Concetta Lanciaux
Transcrição
Concetta Lanciaux
Veículo: Correio Braziliense Data: 25/04/2011 Radiação solar contribui, e muito, para a deterioração das estradas do país Belo Horizonte — Fadiga de material e excesso de carga não estão sozinhos na destruição das estradas brasileiras. Junta-se a esses fatores, que são mais comumente estudados, um importante agente natural e nunca antes levado em consideração, do ponto de vista acadêmico: o sol. Com essa premissa, a engenheira civil mineira Maria de Fátima Amazonas desenvolveu seus trabalhos de mestrado e doutorado, orientada pela professora Vanessa Lins, do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A conclusão foi de que a radiação solar contribui, sim, para a deterioração do asfalto. “Há uma preocupação constante em se saber por que ocorre a deterioração do asfalto. O que se fala sempre é que a mistura asfáltica é danificada mais pela fadiga de material e excesso de carga. São fatores importantes. Mas esse estrago é agravado pelas intempéries, principalmente no Brasil, onde há grande insolação. Não havia nenhuma pesquisa a respeito disso, e eu quis provar que essa influência não é tão superficial quanto se acredita”, afirma Fátima, que decidiu estudar isoladamente o fator intemperismo para avaliar as consequências no envelhecimento do asfalto. “Também existe uma preocupação com as características físicas e ensaios físicos, mas, quimicamente, não se sabe o que está acontecendo, e foi isso que eu procurei saber", acrescenta. Depois de produzir a mistura asfáltica em laboratório (feita de brita, areia, pó de pedra e um ligante asfáltico), a engenheira civil separou cinco amostras (de 8cm de diâmetro por 3cm de espessura) e partiu para o envelhecimento acelerado, usando uma máquina de intemperismo. Ela manteve uma amostra virgem e as demais, respectivamente, foram envelhecidas por 500, 1 mil, 1,5 mil e 2 mil horas. Ela explica que, dentro da máquina, a temperatura foi a 60ºC, oscilando em intervalos com jatos de água, que simulavam a chuva: “Durante as 2 mil horas, houve ciclos de 80 minutos em que, durante 64 minutos era feita uma exposição à radiação de xenônio (similar ao da radiação solar) e, nos outros 16 minutos, à radiação e aspersão de água”. Os testes foram realizados em um laboratório de análise asfáltica do Departamento de Estradas e Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). O objetivo era verificar também o que ocorreria com o ligante asfáltico, que é o principal material aglutinante usado nos revestimentos de pavimentos no Brasil. No caso, foi usado o tipo convencional, que é o cimento asfáltico de petróleo (CAP), produto final da destilação do petróleo. Processo de oxidação “Visualmente, ao comparar as amostras (envelhecidas progressivamente), notamos que iam ficando cada vez mais esbranquiçadas e foram surgindo trincas superficiais, mas era preciso saber, quimicamente, o que estava acontecendo”, explica Fátima. Para isso, foram propostas metodologias de análise das amostras, segundo três diferentes métodos químicos. O primeiro foi a análise do envelhecimento por meio de espectroscopia no infravermelho, que pode ser usado para identificar um composto ou investigar a composição química de uma amostra. Essa técnica possibilita saber se houve processo oxidativo. “O que notamos foi que aumentou a proporção de grupos C=O (ligação dupla entre carbono e oxigênio) e OH (ligação simples entre oxigênio e hidrogênio) em relação ao C-H (ligação simples entre carbono e hidrogênio), o que indica que houve oxidação”, afirma. Em seguida, veio a análise térmica, que acompanha a perda de massa da amostra em função da temperatura. “A análise térmica fornece informações sobre a estabilidade térmica do ligante, entre outras. O que ocorreu foi a diminuição da estabilidade térmica depois da exposição à radiação. A amostra envelhecida começou a perder massa a uma menor temperatura”, informa. O terceiro método, a cromatografia de permeação em gel, dá a ideia da massa molar, ou seja, do tamanho das moléculas do ligante. Com o envelhecimento, houve uma tendência de quebra das moléculas e redução da massa. “As moléculas se partem, ficam mais reativas e podem se unir e formar moléculas maiores, mais rígidas. Só que isso tende a fazer com que o ligante fique mais quebradiço e, consequentemente, a mistura asfáltica se torne mais propensa a trincas”, observa a engenheira. Veículo: O Globo Data: 26/04/2011 Construção da Usina de Belo Monte é defendida com desenhos animados Aeroportos exibem vídeos que mostram supostos benefícios aos índios BRASÍLIA. Vídeos de animação que estão