Dor abdominal crônica
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Dor abdominal crônica
Dor abdominal crônica Prof.: Luiz Alberto Gastaldi UFSC – Fpolis 1. Introdução: a. Distúrbios entéricos funcionais da criança: Os quadros funcionais do trato gastrointestinal acompanham, com freqüência, as crianças de várias faixas etárias até a vida adulta, e a dor abdominal crônica é um deles. Assim: i. “Cólicas Habituais” - no recém-nascido e lactente, ii. Refluxo gastroesofágico primário – no lactente, iii. Diarréia crônica inespecífica – no lactente e pré-escolar, iv. Constipação crônica funcional – no pré-escolar e escolar v. Dor abdominal crônica – no pré-escolar e escolar vi. Dispepsia não ulcerosa – no escolar e adolescente vii. “Síndrome do intestino irritável” – no adolescente. b. Dor abdominal crônica funcional: é assim denominada quando não se encontra causa estrutural, infecciosa, inflamatória, ou bioquímica. É atribuída à desordem de motilidade do trato gastrointestinal, heperalgesia visceral, personalidade predisposta, e ambiente potencializador. Portanto, considerada de natureza bio-psico-social. Só em 5 a 10% dos casos de dor abdominal crônica existe uma patologia de orgânica de base. c. Incidência: Estima-se que 10 a 15% das crianças entre 5 e 14 anos tem dor abdominal crônica. d. Critérios de enquadramento: Três são os elementos: 1) Presença de dor real como sintoma único ou predominante, 2) mais de 3 episódios por período maior que 3 meses, 3) ser capaz de perturbar atividades habituais da criança. e. Dor abdominal aguda(Vide no final do texto): Trata-se de quadro de início recente e, geralmente, autolimitado. Porém, em outros casos, pode indicar condição clínica séria ou emergência cirúrgica de pode necessitar atendimento médico urgente. Assim, Doença cirúrgica (trauma abdominal complicado, apendicite, invaginação intestinal) deve ser diferenciada de doença intra-abdominal clínica (enterite, constipação, pielonefrite, doença inflamatória pélvica) e desordem sistêmica (cetoacidose diabética, anemia falciforme). 2. Fisiopatologia da dor: a. A dor é processo complexo: Os estímulos desencadeantes são dismotilidade, ou inflamação, ou isquemia, ou tóxico-metabólico que são transmitidos ao cérebro por vias espino-tálomocorticais denunciando o inicio, local, intensidade e persistência do estímulo. i. Mediadores: bradicinina, prostaglandinas, elementos do processo inflamatório; e ii. Neurotransmissores: 1. Exitadores (no corno posterior da medula): Substância P, Glutamato, Peptídio intestinal-VIP, Neuropeptídio Y, Galamina, Calcitonina; 2. Inibidores (No tronco cerebral): Encefalina, endorfina, GABA, serotonina, dopamina. b. Dor somática e Dor Visceral: A dor é um grande instrumento de alerta e minimizador de agravos externos. No corpo (Soma) existe maior número e maior variedade de receptores, não 1 só encarregados da dor, mas outros os receptores térmicos, tácteis e proprioceptivos. As vísceras por serem órgãos internos, ou seja, mais protegidos tem menor número de receptores e menos especializados em comparação com a pele. Por esse motivo, a descrição da dor visceral pode ser pouco localizada e vaga, principalmente em criança, a não ser que o estímulo seja intenso. Ex.: Durante a apendicite aguda só quando a inflamação é importante gera dor localizada em fossa ilíaca direita. c. Origem do estímulo doloroso: Pode ser intra-abdominal: nas vísceras ou extra-abdominal: na parede abdominal (Trauma), testículo (torção), pulmão (BPN), nervos (hérnia discal, herpes zoster). d. Hiperalgesia: Trata-se de estado de hipersensibilidade dolorosa que se explica por modelo fisiopatológico hipotético: i. Estímulos: 1. Físicos: devidos à constipação, aerofagia, excesso