Mapa de Risco Político 2015

Transcrição

Mapa de Risco Político 2015
Aon Risk Solutions
Aon Broking
Mapa de Risco
Político 2015
Guia da Aon para Riscos Políticos em mercados emergentes
Risk. Reinsurance. Human Resources.
Índice
Aon’s Political Risk Map: a guide to measure risks in emerging markets . . . . . 3
2015 Political Risk Map. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Country Risk Rating changes in 2014:
downgrades dominate upgrades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Country moves summarised. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
What happened in 2014:
how did we do? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
What to watch for in 2015 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Commonwealth of Independent States/Caucasus:
the shadow of Ukraine-Russia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Middle East and North Africa: oil drag looming . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Sub-Saharan Africa: commodity and election issues. . . . . . . . . . . . . . . . 14
Asia Pacific: Resilient, but some new strains . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Latin America and Caribbean: modest improvements . . . . . . . . . . . . . . 17
Brief descriptions of each risk icon. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
The map methodology. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
Contacts . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2
2015 Political Risk Map
Mapa de risco político da Aon: um guia para
medir riscos em mercados emergentes
Os mercados emergentes continuam atraentes para empresas que
busquem áreas alternativas para crescer. No entanto, em economias
menos maduras, ativos, contratos e empréstimos podem sofrer efeitos
adversos de ação ou inação por parte do governo.
No atual ambiente econômico e geopolítico, é essencial que as
empresas tenham um panorama abrangente de alto nível da exposição
ao risco político ligado ao seu portfólio.
Planejar-se com antecedência e adaptar estratégias de risco de acordo
com o nível de risco nos países de interesse é de vital importância. A
Aon está em condições de oferecer um serviço de primeira classe para
auxiliar os clientes nesse quesito.
Acesso exclusivo a mais de 18 anos de dados
Complementando a versão impressa, o mapa interativo de risco político
produz panoramas de alto nível de países, bem como comparações sob
medida de classificações de países e mudanças na exposição ao risco ao
longo do tempo. Com o mapa interativo da Aon, as empresas podem
rastrear suas exposições a riscos políticos em países com mercados
emergentes, tanto no momento atual quanto no passado. Os dados são
atualizados trimestralmente e, sempre que apropriado, no momento de
eventos importantes envolvendo risco político. Com suas ferramentas
analíticas, o mapa interativo permite aos usuários mapear tendências,
medir exposições e analisar riscos potenciais quando buscam investir,
crescer e diversificar.
Guia inteligente para
avaliar riscos políticos
no mundo todo
O mapa mede riscos políticos
em 163 países e territórios
para ajudar empresas a avaliar
os níveis de risco de:
• Transferência de câmbio
• Risco jurídico-regulatório
• Interferência política
• Violência política
• Não pagamento soberano
• Interrupção da cadeia de suprimentos
• Risco de realizar negócios
• Vulnerabilidade do setor bancário
• Risco ao estímulo fiscal
Com uma olhada rápida, as
empresas podem ver o cenário
de risco político nos países de
interesse. O mapa de risco
político da Aon é uma ferramenta
crucial para todos aqueles com
interesses comerciais em
mercados emergentes.
O mapa de risco político da Aon é produzido em parceria com a Roubini
Global Economics (RGE) empresa global e independente de pesquisa
fundada em 2004 pelo renomado economista Nouriel Roubini.
Aon Risk Solutions
3
2015 Political Risk Map
2015 Po
Experience the Political
Risk Map on your iOS tablet
or smartphone
Você sabia?
O mapa interativo de
risco político da Aon foi
o vencedor na categoria
inovação pela na
premiação Business
Insurance Awards, o
que destaca os esforços
constantes da empresa
para desenvolver
soluções inovadoras
voltadas para o cliente.
G R E E N L A N D
Baffin Bay
Beaufort Sea
Davis Strait
Alaska (US)
Godthåb
Anchorage
Hudson Bay
C A N A D A
Vancouver
Québec
Montréal
Ottawa
Seattle
Toronto
Boston
Chicago
San Francisco
New York
U N I T E D S TAT E S
O F A M E R I C A
Washington, D.C.
Azores (
Los Angeles
Dallas
Bermuda (UK)
Houston
New Orleans
Gulf of Mexico
MEXICO
Hawaiian
Islands (USA)
Miami
Havana
CUBA
HAITI
Cayman
Islands (UK)
Guadalajara
Kingston
Belmopan
Guatemala
GUATEMALA
DOMINICAN REP
BELIZE
Mexico City
Use o mapa de risco
político no seu tablet
ou smartphone
ATLANTIC OCEAN
BAHAMAS
JAMAICA
San José
COSTA RICA
SEN
CAPE VERDE
DOMINICA
ST. LUCIA
BARBADOS
GAMBIA
ST. VINCENT
Caracas
Panama
ANTIGUA & BARBUDA
ST. KITTS & NEVIS
Guadeloupe (Fr)
Caribbean
ANGUILLA
Netherlands
Sea Antilles (NL)
Managua
NICARAGUA
PUERTO RICO (US)
VIRGIN ISLANDS (US and UK)
Santo
Domingo
HONDURAS
Tegucigalpa
San Salvador
EL SALVADOR
Port-auPrince
VENEZUELA
GUINEA BISSAU
GRENADA
GUINEA
TRINIDAD & TOBAGO
PANAMA
Georgetown
GUYANA
Paramaribo
SIERRA
FRENCH GUIANA (FR)
SURINAME Cayenne
Bogotá
COLOMBIA
Galapagos
Islands (Ecuador)
Quito
ECUADOR
Android
Fortaleza
PERU
BRAZIL
Lima
SAMOA
NIUE (NZ)
Tahiti
Salvador
BOLIVIA
PACIFIC OCEAN
FRENCH
POLYNESIA
Brasilia
La Paz
TONGA
Aon Analytical Tools
Measure your exposure to political risks
Exposure Calculator
Measure your company's financial or
operational risks based on actual exposure
Rio de Janeiro
PARAGUAY
São Paulo
Asunción
Map Analysis
This tool allows you to analyse your portfolio of
countries over a period of time and across risk type(s)
URUGUAY
Santiago
Buenos Aires
CHILE
ARGENTINA
Montevideo
iOS
To access the analytical tools, please visit aon.com/2015politicalriskmap
and register or use your login details.
