(formato pdf) da Edição nº 4192

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(formato pdf) da Edição nº 4192
14 de Março de 2013
14
Março
2013
SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ
Ano LXXXV – N.º 4193
Diretor: ALBERTO GERALDES BATISTA
Autorizado pelos C.T.T.
a circular em invólucro
de plástico fechado.
Autorização
N.º D.E.
DE00192009SNC/GSCCS
PUBLICAÇÕES
PERIÓDICAS
2350-999 TORRES NOVAS
TAXA PAGA
Preço 0,50 € c/ IVA
Francisco, eleito em Conclave, no Vaticano, no dia 13 de Março, sucede a Bento XVI
Cardeal Jorge Mario Bergoglio, Arcebispo de
Buenos-Aires, é o novo Papa da Igreja Católica
O cardeal argentino Jorge Mario
Bergoglio, de 76 anos, foi eleito
no dia 13 como novo Papa da
Igreja Católica, o primeiro do
continente americano, e escolheu o nome de Francisco.
“Sabeis que o dever do Conclave era dar um bispo a Roma:
parece que os meus irmãos
cardeais foram buscá-lo quase
ao fim do mundo”, disse, na
primeira aparição perante cerca
de 150 mil pessoas que lotaram
a Praça de São Pedro, no
Vaticano, que começou pelas
20h22 locais (19h22 de Lisboa).
O novo Papa, religioso jesuíta,
surpreendeu os presentes ao pedir
“um favor”, antes de dar a sua
tradicional bênção neste encontro
inicial, inclinando-se.
“Peço-vos que rezem ao Senhor
para que me abençoe, a oração
do povo pedindo a bênção pelo
seu bispo. Façamos em silêncio
esta oração”, declarou, conseguindo calar a multidão que se
encontrava em festa há cerca de
uma hora, após a saída do fumo
branco da chaminé colocada
sobre a Capela Sistina.
A primeira bênção seria, posteriormente, estendida a “todo o
mundo, a todos os homens e
mulheres de boa vontade”.
O Papa começou por desejar
uma “boa noite” aos presentes
e agradeceu o “acolhimento” da
comunidade de Roma.
Francisco começou por propor
uma oração pelo Papa emérito,
Bento XVI, para que o “Senhor
o abençoe”.
A intervenção aludiu depois a
um “caminho” que começa,
unindo “bispo e povo”, na Igreja
de Roma, “aquela que preside
na caridade a todas as Igrejas”.
“Um caminho de fraternidade,
de amor, de confiança entre
nós”, precisou.
“Rezemos sempre por nós, uns
pelos outros, por todo o mundo,
para que haja uma grande
fraternidade”, acrescentou o
novo Papa.
Francisco deixou votos de que
“este caminho da Igreja” seja
“frutuoso para a evangelização
desta tão bela cidade Roma”.
“Irmãos e irmãs, agora deixovos: obrigado pelo vosso acolhimento. Rezai por mim, vemonos em breve, amanhã quero ir
rezar a Nossa Senhora para
guarde toda a cidade de Roma.
Boa noite e bom descanso”,
disse, ao despedir-se.
O fumo branco saiu hoje da
chaminé colocada sobre a
Capela Sistina a partir 19h06
locais (menos uma em Lisboa).
O sucessor de Bento XVI, que
renunciou ao pontificado, foi
eleito no quinto escrutínio da
reunião eleitoral iniciada no dia
12, à porta fechada, pelas 17h34
(hora de Roma).
Francisco tem menos dois anos
do que Joseph Ratzinger quando
este foi eleito em abril de 2005,
aos 78 anos.
O agora Papa emérito, de 85
anos, renunciou por causa da
sua “idade avançada”.
Inauguração solene do Pontíficado, em 19 de Março, dia de S. José
RELIGIÃO
2 – Notícias de Beja
14 de Março de 2013
À espera do Papa
1-Durante os últimos dias do
pontificado de Bento XVI, e já no
período seguinte da Sede vacante,
jornalistas e comentadores, ao
falarem na acção governativa do
Papa, referiram-se à presença do
Espírito Santo. Nas suas palavras
havia reflexos da catequese inicial,
dizendo uns que o Papa é «inspirado» e outras que é «assistido»
pelo Espírito Santo. Fizeram-no de
modo respeitoso, ainda que um
jornalista haja acrescentado que
«essa inspiração do Espírito Santo
não se entende lá muito bem perante tantas desgraças», e outro
jornalista da SIC, com tendência
para fazer trocadilhos a propósito
de tudo, tentou fazer mais um ao
dizer que «o conclave se realizará
no ambiente solene da Capela
Sistina embora nenhum cardeal se
deixe impressionar pelas pinturas
de Miguel Ângelo». Há jornalistas
que são um poço sem fundo!
Enquanto os cardeais eleitores se
informam mutuamente sobre os
seus pares e sobre as questões
internas da Igreja e iniciaram já a
votação do sucessor de Bento XVI,
vamos dedicar uns momentos à
questão levantada pelos jornalistas
sobre a relação Espírito Santo,
Igreja e Papa, reflexão que continuará atual mesmo que a publicação deste texto já possa ser
posterior ao anúncio do novo
Papa.
2. A proclamação de fé sobre este
tema está expressa na última parte
do Credo: «creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja católica…».
Bento XVI chama a atenção para a
ordem e a união dos dois artigos
da fé, ou seja, a terceira parte do
símbolo (sem excluir a reflexão
singular sobre a pessoa do Espírito
Santo) remete, em primeiro lugar,
não para o Espírito Santo em
abstracto, mas como dom de Deus
atribuído à história da comunidade
daqueles que crêem em Cristo».
Proclama-se a fé na presença actuante do Espírito Santo na comunidade cristã. Quando no baptismo
se faz o tríplice interrogatório ao
baptizando, diz Bento XVI, não se
pergunta se ele acredita num Deus
sem história que vive no além, mas
se acredita em Deus voltado para
nós». Portanto, «o credo não fala
aqui da vida interna de Deus, mas
de «Deus virado para fora», que é
o poder por meio do qual o Senhor
Jesus, elevado ao céu, continua
presente na história do mundo
como o princípio de uma nova
história e de um novo mundo. Isso
levou a que se desse na consciência dos fiéis uma interferência
ente a profissão de fé no Espírito e
a profissão de fé na Igreja».
«A Igreja, tem sido, por vezes,
entendida como instituição com as
categorias de poder de um pensamento preso às coisas do mundo.
A doutrina da Igreja precisa de
encontrar o seu apoio na doutrina
do Espírito Santo e dos seus dons.
Cristo continua presente pelo
Espírito Santo com a sua abertura,
amplitude e liberdade que, sem
excluírem a forma institucional,
limitam as suas pretensões, não lhe
permitindo igualar-se simplesmente
ás instituições do mundo».
Esta longa citação do livrode Bento
XVI «Introdução ao Cristianismo»
( III Parte central) foi exemplarmente
confirmada pelas palavras que lhe
saíram dos lábios nas horas da
despedida: «a Igreja não é minha
nem é vossa, é do Senhor Jesus.
Ele sempre acompanha a sua barca.
Eu tive horas de alegria, de muita
paz, e tive horas de muita agitação,
horas agitadas, mas senti sempre o
vosso afecto e a presença do
Senhor». Por sua vez, o povo
declarou ao Papa: «nunca te deixaremos sozinho».
3.Esta doutrina e experiência encontram-se bem retratadas na Bíblia
no livro dos «Actos dos Apóstolos». Aí aparece sempre a vida
das comunidades cristãs primitivas
de Jerusalém, de Antioquia, da
actual Turquia, da Grécia e de Roma
como fruto simultâneo do trabalho
dos Apóstolos e da acção do
Espírito Santo, de modo que tudo é
obra do Espírito Santo e obra da
diligência, martírio e estratégia dos
Apóstolos. Isso está bem expresso
na fórmula da decisão do concílio
de Jerusalém - «pareceu-nos bem a
nós e ao Espírito Santo». É a mesma
frase que aparece na parte final de
cada documento do Vaticano II: «E
Nós, em virtude do poder apostólico que nos foi outorgado por
Jesus Cristo, juntamente com os
veneráveis Padres, as aprovamos,
decretamos e estabelecemos no
Espírito Santo».
Falta dizer que esta assistência do
Espírito Santo à Igreja e ao Papa
não dispensa o trabalho pessoal de
cada Papa e dos Bispos na condução da Igreja, mas exige que esse
trabalho seja feito de um modo tão
responsável e tão íntimo como se
tudo dependesse só deles. É esse
o estilo da acção de Deus: pedir ao
homem um trabalho pleno, e Deus
ser tão discreto que nem parece
presente. Os resultados finais são,
porém, tão desproporcionados que
só a presença do Espírito os pode
explicar. Por isso, tinha razão o
jornalista ao dizer que «esta presença do Espírito Santo custa a
entender com tantas desgraças na
Igreja». É a face humana de cada
época a vir ao de cima. Faltou
acrescentar que espanta que tantas
desgraças não hajam feito soçobrar
a Igreja.
