, há 90 anos. A razão foi o desaparecimentde
Sacadura Cabral algures no Mar do Norte. Depois de fazer mais de oito mil
quilómetros de Lisboa ao Rio de Janeiro, o aviador pioneiro não conseguiu
completar o voo entre a cidade holandesa de Amesterdão e a capital portuguesa.
Ainda hoje, não se sabe o que aconteceu ao companheiro de Gago Coutinho e
tio-avô de Paulo Portas, a quem o Expresso pediu um sms.
João Carlos Santos
A primeira notícia diz encontrar-se
são e salvo, ao lado dos outros pilotos
que foram à Holanda buscar três
hidroaviões. «O aparelho pilotado pelo
comandante Sacadura Cabral, segundo
nos comunicam do Centro de Aviação
Marítima, já está em Cherburgo», lêse no vespertino «A Capital» de 17 de
Novembro de 1924. Durante um mês,
as novas serão menos precisas. Afinal,
ninguém sabe, nem saberá, do aviador
que dois anos antes fizera, com Gago
Coutinho, a primeira travessia aérea
do Atlântico, usando um revolucionário
instrumento de navegação aérea.
16
Ou a informação do Centro de
Aviação Marítima não está correta ou
«A Capital» transformou a hipótese
numa realidade. A Havas, a primeira
agência de notícias do mundo, criada
em 1835 e «avó» da France-Press,
emitiu nesse dia 17 um telegrama
dando apenas conta da amaragem
forçada em Cherburgo, por «panne no motor» (como se traduzia na altura), do
hidroavião pilotado pelo tenente Pedro Ferreira Rosado. Os jornais da manhã
dessa segunda-feira acrescentavam à nota uma paragem normal da terceira
aeronave, a do tenente Santos Mota, em Brest, na Bretanha, a paragem prevista
antes da chegada a Lisboa.
O comandante de 43 anos, piloto com feitos sem igual, deslocara-se à cidade
holandesa com cinco colegas da Marinha a fim de levantarem três dos cinco
hidroaviões da Fokker - uma empresa pioneira fundada em 1919 e fechada ao
fim de 77 anos - comprados por Portugal, através de subscrição pública, para
proporcionar uma volta ao mundo aos dois heróis da travessia do Atlântico em
1922. Como todos os companheiros, Artur Sacadura Freire Cabral e o cabo
artilheiro mecânico José Pinto Correia saíram de Amesterdão no sábado, dia 15,
mas não chegaram à cidade da Normandia nem à da Bretanha, nem jamais ali
pousarão.
A ligação entre Amesterdão e Lisboa não apresenta qualquer grau de
dificuldade. Carlos Viegas Gago Coutinho, que conhecia muito bem o capitãode-fragata Sacadura Cabral, dirá ao «Diário de Lisboa», quatro dias depois do
desaparecimento, que o voo era insignificante, «tanto assim que o único que
chegou a Brest foi o Mota, exactamente o que tinha menos prática. O Rosado,
aviador já experimentado, ficou em Cherburgo. E o Sacadura...» O contraalmirante não termina a frase, o jornalista pergunta-lhe o que pensa, vê-lhe
«uma sombra no olhar», o aviador acaba por dizer que «ainda há quem pense
que esteja vivo».
Nesta notícia escrita pela hora de almoço de quarta-feira 19 e que ocupa toda a
primeira página do vespertino, diz-se ser impossível afirmar que o comandante
e o mecânico morreram. «Cem postos de telegrafia sem fios não recolhem uma
notícia, Gago Coutinho está abatido. O sr. ministro da Marinha diz ‘desgraça!’».
No outro vespertino, publica-se uma informação «fresca» vinda de Paris:
«Dizem-nos particularmente de Ostende ter aparecido o cadáver do vosso
glorioso aviador Sacadura Cabral». Não se confirma, a verdade é que foram
encontrados destroços do hidroavião nº 496, por uma chalupa, e o estado em
que apareceram «levam a pensar que se tenha produzido uma explosão», mas
nada de corpos.