Falkland
Islands (UK)
Scotia Sea
Aon's political risk experts use a combination of market experience, innovative analysis tools and tailored risk transfer programmes to help you minimise yo
and management programmes to respond to adverse political actions, providing balance sheet protection and business facilitation. Political and security r
informed decisions regarding your operations and investments.
For further information, please email [email protected] or visit www.aon.com/political-risks
© Copyright Aon Group, Inc. 2015. All rights reserved. Published by Aon Global Corporate Marketing and Communications..
4
2015 Political Risk Map
015 Political Risk Map
ARCTIC OCEAN
R E E N L A N D
Laptev Sea
Kara Sea
East Siberian Sea
Barents Sea
Nor wegian Sea
ICELAND
Godthåb
SWEDEN
Reykjavik
North
Sea
RUSSIA
FINLAND
NORWAY
Helsinki
Oslo
Stockholm
St Petersburg
Tallinn
ESTONIA
Kaliningrad
(Russia)
UNITED
KINGDOM
IRELAND
Dublin
London
BELGIUM
Moscow
LITHUANIA
Vilnius
Minsk
Warsaw
Astana
GERMANY
Prague
CZECH REP
SLOVAKIA
AUSTRIA
LIECHTENSTEIN
Bern
FRANCE
HUNGARY
SWITZERLAND
SLOVENIA
UKRAINE Kiev
LUXEMBOURG
K A Z A K H S TA N
Paris
M
Algiers
TUNISIA
LEBANON CYPRUS
PALESTINE
n
ISRAEL Tel Aviv
Cairo
ALGERIA
SOUTH KOREA
I RA N
Baghdad
Amman
e
Gu
lf
f
f o
Gul
Sana
Monrovia
SIERRA LEONE
Yaoundé
SAO TOME & PRINCIPE
CENTRAL
AFRICAN REPUBLIC
SOUTH
SUDAN
Bangkok
Bay of Bengal
Phnom Penh
GUAM
LAOS
CAMBODIA
VIETNAM
Manila
South
China
Sea
PHILIPPINES
MICRONESIA
KIRIBATI
PALAU
BRUNEI
UGANDA
INDIAN OCEAN
Mogadishu
MALAYSIA
MALDIVES
NAURU
Kuala Lumpur
SOUTH SUDAN
SINGAPORE
KENYA
Nairobi
SEYCHELLES
Bujumbura
Brazzaville
Cabinda (Angola)
SRI LANKA
Colombo
DEMOCRATIC REPUBLIC
Kampala
OF CONGO
Libreville
GABON
CONGO
Dar-es-Salaam
TANZANIA
BURUNDI
Jakarta
SOLOMON ISLANDS
Dili
MALAWI
ANGOLA
Timor
Sea
Salvador
ZAMBIA
Port Moresby
TIMOR LESTE
COMOROS
Brasilia
PAPUA NEW
GUINEA
INDONESIA
RWANDA
Kinshasa
Luanda
Ascension Island (UK)
Vientiane
THAILAND
ETHIOPIA
Bangui
Kigali
Fortaleza
Mumbai
DJIBOUTI
EQ GUINEA
GHANA
HONG KONG
MACAU
SOMALIA
TOGO
COTE D'IVOIRE
Hanoi
Addis Ababa
CAMEROON
Lomé
Accra
Abidjan
LIBERIA
PACIFIC OCEAN
TAIWAN
BURMA (MYANMAR)
Ad
N'Djamena
NIGERIA
Freetown
A
H GUIANA (FR)
ne
Dhaka
Kolkata
Naypyitaw
Arabian Sea
YEMEN
BENIN
Conakry
GUINEA
INDIA
Muscat
OMAN
a
Bissau
GUINEA BISSAU
East
China
Sea
Taipei
BANGLADESH
Karachi
Se
BURKINA
FASO
Bamako
UAE
Mecca
SUDAN
Niamey
Shanghai
BHUTAN
Thimphu
Khartoum
CHAD
Banjul
GAMBIA
O
o Paulo
ERITREA
NIGER
Dakar
Katmandu
Delhi
Abu Dhabi
JAPAN
Tokyo
Osaka
NEPAL
Th
Red
Nouakchott
SENEGAL
CAPE VERDE
Islamabad
PAKISTAN
QATAR
SAUDI
ARABIA
Jeddah
MAURITANIA
ANTIGUA & BARBUDA
CHINA
Kabul
Wuhan
KUWAIT
BAHRAIN
Riyadh
EVIS
AFGHANISTAN
IRAQ
JORDAN
EGYPT
MALI
Pyongyang
Seoul
Tehran
Beirut
Damascus
LIBYA
El Aaiun
Western Sahara
RICO (US)
NORTH KOREA
Beijing
TAJIKISTAN
MALTA
Tripoli
The Canaries (Sp)
LANTIC OCEAN
ed
Ashkhabad
SYRIA
ALBANIA
ite
Se rran
a
ea
Melilla (Sp)
Rabat
MOROCCO
Dushanbe
TURKEY
Athens
KYRGYZSTAN
Tashkent
en
Gibraltar (UK)
Ceuta (Sp)
Madeira (Port)
TURKMENISTAN
Baku
Ankara
GREECE
SERBIA
Vladivostock
Bishkek
UZBEKISTAN
AZERBAIJAN
F.Y.R. MACEDONIA
MONTENEGRO
Tunis
GEORGIA
ARMENIA
BOSNIA
Azores (Port)
Black
Sea
BULGARIA
Rome
Sea
VATICAN
SPAIN
Lisbon
Sarajevo
CROATIA
SAN MARINO
Madrid
Ulan Bator
MONGOLIA
MOLDOVA
Bucharest
ian
MONACO
ANDORRA
PORTUGAL
ROMANIA
Belgrade
Casp
ITALY
Sea of
Okhotsk
Novosibirsk
BELARUS
POLAND
Berlin
NETHERLANDS
Bering Sea
LATVIA
Riga
DENMARK Copenhagen
Lilongwe
Honiara
TUVALU
Darwin
FIJI
Lusaka
VANUATU
St. Helena (UK)
MOZAMBIQUE
Harare
ZIMBABWE
Antananarivo
MAURITIUS
MADAGASCAR
Rio de Janeiro
BOTSWANA
Windhoek
ATLANTIC OCEAN
NAMIBIA
Reunion Islands (Fr)
Pretoria
Maputo
Johannesburg
S O U TH
A F RI C A
New Caledonia (Fr)
KEY
Gaborone
Country risk level
Low risk
Medium-low risk
Cape Town