Acerca da acção do Papa, o tempo
torna evidente a marca inconfundível de cada um. Nós, os mais
adultos, conhecemos já a Igreja de
Pio XII, a Igreja de João XXIII, a
Igreja de Paulo VI, a Igreja de João
Paulo I e de João Paulo II, a Igreja
de Bento XVI. Quando chegar o
novo Papa, surgirá o seu estilo que
não será exatamente aquilo que nós
arquitetamos Todas essas faces são
faces da mesma Igreja de Jesus
Cristo, simultaneamente imersa ao
mundo real e muito acima dele, numa
osmose que só o Espírito sabe
fazer.. É isso que o povo cristão diz
na sua simplicidade: «creio na
Igreja católica». O segredo da frase
está naquele «na», que não é um
creio na divindade da Igreja, mas
um «creio que, no Espírito Santo, a
Igreja nos conduz ao Pai».
Joaquim Gonçalves,
Bispo emérito de Vila Real
Festa em honra de Nossa Senhora das Dores, em Aljustrel
Aljustrel voltou a celebrar a festa em
honra de Nossa Senhora das Dores,
de 6 a 10 de Março. Do programa
constou um Tríduo preparatório de
quarta a sexta-feira, onde Maria foi
apresentada como Mulher de Fé,
pelo pregador, Pe. António Aparício
o seu lugar na Nova Evangelização,
pelo pregador, Pe. Joaquim Valente,
bem como a Senhora das Dores que
tudo aceitou por amor, ao projeto de
salvação que Deus teve e tem para
com a humanidade, pelo pregador,
Pe. Manuel Alves. No sábado realizou-se um concerto, pelo Coro do
Carmo, na Igreja Matriz, com a
interpretação de cânticos Marianos
e Quaresmais. Além de ser um
concerto, foi sobretudo uma oração.
No Domingo foi celebrada a Eucaristia do IV Domingo da Quaresma
e à noite, pelas 21h00, teve lugar,
pelas ruas de Aljustrel, a Procissão
em Honra de Nossa Senhora das
Dores e São Salvador, acompanhada
pela Banda Filarmónica da Lira
Cercalense e da guarda de honra dos
Bombeiros Voluntários de Aljustrel.
O Sermão do Encontro de Nossa
Senhora com o seu Divino Filho foi
proferido este ano pelo Pároco. No
final da Procissão, o Pároco agradeceu a colaboração de todos os que
generosamente colaboraram para
que fosse possível a realização
destas festividades. Antes da
bênção final, lembrou também a
todos os presentes, outra tradição a
continuar, o Enterro do Senhor, a
realizar na Sexta-feira Santa.
Paulo do Carmo
V Domingo
da Quaresma
Ano C
17 de Março de 2013
Na verdade, o cristão sabe que, com a Fé e o Baptismo, entrou a fazer parte
duma nova família, duma nova humanidade, em que forma um só ser com
Cristo, tão íntima e profundamente unido a Ele que tudo quanto se cumpriu no
Salvador, se realizará também nele. E assim como a Morte de Cristo foi seguida
pela Sua Ressurreição, o mesmo acontecerá com o baptizado.
Deste modo, aquele que crê em Cristo sabe que a vida material desaparecerá,
um dia, mas será para dar lugar a uma vida superior, como a infância morre
para dar lugar à adolescência e esta desaparece, por sua vez, para dar lugar
ao homem adulto.
Esta consoladora certeza deve transfigurar a nossa vida e levar-nos a vencer,
na esperança, as provações e contradições do tempo presente.
I Leitura
Is 43, 16-21
A história da salvação acompanha todos os tempos e o que Deus fez, no passado
em favor do seu povo, continua a fazê-lo no presente. Nesta leitura, o Profeta,
que anuncia o regresso do exílio, onde o povo de Deus esteve em cativeiro, quer
fazer sentir o que tinha acontecido na Páscoa antiga, quando o povo saiu do
Egipto. Quanto mais admirável não é o que Deus faz agora por nós em Jesus
Cristo.
Leitura do Livro de Isaías
O Senhor abriu outrora caminhos através do mar, veredas por entre as torrentes
das águas. Pôs em campanha carros e cavalos, um exército de valentes guerreiros;
e todos caíram para não mais se levantarem, extinguiram-se como um pavio que
se apaga. Eis o que diz o Senhor: «Não vos lembreis mais dos acontecimentos
passados, não presteis atenção às coisas antigas. Olhai: vou realizar uma coisa
nova, que já começa a aparecer; não a vedes? Vou abrir um caminho no deserto,
fazer brotar rios na terra árida. Os animais selvagens – chacais e avestruzes –
proclamarão a minha glória, porque farei brotar água no deserto, rios na terra
árida, para matar a sede ao meu povo escolhido, o povo que formei para Mim e
que proclamará os meus louvores».
Salmo Responsarial
Salmo 125 (126)
Refrão: Grandes maravilhas fez por nós o Senhor.
II Leitura
Filip 3, 8-14
Esta leitura liga-se hoje à anterior: é em Cristo que vamos encontrar
completamente realizado o momento culminante e a plenitude da história da
salvação, é n’Ele que a Lei e os Profetas encontram a realização perfeita, é para
Ele que toda a história anterior apontava, e sem Ele nada tem sentido. Quem
assim o entender, como S. Paulo o entendeu, há-de considerar a participação no
mistério da Páscoa do Senhor como a maior graça de Deus.
Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Irmãos: Considero todas as coisas como prejuízo, comparando-as com o bem
supremo, que é conhecer Jesus Cristo, meu Senhor. Por Ele renunciei a todas as
coisas e considerei tudo como lixo, para ganhar a Cristo e n’Ele me encontrar,
não com a minha justiça que vem da Lei, mas com a que se recebe pela fé em
Cristo, a justiça que vem de Deus e se funda na fé. Assim poderei conhecer
Cristo, o poder da sua ressurreição e a participação nos seus sofrimentos,
configurando-me à sua morte, para ver se posso chegar à ressurreição dos mortos.
Não que eu tenha já chegado à meta, ou já tenha atingido a perfeição. Mas
continuo a correr, para ver se a alcanço, uma vez que também fui alcançado por
Cristo Jesus. Não penso, irmãos, que já o tenha conseguido. Só penso numa
coisa: esquecendo o que fica para trás, lançar-me para a frente, continuar a correr
para a meta, em vista do prémio a que Deus, lá do alto, me chama em Cristo
Jesus.
Evangelho
Jo 8, 1-11
A novidade que Deus oferece ao mundo em Jesus Cristo não aparece à custa
da destruição do que anteriormente existiu. A graça não vem à custa da morte
do pecador. É a partir da história dos homens pecadores que Deus vai fazer
surgir a história da salvação, que os há-de renovar. É na mulher pecadora que
Jesus faz brilhar a luz nova da sua graça. Envelhecida pelo pecado, torna-se,
pelo poder do Senhor, nova criatura.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo,
apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentouSe e começou a ensinar.
Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em
adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre,
esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandounos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?» Falavam assim para Lhe armar uma
cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a
escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e
disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra».
Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando
ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais
velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disselhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu:
«Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes
a pecar».
OPINIÃO
14 de Março de 2013
Notícias de Beja – 3
Continuar, renovar, inovar?
Este o desafio posto à Igreja
Na Igreja, como na sociedade, a
procura de caminhos novos para
melhor servir as pessoas é um
problema que se põe com premência e que não se pode iludir. As
mudanças sociais e culturais, as
novas aquisições tecnológicas, as
experiências vividas por pessoas
empenhadas, o realismo e as exigências da vida diária e, no caso da
Igreja, as orientações conciliares e
história vivida exigem uma atitude
positiva ante os desafios que
surgem a cada hora. Uma atitude
que pede clareza nos objetivos,
verdade nas propostas, conhecimento, reflexão, abertura, disponibilidade e discernimento nas
decisões e, por fim, avaliação
responsável.
Continuar o que se faz pode ser um
ato positivo ou negativo, conforme
ou não se apoiam iniciativas válidas em andamento, se paralisa ou
estimula a vida, quando há necessidade, em campos determinados,
de rever caminhos e decidir, criteriosamente, o que parece mais
adequado. Renovar o que está
pode comportar conteúdos novos
e válidos e, em muitos casos,
suficientes para o que se pretende.
Inovar ou criar pode ser caminho a
recomendar se forem respeitados
valores e princípios, como a história
das instituições em causa, os
esforços que perduram com êxito,
as pessoas que se empenharam e
empenham, os resultados obtidos,
os caminhos que se abriram com
horizontes largos, as experiências
válidas que se viveram, as iniciativas promissoras ainda em
curso. Ninguém cria ou inova a
partir do nada, ou da terra queimada, incapaz, por um tempo, de
qualquer sementeira com futuro.
Sem este respeito e atenção fica o
caminho aberto a aventuras pessoais e irresponsabilidades
coletivas.
A inovação na Igreja, sobretudo,
não é obra individual ou de génios,
à margem do contributo da comunidade concreta, com a sua dimensão e capacidade ativa e passiva. Aparece sempre gente da última
hora, com o carisma do Apocalipse,
a pensar que tudo tem de ser feito
de novo e já, e apenas a partir de si
se podem fazer coisas com êxito e
valor que perdure. O que está para
trás não é sempre para esquecer. É
verdade que, na Igreja, muitas
estruturas que não se renovam
acabam por paralisar a vida, e
problemas que não se solucionam
acabam por gerar novos problemas,
normalmente mais graves e
complicados.
O trabalho que atinge uma comunidade que não começou ontem e
tem a sua história, na qual muito se
fez com sentido, amor e dedicação,
exige atenção e respeito, sem que
isso impeça inovar, antes o recomende, quando há aspetos necessários e concretos a considerar
essa decisão. Inovar não é uma
moda que deslumbra, mas que
também passa.