de açúcares (lactose, sorbitol), viroses, medicação oral (antibióticos anti-inflamatórios) ou 2. Psicológicos: Fobia escolar, separação dos pais, discórdia crônica, doença grave ou óbito na família, mudança de domicílio, pobreza atuando sobre: ii. Personalidade Predisposta: (tímidos, perfeccionistas, introvertidos) que tem Percepção aumentada ao estresse originam: iii. Resposta Autonômica Intensa com dismotilidade-distensão visceral que somam-se a: iv. Potencializadores da dor: Atenção especial (Repouso no leito, Medicação, Dispensa das aulas). 3. Considerações clínicas: a. Dor abdominal de causa orgânica: sugere doença orgânica o acompanhamento de: Febre (alta), desnutrição (perda ou pouco ganho de peso), “dor Periférica” (fora da região central do abdome), irradiação, despertar noturno, sangramentos entéricos, vômitos (biliosos ou incoercíveis), doença perianal, artrite (Doença intestinal inflamatória), puberdade atrasada. exames complementares alterados: vhs, plaquetas Alfa-1-anti-tripsina fecal elevados. b. Dor abdominal de origem funcional: Dor de apresentação pouco consistente: De caráter difuso ou na região central do abdome, sem irradiação, sem relação consistente tipo ou horário das refeições, ou evacuações. Não desnutre ou desperta e com crises de intervalos longos e irregulares. Atividade autonômica exagerada: (náuseas, tontura, cefaléia, palidez, sudorese de extremidades, hipertensão arterial leve, e aumento do diâmetro pupilar). Personalidade predisposta: (tímidos, ansiosos, apreensivos, perfeccionistas). Ambiente familiar propício: tenso, conturbado, “cobrador”, discórdia crônica, doença grave ou morte na família, pobreza, relocação geográfica, fobia escolar. São eventos comuns durante a crise: agitar-se, rolar, encurvar-se, chorar com lágrimas, colocar a mão sobre o local e comprimir. 4. Classificação da dor abdominal crônica conforme a etiologia: i. Funcional: Síndrome da dor abdominal recorrente. ii. Orgânica: 1. Inflamação Entérica: Doença inflamatória crônica, Doença Celíaca. Tuberculose e Yersiniose, Gastrenerite eosinofílica, Toxocaríase. 2. Patologias do trato urinário: Obstrução pielo-ureteral, Infecção, Cálculo, Hidronefrose. 3. Desordens pépticas: Esofagite, Gastrite, Duodenite, Úlcera 4. Desordens hepatobiliares: Cálculo, Cisto de colédoco, Colangite, Hepatite crônica 2 5. Desordens Pancreáticas: Fibrose cística, Pancreatite crônica 6. Desordens do ap. reprodutor: Dismenorréia, Mittelschmers (ovulação dolorosa), Endometriose 7. Anatômicas: Má-rotação com ou sem volvo, Invaginação intermitente, Bridas cirúrgicas, Duplicações entéricas císticas, Cistos do mesentério,Tumores 8. Miscelânea: Anemia falciforme, Distúrbios vasculares, Porfiria aguda intermitente, Inflamação do disco intervertebral, Epilepsia abdominal, Mielite transversa, Distúrbio músculo-esqulético. 5. Roteiro de conduta: a. Realizar rotina Semiológica completa. b. Questionar-se: É dor?, é Funcional ou Orgânica? Qual a Etiologia ? Considerar: i. Sinais de organicidade, perturbação da performance, ocorrência em dias de lazer. ii. Sinais neuro-vegetativos: Náuseas, tontura, cefaléia, sudorese de extremidades, midríase leve, palidez, taquicardia, hipertensão leve e relação com situações de Estresse. c. Investigação: i. Rotina Mínima: Realizar em todos. 1. Hemograma-vhs-plaquetas, amilase, transaminases, Urina: parcial e cultura. Fezes: Parasitológico, Coprológico funcional, alfa-1-AT. Elisa H. pylori, antigliadina. Teste de tolerância à lactose: Dosagem do hidrogênio no ar expirado com lactose. Rx de abdome de frente em duas poses e ultra-som do abdome ii. Exames especiais: Realizar para confirmação diagnóstica. 