Edição 1 - Novembro de 2015
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Edição 1 - Novembro de 2015
Edição 1 - Novembro de 2015 Brasil: Governo encaminha ao Congresso alteração na LDO de 2016 incluindo CPMF No embalo das vitórias conseguidas no Congresso nos últimos dias, o governo encaminhou alteração à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, incluindo a CPMF na previsão de receitas. O governo estima um impacto líquido positivo na arrecadação de R$ 24 bilhões com a contribuição. Na proposta enviada ao Congresso, foram feitas simulações do impacto arrecadatório da CMPF, dependendo de quando o tributo começar a ser cobrado. Caso a CPMF seja aprovada em fevereiro e a cobrança comece em junho, a arrecadação já cairia para R$ 18,5 bilhões. No pior cenário, com aprovação do tributo em agosto, a melhora nas receitas seria de apenas R$ 1,9 bilhão. Fonte: LCA Consultores Fitch sinaliza que perda de grau de investimento pode ocorrer antes do esperado Segundo a diretora sênior da Fitch responsável pela América Latina, Shelly Shetty, a perspectiva negativa da classificação indica que a chance de perda do grau de investimento do rating soberano do Brasil supera 50% e pode ocorrer de 12 a 18 meses. Entretanto, Shelly afirmou que, com uma piora adicional da economia, por conta da deterioração mais acentuada das contas fiscais, da escalada da dívida bruta e das dificuldades extras de governabilidade, o rebaixamento da classificação de risco brasileira poderá ocorrer antes. O cenário econômico da Fitch prevê que o PIB encolherá 3% este ano e 1% em 2016. Fonte: LCA Consultores Em Pequim, Kátia Abreu pede avanço do acordo comercial entre Mercosul e China Em reunião com o ministro da Agricultura da China, Han Changfu, a ministra Kátia Abreu destacou a necessidade de o Mercosul e o país asiático avançarem em um acordo de preferências tarifárias. A ministra esteve em missão oficial a Pequim, onde anunciou a habilitação de sete novas plantas frigoríficas para exportação de carnes bovina, suína e de aves para a China. O país foi o último visitado pela delegação brasileira na viagem à Ásia, que antes passou pela Arábia Saudita, pelos Emirados Árabes e pela Índia. “Precisamos avançar em um acordo de preferências tarifárias. Hoje a corrente de comércio entre Brasil e China soma US$ 78 bilhões e poderemos chegar a US$ 100 bilhões rapidamente. Um acordo entre nossos países seria um grande acontecimento”, afirmou Kátia Abreu ao ministro chinês, que manifestou apoio à iniciativa. Fonte: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento EUA: Aumento dos riscos na Europa e no Japão pode pesar na decisão do FED de iniciar a elevação de juros em dezembro As estatísticas recentes apontando acomodação do crescimento da economia chinesa têm contribuído para moderar a volatilidade nos mercados globais de ativos e moedas, sobretudo os emergentes. Isso tende a aliviar as preocupações do FED quanto aos efeitos dos “desenvolvimentos internacionais” sobre a economia norte-americana, reafirmando a perspectiva de que a autoridade norte-americana iniciará o processo de normalização de sua política monetária na reunião agendada para meados de dezembro. Com efeito, diante dos riscos de baixa para a atividade e a inflação, o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) vêm ensaiando reforçar seus estímulos monetários – ações no sentido oposto às que o FED vem acenando implementar nos EUA, que poderiam recrudescer a tendência de valorização mundial do dólar. Fonte: LCA Consultores 2 Edição 1 - Novembro de 2015 Figura 1 – Evolução das expectativas de mercado para 2015 – crescimento do produto, taxa de inflação e câmbio Fonte: Relatório Focus/Banco Central do Brasil (2015), elaboração CNA Cenário para 2015: Maior queda do PIB brasileiro (-3,15%) real depreciado (R$ 3,95) e aceleração da inflação (10,33%). Atividade Econômica (novembro/2015) Em 2015, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deve ser negativo em 3,15%. Há 4 semanas, a queda estimada era de 3,0%. O Boletim Focus, do Banco Central do Brasil, indica maior queda na taxa de crescimento do PIB em 2015, medida do grau de atividade do país. A expectativa do mercado em relação aos investimentos estrangeiros diretos melhorou, chegando a US$ 62,8 bilhões. Houve crescimento significativo em relação ao saldo da balança