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Organização estrutural do som de chamado em uma assembléia de grilos no extremo sul do Rio Grande do Sul (Orthoptera, Gryllidae, Oecanthinae) Alexandre S. Neutzling1; Gabriel L. Oliveira2; Darlan R. Redü1; Luciano P. Martins3; Edison Zefa1 1 Departamento de Zoologia e Genética, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Pelotas, Campus Universitário Capão do Leão s/n, Capão do Leão, Brasil; 2 Departamento de Biologia Geral, Laboratório de Orthopterologia, Universidade Federal de Viçosa, Av. PH Rolfs,s/n, Viçosa, Brasi, [email protected]; 3 Coordenação de Biodiversidade, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Av. André Araújo, 2936, Manaus, Brasil. Os grilos apresentam um repertório diversificado relacionado a comportamentos distintos. O som de chamado é o sinal acústico mais conspícuo dentre os Grylloidea, sendo produzido pelos machos para atrair as fêmeas para o acasalamento. Espécies que estridulam no mesmo local e horário apresentam estratégias para evitar interferência entre sinais. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o som de chamado de uma assembleia de grilos para determinar como os sinais estão organizados de acordo com os ritmos e freqüências. Os resultados foram obtidos a partir de registros sonoros realizados das 20h às 23h, em plantação de tabaco e vegetação adjacente no município de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, 31º17’39.43’’S, 52º09’02.76’’W, de dezembro a março de 2011/2012. Os sons foram gravados com Gravador Nagra E, microfone Sennheiser K6/ME80A e analisados no software Avisoft-SASlab Light. Para a análise sonora foram considerados a freqüência dominante e o ritmo de emissão das notas (trill, emissão contínua; chirp, emissão intermitente). Registramos de duas a cinco espécies de grilos estridulando simultaneamente, sem sobreposição de frequências (5160 Hz, chirp; 4560 Hz, chirp; 3530 Hz, trill; 3180 Hz, chirp e 2670 Hz, trill) e observamos sincronismo no som de chamado de duas espécies de Oecanthus. Neste caso, um indivíduo emite os chirps no intervalo mudo entre os chirps emitidos por outro indivíduo. O foco das gravações ocorreu no limite de uma plantação de tabaco com a vegetação nativa. Embora o local seja antropizado, observamos que a organização temporal e da frequência do som de chamado foi semelhante ao que ocorre nas assembleias de grilos de florestas tropicais de latitudes baixas. Palavras-chave: Grylloidea; sinais acústicos; espécies simpátricas. Apoio/financiamento: CNPq; CAPES; FAPEMIG.