sendo exibidos em salas de 13 aeroportos do país mostram supostos benefícios que os índios das margens do Rio Xingu, no Pará, terão com a construção da Usina de Belo Monte. Essa foi a forma encontrada para quebrar o silêncio de empreendedores do megaprojeto, alvo de muitas críticas nos últimos meses. A ideia teria partido do Palácio do Planalto, que vê a obra como um passo muito importante para garantir, nos próximos anos, o atendimento à crescente demanda de energia. O próprio Planalto fez um mea-culpa e decidiu que também precisava se expor mais para explicar a obra, um dos principais empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e sob bombardeio até mesmo da Organização dos Estados Americanos (OEA), que questiona as providências tomadas para preservar as comunidades indígenas. A ordem, agora, é não deixar perguntas sem respostas. Uma outra novidade é um blog, criado pelo consórcio Norte Energia, abastecido quase que diariamente com textos e fotos de obras já em andamento na região. Esses trabalhos têm como objetivo melhorar a qualidade de vida da população e cumprir condicionantes do Ibama. A ideia é despertar o interesse de formadores de opinião e fazer o público em geral simpatizar com o projeto. As linhas de defesa de Belo Monte levantam uma questão: qual tipo de usina poderia substituir o empreendimento e gerar a mesma quantidade de eletricidade sem poluir tanto o meio ambiente? A meta da discussão é mostrar os benefícios de hidrelétricas em um momento no qual a produção de energia nuclear, por exemplo, vem sendo questionada em todo o mundo após o terremoto que atingiu o Japão. A estratégia vinha sendo traçada há algum tempo, mas sua implementação foi antecipada por causa da posição da OEA, que desagradou o governo. Dificuldade para encontrar um novo sócio A questão indígena é uma das razões para o atraso na concessão do licenciamento ambiental de Belo Monte, o que estaria atrapalhando a entrada de um novo sócio no consórcio responsável pela obra. Essa é, hoje, a principal barreira ao negócio, afirmou o diretor de Relações Institucionais do Norte Energia, João Pimentel. Segundo ele, a Funai passou a fazer mais exigências após o posicionamento da OEA. Pimentel disse que, se o licenciamento ambiental não for concedido até o fim de maio, o projeto perderá a chance de utilizar a "janela hidrológica", como é chamado o período seco da região, o que provocaria atrasos significativos na construção. O Norte Energia contratou antropólogos e está refazendo alguns pontos do projeto sob a orientação da Funai. - A questão indígena, na opinião pública mundial, é o que pega mais. Até por causa do pedido da OEA. Estes temas acabam, de uma certa maneira, modificando o pensamento das pessoas que estão na Funai, que se cercam de mais cuidados na hora de aprovar aquilo que está sendo executado pelo Norte Energia - afirmou Pimentel. Veículo: O Globo Data: 26/04/2011 Em Jirau, acordo define como serão demissões Segundo sindicato, 5 mil operários perderão emprego A Camargo Corrêa fechou acordo coletivo de trabalho com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Rondônia, estabelecendo as condições das demissões no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Jirau. O acordo não informa o número total de demitidos. Mas, segundo o vice-presidente do sindicato, Altair Donizete, a diretoria da entidade foi informada ontem pelo presidente do sindicato, Raimundo Soares da Costa, que serão demitidos cinco mil operários: - Nós fomos informados hoje. Serão 4 mil da Camargo Corrêa e mais mil terceirizadas A Camargo Corrêa informou que a "discussão sobre o replanejamento da obra" vem ocorrendo "em parceria com sindicato dos trabalhadores, centrais sindicais e autoridades". Pelo acordo, serão montados postos avançados para rescisões em locais próximos à moradia dos trabalhadores. Na ação proposta pelo Ministério Público do Trabalho, era exigido que as rescisões ocorressem na cidade e que a empresa arcasse com os custos de transporte. Assim, a ação civil pública fica suspensa, enquanto valer o acordo, que vence em julho. - A empresa se comprometeu a informar o montante das demissões em dez dias - afirmou o procurador-chefe do MPT de Rondônia, Francisco Cruz. As obras de Jirau abrigavam cerca de 22 mil trabalhadores. Estão em casa, à espera da convocação ou da demissão, 7.229 operários, sendo 5.729 da Camargo Corrêa e 1.500 de uma terceirizada. Eles foram mandados de volta para casa depois das rebeliões que destruíram parte dos alojamentos. Veículo: O Globo Data: 26/04/2011 Produtores rurais bloqueiam acesso ao Porto do Açu. Obras