(formato pdf) da Edição nº 4192
Transcrição
(formato pdf) da Edição nº 4192
14 de Março de 2013 14 Março 2013 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Ano LXXXV – N.º 4193 Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA Francisco, eleito em Conclave, no Vaticano, no dia 13 de Março, sucede a Bento XVI Cardeal Jorge Mario Bergoglio, Arcebispo de Buenos-Aires, é o novo Papa da Igreja Católica O cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio, de 76 anos, foi eleito no dia 13 como novo Papa da Igreja Católica, o primeiro do continente americano, e escolheu o nome de Francisco. “Sabeis que o dever do Conclave era dar um bispo a Roma: parece que os meus irmãos cardeais foram buscá-lo quase ao fim do mundo”, disse, na primeira aparição perante cerca de 150 mil pessoas que lotaram a Praça de São Pedro, no Vaticano, que começou pelas 20h22 locais (19h22 de Lisboa). O novo Papa, religioso jesuíta, surpreendeu os presentes ao pedir “um favor”, antes de dar a sua tradicional bênção neste encontro inicial, inclinando-se. “Peço-vos que rezem ao Senhor para que me abençoe, a oração do povo pedindo a bênção pelo seu bispo. Façamos em silêncio esta oração”, declarou, conseguindo calar a multidão que se encontrava em festa há cerca de uma hora, após a saída do fumo branco da chaminé colocada sobre a Capela Sistina. A primeira bênção seria, posteriormente, estendida a “todo o mundo, a todos os homens e mulheres de boa vontade”. O Papa começou por desejar uma “boa noite” aos presentes e agradeceu o “acolhimento” da comunidade de Roma. Francisco começou por propor uma oração pelo Papa emérito, Bento XVI, para que o “Senhor o abençoe”. A intervenção aludiu depois a um “caminho” que começa, unindo “bispo e povo”, na Igreja de Roma, “aquela que preside na caridade a todas as Igrejas”. “Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós”, precisou. “Rezemos sempre por nós, uns pelos outros, por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade”, acrescentou o novo Papa. Francisco deixou votos de que “este caminho da Igreja” seja “frutuoso para a evangelização desta tão bela cidade Roma”. “Irmãos e irmãs, agora deixovos: obrigado pelo vosso acolhimento. Rezai por mim, vemonos em breve, amanhã quero ir rezar a Nossa Senhora para guarde toda a cidade de Roma. Boa noite e bom descanso”, disse, ao despedir-se. O fumo branco saiu hoje da chaminé colocada sobre a Capela Sistina a partir 19h06 locais (menos uma em Lisboa). O sucessor de Bento XVI, que renunciou ao pontificado, foi eleito no quinto escrutínio da reunião eleitoral iniciada no dia 12, à porta fechada, pelas 17h34 (hora de Roma). Francisco tem menos dois anos do que Joseph Ratzinger quando este foi eleito em abril de 2005, aos 78 anos. O agora Papa emérito, de 85 anos, renunciou por causa da sua “idade avançada”. Inauguração solene do Pontíficado, em 19 de Março, dia de S. José RELIGIÃO 2 – Notícias de Beja 14 de Março de 2013 À espera do Papa 1-Durante os últimos dias do pontificado de Bento XVI, e já no período seguinte da Sede vacante, jornalistas e comentadores, ao falarem na acção governativa do Papa, referiram-se à presença do Espírito Santo. Nas suas palavras havia reflexos da catequese inicial, dizendo uns que o Papa é «inspirado» e outras que é «assistido» pelo Espírito Santo. Fizeram-no de modo respeitoso, ainda que um jornalista haja acrescentado que «essa inspiração do Espírito Santo não se entende lá muito bem perante tantas desgraças», e outro jornalista da SIC, com tendência para fazer trocadilhos a propósito de tudo, tentou fazer mais um ao dizer que «o conclave se realizará no ambiente solene da Capela Sistina embora nenhum cardeal se deixe impressionar pelas pinturas de Miguel Ângelo». Há jornalistas que são um poço sem fundo! Enquanto os cardeais eleitores se informam mutuamente sobre os seus pares e sobre as questões internas da Igreja e iniciaram já a votação do sucessor de Bento XVI, vamos dedicar uns momentos à questão levantada pelos jornalistas sobre a relação Espírito Santo, Igreja e Papa, reflexão que continuará atual mesmo que a publicação deste texto já possa ser posterior ao anúncio do novo Papa. 2. A proclamação de fé sobre este tema está expressa na última parte do Credo: «creio no Espírito Santo, na Santa Igreja católica…». Bento XVI chama a atenção para a ordem e a união dos dois artigos da fé, ou seja, a terceira parte do símbolo (sem excluir a reflexão singular sobre a pessoa do Espírito Santo) remete, em primeiro lugar, não para o Espírito Santo em abstracto, mas como dom de Deus atribuído à história da comunidade daqueles que crêem em Cristo». Proclama-se a fé na presença actuante do Espírito Santo na comunidade cristã. Quando no baptismo se faz o tríplice interrogatório ao baptizando, diz Bento XVI, não se pergunta se ele acredita num Deus sem história que vive no além, mas se acredita em Deus voltado para nós». Portanto, «o credo não fala aqui da vida interna de Deus, mas de «Deus virado para fora», que é o poder por meio do qual o Senhor Jesus, elevado ao céu, continua presente na história do mundo como o princípio de uma nova história e de um novo mundo. Isso levou a que se desse na consciência dos fiéis uma interferência ente a profissão de fé no Espírito e a profissão de fé na Igreja». «A Igreja, tem sido, por vezes, entendida como instituição com as categorias de poder de um pensamento preso às coisas do mundo. A doutrina da Igreja precisa de encontrar o seu apoio na doutrina do Espírito Santo e dos seus dons. Cristo continua presente pelo Espírito Santo com a sua abertura, amplitude e liberdade que, sem excluírem a forma institucional, limitam as suas pretensões, não lhe permitindo igualar-se simplesmente ás instituições do mundo». Esta longa citação do livrode Bento XVI «Introdução ao Cristianismo» ( III Parte central) foi exemplarmente confirmada pelas palavras que lhe saíram dos lábios nas horas da despedida: «a Igreja não é minha nem é vossa, é do Senhor Jesus. Ele sempre acompanha a sua barca. Eu tive horas de alegria, de muita paz, e tive horas de muita agitação, horas agitadas, mas senti sempre o vosso afecto e a presença do Senhor». Por sua vez, o povo declarou ao Papa: «nunca te deixaremos sozinho». 3.Esta doutrina e experiência encontram-se bem retratadas na Bíblia no livro dos «Actos dos Apóstolos». Aí aparece sempre a vida das comunidades cristãs primitivas de Jerusalém, de Antioquia, da actual Turquia, da Grécia e de Roma como fruto simultâneo do trabalho dos Apóstolos e da acção do Espírito Santo, de modo que tudo é obra do Espírito Santo e obra da diligência, martírio e estratégia dos Apóstolos. Isso está bem expresso na fórmula da decisão do concílio de Jerusalém - «pareceu-nos bem a nós e ao Espírito Santo». É a mesma frase que aparece na parte final de cada documento do Vaticano II: «E Nós, em virtude do poder apostólico que nos foi outorgado por Jesus Cristo, juntamente com os veneráveis Padres, as aprovamos, decretamos e estabelecemos no Espírito Santo». Falta dizer que esta assistência do Espírito Santo à Igreja e ao Papa não dispensa o trabalho pessoal de cada Papa e dos Bispos na condução da Igreja, mas exige que esse trabalho seja feito de um modo tão responsável e tão íntimo como se tudo dependesse só deles. É esse o estilo da acção de Deus: pedir ao homem um trabalho pleno, e Deus ser tão discreto que nem parece presente. Os resultados finais são, porém, tão desproporcionados que só a presença do Espírito os pode explicar. Por isso, tinha razão o jornalista ao dizer que «esta presença do Espírito Santo custa a entender com tantas desgraças na Igreja». É a face humana de cada época a vir ao de cima. Faltou acrescentar que espanta que tantas desgraças não hajam feito soçobrar a Igreja. Acerca da acção do Papa, o tempo torna evidente a marca inconfundível de cada um. Nós, os mais adultos, conhecemos já a Igreja de Pio XII, a Igreja de João XXIII, a Igreja de Paulo VI, a Igreja de João Paulo I e de João Paulo II, a Igreja de Bento XVI. Quando chegar o novo Papa, surgirá o seu estilo que não será exatamente aquilo que nós arquitetamos Todas essas faces são faces da mesma Igreja de Jesus Cristo, simultaneamente imersa ao mundo real e muito acima dele, numa osmose que só o Espírito sabe fazer.. É isso que o povo cristão diz na sua simplicidade: «creio na Igreja católica». O segredo da frase está naquele «na», que não é um creio na divindade da Igreja, mas um «creio que, no Espírito Santo, a Igreja nos conduz ao Pai». Joaquim Gonçalves, Bispo emérito de Vila Real Festa em honra de Nossa Senhora das Dores, em Aljustrel Aljustrel voltou a celebrar a festa em honra de Nossa Senhora das Dores, de 6 a 10 de Março. Do