Nas comunidades cristãs, sentemse, cada dia, as dificuldades e, com
frequência, vive-se uma sensação
de vazio. Porém, não se purificam
as mazelas existentes, nem se
resolvem as dificuldades ou se
preenchem os vazios, a partir de
fora, ou seja, à margem das pessoas
e das mesmas comunidades. Nelas
existem capacidades e dinamismos
que é mister saber reconhecer
antes de agir. As pessoas, pelos
seus dons e suas qualidades inatas
ou adquiridas, e as comunidades
pela sua história, ação operada ao
longo do tempo e sobrevivência
visível, são sempre o ponto de
partida para inovar. Na Igreja nem
tudo é descartável. Não o podem
esquecer os líderes, a menos que
optem, à revelia do bom senso e do
Concílio, por serem centralizadores,
que só precisam de gente para lhes
Será que a democracia dispensa a
responsabilidade e o bom senso?
obedecer, esquecendo que, fora e
além deles, há pessoas e instituições com valor, indispensáveis
num processo criativo.
O caminho da inovação, na Igreja
de hoje e de amanhã, requer sempre
dos responsáveis um compromisso
de fé com Jesus Cristo e o seu
Evangelho e com as orientações
conciliares. Requer, também, capacidade de diálogo e de trabalho em
equipa, liberdade interior, conhecimento concreto da realidade e
dos dinamismos sociais que a
comandam e condicionam, abertura
às diversas formas de colaboração,
provindas de dentro e de fora da
comunidade cristã.
A Igreja conciliar não admite mais
protagonismos individuais, mas
postula compromissos comunitários, atuação sinodal que envolva
o clero, leigos e consagrados,
indivíduos, movimentos e instituições. A inovação séria não é
fruto de decisões meramente pragmáticas, nem da procura de êxitos
fáceis. É fruto de processos pensados e ponderados comunitariamente. Na avaliação necessária,
tudo isto virá ao de cima, como
considerado ou menosprezado.
Evangelizar exige muitas vezes criar
ou inovar, sobretudo na comunicação que anuncia o essencial, o
Cristo Pascal.
António Marcelino,
Bispo emérito de Aveiro
O resultado das eleições na Itália é um
dado que faz pensar. Afinal, o que
querem os italianos? Criticam escândalos, mas voltam ao mesmo. Rejeitam
os fantoches, mas, depois, preferem a
comédia e o circo. Sentem que é preciso
arrepiar caminho, mas calam quem teve
coragem de o fazer. Ficou claro que os
italianos, como em tempos passados,
querem apenas pão e diversões. Nem
austeridade, nem restrições, nem
sacrifícios necessários. Mas um país,
com a economia à beira da falência,
pode rejeitar sacrifícios e exigências que
exijam a participação de todos? Mais
um caso a mostrar para onde caminha
a Europa que semeou sonhos e
desprezou valores. Um caso que
denuncia um uso pobre da democracia,
fazendo dela uma brincadeira de mau
gosto, mas consequente. Parece que a
gente séria e com princípios deixa de
ter lugar no palco da política do bem
comum.
O livro está aberto e a lição é para todos
nós. A austeridade contestada e as
dificuldades geradas podem mitigar-se,
e, no possível, devem sê-lo. Mas não
se sai desta situação sem que sejam
aceites como inevitáveis. Palavras para
agradar dizem-se às crianças. Palavras
que matam a esperança são sabedoria
dos bem instalados. De pessoas
adultas e sérias espera-se capacidade
e critérios para os compromissos e
opiniões válidas que não se fechem
em interesses pessoais ou de claques.
Diz-se que não se podem repetir as
eleições na Itália, não vá o homem do
circo ganhar e formar governo… Em
nome da democracia e com silêncios
inaceitáveis, há vitórias de grupos
minúsculos, que afetam negativamente
o país. Sociedade sem valores e sem
princípios é uma sociedade anestesiada
e sem futuro.
A.M.
Grandolamente... embalados ou espicaçados!
E de repente uma certa parte do país
começou a cantar – nalguns casos
desafinadamente – a canção: Grândola, vila morena. Muitos se recordarão que este foi o tema que
confirmou a boa execução da revolta na madrugada de 25 de abril
de 1974. Apropriada por uns tantos
– auto-denominados de democratas, embora nem sempre respeitando quem pensasse de forma
diferente – foi tema nos primeiros
anos da revolução, criando um
ambiente de contestação, de idealismo e até de utopia... imediatistas.
Será que os tempos que estamos a
viver – outra vez sob a mensagem
da dita canção – querem recuperar
o espírito daqueles anos? Das três
vertentes aqui apontadas, qual
delas está mais viva: será sobretudo
a contestação? Ou será que se
torna presente um novo idealismo?
Ou, pelo contrário, estão a ser
lançadas (novas ou antigas) sementes de utopia?
No passado havia uma tentativa de
acreditar na democracia e talvez na
(pretensa) ‘terra da fraternidade’.
Agora parece que o espírito dos
cantores/contestatários respiram,
antes, uma espécie de contestação
da (própria) democracia... pelo
menos sobre quem não seja como
eles. Tal como naqueles efervescentes anos de setenta e de oitenta
do século passado, há quem pareça
só reconhecer a voz da rua e não
aceite a voz das urnas, isto é, dos
votos. Também paira no ar uma
certa presunção de acusação a
tudo e a todos, particularmente se
não pensam como uma certa clique
(dita) intelectual... germinada nas
franjas das metrópoles de Lisboa e
Porto, embora tenham, hoje, muitos
mais direitos – alguns adquiridos
sabe lá à custa de quê e/ou de
quem! – do que os mais desfavorecidos de outras regiões do
país, sobretudo no interior, que as
múltiplas medidas políticas conseguiram desertificar, nos últimos
trinta anos.
Se compararmos os intervenientes
das duas épocas – distantes mais
de três décadas – do cançonetismo
de ‘Grândola’ e afins, poderemos
encontrar muitas diferenças:
- no passado era gente que ansiava
ter... ao menos o suficiente; agora
são pessoas que têm a nostalgia
do já tido... perdido com dó e sem
glória.
- no passado os rostos eram de
gente quase esfomeada e em busca
do pão... pelo menos o essencial;
agora vemos pessoas endividadas
por provocadores de sonhos, mas
que não os advertiram sobre as
consequências da possibilidade de
poderem perder o emprego... repentinamente.
- no passado encontravamos gente
que estava a recuperar dos traumas
da guerra colonial... onde muitos
filhos tinham caído ingloriamente;
agora somos confrontados com
pessoas que nunca tiveram de viver
a ansiedade da guerra... numa
Europa que até não pagou para não
produzirmos nos sectores primários
da nossa economia.
. Grandolamente falando, vivemos
num tempo complexo, quer pelas
circunstâncias económicas, quer
pelas razões mais básicas do bemestar que não conseguimos manter.
. Grandolamente falando, temos de
saber distinguir quem nos manipula
e quem nos fala verdade... se bem
que não dizer nada ou falar meia
verdade já será enganar.
. Grandolamente falando, precisamos de saber quais serão as
consequências de embarcarmos
nesta onda de malcriadez, pois o
rastilho está prestes a incendiar-se.
. Grandolamente falando, vale mais
permitir a indignação – cívica,
musical e um tanto civilizada – do
que as pedras, os cocktails e as
pilhagens, que já vimos noutras
paragens... mesmo europeias.
. Grandolamente falando, será que
ainda há esperança para Portugal,
para os portugueses e nesta
história?
Nota de rodapé...
Depois do movimento de contestação de 2M ficaram-nos algumas
questões:
- Para quem tanto contesta o
governo, onde estavam os dirigentes da oposição socialista?
- Porque deixam aos extremistas
(ideológicos e sindicalistas) uma
certa configuração oportunista?
- Serão os números apresentados
fiáveis ou há quem faça o trabalho de sapa, desacreditando as
contestações?
- Até onde irá onda (ou ondas,
marés ou enchentes) de pensar
mais com a barriga do que com a
cabeça e a vontade?
- Porque temos de aturar as incessantes reivindicações e não assumimos, de vez, as responsabilidades mínimas, sem aligeirarmos as
culpas?
Parafraseando JF Kennedy: ‘não
perguntem o que o Estado pode
fazer por vós, mas antes o que
podeis e deveis fazer pelo Estado’!
Temos, portanto, de nos unir para
recuperar o País, reinventar a Nação
e de catalizar a força do Estado...
antes que seja tarde!
António Sílvio Couto
DIOCESE
4 – Notícias de Beja
14 de Março de 2013
Caminhada Sinodal na Diocese de Beja
2.º Encontro
A missão da Igreja
Jesus, com a sua ressurreição,
regressou ao seio do Pai donde
tinha vindo. Para continuar a sua
missão no mundo ao longo do
tempo, fundou a Igreja.
Deste modo, à Igreja foi cometida
a responsabilidade de ir por todo
o mundo a anunciar a boa nova
do Reino de Deus.
“O Senhor Jesus deu início à Sua
Igreja pregando a boa nova do
advento do Reino de Deus prometido desde há séculos nas
Escrituras: “cumpriu-se o tempo,
o Reino de Deus está próximo”.
Este Reino manifesta-se na
palavra, nas obras e na presença
de Cristo. A palavra do Senhor
compara-se à semente lançada ao
campo: aqueles que a ouvem com
fé e entram a fazer parte do
pequeno rebano de Cristo, já
receberam o Reino; depois , por
força própria, a semente germina
e cresce até ao tempo da messe.