são suspensas Eles querem negociar desapropriações diretamente com empresa de Eike Batista CAMPOS e RIO. O Porto do Açu, operado pela LLX - empresa de logística do grupo de Eike Batista - teve suas obras paradas ontem pelos produtores rurais do 5º Distrito de São João da Barra, no Norte Fluminense. Por volta das 5h, cerca de 300 deles interditaram os quatro acessos ao canteiro de obras do porto por discordarem dos critérios de desapropriação de terras na retroárea do terminal, onde será erguido um polo industrial. Apesar do envio da tropa de choque da Polícia Militar de Campos e de ao menos quatro caminhões de combate a incêndio do Corpo de Bombeiros ao local, até o fim do dia, os manifestantes mantinham o bloqueio com tratores, madeira e pneus queimados. Não houve feridos. Os acessos interditados são a RJ 196, RJ 240 e as estradas da Concha e de Saco Dantas. Segundo o vice-presidente da Associação dos Produtores Rurais e Imóveis do Município de São João da Barra (Asprim), Rodrigo Santos, o bloqueio poderá ser mantido por cinco dias, o que causaria um prejuízo superior a R$5 milhões à LLX. Os mais de dois mil operários que trabalham no Açu foram dispensados por questões de segurança. Famílias poderão ser reassentadas em fazenda Os produtores alegam que serão desapropriadas áreas de agricultura familiar, com tamanho médio de quatro hectares. Ao todo seriam cerca de 1.500 propriedades, segundo eles, que somam 15 mil hectares e garantiriam o sustento de cerca de cinco mil pessoas. A desapropriação está a cargo da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (Codin), órgão do governo estadual, mas os produtores querem negociar diretamente com a LLX, a exemplo do que teria sido feito com as áreas onde hoje está sendo construído o porto. - Queremos até manter o direito de não vender nossas terras. Compreendemos a importância do projeto, mas não estamos vendo isonomia entre essa desapropriação com as anteriores. Queremos negociar direto com o doutor Otavio Lazcano - afirmou o vicepresidente da Asprim, em referência ao presidente-executivo da LLX. A LLX entende que as negociações devem ser feitas pela Codin, já que em 2008 a área em questão foi considerada de utilidade pública pelo governador Sérgio Cabral. Naquele ano, Cabral assinou decreto determinando a desapropriação de 70 mil hectares para construção de um polo industrial na região. As desapropriações abrangem dois mil lotes, dos quais apenas 146 em área rural, segundo a Codin. Até agora, pouco menos de 40 lotes foram desapropriados. As famílias que discordarem da indenização terão a opção de serem reassentadas em uma fazenda em São João da Barra. No protesto, churrasco e contatos com políticos A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros monitoraram durante todo o dia de ontem as quatro áreas de piquete, mas não houve intervenção. Produtores doaram bois para alimentar os manifestantes. No fim da manhã chegou a ser feito um churrasco. - Vamos matar um boi por dia para alimentar as pessoas. Vamos ficar aqui até a LLX negociar com a gente. A festa do doutor Eike Batista acabou - gritou o produtor Murilo Sá. Uma produtora que se deitou no asfalto afirmava que só sairia presa. Santos, da Asprin, disse que, apesar do grande aparato policial, os agricultores estavam dispostos a manter o movimento de forma pacífica. Ontem os diretores da associação fizeram contatos com advogados e com políticos em Brasília. Eles querem o respaldo da comissão dos Direitos Humanos do Congresso. Hoje, está prevista uma reunião entre os produtores e representantes da Codin na sede do órgão em São João da Barra. Mês passado, operários de uma das empreiteiras do Porto do Açu também paralisaram as obras por um dia por melhores condições de trabalho. O porto começa a operar em 2012. Veículo: O Globo Data: 26/04/2011 Feriadão denuncia falta de investimentos Engarrafamentos gigantescos no Rio de Janeiro e em São Paulo no movimento de retorno de veículos, ao fim do feriadão da Semana Santa, e caos em aeroportos da Região Sudeste, provocado por uma equação que juntava uma concentração - pontual mas previsível, por se tratar de um fim de semana prolongado - de passageiros com a falta de teto provocada por um temporal, voltaram a pôr em evidência a necessidade de o Estado investir, com urgência e de forma criteriosa, em obras de infraestrutura - e também abrir espaços para a livre iniciativa. São preocupantemente repetitivos os relatos de pessoas que ficaram retidas nas estradas ou enfrentaram sérios contratempos nos terminais aéreos (principalmente no Rio), como falta de informações, bagagens