comercial: US$ 14,95 bilhões para 2015 e US$ 30,55 bilhões para 2016. Projeções Macroeconômicas PIB (% ao ano) Taxa de câmbio - fim de período (R$/US$) Taxa SELIC - fim de período (% ao ano) IPCA (% ao ano) Dívida líquida do setor público (% do PIB) Produção industrial (% crescimento) Saldo em conta corrente (US$ bilhões) Investimento estrangeiro direto (US$ bilhões) Balança Comercial (US$ bilhões) Fonte: Relatório Focus/Banco Central do Brasil (20/11/2015). Produto Interno Bruto do Agronegócio (julho/ 2015) O PIB do agronegócio calculado para julho/2015 registrou crescimento de 0,09% em relação a junho/2015. Mas a variação calculada para o acumulado do ano, janeiro a julho, mostra queda de 0,34%. A variação negativa é explicada pelas quedas observadas nos segmentos do setor primário, indústria e serviços, de 0,88%, 0,38% e 0,16%, respectivamente. O único segmento do agronegócio que apresentou crescimento em 2015 foi o de insumos: 0,62%. A renda do agronegócio brasileiro, estimada com base no primeiro semestre de 2015, é de R$ 1,23 trilhão, sendo Fonte: CNA; Cepea/USP (2015). 2015 2016 -3,15 3,95 14,25 10,33 35,50 -7,50 -64,35 62,80 14,95 -2,01 4,20 13,75 6,64 40,00 -2,00 -39,10 59,00 31,78 3 Edição 1 - Novembro de 2015 R$ 833,71 bilhões (67,5%) referentes ao ramo agrícola e R$ 397,96 bilhões (32,5%) ao pecuário (a preços de 2015) . O PIB do agronegócio calculado para julho/2015 registrou crescimento de 0,09% em relação a junho/2015. Mas a variação calculada para o acumulado do ano, ja- neiro a julho, mostra queda de 0,34%. de insumos: 0,62%. A variação negativa é explicada pelas quedas observadas nos segmentos do setor primário, indústria e serviços, de 0,88%, 0,38% e 0,16%, respectivamente. O único segmento do agronegócio que apresentou crescimento em 2015 foi o A renda do agronegócio brasileiro, estimada com base no primeiro semestre de 2015, é de R$ 1,23 trilhão, sendo R$ 833,71 bilhões (67,5%) referentes ao ramo agrícola e R$ 397,96 bilhões (32,5%) ao pecuário (a preços de 2015)1. Valor Bruto da Produção Agropecuária (setembro/2015) O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de 2015, estimado com base nos preços e na estimativa de produção de setembro/2015, é de R$ 526,3 bilhões, aumento de 7,8% em relação ao VBP da agropecuária de 2014. Estima-se que o faturamento do setor agrícola deva chegar a R$ 327,2 bilhões, valor 6,9% superior ao registrado em 2014. O VBP da pecuária deverá atingir, em 2015, R$ 199 bilhões, o que representa alta de 9,4% na comparação com o faturamento do segmento em 2014. Agropecuária = Agricultura + Pecuária Câmbio (novembro/2015) Em 2015, o processo de depreciação do Real frente ao dólar e ao euro tem acelerado. Apesar da intensa desvalorização da moeda brasileira, no mês de novembro o Real voltou a apresentar valorização. A cotação em relação ao euro e ao dólar fechou, até 20 de novembro, em R$ 3,95 e R$ 3,70, respectivamente. No mês, as quedas observadas foram de 5,78% para o euro e 3,33% para o dólar. Segundo a LCA Consultores, é possível inferir destes números que a perda de valor de nossa moeda esteve relacionada a fatores domésticos, principalmente devido à deterioração das contas públicas brasileiras. Para a consultoria, o dólar deve fechar 2015 em R$ 4,00. Fonte: Banco Central do Brasil/ LCA Consultores (2015) *Dados após outubro de 2015 se referem as previsões calculados pela LCA A série histórica apresentada em relatórios mensais é continuamente atualizada, considerando-se a inflação registrada pelo Índice Geral de Preços (IGP) de janeiro até o mês de referência do texto, frente ao mesmo período do ano anterior. 1 4 Edição 1 - Novembro de 2015 Balança Comercial (outubro/2015) A balança comercial do agronegócio em outubro/2015 apresentou superávit de US$ 6,7 bilhões, saldo 3,4% maior em relação ao mesmo período de 2014. Entre os blocos comerciais, a Ásia continua sendo o principal destino dos produtos do agronegócio brasileiro, totalizando US$ 3,2 bilhões em outubro. As importações da União Europeia somaram US$ 1,6 bilhão, seguidas pelo Nafta (US$ 768,9 milhões), Oriente Médio (US$ 666,8 milhões) e África (US$ 563,5 milhões). No mês passado, as exportações do agronegócio brasileiro foram lideradas pelo complexo soja (US$ 1,63 bilhão), carnes (US$ 1,22 bilhão), cereais, farinhas e preparações (US$ 979,1 milhões), produtos