Também os milagres de Jesus
comprovam que já chegou à terra
o Reino: “Se lanço fora os
demónios com o poder de Deus,
é que chegou a vós o Reino de
Deus”. Mas este reino manifestase sobretudo na prória pessoa de
Cristo, Filho de Deus e Filho do
homem, que veio “para servir e
dar a sua vida em redenção por
muitos”.
E quando Jesus, tendo sofrido
pelos homens a morte na cruz,
ressuscitou, apareceu como
Senhor e Cristo e sacerdote
eterno; e derramou sobre os
discípuloso Espírito prometido
pelo Pai. Pelo que a Igreja,
enriquecida com os dons do seu
fundador e guardando fielmente
os seus preceitos de caridade, de
humildade e de abnegação, recebe
a missão de anunciar e instaurar
o Reino de Cristo e de Deus em
todos os povos e constitui o
germe e o princípio de mesmo
Reino na terra” (LG5).
Questões para o diálogo
1. A Igreja tem a missão de
“anunciar e instaurar o Reino
de Cristo”. Há sectores onde o
anúncio não chega. Que desafios se colocam às pessoas e
comunidades para melhor
cumprir a missão da Igreja?
2. Porque será que em muitos
casos a semente da palavra não
germina nem cresce?
3. Que obstáculos encontra
para se sentir Igreja, a colaborar na instauração do Reino
de Deus?
Figuras da Igreja
Para melhor explicar a Igreja,
Jesus recorreu a imagens muito
diversas.
“Assim a Igreja é o redil, cuja
única porta e Pastor é Cristo. É
também o rebano do qual Deus
predisse que seria o pastor e cujas
ovelhas são guiadas e alimentadas
pelo próprio Cristo, bom pastor
o quel deu a vida pelas suas
ovelhas.
A Igreja é o campo de Deus. Ela
foi plantada pelo celeste agricultor como uma vinha eleita. A
videira é Cristo que dá vida e
fecundidade aos sarmentos, isto
é, a nós que pela Igreja permanecemos n’Ele.
A Igreja é também chamada
construção de Deus. O próprio
Senhor se comparou à pedra que
os construtores rejeitaram e se
tornou pedra angular. Sobre esse
fundamento é a Igreja pelos
Apóstolos e d’Ele recebe firmeza
e coesão. A Igreja é também
descrita como esposa imaculada
do Cordeiro imaculado, a qual
Cristo “amou e por quem Se
entregou, para santificar”, uniu a
Si e sem cessar “alimenta e
conserva”, a qual, purificada,
quis unida a Si e submissa no
amor e fidelidade, cumulando-a,
por fim, eternamente, de bens
celestes. Enquanto, na terra, a
Igreja peregrina longe do Senhor,
tem-se exilada, buscando e
saboreando as coisas do alto,
onde Cristo está sentado à direita
de Deus, e onde a vida da Igreja
está escondida com Cristo em
Deus, até que apareça com o seu
esposo na glórias” (LG6)
Questões para o diálogo
1. Escolha a imagem que, para
si melhor caracteriza a Igreja.
Que propostas faz para que a
sua comunidade e a diocese
revisse nessa imagem?
2. Na sua comunidade as pessoas sentem-se bem e são bem
acolhidas? Que é preciso para
que isso aconteça?
A Igreja, Corpo místico de
Cristo
O Concílio diz-nos a importância
que os sacramentos têm na nossa
vida, como por eles crescemos
na vida de Deus e como, assim
fortalecidos, ficamos aptos a
prestar serviços na comunidade.
“O Filho de Deus remiu o homem
e trnsformou-o em nova criatura.
Pois, comunicando o Seu Espírito, fez de todos os Seus irmãos
como que o Seu Corpo.
É nesse corpo que a vida de
Cristo se difunde nos que crêem,
por meio dos sacramentos. Com
efeito, pelo Batismo somos
assimilados a Cristo; “todos nós
fomos batizados no mesmo
Espírito, para formarmos um só
corpo”. Poe este rito sagrado é
representada e realizada a união
com a morte e ressurreição de
Cristo: “fomos sepultados, pois,
com Ele, por meio do Batismo,
na morte”; se, porém, “nos
tornámos com Ele um mesmo ser
orgânico por morte semelhante à
Sua, por semelhante ressurreição
o seremos também. Ao participar
do corpo do Senhor, na fração
do pão eucarístico, somos elevados à comunhão com Ele e
entre nós. “Porque há um só pão,
nós, que somos muitos, formamos um só corpo, visto participarmos todos do único pão”. E
deste modo nos tornamos todos
membros desse corpo, sendo
individualmente membros uns
dos outros.
E assim como todos os membros
do corpo humano, apesar de
serem muitos, formam um só
corpo, assim também os fiéis em
Cristo. Também na edificação do
Corpo de Cristo existe a diversidade de membros e de funções.
É um mesmo Espírito que distribui os seus vários dons segundo
a sua riqueza e as necessidades
dos mistérios para a utilidade da
Igreja. O mesmo Espírito produz
e promove a caridade entre os
fiéis. Daí que, se algum membro
padece, todos os membros
sofrem juntamente; e se algum
membro recebe honras, todos se
alegram.
Ele mesmo distribui o Seu corpo
que é a Igreja, os dons dos
diversos mistérios, com os quais
nos prestamos mutuamente
serviços em ordem à salvação, de
maneira que, professando a
verdade na caridade, cresçamos
en tudo para Aquele que é a nossa
cabeça.” (LG7).
Os Cursos de Cristandade
em movimento
52º Curso de
Cristandade da
Diocese de Beja
De17 a 20 de Janeiro passado,
realizou-se no Centro Pastoral
\Seminário de Beja o 52º Curso de
cristandade da Diocese de Beja,
com a participação de oito cursistas
vindos de Almodôvar, Alvalade,
Porto Covo, Grândola, Ermidas e
Beja. A Equipa de responsáveis de
cinco elementos foi coordenada
pelo Reitor José Grosso.
É-me grato sublinhar e enaltecer
esta fortíssima ferramenta de nova
evangelização que a Igreja diocesana tem ao seu dispor. A fé é
uma vivência, uma experiência que
se transmite por testemunho e
contágio. É a beleza da fé, é o
encontro com um Jesus surpreendente companheiro de viagem, é
a sua inabitação em nós como fonte
de alegria, é a oração em rede, é a
impressionante presença de toda a
Igreja que com eficácia renova os
seus filhos, que opera a maravilha
da conversão.
O encerramento foi presidido pelo
Bispo Diocesano. Uma grande
festa, um júbilo inexprimível da
santa Igreja pelo regresso dos
pródigos ao lar paterno.
Concelebraram com o Sr. Bispo os
Padres Domingos, Aparício, Valente, Pradeep, Sales, Manuel
António e o Diácono José Bravo.
Ultreia Regional
em Alvalade
Por desejo do Pároco respetivo,
em 29 do passado mês de Janeiro
em Alvalade uma Ultreia regional,
com o fim de reunir, reanimar e pôr
em movimento os muitos cursistas
ali residentes. Os muito perto de 60
cursistas que responderam à chamada vieram de Almodôvar, Porto
Covo, Santiago do Cacém, Santo
André, S. Domingos da Serra,
Questões para o diálogo
1. Que é preciso fazer para que
os batizados se sintam verdadeiro corpo de Cristo, Igreja?
Grândola e Beja. Foi Reitor Alberto
Amaro, ladeado pela presidente do
Secretariado e pelo P.Valente que
fez o testemunho final. Como o
P.Sales celebrava o aniversário
2. A comunhão da vida com
Deus e com os irmãos perdese ou toprna-se débil com o
pecado. O sacramento da
reconciliação é uma prática
frequente e acessível na minha
comunidade? Que sugestões
dá para melhorar?
natalício no dia seguinte, a ultreia
festiva terminou já no dia seguinte
com os parabéns a você, adoçados
pelo bolo de circunstãncia. Parabéns pelo duplo acontecimento.
António Aparício
DIOCESE
14 de Março de 2013
Animação Missionária na Diocese de Beja
Missão
e cultura vocacional
Nestes três meses, a Congregação
da Missão, em Portugal, perdeu três
missionários, que o Senhor da Vida
chamou a Si: P. João Sevivas, P.
Joaquim Modesto e, agora, P.
Manuel Henriques. Todos eles
passaram pela diocese de Beja,
sobretudo nas missões populares,
embora o P. Sevivas e o P. Manuel,
em tempos e comunidades diferentes, também dessem o seu
contributo no trabalho paroquial
(Almodôvar e Santiago do Cacém).
O P. Modesto, gastou cerca de
cinquenta anos em Moçambique,
nas Missões.
Há poucos dias, numa acção de
revitalização de uma Missão Popular acontecida em 2010, numa das
comunidades da diocese de Portalegre-Castelo Branco, também ela
em Sínodo diocesano, reflectia com
as pequenas comunidades o tema:
fé, evangelização e cultura vocacional. Um tema importante e que
mereceu uma grande partilha e
reflexão dos presentes nessa acção
de formação. Não falar da vocação,
não desafiar a uma cultura voca-
cional, faz com que a fé e a evangelização não encarnem na vida das
pessoas e estas não dão uma resposta comprometida, vivendo,
tantas vezes, sem descobrir que
todos têm uma vocação e uma
missão a viver.
