1 1 Coríntios 6.12-‐20 Paulo passa de uma exortação quanto a

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1 1 Coríntios 6.12-‐20 Paulo passa de uma exortação quanto a
1 Coríntios 6.12-­‐20 Paulo passa de uma exortação quanto a justiça para uma exortação quanto aos cuidados do corpo. Ele inicia sua argumentação com um ditado popular dos Coríntios, e dos gregos em geral: “tudo é permitido”. Os gregos tinham um pensamento, vindo do Platonismo e que ganhou força com o gnosticismo, de que o corpo era o cárcere do espírito, e por isso eles valorizavam alma e desprezavam o corpo, que por não ter importância podia ser tratado de qualquer forma, sendo que o que se fazia com o corpo não tinha nenhum reflexo no espírito, ou no relacionamento com Deus. Paulo começa argumentando contra a distorção da liberdade cristã e sua incompreensão da natureza do corpo. Ele apresenta seus ensinamentos em forma de um diálogo com seus leitores, ao estilo de diatribe, que era familiar a eles: Proposição – Vs. 12: mas não tudo benéfico [B1] Tudo me é permitido [A1] Tudo me é permitido [A2] mas não serei dominado por nada [B2] Proposição – Vs. 13: os alimentos [A1] para o estômago [B1] não só este (o estômago) [B] Deus destruirá 2
o estômago [B ] mas também aqueles (os alimentos) [A] 2
para os alimentos [A ] Proposição – Vs. 14: o corpo (não para imoralidade sexual) [A1] para o Senhor [B1] 2
o Senhor [B ] para o corpo [A2] Deus ressuscitou o Senhor [B] Ele ressuscitará a nós [A] Proposição – Vs. 15-­‐17: [A1] Os corpos de vocês são membros de Cristo [B1] Tomaria (os membros de Cristo) e faria membros de prostitute? Nunca! [B2] Aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? [A2] Aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele [A2] 1 (por Seu poder) 12 Πάντα
pa`"
µοι
ejgwv
ἔξεστιν
e[xeimi
Adj. Nom. NP Pron. 1 Dat. S a
3 S Pres. Ind. At. todas (as coisas) à mim (ele) é permitido a
Tudo me é permitido ἀλλ̓
ajllav
οὐ
πάντα
pa`"
συµφέρει·
sumfevrw
Co. Co. Adv. Part. Neg. Adj. Nom. NP 3 S Pres. Ind. At. mas não todas (as coisas) (ele) é vantajoso (lucrativo, útil, benéfico) a
mas nem tudo é benéfico e[xeimi (éxeimi) – É permitido, possível, apropriado ou até lícito. Esse verbo denota a possibilidade ou liberdade irrestrita de ação, o direito de agir com liberdade total, a livre escolha, o exercer de direitos. A liberdade cristã (ou seja, autoridade sobre si mesmo) se alicerça no governo de Cristo e na liberdade que Cristo deu a ele do pecado, da morte e das forças malignas, e implica não só na liberdade em si, mas na liberdade para servir a Cristo. “O cristão é perfeitamente livre, senhor de tudo, não sujeito a ninguém. O cristão é um servo perfeitamente obediente de todos, sujeito a tudo” (Martinho Lutero: A Liberdade do Cristão). Ele é livre para fazer qualquer coisa; esta afirmação que originalmente foi feita pelos rebeldes e carnais de Corínto é retomada por Paulo, que reconhecia que ela estava correta. O crente tem plena liberdade de ação, porque a Lei, como barreira de proibições, foi revogada pelo ato redentor e salvador de Cristo, e porque recebeu o dom do Espírito da liberdade. Tem a liberdade e o poder de dispor de todas as coisas segundo a sua vontade, porque agora, com a glorificação de Cristo, já não existe nada sob o domínio dos “poderes”. Na prática, porém, esta liberdade que teoricamente não conhece restrições, é governada pela consideração daquilo que ajuda aos outros cristãos, ou