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Frade planeta mundo
Por: Flávio Géo Fotos: divulgação e-mail: [email protected]
O Canadá ski e slow food
Mont Tremblant vista da pista
A minha última viagem ao Canadá
ocorreu em dezembro de 2005, a
convite da Air Canadá, por Evandro
Terra e Sandra Passetto, e da AMMP
Operadora de Turismo, por Ana
Mascarenhas. O objetivo inicial era de
esquiar em duas das melhores estações
de Ski do Canadá: Whistler e MontTremblant, mas foi além, pois, enquanto
deslizava nos montes gelados Canadenses
tive a oportunidade de saborear a
vanguarda da comida Slow Food.
O
movimento Slow Food, cujo símbolo é um significativo caracol, surgiu por volta de 1986 em Roma,
Itália, e segue uma filosofia voltada para a preservação da satisfação e do gosto não somente da degustação
dos alimentos, mas, também, do processo de preparação,
preocupando-se até mesmo com o cultivo dos alimentos de
forma ecologicamente correta, dando preferência, por exemplo, aos produtos orgânicos.
A primeira parada foi na cidade de Vancouver, no
oeste do país, margeando a cadeia de montanhas Coastal e
cercada por parques e jardins. A cidade, cosmopolita, tem
uma paisagem muito bonita e um de seus principais parques, o Stanley Park, funciona como um verdadeiro pulmão para os habitantes da cidade. No parque, visite uma
coleção de totens feitos pelos nativos, que conta um pouco
da história deste povo. Eles faziam alguns com figuras de
baleias, ursos e castor, para
simbolizar o respeito pela natureza. Há totens para celebrações, funerais e até guerras. As figuras eram entalhadas na madeira de acordo
com o motivo desejado e com
grandes olhos abertos e línguas pontiagudas. Este cenário exótico do passado contrasta com as modernas grandes tendas brancas que fazem
parte do complexo Canadá
Place, ao lado do Vancouver
Convention & Exhibition
O grupo em
Centre que ficam na outra
Montreal - Evandro
margem do parque. Hoje esta
Terra, Denise
construção abriga cinemas
Lichter, Ana
Mascarenhas,
IMAX com telas gigantes,
Andréa Henriques e
onde o telespectador pode
Flávio Géo
vislumbrar a sensação de ser transportado para o local das
filmagens. À noite, o jantar aconteceu em um restaurante
italiano, o II Giardino di Umberto, onde o chefe Umberto
Menghi preparou como entrada uma salada de salmão, e
como segundo prato um ravióli com crosta de parmiggiano
e trufas negras com arroz ao molho de açafrão. O prato principal foi coelho marinado e defumado na madeira de cerejeira com aceto balsâmico de Modena, a sobremesa um
semifredo primavera com frutas vermelhas. O vinho harmonizado foi um Chianti Rufina Riserva Castello Del
Trebbio 1999.
No dia seguinte, o passeio foi na Robson Street, local onde a moda realmente desfila. As melhores grifes:
Gucci, Armani, Guess, Espirit , Dolce Gabana e Versace estão à disposição. Não deixe de visitar a Chapeter´s, uma
loja de livros e CDs, que é a irmã da Fenac francesa ou Virgin
inglesa. Depois de muitas
compras, nada melhor do
que relaxar no Lounge do
hotel Fairmont e pedir um
dos cocktails comemorativos
de cada década da história do
hotel. Eu experimentei o da
década de 50, o the Blond
Bombshell
(Moet
&
Chandon, 1 oz Raspberry
Vodka, Grand Marnier e 2
raspberries congeladas). A
noite foi coroada com um
jantaràá base de frutos do
mar no legendário restaurante Joe Fortes.