Nas homilias, nas reflexões e nos
encontros com jovens e adolescentes, fala-se ou deve falar-se
desta cultura vocacional, seja no
matrimónio, na vida sacerdotal ou
na vida de consagração. A Igreja
dos nossos dias precisa muito das
vocações de serviço, seja o sacerdócio ou a vida religiosa, mas
precisa e espera muito da vocação
ao matrimónio.
Muitos dos sacerdotes das dioceses, incluindo a nossa, e das
congregações e institutos, em
criança ou na adolescência, tiveram
contacto com um missionário, com
alguém que falava da missão e da
vocação, com a sua própria experiência, com o seu testemunho de
vida. Os tempos mudaram, é certo.
Nesse tempo e no nosso, as referências e os modelos foram e são
marca que fala e que interpela.
Falamos da Igreja missionária,
impelida e animada pelo Espírito. É
uma certeza e um desafio perma-
nente, mas que tem de ser cada vez
mais visível, mais interpelante, mais
próxima e mais geradora de comunhão. A cultura vocacional é
muito importante nos nossos dias.
Não é problema deste ou daquele,
seja o bispo ou o promotor vocacional, mas é responsabilidade
de todos e para todos.
As dioceses e as congregações
estão a braços com a dificuldade
em responder aos vários compromissos assumidos. A escassez
de vocações, a idade e a doença,
agravam esta capacidade de resposta. A cultura vocacional, a partir
da identidade e compromisso baptismais ajudará a encontrar respostas diferentes para levar por
diante a Missão de anunciar o
Evangelho. O Sínodo diocesano, as
catequeses, os encontros, as missões, são propostas concretas para
que os baptizados descubram o seu
papel na construção da Igreja.
Promover e ser agente de uma
cultura vocacional é, no que de
cada um depende, estar atento e ser
criativo e, sobretudo, ser testemunha de Jesus Cristo.
P. Agostinho Sousa,
CDM/Beja
Falecimento do P. Manuel Henriques da Silva, CM
O Padre Manuel Henriques da Silva
nasceu em Campia, Vouzela, em 8
de Março de 1930. Ordenado presbítero em 20 de Março de 1955, na
Sé Catedral do Porto, foi destinado
às Missões em Moçambique. Aí
trabalhou durante 20 anos seguidos, na formação do clero e
também na Pastoral de evangelização. Voltando a Portugal, licenciou-se em Humanidades pela
Universidade Católica de Braga, em
1985. Esteve na comunidade do
Seminário de Pombeiro e, posteriormente, na comunidade de Santa
Quitéria, ambas em Felgueiras.
Voltou mais duas vezes a Moçambique em serviço e uma terceira de
férias. Pelo meio, fez parte das
comunidades de Salvaterra de
Magos, diocese de Santarém e do
Amial (Casa dos Estudantes), no
Porto.
No seu regresso definitivo de
Moçambique, foi convidado a
exercer o seu ministério em terras
de Nisa, Diocese de PortalegreCastelo Branco. Daí foi para Viseu,
colocado pelos Superiores no
Monte Salvado, pertencente à
Paróquia de Orgens. Em 2008, fez
parte de comunidade vicentina de
Santiago do Cacém, diocese de
Beja, dedicando-se à pastoral local
e aos cursos de Cristandade. Passado algum tempo, regressou a
Viseu, onde continuou a exercer o
ministério sacerdotal e onde a
doença o foi consumindo, fazendo
com que várias vezes tivesse de ser
internado no Hospital de S. Teotónio, em Viseu.
Já muito debilitado, passou os seus
últimos dias, no Lar vicentino de
Santa Quitéria (Felgueiras). A “irmã
morte” chamou-o na véspera do
seu aniversário natalício, a 07 de
Março de 2013. As exéquias foram
celebradas, em Campia-Vouzela, sua
terra natal, no dia 8 de Março. Não
cantando os parabéns pela vida,
cerca de quarenta sacerdotes
(vicentinos, combonianos e diocesanos) deram graças a Deus pela
vida e sacerdócio do Padre Manuel
Henriques da Silva. Presidiu o P.
Álvaro Cunha, provincial da Província Portuguesa da Congregação
da Missão. O Bispo de Viseu, em
visita pastoral, fez-se representar
pelo Vigário Geral.
A actividade regular do P. Manuel
Henriques eram as Missões Populares, a primeira actividade do
carisma vicentino. Jovial e bem
disposto, gostava da literatura e de
fazer versos ao correr da pena.
Homem simples e já maduro, habituou-se a ser próximo de toda a
gente. Perito em rubricas, sabia muito
de liturgia. Não se afastava muito das
normas canónicas e cultivava a sã
piedade com esmerado cuidado.
Gostava de escrever. Tinha por
costume estar muito atento a tudo e
a todos. Escreveu dois livros com o
título “Pedaços de vida I e II”, o
último dos quais, editado poucos
dias antes da sua morte.
P. Agostinho Sousa, CM
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Notícias de Beja – 5
Ao ritmo do Ano da Fé
Fez ontem um ano...
Eram 20,30 horas do dia 13 de
Março. O Pe José Maria, capelão
do hospital, dava a notícia ansiosa
e sofridamente esperada: a minha
querida Irmã, Maria José, tinha
partido para o céu. O meu primeiro
sentimento foi de ação de graças
pelo amor e dedicação a toda a
prova com que Deus me enriqueceu, acompanhou e qualificou
a minha vida e ministério. Ao
visitá-la no hospital ou no pólo 2
do Centro do Salvador, ao longo
de dois longos anos, ia rezando,
mentalmente, o canto seguinte:
“quero bendizer-vos, todos os dias
da minha vida, porque sois bom
Senhor, para aqueles que em vós
esperam.”Ao ver os inequívocos e
múltiplos sinais de morte iminente,
não pedia a Jesus que lhe desse
saúde, seria negar a fé na vida
eterna, mas que, quer vivesse quer
morresse, lhe fizesse sentir o Seu
amor e por amor a vinha buscar em
breve. Ao dar a notícia ao meu
Irmão João, por quem a Maria José
tinha uma grande admiração e alta
estima, ouço-o entoar o Magnificat,
o canto de Maria, sublinhando o
dom de Deus que a Maria José foi
para toda a família. Fez-me lembrar
a fé do meu tio João que desejava
morrer, ao saber que tinha um
cancro. E dizia-me, rindo: “a tua
mãe,” que era sua irmã “e a tua tia,”
a mulher dele, “querem ir para o céu,
mas não querem morrer.” E comentava: “como é que se pode ir para o
céu sem morrer?” E ria a bom rir.
Há muito tempo que a Maria José
vivia com a pedra do sepulcro
tirada, apoiada no Deus vivo,
Desejava viver e fazia por isso, mas
não recusava morrer. Durante os
mais de dois anos que durou a
doença, o Senhor fez com ela um
um catecumenado de purificação e
de conformidade com a vontade de
Deus. E levava uma vida de qualidade? Com toda a certeza. A Sua
doença era a sua presente normalidade. Nunca se entregou à doença, fazendo a vida da casa, as
atividades apostólicas, a sua hora
de adoração diária, como se não
estivesse doente. Anizabel Martins, sua amiga e membro duma
Assembleia por si fundada, ao ver
como a todos animava e estimulava,
perguntou-lhe o segredo. Disselhe: “o meu segredo está nesta
oração:” “Virgem Senhora do Sim,
ensina-me a amar o instante presente, em que o próprio Deus nos
dá a escolher o que tu queres no
amor do Pai e na vontade do Seu
Filho. Ámen” Também fazia sua a
oração de Ester: “Meu Senhor,
assisti-me no meu desamparo,
porque não tenho outro socorro
senão Vós Senhor e o perigo é
iminente.”(Ester,14,3b) Momentos
únicos da vida em que absolutamente nada se pode fazer por
aqueles que amamos. Nada. Só
estar ali perto, solidário. Só Deus
pode valer. Mais ninguém.
Para a acompanhar nas dezenas de
vezes que foi a Lisboa por motivos
de saúde, encontrou “o seu anjo
da guarda,” a boa amiga Arlete
Viegas. Esta grande amizade cimentou-se no trabalho de porta a
porta na Missão Popular de Beja,
em Outubro e Novembro de 2007.
Os meus amigos diziam-me que a
devia acompanhar, sendo impedido
pela Maria José e pelo seu “anjo.”
Também a Irmã Cátia nos prestou
relevantes serviços, visitando-a
todos os dias, durante os dois anos
de doença.
Termino com dois depoimentos de
D. Manuel Falcão escritos nos
livros,de sua autoria que amavelmente lhe ofereceu: “à Maria
José, pelos frutos da terra que nos
tem prodigalizado e na esperança
de que este livrinho a ajude e a leve
a ajudar outros a produzir frutos
abundantes de vida eterna. pelo
Natal de 2005,”(Leigo,Identidade e
Missão) “ À Maria José Cardoso,
em estima e gratidão pelo que tem
dado à Diocese de Beja. Pelo Natal
de 2004”(Enciclopédia Católica
Popular). Que vele por nós no Céu
e pela Paróquia do Carmo que
abnegadamente serviu e amou
Padre António Aparício
PATRIMÓNIO
6 – Notícias de Beja
14 de Março de 2013
PEDRA ANGULAR
PÁGINA DO DEPARTAMENTO
DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E
ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA
A igreja de Nossa Senhora
ao Pé da Cruz, um tesouro
da Beja barroca
Cristo e a Samaritana (pormenor). Igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz
Conferência sobre o
Culto Mariano no
Concelho de Santiago
do Cacém
A convite da Irmandade de Nossa
Senhora das Dores, da Paróquia de
Santiago do Cacém, o orador da
sessão de abertura do Septenário
dessa invocação, este ano, será o
Prof. Doutor José António Falcão,
que pronunciará uma conferência
sobre o culto de Nossa Senhora no
concelho de Santiago do Cacém.