florestais (US$ 969,2 milhões) e complexo sucroalcooleiro (US$ 863,3 milhões). A soma das exportações desses cinco principais setores foi de US$ 5,65 bilhões, ou 72,7% do total exportado de produtos do agronegócio. No acumulado do ano, o saldo da balança comercial do agronegócio apresenta superávit de US$ 63,5 bilhões, resultado 8,9% inferior ao saldo apresentado no mesmo período de 2014. As exportações reduziram 10,9%, e as importações, 20,6% na comparação com o acumulado de 10 meses em 2014. Fonte: Alice Web/MDIC (2015). Índice de Confiança do Agronegócio (3º trimestre/2015) O Índice de Confiança do Agronegócio chegou a 82,4 no terceiro trimestre de 2015, queda de 0,5% em relação ao trimestre anterior, e de 7,7% na comparação com o mesmo período de 2014. Um valor do índice abaixo de 100 indica pessimismo do mercado. Destaque para o índice para o produtor agropecuário, de 85,9, o melhor resultado, e antes da porteira2, 73,3, o pior resultado. 2013/4 2014/1 2014/2 2014/3 Índice de confiança do agronegócio 104,4 102,7 91,8 89,3 2014/4 2015/1 2015/2 2015/3 Período 109,8 101,9 94,1 78,7 Produtor Agropecuário 97,4 97,1 93,7 93,3 109,3 108,7 88,9 89,7 93,5 88,6 97,5 91,6 85,5 82,8 82,4 73,6 66,0 73,3 87,7 86,6 85,9 88,1 85,8 82,7 Antes da porteira Depois da porteira Fonte: FIESP/OCB (2015) O setor de antes da porteira é composto pela indústria de fertilizantes, máquinas e implementos, sementes e defensivos, nutrição e saúde animal, cooperativas, revendas, bancos, entre outros 2 5 Edição 1 - Novembro de 2015 Juros (novembro/2015) Segundo a LCA Consultores, na quarta-feira (25), haverá a conclusão da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa Selic será mantida nos atuais 14,25% e esta decisão está amplamente antecipada pelo mercado e embutida nos preços, de forma que o mais importante será o teor do comunicado. À medida que as expectativas de inflação para o ano que vem ameaçam superar o teto da meta, de 6,5%, cresce a dúvida sobre a disposição do BC de tentar evitar, por mais um ano e em meio a uma severa recessão, a perda da meta de inflação. Fonte: Banco Central do Brasil/ LCA Consultores (2015). Taxa de Desemprego (outubro/2015) Em outubro/2015, a taxa de desemprego alcançou 7,9%, maior valor para o período desde 2007. Em relação ao mês anterior, o desemprego cresceu 0,3 ponto percentual. Na comparação com outubro/2014, cresceu 3,2 pontos percentuais, o que representa 68,1% de aumento no desemprego em 12 meses. Para os dez primeiros meses de 2015, a taxa de desemprego acumula um crescimento de 2,6 pontos percentuais. Fonte: IBGE (2015). Produção Industrial (setembro/2015) Segundo a Pesquisa Industrial Mensal (PIM-IBGE), a produção industrial brasileira reduziu 10,8% em setembro/2015, na comparação com o mesmo período em 2014. A indústria de transformação apresentou expansão de 12,5% no mesmo período e a indústria extrativa cresceu 2,5%. Para a LCA, dois acontecimentos extra econômicos farão com que a produção da indústria extrativa mineral, mensurada pelo IBGE, apresente evolução negativa no último biênio do ano: a greve de funcionários da Petrobras e, principalmente, o rompimento de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco. Os dois eventos ainda não foram adicionados ao modelo de previsão para 2016. Fonte: LCA Consultores (2015). 6 Edição 1 - Novembro de 2015 Vendas no Varejo (setembro/2015) O volume de vendas no varejo em setembro/2015 caiu 6,2% em relação a setembro/2014, enquanto o faturamento cresceu 1,8% no mesmo período. A LCA Consultores projeta, para dezembro/2015, queda de 5,1% no volume de vendas e aumento de 5,3% no faturamento. A expectativa para 2016 é que o volume de vendas volte a crescer a partir de julho de 2016, para 1,3%. Em 2015, a elevação do faturamento em 2015 está ligada ao aumento dos preços no ano. Segundo cálculos da LCA, os preços no varejo subiram de 0,57% em outubro para 0,78% em novembro, com destaque para alimentação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, transportes e comunicação. Boletim Macroeconômico é elaborado pelo Núcleo Econômico da Superintendência Técnica da CNA. Reprodução permitida desde que citada a fonte Fonte: LCA Consultores (2015). CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL SGAN - Quadra 601 - Módulo K CEP: 70.830-021 Brasília/DF (61) 2109-1419 | [email protected]