1. De imagem: Com contraste: esôfago-gastro-duodenal, Trânsito de delgado, enema opaco (com ou sem preparo). Ultra-som. Cintilografia. Tomografia. Ressonância. 2. Procedimentos invasivos: Endoscopia digestiva com biópsias. Laparoscopia. 6. Tratamento: a. Dor de causa orgânica específica: É etiológico. i. Dor abdominal crônica funcional: Abordagem bio-psico-social: significa tratar a criança no contexto físico, psicológico e do ambiente (família e escola) e não o sintoma. 1. Explicar que a dor: é real, é resposta a stresse, é individual, é situação comum. 2. Diagnosticar como quadro funcional de forma positiva significando fim da investigação e bom prognóstico. Enfatizar que não é simplesmente exclusão diagnóstica. Fazer analogia com a enxaqueca. 3. Manter as atividades o mais normal possível. Evitar absenteísmo escolar. Estabelecer critérios para retirar a criança da aula ou deixá-la em casa. Só a dor não deve ser o motivo. 4. Identificar e corrigir os pontos de estresse. Incentivar práticas esportivas, exercícios de relaxamento, atividades prazerosas que aumentem a auto-estima (liberam endorfina). Se necessário solicitar ajuda de profissional da psicologia. 5. Correção de erros comuns: a. Da dieta: Quando há diarréia: evitar excesso de açúcares (lactose e sorbitol) pode haver intolerância a lactose. Quando há distenção abdominal e gases deve-se diminuir a ingesta de feijão, repolho, couveflor, brócolis, vegetais crus. Quando há dispepsia nauseosa: evitar gorduras saturadas e “irritantes gástricos” (excesso de café, cítricos 3 fortes, conservantes, corantes, condimentos). Quando a constipação é o principal sintoma, aumentar o aporte de fibras na dieta. b. De maus hábitos: Comer rápido.(=mastigação insuficiente, aerofagia, dispepsia, má-digestão, Rge). Adiamento crônico do Ato Evacuatório. (= constipação funcional). 6. Fazer acompanhamento: O seguimento por 6 meses permite correção diagnóstica. Evento raro. 7. Medicamentos: Geralmente não são necessários. Na falência ou não aderência ao tratamento. Pode ser necessário medicação de module a atividade motora do trato gastro-intestinal. Controlando sintomas associados como: Diarréia, constipação, dispepsia nauseosa ou saciedade precoce, ou a hiperalgesia visceral. (Vide apêndice). 7. Apêdndice: Medicação: ii. Drogas que diminuem dispepsia: 1. Anti-ácidos: a. Hidróxido de alumínio: (Mylanta) Ação neutralizadora da acidez. Dose: 0,5 ml/Kg/dose até 15ml/dose após as refeições e ao deitar. Efeitos colaterais: Alta carga de sódio e magnésio. b. Bloqueador da bomba protônica. Omeprazol: Dose: 0,7 a 3,3 mg/kg/dia em 1 ou 2 doses. As crianças apresentam taxas metabólicas proporcionalmente mais elevadas, em comparação aos adultos, o que explica a necessidade de doses relativamente maiores de omeprazol. Doses de 0.7, 1.4 e 3.5 mg/Kg/dia correspondem a cerca de 50, 110 e 260 mg/dia de omeprazol, respectivamente, para adultos entre 70 e 80 Kg de peso corporal. A eliminação da droga é três vezes mais lenta em neonatos e lactentes no primeiro semestre de vida. Efeitos colateais: dispepsia, flatulência, diarréia ou constipação, dor abdominal, rash cutâneo, tinitus, fadiga. Aumento da desidrogenase lactica. (1 a 6% dos pacientes). O uso amplo e prolongado dos IBP tem motivado investigações a respeito das consequências da inibição ácida gástrica sobre o trato gastrintestinal. As principais alterações observadas até o momento são: elevação dos níveis séricos de gastrina, com normalização após suspensão da medicação; hiperplasia de células enterocromafim like, associada a tumores carcinóides em animais, mas não confirmada em humanos; pólipos gástricos, de natureza benigna e com desaparecimento após suspensão da droga; associação ainda não comprovada entre hipergastrinemia e adenocarcinoma colo-retal; gastrite atrófica; super crescimento bacteriano e infecções entéricas e distúrbios nutricionais (hipovitaminose B12). 