Esta iniciativa realizar-se-á no
Centro Paroquial, no dia 15 de
Março, às 21 horas, e é aberta a
todos os interessados.
Há longos anos que o Prof. Falcão,
membro da Academia Nacional de
Belas-Artes e da Academia Portuguesa da História, entre outras
instituições científicas, tem vindo
a estudar este assunto, reunindo
sobre ele um importante acervo de
elementos inéditos, desde as pesquisas no Arquivo Nacional da
Torre do Tombo e no Arquivo da
Sé de Évora, até às investigações
no terreno, percorrendo todas as
freguesias do extenso concelho
santiaguense à procura de vestígios do culto mariano. Tudo isto
prefigura uma palestra apaixonante,
tanto mais que o conferencista é
orador dotado.
copal, fundado em 1892, e da sua
vasta biblioteca. Esta última incorporou a Biblioteca Municipal de
Beja, acabando por ficar depositada, em data muito posterior, na
sede do Arquivo Distrital de Beja,
que se vê agora a braços com falta
de espaço.
Por sugestão do director desta
instituição, Dr. Porfírio Correia, o
Município apresentou uma proposta ao Sr. Bispo de Beja para que
os fundos de livro antigo, outrora
pertencentes à Diocese, lhe sejam
devolvidos, com a condição de
ficarem acessíveis aos investigadores e de não saírem do concelho
de Beja. Trata-se de uma reparação
histórica que deve ser aceite, até
pela possibilidade que representa
de se completarem coerentemente
colecções dispersas desde 1910.
O problema está agora em encontrar
um local idóneo para se depositar
essa magna biblioteca, constituída
por cerca de 150 metros lineares de
livros, do século XVI ao século XX.
Uma vez que o Seminário não
dispõe de salas suficientes para o
efeito, na actual conjuntura, o
Departamento do Património Histórico e Artístico sugeriu a possibilidade desse espólio ficar instalado, provisoriamente, com boas
condições de acesso ao público,
em salas da igreja de Nossa Senhora ao Pé da Cruz, agora alvo de
reabilitação.
Novas publicações
O Departamento do Património
Histórico e Artístico vai colocar
brevemente à disposição dos leitores
duas importantes obras sobre a arte
sacra do Baixo Alentejo e do Alentejo
Litoral: a monografia Retábulos na
Diocese de Beja, co-editada em
colaboração com a Faculdade de
Ciências Humanas e Sociais da
Universidade do Algarve; e o catálogo da exposição E um Filho nos foi
dado: Iconografia do Menino Deus
no Alentejo Meridional, co-editado
em parceria com o Museu da Presidência da República.
Esta última obra é dedicada à
memória de uma grande benemérita
da região de Beja, D. Carolina
Almodôvar Fernandes. O livro abre
com o seguinte texto: “À ínclita
memória de D. Carolina Almodôvar
Fernandes [Beja, 1912 – id., 2009],
que fez do Natal um símbolo da
Vida.” Uma homenagem justa a uma
figura primacial da nossa cidade.
Arquivo Distrital e
Município de Beja
propõem devolução à
Diocese de fundos de
livro antigo
Após a proclamação da República,
em 1910, o edifício dos antigos Paço
Episcopal e Seminário Diocesano
foi saqueado e, posteriormente,
expropriado pelo Estado. Na voragem revolucionária, a Igreja ficou
desapossada do seu Museu Epis-
Um aspecto das pinturas murais do monumento
A. S.
No século XIII fundou-se em Beja uma célebre confraria de cavaleiros,
a mais antiga de Beja, que unia as actividades religiosas às de
assistência mútua. Dos respectivos estatutos fazia parte, entre várias
obrigações, a de que se um cavaleiro perdesse o cavalo – que
constituía o seu bem mais precioso e o garante do seu estatuto social
–, os demais confrades se cotizariam para lhe comprar outro.
A tradição afirma que a esta confraria sucedeu, no século XV, a
Irmandade de Nossa Senhora ao Pé da Cruz, cuja primitiva ermida, já
existente em 1499, ocupa o sítio da actual igreja, no limite entre dois
bairros populares extramuros, as Alcaçarias e os Pelames. Esta era
uma zona famosa devido à fertilidade das suas hortas, para onde
convergiam as águas conduzidas pelos esgotos da época romana.
Aqui habitaram diversas famílias judias, ligadas ao comércio e aos
ofícios. Aliás, mais tarde, nos séculos XVI e XVII, muitos cristãosnovos vieram a ser membros da Irmandade, o que levou a que o Santo
Ofício a vigiasse de perto.
O crescimento da Irmandade de Nossa Senhora ao Pé da Cruz tornou
a igreja medieval exígua e levou a que, em meados do século XVII, se
decidisse proceder à construção de um novo edifício. A obra seguiu
os ditames do “estilo chão”, sendo caracterizada pelas linhas austeras.
Quem a vê por fora tem dificuldade em adivinhar os tesouros que
esconde no interior. Entrar no edifício, porém, é um deslumbramento
para o olhar. De acordo com o gosto teatral do Barroco, a talha dourada,
a escultura, a azulejaria de padrão, a marcenaria e os ferros forjados
dão corpo a uma “obra de arte total” em que colaboraram alguns dos
melhores mestres portugueses.
Um ciclo de telas realizado em 1665-67 pelo pintor Francisco Nunes
Varela, responsável pelos cárceres da Inquisição em Évora, fecha o
conjunto, numa afirmação clara de fidelidade à ortodoxia da ContraReforma. Em fase ulterior procedeu-se ao revestimento pictórico da
Sala do Consistório – onde se efectuavam as reuniões dos irmãos –,
em que avulta o tecto de “arquitectura”, em perspectiva, com
medalhões que representam a padroeira da igreja, o Encontro de Cristo
com a Samaritana e a Ressurreição de Lázaro. Esta notável obra, de
inícios do reinado de D. José I, revela a importância da pintura mural
em terras do Alentejo.
A Irmandade de Nossa Senhora ao Pé da Cruz conservou a sua
importância religiosa e social durante o século XIX. Os dois últimos
reis de Portugal, D. Carlos e D. Manuel II, foram juízes honorários da
confraria, que passou a ostentar o título de Real Irmandade. Com o
advento do século XX, porém, esta instituição entrou em decadência,
vindo a apagar-se depois dos anos cinquenta. O seu desaparecimento
levou ao progressivo abandono da igreja. As obras realizadas pela
Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, na década de
1960, não tiveram continuidade.
Praticamente fechada ao público há anos, sem ter quem pudesse vigiála, conservá-la e dá-la a conhecer, apesar da classificação como Imóvel
de Interesse Público, a igreja transitou rapidamente do esquecimento
para a ruína. Aos problemas de segurança veio juntar-se o colapso do
tecto pintado da Sala do Consistório, que não resistiu às últimas
chuvadas e começou a cair, obrigando a uma intervenção de
emergência. Tinha-se já perdido, entretanto, parte deste conjunto
pictórico.
A Associação Portas do Território, formada pela Câmara Municipal,
pela Diocese e pela Santa Casa da Misericórdia de Beja, conseguiu
aprovar, no âmbito do programa de regeneração urbana da cidade,
candidatado ao QREN, um projecto global de restauro e valorização
do imóvel, cujas obras avançam em pleno vapor, esperando-se que
estejam concluídas até ao próximo Inverno.
Este projecto visa estabelecer um itinerário que permita dar a conhecer
aos visitantes dois grandes santuários marianos da época barroca em
Beja: a igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, sita em pleno centro da
cidade, cuja irmandade manteve uma saudável competição, do ponto
de vista devocional e artístico, com a de Nossa Senhora ao Pé da Cruz,
erguida num ponto mais afastado. Porém, mais do que rivais, os dois
lugares de culto são complementares: na igreja do Pé da Cruz evocase o mistério da Paixão de Cristo; na igreja dos Prazeres, o mistério da
Ressurreição. O conhecimento de ambos proporciona uma experiência
única de descoberta dos valores estéticos do Barroco português.
REGIONAL
14 de Março de 2013
Obras do IP8 e IP2 vão ser acabadas
As obras de beneficiação de troços
do IP8 e do IP2, nos distritos de
Setúbal e Beja, deverão ser retomadas no final deste mês, informou
a Estradas de Portugal, no decorrer
de um encontro realizado, em Santiago do Cacém, entre a Comissão
Parlamentar de Economia e Obras
Públicas e autarcas da região.
Segundo o deputado social-democrata e membro da comissão Nuno
Matias, que falava à Lusa no final
de uma deslocação de dois dias da
comissão ao Alentejo que incluiu
uma reunião com autarcas da região,
em Santiago do Cacém, a empresa
informou no encontro que o concessionário dos itinerários complementares (IP) iria “retomar as obras”
no final de março, após ter conseguido acesso ao financiamento.
“Houve um planeamento sobredimensionado para aquilo que era
a realidade do território e do uso
das estradas”, disse o deputado,
referindo-se à construção da A26,
entre Sines e Beja, cujas obras
foram suspensas após a EP ter
chegado a um acordo com a Estradas da Planície, subconces-
sionária do Baixo Alentejo.