programa constou um Tríduo preparatório de quarta a sexta-feira, onde Maria foi apresentada como Mulher de Fé, pelo pregador, Pe. António Aparício o seu lugar na Nova Evangelização, pelo pregador, Pe. Joaquim Valente, bem como a Senhora das Dores que tudo aceitou por amor, ao projeto de salvação que Deus teve e tem para com a humanidade, pelo pregador, Pe. Manuel Alves. No sábado realizou-se um concerto, pelo Coro do Carmo, na Igreja Matriz, com a interpretação de cânticos Marianos e Quaresmais. Além de ser um concerto, foi sobretudo uma oração. No Domingo foi celebrada a Eucaristia do IV Domingo da Quaresma e à noite, pelas 21h00, teve lugar, pelas ruas de Aljustrel, a Procissão em Honra de Nossa Senhora das Dores e São Salvador, acompanhada pela Banda Filarmónica da Lira Cercalense e da guarda de honra dos Bombeiros Voluntários de Aljustrel. O Sermão do Encontro de Nossa Senhora com o seu Divino Filho foi proferido este ano pelo Pároco. No final da Procissão, o Pároco agradeceu a colaboração de todos os que generosamente colaboraram para que fosse possível a realização destas festividades. Antes da bênção final, lembrou também a todos os presentes, outra tradição a continuar, o Enterro do Senhor, a realizar na Sexta-feira Santa. Paulo do Carmo V Domingo da Quaresma Ano C 17 de Março de 2013 Na verdade, o cristão sabe que, com a Fé e o Baptismo, entrou a fazer parte duma nova família, duma nova humanidade, em que forma um só ser com Cristo, tão íntima e profundamente unido a Ele que tudo quanto se cumpriu no Salvador, se realizará também nele. E assim como a Morte de Cristo foi seguida pela Sua Ressurreição, o mesmo acontecerá com o baptizado. Deste modo, aquele que crê em Cristo sabe que a vida material desaparecerá, um dia, mas será para dar lugar a uma vida superior, como a infância morre para dar lugar à adolescência e esta desaparece, por sua vez, para dar lugar ao homem adulto. Esta consoladora certeza deve transfigurar a nossa vida e levar-nos a vencer, na esperança, as provações e contradições do tempo presente. I Leitura Is 43, 16-21 A história da salvação acompanha todos os tempos e o que Deus fez, no passado em favor do seu povo, continua a fazê-lo no presente. Nesta leitura, o Profeta, que anuncia o regresso do exílio, onde o povo de Deus esteve em cativeiro, quer fazer sentir o que tinha acontecido na Páscoa antiga, quando o povo saiu do Egipto. Quanto mais admirável não é o que Deus faz agora por nós em Jesus Cristo. Leitura do Livro de Isaías O Senhor abriu outrora caminhos através do mar, veredas por entre as torrentes das águas. Pôs em campanha carros e cavalos, um exército de valentes guerreiros; e todos caíram para não mais se levantarem, extinguiram-se como um pavio que se apaga. Eis o que diz o Senhor: «Não vos lembreis mais dos acontecimentos passados, não presteis atenção às coisas antigas. Olhai: vou realizar uma coisa nova, que já começa a aparecer; não a vedes? Vou abrir um caminho no deserto, fazer brotar rios na terra árida. Os animais selvagens – chacais e avestruzes – proclamarão a minha glória, porque farei brotar água no deserto, rios na terra árida, para matar a sede ao meu povo escolhido, o povo que formei para Mim e que proclamará os meus louvores». Salmo Responsarial Salmo 125 (126) Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor. II Leitura Filip 3, 8-14 Esta leitura liga-se hoje à anterior: é em Cristo que vamos encontrar completamente realizado o momento culminante e a plenitude da história da salvação, é n’Ele que a Lei e os Profetas encontram a realização perfeita, é para Ele que toda a história anterior apontava, e sem Ele nada tem sentido. Quem assim o entender, como S. Paulo o entendeu, há-de considerar a participação no mistério da Páscoa do Senhor como a maior graça de Deus. Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses Irmãos: Considero todas as coisas como prejuízo, comparando-as com o bem supremo, que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei a todas as coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar, não com a minha justiça que vem da Lei, mas com a que se recebe pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e se funda na fé. Assim poderei conhecer Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação nos seus sofrimentos, configurando-me à sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos. Não que eu tenha já chegado à meta, ou já tenha atingido a perfeição. Mas continuo a correr, para ver se a alcanço, uma vez que também fui alcançado por Cristo Jesus. Não penso, irmãos, que já o tenha conseguido. Só penso numa coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo Jesus. Evangelho Jo 8, 1-11 A novidade que Deus oferece ao mundo em Jesus Cristo não aparece à custa da destruição do que anteriormente existiu. A graça não vem à custa da morte do pecador. É a partir da história dos homens pecadores que Deus vai fazer surgir a história da salvação, que os há-de renovar. É na mulher pecadora que Jesus faz brilhar a luz nova da sua graça. Envelhecida pelo pecado, torna-se, pelo poder do Senhor, nova criatura. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentouSe e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandounos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?» Falavam assim para Lhe armar uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disselhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar». OPINIÃO 14 de Março de 2013 Notícias de Beja – 3 Continuar, renovar, inovar? Este o desafio posto à Igreja Na Igreja, como na sociedade, a procura de caminhos novos para melhor servir as pessoas é um problema que se põe com premência e que não se pode iludir. As mudanças sociais e culturais, as novas aquisições tecnológicas, as experiências vividas por pessoas empenhadas, o realismo e as exigências da vida diária e, no caso da Igreja, as orientações conciliares e história vivida exigem uma atitude positiva ante os desafios que surgem a cada hora. Uma atitude que pede clareza nos objetivos, verdade nas propostas, conhecimento, reflexão, abertura, disponibilidade e discernimento nas decisões e, por fim, avaliação responsável. Continuar o que se faz pode ser um ato positivo ou negativo, conforme ou não se apoiam iniciativas válidas em andamento, se paralisa ou estimula a vida, quando há necessidade, em campos determinados, de rever caminhos e decidir, criteriosamente, o que parece mais adequado. Renovar o que está pode comportar conteúdos novos e válidos e, em muitos casos, suficientes para o que se pretende. Inovar ou criar pode ser caminho a recomendar se forem respeitados valores e princípios, como a história das instituições em causa, os esforços que perduram com êxito, as pessoas que se empenharam e empenham, os resultados obtidos, os caminhos que se abriram com horizontes largos, as experiências válidas que se viveram, as iniciativas promissoras ainda em curso. Ninguém cria ou inova a partir do nada, ou da terra queimada, incapaz, por um tempo, de qualquer sementeira com futuro. Sem este respeito e atenção fica o caminho aberto a aventuras pessoais e irresponsabilidades coletivas. A inovação na Igreja, sobretudo, não é obra individual ou de génios, à margem do contributo da comunidade concreta, com a sua dimensão e capacidade ativa e passiva. Aparece sempre gente da última hora, com o carisma do Apocalipse, a pensar que tudo tem de ser feito de novo e já, e apenas a partir de si se podem fazer coisas com êxito e valor que perdure. O que está para trás não é sempre para esquecer. É verdade que, na Igreja, muitas estruturas que não se renovam acabam por paralisar a vida, e problemas que não se solucionam acabam por gerar novos problemas, normalmente mais graves e complicados. O trabalho que atinge uma comunidade que não começou ontem e tem a sua história, na qual muito se fez com sentido, amor e dedicação, exige atenção e respeito, sem que isso impeça inovar, antes o recomende, quando há aspetos necessários e concretos a considerar essa decisão. Inovar não é uma moda que deslumbra, mas que também passa. Nas comunidades cristãs, sentemse, cada dia, as dificuldades e, com frequência, vive-se uma sensação de vazio. Porém, não se purificam as mazelas existentes, nem se resolvem as dificuldades ou se preenchem os vazios, a partir de fora, ou seja, à margem das pessoas e das mesmas comunidades. Nelas existem capacidades e dinamismos que é mister saber reconhecer antes de agir. As pessoas, pelos seus dons e suas qualidades inatas ou adquiridas, e as comunidades pela sua história, ação operada ao longo do tempo e sobrevivência visível, são sempre o ponto de partida para inovar. Na Igreja nem tudo é descartável. Não o