à congregação como um todo, tendo em vista que a redenção completa ainda é vindoura. Tendo em vista que a obra escatológica de Deus ainda não foi consumada, nem nos cristãos individuais, nem nas estruturas do mundo, é importante que as pessoas tenham bom senso, levando em conta não somente a sua própria vida cristã, que ainda se apega à “carne do velho Adão”, como também a consciência dos irmãos mais fracos, para não se lançarem à liberdade irrefreada, como se a ressurreição dos crentes já tivesse ocorrido! É precisamente semelhante uso irrestrito de liberdade da pessoa que pode precipitar o cristão para uma nova servidão, da qual já foi liberto. Logo, não deve permitir que coisa alguma seja senhor dele. συµφέρω (symphérō) – Carregar ou trazer junto, levar juntamente com, ou, ao mesmo tempo que, carregar com outros, recolher ou contribuir a fim de ajudar, ajudar, ser produtivo, ser útil. Paulo usa συμφέρει, συμφέρον e τὸ σύμφορον para se referir aos lucros da vida espiritual. Há dois aspectos aqui. Aqui em 1 Coríntios 6.12 ele utiliza essa palavra para introduzir uma discussão sobre o uso adequado da corpo para o cristão. Desde que o corpo do cristão pertence ao Senhor, e é um templo de Cristo e da habitação do Espírito Santo, qualquer tipo de ato sexual ilícito está fora de cogitação. O lucro em questão aqui é a existência espiritual individual, a união de cada cristão com o Senhor e do Senhor com ele. O interesse de Paulo é o mesmo de quando ele dá conselhos sobre o casamento para os jovens de Corinto. Além disso, olhando de um ponto de vista comunitário, da igreja como um todo, é um lucro comunitário e em termos da missão da igreja quando jovens vivem em santidade. Este é outro aspecto que é muito mais proeminente em Paulo na determinação do que é rentável. συμφέρον é aquele que edifica a comunidade. O lucro do indivíduo é muito menos importante do que isso. Este ocupa o primeiro lugar para si e para o ministério apostólico de Paulo (1 Coríntios 10.33). Este é o ponto onde podemos ver mais claramente a diferença entre o que o NT considera rentável e o que os gregos e judeus consideravam rentável. A concepção suprema de que o pensamento grego era capaz era a da submersão no próprio lucro pessoal, na comunidade e no mundo. O princípio orientador 2 para o judeu era, finalmente, a realização de uma teocracia nacional determinada e delimitada. Mas, o lucro dos cristãos é Cristo, e onde Cristo está sentado à direita de Deus, a partir de onde os cristãos esperam por Ele, mas onde a sua vida já está escondida nEle, porque são ressuscitados com Ele. Daí Paulo dirige o seu pensamento e aspiração vindoura, e ele sabe por sua própria conduta, e de todos os cristãos, que nenhum outro lucro serve para construir a igreja de Deus, uma comunidade que abrange todos os escolhidos de Deus, ignorando todo status social, político e as fronteiras nacionais, que abrange tanto esta era quanto a futura, e que encontra realização na realidade da igreja local em Roma, Corinto, Éfeso e em outros lugares. Para o que é rentável para esta comunidade que subordina até mesmo ao ponto de auto-­‐
sacrificar todos os outros lucros, inclusive o indivídual. Πάντα
pa`"
µοι
ejgwv
ἔξεστιν
e[xeimi
Adj. Nom. NP Pron. 1 Dat. S a
3 S Pres. Ind. At. todas (as coisas) à mim (ele) é permitido a
Tudo me é permitido ἀλλ̓
ajllav
οὐκ
ouj
ἐγὼ
Co. Co. Adv. Part. Neg. Pron. 1 Nom. S mas não eu a
ἐξουσιασθήσοµαι
ejxousiavzw
ὑπό
τινος.