extraviadas ou voos perdidos, em razão do aparente despreparo das companhias e das administrações aeroportuárias diante de contingências determinadas pelo mau tempo. O país registra indicadores demográficos e econômicos que resultam em curvas crescentes no registro de carros, ônibus e caminhões em circulação nas ruas. A frota brasileira cresceu 8,4% em 2010. Em São Paulo, o sistema viário incorpora 20 mil novos veículos a cada mês; somente os automóveis que passaram a rodar nos últimos dez anos no Rio fariam uma fila do Maracanã ao Beira-Rio. E não há uma contrapartida em infraestrutura. No Rio, onde o aumento da frota é de 40% em dez anos, a última grande obra viária foi a Linha Amarela, inaugurada em 1997. O crescimento dos indicadores econômicos do país também se deu em desacordo com os investimentos no setor aeroportuário. Tarifas mais baixas, chamariz para uma faixa de menor poder aquisitivo da população, resultaram em aumento de mercado consequentemente, em mais clientes nos balcões das companhias e em circulação nos aeroportos. No entanto, a administração dos terminais derrapa num tíbio programa de investimentos que não acompanha o aumento da demanda. Isso sem contar a opção ideológica de Brasília por formas anacrônicas de gerenciamento, com resistências de influentes áreas da base do governo à abertura da participação da iniciativa privada no controle dos terminais e com a manutenção do setor sob a influência clientelista do cardinalato companheiro. Nos dois mandatos de Lula, sobraram nomeações e faltou apetite político para investir em infraestrutura e na modernização da malha aeroportuária. O país não cabe mais na atual infraestrutura. Novos hábitos de consumo e mercado em expansão convivem com uma rede de estradas, aeroportos, etc. de um tempo em que o Brasil apenas almejava chegar aonde efetivamente chegou. Os constantes gargalos no trânsito e os repetidos apagões no sistema de transporte aéreo são inquietante e repetitiva prova disso. O caos deste fim de semana, que transformou em pesadelo a viagem de lazer de milhares de pessoas, deve ser analisado com seriedade. Tanto quanto devolver em forma de serviços eficientes aos cidadãos o que lhes toma pela malha tributária, o poder público precisa acordar para um futuro imediato que bate às portas do país - os dois grandes eventos esportivos de 2014 e 2016, de cujo sucesso os transportes são um dos pilares. Veículo: Valor Econômico Data: 26/04/2011 Brasil quer que China invista em infraestrutura da AL O Brasil quer que os governos da Unasul discutam com a China e outros países projetos de financiamento à infraestrutura na América do Sul, sugeriu o ministro de Relações Exteriores, Antônio Patriota, em seu encontro com a recém-indicada secretária-geral da União das Nações Sul-Americanas, a colombiana Maria Emma Mejía. "O tema energético é vital" para a integração, disse a nova representante da Unasul, escolhida para o lugar antes ocupado pelo ex-presidente argentino Néstor Kirchner. Patriota lembrou que a Unasul é resultado do projeto de integração da infraestrutura na América do Sul, lançado pelo governo Fernando Henrique Cardoso. A lembrança não é casual: nesta semana, o Congresso deve votar o convênio constitutivo da Unasul, e o Itamaraty espera não haver pressão contrária da oposição. O ministro informou que o grupo de infraestrutura da Unasul deverá se reunir, com a participação da nova secretária-geral e da ministra do Planejamento, Míriam Belchior, no Rio, antes da reunião de cúpula do bloco, marcada para a primeira semana de maio, na Venezuela. "Há vários outros (temas) importantes, como o combate às drogas, em que um esforço regional poderá ter resultados significativos", disse Patriota. A reunião de presidentes da Unasul deve oficializar a nomeação de Maria Emma, que ocupará apenas metade do mandato, cedendo lugar, após dois anos, ao atual ministro de Energia da Venezuela, Ali Rodriguez, numa solução "salomônica", como definiu ela própria. Venezuela e Colômbia disputavam o comando administrativo da Unasul. A reunião da Unasul coincide com a criação de um novo grupo latino-americano, a Área de Integração Profunda (AIP) que deverá reunir num pacto comercial o México, o Chile, o Peru e a Colômbia, os países com governos mais à direita no espectro político da região. A formação do novo grupo é vista como um contraponto ao Mercosul e à Aliança dos Povos Bolivarianos da América (Alba), liderada pelo venezuelano Hugo Chávez. Após a visita da secretária-geral nomeada para a Unasul, o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, afirmou que o governo brasileiro vê o