podem esquecer os líderes, a menos que optem, à revelia do bom senso e do Concílio, por serem centralizadores, que só precisam de gente para lhes Será que a democracia dispensa a responsabilidade e o bom senso? obedecer, esquecendo que, fora e além deles, há pessoas e instituições com valor, indispensáveis num processo criativo. O caminho da inovação, na Igreja de hoje e de amanhã, requer sempre dos responsáveis um compromisso de fé com Jesus Cristo e o seu Evangelho e com as orientações conciliares. Requer, também, capacidade de diálogo e de trabalho em equipa, liberdade interior, conhecimento concreto da realidade e dos dinamismos sociais que a comandam e condicionam, abertura às diversas formas de colaboração, provindas de dentro e de fora da comunidade cristã. A Igreja conciliar não admite mais protagonismos individuais, mas postula compromissos comunitários, atuação sinodal que envolva o clero, leigos e consagrados, indivíduos, movimentos e instituições. A inovação séria não é fruto de decisões meramente pragmáticas, nem da procura de êxitos fáceis. É fruto de processos pensados e ponderados comunitariamente. Na avaliação necessária, tudo isto virá ao de cima, como considerado ou menosprezado. Evangelizar exige muitas vezes criar ou inovar, sobretudo na comunicação que anuncia o essencial, o Cristo Pascal. António Marcelino, Bispo emérito de Aveiro O resultado das eleições na Itália é um dado que faz pensar. Afinal, o que querem os italianos? Criticam escândalos, mas voltam ao mesmo. Rejeitam os fantoches, mas, depois, preferem a comédia e o circo. Sentem que é preciso arrepiar caminho, mas calam quem teve coragem de o fazer. Ficou claro que os italianos, como em tempos passados, querem apenas pão e diversões. Nem austeridade, nem restrições, nem sacrifícios necessários. Mas um país, com a economia à beira da falência, pode rejeitar sacrifícios e exigências que exijam a participação de todos? Mais um caso a mostrar para onde caminha a Europa que semeou sonhos e desprezou valores. Um caso que denuncia um uso pobre da democracia, fazendo dela uma brincadeira de mau gosto, mas consequente. Parece que a gente séria e com princípios deixa de ter lugar no palco da política do bem comum. O livro está aberto e a lição é para todos nós. A austeridade contestada e as dificuldades geradas podem mitigar-se, e, no possível, devem sê-lo. Mas não se sai desta situação sem que sejam aceites como inevitáveis. Palavras para agradar dizem-se às crianças. Palavras que matam a esperança são sabedoria dos bem instalados. De pessoas adultas e sérias espera-se capacidade e critérios para os compromissos e opiniões válidas que não se fechem em interesses pessoais ou de claques. Diz-se que não se podem repetir as eleições na Itália, não vá o homem do circo ganhar e formar governo… Em nome da democracia e com silêncios inaceitáveis, há vitórias de grupos minúsculos, que afetam negativamente o país. Sociedade sem valores e sem princípios é uma sociedade anestesiada e sem futuro. A.M. Grandolamente... embalados ou espicaçados! E de repente uma certa parte do país começou a cantar – nalguns casos desafinadamente – a canção: Grândola, vila morena. Muitos se recordarão que este foi o tema que confirmou a boa execução da revolta na madrugada de 25 de abril de 1974. Apropriada por uns tantos – auto-denominados de democratas, embora nem sempre respeitando quem pensasse de forma diferente – foi tema nos primeiros anos da revolução, criando um ambiente de contestação, de idealismo e até de utopia... imediatistas. Será que os tempos que estamos a viver – outra vez sob a mensagem da dita canção – querem recuperar o espírito daqueles anos? Das três vertentes aqui apontadas, qual delas está mais viva: será sobretudo a contestação? Ou será que se torna presente um novo idealismo? Ou, pelo contrário, estão a ser lançadas (novas ou antigas) sementes de utopia? No passado havia uma tentativa de acreditar na democracia e talvez na (pretensa) ‘terra da fraternidade’. Agora parece que o espírito dos cantores/contestatários respiram, antes, uma espécie de contestação da (própria) democracia... pelo menos sobre quem não seja como eles. Tal como naqueles efervescentes anos de setenta e de oitenta do século passado, há quem pareça só reconhecer a voz da rua e não aceite a voz das urnas, isto é, dos votos. Também paira no ar uma certa presunção de acusação a tudo e a todos, particularmente se não pensam como uma certa clique (dita) intelectual... germinada nas franjas das metrópoles de Lisboa e Porto, embora tenham, hoje, muitos mais direitos – alguns adquiridos sabe lá à custa de quê e/ou de quem! – do que os mais desfavorecidos de outras regiões do país, sobretudo no interior, que as múltiplas medidas políticas conseguiram desertificar, nos últimos trinta anos. Se compararmos os intervenientes das duas épocas – distantes mais de três décadas – do cançonetismo de ‘Grândola’ e afins, poderemos encontrar muitas diferenças: - no passado era gente que ansiava ter... ao menos o suficiente; agora são pessoas que têm a nostalgia do já tido... perdido com dó e sem glória. - no passado os rostos eram de gente quase esfomeada e em busca do pão... pelo menos o essencial; agora vemos pessoas endividadas por provocadores de sonhos, mas que não os advertiram sobre as consequências da possibilidade de poderem perder o emprego... repentinamente. - no passado encontravamos gente que estava a recuperar dos traumas da guerra colonial... onde muitos filhos tinham caído ingloriamente; agora somos confrontados com pessoas que nunca tiveram de viver a ansiedade da guerra... numa Europa que até não pagou para não produzirmos nos sectores primários da nossa economia. . Grandolamente falando, vivemos num tempo complexo, quer pelas circunstâncias económicas, quer pelas razões mais básicas do bemestar que não conseguimos manter. . Grandolamente falando, temos de saber distinguir quem nos manipula e quem nos fala verdade... se bem que não dizer nada ou falar meia verdade já será enganar. . Grandolamente falando, precisamos de saber quais serão as consequências de embarcarmos nesta onda de malcriadez, pois o rastilho está prestes a incendiar-se. . Grandolamente falando, vale mais permitir a indignação – cívica, musical e um tanto civilizada – do que as pedras, os cocktails e as pilhagens, que já vimos noutras paragens... mesmo europeias. . Grandolamente falando, será que ainda há esperança para Portugal, para os portugueses e nesta história? Nota de rodapé... Depois do movimento de contestação de 2M ficaram-nos algumas questões: - Para quem tanto contesta o governo, onde estavam os dirigentes da oposição socialista? - Porque deixam aos extremistas (ideológicos e sindicalistas) uma certa configuração oportunista? - Serão os números apresentados fiáveis ou há quem faça o trabalho de sapa, desacreditando as contestações? - Até onde irá onda (ou ondas, marés ou enchentes) de pensar mais com a barriga do que com a cabeça e a vontade? - Porque temos de aturar as incessantes reivindicações e não assumimos, de vez, as responsabilidades mínimas, sem aligeirarmos as culpas? Parafraseando JF Kennedy: ‘não perguntem o que o Estado pode fazer por vós, mas antes o que podeis e deveis fazer pelo Estado’! Temos, portanto, de nos unir para recuperar o País, reinventar a Nação e de catalizar a força do Estado... antes que seja tarde! António Sílvio Couto DIOCESE 4 – Notícias de Beja 14 de Março de 2013 Caminhada Sinodal na Diocese de Beja 2.º Encontro A missão da Igreja Jesus, com a sua ressurreição, regressou ao seio do Pai donde tinha vindo. Para continuar a sua missão no mundo ao longo do tempo, fundou a Igreja. Deste modo, à Igreja foi cometida a responsabilidade de ir por todo o mundo a anunciar a boa nova do Reino de Deus. “O Senhor Jesus deu início à Sua Igreja pregando a boa nova do advento do Reino de Deus prometido desde há séculos nas Escrituras: “cumpriu-se o tempo, o Reino de Deus está próximo”. Este Reino manifesta-se na palavra, nas obras e na presença de Cristo. A palavra do Senhor compara-se à semente lançada ao campo: aqueles que a ouvem com fé e entram a fazer parte do pequeno rebano de Cristo, já receberam o Reino; depois , por força própria, a semente germina e cresce até ao tempo da messe. Também os milagres de Jesus comprovam que já chegou à terra o Reino: “Se lanço fora os demónios com o poder de Deus, é que chegou a vós o Reino de Deus”. Mas este reino manifestase sobretudo na prória pessoa de Cristo, Filho de Deus e Filho do homem, que veio “para servir e dar a sua vida em redenção por muitos”. E quando Jesus, tendo sofrido pelos homens a morte na cruz, ressuscitou, apareceu como Senhor e Cristo e sacerdote eterno; e derramou sobre os discípuloso Espírito prometido pelo Pai. Pelo que a Igreja, enriquecida com os dons do seu fundador e guardando fielmente os seus preceitos de caridade, de humildade e de abnegação, recebe a missão de anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos e constitui o germe e o princípio de mesmo Reino na terra” (LG5). Questões para o diálogo 1. A Igreja tem a missão de “anunciar e instaurar o Reino de Cristo”. Há sectores onde o anúncio não chega. Que desafios se colocam às pessoas e comunidades para melhor cumprir a missão da Igreja? 