es to help you minimise your exposure to political risks. Aon designs risk transfer
Symbols illustrating significant risks
Brisbane
SWAZILAND
LESOTHO
on. Political and security risk assessments are also available, allowing you to make
AUSTRALIA
EXCHANGE TRANSFER:
SOVEREIGN NON-PAYMENT:
Perth
Sydney
POLITICAL INTERFERENCE:
Adelaide
Medium risk
SUPPLY CHAIN DISRUPTION:
Medium-high risk
High risk
Very high risk
Non Rated
Line of Control
Canberra
Tasman
Sea
Auckland
Melbourne
NEW ZEALAND
LEGAL & REGULATORY RISK:
Wellington
POLITICAL VIOLENCE:
Christchurch
RISK OF DOING BUSINESS:
BANKING SECTOR VULNERABILITY:
INABILITY OF GOVERNMENT TO
PROVIDE STIMULUS:
SOUTHERN OCEAN
About Roubini Global Economics
Roubini Global Economics is a leading macroeconomic research and country risk firm best known for its accuracy in predicting
vulnerabilities and crisis. Roubini Country Risk combines expert research and risk assessment tools, enabling you to better
understand and quantitatively measure countries’ macroeconomic, political, business and social risks.
Aon Risk Solutions
5
Mudanças na classificação de risco-país
em 2014: downgrades superam upgrades
Houve 19 mudanças na classificação de risco-país desde a publicação do
mapa de risco de 2014, em comparação com 15 mudanças em 2013 e 25
em 2012. Assim como em 2013, houve mais downgrades (aumento do
risco político) do que upgrades (redução do risco político).
Em 2014, a maior parte das mudanças ocorreu em países menores,
sugerindo que alguns deles possam estar sofrendo agora alguns dos riscos
políticos experimentados no ano anterior por países maiores. Uma
possível explicação para essa tendência é a resolução de ciclos eleitorais
em grandes economias do mundo emergente. Outra explicação é o fato
de que países produtores de petróleo passaram por uma deterioração
generalizada nas perspectivas de financiamento.
7
Upgrades
12
Downgrades
19
Mudanças em
classificações de
países
6
2015 Political Risk Map
Do ponto de vista
regional, mais da metade
dos países que
apresentaram upgrades
estão localizados na
América Latina e Caribe,
especialmente na América
Central. Isso é reflexo de
mudanças em políticas e
benefícios com a melhoria
do crescimento global e
dos EUA.
A maior parte dos países que
apresentaram downgrades
se localiza na África, com os
produtores de combustíveis
(Angola, Gana, Líbia e
Moçambique)
especialmente expostos a
riscos de transferência de
câmbio e não-pagamento
soberano.
Sete países tiveram
upgrade (redução do risco
político): República
Dominicana, Equador,
Geórgia, Laos, Panamá,
Suazilândia e Zimbábue.
Doze países tiveram
downgrade (aumento do
risco político): Angola,
República Centro-Africana,
Burkina Faso, Gana, Guiné,
Haiti, Líbia, Moçambique,
Omã, Paquistão, Serra Leoa
e Uganda.
Tendências regionais
Upgrade
Risco Baixo
Risco Médio Baixo
Risco Médio
Risco Médio Alto
No total, foram registradas
19 mudanças nas
classificações de países em
2014, em comparação com
22 mudanças de pontuação
em 2013.
Risco Alto
Risco Muito Alto
Downgrade
Country moves summarised
Data da
mudança
País
Pontuação
2013/14
Pontuação
2014/15
Mudança de
classificação
Maio 2014
Guiné
A
MA
Deterioração
Maio 2014
Rep. CentroAfricana
A
MA
Deterioração
Maio 2014
Moçambique
M
M-A
Deterioração
Maio 2014
Paquistão
A
MA
Deterioração
Maio 2014
Panamá
M
MB
Melhoria
Ago 2014
Equador
A
M-A
Melhoria
Ago 2014
Angola
M-A
A
Deterioração
Ago 2014
Haiti
A
MA
Deterioração
Nov 2014
Geórgia
M-A
M
Melhoria
Nov 2014
Zimbábue
MA
A
Melhoria
Nov 2014
Gana
M
M-A
Deterioração
Nov 2014
Líbia
AH
MA
Deterioração
Nov 2014
Burkina Faso
M-A
A
Deterioração
Nov 2014
Serra Leoa
M-A
A
Deterioração
Fev 2015
República
Dominicana
M-A
M
Melhoria
Fev 2015
Laos
A
M-A
Melhoria
Fev 2015
Omã
MB
M
Deterioração
Fev 2015
Suazilândia
A
M-A
Melhoria
Fev 2015
Uganda
M
M-A
Deterioração
Aon Risk Solutions
7
O que aconteceu em 2014:
como nos saímos?