Brasil como "liderança natural" na região, sem ter, porém, pretensões de hegemonia entre os países sul-americanos. "Liderança não significa deixar de ouvir os outros", comentou. O Brasil quer incentivar os projetos de integração física no continente e buscar atuação conjunta dos países nas discussões com possíveis financiadores, para que os projetos destinados a facilitar exportações tenham um papel importante nas demais políticas internas de desenvolvimento da região, explicou Nunes. Veículo: Valor Econômico Data: 26/04/2011 Usina atômica traz "perigo permanente", diz ex-diretor de empresa que projetou Angra "A energia nuclear é um perigo permanente." O engenheiro Joaquim Francisco de Carvalho, também professor da USP, autor da frase, tem conhecimento de causa. Mestre em energia nuclear, na década de 70, Carvalho foi o primeiro diretor-industrial da Nuclen, a empresa de engenharia que nasceu binacional (Brasil-Alemanha) e que foi responsável pela tecnologia de projeto das usinas Angra 1 e 2. Carvalho e Ildo Sauer, que vêm trabalhando juntos na USP, ponderam que, com a possibilidade, prevista pelo IBGE de estabilização da população brasileira em 219 milhões de pessoas no ano de 2043, um sistema hidroeólico, complementado por termelétricas a bagaço de cana poderia assegurar disponibilidade de energia elétrica para o Brasil atingir um consumo de até 8,65 kilowatts/hora (Kw/h) por habitante, mais do que o consumo atual da França, por exemplo. Hoje o consumo per capital é de 2,5 Kw/h por habitante. Edmar Almeida, outro especialista em energia, professor de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e indicado para ocupar uma diretoria na Agência Nacional do Petróleo (ANP), tem posições mais próximas das de Tolmasquim, da EPE. Ele reconhece o impacto que virá do desastre japonês, mas pondera: "Não acredito que a energia nuclear é uma carta fora do baralho no contexto atual de restrições às emissões e insegurança do abastecimento dos recursos energéticos convencionais. As outras opções também apresentam problemas de impactos ambientais ou custos elevados. Minha visão é que, após um período de muito debate e indecisões, os projetos nucleares voltarão à agenda do planejamento energético." Quando ocorreu em Goiânia um acidente com uma cápsula abandonada contendo césio 137 (elemento químico radioativo), e que provocou pelo menos 40 mortes e centenas de pessoas contaminadas - até hoje o mais grave do país -, Joaquim Carvalho coordenou a Comissão Consultiva de Rejeitos Radioativos criada pelo governo federal para estudar o evento e sugerir medidas a serem tomadas. Hoje, Carvalho concorda com a avaliação de Sauer de que o Brasil não precisa de usinas nucleares para geração elétrica, embora defenda a posição de que o país deve concluir Angra 3 e operar as usinas de que dispõe até elas atingirem seus prazos de vencimento. Ele frisa que o risco de acidente em uma usina atômica é muito pequeno, na casa de um sobre dez bilhões, mas ressalta ser um risco que o Brasil não precisa correr. "Não há porque copiar o sistema da França, porque nós não precisamos", afirma. A França tem mais de 70% da sua geração elétrica de origem nuclear. Carvalho acha que o Brasil deve até exportar combustível nuclear para países como França e Japão, que não têm muitas alternativas de fontes energéticas, mas propõe que o aproveitamento doméstico da tecnologia nuclear seja apenas para fins médicos onde, segundo ele, os riscos de acidentes são bem menores, apesar da dramática história do césio 137. Veículo: Valor Econômico Data: 26/04/2011 Vale acerta detalhes para reduzir participação em usina no Ceará Os entendimentos para reduzir a participação acionária da Vale de 50% para 30% na segunda etapa de produção da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), usina a ser erguida no Distrito Industrial de Pecém, no Ceará, estão em curso e deverão constar do acordo de acionistas a ser assinado entre os sócios, o que poderá ocorrer até meados do ano, informaram fontes próximas da negociação. A Vale, procurada, não quis comentar o assunto. O sucesso dessas conversas vai depender da entrada oficial da Posco, a maior siderúrgica da Coreia do Sul, no negócio, o que deve ocorrer em breve, segundo os interlocutores. Recentemente a empresa assinou memorando de intenções com a Vale confirmando seu interesse de participar na CSP. No momento, apenas Vale e a siderúrgica coreana Dongkuk Steel dividem meio a meio o projeto, mas com a vinda da Posco as duas companhias sul coreanas passarão a ter 30% e 20% respectivamente e a Vale, 50%. O que significa que a mineradora