As notícias são contraditórias de dia para dia. Tanto se diz que apareceu o corpo
do aviador como se desmente a informação. É possível que o comandante
esteja vivo, que tenha sido recolhido por um barco que não possuísse Telegrafia
Sem Fios (T.S.F.) para comunicar, como também referem os jornais e os amigos
de Sacadura desejam que tenha acontecido. «Eu continuo a pedir a Deus que
ele continue ainda com vida e esteja a bordo de algum barco veleiro e que nós
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com quem se cruzou em Inglaterra, Manora Thew, que lhe disse que o seu nome
próprio significava boa sorte.
Nesta ida a Amesterdão, o ímpeto de Sacadura mantém-se, apesar da fase
difícil que atravessa. A perícia do primeiro director do curso de aviadores em
Portugal não está em causa. Os seus olhos, porém, é que já não vêem o mesmo,
sofrem de oftalmia. E o seu vício de fumar pode ter contribuído para o desastre,
como algumas vozes fizeram circular. São muitas as dúvidas sobre o sucedido.
«Qualquer viagem aérea é um ponto de interrogação», dizia Sacadura (leia uma
entrevista dada pelo comandante em 1922, no nº 2 da coleção do Expresso
«Grandes Entrevistas da História»). Pedro Rosado contaria mais tarde que
«estava um nevoeiro denso que se pegava com o mar». E, defensor da tese
do acidente, pormenorizou: «Voei sempre baixo, por vezes a dez metros da
água, que estava tranquila, sem carneirada, um mar que se confundia com o
nevoeiro».
possamos vê-lo ainda», diz o aeronauta e inventor brasileiro Santos Dumont
numa carta para Gago Coutinho, lamentando: «Porque não seguiu ele os meus
conselhos de descansar depois de tão grande feito que foi a viagem PortugalBrasil?»
A travessia até ao Brasil foi dura: mais de oito mil quilómetros percorridos, quase
80 dias de viagem, embora a voar tenha sido «pouco mais» de 60 horas. Nesta
aventura, Sacadura aos comandos e Coutinho na navegação, com o instrumento
que inventou, o Corrector, sofreram vários tormentos, entre eles uma espera
por socorro no meio do Oceano, dentro do hidroavião a meter água e rodeado
por dois tubarões... Parece que nada conseguia domar o espírito do pioneiro
português, nem o facto de lhe terem detectado problemas oftalmológicos e
aconselhado a deixar de pilotar aviões. O seu sonho era dar a volta ao mundo
nos hidroaviões da Fokker.
Artur Sacadura Freire Cabral, nascido em Celorico da Beira, a 23 de Maio de
1881, fez a escola politécnica e aos 16 anos tornou-se aspirante de Marinha. Três
anos depois foi promovido a guarda-marinha, iniciando uma série de missões
hidrográficas e geodésicas em África até passar a ser adjunto do comissário
da missão portuguesa de limites de Angola e a ser nomeado subdirector de
agrimensura da, à época, colónia portuguesa. «É um africanista», como diz
o seu sobrinho-neto Paulo Portas. Só aos 35 anos se efectivará na aviação,
ficando a depender do Ministério da Guerra, após arrancar um «Trés bon pilote»
(Muito bom piloto) no curso de aeronáutica militar da Escola Militar de Chartres,
em França.
O sucedido nessa manhã de sábado de intenso nevoeiro entrará para o rol dos
mistérios, levando o nome deste homem à galeria dos heróis desaparecidos
tragicamente, sem explicação. A Fokker disse que fora um choque violento do
hidroavião com a água, mas, tendo em conta a pane da máquina de Pedro Rosado,
havia quem defendesse que o avião saíra avariado da fábrica. Quem contribuiu
para alarmar ainda mais os espíritos foi António Ferro, o futuro secretário da
Propaganda do Estado Novo. Na altura com 29 anos e jornalista do «Diário
de Notícias», foi enviado a Ostende e de lá escreveu que um engenheiro da
empresa holandesa tinha guardado três parafusos dos destroços, que pareciam
ter sido cortados à tesoura, dando assim lastro à tese da explosão.
Ainda a 27 de Novembro, na «Capital», dizia-se que se continuava a ignorar
o que sucedera ao aviador, mas lamentava-se a «perda irreparável». Nessa
mesma notícia, revelavam-se planos pessoais para o futuro: o casamento com
uma jovem recém-viúva de um escritor que também era oficial da marinha.