tiv"
1 S Fut. Ind. Pass. Prep. Gen. Pron. Indef. Gen. NS (eu) serei dominado de baixo de (sob) de algo a
mas eu não serei dominado por nada ἐξουσιάζω (exousiázō) – Ter poder ou autoridade, usar o poder, ser o mestre de alguém, exercer autoridade sobre alguém, ser mestre do corpo, ter plena e inteira autoridade sobre o corpo, manter o corpo sujeito à própria vontade, ser trazido sob o poder de alguém. Segundo o que aprendemos com Paulo aqui, “Liberdade”, não é algo que se busca para si mesmo, mas para os outros. A verdadeira questão não é saber se uma atitude é “permitida”, “correta”, ou se “pode ou não pode” faze algo, mas sim, se é bom, benéfico, vantajoso para o Reino, para a pregação do evangelho, se glorifica a Deus, se não vai me dominar, ou de certo modo, já não está dominando minha decisão. A conduta crista verdadeira não se baseia em se eu tenho, ou não, o direito de fazer alguma coisa, mas se a minha conduta é útil para aqueles que estão ao meu lado, para ganhá-­‐los para Jesus, ou no caso de crentes edifice-­‐los, e se vai aproximar, a mim mesmo, e aos demais de Deus. Nós não temos mais o direito de fazer o que em si é permitido, quando isso terá efeito negativo sobre os outros. Não temos mais o direito de fazer o que em si é permitido, fica claro que fazer isso terá efeito negativo sobre nós mesmos. 3 13 τὰ βρώµατα
brw`ma
τῇ κοιλίᾳ
koiliva
καὶ
ἡ κοιλία
koiliva
τοῖς βρώµασιν,
brw`ma
Nom. NP Dat. FS Co. Co. Ad. Nom. FS Dat. NP Os alimentos para o estômago e o estômago para os alimentos Aparentemente, alguns estavam usando o raciocínio desta frase para dizer que, uma vez que tais atividades físicas como comer e digerir não tinha nenhum efeito na moral cristã, semelhantemente a atividade física do sexo, não tem implicação moral ou imoral. ταύτην
ταῦτα
καταργήσει.
ὁ
δὲ
θεὸς
καὶ
καὶ
ou|to"
ou|to"
katargevw
Nom. MS Co. Co. Adv. Nom. MS Co. Co. Ad. Pron. Dem. Ac. FS (o) mas Deus não só este Co. Co. Ad. Pron. Dem. Ac. NP 3a S Fut. Ind. At. mas também aqueles (ele) destruirá Diante da primeira afirmação, supostamente outro rit teológico dos Coríntios, Paulo faz uma segunda afirmação, em oposição à primeira, nesta segunda afirmação de contraste Paulo lembra aos Coríntios que Deus julgará também o corpo, ou seja, a ressurreição exigirá a destruição deste velho corpo pecaminoso para a feitura de um novo corpo conforme Cristo (cf. I Coríntios 15.12-­‐32) e este novo corpo não precisará mais de alimentos: “Se dessa forma fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição. Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado”(Romanos 6.5-­‐7). Subjetivamente, Paulo nega expressamente a possibilidade de qualquer ação objetiva de desobediência, ou seja, a desobediência, pode tornar todos os atos divinos de libertação ineficazes por não cumprir as exigências fé somente, como por exemplo, através da manutenção do cumprimento da lei de acordo com a compreensão Judaica (Romanos 4.14), ou outras questões como a circuncisão (Gálatas 5.11). O escândalo da cruz é, portanto, privado de seu efeito, buscando uma justificação pelas obras, e não pela cruz de Cristo. Assim, a destruição dos poderes demoníacos e do homem carnal estão na obra de Cristo e não nos esforços humanos (cf. 2 Tessalonicenses 2.8). O corpo é parte do que o Senhor salvou e santificou. Portanto, devemos usá-­‐lo para a Sua glória, não para cometer atos sexuais ilícitos. Além disso, o Senhor tem um propósito nobre e um destino para os nossos corpos. Ele é para eles nesse sentido. O julgamento, que acarretará com a destruição definitiva deste corpo carnal (pecaminoso) e das obras dele, ocorrerá no arrebatamento da igreja, onde os mortos serão ressuscitados e os vivos terão seus corpos transformados, e então com novos corpos terão suas obras julgadas (1 Tessalonicenses 4.17). Sendo assim, Paulo demonstra aos Coríntios escatologicamente que o cristão tem que se preocupar com o corpo. τῇ πορνείᾳ