poderá arcar com a maior parte do valor do investimento, previsto em US$ 4 bilhões. Com previsão de iniciar a operação em 2014, quando será concluída a primeira etapa, a CSP terá condições de produzir até 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano para exportação. Ainda em 2014, começa a ser tocada a segunda etapa do projeto, que prevê dobrar o volume de produção para 6 milhões de toneladas de placas de aço. A partir daí, a Vale terá sua fatia societária reduzida para 30%, enquanto a Posco e a Dongkuk Steel ampliarão suas participações, assumindo cada uma 35% do negócio, passando a serem as controladoras da CSP. A estratégia da Vale, como explicaram as fontes, é fomentar a produção de aço no país, permanecendo minoritária nos projetos siderúrgicos dos quais participa, como ocorre na ThyssenKruppCSA - Companhia Siderúrgica do Atlântico, no Rio. Até agora, a mineradora não tem parceiro escolhido para o projeto da usina siderúrgica de Ubu, no Espírito Santo, para o qual já tem licença prévia. Na siderúrgica a ser construída em Marabá (PA), a Alpa (Aços Laminados do Pará), a Vale tem parceria apenas na laminação. No momento, o projeto está em fase de revisão final de orçamento. O projeto da CSP vai iniciar obras de terraplenagem em outubro e já conta com licença prévia. Em agosto está previsto receber a licença de instalação do órgão estadual de meio ambiente do Ceará. E no último trimestre do ano já tem prevista uma pré-chamada de preços para compra de equipamentos e para construção do alto forno, sinterização, aciaria, mais coqueria e termelétrica. Veículo: Valor Econômico Data: 26/04/2011 Projeto do Açu sofre nova paralisação As obras do Porto do Açu, projeto da LLX em São João da Barra, no norte do Estado do Rio, sofreram ontem nova paralisação. É a segunda vez em menos de 30 dias que os trabalhos de construção do porto privativo são interrompidos. A parada aconteceu por causa de protesto de produtores rurais que bloquearam estrada de acesso ao porto para protestar contra desapropriações de terrenos no entorno. No fim de março, os trabalhos já haviam sido suspensos por alguns dias por greve de trabalhadores do consórcio responsável pelas obras. Ontem, cerca de cem manifestantes incendiaram pneus e bloquearam o principal acesso ao porto. O vice-presidente da Associação dos Produtores Rurais e Imóveis de São João da Barra, Rodrigo Santos, disse à Agência Brasil que as desapropriações estão sendo feitas aleatoriamente, sem acordo prévio com os donos dessas áreas. A manifestação se concentrou no 5º distrito de São João da Barra, onde estão sendo feitas desapropriações para criação do distrito industrial do porto do Açu. Nesse distrito está prevista a instalação de siderúrgicas e de outras indústrias. Segundo a LLX, a manifestação não afeta o cronograma das obras, que estão adiantadas. O início das operações está previsto para 2012. A empresa informou que os responsáveis pela segurança do Açu orientaram os funcionários a ficar em casa ou nos alojamentos, ontem, para evitar problemas com os manifestantes. Há 2.240 trabalhadores nas obras do Açu. A Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (Codin), que responde pela desapropriação, informou que propôs fazer reunião hoje com os manifestantes. A Codin informou que o processo de desapropriação da área do 5º distrito vem sendo realizado dentro do rito judicial legal, com os valores referentes aos lotes depositados em juízo. A LLX disse que a volta ao trabalho no Açu depende do entendimento entre os manifestantes e a Codin. Segundo a Codin, "as imissões na posse, iniciadas há pouco mais de um mês, têm sido realizadas respeitando as benfeitorias existentes nas áreas desapropriadas, inclusive com suporte aos proprietários para a retirada e a acomodação de eventuais rebanhos que estiverem no local". Para a implantação do distrito industrial, será desapropriada área de cerca de 70 mil hectares. Veículo: Revista Isto é Dinheiro Data: 26/04/2011 Sem aeroportos. E agora? O que era uma possibilidade pode ser uma realidade. O fato de não termos uma estrutura aeroportuária é uma contradição. O Brasil da Copa e da Olimpíada é o Brasil sem aeroportos. O tema é gravíssimo. Tão grave que, agora, não cabe achar os culpados, mas encontrar soluções. Boas, rápidas e com recursos privados. Dos 13 aeroportos que receberão investimentos de R$ 1,4 bilhão da Infraero, para ampliação e reformas até a Copa de 2014, só cinco estarão prontos. Entre eles, o de São Paulo. Esta deficiência é tão letal que a presidente Dilma Rousseff deveria provocar uma reunião ministerial para tratar do assunto. E adotar medidas práticas e eficientes. 