Mas a 2 de Dezembro, as esperanças perdiam-se e a notícia é que o Governo
aguardava que se completassem 30 dias sobre o acidente para declarar a morte
da tripulação do Fokker.
«O desaparecimento de Sacadura Cabral e do seu bravo companheiro nas brumas
do Passo de Calais, sem uma testemunha, quási sem um vestígio, tem o sabor
heróico de uma lenda de glória», escreve-se em «A Capital» de 15 Dezembro, o
dia decretado de luto nacional e feriado oficial e em que o Governo autorizou a
«abertura dos créditos necessários para esse fim, bem como a fornecer o bronze
necessário ao monumento a erigir, por subscrição pública, em Lisboa».
Tem um espírito aventureiro, audaz, também solidário. Em 1902, o rei Dom
Carlos louva-o por escrito ao tomar conhecimento de que o marinheiro, quando
navegava por Moçambique, se atirou ao mar para salvar um grumete que se
afogava, desprezando o risco que corria. O seu companheiro de viagem, o cabo
Correia, era igualmente um homem voluntarioso, valente, fora ele quem pedira
para ir nesta missão; o piloto Santos Mota deve-lhe a vida, se não fosse Pinto
Correia, que o arrastou a nado, teria morrido afogado daquela vez, em Aveiro,
quando o hidroavião chocou com a água não dando qualquer hipótese ao piloto.
O Ministério da Marinha irá promovê-lo a segundo sargento «como se tivesse
sido morto em combate».
«No seu caso, toda a vaidade era legítima e todo o orgulho era desculpável»,
escreve Norberto Lopes, que foi ao Brasil cobrir para o «Diário de Lisboa» a
chegada da equipa de heróis a 26 de Outubro de 1922. O jornalista, na altura
com 22 anos e a três décadas de se tornar o director do vespertino, diz que,
perante este «homem mais baixo do que alto, de olhos difíceis de definir entre
o azul e o verde», se «justifica plenamente aquele dito de Pepino-o-Breve: os
homens não se medem aos palmos». E diz mais: «a sua fisionomia é a do homem
que nasceu para mandar, que está habituado a mandar, que sabe mandar,
serenamente, friamente, sem uma precipitação, sem um arrebatamento, sem
um entusiasmo».
«Alguém, que muito de perto privou com ele, dizia-me que o seu segredo, uma
das razões porque estava destinado a andar sempre de automóvel, enquanto
os outros andam a pé, é a maneira indiferente, fria e pouco expansiva como
trata os homens e a excessiva delicadeza com que distingue as mulheres»,
conta ainda Norberto Lopes sobre este pioneiro da aviação que é «um típico
herói do amanhecer do seculo XX», como refere o actual vice-primeiro-ministro.
Sacadura é um homem charmoso, diz-se que só mostra o sorriso a mulheres,
não será assim tão radical mas é de lembrar que uma das promessas que deixou
por cumprir foi baptizar um dos aviões que pilotasse com o nome de uma actriz
* O texto da mensagem de Paulo Portas transcrito acima está em «linguagem
sms». Fica aqui a «tradução»:
«O meu tio-avô era um típico herói do amanhecer do século XX: altivo na
confiança que tinha nele próprio, arrojado quanto aos feitos por fazer e arejado
pelo mundo que conhecia. A ideia familiar que tenho dele e que não só não
tinha medo como não tinha medo de ter medo, o que é uma qualidade pouco
frequente. Era também de um patriotismo irrepreensível mas vivido a meias com
a consciência da nossa exiguidade continental. Parece-me que morreu a fazer
aquilo que adorava: voar e de preferência voar até mais além.» Paulo Portas
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ITE, MISSA EST! (última crónica em jornais Ricardo Araújo Pereira Uma delicia de «testo»!
Querido Portugal
impressos dos Açores)
Luiz Fagundes Duarte
Durante os últimos catorze anos colaborei com estes folhetins, ininterruptamente
– salvo em tempos de férias, ou aqui e ali quando os afazeres mo não permitiram
–, no “Diário Insular”. O mesmo aconteceu, por onze anos, no "Açoriano Oriental".