2. Porque será que em muitos casos a semente da palavra não germina nem cresce? 3. Que obstáculos encontra para se sentir Igreja, a colaborar na instauração do Reino de Deus? Figuras da Igreja Para melhor explicar a Igreja, Jesus recorreu a imagens muito diversas. “Assim a Igreja é o redil, cuja única porta e Pastor é Cristo. É também o rebano do qual Deus predisse que seria o pastor e cujas ovelhas são guiadas e alimentadas pelo próprio Cristo, bom pastor o quel deu a vida pelas suas ovelhas. A Igreja é o campo de Deus. Ela foi plantada pelo celeste agricultor como uma vinha eleita. A videira é Cristo que dá vida e fecundidade aos sarmentos, isto é, a nós que pela Igreja permanecemos n’Ele. A Igreja é também chamada construção de Deus. O próprio Senhor se comparou à pedra que os construtores rejeitaram e se tornou pedra angular. Sobre esse fundamento é a Igreja pelos Apóstolos e d’Ele recebe firmeza e coesão. A Igreja é também descrita como esposa imaculada do Cordeiro imaculado, a qual Cristo “amou e por quem Se entregou, para santificar”, uniu a Si e sem cessar “alimenta e conserva”, a qual, purificada, quis unida a Si e submissa no amor e fidelidade, cumulando-a, por fim, eternamente, de bens celestes. Enquanto, na terra, a Igreja peregrina longe do Senhor, tem-se exilada, buscando e saboreando as coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus, e onde a vida da Igreja está escondida com Cristo em Deus, até que apareça com o seu esposo na glórias” (LG6) Questões para o diálogo 1. Escolha a imagem que, para si melhor caracteriza a Igreja. Que propostas faz para que a sua comunidade e a diocese revisse nessa imagem? 2. Na sua comunidade as pessoas sentem-se bem e são bem acolhidas? Que é preciso para que isso aconteça? A Igreja, Corpo místico de Cristo O Concílio diz-nos a importância que os sacramentos têm na nossa vida, como por eles crescemos na vida de Deus e como, assim fortalecidos, ficamos aptos a prestar serviços na comunidade. “O Filho de Deus remiu o homem e trnsformou-o em nova criatura. Pois, comunicando o Seu Espírito, fez de todos os Seus irmãos como que o Seu Corpo. É nesse corpo que a vida de Cristo se difunde nos que crêem, por meio dos sacramentos. Com efeito, pelo Batismo somos assimilados a Cristo; “todos nós fomos batizados no mesmo Espírito, para formarmos um só corpo”. Poe este rito sagrado é representada e realizada a união com a morte e ressurreição de Cristo: “fomos sepultados, pois, com Ele, por meio do Batismo, na morte”; se, porém, “nos tornámos com Ele um mesmo ser orgânico por morte semelhante à Sua, por semelhante ressurreição o seremos também. Ao participar do corpo do Senhor, na fração do pão eucarístico, somos elevados à comunhão com Ele e entre nós. “Porque há um só pão, nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto participarmos todos do único pão”. E deste modo nos tornamos todos membros desse corpo, sendo individualmente membros uns dos outros. E assim como todos os membros do corpo humano, apesar de serem muitos, formam um só corpo, assim também os fiéis em Cristo. Também na edificação do Corpo de Cristo existe a diversidade de membros e de funções. É um mesmo Espírito que distribui os seus vários dons segundo a sua riqueza e as necessidades dos mistérios para a utilidade da Igreja. O mesmo Espírito produz e promove a caridade entre os fiéis. Daí que, se algum membro padece, todos os membros sofrem juntamente; e se algum membro recebe honras, todos se alegram. Ele mesmo distribui o Seu corpo que é a Igreja, os dons dos diversos mistérios, com os quais nos prestamos mutuamente serviços em ordem à salvação, de maneira que, professando a verdade na caridade, cresçamos en tudo para Aquele que é a nossa cabeça.” (LG7). Os Cursos de Cristandade em movimento 52º Curso de Cristandade da Diocese de Beja De17 a 20 de Janeiro passado, realizou-se no Centro Pastoral \Seminário de Beja o 52º Curso de cristandade da Diocese de Beja, com a participação de oito cursistas vindos de Almodôvar, Alvalade, Porto Covo, Grândola, Ermidas e Beja. A Equipa de responsáveis de cinco elementos foi coordenada pelo Reitor José Grosso. É-me grato sublinhar e enaltecer esta fortíssima ferramenta de nova evangelização que a Igreja diocesana tem ao seu dispor. A fé é uma vivência, uma experiência que se transmite por testemunho e contágio. É a beleza da fé, é o encontro com um Jesus surpreendente companheiro de viagem, é a sua inabitação em nós como fonte de alegria, é a oração em rede, é a impressionante presença de toda a Igreja que com eficácia renova os seus filhos, que opera a maravilha da conversão. O encerramento foi presidido pelo Bispo Diocesano. Uma grande festa, um júbilo inexprimível da santa Igreja pelo regresso dos pródigos ao lar paterno. Concelebraram com o Sr. Bispo os Padres Domingos, Aparício, Valente, Pradeep, Sales, Manuel António e o Diácono José Bravo. Ultreia Regional em Alvalade Por desejo do Pároco respetivo, em 29 do passado mês de Janeiro em Alvalade uma Ultreia regional, com o fim de reunir, reanimar e pôr em movimento os muitos cursistas ali residentes. Os muito perto de 60 cursistas que responderam à chamada vieram de Almodôvar, Porto Covo, Santiago do Cacém, Santo André, S. Domingos da Serra, Questões para o diálogo 1. Que é preciso fazer para que os batizados se sintam verdadeiro corpo de Cristo, Igreja? Grândola e Beja. Foi Reitor Alberto Amaro, ladeado pela presidente do Secretariado e pelo P.Valente que fez o testemunho final. Como o P.Sales celebrava o aniversário 2. A comunhão da vida com Deus e com os irmãos perdese ou toprna-se débil com o pecado. O sacramento da reconciliação é uma prática frequente e acessível na minha comunidade? Que sugestões dá para melhorar? natalício no dia seguinte, a ultreia festiva terminou já no dia seguinte com os parabéns a você, adoçados pelo bolo de circunstãncia. Parabéns pelo duplo acontecimento. António Aparício DIOCESE 14 de Março de 2013 Animação Missionária na Diocese de Beja Missão e cultura vocacional Nestes três meses, a Congregação da Missão, em Portugal, perdeu três missionários, que o Senhor da Vida chamou a Si: P. João Sevivas, P. Joaquim Modesto e, agora, P. Manuel Henriques. Todos eles passaram pela diocese de Beja, sobretudo nas missões populares, embora o P. Sevivas e o P. Manuel, em tempos e comunidades diferentes, também dessem o seu contributo no trabalho paroquial (Almodôvar e Santiago do Cacém). O P. Modesto, gastou cerca de cinquenta anos em Moçambique, nas Missões. Há poucos dias, numa acção de revitalização de uma Missão Popular acontecida em 2010, numa das comunidades da diocese de Portalegre-Castelo Branco, também ela em Sínodo diocesano, reflectia com as pequenas comunidades o tema: fé, evangelização e cultura vocacional. Um tema importante e que mereceu uma grande partilha e reflexão dos presentes nessa acção de formação. Não falar da vocação, não desafiar a uma cultura voca- cional, faz com que a fé e a evangelização não encarnem na vida das pessoas e estas não dão uma resposta comprometida, vivendo, tantas vezes, sem descobrir que todos têm uma vocação e uma missão a viver. Nas homilias, nas reflexões e nos encontros com jovens e adolescentes, fala-se ou deve falar-se desta cultura vocacional, seja no matrimónio, na vida sacerdotal ou na vida de consagração. A Igreja dos nossos dias precisa muito das vocações de serviço, seja o sacerdócio ou a vida religiosa, mas precisa e espera muito da vocação ao matrimónio. Muitos dos sacerdotes das dioceses, incluindo a nossa, e das congregações e institutos, em criança ou na adolescência, tiveram contacto com um missionário, com alguém que falava da missão e da vocação, com a sua própria experiência, com o seu testemunho de vida. Os tempos mudaram, é certo. Nesse tempo e no nosso, as referências e os modelos foram e são marca que fala e que interpela. Falamos da Igreja missionária, impelida e animada pelo Espírito. É uma certeza e um desafio perma- nente, mas que tem de ser cada vez mais visível, mais interpelante, mais próxima e mais geradora de comunhão. A cultura vocacional é muito importante nos nossos dias. Não