Jack Ladenson - Clinical Chemistry
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Jack Ladenson - Clinical Chemistry
Clinical Chemistry Mentes Inspiradoras Preparado por Misia Landau Jack Ladenson Um garoto amadurecendo na década de 50 teria tido grande dificuldade para resistir aos romances de Horatio Hornblower. Ambientados durante as guerras Napoleônicas, as histórias, que começaram a aparecer em 1938, combinam uma extensa aventura nos mares abertos com uma jornada no interior: o surgimento de Hornblower do marinheiro inseguro até o brilhante almirante que, várias vezes, salva o dia e contudo raramente pensa em si próprio como todos aqueles que são heróis. Jack Ladenson, que nasceu em 1942, ainda lê a série. "Hornblower muda de um garoto para um homem. Seus fundamentos não mudam, mas você o observa evoluir como pessoa," diz Ladenson, o Professor de Química Clínica de Oree M. Carroll e Lillian B. Ladenson na Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis. Alguns podem dizer o mesmo de Ladenson. Ele fez algumas das mais importantes descobertas na história da química clínica, ele possui todas as principais premiações no campo, ele treinou alguns dos seus mais brilhantes astros, ele possui uma cátedra estabelecida, e ajudou a criar duas outras. Contudo Ladenson, imponente na aparência e estatura, mantem um quase ultrapassado senso de modéstia. De fato, é tentador comparar a história da vida de Ladenson com o conto de Hornblower — o surgimento de começos humildes, o chamado para liderança, as missões de salvamento — justamente como poderíamos detectar a textura do caráter de Ladenson na humildade de Hornblower e sua misteriosa capacidade de resolver problemas. "Nós frequentemente tentamos fazer com que os estudantes vejam a floresta por intermédio das árvores," diz Mitchell Scott, um ex-aluno e um colega de longa data de Ladenson na Universidade de Washington. "Jack não apenas vê a floresta, ele vê através dela. Ele pode pegar uma situação e desenvolver soluções antes que elas estejam claras para qualquer outra pessoa." Um caso em questão: No fim da década de 70, pesquisadores estavam se esforçando para desenvolver um teste que rapidamente e precisamente pudesse dizer se um ataque cardíaco tinha ocorrido. Ladenson, trabalhando com colegas, partiu para encontrar tal teste, uma árdua procura que culminou no desenvolvimento do teste do anticorpo monoclonal da creatina quinase-MB (CK-MB). Durante os anos se- guintes, ele ajudaria a transformar o campo da cardiologia com o desenvolvimento de mais 2 testes de ataques cardíacos, a troponina 1, agora o padrão ouro, e a mioglobina. É claro, Ladenson minimiza essas conquistas. "Você tem um plano e você tem que ter confiança para simplesmente tentar. Se algo não der certo, e daí? Você tenta algo diferente," ele diz. "Portanto o que é isso, tenacidade? Eu acho que provavelmente eu possua isso." Pouco na bagagem de Ladenson sugeria que ele empreenderia tal jornada. Ele cresceu na Filadélfia, o único filho homem de um vendedor Ucraniano e uma dona de casa Americana, num lar que ele chama de "Judeu solto." Suas irmãs eram significativamente mais velhas, contudo ele não foi um filho mimado. "Quando eu tinha cerca de 11 ou 12, eu tive uma mesada mas eu queria algo que desse mais dinheiro. Meus pais disseram não, " ele se lembra. "Então eu saí, atravessei a rua até uma velha drogaria, e consegui um emprego como um vendedor de refrigerantes. Talvez esse tenha sido o meu primeiro começo para ser independente." Aquela independência seria forjada de maneiras inesperadas. Após 4 anos medíocres no Penn State — " Eu teria que ser chamado de uma pessoa de evolução tardia porque eu não levei a faculdade muito a sério"— e um breve período na Guarda Nacional, ele entrou no programa de graduação em química analítica na Universidade de Maryland. Seu conselheiro dirigia um laboratório que deixava os estudantes por conta própria. "Em retrospectiva, foi uma coisa muito boa para mim," Ladenson diz. A escola de graduação foi boa de outras maneiras. Lá Ladenson conheceu sua futura esposa, Ruth, uma colega estudante de química. Em 1970, o casal se mudou para o Hospital Hartford, onde Ladenson se tornou a primeira pessoa com pós-doutorado em química clínica, e dois anos mais tarde, se mudaram para a Universidade de Washington, onde ele se uniu à faculdade. Ele tem estado lá desde então. Clinical