Nas minhas crónicas, falei de política, de pessoas, de acontecimentos. Para
elas, recorri às minhas experiências, aos meus conhecimentos, às vozes do
povo. Por causa delas, abdiquei de outras actividades, de horas de sono, do
convívio familiar. Com elas, cheguei a muitas centenas de pessoas, que por esta
via me ficaram a conhecer.
Porém, chegou a altura de parar: é preciso saber-se quando se deve sair de cena.
Estes anos coincidiram com os doze em que fui deputado, e com os vinte meses
em que fui secretário regional. Se, no exercício das primeiras funções, o ter
colaboração fixa em órgãos de comunicação social escrita era considerado
normal e até útil – houve e há outros deputados que o fazem –, o mesmo já não
aconteceu com o exercício das segundas: muita gente achou que eu, sendo
membro de um governo, deveria ter interrompido a minha colaboração pessoal
com os jornais; e estou mesmo convencido de que o facto de o não ter feito
terá contribuído, por várias razões que me dispensarei de enunciar, para a
minha demissão. Entendi, no entanto, que ser membro do governo não tira a
capacidade de pensar de um homem, não o pode castrar, e sobretudo não lhe
pode retirar a condição de homem livre.
Continuei a escrever – ou seja, a emitir opiniões e a exprimir emoções – enquanto
fui secretário regional, e contra todas as normas do politicamente correcto, pelas
mesmas razões por que o fazia de antes (e recordo, a quem o não saiba, que
comecei a escrever em jornais de circulação nacional no início dos anos de
1980): porque me apeteceu. A quem agradou, agradeço: ter-lhes-ei sido útil; a
quem não agradou, agradeço igualmente: foram-me úteis.
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Por definição, as duas margens de um rio nunca se tocam. E no entanto, durante
todos estes anos eu estive com um dos pés em cada uma das margens de um
dos rios que correm pela minha vida – e a minha vida, pessoal e profissional,
vai muito mais além do que fui e do que fiz nos dezoito anos em que estive na
política activa – : o pé esquerdo na margem direita, e o pé direito na margem
esquerda.
Querido Portugal, ou há regular funcionamento das instituições, ou há céu pouco
nublado ou limpo. Vê lá isso, por favor.
Temos de falar. Como sabes, o meu amor por ti tem resistido a tudo. Tu és
pobre, sujo em vários sítios e estúpido muitas vezes. Mas há em ti uma certa
ingenuidade que faz com que até os teus defeitos - e são tantos - me seduzam.
Na maior parte das vezes não és mau, és só malandro. E tens três qualidades
que compensam tudo o resto: a comida, a língua e o clima. Era precisamente
sobre isto que te queria falar. Andas a desleixar-te. A comida já foi melhor. Bem sei
que a culpa não é só tua. A União Europeia proíbe umas coisas, os nutricionistas
desaconselham outras. Mas já não se encontram jaquinzinhos, os restaurantes
receiam fazer cabidela e a medicina parece ter arranjado um método infalível
para determinar o que é prejudicial à saúde: se sabe bem, faz mal.
A língua também já não é o que era. Não me entendas mal: continua a ser a tua
maior virtude. Não sei como é possível uma pessoa exprimir-se numa dessas
línguas bárbaras que não distinguem o ser do estar. Embora os franceses e
os ingleses, aparentemente, não o saibam, ser bêbado é muito diferente de
estar bêbado. Mas, quando eu era pequeno, sectores era o nome que se dava
aos professores. Hoje, sectores é a versão actualizada da palavra sectores. Na
escola, os sectores explicam o que os sectores são. No meu tempo, o sector
primário era a área de actividade que compreendia a agricultura e outras formas
de produção de matérias-primas, e um sector primário era um professor do
ensino básico. Agora, é tudo a mesma coisa, assim como «être» e «to be»
significam tanto ser como estar. Outra coisa: isto do clima não pode continuar.
Este verão foi muito fraco. Houve pouco sol e a água estava fria. Não se admite.
A gente tolera a corrupção, a injustiça, a inveja, o subdesenvolvimento e tudo o
mais que tu conseguires gerar. Mas tem de estar sol. Se é para não haver verão,
nem subtilezas linguísticas, nem papas de sarrabulho, mais vale irmos para
a Finlândia, onde as coisas funcionam. E a moral sexual das moças nórdicas
é muito mais relaxada. Tens de escolher: ou há regular funcionamento das
instituições, ou há céu pouco nublado ou limpo. Vê lá isso, por favor.