é problema deste ou daquele, seja o bispo ou o promotor vocacional, mas é responsabilidade de todos e para todos. As dioceses e as congregações estão a braços com a dificuldade em responder aos vários compromissos assumidos. A escassez de vocações, a idade e a doença, agravam esta capacidade de resposta. A cultura vocacional, a partir da identidade e compromisso baptismais ajudará a encontrar respostas diferentes para levar por diante a Missão de anunciar o Evangelho. O Sínodo diocesano, as catequeses, os encontros, as missões, são propostas concretas para que os baptizados descubram o seu papel na construção da Igreja. Promover e ser agente de uma cultura vocacional é, no que de cada um depende, estar atento e ser criativo e, sobretudo, ser testemunha de Jesus Cristo. P. Agostinho Sousa, CDM/Beja Falecimento do P. Manuel Henriques da Silva, CM O Padre Manuel Henriques da Silva nasceu em Campia, Vouzela, em 8 de Março de 1930. Ordenado presbítero em 20 de Março de 1955, na Sé Catedral do Porto, foi destinado às Missões em Moçambique. Aí trabalhou durante 20 anos seguidos, na formação do clero e também na Pastoral de evangelização. Voltando a Portugal, licenciou-se em Humanidades pela Universidade Católica de Braga, em 1985. Esteve na comunidade do Seminário de Pombeiro e, posteriormente, na comunidade de Santa Quitéria, ambas em Felgueiras. Voltou mais duas vezes a Moçambique em serviço e uma terceira de férias. Pelo meio, fez parte das comunidades de Salvaterra de Magos, diocese de Santarém e do Amial (Casa dos Estudantes), no Porto. No seu regresso definitivo de Moçambique, foi convidado a exercer o seu ministério em terras de Nisa, Diocese de PortalegreCastelo Branco. Daí foi para Viseu, colocado pelos Superiores no Monte Salvado, pertencente à Paróquia de Orgens. Em 2008, fez parte de comunidade vicentina de Santiago do Cacém, diocese de Beja, dedicando-se à pastoral local e aos cursos de Cristandade. Passado algum tempo, regressou a Viseu, onde continuou a exercer o ministério sacerdotal e onde a doença o foi consumindo, fazendo com que várias vezes tivesse de ser internado no Hospital de S. Teotónio, em Viseu. Já muito debilitado, passou os seus últimos dias, no Lar vicentino de Santa Quitéria (Felgueiras). A “irmã morte” chamou-o na véspera do seu aniversário natalício, a 07 de Março de 2013. As exéquias foram celebradas, em Campia-Vouzela, sua terra natal, no dia 8 de Março. Não cantando os parabéns pela vida, cerca de quarenta sacerdotes (vicentinos, combonianos e diocesanos) deram graças a Deus pela vida e sacerdócio do Padre Manuel Henriques da Silva. Presidiu o P. Álvaro Cunha, provincial da Província Portuguesa da Congregação da Missão. O Bispo de Viseu, em visita pastoral, fez-se representar pelo Vigário Geral. A actividade regular do P. Manuel Henriques eram as Missões Populares, a primeira actividade do carisma vicentino. Jovial e bem disposto, gostava da literatura e de fazer versos ao correr da pena. Homem simples e já maduro, habituou-se a ser próximo de toda a gente. Perito em rubricas, sabia muito de liturgia. Não se afastava muito das normas canónicas e cultivava a sã piedade com esmerado cuidado. Gostava de escrever. Tinha por costume estar muito atento a tudo e a todos. Escreveu dois livros com o título “Pedaços de vida I e II”, o último dos quais, editado poucos dias antes da sua morte. P. Agostinho Sousa, CM Ofereça uma assinatura do “Notícias de Beja” a um familiar ou amigo Nome: ____________________________________________________________________________ Morada: __________________________________________________________________________ Código postal: ________-____ Localidade: _________________________ Assinante individual: 28 euros Enviar para: Jornal “Notícias de Beja” - Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja | Telef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386 | E-mail: [email protected] Notícias de Beja – 5 Ao ritmo do Ano da Fé Fez ontem um ano... Eram 20,30 horas do dia 13 de Março. O Pe José Maria, capelão do hospital, dava a notícia ansiosa e sofridamente esperada: a minha querida Irmã, Maria José, tinha partido para o céu. O meu primeiro sentimento foi de ação de graças pelo amor e dedicação a toda a prova com que Deus me enriqueceu, acompanhou e qualificou a minha vida e ministério. Ao visitá-la no hospital ou no pólo 2 do Centro do Salvador, ao longo de dois longos anos, ia rezando, mentalmente, o canto seguinte: “quero bendizer-vos, todos os dias da minha vida, porque sois bom Senhor, para aqueles que em vós esperam.”Ao ver os inequívocos e múltiplos sinais de morte iminente, não pedia a Jesus que lhe desse saúde, seria negar a fé na vida eterna, mas que, quer vivesse quer morresse, lhe fizesse sentir o Seu amor e por amor a vinha buscar em breve. Ao dar a notícia ao meu Irmão João, por quem a Maria José tinha uma grande admiração e alta estima, ouço-o entoar o Magnificat, o canto de Maria, sublinhando o dom de Deus que a Maria José foi para toda a família. Fez-me lembrar a fé do meu tio João que desejava morrer, ao saber que tinha um cancro. E dizia-me, rindo: “a tua mãe,” que era sua irmã “e a tua tia,” a mulher dele, “querem ir para o céu, mas não querem morrer.” E comentava: “como é que se pode ir para o céu sem morrer?” E ria a bom rir. Há muito tempo que a Maria José vivia com a pedra do sepulcro tirada, apoiada no Deus vivo, Desejava viver e fazia por isso, mas não recusava morrer. Durante os mais de dois anos que durou a doença, o Senhor fez com ela um um catecumenado de purificação e de conformidade com a vontade de Deus. E levava uma vida de qualidade? Com toda a certeza. A Sua doença era a sua presente normalidade. Nunca se entregou à doença, fazendo a vida da casa, as atividades apostólicas, a sua hora de adoração diária, como se não estivesse doente. Anizabel Martins, sua amiga e membro duma Assembleia por si fundada, ao ver como a todos animava e estimulava, perguntou-lhe o segredo. Disselhe: “o meu segredo está nesta oração:” “Virgem Senhora do Sim, ensina-me a amar o instante presente, em que o próprio Deus nos dá a escolher o que tu queres no amor do Pai e na vontade do Seu Filho. Ámen” Também fazia sua a oração de Ester: “Meu Senhor, assisti-me no meu desamparo, porque não tenho outro socorro senão Vós Senhor e o perigo é iminente.”(Ester,14,3b) Momentos únicos da vida em que absolutamente nada se pode fazer por aqueles que amamos. Nada. Só estar ali perto, solidário. Só Deus pode valer. Mais ninguém. Para a acompanhar nas dezenas de vezes que foi a Lisboa por motivos de saúde, encontrou “o seu anjo da guarda,” a boa amiga Arlete Viegas. Esta grande amizade cimentou-se no trabalho de porta a porta na Missão Popular de Beja, em Outubro e Novembro de 2007. Os meus amigos diziam-me que a devia acompanhar, sendo impedido pela Maria José e pelo seu “anjo.” Também a Irmã Cátia nos prestou relevantes serviços, visitando-a todos os dias, durante os dois anos de doença. Termino com dois depoimentos de D. Manuel Falcão escritos nos livros,de sua autoria que amavelmente lhe ofereceu: “à Maria José, pelos frutos da terra que nos tem prodigalizado e na esperança de que este livrinho a ajude e a leve a ajudar outros a produzir frutos abundantes de vida eterna. pelo Natal de 2005,”(Leigo,Identidade e Missão) “ À Maria José Cardoso, em estima e gratidão pelo que tem dado à Diocese de Beja. Pelo Natal de 2004”(Enciclopédia Católica Popular). Que vele por nós no Céu e pela Paróquia do Carmo que abnegadamente serviu e amou Padre António Aparício PATRIMÓNIO 6 – Notícias de Beja 14 de Março de 2013 PEDRA ANGULAR PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA A igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz, um tesouro da Beja barroca Cristo e a Samaritana (pormenor). Igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz Conferência sobre o Culto Mariano no Concelho de Santiago do Cacém A convite da Irmandade de Nossa Senhora das Dores, da Paróquia de Santiago do Cacém, o orador da sessão de abertura do Septenário dessa invocação, este ano, será o Prof. Doutor José António Falcão, que pronunciará uma conferência sobre o culto de Nossa Senhora no concelho de Santiago do Cacém. Esta iniciativa realizar-se-á no Centro Paroquial, no dia 15 de Março, às 21 horas, e é aberta a todos os interessados. Há longos anos que o Prof. Falcão, membro da Academia Nacional de Belas-Artes e da Academia Portuguesa da História, entre outras instituições científicas, tem vindo a estudar este assunto, reunindo sobre ele um importante acervo de elementos inéditos, desde as pesquisas no Arquivo Nacional da Torre do Tombo e no Arquivo da Sé de Évora, até às investigações no