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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA CURSO DE HISTÓRIA – CAMPUS SÃO GONÇALO GEA – GRUPO DE ESTUDOS DA ANTIGUIDADE III SEMANA DE EGIPTOLOGIA DO MUSEU NACIONAL 30/11/2015 A 04/12/2015 TCC - Morte e vida no antigo Egito: a construção do imaginário de um mundo para as almas dos mortos e seus suportes – o livro dos mortos como estudo de caso Lorena Mendonça Aleixo Baltazar SOBRE O TEMA HIPÓTESES - Mostramos aqui o resultado de um trabalho apresentado em 2010 ao curso de História da UNIVERSO, como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em História. No trabalho foi discutida a concepção de morte no antigo Egito, juntamente com a construção da ideia de imortalidade da alma e visão de um mundo melhor na pós-morte, difundida a partir do Novo Reino através da visão de mundo que nos foi fornecida por alguns dos exemplares do chamado “Livro dos Mortos”. - A partir da concepção exposta retro, construímos nossa hipótese com base no pensamento religioso e nas crenças evidenciadas através dos ritos funerários e de suas representações. Consideramos que os egípcios concebiam a existência de uma pós-vida, em um lugar especial reservado para as almas, num espelho da vida terrena, corroborando a sua continuidade, e que haviam “ferramentas” para que isso ocorresse, sendo o Livro dos Mortos uma delas. OBJETIVOS METODOLOGIA - Discutir a concepção de morte no antigo Egito. - Construir uma ideia de imortalidade da alma e visão de um mundo melhor na pósmorte. - Desmitificar o fato de que os egípcios eram obcecados pela morte, a partir da construção de uma nova visão acerca da mesma, a partir também de uma nova visão sobre os ritos funerários praticados pelos antigos egípcios em razão ao amor pela vida e pela busca incessante da imortalidade da alma. JUSTIFICATIVAS - O que nos impulsionou a escolher esse tema foi a necessidade de entendermos como ocorreu a construção do imaginário egípcio, principalmente no que diz respeito à existência de um mundo para as almas dos mortos e o reflexo que isso ocasionava na sociedade do Antigo Egito, basicamente entre a XVIII e XIX Dinastias, período compreendido no que é conhecido como Novo Reino. - Outro ponto que tornou justificável este trabalho foi o fato dos textos sobre este tema estarem circunscritos ao meio acadêmico, o que tenderia a tornar viável nossa pesquisa. PROBLEMAS - Apesar dos egípcios possuírem técnicas aperfeiçoadas de mumificação objetivando a preservação do corpo, fato justificado pela crença de que o esse corpo seria usado na “outra vida” como imagem representativa, muitos afirmam que eles seriam obcecados pela morte, que seus ritos funerários faziam parte da adoração que os mesmos tinham pela morte, fato que precisa ser repensado e discutido com clareza. - Apoiado em pesquisas bibliográficas, o trabalho teve como ponto inicial a obra “O livro egípcio dos mortos” de E. A. T. Wallis Budge. Apesar de hoje sabermos de traduções mais adequadas, como a de Raymond O. Faulkner, por exemplo, além de outras obras e artigos sobre o tema, ao tempo de desenvolvimento da pesquisa (2009/2010) não tivemos acesso a esses textos, o que implica necessidade de aprofundarmos a pesquisa em momentos futuros, talvez em um Mestrado. Trabalhamos dentro do campo da História das Ideias e das Mentalidades. CONCLUSÃO - O homem sempre teve problemas com o que lhe é reservado após a morte. O medo do desconhecido, do inevitável, pode ter levado os egípcios a construírem um imaginário post mortem rico em detalhes. O Livro dos Mortos não só aparecia como um formulário que garantiria à alma do morto a sua chegada segura ao “outro mundo”, mas também serviria como uma base de conforto para as dúvidas e angústias dos egípcios, um veículo que mostrava o paraíso pessoal que os aguardava no pós-vida, e no qual eles poderiam fazer tudo o que estavam acostumados em vida. - Assim, o Livro dos Mortos serviria para guiar a alma do defunto no submundo, prevenindo-o contra os abismos nos quais pudesse cair, os demônios e os terrores que o espreitariam e que representam, sem dúvida, as angústias arcaicas do homem, ao mesmo tempo que mostrava a concepção do que se pensava e se esperava com relação à permanência da alma do morto em um local que espelhava a vida terrena BIBLIOGRAFIA ARIÈS, Philippe. História da Morte no Ocidente desde a Idade Média. Rio de Janeiro: Francisco Alves. Ediouro, 1977. BUDGE, E. A. Wallis. A Religião Egípcia. São Paulo: Cultrix/Pensamento, 1983. __________. O Livro Egípcio dos Mortos. São Paulo: Editora Pensamento, 1985. CARDOSO, Ciro Flamarion S. O Egito Antigo. 8ª edição. Coleção Tudo é História, n° 36. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986. D'ALBUQUERQUE, Márcio Luiz Ramos. A Lenda de Osíris e o Culto Funerário. In: IV SIMPÓSIO DE HISTÓRIA ANTIGA E I CICLO INTERNACIOANAL DE HISTÓRIA ANTIGA ORIENTAL, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1990. FUZZI, Ludmila Pena. A Morte: o imaginário do post mortem como fonte de pesquisa. Rio de Janeiro, 2008 GARDINER, Alan. Egyptian Grammar. Third Second Edition. Oxford: Griffith Institute, Ashmolean Museum, 1957. HAGEN, Rainer; MARIE, Rose. Egipto, Pessoas, Deuses, Faraós. Itália: Taschen, 2003. MARANHÃO, José Luiz de Souza. Que é Morte. São Paulo: Brasiliense, 1987. (Coleção Primeiros Passos). Figura 1 – Cena da pesagem do coração no papiro de Ani Acervo do British Museum, disponível em http://www.britishmuseum.org/explore/highlights/highlight_objects/aes/p/ book_of_the_dead_of_ani.aspx MARTIN, Geoffrey T. Funerária, mas não funéria: Reflexões sobre a arte Egípcia da XVIII dinastia. In: IV SIMPÓSIO DE HISTÓRIA ANTIGA E I CICLO INTERNACIOANAL DE HISTÓRIA ANTIGA ORIENTAL, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1990. Orientador: Prof. MS. Marcio Luiz Ramos D’Albuquerque