2. Procinéticos: a. Domperidona (Motilium): Antagonista periférico da dopamina. Promove esvaziamento gástrico e motilidade antropilórica. Dose: 0,25mg/kg/dose 3x/dia até 10 mg, via oral, 30 minutos antes das principais refeições. b. Bromoprida (Digesan): Dose 0,15 a 0,30 mg/dose 3x/dia. Solução 1ml=1mg, gotas: 1 gota=0,2 mg, cápsulas: 10 e 20 mg. Adultos: 10mg, via oral, 30 minutos antes das principais refeições. 3. Indutores do relaxamento do estômago proximal (Agonistas da 5HT1): Diminuem a saciedade precoce por redução dos sintomas de plenitude em resposta à distensão gástrica: 4 a. Cloridrato de buspirona (Buspar/Buspanil): Dose: 5 e 10mg, via oral cada 8 horas. Iniciar com 15 mg/dia e aumentar gradualmente a cada 3 dias até 30 mg/dia. É também ansiolítico. b. Sumatriptan (Sumax): Dose: 50 e 100 mg/dia até 300 mg. Contra indicado em hipertensão arterial. iii. Drogas que diminuem a dor abdominal: a. Cloridrato de Mebeverina (Duspatalin): Tem efeito anti-espasmódico por ação bloqueadora direta dos canais de sódio. Não bloqueia receptores muscarínicos e, portanto, sem efeito anti-colinérgico. Reduz de forma indireta o efluxo de potássio e evita hipotonia reflexa. Como não intefere na motilidade pode ser usado em presença de diarréia ou constipação. Dose: 200 mg/12/ 12 horas por 6 a 12 semanas. b. Brometo de pinavério (Dicetel 100) - bloqueador seletivo dos canais de cálcio. Uso nos casos de dor com diarréia associada: 1 cápsula, via oral, cada 12 horas. c. Trimebutina (Debridat) - antagonista periférico dos opióides com ação sobre receptores intra-parietais dos plexos de Auerbach e Meissner: 1 comprimido ou 30 ml, via oral, cada 8 horas. Manutenção com metade da dose. d. Maleato de tegaserode (Zelmac): agonista parcial e seletivo dos receptores 5-HT4 estimula o peristaltismo, o esvaziamento gástrico e a motilidade do intestino delgado e aumenta a motilidade do cólon. Tem efeito anti-nociceptivo. Uso: 6 mg, via oral, cada 12 horas antes das refeições por 4 a 12 semanas. Uso na dor associada a constipação. iv. Drogas para diminuir sensibilidade visceral e/ou ansiedade: 1. Anti-depressivos tricíclicos: a. Imipramina (tofranil): drágeas de 10 e 25 mg. Dose: 0,2 a 0,4 mg/k/dia à noite. Tem menor efeito anti-colinérgico sendo indicado quando há dor e constipação. b. Amitriptilina (limbitrol): cápsulas com 12,5 mg associado com clordiazepóxido 5 mg 10 a 50 mg/dia. Devido ao efeito anticolinérgico maior é indicado quando há diarréia. Contra-indicação: cardiopatias, disritmias, hipertireoidismo, glaucoma e retenção urinária. c. Nortriptilina (Pamelor): 10 a 25 mg, via oral/dia, podendo aumentar gradativamente. 2. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina: Duração mínima de 3 a 4 semanas. Havendo melhora da dor, manter por 4 a 12 meses. a. Citalopram (Cipramil) - 20 a 40 mg, via oral/dia; ou b. Sertralina (Zoloft) - 25 a 50 mg, via oral/dia; ou c. Paroxetina (Aropax) 20 a 40 mg, via oral/dia; ou d. Venlafexina (Efexor) 75 a 150 mg, via oral/dia. 3. Psicoterapia Terapia comportamental cognitiva, psicoterapia dinâmica e hipnoterapia. 5 Dor Abdominal Aguda 1. Roteiro sugerido: Iniciar perguntando: Houve trauma? i. Sim: Contusão,Hematoma,Hemorragia, perfuração de víscera? ii. Não: Massa,Obstrução,Peritonite? 1. Sim: Apendicite,Invaginação,Volvo (má-rotação),Íleo paralítico, Impactação fecal, Hérnia encarcerada, Íleo meconial equivalente(Fibrose cística), Rutura de tumor, Torção de ovário, Megacólon toxico, Abscesso intraabdominal, Aderência cirúrgica, Úlcera péptica perfurada, Peritonite, Anomalia congênita. 