terreno, percorrendo todas as freguesias do extenso concelho santiaguense à procura de vestígios do culto mariano. Tudo isto prefigura uma palestra apaixonante, tanto mais que o conferencista é orador dotado. copal, fundado em 1892, e da sua vasta biblioteca. Esta última incorporou a Biblioteca Municipal de Beja, acabando por ficar depositada, em data muito posterior, na sede do Arquivo Distrital de Beja, que se vê agora a braços com falta de espaço. Por sugestão do director desta instituição, Dr. Porfírio Correia, o Município apresentou uma proposta ao Sr. Bispo de Beja para que os fundos de livro antigo, outrora pertencentes à Diocese, lhe sejam devolvidos, com a condição de ficarem acessíveis aos investigadores e de não saírem do concelho de Beja. Trata-se de uma reparação histórica que deve ser aceite, até pela possibilidade que representa de se completarem coerentemente colecções dispersas desde 1910. O problema está agora em encontrar um local idóneo para se depositar essa magna biblioteca, constituída por cerca de 150 metros lineares de livros, do século XVI ao século XX. Uma vez que o Seminário não dispõe de salas suficientes para o efeito, na actual conjuntura, o Departamento do Património Histórico e Artístico sugeriu a possibilidade desse espólio ficar instalado, provisoriamente, com boas condições de acesso ao público, em salas da igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz, agora alvo de reabilitação. Novas publicações O Departamento do Património Histórico e Artístico vai colocar brevemente à disposição dos leitores duas importantes obras sobre a arte sacra do Baixo Alentejo e do Alentejo Litoral: a monografia Retábulos na Diocese de Beja, co-editada em colaboração com a Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve; e o catálogo da exposição E um Filho nos foi dado: Iconografia do Menino Deus no Alentejo Meridional, co-editado em parceria com o Museu da Presidência da República. Esta última obra é dedicada à memória de uma grande benemérita da região de Beja, D. Carolina Almodôvar Fernandes. O livro abre com o seguinte texto: “À ínclita memória de D. Carolina Almodôvar Fernandes [Beja, 1912 – id., 2009], que fez do Natal um símbolo da Vida.” Uma homenagem justa a uma figura primacial da nossa cidade. Arquivo Distrital e Município de Beja propõem devolução à Diocese de fundos de livro antigo Após a proclamação da República, em 1910, o edifício dos antigos Paço Episcopal e Seminário Diocesano foi saqueado e, posteriormente, expropriado pelo Estado. Na voragem revolucionária, a Igreja ficou desapossada do seu Museu Epis- Um aspecto das pinturas murais do monumento A. S. No século XIII fundou-se em Beja uma célebre confraria de cavaleiros, a mais antiga de Beja, que unia as actividades religiosas às de assistência mútua. Dos respectivos estatutos fazia parte, entre várias obrigações, a de que se um cavaleiro perdesse o cavalo – que constituía o seu bem mais precioso e o garante do seu estatuto social –, os demais confrades se cotizariam para lhe comprar outro. A tradição afirma que a esta confraria sucedeu, no século XV, a Irmandade de Nossa Senhora ao Pé da Cruz, cuja primitiva ermida, já existente em 1499, ocupa o sítio da actual igreja, no limite entre dois bairros populares extramuros, as Alcaçarias e os Pelames. Esta era uma zona famosa devido à fertilidade das suas hortas, para onde convergiam as águas conduzidas pelos esgotos da época romana. Aqui habitaram diversas famílias judias, ligadas ao comércio e aos ofícios. Aliás, mais tarde, nos séculos XVI e XVII, muitos cristãosnovos vieram a ser membros da Irmandade, o que levou a que o Santo Ofício a vigiasse de perto. O crescimento da Irmandade de Nossa Senhora ao Pé da Cruz tornou a igreja medieval exígua e levou a que, em meados do século XVII, se decidisse proceder à construção de um novo edifício. A obra seguiu os ditames do “estilo chão”, sendo caracterizada pelas linhas austeras. Quem a vê por fora tem dificuldade em adivinhar os tesouros que esconde no interior. Entrar no edifício, porém, é um deslumbramento para o olhar. De acordo com o gosto teatral do Barroco, a talha dourada, a escultura, a azulejaria de padrão, a marcenaria e os ferros forjados dão corpo a uma “obra de arte total” em que colaboraram alguns dos melhores mestres portugueses. Um ciclo de telas realizado em 1665-67 pelo pintor Francisco Nunes Varela, responsável pelos cárceres da Inquisição em Évora, fecha o conjunto, numa afirmação clara de fidelidade à ortodoxia da ContraReforma. Em fase ulterior procedeu-se ao revestimento pictórico da Sala do Consistório – onde se efectuavam as reuniões dos irmãos –, em que avulta o tecto de “arquitectura”, em perspectiva, com medalhões que representam a padroeira da igreja, o Encontro de Cristo com a Samaritana e a Ressurreição de Lázaro. Esta notável obra, de inícios do reinado de D. José I, revela a importância da pintura mural em terras do Alentejo. A Irmandade de Nossa Senhora ao Pé da Cruz conservou a sua importância religiosa e social durante o século XIX. Os dois últimos reis de Portugal, D. Carlos e D. Manuel II, foram juízes honorários da confraria, que passou a ostentar o título de Real Irmandade. Com o advento do século XX, porém, esta instituição entrou em decadência, vindo a apagar-se depois dos anos cinquenta. O seu desaparecimento levou ao progressivo abandono da igreja. As obras realizadas pela Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, na década de 1960, não tiveram continuidade. Praticamente fechada ao público há anos, sem ter quem pudesse vigiála, conservá-la e dá-la a conhecer, apesar da classificação como Imóvel de Interesse Público, a igreja transitou rapidamente do esquecimento para a ruína. Aos problemas de segurança veio juntar-se o colapso do tecto pintado da Sala do Consistório, que não resistiu às últimas chuvadas e começou a cair, obrigando a uma intervenção de emergência. Tinha-se já perdido, entretanto, parte deste conjunto pictórico. A Associação Portas do Território, formada pela Câmara Municipal, pela Diocese e pela Santa Casa da Misericórdia de Beja, conseguiu aprovar, no âmbito do programa de regeneração urbana da cidade, candidatado ao QREN, um projecto global de restauro e valorização do imóvel, cujas obras avançam em pleno vapor, esperando-se que estejam concluídas até ao próximo Inverno. Este projecto visa estabelecer um itinerário que permita dar a conhecer aos visitantes dois grandes santuários marianos da época barroca em Beja: a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, sita em pleno centro da cidade, cuja irmandade manteve uma saudável competição, do ponto de vista devocional e artístico, com a de Nossa Senhora ao Pé da Cruz, erguida num ponto mais afastado. Porém, mais do que rivais, os dois lugares de culto são complementares: na igreja do Pé da Cruz evocase o mistério da Paixão de Cristo; na igreja dos Prazeres, o mistério da Ressurreição. O conhecimento de ambos proporciona uma experiência única de descoberta dos valores estéticos do Barroco português. REGIONAL 14 de Março de 2013 Obras do IP8 e IP2 vão ser acabadas As obras de beneficiação de troços do IP8 e do IP2, nos distritos de Setúbal e Beja, deverão ser retomadas no final deste mês, informou a Estradas de Portugal, no decorrer de um encontro realizado, em Santiago do Cacém, entre a Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas e autarcas da região. Segundo o deputado social-democrata e membro da comissão Nuno Matias, que falava à Lusa no final de uma deslocação de dois dias da comissão ao Alentejo que incluiu uma reunião com autarcas da região, em Santiago do Cacém, a empresa informou no encontro que o concessionário dos itinerários complementares (IP) iria “retomar as obras” no final de março, após ter conseguido acesso ao financiamento. “Houve um planeamento sobredimensionado para aquilo que era a realidade do território e do uso das estradas”, disse o deputado, referindo-se à construção da A26, entre Sines e Beja, cujas obras foram suspensas após a EP ter chegado a um acordo com a Estradas da Planície, subconces- sionária do Baixo Alentejo. Prevê-se uma poupança para o Estado de 338 milhões de euros naquela subconcessão, em relação ao projeto inicial. “Agora, não podemos é deixar a meio determinado tipo de intervenções e não podemos sobretudo permitir que algumas partes dos troços tenham piores condições de segurança”, vincou Nuno Matias, que é vice-coordenador do grupo parlamentar do PSD para a Comissão de Economia e Obras Públicas. O presidente do conselho executivo da Cimbal – Comunidade Inter- municipal do Baixo Alentejo, em declarações ao “Diário do Alentejo”, disse que os autarcas querem “saber exatamente quais são as áreas que vão ser objeto de intervenção, porque uma coisa é aquilo que está no memorando de entendimento e na concessão e que é da responsabilidade da empresa concessionária e que não inclui toda a intervenção a nível do IP2 e do IP8”. Ainda em relação à reunião realizada em Santiago do Cacém, José Maria Pós-de-Mina disse que a mesma “foi importante do ponto de vista da chamada de atenção para o problema”, tendo a comunidade intermunicipal informado “os senhores deputados que estão a ser recolhidas assinaturas para uma petição pública a entregar na Assembleia da República”. O encontro serviu igualmente para “sensibilizá-los para que, quando essa questão se colocar, possam aprovar uma resolução favorável ao prosseguimento das obras do IP2 e do IP8”, concluiu o autarca. também poderão atingir todos os seus objectivos”, dizem os responsáveis da escola. A mesma Fonte acrescenta que Leonel Quinta Queimada e André Associação de Apoio Social da Freguesia de Pôvoa de São Miguel - IPSS Convocatória Assembleia Geral De harmonia com o art.