τῷ κυρίῳ,
τὸ
δὲ
σῶµα
οὐ
ἀλλὰ
porneiva
kuvrio"
Nom. NS Co. Co. Adv. Nom. NS Part. Neg. Dat. FS Co. Co. Adv. Dat. MS (o/a) Porém corpo não para a relação sexual ilícita mas para o Senhor καὶ
ὁ κύριος
kuvrio"
τῷ σώµατι·
sw`ma
Co. Co. Ad. Nom. MS Dat. NS e o Senhor para o corpo Esse frase expressa o fato de que pela morte e ressureição nosso corpo se tornou possessão, do Senhor, o que está indicado aqui pelo Dativo. Além disso alguém que pertence a Deus lhe serve, ou seja, nosso corpo também é para o propósito, glória e serviço do Senhor. 4 ὁ
14 δὲ
Nom. MS Co. Co. Ad. (o) Contudo θεὸς
καὶ
τὸν κύριον
kuvrio"
ἤγειρεν
ejgeivrw
Nom. MS Co. Co. Ad. Ac. MS 3 S 2 Aor. Ind. At. Deus não só ao Senhor (ele) ressuscitou καὶ
ἡµᾶς
hJmei`"
ἐξεγερεῖ
ejxegeivrw
Co. Co. Ad. Pron. 1 Ac. P 3 S Fut. Ind. At. mas também a nós (ele) ressuscitará a
o
a
a
διὰ
τῆς δυνάµεως
duvnami"
αὐτοῦ.
aujtov"
Prep. Gen. Gen. FS Pron. 3 Gen. MS por meio do poder dele a
A primeira afirmação de que “o corpo… para o Senhor” está diretamente ligada ao fato de Deus ter ressucitado a Jesus (o Senhor), pois, foi na ressurreição que Jesus venceu a morte e assim nos garantiu a ressurreição do corpo. Além disso, Jesus na ressurreição nos garantiu a possibilidade de viver a realidade da ressurreição future na vida presente, uma vida “para o Senhor”, sendo uma libertação da imoralidade sexual. Sendo que deixar de viver de maneira santa com nos corpo não só é uma escravidão em si, mas de certo modo, é com se Cristo não tivesse ressuscitado para nós, demonstrando uma fé vã: “E, se Cristo não ressuscitou, inútil é a fé que vocês têm, e ainda estão em seus pecados. Neste caso, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se é somente para esta vida que temos esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de compaixão”. (1 Coríntios 15.17-­‐19) A segunda afirmação de que “o Senhor para o corpo” está diretamente ligada ao fato de que nós um dias ressuscitaremos para estar definitivamente na presença do Senhor, com corpos glorificados aceitáveis a Ele em santidade. E todas essas coisas, tanto a ressurreição de Jesus quanto a nossa, acontecem por causa do poder de Deus que pelo seu poder no levou corporalmente a Ele, e trouxe a realidade da vida Dele à nós. “Se dessa forma fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição. Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; pois quem morreu, foi justificado do pecado. Ora, se morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos. Pois sabemos que, tendo sido ressuscitado dos mortos, Cristo não pode morrer outra vez: a morte não tem mais domínio sobre ele. Porque morrendo, ele morreu para o pecado uma vez por todas; mas vivendo, vive para Deus. Da mesma forma, considerem-­‐ se mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Portanto, não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo que vocês obedeçam aos seus desejos. Não ofereçam os membros do corpo de vocês ao pecado, como instrumentos de injustiça; antes ofereçam-­‐ se a Deus como quem voltou da morte para a vida; e ofereçam os membros do corpo de vocês a ele, como instrumentos de justiça. Pois o pecado não os dominará, porque vocês não estão debaixo da Lei, mas debaixo da graça” (Romanos 6.5-­‐14). 5 15 οὐκ