Prevê-se uma poupança para o
Estado de 338 milhões de euros
naquela subconcessão, em relação
ao projeto inicial.
“Agora, não podemos é deixar a
meio determinado tipo de intervenções e não podemos sobretudo
permitir que algumas partes dos
troços tenham piores condições de
segurança”, vincou Nuno Matias,
que é vice-coordenador do grupo
parlamentar do PSD para a Comissão de Economia e Obras
Públicas.
O presidente do conselho executivo
da Cimbal – Comunidade Inter-
municipal do Baixo Alentejo, em
declarações ao “Diário do Alentejo”, disse que os autarcas querem
“saber exatamente quais são as
áreas que vão ser objeto de intervenção, porque uma coisa é aquilo
que está no memorando de entendimento e na concessão e que é da
responsabilidade da empresa concessionária e que não inclui toda a
intervenção a nível do IP2 e do IP8”.
Ainda em relação à reunião realizada em Santiago do Cacém, José
Maria Pós-de-Mina disse que a
mesma “foi importante do ponto de
vista da chamada de atenção para
o problema”, tendo a comunidade
intermunicipal informado “os senhores deputados que estão a ser
recolhidas assinaturas para uma
petição pública a entregar na
Assembleia da República”. O
encontro serviu igualmente para
“sensibilizá-los para que, quando
essa questão se colocar, possam
aprovar uma resolução favorável ao
prosseguimento das obras do IP2
e do IP8”, concluiu o autarca.
também poderão atingir todos os
seus objectivos”, dizem os responsáveis da escola.
A mesma Fonte acrescenta que
Leonel Quinta Queimada e André
Associação de Apoio Social da Freguesia de Pôvoa de São
Miguel - IPSS
Convocatória
Assembleia Geral
De harmonia com o art.º 28.º dos Estatutos desta Associação,
convocam-se todos os associados para uma reunião em Assembleia
Geral Extraordinária, a realizar nas instalações da Associação, pelas
19 horas e trinta minutos do dia 22 de Março de 2013, com a seguinte
ordem de trabalhos:
- Discussão e votação do relatório e contas de
gerância, referente ao ano de 2012, e respetivo
parecer do Conselho Fiscal.
Caso não se verifique a presença de associados em número
suficiente, conforme estipulam os Estatutos, a mesma funcionará
uma hora depois com qualquer número de sócios e com a mesma
ordem de trabalhos.
Póvoa de São Miguel, 06 de Março de 2013
O Presidente da Assembleia Geral
Armando Aresta Caro
Florbela David
Alunos de Beja conquistam ouro e prata nos
Jogos Matemáticos
Leonel Quinta Queimada e André
Santana, ambos de Beja, garantiram
as medalhas de ouro e prata na final
da nona edição dos Campeonatos
Nacionais de Jogos Matemáticos.
Na competição realizada em Évora
no dia 1, os dois alunos da Escola
Secundária D. Manuel I estiveram
em grande destaque, arrecadando
os dois primeiros lugares da classificação entre os milhares de
alunos participantes.
“São resultados alcançados com o
esforço, dedicação, trabalho e
empenho do André e do Leonel e
devem servir de reflexão e motivação para todos os jovens, que
se se esforçarem e empenharem,
Notícias de Beja – 7
Santana enchem toda a nossa
comunidade escolar de orgulho,
devendo igualmente deixar orgulhosos e felizes todos os bejenses
e alentejanos. Não foi só o nome
dos alunos e da nossa escola que
foi elevado bem alto, mas também
da nossa cidade e região, conclui.
A prova é uma organização da
Ciência Viva, Associação Ludus,
Associação de Professores de
Matemática e Sociedade Portuguesa de Matemática, em conjunto com a Universidade de Évora,
a Câmara Municipal de Évora e a
Delegação Regional do Sul e Ilhas
da Sociedade Portuguesa de
Matemática.
Dr. Rui Miguel Conduto
CARDIOLOGISTA
CONSULTAS:
Sábados
Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175
Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486
Quartas-Feiras
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Avenida da República, 101, 2.º A-C-D Lisboa - Tel.: 217 993 338
Publ.
Cartório Notarial de Ourique - Notária Maria Vitória Amaro
Certificado
Certifico, para fins de publicação, que no dia
vinte e dois de Fevereiro do ano dois mil e
treze, no Cartório Notarial de Ourique, a folhas
quatro e seguintes, do Livro de Notas para
Escrituras Diversas número Cinquenta e Dois
- D, se encontra exarada uma escritura de
Justificação, na qual Francisco Maria Dias
Júnior e mulher Maria de Assunção de Brito
Camacho Duarte Colaço Dias, casados
segundo o regime de comunhão geral de
bens, naturais, ele da freguesia de Baleizão,
concelho de Beja e ela da freguesia e concelho
de Ferreira do Alentejo, onde residem na Rua
Capitão Mouzinho, n.º 21 NIFs 145 290 956
e 145 290 948, se declaram donos e legítimos
possuidores, com exclusão de outrém, do
seguinte prédio, situado na freguesia e
concelho de Ferreira do Alentejo:
Rústico denominado “Herdade da Pedra Alva”
ou “Herdade da Pedralva”, composto de
cultura arvense, com a área de treze hectares
cinco mil duzentos e cinquenta centiares,
confrontando do norte e nascente com
caminho municipal, sul com Pedralva e do
poente com Herdade da Pedralva, inscrito
na matriz em nome do justificante marido e
de Manuel Brito Camacho Duarte Colaço,
sob o artigo 113 da Secção AA, com o valor
patrimonial para efeitos de IMT de 15.506,66
euros, igual ao atribuído, omisso na
Conservatória do Registo Predial de Ferreira
do Alentejo.
Que os justificantes não possuem qualquer
título para efetuar o registo a seu favor, deste
prédio, na Conservatória, embora sempre
tenha estado, há mais de quarenta e dois
anos, na detenção e fruição do citado prédio,
o qual veio à sua posse por compra e posterior
divisão que efetuaram com os demais
comproprietários, entretanto, todos já
falecidos, no dia vinte de Janeiro de mil
novecentos e setenta e um, conforme
escritura de divisão lavrada na Secretaria
Notarial de Beja, mas tendo, desde logo,
entrado na posse e fruição do prédio, em
nome próprio, pose que assim detém há mais
de quarenta e dois anos, sem interrupção ou
ocultação de quem quer que seja, de modo a
poder ser conhecida por todo aquele que
pudesse ter interesse em contrariá-la.
Esta posse assim mantida e exercida, foi-o
sempre em seu próprio nome e interesse, e
traduziu-se nos factos materiais conducentes
ao integral aproveitamento de todas as
utilidades do prédio designadamente,
utilizando-o, cultivando-o, arrendando-o,
fazendo as necessárias obras de conservação, e pagando os respetivos impostos
e taxas.
É assim tal posse pacífica, pública e contínua
e durando há mais de vinte anos, facultandolhes a aquisição do direito de propriedade do
citado prédio por usucapião, direito que pela
sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal
extrajudicial.
Nestes termos, e não tendo outra possibilidade de levar o seu direito ao registo,
vêm justificá-lo nos termos legais.
Está conforme o original.
Cartório Notarial de Ourique, da Notária, Maria
Vitória Amaro, aos vinte e dois de Fevereiro
de 2013.
A Notária
Maria Vitória Amaro
14
Março
P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a
Contribuinte Nº 501 182 446
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2013
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Portugal
Tiragem
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ÚLTIMA PÁGINA
14 de Março de 2013
Regresso
a
casa
Deste
Mundo
e do
Outro
António Vitalino, Bispo de Beja
1. Alegria do regresso a casa
Na sua autobiografia, Joseph Ratzinger, futuro Papa Bento XVI e agora
Papa emérito, narra a enorme alegria da sua família, quando, tendo terminado
a segunda grande guerra mundial, depois de ele mesmo ter regressado a
casa, liberto do campo de prisioneiros de guerra, o seu irmão Jorge, que
tinha sido destacado para a Itália e já há várias semanas fora libertada
pelos aliados do domínio fascista e nazi, julgando-o morto ou desaparecido,
como tantos outros milhões de soldados, finalmente entrou pela porta
dentro. Todos sabemos do enorme sofrimento das famílias, quando
desaparece algum membro, criança, jovem ou idoso, sem saber se está
vivo ou morto, e se espera a notícia do seu paradeiro ou destino.
Um dia Jesus contou uma história parecida, que pôs a descoberto a
veracidade dos nossos sentimentos e o contraste com o procedimento
de Deus para connosco. É a parábola do pai que tinha dois filhos e o
mais novo resolveu abandonar a casa paterna e ir gozar a liberdade, sem
as peias dos afectos familiares. Importante é o desfecho da narrativa,
quando esse filho decide regressar a casa e o pai lhe faz uma festa, na
alegria de saber que ele estava vivo e voltou para a família. O outro
irmão, que sempre ficou em casa, é que não gostou da atitude do pai e
recusou-se a participar na alegria da família.
2. Povo desavindo e com desigualdades profundas
Ao refletir sobre estas histórias e outras parecidas, recordei muitos
casos, uns que conheci através dos meios de comunicação social e
outros por contato com pessoas implicadas. Mas logo me ocorreu o
desfecho da parábola evangélica. Será que nos alegramos quando
alguém regressa a casa? Acolhemo-lo bem? Fazemos festa?