º 28.º dos Estatutos desta Associação, convocam-se todos os associados para uma reunião em Assembleia Geral Extraordinária, a realizar nas instalações da Associação, pelas 19 horas e trinta minutos do dia 22 de Março de 2013, com a seguinte ordem de trabalhos: - Discussão e votação do relatório e contas de gerância, referente ao ano de 2012, e respetivo parecer do Conselho Fiscal. Caso não se verifique a presença de associados em número suficiente, conforme estipulam os Estatutos, a mesma funcionará uma hora depois com qualquer número de sócios e com a mesma ordem de trabalhos. Póvoa de São Miguel, 06 de Março de 2013 O Presidente da Assembleia Geral Armando Aresta Caro Florbela David Alunos de Beja conquistam ouro e prata nos Jogos Matemáticos Leonel Quinta Queimada e André Santana, ambos de Beja, garantiram as medalhas de ouro e prata na final da nona edição dos Campeonatos Nacionais de Jogos Matemáticos. Na competição realizada em Évora no dia 1, os dois alunos da Escola Secundária D. Manuel I estiveram em grande destaque, arrecadando os dois primeiros lugares da classificação entre os milhares de alunos participantes. “São resultados alcançados com o esforço, dedicação, trabalho e empenho do André e do Leonel e devem servir de reflexão e motivação para todos os jovens, que se se esforçarem e empenharem, Notícias de Beja – 7 Santana enchem toda a nossa comunidade escolar de orgulho, devendo igualmente deixar orgulhosos e felizes todos os bejenses e alentejanos. Não foi só o nome dos alunos e da nossa escola que foi elevado bem alto, mas também da nossa cidade e região, conclui. A prova é uma organização da Ciência Viva, Associação Ludus, Associação de Professores de Matemática e Sociedade Portuguesa de Matemática, em conjunto com a Universidade de Évora, a Câmara Municipal de Évora e a Delegação Regional do Sul e Ilhas da Sociedade Portuguesa de Matemática. Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras Cardio Luxor Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338 Publ. Cartório Notarial de Ourique - Notária Maria Vitória Amaro Certificado Certifico, para fins de publicação, que no dia vinte e dois de Fevereiro do ano dois mil e treze, no Cartório Notarial de Ourique, a folhas quatro e seguintes, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Cinquenta e Dois - D, se encontra exarada uma escritura de Justificação, na qual Francisco Maria Dias Júnior e mulher Maria de Assunção de Brito Camacho Duarte Colaço Dias, casados segundo o regime de comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia de Baleizão, concelho de Beja e ela da freguesia e concelho de Ferreira do Alentejo, onde residem na Rua Capitão Mouzinho, n.º 21 NIFs 145 290 956 e 145 290 948, se declaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do seguinte prédio, situado na freguesia e concelho de Ferreira do Alentejo: Rústico denominado “Herdade da Pedra Alva” ou “Herdade da Pedralva”, composto de cultura arvense, com a área de treze hectares cinco mil duzentos e cinquenta centiares, confrontando do norte e nascente com caminho municipal, sul com Pedralva e do poente com Herdade da Pedralva, inscrito na matriz em nome do justificante marido e de Manuel Brito Camacho Duarte Colaço, sob o artigo 113 da Secção AA, com o valor patrimonial para efeitos de IMT de 15.506,66 euros, igual ao atribuído, omisso na Conservatória do Registo Predial de Ferreira do Alentejo. Que os justificantes não possuem qualquer título para efetuar o registo a seu favor, deste prédio, na Conservatória, embora sempre tenha estado, há mais de quarenta e dois anos, na detenção e fruição do citado prédio, o qual veio à sua posse por compra e posterior divisão que efetuaram com os demais comproprietários, entretanto, todos já falecidos, no dia vinte de Janeiro de mil novecentos e setenta e um, conforme escritura de divisão lavrada na Secretaria Notarial de Beja, mas tendo, desde logo, entrado na posse e fruição do prédio, em nome próprio, pose que assim detém há mais de quarenta e dois anos, sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja, de modo a poder ser conhecida por todo aquele que pudesse ter interesse em contrariá-la. Esta posse assim mantida e exercida, foi-o sempre em seu próprio nome e interesse, e traduziu-se nos factos materiais conducentes ao integral aproveitamento de todas as utilidades do prédio designadamente, utilizando-o, cultivando-o, arrendando-o, fazendo as necessárias obras de conservação, e pagando os respetivos impostos e taxas. É assim tal posse pacífica, pública e contínua e durando há mais de vinte anos, facultandolhes a aquisição do direito de propriedade do citado prédio por usucapião, direito que pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial. Nestes termos, e não tendo outra possibilidade de levar o seu direito ao registo, vêm justificá-lo nos termos legais. Está conforme o original. Cartório Notarial de Ourique, da Notária, Maria Vitória Amaro, aos vinte e dois de Fevereiro de 2013. A Notária Maria Vitória Amaro 14 Março P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Diretor: Alberto Geraldes Batista Redação e Administração: Rua Abel Viana, 2 - Apartado 95 - 7800-440 Beja Telef. 284 322 268 / Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.diocese-beja.pt Assinatura 28 Euros anuais c/IVA NIB 001000003641821000130 Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas 2013 Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA 14 de Março de 2013 Regresso a casa Deste Mundo e do Outro António Vitalino, Bispo de Beja 1. Alegria do regresso a casa Na sua autobiografia, Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI e agora Papa emérito, narra a enorme alegria da sua família, quando, tendo terminado a segunda grande guerra mundial, depois de ele mesmo ter regressado a casa, liberto do campo de prisioneiros de guerra, o seu irmão Jorge, que tinha sido destacado para a Itália e já há várias semanas fora libertada pelos aliados do domínio fascista e nazi, julgando-o morto ou desaparecido, como tantos outros milhões de soldados, finalmente entrou pela porta dentro. Todos sabemos do enorme sofrimento das famílias, quando desaparece algum membro, criança, jovem ou idoso, sem saber se está vivo ou morto, e se espera a notícia do seu paradeiro ou destino. Um dia Jesus contou uma história parecida, que pôs a descoberto a veracidade dos nossos sentimentos e o contraste com o procedimento de Deus para connosco. É a parábola do pai que tinha dois filhos e o mais novo resolveu abandonar a casa paterna e ir gozar a liberdade, sem as peias dos afectos familiares. Importante é o desfecho da narrativa, quando esse filho decide regressar a casa e o pai lhe faz uma festa, na alegria de saber que ele estava vivo e voltou para a família. O outro irmão, que sempre ficou em casa, é que não gostou da atitude do pai e recusou-se a participar na alegria da família. 