1 - Ipo Pé no chão O IPO do Habib"s, previsto para o segundo semestre de 2011, foi adiado para 2013. Com 400 lojas e outras frentes de negócios no grupo, o fundador e presidente do Habib"s, Alberto Saraiva, organizará melhor os processos internos até que a empresa esteja pronta para atender o mercado. 2 - Expansão Hotel W, Rio e São Paulo A rede Starwood é proprietária de nove marcas de hotéis, entre elas, W, Le Meridien, Sheraton, Westin e St. Regis. E construirá dois hotéis W: no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio, a preferência é pelo bairro do Leblon ou Ipanema. Em São Paulo, a mira é na região da Faria Lima. 3 - Indústria É nossa Embora Argentina, Chile e México estejam na disputa, será no Brasil a nova fábrica da BMW na Amé-rica Latina. A decisão já está tomada pelo Headquarter da empresa, na Alemanha. 4 - Luxo Destino Brasil Concetta Lanciaux, fundadora e CEO da Strategy Luxury Advisors, chegará no dia 21 a São Paulo, a convite da Atualuxo. Quando esteve à frente da LVMH - Louis Vuitton Moët Hennessy, ela foi conselheira sênior de Bernard Arnault, fundador e chairman da respeitada grife francesa. Concetta é realmente uma mulher todo-pode-rosa. Ela adora o Brasil. 5 - Varejo Oportunidade As cidades de Brasília e Vitória ganharão, até junho, novas lojas da C&C, líder brasileira do varejo de materiais para construção. A ampliação vai gerar mais de 900 empregos nas duas localidades. Com isso, a rede passará a contar com 43 pontos de venda em todo o Brasil. 6 - Automóveis Nissan popular O March, primeiro carro compacto e popular da Nissan, estreia no Brasil no próximo semestre. O veículo virá do México. No Brasil, disputará mercado com os modelos Palio e Uno, da Fiat, e o Gol, da Volkswagen. O preço de venda do March aos consumidores brasileiros ainda é um mistério. 7 - Investimento Internacional A rede brasileira de hotéis Bourbon, sediada em Curitiba, investiu mais de US$ 30 milhões em sua primeira expansão internacional. Vai inaugurar, no segundo semestre, deste ano, o hotel Bourbon Conmebol Convention Center com 170 suítes, anexo ao Museu SulAmericano de Futebol, em Assunção, no Paraguai. 8 - Lançamento Em duas rodas A inglesa Brompton, considerada a melhor bicicleta dobrável do mundo, chega ao Brasil pela Milk. A bike estará à venda em lojas especializadas de São Paulo e do Rio de Janeiro. O preço pode variar de R$ 5 mil a R$ 10 mil, dependendo do estilo. A assistência técnica é da Pedal Power e a garantia, de cinco anos. 9 - Nova Friburgo Reconstrução Em apoio à região serrana do Rio de Janeiro, atingida pelas enchentes, em 2011, o Banco do Brasil liberou R$ 100 milhões a 850 pequenas e médias empresas de Nova Friburgo, ou seja, 92% dos pedidos. Os empréstimos variaram entre R$ 120 mil e R$ 150 mil. Boa atitude do BB. 10 - Aviação First class A partir do dia 24, o Rio de Janeiro recebe o B777, uma das mais modernas aeronaves da Boeing, operada pela Air France, na rota Rio?Paris. São 24 assentos na primeira classe, 42 na classe executiva e 317 na econômica. Nos últimos três anos, a Air France investiu 110 milhões de euros para renovar o interior das aeronaves e sofisticar o serviço de bordo. 11 - Destino Pousada Estrela D"água, em Trancoso O sofisticado vilarejo de Trancoso, no sul da Bahia, é um lugar mágico. Possui belíssimas praias, noites estreladas e a charmosa Pousada Estrela D"Água. Ela dispõe de 28 bangalôs amplos e confortáveis, com vista para o mar e muito bem decorados. A gentil proprietária, Beth Gavioli, garante o bom gosto e a excelente qualidade dos serviços oferecidos pelo hotel. A comida tipicamente regional é saborosíssima. A Pousada Estrela D"Água integra a rede Relais & Chateaux. Vale a pena conhecer e desfrutar desse privilegiado refúgio. Diárias a partir de R$ 760. www.estreladagua.com.br 12 - Esporte de Luxo No Morumbi Silvio Correa da Fonseca, presidente da Lincx, plano de saúde, descobriu uma ótima fórmula de mimar seus clientes e médicos. Criou com o empresário Marcelo Neves, da Sport Service, um elegante camarote no Estádio do Morumbi. Ali, os recebe para futebol e shows. E ganha aplausos ao final de cada evento. 13 - Objeto de desejo Canivete de mestre Para colecionadores e amantes dos modernos canivetes da Victorinox, a marca traz para o Brasil o modelo Swiss Champ XAVT. Um acessório especial. Além das 33 funções do tradicional, Swiss Champ conta ainda com relógio digital com alarme e timer, altímetro, barômetro, termômetro, LED de luz branca, entre outros itens, totalizando 80 funções. A peça, um objeto de luxo, foi criada especialmente para os apreciadores do tradicional canivete suíço. Preço R$ 1.700. 