ouj
οἴδατε
oi\da
Part. Inter. 2 P 2 Perf. Ind. At. Co. Sub. Int. não? (vós) sabei que a
ὅτι
o
Paulo, como já fez anteriormente neste capítulo, inicía uma série de 3 perguntas retóricas, todas com resposta positiva, ou seja, os Coríntios já sabiam destes assuntos, mas estavam ignorando sua prática, a pergunta tem o propósito exortativo de relembrar e ao mesmo tempo impelir a uma resposta prática positiva. τὰ σώµατα
sw`ma
ὑµῶν
uJmei`"
µέλη
mevlo"
Χριστοῦ
Cristov"
ἐστιν;
eijmiv
Nom. NP Pron. 2 Gen. P a
Nom. NP Gen. MS 3 S Pres. Ind. At. os corpos de vós membros de Cristo (ele) é a
O poder da ressurreição de Jesus é tão grande que nos fez membros de seu próprio corpo, aqui «corpo» não expressa necessariamente a igreja, ainda que a idéia seja evidente, mas enfatiza a grandeza e profundidade de nossa união com Cristo, tornando-­‐nos um com Ele. ἄρας
τὰ µέλη
τοῦ Χριστοῦ
ποιήσω
πόρνης
µέλη;
οὖν
ai[rw
mevlo"
Cristov"
poievw
povrnh
mevlo"
o
Ptc. 2 Aor. At. Nom. MS tomaria Co. Co. Co. Ac. NP por acaso aos membros a
o
Gen. MS 1 S 1 Aor. Subj. At. de Cristo (eu) faria Gen. FS Nom. NP de prostituta membros Quando um cristão tem relações sexuais com uma prostituta, ele toma o que pertence a Deus e o dá a alguém. Isso é roubar a Deus. Quando um cristão se casa, isso não acontece porque Deus ordenou e aprova o casamento (cf. 7.14). Ele nos permite compartilhar nossos corpos com os nossos companheiros legais. De certo modo, como somos membros de Cristo, e Ele um conosco, por isso, quando alguém que é um membro de Cristo se une a outra pressoa num ato sexual ilícito, envolve também o Senhor naquele ato imoral. Os genitivos apontam a barbaridade desse ato, algo que é «de Cristo», ou seja, não só sua propriedade, mas parte dele mesmo, agora é entregue como propriedade de uma prostituta, e não só isso, se torna parte da prostituta, “uma carne com ela”, como afirma a sequência do texto. µὴ
γένοιτο.
givnomai
Part. Neg. 3 S 2 Aor. Opt. Med. a
Não o
(ele) aconteça (isto) Expressão idiomática que expressa forte repulsa: “que isso não aconteça de maneira nenhuma” A repulsa de Paulo a este pensamento vem graficamente através do grito: “µὴ γένοιτο” -­‐ “isso não pode acontecer!” ou “que isso não aconteça de maneira nenhuma”. Para uma pessoa unida a Cristo através da ressurreição, é impensável que ele deixe sua união ao corpo de Cristo, para trocá-­‐lo pelo corpo de uma prostituta.
6 οὐκ
ouj
[ἢ]
16 οἴδατε
oi\da
a
ὅτι
o
Co. Co. Alt. Part. Inter. 2 P 2 Perf. Ind. At. Co. Sub. Int. ou não? (vós) sabei que ὁ κολλώµενος
kollavw
τῇ πόρνῃ
povrnh
ἓν
ei|"
σῶµα
ἐστιν;
eijmiv
Ptc. Pres. Pass. Nom. MS Dat. FS Numeral Nom. NS 3 S Pres. Ind. At. aquele que se une a prostituta um corpo (ele) é a
ἔσονται
eijmiv
γάρ,
gavr
φησίν,
fhmiv
οἱ δύο
duvo
εἰς
σάρκα
savrx
µίαν.
ei|"
3 P Fut. Ind. Med. Co. Co. Exp. 3 S Pres. Ind. At. Adj. Nom. MP Prep. Ac. Ac. FS Numeral (eles) serão pois (ele) diz (declara) os dois para dentro (junto) carne uma a
a
TM .dj;a,
rc;b;l]
rc;B;
Wyh;wÒ
hy:h;
Adj. MS Prep. + MS Conj. + Perf. Qal 3 CP para carne e (eles) se tornarão uma a
LXX kaiv
ἔσονται
eijmiv
οἱ δύο
duvo
εἰς
σάρκα
savrx
µίαν.