De cara a montante e de costas a jusante.
Porque foi assim, preocupado em conhecer as origens dos problemas e das
situações de que me ocupava e não com a minha sobrevivência como político
– e por isso me orientava para a nascente – que me assumi. Só conhecendo a
origem do rio, e os seus acidentes de percurso até ao local onde o observamos,
se pode saber porque é que ele às vezes seca, porque é que às vezes corre
violento e outras calmo, e porque é que, também às vezes, transborda.
O meu rio transbordou.
Durante estes anos de política deparei-me com muitos problemas – uns que
tinham a ver com as fraquezas e as forças das pessoas, outros com casos de
polícia. Conheci muita gente: valentes e cobardes, seguros e inseguros, honestos
e desonestos, verdadeiros e hipócritas.
Conheci lutadores e ratos de navio.
Conheci gente que me apoiou, e gente que me atraiçoou; uns, muitos, que
foram meus amigos enquanto nas suas ficções pessoais eu podia constituir uma
mais-valia, e que me escarneceram quando descobriram que eu já de nada lhes
serviria – e outros, poucos, que continuam a honrar-me com a sua amizade. Aos
primeiros, respeito-os – acreditando que o tempo dirá de que lado está a razão
e a verdade; aos segundos, afianço que permaneço o mesmo, e que continuarei
a escrever o que quiser, e onde e quando me apetecer – porque sou um homem
da palavra.
A todos eu conheço o nome.
Não farei minhas as palavras que o evangelista Lucas (9:5) colocou na boca de
Jesus dirigindo-se aos Apóstolos – até porque soaria a sacrilégio: “Se nalguma
terra as pessoas não vos quiserem receber, quando saírem de lá sacudam o pó
dos pés”. Não sacudirei o pó das sandálias com que percorri todas as nossas
ilhas, até porque a terra que servi é minha de direito próprio: foi nos Açores
que nasci e fui criado. Sou açoriano, doa a quem doer.Por isso, neste momento
pensado, apenas direi: “Ite, missa est” – que em vulgar significa: “Ide, chegou a
hora da despedida”.
Como na Sapateia.
[Última crónica publicada nos jornais Diário Insular, de Angra do
Heroísmo, e Açoriano Oriental, de Ponta Delgada, aos quais agradeço o
espaço de liberdade que sempre me concederam. A decisão de terminar é
exclusivamente minha. Porém, continuarei a publicar aqui, ou em outros
locais, ao ritmo que der e me aprouver]
Um grande beijo,
Ricardo
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Maison-Musées du Portugal
MUDE - Museu do Design e da Moda . Casa-Museu Egas Moniz
Colecção Francisco Capelo
Maison Musée Egas Moniz
Le MUDE est un édifice consacré à
toutes les expressions du design. Cet
espace permet la rencontre et le débat
autour du design tout en développant un
programme d’expositions temporaires
et d’activités éducatives ainsi qu’une
politique éditoriale. C’est également un
espace favorisant les expériences et la
créativité, présentant les propositions
de nouveaux créateurs, assurant la
promotion de nouvelles recherches
et le dialogue avec les arts plastiques, l’architecture, le cinéma, la danse, la
musique et la science.
Le musée se présente comme une
“œuvre en construction”. Tout en
respectant l’architecture originale
et loin de l’idée classique qu’on se
fait d’un musée, c’est l’identité bien
particulière de cet espace qui s’affirme.
Dans les prochaines années, le
musée deviendra un lieu en mutation
constante, sa programmation occupera
les différents niveaux en fonctions
des travaux en cours. Ce musée est
conçu comme un projet dynamique,
expérimental, ouvert et innovant
auquel pourra participer et que pourra
accompagner l’ensemble des visiteurs,
qu’ils soient de la région ou du dehors.
Telle est la raison pour laquelle nous
l’avons baptisé du nom “MUDE”, qui,
en portugais, vient du verbe “MUDAR”
qui signifie “CHANGER” afin de mettre
en avant le désir de rechercher de
nouvelles formes de présentation,
de communication, de gestion mais
également de développement urbain.