O risco político aumentou significativamente em 2014. Esse fato foi evidenciado
pelos eventos na Ucrânia, Iraque, Líbia e partes da África e Ásia. Paralelamente, o
excedente de petróleo bruto levou a uma queda acentuada no preço, dando
origem a perguntas importantes sobre a estabilidade econômica e política de
muitos produtores de petróleo. Com isso, o ambiente ficou ainda mais
turbulento para investidores em mercados emergentes. Avançando em meio a
instituições fracas e vazios de poder, as ameaças do Ebola e do ISIS ocuparam a
mente de todo o planeta. A primeira se apresentou após a confirmação de um
surto na Guiné em 22 de março, e a segunda, após uma ofensiva relâmpago no
norte do Iraque que tomou as cidades de Mossul e Tikrit em 10 e 11 de junho..
Quando publicamos o mapa de risco político de 2014,
destacamos os seguintes riscos:
• Risco de transferência de câmbio - A
• Violência política - achamos que o ciclo
recuperação econômica dos mercados
pesado de eleições levaria a um aumento
desenvolvidos retirou o capital de
da violência política, o que se comprovou
mercados emergentes e de fronteira, o que
na Nigéria e na maior parte dos BRICS.
aumentou a pressão sobre países com
Com as eleições concluídas (exceto na
balanços externos fracos. A maioria dos
Nigéria), parte da violência política se
mercados emergentes, incluindo Rússia e
acalmou, e os novos governos da Índia e
Colômbia, permitiu que suas moedas se
Indonésia realizaram avanços com
depreciassem quando houve saída de
reformas, reduzindo alguns dos riscos
capital, aumentando a resiliência. No
econômicos e políticos em 2015 e
entanto, alguns mercados de fronteira se
aumentando sua resiliência a choques
recusaram a fazer esse ajuste. Essas pressões
futuros.
resultaram em controles de capital fracos ou
na introdução de restrições de capital em
aumentaram diante do crescimento
manutenção de tais restrições na Venezuela.
econômico mais fraco e da concorrência
• Risco de não-pagamento soberano - com
o enfraquecimento dos balanços fiscais,
os riscos de inadimplência aumentaram
na Ucrânia, Rússia e Venezuela, bem
como a pressão sobre a moeda. A Rússia
continua com alta disposição e
capacidade de pagamento; a Ucrânia
está para negociar a reestruturação da
sua dívida, e na Venezuela a capacidade
de pagamento enfraqueceu. Gana,
Zâmbia e Sérvia fecharam ou estão
negociando financiamentos com o FMI.
8
• Interferência política - os riscos
Gana, Cazaquistão e Nigéria e na
2015 Political Risk Map
por capital. Em todos os BRICS, o
capitalismo de estado criou um ambiente
mais custoso para investidores privados,
sendo que a Rússia parece o mais
vulnerável; medidas anticrise reforçam o
papel dos principais atores
governamentais. Além disso, no Brasil a
interferência política levou a baixos
investimentos em infraestrutura essencial,
e o atual escândalo de corrupção na
Petrobrás reflete os custos dessa política, o
que terá impacto negativo sobre o
crescimento em 2015.
2014: principais tendências
Todas essas principais
tendências se comprovaram
durante o ano e muitas
persistirão ao longo de 2015.
Pressões econômicas e
choques de financiamento
levaram à ampla deterioração
de balanços externos e a algum
aumento em restrições de
capitais (África de fronteira e
Comunidade dos Estados
Independentes). Essa
tendência se acentuou com a
pressão sofrida pelo preço das
commodities na segunda
metade de 2014. Em relação à
Rússia e Ucrânia, as mudanças
trimestrais online na pontuação
permitiram que o mapa de
riscos destacasse a
deterioração ao longo de 2013
e 2014, diversos trimestres
antes das atuais crises políticas.
Em termos regionais,
destacamos a relativa
resiliência de alguns dos
exportadores de petróleo mais
ricos, do Oriente Médio, em
comparação com seus
equivalentes no Norte da
África. Essa tendência se
comprovou com a
intensificação da guerra civil
na Líbia e com o conflito com
o ISIS no Iraque e Síria. Essa
situação contrasta com a
estabilidade reinante nos
países do Conselho de
Cooperação do Golfo, cujo
epítome foi a transferência de
poder na Arábia Saudita, que
correu sem intercorrências
após a morte do rei Abdullah.
O que merece atenção em 2015
Muitos dos riscos que destacamos em 2014 persistem ao entrarmos em 2015,
sendo que a queda dos preços da energia ameaça enfraquecer os balanços de
produtores-chave e testar sua resiliência, especialmente no Oriente Médio e na
África. A disputa por participação de mercado no ambiente de comércio global e
movimentos acentuados nos mercados de câmbio tem pressionado muitos
mercados emergentes e de fronteira, principalmente em relação ao risco de
transferência de câmbio, não-pagamento soberano e interferência política.
Consideramos relevantes para 2015 os seguintes temas globais e
regionais:
• Os atuais conflitos em certos países e
conflitos com atores não governamentais
elevam o nível de violência política e
apresentam novos riscos (segurança
cibernética). Grupos como ISIS, Boko
Haram e outros se aproveitam de
fronteiras mal fiscalizadas e instituições
fracas em partes do Oriente Médio e da
África.
• Deterioração nos riscos econômicos
(transferência de câmbio e nãopagamento soberano). O
enfraquecimento do preço das
commodities perpetuará os riscos de
transferência de câmbio e não-pagamento
soberano em países produtores. Embora
apenas a Venezuela pareça muito
vulnerável, todos os países produtores
enfrentarão algum aumento do risco
econômico.
• Diferenças nos riscos enfrentados por
exportadores de petróleo. Aqueles com
instituições mais resilientes e com mais
poupanças, como é o caso de
membros do Conselho de Cooperação
do Golfo, Colômbia, Malásia e
Cazaquistão estarão mais bem
preparados, ao contrário dos países
com instituições mais vulneráveis à
baixa, como Angola, Gana, Venezuela,
Rússia e Equador.