ei|"
Co. Co. Ad. 3 P Fut. Ind. Med. Adj. Nom. MP Prep. Ac. Ac. FS Numeral (eles) serão os dois para dentro (junto) carne uma a
e Pela adição de οἱ δύο fica evidente que a citação de Paulo é direta da LXX Paulo exorta seus leitores a não pensarem a relação sexual como simplesmente uma ligação física de duas pessoas durante o momento do ato sexual. Deus vê a relação como envolvendo a pessoa como um todo, não apenas o corpo. É a partilha mais íntima que de seres humanos podem experimentar. A união espiritual ocorre. As relações sexuais afetam as condições invisíveis internas dos indivíduos envolvidos muito profundamente. Isto é o que está em vista na referência a duas pessoas que se tornam "uma só carne" em Gênesis 2.24. Por isso, é imprópria para colocar as relações sexuais no mesmo nível de importância como comer alimentos. 17 ὁ
δὲ
κολλώµενος
kollavw
τῷ κυρίῳ
kuvrio"
ἓν
ei|"
πνεῦµα
ἐστιν.
eijmiv
Nom. MS Co. Co. Adv. Ptc. Pres. Pass. Nom. MS Dat. MS Numeral Nom. NS 3 S Pres. Ind. At. (o) mas aquele que se une ao Senhor um espírito (ele) é a
Tanto aqui, como no texto anterior se referindo à prostituta, o mesmo verbo kollavw é usado, na primeira ocorrência o verbo tem uma contação sexual, indicada pelas palavras σῶµα (corpo) e σάρκα
(carne), além da citação de Gênesis 2.24 que se refere ao ato sexual nas núpcias. Na segunda menção aqui, vemos que a palavra perde a conotação sexual, pois está falando de uma união íntima de πνεῦµα (espírito). É preciso esse destaque pois algumas religiões do período e é possível que se houvesse em Corinto, viam o sexo ritual com prostitutas como sendo a própria união fisica com a divindade que se cultuava. Não é este o caso, ainda que fique claro que a união intíma espiritual com Cristo tenha profundos desdobramentos na vida sexual. Além disso, ainda que a relação sexual expressa por «uma só carne» não se refira simplesmente ao ato sexual carnal somente, tem também desdobramentos emocionais, em comparação com a união que ocorre quando duas pessoas fazem sexo, a pessoa que se une a Cristo, une-­‐se com Ele em uma união ainda mais forte e penetrante. Esta é uma união espiritual ainda mais forte. Por isso, é uma coisa muito séria para dar a uma prostituta, o que Deus tão fortemente uniu a Cristo. 7 18 Φεύγετε
feuvgw
τὴν πορνείαν.
porneiva
2 P Pres. Imp. At Ac. FS Fugi (vós) de relações sexuais ilícitas (promiscuidade) a
É interessante comparar este imperatico com as duas afirmações iniciais: «Tudo é permitido». É permitido a alguém unido com Cristo ir para a cama com alguém sem ser sua esposa ou marido? Depois de uma argumentação bem costurada, vêm duas respostas, não, nunca, de modo nenhum, e agora uma ordem expressa «fujam» desse tipo de imoralidade. Ou seja, ainda que Paulo inicialmente pareça de fato concordar com a afirmação dos Coríntios, ele vem deixando claro o que é permitido e o que não é permitido a um cristão, não pela ordem imposta da Lei Mosaica, mas por sua posição em Cristo. José do Egíto é o melhor exemplo Bíblico dessa recomendação (Gênesis 39.12). πᾶν
pa`"
ἁµάρτηµα
ὃ
o{"
ἐὰν
poihvsh/
poievw
Adj. Nom. NS Nom. NS Pron. Rel. Ac. NS Part. Modal 3 S 1 Aor. Subj. At. Nom. MS todo pecado que qualquer (ele) faça (cometa) um ser humano a
ἄνθρωπος
o
ἐκτὸς
τοῦ σώµατος
sw`ma
ἐστιν·
eijmiv
Prep. Gen. Gen. NS 3 S Pres. Ind. At. fora do corpo (ele) é a
A imoralidade sexual é diferente dos outros pecados, pois, tem sua gratificação no corpo. Ao falar de pecado fora do corpo ele está falando dos pecados que tem benefícios ou relativos a vida em si, ou um prazer deturpado na alma. ὁ
δὲ
πορνεύων
porneuvw
εἰς
τὸ ἴδιον
i[dio"
σῶµα
ἁµαρτάνει.