Chemistry Mentes Inspiradoras Preparado por Misia Landau Foi durante seus anos iniciais lá que Ladenson partiu para encontrar o anticorpo CK-MB, uma procura que alguns consideravam quixotesca por causa das dificuldades técnicas envolvidas. “Eu me lembro bem de uma conversa telefônica onde eu lhe disse que isso não funcionaria. Eu teria sido um colega de segundo ano," Scott recorda. Que um estudante pudesse oferecer tamanha crítica aguçada, e tão casualmente, refletir no estilo de ensino de Ladenson. "Ele sempre estava tentando aprender mais comigo," diz David Bruns, professor de patologia na Universidade de Virginia e um ex-aluno. "Ele deixa você descobrir," diz Scott. Ladenson, que obviamente se orgulha de seu programa de treinamento em química clínica, o maior no campo, define seu estilo de ensino como segue: "Não é para fazer alguém um clone meu. É tentar pôr os estudantes num pequeno grupo para ver como eles estão pensando sobre um problema específico em vez de tentar mudar sua maneira de pensar. As pessoas vêm de diferentes meios — esse é o motivo pelo qual você tem que deixá-los aprender da maneira que eles se sintam confortáveis". A ênfase de Ladenson na individualidade é evidente em sua própria personalidade. Ele ostenta uma longa barba não aparada e geralmente se recusa a usar gravata, até mesmo no casamento de sua filha. Em um jantar em sua honra, ele foi presenteado com uma jaqueta feita com as mais extravagantes gravatas que seus colegas puderam encontrar. "Foi a única vez que alguém o viu usar uma gravata — ele estava realmente gracioso com ela," Bruns relembra. Contudo geralmente é Ladenson que faz as brincadeiras. Ele tem um senso de humor malicioso, sob todos os aspectos. "Humor que é usado muito rapidamente," diz Bruns. Em 1996, por sugestão de um ex-residente, Ladenson foi convidado pelo fundador do Patologistas Ultramarinos para resolver o problema de melhorar os serviços médicos na Eritréia, o que não era uma tarefa fácil considerando sua falta de recursos. "Nós tivemos a idéia de criar um laboratório de referência para todo o país," ele diz. Ele estendeu o plano para Butão em 2000 e continuou a trabalhar lá e na Eritréia. Ladenson ainda viaja para ambos os países pelo menos uma vez por ano. Adicione a isso viagens para o Texas e Marrocos para visitar sua filha, Michele, e o filho, Jeff, e o crescente grupo de netos, e é maravilhoso que ainda haja tempo para uma rotina doméstica diária. Contudo ele tem uma. De pé às 5:30, ele leva para passear um de seus dois labradores dourados, toma café, e está no seu trabalho por volta das 9. Nos velhos tempos, ele costumava andar de bicicleta ou caminhar grande parte do caminho, para espanto de seus estudantes aflitos. "Eu era um residente entusiasta, ocupado a todo o momento. Então eu perguntei ‘Mas no que você pensa quando você está caminhando todo aquele tempo?’ Eu pensei que ele diria algo sobre o trabalho," disse Bruns. "‘Oh,’ ele disse, ‘ Eu vejo um pássaro, eu penso sobre o pássaro. Eu vejo uma árvore, eu penso sobre a árvore.’ Há algo nisso. Ele se concentrará numa questão específica e as idéias virão para ele. Mas ele está sempre perguntando, ‘ O que você pode fazer para ajudar o paciente? ’" Patrocinado pela Divisão de História da AACC e o Departamento de Medicina Laboratorial, Hospital Infantil de Boston Preparado por Misia Landau e-mail [email protected] “This article has been translated with the permission of AACC. AACC is not responsible for the accuracy of the translation. The views presented are those of the authors and not necessarily those of the AACC or the Journal. Reprinted from Clin Chem, 2008; 54 no. 3 613614, by permission of AACC. Original copyright © 2007 American Association for Clinical Chemistry, Inc. When citing this article, please refer to the original English publication source in the journal, Clinical Chemistry.” “Este artigo foi traduzido com a permissão da AACC. AACC não é responsável pela acurácia da tradução. Os pontos de vista apresentados são aqueles dos autores e não necessariamente os da AACC ou do Jornal. Reimpresso da ClinChem, 2008; 54 no. 3 613-614, por permissão da AACC. Cópia original © 2007 American Association for Clinical Chemistry, Inc. Quando citar este artigo, por favor refira-se à fonte de publicação original em inglês na revista,Clinical Chemistry.”
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