2. Não: Então restam doenças clínicas: a. De causa sistêmica: Síndrome viral”, Pneumonia, Crise falciforme, Ceto-acidose diabética, Vasculite do colágeno, Porfiria b. De causa intra-abdominal: Parasitose Entérica, Enterocolite bacteriana, Infecção do trato urinário, Intoxicação alimentar, Adenite mesentérica, Doença inflamatória pélvica, Gastrite, Úlcera péptica, Cólica infantil, Dismenorréia, Ovulação dolorosa, Pancreatite, Colecistite, Cálculo renal, Hepatite, Doença inflamatória intestinal, Púrpura de henochschonlein, Síndrome urêmico-hemolítico. 2. Diagnóstico: Semiologia e exames essenciais a. História: Características da dor: Início, Fatores de alívio e agravo, Duração, Intensidade, Tipo, Sintomas associados, Trauma abdominal, Tratamentos. b. Exame físico: Detalhado e Seqüencial buscando a clínica dos tipos de abdome agudo cirúrgicos: i. Obstrutivo: Cólica forte no início,criança agita-se, vômitos biliosos até facalóides,parada aguda de eliminação de gases e fezes (íleo), abdome distendido (Tanto maior quanto mais baixa a obstrução),timpânico, tenso e doloroso a palpação, ruídos aumentados no início e silêncio com o evoluir. Toque retal: sangue na invaginação, evacuação explosiva no mecacólon congênito. ii. Inflamatório: Dor a descompresão (Também com a tosse e ao eleva ou dobrar pernas), rigidez e hiperestesia (ao toque com objeto pontiagudo) da parede abdominal,criança quieta, imóvel, ruídos ausentes. Toque retal: dor. iii. Hemorrágico: Palidez, taquicardia, lipotímia, pulsois finos, sudorese e sinais de irritação do peritônio. iv. Perfurativo: Semelhante ao inflamatório.(Pneumo-peritônio ao Rx). v. Tumoral: Presença de massa visível e ou palpável. Cuidado com as dificuldades ao exame provocadas por: distensão, dor, obesidade e as massas do retro-peritônio. c. Sinais de alarme na dor aguda (Indicam necessidade de busca de auxílio médico urgente): Dor em cólica intensa, íleo súbito e vômitos, febre alta, abdome rígido ou tenso, piora com tosse ou movimento, melena ou hematêmese, tontura, palidez súbita, alteração da consciência. d. Exames: Hemograma, P.U.,Rx tórax, Rx abdome (3poses:de pé, deitado, ventral com raios horizontais),US abdome. 6 e. Evolução: Se o diagnóstico não é feito deixar em observação e acompanhar: É abdome agudo cirúrgico(inflamtório, obstrutivo, perfurativo, hemorrágico?): 1. Sim:Internar e preparar para cirurgia. 2. Não ou existe dúvida diagnóstica: Internar e acompanhar. 3. Avaliação do Gastroenterologista. Mensagem final: O quadro de dor abdominal aguda é geralmente auto-limitado. Porém, a dor pode indicar condição clínica séria ou emergência cirúrgica. Assim, Doença cirúrgica: trauma abdominal complicado, apendicite, invaginação enterite, deve ser diferenciada de doença intra-abdominal clínica: constipação, pielonefrite, doença inflamatória pélvica, e desordem sistêmica: cetoacidose diabética, anemia falciforme. Como, muitas vezes, é impossível estar seguro do exato diagnóstico, a criança fica em observação. Evolução acompanhada pela Equipe Médica mostrará o diagnóstico. Bibliografia: 1. Troncon, Luiz Ernesto de Almeida. Novas drogas no tratamento da dispepsia funcional: Arq Gastroenterol V. 38 - no. 3 - jul./set. 200. 2. Howard R. Mertz, M.D. Irritable Bowel Syndrome: N Engl J Med 2003;349:2136-46. 3. Berde, Charles B. M.D., PHD., Analgesics for the treatment of pain in children: N Engl J Med, Vol. 347, No. 14 October 3, 2002. 4. Kraychete, Durval Campos; Guimarães, Ana Cristina. Hiperalgesia Visceral e Dor Abdominal Crônica: Abordagem Diagnóstica e Terapêutica: Rev. Bras. de Anestesiologia 833, Vol. 53, Nº 6, Nov- Dez., 2003. 5. Berde, Charles B. MD. Et als. N Engl J Med, Vol. 347, No. 14 October 3, 2002 7