aJmartavnw
Nom. MS Co. Co. Ad. Ptc. Pres. At. Nom. MS Prep. Ac. Ac. NS Ac. NS 3 S Pres. Ind. At. (o) mas aquele que é imoral a
contra o próprio corpo (ele) erra o alvo (peca) O que tem uma prática sexual ilícita. Praticar sexo de maneira ilícita é mais destrutivo do que outros pecados, porque as pessoas que o praticam não pode desfazer seu ato, ele fica marcado eternamente na alma e afetará todas as futuras relações sexuais que essa pessoa vier a ter. A gula ou o alcolismo por exemplo, ainda que destrua o corpo, envolvem excesso de coisas moralmente neutras, e abstinência pode corrigir os seus efeitos de maneira definitiva. Esses outros pecados também produzem resultados fora do corpo, enquanto o pecado sexual destroi física e emocionalmente. Também é um pecado especialmente grave porque envolve a colocação do corpo, que é do Senhor (vs. 19-­‐20), sob o controle de outro parceiro ilegítimo (cf. 7.4). Nenhum outro pecado tem este resultado. Afetar duas pessoas tão profundamente ao mesmo tempo. 8 οὐκ
ouj
ἢ
19 οἴδατε
oi\da
a
ὅτι
o
Co. Co. Alt. Part. Inter. 2 P 2 Perf. Ind. At. Co. Sub. Int. ou não? (vós) sabei que τὸ σῶµα
sw`ma
ὑµῶν
uJmei`"
ναὸς
τοῦ
ὑµῖν
uJmei`"
ἐν
ἁγίου πνεύµατος
a{gio" pneu`ma
Pron. 2a Gen. P Nom. MS Gen. NS Prep. Dat. Pron. 2a Dat. P Gen. NS Nom. NS o corpo de nós templo (do) em vós Santo ἐστιν·
eijmiv
Gen. NS 3a S Pres. Ind. At. Espírito (ele) está (habita) οὗ
o{"
ἔχετε
e[cw
ἀπὸ
θεοῦ,
Qeov"
Part. Rel. Gen. NS 2 P Pres. Ind. At. Prep. Gen. Gen. MS que (vós) recebestes de Deus καὶ
οὐκ
ouj
ἐστὲ
eijmiv
ἑαυτῶν;
eJautou
Co. Co. Ad. Part. Neg. 2 P Pres. Ind. At. Pron. Refl. 2 Gen. MS e não (vós) sois de vós mesmos a
a
a
Esta última pergunta retórica aprofunda um conceito que Paulo já havia colocado anteriormente. Paulo havia ensinado que a igreja de Corinto como comunidade era um templo (1 Coríntios 3.16). Agora ele afirma categoricamente que cada cristão individualmente um templo e o Espírito Santo realmente habita em cada um desses templos: «Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo» (Romanos 8.9) ἠγοράσθητε
ajgoravzw
20 γὰρ
τιµῆς·
timhv
2 P 1 Aor. Ind. Pass. Co. Co. Ex. Gen. FS (vós) fostes comprados porque por preço a
o
τιµή (timē) – Avaliação pela qual o preço é fixado, diz-­‐se do preço em si, do preço pago ou recebido por uma pessoa ou algo comprado ou vendido. Honra que pertence ou é mostrada para alguém, pela posiçãoo e ofício que se mantém, deferência, reverência. δοξάσατε
τὸν θεὸν
τῷ σώµατι
ὑµῶν.
δὴ
ἐν
doxavzw
Qeov"
sw`ma
uJmei`"
a
a
2 P Aor. Imp. At. Part. Enf. Ac. MS Prep. Dat. Dat. NS Pron. 2 Gen. P Glorificai (vós) então a Deus em o corpo de vós A razão para glorificar a Deus no corpo e não se envolver em imoralidade sexual está enraizada em uma nova maneira de compreender a si mesmo. A Solução de Paulo para os problemas da Igreja, sejam as divisões descritas em 1.10 – 4.21, e a falta de disciplina em 5 – 6, é aproximar-­‐se novamente da cruz. 9 

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