• O conflito entre Rússia e Ucrânia deverá
pesar na região da Comunidade dos
Estados Independentes, com sanções
perpetuando os altos níveis de
intervenção governamental e os riscos
institucionais.
• Resiliência de importadores latinoamericanos e sinais de reforma.
• Embora o ciclo de aumento de taxas nos
EUA deva ser modesto, ele implica em
maior competição por capital, o que
pode aumentar a pressão sobre taxas de
câmbio locais, elevando pressões
inflacionárias e o custo do serviço da
dívida externa.
Aon Risk Solutions
9
Comunidade dos estados independentes/
Cáucaso: a sombra de Ucrânia-Rússia
A escalada do conflito no leste da Ucrânia, sanções contra a Rússia e o
preço baixo do petróleo continuam lançando sombras na região,
especialmente para os maiores parceiros comerciais regionais da Rússia
como Bielorrússia e Cazaquistão. Continua sendo muito difícil operar na
Rússia e Ucrânia, com fortes pressões financeiras sobre empresas e
aumento da intervenção governamental na economia. No caso da
Rússia, a ampla presença do governo na economia e no setor financeiro
reduz a chance de colapso econômico ou crise financeira, pois os atores
do governo podem agir juntos para reduzir riscos agudos.
Apesar das tentativas recentes de negociação de um cessar-fogo, os
riscos de sanções se mantêm. A Rússia, a Ucrânia e o Ocidente
continuam divergindo em relação a qual seria um bom resultado para a
crise, o que deixa dúvidas sobre a sustentabilidade de qualquer cessarfogo. A situação na região provavelmente será marcada por
negociações recorrentes, um possível congelamento do conflito e a
manutenção das sanções; sua resolução é improvável em 2015.
Paralelamente, o fraco crescimento e a recessão nesses países afetarão
não apenas os balanços do governo, mas também empresas e bancos,
aumentando o risco de inadimplência corporativa e atrasos no
pagamento de dívida soberana.
O impacto regional do petróleo
A queda do preço do petróleo e do
gás reduz a capacidade de
financiamento de países como
Cazaquistão, Uzbequistão e
Turcomenistão, em que controles de
capital ou restrições ao câmbio ainda
são um risco. Embora o risco de nãopagamento soberano seja baixo, a
inadimplência corporativa e
dificuldades de realizar pagamentos
por conta de sanções continuam
sendo um risco. Além disso, a
recessão na Rússia enfraquecerá os
resultados econômicos da região,
com a implosão da demanda por
importações e a intensificação do
sentimento anti-imigração, ao mesmo
tempo em que declinam as remessas
de fundos de expatriados que vivem
na Rússia, o que impactará
especialmente o Quirguistão. O
Cazaquistão ainda parece o país mais
resiliente da Ásia Central, com
instituições relativamente fortes.
Rublo mais fraco e restrições às importações provocam aumento da inflação na Rússia (porcentagem ano a ano)
Flood inflation
Headline inflation
25
20
15
10
5
0
Jan 12
May 12 Sep 12
Jan 13
May 13 Sep 13
Source: Haver Analytics, Roubini Global Economics
10
2015 Political Risk Map
Jan 14
May 14 Sep 14
Jan 15
May 15 Sep 15
A Rússia, a Ucrânia e o Ocidente continuam
divergindo em relação a qual seria um bom
resultado para atual conflito, o que deixa dúvidas
sobre a sustentabilidade de qualquer cessar-fogo.
Aon Risk Solutions
11
Oriente Médio e Norte da África:
mercado de petróleo deve enfrentar
desaceleração
2015 se apresenta como um ano desafiador para países produtores de petróleo,
especialmente exportadores do norte da África (Líbia e Argélia), muitos deles já com
classificação de risco-país alto ou muito alto, o que sugere que esses países estão
expostos a choques e não têm resiliência para lidar com eles. O choque do petróleo
pressionará instituições internas e, possivelmente, enfraquecerá o ambiente de
segurança em países importadores vizinhos como Egito, Tunísia e Marrocos, que em
outras circunstâncias se beneficiariam dos preços mais baixos do petróleo e do apoio
ao consumo. No entanto, esses “países árabes em transição” deverão beneficiar-se
do apoio contínuo do FMI e de atores regionais, incluindo investimentos. Temos um
otimismo cauteloso em relação a recentes tendências econômicas no Egito; o risco
de violência política, porém, continua alto. Sem uma melhoria significativa no
ambiente de segurança, a classificação geral do risco-país do Egito permanecerá alta.
Por outro lado, entre os membros do Conselho de Cooperação do Golfo os riscos
ainda parecem manejáveis e a resiliência, relativamente alta. A maior parte dos
estados-membros tem proteções para manter a despesa, o que auxilia a estabilidade
social. Omã, que sofreu downgrade no final de 2014 para médio-alto, tem um dos
balanços mais fracos do Conselho de Cooperação do Golfo (déficit fiscal considerável
e poupanças limitadas), embora os riscos de violência política sejam baixos.
A Arábia Saudita tem capacidade financeira de suportar o preço baixo do
petróleo. Porém, se essa situação se prolongar, o país será forçado a recorrer a
recursos fiscais para manter o gasto interno (transferências para a população) e o
gasto militar, às custas do investimento em infraestrutura. A sucessão do rei
Salman deverá continuar transcorrendo sem incidentes, pois foi prevista e bem
coordenada. O rei já consolidou suas estruturas governamentais de forma a
sugerir que o governo está voltado para dentro do país e continua mantendo o
foco em segurança e estabilidade.