2. Povo desavindo e com desigualdades profundas Ao refletir sobre estas histórias e outras parecidas, recordei muitos casos, uns que conheci através dos meios de comunicação social e outros por contato com pessoas implicadas. Mas logo me ocorreu o desfecho da parábola evangélica. Será que nos alegramos quando alguém regressa a casa? Acolhemo-lo bem? Fazemos festa? A Igreja pode ser considerada como uma família, chamada a ser fermento, símbolo e sacramento da unidade de todo o género humano, na comunhão com Deus e os irmãos. Seremos verdadeiramente sinais de fraternidade, pessoas abertas e acolhedoras, sempre dispostas a integrar novos membros na comunidade, mesmo que já tenham pertencido à família dos discípulos de Jesus e se tenham afastado, ou, pelo contrário, empurramos para fora quem não cai na nossa simpatia? Fazemos acepção de pessoas ou temos um amor preferencial pelos mais fracos, pobres, doentes, crianças, idosos, pecadores? Se na família eclesial há desavenças e desigualdades, elas são muito maiores na sociedade a que pertencemos. Mesmo nas manifestações de descontentamento com as politicas de austeridade nota-se alguma contradição, cujas causas são mais profundas que os cortes nas remunerações e nas reformas. Nas multidões de manifestantes ou nos grupos mais pequenos sabemos que não há o espírito de família, mas interesses pessoais ou de classe. Quando até os reformados milionários manifestam descontentamento, embora entre eles esteja também quem contribuiu para a crise, administrando empresas em seu favor, esquecendo-se que, acima de direitos adquiridos, está a justiça, o bem comum, o destino universal dos bens, a solidariedade e a fraternidade, radicada na dignidade e igualdade da pessoa humana. Os governos eleitos democraticamente têm de orientar as politicas por esses princípios fundamentais, e não a partir de interesses de classes ou lobbies. Mas é difícil conseguir o equilíbrio nas sociedades num mundo global, respeitando a liberdade e a dignidade das pessoas e o princípio da subsidiariedade da sociedade civil. Há sempre fugas, pois nem todos os países e instituições seguem os mesmos princípios. 3. Chamados a reconciliar a família humana No meio deste panorama complexo, os cristãos, olhando para a vida e mensagem de Jesus Cristo, precisam de se converter e orientar as suas vidas e ação no sentido de curar muitas feridas e ajudar a restaurar o sentido de família e de povo. S. Paulo, na segunda carta aos Coríntios (5, 15 ss), exorta os leitores a ser embaixadores de Cristo e instrumentos de reconciliação. Eis aqui bem definida a missão da Igreja, hoje mais necessária que nunca. Reconciliados com Deus e com o nosso próximo, alargando os nossos olhares para além dos nossos grupos e comunidades, sentindo o sofrimento do nosso povo e da humanidade, não podemos cruzar os braços. Bento XVI, Papa emérito, concretizando o evangelho e a doutrina social da Igreja para o nosso tempo, deixou-nos um magistério clarividente, que muito nos ajudará a discernir o nosso papel na Igreja e na sociedade. Invoquemos a luz do alto para a eleição do novo Papa, sucessor de Pedro e garante da comunhão eclesial, para que, em união com o colégio episcopal, dê um forte impulso à missão da Igreja na atualidade. Um líder para 1,2 mil milhões de batizados O Papa lidera uma Igreja com 1,2 mil milhões de fiéis, ou seja 17,5% da população mundial. Segundo o anuário pontifício divulgado em 2012 por Bento XVI, o número de católicos no mundo era de 1.196 milhões em 2010 e quase metade estavam no continente americano. O documento, do Departamento Central de Estatística da Igreja com dados de 2010, conclui que o número de católicos aumentou 15 milhões (1,3%) face ao ano anterior em todo o mundo, mas a percentagem de católicos no mundo permaneceu estável. Por continentes 48% dos católicos estão na América, com 586 milhões, seguida da Europa, com 285 milhões (24%), da África, com 186 milhões (16%), e da Ásia, com 130 milhões (12%). Na Oceânia havia 9,5 milhões de católicos. O alerta de Juncker Quem acredita que a eterna questão da guerra e paz na Europa não pode voltar a ocorrer está completamente errado. Os demónios não desapareceram, estão apenas a dormir, como foi demonstrado pela guerra na Bósnia e no Kosovo.” A frase não é de nenhum radical. Nem de nenhum líder de países subdesenvolvidos. Nem vem do Irão. Quem a proferiu foi o ex-primeiro-ministro do Luxemburgo e ex-chefe do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, comentado os efeitos da austeridade sobre a sociedade e dizendo acreditar que a crise europeia pode resultar numa futura guerra. Juncker frisa o exemplo grego e até o pormenor de a chanceler alemã, Angela Merkel, ter sido recebida em Atenas com uniformes nazis. Podia ter falado nas megamanifestações em vários países. Nos suicídios resultantes de casos extremos. E até no resultado das eleições italianas. O alerta até pode ser exagerado. Mas, vindo de quem conhece bem a realidade europeia e os efeitos que a crise tem tido na sociedade, deve ser, no mínimo, considerado como preocupante pelos responsáveis da UE. Juncker pede-lhes que fiquem atentos e tenham sempre presente que só a unidade europeia lhes dá o poder que têm no mundo. E, já agora, que, como a história tem mostrado, há sinais que não podem ser desprezados. Um sem-abrigo honesto Um sem-abrigo devolveu um anel de diamantes que por descuido lhe caiu no copo de esmolas. A boa acção já lhe valeu uma recompensa suficiente para comprar casa. E a tendência é para aumentar... A história veio nas páginas dos jornais e nas redes sociais. Billy Ray Harris, um sem-abrigo da cidade do Kansas, Estados Unidos, foi bem recompensado por fazer uma boa acção. O homem devolveu a uma mulher o anel de noivado de diamantes que ela deixara cair sem dar conta no seu copo de esmolas quando lhe deu algumas moedas. A devolução aconteceu no dia seguinte ao incidente, quando a mulher, Sarah Darling, o procurou no mesmo local e lhe disse que devia ter deixado ali alguma coisa de valor. Billy Ray nem gaguejou. Perguntou-lhe logo se se tratava do anel, segundo os relatos da reportagem do canal KCTV5. Perante a boa vontade do semabrigo, a mulher e o noivo decidiram abrir uma conta no site Give Forward e já conseguiu contributos de todo o mundo no valor de 151.489 dólares (cerca de 115 mil euros). Roubos pela Internet A “pesca de dados pessoais na internet, o chamado phishing, fez pelo menos 1300 vítimas em 2012”. No total foram pirateados mais de um milhão de euros, de acordo com o Jornal de Notícias. Às vezes o que parece um vídeo inofensivo pode esconder uma forma de roubar informações bancárias. A Polícia Judiciária afirma que foram abertos 1300 inquéritos de ‘phishing’ em 2012. Só em Lisboa, nos Açores e na Madeira, os montantes roubados chegam a cerca de um milhão de euros. O pagamento de serviços, as redes sociais, jogos, classificados, leilões e até sites governamentais são os alvos mais fáceis para os ‘piratas’ que pretendem obter dados, usando-os para transferir dinheiro para as suas contas. De acordo com especialistas em segurança informática ouvidos pelo JN, os países de Leste e o Brasil são a principal origem dos ataques aos portugueses. Aliás há dias, foram detidos sete jovens, alguns com nacionalidade brasileira, acusados de enviar emails para aceder a dados pessoais com os quais conseguiam retirar verbas que depois depositavam em outras contas. E só a troco de uma ‘comissão’ é que devolviam o dinheiro. A judiciária adiantou que foram atacados vários bancos e que o montante ‘pirateado’ foi, até ao momento de 150 mil euros. Há, no entanto, alguns passos que podem ajudar a evitar o ‘phishing’, como não abrir anexos ou links, cuja origem é desconhecida. Um vídeo ou uma imagem com um ‘subject’ aparentemente inofensivo pode conter um ‘software’ capaz de roubar dados. Bom humor Um indivíduo foi encontrado estendido numa valeta e levado de urgência para o hospital. Na sala de operações, um interno desabotoava-lhe o casaco, preparando-o para a intervenção, quando deparou com a seguinte nota, pregada ao forro: “A todos os membros da classe médica: estou apenas embriagado; deixem-me dormir; não tentem extrair-me o apêndice, já mo tiraram duas vezes”. * O Augusto e o Fernando faziam juntos os deveres da escola. A dado instante, pergunta o Fernando ao Augusto: - Como é que tu conjugas o verbo devolver no presente? - Muito fácil. Eu devolvo. Tu de mini. Ele de triciclo. * Um louco cai da cama enquanto dorme. Perplexo, acorda e volta para a cama. Uma hora mais tarde torna a cair e, todo contente, diz para si próprio: - Fiz bem em ter-me levantado há bocado, senão teria caído sobre mim próprio. * Certo dia , um pai reúne os cinco filhos e diz-lhes: - Muito bem, vamos lá ver quem merece uma recompensa esta semana. Qual de vocês foi o mais obediente e fez tudo o que a mamã pediu? Os cinco, ao mesmo tempo: - Tu, papá... Alberto Batista
Documentos relacionados
22 de Março.pmd - Diocese de Beja
A primeira leitura dos domingos da Quaresma continua a pôr diante de nós alguns passos significativos da história da Aliança que Deus fez com o seu povo, e à qual Ele sempre Se mantém fiel, embora ...
Leia mais(formato pdf) da Edição nº 4092 de 13.01.2011
16 de Janeiro de 2011 Deus no Seu amor pelos homens, foi-Se-lhes manifestando progressivamente, ao longo dos séculos, para lhes descobrir quem Ele era e quais os desígnios da Sua vontade. Essa reve...
Leia mais