No dia seguinte, partida para a estação de Ski de
Whistler, hospedagem no
Resort Quest, típico hotel de
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Totens
Mont Tremblant a vila à noite
Tremblant. Logo na chegada tivemos a sensação de estar
chegando em um presépio ou uma grande loja de brinquedos. A cidade é toda feita de casinhas coloridas e a neve
cria um cenário único. As ruas pequenas, com lojas e decoração de Natal, coroavam o cenário encantador. Após mais
um dia esquiando, o tempo não cooperou muito, estava
muito frio, 17º abaixo de zero e pouca visibilidade. Mas houve uma compensação. No final do dia, ganhamos massagem no AmeriSpa, do hotel Fairmont. Massagem diferente, onde o massagista posiciona os jatos de 7 chuveiros de
diferentes formatos e pressões em cima do seu corpo. Sensação é única!
No retorno, tive uma surpresa desagradável,
mas ao mesmo tempo hilária (depois que passou o susto).
No ônibus de Mont Tremblant, a caminho do aeroporto de
Montreal para voltar ao Brasil, apesar de estar um pouco
sonolento fui tragado pela paisagem. De repente, porta do
bagageiro do ônibus abriu e como um foguete vermelho
minha mala foi lançada na estrada, chocou-se contra um
carro, abriu-se como uma flor e todos os meus pertences
foram atirados como fogos de artifícios na paisagem gélida
e cinza. Naquele instante, achei que estava tendo uma visão, e, de volta á realidade, gritei em vão para o motorista:
"Pare este ônibus!". Logo, corrigi e falei a mesma frase em
francês. O motorista, atônito, não entendia o que havia acontecido. Fiquei surpreso quando todos os passageiros do ônibus, mesmo a 17º abaixo de zero, desceram e ajudaram a
recolher minhas coisas. A minha mala foi a única arremessada do ônibus. Fui reembolsado pela transportadora com
uma mala nova, mas perdi alguns itens que somavam valor considerável. Mas ganhei uma história, e mais do que
isto, a certeza de saber que posso contar com pessoas estranhas em momentos difíceis. E isso não tem preço.
esqui. O quarto tem dois andares. No primeiro, uma sala,
copa e cozinha, com destaque para a varanda com banheira de hidromassagem que fica ligada 24 horas. É uma ótima pedida entrar nesta banheira após um dia esquiando
para relaxar e descansar os músculos.
Para esquiar e aguçar os sentidos, coloque os óculos, luvas, botas, bastões e não esqueça o I-pod. Esquiar escutando uma boa música realmente é um complemento entre a visão e a audição, pois as paisagens de tirar o fôlego se
completam com um repertório musical que deve ser escolhido com carinho.
O grupo foi recebido por
dois embaixadores do esqui, um
casal simpaticíssimo que nos
acompanhou em todas as montanhas como verdadeiros anfitriões. Como eles vivem naquelas
montanhas, souberam onde no
levar para esquiar em lugares
inusitados, que para esquiadores
que não conhecem passa despercebido. À noite, a cidade, que parece um cenário de filme, ferve,
Sobremesa do Restaurante
Slow Food Aprés
com bares e restaurantes para todos os gostos. Adepto do slow
food, pude apreciar a cozinha do chef Eric Vernice, no restaurante Après. O chef nasceu em Lyon, França, e trabalhou no restaurante De Troisgros, em Roanne. O jantar foi
um cappuccino de trufas brancas com queijo parmesão, seguido de atum cortado em cubinhos com queijo de cabra
trufado, aspargos, queijo pecorino e vinagrete Rosemary
com molho soya. Como segundo prato, linguado assado
na chapa de pedra com risotto de açafrão. O prato principal foi um bacalhau crocante do Alasca com emulsão de
ervas ao aioli. E a sobremesa, carpaccio de manga e abacaxi
com molho taitiano de baunilha e tempura de creme Brulée.
Cada prato decorado bem exótico. Outros restaurantes visitados: Araxi, na praça principal, e o Barfoot Bistrô.
A próxima parada foi na cidade de Montreal, já no
lado Leste do Canadá, uma cidade animada que, apesar do
frio constante, é cheia de vida. Apresenta bares com música ao vivo e gastronomia de primeira qualidade. Grande
atração na cidade são os 28 km de underground, que interligam shoppings, estações de trem, museus, escritórios, pistas de patinação no gelo e lojas. É como se uma outra cidade existisse abaixo de Montreal.
A última parada foi na estação de esqui de Mont
Whistler Gondola
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