A Igreja pode ser considerada como uma família, chamada a ser fermento,
símbolo e sacramento da unidade de todo o género humano, na
comunhão com Deus e os irmãos. Seremos verdadeiramente sinais de
fraternidade, pessoas abertas e acolhedoras, sempre dispostas a integrar
novos membros na comunidade, mesmo que já tenham pertencido à
família dos discípulos de Jesus e se tenham afastado, ou, pelo contrário,
empurramos para fora quem não cai na nossa simpatia? Fazemos acepção
de pessoas ou temos um amor preferencial pelos mais fracos, pobres,
doentes, crianças, idosos, pecadores?
Se na família eclesial há desavenças e desigualdades, elas são muito
maiores na sociedade a que pertencemos. Mesmo nas manifestações
de descontentamento com as politicas de austeridade nota-se alguma
contradição, cujas causas são mais profundas que os cortes nas
remunerações e nas reformas. Nas multidões de manifestantes ou nos
grupos mais pequenos sabemos que não há o espírito de família, mas
interesses pessoais ou de classe. Quando até os reformados milionários
manifestam descontentamento, embora entre eles esteja também quem
contribuiu para a crise, administrando empresas em seu favor,
esquecendo-se que, acima de direitos adquiridos, está a justiça, o bem
comum, o destino universal dos bens, a solidariedade e a fraternidade,
radicada na dignidade e igualdade da pessoa humana.
Os governos eleitos democraticamente têm de orientar as politicas por
esses princípios fundamentais, e não a partir de interesses de classes
ou lobbies.
Mas é difícil conseguir o equilíbrio nas sociedades num mundo global,
respeitando a liberdade e a dignidade das pessoas e o princípio da
subsidiariedade da sociedade civil. Há sempre fugas, pois nem todos
os países e instituições seguem os mesmos princípios.
3. Chamados a reconciliar a família humana
No meio deste panorama complexo, os cristãos, olhando para a vida e
mensagem de Jesus Cristo, precisam de se converter e orientar as suas
vidas e ação no sentido de curar muitas feridas e ajudar a restaurar o
sentido de família e de povo.
S. Paulo, na segunda carta aos Coríntios (5, 15 ss), exorta os leitores a ser
embaixadores de Cristo e instrumentos de reconciliação. Eis aqui bem
definida a missão da Igreja, hoje mais necessária que nunca. Reconciliados
com Deus e com o nosso próximo, alargando os nossos olhares para além
dos nossos grupos e comunidades, sentindo o sofrimento do nosso povo
e da humanidade, não podemos cruzar os braços.
Bento XVI, Papa emérito, concretizando o evangelho e a doutrina social
da Igreja para o nosso tempo, deixou-nos um magistério clarividente,
que muito nos ajudará a discernir o nosso papel na Igreja e na sociedade.
Invoquemos a luz do alto para a eleição do novo Papa, sucessor de
Pedro e garante da comunhão eclesial, para que, em união com o colégio
episcopal, dê um forte impulso à missão da Igreja na atualidade.
Um líder para 1,2 mil
milhões de batizados
O Papa lidera uma Igreja com 1,2
mil milhões de fiéis, ou seja 17,5%
da população mundial. Segundo o
anuário pontifício divulgado em
2012 por Bento XVI, o número de
católicos no mundo era de 1.196
milhões em 2010 e quase metade
estavam no continente americano.
O documento, do Departamento
Central de Estatística da Igreja com
dados de 2010, conclui que o
número de católicos aumentou 15
milhões (1,3%) face ao ano anterior
em todo o mundo, mas a percentagem de católicos no mundo
permaneceu estável. Por continentes 48% dos católicos estão na
América, com 586 milhões, seguida
da Europa, com 285 milhões (24%),
da África, com 186 milhões (16%),
e da Ásia, com 130 milhões (12%).
Na Oceânia havia 9,5 milhões de
católicos.
O alerta de Juncker
Quem acredita que a eterna questão
da guerra e paz na Europa não pode
voltar a ocorrer está completamente
errado. Os demónios não desapareceram, estão apenas a dormir, como
foi demonstrado pela guerra na
Bósnia e no Kosovo.” A frase não
é de nenhum radical. Nem de nenhum líder de países subdesenvolvidos. Nem vem do Irão. Quem a
proferiu foi o ex-primeiro-ministro
do Luxemburgo e ex-chefe do
Eurogrupo, Jean-Claude Juncker,
comentado os efeitos da austeridade sobre a sociedade e dizendo
acreditar que a crise europeia pode
resultar numa futura guerra.
Juncker frisa o exemplo grego e até
o pormenor de a chanceler alemã,
Angela Merkel, ter sido recebida
em Atenas com uniformes nazis.
Podia ter falado nas megamanifestações em vários países. Nos
suicídios resultantes de casos
extremos. E até no resultado das
eleições italianas.
O alerta até pode ser exagerado.
Mas, vindo de quem conhece bem
a realidade europeia e os efeitos que
a crise tem tido na sociedade, deve
ser, no mínimo, considerado como
preocupante pelos responsáveis da
UE. Juncker pede-lhes que fiquem
atentos e tenham sempre presente
que só a unidade europeia lhes dá
o poder que têm no mundo. E, já
agora, que, como a história tem
mostrado, há sinais que não podem
ser desprezados.
Um sem-abrigo honesto
Um sem-abrigo devolveu um anel
de diamantes que por descuido lhe
caiu no copo de esmolas. A boa
acção já lhe valeu uma recompensa
suficiente para comprar casa. E a
tendência é para aumentar...
A história veio nas páginas dos
jornais e nas redes sociais. Billy
Ray Harris, um sem-abrigo da
cidade do Kansas, Estados Unidos,
foi bem recompensado por fazer
uma boa acção.
O homem devolveu a uma mulher o
anel de noivado de diamantes que
ela deixara cair sem dar conta no
seu copo de esmolas quando lhe
deu algumas moedas. A devolução
aconteceu no dia seguinte ao
incidente, quando a mulher, Sarah
Darling, o procurou no mesmo local
e lhe disse que devia ter deixado ali
alguma coisa de valor. Billy Ray
nem gaguejou. Perguntou-lhe logo
se se tratava do anel, segundo os
relatos da reportagem do canal
KCTV5.
Perante a boa vontade do semabrigo, a mulher e o noivo decidiram abrir uma conta no site Give
Forward e já conseguiu contributos
de todo o mundo no valor de
151.489 dólares (cerca de 115 mil
euros).
Roubos pela Internet
A “pesca de dados pessoais na
internet, o chamado phishing, fez
pelo menos 1300 vítimas em 2012”.
No total foram pirateados mais de
um milhão de euros, de acordo com
o Jornal de Notícias. Às vezes o
que parece um vídeo inofensivo
pode esconder uma forma de roubar
informações bancárias.
A Polícia Judiciária afirma que foram
abertos 1300 inquéritos de ‘phishing’ em 2012. Só em Lisboa, nos
Açores e na Madeira, os montantes
roubados chegam a cerca de um
milhão de euros.
O pagamento de serviços, as redes
sociais, jogos, classificados, leilões
e até sites governamentais são os
alvos mais fáceis para os ‘piratas’
que pretendem obter dados, usando-os para transferir dinheiro para
as suas contas.
De acordo com especialistas em
segurança informática ouvidos
pelo JN, os países de Leste e o
Brasil são a principal origem dos
ataques aos portugueses.
Aliás há dias, foram detidos sete
jovens, alguns com nacionalidade
brasileira, acusados de enviar
emails para aceder a dados pessoais com os quais conseguiam
retirar verbas que depois depositavam em outras contas. E só a
troco de uma ‘comissão’ é que
devolviam o dinheiro. A judiciária
adiantou que foram atacados vários
bancos e que o montante ‘pirateado’ foi, até ao momento de 150
mil euros.
Há, no entanto, alguns passos que
podem ajudar a evitar o ‘phishing’,
como não abrir anexos ou links, cuja
origem é desconhecida. Um vídeo
ou uma imagem com um ‘subject’
aparentemente inofensivo pode
conter um ‘software’ capaz de
roubar dados.
Bom humor
Um indivíduo foi encontrado
estendido numa valeta e levado de
urgência para o hospital. Na sala
de operações, um interno desabotoava-lhe o casaco, preparando-o
para a intervenção, quando deparou com a seguinte nota, pregada
ao forro: “A todos os membros da
classe médica: estou apenas embriagado; deixem-me dormir; não
tentem extrair-me o apêndice, já mo
tiraram duas vezes”.
*
O Augusto e o Fernando faziam
juntos os deveres da escola. A
dado instante, pergunta o Fernando ao Augusto:
- Como é que tu conjugas o verbo
devolver no presente?
- Muito fácil. Eu devolvo. Tu de
mini. Ele de triciclo.
*
Um louco cai da cama enquanto
dorme. Perplexo, acorda e volta
para a cama. Uma hora mais tarde
torna a cair e, todo contente, diz
para si próprio:
- Fiz bem em ter-me levantado há
bocado, senão teria caído sobre
mim próprio.
*
Certo dia , um pai reúne os cinco
filhos e diz-lhes:
- Muito bem, vamos lá ver quem
merece uma recompensa esta
semana. Qual de vocês foi o mais
obediente e fez tudo o que a mamã
pediu?
Os cinco, ao mesmo tempo:
- Tu, papá...
Alberto Batista

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