14 - Entrevista O francês Ivan Ségal é um tipo empreendedor. Assumiu a presidência da Citroën no Brasil em 2009 e colhe frutos. Na entrevista, revela com exclusividade o novo lançamento da marca em junho e os planos de crescimento no País. Quanto a Citroën vendeu em 2010 e qual será o número neste ano? O Brasil é uma potência. No ano de 2010 vendemos mais de 84 mil carros. Para 2011, a previsão é de que comercializaremos 113 mil veículos. No mundo, a marca segue com números positivos. A Citroën mundial vendeu 1,35 milhão de automóveis. Qual é o lançamento da Citroën para este ano? Em junho, a novidade para o mercado brasileiro é a chegada do Citroën C3 Picasso. É um novo veículo na linha de minivans da Citroën, em três versões. Hoje, a família é formada pelo Xsara Picasso, Citroçn Aircross, C4 Picasso e Grand C4 Picasso. Sua produção será feita na fábrica de Porto Real, no Rio de Janeiro. O Citroën C3 Picasso difere da linha normal? O novo carro é completo, voltado para a família, com a sofisticação do C3. Apostamos que fará crescer o nosso market share. Ele foi tropicalizado ao estilo do Brasil. Mantivemos a plataforma do modelo AirCross, lançado em 2010. Qual será o valor do Citroën C3 Picasso? Os modelos que compõem a nova linha entrarão no mercado a um custo de R$ 50 mil a R$ 65 mil. A chegada das marcas chinesas preocupa? A Citroën está bem consolidada com seu público. Não temos modelos populares e não disputamos mercado. Daqui a dez anos os públicos B e C investirão em nossos modelos. Com o Brasil forte, o poder aquisitivo também se elevará. Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento? Isaac Newton Veículo: Diário de Pernambuco Data: 26/04/2011 Jarbas acusa governo Eduardo de mentir sobre BR-232 O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) contestou, hoje, a nota divulgada pelo governo Eduardo Campos (PSB) no último domingo e intitulada “A verdade sobre a BR-232”, cujo texto descreve irregularidades encontradas na construção da rodovia. Embora estivesse evitando um confronto com o governador desde o final das eleições estaduais, Jarbas não mediu palavras para criticar a postura do adversário que, segundo ele, está “mentindo” e “desrespeitando a opinião pública”. As declarações do senador foram dadas durante o velório do ex-deputado federal José Mendonça (DEM), pai do deputado federal Mendonça Filho (DEM). Apesar de a nota dizer que foram encontradas irregularidades na BR-232 antes dos 30 anos previstos, Jarbas frisou que o governador deixou que houvesse desgaste na rodovia só para contestá-lo. “A BR-232 está em dificuldade porque simplesmente está há cinco anos sem manutenção. É muito difícil qualquer estrada ficar sem manutenção. Então, o dinheiro que ele tinha para cortar mato, tapar buraco, fazer revisões de placa, vai fazer tudo de uma vez porque ele queria que (a estrada) se desgastasse para mostrar que uma obra importante como essa era (inútil)… Na cabeça dele, foi uma obra inútil”, disparou. Jarbas insistiu no discurso de que o ex-governador Miguel Arraes (PSB), com apoio de Eduardo (então secretário da Fazenda) privatizaram a Celpe. “Quem privatizou a Celpe foi o governador dele (Arraes) e ele era secretário da Fazenda que enviou a mensagem para a Assembleia. Ele pediu R$ 700 milhões antecipados do BNDES, sendo R$ 300 milhões para construir a BR-232 (mas não conseguiu). E na, nota paga pelo governo, ele nos agride. Diz que gastamos R$ 500 milhões com uma obra que não era para gastar. Então, só posso para dizer que isso descamba para a falta de personalidade e de caráter do governo de um modo geral, um ato de profundo mau-caratismo”, atacou o peemedebista. Veículo: Jornal do Brasil Data: 26/04/2011 Custo da construção sobe 0,75% em abril RIO - O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou a 0,75% em abril, acima do resultado do mês anterior, de 0,44%, de acordo com dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta terça-feira. Duas das capitais pesquisadas - Salvador e Rio de Janeiro - apresentaram aceleração. Por outro lado, as cidades de Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e São Paulo tiveram desaceleração. O componente materiais, equipamentos e serviços desacelerou o avanço para 0,36% ante 0,60%, enquanto o de mão de obra subiu 1,16% neste mês, ante 0,27% no mês anterior. O INCC-M é um dos três componentes do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), sendo responsável por 10% do indicador e divulgado separadamente pela FGV. O IGP-M do mês será divulgado na quinta-feira.