Au-delà de sa valeur architectonique,
cette maison musée expose de
précieuses collections d’art constituées
par l’homme de sciences et collectionneur portugais, le Professeur
Egas Moniz (1874-1955), tels que du
mobilier, des porcelaines, de la faïence
et du verre, des peintures portugaises
du XIXè et XXè siècles, de la gravure,
de la sculpture, de l’orfèvrerie et des
tapisseries.
À noter tout particulièrement des
objets et des documents scientifiques
concernant les recherches médicales
qui lui valurent l’attribution du Prix
Nobel de Médecine en 1949.
Contacts
L’exposition permanente présente
certaines des pièces qui montrent les
modifications profondes intervenues
au XXe siècle dans le design et dans
la mode. Sont présentées de véritables
icônes de leur époque, des propositions
uniques qui ont cherché à (ré)inventer
le présent et anticiper le futur. Ce sont
aujourd’hui des pièces intemporelles,
des objets qui continuent à nous
émerveiller ou à nous faire réfléchir sur
notre quotidien. Sans aucune entrave
visuelle, l’exposition se présente dans
un espace désincarné et à moitié
détruit, comme une grande mise en
scène autour des objets, de l’espace,
du son et de l’image. Sans renoncer à être organisé sous son aspect historique,
la disposition des différents noyaux permet de découvrir des dialogues parallèles
entre les pièces, les époques et les
designers présentés. Chaque visiteur
aura une lecture et un parcours différent
; sans doute se laissera-t-il séduire
par les pièces et transporter par les
différents dialogues visuels proposés.
Contacts
Adresse:
Rua Augusta, 24 1100-053 Lisboa
Adresse:
Rua Prof. Egas Moniz 3860-078
Avanca - Portugal
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Cátedra de Cultura Portuguesa da Universidade de Montreal
COMUNICADO
A Arte do Azulejo. Entre o Artesanato e a Cultura Erudita
(L’art de l’azulejo. Entre artisanat et culture savante)
uma instalação multimédia na
Universidade de Montreal
Carrefour des arts et des sciences, Faculdade das Artes e das Ciências
Pavillon Lionel-Groulx - 3150, rue Jean-Brillant, 2e étage (salle C-2081) - Montréal
25 de Novembro de 2014 – 6 de Fevereiro de 2015
De segunda a sexta-feira, das 9h00 até às 17h00
Entrada Livre
Informações e visitas fora do horário normal :
Pauline Pourailly
Responsable des expositions et des installations
[email protected]
(514) 343-6111 poste 32488
20
Transportes:
Metro, linha azul : estações Université-de-Montréal e Côte-des-Neiges
Autocarros : 51 e 119
***
A exposição é comissariada por Luís de Moura Sobral, Professor do Departamento de História da
Arte e de Estudos Cinematográficos da Universidade de Montreal, e Titular da Cátedra de Cultura
Portuguesa da mesma universidade, e conta com a colaboração do Museu Nacional do Azulejo,
de Lisboa.
A ideia central de L’art de l’azulejo. Entre artisanat et culture savante é a de envolvência e de
densidade visual dos grandes conjuntos azulejares do universo português, que de alguma maneira
se tratará de evocar no conceito museológico utilizado. A exposição sublinhará ainda a diversidade
temática desta modalidade de decoração monumental, assim como o seu papel na elaboração
de uma cultura visual especificamente portuguesa.
A instalação é fundamentalmente constituída de :
1, uma série de cinco cápsulas videográficas em projeção simultânea (S. Lourenço de Almancil, Museu
Nacional do Azulejo, Metropolitano de Lisboa, Palácio Fronteira, Temas do Azulejo Barroco);
2, sete painéis de azulejos antigos ilustrativos da evolução estética ao longo da História (deste o
século XVI até ao século XX);
3, obras contemporâneas dos artistas montrealenses de origem portuguesa Joseph Branco, Carlos
Calado, Joe Lima e Miguel Rebelo;
4, amostragens das técnicas de pintura de azulejos realizadas por Carlos Calado;
5, reproduções fotográficas em grande formato de três painéis do século XVIII; 6, série de cartazes
sobre a história do azulejo produzidos pelo Instituto Camões I.C.

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