Emirados Árabes, Catar e Kuwait também têm fundos consideráveis e
devem ter condições de prover estímulos. No entanto, o ambiente de
operações de investidores privados estrangeiros pode se enfraquecer
com o possível aumento de impostos e taxas para cobrir falhas no
orçamento. O Bahrein continuará contando com o financiamento da
Arábia Saudita. O colapso do governo do Iêmen, embora coerente com
seu status de país com risco muito alto e estado efetivamente falido,
perpetua o risco de conflitos indiretos entre Arábia Saudita e Irã e sugere
que ele continuará sendo um refúgio para grupos terroristas.
12
2015 Political Risk Map
Ao mesmo
tempo, entre
os membros
do Conselho
de
Cooperação
do Golfo os
riscos ainda
parecem
manejáveis e
a resiliência,
relativament
e alta. A maior
parte dos
estadosmembros tem
proteções
para manter a
despesa, o
que auxilia a
estabilidade
social.
O risco político
do Irã está
intimamente
ligado às
negociações em
curso sobre seu
programa
nuclear.
Irã e Iraque, ambos com risco muito alto, não têm condições de lidar com
o preço baixo do petróleo. O Iraque, especificamente, continua
combatendo o ISIS em seu território, contando com ajuda militar externa.
Embora a reaproximação entre o governo regional do Curdistão e o
governo federal tenha sido um bom sinal, o risco político se mantém
muito alto, e o governo não tem condições de realizar o investimento em
infraestrutura necessário para expandir a produção de petróleo. O risco
político do Irã está intimamente ligado a negociações em curso a respeito
do seu programa nuclear. Nesse cenário, a possibilidade de um acordo
nuclear e redução gradual de sanções podem provocar redução do risco
político e econômico. No entanto, o Irã só conseguirá firmar um acordo se
o governo estiver disposto a não se envolver tanto na economia interna: o
setor privado do país foi sufocado por má gestão econômica, sanções e
importações fracas.
Os recursos financeiros de países exportadores de petróleo variam (reservas oficiais e ativos soberanos)
Total Foreign Assets (USD Billion, right axis)
Foreign assets per capita
140
900
800
120
700
100
600
80
500
60
400
300
40
200
20
100
0
0
Venezuela Nigeria
Iraq
Kazakhstan
Iran
Libya
Algeria
Qatar
Kuwait
Russia
UAE Saudi Arabia
Source: National central banks, IMF, Roubini Global Economics
Aon Risk Solutions
13
África subsaariana: questões
envolvendo eleições e commodities
A África subsaariana continuou registrando o maior número de downgrades
em 2015, com aumento dos riscos econômicos e políticos. No entanto, a
situação na região é heterogênea, com melhorias em países do sul do
continente contrabalançadas por debilidades em partes da África Ocidental.
O surto de Ebola acentua o ambiente empresarial já desafiador nos países mais
duramente atingidos (Guiné, Libéria e Serra Leoa). Nesses países, a qualidade
institucional já era baixa e o risco de interrupção da cadeia de suprimentos,
alto. Com a epidemia, essas vulnerabilidades se exacerbaram, causando
enorme pressão sobre governos e sistemas de saúde locais. Embora nesses
países a epidemia já tenha passado do ponto mais crítico e esteja controlada, o
dano a suas instituições se fará sentir por muito tempo.
O extremismo islâmico, amplamente representado por grupos como
Boko Haram e Al-Shabaab, continuará aumentando o risco político na
Nigéria e Somália, respectivamente, bem como em seus vizinhos
República dos Camarões, Quênia e Uganda. Como resultado, o risco de
violência política nesses países se manterá alto ao longo de 2015, mesmo
que os ataques não afetem todo o país. Investidores em regiões-chave
deverão avaliar seus riscos diretamente. Na Nigéria, a ameaça do Boko
Haram já forçou o governo a investir mais em esforços militares e
segurança do que em iniciativas públicas. Acreditamos que esses eventos
continuarão enfraquecendo a confiança pública no governo da Nigéria.
14
2015 Political Risk Map
De forma geral, o preço mais baixo das
commodities manterá altos os riscos políticos,
enquanto os riscos econômicos devem aumentar em
países produtores de commodities da região. Especificamente,
Angola, República dos Camarões, República Democrática do
Congo e Nigéria terão que se adaptar a perspectivas de receitas
muito mais fracas, o que implica em corte nas despesas,
especialmente em investimento público. O governo nigeriano
enfrentará uma situação fiscal muito difícil, e os novos
governantes terão pouco espaço para estimular o crescimento
depois que finalmente ocorrerem eleições.
Em Gana, destaca-se uma ampla deterioração, inicialmente em
instituições econômicas e agora em instituições políticas,
especialmente com risco mais alto de não-pagamento soberano. As
negociações do país com o FMI serão difíceis por conta da relutância,
por parte do governo, em realizar uma reforma fiscal ou estrutural,
bem como da falta de transparência sobre prioridades públicas.
O surto de Ebola acentuou o ambiente empresarial já
desafiador nos países mais duramente atingidos (Guiné,
Libéria e Serra Leoa). Nesses países, a qualidade institucional já
era baixa e o risco de interrupção da cadeia de suprimentos,
alto. Com a epidemia, essas vulnerabilidades se exacerbaram.
Aon Risk Solutions
15
Ásia-Pacífico: resiliente, mas com
algumas novas tensões
Apesar de algumas melhorias no Laos, a tendência no país tem sido de
estabilidade. Investidores devem ficar atentos à trajetória das reformas em
curso na China.
A Ásia acaba se beneficiando do petróleo mais barato, e apenas alguns
países (Malásia e Vietnã) sofrem com menores receitas. A situação é
especialmente vantajosa para Índia e Paquistão, mas nem mesmo a queda
do preço do petróleo trará grandes melhorias às debilidades institucionais
do Paquistão. De forma geral, os governos aproveitaram a oportunidade
para realizar algumas melhorias fiscais (redução de subsídios) e aumentar
os gastos em outras áreas (Indonésia e Índia), o que pode beneficiar a
estabilidade social e o crescimento nos próximos anos.
Os riscos de violência política tiveram ligeiro aumento na Grande China,
especificamente em Hong Kong, onde protestos refletiram insatisfação
com as mudanças políticas propostas por Pequim para enfrentar o
crescimento mais fraco. Continuamos observando atentamente a trajetória
de reformas econômicas na China, que pode desacelerar o crescimento na
tentativa de evitar outro ciclo de alavancagem. Essa transição causará
aumento no risco político, com investidores financeiros e incorporadores
imobiliários sofrendo algumas perdas e o governo assumindo algumas das
dívidas incobráveis geradas durante a farra do crédito. A ampla
intervenção governamental na China continental continuará sendo parte
fundamental do ambiente de negócios, e é provável que haja aumento da
inadimplência corporativa (especialmente dentro do mercado imobiliário)
com a maior rigidez das condições de crédito. Apesar disso, as medidas
anticorrupção sugerem que o governo está usando seu capital político
para criar um consenso para reformas.
16
2015 Political Risk Map
Disputas territoriais
Ao mesmo tempo, os conflitos
territoriais da Ásia continuarão
sendo fontes de riscos.
Disputas de fronteiras da China
com Japão, Filipinas, Vietnã e
outros aumentam o risco de
arbitragem e possíveis
enfrentamentos. Continua
difícil para os investidores
atribuir preços a esses riscos
dada a variedade de resultados
possíveis, mas eles continuam
sendo um risco-chave para a
interrupção da cadeia de
suprimentos em toda a região.
Tendências nacionalistas em
muitos países asiáticos,
incluindo a remilitarização,
apoiarão setores de defesa e
segurança, mas também
aumentarão o risco de erros em
políticas e poderão desviar
ativos de outras áreas de
enfoque, como iniciativas para
apoiar o crescimento do
consumo.
América Latina e Caribe:
melhorias modestas
Melhorias no ambiente de negócios ao longo de 2014 e a redução de riscos
econômicos na maior parte da América Latina prepararão o terreno para um
2015 mais forte, especialmente em países importadores de energia como
Jamaica, República Dominicana e El Salvador.
Os preços baixos do petróleo continuarão a prejudicando Venezuela, Equador e
Brasil, bem como Colômbia e México (não classificado), os dois últimos em
posição mais forte do que os outros. Enquanto México e Colômbia são mais
resilientes, com amplo espaço em políticas, a Venezuela, já com nível de risco
elevado, terá dificuldade para lidar com o choque. Equador e Brasil também
enfrentarão dificuldades devido aos problemas em sua combinação de políticas.
A queda das receitas do petróleo aumentará o risco de não-pagamento
soberano na Venezuela, já elevado. A capacidade do país de pagar sua dívida
depende da manutenção do financiamento da China e do Oriente Médio. Isso
causa o acúmulo de moeda estrangeira, que vem levando à escassez de bens
básicos e hiperinflação. Estes ajustes podem pressionar seus vizinhos
regionais, como Antígua e Barbuda, Dominica, Granada, Guiana e Suriname,
que contam com a Venezuela para o combustível subsidiado.
O atual
escândalo de
corrupção na
Petrobrás
contribuiu para a
inadimplência
governamental,
bem como o
atraso em
projetos de
infraestrutura e
distribuição - o
novo governo
tem que superar
uma lacuna
considerável em
credibilidade
Apesar de algumas melhorias no início de 2014, a trajetória política do
Equador está sofrendo uma recaída. O país reagiu à queda do preço do
petróleo com novas barreiras comerciais contra seus importantes parceiros
comerciais Colômbia e Peru. Embora o risco de inadimplência seja baixo com
sua dívida pequena, o país é financiado pela China, e o ambiente empresarial
pode se deteriorar com o aumento da interferência política.
O preço mais baixo do petróleo afetará as perspectivas de investimento no
Brasil, apesar de sua condição de importador de energia. As eleições não
conseguiram diminuir o risco político no país, que se elevou com a perspectiva
de crescimento baixo e a incerteza sobre a implementação de reformas fiscais
planejadas. No curto prazo, esse ajuste fiscal será prejudicial ao crescimento e à
estabilidade social. Aumentou a preocupação com o atual escândalo de
corrupção na Petrobrás, o que contribuiu para a inadimplência governamental,
bem como para atrasos em projetos de infraestrutura e distribuição novos e em
andamento. Riscos de não pagamento (inadimplência temporária) associados a
algumas empresas estatais estão aumentando, ainda que o estado brasileiro
tenha capacidade e disposição altas para cumprir as exigências de serviço da
dívida. O novo governo tem que superar uma lacuna considerável em
credibilidade, mas esperamos pequenas melhorias e alguma redução do
envolvimento do governo no setor empresarial.
Aon Risk Solutions
17
Breve descrição de cada ícone de risco
Transferência de câmbio: Risco de não
conseguir realizar pagamentos em moeda
forte como resultado da imposição de
controles locais de moeda. Este risco leva
em conta diversos fatores econômicos,
incluindo medidas de restrições aos
movimentos de capitais, o regime cambial
de facto do país e reservas cambiais.
Risco jurídico-regulatório: Trata-se do risco
de dano financeiro ou dano à reputação
como resultado de dificuldade no
cumprimento das leis, regulamentações e
códigos do país anfitrião. Este risco leva em
conta medidas de eficácia do governo,
norma jurídica, direitos de propriedade mais
abrangentes e qualidade regulatória.
Interferência política: Trata-se do risco de
intervenção do governo anfitrião na
economia ou em outras políticas, com
efeito adverso sobre os interesses
comerciais, como nacionalização e
expropriação. Este risco se compõe de
diversas medidas de riscos sociais,
institucionais e regulatórios.
Violência política: Risco de greves,
tumultos, comoção civil, sabotagem,
terrorismo, crime de dano, guerra, guerra
civil, rebelião, revolução, insurreição, ato
de hostilidade por potência beligerante,
motim ou golpe de estado. A violência
política é quantificada com medidas de
estabilidade política, paz e atos específicos
de violência.
Não-pagamento soberano: Trata-se do
risco de que um governo estrangeiro ou
entidade governamental estrangeira não
honre suas obrigações advindas de
empréstimos ou outros compromissos
financeiros. Esse risco leva em conta
medidas da capacidade e disposição de
pagar, incluindo política fiscal, risco
político e norma jurídica.
Interrupção da cadeia de suprimentos:
Trata-se do risco de interrupção da
circulação de bens e/ou serviços que
entram ou saem de um país, como
resultado de instabilidade política, social,
econômica ou ambiental.
Risco de realizar negócios: Trata-se dos
obstáculos regulatórios para estabelecer
e operar negócios no país, como excesso
de procedimentos, tempo e custo de
registrar uma nova empresa, lidar com
licenças de construção, comercializar
através das fronteiras e obter crédito
bancário com planos empresariais
robustos.
Vulnerabilidade do setor bancário: Tratase do risco de que o setor bancário
interno de um país entre em crise e não
consiga apoiar o crescimento econômico
com créditos adequados. O risco leva em
conta medidas de capitalização e a força
do setor bancário, além de itens
macrofinanceiros como endividamento
total, desempenho do comércio e rigidez
do mercado de trabalho.
Risco ao estímulo fiscal: Trata-se do risco
de que o governo não consiga estimular
a economia devido à falta de
credibilidade fiscal, diminuição de
reservas, altos encargos de dívidas ou
ineficiência do governo.
18
2015 Political Risk Map
A metodologia do mapa
Análises e achados
Contatos
Para produzir o mapa de risco político, a Aon fez uma parceria com a Roubini
Global Economics (RGE), empresa global e independente de pesquisa
fundada em 2004 pelo renomado economista Nouriel Roubini. Assim, a Aon
pôde se beneficiar da metodologia exclusiva da RGE, os insights sobre países,
para analisar o risco político no mundo todo de forma sistemática.
Matthew Shires
Head of Political Risk
[email protected]
+44 (0)20 7086 4373
O mapa de risco político da Aon usa uma exclusiva abordagem em três
camadas na análise do risco político em países emergentes (com exceção
de países da União Europeia e da OCDE).
Charles Keville
Technical Director, Political Risk
[email protected]
+44 (0)20 7086 3098
As classificações dos países refletem uma combinação de:
• Análise da Aon Risk Solutions
• Análise da Roubini Global Economics
• Opiniões de mais de 20 seguradores corporativos e consórcios do
Lloyd’s que atualmente realizam seguro de risco político.
Os insights sobre países disponíveis no mapa permitem aos clientes:
• Rastrear mudanças nos países de forma sistemática;
• Obter comparações de países mais significativas
• Desmembrar o risco de cada país de forma a ver todos os elementos que geram aquele risco específico.
Para mais informações, acesse o website da Roubini: www.roubini.com
Perigos analisados
Cada país recebe uma classificação, começando por baixo, médio-baixo, médio,
médio-alto, alto ou muito alto A pontuação reflete a gravidade do risco em cada
estado em relação aos nove principais perigos.
O mapa exibe 9 ícones de risco individuais A classificação dos países do mapa inclui
informações dos seis ícones de risco primários (transferência de câmbio, risco
jurídico-regulatório, interferência política, violência política, não-pagamento
soberano e interrupção da cadeia de suprimentos). Além disso, também são
exibidos três ícones separados (risco de realizar negócios, vulnerabilidade do setor
bancário e risco ao estímulo fiscal).
Sua intenção não é prever ameaças ou eventos globais futuros. A pontuação é
ponderada de forma a incluir uma ampla gama de variáveis de risco político.
Aon Risk Solutions
19
Sobre a Aon
A Aon plc (NYSE:AON) é fornecedor global líder de
gestão de risco, corretagem de seguros e resseguros,
bem como serviços de terceirização e soluções para
recursos humanos. Por meio de seus mais de 66 mil
colaboradores no mundo todo, a Aon se une para dar
os melhores resultados aos clientes em mais de 120
países. Para isso, oferecemos soluções inovadoras e
eficazes para risco e pessoal, além de conhecimentos
técnicos e recursos globais líderes no setor. Diversas
vezes, a Aon foi considerada por várias fontes do
mercado a melhor corretora, a melhor intermediária
de seguros, a melhor intermediária de resseguros, a
melhor gerente de cativos e a melhor consultoria para
benefícios a funcionários . Acesse aon.com para mais
informações sobre a Aon e aon.com/
manchesterunited para saber mais sobre a parceria
global da Aon com o Manchester United.
© Aon plc 2015. Todos os direitos reservados.
As informações contidas neste comunicado, bem como as
declarações feitas, são de natureza genérica e não se referem às
circunstâncias de qualquer indivíduo ou entidade. Embora
busquemos fornecer informações precisas e atualizadas e usemos
fontes que consideramos confiáveis, não há garantias de que tais
informações sejam precisas na data em que foram recebidas nem
que continuarão sendo precisas no futuro. Ninguém deverá agir com
base em tais informações sem o aconselhamento profissional
pertinente, após minucioso exame da situação específica em
questão.
Aon UK Limited é autorizada e regulamentada pela
Financial Conduct Authority.
www.aon.com/brasil
Risk. Reinsurance. Human Resources.

Documentos relacionados

Aon - Black Silver Oil Price Impacts

Aon - Black Silver Oil Price Impacts A volatilidade do mercado de petróleo serviu para reforçar ideias preexistentes sobre energias renováveis como uma fonte confiável, diz Waerseggers. Mark Potter, líder de desenvolvimento de estraté...

Leia mais

Newsletter Power Utilities

Newsletter Power Utilities A área da tecnologia continua evoluindo rapidamente, com a indústria energética entoando o mantra "grande é bom". Existem agora painéis solares concentrados que geram mais de 150 MW, campos fotovol...

Leia mais